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UFCSPA

Assistente em Administração

Edital nº 01 / 2017
Sumário

Português – Prof. Carlos Zambeli . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Redação Oficial – Profª Maria Tereza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Direito Constitucional – Prof. André Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
Direito Constitucional – Profª Alessandra Vieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 495
Direito Constitucional – Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 517
Direito Administrativo – Profª Tatiana Marcello . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 565
Arquivologia – Prof. Darlan Eterno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 907
Atendimento – Profª Amanda Lima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 941
Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Fábio Furtado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 985
Noções de Administração – Prof. Rafael Ravazolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1017
Lei de Acesso à Informação – Prof. Rafael Ravazolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1593
Ética – Prof. Pedro Kuhn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1629
Relações Sociais – Prof. Fidel Ribeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1637
Legislação Específica – Prof. Mateus Silveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1645

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Português

Professor Carlos Zambeli

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Português

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica

O acento tônico está relacionado com a intensidade dos fonemas, e o acento gráfico, como o
agudo e o circunflexo, marca a sílaba tônica.

Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica

1. Proparoxítonas – física

2. Paroxítonas – Cadeira

3. Oxítonas – abacaxi

4. Monossílaba – fé

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas

1. Monossílabos – pó, sal, céu, pneu

2. Dissílabos – ga-to, lu-a

3. Trissílabos – ce-lu-lar, re-ló-gio

4. Polissílabos in-te-li-gên-cia, ge-la-dei-ra

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Regras de acentuação

1. Proparoxítonas – todas são acentuadas.

Simpática, proparoxítona, lúcida, cômodo

2. Paroxítonas – Quando terminadas em:

a) L, N, R, X, PS, I, US: amável, hífen, repórter, tórax, bíceps, tênis, vírus

b) UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, EI: 
álbum, ímã, órgão

c) Ditongo crescente (SV +V): cárie, polícia, história

3. Oxítonas

Quando terminadas em EM, ENS, A(S), E(S), O(S), éi(s), éu(s), ói(s):

a) A, AS: está, guaraná, comprá-la. 


b) E, ES: jacaré, você, fazê-los.

c) O, OS: avó, paletós.

d) EM: armazém, ninguém

e) ENS: parabéns, armazéns.

f) éi(s), éu(s), ói(s) – anéis – papéis – lençóis – herói – chapéu

4. Monossílabos tônicos

A, AS, E, ES, O, OS, ÓI, ÉU, ÉI


mês, pó, já, céu, dói

5. Hiatos são acentuados "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando
eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos
por "-nh".

Egoísmo, sanduíche, gaúcho, raízes

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Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli

Te liga!
Levam acento o “I” e o “U” dos hiatos, quando:

1. Forem tônicos;

2. Vierem precedidos de vogal;

3. Formarem sílabas sozinhos ou com “S”;

4. Não forem seguidos de “NH”:

Compare!

Ele sempre cai X Eu caí ontem


Espero que ele caia X Ele caía muito
Mau X baú
Pais X país
Doido X doído

As palavras paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais acentu-
adas.

BAIUCA – FEIURA – BOIUNA – CAUILA

BAIUCA(casa pequena suja)

BOIUNA (relativo a boi)

CAUILA (poupado, economizado)

6. Verbos ter e vir

Ele tem e vem

Eles têm e vêm

a) Ele contém, detém, provém, intervém (singular do presente do indicativo dos verbos deri-
vados de TER e VIR).

b) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (plural do presente do indicativo dos verbos deriva-
dos de TER e VIR).

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7. Acentos diferenciais serão obrigatórios nas palavras pôr (verbo) e pôde (passado do verbo
poder).

8. Trema Não se usa mais em palavras da língua portuguesa. Ele apenas permanecerá em no-
mes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como Bündchen, Müller.

9. Palavras com as repetições oo, ee

Não são acentuadas.

voo / enjoo / perdoo / abençoo


leem / deem / veem / creem

1. Classifique as palavras destacadas, de acordo com a posição da sílaba tônica:


a) Ninguém sabia o que fazer.
b) Era uma pessoa sábia.
c) Vivo querendo ver o tal sabiá que canta nas palmeiras.
d) Anos antes ele cantara no Teatro São Pedro.
e) Anunciaram que ele cantará no teatro.
f) Não contem com a participação dele.
g) Ele alega que nosso projeto contém erros.
h) Tudo não passou de um equívoco.
i) Raramente me equivoco.

2. Acentue ou não

a) Sauva, sauvinha, gaucha, gauchinha, viuvo, bau, bauzinho, feri-la, medi-la, atrai-los;

b) sos, le-la, reu, odio, sereia, memoria, itens, pires, tenue;

c) America, obito, coluna, tulipa, cinico, exito, panico, penico;

d) pendulo, pancreas, bonus, impar, item, libido, ravioli, traduzi-la, egoista.

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Português – Acentuação Gráfica – Prof. Carlos Zambeli

3. Considere as seguintes palavras com acento gráfico do texto.


1. babá (l.28)
2. sério (l.58)
3. saúde (l.87)
4. aliás (l.82)

Em quais delas, a omissão do acento gráfico resultaria em outra palavra da língua?

a) Apenas em 1.
b) Apenas em 2 e 3
c) Apenas em 4.
d) Apenas 1, 3 e 4
e) Apenas em 1,2 e 4.

4. Analise as afirmações sobre a acentuação das palavras do texto.

I – “Alfândega” é acentuada porque todas as proparoxítonas são acentuadas.


II – A forma verbal “espáia”, no trecho “O senhor promete que não espáia?”, apesar de não
pertencer ao padrão culto da língua, obedece à regra de acentuação dos ditongos abertos.
III – “Propôs” obedece à regra de acentuação das oxítonas.Qual(is) está(ão) correta(s)?
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas a III.
d) Apenas a I e a III.
e) I, II e III.

Gabarito: 3. E 4. D

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Português

ORTOGRAFIA

Os Porquês

1. Por que
Por qual motivo / Por qual razão / O motivo pelo qual / Pela qual

•• Por que não me disse a verdade?

•• Gostaria de saber por que não me disse a verdade.

•• As causas por que discuti com ele são sérias demais.

2. por quê = por que


Mas sempre bate em algum sinal de pontuação!

•• Você não veio por quê?

•• Não sei por quê.

•• Por quê? Você sabe bem por quê!

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3. porque = pois
•• Ele foi embora, porque foi demitido daqui.

•• Não vá, porque você é útil aqui.

4. porquê = substantivo
Usado com artigos, pronomes adjetivos ou numerais.

•• Ele sabe o porquê de tudo isso.

Este porquê é um substantivo.

Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Existem quatro porquês.

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Homônimos
Vocábulos que se pronunciam da mesma forma, e que diferem no sentido.
•• Homônimos perfeitos: vocábulos com pronúncia e grafia idênticas (homófonos e
homógrafos).
São: 3ª p. p. do verbo ser.
•• Eles são inteligentes.

São: sadio.
•• O menino, felizmente, está são.

São: forma reduzida de santo.


•• São José é meu santo protetor.

Eu cedo essa cadeira para minha professora!

Eu nunca acordo cedo!

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Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

•• Homônimos imperfeitos: vocábulos com pronúncia igual (homófonos), mas com grafia
diferente (heterógrafos).
Cessão: ato de ceder, cedência
Seção: corte, subdivisão, parte de um todo
Sessão: Espaço de tempo em que se realiza uma reunião

Parônimos
Vocábulos ou expressões que apresentam semelhança de grafia e pronúncia, mas que diferem
no sentido.
Cavaleiro: homem a cavalo
Cavalheiro: homem gentil

Acender: pôr fogo a


Ascender: elevar-se, subir

Acessório: pertences de qualquer instrumento; que não é principal


Assessório: diz respeito a assistente, adjunto ou assessor

Caçado: apanhado na caça


Cassado: anulado

Censo: recenseamento
Senso: juízo

Cerra: do verbo cerrar (fechar)


Serra: instrumento cortante; montanha; do v. serrar (cortar)

Descrição: ato de descrever


Discrição: qualidade de discreto

Descriminar: inocentar
Discriminar: distinguir, diferenciar

Emergir: sair de onde estava mergulhado


Imergir: mergulhar

Emigração: ato de emigrar


Imigração: ato de imigrar

Eminente: excelente
Iminente: sobranceiro; que está por acontecer

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Empossar: dar posse
Empoçar: formar poça

Espectador: o que observa um ato


Expectador: o que tem expectativa

Flagrante: evidente
Fragrante: perfumado

Incipiente: que está em começo, iniciante


Insipiente: ignorante

Mandado: ordem judicial


Mandato: período de permanência em cargo

Ratificar: confirmar
Retificar: corrigir

Tacha: tipo de prego; defeito; mancha moralTaxa - imposto


Tachar: censurar, notar defeito em; pôr prego emTaxar - determinar a taxa de

Tráfego: trânsito
Tráfico: negócio ilícito

Acento: inflexão de voz, tom de voz, acento


Assento: base, lugar de sentar-se

Concerto: sessão musical; harmonia


Conserto: remendo, reparação

Deferir: atender, conceder


Diferir: ser diferente, distinguir, divergir, discordar

Acerca de: Sobre, a respeito de.


Falarei acerca de vocês.
A cerca de: A uma distância aproximada de.
Mora a cerca de dez quadras do centro da cidade.
Há cerca de: Faz aproximadamente.
Trabalha há cerca de cinco anos

Ao encontro de: a favor, para junto de. Ir ao encontro dos anseios do povo.
De encontro a: contra. As medidas vêm de encontro aos interesses do povo.

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Português – Ortografia – Prof. Carlos Zambeli

ACORDO ORTOGRÁFICO

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.


[...] J K L [...] V W X Y Z.

Usadas em
a) em símbolos de unidades de medida: km (quilômetro)/kg (quilograma)...
b) em nomes próprios de lugares originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait,
kuwaitiano…
c) em nomes próprios de pessoas e seus derivados: Darwin, darwinismo...
d) podem ser usadas em palavras estrangeiras de uso corrente: sexy, show, download,
megabyte…

Trema

Não se usa mais o trema, que permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
antiguidade / sequência / consequência /
frequência / tranquilo / cinquenta!

Uso do hífen

Sempre se usa o hífen diante de h:


•• sub-habitação / proto-história / sobre-humano / anti-higiênico / super-homem...

Prefixo Palavra REGRA


última letra igual à primeira letra SEPARA

•• contra-ataque / semi-interno / anti-inflamatório / micro-ondas / inter-racial / sub-


bibliotecário/ super-romântico/ inter-regional
Obs. 1: com o prefixo sub-, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região,
sub-raça.

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Prefixo Palavra REGRA
última letra diferente da primeira letra JUNTAR

•• antieducativo / autoescola / infraestrutura / socioeconômico/ semiárido / agroexportador


/ semianalfabeto / coautor / subúmido
Obs. 2: O prefixo co- aglutina-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o:
coordenar.

Prefixo Palavra REGRA


terminado em vogal começar por R ou S JUNTAR E DOBRAR ESSAS LETRAS

•• autossuficiente / contrarregra / cosseno / semirrígida / ultrassom microssistema / minissaia


/antissocial / semissubmersa / macrorregião /antirrábica / neorrealismo / semirreta /
biorritmo / antirrugas
Com os prefixos circum- e pan-, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
•• circum-navegação / pan-americano
Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró e vice usa-se sempre o hífen.
•• ex-aluno / sem-terra / além-túmulo / aquém-mar / recém-casado / pós-graduação / pré-
vestibular / pró-euro / vice-rei

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Português

SEMÂNTICA E VOCABULÁRIO

Semântica

A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através
da linguagem.
Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas.

Polissemia

A polissemia é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além


de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas.

Exemplos de polissemia:

Eu adoro comer laranja. Depositei o dinheiro neste banco.


Pintei a parede de laranja. Preciso sentar em um banco.
Esse era o laranja do grupo. Essa fruta chama-se manga.
Rasguei a manga da minha camiseta.

Palavra + contexto da frase + contexto do parágrafo + ideia do texto


A soma dessa equação chama-se CONTEXTO!

Sinonímia
Sinônimo é a palavra que tem significado idêntico ou muito semelhante ao de outra.

Edgar passou um trabalho fazendo a prova de Português.


Edgar passou um sufoco fazendo a prova de Português.
Edgar passou um aperto fazendo a prova de Português.

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Tenho muita esperança com esse concurso!
Tenho muita descrença com esse concurso!
Só escuto verdades no discurso dele.
Só escuto falsidades/ fantasias no discurso dele.
Ele vive uma realidade estranha.
Ele vive um sonho estranho.

Ambiguidade
Aquilo que pode ter mais de um sentido ou significado. É aquilo que apresenta indecisão,
hesitação, imprecisão, incerteza, indeterminação.
Papa abençoa fiéis do hospital. Edgar encontrou a esposa em seu carro. A cachorra da minha
colega é linda. Os alunos viram o incêndio do prédio ao lado.

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Português

CLASSES DE PALAVRAS (MORFOLOGIA) / FLEXÃO NOMINAL E VERBAL

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes


gramaticais.
São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição,
Conjunção e Interjeição.

Substantivo (nome)
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras
variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
•• lugares: Brasil, Rio de Janeiro...
•• sentimentos: amor, ciúmes ...
•• estados: alegria, fome...
•• qualidades: agilidade, sinceridade...
•• ações: corrida, leitura...

Destaque zambeliano
Concretos:
os que indicam elementos reais ou imaginários com existência própria, independentes
dois sentimentos ou julgamentos do ser humano.
•• Deus, fada, espírito, mesa, pedra.

Abstratos:
os que nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,
qualidades e sentimentos.
•• vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

•• Dor, saudade, beijo, pontapé, chute, resolução, resposta

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Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.a criança, o monstro, a vítima, o
anjo.
Comuns de dois gêneros
Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
•• o artista, a artista, o dentista, a dentista...

Artigo

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Detalhe zambeliano 1
Substantivação!
•• Os milhões foram desviados dos cofres públicos.

•• Não aceito um não de você.

Detalhe zambeliano 2
Artigo facultativo diante de nomes próprios.
•• Cláudia não veio. / A Cláudia não veio.

Detalhe zambeliano 3
Artigo facultativo diante dos pronomes possessivos.
•• Nossa banca é fácil.

•• A Nossa banca é fácil.

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Adjetivo

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa"


diretamente ao lado de um substantivo.
•• O querido médico nunca chega no horário!

•• O aluno concurseiro estuda com o melhor curso.

Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Detalhe zambeliano!
•• Os concurseiros dedicados estudam comigo.

•• Os concurseiros são dedicados.

Locução adjetiva
•• Carne de porco (suína)
•• Curso de tarde (vespertino)
•• Energia do vento (eólica)
•• Arsenal de guerra (bélico)

Pronome

Pessoais
•• a 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;
•• a 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
•• a 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
As palavras EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES são pronomes pessoais. São denominados desta forma
por terem a característica de substituírem os nomes, ou seja, os substantivos.

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•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição da Ana.

•• Vou imprimir uma apostila da Casa do concurseiro para dar no dia da inscrição dela.

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos, de acordo com a função que


desempenham na oração.
RETOS: assumem na oração as funções de sujeito ou predicativo do sujeito.
OBLÍQUOS: assumem as funções de complementos, como o objeto direto, o objeto indireto, o
agente da passiva, o complemento nominal.

“Não sei, apenas cativou-me. Então, tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que
cativa. Tu podes ser igual a todos outros no mundo, mas para mim serás único.”

Indefinidos
Algum material pode me ajudar. (afirmativo)
Material algum pode me ajudar. (negativo).
Outros pronomes indefinidos:
tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas), nada, ninguém,
nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas), certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer), o
mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas),outrem, outro (outra, outros, outras), cada, vários
(várias).

Demonstrativos
Este, esta, isto – perto do falante.
ESPAÇO � Esse, essa, isso – perto do ouvinte.
Aquele, aquela, aquilo – longe dos dois.
Este, esta, isto – presente/futuro
TEMPO � Esse, essa, isso – passado breve
Aquele, aquela, aquilo – passado distante
Este, esta, isto – vai ser dito
DISCURSO �
Esse, essa, isso – já foi dito
RETOMADA
Edgar e Zambeli são dois dos professores da Casa do Concurseiro. Este ensina Português;
aquele, Matemática.

Possessivos
•• Aqui está a minha carteira. Cadê a sua?

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Verbos

As formas nominais do verbo são o gerúndio, infinitivo e particípio. Não apresentam flexão de
tempo e modo, perdendo desta maneira algumas das características principais dos verbos.

Tempo e Modo
As marcas de tempo verbal situam o evento do qual se fala com relação ao momento em que se
fala. Em português, usamos três tempos verbais: presente, passado e futuro.
Os modos verbais, relacionados aos tempos verbais, destinam-se a atribuir expressões
de certeza, de possibilidade, de hipótese ou de ordem ao nosso discurso. Essas formas são
indicativo, subjuntivo e imperativo.
O modo indicativo possui seis tempos verbais: presente; pretérito perfeito, pretérito imperfeito
e pretérito mais-que-perfeito; futuro do presente e futuro do pretérito.
O modo subjuntivo divide-se em três tempos verbais: presente, pretérito imperfeito e futuro.
O modo imperativo apresenta-se no presente e pode ser afirmativo ou negativo.

Advérbio

É a classe gramatical das palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio.
É a palavra invariável que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.

•• Ela reflete muito sobre acordar cedo!

•• Ela nunca pensa muito pouco!

•• Ela é muito charmosa.

O advérbio pode ser representado por duas ou mais palavras: locução adverbial (à direita,
à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de
manhã, de súbito, de propósito, de repente...)
•• Lugar: longe, junto, acima, atrás…
•• Tempo: breve, cedo, já, dentro, ainda…
•• Modo: bem, mal, melhor, pior, devagar, (usa, muitas vezes, o sufixo-mente).
•• Negação: não, tampouco, absolutamente…
•• Dúvida: quiçá, talvez, provavelmente, possivelmente…
•• Intensidade: muito, pouco, bastante, mais, demais, tão…
•• Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente…

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Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo
ao primeiro, ou seja, o regente e o regido.
Regência verbal: Entregamos aos alunos nossas apostilas no site.

Regência nominal: Somos favoráveis ao debate.

Zambeli, quais são as preposições?


a – ante – até – após – com – contra – de – desde – em – entre – para – per – perante –
por – sem – sob – sobre – trás.

•• Lugar: Estivemos em Londres.


•• Origem: Essas uvas vieram da Argentina.
•• Causa: Ele morreu, por cair de um guindaste.
•• Assunto: Conversamos muito sobre política.
•• Meio: Fui de bicicleta ontem.
•• Posse: O carro é de Edison.
•• Matéria: Comprei pão de leite.
•• Oposição: Corinthians contra Palmeiras.
•• Conteúdo: Esse copo é de vinho.
•• Fim ou finalidade: Ele veio para ficar.
•• Instrumento: Você escreveu a lápis.
•• Companhia: Sairemos com amigos.
•• Modo: nas próximas eleições votarei em branco.

Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes
de uma mesma oração.
As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas
•• Edgar tropeçou e torceu o pé.

•• Espero que você seja estudiosa.

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido
completo: período é composto por coordenação.
No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “espero” fica sem
sentido se não há complemento.
Coordenadas – aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
Subordinadas – concessivas, conformativas, causais, consecutivas, comparativas, condicionais,
temporais, finais, proporcionais.

Curiosidade
Das conjunções adversativas, "mas" deve ser empregada sempre no início da oração:
as outras (porém, todavia, contudo, etc.) podem vir no início ou no meio.
Ninguém respondeu a pergunta, mas os alunos sabiam a resposta.

Ninguém respondeu a pergunta; os alunos, porém, sabiam a resposta

Numeral
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Ex.: cinco, dois, duzentos mil
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Ex.: primeiro, segundo, centésimo
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão. Ex.: meio, terço, três quintos
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a
quantidade foi aumentada. Ex.: dobro, triplo, quíntuplo, etc.

Interjeição

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Classifique a classe gramatical das palavras destacadas (substantivo, adjetivo, advérbio)
A cerveja que desce redondo.

A cerveja que eu bebo gelada.

André Vieira é um professor exigente.

O bom da aula é o ensinamento que fica para nós.

Carlos está no meio da sala.

Leu meia página da matéria.

Aquelas jovens são meio nervosas.

Ela estuda muito.

Não faltam pessoas bonitas aqui.

O bonito desta janela é o visual.

Vi um bonito filme brasileiro.

O brasileiro não desiste nunca.

A população brasileira reclama muito de tudo.

O crescimento populacional está diminuindo no Brasil.


Número de matrimônios cresce, mas gaúchos estão entre os que menos casam no país.

Classifique as palavras destacadas, usando este código


1. numeral
2. artigo indefinido
a) ( ) Um dia farei um concurso fácil!
b) ( ) Tu queres uma ou duas provas de Português?
c) ( ) Uma aluna apenas é capaz de enviar os emails.
d) ( ) Zambeli só conseguiu fazer uma prova?
e) ( ) Não tenho muitas canetas. Então pegue só uma para você!
f) ( ) Ontem uma professora procurou por você.
g) ( ) Escrevi um artigo extenso para o jornal!
h) ( ) você tem apenas um namorado né?

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Português – Emprego das Classes de Palavras/Morfologia – Prof. Carlos Zambeli

Preencha as lacunas com os pronomes demonstrativos adequados:


a) A grande verdade é ___________: foi o Zambeli o mentor do plano.
b) Embora tenha sido o melhor plano, ele nunca admitiu _________ fato.
c) Ninguém conseguiu provar sua culpa, diante _____________, o júri teve de absolvê-lo.
d) Assisti à aula de Português aqui no curso. Uma aula _________ é indispensável para mim!
e) Por que você nunca lava _________ mãos?
f) Ana, traga ____________ material que está aí do seu lado.
g) Ana, ajude-me a carregar _______ sacolas aqui.

Classifique a classe gramatical das palavras numeradas no texto extraído do jornal


Zero Hora.
Ciência mostra que estar só pode trazer benefícios, mas também prejudicar a saúde física e
mental
As (1) pessoas preferem sofrer a ficar sozinhas e desconectadas(2), mesmo que por poucos
minutos. Foi isso(3) que mostrou um recente(4) estudo realizado por pesquisadores(5) da
Universidade de(6) Virginia, nos Estados Unidos, e publicado este(7) mês na revista científica(8)
"Science". Colocados sozinhos em uma sala(9), os voluntários do experimento deveriam passar
15 minutos sem fazer(10) nada, longe de seus(11) celulares e qualquer outro estímulo, imersos
em seus pensamentos. Mas(12), caso quisessem, bastava apertar um botão(13) e tomariam
um choque(14) elétrico(15).
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.

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Português

SINTAXE DA ORAÇÃO (ANÁLISE SINTÁTICA)

Frase: é o enunciado com sentido completo, capaz de fazer uma comunicação. Na frase é
facultativo o uso do verbo.
Oração: é o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.
Período: é a oração composta por um ou mais verbos.

SUJEITO
É o ser da oração ou a quem o verbo se refere e sobre o qual se faz uma declaração.
Que (me) é que?
“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro.” (Djavan)

Existem aqui bons alunos, boas apostilas e exemplares professores.

Discutiu-se esse assunto na aula de Português da Casa.

Casos especiais
Sujeito indeterminado – quando não se quer ou não se pode identificar claramente a quem o
predicado da oração se refere. Observe que há uma referência imprecisa ao sujeito. Ocorre
a) Com o verbo na 3ª pessoa do plural, desde que o sujeito não tenha sido identificado
anteriormente.
Falaram sobre esse assunto no bar do curso.

“Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão.”

b) Com o verbo na 3ª pessoa do singular. (VI, VTI, VL) + SE


Precisa-se de muita atenção durante a aula.

Dorme-se muito bem neste hotel.

“Fica-se muito louco quando apaixonado.” (Freud)

www.acasadoconcurseiro.com.br 31
Inexistente (oração sem sujeito) – ocorre quando há verbos impessoais na
oração.

Fenômeno da natureza
Venta forte no litoral cearense!

Deve chover nesta madrugada.

Haver - no sentido de existir, ocorrer, ou indicando tempo decorrido.


"Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.” (Rubem
Alves)

Havia muitas coisas estranhas naquele lugar.

Deve haver bons concursos neste mês.

Devem existir bons concursos neste mês.

Fazer – indicando temperatura, fenômeno da natureza, tempo.


Faz 18ºC em Porto Alegre hoje.

Deve fazer 40ºC amanhã em Recife.

Fez calor ontem na cidade.

Faz 3 anos que eu trabalho na Casa do Concurseiro.

Está fazendo 10 meses que nós nos vimos aqui.

Ser
É impessoal quando se refere a Horário, Data e Distância. A concordância será feita com o
predicativo.
Hoje são 29 de abril.

Hoje é dia 29 de abril.

Eram dezessete horas em Brasília.

Daqui até Porto Alegre são 229 km.

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Sujeito Oracional
Estudar para concursos é muito cansativo.
É necessário que vocês estudem em casa.

“Parecia que era minha aquela solidão.”

Praticar exercícios frequentemente é bom para a saúde.

Seria interessante se você estudasse pela Casa.

TRANSITIVIDADE VERBAL

1. Verbo Intransitivo (VI) – verbo que não exige complemento.


“O poeta pena quando cai o pano, e o pano cai.” (Teatro Mágico)

“Meu coração já não bate nem apanha. ” (Arnaldo Antunes)

2. Verbo Transitivo Direto (VTD) – verbo que precisa de complemento sem preposição.
“O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard.” (Legião Urbana)

“Por onde andei enquanto você me procurava?” (Nando Reis)

3. Verbo Transitivo Indireto (VTI) – verbo que precisa de complemento com preposição.
"Cuida de mim, enquanto não me esqueço de você“ (Teatro Mágico)

“Acreditar por um instante em tudo que existe.” (Legião)

4. Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI) – precisa de 2 complementos. (OD e OI)


“A Mônica explicava ao Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.” (Legião)

“Plantei uma flor no coração dela, e ela me deu um sorriso trazendo paz.” (Natiruts)

5. Verbo de Ligação (VL) – não indicam ação.


Esses verbos fazem a ligação entre 2 termos: o sujeito e suas características. Estas características
são chamadas de predicativo do sujeito.
“O sonho é a realização de um desejo.” (Freud) ser, viver, acha, encontrar, fazer,
Tu estás cansado agora? parecer, estar, continuar, ficar,
permanecer, andar, tornar, virar

www.acasadoconcurseiro.com.br 33
ADJUNTO ADVERBIAL
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, instrumento, lugar,
causa, dúvida, modo, intensidade, finalidade, ...). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo, de um advérbio.

Advérbio X Adjunto Adverbial


Hoje eu prometo a você uma taça de vinho na minha casa alegremente!
Ontem assisti à aula do Zambeli na sala confortavelmente

APOSTO X VOCATIVO
Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto
adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de
forma isolada por pontuação.
Vocativo é o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome.
Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar o receptor a que se
está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação.
Edgar, o professor de matemática, também sabe muito bem Português!

Sempre me disseram duas coisas: estude e divirta-se.

“Não chore, meu amor, tudo vai melhorar” (Natiruts)

Adjunto adnominal é o termo que caracteriza e/ou define um substantivo. As classes de


palavras que podem desempenhar a função de adjunto adnominal são adjetivo, artigos,
pronomes, numerais, locução adjetiva. Portanto se trata de um termo de valor adjetivo que
modificara o nome ao qual se refere.
Artigo – O preço do arroz subiu.
Adjetivos – A política empresarial deve ser o grande debate no seminário.
Pronome – Algumas pessoas pediram essas dicas.
Numeral – Dez alunos dedicados fizeram o nosso simulado.
Locução adjetiva – A aula de Português sempre nos emociona muito!

Complemento Nominal
É o termo preposicionado que completa o sentido de um nome (adjetivo, substantivo ou
advérbio).

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

Temos necessidade de ajuda.

Estamos confiantes na vitória.

OBS.: o complemento nominal pode ser representado por um pronome oblíquo.


Aquela atitude lhe era prejudicial.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o
termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento
nominal.
b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a
substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

CN Adjunto Adnominal
Sempre preposicionado; Nem sempre preposicionado;
Completa substantivo, adjetivo ou advérbio; Refere-se a substantivo abstrato ou concreto;
Sentido passivo. Sentido ativo.

A vila aguarda a construção da escola.

A autora fez uma mudança de cenário.

Observamos o crescimento da economia.

Assaltaram a loja de brinquedos.

Sujeito X Objeto Direto


Existiram algumas reclamações nesta semana.

Ouvi algumas reclamações nesta semana.

Bastam três gostas do remédio.

Tomaram três gostas do remédio.

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Objeto Direto X Objeto Indireto
Gostamos de todas as matérias!

Estudamos todas as matérias!

Assisti aos vídeos no sábado.

Vi os vídeos no sábado.

Objeto Indireto X Complemento Nominal


O livro resistiu ao tempo.

O livro ofereceu resistência ao tempo.

Tenho necessidade de algum tempo livre.

Necessito de algum tempo livre.

Predicativo do sujeito X Adjunto Adverbial


Eu estava nervoso.

Eu estava na rua.

Edgar anda rápido.

Edgar anda estressado.

Classifique os elementos sublinhados das orações abaixo.


a) O aluno voltou da prova.

b) Fatos impressionantes relatou-nos aquele professor.

c) O professor do curso ofereceu-lhe um lugar melhor na sala.

d) Procurei-a por toda a cidade.

e) “Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica...”

f) Talvez ainda haja questões difíceis.

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Português – Sintaxe da Oração (Análise Sintática) – Prof. Carlos Zambeli

g) Taxa de homicídio cresce em 15 anos no país.

h) A prova foi interessante.

i) Hotel oferece promoções aos clientes.

j) Contei-lhe uma historia verdadeira!

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Português
Português

CONCORDÂNCIA VERBAL

Regra geral
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
“A renúncia progressiva dos instintos parece ser um dos fundamentos do desenvolvimento da
civilização humana.” (Freud)
Os concurseiros dedicados adoram esta matéria nas provas.
•• As alunas dedicadas estudaram esse assunto complicado ontem.

1. Se
a) Pronome apassivador – o verbo (VTD ou VTDI) concordará com o sujeito passivo.
•• Compraram-se alguns salgadinhos para a festa.
•• Estuda-se esse assunto na aula.
•• Exigem-se referências do candidato.
•• Emplacam-se os carros novos em três dias.
•• Entregou-se um brinde aos alunos durante o intervalo.

b) Índice de indeterminação do sujeito – o verbo


•• (VL, VI ou VTI) não terá sujeito claro! Terá um sujeito indeterminado.
•• Não se confia em pessoas que não estudam.
•• Necessita-se, no decorrer do curso, de uma boa revisão.
•• Assistiu-se a todas as cenas da novela no capítulo final.

2. Pronome de tratamento
O verbo fica sempre na 3ª pessoa (= ele/eles).
•• Vossa Excelência merece nossa estima. Sua obra é reconhecida por todos.

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3. Haver
No sentido de “existir ou ocorrer” ou indicando “tempo” ficará na terceira pessoa do singular. É
impessoal, ou seja, não possui sujeito.
•• Nesta sala, há bons e maus alunos.
•• Avisaram agora que a sala está desarrumada porque houve um simulado antes.
•• Há pessoas que não valorizam a vida.
•• Deve haver aprovações desde curso.
•• Devem existir aprovações desde curso.

4. Fazer
Quando indica “tempo”, “temperatura” ou “fenômenos da natureza”, também é impessoal e
deverá ficar na terceira pessoa do singular.
•• Faz 3 dias que vi essa aula no site do curso.
•• Fez 35 graus em Recife!
•• Faz frio na serra gaúcha.
•• Deve fazer 15 dias já que enviei o material.

5. Expressões partitivas ou fracionárias


Verbo no singular ou no plural (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de,
a maior parte de, grande parte de...)
•• A maioria das pessoas aceita/ aceitam os problemas sociais.
•• Um terço dos candidatos errou/ erraram aquela questão.

6. Mais de um
O verbo permanece no singular:
•• Mais de um aluno da Casa passou neste concurso.

Se expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo


deverá ficar no plural:
•• Mais de um deputado, mais de um vereador reclamaram dessa campanha.
•• Mais de um jogador se abraçaram após a partida.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

7. Que x Quem
QUE: se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome
relativo.
•• Fui eu que falei. (eu falei) Fomos nós que falamos. (nós falamos)

QUEM: se o sujeito for o pronome relativo quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular
ou concordará com o antecedente do pronome (pouco usado).
•• Fui eu quem falei/ falou. Fomos nós quem falamos/falou.

1. É preciso que se _________ os acertos do preço e se ___________ as regras para não _____
mal-entendidos. ( faça – façam/ fixe – fixem/ existir – existirem)

2. Não ________ confusões no casamento. (poderia haver – poderiam haver)

3. _________de convidados indesejados. (Trata-se – Tratam-se)

4. As madrinhas acreditam que _______convidados interessantes, mas sabem que _______


alguns casados. (exista – existam / podem haver – pode haver)

5. ______vários dias que não se ________casamentos aqui; ________ alguma coisa estranha
no local. (faz – fazem/ realiza – realizam/ deve haver – devem haver)

6. Não ______ emoções que ______esse momento. (existe – existem/ traduza – traduzam)

7. ______ problemas durante o Buffet. (aconteceu – aconteceram)

8. Quando se _____ de casamentos, onde se _______trajes especiais, não _____ tantos


custos para os convidados.(trata – tratam/ exige – exigem/ deve haver – devem haver)

9. _____ às 22h a janta, mas quase não______ convidados.


(Iniciou-se – Iniciaram-se/ havia – haviam)

10. No Facebook, ______fotos bizarras e ______muitas informações inúteis. (publica-se –


publicam-se / compartilha-se – compartilham-se)

11. Convém que se ______nos problemas do casamento e que não se ____ partido da sogra.
(pense – pensem / tome – tomem)

12. Naquele dia, _____________37º C na festa. (fez – fizeram)

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13. __________aos bêbados todo auxílio. (prestou-se – prestaram-se)

14. Não se ____ boas festas de casamento como antigamente. (faz – fazem)

15. No Sul, _______ invernos de congelar. (faz – fazem)

16. É preciso que se ____ aos vídeos e que se ______ os recados.


(assista – assistam / leia – leiam)

17. Convém que se ________ às ordens da sogra e que se _________ os prometidos. (obedeça
– obedeçam / cumpra – cumpram)

18. As acusações do ex-namorado _____ os convidados às lágrimas. (levou / levaram)

19. Uma pesquisa de psicólogos especializados _______ que a maioria dos casamentos não se
_______ depois de 2 anos. (revelou / revelaram – mantém / mantêm)

20. A maior parte dos maridos _____ pela esposa durante as partidas de futebol.
(é provocada / são provocados)

21. Mais de uma esposa ___________ dos maridos. (reclama – reclamam)

Concordância Nominal

Regra geral
Os artigos, os pronomes, os numerais e os adjetivos concordam com o substantivo a que eles
se referem.

Casos especiais
Adjetivo + substantivos de gênero diferente: concordância com o termo mais próximo.
•• Aquele professor ensina complicadas regras e conteúdos.
complicados conteúdos e regras.
•• Notei caídas as camisas e os prendedores.
•• Notei caída a camisa e os prendedores.
•• Notei caído o prendedor e a camisa.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

Substantivos de gêneros diferentes + adjetivo: concordância com o termo mais próximo ou uso
do masculino plural.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageado.
•• A Casa do Concurseiro anunciou a professora e o funcionário homenageados.
•• A Casa do Concurseiro anunciou o funcionário e a professora homenageada.

3. Anexo
•• Seguem anexos os valores do orçamento.
•• As receitas anexas devem conter comprovante.

4. Obrigado – adjetivo
•• “Muito obrigada”, disse a nova funcionária pública!

5. Só
•• “O impossível é só questão de opinião e disso os loucos sabem, só os loucos sabem.”
(Chorão)
•• “Eu estava só, sozinho! Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora
que cai o pano”
•• “Bateu de frente é só tiro, porrada e bomba.” (Valesca Popozuda)

Observação!
A locução adverbial a sós é invariável.

6. Bastante
Adjetivo = vários, muitos
Advérbio = muito, suficiente
•• Entregaram bastantes problemas nesta repartição.
•• Trabalhei bastante.
•• Tenho bastantes razões para estudar na Casa do Concurseiro!

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7. TODO, TODA – qualquer
•• TODO O , TODA A – inteiro
•• “Todo verbo é livre para ser direto ou indireto.” (Teatro Mágico)
•• Todo o investimento deve ser aplicado nesta empresa.

8. É bom, é necessário, é proibido, é permitido


Com determinante = variável
Sem determinante = invariável
•• Vitamina C é bom para saúde.
•• É necessária aquela dica na véspera da prova.
•• Neste local, é proibido entrada de pessoas estranhas.
•• Neste local, é proibida a entrada de pessoas estranhas.

9. Meio
Adjetivo = metade
Advérbio = mais ou menos
•• Comprei meio quilo de picanha.
•• Isso pesa meia tonelada.
•• O clima estava meio tenso.
•• Ana estava meio chateada.

10. Menos e Alerta


Sempre invariáveis
•• Meus professores estão sempre alerta.
•• Tayane tem menos bonecas que sua amiga.

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Português – Concordância Verbal e Nominal – Prof. Carlos Zambeli

1. Complete as lacunas com a opção mais adequada:


a) É _________ (proibido OU proibida) conversa durante a aula.
b) É _________ (proibido OU proibida) a conversa durante a aula.
c) Não é ______ (permitido OU permitida) a afixação de propagandas.
d) Saída a qualquer hora, neste curso, não é _____ (permitido OU permitida).
e) No curso, bebida não é _____ (permitido OU permitida).
f) Crise econômica não é ____ (bom OU boa) para o governo.
g) Bebeu um litro e ________ (meio OU meia) de cachaça.
h) Respondeu tudo com __________ (meio OU meias) palavras.
i) Minha colega ficou ___________ (meio OU meia) angustiada.
j) Ana estava ___________ (meio OU meia) estressada depois da prova.
k) Nesta turma há alunos _________ (meio OU meios) irrequietos.
l) Eles comeram ______________ (bastante OU bastantes).
m) Os alunos saíram da prova _________ (bastante OU bastantes) cansados.
n) Já temos provas _______ (bastante OU bastantes) para incriminá-lo.
o) Os alunos ficam _____ (só OU sós).

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Português

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou as circunstâncias (adjuntos adverbiais).
Um verbo pode assumir valor semântico diferente com a simples mudança ou retirada de uma
preposição.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. São verbos significativos, capazes de


constituir o predicado sozinhos. Sua semântica é completa.
•• O balão subiu.
•• O cão desapareceu desde ontem.
•• Aquela geleira derreteu no inverno passado.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não
exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Zambeli comprou livros nesta loja.
•• Pedro ama, nesta loja, as promoções de inverno.

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que
esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência.
•• Edgar Abreu necessita de férias nesta semana.
•• Pedro confia em Kátia sempre!

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Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções: uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso
implique modificações de sentido. Ou seja, possuem dois complementos: um OD e um OI.
•• Tereza ofereceu livros a Zambeli.
•• O professor emprestou aos alunos desta turma alguns livros novos.

Verbos de Ligação

Esse tipo de verbo tem a função de ligar o sujeito a um estado, a uma característica. A
característica atribuída ao sujeito por intermédio do verbo de ligação chama-se predicativo do
sujeito.
Uma maneira prática de se identificar o verbo de ligação é exclui-lo da oração e observar se
nesta continua a existir uma unidade significativa: Minha professora está atrasada. → Minha
professora atrasada.
São, habitualmente, verbos de ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-
se, achar-se, acabar...

Pronome relativo

QUE:
Retoma pessoas ou coisas.

•• André Vieira, que me ensinou Constitucional, é uma grande professor!

•• Os arquivos das provas de que preciso estão no meu email.

•• O colega em que confio é o Dudan.

Função sintática dos pronomes relativos

Sujeito
•• Os professores que se prepararam para a aula foram bem avaliados.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Objeto direto

•• Chegaram as apostilas que comprei no site.

Objeto indireto

•• Aqui há tudo de que você precisa para o concurso.

Complemento nominal

•• São muitas aprovações de que a Casa do Concurseiro é capaz.

Predicativo do sujeito

•• Reconheço a grande mulher que você é.

Agente da passiva

•• Aquela é a turma do curso por que foste homenageado?

Adjunto adverbial

•• Este é o curso em que trabalho de segunda a sábado!

QUEM:
Só retoma pessoas. Um detalhe importante: sempre antecedido por preposição.

•• A professora em quem tu acreditas pode te ajudar.

•• O amigo de quem Pedro precisará não está em casa.

•• O colega a quem encontrei no concurso foi aprovado.

O QUAL:
Existe flexão de gênero e de número: OS QUAIS, A QUAL, O QUAL, AS QUAIS.

•• O chocolate de que gosto está em falta.

•• O chocolate do qual gosto está em falta.

•• A paixão por que lutarei.

•• A paixão pela qual lutarei.

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•• A prova a que me refiro foi anulada.

•• A prova à qual me refiro foi anulada.

CUJO:
Indica uma ideia de posse. Concorda sempre com o ser possuído.

•• A prova cujo assunto eu não sei será amanhã!

•• A professora com cuja crítica concordo estava me orientando.

•• A namorada a cujos pedidos obedeço sempre me abraça forte.

ONDE:
Só retoma lugar. Sinônimo de EM QUE

•• O país aonde viajarei é perto daqui.

•• O problema em que estou metido pode ser resolvido ainda hoje.

•• O lugar onde deixo meu carro fica próximo daqui.

Assistir
VTD: ajudar, dar assistência:

•• O policial não assistiu as vítimas durante a prova = O policial não as assistiu...

•• O conselho tutelar assiste todas as crianças.

VTI: ver, olhar, presenciar (prep. A obrigatória):

•• Assistimos ao vídeo no youtube = Assistimos a ele.

•• O filme a que eu assisti chama-se “ Intocáveis”.

Pagar e Perdoar
VTD: OD – coisa:

•• Pagou a conta.

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

VTI: OI – A alguém:

•• Pagou ao garçom.

VTDI: alguma COISA A ALGUÉM:

•• Pagou a dívida ao banco.

•• Pagamos ao garçom as contas da mesa.

Querer
VTD – desejar, almejar:

•• Eu quero esta vaga para mim.

VTI – estimar, querer bem, gostar:

•• Quero muito aos meus amigos.

•• Quero a você, querida!

Implicar
VTD: acarretar, ter consequência

•• Passar no concurso implica sacrifícios.

•• Essas medidas econômicas implicarão mudanças na minha vida.

VTI: ter birra, implicância

•• Ela sempre implica com meus amigos!

Preferir
VTDI: exige a prep. A = X a Y

•• Prefiro concursos federais a concursos estaduais.

Ir, Voltar, Chegar


Usamos as preposições A ou DE ou PARA com esses verbos.

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•• Chegamos a casa.

•• Foste ao curso.

Esquecer-se, Lembrar-se: VTI (DE)


Esquecer, Lembrar: VTD
•• Eu nunca me esqueci de você!

•• Esqueça aquilo.

•• O aluno cujo nome nunca lembro foi aprovado.

•• O aluno de cujo nome nunca me lembro foi aprovado.

Aspirar
VTD – respirar

•• Naquele lugar, ele aspirou o perfume dela.

•• O cheiro que aspiramos era do gás!

VTI – desejar, pretender

•• Alexandre aspira ao sucesso nos concursos!

•• O cargo a que todos aspiram está neste concurso.

Obedecer/ desobedecer
VTI = prep. A

•• Zambeli nunca obedece ao sinal de trânsito.

Constar
(A) No sentido de “ser composto de”, constrói-se com a preposição DE:

•• A prova do concurso constará de trinta questões objetivas.

(B) No sentido de “estar incluído, registrado”, constrói-se com a preposição EM:

•• Seu nome consta na lista de aprovados do concurso!

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Português – Regência Nominal e Verbal – Prof. Carlos Zambeli

Visar
VTD – quando significa “mirar”

•• O atirador visou o alvo certo!

VTD – quando significa “assinar”

•• Você já visou o chegue?

VTI – quando significar “ almejar, ter por objetivo”

•• Visamos ao sucesso no vestibular de verão!

•• A vaga a que todos visam está desocupada.

Proceder
VTI (a) – iniciar, dar andamento.

•• Logo procederemos à reunião.

VTI (de) – originar-se.

•• Ele procede de boa família.

VI – ter lógica.

•• Teus argumentos não procedem.

Usufruir – VTD
•• Usufrua os benefícios da fama!

Namorar – VTD
•• Namoro Ana há cinco anos!

Simpatizar/ antipatizar – VTI


•• Eu simpatizei com ela.

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Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivos e seu


respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.
Deve-se considerar que muitos nomes seguem exatamente a mesma regência dos verbos
correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime
dos nomes cognatos. Por exemplo, obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição a: obedecer a algo/a alguém; obediência a algo/a
alguém; obediente a algo/a alguém; obedientemente a algo/a alguém.

admiração a, por horror a


atentado a, contra impaciência com
aversão a, para, por medo a, de
bacharel em, doutor em obediência a
capacidade de, para ojeriza a, por
devoção a, para com, por proeminência sobre
dúvida acerca de, em, sobre respeito a, com, para com, por

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal


a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os
complementos nominais podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Logo, o ermo
ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal.

b) O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a


substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que
recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo.

•• A vila aguarda a construção da escola.

•• A autor fez uma mudança de cenário.

•• Observamos o crescimento da economia.

•• Assaltaram a loja de brinquedos.

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Português
Português

CRASE

Eles foram à praia no fim de semana (A prep. + A artigo)


A aluna à qual me refiro é estudiosa (A prep. + A do pronome relativo A Qual)
A minha blusa é semelhante à de Maria (A prep. + A pronome demonstrativo)
Ele fez referência àquele aluno (A prep. + A pronome demonstrativo Aquele).

Ocorre crase

1. Substitua a palavra feminina por outra masculina correlata; em surgindo a combinação AO,
haverá crase.
•• Eles foram à praia.
•• O menino não obedeceu à professora.
•• Sou indiferente às críticas!

2. Substitua os demonstrativos Aqueles(s), Aquela(s), Aquilo por A este(s), A esta(s), A isto;


mantendo-se a lógica, haverá crase.
•• Ele fez referência àquele aluno.
•• Aquele: Refiro-me àquele rapaz.
•• Aquela: Dei as flores àquela moça!
•• Aquilo: Refiro-me àquilo que me contastes

3. Nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais.


à frente de; à espera de; à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas;
à medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.
•• Pagamos a vista / à vista.
•• Tranquei a chave / à chave.
•• Estudaremos a sombra / à sombra.

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4. Na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão “meio-dia”;
se aparecer AO antes de “meio-dia”, devemos colocar o acento, indicativo de crase no A.
•• Ele saiu às duas horas e vinte minutos. (ao meio dia)
•• Ele está aqui desde as duas horas. (o meio-dia).

5. Antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se dissermos VOLTO
DA, haverá acento indicativo de crase; se dissermos VOLTO DE, não ocorrerá o acento.
•• Vou à Bahia. (volto da). Vou a São Paulo (volto de).

Observação:
Se o nome do lugar estiver acompanhado
de uma característica (adjunto
adnominal), o acento será obrigatório.

•• Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações.

6. Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais


A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as quais depende do verbo. Se o
verbo que rege esses pronomes exigir a preposição "a", haverá crase.
•• São regras às quais todos os funcionários devem obedecer.
•• Esta foi a conclusão à qual Pedro Kuhn chegou.
•• A novela à qual assisto passa também na internet.

7. Crase com o Pronome Demonstrativo "a“


•• Minha crise é ligada à dos meus irmãos
•• Suas lutas não se comparam as dos jovens de hoje.
•• As frases são semelhantes às da minha ex-namorada.

8. Se a palavra "distância" estiver determinada, especificada, o "a" deve ser acentuado.


Observe:
•• A cidade fica à distância de 70 km daqui (determinada).
•• A cidade fica a grande distância daqui (não-determinada).

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Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

Crase Opcional

1. Antes de nomes próprios femininos.


•• Entreguei o presente a Ana (ou à Ana).

2. Depois da preposição ATÉ.


•• Fui até a escola. (ou até à escola).

3. Antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular.


•• Fiz alusão a minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua.

Não ocorre crase

1. Antes de palavras masculinas.


•• Ele saiu a pé.
•• Barco a vapor.

2. Antes de verbos.
•• Estou disposto a colaborar com ele.
•• Produtos a partir de R$ 1,99.

3. Antes de artigo indefinido.


•• Fomos a uma lanchonete no centro.

4. Depois de preposição diferente de A


•• Eles foram para a praia.
•• Ficaram perante a torcida após o gol.

5. Antes de alguns pronomes


•• Passamos os dados do projeto a ela.
•• Eles podem ir a qualquer restaurante.
•• Refiro-me a esta aluna.
•• A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada.
•• O restaurante a cuja dona me referi é ótimo.

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6. Quando o A estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural.
•• Refiro-me a pessoas que são competentes.
•• Entregaram tudo a secretárias do curso.

7. Em locuções formadas pela mesma palavra.


•• Tomei o remédio gota a gota.
•• A vítima ficou cara a cara com o ladrão.

Utilize o acento indicativo de crase quando necessário.


a) Chegamos a ideia de que a regra não se refere a pessoas jovens.
b) A todo momento, damos sinais de que nos apegamos a vida.
c) Ela elevou-se as alturas.
d) Os alunos davam valor as normas da escola.
e) As duas horas as pegaríamos a frente da escola.
f) Ele veio a negócios e precisa falar a respeito daquele assunto.
g) Foi a Bahia, depois a São Paulo e a Porto Alegre.
h) Eles tinham a mão as provas que eram necessárias.
i) Graças a vontade de um companheiro de trabalho, reformulamos a agenda da semana.
j) Refiro-me a irmã do colega e as cunhadas, mas nada sei sobre a mãe dele.
k) Aderiu a turma a qual todos aderem.
l) A classe a qual pertenço é a única que não fará a visita aquela praia.
m) Não podemos ignorar as catástrofes do mundo e deixar a humanidade entregue a própria
sorte.
n) Somos favoráveis as orientações dos professores.
o) O ser humano é levado a luta que tem por meta a resolução das questões relativas a
sobrevivência.
p) Sou a favor da preservação das baleias.
q) Fique a espera do chefe, pois ele chegará as 14h.
r) A situação a que me refiro tornou-se complexa, sujeita a variadas interpretações.
s) Após as 18h, iremos a procura de auxilio.
t) Devido a falta de quorum, suspendeu-se a sessão.
u) As candidatas as quais foram oferecidas as bolsas devem apresentar-se até a data marcada.

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Português – Crase – Prof. Carlos Zambeli

v) Dedicou-se a uma atividade beneficente, relacionada a continuidade do auxílio as camadas


mais pobres da população.
w) Se você for a Europa, visite os lugares a que o material turístico faz referência.
x) Em relação a matéria dada, dê especial atenção aquele caso em que aparece a crase.
y) Estaremos atendendo de segunda a sexta, das 8h as 19h.
z) A pessoa a quem me refiro dedica-se a arte da cerâmica.

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Português

SINTAXE DO PERÍODO

Coordenativas: Ligam orações independentes, ou seja, que possuem sentido completo.

1. Aditivas: Expressam ideia de adição, soma, acréscimo.


São elas: e, nem,não só... mas também, mas ainda, etc.
•• “A alegria evita mil males e prolonga a vida.” (Shakespeare)

•• “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia)

•• Não avisaram sobre o feriado, nem cancelaram as aulas.

2. Adversativas: Expressam ideia de oposição, contraste.


São elas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, etc.

•• “Sejamos todas as capas de edição especial, mas, porém, contudo, entretanto, todavia, não
obstante sejamos também a contracapa, porque ser a capa e ser contracapa é a beleza da
contradição.” (Teatro Mágico)

•• “Todos caem; apenas os fracos, porém, continuam no chão.” (Bob Marley)

3. Alternativas: Expressam ideia de alternância ou exclusão.


São elas; ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, etc.
•• “Toda ação humana, quer se torne positiva, quer negativa, precisa depender de motivação.” (Dalai Lama)

•• Ora estuda com disposição, ora dorme em cima das apostilas.

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4. Conclusivas: Expressam ideia de conclusão ou uma ideia consequente do que se disse
antes. São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, assim, de modo que, em vista
disso então, pois (depois do verbo) etc.

•• Apaixonou-se; deve, pois, sofrer em breve.

•• “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se
chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente
viver.” (Dalai Lama)

5. Explicativas: A segunda oração dá a explicação sobre a razão do que se afirmou na primeira


oração. São elas: pois, porque, que.

•• “Não faças da tua vida um rascunho, pois poderás não ter tempo de passá-la a limpo.”
(Mario Quintana)

•• “Prepara, que agora é a hora do show das poderosas.” (Chico Buarque #sqn)

•• Edgar devia estar nervoso, porque não parava de gritar na aula.

Subordinativas: ligam orações dependentes, de sentido incompleto, a uma oração principal


que lhe completa o sentido. Podem ser adverbiais, substantivas e adjetivas; neste caso,
estudaremos as conjunções que introduzem as orações subordinadas adverbiais.

1. Causais: Expressam ideia de causa, motivo ou a razão do fato expresso na oração principal.
São elas: porque, porquanto, posto que, visto que, já que, uma vez que, como, etc.

•• “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes.” (Willian


Shakespeare)

•• “Que eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure.” (Vinicius de Morais)

2. Comparativas: Estabelecem uma comparação com o elemento da oração principal. São


elas: como, que (precedido de “mais”, de “menos”, de “tão”), etc.

•• “Como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade.” (Teatro Mágico)

•• “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.” (Legião)

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Português – Sintaxe do Período – Prof. Carlos Zambeli

3. Condicionais: Expressam ideia de condição ou hipótese para que o fato da oração principal
aconteça. São elas: se, caso, exceto se, a menos que, salvo se, contanto que, desde que,
etc.
“Se tu me amas, ama-me baixinho

Não o grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres, enfim,

tem de ser bem devagarinho, Amada,

que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...” (Mario Quintana)

•• “Se as pessoas são boas só porque temem a punição, e esperam a recompensa, então nós
somos mesmo uns pobres coitados.” (Albert Einstein)

4. Consecutivas: Expressam ideia de consequência ou efeito do fato expresso na oração


principal. São elas: que (precedido de termo que indica intensidade: tão, tal, tanto, etc.), de
modo que, de sorte que, de maneira que, etc.

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.” (Fernando Pessoa)

•• A gente estuda tanto durante a semana que no sábado só quer revisar Português.

5. Conformativas: Expressam ideia de conformidade ou acordo em relação a um fato expresso


na oração principal. São elas: conforme, segundo, consoante, como.

•• Segundo indicam as pesquisas, o candidato não tem chances.

•• Como tínhamos imaginado, a Casa do Concurseiro sempre é a melhor opção.

6. Concessivas: Expressam ideia de que algo que se esperava que acontecesse, contrariamente
às expectativas, não acontece. São elas: embora, conquanto, ainda que, se bem que,
mesmo que, apesar de que, etc.

•• “Mesmo que seja desacreditado e ignorado por todos, não posso desistir, pois para
mim, vencer é nunca desistir.” (Albert Einstein)

•• “Ainda que o bem que persigo esteja distante, sei que existe.” (Confúcio)

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7. Finais: Expressam ideia de finalidade. São elas: a fim de que, para que, que, etc.

“Para ser grande, sê inteiro; nada teu exagera ou exclui;


Sê todo em cada coisa; põe quanto és
No mínimo que fazes;
Assim em cada lago, a lua toda
Brilha porque alta vive.” (Fernando Pessoa)

•• As pessoas devem estudar para que seus sonhos se realizem.

8. Proporcionais: Expressam ideia de proporção, simultaneidade. São elas: à medida que, à


proporção que, ao passo que, etc.

•• Ao passo que o tempo corre, mais nervoso vamos ficando.

9. Integrantes: Introduzem uma oração que integra ou completa o sentido do que foi expresso
na oração principal. São elas: que, se.

•• “Mas o carcará foi dizer à rosa que a luz dos cristais vem da lua nova e do girassol.”
(Natiruts)

•• “Preciso demonstrar pra ela que mereço seu tempo para dizer um pouco das ideias novas."
(Natiruts)

10. Temporais: expressam anterioridade, simultaneidade, posteridade relativas ao que vem


expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, assim que, desde que, logo que,
depois que, antes que, sempre que, etc.

•• “Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti .” (Tim Maia)

•• “Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você.” (Teatro Mágico)

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Português
Português

PONTUAÇÃO

Emprego da vírgula

Na ordem direta da oração (sujeito + verbo + complemento(s) + adjunto adverbial), NÃO use
vírgula entre os termos. Isso só ocorrerá ao se deslocarem o predicativo ou o adjunto adverbial.
•• “Não boto bomba em banca de jornal.” (Renato Russo)

•• Os jornais informaram aos leitores os últimos concursos.

Dica zambeliana = Não se separam por vírgula:

•• predicado de sujeito = Ocorrem, alguns protestos no centro!

•• objeto de verbo = Enviamos, ao grupo, todas as questões.

•• adjunto adnominal de nome = A questão, de Português, está comentada no site!

Entre os termos da oração

1. para separar itens de uma série (Enumeração)

•• “O que era sonho se tornou realidade de pouco em pouco a gente foi erguendo o nosso

próprio trem, nossa Jerusalém, nosso mundo, nosso carrossel.” (Jeneci)

•• Hoje, enfrentamos muitos problemas. Alguns criados por nós em consequência de diferen-
ças ideológicas, religiosas, raciais, econômicas.

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2. para assinalar supressão de um verbo.
•• Ela almeja aprovação; eu, nomeação.

3. para separar o adjunto adverbial deslocado.


•• “No meio do caminho, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho.”
(Carlos Drummond de Andrade)

•• “Na centralização administrativa, o Estado atua diretamente por meio de seus órgãos, ou
seja, das unidades que são meras repartições interiores de sua pessoa e que, por isso, dele
não se distinguem”.

•• A mentira é, muita vezes, tão involuntária como a respiração. (Machado de Assis)

Obs.: Se o adjunto adverbial for pequeno, a utilização da vírgula não é necessária, a não ser que
se queira enfatizar a informação nele contida.

•• “Hoje eu tenho uma proposta: a gente se embola e perde a linha a noite toda.” (Ludmilla)

4. para separar o aposto.


•• “Pois eu vou fazer uma prece prá Deus, nosso Senhor, prá chuva parar de molhar o meu
divino amor...” (Jorge Ben)

•• O FGTS, conta vinculada ou poupança forçada, é um direito dos trabalhadores rurais e


urbanos que está expresso no artigo 7º da Constituição Federal, a Carta Magna.

5. para separar o vocativo.


•• “É, morena, tá tudo bem, sereno é quem tem a paz de estar em par com Deus.” (Marcelo Camelo)

6. para separar expressões explicativas, retificativas, continuativas, conclusivas ou


enfáticas (aliás, além disso, com efeito, enfim, isto é, em suma, ou seja, ou melhor,
por exemplo, etc).
•• “A vida, enfim, vivida de manhã quando tenho você.” (Vanguart)

•• Com efeito, o caminho de um concurseiro é longo e árduo. Por exemplo, grande parte do seu
tempo livre é dedicada a estudos, ou seja, a vida social pode ficar um pouco comprometida,
ou melhor, abandonada. Além disso, é necessário disciplina e esforço, mas, enfim, vale a

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

pena: o concurseiro pode alcançar estabilidade financeira, isto é, jamais conhecer a palavra
desemprego, em suma, o sonho de todos.

Entre as orações

1. para separar orações coordenadas assindéticas.

•• ” O girino é o peixinho do sapo, o silêncio é o começo do papo, o bigode é a antena do gato,

o cavalo é o pasto do carrapato, o cabrito é o cordeiro da cabra, o pescoço é a barriga da

cobra.” (Arnaldo Antunes)

•• “Não fique pela metade, vá em frente, minha amiga, destrua a razão desse beco sem saída.”
(Engenheiros do Hawaii)

2. As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula. Orações


coordenadas são as que indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou, ou ...
ou, ora ... ora), adversidade (mas, porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e
explicação (porque, pois).
•• Estudar para concursos é coisa séria entretanto as pessoas, muitas vezes, levam na
brincadeira.

•• Estou sem celular, portanto não estarei respondendo no whats!

3. para separar orações coordenadas sindéticas ligadas por “e”, desde que os
sujeitos sejam diferentes.
•• “De repente, a dor de esperar terminou, e o amor veio enfim.” (Tim Maia)

•• “A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é


impossível sem um rigoroso controle da gula.” (Mahatma Gandhi)

4. para separar orações adverbiais, especialmente quando forem longas.


•• Em determinado momento, todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

•• “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” (Vinícius de Moraes)

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5. para separar orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas, tanto
desenvolvidas quanto reduzidas.
•• Como não tinha muito tempo para estudar em casa, aproveitava bem a aula.

•• Começaremos, assim que todos os alunos chegarem, a trabalhar.

6. Orações subordinadas adjetivas


Podem ser:
a) Restritivas – delimitam o sentido do substantivo antecedente (sem vírgula). Encerram uma
qualidade que não é inerente ao substantivo.

•• “Com a chuva molhando o seu corpo lindo que eu vou abraçar”. (Jorge Ben)

•• “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam
escutar a música.” (Friedrich Nietzsche)

•• “ Eu tenho meus amigos que só aparecem quando eu bebo.” (Vanguart)

b) Explicativas – explicações ou afirmações adicionais ao antecedente já definido plenamente


(com vírgula). Encerram uma qualidade inerente ao substantivo.

•• O Decreto nº 1.171/1994, que aprova o Código de Ética Profissional do servidor público civil
do Poder Executivo Federal, determina que a função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.

•• Os alunos, que são esforçados, conseguem obter um bom resultado nos concursos.

•• As mulheres, que lidam com muitas coisas ao mesmo tempo, desenvolvem proveitosas
habilidades.

Emprego do Ponto-e-Vírgula

1. para separar orações que contenham várias enumerações já separadas por vírgula
ou que encerrem comparações e contrastes.

•• “Há cinco coisas neste mundo que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice,
quando se está envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à
enfermidade; terceira, não morrer quando o corpo deve morrer; quarta, negar a dissolução,

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Português – Pontuação – Prof. Carlos Zambeli

quando, de fato, há a dissolução do corpo; quinta, negar a extinção, quando tudo deve
extinguir-se.” (Buda)

•• “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor; o Diabo, invejoso, fez o homem
confundir fé com religião e amor com casamento.” (Machado de Assis)

2. para separar orações em que as conjunções adversativas ou conclusivas estejam


deslocadas.
•• “A carne é boa; não creio, porém, que valha a de um camundongo, mas camundongo é que
não há aqui.” (Machado de Assis)

•• Vamos terminar este namoro; considere-se, portanto, livre deste compromisso.

3. para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia,


entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.
•• Gostaria de estudar hoje; todavia, só chegarei perto dos livros amanhã.

Emprego dos Dois-Pontos

1. para anunciar uma citação.


•• Já dizia Freud: “Poderíamos ser melhores, se não quiséssemos ser tão bons.”

2. para anunciar uma enumeração, um aposto, uma explicação, uma consequência


ou um esclarecimento.
•• “O uísque é o melhor amigo do homem: é um cachorro engarrafado.” (Vinícius de Moraes)

•• Os alunos vieram à aula e trouxeram algumas coisas: apostila, canetas e muita vontade.

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Português

IDENTIFICAÇÃO DA IDEIA CENTRAL

Trata-se de realizar “compreensão” de textos, ou seja, estabelecer relações com os


componentes envolvidos em dado enunciado, a fim de que se estabeleçam a apreensão e a
compreensão por parte do leitor.

Interpretar x Compreender

INTERPRETAR é COMPREENDER é
•• Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, •• Intelecção, entendimento, percepção
inferir. do que está escrito.
•• APARECE ASSIM NA PROVA •• APARECE ASSIM NA PROVA
•• Através do texto, infere-se que... •• é sugerido pelo autor que
•• É possível deduzir que... •• De acordo com o texto, é correta ou
•• O autor permite concluir que errada a afirmação
•• Qual é a intenção do autor ao afirmar •• O narrador afirma
que

Procedimentos

Enunciados Possíveis
“Qual é a ideia central do texto?”
“O texto se volta, principalmente, para”

Observação de
1. Fonte bibliográfica;
2. Autor;
3. Título;
4. Identificação do “tópico frasal”;
5. Identificação de termos de aparecimento frequente (comprovação do tópico);
6. Procura, nas alternativas, das palavras-chave destacadas no texto.

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EXEMPLIFICANDO
Banho de mar é energizante?
Embora não existam comprovações científicas, muitos especialistas acreditam que os banhos
de mar tragam benefícios à saúde. “A água marinha, composta por mais de 80 elementos
químicos, alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua
composição, por isso pode ser considerada energizante”, afirma a terapeuta Magnólia Prado de
Araújo, da Clínica Kyron Advanced Medical Center, de São Paulo. “Além disso, as ondas do mar
fazem uma massagem no corpo que estimula a circulação sanguínea periférica e isso provoca
aumento da oxigenação das células”, diz Magnólia.
Existe até um tratamento, chamado talassoterapia (do grego thalasso, que significa mar), surgido
em meados do século IX na Grécia, que usa a água do mar como seu principal ingrediente.
Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças
como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e
magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas. Todo esse conhecimento, no entanto,
carece de embasamento científico. “Não conheço nenhum trabalho que trate desse tema com
seriedade, mas intuitivamente creio que o banho de mar gera uma sensação de melhora e
bem-estar”, diz a química Rosalinda Montoni, do Instituto Oceanográfico da USP.
Revista Vida Simples.

1. Fonte bibliográfica: revista periódica de circulação nacional. O próprio nome da revista –


Vida Simples – indica o ponto de vista dos artigos nela veiculados.
2. O fato de o texto não ser assinado permite-nos concluir que se trata de um EDITORIAL
(texto opinativo) ou de uma NOTÍCIA (texto informativo).
3. O fato de o título do texto ser uma pergunta permite-nos concluir que o texto constitui-se
em uma resposta (geralmente, nos primeiros períodos).
4. Identificação do tópico frasal: percebido, via de regra, no 1º e no 2º períodos, por meio das
palavras-chave (expressões substantivas e verbais): não existam / comprovações científicas /
especialistas acreditam / banhos de mar / benefícios à saúde.
5. Identificação de termos cujo aparecimento frequente denuncia determinado enfoque
do assunto: água marinha / alivia tensões musculares / pode ser considerada energizante /
terapeuta / ondas do mar / estimula a circulação sanguínea / aumento da oxigenação das células
/ talassoterapia / água do mar / tratar doenças / conhecimento / carece de embasamento
científico.

1. Qual é a ideia central do texto acima?


a) Os depoimentos científicos sobre as propriedades terapêuticas do banho de mar são
contraditórios.
b) Molhar-se com água salgada é energizante, mas há necessidade de cuidados com infecções.
c) O banho de mar tem uma série de propriedades terapêuticas, que não têm comprovação
científica.
d) Os trabalhos científicos sobre as propriedades medicinais do banho de mar têm publicações
respeitadas no meio científico.
e) A água do mar é composta por vários elementos químicos e bactérias que atuam no sistema
nervoso.

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Português – Identificação da Ideia Central – Prof. Carlos Zambeli

Conclusão
1. Ideia central = palavra-chave 1º e 2º períodos.

2. Comprovação = campo lexical.

3. Resposta correta = a mais completa


(alternativa com maior número de palavras-chave destacadas no texto).

Campo Lexical

Conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.


Exemplo:
•• Medicina: estetoscópio, cirurgia, esterilização, medicação
•• Concurso, prova, gabarito, resultado, candidato, gabarito

EXEMPLIFICANDO
Trecho do discurso do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã.
“Essa atrocidade (o atentado de 11/09, em NY) foi um ataque contra todos nós, contra pessoas
de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al-Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-
Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos
meios de vida. As empresa aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetadas, e a confiança
econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.”

2. Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem


a) moral.
b) militar.
c) jurídica.
d) religiosa.
e) econômica.

Gabarito: 1. C 2. E

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Português

ESTRATÉGIA LINGUÍSTICA

Que que é isso?


Genericamente, estratégias textuais, linguísticas e discursivas seriam "táticas", "escolhas" do
falante/ escritor com relação ao modo como ele se utiliza da linguagem. 
As estratégias textuais dizem respeito especificamente à construção do texto – oral ou escrito
–, considerando que o texto é uma tessitura de linguagem que se enquadra em determinada
esfera e gênero, que detém sentido para o falante e para o interlocutor, e que depende de
certas características (como coesão e coerência) para ser adequadamente construído e
apropriadamente chamado de texto.
As estratégias linguísticas estão mais diretamente ligadas à linguagem em sua acepção
estruturalista/formalista: léxico, sintaxe, prosódia. As estratégias discursivas dizem respeito à
linguagem enquanto discurso, ou seja, interação, envolvendo sujeitos, contexto, condições de
produção.

(Gazeta do Povo, online. 05.03.2009)

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1. Palavras Desconhecidas = Paráfrases e Campo Semântico

Paráfrase é a reescritura do texto, mantendo-se o mesmo significado, sem prejuízo do sentido


original.
A paráfrase pode ser construída por várias formas:
•• substituição de locuções por palavras;
•• uso de sinônimos;
•• mudança de discurso direto por indireto e vice-versa;
•• conversão da voz ativa para a passiva;
•• emprego de antonomásias ou perífrases (Machado de Assis = O bruxo do Cosme Velho; o
povo lusitano = portugueses).

EXEMPLIFICANDO

1. Como o “interior” é uma região mais ampla e tem população rarefeita, a expressão “se
dissemina” está sendo empregada com o sentido de “se atenua”, “se dissolve”.
Como regra, a epidemia começa nos grandes centros e se dissemina pelo interior. A incidência
nem sempre é crescente; a mudança de fatores ambientais pode interferir em sua escalada.
( ) Certo ( ) Errado

Epidemia: manifestação muito numerosa de qualquer fato ou conduta; proliferação generalizada.


Disseminar: espalhar(-se), difundir(-se), propagar(-se).

2. Supondo que a palavra “eclético” seja desconhecida para o leitor, a melhor estratégia de que
ele pode valer-se para tentar detectar o seu significado será
O sucesso deveu-se ao caráter eclético de sua administração. Pouco se lhe dava que lhe
exigissem sua opinião. Sua atitude consistia sempre em tomar uma posição escolhida entre as
diversas formas de conduta ou opinião manifestadas por seus assessores.
a) aproximá-la de outras palavras da língua portuguesa que tenham a mesma terminação
como “político” e “dinâmico”.
b) considerá-la como qualificação de profissionais que atuam na administração de alguma
empresa.
c) associá-la às palavras “sucesso” e “caráter”, de forma a desvendar o seu sentido correto,
“que ofusca, que obscurece os demais”.
d) observar o contexto sintático em que ela ocorre, ou seja, trata-se de um adjunto adnominal.
e) atentar para a paráfrase feita no segundo período.

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

2. Observação de palavras de cunho categórico: Advérbios & Artigos

3. Seria mantida a coerência entre as ideias do texto caso o segundo período sintático fosse
introduzido com a expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral”
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo
capitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das
sociedades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não
contribuem para a fixação de uma tradição democrática.
( ) Certo ( ) Errado

4. Por meio da afirmativa destacada, o autor


Os ecos da Revolução do Porto haviam chegado ao Brasil e bastaram algumas semanas para
inflamar os ânimos dos brasileiros e portugueses que cercavam a corte. Na manhã de 26 de
fevereiro, uma multidão exigia a presença do rei no centro do Rio de Janeiro e a assinatura
da Constituição liberal. Ao ouvir as notícias, a alguns quilômetros dali, D. João mandou fechar
todas as janelas do palácio São Cristóvão, como fazia em noites de trovoadas.
a) exprime uma opinião pessoal taxativa a respeito da atitude do rei diante da iminência da
Revolução do Porto.
b) critica de modo inflexível a atitude do rei, que, acuado, passa o poder para as mãos do
filho. de modo inflexível – loc. adverbial
c) demonstra que o rei era dono de uma personalidade intempestiva, que se assemelhava a
uma chuva forte.
d) sugere, de modo indireto, que o rei havia se alarmado com a informação recebida.
e) utiliza-se de ironia para induzir o leitor à conclusão de que seria mais do que justo depor o
rei. mais do que justo – expressão adverbial

5. Do fragmento Foi o outro grande poeta chileno, infere-se que houve apenas dois grandes
poetas no Chile.
Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força
lírica supera todos os seus defeitos. Sem dúvida, há um “problema Pablo Neruda”. Foi o outro
grande poeta chileno, seu contemporâneo Nicanor Parra (depois de passar toda uma longa vida
injustamente à sombra de Neruda), quem o formulou com maliciosa concisão.
( ) Certo ( ) Errado

6. Assinale a opção correta.


Mas, como toda novidade, a nanociência está assustando. Afinal, um material com
características incríveis poderia também causar danos incalculáveis ao homem ou ao meio
ambiente. No mês passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar
contra calças nanotecnológicas que seriam superpoluentes.
a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.
b) Produtos criados pela nanotecnologia só apresentam pontos positivos.
c) Os danos ao meio ambiente são provocados pela nanotecnologia.
d) Os ativistas mostraram que as calças nanotecnológicas provocam poluição.

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3. Marcadores Linguísticos
•• expressões que indicam soma ou alternância: não só... mas também, ou, etc.;
•• expressões de acréscimo, de progressão, de continuidade ou de inclusão: até, além disso,
desde, etc.;
•• preposições: até (inclusão ou limite), com (companhia ou matéria), de (diversas relações:
tempo, lugar, causa, etc.), desde (tempo, lugar, etc.), entre (intervalo, relação, etc.), para
(lugar, destinatário, etc.), etc.;
•• Exemplos matemáticos: lançado do alto / lançado para o alto; números de 12 a 25 /
números entre 12 e 25.

EXEMPLIFICANDO
7. Assinale a alternativa que encontra suporte no texto.
Profetas do possível
Até que ponto é possível prever o futuro? Desde a Antiguidade, o desafio de antecipar o dia de
amanhã tem sido o ganha-pão dos bruxos, dos místicos e dos adivinhos. Ainda hoje, quando
o planeta passa por mudanças cada vez mais rápidas e imprevisíveis, há quem acredite que 
é possível dominar as incertezas da existência por  meio das cartas do tarô e da posição dos
astros. Esse tipo de profecia nada tem a ver com a Ciência. Os cientistas também apontam seus
olhos para o futuro, todavia de uma maneira diferente. Eles avaliam o estágio do  saber de
sua própria época para projetar as descobertas que se podem esperar. Observam a natureza
para reinventá-la a serviço do homem.
Superinteressante
a) O articulador “até” indica o limite de previsibilidade do futuro.
b) A partir da Antiguidade, prever a sorte passou a ser a ocupação de místicos de toda ordem.
c) Profecias e Ciência são absolutamente incompatíveis.
d) Além das cartas de tarô e da posição dos astros, os crédulos atuais buscam saber o futuro
por meio da consulta a bruxos.
e) Os cientistas não só observam a natureza – como o fazem os místicos –, mas também
buscam moldá-la às necessidades humanas, considerando o estágio atual do conhecimento.
Gabarito: 1. E 2. E 3. E 4. D 5. C 6. A 7. E

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

Estratégia linguística 2 (agora vai)

1. Observação de palavras de cunho categórico:

•• Tempos verbais
•• Expressões restritivas
•• Expressões totalizantes
•• Expressões enfáticas

Tempos Verbais

1. É irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-
sucedidos na profissão.
O emprego das formas verbais grifadas acima denota
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
a) hipótese passível de realização.
b) fato real e definido no tempo.
c) condição de realização de um fato.
d) finalidade das ações apontadas no segmento.
e) temporalidade que situa as ações no passado.

2. Provoca-se incoerência textual e perde-se a noção de continuidade da ação ao se substituir a


expressão verbal vem produzindo por tem produzido.
Na verdade, a integração da economia mundial — apontada pelas nações ricas e seus prepostos
como alternativa única — vem produzindo, de um lado, a globalização da pobreza e, de outro,
uma acumulação de capitais jamais vista na história, o que permite aos grandes grupos
empresariais e financeiros atuar em escala mundial, maximizando oportunidades e lucros.
( ) Certo ( ) Errado

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Expressões Restritivas

3. Depreende-se da argumentação do texto que o autor considera as instituições como as únicas


“características fixas” aceitáveis de “democracia”.
Na verdade, o que hoje definimos como democracia só foi possível em sociedades de tipo ca-
pitalista, mas não necessariamente de mercado. De modo geral, a democratização das socie-
dades impõe limites ao mercado, assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. Penso que temos de refletir um pouco a respeito
do que significa democracia. Para mim, não se trata de um regime com características fixas,
mas de um processo que, apesar de constituir formas institucionais, não se esgota nelas. [...]
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com
adaptações).

( ) Certo ( ) Errado

4. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonização do imaginário não


busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:
Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma
visão eurocêntrica da “conquista” da América, dedicando-se a retraçá-la a partir do ponto de
vista dos “vencidos”, enquanto outros continuaram a reconstituir histórias da instalação de
sociedades europeias em solo americano. Antropólogos, por sua vez, buscaram nos documentos
produzidos no período colonial informações sobre os mundos indígenas demolidos pela
colonização. A colonização do imaginário não busca nem uma coisa nem outra.
(Adaptado de PERRONE-MOISÉS, Beatriz, Prefácio à edição brasileira de GRUZINSKI, Serge, A
colonização do imaginário: sociedades indígenas e ocidentalização no México espanhol
(séculos XVI-XVIII)).

a) não tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presença
das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antropólogo.
b) não quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente
certos historiadores, ao contrário de outros, tentam contar a história do descobrimento da
América do modo como foi visto pelos nativos.
c) não pretende retraçar nenhum perfil − dos vencidos ou dos vencedores − nem a trajetória
dos europeus na conquista da América.
d) não busca continuar a tradição de pesquisar a estrutura dos mundos indígenas e do mundo
europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da América.
e) não se concentra nem na construção de uma sociedade europeia na colônia − quer
observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos −, nem no
resgate dos mundos indígenas.

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Expressões Totalizantes

5. De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta,


A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas como a funções e coloca
problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a
biodiversidade pode significar:
•• a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical;
•• a proteção das populações cujos sistemas de produção e de cultura repousam num dado
ecossistema;
•• a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria
prima, para produzir mercadorias.
a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos ecossistemas.
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos,
independentemente do equilíbrio ecológico.
c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da
terra e de seus recursos.
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações
não devem constituir preocupação para ninguém.
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram aspectos ecológicos, quanto as que
levam em conta aspectos sociais e econômicos.

6. A argumentação do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razão por que


Quando alguém ouve que existem tantas espécies de plantas no mundo, a primeira reação
poderia ser: certamente, com todas essas espécies silvestres na Terra, qualquer área com um
clima favorável deve ter tido espécies em número mais do que suficiente para fornecer muitos
candidatos ao desenvolvimento agrícola.
Mas então verificamos que a grande maioria das plantas selvagens não é adequada por
motivos óbvios: elas servem apenas como madeira, não produzem frutas comestíveis e suas
folhas e raízes também não servem como alimento. Das 200.000 espécies de plantas selvagens,
somente alguns milhares são comidos por humanos e apenas algumas centenas dessas são mais
ou menos domesticadas. Dessas várias centenas de culturas, a maioria fornece suplementos
secundários para nossa dieta e não teriam sido suficientes para sustentar o surgimento de
civilizações. Apenas uma dúzia de espécies representa mais de 80% do total mundial anual
de todas as culturas no mundo moderno. Essas exceções são os cereais trigo, milho, arroz,
cevada e sorgo; o legume soja; as raízes e os tubérculos batata, mandioca e batata-doce; fontes
de açúcar como a cana-de-açúcar e a beterraba; e a fruta banana. Somente os cultivos de
cereais respondem atualmente por mais da metade das calorias consumidas pelas populações
humanas do mundo.
Com tão poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrás, é menos
surpreendente que muitas áreas no mundo não tenham nenhuma planta selvagem de grande
potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma única planta nova que produza alimento nos
tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas
selvagens aproveitáveis e domesticado aquelas que valiam a pena.
(Jared Diamond. Armas, germes e aço)

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a) existiria uma dúzia de exceções dentre todas as espécies de plantas selvagens que seriam
monopólio das grandes civilizações.
b) tão poucas dentre as 200.000 espécies de plantas selvagens são utilizadas como alimento
pelos homens em todo o planeta.
c) algumas áreas da Terra mostraram-se mais propícias ao desenvolvimento agrícola, que
teria possibilitado o surgimento de civilizações.
d) a maior parte das plantas é utilizada apenas como madeira pelos homens e não lhes fornece
alimento com suas frutas e raízes.
e) tantas áreas no mundo não possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para
permitir um maior desenvolvimento de sua população.

Expressões Enfáticas
7. A afirmativa correta, em relação ao texto, é
Será a felicidade necessária?
Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da pergunta
"Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é procurar uma
definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfação
de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O segundo é examinar-se, em
busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego
no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecerá feio
e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salário, e se
há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de permanência. Uma
resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada, o estado presente e a
expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142)
a) A expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situações da
vida diária, leva à frustração diante dos pequenos sucessos que são regularmente obtidos,
como, por exemplo, no emprego.
b) Sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se
houver uma determinação, aprendida desde a infância, de sentir-se feliz com as pequenas
coisas da vida.
c) As dificuldades que em geral são encontradas na rotina diária levam à percepção de que a
alegria é um sentimento muitas vezes superior àquilo que se supõe, habitualmente, tratar-
se de felicidade absoluta.

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Português – Estratégia Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) A possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educação
voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizações, que acabam levando
apenas a frustrações.
e) Uma resposta provável à questão colocada como título do texto remete à constatação de
que felicidade é um estado difícil de ser alcançado, a partir da própria complexidade de
conceituação daquilo que se acredita ser a felicidade.

Geralmente, a alternativa correta (ou a mais viável) é construída por meio de palavras e de
expressões “abertas”, isto é, que apontam para “possibilidades”, “hipóteses”: provavelmente,
é possível, futuro do pretérito do indicativo, modo subjuntivo, futuro do pretérito (-ria) etc.

EXEMPLIFICANDO

8. Acerca do texto, são feitas as seguintes afirmações:


No Brasil colonial, os portugueses e suas autoridades evitaram a concentração de escravos de
uma mesma etnia nas propriedades e nos navios negreiros.
Essa política, a multiplicidade linguística dos negros e as hostilidades recíprocas que trouxeram
da África dificultaram a formação de grupos solidários que retivessem o patrimônio cultural
africano, incluindo-se aí a preservação das línguas.
Porém alguns senhores aceitaram as práticas culturais africanas – e indígenas – como um mal
necessário à manutenção dos escravos. Pelo imperativo de convertê-los ao catolicismo, alguns
clérigos aprenderam as línguas africanas [...]. Outras pessoas, por se envolverem com o tráfico
negreiro [...], devem igualmente ter-se familiarizado com as línguas dos negros.
I – os portugueses impediram totalmente a concentração de escravos da mesma etnia nas
propriedades e nos navios negreiros.
II – a política dos portugueses foi ineficiente, pois apenas a multiplicidade cultural dos negros,
de fato, impediu a formação de núcleos solidários.
III – Apesar do empenho dos portugueses, a cultura africana teve penetração entre alguns
senhores e clérigos. Cada um, é bem verdade, tinha objetivos específicos para tanto.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

9. Considere as afirmações feitas acerca do texto:


Macaco Esperto
Chimpanzés, bonobos e gorilas possuem uma função cerebral relacionada à fala que se pensava
exclusiva do ser humano. Isso sugere que a evolução da estrutura cerebral da fala começou
antes de primatas e humanos tomarem caminhos distintos na linha da evolução. O mais perto
que os primatas chegaram foi gesticular com a mão direita ao emitir grunhidos.

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I – de acordo com o segundo período, a evolução da estrutura cerebral da fala está diretamente
relacionada ao fato de esta ser atribuída tão somente aos humanos.
II – os seres cujos caminhos tornaram-se distintos durante o processo evolutivo possuem
ambos função cerebral relacionada à fala.
III – a estrutura cerebral dos primatas e dos humanos, em relação à fala, teria um ponto em
comum.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. D

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Português

INFERÊNCIA

Que que é isso?


INFERÊNCIA – ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados – “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”,
Uma inferência incorreta é conhecida como uma falácia.

Observe a seguinte frase:


Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

O autor transmite 2 informações de maneira explícita:


a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.

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Ao ligar as duas informações por meio de “mas”, comunica também, de modo implícito, sua
crítica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades não se aprende
muita coisa.
Além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que se encontram
subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto
os dados explícitos quanto os implícitos.

1. “O tempo continua ensolarado”,


Comunica-se, de maneira explícita, que, no momento da fala, faz sol, mas, ao mesmo tempo, o
verbo “continuar” permite inferir que, antes, já fazia sol.

2. “Pedro deixou de fumar”


Afirma-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia,
transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

1. A leitura atenta da charge só não nos permite depreender que


a) é possível interpretar a fala de Stock de duas maneiras.
b) Wood revela ter-se comportado ilicitamente.
c) há vinte anos, a sociedade era mais permissiva.
d) as atividades de Wood eram limitadas.
e) levando-se em conta os padrões morais de nossa sociedade, uma das formas de entender a
fala de Stock provoca riso no leitor.

2. Observe a frase que segue:


É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um ataque norte-coreano.
Sobre ela, são feitas as seguintes afirmações:
I – O conteúdo explícito afirma que há necessidade da construção de mísseis, com a finalidade
de defesa contra o ataque norte-coreano.
II – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que os norte-coreanos
pretendem atacar o Ocidente.
III – O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é o de que a negociação com os
norte-coreanos é o único meio de dissuadi-los de um ataque ao Ocidente.

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Português – Inferência – Prof. Carlos Zambeli

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

Inferência Verbal X Não-verbal

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos como
a) certos advérbios:
Os convidados ainda não chegaram à recepção.

Pressuposto: Os convidados já deviam ter chegado ou os convidados chegarão mais tarde.

b) certos verbos:
O desvio de verbas tornou-se público.

Pressuposto: O desvio não era público antes.

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c) as orações adjetivas explicativas (isoladas por vírgulas):
Os políticos, que só querem defender seus interesses, ignoram o povo.

Pressuposto: Todos os políticos defendem tão somente seus interesses.

d) expressões adjetivas:
Os partidos “de fachada” acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos “de fachada” no Brasil.

Costuma-se acreditar que , quando se relatam dados da realidade, não pode haver nisso
subjetividade alguma e que relatos desse tipo merecem a nossa confiança porque são reflexos
da neutralidade do produtor do texto e de sua preocupação com a verdade objetiva dos fatos.
Mas não é bem assim. Mesmo relatando dados objetivos, o produtor do texto pode ser
tendencioso e ele, mesmo sem estar mentindo, insinua seu julgamento pessoal pela seleção
dos fatos que está reproduzindo ou pelo destaque maior que confere a certos pormenores. A
essa escolha dos fatos e à ênfase atribuída acertos tipos de pormenores dá-se o nome de viés.

3. Infere-se do texto que


a) o ato de informar pode ser manipulado em função da defesa de interesses pessoais de
quem escreve.
b) a ausência de viés compromete a carga de veracidade de dados da realidade.
c) a atitude de neutralidade é meio indispensável para a boa aceitação de uma notícia.
d) o escritor tendencioso põe em risco sua posição perante o público.
e) o bom escritor tem em mira a verdade objetiva dos fatos. 

4. Infere-se ainda o texto que


a) uma mensagem será tanto mais aceita quanto maior for a imparcialidade do escritor.
b) o escritor, fingindo neutralidade, será mais capaz de interessar o leitor.
c) o interesse da leitura centraliza-se na análise dos pormenores relatados.
d) o viés introduz uma nota de humor na transmissão de uma mensagem.
e) o leitor deve procurar reconhecer todo tipo de viés naquilo que lê.

Gabarito: 1. C 2. D 3. A 4. A

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Português

ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS

COMPREENSÃO DE TEXTOS

Estabelecimento de relações entre os componentes envolvidos em dado enunciado. Assinalar


a resposta correta consiste em encontrar, no texto, as afirmações feitas nas alternativas, e vice-
versa.

PROCEDIMENTOS DE APREENSÃO DO TEXTO


1. Leitura da fonte bibliográfica;
2. leitura do título;
3. leitura do enunciado;
4. leitura das afirmativas;
5. destaque das palavras-chave das afirmativas;
6. procura, no texto, das palavras-chave destacadas nas alternativas.

Será a felicidade necessária? (2)


Felicidade é uma palavra pesada. Alegria é leve, mas felicidade é pesada. Diante da
pergunta "Você é feliz?", dois fardos são lançados às costas do inquirido. O primeiro é
procurar uma definição para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir
da simples satisfação de gozar de boa saúde até a conquista da bem-aventurança. O
segundo é examinar-se, em busca de uma resposta.
Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no
emprego no dia anterior, o mundo parecerá belo e justo; caso se esteja com dor de dente,
parecerá feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento
de salário, e se há algo imprescindível, na difícil conceituação de felicidade, é o caráter de
(6) permanência. Uma resposta consequente exige colocar na balança a experiência passada,
o estado presente e a expectativa futura. Dá trabalho, e a conclusão pode não ser clara.
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma
tendência que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que
entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na
profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se
não for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar.
Se ainda for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno
de encargos mais cruel para a pobre criança.
(Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja. 24 de março de 2010, p. 142) (1)

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(1) Observação da fonte bibliográfica: o conhecimento prévio de quem escreveu o texto
constitui-se numa estratégia de compreensão, visto que facilita a identificação da intenção
textual. Ao reconhecermos o autor do texto – Roberto Pompeu de Toledo, importante jornalista
brasileiro, cuja trajetória se marca pelo fato de escrever matérias especiais para importantes
veículos e comunicação – bem como o veículo de publicação – Veja –, podemos afirmar que se
trata de um artigo.
(2) Observação do título: o título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por
meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar
afirmações feitas em determinadas alternativas. O título em questão – Será a felicidade
necessária? –, somado ao fato de nomear um artigo, permite-nos inferir que o texto será uma
resposta a tal questionamento, a qual evidenciará o ponto de vista do autor.

1. De acordo com o texto, (3)


•• Devido à expressão “De acordo com”, podemos afirmar que se trata, tão somente, de
compreender o texto.
•• Outras expressões possíveis: “Segundo o texto”, “Conforme o texto”, “Encontra suporte no
texto”, ...
Assim sendo,
Compreensão do texto: RESPOSTA CORRETA = paráfrase MAIS COMPLETA daquilo que foi
afirmado no texto.
Paráfrase: versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.

1. De acordo com o texto,


a) a realização pessoal que geralmente faz parte da vida humana, como o sucesso no trabalho,
costuma ser percebida como sinal de plena felicidade.
b) as atribuições sofridas podem comprometer o sentimento de felicidade, pois superam os
benefícios de conquistas eventuais.
c) o sentimento de felicidade é relativo, porque pode vir atrelado a circunstâncias diversas da
vida, ao mesmo tempo que deve apresentar constância.
d) as condições da vida moderna tornam quase impossível a alguma pessoa sentir-se feliz,
devido às rotineiras situações da vida.
e) muitos pais se mostram despreparados para fazer com que seus filhos planejem sua vida
no sentido de que sejam, realmente, pessoas felizes.

Convite à Filosofia
Quando acompanhamos a história das ideias éticas, desde a Antiguidade clássica até nossos
dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios
para evitá-la, diminuí-la, controlá-la.
Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões
de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que
pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo
social.

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram nem definem a violência da


mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os
lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da
mesma maneira, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos.
Marilena Chauí. In: Internet: <www2.uol.com.br/aprendiz> (com adaptações).

Julgue o item a seguir.


Conclui-se a partir da leitura do texto que, apesar de diferenças culturais e sociais, é por
meio dos valores éticos estabelecidos em cada sociedade que se conserva o grupo social e se
protegem seus membros contra a violência.
( x ) Certo ( ) Errado
2º parágrafo

Conclusão
Resposta correta = a mais completa (alternativa com maior número de palavras-chave
encontradas no texto).
Optar pela alternativa mais completa, quando duas parecerem corretas.

EXEMPLIFICANDO
Centenas de cães e gatos são colocados para adoção mensalmente em Porto Alegre.
Cerca de 450 animais de estimação, entre cães e gatos, aguardam um novo dono em Porto
Alegre. Trata-se do contingente de animais perdidos, abandonados ou nascidos nas ruas
e entregues ao Gabea (Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal) e ao CCZ (Centro de Controle
de Zoonose), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. Destes, cerca de 120 animais são
adotados. Os outros continuam na espera por um lar.
O Sul. (adaptado)

Conforme o texto,
a) em Porto Alegre, cães e gatos são abandonados pelos seus donos. (3)
b) animais de estimação, entre eles cães e gatos nascidos nas ruas, são entregues ao Gabea.
(4)
c) um contingente de animais de estimação – entre eles cães e gatos – nasce nas ruas,
perdem-se de seus donos ou são por eles abandonados nas ruas de Porto Alegre. (6)
d) o CCZ propicia a adoção dos animais abandonados nas ruas de Porto Alegre. (4)
e) 120 animais de estimação são adotados mensalmente em Porto Alegre. (3)

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ANÁLISE DE ALTERNATIVAS/ITENS
Parte II

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS


O primeiro passo para acertar é entender o que está sendo pedido no enunciado e o que dizem
as alternativas ou itens. Algumas questões dão "pistas" no próprio enunciado. Assim sendo, é
fundamental "decodificar" os verbos que nele e nas alternativas se encontram.
Alguns verbos utilizados nos enunciados
•• Afirmar: certificar, comprovar, declarar.
•• Explicar: expor, justificar, expressar, significar.
•• Caracterizar: distinguir, destacar as particularidades.
•• Consistir: ser, equivaler, traduzir-se por (determinada coisa), ser feito, formado ou
composto de.
•• Associar: estabelecer uma correspondência entre duas coisas, unir-se, agregar.
•• Justificar: provar, demonstrar, argumentar, explicar.
•• Comparar: relacionar (coisas animadas ou inanimadas, concretas ou abstratas, da mesma
natureza ou que apresentem similitudes) para procurar as relações de semelhança ou de
disparidade que entre elas existam; aproximar dois ou mais itens de espécie ou de natureza
diferente, mostrando entre eles um ponto de analogia ou semelhança.
•• Relacionar: fazer comparação, conexão, ligação.
•• Definir: revelar, estabelecer limites, indicar a significação precisa de, retratar, conceituar,
explicar o significado.
•• Diferenciar: fazer ou estabelecer distinção entre, reconhecer as diferenças.
•• Identificar: distinguir os traços característicos de; reconhecer; permitir a identificação,
tornar conhecido.
•• Classificar: distribuir em classes e nos respectivos grupos, de acordo com um sistema ou
método de classificação; determinar a classe, ordem, família, gênero e espécie; pôr em
determinada ordem, arrumar (coleções, documentos etc.).
•• Referir-se: fazer menção, reportar-se, aludir-se.
•• Determinar: precisar, indicar (algo) a partir de uma análise, de uma medida, de uma
avaliação; definir.
•• Citar: transcrever, referir ou mencionar como autoridade ou exemplo ou em apoio do que
se afirma.
•• Indicar: fazer com que, por meio de gestos, sinais, símbolos, algo ou alguém seja visto;
assinalar, designar, mostrar.
•• Deduzir: concluir (algo) pelo raciocínio; inferir.
•• Inferir: concluir, deduzir.
•• Equivaler: ser idêntico no peso, na força, no valor etc.
•• Propor: submeter (algo) à apreciação (de alguém); oferecer como opção; apresentar,
sugerir.
•• Depreender: alcançar clareza intelectual a respeito de; entender, perceber, compreender;
tirar por conclusão, chegar à conclusão de; inferir, deduzir.
•• Aludir: fazer rápida menção a; referir-se.
(Fonte: dicionário Houaiss)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

ERROS COMUNS COMPREENSÃO DE TEXTOS

EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.

PRECONCEITOS

EXEMPLIFICANDO
8Canudo pela Internet
O ensino a distância avança e já existem mais de 30 mil cursos oferecidos na rede, de graduação
e pós-graduação até economia doméstica.
Passados nove anos de sua graduação em filosofia, a professora Ida Thon, 54 anos, enfiou na
cabeça que deveria voltar a estudar. Por conta do trabalho no Museu Nacional do Calçado,
na cidade gaúcha de Novo Hamburgo, onde mora, resolveu ter noções de museologia. Mas
para isso deveria contornar uma enorme dificuldade: o curso mais próximo ficava a 1.200
quilômetros de distância, em São Paulo.

1. Assinale a alternativa cuja afirmação não encontra suporte no texto.


a) A solução encontrada por Ida lançou mão das novas tecnologias educacionais.
b) O problema enfrentado por Ida, bem como a solução por ela encontrada, faz parte da
realidade de muitas pessoas no Brasil.
c) A Educação a Distância já é uma realidade brasileira.
d) O ensino oferecido pela web abrange uma vasta gama de possibilidades, buscando atender
a variadas tendências intelectuais.
e) Os cursos oferecidos pela web não podem ser considerados de grande importância, tendo
em vista não contemplarem a modalidade presencial e abordarem tão somente aspectos
triviais do conhecimento.

REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.

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EXEMPLIFICANDO

Bichos para a Saúde


Está nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton,
descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenças ou aprenderam a viver
melhor graças à ajuda de algum animalzinho. Cães, gatos e cavalos estão entre os bichos
citados.
(ISTO É)

2. De acordo com o texto,


a) pessoas que têm animais de estimação são menos afeitas a contrair doenças.
b) a convivência entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males físicos
daqueles.
c) indivíduos que têm cães e gatos levam uma existência mais prazerosa.
d) apenas cães, gatos e cavalos são capazes de auxiliar o ser humano durante uma
enfermidade.
e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimação.
(A) EXTRAPOLAÇÃO: contrair doenças ≠ derrotar doenças.
(C) REDUÇÃO: cães e gatos < animalzinho.
(D) REDUÇÃO: cães, gatos e cavalos < animalzinho.
(E) EXTRAPOLAÇÃO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram
doenças.

CONTRADIÇÃO
É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato
chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.
Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão.
Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.

EXEMPLIFICANDO
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência
verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas,
sentindo-se cheio de surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O
que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber
que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente
belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é esta a experiência
que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido,
pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)

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Português – Análise de Alternativas/Itens – Prof. Carlos Zambeli

3. O texto afirma que a experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a
ciência.

( x ) Certo ( ) Errado

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Português

COMPREENSÃO GRAMATICAL DO TEXTO

Estabelecimento de relações entre os aspectos semânticos e gramaticais envolvidos em dado


anunciado.
Procedimentos

1. Leitura do enunciado e das alternativas;

2. identificação do aspecto gramatical apontado no enunciado e/ou na alternativa

3. Aplicação das técnicas de compreensão, inferência e vocabulário.


Os Pais de hoje constumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. [...] É irrelevante
que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos
na profissão. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora felicdade é coisa
grandiosa. É esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não
for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venham a abrigar. Se ainda
for pouco, que atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos
mais cruel para a pobre criança
ORA:
Advérbio = nesta ocasião; AGORA; A lei, ora apresentada, proíbe a venda de armas.
Conjunção = Ou... ou...: Ora ria, ora chorava. / Entretanto, mas: Eu ofereci ajuda; ora, orgulhosa
como é, nem aceitou.
Interjeição = manifesta surpresa, ironia, irritação etc.

1. O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. Com
a palavra grifada, o autor
a) retoma o mesmo sentido do que foi anteriormente afirmado.
b) exprime reserva em relação à opinião exposta na afirmativa anterior.
c) coloca uma alternativa possível para a afirmativa feita anteriormente.
d) determina uma situação em que se realiza a probabilidade antes considerada.
e) estabelece algumas condições necessárias para a efetivação do que se afirma.

2. Por que, enfim, tantas reservas em relação ao consumo? O primeiro foco de explicação para essa
antipatia reside no fato de que nossa economia fechada sempre encurralou os consumidores
no país. A falta de um leque efetivo de opções de compra tem deixado os consumidores à

www.acasadoconcurseiro.com.br 97
mercê dos produtores no Brasil. Não por acaso, os apologistas do consumo entre nós têm
sido basicamente aqueles que podem exercer seu inchado poder de compra sem tomar
conhecimento das fronteiras nacionais. O resto da população, mantida em situação vulnerável,
ignora os benefícios de uma economia baseada no consumo.
A expressão “Não por acaso”, ao iniciar o período, indica
a) justificativa.
b) ênfase.
c) indagação.
d) concessão.
e) finalidade.

3. (FCC) A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo,
criada em 1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas.
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, comentário que
a) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa de comércio.
b) especifica as qualidades empresariais de uma companhia de comércio.
c) contém informações de sentido explicativo, referentes à empresa citada.
d) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga empresa.
e) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela empresa.

4. (FCC) A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo dessa
multiplicidade de referências. Há influências diretas do continente europeu, e isso se mistura à
valiosa contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido perseguido, vigiado,
quase segregado.
O segmento destacado deve ser entendido, considerando-se o contexto, como
a) uma condição favorável à permanência da música popular de origem africana.
b) uma observação que valoriza a persistente contribuição africana para a música brasileira.
c) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a música popular brasileira.
d) a causa que justifica a permanência da música de origem africana no Brasil.
e) as consequências da presença dos escravos e sua influência na música popular brasileira.

5. A média universal do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou 18% desde 1990. Mas
a melhora estatística está longe de animar os autores do Relatório de 2010. [...] O cenário
apresentado pelo Relatório não é animador. [...] Os padrões de produção e consumo atuais são
considerados inadequados. Embora não queira apresentar receitas prontas, o Relatório traça
caminhos possíveis. Entre eles, o reconhecimento da ação pública na regulação da economia
para proteger grupos mais vulneráveis. Outro aspecto ressaltado é a necessidade de considerar
pobreza, crescimento e desigualdade como temas interligados. "Crescimento rápido não
deve ser o único objetivo político, porque ignora a distribuição do rendimento e negligencia a
sustentabilidade do crescimento", informa o texto.
O trecho colocado entre aspas indica que se trata de
a) comentário pessoal do autor do texto sobre dados do Relatório.
a) insistência na correção dos dados apresentados pelo Relatório.
c) repetição desnecessária de informação já citada no texto.

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Português – Compreensão Gramatical do Texto – Prof. Carlos Zambeli

d) transcrição exata do que consta no texto do Relatório de 2010.


e) resumo do assunto principal constante do Relatório de 2010.

6. O sonho de voar alimenta o imaginário do homem desde que ele surgiu sobre a Terra. A inveja
dos pássaros e as lendas de homens alados, como Dédalo e Ícaro (considerado o primeiro mártir
da aviação), levaram a um sem-número de experiências, a maioria fatal.
(considerado o primeiro mártir da aviação) Os parênteses isolam
a) citação fiel de outro autor.
b) comentário explicativo.
c) informação repetitiva.
d) retificação necessária.
e) enumeração de fatos.

5. (FCC) Diariamente tomamos decisões (comprar uma gravata, vender um apartamento, demitir
um funcionário, poupar para uma viagem, ter um filho, derrubar ou plantar uma árvore),
ponderando custos e benefícios.
O segmento entre parênteses constitui
a) transcrição de um diálogo, que altera o foco principal do que vem sendo exposto.
b) constatação de situações habituais, com o mesmo valor de mercado, vivenciadas pelas
pessoas.
c) reprodução exata das palavras do jornalista americano citado no texto, referentes à rotina
diária das pessoas.
d) interrupção intencional do desenvolvimento das ideias, para acrescentar informações
alheias ao assunto abordado.
e) sequência explicativa, que enumera as eventuais decisões que podem ser tomadas
diariamente pelas pessoas.

Gabarito: 1. B 2. A 3. C 4. B 5. D 6. B 7. E

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Português

DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO

O signo linguístico (a palavra) é constituído pelo significante – parte perceptível, constituída de


sons – e pelo significado (conteúdo) – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar um conceito (o
significado).
Denotação: resultado da união entre o significante e o significado, ou entre o plano da
expressão e o plano do conteúdo.
Conotação: resultado do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da
palavra, isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado com o plano da expressão. Esse
outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou
positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Assim,
Denotação é a significação objetiva da palavra – valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário”
Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras
realidades devido às associações que ela provoca.

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
palavra com significação restrita palavra com significação ampla
palavra com sentido comum do dicionário palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum
palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo
linguagem comum linguagem rica e expressiva

EXEMPLIFICANDO
Para exemplificar esses dois conceitos, eis a palavra cão:
sentido denotativo quando designar o animal mamífero quadrúpede canino;
sentido conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma pessoa de mau
caráter ou extremamente servil.
(Othon M.Garcia)

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Um detalhe!
As aspas podem indicar que uma palavra está sendo empregada diferentemente do
seu sentido do dicionário!
Eu sempre “namorei” meus livros!
A “bateria” do meu filho não termina nunca! Esse menino não dorme.

Música “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis.


“O sol é o pé e a mão
O sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão
O sol se põe se vai
E após se pôr
O sol renasce no Japão”

1. Assinale o segmento em que NÃO foram usadas palavras em sentido figurado.


a) Lendo o futuro no passado dos políticos.
b) As fontes é que iam beber em seus ouvidos.
c) Eram 75 linhas que jorravam na máquina de escrever com regularidade mecânica.
d) Antes do meio-dia, a tarefa estava pronta.
e) Era capaz de cortar palavras com a elegância de um golpe de florete.

2. Marque a alternativa cuja frase apresenta palavra(s) empregada(s) em sentido conotativo:


a) O homem procura novos caminhos na tentativa de fixar suas raízes.
b) “Mas lá, no ano dois mil, tudo pode acontecer. Hoje, não.”
c) “... os planejadores fizeram dele a meta e o ponto de partida.”
d) “Pode estabelecer regras que conduzam a um viver tranquilo ...”
e) “Evidentemente, (...) as transformações serão mais rápidas.”

Sinônimos X Antônimos

A semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa
do discurso. Cada palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações
entre os significados das palavras, assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as
segundo seus significados.

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Português – Conotação e Denotação – Prof. Carlos Zambeli

Sinônimos
Palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

A bruxa prendeu os irmãos.

A feiticeira prendeu os irmãos.

Porém os sinônimos podem ser


•• perfeitos: significado absolutamente igual, o que não é muito frequente.
Ex.: morte = falecimento / idoso = ancião
•• imperfeitos: o significado das palavras é apenas semelhante.
Ex.: belo - formoso/ adorar – amar / fobia - receio

Antônimos
Palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do acréscimo de
um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos: 
mal X bem
ausência X presença
fraco X forte
claro X escuro
subir X descer
cheio X vazio
possível X impossível
simpático X antipático

3. A palavra que pode substituir, sem prejuízo do sentido, “obviamente”, é


Julgo que os homens que fazem a política externa do Brasil, no Itamaraty, são excessivamente
pragmáticos. Tiveram sempre vida fácil, vêm da elite brasileira e nunca participaram, eles
próprios, em combates contra a ditadura, contra o colonialismo. Obviamente não têm a
sensibilidade de muitos outros países ou diplomatas que conheço.
a) Necessariamente
b) Realmente
c) Justificadamente
d) Evidentemente
e) Comprovadamente

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4. O texto se estrutura a partir de antíteses, ou seja, emprego de palavras ou expressões de sentido
contrário. O par de palavras ou expressões que não apresentam no texto essa propriedade
antitética é
Toda saudade é a presença da ausência
de alguém, de algum lugar, de algo enfim
Súbito o não toma forma de sim
como se a escuridão se pusesse a luzir
Da própria ausência de luz
o clarão se produz,
o sol na solidão.
Toda saudade é um capuz transparente
que veda e ao mesmo tempo traz a visão do que não se pode ver
porque se deixou pra trás
mas que se guardou no coração.
(Gilberto Gil)

a) presença / ausência
b) não / sim
c) ausência de luz / clarão
d) sol / solidão
e) que veda / traz a visão

Gabarito: 1. D 2. A 3. D 4. D

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Português

ELEMENTOS REFERENCIAIS

Estabelecem uma relação de sentido no texto, formando um elo coesivo entre o que está
dentro do texto e fora dele também. À retomada feita para trás dá-se o nome de anáfora e a
referência feita para a frente recebe o nome de catáfora.
Observe:

1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Direito.


Ele – retomada de Carlos = anáfora.

2. Carlos ganhou um cachorro. O cachorro chama-se Lulu.


“Um cachorro”, informação para a frente = “o cachorro” = catáfora.

Mecanismos

1. REPETIÇÃO
“Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além
de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião bimotor Aero Commander,
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
sobrados da Rua Andaquara.”
A palavra AVIÃO foi repetida, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no acidente,
que é a notícia propriamente dita.

2. REPETIÇÃO PARCIAL
“Estavam no avião o empresário Silvio Name Júnior [...] Gabriela Gimenes Ribeiro e o marido
dela, João Izidoro de Andrade. Andrade é conhecido na região como um dos maiores
compradores de cabeças de gado do Sul do país.”
Na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais comum mecanismo coesivo.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de alguém, repetir somente o seu sobrenome.

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1. A sequência em negrito (globalização do olho da rua. É a globalização do bico. É a globalização
do dane-se.) caracteriza a globalização a partir da desestruturação do mundo do trabalho. Do
ponto de vista dos recursos da linguagem é correto afirmar que, no contexto, ocorre uma
a) gradação, com a suavização das dificuldades.
b) contradição, entre os modos de sobrevivência do desempregado.
c) ênfase, com a intensificação da afirmativa inicial.
d) retificação, pela correção gradual das informações iniciais.

e) exemplificação, pelo relato de situações específicas.

3. ELIPSE
É a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.
“Três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião ficaram feridas. Elas não sofreram
ferimentos graves. Apenas escoriações e queimaduras.”
Na verdade, foram omitidos, no trecho sublinhado, o sujeito (As três pessoas) e um verbo
(sofreram): (As três pessoas sofreram apenas escoriações e queimaduras).

2. Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha
adiando. [...] Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a
fazer. [...] O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar
― revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas
caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que
estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação
de botar para fora alguma coisa.
I – As expressões “releituras”, “revisitar” e “Leituras antigas” deixam claro que os livros que o
narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado.
II – Nas expressões “há muito” e “Bem verdade”, pode-se depreender a elipse do substantivo
“tempo” e do verbo flexionado “É”.
III – É possível inferir uma relação de causa e consequência entre as orações conectadas pelos
dois-pontos.
Quais afirmativas estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

4. PRONOMES
A função gramatical do pronome é justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele
pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
“Estavam no avião Márcio Artur Lerro Ribeiro, seus filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto e Gabriela
Gimenes Ribeiro; e o marido dela, João Izidoro de Andrade.”

O pronome possessivo seus retoma Márcio Artur Lerro Ribeiro; o pronome pessoal (d)ela
retoma Gabriela Gimenes Ribeiro.

3. “... que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa
transmiti-las aos ouvintes”.
Em transmiti-las, -las é pronome que substitui
a) a origem de todos os seres.
b) todas as coisas.
c) aos ouvintes.
d) todos os seres.

Pronomes Demonstrativos
ESSE = assunto antecedente.
“A seca é presença marcante no Sul. Esse fenômeno é atribuído a ‘El Niña’.”

ESTE = assunto posterior.


“O problema é este: não há possibilidade de reposição das peças.”

ESTE = antecedente mais próximo


AQUELE = antecedente mais distante
“Jogaram Inter e Grêmio: este perdeu; aquele ganhou.”

4. "Um relatório da Associação Nacional de Jornais revelou que, nos últimos doze meses, foram
registrados no Brasil 31 casos de violação à liberdade de imprensa. Destes, dezesseis são
decorrentes de sentença judicial - em geral, proferida por juízes de primeira instância.”
Nesse segmento do texto, o pronome demonstrativo sublinhado se refere a
a) relatórios.
b) jornais.
c) meses.
d) casos.
e) atentados.

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5. ADVÉRBIOS
Palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa...
“Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram à greve.”

5. Considere as afirmativas que seguem.


I. O advérbio já, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança.
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no
país.
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere
o aumento de idosos no país.
Está correto o que se afirma em
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

6. EPÍTETOS
Palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um elemento do texto,
qualificam-no.

108 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

“Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos


Esportes, a seleção...”

6. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o melhor exemplo de que a reforma do Poder Judiciário
não está estagnada. Dez anos atrás, época em que ainda se discutia a criação do conselho, ao
qual cabia o epíteto “órgão de controle externo do Judiciário”, a existência de um órgão nesses
moldes, para controlar a atuação do Poder Judiciário, gerava polêmica.
O vocábulo “epíteto” introduz uma expressão que qualifica e explica a função do CNJ.
( ) Certo ( ) Errado

7. NOMES DEVERBAIS
São derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo
dos argumentos já utilizados.
“Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Assis Brasil, como sinal de
protesto contra o aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada...”

7. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.


a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitação simples, ficava meu reino.
b) Mas como foi o negócio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os corruptores?
c) Ao comprar o sítio do Mané Labrego, realizou um grande sonho; tal compra redundaria em
sua independência.
d) O que ele quer lá, na fazenda Grota Funda?

Gabarito: 1. C 2. E 3. B 4. D 5. E 6. Certo 7. C

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Mecanismos

PRIORIDADE-RELEVÂNCIA
Ex.: Em primeiro lugar, Antes de mais nada, Primeiramente, Finalmente...

SEMELHANÇA, COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE


Ex.: igualmente, da mesma forma, de acordo com, segundo, conforme, tal qual, tanto quanto,
como, assim como...
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial.
Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão.
Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d’água em que a luz se fragmenta como
em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande
artista, atingir o máximo de matizes com um mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu
esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh!
minha amada; de tudo que suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas
meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glória e me faz magnífico.
Rubem Braga

1. No trecho da crônica de Rubem Braga, os elementos coesivos produzem a textualidade que


sustenta o desenvolvimento de uma determinada temática. Com base nos princípios linguísticos
da coesão e da coerência, pode-se afirmar que
a) na passagem, “Mas andei lendo livros”, o emprego do gerúndio indica uma relação de
proporcionalidade.
b) o pronome demonstrativo “este” (Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o
máximo de matizes com um mínimo de elementos.) exemplifica um caso de coesão anafórica,
pois seu referente textual vem expresso no parágrafo seguinte.
c) o articulador temporal “por fim” (Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada)
assinala, no desenvolvimento do texto, a ordem segundo a qual o assunto está sendo abordado.
d) a expressão “Oh! minha amada” é um termo resumitivo que articula a coerência entre a
beleza do pavão e a simplicidade do amor.
e) o pronome pessoal “ele”(existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me
cobre de glória e me faz magnífico.), na progressão textual, faz uma referência ambígua a
“pavão”.

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Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

2. “Por outro lado, sua eficiência macroeconômica deixa muito a desejar, menos pela incapacidade
das instituições do que pela persistência de incentivos adversos ao crescimento.”
Em “do que pela”, a eliminação de “do” prejudica a correção sintática do período.
( ) Certo ( ) Errado

CONDIÇÃO, HIPÓTESE
Ex.: se, caso, desde que...

ADIÇÃO, CONTINUAÇÃO
Ex.: Além disso, ainda por cima, também, não só...mas também ...

DÚVIDA
Ex.: talvez, provavelmente, possivelmente...

CERTEZA, ÊNFASE
Ex.: certamente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza...

FINALIDADE
Ex.: a fim de, com o propósito de, para que...

3. Em ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas também da necessidade


de maior número de viagens..., os termos em destaque estabelecem relação de
a) explicação.
b) oposição.
c) alternância.
d) conclusão.
e) adição.

4. O trecho em que a preposição em negrito introduz a mesma noção da preposição destacada


em “Na luta para melhorar” é
a) O jogador com o boné correu.
b) A equipe de que falo é aquela.
c) A busca por recordes move o atleta.
d) A atitude do diretor foi contra a comissão.
e) Ele andou até a casa do treinador.

www.acasadoconcurseiro.com.br 111
ESCLARECIMENTO
Ex.: por exemplo, isto é, quer dizer...

RESUMO, CONCLUSÃO
Ex.: em suma, em síntese, enfim, portanto, dessa forma, dessa maneira, logo, então...

CAUSA, CONSEQUÊNCIA, EXPLICAÇÃO


Ex.: por conseguinte, por isso, por causa de, em virtude de, assim, porque, pois, já que, uma vez
que, visto que, de tal forma que...

CONTRASTE, OPOSIÇÃO, RESTRIÇÃO, RESSALVA


Ex.: pelo contrário, salvo, exceto, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora,
apesar de, ainda que, mesmo que, se bem que...

5. “Machado pode ser considerado, no contexto histórico em que surgiu, um espanto e um


milagre, mas o que me encanta de forma mais particular é o fato de que ele estava, o tempo
todo, pregando peças nos leitores e nele mesmo.”
Foi assim que o mais importante crítico literário do mundo, o norte-americano Harold Bloom,
77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gênio — Os 100 Autores Mais Criativos
da História da Literatura, os melhores escritores do mundo segundo seus critérios e gosto
particular.
No segundo parágrafo do texto, a conjunção portanto poderia substituir o termo “assim”, sem
prejuízo para a coesão e a coerência textuais.
( ) Certo ( ) Errado

6. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela
palavra “e”, que, além de indicar adição, introduz a ideia de
a) Oposição.
b) Condição.
c) Consequência.
d) Comparação.
e) União.

7. “A ação da polícia ocorre em um ambiente de incertezas, ou seja, o policial, quando sai para a
rua, não sabe o que vai encontrar diretamente;”.
A expressão sublinhada indica a presença de uma

112 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Elementos Referenciais – Prof. Carlos Zambeli

a) retificação.
b) conclusão.
c) oposição.
d) explicação.
e) enumeração.

8. No anúncio publicitário, a substituição do elemento coesivo “para” pelo elemento coesivo


“porque” evidencia

a) a importância da liberdade como causa e não como finalidade.


b) a concepção de que a liberdade aumenta à proporção que lutamos por ela.
c) uma reflexão sobre a busca de liberdade como a principal finalidade da vida.
d) a liberdade como uma consequência de uma ação planejada com fins definidos.
e) a necessidade de compreender a liberdade como uma consequência de objetivos claros

Gabarito: 1. C 2. Errado 3. E 4. C 5. Errado 6. C 7. D 8. A

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Português

POLISSEMIA E FIGURAS DE LINGUAGEM

Polissemia

Polissemia significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”. Contudo, assim que
se insere no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico,
isto é, significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
•• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.

•• Ele é o cabeça da rebelião.

•• Edgar Abreu tem boa cabeça.

Contexto!
O contexto determina a acepção de dada palavra polissêmica. Palavras como “flor”, “cabeça”,
“linha”, “ponto”, “pena”, entre outras, assumem, em variados contextos, novas acepções.

CONTEXTO ACEPÇÃO
Adoro flor vermelha! parte de uma planta
“Última flor do Lácio” descendente
Vagava à flor da água. superfície
Ela é uma flor de pessoa. amável
Ele não é flor que se cheire. indigno, falso
Está na flor da idade. juventude

www.acasadoconcurseiro.com.br 115
1. O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos
linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a
ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o
espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso
da família.

Exemplos:
•• Edgar ocupa um alto posto na Casa. = cargo

•• Abasteci o carro no posto da estrada. = posto de gasolina.

•• Os eventos eram de graça. = gratuitos

•• Aquela mulher era uma graça. = beleza.

•• Os fiéis agradecem a graça recebida. = auxílio divino

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Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Figuras De Linguagem

São recursos que tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-se em


•• figuras de som,
•• figuras de construção,
•• figuras de pensamento,
•• figuras de palavras.

Algumas Figuras de

Som
Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
•• “Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

•• “Que o teu afeto me afetou é fato agora faça-me um favor...”

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Onomatópéia: consiste na reprodução de um som ou ruído natural.
•• “Não se ouvia mais que o plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado de Assis)

Construção
Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
•• “Em nossa vida, apenas desencontros.”

•• No curso, aprovações e mais aprovações!

Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


•• Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


•• “E rir meu riso e derramar meu pranto.”

•• O resultado da eleição, é importante anunciá-lo logo.

O pleonasmo vicioso – ao contrário do literário – é indesejável.


•• hemorragia de sangue.

2. Pleonasmo é uma figura de linguagem que tem como marca a repetição de palavras ou de
expressões, aparentemente desnecessárias, para enfatizar uma ideia. No entanto, alguns
pleonasmos são considerados “vícios de linguagem” por informarem uma obviedade e não
desempenharem função expressiva no enunciado. Considerando essa afirmação, assinale a
alternativa em que há exemplo de pleonasmo vicioso.
a) “E então abriu a torneira: a água espalhou-se”
b) “O jeito era ir comprar um pão na padaria.”
c) “Matá-la, não ia; não, não faria isso.”
d) “Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim.”
e) “Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus...”

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Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Pensamento
Antítese: consiste na  aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo
sentido.
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia
Depois da Luz se segue à noite escura
Em tristes sombras morre a formosura
Em contínuas tristezas, a alegria.”

•• “Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

Ironia: apresenta um termo em sentido oposto ao usual; efeito crítico ou humorístico.


•• “A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”.

3. No trecho "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura
de linguagem presente é chamada
a) Metáfora.
b) Hipérbole.
c) Hipérbato.
d) Anáfora.
e) Antítese.

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Hipérbato: inversão ou deslocamento de palavras ou orações dentro de um período.
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heroico o brado retumbante."

Anáfora: repetição de uma ou mais palavras no início de frases ou versos consecutivos.


“Tende piedade, Senhor, de todas mulheres
Quem ninguém mais merece tanto amor
Que ninguém mais deseja tanto a poesia
Que ninguém mais precisa de tanta alegria.”
(Vinícius de Moraes)

Eufemismo: consiste na tentativa de suavizar expressão grosseira ou desagradável.


•• “Quando a indesejada das gentes chegar” (morte).”

•• “O problema não é você, sou eu.”

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Português – Polissemia e Figuras de Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia com finalidade enfática.


•• “Pela lente do amor/Vejo tudo crescer/Vejo a vida mil vezes melhor”. (Gilberto Gil)

•• “Roseana Sarney (PMDB) aproveitou ontem o clima de campanha, na posse do secretariado,


para anunciar um mar de promessas.”

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados qualidades ou


características que são próprias de seres animados.

Em um belo céu de anil,


os urubus, fazendo ronda,
discutem, em mesa redonda,
os destinos do Brasil.

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Palavras
Metáfora: A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica
subentendido.
“Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!”
(Teatro Mágico)

Catacrese: Na falta de um termo específico para designar conceito ou objeto, toma-se outro
por empréstimo. Devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado
em sentido figurado.
•• O pé da mesa estava quebrado.

•• Não deixe de colocar dois dentes de alho na comida.

•• Quando embarquei no avião, fui dominado pelo o medo.

•• A cabeça do prego está torta.

Gabarito: 1. A 2. E 3. E

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Português

TIPOLOGIA TEXTUAL

O que é isso?
É a forma como um texto se apresenta. As tipologias existentes são: narração, descrição,
dissertação, exposição, argumentação, informação e injunção.

Narração
Modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
Exemplo:
COMPRAR REVISTA
Parou, hesitante; em frente à banca de jornais. Examinou as capas das revistas, uma por uma.
Tirou do bolso o recorte, consultou-o. Não, não estava incluída na relação de títulos, levantada
por ordem alfabética. Mas quem sabe havia relação suplementar, feita na véspera? Na dúvida,
achou conveniente estudar a cara do jornaleiro. Era a mesma de sempre. Mas a talvez ocultasse
alguma coisa, sob a aparência habitual. O jornaleiro olhou para ele, sem transmitir informação
especial no olhar, além do reconhecimento do freguês. Peço? Perguntou a si mesmo. Ou é
melhor sondar a barra?”
Carlos Drummond de Andrade

A primeira vez que vi o mar eu não estava sozinho. Estava no meio de um bando enorme de
meninos. Nós tínhamos viajado para ver o mar. No meio de nós havia apenas um menino que
já o tinha visto. Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é
menor que o mar, e a marola, que é menor que a maré. Logo a gente fazia ideia de um lago
enorme e duas lagoas. Mas o menino explicava que não. O mar entrava pela maré e a maré
entrava pela marola. A marola vinha e voltava. A maré enchia e vazava. O mar às vezes tinha
espuma e às vezes não tinha. Isso perturbava ainda mais a imagem. Três lagoas mexendo,
esvaziando e enchendo, com uns rios no meio, às vezes uma porção de espumas, tudo isso
muito salgado, azul, com ventos.
Fomos ver o mar. Era de manhã, fazia sol. De repente houve um grito: o mar! Era qualquer
coisa de largo, de inesperado. Estava bem verde perto da terra, e mais longe estava azul. Nós
todos gritamos, numa gritaria infernal, e saímos correndo para o lado do mar. As ondas batiam
nas pedras e jogavam espuma que brilhava ao sol. Ondas grandes, cheias, que explodiam com
barulho. Ficamos ali parados, com a respiração apressada, vendo o mar...
(Fragmento de crônica de Rubem Braga, Mar, Santos, julho, 1938)

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1. O texto é construído por meio de
a) perfeito encadeamento entre os dois parágrafos: as explicações sobre o mar, no primeiro,
harmonizam-se com sua visão extasiada, no segundo.
b) violenta ruptura entre os dois parágrafos: o primeiro alonga-se em explicações sobre o mar
que não têm qualquer relação com o que é narrado no segundo.
c) procedimentos narrativos diversos correspondentes aos dois parágrafos: no primeiro, o
narrador é o autor da crônica; no segundo, ele dá voz ao menino que já vira o mar.
d) contraste entre os dois parágrafos: as frustradas explicações sobre o mar para quem nunca
o vira, no primeiro, são seguidas pela arrebatada visão do mar, no segundo.
e) inversão entre a ordem dos acontecimentos em relação aos dois parágrafos: o que é
narrado no primeiro só teria ocorrido depois do que se narra no segundo.

Descrição

É a modalidade na qual se apontam as características que compõem determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo.
Exemplos:
“Sua estatura era alta, e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos
negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços
bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura.”

Quase todo mundo conhece os riscos de se ter os documentos usados de forma indevida por
outra pessoa, depois de tê-los perdido ou de ter sido vítima de assalto. Mas um sistema que
começou a ser implantado na Bahia pode resolver o problema em todo o país. A tecnologia
usada atualmente para a emissão de carteiras de identidade na Bahia pode evitar esse tipo de
transtorno. A foto digital, impressa no documento, dificulta adulterações. A principal novidade
do sistema é o envio imediato das impressões digitais, por computador, para o banco de dados
da Polícia Federal em Brasília. Dessa forma, elas podem ser comparadas com as de outros
brasileiros e estrangeiros cadastrados. Se tudo estiver em ordem, o documento é entregue em
cinco dias. Ao ser retirada a carteira, as digitais são conferidas novamente.
Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

2. O texto, predominantemente descritivo, apresenta detalhes do funcionamento do sistema de


identificação que deve ser implantado em todo o Brasil.
( ) Certo ( ) Errado

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Português – Tipologia Textual – Prof. Carlos Zambeli

Dissertação

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo
textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em
relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é
o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser
discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do
autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.

Redes sociais: o uso exige cautela


Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se
comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios
comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais
recente e talvez o mais fascinante desses meios, são as redes virtuais, consagradas pelo uso,
que se tornam cada vez mais comuns...

Exposição

Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias, explica e avalia e reflete Não faz defesa
de uma ideia, pois tal procedimento é característico do texto dissertativo. O texto expositivo
apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo
e narrativo, obtém-se o que conhecemos por relato.
Ex.: aula, relato de experiências, etc.

Em todo o continente americano, a colonização europeia teve efeito devastador. Atingidos pelas
armas, e mais ainda pelas epidemias e por políticas de sujeição e transformação que afetavam
os mínimos aspectos de suas vidas, os povos indígenas trataram de criar sentido em meio à
devastação. Nas primeiras décadas do século XVII, índios norte-americanos comparavam a uma
demolição aquilo que os missionários jesuítas viam como “transformação de suas vidas pagãs e
bárbaras em uma vida civilizada e cristã.”

Argumentação

Modalidade na qual se expõem ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que


as defendam e comprovem, persuadam o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta
pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também
mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.

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“Perguntamo-nos qual é o valor da vida humana.Alguns setores da sociedade acreditam que
a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que
o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da
carteira deve ter algum valor? Se provavelmente estará morto antes dos trinta anos de idade
(como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do
automóvel que ele vai roubar?”
Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 26 (com
adaptações).

O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a totalidade do universo, toda a sociedade,
a história, a concepção de mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende a
todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira, o aspecto festivo do mundo inteiro,
em todos os seus níveis, uma espécie de segunda revelação do mundo.

3. Embora o texto seja essencialmente argumentativo, seu autor se vale de estruturas narrativas
para reforçar suas opiniões.
( ) Certo ( ) Errado

Informação
O texto informativo corresponde aquelas manifestações textuais cujo emissor (escritor) expõe
brevemente um tema, fatos ou circunstâncias a um receptor (leitor). Em outras palavras,
representam as produções textuais objetivas, normalmente em prosa, com linguagem clara e
direta (linguagem denotativa), que tem como objetivo principal transmitir informação sobre
algo, isento de duplas interpretações.
Assim, os textos informativos, diferente dos poéticos ou literários (que utilizam da linguagem
conotativa), servem para conhecer de maneira breve informações sobre determinado tema,
apresentando dados e referências, sem interferência de subjetividade, desde sentimentos,
sensações, apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um transmissor
que se preocupa em relatar informações da maneira mais objetiva e verossímil.

Injuntivo/Instrucional
Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria,
empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo.
Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras
e eventos.

Gabarito: 1. D 2. E 3. E

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Português
Aula XX

GÊNERO TEXTUAL

É o nome que se dá às diferentes formas de linguagem empregadas nos textos. Estas formas
podem ser mais formais ou mais informais, e até se mesclarem em um mesmo texto, porém
este será nomeado com o gênero que prevalecer!
Os gêneros textuais estão intimamente ligados à nossa situação cotidiana. Eles existem como
mecanismo de organização das atividades sociocomunicativas do dia a dia. Sendo assim,
gêneros textuais são tipos especificos de textos de qualquer natureza, literários ou não-
literários, cujas modalidades discursivas são como formas de organizar a linguagem.

Editorial

É um tipo de texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por
objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente.
A objetividade e imparcialidade não são características dessa tipologia textual, já que o redator
demonstra a opinião do jornal sobre o assunto narrado.
Os acontecimentos são relatados sob a subjetividade do repórter, de maneira que evidencie
a posição da empresa que está por trás do canal de comunicação, pois os editoriais não são
assinados por ninguém.
Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.
Ele possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a
interpretação do que aconteceu.

O alto preço do etanol


A imagem de modernidade e inovação que o Brasil projetou internacionalmente em razão do
uso combustível do etanol é incompatível com as condições desumanas a que são submetidos
de modo geral os cortadores de cana, que têm uma vida útil de trabalho comparável à dos
escravos, como indica pesquisa da Unesp divulgada hoje pela Folha.[...]
Folha de São Paulo

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1. O título do texto refere-se
a) ao reflexo do custo da terceirização da colheita da cana no preço do etanol.
b) aos problemas ambientais resultantes da expansão da cultura de cana.
c) aos preços não competitivos do etanol brasileiro no mercado internacional.
d) às precárias condições de trabalho dos trabalhadores rurais na colheita da cana.
e) ao aumento dos lucros obtidos pelos empresários que investem na produção da cana.

2. Podemos citar como características do editorial


a) Imparcialidade na informação;
b) Excesso de narração;
c) Objetividade na informação
d) Dissertativo, crítico e informativo no desenvolvimento do texto
e) poético, rítmico e emocional.

Artigos

São os mais comuns. São textos autorais – assinados –, cuja opinião é de inteira responsabilidade
de quem o escreveu. Seu objetivo é o de persuadir o leitor.
É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o
escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e
admissíveis.

3. Leia o texto e considere as afirmações.


“Antes de mais nada, acho que querer ser milionário não é um bom objetivo na vida. Meu único
conselho é: ache aquilo que você realmente ama fazer. Exerça atividade pela qual você tem
paixão. É dessa forma que temos as melhores chances de sucesso. Se você faz algo de que não
gosta, dificilmente será bom. Não há sentido em ter uma profissão somente pelo dinheiro.”
DELL, Michael. O Mago do Computador. In: Veja

I – Depreende-se, pela leitura do texto, que querer ser milionário é ruim, pois esse desejo
impossibilita o homem de amar o trabalho.
II – Para o autor, as chances de sucesso em uma profissão dependem da paixão com que ela é
exercida.
III – É consenso atribuir-se o sucesso à paixão pela atividade que se realiza.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) Apenas II e III.

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Notícias

Podemos perfeitamente identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu


em um determinado momento e em um determinado lugar, envolvendo determinadas
personagens. Características do lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas
vezes, minuciosamente descritos. São autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu
objetivo é tão somente o de informar, não o de convencer.

Obra-prima de Leonardo da Vinci e uma das mais admiradas telas jamais pintadas, devido, em
parte, ao sorriso enigmático da moça retratada, a “Mona Lisa” está se deteriorando. O grito de
alarme foi dado pelo Museu do Louvre, em Paris, que anunciou que o quadro passará por uma
detalhada avaliação técnica com o objetivo de determinar o porquê do estrago. O fino suporte
de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma deformação desde que especialistas
em conservação examinaram a pintura pela última vez, diz o Museu do Louvre numa declaração
por escrito.
Fonte: http://www.italiaoggi.com.br (acessado em 13/11/07)

Crônica
Fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de
um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer críticas ao status quo, baseadas quase
exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto é predominantemente
coloquial.

Características da crônica
•• Narração curta;
•• Descreve fatos da vida cotidiana;
•• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico;
•• Possui personagens comuns;
•• Segue um tempo cronológico determinado;
•• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens;
•• Linguagem simples.

Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era
tentador: “O que Freud diria de você”. Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o
seguinte: “Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você
buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento”. Perfeito! Foi exatamente o que
aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da
psicanálise, e ele acertou na mosca.
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre, 2008 (adaptado).

www.acasadoconcurseiro.com.br 129
4. Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma
reação irônica no trecho “Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o
pai da psicanálise”.
( ) Certo ( ) Errado

Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões éticas e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal. Consiste também
na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico,
político, social, cultural, moral, comportamental, literário, religioso, etc.), sem que se paute em
formalidades.
O ensaio assume a forma livre e assistemática sem um estilo definido. Por essa razão, um
filósofo espanhol o definiu como "a ciência sem prova explícita".

“Entre os primatas, o aumento da densidade populacional não conduz necessariamente


à violência desenfreada. Diante da redução do espaço físico, criamos leis mais fortes para
controlar os impulsos individuais e impedir a barbárie. Tal estratégia de sobrevivência tem
lógica evolucionista: descendemos de ancestrais que tiveram sucesso na defesa da integridade
de seus grupos; os incapazes de fazê-lo não deixaram descendentes. Definitivamente, não
somos como os ratos.”
Dráuzio Varella.

5. Como a escolha de estruturas gramaticais pode evidenciar informações pressupostas e


significações implícitas, o emprego da forma verbal em primeira pessoa — “criamos” — autoriza
a inferência de que os seres humanos pertencem à ordem dos primatas.
( ) Certo ( ) Errado

Texto Literário
É uma construção textual de acordo com as normas da literatura, com objetivos e
características próprias, como linguagem elaborada de forma a causar emoções no leitor. Uma
das características distintivas dos textos literário é a sua função poética, em que é possível
constatar ritmo e musicalidade, organização específica das palavras e um elevado nível de
criatividade.

Madrugada na aldeia
Madrugada na aldeia nervosa, com as glicínias escorrendo orvalho, os figos prateados de
orvalho, as uvas multiplicadas em orvalho, as últimas uvas miraculosas.
O silêncio está sentado pelos corredores, encostado às paredes grossas, de sentinela.
E em cada quarto os cobertores peludos envolvem o sono: poderosos animais benfazejos,
encarnados e negros.

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Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

Antes que um sol luarento dissolva as frias vidraças, e o calor da cozinha perfume a casa
com lembrança das árvores ardendo, a velhinha do leite de cabra desce as pedras da rua
antiquíssima, antiquíssima, e o pescador oferece aos recém-acordados os translúcidos peixes,
que ainda se movem, procurando o rio.
(Cecília Meireles. Mar absoluto, in Poesia completa.

6. Considere as afirmativas seguintes:


I – O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o título.
II – Predominam nos versos elementos descritivos da realidade.
III – Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol que surge e traz o
calor do dia.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I e II, apenas.

Peça Publicitária

Modo específico de apresentar informação sobre produto, marca, empresa, ideia ou política,
visando a influenciar a atitude de uma audiência em relação a uma causa, posição ou atuação.
A propaganda comercial é chamada, também, de publicidade. Ao contrário da busca de
imparcialidade na comunicação, a propaganda apresenta informações com o objetivo principal
de influenciar o leitor ou ouvinte. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente
(possibilitando a mentira por omissão) para encorajar determinadas conclusões, ou usa
mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e não racional à informação
apresentada Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando
elementos não verbais para reforçar a mensagem.

7. O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campanha, é altamente expressiva e substitui a
palavra
a) vida.
b) corpo.
c) jeito.
d) história.
e) postura.

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Piada

Dito ou pequena história espirituosa e/ou engraçada.

8. “Dois amigos conversam quando passa uma mulher e cumprimenta um deles, que fala:
Eu devo muito a essa mulher...
Por quê? Ela é sua protetora?
Não, ela é a costureira da minha esposa.”
Na piada acima, o efeito de humor
a) deve-se, principalmente, à situação constrangedora em que ficou um dos amigos quando a
mulher o cumprimentou.
b) constrói-se pela resposta inesperada de um dos amigos, revelando que não havia entendido
o teor da pergunta do outro.
c) é provocado pela associação entre uma mulher e minha esposa, sugerindo ilegítimo
relacionamento amoroso.
d) firma-se no aproveitamento de distintos sentidos de uma mesma expressão linguística,
devo muito.
e) é produzido prioritariamente pela pergunta do amigo, em que se nota o emprego malicioso
da expressão sua protetora.

Gráficos e Tabelas

132 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Gêneros Textuais – Prof. Carlos Zambeli

9. Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que


a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em
todas as regiões do país desde 2000.
b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população
brasileira em geral nas últimas décadas.
c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais.
d) em comparação com o ano de 1991, pode-se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número
de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou.

Charge
É um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com
uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou
seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.

10. A relação entre o conjunto da charge e a frase “Brasil tem 25 milhões de telefones celulares”
fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)
a) sentimento de vigilância permanente.
b) aperfeiçoamento dos aparelhos celulares.
c) inadequação do uso do telefone.
d) popularização do acesso à telefonia móvel.
e) facilidade de comunicação entre as pessoas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 133
QUADRINHOS

Hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas peculiaridades.

11. A mãe identifica no discurso do menino


a) contradição
b) crueldade
c) tristeza
d) generosidade
e) acerto

Gabarito: 1. D 2. D 3. B 4. C 5. C 6. E 7. B 8. D 9. B 10. D 11. A

134 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português

CONFRONTO E RECONHECIMENTO DE FRASES CORRETAS E INCORRETAS

Análise de períodos considerando-se:


•• Coesão
•• Coerência
•• Clareza
•• Correção

Coesão
A coesão textual refere-se à microestrutura de um texto. Ela ocorre por meio de relações
semânticas e gramaticais.
No caso de textos que utilizam linguagem verbal e não verbal (publicidade, por exemplo), a
coesão ocorre também por meio da utilização de
•• cores
•• formas geométricas
•• fontes
•• logomarcas
•• etc

Nessa peça, a Jovem Pan busca vender sua cobertura da Copa do


Mundo de futebol, mas em nenhum momento usa essa palavra.
Contudo, os elementos coesivos remetem a esse esporte.

Moldura = bolas
de futebol

Cantos =
local de
escanteio +
bola

Fontes ≈ ideograma oriental Vermelho = alusão ao Oriente

www.acasadoconcurseiro.com.br 135
O pai e seu filhinho de 5 anos caminham por uma calçada.
Repentinamente, o garoto vê uma sorveteria e fala:
– Pai, eu já sarei do resfriado, né?
– Você não vai tomar sorvete! – responde o pai.

A resposta do pai não corresponde coesivamente à pergunta do filho, mas nem por isso é
incoerente. Depreende-se que o pai conhecia o objetivo do filho.

Anáfora
Retoma algo que já foi dito antes!
Edgar é um excelente professor. Ele trabalha aqui na Casa do Concurseiro, ensinando
Conhecimentos Bancários. Essa matéria é muito relevante para concursos nacionais.

Catáfora
O termo ou expressão que faz referência a um termo subsequente, estabelecendo com ele uma
relação não autônoma, portanto, dependente. 
A Tereza olhou-o e disse: – Edgar, você está cansado?

Coerência

Na situação comunicativa, é o que dá sentido ao texto.

Fatores de Coerência
•• encadeamento
•• conhecimento da linguagem utilizada
•• equilíbrio entre o número de informações novas e a reiteração delas
•• possibilidade de inferência
•• aceitabilidade
•• intertextualidade

136 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

http://www.wbrasil.com.br/wcampanhas/index.asp – Acesso em 22 nda agosto de 2005 – uso didático da peça

Fonte: http://www.meioemensagem.com.br/projmmdir/home_portfolio.jsp - Acesso em 17 de setembro de 2005


- uso didático da peça.

www.acasadoconcurseiro.com.br 137
É fácil de notar se quando falta coerência a um texto.

“Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou lhe a vida.”
(Platão & Fiorin)

Vícios De Linguagem

São palavras ou construções que deturpam, desvirtuam, ou dificultam a manifestação do


pensamento, seja pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo descuido do emissor.

BARBARISMO
Desvio na grafia, na pronúncia ou na flexão de uma palavra. Divide-se em
Cacografia – má grafia ou má flexão de uma palavra: flexa – em vez de flecha / deteu – em vez
de deteve.
Cacoépia – erro de pronúncia: marvado – em vez de malvado.
Silabada – erro de pronúncia quanto à acentuação tônica das palavras: púdico – em vez de
pudico / rúbrica – em vez de rubrica.
Estrangeirismo – emprego desnecessário de palavras estrangeiras, quando elas já foram
aportuguesadas: stress – em vez de estresse.

SOLECISMO
É qualquer erro de sintaxe. Pode ser
•• de concordância: Haviam muitos erros – em vez de Havia ...
•• de regência: Assistimos o filme – em vez de Assistimos ao filme.
•• de colocação: Escreverei-te logo – em vez de Escrever-te-ei...

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA
Duplo sentido que ocorre em função da má construção da frase:
Carlos disse ao colega que seu irmão morreu. (irmão de quem?)

138 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Confronto e Reconhecimento de Frases Corretas e Incorretas – Prof. Carlos Zambeli

ECO
Repetição de uma vogal formando rima:
O irmão do alemão prendeu a mão no fogão.

CACOFONIA
Som estranho que surge da união de sílabas diferentes, pela proximidade de duas palavras:
Ela tinha dezoito anos. (latinha)

NEOLOGISMO (palavra nova)


É o emprego de palavras que não passaram ainda para o corpo do idioma:
Devido ao apoiamento ao projeto, deram início às obras.

GERUNDISMO
Locução verbal na qual o verbo principal apresenta-se no gerúndio. Seu uso no português
brasileiro é recente, é considerado por muitos como vício de linguagem, uma vez que seu uso é
demasiadamente impreciso:
“A senhora pode estar respondendo algumas perguntas?”

“Nós vamos estar repassando o problema para a equipe técnica.”

“A senhora vai estar pagando uma taxa de reparo....”

1. Está clara e correta a redação do seguinte comentário sobre o texto:


a) Peter Burke não compartilha com a tese que os românticos viam o fenômeno da invenção
como um atributo de apenas gênios isolados.
b) Na visão de um historiador, não há feito isolado, como invenção absoluta, que
independessem de outros fatos concorrentes a ela.
c) Embora aparentemente se oponha quanto ao sentido, tradição e invenção se mesclam
como um fator de progresso extremamente inventivo.
d) Não há dúvida quanto a períodos históricos aonde ocorra especial desenvolvimento
inventivo, sejam nas artes, sejam na tecnologia.
e) Faz parte do senso comum acreditar, ainda hoje, que toda e qualquer grande invenção
decorre do talento pessoal de um gênio.

Gabarito: 1. E

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Português

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

São várias as funções da linguagem, dependendo da intenção do falante e das circunstâncias


em que ocorre a comunicação. A adequada utilização dessas funções permitirá que ocorra o
perfeito entendimento da mensagem pretendida.

6
contexto
5
referente
1 4
emissor, 7 receptor
destinador canal de comunicação ou
ou remetente destinatário
3
mensagem

2
código

O linguista russo Roman Jakobson caracterizou seis funções da linguagem. Cada uma delas está
estreitamente ligada a um dos seis elementos que compõem o ato de comunicação.

Referente
FUNÇÃO REFERENCIAL

Mensagem
FUNÇÃO POÉTICA
Emissor Receptor
FUNÇÃO FUNÇÃO
EXPRESSIVA Canal de Comunicação CONATIVA
FUNÇÃO FÁTICA

Código
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

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Emissor: o que emite a mensagem.
Receptor: o que recebe a mensagem.
Mensagem: o conjunto de informações transmitidas.
Código: a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação
só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
Canal de Comunicação: veículo por meio do qual a mensagem é transmitida (TV, rádio, jornal,
revista...)
Contexto: a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, ou
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, etc; consequentemente, a
linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes:
•• Função Referencial
•• Função Metalinguística
•• Função Conativa
•• Função Fática
•• Função Emotiva
•• Função Poética
Numa mensagem, é muito difícil encontrarmos uma única dessas funções isolada. O que ocorre,
normalmente, é a superposição de várias delas.
Função referencial – busca transmitir informações objetivas, a fim de informar o receptor.
Predomina nos textos de caráter científico, didático e jornalístico.
Exemplo: Pesquisas já demonstraram que o universo vocabular de nossos estudantes, mesmo
de nível universitário, é pobre.

Função emotiva ou expressiva – exterioriza emoções, opiniões, avaliações, utilizando a 1ª


pessoa (eu). Aparece nas cartas, na poesia lírica, nas músicas sentimentais, nas opiniões e
avaliações. Predomina o elemento emocional sobre o lógico.
Exemplo: Tendo passado já sete dias sem a ver, se acentuava vivamente em mim o desejo de
estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso, sentir-lhe o timbre da voz ou a graça dos
gestos.
(Cyro dos Anjos – “Abdias”)

Função conativa ou apelativa – visa a influir no comportamento do receptor, persuadi-


lo, seduzi-lo. Utiliza vocativo, verbos no imperativo e ocorre, principalmente, em textos de
propaganda.
Exemplo: O filtro “purex” é indispensável para a saúde de sua família. Procure hoje mesmo o
nosso revendedor autorizado.

142 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

Função fática – tem por objetivo prolongar o contato com o receptor. Utiliza interjeições,
repetições, expressões sem valor semântico e, quando escrita, faz uso de recursos gráficos
como diferentes tipos de letras e variadas diagramações. É usada na linguagem coloquial,
especialmente nos diálogos.

•• POIS É...
•• ENTÃO... É melhor você
•• É FOGO. começar a ler
•• Ô. o Estadão.
•• NEM FALE.

Função poética – privilegia o imprevisto, a inovação, a criatividade. Produz no leitor ou no


ouvinte surpresa e prazer estético. Predomina na poesia, mas pode aparecer em textos
publicitários, jornalísticos, nas crônicas, etc. Nela, aparecem as figuras de linguagem, a
conotação.
Exemplo:
“De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento”
Vinícius de Moraes

Função metalinguística – quando a linguagem procura explicar a si mesma, definindo ou


analisando o próprio código que utiliza. É empregada nos textos em que se explica o uso da
palavra, como nos dicionários, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam
de outras canções ou de como se fazem canções.
Exemplo: Literatura é ficção, é a forma de expressão mediante a qual o artista recria a realidade.

EXEMPLIFICANDO
O princípio de que o Estado necessita de instrumentos para agir com rapidez em situações
de emergência está inscrito no arcabouço jurídico brasileiro desde a primeira Constituição,
de 1824, dois anos após a Independência, ainda no Império. A figura do decreto-lei, sempre
à disposição do Poder Executivo, ficou marcada no regime militar, quando a caneta dos
generais foi acionada a torto e a direito, ao largo do Congresso, cujos poderes eram sufocados
pela ditadura. Com a redemocratização, sacramentada pela Constituição de 1988, sepultou-
se o decreto-lei, mas não o seu espírito, reencarnado na medida provisória. Não se discute
a importância de o Poder Executivo contar com dispositivos legais que permitam ao governo
baixar normas, sem o crivo imediato do Congresso, que preencham os requisitos da “relevância
e urgência”. O problema está na dosagem, que, se exagerada, como ocorre atualmente, sufoca
o Poder Legislativo.
O Globo, 19/3/2008 ( com adaptações)

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1. A função da linguagem predominante no texto é
a) metalinguística.
b) poética.
c) expressiva.
d) apelativa.
e) referencial.

2. Há correspondência entre ELEMENTO do processo de comunicação e FUNÇÃO da linguagem


em
a) emissor – poética.
b) destinatário – emotiva.
c) contexto – referencial.
d) código – fática.
e) canal – metalinguística.

3. O texto abaixo utiliza uma linguagem emotiva, que pode ser comprovada especialmente na
opção pela subjetividade voltada para o narrador.
“Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe
nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo
dentro de casa. Nem jogue seu lixo no ambiente. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira
o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores
bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. Só existe o hoje.”
( ) Certo ( ) Errado

4. HISTÓRIA MANJADA
GALÃ CANASTRÃO
TIROS E PERSEGUIÇÕES
EFEITOS GRATUITOS
MAIS TIROS E PERSEGUIÇÕES
FINAL PREVISÍVEL
Conheça outro jeito de fazer cinema.
Cine Conhecimento.
No canal PLUS.
Além de exibir filmes de diversos países, o programa traz análises, comentários, curiosidades e
detalhes da produção. Não perca! Tem sempre um bom filme para você!
(Revista Monet)

Pelos sentidos e pelas estruturas linguísticas do texto, é correto concluir que o emprego de
“Conheça” e “Não perca” indica que a função da linguagem predominante no texto é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) conativa.
d) expressiva.

144 www.acasadoconcurseiro.com.br
Português – Funções da Linguagem – Prof. Carlos Zambeli

5. No slogan CELULAR: Não Fale no Trânsito, uma característica da função conativa da linguagem
é
a) a objetividade da informação transmitida.
b) a manutenção da sintonia entre a STTU e o público-alvo.
c) o esclarecimento da linguagem pela própria linguagem
d) o emprego do verbo no modo imperativo

6. Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


Cidade Grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.


b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Gabarito: 1. E 2. C 3. E 4. D 5. E 6. C

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Português

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Tanto a língua escrita quanto a oral apresentam variações condicionadas por diversos fatores:
regionais, sociais, intelectuais etc.
A língua escrita obedece a normas gramaticais e será sempre diferente da língua oral, mais
espontânea, solta, livre, visto que acompanhada de mímica e entonação, que preenchem
importantes papéis significativos. Mais sujeita a falhas, a linguagem empregada coloquialmente
difere substancialmente do padrão culto.

1. A Linguagem Culta Formal ou Padrão

É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. Caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente
usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais
estável, menos sujeita a variações.

2. A Linguagem Culta Informal ou Coloquial

É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde
à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem (solecismo - erros de regência e
concordância; barbarismo - erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia;
pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter
oral e popular da língua.

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1. Com frequência, a transgressão à norma culta constitui uma marca do registro coloquial da
língua. Nesses casos, parece existir, de um lado, a norma culta e, de outro, a “norma” coloquial
– e esta muitas vezes se impõe socialmente, em detrimento da primeira. Um exemplo de
transgressão à norma culta acontece numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) Nós éramos cinco e brigávamos muito…
b) estrada lamacenta que o governo não conservava…
c) Miguel fazia muita falta, embora cada um de nós trouxesse na pele a marca de sua
autoridade.
d) Você assustou ele falando alto.
e) Se um de nós ia para o colégio, os outros ficavam tristes.

3. Linguagem Popular ou Vulgar


Existe uma linguagem popular ou vulgar, segundo Dino Preti, “ligada aos grupos extremamente
incultos, aos analfabetos”, aos que têm pouco ou nenhum contato com a instrução formal. Na
linguagem vulgar, multiplicam-se estruturas como “nóis vai, ele fica”, “eu di um beijo nela”,
“Vamo i no mercado”, “Tu vai í cum nóis”.
Saudosa Maloca
Peguemo todas nossas coisas
E fumo pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada tauba que caía
Duía no coração
Mato Grosso quis gritá
Mais em cima eu falei:
Os home tá c’a razão,
Nóis arranja otro lugá.
Só se conformemo quando o Joca falô:
“Deus dá o frio conforme o cobertô”.
BARBOSA, Adoniran. In: Demônios da Garoa - Trem das 11. CD 903179209-2, Continental-Warner Music Brasil, 1995.

2. Considere as afirmações.
I – A letra de “Saudosa Maloca” pode ser considerada como realização de uma “linguagem
artística” do poeta, estabelecida com base na sobreposição de elementos do uso popular ao
uso culto.
II – Uma dessas sobreposições é o emprego do pronome oblíquo de terceira pessoa “se” em
lugar de “nos” (Só se conformemo), diferentemente do que prescreve a norma culta.
III – A letra de “Saudosa Maloca” apresenta linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a
linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
Estão corretas
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.

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Português – Variação Linguística – Prof. Carlos Zambeli

d) apenas I e II.
e) I, II e III.

4. Gíria
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais. Esses grupos utilizam a gíria como
meio de expressão do cotidiano, para que as mensagens sejam decodificadas apenas pelo
próprio grupo. Assim, a gíria é criada por determinados segmentos da comunidade social que
divulgam o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de comunicação de
massa, como a televisão e o rádio, propagam os novos vocábulos; às vezes, também inventam
alguns. A gíria que circula pode acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no
vocabulário de pequenos grupos ou cair em desuso.

3. Nas orações a seguir, as gírias sublinhadas podem ser substituídas por sinônimos.
“… e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa.”
“… o Papa de araque…”
“… numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo
cano.”
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a essas expressões.
a) distraidamente, falso, saíram-se mal.
b) reclamando, falso, obstruíram-se.
c) distraidamente, esperto, saíram-se vitoriosos.
d) reclamando, falso, deram-se mal.
e) distraidamente, esperto, obstruíram-se.

5. Linguagem Regional
Regionalismos ou falares locais são variações geográficas do uso da língua padrão, quanto
às construções gramaticais, empregos de certas palavras e expressões e do ponto de vista
fonológico. Há, no Brasil, por exemplo, falares amazônico, nordestino, baiano, fluminense,
mineiro, sulino.
Leia o texto a seguir e responda à questão.
“Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.
Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me
faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa
importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita
na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava
por ela — já o campo!
Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo
nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres,
nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E

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nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
redemunho... “
(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

4. O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos
linguísticos empregados pelo escritor. Entre as características do texto, está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da
personagem.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e
rítmicas.

6. Linguagem das Mídias Eletrônicas


São dois os principais motivos da simplificação e da abreviação de palavras entre quem usa
a internet e costuma mandar mensagens: o primeiro, a facilidade de se escrever de modo
simplificado, e o segundo, a pressa. Esta, por sua vez, está ligada a outras duas razões: a
economia e o desejo de reproduzir virtualmente o ritmo de uma conversa oral.

Boa tarde, amigão,


Como vc está interessado em trabalhar nesta empresa, e somente poderá o fazer por meio
de concurso público, deve acessar o link Concursos, em www.fepese.org.br. Assim, tu tens
informação não apenas a respeito do concurso da CASAN, mas tb de outros que aquela
fundação coordena.
Abraços.
Manoel

5. Assinale a alternativa correta, quanto a esse tipo de correspondência.


a) Nesse tipo de correspondência o termo “amigão” é permitido, desde que realmente haja
amizade entre quem a envia e quem a recebe.
b) Nesse tipo de correspondência, são aceitáveis abreviaturas como vc e tb, comuns em
e-mails entre amigos.
c) Está correto o emprego de pessoas gramaticais diferentes: vc (você) está interessado e tu
tens; considerar isso erro gramatical é preconceito linguístico.
d) Em “somente poderá o fazer” há erro no emprego do pronome oblíquo; a correspondência
empresarial, mesmo sob a forma eletrônica, obedece à norma culta da língua.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. B 5. D

150 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação Oficial

Professora Maria Tereza

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Redação Oficial

REDAÇÃO OFICIAL

Correspondência Oficial: maneira pela qual o Poder Público (artigo 37 da Constituição: "ad-
ministração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios)” redige atos normativos e comunicações.

Características (atributos decorrentes da Constituição)

•• Impessoalidade: ausência de impressões individuais de quem comunica; tratamento ho-


mogêneo e impessoal do destinatário.
•• Uso do padrão culto de linguagem: observação das regras da gramática formal e emprego
de vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma (ausência de diferenças lexi-
cais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias
linguísticas). O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
sua compreensão limitada.
•• Clareza: ausência de duplicidade de interpretações; ausência de vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão.
•• Concisão: transmissão do máximo de informações com o mínimo de palavras.
•• Formalidade: obediência a certas regras de forma; certa formalidade de tratamento; poli-
dez, civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
•• Uniformidade: atenção a todas as características da redação oficial e cuidado com a apre-
sentação dos textos (clareza da digitação, uso de papéis uniformes para o texto definitivo e
correta diagramação do texto).
•• Emissor: um único comunicador – o Serviço Público.
•• Receptor: o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a ou-
tro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).

Uso de Pronomes de Tratamento

1. Concordância dos pronomes de tratamento


•• concordância verbal, nominal e pronominal: embora se refiram à segunda pessoa gramatical
(à pessoa com quem se fala ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância
para a terceira pessoa.

Ex.: "Vossa Excelência conhece o assunto". / "Vossa Senhoria nomeará seu substituto.”

•• adjetivos referidos a esses pronomes: o gênero gramatical coincide com o sexo da pessoa a
que se refere.

www.acasadoconcurseiro.com.br 153
Ex.: "Vossa Excelência está atarefado." / "Vossa Excelência está atarefada."

Resumindo:

1. com quem se fala (vossa(s)): verbo e pronomes na 3ª pessoa;


2. de quem se fala (sua(s)): verbo e pronomes na 3ª pessoa;
3. adjetivos: concordam com o sexo do destinatário.

2. Emprego dos Pronomes de Tratamento (uso consagrado):

•• Vossa Excelência

a) autoridades do Poder Executivo (Presidente da República; Vice-Presidente da República;


Ministros de Estado1, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios
e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos
Estaduais; Prefeitos Municipais).

b) autoridades do Poder Legislativo (Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal


de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas
Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais).
c) autoridades do Poder Judiciário (Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais;
2
Juízes; Auditores da Justiça Militar, Delegados ).

OBS.1: a vereadores, conforme Manual de Redação da Presidência da República, não é dispen-


sado o mesmo tratamento protocolar que recebem as autoridades legislativas. Logo, o prono-
me a ser usado é “Vossa Senhoria”.

Vocativo correspondente a “Vossa Excelência”

→Chefes de Poder – Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo.


Ex.: “Excelentíssimo Senhor Presidente da República” / “Excelentíssimo Senhor Presidente do
Congresso Nacional” / “Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal”
→Demais autoridades – Senhor, seguido do cargo respectivo.
Ex.: Senhor Senador / Senhor Juiz / Senhor Ministro / Senhor Governador.
•• Vossa Senhoria

1 São Ministros de Estado, nos termos do Decreto nº 4.118/2002, além dos titulares dos Ministérios, o Chefe da Casa
Civil da Presidência da República, o Chefe de Gabinete de Segurança Institucional, o Chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República, o Advogado Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União. Posteriormente,
por meio de adendos ao Decreto, foram incluídos outros cargos, entre eles, o de Presidente do Banco Central.
2. A Lei nº 12.830/2013 dispõe, no art. 3º, que “O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito,
devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da
Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados”.

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→ empregado para as demais autoridades e para particulares.

Vocativo correspondente a “Vossa Senhoria”


→ Senhor.
•• Vossa Magnificência
→ empregado, por força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.

Vocativo correspondente a “Vossa Magnificência”


→ Magnífico Reitor.
•• Pronomes de tratamento para religiosos
•• de acordo com a hierarquia eclesiástica.
•• Vossa Santidade: Papa. Vocativo Santíssimo Padre.
•• Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: Cardeais. Vocativo Eminentíssimo
Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.
•• Vossa Excelência Reverendíssima: Arcebispos e Bispos.
•• Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima: Monsenhores, Cônegos e
superiores religiosos.
•• Vossa Reverência: sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
OBS. 2: O Manual de Redação da Presidência da República – bem como outros dele decorrentes
– não apresenta vocativo para Arcebispo, Bispo, Monsenhor, Cônego, Sacerdote, Clérigo e
demais religiosos. Outros manuais – de forma inconsistente – recomendam Excelentíssimo
Reverendíssimo para Arcebispo e Bispo; Reverendíssimo para as demais autoridades eclesiásticas.

Resumindo:
1. TRATAMENTO Vossa Excelência: autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;
2. VOCATIVO Excelentíssimo: chefes dos Três Poderes;
3. VOCATIVO Senhor: para os demais cargos;
4. TRATAMENTO Vossa Senhoria: para os demais;
5. VOCATIVO: Senhor.

OBS. 3: em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD) para as
autoridades da lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo pú-
blico, sendo desnecessária sua repetida evocação.
OBS. 4: fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tra-
tamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
OBS. 5: doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evita-se usá-lo indiscrimina-
damente; é empregado apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por
terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis,
especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
confere a desejada formalidade às comunicações.

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Envelope (endereçamento autoridades tratadas por Vossa Excelência):

A Sua Excelência o Senhor A Sua Excelência o Senhor


Senador Fulano de Tal Fulano de Tal
Senado Federal Ministro de Estado da Justiça
70.165-900 – Brasília. DF 70.064-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal
a
Juiz de Direito da 10 Vara Cível
Rua ABC, nº 123
01.010-000 – São Paulo. SP

Envelope (endereçamento autoridades tratadas por Vossa Senhoria):

Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
70.123 – Curitiba. PR

Verso do Envelope

Remetente: NOME (em caixa alta)


Cargo (em caixa alta e baixa)
Setor de Autarquias Sul
Quadra 4 – Bloco N
70.070-0400 – Brasília-DF

NOME E NÚMERO DE RUA – põe-se vírgula depois do nome da rua, avenida, etc. A
abreviatura nº é dispensável: Rua Jerônimo Coelho, 277.
CAIXA POSTAL E TELEFONE – nunca são precedidos de vírgula, mesmo que omitida a
abreviatura nº (número): telefone nº 30852202 / telefone 3232-2895. Caixa postal nº 3085 /
caixa postal 3085.

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Tabela de Abreviaturas

Pronome de Abreviatura Abreviatura Usado para se


tratamento singular plural dirigir a
Vossa Alteza V. A. VV. AA. Príncipes, duques
a
Vossa Eminência V. Em. V. Em. as Cardeais
Vossa Excelência V. Ex. a V. Ex. as Altas autoridades
Reitores de
Vossa Magnificência V. Mag. a V. Mag. as
universidades
Vossa Majestade V. M. VV. MM . Reis, imperadores
a Tratamento
Vossa Senhoria V. S. V. S. as
cerimonioso

OBS. 6: não se abreviam os pronomes de tratamento quando os destinatários são o Presidente


da República e o Papa.

USO DA ABREVIATURA DE SENHOR(A) Abrevia-se a palavra senhor(a) apenas quando for


seguida de substantivo próprio ou personalizado.
•• Sr. Carlos Zambeli
•• Sra. Diretora
•• Srs. Professores

Fechos para Comunicações

1. para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:


Respeitosamente.

2. para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:


Atenciosamente.

CUIDADO!!!!! NÃO use Cordialmente, Graciosamente.


É ERRADO ABREVIAR QUALQUER UM DESSES FECHOS: Att., Atcs.

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que


atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
Ministério das Relações Exteriores.

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Identificação do Signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunica-


ções oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de
sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Ex.: (espaço para assinatura)
Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República

OBS. 7: para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do
expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

DOCUMENTO ASSINADO POR DOIS SIGNATÁRIOS


O chefe cuja hierarquia é superior assina à esquerda do documento. À direita, o de
hierarquia inferior à daquele.

OBS. 8:
•• Não se empregam PRECIOSISMOS: palavras raras, muitas vezes arcaicas, antigas, em desu-
so (“Outrossim”, “Destarte”, “Subscrevemos mui atenciosamente.”...)
•• Não se empregam NEOLOGISMOS: criação de palavras.
•• Não se usam expressões que exprimam FAMILIARIDADE: “Prezados”, “caros”, no vocativo;
•• Não se utilizam expressões REDUNDANTES: “Sem mais, subscrevemo-nos.”; traço para a
assinatura; “Vimos por meio desta...”
•• VERBORRAGIA E PROLIXIDADE constituem erro: “Temos a satisfação de comunicar...”; “Nada
mais havendo para o momento, ficamos à disposição para maiores informações necessárias.”;
“Aproveitamos o ensejo, para protestos da mais elevada estima e consideração.”

Padrão Ofício

Ofício
Aviso FORMA SEMELHANTE / FINALIDADE DIFERENTE
Memorando

SEMELHANÇAS

1. Partes:
→ tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.
Exs.: Mem. 123/2012-MF Aviso 123/2012-SG Of. 123/2012-MME

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→ local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita.
Ex.: Brasília, 15 de março de 2015.
→ destinatário (o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação; no ofício, deve
ser incluído também o endereço).
Ex.:

Ofício no 524/2012/SG-PR
Brasília, 27 de maio de 2015.

A Sua Excelência o Senhor


Deputado [Nome]
Câmara dos Deputados
70.160-900 – Brasília – DF

→ assunto (resumo do teor do documento; também chamado de ementa).


Ex.: Assunto: Produtividade do órgão em 2015.

→ texto (padrão ofício)


•• introdução – apresentação do assunto que motiva a comunicação; evita-se o uso das
formas "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cumpre-me informar que”;
•• desenvolvimento – detalhamento do assunto; se houver mais de uma ideia, deve haver
parágrafos distintos;
•• conclusão – reafirmação ou reapresentação do assunto.

OBS. 9: os parágrafos devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados
em itens ou títulos e subtítulos.
→ texto (mero encaminhamento de documentos)
•• introdução – referência ao expediente que solicitou o encaminhamento; caso contrário,
informação do motivo da comunicação (encaminhar) indicando os dados completos do
documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto de que trata) e a razão
pela qual está sendo encaminhado.
Ex: "Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 2012, encaminho, anexa, cópia do Ofício
nº 34, de 3 de abril de 2011, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição
do servidor Fulano de Tal."
ou
"Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1º de
fevereiro de 2012, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto
de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste."
•• Desenvolvimento – normalmente, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou
ofício de mero encaminhamento.

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→ fecho.
→ assinatura do autor da comunicação.
→ identificação do signatário.

2. Forma de diagramação:
•• Fonte
Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações e 10 nas notas de rodapé.
Símbolos não existentes na fonte Times New Roman – fontes Symbol e Wingdings.
•• Número de páginas
É obrigatório constar a partir da segunda página.
•• Tamanho da folha
Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser impressos em papel de tamanho A4,
ou seja, 29,7 x 21,0 cm.
•• Orientação
O documento deverá ser impresso como Retrato.
•• Destaques
Não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado,
sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a so-
briedade do documento.

DESTAQUE DE PALAVRAS E EXPRESSÕES


Destacam-se expressões ou fragmentos de texto de diversas maneiras:
•• sublinhados;
•• aspas;
•• caracteres maiúsculos;
•• negrito;
•• itálico.
Não se misturam dois ou mais tipos de destaque; seu uso deve ser parcimonioso.

•• Impressão
Os ofícios, memorandos e anexos poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Nesse
caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
espelho”). A impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão
colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações.

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•• Arquivo
Deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de
texto. Dentro do possível, todos os arquivos de texto dos documentos elaborados devem ser
preservados para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos.
•• Início de parágrafo
O início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda.
•• Espaçamento entre parágrafos
Deve ser utilizado espaçamento de 2,5 cm.
•• Espaçamento entre linhas
Deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo (uma
linha em branco).
•• Alinhamento
O texto deve ser justificado.
Margem esquerda
O campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3 cm de largura.
•• Margem direita
O campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm.
•• Margem superior
O campo destinado à margem superior terá 2 cm.

•• Margem inferior
O campo destinado à margem inferior terá 2 cm.
•• Armas nacionais
É obrigatório o uso das Armas Nacionais nos papéis de expediente, nos convites e nas
publicações de âmbito federal (artigo 26, inciso X, da Lei nº 5.700, de 1º de setembro de 1971),
único emblema que figurará nos modelos padronizados. As Armas Nacionais poderão ser
omitidas nos papéis e nas publicações de uso interno das repartições federais.
•• Cabeçalho
É composto pelo Brasão da República, centralizado na página, juntamente com os dizeres necessários,
em caixa-alta (maiúsculas), fonte do tipo Times New Roman, corpo 9, nesta ordem (exemplo):

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO

•• Rodapé
Deve constar apenas nas correspondências oficiais (por exemplo, ofícios), sendo suprimidos
em outros documentos institucionais (regimentos, regulamentos, atas etc.). O rodapé será
alinhado à direita da página, fonte do tipo Times New Roman, corpo 9, composto pelo nome
da Instituição (em caixa-alta e negrito), unidade, Caixa Postal, CEP, Cidade/Estado, telefone e
e-mail do setor emitente, nesta ordem. Exemplo:

INSTITUTO FEDERAL GOIANO


REITORIA
Caixa Postal 50
74.001-970 – Goiânia – GO
55-62-3506-3600 –
gabinete@ifgoiano.edu.br

Não confundir “notas de rodapé” (corpo 10) com “rodapé” (corpo 9).

OBSERVAÇÕES QUANTO À DIGITAÇÃO


TRANSLINEAÇÃO
1. Por questão estética, não se deve isolar uma vogal de palavra translineada no fim
ou no início de linha:
•• á – rea
•• ge – lei – a
2. Deve-se evitar a translineação em que parte da palavra dividida lembre palavra
obscena ou ridícula:
•• a – bunda
•• com – putar
CARACTERES MAIÚSCULOS E ACENTUAÇÃO GRÁFICA – as palavras escritas em letras
maiúsculas permanecem subordinadas às regras de acentuação gráfica.

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DIFERENÇAS Padrão Ofício

Finalidade

Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas.


1. Aviso: expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma
hierarquia; tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si.
Uso de vocativo seguido de vírgula.

Exemplo de Aviso

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO XXXXXX
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]
Aviso nº xxx/SG-PR
Brasília, xx de dezembro de xxxx.
A Sua Excelência o Senhor
[nome e cargo]
Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Ministro,
CORPO DO TEXTO: blá-blá-blá.
Atenciosamente,
Assinatura
[nome]
[cargo]

2. Ofício: expedido para e pelas demais autoridades; tratamento de assuntos oficiais pelos
órgãos da Administração Pública entre si e também com particulares.
Uso de vocativo seguido de vírgula.
No cabeçalho ou no rodapé: nome do órgão ou setor; endereço postal; telefone e endereço de
correio eletrônico.

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Exemplo de Ofício

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]

Ofício nº xxxxxxx/SG-PR
Brasília, xx de maio de xxxx.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado Fulano
Câmara dos Deputados
CEP – município – estado

Assunto: Blá-blá-blá
Senhor Deputado,

CORPO DO TEXTO: blá-blá-blá.


Atenciosamente,
Assinatura
[nome]
[cargo]
INSTITUTO FEDERAL XXXXXXX
REITORIA
Caixa Postal XXXX
CEP XX.XXX-XXX – [cidade] – unidade da Federação
51-xxxxxxxx
gabinete@ifxxxxxxx.edu.br
AB / CD
OBS. 10: a numeração dos ofícios recomeça a cada ano.
OBS. 11: quando houver documentos a anexar, escreve-se a palavra anexo na margem esquerda
e a sua descrição.
Ex.: Anexo: Recibo do pagamento.

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OBS. 12: na última linha do papel, à esquerda, devem constar as iniciais de quem redigiu e de
quem digitou o texto, separadas por uma barra. Se forem a mesma pessoa, basta colocar a
barra e as iniciais.

2.1 Ofício Circular: segue os mesmos padrões de forma e estrutura do ofício. Entretanto, é
utilizado para tratar de um mesmo assunto com destinatários de diferentes setores/unidades.
Exemplo de Ofício Circular

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]

Ofício Circular nº xxxxxxx/&&-&&


Brasília, xx de maio de xxxx.
Aos Senhores
Diretores das Escolas da Rede Estadual
Região Metropolitana de ZZZZZ

Assunto: Blá-blá-blá
Senhor(a) Diretor(a),
.......
3. Memorando: comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem es-
tar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma
de comunicação eminentemente interna; caráter meramente administrativo ou de exposição de
projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público.
Característica principal: agilidade.
OBS. 13: o destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
Ex.: Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
OBS. 14: os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de
falta de espaço, em folha de continuação.
OBS. 15: após a numeração de controle, devem constar, no máximo, três níveis de siglas: a da
unidade emitente, a da imediatamente superior e a do órgão/unidade responsável pela com-
petência regimental.
Ex.: Memorando nº xx/Seata/Coseg/Cglog
OBS. 16: contém somente a identificação do órgão, não sendo admitido, portanto, o brasão.

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Exemplo de Memorando
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
[Ministério]
[Secretaria / Departamento / Setor / Entidade]
[Endereço para correspondência]
[Telefone e endereço de correio eletrônico]
Mem nº xxx/DJ
Brasília, xx de maio de xxxx.
Ao Senhor Chefe do Departamento de yyyy
Assunto: Blá-blá-blá
CORPO DO TEXTO: blá-blá-blá.
Atenciosamente,
[nome]
[cargo]

OUTROS TIPOS DE CORRESPONDÊNCIAS

4. Alvará
Documento escrito por autoridade competente para que se pratique determinado ato. Também
recebe o nome de mandado judicial, quando oriundo de autoridade judicial: alvará de soltura.
Recebe também o nome de licença, quando oriundo de autoridade administrativa: alvará para
funcionamento.
Os alvarás são de dois tipos: de licença (têm caráter definitivo e só podem ser revogados por
motivos de interesse público); de autorização (têm caráter instável e podem ser cassados).
Forma
•• Título com numeração e data de expedição.
•• Texto: com designação do cargo da autoridade que expede o alvará; citação da legislação
em que se baseia a decisão da autoridade.
•• Assinatura: nome da autoridade competente sem indicação do cargo, já mencionado no
texto.
•• Local e data: (dispensáveis se já constarem do título).

5. Apostila: averbação feita abaixo dos textos ou no verso de decretos e portarias pessoais
(nomeação, promoção, etc.), para que seja corrigida flagrante inexatidão material do texto
original (erro na grafia de nomes próprios, lapso na especificação de datas, etc.), desde que
essa correção não venha a alterar a substância do ato já publicado.

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Forma
•• título, em maiúsculas e centralizado sobre o texto: APOSTILA;
•• texto, do qual deve constar a correção que está sendo feita, a ser iniciada com a remissão
ao decreto que autoriza esse procedimento;
•• data por extenso;
•• identificação do signatário (nome em maiúsculas) abaixo da assinatura;
No original do ato normativo, próximo à apostila, deverá ser mencionada a data de publicação
da apostila no Boletim de Serviço ou no Boletim Interno.
Exemplo de Apostila:
APOSTILA
O cargo a que se refere o presente ato foi transformado em Assessor da Diretoria-Geral de
Administração, código DAS-102.2, de acordo com o Decreto nº 99.411, de 25 de julho de 1990.
Brasília, xx de xxxx de xxxx.
NOME
Subchefe da Secretaria-Geral da Presidência da República”

6. Ata: relatório escrito do que se fez ou disse em sessão de assembleia, sociedade, júri,
corporação. É o registro claro e resumido das ocorrências de uma reunião de pessoas, com
fim determinado.
Forma
•• localizadores temporais: dia, mês, ano e hora da reunião (sempre por extenso);
•• espaço da reunião: local (sede da instituição, rua, número, cidade);
•• nome e sobrenome das pessoas presentes, com respectivas qualificações;
•• declarações do presidente e secretário;
•• assuntos tratados (ordem do dia);
•• fecho;
•• assinaturas, por extenso, do presidente, secretário e participantes da reunião.

7. Atestado: documento firmado por uma pessoa a favor de outra, asseverando a verdade
acerca de determinado fato. Destina-se à comprovação de fatos ou situações passageiras,
não necessariamente constantes em documentos da Administração.
Partes
•• Título – nome do documento.
•• Texto – apresentação do conteúdo da atestação (não é obrigatória a declaração da
finalidade do documento, tampouco o registro de quem requer a informação).

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•• Local e data – cidade, dia, mês e ano da emissão do documento (é opcional o registro do
nome do órgão em que a autoridade signatária do atestado exerce suas funções).
•• Assinatura – nome e cargo (ou função) da autoridade signatária.
8. Auto
Descreve detalhadamente determinado acontecimento e suas circunstâncias. Na redação
oficial, é a narração judicial ou administrativa, escrita por escrivão ou tabelião e lavrada para
comprovar uma ocorrência.
Forma
•• Título com numeração.
•• Texto: deve constar o desenrolar dos acontecimentos com detalhes, nome do autuado,
motivo da autuação, indicação da penalidade e prazo para apresentação de defesa.
•• Data: local e data em que foi lavrado o auto.
•• Assinatura.

9. Carta Oficial
Forma de comunicação externa dirigida a pessoa (física ou jurídica) estranha à administração
pública, utilizada para fazer solicitações e convites, externar agradecimentos, ou transmitir in-
formações.
Estrutura
•• Local e data, por extenso, à esquerda da página.
•• Endereçamento (alinhado à esquerda): nome do destinatário, precedido da forma de
tratamento, e o endereço.
•• Vocativo: a palavra Senhor (a), seguida do cargo do destinatário e de vírgula.
•• Texto paragrafado, com a exposição do(s) assunto(s) e o objetivo da carta.
•• Fecho: Atenciosamente ou Respeitosamente.
•• Assinatura, nome e cargo do emitente da carta.
EXEMPLO
Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2015
Sr. Professor Evanildo Bechara
Rua da Ajuda n.º 0 / apto 208
Centro – Rio de Janeiro – RJ
20000-000

Senhor Professor,
(Blá-blá-blá)

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10. Certidão – atesta fatos permanentes – visto que afirma convicção sobre os transitórios.
“Documento revestido de formalidades legais adequadas, fornecido por autoridade com-
petente, a requerimento do interessado, solicitado ou requerido ex oficio por autoridade
administrativa ou judicial e destinado a fazer certa a existência de registro em livro, proces-
so ou documento qualquer em poder do expedidor, referente a determinado ato ou fato,
ou dar por certa a inexistência de tal registro”.
Particularidades
As certidões podem ser de inteiro teor ou resumidas, desde que apresente fielmente o que se
contém no original de onde foram extraídas. Quando a certidão consistir em transcrição ver-
bum ad verbum, isto é, integral, também recebe o nome de translado.
As certidões apresentam certa semelhança com a elaboração da ata. Devem ser escritas em
linhas corridas, sem emendas ou rasuras. Eventuais erros podem ser ressalvados com a palavra
digo ou a expressão em tempo (ao final do corpo do texto). Quaisquer espaços em branco
devem ser preenchidos com pontos ou outros sinais convencionais.
Partes
•• Título – nome do documento.
•• Introdução – alusão ao ato que determinou a expedição do documento (poderá ser
mencionado o documento ou livro de qual a certidão está sendo extraída).
•• Texto – efetiva descrição do que foi encontrado ou transcrição do documento original.
•• Fecho – termo de encerramento e assinatura dos funcionários que participaram do ato
(quem lavrou o documento e quem o conferiu).
•• Local e data – cidade, dia, mês e ano da expedição do ato normativo.
•• Visto – da autoridade que autorizou a lavratura da certidão.

11. Convite
Parte importante na organização de um evento, pois ajuda a estabelecer o tom geral da função
social. Determina o número de convidados. O cartão de resposta determinará quem atendeu
ao convite, a fim de possibilitar a organização da disposição dos assentos, a seleção da comida
e o serviço.
Estrutura:
•• Logo ou gráfico da organização ou anfitrião no topo do convite.
•• Nome completo do anfitrião, sem honoríficos (Dr./Sr./Sra.) a não ser que haja um título
oficial (na linha abaixo do nome). Exceção: o título "Presidente" precede o nome do
anfitrião.
•• Vocabulário formal (“solicitam a sua presença“) ou menos formal ("cordialmente o
convidam a comparecer“).
•• Informações sobre o evento (cerimônia de premiação, festa...).
•• Propósito do evento (homenagem a..., etc.).

www.acasadoconcurseiro.com.br 169
•• Data do evento: formal = data por extenso (Quinta-feira, onze de novembro), ou informal
(Quinta-feira, 11 de novembro).
•• Hora do evento por extenso: exemplo – Às vinte horas.
•• Local do evento e seu endereço.
•• Instruções especiais, se houver alguma: exemplo – direções do local do evento.
•• Informação de RSVP: sigla em francês (Répondez s'il vous plaît), que em português significa
"Responder, por favor"; destina-se a festas e eventos para os quais é necessário saber
exatamente quem irá comparecer.
Observação: um convite eletrônico deve usar o mesmo vocabulário e a mesma etiqueta
utilizados em um convite escrito.

12. Convocação
Modelo – Estrutura
Senhor
(nome)
Convoco (convocamos) Vossa Senhoria para a xxxxxxxxxxx, ser realizada no (endereço do
local), no dia xx de (mês – por extenso) de (ano), às xx horas, quando haverá deliberação sobre
os seguintes temas:
-xxxxxxxxx
-yyyyyyyy
-zzzzzzzzz
Atenciosamente,
(localidade), (dia) de (mês) de (ano).

(Assinatura)
(nome completo)
(cargo)

13. Correio Eletrônico


Forma: um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem
incompatível com uma comunicação oficial. Nos termos da legislação em vigor, para que a
mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceito
como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do
remetente, na forma estabelecida em lei.
OBS. 17: O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser preenchido de modo a
facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente. Para os arquivos
anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre
que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível,
deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.

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14. Decisão Administrativa: utilizada para formalizar informações pertinentes a dispensas, fe-
riados, recessos etc.
Forma: além do cabeçalho e rodapé, são elementos constitutivos da Decisão Administrativa:
a) título: Decisão Administrativa nº ... de ... de 20XX; em caixa-alta, centralizado e negrito;
b) data, alinhada à direita;
c) atribuições da pessoa que está expedindo o documento;
d) texto;
e) assinatura.
15. Declaração: utilizada para afirmar a existência de um fato; a existência ou não de um
direito.
Forma
Pode-se iniciar uma declaração assim: “Declaro para fins de prova junto ao órgão tal...”, “Decla-
ro, para os devidos fins, que...”, ...

16. Exposição de Motivos: expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presi-


dente (geralmente, por um Ministro de Estado) para informá-lo de determinado assunto;
propor alguma medida; ou submeter à sua consideração projeto de ato normativo. Caso
envolva mais de um Ministério, é assinada por todos os Ministros e chamada de Exposição
Interministerial.
Forma: modelo do padrão ofício, se o caráter for tão somente informativo – pode conter
comentários se a exposição submeter à consideração do Presidente da República a sugestão de
alguma medida a ser adotada.
OBS. 18: Havendo necessidade de duas assinaturas, fica à esquerda a da autoridade responsá-
vel (no uso das atribuições) e à direita a do corresponsável (que fornece apoio técnico e logísti-
co). A autoridade responsável é aquela que responde diretamente pelas competências e pelas
atribuições da unidade e o corresponsável é a autoridade da unidade que fornecerá o apoio
técnico e/ou logístico para o desempenho da atividade. Na maioria dos casos, o próprio docu-
mento define quem é o responsável direto e o responsável indireto.
Forma de identificação:
(assinatura) (assinatura)
(Nome do responsável) (Nome do corresponsável)
(Cargo do signatário) (Cargo do signatário)

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EXEMPLO DE EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DE CARÁTER INFORMATIVO

OBS. 19: Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República


a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo
– embora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentários julgados
pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:

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a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo


proposto;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para
se solucionar o problema e eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser
editado para solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente preen-
chido, de acordo com o modelo previsto no Decreto nº 4.176, de 28 de março de 2002.

17. Despacho: encaminhamento com decisão proferida por autoridade administrativa em matéria
que lhe é submetida à apreciação. É muito empregado na tramitação de processos. Pode conter
apenas: aprovo, defiro, em termos, de acordo ou ser redigido de forma mais complexa.
Forma
Segue o padrão ofício, incluindo-se o nome do interessado e o número do processo e suprimin-
do-se o vocativo e o fecho.

18. Edital: ato pelo qual se publica pela imprensa, ou em lugares públicos, certa notícia, fato ou
ordenança que deve ser divulgada para conhecimento das pessoas nele mencionadas e de
outras tantas que possam ter interesse pelo assunto.
Forma
•• timbre do órgão que o expede;
•• título: denominação do ato: Edital nº ... de ... de 20XX;
•• ementa: facultativa;
•• texto: desenvolvimento do assunto tratado. Havendo muitos parágrafos, recomenda-se
numerá-los com algarismos arábicos, exceto o primeiro, que não se numera;
•• local e data: se a data não for colocada junto ao título, deve aparecer após o texto;
•• assinatura: nome da autoridade competente, com indicação do cargo que ocupa.

19. Fax
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicação que está
sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão
de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há
premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax,
cujo papel, em certos modelos, deteriora-se rapidamente.
Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É
conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i. é., de

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pequeno formulário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, conforme
exemplo a seguir:
[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
_______________________________________________________
Destinatário:_____________________________________________
Nº do fax de destino:_____________ Data:_______/_______/_____
Remetente:______________________________________________
Tel. p/ contato:________ Fax/correio eletrônico:________________
Nº de páginas: esta +______ Nº do documento: _________________
Observações:_____________________________________________

20. Informação: ato de servidor subalterno incumbido de estudo de processo, instrumento ou


qualquer documento, no qual consta esclarecimento que se fizer necessário, a fim de que o
chefe imediato possa formar juízo exato sobre o assunto e deliberar ou encaminhar o caso
em tela à autoridade superior.
Objetivo – instruir um chefe superior; esclarecer, provar e documentar um fato objeto de
processo.
Partes
•• Designação – número do processo colocado no centro do papel (poderá constar também o
número da informação).
•• Ementa – resumo do assunto (deve ser redigida pelo primeiro servidor que instruir o
processo); colocada no alto da página à direita.
•• Vocativo – obrigatório
•• Texto – dividido em três partes (os parágrafos devem ser numerados, exceto o primeiro):
•• Introdução – histórico
•• Apreciação – desenvolvimento
•• Conclusão – encerramento
•• Obs.: qualquer referência a elementos constantes do processo deve ser acompanhada da
indicação do número da folha respectiva do processo.
•• Fecho – deve constar
•• Denominação do órgão do servidor que elaborou o ato (permitida a abreviação)
•• Data
•• Assinatura
•• Nome do servidor por extenso, cargo e função

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21. Mensagem: instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos,
notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo
para informar sobre fato da Administração Pública.
Forma
•• indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem
esquerda: Mensagem nº;
•• vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, horizontal-
mente, no início da margem esquerda;
•• texto, iniciando a 2 cm do vocativo: Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal;
•• local e data, verticalmente, a 2 cm do final do texto (distância), e horizontalmente fazendo
coincidir seu final com a margem direita.
OBS. 20: a mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz
identificação de seu signatário.

22. Nota Técnica: tem como finalidade oferecer subsídios e contribuições a debates, esclarecer
gestores sobre a importância de determinada ação, dar orientações, no mais das vezes em
atenção a consultas recebidas.
Exemplo de Nota Técnica
NOTA TÉCNICA Nº 018/2015

Brasília, 15 de dezembro de 2015.


ÁREA: Finanças
TÍTULO: Certificado Digital e a Importância para os Municípios.
REFERÊNCIA(S): Cartilha SIOPS;
Comunicado CGSN/SE nº 3, de 10 de março de 2009;
Portal Receita Federal do Brasil (RFB)
Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte);

CORPO DO TEXTO (BLÁ-BLÁ-BLÁ)

23. Ordem de Serviço: uma instrução (ato interno) dada a servidor ou órgão administrativo.
Encerra orientações a serem tomadas pela chefia para execução de serviços ou desem-
penho de encargos. É o documento, o ato pelo qual se determinam providências a serem
cumpridas por órgãos subordinados.
Forma
•• título: Ordem de Serviço nº …...., de …... de …...................... de 20XX (Em caixa-alta e
centralizado);
•• texto;
•• nome e cargo do chefe.

www.acasadoconcurseiro.com.br 175
24. Parecer: opinião escrita ou verbal, emitida e fundamentada por autoridade competente,
acerca de determinado assunto.
Forma
Segue o padrão ofício, suprimindo-se o destinatário, o vocativo e o fecho e incluindo-se o nome
do interessado e o número do processo.
O título deve apresentar as iniciais em caixa-alta e as demais letras em caixa-baixa, seguido do
número sequencial do documento e da sigla da unidade que o emitiu, alinhados à esquerda. Tal
documento não se encontra padronizado no Manual de Redação da Presidência da República,
mas em outros tantos manuais deste decorrentes.
“Urgência urgentíssima” trata-se de regime de tramitação que permite a inclusão automática
na Ordem do Dia de proposição para discussão e votação imediata, ainda que iniciada a sessão
em que foi apresentada, caso seja aprovado requerimento pela maioria absoluta da composição
da Câmara ou de líderes que representem esse número, aprovado pela maioria absoluta dos
deputados. Esse regime dispensa parecer aprovado em comissão – o parecer pode ser dado
oralmente pelo relator no plenário.
Por ele, são dispensadas todas as formalidades regimentais – exceto as exigências de quorum,
pareceres e publicações – , com o objetivo de conferir rapidez ao andamento da proposição.

25. Portaria: empregada para formalizar nomeações, demissões, suspensões e reintegrações


de funcionários.
Forma
•• numeração: número e data de expedição: Portaria nº ..., de ... de ... de 20XX.
•• título: denominação da autoridade que expede o ato, em geral já impresso no modelo
próprio.
•• fundamentação: citação da legislação básica, seguida da palavra RESOLVE.
•• texto.
•• assinatura: nome da autoridade competente, com indicação do cargo que ocupa.
26. Regimento: juridicamente, o regimento é uma ordenação ou conjunto de regras destinado
a estabelecer as condições ou o desempenho de cargos ou funções. Desse modo, apresenta
normas de conduta ou formas de ação e direção. Muitas vezes, dispõe sobre a aplicação da
lei. Na administração pública, é o ato que regula o funcionamento de um órgão e indica sua
competência e atribuições.
Forma
Além de cabeçalho e rodapé,
•• título: Regimento Interno do...;
•• texto: artigos numerados como na lei, decreto, isto é, do 1º ao 9º a numeração é ordinal;
do 10 em diante, a numeração é cardinal;
•• local e data.

176 www.acasadoconcurseiro.com.br
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27. Regulamento: é o conjunto de regras que se estabelece com a finalidade de executar a lei.
Nesse sentido, é o ato emanado do executivo com o objetivo de estabelecer as providências
necessárias ao cumprimento da lei. São as regras em que se determinam o modo de direção
e o funcionamento de uma associação ou entidade.
Forma
Além de cabeçalho e rodapé,
•• nome: Regulamento dos...;
•• texto: artigos numerados como na lei, decreto, isto é, do 1º ao 9º a numeração é ordinal;
do 10 em diante, a numeração é cardinal;
•• local e data.

28. Relatório: tem por finalidade expor ou relatar atos e fatos sobre determinado assunto para
descrição minuciosa de atividades ou fatos relevantes e concernentes a serviços específicos
ou inerentes ao exercício do cargo. A linguagem de um relatório deve ser clara, objetiva
e concisa. Deve, ainda, apresentar a descrição das medidas adotadas. Trata-se de texto
administrativo escrito para prestar conta de trabalho realizado. O relatório subsidia decisão
a ser tomada pelo destinatário. Por isso, é sempre conclusivo: apresenta sugestão de
caminho a ser tomado pelo superior, a quem dirigido, a partir do exame direto da situação
feito pelo autor. O relatório não é simples relato do ocorrido ou presenciado (narração).
Deve trazer a posição do signatário sobre a situação examinada, o que significa dizer que
é um texto argumentativo. A linguagem de um relatório deve ser clara, objetiva e concisa.
Deve, ainda, apresentar a descrição das medidas adotadas.
Tipos de relatório: científico, econômico, jurídico, policial, investigativo.
Estrutura do relatório:
•• título: nome do documento em maiúsculas (RELATÓRIO);
•• invocação: vocativo adequado ao tratamento da autoridade a quem se dirige o documento;
•• texto:
•• introdução (não numerada) – justificativa para a elaboração do documento;
•• registro – parte expositiva (pormenorizada e sequencial); traz dados obtidos por meio
da observação direta da situação;
•• análise – conteúdo argumentativo; confronto entre o dado da realidade e a norma apli-
cável (verificar se o que ocorre ou ocorreu está de acordo com a lei);
•• conclusão: segunda parte argumentativa; traz avaliação da situação (normal ou anor-
mal, regular ou irregular) e sugestão de providências.
•• Obs.: os parágrafos são numerados, exceto o primeiro.
•• fecho
•• local e data (padrão ofício)
•• assinatura
•• nome e cargo ou função da autoridade ou servidor que apresenta o relatório

www.acasadoconcurseiro.com.br 177
29. Requerimento: documento utilizado para obter um bem, um direito ou uma declaração
de uma autoridade pública. É uma petição dirigida a uma entidade oficial, organismo ou
instituição por meio da qual se solicita a satisfação de uma necessidade ou interesse. Em
sua elaboração, usa-se linguagem objetiva; incluem-se elementos como identificação,
endereço...; emprega-se a 3ª pessoa do singular e do plural; utiliza-se o Padrão Ofício,
contido no Manual de Redação da Presidência da República, para linguagem, identificação,
tipo de letra, dentre outras características.
Estrutura:
•• Designação do órgão administrativo a que se dirige;
•• Identificação do requerente pela indicação do nome, estado civil, profissão, morada e
número de contribuinte;
•• Exposição dos fatos em que se baseia o pedido e, quando tal seja possível ao requerente,
os respectivos fundamentos de direito;
•• Indicação do pedido em termos claros e precisos;
•• Data e assinatura do requerente ou de outrem a seu rogo, se o mesmo não souber ou não
puder assinar.
MODELO
Destinatário/invocação
Requerente
Identificação
O que requer
Justificativa
(Amparo legal, se houver)
Fecho: cerca de 3 linhas abaixo do texto. Pode ocupar uma ou duas linhas. Não é obrigatório.
(“Termos em que pede deferimento”)
(Localidade e data)
(Assinatura)

30. Resolução: é um ato emanado de autarquias ou de grupos representativos, por meio do


qual a autoridade determina, delibera, decide, ordena ou baixa uma medida. As resolu-
ções, em geral, dizem respeito a assuntos de ordem administrativa e estabelecem normas
regulamentares. Podem expedi-las os conselhos administrativos ou deliberativos, os insti-
tutos de previdência e assistência social e as assembleias legislativas.
Forma
Além de cabeçalho e rodapé,
•• título: Resolução nº ..., de ... de 20XX (centralizada, em caixa alta/maiúsculas e negrito);
•• ementa (em negrito, alinhada a esquerda no documento);
•• texto (alinhado à esquerda);
•• assinatura e cargo de quem expede a resolução.

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31. Telegrama
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a
receber o título de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente su-
perada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o
uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização. Também em razão de
seu custo elevado, essa forma de comunicação deve pautar-se pela concisão.
Forma
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.

NUMERAÇÃO DAS PARTES DE UMA CORRESPONDÊNCIA OFICIAL


Artigo: até o artigo nono (Art. 9º), adota-se a numeração ordinal. A partir do de número 10,
emprega-se o algarismo arábico correspondente, seguido de ponto final (Art. 10). Os artigos
serão designados pela abreviatura "Art." sem traço antes do início do texto. Cada artigo deve
tratar de um único assunto.
Parágrafos (§§): desdobramentos dos artigos; numeração ordinal até o nono (§ 9º) e cardinal
a partir do parágrafo dez (§ 10). No caso de haver apenas um parágrafo, adota-se a grafia Pará-
grafo único (e não "§ único").
Incisos: elementos discriminativos de artigo se o assunto nele tratado não puder ser condensa-
do no próprio artigo ou não se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são indica-
dos por algarismos romanos.
Alíneas: desdobramentos dos incisos e dos parágrafos; são representadas por letras. A alínea
ou letra será grafada em minúsculo e seguida de parêntese: a); b); c); etc. O desdobramento
das alíneas faz-se com números cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc.

GRAFIA DOS ALGARISMOS E NUMERAIS EM UMA CORRESPONDÊNCIA


OFICIAL
Número em início de período: não se deve iniciar frase com algarismos.
Ex.: 2015 foi um ano que ... (inadequado) / O ano de 2015 foi ... (adequado)
100 % de nossos alunos ... (inadequado) / Cem por cento de nossos alunos ... (adequado)
Algarismos romanos e pontuação: escrevem-se os algarismos romanos em letra maiúscula e
não seguidos de ponto, mas de travessão: LXII –
Obs.: com algarismos cardinais, usa-se ponto ou travessão: 5. ou 5 –
Grafia de numerais em atos normativos: os numerais devem ser escritos por extenso quando
apresentarem uma só palavra: (dez, onze, vinte, etc.). Quando formados por mais de uma pala-
vra, escrevem-se em algarismos (21, 174, 1001, etc.). Os numerais indicativos de porcentagem
seguem a mesma regra: dez por cento e 22 %.

www.acasadoconcurseiro.com.br 179
SIGLAS

Siglas que são pronunciáveis: no mesmo corpo do texto e somente com a inicial maiúscula
(não se usam pontos intermediários ou pontos finais).
Exemplo: Detran
Maiúsculas: siglas com quatro letras ou mais quando se pronunciar separadamente cada uma
das letras ou parte delas.
Exemplo: INSS, BNDES, IBGE
Maiúsculas: siglas até três letras.
Exemplo: SUS
Siglas consagradas pelo uso: a primeira referência no texto deve ser acompanhada de explici-
tação de seu significado.
Exemplo: Assessoria de Comunicação e Educação em Saúde (Ascom).
Manutenção da forma original: siglas que em sua origem trazem letras maiúsculas e minúsculas
na estrutura.
Exemplo: CNPq
Siglas dos órgãos estrangeiros 1: as traduzidas para o português deverão seguir essa designa-
ção, e não a original.
Exemplo: Organização das Nações Unidas (ONU)
Siglas dos órgãos estrangeiros 2: mantém-se a sigla estrangeira não traduzida, mesmo que o
seu nome em português não corresponda perfeitamente à sigla.
Exemplo: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) Plural:
acréscimo de “s”, sem apóstrofo.
Exemplo: Organizações não Governamentais (ONGs).

EXPRESSÕES LATINAS COMUNS EM CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

1. A posteriori – pelo que segue.


Exemplo: Raciocinar a posteriori (= argumentar com as consequências de uma hipótese).
2. A priori – segundo um princípio anterior, admitido como evidente
Exemplo: Concluir a priori.
3. Ab initio – desde o início.
4. Ad hoc – para o caso, eventualmente.
5. Ad nutum – à vontade, segundo a vontade, ao arbítrio. (O empregado sem estabilidade
— ministro, secretário de governo, ocupante de cargo de confiança — pode ser demitido

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segundo a vontade do patrão, a qualquer hora. Exemplo: O ministro disse que é demissível
ad nutum.
6. Ad referendum – pendente de aprovação.
7. Data vênia – com a devida licença, permissão; com sua licença; com todo o respeito.
Recorre-se a essa expressão quando, numa argumentação, discorda-se de alguém.
8. Dura lex sed Lex – a lei é dura, mas é a lei.
9. Erga omnes – diz-se de ato, lei ou decisão que a todos obriga, ou é oponível contra todos,
ou sobre todos tem efeito.
10. Et similia – e coisas semelhantes.
11. Exempli gratia – por exemplo. Abrevia-se assim: e.g.
12. Ex expositis – do que ficou exposto.
13. Ex officio – por lei, oficialmente, em virtude do próprio cargo. Exemplo: O advogado do réu
foi nomeado ex officio (por lei)pelo juiz.
14. Ex positis – do que ficou assentado.
15. Ex professo – como professor, magistralmente, com toda a perfeição.
Exemplo: Discorreu sobre o assunto ex professo.
16. Ex vi – por força, por efeito, por determinação expressa.
Exemplo: ... ex vi do art. 52 da Lei Complementar nº...
17. Habeas corpus – que tenhas o corpo livre para te apresentares ao tribunal.
18. Habeas data – que tu tenhas os dados.
19. Honoris causa – pela honra.
20. In fine – no fim.
21. In limine – no limiar, no princípio.
Exemplo: As razões foram rejeitadas in limine.
22. In totum – em geral, no todo, totalmente.
23. Ipsis literis – com as mesmas letras, textualmente.
Exemplo: O professor pede: ”Escreva assim — ipsis literis”.
24. Ipsis verbis – com as mesmas palavras.
25. Ipso facto – em virtude desse mesmo fato.
Exemplo: Ele não pagou; ipso facto não concorreu ao sorteio.
26. Lato sensu – em sentido geral (o contrário de stricto sensu = em sentido restrito).

www.acasadoconcurseiro.com.br 181
27. Maxime – principalmente, mormente.
Exemplo: A todos obedeçamos, maxime aos pais.
28. Mutatis mutandis – mudando o que deve ser mudado, fazendo-se as mudanças devidas
com a devida alteração dos pormenores. Usa-se quando se adapta uma citação ao contexto
ou às circunstâncias.
Exemplo: Tem o pai vários deveres para com o filho; mutatis mutandis, tem o filho iguais deve-
res para com o pai.
29. Omissis – omitido.
30. Pari passu – a passo igual, junto.
Exemplo: Acompanhar alguém pari passu (= acompanhá-lo por toda a parte).
31. Persona non grata – pessoa que não é bem-vinda.
32. Primo – em primeiro lugar.
Exemplo: Por duas razões assim procedi: primo porque a consciência o mandava, secundo por-
que as circunstâncias o exigiam.
33. Pro forma – por mera formalidade.
34. Quantum satis ou quantum sufficit – o suficiente, o estritamente necessário.
35. Retro – atrás.
Exemplo: Reporto-me ao que retro ficou dito nesta folha.
36. Secundo – em segundo lugar.
Exemplo: Por duas razões assim procedi: primo porque a consciência o mandava, secundo por-
que as circunstâncias o exigiam.
37. Sic – assim, deste modo, com as mesmas palavras. É palavra que se pospõe a uma citação,
ou que nesta se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto ori-
ginal é bem assim, por errado ou estranho que pareça.
38. Sine die – indeterminadamente, sem fixar dia.
39. Status quo – no estado em que.
40. Stricto sensu – em sentido restrito.
41. Sub examine – sob exame.
42. Sui generis – de gênero próprio, de seu próprio gênero, ímpar, sem igual.
43. Supra – acima, no lugar superior.
Exemplo: Os supracitados fatos.
44. Verbi gratia – por exemplo. Abrevia-se assim: v.g.
Obs.: muitas dessas expressões latinas, por serem bastante usadas em português, não costu-
mam vir escritas em itálico ou entre aspas.

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Breve Resumo – Comunicações Oficiais: aviso, ofício


memorando, exposição de motivos e mensagem

EXPOSIÇÃO
AVISO OFíCIO MEMORANDO MENSAGEM
DE MOTIVOS
Nome do
órgão +
Cabeçalho Não Não Não Não
endereço +
tel. e e-mail
Tipo da
Sim: Ofício Sim:
comunicação Sim: Aviso Sim: Mem. Sim: EM
ou Of. Mensagem
e número
No final, no
Local e data Canto direito Canto direito Canto direito Canto direito
canto direito
Nome +
Destinatário Nome + cargo cargo + Cargo Não Não
endereço
Assunto Sim Sim Sim Não Não
Vocativo Sim Sim Não Sim Sim
Parágrafos Parágrafos Parágrafos Parágrafos
Parágrafos com
Texto sem com sem sem
numeração
numeração numeração numeração numeração
Fecho Sim Sim Sim Sim Não
Identificação
Nome+ cargo Nome+ cargo Nome + cargo Nome + cargo Só assinatura
do signatário
Comunicação
Expedido por
entre unidades Expedido por
Ministros de Expedido
administrativas Ministros de Entre Chefes
Expedido por Estado para por e para
de um Estado para o dos Poderes
e para autoridade as demais
mesmo órgão Presidente da Públicos
de mesma autoridades
(comunicação República
hierarquia
interna)

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Informar
sobre fato da
Administração
Pública; expor
o plano de
governo por
ocasião da
abertura de
sessão legisla-
tiva; submeter
Tratamento
Pode ter cará- ao Congresso
Tratamento de assuntos Informar algo,
ter meramente Nacional ma-
de assuntos oficiais pelos propor algu-
administrativo térias que
oficiais pelos órgãos da ma medida ou
ou pode ser para dependem de
Finalidade órgãos da administra- submeter à
a exposição de deliberação
administração ção pública sua considera-
projetos, ideias de suas Casas;
pública entre entre si, e ção projeto do
etc. Deve ser apresentar
si também com ato normativo
simples e ágil. veto; enfim,
particulares
fazer e
agradecer
comunicações
de tudo
quanto seja
de interesse
dos poderes
públicos e da
Nação.

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

COMUNICADO: comunicado interno é um meio privativo de comunicação interna de


informações entre os membros de uma empresa, organização ou instituição (em verdade, um
memorando).
MODELO
COMUNICADO INTERNO
De: Diretoria
Para: Colaboradores
Comunicamos a todos os colaboradores que, na próxima quinta-feira, dia XX/XX/XXXX, no
período vespertino, será realizada em nosso centro de eventos uma palestra ministrada por
XXXXX, abordando o tema XXXXXXX.
Em virtude disso, não haverá expediente no período, sendo que todos os colaboradores
estão convidados a participar da palestra.
(nome)
(cargo)
Quanto à linguagem, nenhum modelo de comunicado interno vai servir para todas as empresas.
O tom adequado dependerá, essencialmente, de dois fatores:
1 – a cultura organizacional da empresa
2 – o objetivo do comunicado.
Contudo, na maioria dos casos, o ideal é buscar equilíbrio: texto nem tão impessoal e nem tão
descontraído.

Objetividade e formato
Caso seja imprescindível expor alguns detalhes do comunicado, o ideal é organizá-los em
tópicos. Se o comunicado for enviado por e-mail, podem-se anexar documentos com mais
informações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 185
SLIDES – REDAÇÃO OFICIAL

Redação oficial: maneira pela qual o Poder


Público redige atos normativos e comunicações.

Características
impessoalidade formalidade
língua padrão uniformidade

clareza emissor = serviço público


receptor = serviço público ou o
concisão
público

Uso dos Pronomes de Tratamento

Com quem se fala: Concordância


Vossa(s) + ... Verbo e pronome na 3ª
pessoa: Vossa (Sua)
Excelência pronunciará seu
discurso.
De quem se fala: Adjetivo – sexo da pessoa a
Sua(s) + ... que se refere: Vossa (sua)
Excelência está satisfeito(a).

186 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Uso dos Pronomes de Tratamento

A quem se destina Vocativo


Excelentíssimo Senhor + cargo:
Vossa Excelência: apenas para os chefes dos Três
autoridades dos Poderes Poderes.
Executivo, Legislativo e
Senhor + cargo: demais
Judiciário.
autoridades.

Vossa Senhoria: demais


autoridades e Senhor + cargo: demais
particulares. autoridades e particulares.

Fechos para as Comunicações


Para autoridades
superiores, inclusive o Respeitosamente
Presidente da República:

Para autoridades de
mesma hierarquia ou Atenciosamente
de hierarquia inferior:

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Identificação do Signatário

Presidente da República: apenas assinatura

Demais
comunicações: assinatura + nome + cargo

Redação Oficial

Padrão Ofício

Professora Maria Tereza

188 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Padrão Ofício
AVISO OFÍCIO MEMORANDO

Forma Finalidade
semelhante diferente

Padrão Ofício
SEMELHANÇAS
•tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede;
•local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à direita;
•destinatário (o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a
comunicação; no ofício, deve ser incluído também o endereço);
•assunto (resumo do teor do documento; também chamado de ementa);
•vocativo (seguido de vírgula);
•introdução - apresentação do assunto ;
•desenvolvimento – detalhamento do assunto; se houver mais de uma
ideia, deve haver parágrafos distintos;
•conclusão – reafirmação ou reapresentação do assunto;
•fecho;
•assinatura do autor da comunicação;
•identificação do signatário.

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Padrão Ofício - Diferenças
AVISO

Emissor Ministros de Estado

Receptor Autoridades de igual


hierarquia
Assunto Oficial

Padrão Ofício - Diferenças


OFÍCIO
Emissor demais autoridades

Receptor demais autoridades

Assunto oficial e particular

Ofício Circular Multidirecional

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Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Padrão Ofício - Diferenças


MEMORANDO
Emissor unidade administrativa mesmo
órgão
Receptor unidade administrativa

Assunto caráter administrativo; interno


O destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Redação Oficial

Outras Correspondências

Professora Maria Tereza

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Outras Correspondências
1. Ata relatório de reunião

2. Apostila correção de inexatidão material


3. Atestado afirmação sobre ser verdade
determinado fato (transitório)
asseveração de fatos
4. Certidão
permanentes
5. Correio eletrônico flexibilidade / certificação
formalização de dispensas,
6. Decisão Administrativa
feriados, recessos...

Outras Correspondências
7. Declaração afirmação sobre existência de
fato, de direito
8. Exposição de motivos dirigida ao Presidente da
República
9. Despacho decisão proferida por autoridade
publicação de notícia, fato ou
10. Edital ordem
11. Fax arquivamento xerox

12. Mensagem comunicação oficial entre os


chefes dos Poderes Públicos

192 www.acasadoconcurseiro.com.br
Redação Oficial – Profª Maria Tereza

Outras Correspondências
13. Nota Técnica subsídios para debates

14. Ordem de Serviço instrução (ato interno) para


servidor
15. Parecer opinião solicitada; escrita ou
verbal
formalização de nomeações,
16. Portaria
demissões...
17. Regimento normas de conduta ou de ação
estabelecimento de providências
18. Regulamento
para o cumprimento da lei

Outras Correspondências
19. Relatório exposição de fatos; descrição de
atividades
20. Requerimento petição para obter bem, direito,
declaração
21. Resolução deliberação sobre normas
regulamentares (baixa uma
medida)

22. Telegrama comunicação dispendiosa

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Direito Constitucional

Professor André Vieira

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Direito Constitucional
Aula XX

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Dos direitos e deveres


5o individuais e coletivos

6o-11o Dos direitos sociais

12o-13o Da nacionalidade

14o-16o Dos direitos políticos

17o Dos partidos políticos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
DESTINATÁRIOS DO ART. 5º:

Proteção dentro do país. Brasileiros, estrangeiros, pessoas físicas e jurídicas.


Embora o texto do artigo garanta expressamente aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País o exercício de todos os direitos e garantias fundamentais, a
interpretação aqui é sistemática e finalística além desta proteção ser realizada
sem distinção de qualquer natureza. Assim, a proteção dos direitos fundamentais
é reservada a todos os indivíduos, independente de sua nacionalidade ou situação
no Brasil.
A expressão residentes no Brasil, segundo Alexandre Moraes, deve ser interpretada
no sentido de que a Carta Federal só pode assegurar a validade e gozo de direitos
fundamentais dentro do território brasileiro, não excluindo, assim, os estrangeiros
em trânsito pelo território nacional. As pessoas jurídicas também são beneficiárias
dos direitos e das garantias individuais, porque reconhece-se às associações o
direito à existência.

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;

www.acasadoconcurseiro.com.br 197
TORTURA – ART. 5º, III e LIII
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

DIREITO DE OPINIÃO – Speech Hate


IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem;

LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de


convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei; (ver artigo 15, inciso IV).

DIREITO DE EXPRESSÃO
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;

INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM


X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

198 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;

REGRA Inviolabilidade do domicílio

EXCEÇÕES

DIA NOITE

Flagrante delito Flagrante delito

Prestar socorro Prestar socorro

Desastre Desastre

Determinação Judicial X

Key-code Sem consentimento

CPC Art. 212 (06:00/20:00)


CONCEITO DE DIA

J.A.Silva (06:00/18:00)

Sol alto

Nucci Alvorecer/Anoitecer

Pouco importando o horário


Lenza Conjugação de critérios

(06:00/18:00) + Aurora ao crepúsculo

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E DE COMUNICAÇÃO

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Só será autorizada por ordem judicial nos seguintes casos:

1 Investigação criminal

Interceptação
telefônica

2 Instrução processual penal

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;

LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

DIREITO DE REUNIÃO E ASSOCIAÇÃO XV a XXI


XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

ASSOCIAÇÃO

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

PROPRIEDADE

XXII – é garantido o direito de propriedade;


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

www.acasadoconcurseiro.com.br 201
A indenização deve
Prévia Antecipada

Em dinheiro Em espécie

XXVI
Para pagamentos de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva
A pequena
propriedade Desde que trabalhada pela família
rural
Dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento

202 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

PROPRIEDADE INTELECTUAL

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de


suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e
voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de
que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

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XXX – é garantido o direito de herança;


XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE JURISDICIONAL ‒ ACESSO À JUSTIÇA


XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

www.acasadoconcurseiro.com.br 203
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ‒ ANTERIORIDADE


XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

CRIMES

XLII – a prática do racismo constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL, sujeito à pena


de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes INAFIANÇÁVEIS e INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime INAFIANÇÁVEL e IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

CRIMES INAFIANÇÁVEL IMPRESCRITÍVEL INSUSCETÍVEL

RACISMO X X

AGA X X

TORTURA X X

TRÁFICO X X

TERRORISMO X X

HEDIONDO X X

PENAS

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o


dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, ATÉ O LIMITE DO VALOR DO PATRIMÔNIO TRANSFERIDO;

www.acasadoconcurseiro.com.br 205
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

PENAS
Recepciona Não recepciona

5
De morte, salvo em caso de guerra
Privação ou restrição da liberdade
declarada, nos termos do art. 84, XIX

Perda de bens De caráter perpétuo

Multa De trabalhos forçados

Prestação social alternativa De banimento

Suspensão ou interdição de direitos Cruéis

XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

206 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

XLVIII – a pena será cumprida em ESTABELECIMENTOS DISTINTOS, de acordo com a


NATUREZA DO DELITO, a IDADE e o SEXO do apenado;

Do cumprimento da pena

A
Estabelecimento distinto

B
Natureza do delito

C
Idade

D
Sexo

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;

www.acasadoconcurseiro.com.br 207
EXTRADIÇÃO

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,


praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

Nato Jamais

Crime político

Estrangeiro Não será extraditado

Crime de opinião

Antes Crime comum

Naturalizado

Antes / depois Tráfico ilícito

Competência Originária Juízes Federais

Crime Político

Competência Recursal STF


Ordinária

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PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL – XXXVII e LIII


LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela AUTORIDADE COMPETENTE;

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL


LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA – FRUITS OF THE POISONOUS TREE


LVI – são inadmissíveis, no processo, AS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS;

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA


LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;

  

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade
ou o interesse social o exigirem;

www.acasadoconcurseiro.com.br 209
PRESO

LXI – ninguém será PRESO senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;

PRISÃO

LXII – a PRISÃO de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

PRESO

LXIII – o PRESO será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o PRESO tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

PRISÃO

LXV – a PRISÃO ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;


LXVI – ninguém será levado à PRISÃO ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá PRISÃO civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Descrições de Incisos

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Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Descrições de Incisos

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Assistência Jurídica Integral e Gratuita (AJIG)
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;

CHEGOU A MINHA VEZ!!!


LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

214 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (Art. 005) – Prof. André Vieira

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta CONSTITUIÇÃO NÃO EXCLUEM OUTROS DECOR-
RENTES DO REGIME E DOS PRINCÍPIOS POR ELA ADOTADOS, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos res-
pectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
festado adesão.

§,1o Aplicação imediata

§,2o Exemplificativo / não exclui

§,3o 2T # 3/5 # CD e SF # EC

§,4o TPI # Estatuto de Roma

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Direito Constitucional
Aula XX

2 a Geração / Dimensão
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

EC Ano
Moradia 26 2000
EC Ano
Alimentação 64 2010
EC Ano
Transporte 90 2015

Educação

Saúde TTemos
SÃO DIREITOS SOCIAIS

Trabalho
lazer
alimentação
Lazer demais
Segurança

Prev. Social 7o (individual)


Proteção à
maternidade Direitos sociais
dos trabalhadores
Segurança
Infância
Assistência aos 7o ao 11o (coletivo)
desamparados

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:

Destinatários do Art. 7o

Urbano
Rural
Doméstico
Avulso
Aprendiz
Servidor Público
Oficial das Forças Armadas

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;

218 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos
da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX,
XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do
cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
sua integração à previdência social.

www.acasadoconcurseiro.com.br 219
VELHAS NA TPM

V Vestuário

E Educação
SALÁRIO MÍNIMO

L Lazer

H Higiene

A Alimentação

S Saúde

T Transporte
Art. 7 o IV

P Previdência Social

M Moradia

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

ANTES DA EC 72
SIDRA FLA
IV
EMPREGADO DOMÉSTICO

VI

VIII

XV

XXI

XVII

XVIII

XIX

XXIV

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NÃO TEM DIREITO
V

XI

EMPREGADO DOMÉSTICO
XIV

XX

XXIII

XXVII

XXIX

XXXII

XXXIV

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

PROIBIÇÃO PRA JORNADA INSALUBRE é IGUAL PIPA PRO AUTO


1 – PROIBIÇÃO de distinção de trabalho manual, técnico e intelectual;
2 – PRAzo prescricional 2 pra 5;
3 – JORNADA de seis horas ininterruptas com revezamento
4 – INSALUBRidade, Penosidade e Periculosidade;
5 – IGUALdade entre trabalhador permanente e avulso
6 – PIso Salarial;
7 – PArticipação nos lucros;
8 – PROteção do mercado de trabalho da mulher e;
9 – proteção em face da AUTOmação;

Observação: O FGTS do empregado doméstico passou a ser exigido a partir de:

Dia Mês Ano

1o 10 2015

www.acasadoconcurseiro.com.br 223
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-rão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIn 2.135-4)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

SERVIDORES PÚBLICOS
IV

< 880 VII

VIII

IX

XII

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

XIII

XV

XVI

XVII

XVIII XIX

XX

XXII

XXX

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Art. 142,
VIII MILITARES

VIII

XII
FORÇAS ARMADAS

XVII

XVIII

XIX

XXV

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Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência
e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial,
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;

IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,


será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Votar

Aposentado Filiado

Ser votado

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de


colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

www.acasadoconcurseiro.com.br 227
VII
IV

VII
III

VI
II
Considerações

o
V
I

228 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Direitos Sociais (Art. 006 a 011) – Prof. André Vieira

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Prazo %
Parcial 72h X

Alcança Serviços ou Atividades essenciais

Cuidado 114, §, 3o

Paralisações
Prazo %
Total 48h X

Lock out Greve do empregador

Cuidado
Pagamento do salário ainda que
o empregado não tenha trabalhado.

Lei 7783/89
Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do EMPREGADOR, com o
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos
empregados (LOCK OUT).

www.acasadoconcurseiro.com.br 229
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.

Participação Participação
Trabalhadores e Empregadores
COLEGIADOS
de órgãos Públicos

Interesse Interesse
Profissionais ou Previdenciário

Objeto Objeto
Discussão e Deliberação

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

Empresas + 200 empregados

Assegurada Eleição

1 Representante

Finalidade Exclusiva

De promover o entendimento direto


com os empregadores

230 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional
Aula XX

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridade Comum Responsabilidade

Senadores STF SF

Dep. Federais STF CD

Dep. Estaduais TJ AL

Dep. Distritais TJ CL

Vereadores 1ª instância CV

Salvo

Quando as constituições estaduais estabelecerem o TJ

TÍTULO IV
Da Organização dos Poderes
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal,
será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha
menos de oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar nº 78, de 1993)
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

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Poder Legislativo

Quem exerce Congresso Nacional

Composição CD e SF

Legislatura 4 anos

Comparação
entre as casas CD SF

Mandato 4 anos 8 anos

Legislatura 1 2

Sessão 4 8
Legislativa
Período
Legislativo 8 16

Reeleição Sim Sim

Renovação x 1/3 por 2/3

Sistema de Proporcional Majoritário


eleição

Número total 513 81

Número mínimo 8 x

Número máximo 70 x

Número 4 x
(territórios)

Suplentes x 2 por senador

232 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Congresso Nacional (Art. 044 a 047) – Prof. André Vieira

COMPOSIÇÃO dos SENADORES – DEPUTADOS FEDERAIS − ESTADUAIS e DISTRITAIS

UF Senadores Deputados Federais Deputados Estaduais


ACRE 3 8 24
ALAGOAS 3 9 27
AMAPÁ 3 8 24
AMAZONAS 3 8 24
BAHIA 3 39 63
CEARÁ 3 22 46
DISTRITO FEDERAL 3 8 24 (Dep. Distritais)
ESPÍRITO SANTO 3 10 30
GOIÁS 3 17 41
MARANHÃO 3 18 42
MATO GROSSO 3 8 24
MATO GROSSO DO SUL 3 8 24
MINAS GERAIS 3 53 77
PARÁ 3 17 41
PARAÍBA 3 12 36
PARANÁ 3 30 54
PERNAMBUCO 3 25 49
PIAUÍ 3 10 30
RIO DE JANEIRO 3 46 70
RIO GRANDE DO NORTE 3 8 24
RIO GRANDE DO SUL 3 31 55
RONDÔNIA 3 8 24
RORAIMA 3 8 24
SANTA CATARINA 3 16 40
SÃO PAULO 3 70 94
SERGIPE 3 8 24
TOCANTINS 3 8 24
BRASIL 81 513 1.059

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REGRA DO ART. 27
O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao TRIPLO da representação
do Estado na Câmara dos Deputados [...]

1ª REGRA
Toma como parâmetro o número = nº de
mínimo de (8 A 12) X 3 DEPUTADOS
DEPUTADOS FEDERAIS ESTADUAIS

ACRE = 8 X3 24

ALAGOAS = 9 X3 27

ESPÍRITO SANTO = 10 X3 30

(NENHUM ESTADO COM 11) X x

PARAÍBA = 12 X3 36

2ª REGRA
Toma como parâmetro o número = nº de
DEPUTADOS FEDERAIS + 24 DEPUTADOS
ACIMA de 12 ESTADUAIS

RGS = 31 + 24 55

SP = 70 +24 94

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Direito Constitucional – Do Congresso Nacional (Art. 044 a 047) – Prof. André Vieira

Como se materializam as competências do CONGRESSO NACIONAL e das casas legislativas:

Espécie
Artigo Competência Particularidade
normativa

48 Cabe ao CN C/S LO

Competência
49 S/S DL
exclusiva CN

51 Competência S/S Resolução


privativa CD

Competência
52 S/S Resolução
privativa SF

LEI ORDINÁRIA
Observação Com sanção

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Direito Constitucional
Aula XX

Seção II
 DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:

www.acasadoconcurseiro.com.br 237
I − sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II − plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida


pública e emissões de curso forçado;

PPA

Emissão de Diretrizes
curso forçado orçamentárias

Dívida Orçamento
pública anual

Operações
de crédito

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

III − FIXAÇÃO E MODIFICAÇÃO DO EFETIVO DAS FORÇAS ARMADAS;

IV − planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

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V − LIMITES DO TERRITÓRIO NACIONAL, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI − incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de TERRITÓRIOS ou ESTADOS,


`

ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

VII − transferência temporária da SEDE do GOVERNO FEDERAL;

Cuidado!

Sede do
Governo Federal

  

VIII − concessão de anistia;

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IX − organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da
União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;

X − criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que


estabelece o art. 84, VI, b;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XI − CRIAÇÃO E EXTINÇÃO de Ministérios e órgãos da administração pública;

XII − TELECOMUNICAÇÕES E RADIODIFUSÃO;

Cuidado!
Não confundir com o art. 49, XII

www.acasadoconcurseiro.com.br 243
XIII − matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV − MOEDA, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XV − fixação do SUBSÍDIO dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que


dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.

Cuidado!

www.acasadoconcurseiro.com.br 245
O S
N H
C U
A S
E R
E S
ÇÕ
TA
ANO

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www.acasadoconcurseiro.com.br 247
248 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

DECRETO LEGISLATIVO

Observação Sem sanção

VERBOS

I − resolver definitivamente sobre TRATADOS, ACORDOS ou ATOS INTERNACIONAIS que


acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II − autorizar o Presidente da República a DECLARAR GUERRA, A CELEBRAR A PAZ, a permitir


que FORÇAS ESTRANGEIRAS transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;

www.acasadoconcurseiro.com.br 249
III − autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País,
quando a ausência exceder a quinze dias;

IV − aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender


qualquer uma dessas medidas;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

V − sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;

SUSTAR
EXORBITEM
VI − mudar TEMPORARIAMENTE SUA SEDE;

Cuidado!

“Temporariamente”

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SUBSÍDIOS
VII − fixar idêntico subsídio para os VIII − fixar os subsídios do Presidente e do
Deputados Federais e os Senadores, Vice-Presidente da República e dos Ministros
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, de Estado, observado o que dispõem os arts.
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

IX − julgar anualmente as CONTAS prestadas pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA e apreciar os


relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X − fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder


Executivo, incluídos os da administração indireta;

   

www.acasadoconcurseiro.com.br 253
XI − zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos
outros Poderes;

XII − apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XIII − escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

2   
XIV − aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

www.acasadoconcurseiro.com.br 255
XV − autorizar REFERENDO e convocar PLEBISCITO;

XVI − autorizar, em TERRAS INDÍGENAS, a exploração e o aproveitamento de RECURSOS


HÍDRICOS e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

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Direito Constitucional – Das Atribuições do Congresso Nacional (Art. 048 a 050) – Prof. André Vieira

XVII − aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a
dois mil e quinhentos hectares.

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O S
N H
C U
A S
E R
E S
ÇÕ
TA
ANO

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www.acasadoconcurseiro.com.br 259
260 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presi-
dência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente de-
terminado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados,
ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa
respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos
escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput
deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não − atendimento, no
prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.

RESOLUÇÃO

Observação Sem sanção

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Direito Constitucional

Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I − autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra
o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

www.acasadoconcurseiro.com.br 263
II − proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III − elaborar seu regimento interno;


IV − dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
V − eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

264 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção IV
DO SENADO FEDERAL
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

RESOLUÇÃO

Observação Sem sanção

I − processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes


de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos
com aqueles;
II − processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros
do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público,
o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
responsabilidade;

www.acasadoconcurseiro.com.br 265
III − aprovar previamente, por VOTO SECRETO, após ARGUIÇÃO PÚBLICA, a escolha de:

VOTO SECRETO
ARGUIÇÃO PÚBLICA

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;


b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV − aprovar previamente, por VOTO SECRETO, após arguição em SESSÃO SECRETA, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

VOTO SECRETO
SESSÃO SECRETA

V − autorizar OPERAÇÕES EXTERNAS DE NATUREZA FINANCEIRA, de interesse da União, dos


Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI − fixar, por proposta do Presidente da República, LIMITES GLOBAIS para o MONTANTE DA


DÍVIDA consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII − dispor sobre LIMITES GLOBAIS e condições para as OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNO
E INTERNO da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII − dispor sobre limites e condições para a CONCESSÃO DE GARANTIA da União em


OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNO E INTERNO;

IX − estabelecer LIMITES GLOBAIS e condições para o MONTANTE DA DÍVIDA MOBILIÁRIA


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

266 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Senado Federal (Art. 052) – Prof. André Vieira

X − suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão


definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI − aprovar, por maioria absoluta e por VOTO SECRETO, a exoneração, de ofício, do Procurador-
Geral da República antes do término de seu mandato;

VOTO SECRETO

XII − elaborar seu regimento interno;


XIII − dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
XIV − eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV − avaliar periodicamente a funcionalidade do SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL, em sua


estrutura e seus componentes, e o DESEMPENHO DAS ADMINISTRAÇÕES TRIBUTÁRIAS da
União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois
terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o
exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Key code

Palavras que lembram dinheiro

VI

VII

VIII

IX

XV

www.acasadoconcurseiro.com.br 267
IMAGENS KEY CODE

DÍVIDA MOBILIÁRIA

268 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.

TIPO DE IMUNIDADE MATERIAL

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento


perante o Supremo Tribunal Federal.

Real

Imunidade Substantiva
material
Freedom of speech

Civil

Decorre Inviolabilidade e

Penal

Por quaisquer Opiniões Palavras Votos

Prerrogativa Função parlamentar

Absoluta ou relativa?

Relativa. Exige conduta que tenha relação com exercício


do mandato parlamentar

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Prerrogativa de Foro

Momento Órgão Julgador

Expedição do diploma STF

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser


presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro
de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros,
resolva sobre a prisão.

TIPO DE IMUNIDADE FORMAL

Imunidade processual
Imunidade
formal Imunidade adjetiva

Freedom from arrest


§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação,
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar
o andamento da ação.

Recebida a denúncia / Crime ocorrido após a diplomação


STF # Dará ciência à casa respectiva

Iniciativa
Partido político nela representado

Tipo de aprovação
M.A.

Sustação do processo
Até a decisão final

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Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

Imunidades

Art.29, VIII

x( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Pres. da República
Deputado Federal

IM

Governador
Senadores

Estaduais

Vereador
Distritais

Prefeito
Deputados
IF

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
x

x
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.

Pedido de sustação

Quem aprecia

Casa respectiva

Prazo

Improrrogável de 45 dias

Momento

Momento do seu recebimento pela mesa diretora

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§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

Sustação do processo

Consequência

Suspende a prescrição

Prazo

Enquanto durar o mandato

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.

Limitação ao Poder de Testemunhar

Não são obrigados,


mas também não estão impedidos.

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda


que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

Incorporação as Forças Armadas

Condição Prévia licença da casa respectiva.

272 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só


podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com
a execução da medida.

Imunidade em período de Estado de Sítio

Tipo de aprovação

Subsiste

Suspensa

Mas poderão ser suspensas

Condição

Voto de 2/3 membros da casa respectiva

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 273
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
DOS PARLAMENTARES
As incompatibilidades e os impedimentos constituem vedações impostas aos congressistas.
Em outras palavras, dizem respeito às normas que impedem o congressista de exercer certas
ocupações ou de praticar certos atos cumulativamente com seu mandato. Elas poderão ser:

54, I, b Diploma

Funcional

54, II, b Posse

Negocial Contratual 54, I, a

Diploma

Política 54, II, d Posse

54, II, a Posse

Profissional

54, II, c Posse

274 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


I − desde a EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA:

a) FIRMAR ou MANTER CONTRATO com pessoa jurídica


de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de serviço
público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;

Negocial

Observação: O Parlamentar poderá, entretanto, prestar serviço VOLUNTÁRIO às entidades


constantes da alínea a do inciso I do art. 54 da CF, o que pode ser uma forma de manter
atividades que lhe sejam convenientes, seja profissional, seja politicamente.

b) ACEITAR ou EXERCER CARGO, FUNÇÃO ou EMPREGO


REMUNERADO, inclusive os de que sejam demissíveis ad
nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;

Funcional

www.acasadoconcurseiro.com.br 275
Observe atentamente quem são pessoas jurídicas de direito público interno bem como as
pessoas jurídicas de direito público externo.
II − DESDE A POSSE:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

Profissional

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no
inciso I, a;

Funcional

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;

Profissional

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Política

276 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I − que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II − cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
VI − que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

Perda do Mandato

Quem decide

CD ou SF

Tipo de aprovação

M.A.

Provocação

Respectiva mesa

ou

Partido político representado no CN

Assegurada

Ampla defesa
`

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 277
III − que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias
da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV − que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V − quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

Perda do Mandato

Quem declara

Mesa da casa respectiva

Forma

Ofício ou Provocação

Legitimados

Qq de seus membros

Partido político representado no CN

Assegurada

Ampla defesa

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva,
de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Art. 55. Infringência incompatibilidade


Cassação Art. 55 II – Quebra de decoro parlamentar
de mandato
Art. 55 VI – Condenação criminal trans. julgado
mandato
Perda de

Art. 55 III – Ausência na legislatura 1/3 sessões


Extinção
Art. 55 VI – Perda direitos políticos
de mandato
Art. 55 V – Decretação pela Justiça Eleitoral

278 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno,
o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de
vantagens indevidas.

Fato / Caracterização
Quebra de decoro parlamentar: A Casos definidos no RI
B Abuso de prerrogativas

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do


mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que
tratam os §§ 2º e 3º.

Renúncia / Implicação

Não impedirá o prosseguimento do processo

1. CASSAÇÃO: Mediante processo próprio, nas hipóteses dos art. 55, I, II e VI, por voto secreto
da maioria absoluta;
2. EXTINÇÃO: Decurso da legislatura, morte, renúncia, desinteresse (ausência), perda ou
suspensão dos direitos políticos.

Competências para decidir sobre a perda do mandato

Autoridade Perda do mandato Comum

Deputado Federal CD STF

Senadores SF STF

www.acasadoconcurseiro.com.br 279
O art. 56, I se mostra uma exceção ao princípio da incompatibilidade.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I − investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado,
do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática
temporária;

Cuidado Prefeitura de Capital

Secretário Ministro
de Estado de Estado

CMDC Governador
Território de Território

Secretário Secretário
de DF de Território

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do


mandato.

280 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Deputados e dos Senadores (Art.053 a 056) – Prof. André Vieira

II − licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
sessão legislativa.

Licenciado

Por motivo de doença Assunto particular

Bolso Bolso
Remunerado Sem remuneração

Prazo Prazo
Indeterminado Máximo 120 dias por SL

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste
artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

Convocação

Suplente no caso de vaga

Deverá ocorrer de forma imediata

Decorrência de encargo indicado no inciso I

Idem

Licença inferior a 120 dias

Não há necessidade de convocação

Licença superior a 120 dias

Deverá ocorrer de forma imediata

www.acasadoconcurseiro.com.br 281
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem
mais de quinze meses para o término do mandato.

Suplente

Não havendo suplente e sendo o Não havendo suplente e sendo o


prazo para o fim do mandato prazo para o fim do mandato
menor de 15 meses. maior de 15 meses.

Vaga aberta Necessidade


de eleição

Considerações

282 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VI
DAS REUNIÕES

SESSÃO LEGISLATIVA
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de
julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

1º/02 Inauguração da sessão legislativa

o
02/02 a 17/07 1 período

A sessão legislativa não será interrompida


(LDO)
sem aprovação do projeto de LDO

(RECESSO) 18 de julho a 30 de julho

o
01/08 a 22/12 2 período

(RECESSO) 23 de dezembro a 30 de janeiro

www.acasadoconcurseiro.com.br 283
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados:

Sábado Domingo Feriado

Transferência 1o dia útil

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

SESSÃO CONJUNTA
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I − inaugurar a sessão legislativa;
II − elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
III − receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
IV − conhecer do veto e sobre ele deliberar.

284 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Reuniões (Art. 057) – Prof. André Vieira

SESSÃO PREPARATÓRIA
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no
primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
subsequente.

Finalidades

A Posse de seus membros e eleição das respectivas mesas

B Eleição das mesas

Data
1o de fevereiro

Mandato Recondução
2 anos Vedada # quando p/ o mesmo cargo

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal,


e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
COMPOSIÇÃO DA MESA DO CONGRESSO NACIONAL

Presidente SF

1o vice-presidente CD

2o vice-presidente SF

1o secretário CD

2o secretário SF

3o secretário CD

4o secretário SF

www.acasadoconcurseiro.com.br 285
CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I − pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de
intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

Legitimado Presidente do SF

Casos

Decretação E.D.

Decretação I.F.

Pedido de autorização para a decretação de E.S.

286 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Reuniões (Art. 057) – Prof. André Vieira

II − pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado


Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência
ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria
absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Legitimados

Presidente da República

Presidente da CD

Presidente da SF

A requerimento da maioria dos


membros de ambas as casas do CN

Casos

Urgência ou Int. Púb. relevante

Tipo de aprovação M.A.

De quem

De cada uma das casas do CN

www.acasadoconcurseiro.com.br 287
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre
a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o
pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.

Matéria a ser discutida


Matéria pela qual foi convocada

Jeton
Vedado o pagamento de parcela indenizatória

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do Congresso


Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.

Inclusão

Serão as MP automaticamente incluídas

Objetivo
Destrancar pauta

288 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VII
DAS COMISSÕES
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão COMISSÕES PERMANENTES E TEMPORÁRIAS,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa.

Constituição das mesas e de cada comissão

Devo levar em conta, tanto quanto possível, a representação proporcional

COMISSÃO TEMÁTICA / PERMANENTE


§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I − discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
II − realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III − convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;
IV − receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos
ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V − solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI − apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e
sobre eles emitir parecer.

Comissões

Discutem os temas propostos nos projetos de lei.


Ex.: Violência à mulher.

Deu origem à Lei Maria da Penha.

www.acasadoconcurseiro.com.br 289
COMISSÕES PARLAMENTAR DE INQUÉRITO / TEMPORÁRIA
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Comissão Parlamentar de Inquérito

O que pode

Tanto as diligências, audiências externas e convocações de depoimentos


devem ser aprovadas pelo plenário da CPI, em atenção ao princípio de
colegialidade. Para realizar os seus trabalhos a CPI tem os mesmos
poderes de investigação de uma autoridade judicial, podendo, portanto,
através de decisão fundamentada de seu plenário:
1. Quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive dados telefônicos)
2. Requisitar informações e documentos sigilosos diretamente às
instituições financeiras ou através do BACEN ou CVM, desde que
previamente aprovadas pelo Plenário da CD, do Senado ou de suas
respectivas CPIs (art. 4o, §1o, da LC 105);
3. Ouvir testemunhas, sob pena de condução coercitiva;
4. Ouvir investigados ou indiciados.

O que não pode

Todavia, os poderes das CPIs não são idênticos aos dos magistrados,
já que estes últimos tem alguns poderes assegurados na Constituição
que não são outorgados às Comissões Parlamentares tendo em vista o
entendimento do STF (MS 23.452) de que tais poderes são reservados
pela constituição apenas aos magistrados. Assim, a CPI não pode:
1. Determinar de indisponibilidade de bens do investigado;
2. Decretar a prisão preventiva (pode decretar prisão só em flagrante);
3. Determinar o afastamento de cargo ou função púbica durante a
investigação;
4. Decretar busca e apreensão domiciliar de documentos.

290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Das Comissões (Art. 058) – Prof. André Vieira

COMISSÃO REPRESENTATIVA / TEMPORÁRIA


§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita
por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas
no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.

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www.acasadoconcurseiro.com.br 291
O S
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ANO

292 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
Subseção I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

COM SANÇÃO
ESPÉCIES NORMATIVAS ARTIGOS _______________
SEM SANÇÃO

I − EMENDAS À CONSTITUIÇÃO; 60 S/S

II − LEIS COMPLEMENTARES; 61 C/S

III − LEIS ORDINÁRIAS; 61 C/S

IV − LEIS DELEGADAS; 68 S/S

V − MEDIDAS PROVISÓRIAS; 62 S/S

VI − DECRETOS LEGISLATIVOS; 49 S/S

VII − RESOLUÇÕES. 51/52 S/S

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,


alteração e consolidação das leis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 293
Direito Constitucional

60 MEDIDA
EMENDA APROVISÓRIA
CONSTITUIÇÃO

Observação

Subseção II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I − de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II − do Presidente da República;
III − de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Iniciativa

Incisos II
III

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de


defesa ou de estado de sítio.

Limitação

Se justifica em razão da instabilidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 295
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.

Limitação

Quanto ao aspecto processual

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do


Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I − a forma federativa de Estado;
II − o voto direto, secreto, universal e periódico;
III − a separação dos Poderes;
IV − os direitos e garantias individuais.

Limitação

Quanto à matéria

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

296 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Observação

61 MEDIDA PROVISÓRIA
LEI COMPLEMENTAR

61
62 MEDIDA PROVISÓRIA
LEI ORDINÁRIA

Observação

Subseção III
DAS LEIS
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

Iniciativa
A CD
MEMBRO OU COMISSÃO B SF
PRESIDENTE DA REPÚBLICA C CN
STF
Caput 61
TRIBUNAIS SUPERIORES
PGR
CIDADÃOS

www.acasadoconcurseiro.com.br 297
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I − fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II − disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou
aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos
e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas
gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto
no art. 84, VI
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles.

298 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

62 MEDIDA
MEDIDAPROVISÓRIA
PROVISÓRIA

Observação

Art. 62. Em caso de RELEVÂNCIA e URGÊNCIA, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

Iniciativa

Presidente da República

§ 1º É VEDADA a edição de medidas provisórias sobre matéria:


I − relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II − que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
III − reservada a lei complementar;

www.acasadoconcurseiro.com.br 299
IV − já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção
ou veto do Presidente da República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos
nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver
sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

Não pode ser objeto de MEDIDA PROVISÓRIA:

Relativas a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos


e direito eleitoral;
Relativas a direito penal, processual penal e processual civil;
Relativas a organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
Relativas a planos plurianuais, diretrizes e orçamentárias, orçamentos e
créditos adicionais e suplementares, ressalvada o disposto no art. 167, §, 3º;
Matéria que vise a detenção ou sequestro de bens de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro;
↗ Matéria reservada a Lei Complementar;
Matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo CN e pendente de
COMPARAR

sanção ou veto do Presidente da República.

Não pode ser DELEGADAS:



Matéria de competência exclusiva do CN;
Matéria de competência privativa da CD / SF;
Matéria reservada a Lei Complementar;
Legislação sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
Legislação nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
Legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a


edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos
do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto
legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-
se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.

300 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

MP

Prazo Prorrogação
60 dias + 60 dias

Total Exceção
120 dias Recesso

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, entrará em REGIME DE URGÊNCIA, subsequentemente, em cada uma das Casas
do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.

REGIME DE URGÊNCIA

Prazo Consequência
Até 45 dias Sobrestamento

www.acasadoconcurseiro.com.br 301
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no
prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas
Casas do Congresso Nacional.
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e


sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de
cada uma das Casas do Congresso Nacional.

§ 10. É vedada a REEDIÇÃO, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. NÃO editado o DECRETO LEGISLATIVO a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória,
esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.

302 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:


I − nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art.
166, § 3º e § 4º;
II − nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República PODERÁ solicitar urgência para apreciação de projetos de sua
iniciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem
sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham
prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no
prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º NÃO CORREM NOS PERÍODOS DE RECESSO do Congresso Nacional, nem
se aplicam aos projetos de código.

EU VOU PASSAR!!!

www.acasadoconcurseiro.com.br 303
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em UM SÓ TURNO DE
DISCUSSÃO E VOTAÇÃO, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. SENDO O PROJETO EMENDADO, voltará à CASA INICIADORA.

SANÇÃO
______________
CASA INICIADORA CASA REVISORA EMENDA
PROMULGAÇÃO
1º CASO
2º CASO
3º CASO
4º CASO

E
5º CASO

E
6º CASO
7º CASO

UM SÓ TURNO DE DISCUSSÃO E VOTAÇÃO

SANÇÃO
NÃO OK
OK NÃO OK EMENDA ----------
EMENDA
PROMULGAÇÃO

304 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará.

CASA CASA SANÇÃO


INICIADORA REVISORA
EMENDA PROMULGAÇÃO
1º CASO
OK

OK
5º CASO
6º CASO
7º CASO

§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional


ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de
alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento,
só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores..

www.acasadoconcurseiro.com.br 305
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da
República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do
dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República,
nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto, NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA, mediante proposta da maioria absoluta dos membros
de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Princípio

Irrepetibilidade

Novo Projeto
Na mesma sessão legislativa

Condição

Necessita M.A dos membros de qualquer das casas

Considerações

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Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

68
62 MEDIDA PROVISÓRIA
LEI DELEGADA

Observação

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.

Iniciativa

Elaboradas pelo Presidente da República

Quem solicita
Presidente da República

A quem
CN

Espécie normativa
Resolução

Requisitos
Conteúdos e termos

Delegação própria
Quando concede sem restrições

Imprópria ou Condicional
Quando concede impondo restrições

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§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os
de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
à lei complementar, nem a legislação sobre:
I − organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
II − nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III − planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Não pode ser DELEGADAS:

Matéria de competência exclusiva do CN;


Matéria de competência privativa da CD / SF;
Matéria reservada a Lei Complementar;
Legislação sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
↗ Legislação nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
COMPARAR

Legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Não pode ser objeto de MEDIDA PROVISÓRIA:

↘ Relativas a nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos


e direito eleitoral;
Relativas a direito penal, processual penal e processual civil;
Relativas a organização do Poder Judiciário e do Ministério Público
a carreira e garantia de seus membros;
Relativas a planos plurianuais, diretrizes e orçamentárias, orçamentos e
créditos adicionais e suplementares, ressalvada o disposto no art. 167, §, 3º;
Matéria que vise a detenção ou sequestro de bens de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro;
Matéria reservada a Lei Complementar;
Matéria já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo CN e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional,


que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 3º Se a RESOLUÇÃO determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará
em votação única, vedada qualquer emenda.

308 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Processo Legislativo - Das Leis (Art. 061 a 069) – Prof. André Vieira

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Considerações

LC MA

LO MS

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Direito Constitucional
Aula XX

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridades Comum Responsabilidade

Membro do TCU STF STF

Membros STJ STJ


TCE/DF/TCM

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Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da
União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos
ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária.

Fiscalização

F Financeira

O Orçamentária

C Contábil

O Operacional

P Patrimonial

Princípios

Legalidade Legitimidade Economicidade

Subvenções = Recurso

Renúncia = Abrir mão de recurso

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Quem prestará contas

Física ou Jurídica

Pública ou Privada

5
Condições

1 Utilize

2 Arrecade

3 Guarde

4 Gerencie

5 Administre

Dinheiros

Bens

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Prévio
60 dias
Recebimento
CN

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II   -­‐   JULGAR   as   contas   dos   ADMINISTRADORES   e   DEMAIS   RESPONSÁVEIS   por   dinheiros,  
bens   e   valores   públicos   da   administração   direta   e   indireta,   incluídas   as   fundações   e  
sociedades   ins:tuídas   e   man:das   pelo   Poder   Público   federal,   e   as   contas   daqueles   que  
derem   causa   a   perda,   extravio   ou   outra   irregularidade   de   que   resulte   prejuízo   ao   erário  
público;  

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

III   -­‐   APRECIAR,   para   fins   de   registro,   a   legalidade   dos   atos   de   ADMISSÃO   de   PESSOAL,   a  
qualquer  2tulo,  na  administração  DIRETA  e  INDIRETA,  incluídas  as  FUNDAÇÕES  ins;tuídas  e  
man;das  pelo  Poder  Público,  excetuadas  as  nomeações  para  Cargo  de  provimento  em  Comissão.    
   
ETA
  A  e
 IND
IR
ET
DIR
 

ADMINISTRAÇÃO  
 
 
 
 
 
 
Bem     como     a     das   concessões     de  
Aposentadorias,  REFORMAS  e  PENSÕES,  
ressalvadas  as  melhorias  posteriores    que    
não    alterem    o    fundamento    legal    do    
ato    concessório;  

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IV   -­‐   realizar,   por   inicia,va   própria,   da   CÂMARA   DOS   DEPUTADOS,   do   SENADO   FEDERAL,   de  
COMISSÃO   TÉCNICA   ou   de   INQUÉRITO,   inspeções   e   auditorias   de   natureza   contábil,  
financeira,   orçamentária,   operacional   e   patrimonial,   nas   unidades   administra,vas   dos  
Poderes  Legisla,vo,  Execu,vo  e  Judiciário,  e  demais  en,dades  referidas  no  inciso  II;  

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

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DEU MIGUÉ?
Não, deu o maior
ACORDO  

AJUSTE    

CONVÊNIO  

ÔUTROS  INSTRUMENTOS  CONGÊNERES  

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

VI   -­‐   fiscalizar   a   aplicação   de   quaisquer   recursos   repassados   pela   União   mediante   Convênio,  
Acordo,   Ajuste   ou   Ôutros   instrumentos   congêneres,   a   Estado,   ao   Distrito   Federal   ou   a  
Município;  

MEDIANTE  
   

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VII  -­‐  PRESTAR  as  INFORMAÇÕES  SOLICITADAS  PELO  CN,  por  qualquer  de  suas  CASAS,  ou  
por  qualquer  das  respec@vas  COMISSÕES,  sobre  a  FISCALIZAÇÃO:  
 
CONTÁBIL,  FINANCEIRA,  ORÇAMENTÁRIA,  OPERACIONAL  e          e                                                                            e  as;  

4  

E  sobre  resultados  de  auditorias  e  inspeções  realizadas;  

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

VIII  -­‐  APLICAR  aos  responsáveis,  em  caso  de  ILEGALIDADE  DE  DESPESA  ou  IRREGULARIDADE  
DE   CONTAS,   as   SANÇÕES   previstas   em   lei,   que   estabelecerá,   entre   outras   cominações,  
MULTA  proporcional  ao  dano  causado  ao  erário;  

ILEGALIDADE de
despesa ou
IRREGULARIDADE
de contas

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IX  -­‐  assinar  prazo  para  que  o  órgão  ou  en3dade  adote  as  providências  necessárias  ao  exato  
cumprimento  da  lei,  se  verificada  ilegalidade;  

ASSINAR PRAZO
ÓRGÃO OU
ENTIDADE
ADOTE AS PROVIDÊNCIAS

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

X   -­‐   SUSTAR,   se   não   atendido,   a   EXECUÇÃO   do   ato   impugnado,   comunicando   a   decisão   à  


Câmara  dos  Deputados  e  ao  Senado  Federal;  

SE  NÃO    
ATENDIDO  
A  

4  

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XI  -­‐  REPRESENTAR  ao  PODER  competente  sobre    IRREGULARIDADES  ou  ABUSOS  APURADOS.  

4  

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso


Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de
título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de
suas atividades.

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Controle externo

Quem exerce Congresso Nacional

Quem auxilia TCU

No caso de contrato

Ato de sustação a cargo de quem

Congresso Nacional

Solicitará de imediato o que?

Ao Poder Executivo as medidas cabíveis

Qual é o prazo que o CN ou o Poder Executivo possuem

90 dias

Se dentro deste prazo não efetivar as medidas


previstas, caberá agora a quem as fazê-las

O tribunal decidirá a respeito

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Natureza do título Título executivo

O que gera o título

Imputação de débito ou Multa

Relatório

Trimestral e Anual

A quem os encaminha

CN

Qual conteúdo Relatório de suas atividades

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

I   -­‐   APRECIAR   as   contas   prestadas   anualmente   pelo   Presidente   da   República,   mediante  


II   -­‐   JULGAR   as   contas   dos   ADMINISTRADORES   e   DEMAIS   RESPONSÁVEIS   por   dinheiros,  
PARECER  PRÉVIO  que  deverá  ser  elaborado  em  SESSENTA  DIAS  a  contar  de  seu  recebimento;  
bens   e   valores   públicos   da   administração   direta   e   indireta,   incluídas   as   fundações   e  
sociedades   ins:tuídas   e   man:das   pelo   Poder   Público   federal,   e   as   contas   daqueles   que  
derem   causa   a   perda,   extravio   ou   outra   irregularidade   de   que   resulte   prejuízo   ao   erário  
público;  

III   -­‐   APRECIAR,   para   fins   de   registro,   a   legalidade   dos   atos   de   ADMISSÃO   de   PESSOAL,   a  
qualquer  2tulo,  na  administração  DIRETA  e  INDIRETA,  incluídas  as  FUNDAÇÕES  ins;tuídas  e   IV   -­‐   realizar,   por   inicia,va   própria,   da   CÂMARA   DOS   DEPUTADOS,   do   SENADO   FEDERAL,   de   V  -­‐  fiscalizar  as  CONTAS  NACIONAIS  das  EMPRESAS  SUPRANACIONAIS  de  cujo  capital  social  
man;das  pelo  Poder  Público,  excetuadas  as  nomeações  para  Cargo  de  provimento  em  Comissão.     COMISSÃO   TÉCNICA   ou   de   INQUÉRITO,   inspeções   e   auditorias   de   natureza   contábil,   a  União  par6cipe,  de  forma  direta  ou  indireta,  nos  termos  do  tratado  cons6tu6vo;  
   
financeira,   orçamentária,   operacional   e   patrimonial,   nas   unidades   administra,vas   dos  
TA Poderes  Legisla,vo,  Execu,vo  e  Judiciário,  e  demais  en,dades  referidas  no  inciso  II;  
IRE
   e  I
ND O   Governo   brasileiro   par6cipa,   em   nome   da  
União,   do   Banco   Brasileiro   Iraquiano   S.A.   (BBI),  
ETA
  DIR
ADMINISTRAÇÃO  

da   Companhia   de   Promoção   Agrícola   (CPA)   e  


da   Itaipu   Binacional,   que   foram   cons6tuídas   a  
  par6r  de  acordos  celebrados,  respec6vamente,  
  com   os   Governos   do   Iraque,   do   Japão   e   do  
Paraguai.  
 
 
 
 
Bem     como     a     das   concessões     de  
Aposentadorias,  REFORMAS  e  PENSÕES,  
ressalvadas  as  melhorias  posteriores    que    
não    alterem    o    fundamento    legal    do    
ato    concessório;  

É  uma  empresa  estatal  que  pertence  a  mais  de  uma  nação.  

VII  -­‐  PRESTAR  as  INFORMAÇÕES  SOLICITADAS  PELO  CN,  por  qualquer  de  suas  CASAS,  ou  

DEU MIGUÉ?
VI   -­‐   fiscalizar   a   aplicação   de   quaisquer   recursos   repassados   pela   União   mediante   Convênio,   por  qualquer  das  respec@vas  COMISSÕES,  sobre  a  FISCALIZAÇÃO:  
Acordo,   Ajuste   ou   Ôutros   instrumentos   congêneres,   a   Estado,   ao   Distrito   Federal   ou   a    
Município;   CONTÁBIL,  FINANCEIRA,  ORÇAMENTÁRIA,  OPERACIONAL  e          e                                                                            e  as;  

Não, deu o maior


ACORDO  

AJUSTE    
4  
MEDIANTE  
CONVÊNIO      

E  sobre  resultados  de  auditorias  e  inspeções  realizadas;  


ÔUTROS  INSTRUMENTOS  CONGÊNERES  

VIII  -­‐  APLICAR  aos  responsáveis,  em  caso  de  ILEGALIDADE  DE  DESPESA  ou  IRREGULARIDADE   IX  -­‐  assinar  prazo  para  que  o  órgão  ou  en3dade  adote  as  providências  necessárias  ao  exato   X   -­‐   SUSTAR,   se   não   atendido,   a   EXECUÇÃO   do   ato   impugnado,   comunicando   a   decisão   à  
DE   CONTAS,   as   SANÇÕES   previstas   em   lei,   que   estabelecerá,   entre   outras   cominações,   cumprimento  da  lei,  se  verificada  ilegalidade;   Câmara  dos  Deputados  e  ao  Senado  Federal;  
MULTA  proporcional  ao  dano  causado  ao  erário;  

SE  NÃO    
ATENDIDO  
A  

ASSINAR PRAZO
ILEGALIDADE de ÓRGÃO OU 4  

despesa ou
IRREGULARIDADE ENTIDADE
de contas ADOTE AS PROVIDÊNCIAS

XI  -­‐  REPRESENTAR  ao  PODER  competente  sobre    IRREGULARIDADES  ou  ABUSOS  APURADOS.   CONTROLE EXTERNO

4  

DENUNCIAR

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas
não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão
solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar
dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua
sustação.

A comissão mista permanente se manifesta

Diante de indícios de despesas não autorizadas

Forma

De investimento não programado


ou
Subsídio não aprovado

Esclarecimento

Poderá ser solicitado à autoridade governamental

Prazo 5 dias

Despesas irregulares

Que possam causar dano irreparável ou grave lesão # CN # proporá sustação

Ou quando entenderem insuficientes

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Não prestados os esclarecimentos

Cuidado

Considerados insuficientes

Pronunciamento conclusivo

Quem solicita o
pronunciamento Comissão

Solicita a quem Tribunal

Prazo 30 dias

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que
satisfaçam os seguintes requisitos:
I − mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II − idoneidade moral e reputação ilibada;
III − notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública;
IV − mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I − um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
II − dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça,
aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos
do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal
Regional Federal.

334 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Composição 9 ministros

Origem

1/3 Presidente da República

Aprovação Senado Federal

Tipo de aprovação X

1 Por sua livre escolha

3
2 Alternadamente

Dentre Auditores e Membros do MP

Indicados Lista tríplice

A cargo Do tribunal

Critérios Antiguidade e Merecimento

2/3 Congresso Nacional

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Requisitos

A + 35 - 65

B Idoneidade moral

C Reputação ilibada

D Notórios conhecimentos jurídicos

Contábeis Econômicos Financeiros


ou
E De efetiva atividade que exija os conhecimentos citados

Garantias Prerrogativas Impedimentos Vencimentos Vantagens

Ministros do STJ

Aposentadoria e pensão Regras do art. 40

AUDITOR

Substituição

Terá Mesmas garantias impedimentos

De quem Do titular

Demais atribuições

Juiz do TRF

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Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

CONTROLE EXTERNO
CONTROLE INTERNO

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I − avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;
II − comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III − exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV − apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Avalia Comprova

Apoia Exerce

www.acasadoconcurseiro.com.br 337
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

Ciência

Responsabilidade
solidária

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

DENUNCIAR

338 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (Art. 070 a 075) – Prof. André Vieira

Controle Interno

Quem exerce

Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judiciário

Forma Integrada

Finalidade

Avaliar Comprovar Exercer Apoiar

Four Key Code

www.acasadoconcurseiro.com.br 339
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição
e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos,
que serão integrados por sete Conselheiros.

Desta seção aplica-se no que couber

Organização Composição Fiscalização

Quais tribunais alcança

TCE TCDF TC dos M

Composição 7 conselheiros

340 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional
Aula XX

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridade Comum Responsabilidade

Presidente STF SF

Vice-presidente STF SF

Regra
Ministro de Estado STF STF

Exceção
Se conexo ao
Presidente da República

Órgão julgador
SF

AGU STF SF

Fundamento Status de ME

Constituições
Governador STJ Estaduais

Cuidado

Prefeito

www.acasadoconcurseiro.com.br 341
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,
auxiliado pelos Ministros de Estado.

Nome Dilma Roussef

Quem exerce Presidente da República

Quem auxilia Ministros de Estado

Ad nutum Demissíveis a qualquer tempo

Sistema de
Presidencialista
Governo

Subsídio Competência exclusiva do C.N

Parcela Única

Espécie
Decreto Legislativo
normativa

Particularidade Sem sanção

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Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira

Requisitos

A Brasileiro nato

B Estar no pleno gozo de seus direitos políticos

C Idade mínima 35 anos

D Alistamento eleitoral

E Domicílio eleitoral na circuncrição

F Filiação partidária

G Não ser inalistável nem analfabeto

H Não ser inelegível

Atribuições
do vice

Substituir em caso de impedimento

Suceder-lhe em caso de vacância

Auxiliar quando convocado para missões especiais

Outras atribuições conferidas em lei complementar

www.acasadoconcurseiro.com.br 343
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente,
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o can-
didato que, registrado por partido político, ob-
tiver a maioria absoluta de votos, não computa-
dos os em branco e os nulos.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria
absoluta na primeira votação, far-se-á nova
eleição em até vinte dias após a proclamação
do resultado, concorrendo os dois candidatos
mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno,
ocorrer MORTE, DESISTÊNCIA ou IMPEDIMENTO legal de candidato, convocar-se-á, dentre os
remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de
um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais IDOSO.

Eleição

Sistema
Majoritário Por maioria absoluta

Forma Simultânea (Presidente / Vice)

Imposição Com ele registrado

1o turno 1o domingo de outubro

Prazo 20 dias

A contar Após a promulgação

Desnecessidade
de 2o turno Se tiver alcançado a maioria absoluta de votos
não computados os brancos e os nulos

2o turno Último domingo de outubro

344 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira

Morte Desistência Impedimento

Antes da realização do 2o turno

Exigência O de maior votação

Empate no Mais idoso


2o turno

– 200 mil
Municípios

Turno único
eleitores

+ 200 mil Regra do art. 77


eleitores

Quando Presidente / Vice deverão assumir os respectivos cargos

57, §, 3, III e 78

www.acasadoconcurseiro.com.br 345
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso
Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

Compromisso Verbos

Manter Defender Cumprir

Observar Promover Sustentar

Tipo de sessão Sessão conjunta

Declaração
de vacância
Ver 78

346 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-


Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.

Tipos de
afastamento

Temporário Impedimento

Situações Doença Férias Licença


Temporárias

Lembrar O Vice é o sucessor natural

Definitivo Vacância

Perda do cargo

Morte Ex.: Getúlio Vargas

Renúncia Jânio Quadros e Collor

Incapacidade Costa e Silva – vítima de derrame


civil

Ausência Por período superior a 15 dias


do país

Prazo
Declaração Se não tiver assumido
de vacância 10 dias

Excessão
Salvo motivo de força maior

Extinção do mandato

Consequências
da renúncia

Convocação do sucessor

www.acasadoconcurseiro.com.br 347
  

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos


cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

???? Presidente da CD

Nome Eduardo Cunha

???? Presidente do SF

Nome Renan Calheiros

???? Presidente do STF

Nome Ricardo Lewandowski

2
nda
Ma to
2
1 2
4 3 4

P / VP P / VP

348
Vacância www.acasadoconcurseiro.com.br
Vacância
???? Presidente do SF

Direito Constitucional – Do Presidente e Vice-Presidente da República (Art. 076 a 083) – Prof. André Vieira
Nome Renan Calheiros

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa
dias depois ????
de aberta a última vaga. Presidente do STF
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
Nome
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o Ricardo Lewandowski
período de seus antecessores.

2
nda
Ma to
2
1 2
4 3 4

P / VP P / VP

Vacância Vacância

Nova eleição Nova eleição

Direta Indireta

Povo CN

90 dias 30 dias

Mandato tampão

Serve para os dois casos

www.acasadoconcurseiro.com.br 349
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição.

Mandato Reeleição Início


4 anos Sim 1o de julho

VIAGEM POR PERÍODO SUPERIOR A 15 DIAS


Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Ausência
do país

Prazo Período Superior a 15 dias

Autorização Congresso Nacional

Espécie
Decreto Legislativo
normativa

Particularidade Sem sanção

Inobservância Perda do cargo

Situações que ensejam


a perda do cargo

A Condenação proferida pelo SF / 2/3

B Condenação proferida pelo STF / Crime comum

C Declaração de vacância do cargo / prazo 10 dias

D Ausência do país, por período superior a 15 dias, sem licença do CN

350 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I − nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II − exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III − iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV − sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;
V − vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI − dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII − manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII − celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
IX − decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X − decretar e executar a intervenção federal;
XI − remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura
da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar
necessárias;
XII − conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
XIII − exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são privativos;
XIV − nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República,
o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV − nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;

www.acasadoconcurseiro.com.br 351
XVI − nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da
União;
XVII − nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII − convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX − declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX − celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI − conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII − permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII − enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV − prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV − prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI − editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII − exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Taxativo ou exemplificação Exemplificativo

Delegações

ME PGR AGU

Incisos passíveis de delegações

VI XII XXV

1a parte

Prover

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Direito Constitucional

Seção III
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I − a existência da União;
II − o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III − o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV − a segurança interna do País;
V − a probidade na administração;
VI − a lei orçamentária;
VII − o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.

Dos crimes de responsabilidade

I II III

IV V VI

VII

www.acasadoconcurseiro.com.br 353
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

Quórum Espécie Normativa Particularidade

2/3 Resolução Sem sanção

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:


I − nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II − nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

Infração penal comum

Key Code SE
Denúncia

Recebida ou pelo

Queixa-crime

Órgão

Crime de responsabilidade

Instauração pelo
Key Code Após
do processo

354 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Responsabilidade do Presidente da República (Art. 085 a 086) – Prof. André Vieira

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções.

Prazo de 180 dias


suspensão

Não decidido Cessará o afastamento


no prazo

O que ocorre Terá prosseguimento sem qualquer prejuízo


com o processo

Antes da Não estará sujeito à prisão


sentença
Tipo de Crime comum
infração

Imunidade

Formal

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Direito Constitucional

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas
nesta Constituição e na lei:
I − exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração
federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente
da República;
II − expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III − apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV − praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.

Ministros
de Estado

Requisitos

A Brasileiros nato ou naturalizados

Ministro de Estado de Defesa Cuidado

B Maiores de 21 anos de idade

C No exercício dos direitos políticos

Atribuições

Descrições dos incisos

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

www.acasadoconcurseiro.com.br 357
Direito Constitucional
Aula XX

Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Subseção I
Do Conselho da República
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República,
e dele participam:
I − o Vice-Presidente da República;
II − o Presidente da Câmara dos Deputados;
III − o Presidente do Senado Federal;
IV − os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;
V − os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
VI − o Ministro da Justiça;
VII − seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo
dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e
dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a
recondução.

Requisitos

A Brasileiro nato

B Maiores de 35 anos

Da escolha

2 CD Elege

2 SF Elege

2 Presidente da República Nomeia

Mandato 3 anos

Recondução Vedada

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Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I − intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II − as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião
do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

360 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional
Aula XX

SUBSEÇÃO II
Do Conselho de Defesa Nacional
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos:
I − o Vice-Presidente da República;
II − o Presidente da Câmara dos Deputados;
III − o Presidente do Senado Federal;
IV − o Ministro da Justiça;
V − o Ministro de Estado da Defesa;
VI − o Ministro das Relações Exteriores;
VII − o Ministro do Planejamento.
VIII − os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I − opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
II − opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal;
III − propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do
território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV − estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a
independência nacional e a defesa do Estado democrático.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

www.acasadoconcurseiro.com.br 361
Comparação entre as composições CR / CDN

Vice-presidente Vice-presidente

Pres. CD Pres. CD

Pres. SF Pres. SF

CD
Líderes maioria SF

CD
Líderes minoria SF

M Da justiça M Da justiça

M Relações exteriores

M Estado da Defesa

M Planejamento

6 cidadãos

Com. (M. E. A.)

362 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Conselho da Defesa Nacional (Art. 91) – Prof. André Vieira

Atribuições do CR e do CDN

IF / ED / ES
CR
Pronuncia-se

Questões relevantes para a estabilidade


das instituições democráticas

Cuidado Facultativo

Declaração de guerra e de celebração de paz


CDN
Opina

Decretação ED / ES / IF

Propõe Critérios (...)

Estuda Propõe e acompanha (...)

CR Organização

Lei Regulará

CDN Funcionamento

www.acasadoconcurseiro.com.br 363
CONSELHO DA REPÚBLICA – ELABORADO POR ANDRÉ VIEIRA
LÍDERES MAIORIA/MINORIA
LIDERES
VICE PRESIDENTE (CD
(CD e/ SF)
SF) 6 BRASILEIROS NATOS

Mais de 35 anos – Mandato: 2 anos – Recondução:vedada


2 Nomeados pelo PR – 2 eleitos pela CD – 2 eleitos pelo SF

1 MINISTRO Presidente CD/SF (Renan Calheiros e Eduardo Cosentino da Cunha)

JUSTIÇA

CONSELHO DE DEFESA NACIONAL – ELABORADO POR ANDRÉ VIEIRA

VICE PRESIDENTE COMANDANTES

MEA

4 MINISTROS Presidente CD/SF (Renan Calheiros e Eduardo Cosentino da Cunha)

JUSTIÇA

ESTADO DE DEFESA

RELAÇÕES EXETERIORES

PLANEJAMENTO

364 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional
Aula XX

PODER JUDICIÁRIO

STF

CNJ

STJ TST TSE STM

AUDITORIAS
TJ TRF TRT TRE MILITARES

JUIZ DE JUIZ JUIZ DO JUIZ JUIZ


DIREITO FEDERAL TRABALHO ELEITORAL MILITAR

www.acasadoconcurseiro.com.br 365
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridades Comum Responsabilidade

STF STF SF

Membros do CNJ Há divergência SF

Tribunais superiores STF STF

2a instância STJ STJ

Juízes estaduais TJ TJ
(DF e Territórios)
Juízes federais TRF TRF
(do trabalho e militares)

Considerações

366 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I – o Supremo Tribunal Federal;
I-A – o Conselho Nacional de Justiça;
II – o Superior Tribunal de Justiça;
II-A – o Tribunal Superior do Trabalho;
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm
sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território
nacional.

Cuidado!

Não possui jurisdição. Apenas caráter fiscalizatório.

( X )    (...)
CNJ Sede

( X )    ( X )  
STF Sede Jurisdição

( X )    ( X )  
TRIBUNAIS SUPERIORES Sede Jurisdição

STJ STM TST TSE

www.acasadoconcurseiro.com.br 367
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:

Iniciativa STF
Estatuto da
Magistratura
Espécie
LC
normativa

I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-
se, nas nomeações, à ordem de classificação;

Ingresso na
carreira

Cargo inicial Juiz substituto

Concurso Concurso público de provas e títulos

Participação OAB # todas as fases

Prática jurídica M/3 anos

II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento,


atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento;

368 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e


integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com
tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de
produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

Promoção
do Juíz

Antiguidade
II Alternada

Merecimento

3 x consecutivas
Lista de
a Obrigatória
merecimento
5 alternada

2 anos de exercício na
respectiva entrância

b Por merecimento pressupõe

Integrar o juiz a
primeira quinta parte

www.acasadoconcurseiro.com.br 369
Aferição de
C
merecimento

Conforme Desempenho

Critérios Objetivos

Produtividade

Presteza

Frequência

OU

Reconhecidos de aperfeiçoamento

370 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

Recusa do
d Quem pode Tribunal
magistrado
mais antigo

Voto Fundamentado

Quórum 2/3

Assegurada Ampla defesa

Hipótese de
e Retenção de autos
não promoção

Forma Injustificadamente

Prazo Além do prazo legal

www.acasadoconcurseiro.com.br 371
Classificação das Comarcas
O território do Rio Grande do Sul, para efeitos da administração da justiça, é dividido atualmente
em ____________ comarcas. Cada comarca pode abranger um ou mais municípios.

Entrância 1 -
Conceito:
Entrância 2 -
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância;

2oa Regra do 1/5

Acesso
1oa 1o grau

Forma Antiguidade e Antiguidade

Única entrância
Apuração
Última

IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,


constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;

372 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

Previsão de cursos oficiais

Aperfeiçoamento

Promoção

Constitui

Etapa obrigatória do processo de vitaliciamento

V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento
do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos
demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme
as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco
por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer
caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;

Teto Ministros do STF

95% Ministros dos tribunais superiores

Fixados Lei
Demais
magistrados
Escalonados Nível

Superior 10%

www.acasadoconcurseiro.com.br 373
Inferior 5%
95% Ministros dos tribunais superiores

Fixados Lei
Demais
magistrados
Escalonados Nível

Superior 10%

Inferior 5%

Exceder 95%

No que percebem os ministros nos tribunais superiores

VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto


no art. 40;

Aposentadoria Pensão

Magistrados Dependentes

Regra

Art. 40

374 www.acasadoconcurseiro.com.br
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VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;


VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público,
fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII-A – a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância
atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II;
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno;

Min 11

Órgão
Obrigatório Facultativo
especial

Máximo 25

Administrativas

Delegação

Jurisdicionais

Met. antiguidade

Composição
Met. por eleição

www.acasadoconcurseiro.com.br 375
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos
e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente;

Tribunais de
Vedado Juízos ou
2o grau

Férias coletivas

Permitido Tribunais superiores e STF

XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial
e à respectiva população;
XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de
mero expediente sem caráter decisório;

Atos de administração

Servidores Receberão Delegação

Atos de mero expediente

XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

Distribuição Será imediata

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Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

TRF MP Carreira
+ 10
Advogados E. A. P.
1 TE

5 TDF Notório saber jurídico

T R.I.

Promotores MP

Indicados L. sextupla

Advogados OAB

Tribunal L. tríplice Envia

P. Executivo

20 dias

Cuidado

STJ # não tem regra do 1/5. Possui regra do 1/3

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Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I.
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.
IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Administrativo 96
Institucionais
Financeiro 99

Garantias do Vitaliciedade
judiciário
Garantias Inamovibilidade

Funcionais I. de subsídio
ou de órgãos

Vedações Imparcialidade

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Art. 96. Compete privativamente:


I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva
jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art.
169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança
assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que
lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
a competência da Justiça Eleitoral.

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 379
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Poder Público.

Reserva de plenário

De seus membros

MA ou

Membros do órgão especial

Inconstitucionalidade
da lei

Poderão Tribunais Declarar

Inconstitucionalidade
Key code de ato normativo

Cuidado!

Em relação aos órgãos fracionados não aplico a regra do artigo.

Quem são: Turma Câmara

1 2

380 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:


I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;

Juizados especiais

Providos Juízes togados ou Togados e leigos

Competência

Conciliação
Julgamento

Execução

Tipos de causas

Cíveis Menor complexidade

Infrações penais De menor potencial ofensivo

Oral
Procedimento
Sumaríssimo

Transação
Nas hipóteses previstas e
em lei cabe
Julgamento

Turmas recursais Juízes de primeiro grau

www.acasadoconcurseiro.com.br 381
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos,
verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

Justiça de Paz Remunerada

Requisitos Cidadão e Idade M/21 anos

Escolha Eleição

Tipo de eleição Voto direto Universal

e Secreto

Mandato 4 anos

Recondução

Competência
Xxxxx 1 Celebrar casamentos

2 Verifica processo de habilitação

3 Atribuições conciliatórias

Caráter Sem caráter jurisdicional

382 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos
às atividades específicas da Justiça.
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias
dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

Proposta orçamentária

§ 1o Elaborarão

§ 2o Encaminhamento

§ 3o Não encaminhamento

§ 4o Desacordo

§ 5o Despesas ou assunção de obrigações que extrapolem os limites na LDO

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

www.acasadoconcurseiro.com.br 383
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, venci-
mentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indeniza-
ções por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença
judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos,
exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditá-
ria, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas
com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os
demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º
deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na
ordem cronológica de apresentação do precatório.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica
aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas refe-
ridas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às
entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba neces-
sária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes
de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do
exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder
Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o
pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de
preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessá-
rio à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou ten-
tar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e res-
ponderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago,
bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadra-
mento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, de-
les deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e
certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pú-
blica devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execu-
ção esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para
resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre
os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a en-
trega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requi-
sitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza,

384 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de
compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre
a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
nos §§ 2º e 3º.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de peti-
ção protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora.
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal po-
derá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito
Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de
liquidação.
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de
precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base
anual, o comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento
de precatórios e obrigações de pequeno valor.
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório
das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços,
de transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art.
20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediata-
mente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e
deduzidas:
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por deter-
minação constitucional;
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores
para custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da
compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e
obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do compro-
metimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores,
a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endi-
vidamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer
outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação de
vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos pre-
catórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste
precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos
cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima
de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito
não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regula-
mentação editada pelo ente federado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 385
Conceito
São pagamentos devidos pela fazenda pública
Federal / Estadual / DF e Municipal

Ordem
Cronológica

Caráter alimentar

Salários, vencimentos, proventos, pensões (...)

Condição
Fundadas em responsabilidade civil e em virtude
de sentença judicial transitada em julgado

PRECATÓRIOS
Novos beneficiários
Quem contar com 60 anos de idade ou mais e portadores
de doença grave, definidos na forma da lei

RPV
Requisição de pequeno valor

Habilitação
Até 1o de julho / para pagamento até o
final do exercício seguinte

Preterição da ordem

Possibilidade de sequestro

Ato: Comissivo ou omissivo / quem responde

Presidente do tribunal competente

Tipo de crime

Crime de responsabilidade

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 092 a 100) – Prof. André Vieira

Responderá também perante quem

CNJ

Expedição de precatório complementar ou suplementar

Vedado

Compensação de precatório

Possível, desde que ocorra antes da expedição do precatório

Solicitação a fazenda pública devedora

Fazenda pública devedora se manifesta no prazo de 30 dias


PRECATÓRIOS

Compra de imóveis públicos

Possível, desde que com o mesmo ente

Índice de atualização

Caderneta de poupança

Cessão de precatórios

Total ou parcial

Momento que produz efeitos

Após a comunicação

Refinanciamento de precatórios

Possível, neste caso a União é quem deverá assumir

Importante

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Direito Constitucional

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

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Composição Nomeação
11 Presidente da República

Requisitos

Cidadão
Brasileiro nato
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

+ 35 AI # - 65 AI
Notável saber jurídico
Reputação ilibada

Aprovação Tipo de aprovação


SF MA

Importante

Leitura do art. 102


§1o, §2o e §3o

Comum Crimes Responsabilidade

STF SF

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Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação
declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; 

Estadual
LEI OU ATO NORMATIVO

Federal
ADI

SIM SIM

Estadual
Federal
ADC

SIM NÃO

b) NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os


membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c) NAS INFRAÇÕES PENAIS COMUNS E NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE, os Ministros de
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no
art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes
de missão diplomática de caráter permanente;

INFRAÇÃO PENAL COMUM CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

ME
Presidente da República Com (MEA) sem conexão
Vice-presidente da República
CMDC permanente
Membros do CN
⇒ TCU
PGR Membros
Seus próprios ministros ⇒ Tribunais
Superiores

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d) o HABEAS CORPUS, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o MANDADO DE SEGURANÇA e o HABEAS DATA contra atos do Presidente da República, das
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

HABEAS CORPUS

PACIENTE PACIENTE – COATOR COATOR

Tribunal Superior
Autoridade ou funcionário
Alíneas STJ
"b" e "c" STM
Ligados ao STF
TST
TSE

MANDADO DE SEGURANÇA e HABEAS DATA

X Presidente da República Mesas (CD, SF)

STF PGR TCU

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Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Litígio
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado,
o Distrito Federal ou o Território;

Cuidado!
RO ____X_____________

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns
e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

Causas e os conflitos

UxE U x DF E x DF

Entidades de administração indireta

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;


h) REVOGADO.
i) o HABEAS CORPUS, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
j) a revisão criminal e a ação rescisória DE SEUS JULGADOS;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.

Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado


AÇÃO RESCISÓRIA em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de
atribuições para a prática de atos processuais;

www.acasadoconcurseiro.com.br 393
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

TODOS / MAGISTRATURA MAIS DA METADE / TRIBUNAL

Impedidos
Direta ou indiretamente interessados
Direta ou indiretamente interessados

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre


Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

MANDADO DE INJUNÇÃO

X Presidente da República X

Mesas (CD, SF) CN CD / SF

STF Tribunais superiores TCU

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Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério


Público;
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos
em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

4 HC MS HD MI

pelos

4 STJ STM TST TSE

1a Condição

Única instância

2a Condição

Se delegatória a decisão

b) o crime político;

Competência originária 109, IV

Competência em R.O.

STF

www.acasadoconcurseiro.com.br 395
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

REX

Causas decididas

Única

OU

Última instância

Contrariar CF

Tratado

Declarar a inconstitucionalidade

Lei federal

Julgar válida
Em face
Lei local Constestada de lei federal

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§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição,


será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações
diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e
à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine
a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus
membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade:

Legitimação Universais

Neutros

3 CHEFES 3 MESAS 3 OUTROS


Presidente da República CD CFOAB

PGR SF P. Pol com Rep. no CN

Confederação sindical
Assembleia Legislativa ou da
Gov (E, DF) ou entidade de classe de
Câmara legislativa do DF
âmbito nacional

www.acasadoconcurseiro.com.br 397
Legitimação Especiais

Interessados

x x x

x x x

Assembleia Legislativa Confederaçãp sindical ou


Gov (E, DF) ou da Câmara Legislativa entidade de classe de
do DF âmbito nacional

São "os órgãos ou e entidades cuja autuação é restrita às questões que repercutem
diretamente sobre sua esfera jurídica ou de seus filiados e em relação às quais possam atuar
com representatividade adequada" (Luis Roberto Barroso).
Deve-se demonstrar o prejuízo que a lei ou ato normativo federal ou estadual estão causando
para o ente ou para os seus filiados. A esta obrigação de demonstrar prejuízo é dado nome de
"pertinência temática", ou seja, demonstrar que o tema ou assunto daquela lei lhe é prejudicial,
demonstrando pertinência como interesse do legitimado.
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitu-
cionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma cons-
titucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias
e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

398 www.acasadoconcurseiro.com.br
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§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma


legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato
ou texto impugnado.

PGR Ouvido

Cuidados

AGU Citará

Inconstitucionalidade por omissão

Ciência Poder competente

Objetivo Adoção das providências necessárias

Órgão Em 30 dias deverá fazê-lo


administrativo

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão
de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida
em lei. 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre
questão idêntica. 
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento
de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 399
Objetivo
§, 1o

De que forma poderá ser criada


Ofício ou provocação

Tipo de aprovação
2/3

Discussão
Matéria constitucional
SÚMULA VINCULANTE

Publicização
DOU

Tipo de efeito
Vinculante

Frente a quem
Órgãos do P. Jud e à Adm. Púb. direta e indireta

Esferas
Nas esferas federal, estadual e municipal

Revisão
§, 2o

Legitimidade (aprovação - revisão ou cancelamento)


Os que podem propor ADi

Desrespeito a SV
Reclamação

Dirigido a quem
STF

Sendo procedente o que ocorre


Anula-se o ato administrativo ou cassará

400 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: 

ORIGEM – CNJ

(3)   Presidente STF
Desembargador TJ (2)
Advogados
J estadual

(3)   M STJ (2)  1 | MPU | Indicado


J TRF    -------------------------------
   1 | MPE | Escolhido
J Federal

(3)   M TST    ⇒ Notável saber jurídico


J TRT (2)  Cidadãos (CD / SF)
   ⇒ Reputação ilibada
J do trabalho

I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; 


II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 

www.acasadoconcurseiro.com.br 401
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República
dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara
dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao
Supremo Tribunal Federal.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário
e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
providências;
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade;
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano;
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação
do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa.

402 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e


ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: 
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e
aos serviços judiciários;
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; 
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros
ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente
ao Conselho Nacional de Justiça.

Considerações

www.acasadoconcurseiro.com.br 403
Composição

15 membros

Quem preside

Presidente do STF
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Em caso de impedimento e ausência, quem substitui

Vice-presidente do STF

Aprovação

Senado Federal

Tipo de aprovação

Maioria absoluta

Sede

Capital federal

Jurisdição

Não possui

Mandato

2 anos

Recondução

1 (uma)

404 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Supremo Tribunal Federal (Art. 101 a 103-B) – Prof. André Vieira

Em ausência de indicação, quem procede


Próprio STJ

Que controle exerce o CNJ


§, 4o

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA


Processos disciplinares
Menos de um ano

Relatório estatístico
Semestral e anual

Ouvidorias
Criará

Origem do ministro corregedor


STJ

Particularidades
Excluído da distribuição de processos

Quem oficia
PGR e o presidente CFOAB

Importante
Atentar para as nomeações

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

www.acasadoconcurseiro.com.br 405
Direito Constitucional

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo:
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores
dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,
Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

1/3 Juízes do TRF

1/3 Dentre desembargadores dos TJ

33
Elaborado Lista tríplice

Quem elabora Próprio tribunal

Advogados
1/3
Membros do MP (F / E / DF / T)

Condição Alternadamente

Forma Do art. 94

www.acasadoconcurseiro.com.br 407
Composição Nomeação
M / 33 Presidente da República

Requisitos

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Brasileiros
Mais de 35 anos e menos de 65
Notável saber jurídico
Reputação ilibada

Aprovação Tipo de aprovação


SF MA

Importante

Não aplico a regra do 1/5


e sim a regra do 1/3

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

408 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Superior Tribunal de Justiça (Art. 104 a 105) – Prof. André Vieira

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais
Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos
ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais;

INFRAÇÃO PENAL COMUM CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

Desembargadores
------------------------
E / DF

TCE / TCDF

Governadores TRFs / TREs / TRTs


------------------------
E / DF
4 Membros

Conselhos ou tribunais
de contas dos municípios

MPU - que oficiem


perante tribunais

www.acasadoconcurseiro.com.br 409
b) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato de Ministro de Estado, dos
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 

MANDADO DE SEGURANÇA e HABEAS DATA

ME COM (MEA) Tribunal

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas
na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral;

HABEAS CORPUS

COATOR OU PACIENTE COATOR

Tribunal sujeito a sua jurisdição

Alínea "a"

Cuidado!! Exceção Justiça Eleitoral

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I,


o, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
diversos;

410 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Superior Tribunal de Justiça (Art. 104 a 105) – Prof. André Vieira

e) as revisões criminais e as ações rescisórias DE SEUS JULGADOS;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL:
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.
Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado
AÇÃO RESCISÓRIA: em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre
as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição
de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os
casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça
Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

MANDADO DE INJUNÇÃO

Órgão / entidade ou autoridade

Administração (Direta / Indireta)

Cuidar com a exceção

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;

www.acasadoconcurseiro.com.br 411
II – julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

HC pelos TRFs TEs

Condição Única ou última instância

2 Condição Decisão denegatória

2 MS pelos TRFs TEs

Condição Única instância

Condição Denegatória

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado,


e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

Competência originária 109, II

R.O.

STJ

412 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Superior Tribunal de Justiça (Art. 104 a 105) – Prof. André Vieira

III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Palavra-chave RESP

Lei federal

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:


I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.

Funcionarão
STJ
1 2
ENFAM CJF

Regulamenta os cursos oficiais


1 Ingresso
Promoção

Poder correicional
2
Caráter vinculante

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Direito Constitucional

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.

Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão,


TRF 1ª Região
Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.
TRF 2ª Região Espírito Santo e Rio de Janeiro.
TRF 3ª Região Mato Grosso do Sul e São Paulo.
TRF 4ª Região Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
TRF 5ª Região Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

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Composição Nomeação
Mínimo 7 juízes Presidente da República

Requisitos

Brasileiros
+ 30 - 65 anos de idade
Recrutados quando possível na respectiva região
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL

Aprovação Tipo de aprovação


X X

Importante

Existência de justiça itinerante

Origem

1 ADUs + 10 anos EAP


5 MPF + 10 anos Carreira

Demais mediante promoção


Juízes federais com mais de 5 anos de exercício (A/M)

Comum Crimes Responsabilidade

STJ STJ

416 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais (Art. 106 a 110) – Prof. André Vieira

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e
determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo.

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Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

CRIME COMUM E DE RESPONSABILIDADE

Juízes:
Juízes Membros
federais A Militares do MPU
B Trabalho

Ressalvada a competência
da justiça eleitoral

b) as revisões criminais e as ações rescisórias DE JULGADOS seus ou dos juízes federais da


região;

Instrumento processual utilizável para reabrir discussão judicial sobre


decisão criminal já transita em julgado.
REVISÃO CRIMINAL
Fundamento: é o conhecimento de situação, posterior à condenação, apta a
alterar esta decisão.
Instrumento processual apto a atacar decisão transitada em julgado
AÇÃO RESCISÓRIA em processo civil, para desconstituí-la e, eventualmente, provocar novo
julgamento.

418 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais (Art. 106 a 110) – Prof. André Vieira

c) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato do próprio Tribunal ou de juiz


federal;
d) os HABEAS CORPUS, quando a autoridade coatora for juiz federal;

MS / HD Tribunal ou juiz federal

HC – COATOR Juiz federal

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

JUÍZES TRF
VINCULADOS

JUÍZES STJ
NÃO VINCULADOS

II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais
no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 419
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A – as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a UNIÃO FOR AUTORA serão aforadas na seção judiciária onde tiver
domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas CONTRA A UNIÃO poderão ser aforadas na seção judiciária em que
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda
ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

420 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais (Art. 106 a 110) – Prof. André Vieira

FOR AUTORA
§ 1º UNIÃO

   aforadas
§ 2º CONTRA A
UNIÃO

   ser aforadas

§ 3º Serão processadas e julgadas na JUSTIÇA ESTADUAL, no foro do domicílio dos segurados


ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
sempre que a COMARCA NÃO SEJA SEDE DE VARA DO JUÍZO FEDERAL, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela
justiça estadual.
§ 4º NA HIPÓTESE DO PARÁGRAFO ANTERIOR, o RECURSO cabível será sempre para o Tribunal
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

Foro
JUSTIÇA JUSTIÇA Dom. dos segurados
FEDERAL ESTADUAL ou beneficiários

Causas

Instituição da Previdência Social e segurado

Cuidado! Recurso:

A lei poderá permitir outras causas TRF

www.acasadoconcurseiro.com.br 421
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com
a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal.

CHICO MENDES DOROTHY MAE STANG MANOEL BEZERRA DE MATTOS

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por
sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

422 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juízes do Trabalho.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94; 
II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da
carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-
-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na car-
reira; 
II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação
para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (novo)

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Composição Nomeação
27 Ministros Presidente da República

Requisitos

Brasileiros
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

+ 35 - 65 anos de idade
Notável saber jurídico (novo)
Reputação ilibada (novo)

Aprovação Tipo de aprovação


Senado Federal Maioria absoluta

Importante

Alterações da EC.92/2016 (novo)

Origem

1 ADVs. + 10 anos EAP


5 MPT + 10 anos Efetivo Exercício

Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriun-


dos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal
Superior.

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

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Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho (Art. 111 a 117) – Prof. André Vieira

Funcionarão
TST
1 2

ENFAMT CSJT

Regulamenta os cursos oficiais


1 Ingresso
Promoção

Regulamenta os cursos oficiais


2 _________________________
Efeito vinculante

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por
sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do
Trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 425
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e
condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo
e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; 

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores,
e entre sindicatos e empregadores;

426 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho (Art. 111 a 117) – Prof. André Vieira

IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado


envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 

MS / HD / HC Sujeitos à sua jurisdição

V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto


no art. 102, I, o; 
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 

VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado
às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a
Justiça do  Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao
trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,
o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do
Trabalho decidir o conflito. 

www.acasadoconcurseiro.com.br 427
Composição Nomeação
Mínimo 7 juízes Presidente da República

Requisitos

Brasileiros
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO

+ 30 - 65 anos de idade
Recrutados quando possível na respectiva região

Aprovação Tipo de aprovação


X X

Importante

Existência de justiça itinerante

Origem

1 Advs + 10 anos EAP


5 MPT + 10 anos EE

Demais mediante promoção, dentre juízes


do trabalho (A / M)

Comum Crimes Responsabilidade

STJ STJ

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Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes do Trabalho (Art. 111 a 117) – Prof. André Vieira

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
observado o disposto no art. 94; 
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento,
alternadamente. 

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. 
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
fases do processo. 
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
Art. 117.

www.acasadoconcurseiro.com.br 429
O S
N H
C U
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ANO

430 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I ‒ o Tribunal Superior Eleitoral;
II ‒ os Tribunais Regionais Eleitorais;
III ‒ os Juízes Eleitorais;
IV ‒ as Juntas Eleitorais.

Não são órgãos da Justiça Eleitoral

Mesários eleitorais Mesas

Seção eleitorais Zonas

Ministério Público Eleitoral

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros,


escolhidos:
I ‒ mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II ‒ por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados
de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-
Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor
Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

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Composição M / 7 membros

Mediante Eleição
Origem
Voto Secreto

3 Juízes dentre Ministros do

2 Juízes dentre Ministros do

Por nomeação do Presidente da República

2 Juízes dentre 6 Advogados

A Notável saber jurídico


B Idoneidade Moral Requisitos

Indicação Supremo Tribunal Federal

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

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Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes Eleitorais (Art. 118 a 121) – Prof. André Vieira

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I ‒ mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II ‒ de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito
Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional
Federal respectivo;
III ‒ por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de
direito e das juntas eleitorais.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no
exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão
inamovíveis.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na
mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
I ‒ forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;
II ‒ ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
III ‒ versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou
estaduais;
IV ‒ anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;
V ‒ denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de
injunção.

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Composição 7 juízes

Mediante Eleição
Origem
Voto Secreto

2 Juízes dentre desembargadores do


TRIBUNAL REGIONAL ELEITORIAL

2 Juízes dentre juízes de direito escolhidos pelo

Estado

1 Juiz do TRF com sede na capital

DF
ou NÃO HAVENDO

Juíz federal, escolhido em qualquer caso pelo TRF respectivo

Por nomeação do Presidente da República

2 Juízes dentre 6 Advogados

A Notável saber jurídico


Requisitos
B Idoneidade Moral

Indicação Tribunal de Justiça

Comum Crimes Responsabilidade

STJ STJ

434 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I ‒ o Superior Tribunal Militar;
II ‒ os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-
generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I ‒ três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional;
II ‒ dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça
Militar.

www.acasadoconcurseiro.com.br 435
Composição Nomeação
15 ministros Presidente da República

Requisitos

Só se exige dos advogados

SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR


Aprovação Tipo de aprovação
SF X

Importante

Todos os ministros são vitalícios

Origem

10
5 civis
3 M 3 advogados
4 E 2 auditores / MPJM
por escolha paritária
3 A

Comum Crimes Responsabilidade

STF STF

436 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional

Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de
organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da
legitimação para agir a um único órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar
estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça
e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre
a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo
ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes
militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-
se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.

www.acasadoconcurseiro.com.br 437
Organização
Observa-se os princípios estabelecidos nesta CF

Competências dos Tribunais


DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Definida pela Constituição Estadual

Organização Judiciária
De iniciativa do TJ

Inconstitucionalidade
Representação

Âmbito
Estaduais ou municipais

Vedação
Legitimidade há um único órgão

Estrutura

2oa TJ ou TJM
1oa Juízes de direito e pelo conselho de justiça

Competência
Processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes definidos em lei nas ações judiciais contra
atos disciplinares militares, ressalvada a competência
do júri quando a vítima for civil.

438 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Tribunais e Juízes Militares (Art. 125 a 126) – Prof. André Vieira

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www.acasadoconcurseiro.com.br 439
Direito Constitucional
Aula XX

FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Autoridade Comum Responsabilidade


PGR STF SF
PGJ
Que oficiam Tribunais STJ STJ

Dependerá das constituições estaduais


Que não oficiam TRF TRF
MP (E/DF/T) TJ TJ
Membros do MPU

Membros Há divergências SF

CNMP
STF
ou
Órgão
Órgão de Origem

STF

Funções essenciais
Xxxxxx à justiça 127 a 135

Quem representa
Que representa o Estado
A Art. 131 AGU
Defesa do Estado

Que representa o cidadão

B Art. 132 Procuradores (E / DF)


Defesa do cidadão

A Art. 127 a 130A MP

B Art. 133 Advocacia privada

C Art. 134 Def. pública

www.acasadoconcurseiro.com.br 441
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Seção I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.

Permanente

MP Instituição

Essencial à função jurisdicional do Estado

A Defesa da ordem jurídica

Incumbências

B Do regime democrático

C Dos interesses sociais

D Individuais e indisponíveis

Memorização:
Ordenou o juíz um regime demorado por interesse
visual diretamente ao indivíduo indigesto.
A. Ordem jurídica
B. Regime democrático
C. Interesses sociais
D. Direitos individuais indisponíveis

442 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público (Art. 127 a 135-A) – Prof. André Vieira

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional.

Unidade
Princípios
Indivisibilidade
Institucionais
Independência funcional

Cuidado! Promotor natural

Quando Segundo entendimento do STF

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,


observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e
títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento.

Funcional

Autonomia Administrativa

Cuidado Financeira

Lenza Orçamentária

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do
prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com
os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de
despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 443
Proposta Orçamentária
§ 3o Elaborará
§ 4o Não encaminhamento
§ 5o Desacordo
§ 6o Previamente autorizadas

Art. 128. O Ministério Público abrange:


I – o MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS.

Ministério Público Brasileiro

1 2
MPEs MPU
Ministérios Públicos Estaduais Ministério Público da União

2a 2b 2c 2d
MPF MPDFT MPM MPT
Ministério Ministério Público Ministério Ministério
Público Federal do DF e Territórios Público Militar Público do Trabalho

2e
MPE
Ministério
Público Eleitoral
Chefes / nomeação

1 Procurador-Geral de Justiça dos Estados

2 Procurador-Geral da República

2a Procurador-Geral da República

2b Procurador-Geral de Justiça DF e T

2c Procurador-Geral da Justiça Militar

2d Procurador-Geral do Trabalho

2e Procurador-Geral Eleitoral

Cuidado É também cargo exercido pelo PGR

444 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público (Art. 127 a 135-A) – Prof. André Vieira

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado


pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos,
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para
mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República,
deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

Nome Rodrigo Janot

Chefe Procurador-Geral da República

Nomeação Presidente da República

Qualquer um Não, dentre integrantes da carreira


pode ser

Aprovação Senado Federal

Tipo de Maioria absoluta


aprovação

Requisitos Maiores de 35 anos / Integrantes da carreira

Mandato 2 anos

Recondução Permitida a recondução

Destituição

Iniciativa Presidente da República

Key Code Deverá

Condição Maioria absoluta Senado

Precedida De autorização

Quórum Maioria absoluta


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Exoneração

Aprovação Senado Federal

Tipo de aprovação Maioria absoluta

Voto Voto secreto

Forma De ofício

Condição Antes do término do seu mandato

Espécie normativa Resolução

Base legal 52, XI

Ouvido Previamente ouvido / Adin e em todos (...)

Promove
A ação de inconstitucionalidade ou
representação para fins de intervenção
da União e dos Estados,
nos casos previstos nesta C.F.

Oficia Junto ao CNJ

Preside CNMP

Delegações 84, §, ú

Comum Crimes Responsabilidade

STF SF

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Direito Constitucional – Do Ministério Público (Art. 127 a 135-A) – Prof. André Vieira

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista


tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu
Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser
destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei
complementar respectiva.

Ministérios Públicos

Estados DF Territórios

Key Code Lista tríplice

Dentre Integrantes da carreria

Forma Lei respectiva

Escolha Procurador-Geral

Nomeação Chefe do Poder Executivo

Aprovação Não tem

Tipo de
aprovação Não tem

Mandato 2 anos

Recondução UMA

Destituição

Procuradores-Gerais

Estados DF Territórios
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Key Code Poderão


Forma Lei respectiva

Escolha Procurador-Geral

Nomeação Chefe do Poder Executivo

Aprovação Não tem

Tipo de
aprovação Não tem

Mandato 2 anos

Recondução UMA

Destituição

Procuradores-Gerais

Estados DF Territórios

Key Code Poderão

Deliberação Maioria absoluta

Poder Legislativo

Forma Lei complementar

448 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público (Art. 127 a 135-A) – Prof. André Vieira

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada
Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa; 
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts.
37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;

Ministério Público

1 2
Garantias Vedações

Vitaliciedade

1 Inamovibilidade

Irredutibilidade de subsídio

Poder Judiciário

Comparar

www.acasadoconcurseiro.com.br 449
II ‒ as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 

Vedações

Ministério Público 128, § , 5o Poder Judiciário 95, P. Ú

Ministério Público

I. exercer, ainda que em disponibilidade,


Comparar
outro cargo ou função, salvo uma de
magistério
2

II. receber, a qualquer título ou pretexto,


custas ou participação em processo

Poder Judiciário

Comparar
III. dedicar-se à atividade político-partidária

IV. receber, a qualquer título ou pretexto,


auxílios ou contribuições de pessoas
§ 6º Aplica-se
físicas,aos membrospúblicas
entidades do Ministério
ou Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.
privadas, ressalvadas as exceções
previstas em lei
450 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público (Art. 127 a 135-A) – Prof. André Vieira

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da
União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a
de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que
deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. 
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas
e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização,
exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se,
nas nomeações, a ordem de classificação.
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

Incisos mais frequentes em concursos

I Privativamente

III Inquérito civil e ação civil pública

V Em razão do art. 109, XI

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Funções do MP

Só podem ser exercidas por integrantes da carreira

Imposição

Residir na comarca (de lotação)

Exceção

Salvo autorização do chefe da instituição

Ingresso na carreria

Concurso público deprovas e títulos

OAB

Participação da OAB em sua realização

Prazo de bacharelado

Mínimo de 3 anos

Nomeação

Observa ordem de classificação

Regra do art. 93

No que couber

Distribuição do processo

De forma imediata

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições
desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

452 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público (Art. 127 a 135-A) – Prof. André Vieira

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I ‒ o Procurador-Geral da República, que o preside;
II ‒ quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma
de suas carreiras;
III ‒ três membros do Ministério Público dos Estados;
IV ‒ dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
Justiça;
V ‒ dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI ‒ dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos
Ministérios Públicos, na forma da lei.
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa
e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros,
cabendo-lhe:
I ‒ zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II ‒ zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União
e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Tribunais de Contas;
III ‒ receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União
ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar
e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a
remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao
tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
IV ‒ rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do
Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;
V ‒ elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação
do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem
prevista no art. 84, XI.
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do
Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições
que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
I ‒ receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do
Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;
II ‒ exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;
III ‒ requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e
requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.

www.acasadoconcurseiro.com.br 453
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao
Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao
Conselho Nacional do Ministério Público.

Composição Quem preside


CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

14 membros PGR

Nomeação

Presidente da República

Aprovação Tipo de aprovação

SF MA

Mandato Recondução

2 anos UMA

Indicação dos membros do MP

Pelos respectivos MP

Que controle exerce o CNMP

130 A, §, 2o

454 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Do Ministério Público (Art. 127 a 135-A) – Prof. André Vieira

Processos disciplinares
Pode ser revisto de ofício ou mediante provocação

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


Relatório estatístico

Relatório anual

Ouvidorias / finalidade
130A, §, 5o

Corregedor Nacional

Será escolhido em votação secreta

Particularidade

Dentre os membros que os integram

Quem oficia
Presidente do CFOAB

Origem - CNMP
(1) PGR (2) Advogados

(2) 1 STF (7) 4 MPU


Juízes 3 MPE
1 STJ
(0) (2) 1 CD
Cidadão
X 1 SF
Notável saber jurídico
Reputação ilibada

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Direito Constitucional
Aula XX
Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da LEI COMPLEMENTAR
que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação
pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL, observado o disposto em lei.

Nome José Eduardo Cardozo

Advocacia-Geral da União

Função Representar a União

Vias Judicial e Extra-Judicial

Espécie normativa Lei complementar

É quem dispões sobre

Organização
e
Funcionamento

Desenvolve atividades

Consultoria e Assessoramento

Jurídico do Poder Executivo

www.acasadoconcurseiro.com.br 457
Chefe Advogado-Geral da União

Nomeação Livre nomeação / Presidente da República

Aprovação Não necessita

Tipo de
Não necessita
Aprovação

Requisitos A Cidadãos

B Maiores de 35 anos

C Notável saber jurídico

D Reputação ilibada

Ingresso Concurso público de provas e títulos

OAB Constituição é omissa

Representação da União / execução da dívida ativa

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional

Cuidado 1 Necessita a existência de execução

Cuidado 2 Dívida ativa

Cuidado 3 Objetivar o disposto em lei

Status Ministro de Estado

Situação Quando tratar de crime comum

Comum Crimes Responsabilidades

STF SF

458 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Da Advocacia Pública (Art. 131 a 132) – Prof. André Vieira

Art. 132. Os PROCURADORES DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL, organizados em carreira, na


qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem
dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após
relatório circunstanciado das corregedorias.

Estados Procuradores DF

Organizados Em carreria

Ingresso Concurso público de provas e títulos

OAB Em todas as suas fases

Exercem a representação judicial

Atribuições e a

Consultoria jurídica

Prazo de Omissa
Bacharelado

Detém Estabilidade

Prazo 3 anos de efetivo exercício

Mediante
Avaliação de desempenho
perante os órgãos próprios

Após
Relatório circunstanciado
das corregedorias

www.acasadoconcurseiro.com.br 459
Direito Constitucional
Português

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos À SAÚDE, À PREVIDÊNCIA E À
ASSISTÊNCIA SOCIAL.

EXTENSÃO DA SEGURIDADE SOCIAL

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social,
com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – eqüidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de financiamento;
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite,
com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos
órgãos colegiados.
OBJETIVOS:

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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

RECURSOS DA SEGURIDADE SOCIAL/ORIGEM

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes


sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata
o art. 201;
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

ORÇAMENTOS

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Direito Constitucional – Da Seguridade Social - Disposições Gerais – Prof. André Vieira

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos


órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas
e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão
de seus recursos.

PROPOSTA DE ORÇAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.

PESSOA JURÍDICA/NEGATIVADA

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da


seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

BENEFÍCIO/SERVIÇOS

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§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas APÓS
DECORRIDOS NOVENTA DIAS DA DATA DA PUBLICAÇÃO DA LEI QUE AS HOUVER INSTITUÍDO
OU MODIFICADO, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.

PRAZO

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de


assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como


os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de
uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos
termos da lei.

ATIVIDADES EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR

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Direito Constitucional – Da Seguridade Social - Disposições Gerais – Prof. André Vieira

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
mão-de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

CRITÉRIOS DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS PARA O SUS E AÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

RESTRIÇÕES

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§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou
parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o
faturamento.

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Direito Constitucional

Seção II
DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

DA SAÚDE/COMPETÊNCIA

Art. 197. São de RELEVÂNCIA PÚBLICA as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.

AÇÕES DE RELEVÂNCIA PÚBLICA

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I – DESCENTRALIZAÇÃO, com direção única em cada esfera de governo;
II – ATENDIMENTO INTEGRAL, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;

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III – PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE.

CONSIDERAÇÕES

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com RECURSOS do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
além de outras fontes.

RECURSOS

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e


serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados
sobre:
I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo
ser inferior a 15% (quinze por cento);
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II,
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que
se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.

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Direito Constitucional – Da Saúde – Prof. André Vieira

CONSIDERAÇÕES

§ 3º LEI COMPLEMENTAR, que será reavaliada pelo menos a cada CINCO ANOS, estabelecerá:

ESPÉCIE NORMATIVA /PRAZO

I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;


II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios,
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal,
estadual, distrital e municipal;
IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de
saúde e agentes de combate às endemias por meio de PROCESSO SELETIVO PÚBLICO, de
acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua
atuação.

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PROCESSO SELETIVO PÚBLICO

§ 5º LEI FEDERAL disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as
diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário
de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso salarial.

LEI FEDERAL

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição


Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de
agente de combate às endemias poderá PERDER O CARGO em caso de descumprimento dos
requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício.

PERDA DO CARGO

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Direito Constitucional – Da Saúde – Prof. André Vieira

Art. 199. A assistência à saúde é livre à INICIATIVA PRIVADA.

INICIATIVA PRIVADA

§ 1º As instituições privadas poderão participar de FORMA COMPLEMENTAR do sistema único


de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições


privadas com fins lucrativos.

RESTRIÇÕES (1)

§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de EMPRESAS OU CAPITAIS ESTRANGEIROS na


assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

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RESTRIÇÕES (2)

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a REMOÇÃO DE ÓRGÃOS,


TECIDOS E SUBSTÂNCIAS HUMANAS PARA FINS DE TRANSPLANTE, pesquisa e tratamento,
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
todo tipo de comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e


participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
outros insumos;

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Direito Constitucional – Da Saúde – Prof. André Vieira

II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do


trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a
inovação;
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem
como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

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Direito Constitucional

Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 201. A PREVIDÊNCIA SOCIAL será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

PREVIDÊNCIA SOCIAL

REGIME GERAL
CARÁTER CONTRIBUTIVO
FILIAÇÃO OBRIGATÓRIA

I – COBERTURA DOS EVENTOS DE DOENÇA, invalidez, morte e idade avançada;


II – PROTEÇÃO À MATERNIDADE, especialmente à gestante;
III – proteção ao trabalhador em situação de DESEMPREGO INVOLUNTÁRIO;
IV – SALÁRIO-FAMÍLIA E AUXÍLIO-RECLUSÃO para os dependentes dos segurados de baixa
renda;
V – PENSÃO POR MORTE DO SEGURADO, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, observado o disposto no § 2º.

www.acasadoconcurseiro.com.br 475
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria
aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.

REGRA/EXCEÇÃO

§ 2º Nenhum benefício que substitua o SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ou o RENDIMENTO DO


TRABALHO do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ou o RENDIMENTO DO TRABALHO

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão


devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 4º É assegurado o REAJUSTAMENTO dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

REAJUSTAMENTO

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Direito Constitucional – Da Seguridade Social - Da Previdência Social (Art. 201 e 202) – Prof. André Vieira

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado


facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.
§ 6º A GRATIFICAÇÃO NATALINA dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos
proventos do mês de dezembro de cada ano.
GRATIFICAÇÃO NATALINA

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§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei,
obedecidas as seguintes condições:
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido
em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro
e o pescador artesanal.

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CUIDADO

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco


anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

CUIDADO

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a CONTAGEM RECÍPROCA do tempo de


contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que

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Direito Constitucional – Da Seguridade Social - Da Previdência Social (Art. 201 e 202) – Prof. André Vieira

os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios


estabelecidos em lei.

CONTAGEM RECÍPROCA

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida


concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para
efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na
forma da lei.
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores
de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda,
garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo.
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas
e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência
social.

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma


autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na
constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar.
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de
benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão
de seus respectivos planos.
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos
estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não

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integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios
concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas
controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de
previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada.
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às
empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos,
quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada.
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4º deste artigo estabelecerá os requisitos para
a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus
interesses sejam objeto de discussão e deliberação.

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Direito Constitucional
Português

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A EDUCAÇÃO, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

EDUCAÇÃO

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal.

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Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais
da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos
de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão


financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na
forma da lei.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria;
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente
na rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;

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Direito Constitucional – Da Educação (Art. 205 a 214) – Prof. André Vieira

VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;


VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.


§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular,
importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:


I – cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

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Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de


colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições
de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e
supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de
qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios;
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

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Direito Constitucional – Da Educação (Art. 205 a 214) – Prof. André Vieira

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.


§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino
obrigatório.
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

UNIÃO

ESTADOS

DISTRITO FEDERAL

MUNICÍPIOS

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito


Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para
efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no “caput” deste artigo, serão considerados os
sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessida-
des do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade
e equidade, nos termos do plano nacional de educação.
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208,
VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos
orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição
social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.

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§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação
serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica
nas respectivas redes públicas de ensino.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I – comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou
confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de
recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da
residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na
expansão de sua rede na localidade.
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por
universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber
apoio financeiro do Poder Público.

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Direito Constitucional – Da Educação (Art. 205 a 214) – Prof. André Vieira

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de
articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos,
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino
em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos
das diferentes esferas federativas que conduzam a:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção
do produto interno bruto.

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Direito Constitucional
Português

Seção II
DA CULTURA
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

CULTURA

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e


das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes
segmentos étnicos nacionais.
§ 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à:
I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II – produção, promoção e difusão de bens culturais;
III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões;
IV – democratização do acesso aos bens de cultura;
V – valorização da diversidade étnica e regional.

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Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações
artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.

INOBSERVÂNCIA DESTES VALORES

§ 1º O PODER PÚBLICO, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o


patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, TOMBAMENTO e
DESAPROPRIAÇÃO, e de outras formas de acautelamento e preservação.

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Direito Constitucional – Da Cultura (Art. 215 e 216) – Prof. André Vieira

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental


e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas
dos ANTIGOS QUILOMBOS.

§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à


cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de
programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:

ESTADOS E AO DISTRITO FEDERAL

I – despesas com pessoal e encargos sociais;


II – serviço da dívida;
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados.

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Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma
descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas
públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a
sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com
pleno exercício dos direitos culturais.
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas
diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios:
I – diversidade das expressões culturais;
II – universalização do acesso aos bens e serviços culturais;
III – fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais; Incluído pela
IV – cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área
cultural;
V – integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações desenvolvidas;
VI – complementaridade nos papéis dos agentes culturais;
VII – transversalidade das políticas culturais;
VIII – autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;
IX – transparência e compartilhamento das informações;
X – democratização dos processos decisórios com participação e controle social;
XI – descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações;
XII – ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a cultura.
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da Federação:
I – órgãos gestores da cultura;
II – conselhos de política cultural;
III – conferências de cultura;
IV – comissões intergestores;
V – planos de cultura;
VI – sistemas de financiamento à cultura;
VII – sistemas de informações e indicadores culturais;
VIII – programas de formação na área da cultura; e
IX – sistemas setoriais de cultura.

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Direito Constitucional – Da Cultura (Art. 215 e 216) – Prof. André Vieira

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de
sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. I
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de
cultura em leis próprias.

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Direito Constitucional

Professora Alessandra Vieira

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Direito Constitucional

DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.

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VII – de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de
Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

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Questões

1. Do direito brasileiro, decorre a existência de d) De pai e mãe brasileiros desde que


duas classes de nacionalidade: venha morar no Brasil a qualquer
tempo.
a) A do nato e a do equiparado;
b) A do nato e a do naturalizado; 5. São brasileiros natos:
c) A do naturalizado e do equiparado;
d) A do naturalizado e do apátrida. a) Os nascidos na República Federativa do
Brasil, com exceção dos filhos de pais
2. A nacionalidade mista resulta: estrangeiros, desde que estes estejam a
serviço de seu país;
a) De casamento e da anexação do b) Os nascidos no estrangeiro, de pai ou
território; mãe brasileiros, desde que qualquer
b) Da combinação da filiação (“jus deles esteja a serviço do Brasil;
sanguinis”) com o local de nascimento c) Os nascidos no estrangeiro, de pai
(“jus solis”); ou mãe brasileiros desde que sejam
c) Da nacionalidade adquirida e da registrados em repartição brasileira
vontade do indivíduo; competente;
d) Da naturalização e do parentesco. d) todas as anteriores.
3. Uma criança nascida no Brasil, filha de pai 6. Segundo a Constituição Federal de 1988,
coreano e mãe japonesa, será considerada: uma pessoa nascida no Brasil, filha de
a) Brasileira nata; pai Uruguaio e mãe Argentina, será
b) Brasileira naturalizada; considerada:
c) Estrangeira; a) Brasileira naturalizada;
d) Brasileira nata, desde que seus pais não b) Brasileira nata, em qualquer hipótese;
estejam a serviço de seus países. c) Apátrida;
d) Brasileira nata, desde que os pais não
4. São considerados brasileiros natos os estejam a serviço de seu país.
nascidos no estrangeiro:
a) De pai ou mãe brasileiros desde que 7. Os brasileiros nascidos no estrangeiro, de
venham residir na República Federativa pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
do Brasil e optem, antes de completar qualquer deles esteja a serviço da República
a maioridade, pela nacionalidade Federativa do Brasil, são considerados:
brasileira; a) Brasileiros natos;
b) De pai ou mãe brasileiros desde que b) Brasileiros natos, desde que residam no
qualquer deles esteja trabalhando no Brasil antes da maioridade e alcançada
exterior; esta, optem, em qualquer tempo, pela
c) De pai ou mãe brasileiros desde que nacionalidade brasileira;
registrados em repartição brasileira c) Brasileiros natos, se registrados em
competente no exterior; repartição brasileira competente;
d) Estrangeiros.

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8. Para aquisição de nacionalidade brasileira c) A lei não pode estabelecer diferenças
pela via ordinária, os originários de países entre brasileiros natos e naturalizados,
de língua portuguesa necessitam: salvo os casos previstos na Constituição;
d) Os cargos de magistrados são privativos
a) Residir na República Federativa do Brasil de brasileiros natos.
por mais de 15 anos ininterruptamente
sem condenação penal; 12. É brasileiro nato:
b) Comprovar haver compatibilidade
entre os critérios do “jus solis” e “jus a) Todos os que nascem no Brasil;
sanguinis”; b) Todos os nascidos no exterior filhos de
c) Residir na República Federativa do pais brasileiros;
Brasil por mais de um ano ininterrupto c) O titular da nacionalidade brasileira
e demonstrar idoneidade moral; primária;
d) Preencher os requisitos previstos em lei d) Os oriundos de país de língua
ordinária. portuguesa que reside no Brasil há
um ano ininterrupto e que não tenha
9. São privativos de brasileiros natos os cargos: condenação penal.
a) De deputado federal; 13. São privativos de brasileiros natos os cargos
b) De carreira diplomática; de:
c) De Presidente do Banco Central;
d) De Secretário da Receita Federal; a) Presidente e Vice-Presidente da
e) De vereador. República, Presidente da Câmara dos
Deputados, Presidente do Senado
10. O brasileiro nato pode perder a Federal, Ministro do Supremo Tribunal
nacionalidade: Federal; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
a) Se alegar imperativo de consciência Ministro de Estado de Defesa;
para se eximir do serviço militar b) Presidente e Vice-Presidente da
obrigatório e se recusar a cumprir pena República; Deputado Federal; Senador
alternativa fixada em lei; da República; Ministro do Supremo
b) Como conseqüência de pena acessória Tribunal Federal; Carreira Diplomática;
se condenado pela prática de crime de Oficial das Forças Armadas e de
inafiançável e imprescritível; Ministro de Estado de Defesa;
c) Se, por imposição de norma estrangeira, c) Presidente e Vice-Presidente da
tiver que adquirir outra nacionalidade República; Presidente da Câmara dos
como condição para permanência em Deputados; Presidente do Senado
território estrangeiro ou para que possa Federal; Ministro do Superior Tribunal
lá exercer os direitos civis; de Justiça; Procurador Geral da
d) Se adquirir outra nacionalidade. República; da Carreira Diplomática;
de Oficial das Forças Armadas e de
11. Assinale a opção correta: Ministro de Estado da Defesa;
a) Em qualquer hipótese, os nascidos em d) Presidente e Vice-Presidente da
território brasileiro são considerados República; de Governador; Ministro do
brasileiros natos; Supremo Tribunal Federal; Ministro do
b) Os cargos da carreira diplomática Superior Tribunal de Justiça, da Carreira
podem ser ocupados por brasileiros Diplomática, de Oficial das Forças
naturalizados; Armadas e de Ministro de Estado de
Defesa.

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Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira

14. Casal brasileiro, trabalhando em uma c) A nacionalidade brasileira e a do país


empresa privada em Estado Estrangeiro, estrangeiro;
vem a ter um filho de nome Antônio, ao d) A nacionalidade canadense e a
qual é outorgada a nacionalidade desse brasileira.
Estado pelo fato de ali haver nascido. Com
30 anos de idade Antônio vem residir no 17. É correto afirmar que são:
Brasil. Segundo a Constituição Brasileira,
Antônio: a) considerados brasileiros natos,
os nascidos em países de língua
a) Nunca poderá ser brasileiro nato por portuguesa e de pais estrangeiros,
ser natural de outro Estado; desde que registrados nas embaixadas
b) Somente poderá ser brasileiro brasileiras;
naturalizado, desde que preencha os b) privativos de brasileiros natos,
requisitos legais para a naturalização; dentre outros, os cargos da carreira
c) Poderá ser brasileiro nato, porque, no diplomática, de senador e de deputado
caso, sempre lhe será facultado optar, federal;
em qualquer tempo, pela nacionalidade c) naturalizados os nascidos no
brasileira; estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
d) Terá automaticamente dupla brasileira, desde que venham a residir
nacionalidade. no Brasil e optem em qualquer tempo,
pela nacionalidade brasileira.
15. Ao disciplinar o direito de nacionalidade, a d) símbolos da República Federativa do
Constituição Federal: Brasil, a bandeira, o hino, as armas e o
selo nacionais.
a) Permitiu que os portugueses com e) vedados ao Distrito Federal e aos
residência permanente no país, desde Territórios, a utilização de símbolos
que haja reciprocidade em favor de próprios.
brasileiros, adquirirem os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos 18. Um casal de brasileiros reside por
previstos na Constituição; determinado tempo na Alemanha, onde o
b) Permitiu a extradição de brasileiros marido é jogador de um clube de futebol.
natos e naturalizados; Nem o marido nem a mulher encontram-
c) Não permitiu a entrada de brasileiros se a serviço da República Federativa do
naturalizados no Conselho da República; Brasil. O filho do casal de brasileiros nasceu
d) Reservou a propriedade de empresas em território alemão, no dia 15 de maio de
jornalísticas, apenas aos brasileiros 2003.
natos.
Considerando a situação hipotética acima
16. “A”, canadense de origem, naturaliza- descrita e sabendo que a Alemanha adota
se brasileiro e passa a residir em país o sistema do jus sanguinis como forma
estrangeiro, cuja lei o obrigou a adquirir de aquisição da nacionalidade originária,
a nacionalidade local, como condição assinale a opção correta.
de permanência no território. Em face a) Se o filho do casal vier a residir na
do que dispõe a Constituição Federal, República Federativa do Brasil e optar,
“A”permanece apenas com: em qualquer tempo, depois de atingida
a) A nacionalidade do país estrangeiro; a maioridade, pela nacionalidade
b) A nacionalidade brasileira; brasileira, adquirirá a condição de
brasileiro nato.

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b) O filho do casal será brasileiro nato, d) Ao adquirir outra nacionalidade
desde que seja registrado em repartição voluntariamente por naturalização.
consular brasileira competente na
Alemanha ou que venha a residir no 21. Sobre nacionalidade é correto afirmar que:
Brasil antes da maioridade e, nesse
caso, opte em qualquer tempo pela a) Nos termos da Constituição, os filhos
nacionalidade brasileira. de brasileiros que não estejam a
c) O filho do casal é considerado brasileiro serviço do Brasil nascidos no exterior
nato, independentemente de qualquer poderão fazer opção pela nacionalidade
condição, uma vez que, apesar de brasileira a qualquer tempo, após
nascido no estrangeiro, é filho de pai e atingida a maioridade;
mãe brasileiros. b) Os portugueses submetidos ao
d) Caso o filho do casal obtenha a condição estado da igualdade se equiparam aos
de brasileiro nato, após atendidos os brasileiros natos;
requisitos estabelecidos na legislação c) A lei poderá estabelecer distinção entre
brasileira, não perderá jamais essa brasileiros natos e naturalizados;
condição, visto que a Constituição e) A Constituição proíbe a extradição de
Federal prevê expressamente que brasileiro nato ou naturalizado.
nenhum brasileiro nato pode perder a
nacionalidade brasileira. 22. Guerra, prefeito do Município de Pelotas,
e) Caso o filho do casal obtenha a edita um decreto no qual isenta os
condição de brasileiro naturalizado, brasileiros natos do recolhimento do I.S.S.
ainda assim poderá ter a sua Tal procedimento está correto?
naturalização cancelada, por sentença a) Sim, uma vez que se trata de imposto
judicial, mas somente em decorrência de competência exclusiva do Município;
de crime comum, praticado antes b) Não, por ser matéria de competência
da naturalização, ou de comprovado de lei estadual;
envolvimento em tráfico ilícito de c) Não, porque a lei não pode estabelecer
entorpecentes. distinção entre brasileiros natos e
naturalizados;
19. O cancelamento da naturalização em razão d) Sim, porque na hipótese, há autorização
do exercício de atividades contrárias ao expressa na Constituição Federal;
interesse nacional, dar-se-á por: e) Sim, porque se trata de lei municipal
a) Decreto do Presidente da República; sobre matéria discricionária.
b) Sentença Judicial com trânsito em
julgado; 23. O art. 12, § 2º da Constituição Federal
c) Ato do Ministro das Relações Exteriores; estabelece que não poderá haver distinção
d) Ato do Governo Estrangeiro. entre brasileiro nato e naturalizado, a não
ser que tal distinção esteja prevista:
20. O brasileiro nato pode perder a a) na própria Constituição;
nacionalidade: b) em lei complementar;
a) Por sentença judicial que cancele a c) em lei ordinária;
naturalização; d) na Constituição Estadual;
b) Em razão de extradição; e) em lei delegada.
c) Se contratado por empresa
multinacional em território alienígena;

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Direito Constitucional – Da Nacionalidade – Profª Alessandra Vieira

24. Aos portugueses que optem pela 27. Filho de pais alemães, nascido em
naturalização brasileira ordinária, é exigido: território brasileiro no período em que
seus ascendentes estavam a serviço da
a) residência por dois anos ininterruptos e Alemanha, é considerado:
idoneidade moral;
b) residência por um ano ininterrupto e a) apátrida;
idoneidade moral; b) estrangeiro;
c) residência por trinta anos ininterruptos c) brasileiro nato;
e sem condenação penal; d) alemão equiparado;
d) residência permanente e reciprocidade e) brasileiro naturalizado.
em favor dos brasileiros;
e) residência ininterrupta no Brasil por 28. Henrique, brasileiro nato, vai morar no
mais de quinze anos e sem condenação México. Lá requer e obtém a nacionalidade
penal. mexicana. Como fica sua situação em face
da nacionalidade brasileira?
25. Juan Pablo, espanhol de nascimento, reside
desde 1984, ininterruptamente no Brasil. a) Permanece com a nacionalidade
Em razão do tempo de residência, ele: brasileira;
b) Perde a nacionalidade brasileira;
a) não poderá mais se naturalizar c) Permanece com as duas nacionalidades;
brasileiro; d) Terá prazo de cinco anos para optar por
b) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades;
requerer; e) Terá prazo de dois anos para optar por
c) será brasileiro naturalizado se o uma das nacionalidades.
requerer, desde que não tenha
condenação penal neste período; 29. Os cargos de Ministro do STJ, devem ser
d) deverá esperar completar trinta providos por:
anos de residência ininterrupta, sem
condenação penal, para requerer a a) brasileiros natos;
nacionalidade brasileira; b) brasileiros;
e) não poderá retornar à Espanha sem c) brasileiros natos e portugueses
visto. equiparados;
d) brasileiros e estrangeiros residentes no
26. Pelo critério do jus sanguinis a nacionalidade Brasil;
é conferida: e) Todas as opções são falsas.

a) ao descendente de nacional pouco im- 30. Não é privativo de brasileiro nato o cargo
portando o local de nascimento; de:
b) aos que nascerem fora do território do
Estado; a) Ministro do Planejamento;
c) aos que nascerem no território do Esta- b) Oficial das Forças Armadas;
do; c) Ministro do Supremo Tribunal Federal;
d) aos que nascerem em território nacio- d) Presidente do Senado Federal;
nal ou estrangeiro; e) Presidente da Câmara dos Deputa-
e) por mérito ao estrangeiro que, partici- dos.
pando das Forças Armadas Brasileiras,
tenha sido ferido em combate.
Gabarito: 1. B 2. B 3. D 4. C 5. D 6. D 7. A 8. C 9. B 10. D 11. C 12. C 13. A 14. C 15. A 16. C 17. D
18. A 19. B 20. D 21. A 22. C 23. A 24. B 25. C 26. A 27. B 28. B 29. B 30. A

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Direito Constitucional

DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo b) trinta anos para Governador e Vice-
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, Governador de Estado e do Distrito Federal;
com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante: c) vinte e um anos para Deputado Federal,
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
I – plebiscito; Vice-Prefeito e juiz de paz;
II – referendo; d) dezoito anos para Vereador.
III – iniciativa popular. § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os anal-
fabetos.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
§ 5º O Presidente da República, os Gover-
I – obrigatórios para os maiores de dezoito nadores de Estado e do Distrito Federal, os
anos; Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
II – facultativos para: substituído no curso dos mandatos poderão
ser reeleitos para um único período subse-
a) os analfabetos; qüente. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 16, de 1997)
b) os maiores de setenta anos;
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o
c) os maiores de dezesseis e menores de
Presidente da República, os Governadores
dezoito anos.
de Estado e do Distrito Federal e os Prefei-
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os tos devem renunciar aos respectivos man-
estrangeiros e, durante o período do serviço datos até seis meses antes do pleito.
militar obrigatório, os conscritos.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdi-
§ 3º São condições de elegibilidade, na ção do titular, o cônjuge e os parentes con-
forma da lei: sanguíneos ou afins, até o segundo grau ou
por adoção, do Presidente da República,
I – a nacionalidade brasileira; de Governador de Estado ou Território, do
II – o pleno exercício dos direitos políticos; Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses an-
III – o alistamento eleitoral; teriores ao pleito, salvo se já titular de man-
dato eletivo e candidato à reeleição.
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas
V – a filiação partidária;
as seguintes condições:
VI – a idade mínima de:
I – se contar menos de dez anos de serviço,
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice- deverá afastar-se da atividade;
Presidente da República e Senador;

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II – se contar mais de dez anos de serviço, dendo o autor, na forma da lei, se temerária
será agregado pela autoridade superior e, ou de manifesta má-fé.
se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políti-
cos, cuja perda ou suspensão só se dará nos ca-
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros sos de:
casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade I – cancelamento da naturalização por sen-
administrativa, a moralidade para exercício tença transitada em julgado;
de mandato considerada vida pregressa do II – incapacidade civil absoluta;
candidato, e a normalidade e legitimidade
das eleições contra a influência do poder III – condenação criminal transitada em jul-
econômico ou o abuso do exercício de fun- gado, enquanto durarem seus efeitos;
ção, cargo ou emprego na administração di-
IV – recusa de cumprir obrigação a todos
reta ou indireta. (Redação dada pela Emen-
imposta ou prestação alternativa, nos ter-
da Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
mos do art. 5º, VIII;
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impug-
V – improbidade administrativa, nos termos
nado ante a Justiça Eleitoral no prazo de
do art. 37, § 4º.
quinze dias contados da diplomação, instru-
ída a ação com provas de abuso do poder Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral en-
econômico, corrupção ou fraude. trará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da
§ 11. A ação de impugnação de mandato
data de sua vigência. (Redação dada pela Emen-
tramitará em segredo de justiça, respon-
da Constitucional nº 4, de 1993)

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Questões

1. João, Vereador que possuía a idade II – Estrangeiros residentes no País são ele-
mínima para candidatura quando eleito gíveis tão somente aos mandatos de Depu-
para a função no pleito de 2008, pretende tado Federal, Deputado Estadual e Verea-
concorrer nas eleições que se realizarão em dor.
2012 para Prefeito do Município em que III – Os militares são alistáveis, mas não são
exerce a vereança. Maria, sua irmã gêmea elegíveis.
e também Vereadora do mesmo Município,
pretende candidatar-se à reeleição. Está(ão) CORRETO(S):

Nessa hipótese, em tese, a) Apenas o item I.


b) Apenas os itens II e III.
a) João deverá renunciar ao mandato até c) Apenas os itens I e III.
seis meses antes do pleito, de modo a d) Apenas o item III.
ser elegível para Prefeito, e Maria estará
impedida de concorrer à reeleição, por 3. O mandato eletivo poderá ser impugnado
ser parente consanguínea de 2º grau de ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
titular de mandato no Município. dias, contados da:
b) Maria deverá renunciar ao mandato até
seis meses antes do pleito, de modo a) Eleição;
a pleitear a reeleição, e João estará b) Posse;
impedido de concorrer à eleição para c) Diplomação;
Prefeito. d) Proclamação oficial do resultado da
c) João estará impedido de concorrer eleição pela Justiça Eleitoral.
à eleição para Prefeito, a menos que
Maria renuncie ao mandato até seis 4. Um militar integrante das Forças Armadas
meses antes do pleito. e em atividade desde janeiro de 2003,
d) João não poderá concorrer ao cargo estando com 27 anos de idade, casado
pretendido, pois não terá a idade com uma Vereadora do Município em que
mínima necessária para tanto, o que reside, pretende candidatar-se a Prefeito
permitirá a Maria concorrer à reeleição. desse Município no pleito de 2012. Nessa
e) Ambos preenchem as condições de hipótese, o interessado:
elegibilidade para concorrer aos cargos
a) será inelegível para o cargo pretendido,
pretendidos respectivamente.
na medida em que não possuirá a
idade mínima para tanto exigida
2. Analise os itens abaixo:
constitucionalmente;
I – Uma das condições de elegibilidade é a b) será inelegível para o cargo pretendido,
idade mínima de 35 anos para Presidente, pois sua cônjuge é detentora de
Vice-Presidente e Senador; 30 anos para mandato eletivo na circunscrição para a
Governador e Vice-Governador; 21 anos qual tem a intenção de candidatar-se à
para Deputado Federal, Estadual e Distrital, chefia do Executivo.
Prefeito e Vice-Prefeito; e 18 anos para c) será inelegível para o cargo pretendido,
Vereador. pois os militares são inalistáveis.

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d) preencherá as condições de elegibilida- do serviço militar obrigatório, os
de para o cargo pretendido, desde que conscritos.
seja agregado pela autoridade militar b) O Presidente da República, os Governa-
superior e, se eleito, passe para a inati- dores de Estado e do Distrito Federal,
vidade. os Prefeitos e quem os houver sucedi-
e) preencherá as condições de elegibilida- do, ou substituído no curso dos manda-
de para o cargo pretendido, desde que tos poderão ser reeleitos para um único
se afaste da atividade militar. período subsequente.
c) O voto é obrigatório para os maiores de
5. Julgue verdadeiro ou falso para as dezesseis e menores de dezoito anos
proposições relacionadas à privação dos que tenham se alistado.
direitos políticos na Constituição Federal. d) Para concorrerem a outros cargos, o
Presidente da República, os Governado-
I – Constitui hipótese de suspensão dos di- res de Estado e do Distrito Federal e os
reitos políticos o cancelamento da naturali- Prefeitos devem renunciar aos respecti-
zação por sentença transitada em julgado. ( vos mandatos até seis meses antes do
) pleito.
II – A incapacidade civil absoluta é uma das
hipóteses de suspensão dos direitos políti- 7. A Constituição Federal estabelece idades
cos. ( ) mínimas para o exercício de cargos públicos
III – O brasileiro que adquire outra nacio- eletivos. Assinale a alternativa incorreta.
nalidade perderá os seus direitos políticos, a) vinte e um anos para Deputado Federal
com exceção dos casos de reconhecimento e para Deputado Estadual;
da nacionalidade originária pela lei estran- b) Trinta anos para Governador de Estado;
geira, ou ainda, imposição de naturalização, c) Trinta e cinco anos para Presidente da
pela lei estrangeira, ao brasileiro residente República;
em Estado estrangeiro,como condição para d) Vinte e um anos para Vereador e para
permanência em seu território ou para o Prefeito;
exercício de direitos civis. ( ) e) Dezoito anos para Vereador.
IV – A Carta Constitucional de 1988 permite
a cassação dos direitos políticos, que se dá 8. Assinale a opção correta:
por meio da sua perda ou suspensão. ( ) a) Todo inalistável é inelegível e todo ine-
Agora, assinale a alternativa que legível é inalistável;
corresponde, respectivamente, ao b) O partido político, pessoa jurídica de di-
julgamento CORRETO das proposições reito público, pode ter caráter regional;
acima: c) O alistamento eleitoral e o voto são fa-
a) F – V – V – F. cultativos para os estrangeiros e para os
b) V – V – F – V. conscritos, durante o período do servi-
c) F – V – F – V. ço militar obrigatório;
d) V – V – V – F. d) São condições de elegibilidade, na for-
ma da lei, a nacionalidade brasileira, o
6. Sobre os direitos políticos assegurados pela pleno exercício dos direitos políticos, o
Constituição da República, pode-se afirmar, alistamento eleitoral, o domicílio eleito-
EXCETO: ral na circunscrição, a filiação partidária
e a idade mínima estabelecida na Cons-
a) Não podem alistar-se como eleitores tituição.
os estrangeiros e, durante o período

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Direito Constitucional – Dos Direitos Políticos – Profª Alessandra Vieira

e) O alistamento eleitoral é facultativo b) Facultativos para os maiores de dezoito


para os analfabetos, mas uma vez alis- anos;
tados possuem obrigação de votar. c) Obrigatórios para os conscritos durante
o período do serviço militar obrigatório;
9. A lei que alterar o processo eleitoral: d) Facultativos para os analfabetos e os
maiores de setenta anos;
a) Entra em vigor na data de sua e) Facultativos para os analfabetos e
publicação, salvo estipulação em conscritos, durante o período do serviço
contrário, não se aplicando à eleição militar obrigatório.
que ocorra até um ano da data de sua
vigência; 12. A soberania popular é exercida pelo sufrágio
b) Entra em vigor sempre na data de sua universal e pelo voto direto e secreto, com
publicação, não se aplicando à eleição valor igual para todos, somente podendo
que ocorra até um ano da data de sua ser candidatos:
vigência;
c) Entra em vigor na data de sua a) Os brasileiros natos no pleno exercício
publicação, salvo disposição em dos direitos políticos;
contrário, aplicando-se à eleição que b) Os brasileiros inscritos como eleitores
ocorra até um ano da data de sua filiados a partidos políticos e no pleno
vigência; exercício dos direitos políticos;
d) Entra em vigor imediatamente, c) Os brasileiros natos, inscritos como
aplicando-se à eleição imediatamente eleitores, filiados a partidos políticos,
seguinte, sem qualquer ressalva de que estejam no pleno exercício dos
prazo. direitos políticos, desde que não sejam
e) Entra em vigor na data de sua analfabetos, tenham a idade mínima
publicação, não se aplicando à eleição pretendida para o cargo pretendido e
que ocorra até dois anos da data de sua domicílio eleitoral na circunscrição;
vigência. d) Os brasileiros que preencham as
condições da alternativa “b” e, além
10. Para que alguém possa se eleger Vereador disso, tenham a idade mínima para o
é necessário: cargo pretendido e domicílio eleitoral
na circunscrição, desde que não sejam
a) Que seja brasileiro naturalizado e tenha analfabetos ou inelegíveis;
mais de 21 anos; e) Os brasileiros natos, naturalizados
b) Que seja brasileiro nato e tenha mais de e estrangeiros que preencham as
18 anos; condições de elegibilidade previstas na
c) Que seja brasileiro nato ou naturalizado Constituição.
e tenha a idade mínima de 18 anos;
d) Que seja brasileiro nato ou naturalizado 13. São situações de inelegibilidade, segundo a
e tenha a idade mínima de 21 anos; Constituição Federal:
e) Que seja brasileiro nato ou naturalizado
e tenha a idade mínima de 30 anos. I – Os inalistáveis e os analfabetos;
II – O Presidente da República, no período
11. O alistamento eleitoral e o voto são: subseqüente, para o mesmo cargo;
a) Obrigatórios para os maiores de III – O Governador de Estado, no período
dezesseis anos e menores de vinte e um subseqüente, para o mesmo cargo;
anos;
a) I, II e III estão corretas;
b) Apenas I e II estão corretas;

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c) Apenas II está correta; 18. O filho de Governador de Estado pode
d) Apenas I está correta; disputar eleição para o cargo de Deputado
e) Todas estão incorretas. Estadual no território de jurisdição de seu
pai?
14. O mandato eletivo poderá ser impugnado
ante a Justiça Eleitoral no prazo de ..... dias a) Não, já que a Constituição proíbe, a não
contados da diplomação, instruída a ação ser que seja candidato a reeleição;
com provas de ............... corrupção ou b) Sim, pois o impedimento constitucional
fraude. diz respeito ao mesmo cargo;
c) Sim, já que a Constituição não trata do
a) 10 – abuso de direito político; assunto;
b) 15 – abuso do poder econômico; d) Não, em hipótese alguma;
c) 15 – abuso de prerrogativas; e) Nenhuma das respostas anteriores está
d) 12 – abuso de direito político; correta.
e) 5 – abuso do poder econômico.
19. Analise:
15. É incorreto afirmar que são inelegíveis:
I – O direito de sufrágio é bem mais amplo
a) O cônjuge de Presidente da República, que o direito de voto, pois contém, em
para vereador; seu bojo, a capacidade eleitoral ativa e a
b) O pai de Governador de Estado para capacidade eleitoral passiva.
Deputado Estadual; II – A soberania popular será exercida pelo
c) O cunhado de Prefeito, para a Câmara sufrágio universal e pelo voto direto e
de Vereadores do mesmo Município; secreto, com valor igual para todos, e, nos
d) O irmão do Governador para Deputado termos da lei, mediante plebiscito.
Estadual;
e) O primo do Prefeito, para vereador. III – São inelegíveis o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o terceiro grau,
16. Com relação aos direitos políticos, é vedada do Governador ou do Prefeito, ou de quem
sua: os haja substituído dentro dos três meses
anteriores ao pleito, ainda que titular de
a) Cassação; mandato eletivo e candidato à reeleição.
b) Perda;
c) Suspensão; IV – O mandato eletivo poderá ser
d) Aquisição; impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
e) Utilização. de quinze dias da eleição e até trinta dias da
diplomação, instruída a ação com provas da
17. É condição de elegibilidade: prática de eventual crime ou contravenção.
V – Não podem alistar-se como eleitores os
a) Ter menos de oitenta anos; estrangeiros e, durante o período do serviço
b) a idade mínima de dezoito anos para militar obrigatório, os conscritos.
ser prefeito;
c) a idade mínima de trinta anos para É correto o que consta APENAS em
analfabeto se eleger Governador de a) I, II e V
Estado; b) I e IV
d) a idade mínima de vinte e um anos para c) II e III
o estrangeiro, naturalizado brasileiro, d) II, III e IV
ser deputado federal. e) somente a I está correta.

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20. Quanto aos direitos políticos, estabelece a to do eleitorado nacional, distribuído


Constituição Federal que: pelo menos por quatro Estados, com
não menos de um décimo por cento
a) A lei que alterar o processo eleitoral dos eleitores de cada um deles;
entrará em vigor na data de sua sanção, d) à Câmara dos Deputados de projeto
aplicando-se somente à eleição que de lei subscrito por, no mínimo, dois
ocorrer até um ano da data de sua por cento do eleitorado nacional,
vigência; distribuído pelo menos por nove
b) O alistamento eleitoral e o voto são Estados, com não menos de dois
facultativos para os analfabetos, os décimos por cento dos eleitores de
maiores de sessenta e cinco anos e para cada um deles;
os menores de dezoito anos; e) à Câmara dos Deputados de projeto
c) exige-se, para concorrer aos cargos de lei subscrito por, no mínimo, um
de Deputado Federal e de Vereador, por cento do eleitorado nacional,
respectivamente, a idade mínima de distribuído pelo menos por cinco
trinta e de vinte e um anos; Estados, com não menos de três
d) o Governador, para concorrer ao décimos por cento dos eleitores de
mesmo ou a outros cargos, deve cada um deles.
renunciar ao respectivo mandato até
três meses antes do pleito; 23. Um brasileiro naturalizado que tenha 35
e) são inelegíveis os inalistáveis e os anos de idade pode exercer o cargo de:
analfabetos.
I – Vereador;
21. Constitui meio de exercício da soberania II – Prefeito;
popular, previsto na Constituição Federal,
dentre outros: III – Governador de Estado;

a) a lei delegada; IV – Deputado Federal


b) o plebiscito; A quantidade de itens certos é igual a:
c) a lei ordinária; a) 0
d) a medida provisória. b) 1
c) 2
22. A iniciativa popular pode ser exercida pela d) 3
apresentação: e) 4
a) ao Senado Federal de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, um por cento 24. Acerca dos direitos políticos, assinale a
do eleitorado nacional, distribuído pelo opção correta.
menos por onze Estados, com não me- a) O presidente da República, os governa-
nos de um décimo por cento dos eleito- dores de estado e do Distrito Federal e
res de cada um deles; os prefeitos poderão ser reeleitos para
b) ao Congresso Nacional de projeto de lei apenas um período subsequente, não
subscrito por, no mínimo, dois por cen- necessitando da renúncia para concor-
to do eleitorado nacional, distribuído rer à reeleição;
pelo menos por sete Estados, com não b) Para concorrerem aos mesmos cargos,
menos de dois décimos por cento dos o presidente da República, os governa-
eleitores de cada um deles; dores de estado e do Distrito Federal e
c) ao Senado Federal de projeto de lei os prefeitos devem renunciar aos res-
subscrito por, no mínimo, dois por cen-

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pectivos mandatos até seis meses antes 27. De acordo com a Constituição da República,
do pleito. são inalistáveis e inelegíveis:
c) Segundo a CF, o militar alistável é
inelegível; a) somente os analfabetos e os conscritos.
d) O cônjuge e os parentes consanguíneos b) os estrangeiros, os analfabetos e os
ou afins até o segundo grau ou por conscritos.
adoção do presidente da República, de c) somente os estrangeiros e os
governador de estado ou território, do analfabetos.
Distrito Federal e de prefeito podem d) somente os estrangeiros e os conscritos.
concorrer, no território da jurisdição do
titular. 28. A capacidade eleitoral passiva consistente
na possibilidade de o cidadão pleitear
25. Assinale a opção correta quanto aos direitos determinados mandatos políticos, mediante
políticos e à cidadania: eleição popular, desde que preenchidos
certos requisitos, conceitua-se em:
a) Entre as hipóteses de suspensão dos
direitos políticos previstas na CF está a a) alistamento eleitoral.
prática de improbidade adminsitrativa; b) direito de voto.
b) Os conscritos, durante o período c) direito de sufrágio.
de serviço militar obrigatório, não d) elegibilidade.
podem alistar-se como eleitores, e) dever sociopolítico.
salvo mediante prévia autorização do
superior hierárquico; 29. Em relação aos direitos políticos, avalie as
c) Indivíduos analfabetos não possuem proposições a seguir:
direito ao voto; I – O alistamento eleitoral e o voto são
d) A lei que alterar o processo eleitoral obrigatórios para os maiores de dezoito
entrará em vigor um ano após a data anos e facultativos para os analfabetos, os
de sua publicação, não se aplicando maiores de sessenta anos e os maiores de
à eleição que ocorra no período dezesseis e menores de dezoito anos.
subseqüente.
II – A soberania popular será exercida
26. Nos termos do que estabelece a Constitui- pelo sufrágio universal e pelo voto direto
ção Federal, a soberania popular será exer- e secreto, com valor igual para todos, e,
cida pelo sufrágio universal e pelo voto dire- nos termos da lei, mediante plebiscito,
to e secreto: referendo e iniciativa popular.
III – São condições de alistabilidade, na
a) facultativo para os analfabetos e forma da lei a nacionalidade brasileira,
maiores de 70 (setenta) anos; o pleno exercício dos direitos políticos,
b) obrigatório para os maiores de o domicílio eleitoral na circunscrição e a
dezesseis anos; filiação partidária.
c) obrigatório para todos, inclusive os
analfabetos; IV – São inelegíveis, no território de
d) obrigatório para todos, inclusive para os jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
maiores de 70 (setenta) anos; consanguíneos ou afins, até o segundo grau
e) facultativo para os maiores de 60 ou por adoção, do Presidente da República,
(sessenta) anos. de Governador de Estado ou Território, do
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
os haja substituído dentro dos nove meses

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anteriores ao pleito, mesmo se já titular de a) idade mínima de vinte e cinco anos de


mandato eletivo e candidato à reeleição. idade e domicílio eleitoral referente a
Está(ão) CORRETA(S): um período de dois anos.
b) idade mínima de vinte e um anos
a) Somente as proposições I, II e III. de idade e de domicílio eleitoral
b) Somente as proposições I, III e IV. na circunscrição do Município de
c) Somente as proposições II e III. Margarida.
d) Somente a proposição II. c) domicílio eleitoral na circunscrição do
e) Somente a proposição IV. Município de Margarida e de idade
mínima de trinta anos de idade.
30. Plínio filiado à partido político e brasileiro, de d) pleno exercício dos direitos políticos
reputação ilibada que acabara de completar e de idade mínima de trinta anos de
vinte anos de idade no mês de junho de idade.
2008, efetuou o seu alistamento eleitoral e) pleno exercício dos direitos políticos e
na circunscrição eleitoral do Município de de idade mínima de vinte e cinco anos
Caju, onde mantinha seu domicilio. A sua de idade.
intenção era a de concorrer ao cargo de
Prefeito no Município de Margarida, nas
eleições daquele mesmo ano, posto que
frequentava faculdade na referida Cidade,
e era presidente do diretório acadêmico,
sendo conhecido e amado pelos colegas
de faculdade e pela maioria dos habitantes
da região, com grandes chances de vencer
as eleições. Porém, sua candidatura ao
referido cargo foi barrada, porque não
preenchia os requisitos de

Gabarito: 1. E 2. A 3. C 4. E 5. A 6. C 7. D 8. D 9. B 10. C 11. D 12. D 13. D 14. B 15. E 16. A 
17. D 18. A 19. A 20. E 21. B 22. E 23. E 24. A 25. A 26. A 27. D 28. D 29. D 30. B

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DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações
eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio
e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

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Professora Tatiana Marcello

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DISPOSIÇÕES GERAIS (ART. 037 A 038)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA III – o prazo de validade do concurso público


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto
no edital de convocação, aquele aprovado
CAPÍTULO VII em concurso público de provas ou de pro-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA vas e títulos será convocado com prioridade
sobre novos concursados para assumir car-
Seção I go ou emprego, na carreira;
DISPOSIÇÕES GERAIS V – as funções de confiança, exercidas ex-
clusivamente por servidores ocupantes de
Art. 37. A administração pública direta e indireta
cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
serem preenchidos por servidores de car-
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
reira nos casos, condições e percentuais mí-
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
nimos previstos em lei, destinam-se apenas
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
às atribuições de direção, chefia e asses-
ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Cons-
soramento; (Redação dada pela Emenda
titucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 19, de 1998)
I – os cargos, empregos e funções públicas
VI – é garantido ao servidor público civil o
são acessíveis aos brasileiros que preen-
direito à livre associação sindical;
cham os requisitos estabelecidos em lei, as-
sim como aos estrangeiros, na forma da lei; VII – o direito de greve será exercido nos
(Redação dada pela Emenda Constitucional termos e nos limites definidos em lei espe-
nº 19, de 1998) cífica; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 19, de 1998)
II – a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em VIII – a lei reservará percentual dos cargos
concurso público de provas ou de provas e e empregos públicos para as pessoas por-
títulos, de acordo com a natureza e a com- tadoras de deficiência e definirá os critérios
plexidade do cargo ou emprego, na forma de sua admissão;
prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei IX – a lei estabelecerá os casos de contrata-
de livre nomeação e exoneração; (Redação ção por tempo determinado para atender a
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de necessidade temporária de excepcional in-
1998) teresse público;
X – a remuneração dos servidores públicos
e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39

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somente poderão ser fixados ou alterados XIV – os acréscimos pecuniários percebidos
por lei específica, observada a iniciativa por servidor público não serão computados
privativa em cada caso, assegurada revisão nem acumulados para fins de concessão de
geral anual, sempre na mesma data e sem acréscimos ulteriores; (Redação dada pela
distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Re-
gulamento) XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-
pantes de cargos e empregos públicos são
XI – a remuneração e o subsídio dos ocu- irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
pantes de cargos, funções e empregos pú- sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º,
blicos da administração direta, autárquica e 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada
fundacional, dos membros de qualquer dos pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores XVI – é vedada a acumulação remunerada
de mandato eletivo e dos demais agentes de cargos públicos, exceto, quando houver
políticos e os proventos, pensões ou outra compatibilidade de horários, observado em
espécie remuneratória, percebidos cumu- qualquer caso o disposto no inciso XI: (Re-
lativamente ou não, incluídas as vantagens dação dada pela Emenda Constitucional nº
pessoais ou de qualquer outra natureza, 19, de 1998)
não poderão exceder o subsídio mensal, em a) a de dois cargos de professor; (Redação
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
Federal, aplicando-se como limite, nos Mu- 1998)
nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal b) a de um cargo de professor com outro
do Governador no âmbito do Poder Execu- técnico ou científico; (Redação dada pela
tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e
c) a de dois cargos ou empregos privativos
o subsidio dos Desembargadores do Tribu-
de profissionais de saúde, com profissões
nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e
regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
vinte e cinco centésimos por cento do sub-
da Constitucional nº 34, de 2001)
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do XVII – a proibição de acumular estende-se a
Poder Judiciário, aplicável este limite aos empregos e funções e abrange autarquias,
membros do Ministério Público, aos Procu- fundações, empresas públicas, sociedades
radores e aos Defensores Públicos; (Reda- de economia mista, suas subsidiárias, e so-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 41, ciedades controladas, direta ou indireta-
19.12.2003) mente, pelo poder público; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XII – os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário não po- XVIII – a administração fazendária e seus
derão ser superiores aos pagos pelo Poder servidores fiscais terão, dentro de suas áre-
Executivo; as de competência e jurisdição, precedência
sobre os demais setores administrativos, na
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação
forma da lei;
de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do ser- XIX – somente por lei específica poderá ser
viço público; (Redação dada pela Emenda criada autarquia e autorizada a instituição
Constitucional nº 19, de 1998) de empresa pública, de sociedade de eco-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei

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complementar, neste último caso, definir as (Redação dada pela Emenda Constitucional
áreas de sua atuação; (Redação dada pela nº 19, de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I – as reclamações relativas à prestação dos
XX – depende de autorização legislativa, em serviços públicos em geral, asseguradas a
cada caso, a criação de subsidiárias das en- manutenção de serviços de atendimento ao
tidades mencionadas no inciso anterior, as- usuário e a avaliação periódica, externa e
sim como a participação de qualquer delas interna, da qualidade dos serviços; (Incluído
em empresa privada; pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI – ressalvados os casos especificados II – o acesso dos usuários a registros admi-
na legislação, as obras, serviços, compras nistrativos e a informações sobre atos de
e alienações serão contratados mediante governo, observado o disposto no art. 5º, X
processo de licitação pública que assegu- e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucio-
re igualdade de condições a todos os con- nal nº 19, de 1998)
correntes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as con- III – a disciplina da representação contra o
dições efetivas da proposta, nos termos da exercício negligente ou abusivo de cargo,
lei, o qual somente permitirá as exigências emprego ou função na administração públi-
de qualificação técnica e econômica indis- ca. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
pensáveis à garantia do cumprimento das 19, de 1998)
obrigações. (Regulamento) § 4º Os atos de improbidade administrativa
XXII – as administrações tributárias da importarão a suspensão dos direitos políti-
União, dos Estados, do Distrito Federal e cos, a perda da função pública, a indisponi-
dos Municípios, atividades essenciais ao bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-
funcionamento do Estado, exercidas por rio, na forma e gradação previstas em lei,
servidores de carreiras específicas, terão re- sem prejuízo da ação penal cabível.
cursos prioritários para a realização de suas § 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-
atividades e atuarão de forma integrada, crição para ilícitos praticados por qualquer
inclusive com o compartilhamento de ca- agente, servidor ou não, que causem pre-
dastros e de informações fiscais, na forma juízos ao erário, ressalvadas as respectivas
da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda ações de ressarcimento.
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público
§ 1º A publicidade dos atos, programas, e as de direito privado prestadoras de servi-
obras, serviços e campanhas dos órgãos ços públicos responderão pelos danos que
públicos deverá ter caráter educativo, infor- seus agentes, nessa qualidade, causarem a
mativo ou de orientação social, dela não po- terceiros, assegurado o direito de regresso
dendo constar nomes, símbolos ou imagens contra o responsável nos casos de dolo ou
que caracterizem promoção pessoal de au- culpa.
toridades ou servidores públicos.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as
§ 2º A não observância do disposto nos in- restrições ao ocupante de cargo ou empre-
cisos II e III implicará a nulidade do ato e a go da administração direta e indireta que
punição da autoridade responsável, nos ter- possibilite o acesso a informações privile-
mos da lei. giadas. (Incluído pela Emenda Constitucio-
§ 3º A lei disciplinará as formas de partici- nal nº 19, de 1998)
pação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente:

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§ 8º A autonomia gerencial, orçamentá- noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
ria e financeira dos órgãos e entidades da por cento do subsídio mensal dos Ministros
administração direta e indireta poderá ser do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
ampliada mediante contrato, a ser firmado cando o disposto neste parágrafo aos sub-
entre seus administradores e o poder públi- sídios dos Deputados Estaduais e Distritais
co, que tenha por objeto a fixação de metas e dos Vereadores. (Incluído pela Emenda
de desempenho para o órgão ou entidade, Constitucional nº 47, de 2005)
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 38. Ao servidor público da administração
direta, autárquica e fundacional, no exercício de
I – o prazo de duração do contrato; mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-
sições: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
II – os controles e critérios de avaliação de nal nº 19, de 1998)
desempenho, direitos, obrigações e respon-
sabilidade dos dirigentes; I – tratando-se de mandato eletivo federal,
estadual ou distrital, ficará afastado de seu
III – a remuneração do pessoal." cargo, emprego ou função;
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às II – investido no mandato de Prefeito, será
empresas públicas e às sociedades de eco- afastado do cargo, emprego ou função, sen-
nomia mista, e suas subsidiárias, que rece- do-lhe facultado optar pela sua remunera-
berem recursos da União, dos Estados, do ção;
Distrito Federal ou dos Municípios para pa-
gamento de despesas de pessoal ou de cus- III – investido no mandato de Vereador, ha-
teio em geral. (Incluído pela Emenda Consti- vendo compatibilidade de horários, perce-
tucional nº 19, de 1998) berá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do
§ 10. É vedada a percepção simultânea de cargo eletivo, e, não havendo compatibili-
proventos de aposentadoria decorrentes do dade, será aplicada a norma do inciso ante-
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune- rior;
ração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma IV – em qualquer caso que exija o afasta-
desta Constituição, os cargos eletivos e os mento para o exercício de mandato eletivo,
cargos em comissão declarados em lei de li- seu tempo de serviço será contado para to-
vre nomeação e exoneração. (Incluído pela dos os efeitos legais, exceto para promoção
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) por merecimento;
§ 11. Não serão computadas, para efeito V – para efeito de benefício previdenciário,
dos limites remuneratórios de que trata o no caso de afastamento, os valores serão
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas determinados como se no exercício estives-
de caráter indenizatório previstas em lei. se.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,
de 2005) (...)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do


caput deste artigo, fica facultado aos Esta-
dos e ao Distrito Federal fixar, em seu âm-
bito, mediante emenda às respectivas Cons-
tituições e Lei Orgânica, como limite único,
o subsídio mensal dos Desembargadores
do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a

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CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Administração Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

1.1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência...
Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros
princípios aplicáveis.
Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

Princípio da Legalidade
A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua
atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei
permite ou determina.
Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer
tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o
administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.
Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador
público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do

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povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus
representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

Princípio da Impessoalidade
O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do
intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.
Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente,
determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém,
a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser
considerado nulo por desvio de finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela
administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal
do agente público pela sua atuação como administrador.
Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição
de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a
exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

Princípio da Moralidade
A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a
atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é
legal é honesto.
Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

Princípio da Publicidade
Esse princípio é tratado sob dois prismas:
a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos
gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto
não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma
mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

Princípio da Eficiência
O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir
os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico,
melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador
deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse
público do ato.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros
princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não
se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim
de ter maior eficiência.

Conceito de Agente Público

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não,
com ou sem remuneração.
Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):
Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.
Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente,
do exercício de alguma função estatal.

Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

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Os agentes públicos podem ser classificados em:
a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam
por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado
desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da
República, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices),
Parlamentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de
Estado...
b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido
amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza
profissional e remunerada. Dividem-se em:
•• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a
regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.
•• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime
celetista – CLT)
•• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem
emprego público, exercendo função pública remunerada e temporária).
Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo”
abrange essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores
temporários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor
Estatutário. Vejamos o esquema:

c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública


sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso
Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:
•• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o
serviço militar);
•• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando
o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um
incêndio e presta socorro);
•• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é
contratado para fazer um parecer);
•• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e
permissionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);
•• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares)


– Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário
especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os
Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

Cargo, Emprego e Função Pública

Cargo Público
Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submetidos
ao regime estatutário.
A Lei nº 8.112/1990 define: “Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.”
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis
unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo,
com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por
lei”.
Cargos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito público.

Emprego Público
Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao
regime celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam

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por meio de concurso público para ocupar empregos públicos , de natureza essencialmente
contratual.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos
de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los,
sob relação trabalhista”.
Empregos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito privado da Administração
Indireta. São exemplos, os empregados da Caixa Econômica Federal (empresa pública) e
do Banco do Brasil (sociedade de economia mista); lembrando que CESPE considera que
“dirigentes” dessas instituições, que não sejam do quadro de empregados, são regidos por
regime próprio e não pela CLT.

Função Pública
De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e
as exercidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”
Não há concurso público para preenchimento de função pública.

AGENTES PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei; (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de
pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos
e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei).

Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Cargo em Comissão e Função de Confiança – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-
se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e
Concurso Público exoneração (direção,
chefia e assessoramento)

Sem
Estabilidade
estabilidade
Criação e extinção do cargo público

Criação Lei

Cargo Público Lei


(se ocupado)
extinção
Decreto
Autônomo
(se vago)

Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual
período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá
ser prorrogado por mais 1 ano apenas.

Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em


concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

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Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagas indicado no
edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade do concurso.

Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas
ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém,
ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que
regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89). Também é
proibido ao militar fazer greve.

Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva de vagas
para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se a deficiência é
compatível ou não com as atribuições do cargo.
Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de
se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis
com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas
oferecidas no concurso.

Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente


poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada
caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos
Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado
subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II – nos
Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o

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Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados
Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.
Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei.

Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

Subteto
Não pode receber remuneração
Agentes Públicos Âmbito
maior que a do
Municipais Geral Prefeito
Estaduais e Distritais Poder Executivo Governador
Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais
Poder Judiciário Desembargadores do TJ

Paridade de Vencimentos

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo
$$$

Judiciário Legislativo

Mandato eletivo

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

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I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.

Mandato eletivo
Mandato Eletivo
Ao servidor
• Aoinvestido
servidor em mandato
investido eletivo aplicam-se
em mandato as seguintes
eletivo aplicam-se disposições:
as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.


distrital
Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a


remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);
ünão havendo compatibilidade de horários, será
afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou
a do mandato (regra do Prefeito).

Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são


irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções,


abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém
é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

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c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas.

Acumulação lícita:

Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF)
com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
livre nomeação e exoneração.

Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:


a) a suspensão dos direitos políticos,
b) a perda da função pública,
c) a indisponibilidade dos bens,
d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
e) sem prejuízo da ação penal cabível.

Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem responde
pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas;
porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

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SLIDES – DISPOSIÇÕES GERAIS

Direito Administrativo

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Administração Pública na
Constituição Federal

Disposições Gerais
(art. 37 a 38)

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Conceitos Introdutórios

• Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Administração Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência...

• Tratam-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando


que há outros princípios aplicáveis.

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• Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

• 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

• A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou


autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública
está condicionada ao que a lei permite ou determina.

• Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que


“podem fazer tudo o que a lei não proíba”, no âmbito da administração
pública esse princípio significa que o administrador “só pode fazer o que a lei
autorize ou determine”.

• Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o


administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e
sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última
instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes,
pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

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• 2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
• O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a
satisfação do interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si
ou determinada pessoa.
• Esse princípio é visto sob dois aspectos:
a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa -
inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios
ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao
interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de
finalidade;
b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades
desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal
- é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como
administrador.
• Ex.: imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo
efetivo ou emprego público; exigência de licitações públicas para contratações
pela administração.

• 3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

• A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé.


Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser
moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

• Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é


considerado nulo.

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• 4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

• Esse princípio é tratado sob dois prismas:


a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos
atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o
patrimônio público - enquanto não for publicado, o ato não pode produzir
efeitos;
b) exigência de transparência da atuação administrativa - finalidade de
possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública
pelo povo.

• 5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

• O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998.


Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais
simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da
atividade da administração pública.

• O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para


atingir a finalidade e interesse público do ato.

• Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível
afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior
eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio
da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

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Agente Público

• Conceito Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa):

Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Portanto, Agentes Públicos são as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou


transitoriamente, do exercício de alguma função estatal.

Agentes
Públicos

Agentes Administrativos Particulares em Agentes Militares


Agentes Políticos colaboração
(Servidores Estatais ou (Agentes (Estatuto/Lei
Servidores Públicos em honoríficos) Específica)
sentido amplo)

Servidores
Servidores Empregados
Temporários
Públicos Públicos
(Contrato prazo
(Estatuários) (Celetistas)
determinado)

cargo emprego função


público público pública

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Servidores Públicos Empregados Públicos Servidores Temporários

Cargos Públicos (efetivos


Empregos Públicos Função Pública
ou em comissão)

Regime Estatutário ou Regime Celetista ou Contrato com prazo


Legal Trabalhista (CLT) determinado

Administração Direta, Empresas Públicas e Soc.


Autarquias e Fundações de Economia Mista

Agentes Públicos na Constituição Federal

• Cargos, empregos e funções públicas

• São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,


assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

• (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa


científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos
desta Lei).

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• Exigência de concurso público

• A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.

• Cargo em Comissão e Função de Confiança - as funções de confiança, exercidas


exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento.

Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e
Concurso Público exoneração (direção,
chefia e assessoramento)

Sem
Estabilidade
estabilidade

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Criação e extinção do cargo público

Criação Lei

Cargo Público Lei


(se ocupado)
extinção
Decreto
Autônomo
(se vago)

• Prazo de validade do concurso


• O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável 1 vez, por
igual período.

• Prioridade de nomeação
• Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado
em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
• Obs.: STF – Candidato aprovado no concurso público dentro do número de vagas
indicado no edital tem direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade
do concurso.
• Obs.: Lei 8.112/90, art. 12, § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

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• Direito à livre associação sindical

• É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

• Direito de greve

• O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; porém, ainda não há regulamentação legal, o que fez com que o STF
decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na
iniciativa privada (Lei nº 7783/89).

ØObs.: Essas duas regras são aplicáveis apenas ao servidores públicos civis, já que a
CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

• Reserva de percentual aos portadores de deficiência

• A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas


portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

• Obs.: Segundo o STF, mesmo em concursos como de Polícia, é obrigatória a reserva


de vagas para portadores de deficiência, porém, os exames de aptidão indicarão se a
deficiência é compatível ou não com as atribuições do cargo.

• Obs.: Lei 8.112/90, art. 5, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o


direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 543
• Fixação e revisão geral da remuneração

• A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39


somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e
sem distinção de índices.

• Teto remuneratório

• Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal
pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto).
• Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá
ganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder
Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se Poder
Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou
Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.
• Obs.: Não serão computadas, para efeito desses limites remuneratórios, as parcelas
de caráter indenizatório previstas em lei.

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• Paridade de Vencimentos: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do


Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

Executivo
$$$

Judiciário Legislativo

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Mandato eletivo

• Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

Ømandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.


distrital
Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a


remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);
ünão havendo compatibilidade de horários, será
afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou
a do mandato (regra do Prefeito).

• Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento;

• Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão


determinados como se no exercício estivesse.

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Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

• Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos


públicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

• Acumulação de cargos públicos

• É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e


funções; porém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI
(teto):
a) a de 2 cargos de professor;
b) a de 1 cargo de professor com 1 técnico ou científico;
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas.
Obs.: também 1 de vereador + 1 cargo, emprego ou função.

• A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.

www.acasadoconcurseiro.com.br 547
Acumulação lícita:

• Acumulação de proventos de aposentadoria + remuneração de cargo


• É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40,
art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração.

• Regra: vedada a acumulação


• Exceção:
a) cargos acumuláveis na atividade;
b) cargo em comissão;
c) cargo eletivo.

548 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Disposições Gerais (Art. 037 a 038) – Profª Tatiana Marcello

• Atos de Improbidade Administrativa

• Os atos de improbidade administrativa importarão:


Øsuspensão dos direitos políticos,
Øperda da função pública,
Øindisponibilidade dos bens,
Øressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
Øação penal cabível.

• Responsabilidade por danos

• As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

• Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentes


públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou
dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 549
Direito Constitucional

DOS SERVIDORES PÚBLICOS (ART. 039 A 041)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede-
ral manterão escolas de governo para a for-
CAPÍTULO VII mação e o aperfeiçoamento dos servidores
públicos, constituindo-se a participação nos
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA cursos um dos requisitos para a promoção
na carreira, facultada, para isso, a celebra-
Seção II ção de convênios ou contratos entre os en-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS tes federados. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de
cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
XXII e XXX, podendo a lei estabelecer re-
competência, regime jurídico único e planos de
quisitos diferenciados de admissão quando
carreira para os servidores da administração pú-
a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela
blica direta, das autarquias e das fundações pú-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
blicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal
mandato eletivo, os Ministros de Estado e
e os Municípios instituirão conselho de política
os Secretários Estaduais e Municipais serão
de administração e remuneração de pessoal,
remunerados exclusivamente por subsídio
integrado por servidores designados pelos res-
fixado em parcela única, vedado o acrésci-
pectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda
mo de qualquer gratificação, adicional, abo-
Constitucional nº 19, de 1998) (Vide ADIN nº
no, prêmio, verba de representação ou ou-
2.135-4)
tra espécie remuneratória, obedecido, em
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
e dos demais componentes do sistema re- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
muneratório observará: (Redação dada pela de 1998)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito
I – a natureza, o grau de responsabilidade Federal e dos Municípios poderá estabele-
e a complexidade dos cargos componen- cer a relação entre a maior e a menor re-
tes de cada carreira; (Incluído pela Emenda muneração dos servidores públicos, obede-
Constitucional nº 19, de 1998) cido, em qualquer caso, o disposto no art.
II – os requisitos para a investidura; (Inclu- 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional
ído pela Emenda Constitucional nº 19, de nº 19, de 1998)
1998)

www.acasadoconcurseiro.com.br 551
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju- II – compulsoriamente, com proventos pro-
diciário publicarão anualmente os valores porcionais ao tempo de contribuição, aos
do subsídio e da remuneração dos cargos e 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-
empregos públicos. (Incluído pela Emenda tenta e cinco) anos de idade, na forma de
Constitucional nº 19, de 1998) lei complementar; (Redação dada pela
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri- Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
to Federal e dos Municípios disciplinará a III – voluntariamente, desde que cumprido
aplicação de recursos orçamentários pro- tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-
venientes da economia com despesas cor- cício no serviço público e cinco anos no car-
rentes em cada órgão, autarquia e funda- go efetivo em que se dará a aposentadoria,
ção, para aplicação no desenvolvimento de observadas as seguintes condições: (Reda-
programas de qualidade e produtividade, ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
treinamento e desenvolvimento, moderni- de 15/12/98)
zação, reaparelhamento e racionalização a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
do serviço público, inclusive sob a forma de contribuição, se homem, e cinqüenta e cin-
adicional ou prêmio de produtividade. (In- co anos de idade e trinta de contribuição, se
cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de mulher; (Redação dada pela Emenda Cons-
1998) titucional nº 20, de 15/12/98)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-
organizados em carreira poderá ser fixada mem, e sessenta anos de idade, se mulher,
nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda com proventos proporcionais ao tempo de
Constitucional nº 19, de 1998) contribuição. (Redação dada pela Emenda
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe- Constitucional nº 20, de 15/12/98)
tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal § 2º Os proventos de aposentadoria e as
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e pensões, por ocasião de sua concessão, não
fundações, é assegurado regime de previdên- poderão exceder a remuneração do respec-
cia de caráter contributivo e solidário, median- tivo servidor, no cargo efetivo em que se
te contribuição do respectivo ente público, dos deu a aposentadoria ou que serviu de refe-
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, rência para a concessão da pensão. (Reda-
observados critérios que preservem o equilíbrio ção dada pela Emenda Constitucional nº 20,
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. de 15/12/98)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
41, 19.12.2003) § 3º Para o cálculo dos proventos de apo-
sentadoria, por ocasião da sua concessão,
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime serão consideradas as remunerações utili-
de previdência de que trata este artigo se- zadas como base para as contribuições do
rão aposentados, calculados os seus pro- servidor aos regimes de previdência de que
ventos a partir dos valores fixados na forma tratam este artigo e o art. 201, na forma da
dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda lei. (Redação dada pela Emenda Constitu-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) cional nº 41, 19.12.2003)
I – por invalidez permanente, sendo os pro- § 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-
ventos proporcionais ao tempo de contri- térios diferenciados para a concessão de
buição, exceto se decorrente de acidente aposentadoria aos abrangidos pelo regime
em serviço, moléstia profissional ou doença de que trata este artigo, ressalvados, nos
grave, contagiosa ou incurável, na forma da termos definidos em leis complementares,
lei;(Redação dada pela Emenda Constitucio- os casos de servidores: (Redação dada pela
nal nº 41, 19.12.2003) Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

552 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

I – portadores de deficiência; (Incluído pela § 8º É assegurado o reajustamento dos be-


Emenda Constitucional nº 47, de 2005) nefícios para preservar-lhes, em caráter per-
II – que exerçam atividades de risco; (Inclu- manente, o valor real, conforme critérios
ído pela Emenda Constitucional nº 47, de estabelecidos em lei. (Redação dada pela
2005) Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

III – cujas atividades sejam exercidas sob § 9º O tempo de contribuição federal, esta-
condições especiais que prejudiquem a dual ou municipal será contado para efeito
saúde ou a integridade física. (Incluído pela de aposentadoria e o tempo de serviço cor-
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) respondente para efeito de disponibilidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de 15/12/98)
de contribuição serão reduzidos em cinco
anos, em relação ao disposto no § 1º, III, § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer
"a", para o professor que comprove exclu- forma de contagem de tempo de contribui-
sivamente tempo de efetivo exercício das ção fictício. (Incluído pela Emenda Constitu-
funções de magistério na educação infantil cional nº 20, de 15/12/98)
e no ensino fundamental e médio. (Redação § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI,
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de à soma total dos proventos de inatividade,
15/12/98) inclusive quando decorrentes da acumula-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor- ção de cargos ou empregos públicos, bem
rentes dos cargos acumuláveis na forma como de outras atividades sujeitas a contri-
desta Constituição, é vedada a percepção buição para o regime geral de previdência
de mais de uma aposentadoria à conta do social, e ao montante resultante da adição
regime de previdência previsto neste artigo. de proventos de inatividade com remune-
(Redação dada pela Emenda Constitucional ração de cargo acumulável na forma desta
nº 20, de 15/12/98) Constituição, cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, e de
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene- cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Consti-
fício de pensão por morte, que será igual: tucional nº 20, de 15/12/98)
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003) § 12. Além do disposto neste artigo, o regi-
me de previdência dos servidores públicos
I – ao valor da totalidade dos proventos do titulares de cargo efetivo observará, no que
servidor falecido, até o limite máximo esta- couber, os requisitos e critérios fixados para
belecido para os benefícios do regime geral o regime geral de previdência social. (Inclu-
de previdência social de que trata o art. 201, ído pela Emenda Constitucional nº 20, de
acrescido de setenta por cento da parcela 15/12/98)
excedente a este limite, caso aposentado
à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamen-
Constitucional nº 41, 19.12.2003) te, de cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração bem como
II – ao valor da totalidade da remuneração de outro cargo temporário ou de emprego
do servidor no cargo efetivo em que se deu público, aplica-se o regime geral de previ-
o falecimento, até o limite máximo estabe- dência social. (Incluído pela Emenda Consti-
lecido para os benefícios do regime geral de tucional nº 20, de 15/12/98)
previdência social de que trata o art. 201,
acrescido de setenta por cento da parcela § 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-
excedente a este limite, caso em atividade ral e os Municípios, desde que instituam
na data do óbito. (Incluído pela Emenda regime de previdência complementar para
Constitucional nº 41, 19.12.2003) os seus respectivos servidores titulares de

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cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das equivalente ao valor da sua contribuição
aposentadorias e pensões a serem concedi- previdenciária até completar as exigências
das pelo regime de que trata este artigo, o para aposentadoria compulsória contidas
limite máximo estabelecido para os bene- no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitu-
fícios do regime geral de previdência social cional nº 41, 19.12.2003)
de que trata o art. 201. (Incluído pela Emen- § 20. Fica vedada a existência de mais de um
da Constitucional nº 20, de 15/12/98) regime próprio de previdência social para os
§ 15. O regime de previdência complemen- servidores titulares de cargos efetivos, e de
tar de que trata o § 14 será instituído por mais de uma unidade gestora do respectivo
lei de iniciativa do respectivo Poder Executi- regime em cada ente estatal, ressalvado o
vo, observado o disposto no art. 202 e seus disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela
parágrafos, no que couber, por intermédio Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
de entidades fechadas de previdência com- § 21. A contribuição prevista no § 18 deste
plementar, de natureza pública, que ofere- artigo incidirá apenas sobre as parcelas de
cerão aos respectivos participantes planos proventos de aposentadoria e de pensão
de benefícios somente na modalidade de que superem o dobro do limite máximo es-
contribuição definida. (Redação dada pela tabelecido para os benefícios do regime ge-
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) ral de previdência social de que trata o art.
§ 16. Somente mediante sua prévia e ex- 201 desta Constituição, quando o beneficiá-
pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 rio, na forma da lei, for portador de doença
poderá ser aplicado ao servidor que tiver incapacitante. (Incluído pela Emenda Cons-
ingressado no serviço público até a data da titucional nº 47, de 2005)
publicação do ato de instituição do corres- Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
pondente regime de previdência comple- exercício os servidores nomeados para cargo de
mentar. (Incluído pela Emenda Constitucio- provimento efetivo em virtude de concurso pú-
nal nº 20, de 15/12/98) blico. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
§ 17. Todos os valores de remuneração con- nal nº 19, de 1998)
siderados para o cálculo do benefício pre- § 1º O servidor público estável só perderá o
visto no § 3° serão devidamente atualiza- cargo: (Redação dada pela Emenda Consti-
dos, na forma da lei. (Incluído pela Emenda tucional nº 19, de 1998)
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
I – em virtude de sentença judicial transita-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven- da em julgado; (Incluído pela Emenda Cons-
tos de aposentadorias e pensões conce- titucional nº 19, de 1998)
didas pelo regime de que trata este artigo
que superem o limite máximo estabelecido II – mediante processo administrativo em
para os benefícios do regime geral de pre- que lhe seja assegurada ampla defesa; (In-
vidência social de que trata o art. 201, com cluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
percentual igual ao estabelecido para os 1998)
servidores titulares de cargos efetivos. (In- III – mediante procedimento de avaliação
cluído pela Emenda Constitucional nº 41, periódica de desempenho, na forma de lei
19.12.2003) complementar, assegurada ampla defesa.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
tenha completado as exigências para apo- de 1998)
sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, § 2º Invalidada por sentença judicial a de-
III, a, e que opte por permanecer em ativi- missão do servidor estável, será ele reinte-
dade fará jus a um abono de permanência grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-

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Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

tável, reconduzido ao cargo de origem, sem cional ao tempo de serviço, até seu adequa-
direito a indenização, aproveitado em outro do aproveitamento em outro cargo. (Reda-
cargo ou posto em disponibilidade com re- ção dada pela Emenda Constitucional nº 19,
muneração proporcional ao tempo de ser- de 1998)
viço. (Redação dada pela Emenda Constitu- § 4º Como condição para a aquisição da es-
cional nº 19, de 1998) tabilidade, é obrigatória a avaliação especial
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des- de desempenho por comissão instituída
necessidade, o servidor estável ficará em para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
disponibilidade, com remuneração propor- Constitucional nº 19, de 199

1. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua compe-


tência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o re-
gime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra
foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia
da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único).
Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da
União, autarquias e fundações públicas Federais.

2. Estabilidade
São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimen-
to efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão
instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:
a) aprovação em concurso público;
b) nomeação para cargo público efetivo;
c) 3 anos de efetivo exercício;
d) avaliação especial de desempenho.
A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta,
sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei comple-
mentar, assegurada ampla defesa.
Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art.
169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limi-
te de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Mu-
nicípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências:
a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b)

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exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servi-
dor estável poderá perder o cargo.

3. Reintegração
Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o even-
tual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao
tempo de serviço.

4. Disponibilidade
Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilida-
de, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.

5. Aposentadoria
Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime
Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribui-
ção do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para
a aposentadoria.
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nome-
ação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores
da iniciativa provada regidos pela CLT.
Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados:
I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, na forma da lei (integrais);
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de
idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei Complementar 152/2015)
III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício
no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição,
se mulher;
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição.

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Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – DOS SERVIDORES PÚBLICOS

• Obrigatoriedade de regime jurídico único


• Regime Jurídico é o conjunto de regras (direitos e deveres) que regem a
relação entre o servidor e a Administração. Pode ser estatutário/legal ou
celetista/trabalhista.

• A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito


de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas.

• Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidores


será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998,
eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova
redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico
único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para
todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

Direitos Trabalhistas aplicáveis aos Servidores

• Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo
o exigir.

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• Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
• IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
• VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
• VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
• IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
• XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei;
• XIII - duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;

• XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;


• XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do
normal;
• XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o
salário normal;
• XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
120 dias;
• XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
• XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei;
• XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
• XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

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Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

• Estabilidade

• É a garantia de permanência no serviço público.

• São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para


cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:
a) aprovação em concurso público;
b) nomeação para cargo público efetivo;
c) 3 anos de efetivo exercício;
d) avaliação especial de desempenho.

3 anos

Estágio
Concurso Nomeação Posse Exercício Estabilidade
Probatório

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• A estabilidade não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor
público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho.

• Também poderá perder o cargo por despesa de pessoal acima dos limites
legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade
Fiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da
receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassados
esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir em
pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
b) exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos
limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

Reintegração

• Invalidada por sentença judicial (ou decisão administrativa) a demissão do servidor


estável, será ele reintegrado.

• O eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem


direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.

560 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

Disponibilidade

• Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.

Está disponível? Vou aproveitar!

• Aposentadoria

• Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a
aposentadoria.

• Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de


livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja,
o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

www.acasadoconcurseiro.com.br 561
• Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (integrais);
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei
Complementar 152/2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo
exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de
contribuição, se mulher;
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.

Aposentadoria

• Por invalidez permanente.

• Compulsoriamente.
ü75 anos de idade.

562 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Constitucional – Dos Servidores Públicos (Art. 039 a 041) – Profª Tatiana Marcello

• Voluntariamente (10 anos de efetivo exercício e 5 anos no cargo efetivo


que se aposentar):

• 60 anos de idade + 35 de contribuição (Integral);


• Ou 65 anos de idade (Proporcional ao tempo de contribuição).

• 55 anos de idade + 30 de contribuição (Integral);


• Ou 60 anos de idade. (Proporcional ao tempo de contribuição).

www.acasadoconcurseiro.com.br 563
Direito Administrativo

Professora Tatiana Marcello

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Direito Administrativo

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS

1. Conceitos introdutórios

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não,
com ou sem remuneração.
Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que
exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público
enquanto as exercita.

2. Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

Os agentes públicos podem ser classificados em:


a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam
por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado
desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da República,
Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parlamentares
(Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...

www.acasadoconcurseiro.com.br 567
b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido am-
plo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza pro-
fissional e remunerada. Dividem-se em:

•• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regi-


me estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.
•• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime cele-
tista – CLT)
•• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem emprego pú-
blico, exercendo função pública remunerada e temporária).

Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abran-
ge essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores tem-
porários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatutário.

Vejamos o esquema:

c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública


sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso
Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:
•• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o serviço
militar);
•• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o
Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incêndio e
presta socorro);
•• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é contrata-
do para fazer um parecer);
•• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permissioná-
rias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);
•• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

568 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Conceitos Introdutórios sobre Agentes Públicos – Profª Tatiana Marcello

3. Cargo, Emprego e Função Pública

•• Cargo Público
Os cargos públicos (que podem ser efetivos ou em comissão) são ocupados por servidores pú-
blicos, submetidos ao regime estatutário.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni-
dades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com
denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei”.
Cargos públicos são próprios dos órgãos da Administração Direta, Autarquias e Fundações Pú-
blicas.
•• Emprego Público
Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regime
celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam por meio
de concurso público para ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contratual.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos
de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los,
sob relação trabalhista”.
Empregos públicos são próprios das pessoas jurídicas de direito privado da Administração
Indireta, mais especificamente as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. São
exemplos, os empregados da Caixa Econômica Federal (empresa pública) e do Banco do Brasil
(sociedades de economia mista).
•• Função Pública
De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exer-
cidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”
Não há concurso público para preenchimento de função pública.

www.acasadoconcurseiro.com.br 569
SLIDES – CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS

Conceitos Introdutórios

Administração • Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

Agentes Públicos

• Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa,


temporária ou não, com ou sem remuneração.

• Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles
sujeitos que exercem funções públicas.

• Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público enquanto as


exercita.

570 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Conceitos Introdutórios sobre Agentes Públicos – Profª Tatiana Marcello

Agentes
Públicos

Servidores Estatais Particulares em


Agentes Políticos (Agentes Administrativos ou colaboração (Agentes
Servidores Públicos em honoríficos)
sentido amplo)

Servidores
Servidores Empregados
Temporários
Públicos Públicos
(Contrato prazo
(Estatuários) (Celetistas)
determinado)

cargo emprego função


público público pública

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores TÍTULO II


públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais. Do Provimento, Vacância, Remoção,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que Redistribuição e Substituição
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

CAPÍTULO I
TÍTULO I DO PROVIMENTO

CAPÍTULO ÚNICO Seção I


DISPOSIÇÕES GERAIS
Das Disposições Preliminares
Art. 5º São requisitos básicos para investidura
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos em cargo público:
Servidores Públicos Civis da União, das autar-
quias, inclusive as em regime especial, e das I – a nacionalidade brasileira;
fundações públicas federais. II – o gozo dos direitos políticos;
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a III – a quitação com as obrigações militares
pessoa legalmente investida em cargo público. e eleitorais;
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribui- IV – o nível de escolaridade exigido para o
ções e responsabilidades previstas na estrutura exercício do cargo;
organizacional que devem ser cometidas a um
servidor. V – a idade mínima de dezoito anos;

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessí- VI – aptidão física e mental.


veis a todos os brasileiros, são criados por
§ 1º As atribuições do cargo podem justifi-
lei, com denominação própria e vencimento
car a exigência de outros requisitos estabe-
pago pelos cofres públicos, para provimen-
lecidos em lei.
to em caráter efetivo ou em comissão.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratui-
é assegurado o direito de se inscrever em
tos, salvo os casos previstos em lei.
concurso público para provimento de cargo
(...) cujas atribuições sejam compatíveis com a
deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas no concurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 573
§ 3º As universidades e instituições de pes-
quisa científica e tecnológica federais po-
derão prover seus cargos com professores,
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
com as normas e os procedimentos desta
Lei.(Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-
-á mediante ato da autoridade competente de
cada Poder.
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá
com a posse.
(...)

574 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Disposições Gerais – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

Lei nº 8.112/1990
• A Lei nº 8.112/1990 é chamada de Estatuto do Servidor Público Federal e regula
o regime jurídico único dos servidores Federais (União, Autarquias e Fundações
Públicas Federais), sendo que cada ente federativo (Estados, Municípios, Distrito
Federal) terá um Estatuto próprio.

Lei nº 8.112/1990
Aplica-se: Não se aplica:
Ø Estados e Municípios (têm estatutos
Ø União (PE, PL e PJ); próprios)

Ø Autarquias e Fundações Públicas Ø Empresas Públicas e Sociedades de


(âmbito Federal). Economia Mista (CLT)

Disposições Preliminares

• Art. 2º. Servidor - pessoa legalmente investida em cargo público.

• Art. 3º. Cargo público - é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas


na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

www.acasadoconcurseiro.com.br 575
Cargo Público

Efetivo Comissão

Livre nomeação e
Concurso Público exoneração (direção, chefia e
assessoramento)

Sem
Estabilidade
estabilidade

Os cargos públicos são:

Øacessíveis a todos os brasileiros (CF: natos, naturalizados, inclusive estrangeiros, na


forma da lei – ainda não há essa lei, mas o Estatuto já prevê que as universidades e
instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos
com professores, técnicos e cientistas estrangeiros);
Øcriados por lei; (sempre, sem exceção)
Øcom denominação própria (ex.: Assistente Técnico Administrativo do M. Fazenda);
Øvencimento pago pelos cofres públicos;
Øpara provimento em caráter efetivo ou em comissão.

• É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

576 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Disposições Gerais – Profª Tatiana Marcello

Requisitos básicos para investidura em cargo público (posse):

I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de 18 anos;
VI - aptidão física e mental.

• Obs.: pode haver outros requisitos, desde que haja Lei prevendo e que seja razoável;
ex. concurso apenas para mulheres para penitenciária feminina; ou idade mínima de
25 anos para delegado. O edital vai apenas reproduzir o que foi definido em lei.

• Reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiência

• Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em


concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis
com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até
20% das vagas oferecidas no concurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 577
Servidores Públicos Empregados Públicos

Cargos Públicos (efetivos


Empregos Públicos
ou em comissão)

Regime Estatutário ou Regime Celetista ou


Legal (Lei nº 8.112/1990) Trabalhista (CLT)

Administração Direta, Empresas Públicas e Soc.


Autarquias e Fundações de Economia Mista

578 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores VI – aptidão física e mental.


públicos civis da União, das autarquias e das § 1º As atribuições do cargo podem justifi-
fundações públicas federais. car a exigência de outros requisitos estabe-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o lecidos em lei.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- § 2º Às pessoas portadoras de deficiência
guinte Lei: é assegurado o direito de se inscrever em
concurso público para provimento de cargo
cujas atribuições sejam compatíveis com a
TÍTULO I deficiência de que são portadoras; para tais
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
CAPÍTULO ÚNICO cento) das vagas oferecidas no concurso.
(...) § 3º As universidades e instituições de pes-
quisa científica e tecnológica federais po-
derão prover seus cargos com professores,
TÍTULO II técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
com as normas e os procedimentos desta
Do Provimento, Vacância, Remoção, Lei.(Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
Redistribuição e Substituição
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-
-á mediante ato da autoridade competente de
cada Poder.
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá
com a posse.
Seção I Art. 8º São formas de provimento de cargo pú-
DISPOSIÇÕES GERAIS blico:
Art. 5º São requisitos básicos para investidura I – nomeação;
em cargo público: II – promoção;
I – a nacionalidade brasileira; V – readaptação;
II – o gozo dos direitos políticos; VI – reversão;
III – a quitação com as obrigações militares VII – aproveitamento;
e eleitorais; VIII – reintegração;
IV – o nível de escolaridade exigido para o IX – recondução.
exercício do cargo; (...)
V – a idade mínima de dezoito anos;

www.acasadoconcurseiro.com.br 579
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

PROVIMENTO

• Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à


Administração Pública ou a um novo cargo, para prestação de um serviço.

• Importante: A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

• Formas de provimento de cargo público: PANR4

Promoção
Aproveitamento
Nomeação
Readaptação
Reversão
Reintegração
Recondução

Obs.: ascensão (ex.: trocar de técnico para analista) e transferência (ex.: trocar de
técnico do TRT para técnico do TRE) não existem mais (revogadas me 1997).

580 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores gos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
públicos civis da União, das autarquias e das 10.12.97)
fundações públicas federais.
Parágrafo único. O servidor ocupante de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o cargo em comissão ou de natureza especial
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- poderá ser nomeado para ter exercício, in-
guinte Lei: terinamente, em outro cargo de confiança,
sem prejuízo das atribuições do que atual-
mente ocupa, hipótese em que deverá op-
TÍTULO I tar pela remuneração de um deles durante
o período da interinidade. (Redação dada
CAPÍTULO ÚNICO pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

(...) Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou


cargo isolado de provimento efetivo depende
de prévia habilitação em concurso público de
provas ou de provas e títulos, obedecidos a or-
TÍTULO II dem de classificação e o prazo de sua validade.
Do Provimento, Vacância, Remoção, Parágrafo único. Os demais requisitos para
Redistribuição e Substituição o ingresso e o desenvolvimento do servidor
na carreira, mediante promoção, serão es-
tabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
sistema de carreira na Administração Públi-
CAPÍTULO I ca Federal e seus regulamentos. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
DO PROVIMENTO
(...)
Seção III
DO CONCURSO PÚBLICO
Seção II
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas
DA NOMEAÇÃO
e títulos, podendo ser realizado em duas eta-
Art. 9º A nomeação far-se-á: pas, conforme dispuserem a lei e o regulamento
do respectivo plano de carreira, condicionada a
I – em caráter efetivo, quando se tratar de inscrição do candidato ao pagamento do valor
cargo isolado de provimento efetivo ou de fixado no edital, quando indispensável ao seu
carreira; custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção
nele expressamente previstas.(Redação dada
II – em comissão, inclusive na condição
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Regulamento)
de interino, para cargos de confiança va-

www.acasadoconcurseiro.com.br 581
Art. 12. O concurso público terá validade de até ao exercício ou não de outro cargo, empre-
2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma úni- go ou função pública.
ca vez, por igual período.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provi-
§ 1º O prazo de validade do concurso e as mento se a posse não ocorrer no prazo pre-
condições de sua realização serão fixados visto no § 1o deste artigo.
em edital, que será publicado no Diário Ofi-
cial da União e em jornal diário de grande Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
circulação. prévia inspeção médica oficial.

§ 2º Não se abrirá novo concurso enquan- Parágrafo único. Só poderá ser empossado
to houver candidato aprovado em concurso aquele que for julgado apto física e mental-
anterior com prazo de validade não expira- mente para o exercício do cargo.
do. Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das
atribuições do cargo público ou da função de
Seção IV confiança. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
DA POSSE E DO EXERCÍCIO 10.12.97)
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do § 1º É de quinze dias o prazo para o servi-
respectivo termo, no qual deverão constar as dor empossado em cargo público entrar em
atribuições, os deveres, as responsabilidades exercício, contados da data da posse. (Reda-
e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
não poderão ser alterados unilateralmente, por
qualquer das partes, ressalvados os atos de ofí- § 2º O servidor será exonerado do cargo ou
cio previstos em lei. será tornado sem efeito o ato de sua desig-
nação para função de confiança, se não en-
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta trar em exercício nos prazos previstos neste
dias contados da publicação do ato de pro- artigo, observado o disposto no art. 18. (Re-
vimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de 10.12.97)
§ 3º À autoridade competente do órgão ou
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja entidade para onde for nomeado ou de-
na data de publicação do ato de provimen- signado o servidor compete dar-lhe exer-
to, em licença prevista nos incisos I, III e V cício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos in- 10.12.97)
cisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e"
e "f", IX e X do art. 102, o prazo será con- § 4º O início do exercício de função de con-
tado do término do impedimento. (Redação fiança coincidirá com a data de publicação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) do ato de designação, salvo quando o servi-
dor estiver em licença ou afastado por qual-
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procu- quer outro motivo legal, hipótese em que
ração específica. recairá no primeiro dia útil após o término
do impedimento, que não poderá exceder a
§ 4º Só haverá posse nos casos de provi- trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei
mento de cargo por nomeação. (Redação nº 9.527, de 10.12.97)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o
§ 5º No ato da posse, o servidor apresen- reinício do exercício serão registrados no assen-
tará declaração de bens e valores que cons- tamento individual do servidor.
tituem seu patrimônio e declaração quanto

582 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Provimento: Nomeação – Profª Tatiana Marcello

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de


servidor apresentará ao órgão competente 17.12.91)
os elementos necessários ao seu assenta-
mento individual. Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor no-
meado para cargo de provimento efetivo ficará
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo sujeito a estágio probatório por período de 24
de exercício, que é contado no novo posiciona- (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua ap-
mento na carreira a partir da data de publicação tidão e capacidade serão objeto de avaliação
do ato que promover o servidor. (Redação dada para o desempenho do cargo, observados os se-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) guinte fatores: (Vide EMC nº 19)
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em I – assiduidade;
outro município em razão de ter sido removi-
do, redistribuído, requisitado, cedido ou posto II – disciplina;
em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, III – capacidade de iniciativa;
no máximo, trinta dias de prazo, contados da
publicação do ato, para a retomada do efetivo IV – produtividade;
desempenho das atribuições do cargo, incluído
V- responsabilidade.
nesse prazo o tempo necessário para o desloca-
mento para a nova sede. (Redação dada pela Lei § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o perí-
nº 9.527, de 10.12.97) odo do estágio probatório, será submetida
à homologação da autoridade competente
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se
a avaliação do desempenho do servidor, re-
em licença ou afastado legalmente, o pra-
alizada por comissão constituída para essa
zo a que se refere este artigo será contado
finalidade, de acordo com o que dispuser a
a partir do término do impedimento. (Pa-
lei ou o regulamento da respectiva carreira
rágrafo renumerado e alterado pela Lei nº
ou cargo, sem prejuízo da continuidade de
9.527, de 10.12.97)
apuração dos fatores enumerados nos in-
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos cisos I a V do caput deste artigo. (Redação
prazos estabelecidos no caput. (Incluído dada pela Lei nº 11.784, de 2008
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2º O servidor não aprovado no estágio
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de tra- probatório será exonerado ou, se estável,
balho fixada em razão das atribuições pertinen- reconduzido ao cargo anteriormente ocupa-
tes aos respectivos cargos, respeitada a duração do, observado o disposto no parágrafo úni-
máxima do trabalho semanal de quarenta horas co do art. 29.
e observados os limites mínimo e máximo de
§ 3º O servidor em estágio probatório pode-
seis horas e oito horas diárias, respectivamente.
rá exercer quaisquer cargos de provimento
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
em comissão ou funções de direção, chefia
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou ou assessoramento no órgão ou entidade
função de confiança submete-se a regime de lotação, e somente poderá ser cedido a
de integral dedicação ao serviço, observado outro órgão ou entidade para ocupar cargos
o disposto no art. 120, podendo ser convo- de Natureza Especial, cargos de provimen-
cado sempre que houver interesse da Admi- to em comissão do Grupo-Direção e Asses-
nistração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, soramento Superiores – DAS, de níveis 6, 5
de 10.12.97) e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica
a duração de trabalho estabelecida em leis

www.acasadoconcurseiro.com.br 583
§ 4º Ao servidor em estágio probatório so-
mente poderão ser concedidas as licenças e
os afastamentos previstos nos arts. 81, in-
cisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta-
mento para participar de curso de formação
decorrente de aprovação em concurso para
outro cargo na Administração Pública Fede-
ral. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso
durante as licenças e os afastamentos pre-
vistos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem
assim na hipótese de participação em curso
de formação, e será retomado a partir do
término do impedimento. (Incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)

Seção V
DA ESTABILIDADE
Art. 21. O servidor habilitado em concurso pú-
blico e empossado em cargo de provimento
efetivo adquirirá estabilidade no serviço público
ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
(prazo 3 anos – vide EMC nº 19)
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo
em virtude de sentença judicial transitada em
julgado ou de processo administrativo discipli-
nar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Provimento: Nomeação – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Nomeação

• Nomeação é forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e


pode ser:

• Nomeação em comissão – quando se tratar de cargo de confiança, inclusive na


condição de interino (de livre nomeação e exoneração).

• Nomeação em caráter efetivo – quando se tratar de cargo de provimento efetivo ou


de carreira (depende de prévia aprovação em concurso público);

Estágio
Concurso Nomeação Posse Exercício Probatório
Estabilidade

• Concurso Público

• Será de provas ou de provas e títulos.

• A nomeação obedecerá a ordem de classificação e o prazo de validade.

• Validade de até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período.

• Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso


anterior com prazo de validade não expirado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 585
• Posse

• Aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse,


que dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as
atribuições, direitos, deveres e responsabilidades do cargo.

• A posse deve ocorrer no prazo de 30 dias contados do da publicação do ato de


provimento (nomeação), sob pena desta se tornar sem efeito.

• A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

• A posse depende de prévia inspeção médica oficial, pois só poderá ser empossado
aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

• Exercício

• É o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de


confiança.

• O servidor deverá entrar em exercício em 15 dias contados da posse, sob pena de


ser exonerado do cargo (de ofício) ou tornado sem efeito o ato de sua designação
para função de confiança.

• Procuração???

586 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Provimento: Nomeação – Profª Tatiana Marcello

• Estágio Probatório

• Segundo expresso no Estatuto, ao entrar em exercício, o servidor nomeado para


cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24
meses (2 anos), sendo avaliado na RAPID

Responsabilidade
Assiduidade
Produtividade
Iniciativa
Disciplina

A inabilitação no estágio dependerá de processo administrativo prévio (não é


disciplinar PAD)

• ATENÇÃO, o prazo de 2 anos é inconstitucional, já que após a MP 19/98, o prazo de


estágio probatório seria equivalente aos 3 anos da estabilidade da CF. (CF Art. 41. São
estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público).
• Portanto, se a prova perguntar sobre o “texto expresso” da Lei nº 8.112/90, são 24
meses, mas se perguntar sobre o período do estágio probatório em sentido geral, são
3 anos.
• O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado (portanto, para sair do cargo anterior,
pede-se vacância para tomar posse em cargo inacumulável).
• Observações:
• 1. É admitido que a pessoa opte pelo retorno ao cargo de origem.
• 2. Em regra, se fizer concurso para novo cargo, haverá novo estágio probatório.
• 3. Pode exercer cargo em comissão ou função de confiança.

www.acasadoconcurseiro.com.br 587
• Estabilidade (diferente de efetividade)

• Aprovado no estágio probatório, o servidor adquirirá estabilidade e só perderá o


cargo em virtude de a) sentença judicial transitada em julgado ou de b) processo
administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

• Segundo a CF, o servido poderá perder o cargo, também, mediante procedimento de


c) avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
ampla defesa.

• Também poderá perder o cargo em caso de d) despesa de pessoal acima dos limites
legais (art. 169, CF). A LC n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que
o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida; dos Estados e
Municípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes
providências: a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e
funções de confiança; b) exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim
ficar fora dos limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

30 dias 15 dias
3 anos
RAPID
Estágio
Concurso Nomeação Posse Exercício Estabilidade
Probatório

588 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Provimento: Nomeação – Profª Tatiana Marcello

• Importante:

• Tornar sem efeito é diferente de anular (anulação é quando tem


ilegalidade, ex. foi nomeado sem concurso público).

• Exoneração é diferente de demissão (demissão é penalidade, quando


ex. roubou a Administração), tanto que no serviço público ninguém
pede para ser demitido e sim exonerado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 589
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores § 2º A readaptação será efetivada em car-
públicos civis da União, das autarquias e das go de atribuições afins, respeitada a habili-
fundações públicas federais. tação exigida, nível de escolaridade e equi-
valência de vencimentos e, na hipótese de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o inexistência de cargo vago, o servidor exer-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- cerá suas atribuições como excedente, até a
guinte Lei: ocorrência de vaga. (Redação dada pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)

TÍTULO I (...)

CAPÍTULO ÚNICO
(...)

TÍTULO II
Do Provimento, Vacância, Remoção,
Redistribuição e Substituição

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
(...)

Seção VII
DA READAPTAÇÃO
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor
em cargo de atribuições e responsabilidades
compatíveis com a limitação que tenha sofrido
em sua capacidade física ou mental verificada
em inspeção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço públi-
co, o readaptando será aposentado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 591
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Readaptação

• É a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis


com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica.

• Ou seja, aquele servidor que após sofrer limitação de capacidade física ou mental,
deve ser readaptado em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida,
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos.

• Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como


excedente, até a ocorrência de vaga (trabalhará ate que surja nova vaga).

• Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.

592 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores aposentadoria; ou (Incluído pela Medida
públicos civis da União, das autarquias e das Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
fundações públicas federais.
II – no interesse da administração, desde
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o que: (Incluído pela Medida Provisória nº
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- 2.225-45, de 4.9.2001)
guinte Lei:
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
TÍTULO I b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
CAPÍTULO ÚNICO 45, de 4.9.2001)

(...) c) estável quando na atividade; (Incluído


pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)
TÍTULO II d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco
anos anteriores à solicitação; (Incluído pela
Do Provimento, Vacância, Remoção, Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Redistribuição e Substituição
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou
CAPÍTULO I no cargo resultante de sua transformação.
DO PROVIMENTO (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
45, de 4.9.2001)
(...)
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em
Seção VIII exercício será considerado para concessão
DA REVERSÃO da aposentadoria. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de ser- provido o cargo, o servidor exercerá suas
vidor aposentado: (Redação dada pela Medida atribuições como excedente, até a ocorrên-
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) cia de vaga. (Incluído pela Medida Provisó-
ria nº 2.225-45, de 4.9.2001)
I – por invalidez, quando junta médica ofi-
cial declarar insubsistentes os motivos da

www.acasadoconcurseiro.com.br 593
§ 4º O servidor que retornar à atividade por
interesse da administração perceberá, em
substituição aos proventos da aposentado-
ria, a remuneração do cargo que voltar a
exercer, inclusive com as vantagens de na-
tureza pessoal que percebia anteriormente
à aposentadoria. (Incluído pela Medida Pro-
visória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 5º O servidor de que trata o inciso II so-
mente terá os proventos calculados com
base nas regras atuais se permanecer pelo
menos cinco anos no cargo. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o dis-
posto neste artigo. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que
já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
(...)

594 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Provimento: Reversão – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Reversão

• É o retorno à atividade do servidor aposentado:

I – De ofício - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os


motivos da aposentadoria (será de ofício, independentemente de requerimento do
servidor, havendo ou não cargo vago – ato vinculado). Encontrando-se provido o
cargo, exercerá suas atribuições como excedente;

II – A pedido - no interesse da administração, desde que: a) tenha solicitado a


reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c) seja estável quando na
atividade; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago. A Administração pode ou não aceitar o pedido de reversão (ato
discricionário).

• A reversão será feita no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.

• Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 anos de idade.

De Ofício Havendo ou não cargo vago – é ato


(invalidez) vinculado

Reversão - Solicitação do aposentado;


- Aposentadoria voluntária;
A pedido
- Estabilidade na atividade;
(interesse da Administração)
- Menos de 5 anos;
- Haja cargo vago;

www.acasadoconcurseiro.com.br 595
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto,
públicos civis da União, das autarquias e das o servidor ficará em disponibilidade, obser-
fundações públicas federais. vado o disposto nos arts. 30 e 31.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- eventual ocupante será reconduzido ao car-
guinte Lei: go de origem, sem direito à indenização ou
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, pos-
to em disponibilidade.
TÍTULO I (...)
CAPÍTULO ÚNICO
(...)

TÍTULO II
Do Provimento, Vacância, Remoção,
Redistribuição e Substituição

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
(...)

Seção IX
DA REINTEGRAÇÃO
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do ser-
vidor estável no cargo anteriormente ocupado,
ou no cargo resultante de sua transformação,
quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento
de todas as vantagens.

www.acasadoconcurseiro.com.br 597
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Reintegração

• É a reinvestidura do servidor estável (se não for estável, não é reintegração) no


cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ressarcimento de todas as vantagens.

• Ex.: servidor foi demitido, mas ingressa com ação judicial alegando ilegalidade e o
Judiciário determina seu retorno (reintegração), com o recebimento de tudo o que
deixou de ganhar após a demissão.

• Se o cargo encontrar-se provido, o seu eventual ocupante será:

a) reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização; ou


b) aproveitado em outro cargo; ou
c) posto em disponibilidade.

598 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Parágrafo único. Encontrando-se provido o
públicos civis da União, das autarquias e das cargo de origem, o servidor será aproveita-
fundações públicas federais. do em outro, observado o disposto no art.
30.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- (...)
guinte Lei:

TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
(...)

TÍTULO II
Do Provimento, Vacância, Remoção,
Redistribuição e Substituição

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
(...)

Seção X
DA RECONDUÇÃO
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor es-
tável ao cargo anteriormente ocupado e decor-
rerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relati-
vo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.

www.acasadoconcurseiro.com.br 599
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Recondução

• É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ocorrerá em 2


hipóteses:

• inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo (ex.: era estável no cargo
de técnico do Bacen, posteriormente foi aprovado no concurso para analista do
Bacen, mas não foi aprovado no estágio probatório deste; então será “reconduzido”
ao cargo de técnico que ocupava antes).

• Reintegração do anterior ocupante (ex.: “A” ocupava determinado cargo, foi


demitido e, por determinação judicial, acabou sendo reintegrado; “B” que estava
ocupando seu cargo será “reconduzido” ao cargo que ocupava anteriormente).
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro.

600 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal
públicos civis da União, das autarquias e das Civil determinará o imediato aproveitamento de
fundações públicas federais. servidor em disponibilidade em vaga que vier a
ocorrer nos órgãos ou entidades da Administra-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o ção Pública Federal.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei: Parágrafo único. Na hipótese prevista no §
3o do art. 37, o servidor posto em disponi-
bilidade poderá ser mantido sob responsa-
TÍTULO I bilidade do órgão central do Sistema de Pes-
soal Civil da Administração Federal – SIPEC,
CAPÍTULO ÚNICO até o seu adequado aproveitamento em ou-
tro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído
(...) pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveita-
mento e cassada a disponibilidade se o servidor
TÍTULO II não entrar em exercício no prazo legal, salvo do-
ença comprovada por junta médica oficial.
Do Provimento, Vacância, Remoção,
Redistribuição e Substituição (...)

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
(...)

Seção XI
DA DISPONIBILIDADE E DO
APROVEITAMENTO
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em
disponibilidade far-se-á mediante aproveita-
mento obrigatório em cargo de atribuições e
vencimentos compatíveis com o anteriormente
ocupado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 601
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Aproveitamento

• O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante


aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis
com o anteriormente ocupado.

• O servidor estável ficará em disponibilidade quando o cargo é declarado


desnecessário ou for extinto, com remuneração proporcional ao tempo de
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (art. 41, § 3º, CF).

Está disponível? Vou aproveitar!


• Ex.: a pessoa ocupava o cargo de datilógrafo, o qual foi extinto; nesse caso, o
servidor ficará em disponibilidade até ser “aproveitado” em outro cargo.

• O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento


de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades
da Administração Pública Federal.

• Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o


servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
médica oficial.

602 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores VIII – reintegração;


públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais. IX – recondução.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o (...)


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei:

TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
(...)

TÍTULO II
Do Provimento, Vacância, Remoção,
Redistribuição e Substituição

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
(...)
Art. 8º São formas de provimento de argo pú-
blico:
I – nomeação;
II – promoção;
V – readaptação;
VI – reversão;
VII – aproveitamento;

www.acasadoconcurseiro.com.br 603
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Promoção

• É o progresso do servidor, adquirindo maior responsabilidade e complexidade nas


atribuições, porém, dentro da mesma carreira.

• Os critérios para a promoção são merecimento e antiguidade.

• Ocorre apenas nos cargos que possuem planos de carreira.

• A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo


posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o
servidor.

604 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

PROVIMENTO: CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE PROVIMENTO

Classificação das formas de provimento:

a) Provimento Originário – quando não existe um vínculo anterior entre o servidor e a Admi-
nistração Publica (obs.: a nomeação é a única e sempre forma de provimento originário)

b) Provimento Derivado – quando há um vínculo anterior entre o servidor e a Administração


Pública (todas as demais formas de provimento). O provimento derivado pode ser: – Hori-
zontal (Readaptação); Vertical (Promoção) ou por Reingresso (demais formas).

www.acasadoconcurseiro.com.br 605
SLIDES – PROVIMENTO: CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE PROVIMENTO

Classificação das formas de provimento:

• Provimento Originário – quando não existe um vínculo anterior entre o servidor e a


Administração Publica (obs.: a nomeação é a única e sempre forma de provimento
originário)

• Provimento Derivado – quando há um vínculo anterior entre o servidor e a


Administração Pública (todas as demais formas de provimento). O provimento
derivado pode ser:
ØHorizontal (Readaptação);
ØVertical (Promoção);
ØReingresso (demais formas).

Classificação das formas de


provimento

Originário Derivado
(Nomeação) (demais formas)

Por Reingresso
Horizontal Vertical
(Aproveitamento, Reversão,
(Readaptação) (Promoção)
Reintegração e Recondução)

606 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Provimento: Recondução – Profª Tatiana Marcello

Funk do Provimento

P de Promoção
A de Aproveitamento
N de Nomeação, é por aí que eu to dentro

R de Reversão, retornou o aposentado


Fez Readaptação, porque ficou bem limitado

Na Reintegração, foi demitido injustamente


E na Recondução, rodou no estágio, minha gente?!

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores IX – falecimento.


públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais. Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á
a pedido do servidor, ou de ofício.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- Parágrafo único. A exoneração de ofício
guinte Lei: dar-se-á:
I – quando não satisfeitas as condições do
estágio probatório;
TÍTULO I
II – quando, tendo tomado posse, o servi-
CAPÍTULO ÚNICO dor não entrar em exercício no prazo esta-
belecido.
(...) Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e
a dispensa de função de confiança dar-se-á: (Re-
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
TÍTULO II
I – a juízo da autoridade competente;
Do Provimento, Vacância, Remoção, II – a pedido do próprio servidor.
Redistribuição e Substituição
(...)

CAPÍTULO II
DA VACÂNCIA
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá
de:
I – exoneração;
II – demissão;
III – promoção;
VI – readaptação;
VII – aposentadoria;
VIII – posse em outro cargo inacumulável;

www.acasadoconcurseiro.com.br 609
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

VACÂNCIA
• Vacância é o ato administrativo que desfaz o vínculo da pessoa física com a
Administração Pública ou com o cargo anteriormente ocupado pelo servidor. A
vacância do cargo público decorrerá de: PADRE da PF
• Promoção;
• Aposentadoria;
• Demissão;
• Readaptação;
• Exoneração;
• Posse em outro cargo inacumulável;
• Falecimento.
• Obs.: ascensão e transferência também eram formas de vacância, mas foram
extintas.

• Exoneração – ato que gera o desligamento do servidor sem caráter de penalidade.

- Exoneração de cargo efetivo: poderá ser a pedido do servidor ou de oficio


quando:
a) não satisfeitas as condições do estágio probatório; ou
b) tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo
estabelecido.

- Exoneração de cargo em comissão e dispensa de função de confiança: poderá ser


a pedido do servidor ou a juízo da autoridade competente.

610 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Vacância – Profª Tatiana Marcello

• Demissão – ato que gera o desligamento do servidor com caráter de penalidade, ou


seja, motivada pela prática de infração administrativa grave, prevista no art. 132.

• Promoção – quando o servidor é promovido, ocorre a vacância do cargo que


ocupava.

• Readaptação – quando o servidor é readaptado a outro cargo, ocorre a vacância do


que ocupava.

• Aposentadoria – é o direito à inatividade remunerada, gerando a vacância do cargo


que o servidor ocupava.

• Posse em outro cargo inacumulável – se o servidor toma posse em outro cargo que
não pode acumular com o que ocupa, ocorrerá a vacância deste.

• Falecimento – com a morte do servidor, obviamente, ocorrerá a vacância do seu


cargo.

• Obs.: A Promoção, Readaptação e Posse em outro cargo inacumulável implicam


em Provimento e Vacância pelo servidor. Ex.: na promoção, haverá o provimento
do cargo que o promovido irá ocupar e a vacância do cargo que ocupava. Na posse
em outro cargo inacumulável haverá a vacância do cargo anterior e o provimento
(nomeação) no novo cargo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 611
Questão
• (ESAF – ATA – 2012) Abaixo se encontram relacionadas algumas hipóteses de
vacância do cargo público. Analise cada uma das hipóteses e assinale (1) caso
ela implique simultaneamente o provimento de novo cargo pelo servidor e
(2) para aquelas que não se relacionem a provimento de novo cargo. Após a
análise, assinale a opção que contenha a sequência correta.
• 1. Demissão ( )
• 2. Exoneração ( )
• 3. Promoção ( )
• 4. Aposentadoria ( )
• 5. Posse em outro cargo inacumulável ( )
• 6. Readaptação ( )
a) 2 / 2 / 2 / 1 / 1 / 1 b) 2 / 2 / 1 / 2 / 1 / 1 c) 1 / 2 / 1 / 2 / 1 / 1
d) 2 / 1 / 1 / 2 / 1 / 2 e) 2 / 2 / 1 / 2 / 2 / 1

612 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores I – de ofício, no interesse da Administração;


públicos civis da União, das autarquias e das (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
fundações públicas federais.
II – a pedido, a critério da Administração;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei: III – a pedido, para outra localidade, in-
dependentemente do interesse da Admi-
nistração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
TÍTULO I
a) para acompanhar cônjuge ou compa-
CAPÍTULO ÚNICO nheiro, também servidor público civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União,
(...) dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, que foi deslocado no interesse da
Administração;(Incluído pela Lei nº 9.527,
TÍTULO II de 10.12.97)

Do Provimento, Vacância, Remoção, b) por motivo de saúde do servidor, cônju-


ge, companheiro ou dependente que viva
Redistribuição e Substituição às suas expensas e conste do seu assenta-
mento funcional, condicionada à comprova-
ção por junta médica oficial; (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
CAPÍTULO III
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO c) em virtude de processo seletivo promo-
vido, na hipótese em que o número de inte-
Seção I ressados for superior ao número de vagas,
de acordo com normas preestabelecidas
DA REMOÇÃO pelo órgão ou entidade em que aqueles es-
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servi- tejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de
dor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo 10.12.97)
quadro, com ou sem mudança de sede.
Seção II
Parágrafo único. Para fins do disposto neste DA REDISTRIBUIÇÃO
artigo, entende-se por modalidades de re-
moção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de car-
10.12.97) go de provimento efetivo, ocupado ou vago no
âmbito do quadro geral de pessoal, para outro
órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia

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apreciação do órgão central do SIPEC, observa- mantido sob responsabilidade do órgão
dos os seguintes preceitos: (Redação dada pela central do SIPEC, e ter exercício provisório,
Lei nº 9.527, de 10.12.97) em outro órgão ou entidade, até seu ade-
quado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº
I – interesse da administração; (Incluído 9.527, de 10.12.97)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II – equivalência de vencimentos; (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
CAPÍTULO IV
III – manutenção da essência das atribui- DA SUBSTITUIÇÃO
ções do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou
função de direção ou chefia e os ocupantes de
IV – vinculação entre os graus de responsa-
cargo de Natureza Especial terão substitutos
bilidade e complexidade das atividades; (In-
indicados no regimento interno ou, no caso de
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
omissão, previamente designados pelo diri-
V – mesmo nível de escolaridade, especia- gente máximo do órgão ou entidade. (Redação
lidade ou habilitação profissional; (Incluído dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1º O substituto assumirá automática e
VI – compatibilidade entre as atribuições do cumulativamente, sem prejuízo do cargo
cargo e as finalidades institucionais do ór- que ocupa, o exercício do cargo ou função
gão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de direção ou chefia e os de Natureza Espe-
de 10.12.97) cial, nos afastamentos, impedimentos legais
ou regulamentares do titular e na vacância
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para do cargo, hipóteses em que deverá optar
ajustamento de lotação e da força de traba- pela remuneração de um deles durante o
lho às necessidades dos serviços, inclusive respectivo período. (Redação dada pela Lei
nos casos de reorganização, extinção ou nº 9.527, de 10.12.97)
criação de órgão ou entidade. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo
exercício do cargo ou função de direção ou
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos va- chefia ou de cargo de Natureza Especial,
gos se dará mediante ato conjunto entre o nos casos dos afastamentos ou impedimen-
órgão central do SIPEC e os órgãos e enti- tos legais do titular, superiores a trinta dias
dades da Administração Pública Federal consecutivos, paga na proporção dos dias
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de de efetiva substituição, que excederem o
10.12.97) referido período. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º Nos casos de reorganização ou extin- 9.527, de 10.12.97)
ção de órgão ou entidade, extinto o cargo Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se
ou declarada sua desnecessidade no órgão aos titulares de unidades administrativas orga-
ou entidade, o servidor estável que não for nizadas em nível de assessoria.
redistribuído será colocado em disponibili-
dade, até seu aproveitamento na forma dos (...)
arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alte-
rado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4º O servidor que não for redistribuído
ou colocado em disponibilidade poderá ser

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Remoção, Redistribuição e Substitução – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO


• REMOÇÃO
• A remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do meso
quadro, com ou sem mudança de sede.
• Há 3 modalidades de remoção:
I - de ofício, no interesse da Administração (independe de pedido do servidor);
II - a pedido, a critério da Administração (servidor pede; Administração decide);
III - a pedido do servidor, para outra localidade, independentemente do interesse da
Administração: a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor
público civil ou militar, que foi deslocado (removido) de ofício; b) por motivo de
saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e
conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta
médica oficial; c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o
número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

• REDISTRIBUIÇÃO
• Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago
no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo
Poder (de ofício).

• Se o servidor não for redistribuído junto com o cargo, ficará em disponibilidade ou


desempenhará provisoriamente suas atividades em outro órgão ou entidade, até seu
adequado aproveitamento.

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SUBSTITUIÇÃO

• Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de


cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no
caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou
entidade.

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores de sua lotação receberá a remuneração de
públicos civis da União, das autarquias e das acordo com o estabelecido no § 1o do art.
fundações públicas federais. 93.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o § 3º O vencimento do cargo efetivo, acresci-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- do das vantagens de caráter permanente, é
guinte Lei: irredutível.
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimen-
tos para cargos de atribuições iguais ou
TÍTULO I assemelhadas do mesmo Poder, ou entre
servidores dos três Poderes, ressalvadas as
CAPÍTULO ÚNICO vantagens de caráter individual e as relati-
(...) vas à natureza ou ao local de trabalho.
§ 5º Nenhum servidor receberá remune-
ração inferior ao salário mínimo. (Incluído
TÍTULO III pela Lei nº 11.784, de 2008

Dos Direitos e Vantagens Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,


mensalmente, a título de remuneração, impor-
tância superior à soma dos valores percebidos
como remuneração, em espécie, a qualquer tí-
CAPÍTULO I tulo, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos
Ministros de Estado, por membros do Congres-
DO VENCIMENTO so Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Fe-
E DA REMUNERAÇÃO deral.
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária Parágrafo único. Excluem-se do teto de re-
pelo exercício de cargo público, com valor fixa- muneração as vantagens previstas nos inci-
do em lei. sos II a VII do art. 61.
Art. 41. Remuneração é o vencimento do car- Art. 44. O servidor perderá:
go efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias
I – a remuneração do dia em que faltar ao
permanentes estabelecidas em lei.
serviço, sem motivo justificado; (Redação
§ 1º A remuneração do servidor investido dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em função ou cargo em comissão será paga
II – a parcela de remuneração diária, pro-
na forma prevista no art. 62.
porcional aos atrasos, ausências justifica-
§ 2º O servidor investido em cargo em co- das, ressalvadas as concessões de que tra-
missão de órgão ou entidade diversa da ta o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na

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hipótese de compensação de horário, até § 1º O valor de cada parcela não poderá ser
o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser inferior ao correspondente a dez por cento
estabelecida pela chefia imediata. (Redação da remuneração, provento ou pensão.
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. As faltas justificadas
decorrentes de caso fortuito ou de § 2º Quando o pagamento indevido hou-
força maior poderão ser compensadas a ver ocorrido no mês anterior ao do pro-
critério da chefia imediata, sendo assim cessamento da folha, a reposição será fei-
consideradas como efetivo exercício. ta imediatamente, em uma única parcela.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado
judicial, nenhum desconto incidirá sobre a § 3º Na hipótese de valores recebidos em
remuneração ou provento. (Vide Decreto decorrência de cumprimento a decisão limi-
nº 1.502, de 1995) (Vide Decreto nº 1.903, nar, a tutela antecipada ou a sentença que
de 1996) (Vide Decreto nº 2.065, de 1996) venha a ser revogada ou rescindida, serão
(Regulamento) (Regulamento) eles atualizados até a data da reposição.
(Redação dada pela Medida Provisória nº
§ 1º Mediante autorização do servidor, 2.225-45, de 4.9.2001)
poderá haver consignação em folha de
pagamento em favor de terceiros, a critério Art. 47. O servidor em débito com o erário, que
da administração e com reposição de for demitido, exonerado ou que tiver sua apo-
custos, na forma definida em regulamento. sentadoria ou disponibilidade cassada, terá o
(Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015) prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Re-
dação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
§ 2º O total de consignações facultativas de de 4.9.2001)
que trata o § 1o não excederá a 35% (trinta
e cinco por cento) da remuneração mensal, Parágrafo único. A não quitação do débito
sendo 5% (cinco por cento) reservados no prazo previsto implicará sua inscrição em
exclusivamente para: (Redação dada pela dívida ativa. (Redação dada pela Medida
Lei nº 13.172, de 2015) Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
I – a amortização de despesas contraídas Art. 48. O vencimento, a remuneração e o pro-
por meio de cartão de crédito; ou (Incluído vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou
pela Lei nº 13.172, de 2015) penhora, exceto nos casos de prestação de ali-
mentos resultante de decisão judicial.
II – a utilização com a finalidade de saque
por meio do cartão de crédito. (Incluído (...)
pela Lei nº 13.172, de 2015)
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão
previamente comunicadas ao servidor ativo,
aposentado ou ao pensionista, para pagamento,
no prazo máximo de trinta dias, podendo ser
parceladas, a pedido do interessado. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001)

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Direitos e Vantagens: Vencimento e Remuneração – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Vencimento e Remuneração
• Vencimento - é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor
fixado em lei (básico).
• Remuneração - é o vencimento básico + vantagens pecuniárias permanentes
estabelecidas em lei (ex.: parcela indenizatória não é permanente, não se integrando
ao vencimento).
• Subsídio - é a parcela única recebida pelo servidor, sem o acréscimo de qualquer
outra verba remuneratória. Art. 39, § 4º, CF: Membros de Poder (ex.: Juízes de
Direito), detentores de mandato eletivo (ex.: Deputado Federal), Ministros de Estado,
Secretários Estaduais e Municipais, e servidores públicos policiais são remunerados
obrigatoriamente por subsídios.
• Proventos - é a “remuneração” do servidor inativo (aposentado ou em
disponibilidade). Quem está na ativa recebe remuneração; quem está inativo recebe
proventos.

Vencimento Básico

Remuneração Básico + vantagens permanentes

Subsídio Parcela única CF

Proventos “remuneração” do inativo

ØO vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente,


é irredutível.
ØNenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 619
• O servidor perderá:

I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado;

II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas,


ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na
hipótese de compensação de horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser
estabelecida pela chefia imediata. (a chefia pode deixar compensar ou não)

ØAs faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo
exercício (ex.: enchente, greve de ônibus...)

• Salvo por imposição legal (ex.: IR), ou mandado judicial (ex.: pensão alimentícia),
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.

• Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de


pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de
custos, na forma definida em regulamento. (ex.: empréstimo consignado)

• O total de consignações facultativas não excederá a 35% da remuneração mensal,


sendo 5% reservados exclusivamente para:
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Direitos e Vantagens: Vencimento e Remuneração – Profª Tatiana Marcello

• As reposições e indenizações ao erário serão previamente comunicadas ao servidor


ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de 30 dias,
podendo ser parceladas, a pedido do interessado. O valor de cada parcela não
poderá ser inferior ao correspondente a 10% da remuneração, provento ou pensão.

• O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 dias para quitar o
débito. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida
ativa.

• O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro


ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão
judicial.

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Direito Administrativo

PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui- se tratando de sociedades comerciais, e, no


ção Federal, institui normas para licitações e caso de sociedades por ações, acompanha-
contratos da Administração Pública e dá outras do de documentos de eleição de seus admi-
providências. nistradores;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o IV – inscrição do ato constitutivo, no caso
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- de sociedades civis, acompanhada de prova
guinte Lei: de diretoria em exercício;
(...) V – decreto de autorização, em se tratando
de empresa ou sociedade estrangeira em
Seção II funcionamento no País, e ato de registro ou
DA HABILITAÇÃO autorização para funcionamento expedido
pelo órgão competente, quando a atividade
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir- assim o exigir.
-se-á dos interessados, exclusivamente, docu-
mentação relativa a: Art. 29. A documentação relativa à regularidade
fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá
I – habilitação jurídica; em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011)
(Vigência)
II – qualificação técnica;
I – prova de inscrição no Cadastro de Pes-
III – qualificação econômico-financeira;
soas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Reda- Contribuintes (CGC);
ção dada pela Lei nº 12.440, de 2011)
II – prova de inscrição no cadastro de con-
V – cumprimento do disposto no inciso XX- tribuintes estadual ou municipal, se houver,
XIII do art. 7º da Constituição Federal. (In- relativo ao domicílio ou sede do licitante,
cluído pela Lei nº 9.854, de 1999) pertinente ao seu ramo de atividade e com-
patível com o objeto contratual;
Art. 28. A documentação relativa à habilitação
jurídica, conforme o caso, consistirá em: III – prova de regularidade para com a Fa-
zenda Federal, Estadual e Municipal do do-
I – cédula de identidade; micílio ou sede do licitante, ou outra equi-
II – registro comercial, no caso de empresa valente, na forma da lei;
individual; IV – prova de regularidade relativa à Segu-
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato ridade Social e ao Fundo de Garantia por
social em vigor, devidamente registrado, em Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando

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situação regular no cumprimento dos en- quadro permanente, na data prevista para
cargos sociais instituídos por lei. (Redação entrega da proposta, profissional de nível
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) superior ou outro devidamente reconheci-
do pela entidade competente, detentor de
V – prova de inexistência de débitos inadim- atestado de responsabilidade técnica por
plidos perante a Justiça do Trabalho, me- execução de obra ou serviço de caracterís-
diante a apresentação de certidão negativa, ticas semelhantes, limitadas estas exclusi-
nos termos do Título VII-A da Consolidação vamente às parcelas de maior relevância
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decre- e valor significativo do objeto da licitação,
to-Lei no5.452, de 1º de maio de 1943. (In- vedadas as exigências de quantidades míni-
cluído pela Lei nº 12.440, de 2011) mas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei
Art. 30. A documentação relativa à qualificação nº 8.883, de 1994)
técnica limitar-se-á a: II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
I – registro ou inscrição na entidade profis- 1994)
sional competente; a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
II – comprovação de aptidão para desem- 1994)
penho de atividade pertinente e compatí- b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
vel em características, quantidades e prazos 1994)
com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pes- § 2º As parcelas de maior relevância técni-
soal técnico adequados e disponíveis para a ca e de valor significativo, mencionadas no
realização do objeto da licitação, bem como parágrafo anterior, serão definidas no ins-
da qualificação de cada um dos membros trumento convocatório. (Redação dada pela
da equipe técnica que se responsabilizará Lei nº 8.883, de 1994)
pelos trabalhos;
§ 3º Será sempre admitida a comprovação
III – comprovação, fornecida pelo órgão li- de aptidão através de certidões ou atesta-
citante, de que recebeu os documentos, e, dos de obras ou serviços similares de com-
quando exigido, de que tomou conhecimen- plexidade tecnológica e operacional equiva-
to de todas as informações e das condições lente ou superior.
locais para o cumprimento das obrigações
objeto da licitação; § 4º Nas licitações para fornecimento de
bens, a comprovação de aptidão, quando
IV – prova de atendimento de requisitos for o caso, será feita através de atestados
previstos em lei especial, quando for o caso. fornecidos por pessoa jurídica de direito pú-
blico ou privado.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no
inciso II do "caput" deste artigo, no caso das § 5º É vedada a exigência de comprovação
licitações pertinentes a obras e serviços, de atividade ou de aptidão com limitações
será feita por atestados fornecidos por pes- de tempo ou de época ou ainda em locais
soas jurídicas de direito público ou privado, específicos, ou quaisquer outras não previs-
devidamente registrados nas entidades pro- tas nesta Lei, que inibam a participação na
fissionais competentes, limitadas as exigên- licitação.
cias a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994) § 6º As exigências mínimas relativas a insta-
lações de canteiros, máquinas, equipamen-
I – capacitação técnico-profissional: com- tos e pessoal técnico especializado, consi-
provação do licitante de possuir em seu derados essenciais para o cumprimento do

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

objeto da licitação, serão atendidas median- I – balanço patrimonial e demonstrações


te a apresentação de relação explícita e da contábeis do último exercício social, já exi-
declaração formal da sua disponibilidade, gíveis e apresentados na forma da lei, que
sob as penas cabíveis, vedada as exigências comprovem a boa situação financeira da
de propriedade e de localização prévia. empresa, vedada a sua substituição por ba-
lancetes ou balanços provisórios, podendo
§ 7º (Vetado). ( Redação dada pela Lei nº ser atualizados por índices oficiais quando
8.883, de 1994) encerrado há mais de 3 (três) meses da data
I – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de de apresentação da proposta;
1994) II – certidão negativa de falência ou concor-
II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de data expedida pelo distribuidor da sede da
1994) pessoa jurídica, ou de execução patrimo-
nial, expedida no domicílio da pessoa física;
§ 8º No caso de obras, serviços e compras
de grande vulto, de alta complexidade téc- III – garantia, nas mesmas modalidades e
nica, poderá a Administração exigir dos lici- critérios previstos no "caput" e § 1º do art.
tantes a metodologia de execução, cuja ava- 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento)
liação, para efeito de sua aceitação ou não, do valor estimado do objeto da contratação.
antecederá sempre à análise dos preços e § 1º A exigência de índices limitar-se-á à
será efetuada exclusivamente por critérios demonstração da capacidade financeira do
objetivos. licitante com vistas aos compromissos que
§ 9º Entende-se por licitação de alta com- terá que assumir caso lhe seja adjudicado
plexidade técnica aquela que envolva alta o contrato, vedada a exigência de valores
especialização, como fator de extrema rele- mínimos de faturamento anterior, índices
vância para garantir a execução do objeto a de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
ser contratado, ou que possa comprometer dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a continuidade da prestação de serviços pú- § 2º A Administração, nas compras para en-
blicos essenciais. trega futura e na execução de obras e ser-
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitan- viços, poderá estabelecer, no instrumento
te para fins de comprovação da capacitação convocatório da licitação, a exigência de ca-
técnico-profissional de que trata o inciso I pital mínimo ou de patrimônio líquido míni-
do § 1º deste artigo deverão participar da mo, ou ainda as garantias previstas no § 1º
obra ou serviço objeto da licitação, admi- do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
tindo-se a substituição por profissionais de comprovação da qualificação econômico-
experiência equivalente ou superior, desde -financeira dos licitantes e para efeito de
que aprovada pela administração. (Incluído garantia ao adimplemento do contrato a ser
pela Lei nº 8.883, de 1994) ulteriormente celebrado.

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, § 3º O capital mínimo ou o valor do patri-
de 1994) mônio líquido a que se refere o parágrafo
anterior não poderá exceder a 10% (dez por
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, cento) do valor estimado da contratação,
de 1994) devendo a comprovação ser feita relativa-
Art. 31. A documentação relativa à qualificação mente à data da apresentação da proposta,
econômico-financeira limitar-se-á a: na forma da lei, admitida a atualização para
esta data através de índices oficiais.

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§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos de que previsto no edital e o registro tenha
compromissos assumidos pelo licitante que sido feito em obediência ao disposto nesta
importem diminuição da capacidade opera- Lei.
tiva ou absorção de disponibilidade finan-
ceira, calculada esta em função do patrimô- § 4º As empresas estrangeiras que não
nio líquido atualizado e sua capacidade de funcionem no País, tanto quanto possível,
rotação. atenderão, nas licitações internacionais, às
exigências dos parágrafos anteriores me-
§ 5º A comprovação de boa situação finan- diante documentos equivalentes, autentica-
ceira da empresa será feita de forma objeti- dos pelos respectivos consulados e traduzi-
va, através do cálculo de índices contábeis dos por tradutor juramentado, devendo ter
previstos no edital e devidamente justifica- representação legal no Brasil com poderes
dos no processo administrativo da licitação expressos para receber citação e responder
que tenha dado início ao certame licitató- administrativa ou judicialmente.
rio, vedada a exigência de índices e valo-
res não usualmente adotados para correta § 5º Não se exigirá, para a habilitação de
avaliação de situação financeira suficiente que trata este artigo, prévio recolhimento
ao cumprimento das obrigações decorren- de taxas ou emolumentos, salvo os referen-
tes da licitação. (Redação dada pela Lei nº tes a fornecimento do edital, quando solici-
8.883, de 1994) tado, com os seus elementos constitutivos,
limitados ao valor do custo efetivo de repro-
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº dução gráfica da documentação fornecida.
8.883, de 1994)
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º
Art. 32. Os documentos necessários à habilita- do art. 33 e no § 2º do art. 55, não se aplica
ção poderão ser apresentados em original, por às licitações internacionais para a aquisição
qualquer processo de cópia autenticada por de bens e serviços cujo pagamento seja fei-
cartório competente ou por servidor da admi- to com o produto de financiamento conce-
nistração ou publicação em órgão da impren- dido por organismo financeiro internacional
sa oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de de que o Brasil faça parte, ou por agência
1994) estrangeira de cooperação, nem nos casos
de contratação com empresa estrangeira,
§ 1º A documentação de que tratam os arts. para a compra de equipamentos fabrica-
28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, dos e entregues no exterior, desde que para
no todo ou em parte, nos casos de convite, este caso tenha havido prévia autorização
concurso, fornecimento de bens para pron- do Chefe do Poder Executivo, nem nos ca-
ta entrega e leilão. sos de aquisição de bens e serviços realiza-
§ 2º O certificado de registro cadastral a da por unidades administrativas com sede
que se refere o § 1º do art. 36 substitui os no exterior.
documentos enumerados nos arts. 28 a 31, § 7º A documentação de que tratam os arts.
quanto às informações disponibilizadas em 28 a 31 e este artigo poderá ser dispensada,
sistema informatizado de consulta direta nos termos de regulamento, no todo ou em
indicado no edital, obrigando-se a parte a parte, para a contratação de produto para
declarar, sob as penalidades legais, a super- pesquisa e desenvolvimento, desde que
veniência de fato impeditivo da habilitação. para pronta entrega ou até o valor previsto
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23.
§ 3º A documentação referida neste artigo (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
poderá ser substituída por registro cadastral
emitido por órgão ou entidade pública, des-

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Art. 33. Quando permitida na licitação a partici- Seção III


pação de empresas em consórcio, observar-se- DOS REGISTROS CADASTRAIS
-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e en-
ou particular de constituição de consórcio, tidades da Administração Pública que realizem
subscrito pelos consorciados; freqüentemente licitações manterão registros
cadastrais para efeito de habilitação, na forma
II – indicação da empresa responsável pelo regulamentar, válidos por, no máximo, um ano.
consórcio que deverá atender às condições (Regulamento)
de liderança, obrigatoriamente fixadas no
edital; § 1º O registro cadastral deverá ser am-
plamente divulgado e deverá estar per-
III – apresentação dos documentos exigidos manentemente aberto aos interessados,
nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada obrigando-se a unidade por ele responsável
consorciado, admitindo-se, para efeito de a proceder, no mínimo anualmente, atra-
qualificação técnica, o somatório dos quan- vés da imprensa oficial e de jornal diário, a
titativos de cada consorciado, e, para efei- chamamento público para a atualização dos
to de qualificação econômico-financeira, o registros existentes e para o ingresso de no-
somatório dos valores de cada consorciado, vos interessados.
na proporção de sua respectiva participa-
ção, podendo a Administração estabelecer, § 2º É facultado às unidades administrativas
para o consórcio, um acréscimo de até 30% utilizarem-se de registros cadastrais de ou-
(trinta por cento) dos valores exigidos para tros órgãos ou entidades da Administração
licitante individual, inexigível este acrésci- Pública.
mo para os consórcios compostos, em sua Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou
totalidade, por micro e pequenas empresas atualização deste, a qualquer tempo, o interes-
assim definidas em lei; sado fornecerá os elementos necessários à sa-
IV – impedimento de participação de em- tisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
presa consorciada, na mesma licitação, Art. 36. Os inscritos serão classificados por ca-
através de mais de um consórcio ou isola- tegorias, tendo-se em vista sua especialização,
damente; subdivididas em grupos, segundo a qualificação
V – responsabilidade solidária dos integran- técnica e econômica avaliada pelos elementos
tes pelos atos praticados em consórcio, tan- constantes da documentação relacionada nos
to na fase de licitação quanto na de execu- arts. 30 e 31 desta Lei.
ção do contrato. § 1º Aos inscritos será fornecido certificado,
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras renovável sempre que atualizarem o regis-
e estrangeiras a liderança caberá, obrigato- tro.
riamente, à empresa brasileira, observado o § 2º A atuação do licitante no cumprimento
disposto no inciso II deste artigo. de obrigações assumidas será anotada no
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a respectivo registro cadastral.
promover, antes da celebração do contrato, Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,
a constituição e o registro do consórcio, nos suspenso ou cancelado o registro do inscrito
termos do compromisso referido no inciso I que deixar de satisfazer as exigências do art. 27
deste artigo. desta Lei, ou as estabelecidas para classificação
cadastral.

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Seção IV dos, convênios ou ajustes devem ser previa-
DO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO mente examinadas e aprovadas por asses-
soria jurídica da Administração. (Redação
Art. 38. O procedimento da licitação será inicia- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
do com a abertura de processo administrativo, Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma
devidamente autuado, protocolado e numera- licitação ou para um conjunto de licitações si-
do, contendo a autorização respectiva, a indica- multâneas ou sucessivas for superior a 100
ção sucinta de seu objeto e do recurso próprio (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso
para a despesa, e ao qual serão juntados opor- I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será
tunamente: iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência
I – edital ou convite e respectivos anexos, pública concedida pela autoridade responsável
quando for o caso; com antecedência mínima de 15 (quinze) dias
úteis da data prevista para a publicação do edi-
II – comprovante das publicações do edital tal, e divulgada, com a antecedência mínima de
resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mes-
da entrega do convite; mos meios previstos para a publicidade da lici-
III – ato de designação da comissão de lici- tação, à qual terão acesso e direito a todas as
tação, do leiloeiro administrativo ou oficial, informações pertinentes e a se manifestar todos
ou do responsável pelo convite; os interessados.

IV – original das propostas e dos documen- Parágrafo único. Para os fins deste artigo,
tos que as instruírem; consideram-se licitações simultâneas aque-
las com objetos similares e com realização
V – atas, relatórios e deliberações da Comis- prevista para intervalos não superiores a
são Julgadora; trinta dias e licitações sucessivas aquelas
em que, também com objetos similares, o
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emiti- edital subseqüente tenha uma data anterior
dos sobre a licitação, dispensa ou inexigibi- a cento e vinte dias após o término do con-
lidade; trato resultante da licitação antecedente.
VII – atos de adjudicação do objeto da licita- (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ção e da sua homologação; Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o núme-
VIII – recursos eventualmente apresentados ro de ordem em série anual, o nome da repar-
pelos licitantes e respectivas manifestações tição interessada e de seu setor, a modalidade,
e decisões; o regime de execução e o tipo da licitação, a
menção de que será regida por esta Lei, o local,
IX – despacho de anulação ou de revogação dia e hora para recebimento da documentação
da licitação, quando for o caso, fundamen- e proposta, bem como para início da abertura
tado circunstanciadamente; dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o
X – termo de contrato ou instrumento equi- seguinte:
valente, conforme o caso; I – objeto da licitação, em descrição sucinta
XI – outros comprovantes de publicações; e clara;

XII – demais documentos relativos à licita- II – prazo e condições para assinatura do


ção. contrato ou retirada dos instrumentos,
como previsto no art. 64 desta Lei, para exe-
Parágrafo único. As minutas de editais de cução do contrato e para entrega do objeto
licitação, bem como as dos contratos, acor- da licitação;

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III – sanções para o caso de inadimplemen- XIII – limites para pagamento de instalação
to; e mobilização para execução de obras ou
serviços que serão obrigatoriamente previs-
IV – local onde poderá ser examinado e ad- tos em separado das demais parcelas, eta-
quirido o projeto básico; pas ou tarefas;
V – se há projeto executivo disponível na XIV – condições de pagamento, prevendo:
data da publicação do edital de licitação e
o local onde possa ser examinado e adqui- a) prazo de pagamento não superior a trinta
rido; dias, contado a partir da data final do perí-
odo de adimplemento de cada parcela; (Re-
VI – condições para participação na licita- dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ção, em conformidade com os arts. 27 a 31
desta Lei, e forma de apresentação das pro- b) cronograma de desembolso máximo por
postas; período, em conformidade com a disponibi-
lidade de recursos financeiros;
VII – critério para julgamento, com disposi-
ções claras e parâmetros objetivos; c) critério de atualização financeira dos va-
lores a serem pagos, desde a data final do
VIII – locais, horários e códigos de acesso período de adimplemento de cada parcela
dos meios de comunicação à distância em até a data do efetivo pagamento; (Redação
que serão fornecidos elementos, informa- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ções e esclarecimentos relativos à licitação
e às condições para atendimento das obri- d) compensações financeiras e penaliza-
gações necessárias ao cumprimento de seu ções, por eventuais atrasos, e descontos,
objeto; por eventuais antecipações de pagamentos;
IX – condições equivalentes de pagamento e) exigência de seguros, quando for o caso;
entre empresas brasileiras e estrangeiras,
no caso de licitações internacionais; XV – instruções e normas para os recursos
previstos nesta Lei;
X – o critério de aceitabilidade dos preços
unitário e global, conforme o caso, permiti- XVI – condições de recebimento do objeto
da a fixação de preços máximos e vedados da licitação;
a fixação de preços mínimos, critérios esta- XVII – outras indicações específicas ou pe-
tísticos ou faixas de variação em relação a culiares da licitação.
preços de referência, ressalvado o disposto
nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação § 1º O original do edital deverá ser data-
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) do, rubricado em todas as folhas e assina-
do pela autoridade que o expedir, perma-
XI – critério de reajuste, que deverá retra- necendo no processo de licitação, e dele
tar a variação efetiva do custo de produção, extraindo-se cópias integrais ou resumidas,
admitida a adoção de índices específicos ou para sua divulgação e fornecimento aos in-
setoriais, desde a data prevista para apre- teressados.
sentação da proposta, ou do orçamento a
que essa proposta se referir, até a data do § 2º Constituem anexos do edital, dele fa-
adimplemento de cada parcela; (Redação zendo parte integrante:
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I – o projeto básico e/ou executivo, com
XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº todas as suas partes, desenhos, especifica-
8.883, de 1994) ções e outros complementos;

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II – orçamento estimado em planilhas de nistração o licitante que não o fizer até o se-
quantitativos e preços unitários; (Redação gundo dia útil que anteceder a abertura dos
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) envelopes de habilitação em concorrência,
a abertura dos envelopes com as propostas
III – a minuta do contrato a ser firmado en- em convite, tomada de preços ou concurso,
tre a Administração e o licitante vencedor; ou a realização de leilão, as falhas ou irregu-
IV – as especificações complementares e as laridades que viciariam esse edital, hipótese
normas de execução pertinentes à licitação. em que tal comunicação não terá efeito de
recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, con- de 1994)
sidera-se como adimplemento da obrigação
contratual a prestação do serviço, a realiza- § 3º A impugnação feita tempestivamente
ção da obra, a entrega do bem ou de parce- pelo licitante não o impedirá de participar
la destes, bem como qualquer outro evento do processo licitatório até o trânsito em jul-
contratual a cuja ocorrência esteja vincula- gado da decisão a ela pertinente.
da a emissão de documento de cobrança. § 4º A inabilitação do licitante importa pre-
§ 4º Nas compras para entrega imediata, clusão do seu direito de participar das fases
assim entendidas aquelas com prazo de en- subseqüentes.
trega até trinta dias da data prevista para Art. 42. Nas concorrências de âmbito interna-
apresentação da proposta, poderão ser dis- cional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes
pensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de da política monetária e do comércio exterior e
1994) atender às exigências dos órgãos competentes.
I – o disposto no inciso XI deste artigo; (In- § 1º Quando for permitido ao licitante es-
cluído pela Lei nº 8.883, de 1994) trangeiro cotar preço em moeda estran-
II – a atualização financeira a que se refere geira, igualmente o poderá fazer o licitante
a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, cor- brasileiro.
respondente ao período compreendido en- § 2º O pagamento feito ao licitante brasilei-
tre as datas do adimplemento e a prevista ro eventualmente contratado em virtude da
para o pagamento, desde que não superior licitação de que trata o parágrafo anterior
a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de será efetuado em moeda brasileira, à taxa
1994) de câmbio vigente no dia útil imediatamen-
Art. 41. A Administração não pode descumprir te anterior à data do efetivo pagamento.
as normas e condições do edital, ao qual se acha (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
estritamente vinculada. § 3º As garantias de pagamento ao licitante
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima brasileiro serão equivalentes àquelas ofere-
para impugnar edital de licitação por irre- cidas ao licitante estrangeiro.
gularidade na aplicação desta Lei, devendo § 4º Para fins de julgamento da licitação, as
protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis propostas apresentadas por licitantes es-
antes da data fixada para a abertura dos en- trangeiros serão acrescidas dos gravames
velopes de habilitação, devendo a Adminis- conseqüentes dos mesmos tributos que
tração julgar e responder à impugnação em oneram exclusivamente os licitantes brasi-
até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da facul- leiros quanto à operação final de venda.
dade prevista no § 1º do art. 113.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de
§ 2º Decairá do direito de impugnar os ter- serviços ou aquisição de bens com recursos
mos do edital de licitação perante a admi-

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provenientes de financiamento ou doação julgamento, promovendo-se a desclassifica-


oriundos de agência oficial de cooperação ção das propostas desconformes ou incom-
estrangeira ou organismo financeiro multi- patíveis;
lateral de que o Brasil seja parte, poderão
ser admitidas, na respectiva licitação, as V – julgamento e classificação das propos-
condições decorrentes de acordos, protoco- tas de acordo com os critérios de avaliação
los, convenções ou tratados internacionais constantes do edital;
aprovados pelo Congresso Nacional, bem VI – deliberação da autoridade competen-
como as normas e procedimentos daquelas te quanto à homologação e adjudicação do
entidades, inclusive quanto ao critério de objeto da licitação.
seleção da proposta mais vantajosa para a
administração, o qual poderá contemplar, § 1º A abertura dos envelopes contendo a
além do preço, outros fatores de avaliação, documentação para habilitação e as pro-
desde que por elas exigidos para a obten- postas será realizada sempre em ato pú-
ção do financiamento ou da doação, e que blico previamente designado, do qual se
também não conflitem com o princípio do lavrará ata circunstanciada, assinada pelos
julgamento objetivo e sejam objeto de des- licitantes presentes e pela Comissão.
pacho motivado do órgão executor do con-
§ 2º Todos os documentos e propostas se-
trato, despacho esse ratificado pela auto-
rão rubricados pelos licitantes presentes e
ridade imediatamente superior. (Redação
pela Comissão.
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão
superior, em qualquer fase da licitação, a
para entrega no mesmo local de destino.
promoção de diligência destinada a esclare-
Art. 43. A licitação será processada e julgada cer ou a complementar a instrução do pro-
com observância dos seguintes procedimentos: cesso, vedada a inclusão posterior de docu-
mento ou informação que deveria constar
I – abertura dos envelopes contendo a do- originariamente da proposta.
cumentação relativa à habilitação dos con-
correntes, e sua apreciação; § 4º O disposto neste artigo aplica-se à con-
corrência e, no que couber, ao concurso, ao
II – devolução dos envelopes fechados aos leilão, à tomada de preços e ao convite. (Re-
concorrentes inabilitados, contendo as res- dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
pectivas propostas, desde que não tenha
havido recurso ou após sua denegação; § 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos
concorrentes (incisos I e II) e abertas as pro-
III – abertura dos envelopes contendo as postas (inciso III), não cabe desclassificá-los
propostas dos concorrentes habilitados, por motivo relacionado com a habilitação,
desde que transcorrido o prazo sem inter- salvo em razão de fatos supervenientes ou
posição de recurso, ou tenha havido desis- só conhecidos após o julgamento.
tência expressa, ou após o julgamento dos
recursos interpostos; § 6º Após a fase de habilitação, não cabe
desistência de proposta, salvo por motivo
IV – verificação da conformidade de cada justo decorrente de fato superveniente e
proposta com os requisitos do edital e, con- aceito pela Comissão.
forme o caso, com os preços correntes no
mercado ou fixados por órgão oficial com- Art. 44. No julgamento das propostas, a Comis-
petente, ou ainda com os constantes do sis- são levará em consideração os critérios objeti-
tema de registro de preços, os quais deve- vos definidos no edital ou convite, os quais não
rão ser devidamente registrados na ata de

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devem contrariar as normas e princípios estabe- Administração determinar que será vence-
lecidos por esta Lei. dor o licitante que apresentar a proposta de
acordo com as especificações do edital ou
§ 1º É vedada a utilização de qualquer ele- convite e ofertar o menor preço;
mento, critério ou fator sigiloso, secreto,
subjetivo ou reservado que possa ainda que II – a de melhor técnica;
indiretamente elidir o princípio da igualda-
de entre os licitantes. III – a de técnica e preço.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de IV – a de maior lance ou oferta – nos casos


vantagem não prevista no edital ou no con- de alienação de bens ou concessão de direi-
vite, inclusive financiamentos subsidiados to real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883,
ou a fundo perdido, nem preço ou vanta- de 1994)
gem baseada nas ofertas dos demais licitan- § 2º No caso de empate entre duas ou mais
tes. propostas, e após obedecido o disposto no
§ 3º Não se admitirá proposta que apresen- § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se
te preços global ou unitários simbólicos, ir- fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato
risórios ou de valor zero, incompatíveis com público, para o qual todos os licitantes se-
os preços dos insumos e salários de mer- rão convocados, vedado qualquer outro
cado, acrescidos dos respectivos encargos, processo.
ainda que o ato convocatório da licitação § 3º No caso da licitação do tipo "menor
não tenha estabelecido limites mínimos, ex- preço", entre os licitantes considerados
ceto quando se referirem a materiais e ins- qualificados a classificação se dará pela or-
talações de propriedade do próprio licitan- dem crescente dos preços propostos, preva-
te, para os quais ele renuncie a parcela ou à lecendo, no caso de empate, exclusivamen-
totalidade da remuneração. (Redação dada te o critério previsto no parágrafo anterior.
pela Lei nº 8.883, de 1994) (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior apli- § 4º Para contratação de bens e serviços de
ca-se também às propostas que incluam informática, a administração observará o
mão-de-obra estrangeira ou importações disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23
de qualquer natureza. (Redação dada pela de outubro de 1991, levando em conta os
Lei nº 8.883, de 1994) fatores especificados em seu parágrafo 2º e
Art. 45. O julgamento das propostas será ob- adotando obrigatoriamento o tipo de licita-
jetivo, devendo a Comissão de licitação ou o ção "técnica e preço", permitido o emprego
responsável pelo convite realizá-lo em confor- de outro tipo de licitação nos casos indica-
midade com os tipos de licitação, os critérios dos em decreto do Poder Executivo. (Reda-
previamente estabelecidos no ato convocatório ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
e de acordo com os fatores exclusivamente nele § 5º É vedada a utilização de outros tipos de
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição licitação não previstos neste artigo.
pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º,
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem serão selecionadas tantas propostas quan-
tipos de licitação, exceto na modalidade tas necessárias até que se atinja a quanti-
concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, dade demandada na licitação. (Incluído pela
de 1994) Lei nº 9.648, de 1998)
I – a de menor preço – quando o critério de Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica"
seleção da proposta mais vantajosa para a ou "técnica e preço" serão utilizados exclusiva-

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mente para serviços de natureza predominan- IV – as propostas de preços serão devolvi-


temente intelectual, em especial na elaboração das intactas aos licitantes que não forem
de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e preliminarmente habilitados ou que não
gerenciamento e de engenharia consultiva em obtiverem a valorização mínima estabeleci-
geral e, em particular, para a elaboração de es- da para a proposta técnica.
tudos técnicos preliminares e projetos básicos
e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do § 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço"
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, será adotado, adicionalmente ao inciso I do
de 1994) parágrafo anterior, o seguinte procedimen-
to claramente explicitado no instrumento
§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" convocatório:
será adotado o seguinte procedimento cla-
ramente explicitado no instrumento convo- I – será feita a avaliação e a valorização das
catório, o qual fixará o preço máximo que a propostas de preços, de acordo com crité-
Administração se propõe a pagar: rios objetivos preestabelecidos no instru-
mento convocatório;
I – serão abertos os envelopes contendo
as propostas técnicas exclusivamente dos II – a classificação dos proponentes far-se-á
licitantes previamente qualificados e fei- de acordo com a média ponderada das valo-
ta então a avaliação e classificação destas rizações das propostas técnicas e de preço,
propostas de acordo com os critérios per- de acordo com os pesos preestabelecidos
tinentes e adequados ao objeto licitado, no instrumento convocatório.
definidos com clareza e objetividade no ins- § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação
trumento convocatório e que considerem a previstos neste artigo poderão ser adota-
capacitação e a experiência do proponente, dos, por autorização expressa e median-
a qualidade técnica da proposta, compreen- te justificativa circunstanciada da maior
dendo metodologia, organização, tecnolo- autoridade da Administração promotora
gias e recursos materiais a serem utilizados constante do ato convocatório, para forne-
nos trabalhos, e a qualificação das equipes cimento de bens e execução de obras ou
técnicas a serem mobilizadas para a sua prestação de serviços de grande vulto ma-
execução; joritariamente dependentes de tecnologia
II – uma vez classificadas as propostas técni- nitidamente sofisticada e de domínio res-
cas, proceder-se-á à abertura das propostas trito, atestado por autoridades técnicas de
de preço dos licitantes que tenham atingido reconhecida qualificação, nos casos em que
a valorização mínima estabelecida no ins- o objeto pretendido admitir soluções alter-
trumento convocatório e à negociação das nativas e variações de execução, com reper-
condições propostas, com a proponente cussões significativas sobre sua qualidade,
melhor classificada, com base nos orçamen- produtividade, rendimento e durabilidade
tos detalhados apresentados e respectivos concretamente mensuráveis, e estas pude-
preços unitários e tendo como referência o rem ser adotadas à livre escolha dos licitan-
limite representado pela proposta de me- tes, na conformidade dos critérios objetiva-
nor preço entre os licitantes que obtiveram mente fixados no ato convocatório.
a valorização mínima; § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
III – no caso de impasse na negociação an- 1994)
terior, procedimento idêntico será adotado, Art. 47. Nas licitações para a execução de obras
sucessivamente, com os demais proponen- e serviços, quando for adotada a modalidade
tes, pela ordem de classificação, até a con- de execução de empreitada por preço global,
secução de acordo para a contratação; a Administração deverá fornecer obrigatoria-

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mente, junto com o edital, todos os elementos respondente proposta. (Incluído pela Lei nº
e informações necessários para que os licitantes 9.648, de 1998)
possam elaborar suas propostas de preços com
total e completo conhecimento do objeto da li- § 3º Quando todos os licitantes forem ina-
citação. bilitados ou todas as propostas forem des-
classificadas, a administração poderá fixar
Art. 48. Serão desclassificadas: aos licitantes o prazo de oito dias úteis para
a apresentação de nova documentação ou
I – as propostas que não atendam às exigên- de outras propostas escoimadas das causas
cias do ato convocatório da licitação; referidas neste artigo, facultada, no caso de
II – propostas com valor global superior ao convite, a redução deste prazo para três dias
limite estabelecido ou com preços manifes- úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
tamente inexeqüiveis, assim considerados Art. 49. A autoridade competente para a apro-
aqueles que não venham a ter demonstrada vação do procedimento somente poderá revo-
sua viabilidade através de documentação gar a licitação por razões de interesse público
que comprove que os custos dos insumos decorrente de fato superveniente devidamente
são coerentes com os de mercado e que os comprovado, pertinente e suficiente para justi-
coeficientes de produtividade são compatí- ficar tal conduta, devendo anulá-la por ilegali-
veis com a execução do objeto do contrato, dade, de ofício ou por provocação de terceiros,
condições estas necessariamente especifi- mediante parecer escrito e devidamente funda-
cadas no ato convocatório da licitação. (Re- mentado.
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1º A anulação do procedimento licitatório
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II por motivo de ilegalidade não gera obriga-
deste artigo consideram-se manifestamen- ção de indenizar, ressalvado o disposto no
te inexeqüíveis, no caso de licitações de parágrafo único do art. 59 desta Lei.
menor preço para obras e serviços de en-
genharia, as propostas cujos valores sejam § 2º A nulidade do procedimento licitatório
inferiores a 70% (setenta por cento) do me- induz à do contrato, ressalvado o disposto
nor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
nº 9.648, de 1998)
§ 3º No caso de desfazimento do processo
a) média aritmética dos valores das propos- licitatório, fica assegurado o contraditório e
tas superiores a 50% (cinqüenta por cento) a ampla defesa.
do valor orçado pela administração, ou (In-
cluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 4º O disposto neste artigo e seus parágra-
fos aplica-se aos atos do procedimento de
b) valor orçado pela administração. (Incluí- dispensa e de inexigibilidade de licitação.
do pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do contrato com preterição da ordem de classifica-
parágrafo anterior cujo valor global da pro- ção das propostas ou com terceiros estranhos
posta for inferior a 80% (oitenta por cento) ao procedimento licitatório, sob pena de nulida-
do menor valor a que se referem as alíneas de.
"a" e "b", será exigida, para a assinatura do
contrato, prestação de garantia adicional, Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em
dentre as modalidades previstas no § 1º do registro cadastral, a sua alteração ou cancela-
art. 56, igual a diferença entre o valor resul- mento, e as propostas serão processadas e jul-
tante do parágrafo anterior e o valor da cor- gadas por comissão permanente ou especial de,
no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo me-

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nos 2 (dois) deles servidores qualificados per- § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor


tencentes aos quadros permanentes dos órgãos deverá autorizar a Administração a executá-
da Administração responsáveis pela licitação. -lo quando julgar conveniente.
§ 1º No caso de convite, a Comissão de li- Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro
citação, excepcionalmente, nas pequenas oficial ou a servidor designado pela Administra-
unidades administrativas e em face da exi- ção, procedendo-se na forma da legislação per-
güidade de pessoal disponível, poderá ser tinente.
substituída por servidor formalmente desig-
nado pela autoridade competente. § 1º Todo bem a ser leiloado será previa-
mente avaliado pela Administração para fi-
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedi- xação do preço mínimo de arrematação.
dos de inscrição em registro cadastral, sua
alteração ou cancelamento, será integrada § 2º Os bens arrematados serão pagos à vis-
por profissionais legalmente habilitados ta ou no percentual estabelecido no edital,
no caso de obras, serviços ou aquisição de não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a
equipamentos. assinatura da respectiva ata lavrada no local
do leilão, imediatamente entregues ao arre-
§ 3º Os membros das Comissões de licita- matante, o qual se obrigará ao pagamento
ção responderão solidariamente por todos do restante no prazo estipulado no edital de
os atos praticados pela Comissão, salvo se convocação, sob pena de perder em favor
posição individual divergente estiver devi- da Administração o valor já recolhido.
damente fundamentada e registrada em ata
lavrada na reunião em que tiver sido toma- § 3º Nos leilões internacionais, o pagamen-
da a decisão. to da parcela à vista poderá ser feito em até
vinte e quatro horas. (Redação dada pela
§ 4º A investidura dos membros das Comis- Lei nº 8.883, de 1994)
sões permanentes não excederá a 1 (um)
ano, vedada a recondução da totalidade de § 4º O edital de leilão deve ser amplamente
seus membros para a mesma comissão no divulgado, principalmente no município em
período subseqüente. que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883,
de 1994)
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será
feito por uma comissão especial integrada
por pessoas de reputação ilibada e reconhe-
cido conhecimento da matéria em exame,
servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art.
22 desta Lei deve ser precedido de regulamento
próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação
do trabalho;
III – as condições de realização do concurso
e os prêmios a serem concedidos.

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SLIDES – PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Procedimento de Licitação
• Apesar de o procedimento licitatório estar detalhado na Lei 8.666/93, não há uma
sequência lógica e didática.

• A modalidade “concorrência” é a mais complexa, contendo todas as fases bem


definidas, sendo que nem todas as modalidades seguem esse mesmo padrão.

• O procedimento licitatório é dividido em duas grandes fases:

Fase Interna • O procedimento inicia dentro do órgão ou


entidade;

Fase Externa • A partir do momento em que se torna


pública a licitação

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

Fase interna:

• Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo


administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a
autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para
a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou
da entrega do convite;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial,
ou do responsável pelo convite;
IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;


VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou
inexigibilidade;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas
manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,
fundamentado circunstanciadamente;
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.

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Fase externa:

• A fase externa inicia no momento em que a licitação se torna pública.

• Portanto, a fase externa começa com a publicação do edital ou envio da carta-


convite.

• Na sequência, a fase segue os passos trazidos no art. 43:


I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos
concorrentes, e sua apreciação;
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as
respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados,


desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e,
conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial
competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os
quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se
a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação
constantes do edital;
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação
do objeto da licitação.

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• Audiência Pública
• Com a finalidade de ampliar o acesso às informações relativas ao contrato a ser
firmado, a lei estabelece que em casos de valores muito elevados, deve haver uma
audiência pública antes mesmo da publicação do edital.

• Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de
licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 vezes o limite previsto no art.
23, inciso I, alínea "c" desta Lei (obras e serviços de engenharia acima de
R$1.500.000,00), o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma
audiência pública concedida pela autoridade responsável.

• Audiência com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para a


publicação do edital;

• Divulgação com a antecedência mínima de 10 dias úteis de sua realização.

• Na audiência os interessados terão acesso e direito a todas as informações


pertinentes e a se manifestar.

• Instrumentos convocatórios: Edital e Carta-convite

• Edital é o meio pelo qual a Administração torna pública quaisquer das modalidades de
licitação, exceto o convite (que utiliza a carta-convite).

• Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de
preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada,
deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou
totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de
licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do
Distrito Federal;
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de
circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço,
fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da
licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 639
• § 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados
poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a
licitação.

• O edital (ou a carta-convite) é a lei interna da licitação, devendo fixar todas as


condições de realização da licitação, estando a Administração Pública e os
proponentes vinculados a ele (Princípio da Vinculação ao Instrumento
Convocatório).

• A carta-convite, instrumento convocatório da modalidade convite, é enviada


diretamente aos interessados, não havendo publicação; porém, deve ser afixada
cópia em local apropriado, para que os demais tomem conhecimento e possam
participar. Aplicam-se à carta-convite, no que couber, as disposições relativas ao
edital.

• Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome
da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o
tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para
recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos,
como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do
objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

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V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o


local onde possa ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31
desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em
que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação
e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras,
no caso de licitações internacionais;

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,


permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos,
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência,
ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; *
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data
do adimplemento de cada parcela;
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou
serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas,
etapas ou tarefas;

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XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a 30 dias, contado a partir da data final do
período de adimplemento de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a
disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final
do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos,
por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;


XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e


assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e
dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e
fornecimento aos interessados.

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• * Sobre a vedação a estipulação de preço mínimo no edital:

• Art. 48. Serão desclassificadas as propostas: II - propostas com valor global superior
ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim
considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de
documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de
mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do
objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato
convocatório da licitação.
• § 1º Consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor
preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam
inferiores a 70% do menor dos seguintes valores:
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do valor orçado pela
administração, ou
b) valor orçado pela administração.
• § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da
proposta for inferior a 80% do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b",
será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional.

• Ressaltando que a vedação a estipulação prévia de um valor mínimo ocorre apenas


em relação a valores a serem pagos pela Administração. Por óbvio, quando ocorre
o inverso, ou seja, quando a Administração está alienando um bem seu, a fixação
de um preço mínimo é obrigatória (Art. 53, § 1º Todo bem a ser leiloado será
previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de
arrematação).

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• Antecedência mínima do edital:

• Os interessados em licitar precisa de um prazo para que possam analisar as


condições da licitação, elaborar suas propostas e se preparar para participar.

• Portanto, a lei estabelece prazos mínimos que a Administração terá que dar, a
partir da publicação do edital do da expedição da carta-convite (os prazos podem
ser maiores, mas nunca menores).

• Os prazos são definidos conforme a modalidade de licitação, sendo os prazos


maiores para as mais complexas e os menores para as mais simples.

• Art. 21, § 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do


evento será:
ØI - 45 dias para:
a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de
empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço";
ØII - 30 dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço";
ØIII - 15 dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior, ou leilão;
ØIV - 5 dias úteis para convite.

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PRAZO HIPÓTESES

45 dias ü concurso;
ü concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o
regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo
"melhor técnica" ou "técnica e preço";
30 dias ü concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso
anterior;
ü tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica"
ou "técnica e preço";
15 dias ü tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior;
ü leilão;
5 dias úteis ü convite

8 dias úteis ü Pregão (Lei 10.520/02)

• Impugnações ao Edital:

• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao


qual se acha estritamente vinculada.
• § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por
irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 dias úteis
antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a
Administração julgar e responder à impugnação em até 3 dias úteis.
• § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a
administração o licitante que não o fizer até o 2º dia útil que anteceder a abertura
dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as
propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as
falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação
não terá efeito de recurso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 645
• § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de
participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela
pertinente.

• § 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das


fases subseqüentes.

• Comissão de licitação

• As etapas de habilitação dos licitantes e de julgamento das propostas serão feitas


por uma comissão.

• Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração


ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão
permanente ou especial de, no mínimo, 3 membros, sendo pelo menos 2 deles
servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da
Administração responsáveis pela licitação.

• § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas


unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser
substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

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• § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral,


sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente
habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

• § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos


os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver
devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver
sido tomada a decisão.

• § 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 ano,


vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no
período subseqüente.

• § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial


integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria
em exame, servidores públicos ou não.

• Habilitação dos Licitantes

• Na fase de habilitação, se faz a verificação da documentação para avaliar as


qualidades pessoais de cada licitante. Tem por finalidade assegurar que, caso aquele
licitante seja o vencedor, terá capacidade técnica, financeira e idoneidade para
cumprir o contrato objeto da licitação.

• A regra é que a habilitação ocorra antes da análise das propostas, sendo que, nesse
caso, os inabilitados serão excluídos do procedimento sem ao menos terem suas
propostas analisadas (os envelopes são devolvidos lacrados).

• A lei enumera os documentos a serem exigidos dos licitantes, sendo vedado


exigências supérfluas e desnecessárias que possam direcionar ou favorecer outros
participantes.

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• Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,
exclusivamente, documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF (restrições e proibições
ao trabalho de menores)

• Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em


original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou
por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.

• § 1o A documentação poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de


convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.
• § 7o A documentação poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo
ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento,
desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II
do caput do art. 23 (até 80 mil).
• § 3o A documentação poderá ser substituída por registro cadastral emitido por
órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito
em obediência ao disposto nesta Lei.
• § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento
de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando
solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo
de reprodução gráfica da documentação fornecida.

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• Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá


em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em
se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova
de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento
expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

• Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o


caso, consistirá em:
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de
Contribuintes (CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver,
relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e
compatível com o objeto contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos
encargos sociais instituídos por lei.
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho,
mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos da CLT.

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• Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;


II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível
em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para
a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos
membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,
quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

• Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á


a:
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já
exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira
da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios,
podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 meses
da data de apresentação da proposta;
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da
pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art.
56 desta Lei, limitada a 1% do valor estimado do objeto da contratação
(possibilidade de a Administração exigir garantia).

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• A Lei Complementar 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa


de Pequeno Porte) traz regras especiais e mais favoráveis às ME e EPP quanto às
exigências de comprovações de regularidades fiscais nas licitações.

• Conforme a LC, é possível que a documentação seja apresentada, mesmo que


contenha alguma restrição (débitos tributários, situação fiscal irregular...), pois a
regularização somente será exigida no momento da assinatura do contrato, caso a
ME ou EPP seja vencedora.

• Caso reste vencedora, terá o prazo de 5 dias úteis (prorrogáveis por mais 5) para
regularizar a situação.

• Se não regularizar o prazo, ocorrerá a decadência o seu direito à contratação.

• A Lei Complementar 155/2015 estendeu esse mesmo favorecimento às ME e EPP


em relação à comprovação da regularidade trabalhista (aplicáveis a partir de janeiro
de 2018 – já está em vigor, mas só produzirá efeitos a partir dessa data).

• Registros Cadastrais
• Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que
realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, 1 ano.

• § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar


permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele
responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de
jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e
para o ingresso de novos interessados.

• § 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de


outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

• Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o


interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27
(documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica, econômico-
financeira, regularidade fiscal e trabalhista, cumprimento as regas da CF sobre
trabalho de menores).

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• Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua
especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica
avaliada pelos elementos constantes da documentação .

• § 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o


registro.

• § 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada


no respectivo registro cadastral.

• Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro
do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
estabelecidas para classificação cadastral.

• Julgamento das Propostas

• O julgamento consiste no confronto das ofertas com a consequente classificação


dos licitantes, determinando-se o vencedor.

• O tipo de licitação previsto no edital vai definir qual o critério de julgamento.

• Em regra, o julgamento ocorre por uma comissão.

• Na primeira fase do julgamento, a Administração verifica a conformidade da


proposta com os requisitos do edital (proposta em desconformidade serão
desclassificadas);
• Na segunda fase, se faz a ordem de classificação entre os concorrentes que
restaram (primeiro lugar, segundo lugar...).

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• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os


critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as
normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

• § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto,


subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da
igualdade entre os licitantes.

• § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no


convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou
vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes (ex.: ofereço 5% mais barato do
que o concorrente).

• § 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários


simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e
salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato
convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando
se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os
quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

• Art. 48, § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 dias
úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas
escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a
redução deste prazo para 3 dias úteis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 653
• Homologação e Adjudicação ao vencedor

• O trabalho da comissão termina com a divulgação do resultado do julgamento,


passando-se o processo à autoridade competente, para deliberação quanto à
homologação e adjudicação do objeto da licitação.

• Na fase de homologação ocorre o controle de legalidade do procedimento, ou seja,


a autoridade vai verificar se tudo ocorreu conforme a lei. Havendo irregularidades
sanáveis, retorna-se à comissão para saneamento; se houver irregularidades
insanáveis, anula-se o processo (ao menos do ponto onde ocorreu o vício).

• Adjudicação é o ato final do procedimento de licitação, através do qual se atribui ao


vencedor o objeto da licitação. Após, inicia-se a fase contratual.

• Obs.: adjudicação não se confunde com a celebração do contrato; significa que


quando a Administração for celebrar o contrato, será com o vencedor. (Art. 50. A
Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
sob pena de nulidade).

654 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão
públicos civis da União, das autarquias e das computadas, nem acumuladas, para efeito de
fundações públicas federais. concessão de quaisquer outros acréscimos pe-
cuniários ulteriores, sob o mesmo título ou
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o idêntico fundamento.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei: Seção II
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
TÍTULO I Art. 61. Além do vencimento e das vantagens
previstas nesta Lei, serão deferidos aos servi-
CAPÍTULO ÚNICO dores as seguintes retribuições, gratificações e
adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
(...) 10.12.97)
I – retribuição pelo exercício de função de
TÍTULO III direção, chefia e assessoramento; (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Dos Direitos e Vantagens II – gratificação natalina;
IV – adicional pelo exercício de atividades
insalubres, perigosas ou penosas;
CAPÍTULO II V – adicional pela prestação de serviço ex-
DAS VANTAGENS traordinário;
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas VI – adicional noturno;
ao servidor as seguintes vantagens:
VII – adicional de férias;
I – indenizações;
VIII – outros, relativos ao local ou à nature-
II – gratificações; za do trabalho.
III – adicionais. IX – gratificação por encargo de curso ou
concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de
§ 1º As indenizações não se incorporam 2006)
ao vencimento ou provento para qualquer
efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incor-
poram-se ao vencimento ou provento, nos
casos e condições indicados em lei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 655
Subseção I Parágrafo único. (VETADO).
DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua
DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO, CHEFIA E gratificação natalina, proporcionalmente aos
ASSESSORAMENTO meses de exercício, calculada sobre a remunera-
ção do mês da exoneração.
(Redação dada pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) Art. 66. A gratificação natalina não será consi-
derada para cálculo de qualquer vantagem pe-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo cuniária.
investido em função de direção, chefia ou asses-
soramento, cargo de provimento em comissão Subseção III
ou de Natureza Especial é devida retribuição DO ADICIONAL POR
pelo seu exercício.(Redação dada pela Lei nº TEMPO DE SERVIÇO
9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Lei específica estabelece- Subseção IV
rá a remuneração dos cargos em comissão
de que trata o inciso II do art. 9o. (Redação DOS ADICIONAIS DE
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pes-
OU ATIVIDADES PENOSAS
soal Nominalmente Identificada – VPNI a incor- Art. 68. Os servidores que trabalhem com ha-
poração da retribuição pelo exercício de função bitualidade em locais insalubres ou em contato
de direção, chefia ou assessoramento, cargo de permanente com substâncias tóxicas, radioati-
provimento em comissão ou de Natureza Espe- vas ou com risco de vida, fazem jus a um adicio-
cial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no nal sobre o vencimento do cargo efetivo.
8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei
no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) de insalubridade e de periculosidade deve-
rá optar por um deles.
Parágrafo único. A VPNI de que trata o ca-
put deste artigo somente estará sujeita às § 2º O direito ao adicional de insalubridade
revisões gerais de remuneração dos servi- ou periculosidade cessa com a eliminação
dores públicos federais. (Incluído pela Me- das condições ou dos riscos que deram cau-
dida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) sa a sua concessão.

Subseção II Art. 69. Haverá permanente controle da ativida-


de de servidores em operações ou locais consi-
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA derados penosos, insalubres ou perigosos.
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a Parágrafo único. A servidora gestante ou
1/12 (um doze avos) da remuneração a que o lactante será afastada, enquanto durar a
servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês gestação e a lactação, das operações e lo-
de exercício no respectivo ano. cais previstos neste artigo, exercendo suas
Parágrafo único. A fração igual ou superior atividades em local salubre e em serviço
a 15 (quinze) dias será considerada como não penoso e não perigoso.
mês integral. Art. 70. Na concessão dos adicionais de ativida-
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 des penosas, de insalubridade e de periculosi-
(vinte) do mês de dezembro de cada ano.

656 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Direitos e Vantagens: Gratificações / Adicionais – Profª Tatiana Marcello

dade, serão observadas as situações estabeleci- Subseção VII


das em legislação específica. DO ADICIONAL DE FÉRIAS
Art. 71. O adicional de atividade penosa será
devido aos servidores em exercício em zonas de Art. 76. Independentemente de solicitação, será
fronteira ou em localidades cujas condições de pago ao servidor, por ocasião das férias, um adi-
vida o justifiquem, nos termos, condições e limi- cional correspondente a 1/3 (um terço) da re-
tes fixados em regulamento. muneração do período das férias.

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores Parágrafo único. No caso de o servidor


que operam com Raios X ou substâncias radio- exercer função de direção, chefia ou asses-
ativas serão mantidos sob controle permanen- soramento, ou ocupar cargo em comissão,
te, de modo que as doses de radiação ionizante a respectiva vantagem será considerada no
não ultrapassem o nível máximo previsto na le- cálculo do adicional de que trata este artigo.
gislação própria. Subseção VIII
Parágrafo único. Os servidores a que se re- DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO
fere este artigo serão submetidos a exames DE CURSO OU CONCURSO
médicos a cada 6 (seis) meses.
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Subseção V
DO ADICIONAL POR Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso
ou Concurso é devida ao servidor que, em ca-
SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO ráter eventual: (Incluído pela Lei nº 11.314 de
Art. 73. O serviço extraordinário será remunera- 2006) (Regulamento)
do com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) I – atuar como instrutor em curso de forma-
em relação à hora normal de trabalho. ção, de desenvolvimento ou de treinamen-
Art. 74. Somente será permitido serviço extra- to regularmente instituído no âmbito da ad-
ordinário para atender a situações excepcionais ministração pública federal; (Incluído pela
e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 Lei nº 11.314 de 2006)
(duas) horas por jornada. II – participar de banca examinadora ou de
comissão para exames orais, para análise
Subseção VI curricular, para correção de provas discursi-
DO ADICIONAL NOTURNO vas, para elaboração de questões de provas
ou para julgamento de recursos intentados
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de de 2006)
um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o
valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por III – participar da logística de preparação
cento), computando-se cada hora como cin- e de realização de concurso público envol-
qüenta e dois minutos e trinta segundos. vendo atividades de planejamento, coorde-
nação, supervisão, execução e avaliação de
Parágrafo único. Em se tratando de servi- resultado, quando tais atividades não esti-
ço extraordinário, o acréscimo de que tra- verem incluídas entre as suas atribuições
ta este artigo incidirá sobre a remuneração permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314
prevista no art. 73. de 2006)
IV – participar da aplicação, fiscalizar ou
avaliar provas de exame vestibular ou de

www.acasadoconcurseiro.com.br 657
concurso público ou supervisionar essas § 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou
atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de Concurso não se incorpora ao vencimento
2006) ou salário do servidor para qualquer efeito
e não poderá ser utilizada como base de cál-
§ 1º Os critérios de concessão e os limites culo para quaisquer outras vantagens, inclu-
da gratificação de que trata este artigo se- sive para fins de cálculo dos proventos da
rão fixados em regulamento, observados os aposentadoria e das pensões. (Incluído pela
seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº Lei nº 11.314 de 2006)
11.314 de 2006)
(...)
I – o valor da gratificação será calculado em
horas, observadas a natureza e a complexi-
dade da atividade exercida; (Incluído pela
Lei nº 11.314 de 2006)
II – a retribuição não poderá ser superior
ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas
de trabalho anuais, ressalvada situação de
excepcionalidade, devidamente justificada
e previamente aprovada pela autoridade
máxima do órgão ou entidade, que pode-
rá autorizar o acréscimo de até 120 (cento
e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído
pela Lei nº 11.314 de 2006)
III – o valor máximo da hora trabalhada cor-
responderá aos seguintes percentuais, in-
cidentes sobre o maior vencimento básico
da administração pública federal: (Incluído
pela Lei nº 11.314 de 2006)
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por
cento), em se tratando de atividades previs-
tas nos incisos I e II do caput deste artigo;
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cen-
to), em se tratando de atividade prevista
nos incisos III e IV do caput deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso
ou Concurso somente será paga se as ati-
vidades referidas nos incisos do caput des-
te artigo forem exercidas sem prejuízo das
atribuições do cargo de que o servidor for
titular, devendo ser objeto de compensação
de carga horária quando desempenhadas
durante a jornada de trabalho, na forma do
§ 4º do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei
nº 11.314 de 2006)

658 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Direitos e Vantagens: Gratificações / Adicionais – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Gratificações

ØRetribuição pelo exercício de função de direção, chefia e


assessoramento;
ØGratificação natalina;
ØGratificação por encargo de curso ou concurso.

Ø Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento.


• Vantagem conferida ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de
direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de
Natureza Especial. (retribuição de CC ou FC não incorpora à remuneração)

ØGratificação natalina.
• Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no
mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Será paga até o dia 20 de
dezembro de cada ano. (Na prática, é o 13º salário).

www.acasadoconcurseiro.com.br 659
Ø Gratificação por encargo de curso ou concurso

• Devida ao servidor que, em caráter eventual:


I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de
treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de
provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;
III - participar da logística de preparação e de realização de concurso público
envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e
avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
atribuições permanentes;
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de
concurso público ou supervisionar essas atividades.
• Essas atividades devem ser desenvolvidas em horário diverso do de trabalho, ou
compensadas.

Adicionais

ØAdicional de insalubridade, periculosidade ou penosidade;


ØAdicional de serviços extraordinários (hora-extra);
ØAdicional noturno;
ØAdicional de férias.

• Obs.: não há mais o adicional por tempo de serviço (quinquênio).

660 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Direitos e Vantagens: Gratificações / Adicionais – Profª Tatiana Marcello

Ø Adicional de insalubridade, periculosidade ou penosidade

• Devido ao servidor que trabalhe com habitualidade em locais insalubres ou em


contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida.

• Insalubre é o serviço prejudicial à saúde do servidor (ex.: operador de RX);


• Perigoso é o que cria risco a sua vida (ex.: trabalha consertando redes elétricas);
• Penoso é o trabalho em área de fronteira.

• O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá


optar por um deles.

• O direito de receber o adicional cessa com a eliminação das condições que lhe
deram causa.

Ø Adicional de serviços extraordinários (hora-extra)


• Será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho,
sendo permitido apenas para atender a situações excepcionais e temporárias,
respeitado o limite máximo de 2 horas por jornada.

Ø Adicional noturno
• Prestado em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia
seguinte. Será remunerado com acréscimo de 25% em relação à hora normal de
trabalho. É possível acumular adicional noturno + adicional de serviço
extraordinário.

Ø Adicional de férias
• Por ocasião das férias, será pago ao servidor um adicional correspondente a 1/3 da
remuneração do período das férias.

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores § 3º As férias poderão ser parceladas em
públicos civis da União, das autarquias e das até três etapas, desde que assim requeridas
fundações públicas federais. pelo servidor, e no interesse da administra-
ção pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que 10.12.97)
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: Art. 78. O pagamento da remuneração das fé-
rias será efetuado até 2 (dois) dias antes do iní-
cio do respectivo período, observando-se o dis-
TÍTULO I posto no § 1o deste artigo. (Vide Lei nº 9.525,
de 1997)
CAPÍTULO ÚNICO § 3º O servidor exonerado do cargo efetivo,
(...) ou em comissão, perceberá indenização re-
lativa ao período das férias a que tiver di-
reito e ao incompleto, na proporção de um
doze avos por mês de efetivo exercício, ou
TÍTULO III fração superior a quatorze dias. (Incluído
pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)
Dos Direitos e Vantagens
§ 4º A indenização será calculada com base
na remuneração do mês em que for publi-
cado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO III nº 8.216, de 13.8.91)
DAS FÉRIAS § 5º Em caso de parcelamento, o servidor
receberá o valor adicional previsto no inci-
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias,
so XVII do art. 7o da Constituição Federal
que podem ser acumuladas, até o máximo de
quando da utilização do primeiro período.
dois períodos, no caso de necessidade do servi-
(Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)
ço, ressalvadas as hipóteses em que haja legisla-
ção específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, Art. 79. O servidor que opera direta e perma-
de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997) nentemente com Raios X ou substâncias radio-
ativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de
férias, por semestre de atividade profissional,
férias serão exigidos 12 (doze) meses de
proibida em qualquer hipótese a acumulação.
exercício.
Art. 80. As férias somente poderão ser inter-
§ 2º É vedado levar à conta de férias qual-
rompidas por motivo de calamidade pública,
quer falta ao serviço.
comoção interna, convocação para júri, serviço
militar ou eleitoral, ou por necessidade do servi-

www.acasadoconcurseiro.com.br 663
ço declarada pela autoridade máxima do órgão
ou entidade.(Redação dada pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
Parágrafo único. O restante do período in-
terrompido será gozado de uma só vez, ob-
servado o disposto no art. 77. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
(...)

664 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Direitos e Vantagens: Férias – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Férias

• O servidor fará jus a 30 dias de férias por ano trabalhado, que podem ser
acumuladas, até o máximo de 2 períodos, no caso de necessidade do serviço,
ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.

• Regra – 30 dias por ano

• Operadores de Raio X – 20 dias por semestre (o servidor que opera direta e


permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 dias
consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em
qualquer hipótese a acumulação).

• Para o primeiro período aquisitivo de férias são exigidos 12 meses de exercício, mas
para os demais, não será necessário completar os 12 meses (depois, basta virar o
ano).

• As férias podem ser parceladas em 3 etapas, desde que requeridas pelo servidor e
que seja interesse da Administração Pública (nesse caso, o adicional de férias será
recebido no 1º período).

• O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá indenização


proporcional.

• Obs.:
Ø Não pode conversão em pecúnia, ou seja, servidor não pode “vender férias”!
Ø Não podem ser descontados das férias as faltas do servidor!

www.acasadoconcurseiro.com.br 665
• As férias somente poderão ser interrompidas por:

a) motivo de calamidade pública;


b) comoção interna;
c) convocação para júri;
d) serviço militar ou eleitoral, ou
e) por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou
entidade.

666 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores V – prêmio por assiduidade;


públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais. V – para capacitação; (Redação dada pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a VI – para tratar de interesses particulares;
seguinte Lei: VII – para desempenho de mandato classis-
ta.

TÍTULO I § 1º A licença prevista no inciso I do caput


deste artigo bem como cada uma de suas
CAPÍTULO ÚNICO prorrogações serão precedidas de exame
por perícia médica oficial, observado o dis-
(...) posto no art. 204 desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 3º É vedado o exercício de atividade re-
TÍTULO III munerada durante o período da licença pre-
vista no inciso I deste artigo.
Dos Direitos e Vantagens
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (ses-
senta) dias do término de outra da mesma es-
pécie será considerada como prorrogação.
CAPÍTULO IV
Seção II
DAS LICENÇAS
DA LICENÇA POR MOTIVO DE
Seção I DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servi-
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: dor por motivo de doença do cônjuge ou com-
panheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou
I – por motivo de doença em pessoa da fa- madrasta e enteado, ou dependente que viva
mília; a suas expensas e conste do seu assentamen-
to funcional, mediante comprovação por pe-
II – por motivo de afastamento do cônjuge rícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº
ou companheiro; 11.907, de 2009)
III – para o serviço militar; § 1º A licença somente será deferida se a
IV – para atividade política; assistência direta do servidor for indispen-
sável e não puder ser prestada simultane-

www.acasadoconcurseiro.com.br 667
amente com o exercício do cargo ou me- deral e dos Municípios, poderá haver exer-
diante compensação de horário, na forma cício provisório em órgão ou entidade da
do disposto no inciso II do art. 44. (Redação Administração Federal direta, autárquica ou
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) fundacional, desde que para o exercício de
atividade compatível com o seu cargo. (Re-
§ 2º A licença de que trata o caput, incluí- dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
das as prorrogações, poderá ser concedida
a cada período de doze meses nas seguin- Seção IV
tes condições: (Redação dada pela Lei nº DA LICENÇA PARA
12.269, de 2010)
O SERVIÇO MILITAR
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos
ou não, mantida a remuneração do servi- Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço
dor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) militar será concedida licença, na forma e condi-
ções previstas na legislação específica.
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos
ou não, sem remuneração. (Incluído pela Parágrafo único. Concluído o serviço mili-
Lei nº 12.269, de 2010) tar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem
remuneração para reassumir o exercício do
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) me- cargo.
ses será contado a partir da data do defe-
rimento da primeira licença concedida. (In- Seção V
cluído pela Lei nº 12.269, de 2010) DA LICENÇA PARA
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das ATIVIDADE POLÍTICA
licenças não remuneradas, incluídas as res-
pectivas prorrogações, concedidas em um Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem
mesmo período de 12 (doze) meses, obser- remuneração, durante o período que mediar
vado o disposto no § 3o, não poderá ultra- entre a sua escolha em convenção partidária,
passar os limites estabelecidos nos incisos I como candidato a cargo eletivo, e a véspera do
e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de registro de sua candidatura perante a Justiça
2010) Eleitoral.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na
Seção III localidade onde desempenha suas funções
DA LICENÇA POR MOTIVO DE e que exerça cargo de direção, chefia, as-
AFASTAMENTO DO CÔNJUGE sessoramento, arrecadação ou fiscalização,
dele será afastado, a partir do dia imediato
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servi- ao do registro de sua candidatura perante
dor para acompanhar cônjuge ou companheiro a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguin-
que foi deslocado para outro ponto do território te ao do pleito. (Redação dada pela Lei nº
nacional, para o exterior ou para o exercício de 9.527, de 10.12.97)
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legis-
lativo. § 2º A partir do registro da candidatura e
até o décimo dia seguinte ao da eleição, o
§ 1º A licença será por prazo indeterminado servidor fará jus à licença, assegurados os
e sem remuneração. vencimentos do cargo efetivo, somente
§ 2º No deslocamento de servidor cujo côn- pelo período de três meses. (Redação dada
juge ou companheiro também seja servidor pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
público, civil ou militar, de qualquer dos Po-
deres da União, dos Estados, do Distrito Fe-

668 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licenças – Profª Tatiana Marcello

Seção VI dora da profissão ou, ainda, para participar de


DA LICENÇA-PRÊMIO POR gerência ou administração em sociedade coope-
rativa constituída por servidores públicos para
ASSIDUIDADE prestar serviços a seus membros, observado o
disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102
DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO desta Lei, conforme disposto em regulamento e
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) observados os seguintes limites: (Redação dada
pela Lei nº 11.094, de 2005)
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exer-
cício, o servidor poderá, no interesse da Admi- I – para entidades com até 5.000 (cinco mil)
nistração, afastar-se do exercício do cargo efeti- associados, 2 (dois) servidores; (Redação
vo, com a respectiva remuneração, por até três dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
meses, para participar de curso de capacitação II – para entidades com 5.001 (cinco mil e
profissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (qua-
de 10.12.97) tro) servidores; (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Os períodos de licença de 12.998, de 2014)
que trata o caput não são acumuláveis.(Re- III – para entidades com mais de 30.000
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores.
Art. 90. (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
§ 1º Somente poderão ser licenciados os
Seção VII servidores eleitos para cargos de direção ou
DA LICENÇA PARA TRATAR DE de representação nas referidas entidades,
INTERESSES PARTICULARES desde que cadastradas no órgão compe-
tente. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de
Art. 91. A critério da Administração, poderão 2014)
ser concedidas ao servidor ocupante de cargo
efetivo, desde que não esteja em estágio proba- § 2º A licença terá duração igual à do man-
tório, licenças para o trato de assuntos particu- dato, podendo ser renovada, no caso de re-
lares pelo prazo de até três anos consecutivos, eleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998,
sem remuneração. (Redação dada pela Medida de 2014)
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Parágrafo único. A licença poderá ser inter-
rompida, a qualquer tempo, a pedido do
servidor ou no interesse do serviço. (Reda-
ção dada pela Medida Provisória nº 2.225-
45, de 4.9.2001)

Seção VIII
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO
DE MANDATO CLASSISTA
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à li-
cença sem remuneração para o desempenho de
mandato em confederação, federação, associa-
ção de classe de âmbito nacional, sindicato re-
presentativo da categoria ou entidade fiscaliza-

www.acasadoconcurseiro.com.br 669
SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Licenças
• O art. 81 do Estatuto elenca 7 licenças a serem concedidas ao servidor:

I - por motivo de doença em pessoa da família;*


II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;*
III - para o serviço militar;*
IV - para atividade política;*
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista.

• Obs.: não existem mais a licença-prêmio.

* Licenças que podem ser gozadas durante estágio probatório.

• Porém, no art. 185, que trata da Seguridade Social do Servidor, assunto menos
recorrente em provas, há mais 3 licenças elencadas:
• a) Licença para tratamento de saúde (do servidor) - Será concedida ao servidor
licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia
médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
• b) Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade – Gestante terá 120 dias
consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Pelo nascimento ou adoção de filhos,
o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 dias consecutivos. À servidora
que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 ano de idade, serão
concedidos 90 dias de licença remunerada; se a criança tiver mais de 1 ano, o
prazo será de 30 dias.
• c) Licença por acidente em serviço - Será licenciado, com remuneração integral, o
servidor acidentado em serviço.

670 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licenças – Profª Tatiana Marcello

Licenças que integram a seguridade üLicença para tratamento de saúde (do servidor);
social üLicença à gestante, à adotante e licença-
paternidade ;
üLicença por acidente em serviço.
Licenças que não podem ser tiradas ücapacitação;
no estágio probatório ütratar de interesses particulares;
üdesempenho de mandato classista.
Licenças que podem ser tiradas no üpor motivo de doença em pessoa da família;
estágio probatório, mas o suspendem. üpor motivo de afastamento do cônjuge ou
companheiro;
üpara serviço militar;
üpara atividade política.

• Licença por motivo de doença em pessoa da família

• Considera-se pessoa da família o cônjuge ou companheiro, os pais, os filhos, o


padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva assuas expensas do
servidor e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por
perícia médica oficial.

• A licença, bem como cada uma de suas prorrogações, serão precedidas de exame
por perícia médica oficial.

• A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável


e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário.

• A licença, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de 12


meses nas seguintes condições:
I - por até 60 dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e
II - por até 90 dias, consecutivos ou não, sem remuneração.

www.acasadoconcurseiro.com.br 671
• Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro

• Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou


companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o
exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e
Legislativo.

• A licença será por prazo indeterminado.


• Sem remuneração.
• Pode no estágio probatório, mas suspende.

• Licença para prestar serviço militar

• Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e


condições previstas na legislação específica.

• Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias sem remuneração para
reassumir o exercício do cargo.

672 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licenças – Profª Tatiana Marcello

• Licença para exercício de atividade política (antes da eleição)

• O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar
entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a
véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

• A partir do registro da candidatura e até o 10º dia seguinte ao da eleição, o


servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente
pelo período de 3 meses.
10ª dia seguinte
escolha registro à eleição

/_________________/_______$$$$$$_______/----------------

• Licença para capacitação

• Após cada qüinqüênio (5 anos) de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse


da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração, por até 3 meses, para participar de curso de capacitação
profissional.
• Os períodos não podem ser acumulados (ex.: o servidor tem 10 anos de efetivo
exercício e nunca gozou dessa licença, ao gozar terá direito somente aos 3 meses e
não a 6 meses).
• Obs.: antes era chamada de licença-prêmio por assiduidade (que não existe mais).
• Com remuneração $$$$
• Não pode no estágio probatório.

www.acasadoconcurseiro.com.br 673
• Licença para tratar de interesses particulares

• A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo


efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
assuntos particulares pelo prazo de até 3 anos consecutivos, sem remuneração.

• A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no


interesse do serviço.

• Sem remuneração.
• Não pode no estágio probatório.

• Licença para desempenho de mandato classista

• É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o


desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de
âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora
da profissão (cargos de direção ou de representação nas referidas entidades) ou,
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa
constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros.
• A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de
reeleição.

• Sem remuneração.
• Não pode no estágio probatório.

674 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que II – em casos previstos em leis específi-


o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a cas.(Redação dada pela Lei nº 8.270, de
seguinte Lei: 17.12.91)
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão
para órgãos ou entidades dos Estados, do
TÍTULO I Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus
da remuneração será do órgão ou entidade
CAPÍTULO ÚNICO cessionária, mantido o ônus para o cedente
(...) nos demais casos. (Redação dada pela Lei
nº 8.270, de 17.12.91)
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a em-
TÍTULO III presa pública ou sociedade de economia
mista, nos termos das respectivas normas,
Dos Direitos e Vantagens optar pela remuneração do cargo efetivo ou
pela remuneração do cargo efetivo acresci-
da de percentual da retribuição do cargo em
comissão, a entidade cessionária efetuará o
CAPÍTULO V reembolso das despesas realizadas pelo ór-
DOS AFASTAMENTOS gão ou entidade de origem. (Redação dada
pela Lei nº 11.355, de 2006)
Seção I § 3º A cessão far-se-á mediante Portaria pu-
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A blicada no Diário Oficial da União. (Redação
OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter § 4º Mediante autorização expressa do Pre-
exercício em outro órgão ou entidade dos Pode- sidente da República, o servidor do Poder
res da União, dos Estados, ou do Distrito Fede- Executivo poderá ter exercício em outro
ral e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: órgão da Administração Federal direta que
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) não tenha quadro próprio de pessoal, para
(Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de fim determinado e a prazo certo. (Incluído
3.12.2002) (Regulamento) pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

I – para exercício de cargo em comissão ou § 5º Aplica-se à União, em se tratando de


função de confiança; (Redação dada pela empregado ou servidor por ela requisita-
Lei nº 8.270, de 17.12.91) do, as disposições dos §§ 1º e 2º deste ar-
tigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de
25.6.2002)

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§ 6º As cessões de empregados de empresa § 2º O servidor investido em mandato ele-
pública ou de sociedade de economia mista, tivo ou classista não poderá ser removido
que receba recursos de Tesouro Nacional para ou redistribuído de ofício para localidade di-
o custeio total ou parcial da sua folha de pa- versa daquela onde exerce o mandato.
gamento de pessoal, independem das disposi-
ções contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º des- Seção III
te artigo, ficando o exercício do empregado DO AFASTAMENTO PARA
cedido condicionado a autorização específica ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR
do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, exceto nos casos de ocupação de car- Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do
go em comissão ou função gratificada. (Incluí- País para estudo ou missão oficial, sem autoriza-
do pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) ção do Presidente da República, Presidente dos
Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Su-
§ 7º O Ministério do Planejamento, Orça-
premo Tribunal Federal.
mento e Gestão, com a finalidade de pro-
mover a composição da força de trabalho § 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos,
dos órgãos e entidades da Administração e finda a missão ou estudo, somente decorrido
Pública Federal, poderá determinar a lota- igual período, será permitida nova ausência.
ção ou o exercício de empregado ou servi-
dor, independentemente da observância do § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto
constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º des- neste artigo não será concedida exoneração
te artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de ou licença para tratar de interesse particular
25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005) antes de decorrido período igual ao do afasta-
mento, ressalvada a hipótese de ressarcimen-
Seção II to da despesa havida com seu afastamento.
DO AFASTAMENTO PARA § 3º O disposto neste artigo não se aplica
EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO aos servidores da carreira diplomática.

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eleti- § 4º As hipóteses, condições e formas para
vo aplicam-se as seguintes disposições: a autorização de que trata este artigo, inclu-
sive no que se refere à remuneração do ser-
I – tratando-se de mandato federal, estadu- vidor, serão disciplinadas em regulamento.
al ou distrital, ficará afastado do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II – investido no mandato de Prefeito, será Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
afastado do cargo, sendo-lhe facultado op- organismo internacional de que o Brasil participe
tar pela sua remuneração; ou com o qual coopere dar-se-á com perda total
III – investido no mandato de vereador: da remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de 2000)

a) havendo compatibilidade de horário, per- Seção IV


ceberá as vantagens de seu cargo, sem pre- DO AFASTAMENTO PARA
juízo da remuneração do cargo eletivo; PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA
b) não havendo compatibilidade de horário, DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO
será afastado do cargo, sendo-lhe facultado SENSU NO PAÍS
optar pela sua remuneração.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o
servidor contribuirá para a seguridade so- Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da
cial como se em exercício estivesse. Administração, e desde que a participação não

676 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Afastamentos – Profª Tatiana Marcello

possa ocorrer simultaneamente com o exercício período igual ao do afastamento concedido.


do cargo ou mediante compensação de horário, (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
respectiva remuneração, para participar em § 5º Caso o servidor venha a solicitar exone-
programa de pós-graduação stricto sensu em ração do cargo ou aposentadoria, antes de
instituição de ensino superior no País. (Incluído cumprido o período de permanência pre-
pela Lei nº 11.907, de 2009) visto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir
o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da
§ 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou Lei no8.112, de 11 de dezembro de 1990,
entidade definirá, em conformidade com a dos gastos com seu aperfeiçoamento. (In-
legislação vigente, os programas de capa- cluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
citação e os critérios para participação em
programas de pós-graduação no País, com § 6º Caso o servidor não obtenha o título ou
ou sem afastamento do servidor, que serão grau que justificou seu afastamento no pe-
avaliados por um comitê constituído para ríodo previsto, aplica-se o disposto no § 5º
este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de deste artigo, salvo na hipótese comprovada
2009) de força maior ou de caso fortuito, a critério
do dirigente máximo do órgão ou entidade.
§ 2º Os afastamentos para realização de (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
programas de mestrado e doutorado so-
mente serão concedidos aos servidores § 7º Aplica-se à participação em programa
titulares de cargos efetivos no respectivo de pós-graduação no Exterior, autorizado
órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto
anos para mestrado e 4 (quatro) anos para nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela
doutorado, incluído o período de estágio Lei nº 11.907, de 2009)
probatório, que não tenham se afastado por
licença para tratar de assuntos particulares
para gozo de licença capacitação ou com
fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos
anteriores à data da solicitação de afas-
tamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
2009)
§ 3º Os afastamentos para realização de
programas de pós-doutorado somente se-
rão concedidos aos servidores titulares de
cargos efetivo no respectivo órgão ou enti-
dade há pelo menos quatro anos, incluído
o período de estágio probatório, e que não
tenham se afastado por licença para tratar
de assuntos particulares ou com fundamen-
to neste artigo, nos quatro anos anteriores
à data da solicitação de afastamento. (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afas-
tamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste
artigo terão que permanecer no exercício
de suas funções após o seu retorno por um

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SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

Afastamentos
ØDo afastamento para servir a outro órgão ou entidade;

ØDo afastamento para exercício de mandato eletivo;*

ØDo afastamento para estudo ou missão no exterior;*

ØDo Afastamento para participação em Programa de Pós-Graduação Stricto


Sensu no País.*

* Afastamentos que podem ser concedidos durante estágio probatório.

• Do afastamento para servir a outro órgão ou entidade

• O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos
Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas
seguintes hipóteses:
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
II - em casos previstos em leis específicas.

678 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Afastamentos – Profª Tatiana Marcello

• Do afastamento para exercício de mandato eletivo


• Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
Ømandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.
distrital
Ømandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar
pela remuneração do cargo ou a do mandato;

Ømandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a


remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);
ünão havendo compatibilidade de horários, será
afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou
a do mandato (regra do Prefeito).
• Obs.: servidor aposentado pode acumular qualquer cargo eletivo (proventos +
subsídio).

• Do afastamento para estudo ou missão no exterior

• O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem
autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo
e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

• A ausência não excederá a 4 anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido


igual período, será permitida nova ausência.

• As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo,


inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em
regulamento.

• O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.

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• Do Afastamento para participação em Programa de Pós-Graduação Stricto
Sensu no País

• O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não


possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva
remuneração $$$$, para participar em programa de pós-graduação stricto
sensu em instituição de ensino superior no País.

680 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores a) casamento;


públicos civis da União, das autarquias e das
fundações públicas federais. b) falecimento do cônjuge, companheiro,
pais, madrasta ou padrasto, filhos, entea-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que dos, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: Art. 98. Será concedido horário especial ao ser-
vidor estudante, quando comprovada a incom-
patibilidade entre o horário escolar e o da re-
partição, sem prejuízo do exercício do cargo.
TÍTULO I
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo,
CAPÍTULO ÚNICO será exigida a compensação de horário no
órgão ou entidade que tiver exercício, res-
(...) peitada a duração semanal do trabalho. (Pa-
rágrafo renumerado e alterado pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
TÍTULO III
§ 2º Também será concedido horário es-
Dos Direitos e Vantagens pecial ao servidor portador de deficiência,
quando comprovada a necessidade por jun-
ta médica oficial, independentemente de
compensação de horário. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO VI nº 9.527, de 10.12.97)
DAS CONCESSÕES § 3º As disposições do parágrafo anterior
são extensivas ao servidor que tenha cônju-
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servi- ge, filho ou dependente portador de defici-
dor ausentar-se do serviço: (Redação dada pela ência física, exigindo-se, porém, neste caso,
Medida provisória nº 632, de 2013) compensação de horário na forma do inciso
II do art. 44. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
10.12.97)
II – pelo período comprovadamente neces-
§ 4º Será igualmente concedido horário es-
sário para alistamento ou recadastramen-
pecial, vinculado à compensação de horário
to eleitoral, limitado, em qualquer caso,
a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano,
a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº
ao servidor que desempenhe atividade pre-
12.998, de 2014)
vista nos incisos I e II do caput do art. 76-A
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501,
de : de 2007)

www.acasadoconcurseiro.com.br 681
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de
sede no interesse da administração é assegura-
da, na localidade da nova residência ou na mais
próxima, matrícula em instituição de ensino
congênere, em qualquer época, independente-
mente de vaga.
Parágrafo único. O disposto neste artigo
estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos
filhos, ou enteados do servidor que vivam
na sua companhia, bem como aos menores
sob sua guarda, com autorização judicial.

682 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Concessões – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Concessões
• Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço para:

Ødoação de sangue ü1 dia


Øalistamento ou recadastramento eleitoral üo tempo comprovadamente
necessário, limitado a 2 dias.
Øcasamento ü8 dias consecutivos
Øfalecimento do cônjuge, companheiro, pais, ü8 dias consecutivos
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor
sob guarda ou tutela e irmãos

• Concessões de horários especiais para:


• Servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar
e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo, exigido-se a compensação de
horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do
trabalho.
• Servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta
médica oficial, independentemente de compensação de horário; essa concessão
estende-se ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de
deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário.
• Vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 ano, ao
servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A
desta Lei (I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de
treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; II -
participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de
provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos)

www.acasadoconcurseiro.com.br 683
Direito Administrativo

TEMPO DE SERVIÇO

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Art. 102. Além das ausências ao serviço previs-
públicos civis da União, das autarquias e das tas no art. 97, são considerados como de efetivo
fundações públicas federais. exercício os afastamentos em virtude de:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o I – férias;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei: II – exercício de cargo em comissão ou equi-
valente, em órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos Estados, Municípios e Distrito
Federal;
TÍTULO I
III – exercício de cargo ou função de gover-
no ou administração, em qualquer parte do
território nacional, por nomeação do Presi-
CAPÍTULO ÚNICO dente da República;
(...)
IV – participação em programa de treina-
mento regularmente instituído ou em pro-
TÍTULO III grama de pós-graduação stricto sensu no
País, conforme dispuser o regulamento;
Dos Direitos e Vantagens (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
V – desempenho de mandato eletivo fede-
ral, estadual, municipal ou do Distrito Fede-
CAPÍTULO VII ral, exceto para promoção por merecimen-
to;
Do Tempo de Serviço
VI – júri e outros serviços obrigatórios por
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tem- lei;
po de serviço público federal, inclusive o presta-
do às Forças Armadas. VII – missão ou estudo no exterior, quando
autorizado o afastamento, conforme dispu-
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será ser o regulamento; (Redação dada pela Lei
feita em dias, que serão convertidos em anos, nº 9.527, de 10.12.97)
considerado o ano como de trezentos e sessen-
ta e cinco dias. VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;

www.acasadoconcurseiro.com.br 685
b) para tratamento da própria saúde, até IV – o tempo correspondente ao desempe-
o limite de vinte e quatro meses, cumula- nho de mandato eletivo federal, estadual,
tivo ao longo do tempo de serviço público municipal ou distrital, anterior ao ingresso
prestado à União, em cargo de provimento no serviço público federal;
efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) V – o tempo de serviço em atividade priva-
da, vinculada à Previdência Social;
c) para o desempenho de mandato classista
ou participação de gerência ou administra- VI – o tempo de serviço relativo a tiro de
ção em sociedade cooperativa constituída guerra;
por servidores para prestar serviços a seus VII – o tempo de licença para tratamento da
membros, exceto para efeito de promoção própria saúde que exceder o prazo a que se
por merecimento; (Redação dada pela Lei refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102.
nº 11.094, de 2005) (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
d) por motivo de acidente em serviço ou § 1º O tempo em que o servidor esteve
doença profissional; aposentado será contado apenas para nova
e) para capacitação, conforme dispuser o aposentadoria.
regulamento; (Redação dada pela Lei nº § 2º Será contado em dobro o tempo de
9.527, de 10.12.97) serviço prestado às Forças Armadas em
f) por convocação para o serviço militar; operações de guerra.

IX – deslocamento para a nova sede de que § 3º É vedada a contagem cumulativa de


trata o art. 18; tempo de serviço prestado concomitante-
mente em mais de um cargo ou função de
X – participação em competição desportiva órgão ou entidades dos Poderes da União,
nacional ou convocação para integrar repre- Estado, Distrito Federal e Município, autar-
sentação desportiva nacional, no País ou no quia, fundação pública, sociedade de eco-
exterior, conforme disposto em lei específi- nomia mista e empresa pública.
ca;
XI – afastamento para servir em organismo
internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de apo-
sentadoria e disponibilidade:
I – o tempo de serviço público prestado aos
Estados, Municípios e Distrito Federal;
II – a licença para tratamento de saúde de
pessoal da família do servidor, com remu-
neração, que exceder a 30 (trinta) dias em
período de 12 (doze) meses. (Redação dada
pela Lei nº 12.269, de 2010)
III – a licença para atividade política, no caso
do art. 86, § 2o;

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Direito Administrativo – Tempo de Serviço – Profª Tatiana Marcello

SLIDES - TEMPO DE SERVIÇO

TEMPO DE SERVIÇO

• Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal,
inclusive o prestado às Forças Armadas.
• Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos
em anos, considerado o ano como de 365 dias.
• Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como
de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I - férias;
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do
território nacional, por nomeação do Presidente da República;

IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em


programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito
Federal, exceto para promoção por merecimento;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme
dispuser o regulamento;
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; (de 10 a 30 dias)
X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
específica;
XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere.

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VIII - licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses,
cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de
provimento efetivo;
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou
administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar
serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
f) por convocação para o serviço militar;

• Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:


I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com
remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que
se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102.

688 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Tempo de Serviço – Profª Tatiana Marcello

• § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria.

• § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em


operações de guerra.

• § 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado


concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos
Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública,
sociedade de economia mista e empresa pública.

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Direito Administrativo

DIREITO DE PETIÇÃO

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Parágrafo único. O requerimento e o pedido
públicos civis da União, das autarquias e das de reconsideração de que tratam os artigos
fundações públicas federais. anteriores deverão ser despachados no
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que de 30 (trinta) dias.
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de
2010)
I – do indeferimento do pedido de
TÍTULO I reconsideração;
II – das decisões sobre os recursos
sucessivamente interpostos.
CAPÍTULO ÚNICO
(...) § 1º O recurso será dirigido à autoridade
imediatamente superior à que tiver
expedido o ato ou proferido a decisão, e,
sucessivamente, em escala ascendente, às
CAPÍTULO VIII demais autoridades.
DO DIREITO DE PETIÇÃO § 2º O recurso será encaminhado por
intermédio da autoridade a que estiver
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de imediatamente subordinado o requerente.
requerer aos Poderes Públicos, em defesa de
direito ou interesse legítimo. Art. 108. O prazo para interposição de pedido
de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta)
Art. 105. O requerimento será dirigido à dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo
autoridade competente para decidi-lo e interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº
encaminhado por intermédio daquela a 12.300, de 2010)
que estiver imediatamente subordinado o
requerente. Art. 109. O recurso poderá ser recebido
com efeito suspensivo, a juízo da autoridade
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à competente.
autoridade que houver expedido o ato ou
proferido a primeira decisão, não podendo ser Parágrafo único. Em caso de provimento do
renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010) pedido de reconsideração ou do recurso, os

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efeitos da decisão retroagirão à data do ato
impugnado.
Art. 110. O direito de requerer prescreve:
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de
demissão e de cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, ou que afetem interesse
patrimonial e créditos resultantes das
relações de trabalho;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais
casos, salvo quando outro prazo for fixado
em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição
será contado da data da publicação do
ato impugnado ou da data da ciência
pelo interessado, quando o ato não for
publicado.
Art. 111. O pedido de reconsideração e o
recurso, quando cabíveis, interrompem a
prescrição.
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não
podendo ser relevada pela administração.
Art. 113. Para o exercício do direito de petição,
é assegurada vista do processo ou documento,
na repartição, ao servidor ou a procurador por
ele constituído.
Art. 114. A administração deverá rever seus
atos, a qualquer tempo, quando eivados de
ilegalidade.
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos
estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de
força maior.

692 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Direito de Petição – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – DIREITO DE PETIÇÃO

DIREITO DE PETIÇÃO

• Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em


defesa de direito ou interesse legítimo.

• Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e


encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
requerente.

• à autoridade competente para decidi-lo


Dirigido
• pela autoridade a que estiver imediatamente
Encaminhado subordinado o requerente

• Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato
ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.

• O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores


deverão ser despachados no prazo de 5 dias e decididos dentro de 30 dias.

Despachados 5 dias
- Requerimento
- Pedido de
Reconsideração
Decididos 30 dias

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• Art. 107. Caberá recurso:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

• § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver


expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às
demais autoridades.

• § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver


imediatamente subordinado o requerente.

• à autoridade imediatamente superior à que


Dirigido tiver expedido o ato

• pela autoridade a que estiver imediatamente


Encaminhado subordinado o requerente

• Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de


30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

• Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da
autoridade competente.
• Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da
decisão retroagirão à data do ato impugnado.

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Direito Administrativo – Direito de Petição – Profª Tatiana Marcello

• Art. 110. O direito de requerer prescreve:


I - em 5 anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
relações de trabalho;
II - em 120 dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
• O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da
data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

• Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a


prescrição.

• Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela
administração.

• Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou


documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

• Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando
eivados de ilegalidade.

• Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo
motivo de força maior.

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A autoridade
Da decisão, que julgou
Requerimento
cabe pedido de tem 5 dias p/
administrativo despachar e
Reconsideração
(prazo: 30 dias) 30 dias p/
decidir

Da decisão
do recurso,
Autoridade cabe novo
Direcionado à Da decisão,
tem 5 dias p/ recurso,
autoridade cabe recurso
despachar e conforme a
competente; (prazo: 30
30 dias p/ estrutura do
encaminhado dias)
julgar órgão ou
pelo superior
entidade

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores § 3º Considera-se acumulação proibida a


públicos civis da União, das autarquias e das percepção de vencimento de cargo ou em-
fundações públicas federais. prego público efetivo com proventos da
inatividade, salvo quando os cargos de que
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que decorram essas remunerações forem acu-
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a muláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº
seguinte Lei: 9.527, de 10.12.97)
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de
TÍTULO I um cargo em comissão, exceto no caso previsto
no parágrafo único do art. 9o, nem ser remune-
CAPÍTULO ÚNICO rado pela participação em órgão de deliberação
coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
(...) 10.12.97)
Parágrafo único. O disposto neste artigo
não se aplica à remuneração devida pela
TÍTULO IV participação em conselhos de administra-
ção e fiscal das empresas públicas e socie-
Do Regime Disciplinar dades de economia mista, suas subsidiárias
e controladas, bem como quaisquer em-
presas ou entidades em que a União, direta
ou indiretamente, detenha participação no
CAPÍTULO III capital social, observado o que, a respeito,
DA ACUMULAÇÃO dispuser legislação específica. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na de 4.9.2001)
Constituição, é vedada a acumulação remunera-
da de cargos públicos. Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta
Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti-
§ 1º A proibição de acumular estende-se a vos, quando investido em cargo de provimento
cargos, empregos e funções em autarquias, em comissão, ficará afastado de ambos os car-
fundações públicas, empresas públicas, so- gos efetivos, salvo na hipótese em que houver
ciedades de economia mista da União, do compatibilidade de horário e local com o exer-
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios cício de um deles, declarada pelas autoridades
e dos Municípios. máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lí- (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cita, fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários.

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SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Acumulação
• Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada
de cargos públicos.
• CF, art. 37, XVI e XVII: É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem
como de empregos e funções, abrangendo autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém é permitida a
acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso “teto”:
a) a de 2 cargos de professor;
b) a de 1 cargo de professor + 1 técnico ou científico (cargo que exige nível superior
ou formação técnica);
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas (médicos, dentistas, psicólogos...).

• A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias,


fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

• A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da


compatibilidade de horários.

• Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou


emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de
que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Acumulação – Profª Tatiana Marcello

• O servidor não poderá exercer mais de um CC, exceto no caso previsto no parágrafo
único do art. 9º, (como interino, devendo optar pela remuneração de 1 deles) nem
ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

• O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente 2 cargos


efetivos, quando investido em CC, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo
na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de
um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional


ou sindical, ou a partido político;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o 2º grau civil;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública; (carteirada)
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou
não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão
de suas atribuições;

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XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas (agiotagem);
XV - proceder de forma desidiosa (preguiçosa, sem vontade, negligente);
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo
ou função e com o horário de trabalho;
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

• A vedação quanto a “X - participar de gerência ou administração de sociedade


privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário” não se aplica nos seguintes casos:

I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades


em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou
em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta
Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.

700 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Acumulação – Profª Tatiana Marcello

REGIME DISCIPLINAR

• Dos Deveres
• Das Proibições
• Da Acumulação
• Das Responsabilidades
• Das Penalidades

Dos deveres
• Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais (dever de
obediência, fundamento na hierarquia);
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

www.acasadoconcurseiro.com.br 701
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade (respeito, cortesia, educação...) as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

• A inobservância desses deveres funcionais do servidor está sujeita à pena de


advertência, sendo que a reincidência pode ensejar a suspensão.

702 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores § 2º Tratando-se de dano causado a tercei-
públicos civis da União, das autarquias e das ros, responderá o servidor perante a Fazen-
fundações públicas federais. da Pública, em ação regressiva.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o § 3º A obrigação de reparar o dano estende-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- -se aos sucessores e contra eles será execu-
guinte Lei: tada, até o limite do valor da herança rece-
bida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os
TÍTULO I crimes e contravenções imputadas ao servidor,
nessa qualidade.
CAPÍTULO ÚNICO
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
(...) resulta de ato omissivo ou comissivo praticado
no desempenho do cargo ou função.

TÍTULO IV Art. 125. As sanções civis, penais e administrati-


vas poderão cumular-se, sendo independentes
Do Regime Disciplinar entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do
servidor será afastada no caso de absolvição
criminal que negue a existência do fato ou sua
CAPÍTULO IV autoria.
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser res-
Art. 121. O servidor responde civil, penal e ad- ponsabilizado civil, penal ou administrativa-
ministrativamente pelo exercício irregular de mente por dar ciência à autoridade superior ou,
suas atribuições. quando houver suspeita de envolvimento desta,
a outra autoridade competente para apuração
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato de informação concernente à prática de crimes
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que ou improbidade de que tenha conhecimento,
resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. ainda que em decorrência do exercício de cargo,
emprego ou função pública. (Incluído pela Lei nº
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamen-
12.527, de 2011)
te causado ao erário somente será liquida-
da na forma prevista no art. 46, na falta de
outros bens que assegurem a execução do
débito pela via judicial.

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SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Responsabilidades
• O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de
suas atribuições.

Responsabilidade Civil Prejuízo (por culpa ou dolo)


Responsabilidade Penal Crime ou Contravenção
Responsabilidade Administrativa Deveres e Proibições

• As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo


independentes entre si.
Ø Cumulação – poderá ser condenado em todas as esferas
Ex.: servidor que frauda licitação, gerando dano ao erário:
üresponderá civilmente tendo que ressarcir $ o erário;
üresponderá administrativamente com a pena de demissão;
üresponderá penalmente pelo crime.

• Independência das esferas (relativa) – há casos em que a decisão na esfera penal


pode interferir nas demais: “A responsabilidade administrativa do servidor será
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua
autoria”.

• Se absolvido na ação penal:

a) por negativa de autoria ou inexistência de fato = absolve-se nas demais esferas;


b) por outro motivo = pode ser condenado nas outras esferas (ex.: absolvido na
esfera penal por falta de provas do crime, mas pode haver provas de que houve
alguma infração administrativa e o servidor ser condenado administrativamente).

Obs.: se a absolvição penal ocorrer após a demissão, mesmo assim refletirá na esfera
administrativa, tendo o servidor o direito de retornar ao cargo (Reintegração).

704 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Responsabilidades – Profª Tatiana Marcello

• Responsabilidade civil - decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo,


que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

• A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na


forma prevista no art. 46 (pagamento em 30 dias ou parcelamento), na falta de
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

• Tratando-se de dano causado a terceiros (com dolo ou culpa), responderá o servidor


perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

• A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será


executada, até o limite do valor da herança recebida.

• Responsabilidade penal - abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor,


nessa qualidade. (CP, Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.)

• Responsabilidade civil-administrativa - resulta de ato omissivo ou comissivo


praticado no desempenho do cargo ou função (desrespeita deveres e proibições).

• Art. 126.A - Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou


administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de
informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função
pública (intuito de incentivar a denúncia de irregularidades).

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Art. 128. Na aplicação das penalidades serão
públicos civis da União, das autarquias e das consideradas a natureza e a gravidade da in-
fundações públicas federais. fração cometida, os danos que dela provierem
para o serviço público, as circunstâncias agra-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o vantes ou atenuantes e os antecedentes funcio-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- nais.
guinte Lei:
Parágrafo único. O ato de imposição da pe-
nalidade mencionará sempre o fundamento
TÍTULO I legal e a causa da sanção disciplinar. (Incluí-
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
CAPÍTULO ÚNICO Art. 129. A advertência será aplicada por escri-
(...) to, nos casos de violação de proibição constante
do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservân-
cia de dever funcional previsto em lei, regula-
mentação ou norma interna, que não justifique
TÍTULO IV imposição de penalidade mais grave. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
DO REGIME DISCIPLINAR
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
reincidência das faltas punidas com advertên-
cia e de violação das demais proibições que não
CAPÍTULO V tipifiquem infração sujeita a penalidade de de-
DAS PENALIDADES missão, não podendo exceder de 90 (noventa)
dias.
Art. 127. São penalidades disciplinares:
§ 1º Será punido com suspensão de até 15
I – advertência; (quinze) dias o servidor que, injustificada-
mente, recusar-se a ser submetido a inspe-
II – suspensão; ção médica determinada pela autoridade
III – demissão; competente, cessando os efeitos da penali-
dade uma vez cumprida a determinação.
IV – cassação de aposentadoria ou disponi-
bilidade; § 2º Quando houver conveniência para o
serviço, a penalidade de suspensão poderá
V – destituição de cargo em comissão; ser convertida em multa, na base de 50%
(cinqüenta por cento) por dia de vencimen-
VI – destituição de função comissionada.
to ou remuneração, ficando o servidor obri-
gado a permanecer em serviço.

www.acasadoconcurseiro.com.br 707
Art. 131. As penalidades de advertência e de larização imediata, cujo processo administrativo
suspensão terão seus registros cancelados, após disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efeti- (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
vo exercício, respectivamente, se o servidor não
houver, nesse período, praticado nova infração I – instauração, com a publicação do ato que
disciplinar. constituir a comissão, a ser composta por
dois servidores estáveis, e simultaneamen-
Parágrafo único. O cancelamento da penali- te indicar a autoria e a materialidade da
dade não surtirá efeitos retroativos. transgressão objeto da apuração; (Incluído
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguin-
tes casos: II – instrução sumária, que compreende in-
diciação, defesa e relatório; (Incluído pela
I – crime contra a administração pública; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II – abandono de cargo; III – julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527,
III – inassiduidade habitual; de 10.12.97)

IV – improbidade administrativa; § 1º A indicação da autoria de que trata o


inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do
V – incontinência pública e conduta escan- servidor, e a materialidade pela descrição
dalosa, na repartição; dos cargos, empregos ou funções públicas
VI – insubordinação grave em serviço; em situação de acumulação ilegal, dos ór-
gãos ou entidades de vinculação, das datas
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou de ingresso, do horário de trabalho e do
a particular, salvo em legítima defesa pró- correspondente regime jurídico. (Redação
pria ou de outrem; dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VIII – aplicação irregular de dinheiros públi- § 2º A comissão lavrará, até três dias após
cos; a publicação do ato que a constituiu, termo
de indiciação em que serão transcritas as
IX – revelação de segredo do qual se apro- informações de que trata o parágrafo ante-
priou em razão do cargo; rior, bem como promoverá a citação pesso-
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação al do servidor indiciado, ou por intermédio
do patrimônio nacional; de sua chefia imediata, para, no prazo de
cinco dias, apresentar defesa escrita, asse-
XI – corrupção; gurando-se-lhe vista do processo na repar-
tição, observado o disposto nos arts. 163 e
XII – acumulação ilegal de cargos, empregos
164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
ou funções públicas;
10.12.97)
XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão ela-
art. 117.
borará relatório conclusivo quanto à ino-
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acu- cência ou à responsabilidade do servidor,
mulação ilegal de cargos, empregos ou funções em que resumirá as peças principais dos au-
públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 tos, opinará sobre a licitude da acumulação
notificará o servidor, por intermédio de sua che- em exame, indicará o respectivo dispositivo
fia imediata, para apresentar opção no prazo legal e remeterá o processo à autoridade
improrrogável de dez dias, contados da data da instauradora, para julgamento. (Incluído
ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cedimento sumário para a sua apuração e regu-

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Penalidades – Profª Tatiana Marcello

§ 4º No prazo de cinco dias, contados do da nos termos do art. 35 será convertida em


recebimento do processo, a autoridade jul- destituição de cargo em comissão.
gadora proferirá a sua decisão, aplicando-
-se, quando for o caso, o disposto no § 3o Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo
do art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e
10.12.97) XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia da ação penal cabível.
de prazo para defesa configurará sua boa-
-fé, hipótese em que se converterá auto- Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo
maticamente em pedido de exoneração do em comissão, por infringência do art. 117, in-
outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de cisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para
10.12.97) nova investidura em cargo público federal, pelo
prazo de 5 (cinco) anos.
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e
provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de de- Parágrafo único. Não poderá retornar ao
missão, destituição ou cassação de aposen- serviço público federal o servidor que for
tadoria ou disponibilidade em relação aos demitido ou destituído do cargo em comis-
cargos, empregos ou funções públicas em são por infringência do art. 132, incisos I, IV,
regime de acumulação ilegal, hipótese em VIII, X e XI.
que os órgãos ou entidades de vinculação Art. 138. Configura abandono de cargo a ausên-
serão comunicados. (Incluído pela Lei nº cia intencional do servidor ao serviço por mais
9.527, de 10.12.97) de trinta dias consecutivos.
§ 7º O prazo para a conclusão do processo Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual
administrativo disciplinar submetido ao rito a falta ao serviço, sem causa justificada, por ses-
sumário não excederá trinta dias, contados senta dias, interpoladamente, durante o perío-
da data de publicação do ato que constituir do de doze meses.
a comissão, admitida a sua prorrogação por
até quinze dias, quando as circunstâncias Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou
o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de inassiduidade habitual, também será adotado
10.12.97) o procedimento sumário a que se refere o art.
133, observando-se especialmente que: (Reda-
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
disposições deste artigo, observando-se, no
que lhe for aplicável, subsidiariamente, as I – a indicação da materialidade dar-se-á:
disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (In- (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a) na hipótese de abandono de cargo, pela
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a dis- indicação precisa do período de ausência
ponibilidade do inativo que houver praticado, intencional do servidor ao serviço superior
na atividade, falta punível com a demissão. a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 135. A destituição de cargo em comissão
exercido por não ocupante de cargo efetivo será b) no caso de inassiduidade habitual, pela
aplicada nos casos de infração sujeita às penali- indicação dos dias de falta ao serviço sem
dades de suspensão e de demissão. causa justificada, por período igual ou su-
perior a sessenta dias interpoladamente,
Parágrafo único. Constatada a hipótese de durante o período de doze meses; (Incluído
que trata este artigo, a exoneração efetua- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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II – após a apresentação da defesa a comis- § 2º Os prazos de prescrição previstos na lei
são elaborará relatório conclusivo quanto penal aplicam-se às infrações disciplinares
à inocência ou à responsabilidade do ser- capituladas também como crime.
vidor, em que resumirá as peças principais
dos autos, indicará o respectivo dispositivo § 3º A abertura de sindicância ou a instau-
legal, opinará, na hipótese de abandono de ração de processo disciplinar interrompe a
cargo, sobre a intencionalidade da ausência prescrição, até a decisão final proferida por
ao serviço superior a trinta dias e remeterá autoridade competente.
o processo à autoridade instauradora para § 4º Interrompido o curso da prescrição, o
julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de prazo começará a correr a partir do dia em
10.12.97) que cessar a interrupção.
Art. 141. As penalidades disciplinares serão
aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Pre-
sidentes das Casas do Poder Legislativo e
dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
-Geral da República, quando se tratar de
demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade de servidor vinculado ao
respectivo Poder, órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de
hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas no inciso anterior quando se
tratar de suspensão superior a 30 (trinta)
dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autori-
dades na forma dos respectivos regimentos
ou regulamentos, nos casos de advertência
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a no-
meação, quando se tratar de destituição de
cargo em comissão.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações
puníveis com demissão, cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade e destituição
de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
advertência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr
da data em que o fato se tornou conhecido.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Penalidades – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Penalidades
• Art. 127. São penalidades disciplinares:
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão (exoneração não é penalidade);
VI - destituição de função comissionada.

Ø A aplicação de quaisquer das penalidades sempre requer prévio PAD ou


sindicância.

• Sobre as penalidades:

ØNo processo administrativo basileiro prevalece o princípio da atipicidade de ilícitos


e infrações (ou tipicidade aberta), ou seja, nem tudo está definido objetivamente -
aspectos subjetivos (ex.: conduta escandalosa na repartição).

ØNa aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da


infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

ØO ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a


causa da sanção disciplinar.

ØAplica-se o princípio da pluralidade de instâncias (possibilidade de recurso).

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Prazo de prescrição das penalidades
• Prazo que a Administração tem para aplicar a penalidade ao servidor.

• A ação disciplinar prescreverá:


I - em 5 anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II - em 2 anos, quanto à suspensão;
III - em 180 dias, quanto à advertência.

• O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.

• Abertura de PAD ou Sindicância interrompe a prescrição.

Prazo para cancelar o registro

• As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,


após o decurso de 3 e 5 anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor
não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Advertência 3 anos
Suspensão 5 anos

• Demais penas (demissão, cassação ou destituição), não há prazo para cancelamento


porque o servidor deixará de ter pasta funcional.

• O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Penalidades – Profª Tatiana Marcello

Quadro comparativo:

Penalidades Prescrição Cancelamento Registro

Advertência 180 dias 3 anos

Suspensão 2 anos 5 anos

Demissão, Cassação ou 5 anos -----------


Destituição

Advertência

• Aplicada sempre por escrito;


• Prazo prescricional 180 dias;
• Cancelamento em 3 anos;

• Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição
constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional
previsto em lei (dentre os quais, os deveres do art. 116), regulamentação ou norma
interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.

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• Hipóteses do art. 117. Ao servidor é proibido:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe


imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional
ou sindical, ou a partido político;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil (evitar o nepotismo);
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

Suspensão
• Prazo máximo de 90 dias de suspensão;
• Prazo prescricional 2 anos;
• Cancelamento em 5 anos;
• Sem remuneração.

• Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com
advertência e de violação das demais proibições do art. 117 que não tipifiquem
infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 dias.

• Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser


convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração,
ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 – Penalidades – Profª Tatiana Marcello

• Aplica-se a suspensão nas seguintes hipóteses:

ØReincidência de faltas punidas com advertência (Obs.: não precisa ser a mesma
falta – e se o registro já foi cancelado “3 anos”, não é reincidência e sim nova
advertência);

ØProibições do art. 117 não puníveis com demissão:


XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto
em situações de emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do
cargo ou função e com o horário de trabalho (ex.: é fiscal da Receita e faz consultoria
para uma empresa que fiscaliza);

ØSerá punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente,


recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade
competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

Demissão

• Há 3 categorias de demissão (aplicável também para destituição do cargo em


comissão):

Ø Impede nova investidura do servidor ao serviço público federal (desvio de $);

Ø Impede pelo prazo de 5 anos nova investidura ao serviço público federal;

Ø Não impede nova investidura do servidor ao serviço público federal.

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• Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I - crime contra a administração pública (peculato, prevaricação...);
II - abandono de cargo (falta injustificada por mais de 30 dias consecutivos);
III - inassiduidade habitual (falta injustificada por 60 dias interpoladamente em 12 meses);
IV - improbidade administrativa*;
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem;
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos*;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional*;
XI - corrupção*;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
(* implicam também em indisponibilidade de bens + ressarcimento do $)

(+ Incisos IX a XVI do art. 117):


IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública; (famosa carteirada) (*5 anos)
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada
ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário;
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; (Advocacia Administrativa) (*5
anos)
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em
razão de suas atribuições;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; (agiotagem)
XV - proceder de forma desidiosa;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou
atividades particulares;

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Cassação da Aposentadoria ou Disponibilidade

• Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver


praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

• É a “demissão” do inativo.

Destituição de Cargo em Comissão

• Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo
efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e
de demissão.

• Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração


efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em
comissão (ou seja, se já foi exonerado e é constatada a falta, será convertida em
destituição).

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (PARCIAL)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores Art. 144. As denúncias sobre irregularidades se-
públicos civis da União, das autarquias e das rão objeto de apuração, desde que contenham
fundações públicas federais. a identificação e o endereço do denunciante e
sejam formuladas por escrito, confirmada a au-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o tenticidade.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei: Parágrafo único. Quando o fato narrado
não configurar evidente infração disciplinar
ou ilícito penal, a denúncia será arquivada,
TÍTULO V por falta de objeto.
Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
Do Processo Administrativo
Disciplinar I – arquivamento do processo;
II – aplicação de penalidade de advertência
ou suspensão de até 30 (trinta) dias;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS III – instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irre- sindicância não excederá 30 (trinta) dias,
gularidade no serviço público é obrigada a pro- podendo ser prorrogado por igual período,
mover a sua apuração imediata, mediante sin- a critério da autoridade superior.
dicância ou processo administrativo disciplinar,
assegurada ao acusado ampla defesa. Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo
servidor ensejar a imposição de penalidade de
§ 3º A apuração de que trata o caput, por suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de de-
solicitação da autoridade a que se refere, missão, cassação de aposentadoria ou disponi-
poderá ser promovida por autoridade de bilidade, ou destituição de cargo em comissão,
órgão ou entidade diverso daquele em que será obrigatória a instauração de processo dis-
tenha ocorrido a irregularidade, mediante ciplinar.
competência específica para tal finalidade,
delegada em caráter permanente ou tem-
porário pelo Presidente da República, pelos
presidentes das Casas do Poder Legislativo CAPÍTULO II
e dos Tribunais Federais e pelo Procurador- Do Afastamento Preventivo
-Geral da República, no âmbito do respecti-
vo Poder, órgão ou entidade, preservadas as Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que
competências para o julgamento que se se- o servidor não venha a influir na apuração da
guir à apuração. (Incluído pela Lei nº 9.527, irregularidade, a autoridade instauradora do
de 10.12.97)

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processo disciplinar poderá determinar o seu Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo nas seguintes fases:
de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remu-
neração. I – instauração, com a publicação do ato que
constituir a comissão;
Parágrafo único. O afastamento poderá ser
prorrogado por igual prazo, findo o qual II – inquérito administrativo, que compre-
cessarão os seus efeitos, ainda que não con- ende instrução, defesa e relatório;
cluído o processo. III – julgamento.
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo
disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, con-
CAPÍTULO III tados da data de publicação do ato que consti-
DO PROCESSO DISCIPLINAR tuir a comissão, admitida a sua prorrogação por
igual prazo, quando as circunstâncias o exigi-
Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento rem.
destinado a apurar responsabilidade de servi-
§ 1º Sempre que necessário, a comissão de-
dor por infração praticada no exercício de suas
dicará tempo integral aos seus trabalhos,
atribuições, ou que tenha relação com as atri-
ficando seus membros dispensados do pon-
buições do cargo em que se encontre investido.
to, até a entrega do relatório final.
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido
§ 2º As reuniões da comissão serão registra-
por comissão composta de três servidores está-
das em atas que deverão detalhar as delibe-
veis designados pela autoridade competente,
rações adotadas.
observado o disposto no § 3º do art. 143, que
indicará, dentre eles, o seu presidente, que Seção I
deverá ser ocupante de cargo efetivo superior
ou de mesmo nível, ou ter nível de escolarida- DO INQUÉRITO
de igual ou superior ao do indiciado. (Redação Art. 153. O inquérito administrativo obedece-
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) rá ao princípio do contraditório, assegurada
§ 1º A Comissão terá como secretário servi- ao acusado ampla defesa, com a utilização dos
dor designado pelo seu presidente, poden- meios e recursos admitidos em direito.
do a indicação recair em um de seus mem- Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o
bros. processo disciplinar, como peça informativa da
§ 2º Não poderá participar de comissão de instrução.
sindicância ou de inquérito, cônjuge, com- Parágrafo único. Na hipótese de o relatório
panheiro ou parente do acusado, consan- da sindicância concluir que a infração está
güíneo ou afim, em linha reta ou colateral, capitulada como ilícito penal, a autoridade
até o terceiro grau. competente encaminhará cópia dos autos ao
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades Ministério Público, independentemente da
com independência e imparcialidade, assegu- imediata instauração do processo disciplinar.
rado o sigilo necessário à elucidação do fato ou Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão pro-
exigido pelo interesse da administração. moverá a tomada de depoimentos, acareações,
Parágrafo único. As reuniões e as audiên- investigações e diligências cabíveis, objetivando
cias das comissões terão caráter reservado. a coleta de prova, recorrendo, quando necessá-
rio, a técnicos e peritos, de modo a permitir a
completa elucidação dos fatos.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 - Processo Administrativo Disciplinar – Profª Tatiana Marcello

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de ferir nas perguntas e respostas, facultando-
acompanhar o processo pessoalmente ou por -se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio
intermédio de procurador, arrolar e reinquirir do presidente da comissão.
testemunhas, produzir provas e contraprovas
e formular quesitos, quando se tratar de prova Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sani-
pericial. dade mental do acusado, a comissão proporá à
autoridade competente que ele seja submetido
§ 1º O presidente da comissão poderá de- a exame por junta médica oficial, da qual parti-
negar pedidos considerados impertinentes, cipe pelo menos um médico psiquiatra.
meramente protelatórios, ou de nenhum
interesse para o esclarecimento dos fatos. Parágrafo único. O incidente de sanidade
mental será processado em auto apartado e
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pe- apenso ao processo principal, após a expe-
ricial, quando a comprovação do fato inde- dição do laudo pericial.
pender de conhecimento especial de perito.
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a de- formulada a indiciação do servidor, com a es-
por mediante mandado expedido pelo presi- pecificação dos fatos a ele imputados e das res-
dente da comissão, devendo a segunda via, com pectivas provas.
o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
§ 1º O indiciado será citado por mandado
Parágrafo único. Se a testemunha for servi- expedido pelo presidente da comissão para
dor público, a expedição do mandado será apresentar defesa escrita, no prazo de 10
imediatamente comunicada ao chefe da re- (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do pro-
partição onde serve, com a indicação do dia cesso na repartição.
e hora marcados para inquirição.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o pra-
Art. 158. O depoimento será prestado oralmen- zo será comum e de 20 (vinte) dias.
te e reduzido a termo, não sendo lícito à teste-
munha trazê-lo por escrito. § 3º O prazo de defesa poderá ser prorro-
gado pelo dobro, para diligências reputadas
§ 1º As testemunhas serão inquiridas sepa- indispensáveis.
radamente.
§ 4º No caso de recusa do indiciado em
§ 2º Na hipótese de depoimentos contradi- apor o ciente na cópia da citação, o prazo
tórios ou que se infirmem, proceder-se-á à para defesa contar-se-á da data declarada,
acareação entre os depoentes. em termo próprio, pelo membro da comis-
são que fez a citação, com a assinatura de
Art. 159. Concluída a inquirição das testemu- (2) duas testemunhas.
nhas, a comissão promoverá o interrogatório do
acusado, observados os procedimentos previs- Art. 162. O indiciado que mudar de residência
tos nos arts. 157 e 158. fica obrigado a comunicar à comissão o lugar
onde poderá ser encontrado.
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada
um deles será ouvido separadamente, e Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar in-
sempre que divergirem em suas declara- certo e não sabido, será citado por edital, publi-
ções sobre fatos ou circunstâncias, será pro- cado no Diário Oficial da União e em jornal de
movida a acareação entre eles. grande circulação na localidade do último domi-
cílio conhecido, para apresentar defesa.
§ 2º O procurador do acusado poderá assis-
tir ao interrogatório, bem como à inquirição
das testemunhas, sendo-lhe vedado inter-

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Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o autoridade competente para a imposição
prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a da pena mais grave.
partir da última publicação do edital.
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, ou cassação de aposentadoria ou disponibi-
regularmente citado, não apresentar defesa no lidade, o julgamento caberá às autoridades
prazo legal. de que trata o inciso I do art. 141.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, § 4º Reconhecida pela comissão a inocência
nos autos do processo e devolverá o prazo do servidor, a autoridade instauradora do
para a defesa. processo determinará o seu arquivamento,
salvo se flagrantemente contrária à prova
§ 2º Para defender o indiciado revel, a auto- dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
ridade instauradora do processo designará 10.12.97)
um servidor como defensor dativo, que de-
verá ser ocupante de cargo efetivo superior Art. 168. O julgamento acatará o relatório da
ou de mesmo nível, ou ter nível de escolari- comissão, salvo quando contrário às provas dos
dade igual ou superior ao do indiciado. (Re- autos.
dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Quando o relatório da co-
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elabo- missão contrariar as provas dos autos, a au-
rará relatório minucioso, onde resumirá as pe- toridade julgadora poderá, motivadamente,
ças principais dos autos e mencionará as provas agravar a penalidade proposta, abrandá-la
em que se baseou para formar a sua convicção. ou isentar o servidor de responsabilidade.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insa-
quanto à inocência ou à responsabilidade nável, a autoridade que determinou a instaura-
do servidor. ção do processo ou outra de hierarquia superior
declarará a sua nulidade, total ou parcial, e or-
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do ser- denará, no mesmo ato, a constituição de outra
vidor, a comissão indicará o dispositivo legal comissão para instauração de novo processo.
ou regulamentar transgredido, bem como (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório implica nulidade do processo.
da comissão, será remetido à autoridade que
determinou a sua instauração, para julgamento. § 2º A autoridade julgadora que der causa à
prescrição de que trata o art. 142, § 2º, será
Seção II responsabilizada na forma do Capítulo IV do
DO JULGAMENTO Título IV.

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição,
do recebimento do processo, a autoridade jul- a autoridade julgadora determinará o registro
gadora proferirá a sua decisão. do fato nos assentamentos individuais do servi-
dor.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder
a alçada da autoridade instauradora do pro- Art. 171. Quando a infração estiver capitulada
cesso, este será encaminhado à autoridade como crime, o processo disciplinar será reme-
competente, que decidirá em igual prazo. tido ao Ministério Público para instauração da
ação penal, ficando trasladado na repartição.
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diver-
sidade de sanções, o julgamento caberá à

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 - Processo Administrativo Disciplinar – Profª Tatiana Marcello

Art. 172. O servidor que responder a processo Art. 177. O requerimento de revisão do proces-
disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, so será dirigido ao Ministro de Estado ou auto-
ou aposentado voluntariamente, após a conclu- ridade equivalente, que, se autorizar a revisão,
são do processo e o cumprimento da penalida- encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou
de, acaso aplicada. entidade onde se originou o processo discipli-
nar.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de
que trata o parágrafo único, inciso I do art. Parágrafo único. Deferida a petição, a au-
34, o ato será convertido em demissão, se toridade competente providenciará a cons-
for o caso. tituição de comissão, na forma do art. 149.
Art. 173. Serão assegurados transporte e diá- Art. 178. A revisão correrá em apenso ao pro-
rias: cesso originário.
I – ao servidor convocado para prestar de- Parágrafo único. Na petição inicial, o reque-
poimento fora da sede de sua repartição, rente pedirá dia e hora para a produção de
na condição de testemunha, denunciado ou provas e inquirição das testemunhas que
indiciado; arrolar.
II – aos membros da comissão e ao secre- Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta)
tário, quando obrigados a se deslocarem da dias para a conclusão dos trabalhos.
sede dos trabalhos para a realização de mis-
são essencial ao esclarecimento dos fatos. Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão
revisora, no que couber, as normas e procedi-
Seção III mentos próprios da comissão do processo dis-
DA REVISÃO DO PROCESSO ciplinar.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser re- aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.
visto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando se aduzirem fatos novos ou circunstân- Parágrafo único. O prazo para julgamento
cias suscetíveis de justificar a inocência do pu- será de 20 (vinte) dias, contados do recebi-
nido ou a inadequação da penalidade aplicada. mento do processo, no curso do qual a au-
toridade julgadora poderá determinar dili-
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou gências.
desaparecimento do servidor, qualquer
pessoa da família poderá requerer a revisão Art. 182. Julgada procedente a revisão, será
do processo. declarada sem efeito a penalidade aplicada,
restabelecendo-se todos os direitos do servidor,
§ 2º No caso de incapacidade mental do exceto em relação à destituição do cargo em co-
servidor, a revisão será requerida pelo res- missão, que será convertida em exoneração.
pectivo curador.
Parágrafo único. Da revisão do processo
Art. 175. No processo revisional, o ônus da pro- não poderá resultar agravamento de pena-
va cabe ao requerente. lidade.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da pe-
nalidade não constitui fundamento para a re-
visão, que requer elementos novos, ainda não
apreciados no processo originário.

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LEI Nº 8.112/1990 (PAD – PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR)

Processo Administrativo Disciplinar – PAD

•• Processo Administrativo Disciplinar – PAD (Lei nº 8.112/1990) é uma das espécies de


Processo Administrativo (Lei nº 9.784/1999).
•• Porém, por ter disciplina própria, será conduzido conforme a Lei 8.112/1990, sendo que
a Lei nº 9.784/1999 será utilizada apenas subsidiariamente, nos aspectos em que não
houver previsão na regra específica.

PAD – Disposições Gerais

•• Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
•• Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que
contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
confirmada a autenticidade.
•• Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou
ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
•• Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
I – arquivamento do processo;
II – aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias;
III – instauração de processo disciplinar.
•• O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 dias, podendo ser prorrogado por
igual período, a critério da autoridade superior.
•• Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão
por mais de 30 dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 - Processo Administrativo Disciplinar – Profª Tatiana Marcello

Sindicância  

Advertência  
Instauração  de  
Arquivamento   ou  Suspensão  
PAD  
de  até  30  dias  

PAD – Afastamento Preventivo

•• Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração
da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar
o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 dias, sem prejuízo da
remuneração.
•• O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos,
ainda que não concluído o processo.

PAD – Propriamente Dito

•• Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de


servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com
as atribuições do cargo em que se encontre investido.
•• Comissão: O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 servidores
estáveis designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o seu
•  Comissão:   O   processo   disciplinar   será   conduzido   por   comissão   composta   de   3  
presidente, que deverá
servidores   ser
estáveis   ocupante pela  
designados   de cargo efetivocompetente,  
autoridade   superior ou que   de mesmo nível,
indicará,   ou ter
dentre  
nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.  
eles,   o   seu   presidente,   que   deverá   ser   ocupante   de   cargo   efe9vo   superior   ou   de  
mesmo  nível,  ou  ter  nível  de  escolaridade  igual  ou  superior  ao  do  indiciado.      

Presidente  

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→ A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a
indicação recair em um de seus membros.
→ Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou
parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º grau.
•• Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,
assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
Art.  151.    O  processo  disciplinar  se  desenvolve  nas  seguintes  fases:  
administração. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.
•• Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:

II  -­‐  inquérito  
I  -­‐  instauração,  com  
administra8vo,  que  
a  publicação  do  ato  
compreende   III  -­‐  julgamento.  
que  cons8tuir  a  
instrução,  defesa  e  
comissão;  
relatório;  

•• Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 dias, contados
da data de  O  prazo  para  a  conclusão  do  processo  disciplinar  
•  Art.  152.   publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por
não  excederá  60  dias,  
igual prazo, da  
contados   quando
data   as
de  circunstâncias
publicação   do  oato  
exigirem.
que   cons;tuir   a   comissão,   admi;da   a   sua  
prorrogação  por  igual  prazo,  quando  as  circunstâncias  o  exigirem.  
Conclusão  em  até  30  dias  
Sindicância   (prorrogável)  

Processo   Conclusão  em  até  60  dias  


Disciplinar   (prorrogável)  

•  Sempre   que   necessário,   a   comissão   dedicará   tempo   integral   aos   seus   trabalhos,  
•• Sempre
ficando  que necessário,
seus   membros  daispensados   o  ponto,  tempo
comissão ddedicará integral
até  a  entrega  do  aos seus trabalhos,
relatório  final.   ficando
seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
•  As   reuniões   da   comissão   serão   registradas   em   atas   que   deverão   detalhar   as  
•• As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações
deliberações  adotadas.  
adotadas.

PAD – Inquérito

•• Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada


ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
•• Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça informativa
da instrução.
•• Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito
penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao MP, independentemente
da imediata instauração do processo disciplinar.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 - Processo Administrativo Disciplinar – Profª Tatiana Marcello

•• Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos,


acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo,
quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos
fatos.
•• Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente
ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
→ O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente
protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
→ Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de
conhecimento especial de perito.
•• Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo
presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado
aos autos.
→ Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente
comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para
inquirição.
•• Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à
testemunha trazê-lo por escrito.
→ As testemunhas serão inquiridas separadamente.
→ Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à acareação
entre os depoentes.
•• Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório
do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.
→ No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre
que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação
entre eles.
→ O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe,
porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
•• Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá
à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual
participe pelo menos um médico psiquiatra.
→ O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso ao processo
principal, após a expedição do laudo pericial.
•• Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a
especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
•• O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresen-
tar defesa escrita, no prazo de 10 dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

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•• Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 dias.
•• O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas
indispensáveis.
•• No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa
contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a
citação, com a assinatura de 2 testemunhas.
•• Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o
lugar onde poderá ser encontrado.
•• Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do
último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
→ Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 dias a partir da última publicação
do edital.
•• Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa
no prazo legal.
→ A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.
→ Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um
servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de
mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
•• Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as
peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua
convicção.
→ O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.
→ Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou
regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
•• Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
que determinou a sua instauração, para julgamento.

PAD – Julgamento

•• Art. 167. No prazo de 20 dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora


proferirá a sua decisão.
•• Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo,
este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
•• Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade
competente para a imposição da pena mais grave.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 - Processo Administrativo Disciplinar – Profª Tatiana Marcello

•• Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade,


o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
•• Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e
cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo
em comissão.
•• Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processo
determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.
•• Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas
dos autos.
→ Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora
poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidade.
•• Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a
instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou
parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de
novo processo.  
→ O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.
→ A autoridade julgadora que der causa à prescrição, será responsabilizada.
•• Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o
registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.
•• Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será
remetido ao MP para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
•• Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a
pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento
da penalidade, acaso aplicada.
•• Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será
convertido em demissão, se for o caso.
•• Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição
de testemunha, denunciado ou indiciado;

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II – aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos
trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

PAD – Revisão do Processo

•• Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do
punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
→ Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da
família poderá requerer a revisão do processo.
→ No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo
curador.
•• Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.
•• Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a
revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.
•• Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou
autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do
órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.
→ Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição de comissão, na
forma do art. 149.
•• Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
•• Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e inquirição
das testemunhas que arrolar.
•• Art. 179. A comissão revisora terá 60 dias para a conclusão dos trabalhos.
•• Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber, as normas e
procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.
•• Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade.
→ O prazo para julgamento será de 20 dias, contados do recebimento do processo, no curso do
qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
•• Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,
restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo
em comissão, que será convertida em exoneração.
→ Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

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Direito Administrativo – Lei 8.112/90 - Processo Administrativo Disciplinar – Profª Tatiana Marcello

Hipótese   Prazo  

Ø Conclusão  da  Sindicância   30  dias  -­‐  prorrogável  

Ø Conclusão  do  Processo  disciplinar   60  dias  -­‐  prorrogável  

Ø Afastamento  Preven;vo   Até  60  dias  -­‐  prorrogável  

Ø Indiciado  apresentar  defesa  escrita   10  dias  -­‐  prorrogável  


20  dias  (se  forem  2  ou  mais  indiciados)  
15  dias  (se  citação  por  edital)  

Ø Julgamento  do  Processo  Disciplinar   20  dias  

Ø Conclusão  da  Revisão  do  Processo   60  dias  

Ø Julgamento  da  Revisão  do  Processo     20  dias  

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Direito Administrativo

DISPOSIÇÕES GERAIS

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO cial no exterior, terá suspenso o seu vínculo


DE 1990 (PARCIAL) com o regime do Plano de Seguridade Social
do Servidor Público enquanto durar o afas-
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores tamento ou a licença, não lhes assistindo,
públicos civis da União, das autarquias e das neste período, os benefícios do menciona-
fundações públicas federais. do regime de previdência. (Incluído pela Lei
nº 10.667, de 14.5.2003)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a § 3º Será assegurada ao servidor licencia-
seguinte Lei: do ou afastado sem remuneração a manu-
tenção da vinculação ao regime do Plano
de Seguridade Social do Servidor Público,
TÍTULO VI mediante o recolhimento mensal da res-
pectiva contribuição, no mesmo percentual
Da Seguridade Social do Servidor devido pelos servidores em atividade, inci-
dente sobre a remuneração total do cargo a
que faz jus no exercício de suas atribuições,
computando-se, para esse efeito, inclusive,
as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO I 10.667, de 14.5.2003)
Disposições Gerais
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade deve ser efetuado até o segundo dia útil
Social para o servidor e sua família. após a data do pagamento das remunera-
ções dos servidores públicos, aplicando-se
§ 1º O servidor ocupante de cargo em co-
os procedimentos de cobrança e execução
missão que não seja, simultaneamente,
dos tributos federais quando não recolhidas
ocupante de cargo ou emprego efetivo na
na data de vencimento. (Incluído pela Lei nº
administração pública direta, autárquica e
10.667, de 14.5.2003)
fundacional não terá direito aos benefícios
do Plano de Seguridade Social, com exceção Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar
da assistência à saúde. (Redação dada pela cobertura aos riscos a que estão sujeitos o ser-
Lei nº 10.667, de 14.5.2003) vidor e sua família, e compreende um conjunto
de benefícios e ações que atendam às seguintes
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do
finalidades:
cargo efetivo, sem direito à remuneração,
inclusive para servir em organismo oficial I – garantir meios de subsistência nos even-
internacional do qual o Brasil seja membro tos de doença, invalidez, velhice, acidente
efetivo ou com o qual coopere, ainda que em serviço, inatividade, falecimento e re-
contribua para regime de previdência so- clusão;

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II – proteção à maternidade, à adoção e à
paternidade;
III – assistência à saúde.
Parágrafo único. Os benefícios serão con-
cedidos nos termos e condições definidos
em regulamento, observadas as disposições
desta Lei.
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade
Social do servidor compreendem:
I – quanto ao servidor:
a) aposentadoria;
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família;
d) licença para tratamento de saúde;
e) licença à gestante, à adotante e licença-
-paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
h) garantia de condições individuais e am-
bientais de trabalho satisfatórias;
II – quanto ao dependente:
a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral;
c) auxílio-reclusão;
d) assistência à saúde.
§ 1º As aposentadorias e pensões serão
concedidas e mantidas pelos órgãos ou en-
tidades aos quais se encontram vinculados
os servidores, observado o disposto nos
arts. 189 e 224.
§ 2º O recebimento indevido de benefícios
havidos por fraude, dolo ou má-fé, impli-
cará devolução ao erário do total auferido,
sem prejuízo da ação penal cabível.

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Direito Administrativo – Dos Benefícios – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – DISPOSIÇÕES GERAIS

SEGURIDADE DO SERVIDOR
• Disposições Gerais
• Benefícios:
• Aposentadoria
• Auxílio Natalidade
• Salário Família
• Licença para Tratamento de Saúde do Servidor
• Licença à Gestante, Adotante e Paternidade
• Licença por Acidente em Serviço
• Pensão
• Auxílio Funeral
• Auxílio Reclusão
• Assistência à Saúde

• Disposições Constitucionais (art. 40, CF):

• Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado
regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

• Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de


livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja,
o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa privada regidos pela CLT.

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Disposições Gerais

• A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.

• O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente,


ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e
fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com
exceção da assistência à saúde.

• CC ocupante de cargo efetivo Plano de Seguridade Social dos Servidores


• CC não ocupante de cargo efetivo Regime Geral de Previdência Social

ØO servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à remuneração,


inclusive para servir em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro
efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Seguridade
Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes
assistindo, neste período, os benefícios do mencionado regime de previdência.
ØSerá assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção
da vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público,
mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual
devido pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do cargo
a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se, para esse efeito,
inclusive, as vantagens pessoais.
ØEsse recolhimento deve ser efetuado até o 2º dia útil após a data do pagamento das
remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e
execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento.

736 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Dos Benefícios – Profª Tatiana Marcello

• O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o
servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que
atendam às seguintes finalidades:

I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente


em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
III - assistência à saúde.

• As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos órgãos ou


entidades aos quais se encontram vinculados os servidores

• O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má-fé, implicará


devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem:

I - quanto ao servidor: II - quanto ao dependente:

a) aposentadoria; a) pensão vitalícia e temporária;


b) auxílio-natalidade; b) auxílio-funeral;
c) salário-família; c) auxílio-reclusão;
d) licença para tratamento de saúde; d) assistência à saúde.
e) licença à gestante, à adotante e licença-
paternidade;
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde;
h) garantia de condições individuais e
ambientais de trabalho satisfatórias;

www.acasadoconcurseiro.com.br 737
Direito Administrativo

DOS BENEFÍCIOS

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço,


DE 1990 (PARCIAL) se homem, e aos 30 (trinta) se mulher, com
proventos integrais;
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício
públicos civis da União, das autarquias e das em funções de magistério se professor, e 25
fundações públicas federais. (vinte e cinco) se professora, com proventos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o integrais;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se ho-
guinte Lei: mem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher,
com proventos proporcionais a esse tempo;

TÍTULO VI d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade,


se homem, e aos 60 (sessenta) se mulher,
Da Seguridade Social do Servidor com proventos proporcionais ao tempo de
serviço.
§ 1º Consideram-se doenças graves, conta-
giosas ou incuráveis, a que se refere o inciso
CAPÍTULO II I deste artigo, tuberculose ativa, alienação
DOS BENEFÍCIOS mental, esclerose múltipla, neoplasia ma-
ligna, cegueira posterior ao ingresso no ser-
Seção I viço público, hanseníase, cardiopatia grave,
DA APOSENTADORIA doença de Parkinson, paralisia irreversível e
incapacitante, espondiloartrose anquilosan-
Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. te, nefropatia grave, estados avançados do
40 da Constituição) mal de Paget (osteíte deformante), Síndro-
me de Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e
I – por invalidez permanente, sendo os pro-
outras que a lei indicar, com base na medici-
ventos integrais quando decorrente de aci-
na especializada.
dente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, es- § 2º Nos casos de exercício de atividades
pecificada em lei, e proporcionais nos de- consideradas insalubres ou perigosas, bem
mais casos; como nas hipóteses previstas no art. 71, a
aposentadoria de que trata o inciso III, "a" e
II – compulsoriamente, aos setenta anos
"c", observará o disposto em lei específica.
de idade, com proventos proporcionais ao
tempo de serviço; § 3º Na hipótese do inciso I o servidor será
submetido à junta médica oficial, que ates-
III – voluntariamente:
tará a invalidez quando caracterizada a in-

www.acasadoconcurseiro.com.br 739
capacidade para o desempenho das atri- teriormente concedidas aos servidores em
buições do cargo ou a impossibilidade de se atividade, inclusive quando decorrentes de
aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela transformação ou reclassificação do cargo
Lei nº 9.527, de 10.12.97) ou função em que se deu a aposentadoria.
Art. 187. A aposentadoria compulsória será au- Art. 190. O servidor aposentado com provento
tomática, e declarada por ato, com vigência a proporcional ao tempo de serviço se acometido
partir do dia imediato àquele em que o servidor de qualquer das moléstias especificadas no§ 1o
atingir a idade-limite de permanência no servi- do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for con-
ço ativo. siderado inválido por junta médica oficial passa-
rá a perceber provento integral, calculado com
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por in- base no fundamento legal de concessão da apo-
validez vigorará a partir da data da publicação sentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907,
do respectivo ato. de 2009)
§ 1º A aposentadoria por invalidez será pre- Art. 191. Quando proporcional ao tempo de
cedida de licença para tratamento de saú- serviço, o provento não será inferior a 1/3 (um
de, por período não excedente a 24 (vinte e terço) da remuneração da atividade.
quatro) meses.
Art. 192. (Vetado).
§ 2º Expirado o período de licença e não es-
tando em condições de reassumir o cargo Art. 193. (Vetado).
ou de ser readaptado, o servidor será apo-
sentado. Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a
gratificação natalina, até o dia vinte do mês de
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre dezembro, em valor equivalente ao respectivo
o término da licença e a publicação do ato provento, deduzido o adiantamento recebido.
da aposentadoria será considerado como
de prorrogação da licença. Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetiva-
mente participado de operações bélicas, duran-
§ 4º Para os fins do disposto no§ 1o deste te a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei
artigo, serão consideradas apenas as licen- nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será con-
ças motivadas pela enfermidade ensejado- cedida aposentadoria com provento integral,
ra da invalidez ou doenças correlacionadas. aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Seção II
§ 5º A critério da Administração, o servidor DO AUXÍLIO-NATALIDADE
em licença para tratamento de saúde ou
aposentado por invalidez poderá ser convo- Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à ser-
cado a qualquer momento, para avaliação vidora por motivo de nascimento de filho, em
das condições que ensejaram o afastamen- quantia equivalente ao menor vencimento do
to ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº serviço público, inclusive no caso de natimorto.
11.907, de 2009)
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será
Art. 189. O provento da aposentadoria será cal- acrescido de 50% (cinqüenta por cento), por
culado com observância do disposto no§ 3o do nascituro.
art. 41, e revisto na mesma data e proporção,
sempre que se modificar a remuneração dos § 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou com-
servidores em atividade. panheiro servidor público, quando a partu-
riente não for servidora.
Parágrafo único. São estendidos aos inati-
vos quaisquer benefícios ou vantagens pos-

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Seção III Seção IV


DO SALÁRIO-FAMÍLIA DA LICENÇA PARA TRATAMENTO
DE SAÚDE
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor
ativo ou ao inativo, por dependente econômico. Art. 202. Será concedida ao servidor licença
Parágrafo único. Consideram-se dependen- para tratamento de saúde, a pedido ou de ofí-
tes econômicos para efeito de percepção do cio, com base em perícia médica, sem prejuízo
salário-família: da remuneração a que fizer jus.

I – o cônjuge ou companheiro e os filhos, in- Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta
clusive os enteados até 21 (vinte e um) anos Lei será concedida com base em perícia oficial.
de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
quatro) anos ou, se inválido, de qualquer § 1º Sempre que necessário, a inspeção mé-
idade; dica será realizada na residência do servidor
II – o menor de 21 (vinte e um) anos que, ou no estabelecimento hospitalar onde se
mediante autorização judicial, viver na com- encontrar internado.
panhia e às expensas do servidor, ou do ina- § 2º Inexistindo médico no órgão ou entida-
tivo; de no local onde se encontra ou tenha exer-
III – a mãe e o pai sem economia própria. cício em caráter permanente o servidor, e
não se configurando as hipóteses previstas
Art. 198. Não se configura a dependência eco- nos parágrafos do art. 230, será aceito ates-
nômica quando o beneficiário do salário-família tado passado por médico particular. (Reda-
perceber rendimento do trabalho ou de qual- ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
quer outra fonte, inclusive pensão ou provento
da aposentadoria, em valor igual ou superior ao § 3º No caso do§ 2º deste artigo, o atestado
salário-mínimo. somente produzirá efeitos depois de recep-
cionado pela unidade de recursos humanos
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores do órgão ou entidade. (Redação dada pela
públicos e viverem em comum, o salário-família Lei nº 11.907, de 2009)
será pago a um deles; quando separados, será
pago a um e outro, de acordo com a distribuição § 4º A licença que exceder o prazo de 120
dos dependentes. (cento e vinte) dias no período de 12 (doze)
meses a contar do primeiro dia de afasta-
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam- mento será concedida mediante avaliação
-se o padrasto, a madrasta e, na falta des- por junta médica oficial. (Redação dada
tes, os representantes legais dos incapazes. pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 200. O salário-família não está sujeito a § 5º A perícia oficial para concessão da li-
qualquer tributo, nem servirá de base para cença de que trata o caput deste artigo,
qualquer contribuição, inclusive para a Previ- bem como nos demais casos de perícia ofi-
dência Social. cial previstos nesta Lei, será efetuada por
cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem abranger o campo de atuação da odontolo-
remuneração, não acarreta a suspensão do pa- gia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
gamento do salário-família.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde in-
ferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano,
poderá ser dispensada de perícia oficial, na for-

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ma definida em regulamento. (Redação dada Seção V
pela Lei nº 11.907, de 2009) DA LICENÇA À GESTANTE, À
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica ADOTANTE E DA LICENÇA-
não se referirão ao nome ou natureza da doen- PATERNIDADE
ça, salvo quando se tratar de lesões produzidas
por acidente em serviço, doença profissional Art. 207. Será concedida licença à servidora ges-
ou qualquer das doenças especificadas no art. tante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos,
186,§ 1o. sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº
6.690, de 2008)
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de
lesões orgânicas ou funcionais será submetido a § 1º A licença poderá ter início no primeiro
inspeção médica. dia do nono mês de gestação, salvo anteci-
pação por prescrição médica.
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames
médicos periódicos, nos termos e condições de- § 2º No caso de nascimento prematuro, a li-
finidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº cença terá início a partir do parto.
11.907, de 2009) (Regulamento).
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30
Parágrafo único. Para os fins do disposto no (trinta) dias do evento, a servidora será sub-
caput, a União e suas entidades autárquicas metida a exame médico, e se julgada apta,
e fundacionais poderão: (Incluído pela Lei reassumirá o exercício.
nº 12.998, de 2014)
§ 4º No caso de aborto atestado por médico
I – prestar os exames médicos periódicos oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta)
diretamente pelo órgão ou entidade à qual dias de repouso remunerado.
se encontra vinculado o servidor; (Incluído
pela Lei nº 12.998, de 2014) Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos,
o servidor terá direito à licença-paternidade de
II – celebrar convênio ou instrumento de 5 (cinco) dias consecutivos.
cooperação ou parceria com os órgãos e
entidades da administração direta, suas au- Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a
tarquias e fundações; (Incluído pela Lei nº idade de seis meses, a servidora lactante terá
12.998, de 2014) direito, durante a jornada de trabalho, a uma
hora de descanso, que poderá ser parcelada em
III – celebrar convênios com operadoras de dois períodos de meia hora.
plano de assistência à saúde, organizadas
na modalidade de autogestão, que possu- Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver
am autorização de funcionamento do órgão guarda judicial de criança até 1 (um) ano de
regulador, na forma do art. 230; ou (Incluí- idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de
do pela Lei nº 12.998, de 2014) licença remunerada.(Vide Decreto nº 6.691, de
2008)
IV – prestar os exames médicos periódicos
mediante contrato administrativo, observa- Parágrafo único. No caso de adoção ou
do o disposto na Lei no 8.666, de 21 de ju- guarda judicial de criança com mais de 1
nho de 1993, e demais normas pertinentes. (um) ano de idade, o prazo de que trata este
(Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) artigo será de 30 (trinta) dias.

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Seção VI I – o cônjuge; (Redação dada pela Lei nº


DA LICENÇA POR ACIDENTE 13.135, de 2015)
EM SERVIÇO II – o cônjuge divorciado ou separado ju-
dicialmente ou de fato, com percepção de
Art. 211. Será licenciado, com remuneração in- pensão alimentícia estabelecida judicial-
tegral, o servidor acidentado em serviço. mente; (Redação dada pela Lei nº 13.135,
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano de 2015)
físico ou mental sofrido pelo servidor, que se III – o companheiro ou companheira que
relacione, mediata ou imediatamente, com as comprove união estável como entidade fa-
atribuições do cargo exercido. miliar; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente IV – o filho de qualquer condição que aten-
em serviço o dano: da a um dos seguintes requisitos: (Incluído
I – decorrente de agressão sofrida e não pela Lei nº 13.135, de 2015)
provocada pelo servidor no exercício do car- a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (In-
go; cluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
II – sofrido no percurso da residência para o b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135,
trabalho e vice-versa. de 2015)
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que c) (Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
necessite de tratamento especializado poderá
ser tratado em instituição privada, à conta de d) tenha deficiência intelectual ou mental,
recursos públicos. nos termos do regulamento; (Incluído pela
Lei nº 13.135, de 2015)
Parágrafo único. O tratamento recomenda-
do por junta médica oficial constitui medida V – a mãe e o pai que comprovem depen-
de exceção e somente será admissível quan- dência econômica do servidor; e (Incluído
do inexistirem meios e recursos adequados pela Lei nº 13.135, de 2015)
em instituição pública. VI – o irmão de qualquer condição que
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo comprove dependência econômica do ser-
de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circuns- vidor e atenda a um dos requisitos previstos
tâncias o exigirem. no inciso IV. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
2015)
Seção VII
§ 1º A concessão de pensão aos beneficiá-
DA PENSÃO rios de que tratam os incisos I a IV do caput
Art. 215. Por morte do servidor, os dependen- exclui os beneficiários referidos nos incisos
tes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de
a partir da data de óbito, observado o limite 2015)
estabelecido no inciso XI do caput do art. 37 § 2º A concessão de pensão aos beneficiá-
da Constituição Federal e no art. 2o da Lei no rios de que trata o inciso V do caput exclui o
10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação dada beneficiário referido no inciso VI. (Redação
pela Lei nº 13.135, de 2015) dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº § 3º O enteado e o menor tutelado equipa-
664, de 2014) ram-se a filho mediante declaração do ser-
Art. 217. São beneficiários das pensões: vidor e desde que comprovada dependên-

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cia econômica, na forma estabelecida em Parágrafo único. A pensão provisória será
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.135, transformada em vitalícia ou temporária,
de 2015) conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos
de sua vigência, ressalvado o eventual rea-
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titu- parecimento do servidor, hipótese em que
lares à pensão, o seu valor será distribuído em o benefício será automaticamente cancela-
partes iguais entre os beneficiários habilitados. do.
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de bene-
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qual- ficiário:
quer tempo, prescrevendo tão-somente as pres-
tações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos. I – o seu falecimento;
Parágrafo único. Concedida a pensão, qual- II – a anulação do casamento, quando a de-
quer prova posterior ou habilitação tardia cisão ocorrer após a concessão da pensão
que implique exclusão de beneficiário ou ao cônjuge;
redução de pensão só produzirá efeitos a
partir da data em que for oferecida. III – a cessação da invalidez, em se tratan-
do de beneficiário inválido, o afastamento
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: da deficiência, em se tratando de benefici-
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) ário com deficiência, ou o levantamento da
interdição, em se tratando de beneficiário
I – após o trânsito em julgado, o benefici- com deficiência intelectual ou mental que
ário condenado pela prática de crime de o torne absoluta ou relativamente incapaz,
que tenha dolosamente resultado a morte respeitados os períodos mínimos decorren-
do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de tes da aplicação das alíneas “a” e “b” do in-
2015) ciso VII; (Redação dada pela Lei nº 13.135,
II – o cônjuge, o companheiro ou a compa- de 2015)
nheira se comprovada, a qualquer tempo, IV – o implemento da idade de 21 (vinte
simulação ou fraude no casamento ou na e um) anos, pelo filho ou irmão; (Redação
união estável, ou a formalização desses com dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
o fim exclusivo de constituir benefício previ-
denciário, apuradas em processo judicial no V – a acumulação de pensão na forma do
qual será assegurado o direito ao contradi- art. 225;
tório e à ampla defesa. (Incluído pela Lei nº
13.135, de 2015) VI – a renúncia expressa; e (Redação dada
pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 221. Será concedida pensão provisória por
morte presumida do servidor, nos seguintes ca- VII – em relação aos beneficiários de que
sos: tratam os incisos I a III do caput do art. 217:
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
I – declaração de ausência, pela autoridade
judiciária competente; a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbi-
to ocorrer sem que o servidor tenha vertido
II – desaparecimento em desabamento, 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o
inundação, incêndio ou acidente não carac- casamento ou a união estável tiverem sido
terizado como em serviço; iniciados em menos de 2 (dois) anos antes
do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº
III – desaparecimento no desempenho das 13.135, de 2015)
atribuições do cargo ou em missão de segu-
rança.

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Direito Administrativo – Dos Benefícios – Profª Tatiana Marcello

b) o decurso dos seguintes períodos, esta- § 3º Após o transcurso de pelo menos 3


belecidos de acordo com a idade do pensio- (três) anos e desde que nesse período se
nista na data de óbito do servidor, depois de verifique o incremento mínimo de um ano
vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais inteiro na média nacional única, para ambos
e pelo menos 2 (dois) anos após o início do os sexos, correspondente à expectativa de
casamento ou da união estável: (Incluído sobrevida da população brasileira ao nascer,
pela Lei nº 13.135, de 2015) poderão ser fixadas, em números inteiros,
novas idades para os fins previstos na alínea
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte “b” do inciso VII do caput, em ato do Minis-
e um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº tro de Estado do Planejamento, Orçamento
13.135, de 2015) e Gestão, limitado o acréscimo na compa-
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 ração com as idades anteriores ao referido
(vinte e seis) anos de idade; (Incluído pela incremento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
Lei nº 13.135, de 2015) 2015)

3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 § 4º O tempo de contribuição a Regime


(vinte e nove) anos de idade; (Incluído pela Próprio de Previdência Social (RPPS) ou ao
Lei nº 13.135, de 2015) Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
será considerado na contagem das 18 (de-
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 zoito) contribuições mensais referidas nas
(quarenta) anos de idade; (Incluído pela Lei alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput. (In-
nº 13.135, de 2015) cluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de
e 43 (quarenta e três) anos de idade; (Inclu- beneficiário, a respectiva cota reverterá para
ído pela Lei nº 13.135, de 2015) os cobeneficiários. (Redação dada pela Lei nº
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou 13.135, de 2015)
mais anos de idade. (Incluído pela Lei nº I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015) 13.135, de 2015)
§ 1º A critério da administração, o benefici- II – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
ário de pensão cuja preservação seja moti- 13.135, de 2015)
vada por invalidez, por incapacidade ou por
deficiência poderá ser convocado a qual- Art. 224. As pensões serão automaticamente
quer momento para avaliação das referidas atualizadas na mesma data e na mesma propor-
condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de ção dos reajustes dos vencimentos dos servido-
2015) res, aplicando-se o disposto no parágrafo único
do art. 189.
§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a
regra contida no inciso III ou os prazos pre- Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é veda-
vistos na alínea “b” do inciso VII, ambos do da a percepção cumulativa de pensão deixada
caput, se o óbito do servidor decorrer de por mais de um cônjuge ou companheiro ou
acidente de qualquer natureza ou de doen- companheira e de mais de 2 (duas) pensões.
ça profissional ou do trabalho, independen- (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
temente do recolhimento de 18 (dezoito)
contribuições mensais ou da comprovação
de 2 (dois) anos de casamento ou de união
estável. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
2015)

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Seção VIII o servidor for posto em liberdade, ainda
DO AUXÍLIO-FUNERAL que condicional.
§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do auxílio-reclusão será devido, nas mesmas
servidor falecido na atividade ou aposentado, condições da pensão por morte, aos depen-
em valor equivalente a um mês da remuneração dentes do segurado recolhido à prisão. (In-
ou provento. cluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 1º No caso de acumulação legal de cargos,
o auxílio será pago somente em razão do
cargo de maior remuneração.
CAPÍTULO III
§ 2º (VETADO). DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo
(quarenta e oito) horas, por meio de proce-
ou inativo, e de sua família compreende assis-
dimento sumaríssimo, à pessoa da família
tência médica, hospitalar, odontológica, psicoló-
que houver custeado o funeral.
gica e farmacêutica, terá como diretriz básica o
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, implemento de ações preventivas voltadas para
este será indenizado, observado o disposto no a promoção da saúde e será prestada pelo Sis-
artigo anterior. tema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo
órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor servidor, ou mediante convênio ou contrato,
em serviço fora do local de trabalho, inclusive ou ainda na forma de auxílio, mediante ressar-
no exterior, as despesas de transporte do corpo cimento parcial do valor despendido pelo ser-
correrão à conta de recursos da União, autar- vidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou
quia ou fundação pública. pensionistas com planos ou seguros privados de
assistência à saúde, na forma estabelecida em
Seção IX regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO de 2006)
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o § 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em
auxílio-reclusão, nos seguintes valores: que seja exigida perícia, avaliação ou inspe-
ção médica, na ausência de médico ou junta
I – dois terços da remuneração, quando médica oficial, para a sua realização o órgão
afastado por motivo de prisão, em flagrante ou entidade celebrará, preferencialmente,
ou preventiva, determinada pela autorida- convênio com unidades de atendimento do
de competente, enquanto perdurar a pri- sistema público de saúde, entidades sem
são; fins lucrativos declaradas de utilidade públi-
II – metade da remuneração, durante o ca, ou com o Instituto Nacional do Seguro
afastamento, em virtude de condenação, Social – INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
por sentença definitiva, a pena que não de- 10.12.97)
termine a perda de cargo. § 2º Na impossibilidade, devidamente justi-
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste ar- ficada, da aplicação do disposto no parágra-
tigo, o servidor terá direito à integralização fo anterior, o órgão ou entidade promoverá
da remuneração, desde que absolvido. a contratação da prestação de serviços por
pessoa jurídica, que constituirá junta mé-
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão ces- dica especificamente para esses fins, indi-
sará a partir do dia imediato àquele em que cando os nomes e especialidades dos seus

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Direito Administrativo – Dos Benefícios – Profª Tatiana Marcello

integrantes, com a comprovação de suas


habilitações e de que não estejam respon-
dendo a processo disciplinar junto à entida-
de fiscalizadora da profissão. (Incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3º Para os fins do disposto no caput deste
artigo, ficam a União e suas entidades au-
tárquicas e fundacionais autorizadas a: (In-
cluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
I – celebrar convênios exclusivamente para
a prestação de serviços de assistência à saú-
de para os seus servidores ou empregados
ativos, aposentados, pensionistas, bem
como para seus respectivos grupos familia-
res definidos, com entidades de autogestão
por elas patrocinadas por meio de instru-
mentos jurídicos efetivamente celebrados
e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e
que possuam autorização de funcionamen-
to do órgão regulador, sendo certo que os
convênios celebrados depois dessa data
somente poderão sê-lo na forma da regu-
lamentação específica sobre patrocínio de
autogestões, a ser publicada pelo mesmo
órgão regulador, no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias da vigência desta Lei, normas
essas também aplicáveis aos convênios
existentes até 12 de fevereiro de 2006; (In-
cluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
II – contratar, mediante licitação, na forma
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993,
operadoras de planos e seguros privados de
assistência à saúde que possuam autoriza-
ção de funcionamento do órgão regulador;
(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado
ao total despendido pelo servidor ou pen-
sionista civil com plano ou seguro privado
de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº
11.302 de 2006)

www.acasadoconcurseiro.com.br 747
SLIDES – DOS BENEFÍCIOS

SEGURIDADE DO SERVIDOR
• Disposições Gerais
• Benefícios:
• Aposentadoria
• Auxílio Natalidade
• Salário Família
• Licença para Tratamento de Saúde do Servidor
• Licença à Gestante, Adotante e Paternidade
• Licença por Acidente em Serviço
• Pensão
• Auxílio Funeral
• Auxílio Reclusão
• Assistência à Saúde

Aposentadoria

• Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Constituição)


I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em
serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei,
e proporcionais nos demais casos;
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
serviço;
III - voluntariamente:
a) aos 35 anos de serviço, se homem, e aos 30 se mulher, com proventos integrais;
b) aos 30 anos de efetivo exercício em funções de magistério se professor, e 25 se professora,
com proventos integrais;
c) aos 30 anos de serviço, se homem, e aos 25 se mulher, com proventos proporcionais a esse
tempo;
d) aos 65 anos de idade, se homem, e aos 60 se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de serviço.

748 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Art. 41, CF:


• Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei (integrais);
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70
anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; (Lei
Complementar 152/2015)
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo
exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de
contribuição, se mulher; (se magistério, reduz 5 anos de contribuição e de idade)
b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.

Aposentadoria

• Por invalidez permanente.

• Compulsoriamente (automática).
ü75 anos de idade.
ü(proporcional ao tempo de contribuição)

www.acasadoconcurseiro.com.br 749
Voluntariamente (10 anos de efetivo exercício e 5 anos no
cargo efetivo que se aposentar):

• 60 anos de idade + 35 anos de contribuição (Integral);*


• Ou 65 anos de idade (Proporcional ao tempo de contribuição).

• 55 anos de idade + 30 anos de contribuição (Integral);*


• Ou 60 anos de idade (Proporcional ao tempo de contribuição).

*Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em 5 anos para o


professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

• Aposentadoria por invalidez:


• O servidor será submetido à junta médica oficial, que atestará a invalidez quando
caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a
impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24 (readaptação).
• A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde,
por período não excedente a 24 meses.
• Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou
de ser readaptado, o servidor será aposentado.
• O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato
da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.
• A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de saúde ou
aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para
avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.

750 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Dos Benefícios – Profª Tatiana Marcello

• Demais disposições sobre aposentadoria:


ØO provento da aposentadoria será calculado com observância do disposto no
§ 3o do art. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade.

ØSão estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente


concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a
aposentadoria.

ØAo servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia 20 do mês de
dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento
recebido.

Auxílio Natalidade

ØArt. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de


filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no
caso de natimorto.

ا 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% por nascituro.

ا 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a


parturiente não for servidora.

www.acasadoconcurseiro.com.br 751
Salário Família
• Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente
econômico.
• Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-
família:
v cônjuge ou companheiro;
v filhos e enteados até 21 anos de idade (se estudante, até 24 anos); (se inválido, de
qualquer idade);
v menor de 21 anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às
expensas do servidor, ou do inativo;
v mãe e o pai sem economia própria.

ØNão se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família


perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou
provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
ØQuando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-
família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo
com a distribuição dos dependentes.
ØAo pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os
representantes legais dos incapazes.
ØO salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base para
qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.
ØO afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do
pagamento do salário-família (pela sua natureza previdenciária).

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Direito Administrativo – Dos Benefícios – Profª Tatiana Marcello

Licença para Tratamento de Saúde


ØSerá concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício,
com base em perícia médica oficial (ou por cirurgião dentista), sem prejuízo da
remuneração a que fizer jus.

ØSempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor


ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

ØInexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha


exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses
previstas nos parágrafos do art. 230 (convênios), será aceito atestado passado por
médico particular, que somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela
unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.

ØA licença que exceder o prazo de 120 dias no período de 12 meses a contar do


primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica
oficial.

ØA licença para tratamento de saúde inferior a 15 dias, dentro de 1 ano, poderá ser
dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento.

Ex.: -----------------------------------15---------------------------------120-----------------------------

ØEm regra, o atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou


natureza da doença, a fim de preservar sua intimidade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 753
Licença Gestante, Adotante e Paternidade
ØArt. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 dias consecutivos,
sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº 6.690/2008)

ØA licença poderá ter início no 1º dia do 9º mês de gestação, salvo antecipação por
prescrição médica.

ØNo caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

ØNo caso de natimorto, decorridos 30 dias do evento, a servidora será submetida a


exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

ØNo caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 dias de
repouso remunerado.

• Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-
paternidade de 5 dias consecutivos. (Decreto nº 8.737/2016)

• Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 meses, a servidora
lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a 1 hora de descanso, que
poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.

• Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 ano de
idade, serão concedidos 90 dias de licença remunerada (+ 45)*. No caso de adoção
ou guarda judicial de criança com mais de 1 ano de idade, o prazo será de 30 dias (+
15)*. (Vide Decreto nº 6.691/2008)

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Direito Administrativo – Dos Benefícios – Profª Tatiana Marcello

Licença Prazos

Gestante Ø120 dias (+ 60 do Decreto)

Paternidade Ø5 dias (+ 15 do Decreto)


(nascimento ou
adoção)
Mãe Adotante (ou Ø90 dias para criança até 1 ano (+ 45 do Decreto)
guarda judicial) Ø30 dias para crianças com mais de 1 ano (+ 15 do Decreto)

Licença por Acidente em Serviço


Ø Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em
serviço.

Ø Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo
servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo
exercido.

Ø Equipara-se ao acidente em serviço o dano:


I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do
cargo;
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 755
• Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento
especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos
públicos (deverá ser recomendado por junta médica oficial e somente será
admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública).

• Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 dias, prorrogável quando as
circunstâncias o exigirem.

Pensão
ØPor morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a
partir da data de óbito (limitando-se ao teto constitucional).

ØOcorrendo a morte do servidor, seus dependentes passam a ter direito à pensão,


devendo, em todas as hipóteses, ser observado o teto constitucional.

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Art. 217. São beneficiários das pensões:


I - o cônjuge;
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de
pensão alimentícia estabelecida judicialmente;
III - o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade
familiar;
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos:
a) seja menor de 21 anos;
b) seja inválido;
c) tenha deficiência grave; (obs.: redação entra em vigor em junho de 2017)
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento;
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do
servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV.

ØA concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I a IV


do caput (cônjuge, ex-cônjuge e filho) exclui os beneficiários referidos nos incisos V
e VI (pais e irmão).

ØA concessão de pensão aos beneficiários de que trata o inciso V do caput (pais)


exclui o beneficiário referido no inciso VI (irmão).

ØO enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do


servidor e desde que comprovada dependência econômica, na forma estabelecida
em regulamento.

• Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será
distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados.

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• Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-
somente as prestações exigíveis há mais de 5 anos.

• Art. 220. Perde o direito à pensão por morte:


I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que
tenha dolosamente resultado a morte do servidor;
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo,
simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses
com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo
judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

• Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário (alguns):


üo seu falecimento;
üa anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao
cônjuge;
üa cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, o afastamento da
deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência, ou o levantamento da
interdição, em se tratando de beneficiário com deficiência intelectual ou mental que
o torne absoluta ou relativamente incapaz;
üo implemento da idade de 21 anos, pelo filho ou irmão;
üa acumulação de pensão na forma do art. 225 (acumular mais de 1 ou 2 pensões);
üa renúncia expressa;

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• A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja preservação seja


motivada por invalidez, por incapacidade ou por deficiência poderá ser
convocado a qualquer momento para avaliação das referidas condições.

• Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na


mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores.

• Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de


pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira / e de
mais de 2 pensões.

Auxílio Funeral
• Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou
aposentado, em valor equivalente a 1 mês da remuneração ou provento.
ØNo caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do
cargo de maior remuneração.
ØO auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à
pessoa da família que houver custeado o funeral.
ØSe o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado, observado o disposto
no artigo anterior.
ØEm caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive
no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da
União, autarquia ou fundação pública.

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Auxílio Reclusão
• Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes
valores:
I - 2/3 da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou
preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por
sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.
§ 1o Nos casos previstos no inciso I, o servidor terá direito à integralização da
remuneração, desde que absolvido.
§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que
o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.
§ 3o Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será devido, nas mesmas
condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão.

Assistência à Saúde
• Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família
compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e
farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas
para a promoção da saúde e será prestada pelo SUS, diretamente pelo órgão ou
entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou
ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo
servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou
seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.

• § 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avaliação ou
inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua
realização o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio com
unidades de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos
declaradas de utilidade pública, ou com o INSS (na impossibilidade, o órgão ou
entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica da
rede privada).

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Direito Administrativo

LEI Nº 9.784/1999 – REGULA O PROCESSO ADMINISTRATIVO NO


ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Presidência da República Art. 2º A Administração Pública obedecerá,


Casa Civil dentre outros, aos princípios da legalidade, fina-
lidade, motivação, razoabilidade, proporciona-
Subchefia para Assuntos Jurídicos lidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Regula o processo administrativo no âmbito da Parágrafo único. Nos processos administra-
Administração Pública Federal. tivos serão observados, entre outros, os cri-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que térios de:
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a I – atuação conforme a lei e o Direito;
seguinte Lei:
II – atendimento a fins de interesse geral, ve-
dada a renúncia total ou parcial de poderes
ou competências, salvo autorização em lei;
CAPÍTULO I
III – objetividade no atendimento do inte-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS resse público, vedada a promoção pessoal
de agentes ou autoridades;
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre
o processo administrativo no âmbito da Admi- IV – atuação segundo padrões éticos de
nistração Federal direta e indireta, visando, em probidade, decoro e boa-fé;
especial, à proteção dos direitos dos administra-
dos e ao melhor cumprimento dos fins da Admi- V – divulgação oficial dos atos administrati-
nistração. vos, ressalvadas as hipóteses de sigilo pre-
vistas na Constituição;
§ 1º Os preceitos desta Lei também se apli-
cam aos órgãos dos Poderes Legislativo e VI – adequação entre meios e fins, veda-
Judiciário da União, quando no desempe- da a imposição de obrigações, restrições e
nho de função administrativa. sanções em medida superior àquelas estri-
tamente necessárias ao atendimento do in-
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
teresse público;
I – órgão – a unidade de atuação integrante
da estrutura da Administração direta e da VII – indicação dos pressupostos de fato e
estrutura da Administração indireta; de direito que determinarem a decisão;
II – entidade – a unidade de atuação dotada VIII – observância das formalidades essenciais
de personalidade jurídica; à garantia dos direitos dos administrados;
III – autoridade – o servidor ou agente pú- IX – adoção de formas simples, suficientes
blico dotado de poder de decisão. para propiciar adequado grau de certeza,

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segurança e respeito aos direitos dos admi- CAPÍTULO III
nistrados; DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
X – garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à produ- Art. 4º São deveres do administrado perante a
ção de provas e à interposição de recursos, Administração, sem prejuízo de outros previstos
nos processos de que possam resultar san- em ato normativo:
ções e nas situações de litígio; I – expor os fatos conforme a verdade;
XI – proibição de cobrança de despesas pro- II – proceder com lealdade, urbanidade e
cessuais, ressalvadas as previstas em lei; boa-fé;
XII – impulsão, de ofício, do processo admi- III – não agir de modo temerário;
nistrativo, sem prejuízo da atuação dos inte-
ressados; IV – prestar as informações que lhe forem
solicitadas e colaborar para o esclarecimen-
XIII – interpretação da norma administrativa to dos fatos.
da forma que melhor garanta o atendimen-
to do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
CAPÍTULO II Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-
DOS DIREITOS DOS -se de ofício ou a pedido de interessado.
ADMINISTRADOS Art. 6º O requerimento inicial do interessado,
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos salvo casos em que for admitida solicitação oral,
perante a Administração, sem prejuízo de ou- deve ser formulado por escrito e conter os se-
tros que lhe sejam assegurados: guintes dados:

I – ser tratado com respeito pelas autori- I – órgão ou autoridade administrativa a


dades e servidores, que deverão facilitar o que se dirige;
exercício de seus direitos e o cumprimento II – identificação do interessado ou de quem
de suas obrigações; o represente;
II – ter ciência da tramitação dos processos III – domicílio do requerente ou local para
administrativos em que tenha a condição recebimento de comunicações;
de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos neles contidos e co- IV – formulação do pedido, com exposição
nhecer as decisões proferidas; dos fatos e de seus fundamentos;

III – formular alegações e apresentar docu- V – data e assinatura do requerente ou de


mentos antes da decisão, os quais serão ob- seu representante.
jeto de consideração pelo órgão competente; Parágrafo único. É vedada à Administração
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por a recusa imotivada de recebimento de do-
advogado, salvo quando obrigatória a re- cumentos, devendo o servidor orientar o
presentação, por força de lei. interessado quanto ao suprimento de even-
tuais falhas.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular po-
deverão elaborar modelos ou formulários pa- derão, se não houver impedimento legal, delegar
dronizados para assuntos que importem preten- parte da sua competência a outros órgãos ou ti-
sões equivalentes. tulares, ainda que estes não lhe sejam hierarqui-
camente subordinados, quando for conveniente,
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade em razão de circunstâncias de índole técnica, so-
de interessados tiverem conteúdo e fundamen- cial, econômica, jurídica ou territorial.
tos idênticos, poderão ser formulados em um
único requerimento, salvo preceito legal em Parágrafo único. O disposto no caput deste
contrário. artigo aplica-se à delegação de competên-
cia dos órgãos colegiados aos respectivos
presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
CAPÍTULO V
I – a edição de atos de caráter normativo;
DOS INTERESSADOS
II – a decisão de recursos administrativos;
Art. 9º São legitimados como interessados no
III – as matérias de competência exclusiva
processo administrativo:
do órgão ou autoridade.
I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem Art. 14. O ato de delegação e sua revogação de-
como titulares de direitos ou interesses in- verão ser publicados no meio oficial.
dividuais ou no exercício do direito de re-
presentação; § 1º O ato de delegação especificará as ma-
térias e poderes transferidos, os limites da
II – aqueles que, sem terem iniciado o pro- atuação do delegado, a duração e os obje-
cesso, têm direitos ou interesses que pos- tivos da delegação e o recurso cabível, po-
sam ser afetados pela decisão a ser adota- dendo conter ressalva de exercício da atri-
da; buição delegada.
III – as organizações e associações represen- § 2º O ato de delegação é revogável a qual-
tativas, no tocante a direitos e interesses quer tempo pela autoridade delegante.
coletivos; § 3º As decisões adotadas por delegação de-
IV – as pessoas ou as associações legalmen- vem mencionar explicitamente esta qualidade
te constituídas quanto a direitos ou interes- e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
ses difusos. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional
e por motivos relevantes devidamente justifi-
Art. 10. São capazes, para fins de processo ad-
cados, a avocação temporária de competência
ministrativo, os maiores de dezoito anos, ressal-
atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
vada previsão especial em ato normativo pró-
prio. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas
divulgarão publicamente os locais das respec-
tivas sedes e, quando conveniente, a unidade
fundacional competente em matéria de interes-
CAPÍTULO VI se especial.
DA COMPETÊNCIA Art. 17. Inexistindo competência legal específi-
ca, o processo administrativo deverá ser inicia-
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exer-
do perante a autoridade de menor grau hierár-
ce pelos órgãos administrativos a que foi atribu-
quico para decidir.
ída como própria, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos.

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CAPÍTULO VII § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimen-
DOS IMPEDIMENTOS to de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade.
E DA SUSPEIÇÃO
§ 3º A autenticação de documentos exigi-
Art. 18. É impedido de atuar em processo admi- dos em cópia poderá ser feita pelo órgão
nistrativo o servidor ou autoridade que: administrativo.
I – tenha interesse direto ou indireto na ma- § 4º O processo deverá ter suas páginas nu-
téria; meradas seqüencialmente e rubricadas.
II – tenha participado ou venha a participar
como perito, testemunha ou representante, Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se
ou se tais situações ocorrem quanto ao côn- em dias úteis, no horário normal de funciona-
juge, companheiro ou parente e afins até o mento da repartição na qual tramitar o proces-
terceiro grau; so.

III – esteja litigando judicial ou administra- Parágrafo único. Serão concluídos depois
tivamente com o interessado ou respectivo do horário normal os atos já iniciados, cujo
cônjuge ou companheiro. adiamento prejudique o curso regular do
procedimento ou cause dano ao interessa-
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer do ou à Administração.
em impedimento deve comunicar o fato à auto-
ridade competente, abstendo-se de atuar. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os
atos do órgão ou autoridade responsável pelo
Parágrafo único. A omissão do dever de co- processo e dos administrados que dele parti-
municar o impedimento constitui falta gra- cipem devem ser praticados no prazo de cinco
ve, para efeitos disciplinares. dias, salvo motivo de força maior.
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autori- Parágrafo único. O prazo previsto neste ar-
dade ou servidor que tenha amizade íntima ou tigo pode ser dilatado até o dobro, median-
inimizade notória com algum dos interessados te comprovada justificação.
ou com os respectivos cônjuges, companheiros,
parentes e afins até o terceiro grau. Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
preferencialmente na sede do órgão, cientifi-
Art. 21. O indeferimento de alegação de sus- cando-se o interessado se outro for o local de
peição poderá ser objeto de recurso, sem efeito realização.
suspensivo.

CAPÍTULO IX
CAPÍTULO VIII DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
DA FORMA, TEMPO E LUGAR
DOS ATOS DO PROCESSO Art. 26. O órgão competente perante o qual tra-
mita o processo administrativo determinará a
Art. 22. Os atos do processo administrativo não intimação do interessado para ciência de deci-
dependem de forma determinada senão quan- são ou a efetivação de diligências.
do a lei expressamente a exigir.
§ 1º A intimação deverá conter:
§ 1º Os atos do processo devem ser produ-
zidos por escrito, em vernáculo, com a data I – identificação do intimado e nome do ór-
e o local de sua realização e a assinatura da gão ou entidade administrativa;
autoridade responsável.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

II – finalidade da intimação; CAPÍTULO X


III – data, hora e local em que deve compa- DA INSTRUÇÃO
recer;
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a
IV – se o intimado deve comparecer pesso- averiguar e comprovar os dados necessários à
almente, ou fazer-se representar; tomada de decisão realizam-se de ofício ou me-
diante impulsão do órgão responsável pelo pro-
V – informação da continuidade do proces- cesso, sem prejuízo do direito dos interessados
so independentemente do seu compareci- de propor atuações probatórias.
mento;
§ 1º O órgão competente para a instrução
VI – indicação dos fatos e fundamentos le- fará constar dos autos os dados necessários
gais pertinentes. à decisão do processo.
§ 2º A intimação observará a antecedência § 2º Os atos de instrução que exijam a atu-
mínima de três dias úteis quanto à data de ação dos interessados devem realizar-se do
comparecimento. modo menos oneroso para estes.
§ 3º A intimação pode ser efetuada por ci- Art. 30. São inadmissíveis no processo adminis-
ência no processo, por via postal com avi- trativo as provas obtidas por meios ilícitos.
so de recebimento, por telegrama ou outro
meio que assegure a certeza da ciência do Art. 31. Quando a matéria do processo envolver
interessado. assunto de interesse geral, o órgão competen-
te poderá, mediante despacho motivado, abrir
§ 4º No caso de interessados indetermina- período de consulta pública para manifestação
dos, desconhecidos ou com domicílio inde- de terceiros, antes da decisão do pedido, se não
finido, a intimação deve ser efetuada por houver prejuízo para a parte interessada.
meio de publicação oficial.
§ 1º A abertura da consulta pública será
§ 5º As intimações serão nulas quando fei- objeto de divulgação pelos meios oficiais, a
tas sem observância das prescrições legais, fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
mas o comparecimento do administrado su- sam examinar os autos, fixando-se prazo
pre sua falta ou irregularidade. para oferecimento de alegações escritas.
Art. 27. O desatendimento da intimação não § 2º O comparecimento à consulta pública
importa o reconhecimento da verdade dos fa- não confere, por si, a condição de interes-
tos, nem a renúncia a direito pelo administrado. sado do processo, mas confere o direito
Parágrafo único. No prosseguimento do de obter da Administração resposta funda-
processo, será garantido direito de ampla mentada, que poderá ser comum a todas as
defesa ao interessado. alegações substancialmente iguais.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da
do processo que resultem para o interessado autoridade, diante da relevância da questão,
em imposição de deveres, ônus, sanções ou res- poderá ser realizada audiência pública para de-
trição ao exercício de direitos e atividades e os bates sobre a matéria do processo.
atos de outra natureza, de seu interesse. Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas,
em matéria relevante, poderão estabelecer ou-
tros meios de participação de administrados,
diretamente ou por meio de organizações e as-
sociações legalmente reconhecidas.

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Art. 34. Os resultados da consulta e audiência a omissão, não se eximindo de proferir a de-
pública e de outros meios de participação de cisão.
administrados deverão ser apresentados com a
indicação do procedimento adotado. Art. 40. Quando dados, atuações ou documen-
tos solicitados ao interessado forem necessários
Art. 35. Quando necessária à instrução do pro- à apreciação de pedido formulado, o não aten-
cesso, a audiência de outros órgãos ou entida- dimento no prazo fixado pela Administração
des administrativas poderá ser realizada em para a respectiva apresentação implicará arqui-
reunião conjunta, com a participação de titula- vamento do processo.
res ou representantes dos órgãos competentes,
lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos Art. 41. Os interessados serão intimados de
autos. prova ou diligência ordenada, com antecedên-
cia mínima de três dias úteis, mencionando-se
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos data, hora e local de realização.
que tenha alegado, sem prejuízo do dever atri-
buído ao órgão competente para a instrução e Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ou-
do disposto no art. 37 desta Lei. vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser
emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo
Art. 37. Quando o interessado declarar que fa- norma especial ou comprovada necessidade de
tos e dados estão registrados em documentos maior prazo.
existentes na própria Administração responsá-
vel pelo processo ou em outro órgão adminis- § 1º Se um parecer obrigatório e vinculante
trativo, o órgão competente para a instrução deixar de ser emitido no prazo fixado, o pro-
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos cesso não terá seguimento até a respectiva
ou das respectivas cópias. apresentação, responsabilizando-se quem
der causa ao atraso.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutó-
ria e antes da tomada da decisão, juntar docu- § 2º Se um parecer obrigatório e não vincu-
mentos e pareceres, requerer diligências e pe- lante deixar de ser emitido no prazo fixado,
rícias, bem como aduzir alegações referentes à o processo poderá ter prosseguimento e ser
matéria objeto do processo. decidido com sua dispensa, sem prejuízo
da responsabilidade de quem se omitiu no
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser atendimento.
considerados na motivação do relatório e
da decisão. Art. 43. Quando por disposição de ato norma-
tivo devam ser previamente obtidos laudos
§ 2º Somente poderão ser recusadas, me- técnicos de órgãos administrativos e estes não
diante decisão fundamentada, as provas cumprirem o encargo no prazo assinalado, o ór-
propostas pelos interessados quando sejam gão responsável pela instrução deverá solicitar
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou laudo técnico de outro órgão dotado de qualifi-
protelatórias. cação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado
informações ou a apresentação de provas pelos terá o direito de manifestar-se no prazo máximo
interessados ou terceiros, serão expedidas in- de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente
timações para esse fim, mencionando-se data, fixado.
prazo, forma e condições de atendimento.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Adminis-
Parágrafo único. Não sendo atendida a inti- tração Pública poderá motivadamente adotar
mação, poderá o órgão competente, se en- providências acauteladoras sem a prévia mani-
tender relevante a matéria, suprir de ofício festação do interessado.

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Art. 46. Os interessados têm direito à vista do VI – decorram de reexame de ofício;


processo e a obter certidões ou cópias reprográ-
ficas dos dados e documentos que o integram, VII – deixem de aplicar jurisprudência fir-
ressalvados os dados e documentos de terceiros mada sobre a questão ou discrepem de pa-
protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida- receres, laudos, propostas e relatórios ofi-
de, à honra e à imagem. ciais;

Art. 47. O órgão de instrução que não for com- VIII – importem anulação, revogação, sus-
petente para emitir a decisão final elaborará pensão ou convalidação de ato administra-
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo tivo.
das fases do procedimento e formulará propos- § 1º A motivação deve ser explícita, clara e
ta de decisão, objetivamente justificada, enca- congruente, podendo consistir em declara-
minhando o processo à autoridade competente. ção de concordância com fundamentos de
anteriores pareceres, informações, decisões
ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato.
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR § 2º Na solução de vários assuntos da mes-
ma natureza, pode ser utilizado meio me-
Art. 48. A Administração tem o dever de explici- cânico que reproduza os fundamentos das
tamente emitir decisão nos processos adminis- decisões, desde que não prejudique direito
trativos e sobre solicitações ou reclamações, em ou garantia dos interessados.
matéria de sua competência.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos co-
Art. 49. Concluída a instrução de processo ad- legiados e comissões ou de decisões orais
ministrativo, a Administração tem o prazo de constará da respectiva ata ou de termo es-
até trinta dias para decidir, salvo prorrogação crito.
por igual período expressamente motivada.

CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XII DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
DA MOTIVAÇÃO DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser mo- Art. 51. O interessado poderá, mediante mani-
tivados, com indicação dos fatos e dos funda- festação escrita, desistir total ou parcialmente
mentos jurídicos, quando: do pedido formulado ou, ainda, renunciar a di-
reitos disponíveis.
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou
interesses; § 1º Havendo vários interessados, a desis-
tência ou renúncia atinge somente quem a
II – imponham ou agravem deveres, encar-
tenha formulado.
gos ou sanções;
§ 2º A desistência ou renúncia do interes-
III – decidam processos administrativos de
sado, conforme o caso, não prejudica o
concurso ou seleção pública;
prosseguimento do processo, se a Adminis-
IV – dispensem ou declarem a inexigibilida- tração considerar que o interesse público
de de processo licitatório; assim o exige.
V – decidam recursos administrativos;

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Art. 52. O órgão competente poderá declarar § 1º O recurso será dirigido à autoridade
extinto o processo quando exaurida sua finali- que proferiu a decisão, a qual, se não a re-
dade ou o objeto da decisão se tornar impossí- considerar no prazo de cinco dias, o encami-
vel, inútil ou prejudicado por fato supervenien- nhará à autoridade superior.
te.
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de
recurso administrativo independe de cau-
ção.
CAPÍTULO XIV § 3º Se o recorrente alegar que a decisão
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO administrativa contraria enunciado da sú-
E CONVALIDAÇÃO mula vinculante, caberá à autoridade pro-
latora da decisão impugnada, se não a re-
Art. 53. A Administração deve anular seus pró- considerar, explicitar, antes de encaminhar
prios atos, quando eivados de vício de legalida- o recurso à autoridade superior, as razões
de, e pode revogá-los por motivo de conveni- da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sú-
ência ou oportunidade, respeitados os direitos mula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
adquiridos. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 54. O direito da Administração de anular os Art. 57. O recurso administrativo tramitará no
atos administrativos de que decorram efeitos máximo por três instâncias administrativas, sal-
favoráveis para os destinatários decai em cinco vo disposição legal diversa.
anos, contados da data em que foram pratica-
dos, salvo comprovada má-fé. Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
administrativo:
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contí-
nuos, o prazo de decadência contar-se-á da I – os titulares de direitos e interesses que
percepção do primeiro pagamento. forem parte no processo;

§ 2º Considera-se exercício do direito de II – aqueles cujos direitos ou interesses fo-


anular qualquer medida de autoridade ad- rem indiretamente afetados pela decisão
ministrativa que importe impugnação à va- recorrida;
lidade do ato. III – as organizações e associações represen-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não tativas, no tocante a direitos e interesses
acarretarem lesão ao interesse público nem coletivos;
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem IV – os cidadãos ou associações, quanto a
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela direitos ou interesses difusos.
própria Administração.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de
dez dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou
CAPÍTULO XV divulgação oficial da decisão recorrida.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO § 1º Quando a lei não fixar prazo diferente,
E DA REVISÃO o recurso administrativo deverá ser decidi-
do no prazo máximo de trinta dias, a partir
Art. 56. Das decisões administrativas cabe re-
do recebimento dos autos pelo órgão com-
curso, em face de razões de legalidade e de mé-
petente.
rito.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

§ 2º O prazo mencionado no parágrafo an- tificado para que formule suas alegações
terior poderá ser prorrogado por igual perí- antes da decisão.
odo, ante justificativa explícita.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de re- enunciado da súmula vinculante, o órgão com-
querimento no qual o recorrente deverá expor petente para decidir o recurso explicitará as
os fundamentos do pedido de reexame, poden- razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
do juntar os documentos que julgar convenien- súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº
tes. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Fede-
recurso não tem efeito suspensivo. ral a reclamação fundada em violação de enun-
ciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à
Parágrafo único. Havendo justo receio de autoridade prolatora e ao órgão competente
prejuízo de difícil ou incerta reparação de- para o julgamento do recurso, que deverão ade-
corrente da execução, a autoridade recorri- quar as futuras decisões administrativas em ca-
da ou a imediatamente superior poderá, de sos semelhantes, sob pena de responsabilização
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
recurso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão compe- Art. 65. Os processos administrativos de que re-
tente para dele conhecer deverá intimar os de- sultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
mais interessados para que, no prazo de cinco tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem
dias úteis, apresentem alegações. fatos novos ou circunstâncias relevantes susce-
Art. 63. O recurso não será conhecido quando tíveis de justificar a inadequação da sanção apli-
interposto: cada.

I – fora do prazo; Parágrafo único. Da revisão do processo


não poderá resultar agravamento da san-
II – perante órgão incompetente; ção.
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
CAPÍTULO XVI
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada DOS PRAZOS
ao recorrente a autoridade competente,
sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. Art. 66. Os prazos começam a correr a partir
§ 2º O não conhecimento do recurso não da data da cientificação oficial, excluindo-se da
impede a Administração de rever de ofício o contagem o dia do começo e incluindo-se o do
ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão vencimento.
administrativa. § 1º Considera-se prorrogado o prazo até o
Art. 64. O órgão competente para decidir o re- primeiro dia útil seguinte se o vencimento
curso poderá confirmar, modificar, anular ou re- cair em dia em que não houver expediente
vogar, total ou parcialmente, a decisão recorri- ou este for encerrado antes da hora normal.
da, se a matéria for de sua competência. § 2º Os prazos expressos em dias contam-se
Parágrafo único. Se da aplicação do dispos- de modo contínuo.
to neste artigo puder decorrer gravame à si- § 3º Os prazos fixados em meses ou anos
tuação do recorrente, este deverá ser cien- contam-se de data a data. Se no mês do

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vencimento não houver o dia equivalente dos da doença de Paget (osteíte deforman-
àquele do início do prazo, tem-se como ter- te), contaminação por radiação, síndrome
mo o último dia do mês. de imunodeficiência adquirida, ou outra
doença grave, com base em conclusão da
Art. 67. Salvo motivo de força maior devida- medicina especializada, mesmo que a do-
mente comprovado, os prazos processuais não ença tenha sido contraída após o início do
se suspendem. processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do
CAPÍTULO XVII benefício, juntando prova de sua condição,
DAS SANÇÕES deverá requerê-lo à autoridade administra-
tiva competente, que determinará as provi-
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por au- dências a serem cumpridas. (Incluído pela
toridade competente, terão natureza pecuniária Lei nº 12.008, de 2009).
ou consistirão em obrigação de fazer ou de não
fazer, assegurado sempre o direito de defesa. § 2º Deferida a prioridade, os autos rece-
berão identificação própria que evidencie o
regime de tramitação prioritária. (Incluído
pela Lei nº 12.008, de 2009).
CAPÍTULO XVIII § 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS de 2009).
Art. 69. Os processos administrativos específi- § 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
cos continuarão a reger-se por lei própria, apli- de 2009).
cando-se-lhes apenas subsidiariamente os pre-
ceitos desta Lei. Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e
qualquer órgão ou instância, os procedimen- 111º da República.
tos administrativos em que figure como parte
ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
2009). Renan Calheiros
I – pessoa com idade igual ou superior a Paulo Paiva
60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº Este texto não substitui o publicado no DOU de
12.008, de 2009). 1.2.1999 e retificado em 11.3.1999
II – pessoa portadora de deficiência, física
ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de
2009).
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008,
de 2009).
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa,
esclerose múltipla, neoplasia maligna, han-
seníase, paralisia irreversível e incapacitan-
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, hepatopatia grave, estados avança-

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

Considerações sobre a Lei nº 9.784/1999

1. Disposições Gerais

A Lei nº 8.112/1990 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito


da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Os preceitos dessa Lei
também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário (da União!), quando no
desempenho de função administrativa.
Para efeitos dessa Lei, considera-se:
•• órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta;
•• entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
•• autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

2. Princípios do Processo Administrativo

A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios:


a) Legalidade
b) Finalidade
c) Motivação
d) Razoabilidade
e) Proporcionalidade
f) Moralidade
g) Ampla defesa
h) Contraditória
i) Segurança jurídica
j) Interesse público
k) Eficiência

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Princípios Critérios
Legalidade •• atuação conforme a lei e o Direito.
•• atendimento a fins de interesse geral, vedada a
Finalidade renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei.
•• indicação dos pressupostos de fato e de direito que
Motivação
determinarem a decisão.
•• adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior
Razoabilidade e Proporcionalidade
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público.
•• atuação segundo padrões éticos de probidade,
Moralidade
decoro e boa-fé.
•• garantia dos direitos à comunicação, à apresentação
de alegações finais, à produção de provas e à
Ampla defesa e Contraditória
interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio.
•• observância das formalidades essenciais à garantia
dos direitos dos administrados.
Segurança jurídica e Informalismo •• adoção de formas simples, suficientes para propiciar
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos
direitos dos administrados.
•• interpretação da norma administrativa da forma
que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
Interesse público interpretação.
•• objetividade no atendimento do interesse público,
vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades.
•• busca a otimização dos procedimentos, devendo
ser rápida, útil e econômica, buscando os melhores
Eficiência resultados possíveis.
•• divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas
as hipóteses de sigilo previstas na Constituição.
•• impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
Oficialidade
prejuízo da atuação dos interessados.
•• proibição de cobrança de despesas processuais,
Gratuidade
ressalvadas as previstas em lei.

3. Direitos dos Administrados

O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que
lhe sejam assegurados:

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as
decisões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de
consideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação,
por força de lei.

4. Dos Deveres os Administrados

São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em


ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos
fatos.

5. Do Início do Processo

Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.


Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se dar pela parte
interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).
O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve
ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado ou de quem o represente;
III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.
É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

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6. Dos Interessados

São considerados interessados no processo administrativo:


I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais
ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada previsão
especial em ato normativo próprio.

7. Da Competência

Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi


atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo revogável a
qualquer tempo pela autoridade delegante.
•• Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
•• Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

8. Dos Impedimentos e Suspeição

É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:


I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se
tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge


ou companheiro.
A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade
competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.
Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
e afins até o terceiro grau.

9. Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo

Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da
repartição na qual tramitar o processo.
Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e
dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 5 dias, salvo motivo
de força maior.

10. Da Comunicação dos Atos

O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação


do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de comparecimento.
A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a pessoa não
recebeu correspondência, ou esta não continha as determinações legais, mas comparece
espontaneamente no processo, não haverá nulidade, sendo considerada intimada.
Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade
dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa intimada não se
manifesta no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os fatos a ele imputados (não
significa confissão), nem significa que renunciou a direitos, podendo, inclusive, ingressar no
prosseguimento do processo, tendo seu direito a ampla defesa assegurado.
Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos
de outra natureza, de seu interesse.

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11. Da Instrução

As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada


de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo,
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.
Proibição de provas ilícitas – são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas
por meios ilícitos.
O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
objeto do processo. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as
provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias
reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Logo após, a Administração tem o prazo de até
30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

12. Do Dever de Decidir

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e


sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

13. Da Motivação

Princípio da Motivação – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de


concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.

14. Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo

Possibilidade de desistência do processo – O interessado poderá, mediante manifestação


escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
disponíveis.
Entretanto, a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o
prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o
exige.
Extinção do processo – O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando
exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por
fato superveniente.

15. Da Anulação, Revogação e Convalidação

A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o ato
administrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que jurídicos que
justifiquem sua edição.

16. Do Recurso Administrativo e da Revisão

Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.


Juízo de Retratação – O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.
Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.

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O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.
Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;
IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
O recurso não será conhecido quando interposto:
I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso administrativo, e de no
máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazo poderá ser prorrogado por igual período,
mediante justificativa).
Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais
interessados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo,
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis
de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da reformatio
in pejus na revisão do processo).

17. Dos Prazos

Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem


o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se
suspendem.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

18. Das Sanções

As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou


consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

19. Disposições Finais

Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos


administrativos em que figure como parte ou interessado:
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou
outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença
tenha sido contraída após o início do processo.
Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de
tramitação prioritária.

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SLIDES – PROCESSO ADMINISTRATIVO NO
ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

Lei nº 9.784/1999
(Processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal)

Prof.ª Tatiana Marcello

Disposições Gerais
• Processo Administrativo é a forma pela qual a Administração registra seus atos,
controla seus agentes ou decide controvérsias com os administrados e agentes.

• A Lei nº 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no


âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à
proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração (interesse público).

Administração • Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios.
Direta

• Autarquias (Ex. INSS, BACEN)


Administração • Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI)
Indireta • Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios)
• Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás)

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

• Os processos administrativos específicos (Ex.: PAD Lei 8.112/1990)continuarão a


reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos
desta Lei.

• Os preceitos dessa Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário (da União!) quando no desempenho de função administrativa.

• Para efeitos dessa Lei, considera-se:

Øórgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta (ex.: os


Ministérios) e da estrutura da Administração indireta (ex.: departamento pessoal do
INSS);

Øentidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica. Entidade é pessoa


jurídica.

Øautoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

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Princípios do Processo Administrativo
Ø A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios:
• Legalidade
• Finalidade
• Motivação
• Razoabilidade
• Proporcionalidade
• Moralidade
• Ampla defesa
• Contraditória
• Segurança jurídica
• Interesse público
• Eficiência

Princípios Critérios
Legalidade - atuação conforme a lei e o Direito.
Finalidade - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei.
Motivação - indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinarem a decisão.
Razoabilidade e - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
Proporcionalidade obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.
Moralidade - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-
fé.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

Princípios Critérios
Ampla defesa - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações
e Contraditória finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio.
Segurança - observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
jurídica e administrados.
Informalismo - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado
grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados.
Interesse - interpretação da norma administrativa da forma que melhor
público garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.
- objetividade no atendimento do interesse público, vedada a
promoção pessoal de agentes ou autoridades.

Princípios Critérios
Eficiência e - busca a otimização dos procedimentos, devendo ser rápida, útil
Publicidade e econômica, buscando os melhores resultados possíveis.
- divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
hipóteses de sigilo previstas na Constituição.

Oficialidade - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da


(Impulso Oficial) atuação dos interessados.

Gratuidade - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as


previstas em lei.

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Direito dos Administrados
• O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de
outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o
exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição
de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
conhecer as decisões proferidas;
III - formular alegações (alegações finais) e apresentar documentos antes da decisão,
os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei.

Deveres dos Administrados


• São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros
previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário (irresponsável, imprudente, aventureiro...);
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

Do Início do Processo
• Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de
interessado.

• Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se


dar pela parte interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício).

• O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação


oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II - identificação do interessado ou de quem o represente;

III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;

V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,


devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais
falhas.

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Excelentíssimo Sr. Dr. Presidente....

João da Silva, brasileiro, casado, inscrito


no CPF.... residente e domiciliado na
Rua..... vem, por meio do presente
requerimento, dizer e requerer o que
segue:

1. Dos Fatos e Fundamentos


........

2. Do Pedido
.........

São Paulo, 13 de junho de 2016


_________________
(assinatura)

Dos Interessados
• São considerados interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses
individuais ou no exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que
possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses
coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou
interesses difusos.

• São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada


previsão especial em ato normativo próprio.

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Da Competência
• Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente
admitidos.

• O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo
revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

• O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.

• Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,


delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.

• Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

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Dos Impedimentos e Suspeição
• É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou


representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou
parente e afins até o terceiro grau;

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo


cônjuge ou companheiro.

• A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à


autoridade competente, abstendo-se de atuar. A omissão constitui falta grave.

• Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima
ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o 3º grau.

• A própria parte vai ter que alegar a suspeição.

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Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo


• Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.

• Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de


funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

• Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo


processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de
5 dias, salvo motivo de força maior.

Da Comunicação dos Atos


• O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a
intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
• A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de
comparecimento.
• A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado.
• As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas
o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a
pessoa não recebeu correspondência, ou esta não continha as determinações legais,
mas comparece espontaneamente no processo, não haverá nulidade, sendo
considerada intimada.

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• Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da
verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa
intimada não se manifesta no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os
fatos a ele imputados (não significa confissão), nem significa que renunciou a
direitos, podendo, inclusive, ingressar no prosseguimento do processo, tendo seu
direito a ampla defesa assegurado.

• Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o


interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de
direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

Da Instrução
• As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários
à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias.

• Proibição de provas ilícitas - são inadmissíveis no processo administrativo as provas


obtidas por meios ilícitos.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

Do Dever de Decidir

• A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos


administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua
competência.

Da Motivação
• Princípio da Motivação - Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;


II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.

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Da Desistência e outros casos de Extinção do Processo
• Possibilidade de desistência do processo - O interessado poderá, mediante
manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda,
renunciar a direitos disponíveis.

• Entretanto, a desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não


prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o
interesse público assim o exige.

• Extinção do processo - O órgão competente poderá declarar extinto o processo


quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou
prejudicado por fato superveniente.

Da Anulação, Revogação e Convalidação


• A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

ANULAÇÃO Vício de Legalidade

REVOGAÇÃO Inconveniência ou Inoportunidade

• O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram


efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.

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• Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem


prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

• Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o


ato administrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que
jurídicos que justifiquem sua edição.

Do Recurso Administrativo e da Revisão


• Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de
mérito.

• Juízo de Retratação - O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a


qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.

• Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal.

• O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas,


salvo disposição legal diversa.

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• Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão


recorrida;

III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses


coletivos;

IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

• O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

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• Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso


administrativo, e de no máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazo
poderá ser prorrogado por igual período, mediante justificativa).

• Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os


demais interessados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações.

Alegações
Interposição de Decisão
(Resposta dos
Recurso máximo 30 dias
interessados)
10 dias (prorrogável)
5 dias úteis

• Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a


qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
aplicada.

• Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da


reformatio in pejus na revisão do processo).

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Dos Prazos

• Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da


contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

• Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se


suspendem.

Das Sanções

• As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza


pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado
sempre o direito de defesa.

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Direito Administrativo – Processo Administrativo no Âmbito da Adm. Federal – Lei 9.784/99 – Profª Tatiana Marcello

Disposições Finais
• Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos
administrativos em que figure como parte ou interessado:

I - pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;

II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;

IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna,


hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave,
estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por
radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base
em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
após o início do processo.
• Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o
regime de tramitação prioritária.

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Direito Administrativo

INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA LICITAÇÃO

Introdução e Fundamentos Constitucionais da Licitação

O art. 37, XXI da CF prevê o preceito mais genérico existente em nosso ordenamento jurídico
sobre a obrigatoriedade de a Administração Pública realizar licitações para suas contratações:
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e aliena-
ções serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamen-
to, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento
das obrigações.
Desse dispositivo, constata-se que a própria CF admite a possibilidade de a lei estabelecer hi-
póteses excepcionais de contratações de obras, serviços, compras e alienações sem licitações
– chamada contratação direta.
Entretanto, ao prever os contratos de concessão e permissão de serviços públicos, a CF não
deixou margem para exceções, sendo necessária sempre a realização de licitação:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Competência para legislar


•• Normas Gerais de licitação: competência privativa da União – CF, Art. 22. Compete pri-
vativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em
todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III; (norma de caráter nacional).
•• Normas Específicas sobre licitações: Estados, Distrito Federal e Municípios têm compe-
tência para legislar sobre normas específicas de licitação, desde que não contrariem as nor-
mas gerais editadas pela União. A própria União pode editar normas específicas, aplicáveis
não no âmbito nacional, e sim no âmbito Federal apenas.

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Normas Nacionais sobre Licitações
a) Lei nº 8.666/1993 – é a lei mais abrangente sobre normas gerais de licitações e contratos
administrativos.
•• Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos per-
tinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âm-
bito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
•• Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração
direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
•• Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, per-
missões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão ne-
cessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
•• Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de
vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for
a denominação utilizada.
b) Lei nº 10.520/2002 – é a lei que instituiu mais uma modalidade de licitação: pregão.
•• Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na moda-
lidade de pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo,
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
•• Decreto nº 3.555/2000 (Federal) – regulamenta o pregão presencial.
•• Decreto nº. 5.450/2005 (Federal) – regulamenta o pregão eletrônico.
c) Lei nº 13.303/2016 – dispõe sobre o Estatuto Jurídico das Empresas Públicas e Sociedades de
Economia mista.
A CF determinou que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação
e contratos “para empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.173,
§ 1º, III”.
Esse dispositivo, por sua vez, determina que: § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da em-
presa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo
sobre: III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
princípios da administração pública.
Art. 28, Lei 13.303/16: Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às EPs e
às SEM, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação
de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integra-

800 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Introdução e Fundamentos Constitucionais da Licitação – Profª Tatiana Marcello

das a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, serão precedi-
dos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.
d) Lei nº 8.987/1995 – é a lei que dispõe sobre as concessões e permissões de serviços públi-
cos.
Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços
públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas
normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.
Obs.: muito embora o art. 2º da Lei 8.666/93 preveja expressamente sua aplicabilidade
aos contratos de permissão e concessão, a Lei 8.987/95 veio posteriormente estabelecer
regras próprias para essas contratações, sendo que estas se aplicam precipuamente (a Lei
8.666/93 pode ser aplicável apenas subsidiariamente) .
e) Lei nº 11.079/2004 – traz norma gerais sobe Parcerias Público-Privadas (PPP), com peculia-
res contratos de concessão (cujos objetivos podem incluir prestação de serviços), regidos por
essa lei própria.
f) Lei nº 12.232/2010 – prevê normas gerais de licitação e contratação de serviços de publicida-
de prestados por intermédio de agências de propaganda.
g) Lei nº 12.462/2011 – estabelece o chamado Regime Diferenciado de Contratações Públicas
(RDC), aplicável a licitações e contratos como: Copa do mundo 2014; Olimpíadas e Paraolimpía-
das 2016; obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS e dos sistemas públicos de ensino e
pesquisa, ciência e tecnologia; ações integrantes do PAC, dentre outros.

www.acasadoconcurseiro.com.br 801
SLIDES – INTRODUÇÃO E FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
DA LICITAÇÃO

Introdução e Fundamentos Constitucionais da


Licitação
• O art. 37, XXI da CF prevê o preceito mais genérico existente em nosso
ordenamento jurídico sobre a obrigatoriedade de a Administração Pública realizar
licitações para suas contratações:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras


e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações.

• Desse dispositivo, constata-se que a própria CF admite a possibilidade de a lei


estabelecer hipóteses excepcionais de contratações de obras, serviços, compras e
alienações sem licitações – chamada contratação direta.

• Entretanto, ao prever os contratos de concessão e permissão de serviços públicos, a


CF não deixou margem para exceções, sendo necessária sempre a realização de
licitação:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos.

802 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Introdução e Fundamentos Constitucionais da Licitação – Profª Tatiana Marcello

Competência para legislar


• Normas Gerais de licitação: competência privativa da União
CF, Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais
de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (norma de caráter
nacional).

• Normas Específicas sobre licitações: Estados, Distrito Federal e Municípios têm


competência para legislar sobre normas específicas de licitação, desde que não
contrariem as normas gerais editadas pela União. A própria União pode editar
normas específicas, aplicáveis não no âmbito nacional, e sim no âmbito Federal
apenas.

Normas Nacionais sobre Licitações

a) Lei nº 8.666/1993 – é a lei mais abrangente sobre normas gerais de licitações e


contratos administrativos.
• Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
• Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da
administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
• Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões,
permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros,
serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas
nesta Lei.
• Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

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b) Lei nº 10.520/2002 – é a lei que instituiu mais uma modalidade de licitação:
pregão.

• Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na
modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste
artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

• Decreto nº 3.555/2000 – regulamenta o pregão presencial.


• Decreto nº. 5.450/2005 – regulamenta o pregão eletrônico.

c) Lei nº 13.303/2016 – dispõe sobre o Estatuto Jurídico das Empresas Públicas e


Sociedades de Economia mista.

A CF determinou que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de


licitação e contratos “para empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do art.173, § 1º, III”.
Esse dispositivo, por sua vez, determina que: § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre: III - licitação e contratação de obras, serviços,
compras e alienações, observados os princípios da administração pública.

Art. 28, Lei 13.303/16: Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços
às EPs e às SEM, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de
bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execução
de obras a serem integradas a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus
real sobre tais bens, serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as
hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.

804 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL, OBJETIVO E FINALIDADE

•• Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua a licitação como sendo “o procedimento


administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a
todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório,
a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais
conveniente para a celebração de contrato”.
•• Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, licitação pode ser conceituada como
“um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades
governamentais, em que, observada a igualdade entre os participantes, deve ser
selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em com elas
travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidos os requisitos
mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles se propõem”.
•• Quando se trata de licitação, a ideia é de isonomia, ou seja, de que há uma igualdade entre
os participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.
•• Entretanto, a edição da Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar
essa ideia de isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir
vantagens competitivas (chamada margem de preferência) a empresas produtoras de
bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais. Além disso, a Lei
12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações tecnológicas nacionais.
•• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei
8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a
promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”
•• Portanto, seguindo políticas já adotadas em outros países, o Brasil passa a utilizar das
contratações governamentais (que geralmente têm enorme peso econômico) como
instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional sustentável, fortalecendo
empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e que se preocupem com
as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as que adotam práticas de
sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursos naturais.
•• Ademais, o legislador flexibilizou ainda mais a ideia de isonomia/igualdade ao acrescentar,
através da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), regras destinadas e
proporcionar vantagens competitivas (inclusive margem de preferência) a “empresas
que comprovem cumprimento de reservas de cargos prevista em lei para pessoa
com deficiência ou para reabilitado da previdência social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 805
SLIDES – FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL, OBJETIVO E FINALIDADE

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Conceito, finalidade e Objetivo das Licitações

• Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua a licitação como sendo “o procedimento


administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa,
abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento
convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais
selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato”.

• Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, licitação pode ser conceituada como
“um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades
governamentais, em que, observada a igualdade entre os participantes, deve ser
selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em com
elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidos
os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles
se propõem”.

806 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Fundamento Constitucional, Objetivo e Finalidade – Profª Tatiana Marcello

• Quando se trata de licitação, a ideia é de isonomia, ou seja, de que há uma igualdade


entre os participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Entretanto, a edição da Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de


relativizar essa ideia de isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao
conferir vantagens competitivas (chamada margem de preferência) a empresas
produtoras de bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais.
Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações
tecnológicas nacionais.

• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei
8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

• Portanto, seguindo políticas já adotadas em outros países, o Brasil passa a utilizar


das contratações governamentais (que geralmente têm enorme peso econômico)
como instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional sustentável,
fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e que se
preocupem com as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as que
adotam práticas de sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursos
naturais.

• Ademais, o legislador flexibilizou ainda mais a ideia de isonomia/igualdade ao


acrescentar, através da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência),
regras destinadas e proporcionar vantagens competitivas (inclusive margem de
preferência) a “empresas que comprovem cumprimento de reservas de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência
social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação”.

www.acasadoconcurseiro.com.br 807
Direito Administrativo

LICITAÇÃO – PRINCÍPIOS

Princípios Orientadores das Licitações

•• O Art. 3º da Lei 8.666/93 prevê que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”

Princípios explícitos no art. 3º:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Igualdade

Publicidade

Probidade administrativa

Vinculação ao instrumento convocatório

Julgamento objetivo

Princípio da Publicidade
•• Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de
seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

www.acasadoconcurseiro.com.br 809
•• Objetivos da publicidade: permitir o acompanhamento e a fiscalização do procedimento
pelos licitantes, pelos órgãos de controle interno e externo e pelos administrados em geral.
•• Art. 4º estabelece que qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento da licitação,
desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
•• O princípio da Publicidade impõe, também, que os motivos determinantes das decisões
proferidas sejam declarados, a fim de possibilitar o efetivo controle do procedimento pelos
licitantes e pelo cidadão.

Princípio da Igualdade/Isonomia
•• O Princípio da Igualdade ou da Isonomia (tidos como sinônimos pela lei) tem natureza
constitucional e é elencado como o mais importante em se tratando de licitação.
•• CF, Art. 37, XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes...”.
•• Lei 8.666/93 – Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração
e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em
estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
•• Quando se trata de licitação, vem a ideia de isonomia/igualdade entre os participantes no
procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.
•• Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar essa ideia de isonomia,
trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir vantagens competitivas
(chamada margem de preferência) a empresas produtoras de bens manufaturados
nacionais ou prestadoras de serviços nacionais.
•• Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações tecnológicas
nacionais.
•• Já a Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), trouxe favorecimento e
margem de preferência a empresas que comprovem cumprimento de reservas de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
•• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei
8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a
promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”
•• O Brasil passa a utilizar das contratações governamentais (que geralmente têm enorme
peso econômico) como instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional
sustentável, fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e

810 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

que se preocupem com as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as que
adotam práticas de sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursos naturais.
•• § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,
sucessivamente, aos bens e serviços:
II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País;
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social
e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
•• Art. 3º, § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência
para:
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas
brasileiras; e
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento
de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento
e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência
adicional àquela prevista no § 5º.

Princípio da Legalidade e da Impessoalidade


•• O procedimento licitatório, assim como todos os atos da administração, deve estar pautado
no que a lei autoriza ou determina. A atuação do administrador deve estar pautada nos
preceitos da lei e do Direito.
•• Ademais a licitação deve atentar para o princípio da impessoalidade, permitindo que a
contratação com a Administração se de com o vencedor da licitação, conforme os critérios
estabelecidos em lei e não de acordo com a preferência pessoal do administrador.

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório


•• O edital ou a carta-convite são os instrumentos convocatórios da licitação, estando a
Administração vinculada aos mesmos.
•• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual
se acha estritamente vinculada. (regra que vale também para a carta-convite, instrumento
da modalidade convite)

www.acasadoconcurseiro.com.br 811
•• Segundo Hely Lopes Meirelles, o edital (ou a carta-convite) é a lei interna da licitação, que
vincula aos seus termos tanto os licitantes quanto a administração que o expediu.

Princípio do Julgamento Objetivo


•• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios
objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e
princípios estabelecidos por esta Lei.
•• A aplicação desse princípio está relacionada aos tipos de licitação: a) menor preço; b)
melhor técnica; c) técnica e preço; d) maior lance ou oferta.
•• O critério objetivo pode ser absoluto quando se tratar do tipo menor preço ou maior
lance ou oferta; porém, o que se relaciona a técnica, certamente que há um resquício de
subjetividade.

Princípio da Probidade e da Moralidade Administrativa


•• O princípio da moralidade é norteador de toda atuação da Administração, inclusive no
processo licitatório. Trata-se da exigência de conduta ética dos agentes da administração
em todas as etapas da licitação.
•• Quanto à improbidade, a CF prevê no art. 37, § 4º: Os atos de improbidade administrativa
importarão:
•• suspensão dos direitos políticos,
•• perda da função pública,
•• indisponibilidade dos bens,
•• ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
•• ação penal cabível.
•• A Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) traz um rol exemplificativo de atos de
improbidade, alguns atinentes à licitação.

812 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

• Princípios implícitos apontados pela doutrina:

Competitividade

Procedimento Formal

Sigilo das Propostas

Adjudicação Compulsória

Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas


•• Princípio decorrente da lógica da licitação.
•• Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de
seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
•• O sigilo na das propostas até a abertura é tão importante que configura-se crime sua
violação (art. 94 da Lei 8.666).
•• A violação do sigilo colocaria o concorrente em vantagem, já que este poderia, no caso de
uma licitação por menor preço, formular um valor um pouco abaixo e vencer.

Princípio da Adjudicação Obrigatória ao Vencedor


•• Tratando-se de licitação, o termo “adjudicar” significa atribuir o objeto do certame ao
vencedor.
•• Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob
pena de nulidade.
•• Esse princípio veda que a Administração celebre o contrato com outro que não seja o
vencedor. Veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior.

www.acasadoconcurseiro.com.br 813
Princípio da Competitividade
•• A competitividade é da essência da licitação.
•• É a efetiva competitividade, evitando-se a manipulação de preços, que vai garantir a
obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração.
•• Segundo a Lei, configura-se crime: Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação
ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o
intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da
licitação.

Princípio do Formalismo
•• O procedimento de licitação será sempre um procedimento formal.
•• Art. 4º, Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato
administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

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Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – LICITAÇÃO – PRINCÍPIOS

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Princípios Orientadores das Licitações

• O Art. 3º da Lei 8.666/93 prevê que “A licitação destina-se a garantir a observância


do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para
a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”

www.acasadoconcurseiro.com.br 815
Princípios explícitos no art. 3º:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Igualdade

Publicidade

Probidade administrativa

Vinculação ao instrumento convocatório

Julgamento objetivo

• Princípios implícitos apontados pela doutrina:

Competitividade

Procedimento Formal

Sigilo das Propostas

Adjudicação Compulsória

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Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

Princípio da Publicidade
• Art. 3º, § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os
atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.

• Objetivos da publicidade: permitir o acompanhamento e a fiscalização do


procedimento pelos licitantes, pelos órgãos de controle interno e externo e pelos
administrados em geral.

• Art. 4o estabelece que qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento da


licitação, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos
trabalhos.

• O princípio da Publicidade impõe, também, que os motivos determinantes das


decisões proferidas sejam declarados, a fim de possibilitar o efetivo controle do
procedimento pelos licitantes e pelo cidadão.

Princípio da Igualdade/Isonomia
• O Princípio da Igualdade ou da Isonomia (tidos como sinônimos pela lei) tem
natureza constitucional e é elencado como o mais importante em se tratando de
licitação.

• CF, Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes...”.

• Lei 8.666/93 - Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

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• Quando se trata de licitação, vem a ideia de isonomia/igualdade entre os
participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar essa ideia de
isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir vantagens
competitivas (chamada margem de preferência) a empresas produtoras de bens
manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais.
• Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações
tecnológicas nacionais.
• Já a Lei Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), trouxe favorecimento
e margem de preferência a empresas que comprovem cumprimento de reservas de
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência
social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei
8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

• O Brasil passa a utilizar das contratações governamentais (que geralmente têm


enorme peso econômico) como instrumento apto a promover o desenvolvimento
nacional sustentável, fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e
rendas domésticos e que se preocupem com as pesquisas e criação de tecnologias
nacionais, bem como as que adotam práticas de sustentabilidade, preservando o
meio-ambiente e recursos naturais.

818 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

• § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada


preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País;
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na
legislação.

• Art. 3º, § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de


preferência para:
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas
técnicas brasileiras; e
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem
cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de


desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser
estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o.

www.acasadoconcurseiro.com.br 819
Princípio da Legalidade e da Impessoalidade

• O procedimento licitatório, assim como todos os atos da administração, deve estar


pautado no que a lei autoriza ou determina. A atuação do administrador deve estar
pautada nos preceitos da lei e do Direito.

• Ademais a licitação deve atentar para o princípio da impessoalidade, permitindo


que a contratação com a Administração se de com o vencedor da licitação, conforme
os critérios estabelecidos em lei e não de acordo com a preferência pessoal do
administrador.

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório

• O edital ou a carta-convite são os instrumentos convocatórios da licitação, estando a


Administração vinculada aos mesmos.

• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao


qual se acha estritamente vinculada. (regra que vale também para a carta-convite,
instrumento da modalidade convite)

• Segundo Hely Lopes Meirelles, o edital (ou a carta-convite) é a lei interna da


licitação, que vincula aos seus termos tanto os licitantes quanto a administração
que o expediu.

820 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

Princípio do Julgamento Objetivo

• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os


critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as
normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

• A aplicação desse princípio está relacionada aos tipos de licitação: a) menor preço;
b) melhor técnica; c) técnica e preço; d) maior lance ou oferta.

• O critério objetivo pode ser absoluto quando se tratar do tipo menor preço ou maior
lance ou oferta; porém, o que se relaciona a técnica, certamente que há um
resquício de subjetividade.

Princípio da Probidade e da Moralidade Administrativa


• O princípio da moralidade é norteador de toda atuação da Administração, inclusive
no processo licitatório. Trata-se da exigência de conduta ética dos agentes da
administração em todas as etapas da licitação.

• Quanto à improbidade, a CF prevê no art. 37, § 4º: Os atos de improbidade


administrativa importarão:
Øsuspensão dos direitos políticos,
Øperda da função pública,
Øindisponibilidade dos bens,
Øressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
Øação penal cabível.

• A Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) traz um rol exemplificativo de


atos de improbidade, alguns atinentes à licitação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 821
Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas

• Princípio decorrente da lógica da licitação.

• Art. 3º, § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os
atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.

• O sigilo na das propostas até a abertura é tão importante que configura-se crime sua
violação (art. 94 da Lei 8.666).

• A violação do sigilo colocaria o concorrente em vantagem, já que este poderia, no


caso de uma licitação por menor preço, formular um valor um pouco abaixo e
vencer.

Princípio da Adjudicação Obrigatória ao Vencedor

• Tratando-se de licitação, o termo “adjudicar” significa atribuir o objeto do certame


ao vencedor.

• Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem
de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento
licitatório, sob pena de nulidade.

• Esse princípio veda que a Administração celebre o contrato com outro que não seja
o vencedor. Veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação
anterior.

822 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Licitação - Princípios – Profª Tatiana Marcello

Princípio da Competitividade

• A competitividade é da essência da licitação.

• É a efetiva competitividade, evitando-se a manipulação de preços, que vai garantir a


obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração.

• Segundo a Lei, configura-se crime: Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste,
combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento
licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da
adjudicação do objeto da licitação.

Princípio do Formalismo

• O procedimento de licitação será sempre um procedimento formal.

• Art. 4º, Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato
administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração
Pública.

www.acasadoconcurseiro.com.br 823
Direito Administrativo

MODALIDADE DE LICITAÇÃO

Presidência da República § 1º Concorrência é a modalidade de licita-


ção entre quaisquer interessados que, na
Casa Civil fase inicial de habilitação preliminar, com-
Subchefia para Assuntos Jurídicos provem possuir os requisitos mínimos de
qualificação exigidos no edital para execu-
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE ção de seu objeto.
1993 (PARCIAL) § 2º Tomada de preços é a modalidade de
licitação entre interessados devidamente
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
cadastrados ou que atenderem a todas as
Constituição Federal, institui normas para
condições exigidas para cadastramento até
licitações e contratos da Administração Pública
o terceiro dia anterior à data do recebimen-
e dá outras providências.
to das propostas, observada a necessária
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que qualificação.
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
§ 3º Convite é a modalidade de licitação en-
seguinte Lei:
tre interessados do ramo pertinente ao seu
(...) objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três)
pela unidade administrativa, a qual afixará,
em local apropriado, cópia do instrumento
CAPÍTULO II convocatório e o estenderá aos demais ca-
Da Licitação dastrados na correspondente especialidade
que manifestarem seu interesse com ante-
Seção I cedência de até 24 (vinte e quatro) horas da
Das Modalidades, Limites e Dispensa apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação
(...)
entre quaisquer interessados para escolha
Art. 22. São modalidades de licitação: de trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios ou remu-
I – concorrência; neração aos vencedores, conforme critérios
II – tomada de preços; constantes de edital publicado na impren-
sa oficial com antecedência mínima de 45
III – convite; (quarenta e cinco) dias.
IV – concurso; § 5º Leilão é a modalidade de licitação en-
tre quaisquer interessados para a venda de
V – leilão. bens móveis inservíveis para a administra-
ção ou de produtos legalmente apreendidos

www.acasadoconcurseiro.com.br 825
ou penhorados, ou para a alienação de bens c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer (um milhão e quinhentos mil reais); (Reda-
o maior lance, igual ou superior ao valor da ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
de 1994) II – para compras e serviços não referidos
no inciso anterior: (Redação dada pela Lei
§ 6º Na hipótese do § 3o deste artigo, exis- nº 9.648, de 1998)
tindo na praça mais de 3 (três) possíveis
interessados, a cada novo convite, realiza- a) convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil
do para objeto idêntico ou assemelhado, é reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
obrigatório o convite a, no mínimo, mais um 1998)
interessado, enquanto existirem cadastra- b) tomada de preços – até R$ 650.000,00
dos não convidados nas últimas licitações. (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou c) concorrência – acima de R$ 650.000,00
manifesto desinteresse dos convidados, for (seiscentos e cinqüenta mil reais). (Redação
impossível a obtenção do número mínimo dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
de licitantes exigidos no § 3º deste artigo,
essas circunstâncias deverão ser devida- § 1º As obras, serviços e compras efetua-
mente justificadas no processo, sob pena de das pela Administração serão divididas em
repetição do convite. tantas parcelas quantas se comprovarem
técnica e economicamente viáveis, proce-
§ 8º É vedada a criação de outras modalida- dendo-se à licitação com vistas ao melhor
des de licitação ou a combinação das referi- aproveitamento dos recursos disponíveis no
das neste artigo. mercado e à ampliação da competitividade
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste arti- sem perda da economia de escala. (Reda-
go, a administração somente poderá exigir ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
do licitante não cadastrado os documentos § 2º Na execução de obras e serviços e nas
previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem compras de bens, parceladas nos termos do
habilitação compatível com o objeto da lici- parágrafo anterior, a cada etapa ou conjun-
tação, nos termos do edital. (Incluído pela to de etapas da obra, serviço ou compra, há
Lei nº 8.883, de 1994) de corresponder licitação distinta, preserva-
Art. 23. As modalidades de licitação a que se re- da a modalidade pertinente para a execu-
ferem os incisos I a III do artigo anterior serão ção do objeto em licitação. (Redação dada
determinadas em função dos seguintes limites, pela Lei nº 8.883, de 1994)
tendo em vista o valor estimado da contratação: § 3º A concorrência é a modalidade de li-
I – para obras e serviços de engenharia: (Re- citação cabível, qualquer que seja o valor
dação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) de seu objeto, tanto na compra ou aliena-
ção de bens imóveis, ressalvado o disposto
a) convite – até R$ 150.000,00 (cento e cin- no art. 19, como nas concessões de direito
qüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº real de uso e nas licitações internacionais,
9.648, de 1998) admitindo-se neste último caso, observados
os limites deste artigo, a tomada de preços,
b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 quando o órgão ou entidade dispuser de ca-
(um milhão e quinhentos mil reais); (Reda- dastro internacional de fornecedores ou o
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998) convite, quando não houver fornecedor do

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Direito Administrativo – Modalidade de Licitação – Profª Tatiana Marcello

bem ou serviço no País. (Redação dada pela


Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4º Nos casos em que couber convite, a
Administração poderá utilizar a tomada de
preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5º É vedada a utilização da modalidade
"convite" ou "tomada de preços", conforme
o caso, para parcelas de uma mesma obra
ou serviço, ou ainda para obras e serviços
da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomi-
tantemente, sempre que o somatório de
seus valores caracterizar o caso de "toma-
da de preços" ou "concorrência", respecti-
vamente, nos termos deste artigo, exceto
para as parcelas de natureza específica que
possam ser executadas por pessoas ou em-
presas de especialidade diversa daquela do
executor da obra ou serviço. (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6º As organizações industriais da Adminis-
tração Federal direta, em face de suas pecu-
liaridades, obedecerão aos limites estabele-
cidos no inciso I deste artigo também para
suas compras e serviços em geral, desde
que para a aquisição de materiais aplicados
exclusivamente na manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos
pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº
8.883, de 1994)
§ 7º Na compra de bens de natureza divi-
sível e desde que não haja prejuízo para o
conjunto ou complexo, é permitida a cota-
ção de quantidade inferior à demandada na
licitação, com vistas a ampliação da compe-
titividade, podendo o edital fixar quantita-
tivo mínimo para preservar a economia de
escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-
-se-á o dobro dos valores mencionados no
caput deste artigo quando formado por até
3 (três) entes da Federação, e o triplo, quan-
do formado por maior número. (Incluído
pela Lei nº 11.107, de 2005)

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SLIDES – MODALIDADE DE LICITAÇÃO

Modalidades de Licitação

• Lei 8.666/93 - Art. 22. São MODALIDADES de licitação:


I - concorrência
II - tomada de preços
III - convite
IV - concurso
V - leilão

• Lei 10.520/2002 - Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser
adotada a licitação na modalidade de pregão.

• Há ainda a consulta (modalidade licitatória das Agências Reguladoras).

TIPOS MODALIDADES

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Direito Administrativo – Modalidade de Licitação – Profª Tatiana Marcello

Lei 8.666/93 - MODALIDADES de licitação:

I – concorrência II - tomada de preços

III – convite IV – concurso

V – leilão

Lei 10.520/2002 – Pregão

Lei 9.986/2000 - Consulta

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• Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo
anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
estimado da contratação:

• I - para obras e serviços de engenharia:


a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

• II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:


a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

Concorrência
Engenharia – acima de R$1.500.000,00
Demais obras e serviços – acima de 650.000,00

Tomada de Preços
Engenharia – de R$150.000,00 até
R$1.500.000,00
Demais obras e serviços – de R$80.000,00
até R$650.000,00

Convite
Engenharia – até R$150.000,00
Demais obras e serviços – até
R$80.000,00

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Direito Administrativo – Modalidade de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• Art. 23, § 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a
tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

• Art. 23, § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja


o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o
disposto no art. 19 (leilão), como nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites
deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro
internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem
ou serviço no País.

• Art. 22, § 8º - É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a


combinação das referidas neste artigo.

• Concorrência

• Art. 22, § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados


que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

• A concorrência é a mais complexa das modalidades de licitação.

• Art. 23, § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o


valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o
disposto no art. 19 (leilão), como nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste
artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro
internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem
ou serviço no País.

www.acasadoconcurseiro.com.br 831
• Em regra, na modalidade concorrência, há uma fase de habilitação preliminar, que
ocorre logo após a abertura do procedimento (após a publicação do resumo do
edital).

• Mas, há casos em que a fase de habilitação ocorre após a fase de julgamento:


a) Lei 11.079/04 - Parcerias Público Privadas (PPP);
b) Lei 8.987/95 - Concessão de serviços públicos;
c) Lei 12.232/10 - Serviços de publicidade.

• Tomada de Preços

• Art. 22, § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados


devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
observada a necessária qualificação.

• A Tomada de Preços é utilizada para a celebração de contratos de obras, serviços e


compras de menor vulto do que as que exigem a concorrência.

• A habilitação, que corresponde ao cadastramento, é preliminar à abertura do


procedimento.

• Quem ainda não for cadastrado, poderá cadastrar-se até o 3º dia anterior à data do
recebimento das propostas, desde que atendam às condições de qualificação exigidas
(mesmas exigência para o cadastramento).

832 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Modalidade de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• Admite-se a Tomada de Preços nas licitações internacionais, desde que:

a) o órgão ou entidade disponha de cadastro internacional de fornecedores; e

b) o contrato a ser celebrado esteja dentro dos limites de preços para essa
modalidade (Engenharia – até R$1.500.000,00; demais obras e serviços – até
R$650.000,00)

• Convite

• Art. 22, § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo


pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 3 pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia
do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de
até 24 horas da apresentação das propostas.

• Diferentemente das demais modalidades de licitação, que têm como instrumento


convocatório o edital, a modalidade convite tem como instrumento convocatório a
carta-convite, que será enviada diretamente aos interessados.

• Como não há edital, não há publicação na imprensa oficial, apesar de haver a


necessidade de afixação da cópia do instrumento em local apropriado, a fim de que
os demais cadastrados (não convidados) possam participar (habilitando-se 24h antes
da entrega das propostas).

www.acasadoconcurseiro.com.br 833
• O convite tem procedimentos mais simples, sendo utilizado para contratações de
menor valor.

• Excepcionalmente, a carta-convite pode ser enviada a menos de 3 interessados,


caso haja limitação de mercado ou desinteresse dos convidados, tornado
impossível a obtenção de um número mínimo (tal fato deverá ser justificado no
processo, sob pena de ter que repetir o procedimento).

• É possível a utilização da modalidade convite para licitações internacionais quando


não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.

• Concurso

• Art. 22, § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado
na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

• A natureza do objeto é que determina a realização da modalidade concurso,


independentemente do valor do contrato.

• Art. 13, § 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a


prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,
preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

• O julgamento é feito por uma comissão especial, formada por pessoas de reputação
ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, sejam servidores públicos ou não.

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Direito Administrativo – Modalidade de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• Leilão

• Art. 22, § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a


venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19,
a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

• Portanto, o leilão destina-se à venda ou alienação de:


a) bens móveis inservíveis para a administração;
b) produtos legalmente apreendidos ou penhorados;
c) bens imóveis cuja aquisição derivou de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento (art. 19).

• O leilão para alienação de bens móveis está limitado a bens avaliados em até
R$650.000,00. Acima desse valor, a modalidade será a concorrência.

• Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela
Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para
fixação do preço mínimo de arrematação.
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no
edital, não inferior a 5% e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do
leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento
do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em
favor da Administração o valor já recolhido.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em
até 24h.
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município
em que se realizará.

www.acasadoconcurseiro.com.br 835
• Pregão

• Pregão é a sexta modalidade de licitação, prevista na Lei 10.520/02.

• Essa modalidade foi instituída, inicialmente, pela MP 2.026/2000, quando era


modalidade aplicável apenas no âmbito Federal (União).

• A Lei 10.520/02, de caráter geral e nacional, veio estender o pregão a todas as esferas
da Federação: União, Estados, Municípios e DF.

• Pregão é a modalidade de licitação, sempre do tipo menor preço, destinada à


aquisição de bens e serviços comuns, que pode ser utilizada para qualquer valor de
contrato (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Trata-se de uma modalidade pouco complexa, possibilitando maior celeridade na


contratação de bens e serviços comuns.

• Consulta

• A consulta não consta na Lei 8.666/93, pois aplica-se apenas às Agências


Reguladoras.

• Genericamente, essa modalidade surgiu na Lei 9.472/97 (Lei Geral de


Telecomunicações), que instituiu a ANATEL.

• Posteriormente, a Lei 9.986/2000 estendeu a modalidade a todas as Agências


Reguladoras Federais.

• Regras para as Agências Reguladoras:


a) obras e engenharia civil – pelas regras gerais da Lei 8.666/93;
b) bens e serviços comuns podem ser feitas pela modalidade pregão;
c) bens e serviços não classificados como comuns, e que não seja obras e engenharia
civil – pode ser usada a consulta.

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Direito Administrativo

TIPOS DE LICITAÇÃO

Presidência da República § 1º Para os efeitos deste artigo, constituem


tipos de licitação, exceto na modalidade
Casa Civil concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883,
Subchefia para Assuntos Jurídicos de 1994)

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE I – a de menor preço – quando o critério


de seleção da proposta mais vantajosa
1993 (PARCIAL) para a Administração determinar que
será vencedor o licitante que apresentar a
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
proposta de acordo com as especificações
Constituição Federal, institui normas para
do edital ou convite e ofertar o menor
licitações e contratos da Administração Pública
preço;
e dá outras providências.
II – a de melhor técnica;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a III – a de técnica e preço.
seguinte Lei:
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos
(...) de alienação de bens ou concessão de
direito real de uso. (Incluído pela Lei nº
8.883, de 1994)
CAPÍTULO II § 2º No caso de empate entre duas ou mais
DA LICITAÇÃO propostas, e após obedecido o disposto
no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação
Seção IV se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em
ato público, para o qual todos os licitantes
DO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO serão convocados, vedado qualquer outro
(...) processo.

Art. 45. O julgamento das propostas será § 3º No caso da licitação do tipo "menor
objetivo, devendo a Comissão de licitação preço", entre os licitantes considerados
ou o responsável pelo convite realizá-lo em qualificados a classificação se dará pela
conformidade com os tipos de licitação, os ordem crescente dos preços propostos,
critérios previamente estabelecidos no ato prevalecendo, no caso de empate,
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente o critério previsto no
exclusivamente nele referidos, de maneira a parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei
possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos nº 8.883, de 1994)
órgãos de controle. § 4º Para contratação de bens e serviços
de informática, a administração observará

www.acasadoconcurseiro.com.br 837
o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de
23 de outubro de 1991, levando em conta
os fatores especificados em seu parágrafo
2º e adotando obrigatoriamento o tipo
de licitação "técnica e preço", permitido o
emprego de outro tipo de licitação nos casos
indicados em decreto do Poder Executivo.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de
licitação não previstos neste artigo.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, §
7º, serão selecionadas tantas propostas
quantas necessárias até que se atinja
a quantidade demandada na licitação.
(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor
técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados
exclusivamente para serviços de natureza
predominantemente intelectual, em especial
na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
supervisão e gerenciamento e de engenharia
consultiva em geral e, em particular, para a
elaboração de estudos técnicos preliminares
e projetos básicos e executivos, ressalvado o
disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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Direito Administrativo – Tipos de Licitação – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – TIPOS DE LICITAÇÃO

Tipos de Licitação

• Art. 45, § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta
de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço
II - a de melhor técnica
III - a de técnica e preço
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de
direito real de uso

TIPOS MODALIDADES

www.acasadoconcurseiro.com.br 839
• Os tipos de licitação são aplicáveis a todas as modalidades de licitação, exceto para
o concurso (neste o participante aceita o prêmio ou remuneração previamente
estipulados).

• Art. 54, § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste
artigo

• O tipo “menor preço” é a regra geral nas licitações para contratações de obras,
serviços, compras e locações. Também é o tipo obrigatório utilizado na modalidade
pregão. Será vencedor o que apresentar o menor preço.

• Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em
especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e
gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a
elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.

• Para contratação de bens e serviços de informática, muito embora nãos eja de


natureza intelectual, a administração adotará obrigatoriamente o tipo de licitação
"técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos
indicados em decreto do Poder Executivo.

• Nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso, por óbvio, se
usa o tipo “maior lance ou oferta”.

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Direito Administrativo

PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui- se tratando de sociedades comerciais, e, no


ção Federal, institui normas para licitações e caso de sociedades por ações, acompanha-
contratos da Administração Pública e dá outras do de documentos de eleição de seus admi-
providências. nistradores;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o IV – inscrição do ato constitutivo, no caso
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- de sociedades civis, acompanhada de prova
guinte Lei: de diretoria em exercício;
(...) V – decreto de autorização, em se tratando
de empresa ou sociedade estrangeira em
Seção II funcionamento no País, e ato de registro ou
DA HABILITAÇÃO autorização para funcionamento expedido
pelo órgão competente, quando a atividade
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir- assim o exigir.
-se-á dos interessados, exclusivamente, docu-
mentação relativa a: Art. 29. A documentação relativa à regularidade
fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá
I – habilitação jurídica; em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011)
(Vigência)
II – qualificação técnica;
I – prova de inscrição no Cadastro de Pes-
III – qualificação econômico-financeira;
soas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Reda- Contribuintes (CGC);
ção dada pela Lei nº 12.440, de 2011)
II – prova de inscrição no cadastro de con-
V – cumprimento do disposto no inciso XX- tribuintes estadual ou municipal, se houver,
XIII do art. 7º da Constituição Federal. (In- relativo ao domicílio ou sede do licitante,
cluído pela Lei nº 9.854, de 1999) pertinente ao seu ramo de atividade e com-
patível com o objeto contratual;
Art. 28. A documentação relativa à habilitação
jurídica, conforme o caso, consistirá em: III – prova de regularidade para com a Fa-
zenda Federal, Estadual e Municipal do do-
I – cédula de identidade; micílio ou sede do licitante, ou outra equi-
II – registro comercial, no caso de empresa valente, na forma da lei;
individual; IV – prova de regularidade relativa à Segu-
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato ridade Social e ao Fundo de Garantia por
social em vigor, devidamente registrado, em Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando

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situação regular no cumprimento dos en- quadro permanente, na data prevista para
cargos sociais instituídos por lei. (Redação entrega da proposta, profissional de nível
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) superior ou outro devidamente reconheci-
do pela entidade competente, detentor de
V – prova de inexistência de débitos inadim- atestado de responsabilidade técnica por
plidos perante a Justiça do Trabalho, me- execução de obra ou serviço de caracterís-
diante a apresentação de certidão negativa, ticas semelhantes, limitadas estas exclusi-
nos termos do Título VII-A da Consolidação vamente às parcelas de maior relevância
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decre- e valor significativo do objeto da licitação,
to-Lei no5.452, de 1º de maio de 1943. (In- vedadas as exigências de quantidades míni-
cluído pela Lei nº 12.440, de 2011) mas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei
Art. 30. A documentação relativa à qualificação nº 8.883, de 1994)
técnica limitar-se-á a: II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
I – registro ou inscrição na entidade profis- 1994)
sional competente; a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
II – comprovação de aptidão para desem- 1994)
penho de atividade pertinente e compatí- b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
vel em características, quantidades e prazos 1994)
com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pes- § 2º As parcelas de maior relevância técni-
soal técnico adequados e disponíveis para a ca e de valor significativo, mencionadas no
realização do objeto da licitação, bem como parágrafo anterior, serão definidas no ins-
da qualificação de cada um dos membros trumento convocatório. (Redação dada pela
da equipe técnica que se responsabilizará Lei nº 8.883, de 1994)
pelos trabalhos;
§ 3º Será sempre admitida a comprovação
III – comprovação, fornecida pelo órgão li- de aptidão através de certidões ou atesta-
citante, de que recebeu os documentos, e, dos de obras ou serviços similares de com-
quando exigido, de que tomou conhecimen- plexidade tecnológica e operacional equiva-
to de todas as informações e das condições lente ou superior.
locais para o cumprimento das obrigações
objeto da licitação; § 4º Nas licitações para fornecimento de
bens, a comprovação de aptidão, quando
IV – prova de atendimento de requisitos for o caso, será feita através de atestados
previstos em lei especial, quando for o caso. fornecidos por pessoa jurídica de direito pú-
blico ou privado.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no
inciso II do "caput" deste artigo, no caso das § 5º É vedada a exigência de comprovação
licitações pertinentes a obras e serviços, de atividade ou de aptidão com limitações
será feita por atestados fornecidos por pes- de tempo ou de época ou ainda em locais
soas jurídicas de direito público ou privado, específicos, ou quaisquer outras não previs-
devidamente registrados nas entidades pro- tas nesta Lei, que inibam a participação na
fissionais competentes, limitadas as exigên- licitação.
cias a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994) § 6º As exigências mínimas relativas a insta-
lações de canteiros, máquinas, equipamen-
I – capacitação técnico-profissional: com- tos e pessoal técnico especializado, consi-
provação do licitante de possuir em seu derados essenciais para o cumprimento do

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

objeto da licitação, serão atendidas median- I – balanço patrimonial e demonstrações


te a apresentação de relação explícita e da contábeis do último exercício social, já exi-
declaração formal da sua disponibilidade, gíveis e apresentados na forma da lei, que
sob as penas cabíveis, vedada as exigências comprovem a boa situação financeira da
de propriedade e de localização prévia. empresa, vedada a sua substituição por ba-
lancetes ou balanços provisórios, podendo
§ 7º (Vetado). ( Redação dada pela Lei nº ser atualizados por índices oficiais quando
8.883, de 1994) encerrado há mais de 3 (três) meses da data
I – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de de apresentação da proposta;
1994) II – certidão negativa de falência ou concor-
II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de data expedida pelo distribuidor da sede da
1994) pessoa jurídica, ou de execução patrimo-
nial, expedida no domicílio da pessoa física;
§ 8º No caso de obras, serviços e compras
de grande vulto, de alta complexidade téc- III – garantia, nas mesmas modalidades e
nica, poderá a Administração exigir dos lici- critérios previstos no "caput" e § 1º do art.
tantes a metodologia de execução, cuja ava- 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento)
liação, para efeito de sua aceitação ou não, do valor estimado do objeto da contratação.
antecederá sempre à análise dos preços e § 1º A exigência de índices limitar-se-á à
será efetuada exclusivamente por critérios demonstração da capacidade financeira do
objetivos. licitante com vistas aos compromissos que
§ 9º Entende-se por licitação de alta com- terá que assumir caso lhe seja adjudicado
plexidade técnica aquela que envolva alta o contrato, vedada a exigência de valores
especialização, como fator de extrema rele- mínimos de faturamento anterior, índices
vância para garantir a execução do objeto a de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
ser contratado, ou que possa comprometer dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a continuidade da prestação de serviços pú- § 2º A Administração, nas compras para en-
blicos essenciais. trega futura e na execução de obras e ser-
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitan- viços, poderá estabelecer, no instrumento
te para fins de comprovação da capacitação convocatório da licitação, a exigência de ca-
técnico-profissional de que trata o inciso I pital mínimo ou de patrimônio líquido míni-
do § 1º deste artigo deverão participar da mo, ou ainda as garantias previstas no § 1º
obra ou serviço objeto da licitação, admi- do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
tindo-se a substituição por profissionais de comprovação da qualificação econômico-
experiência equivalente ou superior, desde -financeira dos licitantes e para efeito de
que aprovada pela administração. (Incluído garantia ao adimplemento do contrato a ser
pela Lei nº 8.883, de 1994) ulteriormente celebrado.

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, § 3º O capital mínimo ou o valor do patri-
de 1994) mônio líquido a que se refere o parágrafo
anterior não poderá exceder a 10% (dez por
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, cento) do valor estimado da contratação,
de 1994) devendo a comprovação ser feita relativa-
Art. 31. A documentação relativa à qualificação mente à data da apresentação da proposta,
econômico-financeira limitar-se-á a: na forma da lei, admitida a atualização para
esta data através de índices oficiais.

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§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos de que previsto no edital e o registro tenha
compromissos assumidos pelo licitante que sido feito em obediência ao disposto nesta
importem diminuição da capacidade opera- Lei.
tiva ou absorção de disponibilidade finan-
ceira, calculada esta em função do patrimô- § 4º As empresas estrangeiras que não
nio líquido atualizado e sua capacidade de funcionem no País, tanto quanto possível,
rotação. atenderão, nas licitações internacionais, às
exigências dos parágrafos anteriores me-
§ 5º A comprovação de boa situação finan- diante documentos equivalentes, autentica-
ceira da empresa será feita de forma objeti- dos pelos respectivos consulados e traduzi-
va, através do cálculo de índices contábeis dos por tradutor juramentado, devendo ter
previstos no edital e devidamente justifica- representação legal no Brasil com poderes
dos no processo administrativo da licitação expressos para receber citação e responder
que tenha dado início ao certame licitató- administrativa ou judicialmente.
rio, vedada a exigência de índices e valo-
res não usualmente adotados para correta § 5º Não se exigirá, para a habilitação de
avaliação de situação financeira suficiente que trata este artigo, prévio recolhimento
ao cumprimento das obrigações decorren- de taxas ou emolumentos, salvo os referen-
tes da licitação. (Redação dada pela Lei nº tes a fornecimento do edital, quando solici-
8.883, de 1994) tado, com os seus elementos constitutivos,
limitados ao valor do custo efetivo de repro-
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº dução gráfica da documentação fornecida.
8.883, de 1994)
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º
Art. 32. Os documentos necessários à habilita- do art. 33 e no § 2º do art. 55, não se aplica
ção poderão ser apresentados em original, por às licitações internacionais para a aquisição
qualquer processo de cópia autenticada por de bens e serviços cujo pagamento seja fei-
cartório competente ou por servidor da admi- to com o produto de financiamento conce-
nistração ou publicação em órgão da impren- dido por organismo financeiro internacional
sa oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de de que o Brasil faça parte, ou por agência
1994) estrangeira de cooperação, nem nos casos
de contratação com empresa estrangeira,
§ 1º A documentação de que tratam os arts. para a compra de equipamentos fabrica-
28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, dos e entregues no exterior, desde que para
no todo ou em parte, nos casos de convite, este caso tenha havido prévia autorização
concurso, fornecimento de bens para pron- do Chefe do Poder Executivo, nem nos ca-
ta entrega e leilão. sos de aquisição de bens e serviços realiza-
§ 2º O certificado de registro cadastral a da por unidades administrativas com sede
que se refere o § 1º do art. 36 substitui os no exterior.
documentos enumerados nos arts. 28 a 31, § 7º A documentação de que tratam os arts.
quanto às informações disponibilizadas em 28 a 31 e este artigo poderá ser dispensada,
sistema informatizado de consulta direta nos termos de regulamento, no todo ou em
indicado no edital, obrigando-se a parte a parte, para a contratação de produto para
declarar, sob as penalidades legais, a super- pesquisa e desenvolvimento, desde que
veniência de fato impeditivo da habilitação. para pronta entrega ou até o valor previsto
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23.
§ 3º A documentação referida neste artigo (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
poderá ser substituída por registro cadastral
emitido por órgão ou entidade pública, des-

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

Art. 33. Quando permitida na licitação a partici- Seção III


pação de empresas em consórcio, observar-se- DOS REGISTROS CADASTRAIS
-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e en-
ou particular de constituição de consórcio, tidades da Administração Pública que realizem
subscrito pelos consorciados; freqüentemente licitações manterão registros
cadastrais para efeito de habilitação, na forma
II – indicação da empresa responsável pelo regulamentar, válidos por, no máximo, um ano.
consórcio que deverá atender às condições (Regulamento)
de liderança, obrigatoriamente fixadas no
edital; § 1º O registro cadastral deverá ser am-
plamente divulgado e deverá estar per-
III – apresentação dos documentos exigidos manentemente aberto aos interessados,
nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada obrigando-se a unidade por ele responsável
consorciado, admitindo-se, para efeito de a proceder, no mínimo anualmente, atra-
qualificação técnica, o somatório dos quan- vés da imprensa oficial e de jornal diário, a
titativos de cada consorciado, e, para efei- chamamento público para a atualização dos
to de qualificação econômico-financeira, o registros existentes e para o ingresso de no-
somatório dos valores de cada consorciado, vos interessados.
na proporção de sua respectiva participa-
ção, podendo a Administração estabelecer, § 2º É facultado às unidades administrativas
para o consórcio, um acréscimo de até 30% utilizarem-se de registros cadastrais de ou-
(trinta por cento) dos valores exigidos para tros órgãos ou entidades da Administração
licitante individual, inexigível este acrésci- Pública.
mo para os consórcios compostos, em sua Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou
totalidade, por micro e pequenas empresas atualização deste, a qualquer tempo, o interes-
assim definidas em lei; sado fornecerá os elementos necessários à sa-
IV – impedimento de participação de em- tisfação das exigências do art. 27 desta Lei.
presa consorciada, na mesma licitação, Art. 36. Os inscritos serão classificados por ca-
através de mais de um consórcio ou isola- tegorias, tendo-se em vista sua especialização,
damente; subdivididas em grupos, segundo a qualificação
V – responsabilidade solidária dos integran- técnica e econômica avaliada pelos elementos
tes pelos atos praticados em consórcio, tan- constantes da documentação relacionada nos
to na fase de licitação quanto na de execu- arts. 30 e 31 desta Lei.
ção do contrato. § 1º Aos inscritos será fornecido certificado,
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras renovável sempre que atualizarem o regis-
e estrangeiras a liderança caberá, obrigato- tro.
riamente, à empresa brasileira, observado o § 2º A atuação do licitante no cumprimento
disposto no inciso II deste artigo. de obrigações assumidas será anotada no
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a respectivo registro cadastral.
promover, antes da celebração do contrato, Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,
a constituição e o registro do consórcio, nos suspenso ou cancelado o registro do inscrito
termos do compromisso referido no inciso I que deixar de satisfazer as exigências do art. 27
deste artigo. desta Lei, ou as estabelecidas para classificação
cadastral.

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Seção IV dos, convênios ou ajustes devem ser previa-
DO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO mente examinadas e aprovadas por asses-
soria jurídica da Administração. (Redação
Art. 38. O procedimento da licitação será inicia- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
do com a abertura de processo administrativo, Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma
devidamente autuado, protocolado e numera- licitação ou para um conjunto de licitações si-
do, contendo a autorização respectiva, a indica- multâneas ou sucessivas for superior a 100
ção sucinta de seu objeto e do recurso próprio (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso
para a despesa, e ao qual serão juntados opor- I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será
tunamente: iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência
I – edital ou convite e respectivos anexos, pública concedida pela autoridade responsável
quando for o caso; com antecedência mínima de 15 (quinze) dias
úteis da data prevista para a publicação do edi-
II – comprovante das publicações do edital tal, e divulgada, com a antecedência mínima de
resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mes-
da entrega do convite; mos meios previstos para a publicidade da lici-
III – ato de designação da comissão de lici- tação, à qual terão acesso e direito a todas as
tação, do leiloeiro administrativo ou oficial, informações pertinentes e a se manifestar todos
ou do responsável pelo convite; os interessados.

IV – original das propostas e dos documen- Parágrafo único. Para os fins deste artigo,
tos que as instruírem; consideram-se licitações simultâneas aque-
las com objetos similares e com realização
V – atas, relatórios e deliberações da Comis- prevista para intervalos não superiores a
são Julgadora; trinta dias e licitações sucessivas aquelas
em que, também com objetos similares, o
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emiti- edital subseqüente tenha uma data anterior
dos sobre a licitação, dispensa ou inexigibi- a cento e vinte dias após o término do con-
lidade; trato resultante da licitação antecedente.
VII – atos de adjudicação do objeto da licita- (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ção e da sua homologação; Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o núme-
VIII – recursos eventualmente apresentados ro de ordem em série anual, o nome da repar-
pelos licitantes e respectivas manifestações tição interessada e de seu setor, a modalidade,
e decisões; o regime de execução e o tipo da licitação, a
menção de que será regida por esta Lei, o local,
IX – despacho de anulação ou de revogação dia e hora para recebimento da documentação
da licitação, quando for o caso, fundamen- e proposta, bem como para início da abertura
tado circunstanciadamente; dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o
X – termo de contrato ou instrumento equi- seguinte:
valente, conforme o caso; I – objeto da licitação, em descrição sucinta
XI – outros comprovantes de publicações; e clara;

XII – demais documentos relativos à licita- II – prazo e condições para assinatura do


ção. contrato ou retirada dos instrumentos,
como previsto no art. 64 desta Lei, para exe-
Parágrafo único. As minutas de editais de cução do contrato e para entrega do objeto
licitação, bem como as dos contratos, acor- da licitação;

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

III – sanções para o caso de inadimplemen- XIII – limites para pagamento de instalação
to; e mobilização para execução de obras ou
serviços que serão obrigatoriamente previs-
IV – local onde poderá ser examinado e ad- tos em separado das demais parcelas, eta-
quirido o projeto básico; pas ou tarefas;
V – se há projeto executivo disponível na XIV – condições de pagamento, prevendo:
data da publicação do edital de licitação e
o local onde possa ser examinado e adqui- a) prazo de pagamento não superior a trinta
rido; dias, contado a partir da data final do perí-
odo de adimplemento de cada parcela; (Re-
VI – condições para participação na licita- dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ção, em conformidade com os arts. 27 a 31
desta Lei, e forma de apresentação das pro- b) cronograma de desembolso máximo por
postas; período, em conformidade com a disponibi-
lidade de recursos financeiros;
VII – critério para julgamento, com disposi-
ções claras e parâmetros objetivos; c) critério de atualização financeira dos va-
lores a serem pagos, desde a data final do
VIII – locais, horários e códigos de acesso período de adimplemento de cada parcela
dos meios de comunicação à distância em até a data do efetivo pagamento; (Redação
que serão fornecidos elementos, informa- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ções e esclarecimentos relativos à licitação
e às condições para atendimento das obri- d) compensações financeiras e penaliza-
gações necessárias ao cumprimento de seu ções, por eventuais atrasos, e descontos,
objeto; por eventuais antecipações de pagamentos;
IX – condições equivalentes de pagamento e) exigência de seguros, quando for o caso;
entre empresas brasileiras e estrangeiras,
no caso de licitações internacionais; XV – instruções e normas para os recursos
previstos nesta Lei;
X – o critério de aceitabilidade dos preços
unitário e global, conforme o caso, permiti- XVI – condições de recebimento do objeto
da a fixação de preços máximos e vedados da licitação;
a fixação de preços mínimos, critérios esta- XVII – outras indicações específicas ou pe-
tísticos ou faixas de variação em relação a culiares da licitação.
preços de referência, ressalvado o disposto
nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação § 1º O original do edital deverá ser data-
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) do, rubricado em todas as folhas e assina-
do pela autoridade que o expedir, perma-
XI – critério de reajuste, que deverá retra- necendo no processo de licitação, e dele
tar a variação efetiva do custo de produção, extraindo-se cópias integrais ou resumidas,
admitida a adoção de índices específicos ou para sua divulgação e fornecimento aos in-
setoriais, desde a data prevista para apre- teressados.
sentação da proposta, ou do orçamento a
que essa proposta se referir, até a data do § 2º Constituem anexos do edital, dele fa-
adimplemento de cada parcela; (Redação zendo parte integrante:
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I – o projeto básico e/ou executivo, com
XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº todas as suas partes, desenhos, especifica-
8.883, de 1994) ções e outros complementos;

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II – orçamento estimado em planilhas de nistração o licitante que não o fizer até o se-
quantitativos e preços unitários; (Redação gundo dia útil que anteceder a abertura dos
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) envelopes de habilitação em concorrência,
a abertura dos envelopes com as propostas
III – a minuta do contrato a ser firmado en- em convite, tomada de preços ou concurso,
tre a Administração e o licitante vencedor; ou a realização de leilão, as falhas ou irregu-
IV – as especificações complementares e as laridades que viciariam esse edital, hipótese
normas de execução pertinentes à licitação. em que tal comunicação não terá efeito de
recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, con- de 1994)
sidera-se como adimplemento da obrigação
contratual a prestação do serviço, a realiza- § 3º A impugnação feita tempestivamente
ção da obra, a entrega do bem ou de parce- pelo licitante não o impedirá de participar
la destes, bem como qualquer outro evento do processo licitatório até o trânsito em jul-
contratual a cuja ocorrência esteja vincula- gado da decisão a ela pertinente.
da a emissão de documento de cobrança. § 4º A inabilitação do licitante importa pre-
§ 4º Nas compras para entrega imediata, clusão do seu direito de participar das fases
assim entendidas aquelas com prazo de en- subseqüentes.
trega até trinta dias da data prevista para Art. 42. Nas concorrências de âmbito interna-
apresentação da proposta, poderão ser dis- cional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes
pensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de da política monetária e do comércio exterior e
1994) atender às exigências dos órgãos competentes.
I – o disposto no inciso XI deste artigo; (In- § 1º Quando for permitido ao licitante es-
cluído pela Lei nº 8.883, de 1994) trangeiro cotar preço em moeda estran-
II – a atualização financeira a que se refere geira, igualmente o poderá fazer o licitante
a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, cor- brasileiro.
respondente ao período compreendido en- § 2º O pagamento feito ao licitante brasilei-
tre as datas do adimplemento e a prevista ro eventualmente contratado em virtude da
para o pagamento, desde que não superior licitação de que trata o parágrafo anterior
a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de será efetuado em moeda brasileira, à taxa
1994) de câmbio vigente no dia útil imediatamen-
Art. 41. A Administração não pode descumprir te anterior à data do efetivo pagamento.
as normas e condições do edital, ao qual se acha (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
estritamente vinculada. § 3º As garantias de pagamento ao licitante
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima brasileiro serão equivalentes àquelas ofere-
para impugnar edital de licitação por irre- cidas ao licitante estrangeiro.
gularidade na aplicação desta Lei, devendo § 4º Para fins de julgamento da licitação, as
protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis propostas apresentadas por licitantes es-
antes da data fixada para a abertura dos en- trangeiros serão acrescidas dos gravames
velopes de habilitação, devendo a Adminis- conseqüentes dos mesmos tributos que
tração julgar e responder à impugnação em oneram exclusivamente os licitantes brasi-
até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da facul- leiros quanto à operação final de venda.
dade prevista no § 1º do art. 113.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de
§ 2º Decairá do direito de impugnar os ter- serviços ou aquisição de bens com recursos
mos do edital de licitação perante a admi-

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provenientes de financiamento ou doação julgamento, promovendo-se a desclassifica-


oriundos de agência oficial de cooperação ção das propostas desconformes ou incom-
estrangeira ou organismo financeiro multi- patíveis;
lateral de que o Brasil seja parte, poderão
ser admitidas, na respectiva licitação, as V – julgamento e classificação das propos-
condições decorrentes de acordos, protoco- tas de acordo com os critérios de avaliação
los, convenções ou tratados internacionais constantes do edital;
aprovados pelo Congresso Nacional, bem VI – deliberação da autoridade competen-
como as normas e procedimentos daquelas te quanto à homologação e adjudicação do
entidades, inclusive quanto ao critério de objeto da licitação.
seleção da proposta mais vantajosa para a
administração, o qual poderá contemplar, § 1º A abertura dos envelopes contendo a
além do preço, outros fatores de avaliação, documentação para habilitação e as pro-
desde que por elas exigidos para a obten- postas será realizada sempre em ato pú-
ção do financiamento ou da doação, e que blico previamente designado, do qual se
também não conflitem com o princípio do lavrará ata circunstanciada, assinada pelos
julgamento objetivo e sejam objeto de des- licitantes presentes e pela Comissão.
pacho motivado do órgão executor do con-
§ 2º Todos os documentos e propostas se-
trato, despacho esse ratificado pela auto-
rão rubricados pelos licitantes presentes e
ridade imediatamente superior. (Redação
pela Comissão.
dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão
superior, em qualquer fase da licitação, a
para entrega no mesmo local de destino.
promoção de diligência destinada a esclare-
Art. 43. A licitação será processada e julgada cer ou a complementar a instrução do pro-
com observância dos seguintes procedimentos: cesso, vedada a inclusão posterior de docu-
mento ou informação que deveria constar
I – abertura dos envelopes contendo a do- originariamente da proposta.
cumentação relativa à habilitação dos con-
correntes, e sua apreciação; § 4º O disposto neste artigo aplica-se à con-
corrência e, no que couber, ao concurso, ao
II – devolução dos envelopes fechados aos leilão, à tomada de preços e ao convite. (Re-
concorrentes inabilitados, contendo as res- dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
pectivas propostas, desde que não tenha
havido recurso ou após sua denegação; § 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos
concorrentes (incisos I e II) e abertas as pro-
III – abertura dos envelopes contendo as postas (inciso III), não cabe desclassificá-los
propostas dos concorrentes habilitados, por motivo relacionado com a habilitação,
desde que transcorrido o prazo sem inter- salvo em razão de fatos supervenientes ou
posição de recurso, ou tenha havido desis- só conhecidos após o julgamento.
tência expressa, ou após o julgamento dos
recursos interpostos; § 6º Após a fase de habilitação, não cabe
desistência de proposta, salvo por motivo
IV – verificação da conformidade de cada justo decorrente de fato superveniente e
proposta com os requisitos do edital e, con- aceito pela Comissão.
forme o caso, com os preços correntes no
mercado ou fixados por órgão oficial com- Art. 44. No julgamento das propostas, a Comis-
petente, ou ainda com os constantes do sis- são levará em consideração os critérios objeti-
tema de registro de preços, os quais deve- vos definidos no edital ou convite, os quais não
rão ser devidamente registrados na ata de

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devem contrariar as normas e princípios estabe- Administração determinar que será vence-
lecidos por esta Lei. dor o licitante que apresentar a proposta de
acordo com as especificações do edital ou
§ 1º É vedada a utilização de qualquer ele- convite e ofertar o menor preço;
mento, critério ou fator sigiloso, secreto,
subjetivo ou reservado que possa ainda que II – a de melhor técnica;
indiretamente elidir o princípio da igualda-
de entre os licitantes. III – a de técnica e preço.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de IV – a de maior lance ou oferta – nos casos


vantagem não prevista no edital ou no con- de alienação de bens ou concessão de direi-
vite, inclusive financiamentos subsidiados to real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883,
ou a fundo perdido, nem preço ou vanta- de 1994)
gem baseada nas ofertas dos demais licitan- § 2º No caso de empate entre duas ou mais
tes. propostas, e após obedecido o disposto no
§ 3º Não se admitirá proposta que apresen- § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se
te preços global ou unitários simbólicos, ir- fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato
risórios ou de valor zero, incompatíveis com público, para o qual todos os licitantes se-
os preços dos insumos e salários de mer- rão convocados, vedado qualquer outro
cado, acrescidos dos respectivos encargos, processo.
ainda que o ato convocatório da licitação § 3º No caso da licitação do tipo "menor
não tenha estabelecido limites mínimos, ex- preço", entre os licitantes considerados
ceto quando se referirem a materiais e ins- qualificados a classificação se dará pela or-
talações de propriedade do próprio licitan- dem crescente dos preços propostos, preva-
te, para os quais ele renuncie a parcela ou à lecendo, no caso de empate, exclusivamen-
totalidade da remuneração. (Redação dada te o critério previsto no parágrafo anterior.
pela Lei nº 8.883, de 1994) (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior apli- § 4º Para contratação de bens e serviços de
ca-se também às propostas que incluam informática, a administração observará o
mão-de-obra estrangeira ou importações disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23
de qualquer natureza. (Redação dada pela de outubro de 1991, levando em conta os
Lei nº 8.883, de 1994) fatores especificados em seu parágrafo 2º e
Art. 45. O julgamento das propostas será ob- adotando obrigatoriamento o tipo de licita-
jetivo, devendo a Comissão de licitação ou o ção "técnica e preço", permitido o emprego
responsável pelo convite realizá-lo em confor- de outro tipo de licitação nos casos indica-
midade com os tipos de licitação, os critérios dos em decreto do Poder Executivo. (Reda-
previamente estabelecidos no ato convocatório ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
e de acordo com os fatores exclusivamente nele § 5º É vedada a utilização de outros tipos de
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição licitação não previstos neste artigo.
pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º,
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem serão selecionadas tantas propostas quan-
tipos de licitação, exceto na modalidade tas necessárias até que se atinja a quanti-
concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, dade demandada na licitação. (Incluído pela
de 1994) Lei nº 9.648, de 1998)
I – a de menor preço – quando o critério de Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica"
seleção da proposta mais vantajosa para a ou "técnica e preço" serão utilizados exclusiva-

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mente para serviços de natureza predominan- IV – as propostas de preços serão devolvi-


temente intelectual, em especial na elaboração das intactas aos licitantes que não forem
de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e preliminarmente habilitados ou que não
gerenciamento e de engenharia consultiva em obtiverem a valorização mínima estabeleci-
geral e, em particular, para a elaboração de es- da para a proposta técnica.
tudos técnicos preliminares e projetos básicos
e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do § 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço"
artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, será adotado, adicionalmente ao inciso I do
de 1994) parágrafo anterior, o seguinte procedimen-
to claramente explicitado no instrumento
§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" convocatório:
será adotado o seguinte procedimento cla-
ramente explicitado no instrumento convo- I – será feita a avaliação e a valorização das
catório, o qual fixará o preço máximo que a propostas de preços, de acordo com crité-
Administração se propõe a pagar: rios objetivos preestabelecidos no instru-
mento convocatório;
I – serão abertos os envelopes contendo
as propostas técnicas exclusivamente dos II – a classificação dos proponentes far-se-á
licitantes previamente qualificados e fei- de acordo com a média ponderada das valo-
ta então a avaliação e classificação destas rizações das propostas técnicas e de preço,
propostas de acordo com os critérios per- de acordo com os pesos preestabelecidos
tinentes e adequados ao objeto licitado, no instrumento convocatório.
definidos com clareza e objetividade no ins- § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação
trumento convocatório e que considerem a previstos neste artigo poderão ser adota-
capacitação e a experiência do proponente, dos, por autorização expressa e median-
a qualidade técnica da proposta, compreen- te justificativa circunstanciada da maior
dendo metodologia, organização, tecnolo- autoridade da Administração promotora
gias e recursos materiais a serem utilizados constante do ato convocatório, para forne-
nos trabalhos, e a qualificação das equipes cimento de bens e execução de obras ou
técnicas a serem mobilizadas para a sua prestação de serviços de grande vulto ma-
execução; joritariamente dependentes de tecnologia
II – uma vez classificadas as propostas técni- nitidamente sofisticada e de domínio res-
cas, proceder-se-á à abertura das propostas trito, atestado por autoridades técnicas de
de preço dos licitantes que tenham atingido reconhecida qualificação, nos casos em que
a valorização mínima estabelecida no ins- o objeto pretendido admitir soluções alter-
trumento convocatório e à negociação das nativas e variações de execução, com reper-
condições propostas, com a proponente cussões significativas sobre sua qualidade,
melhor classificada, com base nos orçamen- produtividade, rendimento e durabilidade
tos detalhados apresentados e respectivos concretamente mensuráveis, e estas pude-
preços unitários e tendo como referência o rem ser adotadas à livre escolha dos licitan-
limite representado pela proposta de me- tes, na conformidade dos critérios objetiva-
nor preço entre os licitantes que obtiveram mente fixados no ato convocatório.
a valorização mínima; § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de
III – no caso de impasse na negociação an- 1994)
terior, procedimento idêntico será adotado, Art. 47. Nas licitações para a execução de obras
sucessivamente, com os demais proponen- e serviços, quando for adotada a modalidade
tes, pela ordem de classificação, até a con- de execução de empreitada por preço global,
secução de acordo para a contratação; a Administração deverá fornecer obrigatoria-

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mente, junto com o edital, todos os elementos respondente proposta. (Incluído pela Lei nº
e informações necessários para que os licitantes 9.648, de 1998)
possam elaborar suas propostas de preços com
total e completo conhecimento do objeto da li- § 3º Quando todos os licitantes forem ina-
citação. bilitados ou todas as propostas forem des-
classificadas, a administração poderá fixar
Art. 48. Serão desclassificadas: aos licitantes o prazo de oito dias úteis para
a apresentação de nova documentação ou
I – as propostas que não atendam às exigên- de outras propostas escoimadas das causas
cias do ato convocatório da licitação; referidas neste artigo, facultada, no caso de
II – propostas com valor global superior ao convite, a redução deste prazo para três dias
limite estabelecido ou com preços manifes- úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
tamente inexeqüiveis, assim considerados Art. 49. A autoridade competente para a apro-
aqueles que não venham a ter demonstrada vação do procedimento somente poderá revo-
sua viabilidade através de documentação gar a licitação por razões de interesse público
que comprove que os custos dos insumos decorrente de fato superveniente devidamente
são coerentes com os de mercado e que os comprovado, pertinente e suficiente para justi-
coeficientes de produtividade são compatí- ficar tal conduta, devendo anulá-la por ilegali-
veis com a execução do objeto do contrato, dade, de ofício ou por provocação de terceiros,
condições estas necessariamente especifi- mediante parecer escrito e devidamente funda-
cadas no ato convocatório da licitação. (Re- mentado.
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1º A anulação do procedimento licitatório
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II por motivo de ilegalidade não gera obriga-
deste artigo consideram-se manifestamen- ção de indenizar, ressalvado o disposto no
te inexeqüíveis, no caso de licitações de parágrafo único do art. 59 desta Lei.
menor preço para obras e serviços de en-
genharia, as propostas cujos valores sejam § 2º A nulidade do procedimento licitatório
inferiores a 70% (setenta por cento) do me- induz à do contrato, ressalvado o disposto
nor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
nº 9.648, de 1998)
§ 3º No caso de desfazimento do processo
a) média aritmética dos valores das propos- licitatório, fica assegurado o contraditório e
tas superiores a 50% (cinqüenta por cento) a ampla defesa.
do valor orçado pela administração, ou (In-
cluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 4º O disposto neste artigo e seus parágra-
fos aplica-se aos atos do procedimento de
b) valor orçado pela administração. (Incluí- dispensa e de inexigibilidade de licitação.
do pela Lei nº 9.648, de 1998)
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do contrato com preterição da ordem de classifica-
parágrafo anterior cujo valor global da pro- ção das propostas ou com terceiros estranhos
posta for inferior a 80% (oitenta por cento) ao procedimento licitatório, sob pena de nulida-
do menor valor a que se referem as alíneas de.
"a" e "b", será exigida, para a assinatura do
contrato, prestação de garantia adicional, Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em
dentre as modalidades previstas no § 1º do registro cadastral, a sua alteração ou cancela-
art. 56, igual a diferença entre o valor resul- mento, e as propostas serão processadas e jul-
tante do parágrafo anterior e o valor da cor- gadas por comissão permanente ou especial de,
no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo me-

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nos 2 (dois) deles servidores qualificados per- § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor


tencentes aos quadros permanentes dos órgãos deverá autorizar a Administração a executá-
da Administração responsáveis pela licitação. -lo quando julgar conveniente.
§ 1º No caso de convite, a Comissão de li- Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro
citação, excepcionalmente, nas pequenas oficial ou a servidor designado pela Administra-
unidades administrativas e em face da exi- ção, procedendo-se na forma da legislação per-
güidade de pessoal disponível, poderá ser tinente.
substituída por servidor formalmente desig-
nado pela autoridade competente. § 1º Todo bem a ser leiloado será previa-
mente avaliado pela Administração para fi-
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedi- xação do preço mínimo de arrematação.
dos de inscrição em registro cadastral, sua
alteração ou cancelamento, será integrada § 2º Os bens arrematados serão pagos à vis-
por profissionais legalmente habilitados ta ou no percentual estabelecido no edital,
no caso de obras, serviços ou aquisição de não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a
equipamentos. assinatura da respectiva ata lavrada no local
do leilão, imediatamente entregues ao arre-
§ 3º Os membros das Comissões de licita- matante, o qual se obrigará ao pagamento
ção responderão solidariamente por todos do restante no prazo estipulado no edital de
os atos praticados pela Comissão, salvo se convocação, sob pena de perder em favor
posição individual divergente estiver devi- da Administração o valor já recolhido.
damente fundamentada e registrada em ata
lavrada na reunião em que tiver sido toma- § 3º Nos leilões internacionais, o pagamen-
da a decisão. to da parcela à vista poderá ser feito em até
vinte e quatro horas. (Redação dada pela
§ 4º A investidura dos membros das Comis- Lei nº 8.883, de 1994)
sões permanentes não excederá a 1 (um)
ano, vedada a recondução da totalidade de § 4º O edital de leilão deve ser amplamente
seus membros para a mesma comissão no divulgado, principalmente no município em
período subseqüente. que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883,
de 1994)
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será
feito por uma comissão especial integrada
por pessoas de reputação ilibada e reconhe-
cido conhecimento da matéria em exame,
servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art.
22 desta Lei deve ser precedido de regulamento
próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação
do trabalho;
III – as condições de realização do concurso
e os prêmios a serem concedidos.

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SLIDES – PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Procedimento de Licitação
• Apesar de o procedimento licitatório estar detalhado na Lei 8.666/93, não há uma
sequência lógica e didática.

• A modalidade “concorrência” é a mais complexa, contendo todas as fases bem


definidas, sendo que nem todas as modalidades seguem esse mesmo padrão.

• O procedimento licitatório é dividido em duas grandes fases:

Fase Interna • O procedimento inicia dentro do órgão ou


entidade;

Fase Externa • A partir do momento em que se torna


pública a licitação

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Fase interna:

• Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo


administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a
autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para
a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou
da entrega do convite;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial,
ou do responsável pelo convite;
IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;


VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou
inexigibilidade;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas
manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso,
fundamentado circunstanciadamente;
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.

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Fase externa:

• A fase externa inicia no momento em que a licitação se torna pública.

• Portanto, a fase externa começa com a publicação do edital ou envio da carta-


convite.

• Na sequência, a fase segue os passos trazidos no art. 43:


I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos
concorrentes, e sua apreciação;
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as
respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados,


desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido
desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e,
conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial
competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os
quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se
a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação
constantes do edital;
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação
do objeto da licitação.

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• Audiência Pública
• Com a finalidade de ampliar o acesso às informações relativas ao contrato a ser
firmado, a lei estabelece que em casos de valores muito elevados, deve haver uma
audiência pública antes mesmo da publicação do edital.

• Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de
licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 vezes o limite previsto no art.
23, inciso I, alínea "c" desta Lei (obras e serviços de engenharia acima de
R$1.500.000,00), o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma
audiência pública concedida pela autoridade responsável.

• Audiência com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para a


publicação do edital;

• Divulgação com a antecedência mínima de 10 dias úteis de sua realização.

• Na audiência os interessados terão acesso e direito a todas as informações


pertinentes e a se manifestar.

• Instrumentos convocatórios: Edital e Carta-convite

• Edital é o meio pelo qual a Administração torna pública quaisquer das modalidades de
licitação, exceto o convite (que utiliza a carta-convite).

• Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de
preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada,
deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da
Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou
totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de
licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do
Distrito Federal;
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de
circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço,
fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da
licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

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• § 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados
poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a
licitação.

• O edital (ou a carta-convite) é a lei interna da licitação, devendo fixar todas as


condições de realização da licitação, estando a Administração Pública e os
proponentes vinculados a ele (Princípio da Vinculação ao Instrumento
Convocatório).

• A carta-convite, instrumento convocatório da modalidade convite, é enviada


diretamente aos interessados, não havendo publicação; porém, deve ser afixada
cópia em local apropriado, para que os demais tomem conhecimento e possam
participar. Aplicam-se à carta-convite, no que couber, as disposições relativas ao
edital.

• Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome
da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o
tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para
recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos,
como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do
objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

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V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o


local onde possa ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31
desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em
que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação
e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
objeto;
IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras,
no caso de licitações internacionais;

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso,


permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos,
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência,
ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; *
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data
do adimplemento de cada parcela;
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou
serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas,
etapas ou tarefas;

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XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a 30 dias, contado a partir da data final do
período de adimplemento de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a
disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final
do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos,
por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;


XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e


assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e
dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e
fornecimento aos interessados.

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• * Sobre a vedação a estipulação de preço mínimo no edital:

• Art. 48. Serão desclassificadas as propostas: II - propostas com valor global superior
ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim
considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de
documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de
mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do
objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato
convocatório da licitação.
• § 1º Consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor
preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam
inferiores a 70% do menor dos seguintes valores:
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do valor orçado pela
administração, ou
b) valor orçado pela administração.
• § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da
proposta for inferior a 80% do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b",
será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional.

• Ressaltando que a vedação a estipulação prévia de um valor mínimo ocorre apenas


em relação a valores a serem pagos pela Administração. Por óbvio, quando ocorre
o inverso, ou seja, quando a Administração está alienando um bem seu, a fixação
de um preço mínimo é obrigatória (Art. 53, § 1º Todo bem a ser leiloado será
previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de
arrematação).

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• Antecedência mínima do edital:

• Os interessados em licitar precisa de um prazo para que possam analisar as


condições da licitação, elaborar suas propostas e se preparar para participar.

• Portanto, a lei estabelece prazos mínimos que a Administração terá que dar, a
partir da publicação do edital do da expedição da carta-convite (os prazos podem
ser maiores, mas nunca menores).

• Os prazos são definidos conforme a modalidade de licitação, sendo os prazos


maiores para as mais complexas e os menores para as mais simples.

• Art. 21, § 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do


evento será:
ØI - 45 dias para:
a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de
empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço";
ØII - 30 dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
preço";
ØIII - 15 dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior, ou leilão;
ØIV - 5 dias úteis para convite.

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PRAZO HIPÓTESES

45 dias ü concurso;
ü concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o
regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo
"melhor técnica" ou "técnica e preço";
30 dias ü concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso
anterior;
ü tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica"
ou "técnica e preço";
15 dias ü tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior;
ü leilão;
5 dias úteis ü convite

8 dias úteis ü Pregão (Lei 10.520/02)

• Impugnações ao Edital:

• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao


qual se acha estritamente vinculada.
• § 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por
irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 dias úteis
antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a
Administração julgar e responder à impugnação em até 3 dias úteis.
• § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a
administração o licitante que não o fizer até o 2º dia útil que anteceder a abertura
dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as
propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as
falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação
não terá efeito de recurso.

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• § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de
participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela
pertinente.

• § 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das


fases subseqüentes.

• Comissão de licitação

• As etapas de habilitação dos licitantes e de julgamento das propostas serão feitas


por uma comissão.

• Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração


ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão
permanente ou especial de, no mínimo, 3 membros, sendo pelo menos 2 deles
servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da
Administração responsáveis pela licitação.

• § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas


unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser
substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral,


sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente
habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

• § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos


os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver
devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver
sido tomada a decisão.

• § 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 ano,


vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no
período subseqüente.

• § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial


integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria
em exame, servidores públicos ou não.

• Habilitação dos Licitantes

• Na fase de habilitação, se faz a verificação da documentação para avaliar as


qualidades pessoais de cada licitante. Tem por finalidade assegurar que, caso aquele
licitante seja o vencedor, terá capacidade técnica, financeira e idoneidade para
cumprir o contrato objeto da licitação.

• A regra é que a habilitação ocorra antes da análise das propostas, sendo que, nesse
caso, os inabilitados serão excluídos do procedimento sem ao menos terem suas
propostas analisadas (os envelopes são devolvidos lacrados).

• A lei enumera os documentos a serem exigidos dos licitantes, sendo vedado


exigências supérfluas e desnecessárias que possam direcionar ou favorecer outros
participantes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 865
• Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,
exclusivamente, documentação relativa a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF (restrições e proibições
ao trabalho de menores)

• Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em


original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou
por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.

• § 1o A documentação poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de


convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.
• § 7o A documentação poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo
ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento,
desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II
do caput do art. 23 (até 80 mil).
• § 3o A documentação poderá ser substituída por registro cadastral emitido por
órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito
em obediência ao disposto nesta Lei.
• § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento
de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando
solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo
de reprodução gráfica da documentação fornecida.

866 www.acasadoconcurseiro.com.br
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• Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá


em:
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em
se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova
de diretoria em exercício;
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em
funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento
expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

• Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o


caso, consistirá em:
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de
Contribuintes (CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver,
relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e
compatível com o objeto contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos
encargos sociais instituídos por lei.
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho,
mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos da CLT.

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• Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;


II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível
em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das
instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para
a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos
membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,
quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

• Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á


a:
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já
exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira
da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios,
podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 meses
da data de apresentação da proposta;
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da
pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art.
56 desta Lei, limitada a 1% do valor estimado do objeto da contratação
(possibilidade de a Administração exigir garantia).

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• A Lei Complementar 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa


de Pequeno Porte) traz regras especiais e mais favoráveis às ME e EPP quanto às
exigências de comprovações de regularidades fiscais nas licitações.

• Conforme a LC, é possível que a documentação seja apresentada, mesmo que


contenha alguma restrição (débitos tributários, situação fiscal irregular...), pois a
regularização somente será exigida no momento da assinatura do contrato, caso a
ME ou EPP seja vencedora.

• Caso reste vencedora, terá o prazo de 5 dias úteis (prorrogáveis por mais 5) para
regularizar a situação.

• Se não regularizar o prazo, ocorrerá a decadência o seu direito à contratação.

• A Lei Complementar 155/2015 estendeu esse mesmo favorecimento às ME e EPP


em relação à comprovação da regularidade trabalhista (aplicáveis a partir de janeiro
de 2018 – já está em vigor, mas só produzirá efeitos a partir dessa data).

• Registros Cadastrais
• Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que
realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, 1 ano.

• § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar


permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele
responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de
jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e
para o ingresso de novos interessados.

• § 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de


outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

• Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o


interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27
(documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica, econômico-
financeira, regularidade fiscal e trabalhista, cumprimento as regas da CF sobre
trabalho de menores).

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• Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua
especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica
avaliada pelos elementos constantes da documentação .

• § 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o


registro.

• § 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada


no respectivo registro cadastral.

• Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro
do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
estabelecidas para classificação cadastral.

• Julgamento das Propostas

• O julgamento consiste no confronto das ofertas com a consequente classificação


dos licitantes, determinando-se o vencedor.

• O tipo de licitação previsto no edital vai definir qual o critério de julgamento.

• Em regra, o julgamento ocorre por uma comissão.

• Na primeira fase do julgamento, a Administração verifica a conformidade da


proposta com os requisitos do edital (proposta em desconformidade serão
desclassificadas);
• Na segunda fase, se faz a ordem de classificação entre os concorrentes que
restaram (primeiro lugar, segundo lugar...).

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Direito Administrativo – Procedimento de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os


critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as
normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

• § 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto,


subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da
igualdade entre os licitantes.

• § 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no


convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou
vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes (ex.: ofereço 5% mais barato do
que o concorrente).

• § 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários


simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e
salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato
convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando
se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os
quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

• Art. 48, § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 dias
úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas
escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a
redução deste prazo para 3 dias úteis.

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• Homologação e Adjudicação ao vencedor

• O trabalho da comissão termina com a divulgação do resultado do julgamento,


passando-se o processo à autoridade competente, para deliberação quanto à
homologação e adjudicação do objeto da licitação.

• Na fase de homologação ocorre o controle de legalidade do procedimento, ou seja,


a autoridade vai verificar se tudo ocorreu conforme a lei. Havendo irregularidades
sanáveis, retorna-se à comissão para saneamento; se houver irregularidades
insanáveis, anula-se o processo (ao menos do ponto onde ocorreu o vício).

• Adjudicação é o ato final do procedimento de licitação, através do qual se atribui ao


vencedor o objeto da licitação. Após, inicia-se a fase contratual.

• Obs.: adjudicação não se confunde com a celebração do contrato; significa que


quando a Administração for celebrar o contrato, será com o vencedor. (Art. 50. A
Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
sob pena de nulidade).

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Direito Administrativo

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO

Licitações

Prof.ª Tatiana Marcello

Anulação e Revogação de Licitação


• A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.

ANULAÇÃO Vício de Legalidade

REVOGAÇÃO Inconveniência ou Inoportunidade

• Anulação pode ser feita pelo própria Administração ou pelo Judiciário – efeito ex
tunc (pra trás).
• Revogação pode ser feita apenas pela Administração – efeito ex nunc (pra frente).

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• A licitação, como sendo uma sequencia encadeada de atos administrativos,
também está sujeita a anulação ou revogação desses atos.

• Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente


poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato
superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal
conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado (em ambos os casos).

• Anulação – ocorrendo ilegalidade insanável em na prática de algum ato do


procedimento licitatório, esse ato deverá ser anulado, tornando-se inválido –
invalida-se desde a origem do vício e invalidam-se as etapas posteriores que dele
dependeram.

• § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera


obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta
Lei.
• § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o
disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

• Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera


retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.
• Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e
por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja
imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

874 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Anulação e Revogação de Licitação – Profª Tatiana Marcello

• A revogação da licitação sofre algumas limitação em relação à regra geral (de que é
um ato discricionários da Administração). No caso de licitação, somente poderá
haver revogação em 2 hipóteses:

a) por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente


comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, mediante parecer
escrito e devidamente fundamentado ( art. 49);

b) é facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato


ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,
inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório,
ou revogar a licitação (art. 64, § 2º).

• § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório (seja por anulação ou


revogação), fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

• § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento


de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

• Do ato que anula ou revoga licitação, cabe recurso administrativo no prazo de 5


dias úteis (art. 109, I, “c”).

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Direito Administrativo

CONTRATAÇÃO DIRETA – DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui- VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883,
ção Federal, institui normas para licitações e de 1994)
contratos da Administração Pública e dá outras
providências. § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade
de licitação, os contratos para a prestação
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o de serviços técnicos profissionais especiali-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- zados deverão, preferencialmente, ser cele-
guinte Lei: brados mediante a realização de concurso,
com estipulação prévia de prêmio ou remu-
Seção IV neração.
DOS SERVIÇOS TÉCNICOS
§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste
PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS artigo aplica-se, no que couber, o disposto
no art. 111 desta Lei.
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se
serviços técnicos profissionais especializados os § 3º A empresa de prestação de serviços
trabalhos relativos a: técnicos especializados que apresente rela-
ção de integrantes de seu corpo técnico em
I – estudos técnicos, planejamentos e proje-
procedimento licitatório ou como elemento
tos básicos ou executivos;
de justificação de dispensa ou inexigibilida-
II – pareceres, perícias e avaliações em ge- de de licitação, ficará obrigada a garantir
ral; que os referidos integrantes realizem pesso-
al e diretamente os serviços objeto do con-
III – assessorias ou consultorias técnicas e trato.
auditorias financeiras ou tributárias; (Reda-
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (...)
IV – fiscalização, supervisão ou gerencia- Seção VI
mento de obras ou serviços; DAS ALIENAÇÕES
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais
Art. 17. A alienação de bens da Administração
ou administrativas;
Pública, subordinada à existência de interesse
VI – treinamento e aperfeiçoamento de público devidamente justificado, será precedida
pessoal; de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
VII – restauração de obras de arte e bens de I – quando imóveis, dependerá de autoriza-
valor histórico. ção legislativa para órgãos da administração
direta e entidades autárquicas e fundacio-

www.acasadoconcurseiro.com.br 877
nais, e, para todos, inclusive as entidades da administração pública; (Incluído pela Lei
paraestatais, dependerá de avaliação prévia nº 11.481, de 2007)
e de licitação na modalidade de concorrên-
i) alienação e concessão de direito real de
cia, dispensada esta nos seguintes casos:
uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas
a) dação em pagamento; rurais da União e do Incra, onde incidam
ocupações até o limite de quinze módulos
b) doação, permitida exclusivamente para
fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e qui-
outro órgão ou entidade da administração
nhentos hectares), para fins de regulariza-
pública, de qualquer esfera de governo, res-
ção fundiária, atendidos os requisitos legais;
salvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Reda-
e (Redação dada pela Medida Provisória nº
ção dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
759, de 2016)
c) permuta, por outro imóvel que atenda
II – quando móveis, dependerá de avaliação
aos requisitos constantes do inciso X do art.
prévia e de licitação, dispensada esta nos
24 desta Lei;
seguintes casos:
d) investidura;
a) doação, permitida exclusivamente para
e) venda a outro órgão ou entidade da ad- fins e uso de interesse social, após avaliação
ministração pública, de qualquer esfera de sua oportunidade e conveniência sócio-
de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de -econômica, relativamente à escolha de ou-
1994) tra forma de alienação;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamen- b) permuta, permitida exclusivamente en-
to, concessão de direito real de uso, loca- tre órgãos ou entidades da Administração
ção ou permissão de uso de bens imóveis Pública;
residenciais construídos, destinados ou
c) venda de ações, que poderão ser nego-
efetivamente utilizados no âmbito de pro-
ciadas em bolsa, observada a legislação es-
gramas habitacionais ou de regularização
pecífica;
fundiária de interesse social desenvolvidos
por órgãos ou entidades da administração d) venda de títulos, na forma da legislação
pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, pertinente;
de 2007)
e) venda de bens produzidos ou comerciali-
g) procedimentos de legitimação de posse zados por órgãos ou entidades da Adminis-
de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de tração Pública, em virtude de suas finalida-
7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa des;
e deliberação dos órgãos da Administração
f) venda de materiais e equipamentos para
Pública em cuja competência legal inclua-se
outros órgãos ou entidades da Administra-
tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196,
ção Pública, sem utilização previsível por
de 2005)
quem deles dispõe.
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamen-
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea
to, concessão de direito real de uso, locação
"b" do inciso I deste artigo, cessadas as ra-
ou permissão de uso de bens imóveis de uso
zões que justificaram a sua doação, reverte-
comercial de âmbito local com área de até
rão ao patrimônio da pessoa jurídica doado-
250 m² (duzentos e cinqüenta metros qua-
ra, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
drados) e inseridos no âmbito de programas
de regularização fundiária de interesse so- § 2º A Administração também poderá con-
cial desenvolvidos por órgãos ou entidades ceder título de propriedade ou de direito
real de uso de imóveis, dispensada licitação,

878 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Contratação Direta – Profª Tatiana Marcello

quando o uso destinar-se: (Redação dada inconveniente a sua exploração mediante


pela Lei nº 11.196, de 2005) atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei
nº 11.196, de 2005)
I – a outro órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública, qualquer que seja a localiza- II – fica limitada a áreas de até quinze mó-
ção do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, dulos fiscais, desde que não exceda mil e
de 2005) quinhentos hectares, vedada a dispensa de
licitação para áreas superiores a esse limite;
II – a pessoa natural que, nos termos da lei,
(Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)
de regulamento ou de ato normativo do
órgão competente, haja implementado os III – pode ser cumulada com o quantitativo
requisitos mínimos de cultura, ocupação de área decorrente da figura prevista na alí-
mansa e pacífica e exploração direta sobre nea g do inciso I do caput deste artigo, até o
área rural limitada a quinze módulos fiscais, limite previsto no inciso II deste parágrafo.
desde que não exceda a 1.500ha (mil e qui- (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
nhentos hectares); (Redação dada pela Me-
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763,
dida Provisória nº 759, de 2016)
de 2008)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o fi-
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins
cam dispensadas de autorização legislativa,
desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648,
porém submetem-se aos seguintes condi-
de 1998)
cionamentos: (Redação dada pela Lei nº
11.952, de 2009) I – a alienação aos proprietários de imóveis
lindeiros de área remanescente ou resul-
I – aplicação exclusivamente às áreas em
tante de obra pública, área esta que se tor-
que a detenção por particular seja compro-
nar inaproveitável isoladamente, por preço
vadamente anterior a 1o de dezembro de
nunca inferior ao da avaliação e desde que
2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por
II – submissão aos demais requisitos e im- cento) do valor constante da alínea "a" do
pedimentos do regime legal e administrati- inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela
vo da destinação e da regularização fundiá- Lei nº 9.648, de 1998)
ria de terras públicas; (Incluído pela Lei nº
II – a alienação, aos legítimos possuidores
11.196, de 2005)
diretos ou, na falta destes, ao Poder Públi-
III – vedação de concessões para hipóte- co, de imóveis para fins residenciais cons-
ses de exploração não-contempladas na lei truídos em núcleos urbanos anexos a usinas
agrária, nas leis de destinação de terras pú- hidrelétricas, desde que considerados dis-
blicas, ou nas normas legais ou administrati- pensáveis na fase de operação dessas uni-
vas de zoneamento ecológico-econômico; e dades e não integrem a categoria de bens
(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) reversíveis ao final da concessão. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
IV – previsão de rescisão automática da
concessão, dispensada notificação, em caso § 4º A doação com encargo será licitada e
de declaração de utilidade, ou necessidade de seu instrumento constarão, obrigatoria-
pública ou interesse social. (Incluído pela mente os encargos, o prazo de seu cumpri-
Lei nº 11.196, de 2005) mento e cláusula de reversão, sob pena de
nulidade do ato, sendo dispensada a lici-
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste
tação no caso de interesse público devida-
artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
mente justificado; (Redação dada pela Lei
I – só se aplica a imóvel situado em zona ru- nº 8.883, de 1994)
ral, não sujeito a vedação, impedimento ou

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§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso visto na alínea "a", do inciso I do artigo an-
o donatário necessite oferecer o imóvel em terior, desde que não se refiram a parcelas
garantia de financiamento, a cláusula de de uma mesma obra ou serviço ou ainda
reversão e demais obrigações serão garan- para obras e serviços da mesma natureza e
tidas por hipoteca em segundo grau em fa- no mesmo local que possam ser realizadas
vor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, conjunta e concomitantemente; (Redação
de 1994) dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, II – para outros serviços e compras de valor
isolada ou globalmente, em quantia não su- até 10% (dez por cento) do limite previsto
perior ao limite previsto no art. 23, inciso II, na alínea "a", do inciso II do artigo anterior
alínea "b" desta Lei, a Administração poderá e para alienações, nos casos previstos nesta
permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, Lei, desde que não se refiram a parcelas de
de 1994) um mesmo serviço, compra ou alienação de
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, maior vulto que possa ser realizada de uma
de 2007) só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
1998)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens
imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à III – nos casos de guerra ou grave perturba-
comprovação do recolhimento de quantia cor- ção da ordem;
respondente a 5% (cinco por cento) da avalia- IV – nos casos de emergência ou de calami-
ção. dade pública, quando caracterizada urgên-
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pú- cia de atendimento de situação que possa
blica, cuja aquisição haja derivado de procedi- ocasionar prejuízo ou comprometer a segu-
mentos judiciais ou de dação em pagamento, rança de pessoas, obras, serviços, equipa-
poderão ser alienados por ato da autoridade mentos e outros bens, públicos ou particu-
competente, observadas as seguintes regras: lares, e somente para os bens necessários
ao atendimento da situação emergencial
I – avaliação dos bens alienáveis; ou calamitosa e para as parcelas de obras
II – comprovação da necessidade ou utilida- e serviços que possam ser concluídas no
de da alienação; prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos, contados da
III – adoção do procedimento licitatório, ocorrência da emergência ou calamidade,
sob a modalidade de concorrência ou leilão. vedada a prorrogação dos respectivos con-
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) tratos;
V – quando não acudirem interessados à
licitação anterior e esta, justificadamente,
CAPÍTULO II não puder ser repetida sem prejuízo para a
DA LICITAÇÃO Administração, mantidas, neste caso, todas
as condições preestabelecidas;
Seção I VI – quando a União tiver que intervir no
DAS MODALIDADES, domínio econômico para regular preços ou
LIMITES E DISPENSA normalizar o abastecimento;

Art. 24. É dispensável a licitação: VII – quando as propostas apresentadas


consignarem preços manifestamente supe-
I – para obras e serviços de engenharia de riores aos praticados no mercado nacional,
valor até 10% (dez por cento) do limite pre- ou forem incompatíveis com os fixados pe-

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los órgãos oficiais competentes, casos em volvimento institucional, ou de instituição


que, observado o parágrafo único do art. 48 dedicada à recuperação social do preso,
desta Lei e, persistindo a situação, será ad- desde que a contratada detenha inquestio-
mitida a adjudicação direta dos bens ou ser- nável reputação ético-profissional e não te-
viços, por valor não superior ao constante nha fins lucrativos; (Redação dada pela Lei
do registro de preços, ou dos serviços; (Vide nº 8.883, de 1994)
§ 3º do art. 48)
XIV – para a aquisição de bens ou serviços
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica nos termos de acordo internacional espe-
de direito público interno, de bens produzi- cífico aprovado pelo Congresso Nacional,
dos ou serviços prestados por órgão ou en- quando as condições ofertadas forem ma-
tidade que integre a Administração Pública nifestamente vantajosas para o Poder Pú-
e que tenha sido criado para esse fim espe- blico; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
cífico em data anterior à vigência desta Lei, 1994)
desde que o preço contratado seja compatí-
vel com o praticado no mercado; (Redação XV – para a aquisição ou restauração de
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) obras de arte e objetos históricos, de auten-
ticidade certificada, desde que compatíveis
IX – quando houver possibilidade de com- ou inerentes às finalidades do órgão ou en-
prometimento da segurança nacional, nos tidade.
casos estabelecidos em decreto do Presi-
dente da República, ouvido o Conselho de XVI – para a impressão dos diários oficiais,
Defesa Nacional; (Regulamento) de formulários padronizados de uso da ad-
ministração, e de edições técnicas oficiais,
X – para a compra ou locação de imóvel bem como para prestação de serviços de
destinado ao atendimento das finalidades informática a pessoa jurídica de direito pú-
precípuas da administração, cujas necessi- blico interno, por órgãos ou entidades que
dades de instalação e localização condicio- integrem a Administração Pública, criados
nem a sua escolha, desde que o preço seja para esse fim específico; (Incluído pela Lei
compatível com o valor de mercado, segun- nº 8.883, de 1994)
do avaliação prévia; (Redação dada pela Lei
nº 8.883, de 1994) XVII – para a aquisição de componentes ou
peças de origem nacional ou estrangeira,
XI – na contratação de remanescente de necessários à manutenção de equipamen-
obra, serviço ou fornecimento, em conse- tos durante o período de garantia técnica,
qüência de rescisão contratual, desde que junto ao fornecedor original desses equi-
atendida a ordem de classificação da licita- pamentos, quando tal condição de exclu-
ção anterior e aceitas as mesmas condições sividade for indispensável para a vigência
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de
quanto ao preço, devidamente corrigido; 1994)
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, XVIII – nas compras ou contratações de
pão e outros gêneros perecíveis, no tempo serviços para o abastecimento de navios,
necessário para a realização dos processos embarcações, unidades aéreas ou tropas
licitatórios correspondentes, realizadas di- e seus meios de deslocamento quando em
retamente com base no preço do dia; (Re- estada eventual de curta duração em por-
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) tos, aeroportos ou localidades diferentes de
suas sedes, por motivo de movimentação
XIII – na contratação de instituição brasi- operacional ou de adestramento, quando a
leira incumbida regimental ou estatutaria- exiguidade dos prazos legais puder compro-
mente da pesquisa, do ensino ou do desen-

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meter a normalidade e os propósitos das XXIV – para a celebração de contratos de
operações e desde que seu valor não exce- prestação de serviços com as organizações
da ao limite previsto na alínea "a" do inciso sociais, qualificadas no âmbito das respecti-
II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº vas esferas de governo, para atividades con-
8.883, de 1994) templadas no contrato de gestão. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
XIX – para as compras de material de uso
pelas Forças Armadas, com exceção de XXV – na contratação realizada por Insti-
materiais de uso pessoal e administrativo, tuição Científica e Tecnológica – ICT ou por
quando houver necessidade de manter a agência de fomento para a transferência de
padronização requerida pela estrutura de tecnologia e para o licenciamento de direito
apoio logístico dos meios navais, aéreos e de uso ou de exploração de criação prote-
terrestres, mediante parecer de comissão gida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº
8.883, de 1994) XXVI – na celebração de contrato de pro-
grama com ente da Federação ou com en-
XX – na contratação de associação de por- tidade de sua administração indireta, para a
tadores de deficiência física, sem fins lu- prestação de serviços públicos de forma as-
crativos e de comprovada idoneidade, por sociada nos termos do autorizado em con-
órgãos ou entidades da Admininistração trato de consórcio público ou em convênio
Pública, para a prestação de serviços ou de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107,
fornecimento de mão-de-obra, desde que de 2005)
o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº XXVII – na contratação da coleta, processa-
8.883, de 1994) mento e comercialização de resíduos sóli-
dos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
XXI – para a aquisição ou contratação de áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
produto para pesquisa e desenvolvimento, efetuados por associações ou cooperativas
limitada, no caso de obras e serviços de en- formadas exclusivamente por pessoas físi-
genharia, a 20% (vinte por cento) do valor cas de baixa renda reconhecidas pelo poder
de que trata a alínea “b” do inciso I do caput público como catadores de materiais reci-
do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de cláveis, com o uso de equipamentos compa-
2016) tíveis com as normas técnicas, ambientais e
de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº
XXII – na contratação de fornecimento ou 11.445, de 2007). (Vigência)
suprimento de energia elétrica e gás natural
com concessionário, permissionário ou au- XXVIII – para o fornecimento de bens e ser-
torizado, segundo as normas da legislação viços, produzidos ou prestados no País, que
específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de envolvam, cumulativamente, alta comple-
1998) xidade tecnológica e defesa nacional, me-
diante parecer de comissão especialmente
XXIII – na contratação realizada por empre- designada pela autoridade máxima do ór-
sa pública ou sociedade de economia mista gão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
com suas subsidiárias e controladas, para a
aquisição ou alienação de bens, prestação XXIX – na aquisição de bens e contratação
ou obtenção de serviços, desde que o preço de serviços para atender aos contingentes
contratado seja compatível com o praticado militares das Forças Singulares brasileiras
no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de empregadas em operações de paz no exte-
1998) rior, necessariamente justificadas quanto ao
preço e à escolha do fornecedor ou execu-

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tante e ratificadas pelo Comandante da For- execução desses projetos, ou em parcerias


ça. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008). que envolvam transferência de tecnologia
de produtos estratégicos para o Sistema
XXX – na contratação de instituição ou or- Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso
ganização, pública ou privada, com ou sem XXXII deste artigo, e que tenha sido criada
fins lucrativos, para a prestação de serviços para esse fim específico em data anterior à
de assistência técnica e extensão rural no vigência desta Lei, desde que o preço con-
âmbito do Programa Nacional de Assistên- tratado seja compatível com o praticado no
cia Técnica e Extensão Rural na Agricultura mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de
Familiar e na Reforma Agrária, instituído 2015)
por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188,
de 2.010) Vigência § 1º Os percentuais referidos nos incisos I
e II do caput deste artigo serão 20% (vinte
XXXI – nas contratações visando ao cum- por cento) para compras, obras e serviços
primento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e contratados por consórcios públicos, socie-
20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de dade de economia mista, empresa pública e
2004, observados os princípios gerais de por autarquia ou fundação qualificadas, na
contratação dela constantes. (Incluído pela forma da lei, como Agências Executivas. (In-
Lei nº 12.349, de 2010) cluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
XXXII – na contratação em que houver § 2º O limite temporal de criação do órgão
transferência de tecnologia de produtos ou entidade que integre a administração
estratégicos para o Sistema Único de Saú- pública estabelecido no inciso VIII do caput
de – SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 deste artigo não se aplica aos órgãos ou en-
de setembro de 1990, conforme elencados tidades que produzem produtos estratégi-
em ato da direção nacional do SUS, inclusi- cos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080,
ve por ocasião da aquisição destes produtos de 19 de setembro de 1990, conforme elen-
durante as etapas de absorção tecnológica. cados em ato da direção nacional do SUS.
(Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
XXXIII – na contratação de entidades priva- § 3º A hipótese de dispensa prevista no in-
das sem fins lucrativos, para a implemen- ciso XXI do caput, quando aplicada a obras
tação de cisternas ou outras tecnologias e serviços de engenharia, seguirá proce-
sociais de acesso à água para consumo hu- dimentos especiais instituídos em regula-
mano e produção de alimentos, para be- mentação específica. (Incluído pela Lei nº
neficiar as famílias rurais de baixa renda 13.243, de 2016)
atingidas pela seca ou falta regular de água.
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) § 4º Não se aplica a vedação prevista no in-
ciso I do caput do art. 9o à hipótese prevista
XXXIV – para a aquisição por pessoa jurí- no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei nº
dica de direito público interno de insumos 13.243, de 2016)
estratégicos para a saúde produzidos ou
distribuídos por fundação que, regimental Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
ou estatutariamente, tenha por finalidade inviabilidade de competição, em especial:
apoiar órgão da administração pública dire-
ta, sua autarquia ou fundação em projetos I – para aquisição de materiais, equipamen-
de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvi- tos, ou gêneros que só possam ser forneci-
mento institucional, científico e tecnológi- dos por produtor, empresa ou representan-
co e estímulo à inovação, inclusive na ges- te comercial exclusivo, vedada a preferência
tão administrativa e financeira necessária à de marca, devendo a comprovação de ex-
clusividade ser feita através de atestado for-

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necido pelo órgão de registro do comércio Parágrafo único. O processo de dispensa,
do local em que se realizaria a licitação ou a de inexigibilidade ou de retardamento, pre-
obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação visto neste artigo, será instruído, no que
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas couber, com os seguintes elementos:
entidades equivalentes;
I – caracterização da situação emergencial
II – para a contratação de serviços técnicos ou calamitosa que justifique a dispensa,
enumerados no art. 13 desta Lei, de nature- quando for o caso;
za singular, com profissionais ou empresas
de notória especialização, vedada a inexigi- II – razão da escolha do fornecedor ou exe-
bilidade para serviços de publicidade e di- cutante;
vulgação; III – justificativa do preço.
III – para contratação de profissional de IV – documento de aprovação dos projetos
qualquer setor artístico, diretamente ou de pesquisa aos quais os bens serão aloca-
através de empresário exclusivo, desde que dos. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
consagrado pela crítica especializada ou
pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização
o profissional ou empresa cujo conceito no
campo de sua especialidade, decorrente
de desempenho anterior, estudos, expe-
riências, publicações, organização, apare-
lhamento, equipe técnica, ou de outros re-
quisitos relacionados com suas atividades,
permita inferir que o seu trabalho é essen-
cial e indiscutivelmente o mais adequado à
plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer
dos casos de dispensa, se comprovado su-
perfaturamento, respondem solidariamen-
te pelo dano causado à Fazenda Pública o
fornecedor ou o prestador de serviços e o
agente público responsável, sem prejuízo
de outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do
art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as
situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas, e o retardamento
previsto no final do parágrafo único do art. 8º
desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3
(três) dias, à autoridade superior, para ratifica-
ção e publicação na imprensa oficial, no prazo
de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia
dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de
2005)

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SLIDES – CONTRATAÇÃO DIRETA – DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

Contratação Direta

• A regra geral é de que a Administração Pública deve realizar licitação previamente


à celebração dos contratos administrativos.

• No entanto, a própria CF prevê a possibilidade de a lei estabelecer hipóteses em


que a licitação não ocorrerá ou que poderá não ocorrer: art. 37, XXI – “ressalvados
os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública...”

• Ressalte-se que em caso de concessão ou permissão de serviços públicos não é


possível a contratação sem prévia licitação.

• As situações de contratações diretas dividem-se em 2 grupos: situações de


inexigibilidade e situações de dispensa.

• Inexigibilidade – quando a licitação é juridicamente impossível, por não haver


possibilidade de competição, devido à inexistências de pluralidade de proponentes.

• Dispensa – quando a licitação é possível, mas a lei dispensa ou permite que seja
dispensada a licitação. Quando a lei expressamente dispensa a licitação, temos a
licitação dispensada. Quando a lei autoriza a Administração a deixar de licitar, temos
a licitação dispensável.

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LICITAÇÃO

Dispensa Inexigibilidade

Não há
Dispensada Dispensável possibilidade de
competição

A lei A lei permite que


diretamente a Administração
dispensa dispense

INEXIGIBILIDADE
• Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em
especial (rol exemplificativo):
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,
ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de
natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada
a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou
pela opinião pública.

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• Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais
especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

• Sobre a inexigibilidade:

• É vedada a inexigibilidade de licitação para serviços de publicidade e divulgação.

• Não sendo caso de inexigibilidade, a contratação de serviços técnicos profissionais


especializados do art. 13 é feita preferencialmente através da modalidade concurso.

• A inexigibilidade de licitação deve ser sempre motivada, com a exposição das causas
que levaram a Administração a concluir pela impossibilidade de competição.

• Em relação às empresas públicas, sociedades de economia mista e suas


subsidiárias, as regras para a Inexigibilidade de licitação constam na Lei 13.303/2016
(Estatuto Jurídico das EP e SEM), não se aplicando as regras da Lei 8.666.

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DISPENSA
• Na dispensa, embora haja possibilidade jurídica de competição:

a) a lei diretamente dispensa a licitação (licitação dispensada); ou

b) autoriza que a Administração a dispense, por critérios de conveniência ou


oportunidade (licitação dispensável).

Licitação Dispensada (não pode haver licitação)

• Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de


interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá
às seguintes normas:

• I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da


administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive
as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na
modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração
pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;

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c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art.
24 desta Lei (imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo
avaliação prévia);
d) investidura (alienação a lindeiros de area remenescente e inaproveitável pela
Administração; ou alienação de areas para fins residenciais construídos em núcleos
anexos a usinas hidrelétricas);
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de
governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação
ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
administração pública;

• g) procedimentos de legitimação de posse, mediante iniciativa e deliberação dos


órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

• h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,


locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com
área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito
de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por
órgãos ou entidades da administração pública;

• i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras


públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de quinze
módulos fiscais e não superiores a 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de
regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela MP nº
759, de 2016)

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• II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos
seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação
de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de
outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração
Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação
específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da
Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

• § 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito


real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a


localização do imóvel;

II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento ou de ato normativo do


órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação
mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural limitada a quinze módulos
fiscais, desde que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos hectares);

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• Art. 17, § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,
obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão,
sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse
público devidamente justificado.

• Doação com encargo é aquela em que o doador impõe alguma obrigação ao


donatário, a fim de que seja cumprida para que receba a doação.

Licitação Dispensável (pode ou não haver licitação)

• Art. 24. É dispensável a licitação:

• I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a
parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente (até R$ 15.000,00);

• II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite
previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço,
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez (até R$
8.000,00);

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• III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

• IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada


urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer
a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser
concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a
prorrogação dos respectivos contratos;

• V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente,


não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso,
todas as condições preestabelecidas (licitação deserta);

• VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou
normalizar o abastecimento;

• VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente


superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
fixados pelos órgãos oficiais competentes (licitação fracassada), casos em que,
observado o parágrafo único (3º) do art. 48 desta Lei (quando todos inabilitados ou
propostas desclassificadas, haverá nova convocação para apresentarem novas
propostas ou documentos) e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
preços, ou dos serviços;

• VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data
anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado;

892 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Contratação Direta – Profª Tatiana Marcello

• IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos


casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de
Defesa Nacional;

• X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades


precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia;

• XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em


conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

• XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo


necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas
diretamente com base no preço do dia;

• XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou


estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou
de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada
detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

• XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional


específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
manifestamente vantajosas para o Poder Público;

www.acasadoconcurseiro.com.br 893
• XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de
autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do
órgão ou entidade.

• XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da


administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços
de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades
que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

• XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,


necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica,
junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de
exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

• XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,


embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em
estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de
suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando
a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos
das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do
inciso II do art. 23 desta Lei (não exceda a R$ 80.000,00):

• XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

894 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Contratação Direta – Profª Tatiana Marcello

• XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins


lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

• XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento,


limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor
de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23 (limitada a R$
300.000,00); (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

• XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás


natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da
legislação específica;

• XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia


mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado.

• XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações


sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão.

• XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por


agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de
direito de uso ou de exploração de criação protegida.

www.acasadoconcurseiro.com.br 895
• XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com
entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de
forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em
convênio de cooperação.

• XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos


sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva
de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por
pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de
materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas
técnicas, ambientais e de saúde pública.

• XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País,


que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão.

• XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos


contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações
de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do
fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

• XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem


fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural
no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na
Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.

896 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Contratação Direta – Profª Tatiana Marcello

• XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20
da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
contratação dela constantes (incentivos à inovação e à pesquisa científica e
tecnológica).

• XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos


estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080/90,
conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica.

• XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a


implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para
consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de
baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

• XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos
estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental
ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública
direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação,
inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses
projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste
artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência
desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

www.acasadoconcurseiro.com.br 897
Direito Administrativo

LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 (PARCIAL)

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui- § 1º O registro de preços será precedido de
ção Federal, institui normas para licitações e ampla pesquisa de mercado.
contratos da Administração Pública e dá outras
providências. § 2º Os preços registrados serão publicados
trimestralmente para orientação da Admi-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o nistração, na imprensa oficial.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei: § 3º O sistema de registro de preços será
regulamentado por decreto, atendidas as
Seção V peculiaridades regionais, observadas as se-
DAS COMPRAS guintes condições:
I – seleção feita mediante concorrência;
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a ade-
quada caracterização de seu objeto e indicação II – estipulação prévia do sistema de contro-
dos recursos orçamentários para seu pagamen- le e atualização dos preços registrados;
to, sob pena de nulidade do ato e responsabili-
dade de quem lhe tiver dado causa. III – validade do registro não superior a um ano.

Art. 15. As compras, sempre que possível, de- § 4º A existência de preços registrados não
verão: obriga a Administração a firmar as contra-
tações que deles poderão advir, ficando-
I – atender ao princípio da padronização, -lhe facultada a utilização de outros meios,
que imponha compatibilidade de especifi- respeitada a legislação relativa às licitações,
cações técnicas e de desempenho, obser- sendo assegurado ao beneficiário do regis-
vadas, quando for o caso, as condições de tro preferência em igualdade de condições.
manutenção, assistência técnica e garantia
oferecidas; § 5º O sistema de controle originado no
II – ser processadas através de sistema de quadro geral de preços, quando possível,
registro de preços; deverá ser informatizado.

III – submeter-se às condições de aquisição e § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para


pagamento semelhantes às do setor privado; impugnar preço constante do quadro geral
em razão de incompatibilidade desse com o
IV – ser subdivididas em tantas parcelas preço vigente no mercado.
quantas necessárias para aproveitar as pe-
culiaridades do mercado, visando economi- § 7º Nas compras deverão ser observadas,
cidade; ainda:
V – balizar-se pelos preços praticados no I – a especificação completa do bem a ser
âmbito dos órgãos e entidades da Adminis- adquirido sem indicação de marca;
tração Pública.

www.acasadoconcurseiro.com.br 899
II – a definição das unidades e das quantida-
des a serem adquiridas em função do consu-
mo e utilização prováveis, cuja estimativa será
obtida, sempre que possível, mediante ade-
quadas técnicas quantitativas de estimação;
III – as condições de guarda e armazena-
mento que não permitam a deterioração do
material.
§ 8º O recebimento de material de valor su-
perior ao limite estabelecido no art. 23 des-
ta Lei, para a modalidade de convite, deverá
ser confiado a uma comissão de, no míni-
mo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em
órgão de divulgação oficial ou em quadro de avi-
sos de amplo acesso público, à relação de todas as
compras feitas pela Administração Direta ou Indi-
reta, de maneira a clarificar a identificação do bem
comprado, seu preço unitário, a quantidade adqui-
rida, o nome do vendedor e o valor total da opera-
ção, podendo ser aglutinadas por itens as compras
feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação.
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O disposto neste artigo
não se aplica aos casos de dispensa de lici-
tação previstos no inciso IX do art. 24. (In-
cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

900 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Compras e Sistema de Registro de Preços – Profª Tatiana Marcello

SLIDES – COMPRAS E SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS

Direito Administrativo

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Licitações
(Compras e Sistema de Registro de Preços)

Prof.ª Tatiana Marcello

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Compras

• Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto
e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade
do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

INDICAÇÃO DO RECURSOS
CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO
ORÇAMENTÁRIOS

• Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:


I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor
privado;
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as
peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da
Administração Pública.

902 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Compras e Sistema de Registro de Preços – Profª Tatiana Marcello

Sistema de Registro de Preços


• Decreto Federal nº 7.892/13:
• Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes
hipóteses:
I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de
contratações frequentes;
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas
ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de
tarefa;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para
atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o
quantitativo a ser demandado pela Administração.

• Lei 8.666/93, art. 14, § 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
mercado.

• § 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da


Administração, na imprensa oficial.

• § 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto (Decreto


Federal 7.892/13), atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes
condições:
I - seleção feita mediante concorrência (mas é possível pregão);
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III - validade do registro não superior a um ano.

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• § 4o A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as
contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros
meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao
beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

• § 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível,


deverá ser informatizado.

• § 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro


geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

• § 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:


I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do
consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível,
mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do
material.

• § 8o O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23


desta Lei, para a modalidade de convite (R$ 150 mil para obras de engenharia e 80
mil para demais contratações), deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3
(três) membros.

904 www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Administrativo – Compras e Sistema de Registro de Preços – Profª Tatiana Marcello

• Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em


quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela
Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem
comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o
valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com
dispensa e inexigibilidade de licitação.

• Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de
licitação previstos no inciso IX do art. 24 (IX - quando houver possibilidade de
comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do
Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional).

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Arquivologia

Professor Darlan Eterno

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Arquivologia

FINALIDADE DOS ARQUIVOS

Características Dos Documentos de Arquivo

a) Naturalidade: os documentos são acumulados de acordo com as atividades da instituição,


ou seja, sua acumulação ocorre dentro das transações por ela executadas.
b) Imparcialidade: está relacionada ao fato de que a produção documental ocorre em deter-
minado contexto e para determinado fim.
c) Autenticidade: os documentos de arquivo são criados, mantidos e custodiados de acordo
com procedimentos que podem ser comprovados. Também está relacionada a qualidade
de um documento ser exatamente aquele que foi produzido, não tendo sofrido alteração,
corrompimento e adulteração
d) Inter-relacionamento: os documentos estabelecem relação entre si e com as atividades
que o geraram. O documento de arquivo deve ser entendido como peça de um conjunto
orgânico e não como elemento isolado de um contexto.
e) Unicidade: cada documento de arquivo tem lugar único na estrutura documental a qual
pertence.

www.acasadoconcurseiro.com.br 909
Arquivologia
Aula XX

Conceitos fundamentais de
Arquivologia: teorias e princípios.

Noções de Arquivologia
Professor Darlan Eterno

Finalidades do Arquivo

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Arquivologia
Aula XX

CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS

1. Classificação dos Arquivos

a) Extensão
•• Setorial
•• Central/Geral

b) Entidade Mantenedora
•• Público
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e
recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito fe-
deral, estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas fun-
ções administrativas, legislativas e judiciárias.
§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebi-
dos por instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas
da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividade de instituições públicas e de cará-
ter público implica o recolhimento de sua documentação à institui-
ção arquivística pública ou a sua transferência à instituição. sucessora.

•• Pessoal/Familiar
•• Comercial
•• Institucional

c) Estágios de Evolução
•• Corrente
•• Intermediário
•• Permanente

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d) Natureza dos Documento
•• Especial
•• Especializado

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Arquivologia
Aula XX

PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS

Princípios Arquivísticos

a) Organicidade
b) Unicidade
c) Proveniência (respeito aos fundos)
d) Ordem original
e) Pertinência: documentos deveriam ser reclassificados por assunto sem ter em conta a
proveniência e a classificação original.
f) Princípio da Reversibilidade: Princípio segundo o qual todo procedimento ou tratamento
empreendido em arquivos pode ser revertido, se necessário. É aplicado na restauração de
documentos.
h) Territorialidade: Conceito derivado do princípio da proveniência e segundo o qual arquivos
deveriam ser conservados em serviços de arquivo do território no qual foram produzidos.

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Arquivologia
Aula XX

ARQUIVOS X BIBLIOTECAS

Características Arquivo Biblioteca


Quantitativo de Apresentam-se em exemplares únicos ou em Apresentam em exemplares
Exemplares número limitado de vias/cópias. múltiplos.
Entrada de
Acumulação natural. Compra, permuta e doação.
documentos
Fundos: conjunto de documentos unidos
pela origem.
Tipos de fundo: Coleções: Reunidas pelo
Tipo de conjunto
conteúdo.
•• aberto: (instituições em funcionamento)
•• fechado: (instituições extintas)
Objetivos Funcionais, administrativos. Culturais, científicos.
Tipo Classificação Baseia-se nas atividades institucionais. Predeterminada.
Baseia-se em peças
Tipo de Avaliação Baseia-se conjunto de documentos.
documentais.

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Arquivologia
Aula XX

CLASSIFICAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE ARQUIVO

1. Classificação dos Documentos

a) Natureza do Assunto
•• Ostensivo
•• Sigiloso
b) Espécie:
Ex: Memorando, ofício e ata.
c) Tipo (tipologia):
Espécie + função = tipologia

d) Gênero
•• Textual
•• Sonoro
•• Cartográfico
•• Filmográfico
•• Iconográfico
•• Micrográfico

d) Gênero
•• Informático
e) Forma (preparação/transmissão)
f) Formato
•• Apresentação física. Ex: disco e caderno.
•• Extensão de arquivos digitais

www.acasadoconcurseiro.com.br 919
Arquivologia
Aula XX

TEORIA DAS TRÊS IDADES

•• Baseia-se na:
a) Frequência de uso
b) Valores dos Documentos

1. Fase Corrente (caract)

•• Frequência de Uso
•• Localização
•• Extensão do arquivo
•• Tipo de arquivamento
•• Valor
•• Tipo de Acesso

Atividades:
•• Protocolo
•• Expedição
•• Arquivamento
•• Consulta
•• Empréstimo
•• Destinação.

2. Fase Intermediária (caract)

•• Frequência de Uso
•• Localização
•• Extensão do arquivo
•• Tipo de arquivamento
•• Valor
•• Tipo de Acesso

www.acasadoconcurseiro.com.br 921
Atividades:
•• Empréstimo
•• Consulta
•• Arquivamento

3. Fase Permanente

•• Frequência de Uso
•• Localização
•• Extensão do arquivo
•• Tipo de arquivamento
•• Valor
•• Tipo de Acesso

Atividades:
•• Arranjo
•• Descrição
•• Publicação
•• Conservação
•• Referência

4. Representação da Teoria (operações de destinação)

922 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Teoria das Três Idades – Prof. Darlan Eterno

Quadro resumo

Fase (Idade) Corrente Intermediária Permanente


Sem uso para
Frequência de Uso Uso freqüente Uso eventual
Administração
Pode estar próximo Pode estar próximo
Próximo ao setor de dos setores de dos setores de
Localização
trabalho trabalho ou distante trabalho ou distante
(fora da instituição) (fora da instituição)
Extensão do Arquivo Setorial e/ou Central Central Central
Tipo de arquivamento Vertical Vertical/Horizontal Vertical/Horizontal
Valor Primário Primário Secundário
Tipo de Acesso Restrito Restrito Público
Protocolo, expedição, Arranjo, descrição,
Atendimento
arquivamento, publicação,
Atividades à consultas/
empréstimo, consulta, conservação e
empréstimos
destinação referência

www.acasadoconcurseiro.com.br 923
Arquivologia
Aula XX

INSTRUMENTO DE GESTÃO ARQUIVÍSTICA, PLANO DE CLASSIFICAÇÃO


E TABELA DE TEMPORALIDADE

1. Classificação

a) Definição: Agrupamento de documentos, podendo a eles atribuir códigos.

1.2 Plano ou Código de Classificação

a) Definição: Instrumento que auxilia na classificação de documentos, visando a sua guarda e


localização.

1.3 Plano ou Código de Classificação

b) Modelo
001 MODERNIZAÇÃO E REFORMA ADMINISTRATIVA
010 ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
012 COMUNICAÇÃO SOCIAL
012.1 RELAÇÕES COM A IMPRENSA

c) Características: Baseia-se nas funções/atividades da instituição.

2. Avaliação

a) Definição

2.2 Objetivos
•• reduzir a MDA;
•• reduzir custos;
•• reduzir prazo de busca;
•• garantir preservação de docs.

www.acasadoconcurseiro.com.br 925
2.3 Tabela de Temporalidade

a) Definição
•• prazos de guarda;
•• destinação;
•• alteração suporte;
•• obs.

b) Modelo

c) Características
•• elaborada pela CPAD;
•• aprovada por autoridade competente;
•• Prazos baseiam-se na legislação e nas necessidades administrativas.

926 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

ROTINAS DE PROTOCOLO

1. Protocolo

1.1 Rotinas de Protocolo


a) Recebimento
b) Registro
c) Autuação
d) Classificação
e) Movimentação
•• distribuição
•• expedição
f) Controle da Tramitação

www.acasadoconcurseiro.com.br 927
Arquivologia
Aula XX

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

Protocolo – Procedimentos com relação aos Processo

1. Autuação
•• Nos processos não digitais a autação será realizada pelo protocolo;
•• Nos processos digitais a autuação poderá ser realizada por usuário autorizado, diretamente
no sistema informatizado;
•• O processo deve ser formado, sempre que possível, por documento avulso original, não
digital ou digital.

2. Numeração de folhas
•• As folhas serão numeradas, em ordem crescente, pelas unidades administrativas que as
adicionarem, mediante carimbo específico, que deverá ser aposto no canto superior direito
na frente da folha;
•• A capa do processo não será numerada;
•• A primeira folha do processo não receberá o carimbo específico para numeração de folhas,
•• Apor na segunda folha do processo o carimbo para a numeração de folhas devendo ser
registrado no campo fl. o número 2;
•• O verso da folha não será numerado. Quando for necessária a sua citação, terá como
referência a letra "v", da palavra verso, seguida da indicação do número da folha;
•• No caso do servidor que estiver numerando a folha cometer erro de numeração, será
utilizado um "X" para inutilizar a numeração incorreta e será aposto o carimbo específico,
sem prejuízo da informação registrada, com o número correto da folha;
•• Cada volume de um processo deverá conter, no máximo, duzentas folhas, incluindo o
"Termo de Encerramento de Volume".

www.acasadoconcurseiro.com.br 929
3. Principais operações
•• A) Juntada
•• A1) Apensação
•• definitiva;
•• processos referentes a um mesmo interessado e assunto;
•• prevalece o número do processo mais antigo, ou seja, o processo principal.
•• A2) Anexação
•• temporária;
•• tem como objetivo o estudo, a instrução e a uniformidade de tratamento em
matérias semelhantes, pertencentes a um mesmo interessado ou não;
•• cada processo conserva sua identidade e independência.
•• B) Desapensação de processo(s)
•• Consiste na separação física de processos apensados. A desapensação deverá ocorrer
antes do arquivamento do(s) processo(s).
•• C) Desentranhamento
•• Consiste na retirada de documentos de forma definitiva, mediante justificativa, que
ocorrerá quando houver interesse do órgão ou entidade ou a pedido do interessado.
•• D) Desmembramento
•• Separação de folhas para a formação de novo processo;
•• Realizada mediante justificativa.
•• E) Reconstituição de processos\volumes
•• Ao ocorrer a perda ou extravio de processo, a autoridade competente do órgão ou
entidade deverá ser comunicada, cabendo a ela promover a apuração dos fatos, por
meio de sindicância ou processo administrativo, e designar, formalmente, um servidor
ou uma comissão para proceder à reconstituição.

930 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia
Aula XX

ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS E
OPERAÇÕES DE ARQUIVAMENTO

1. Arquivamento

Conjunto de procedimentos que visa ao acondicionamento (   ) e ao armazenamento


(   ) de documentos.

1.1 Rotinas de Arquivamento


a) Inspeção
b) Estudo
c) Classificação
d) Codificação
e) Ordenação
f) Guarda (Arquivamento)

www.acasadoconcurseiro.com.br 931
Arquivologia
Aula XX

MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS

1. Métodos de Arquivamento

→ Escolha:
•• Estrutura Organizacional
•• Natureza dos Docs

2. Categorias

I – Padronizados
Ex: Variadex (letras e cores)

II – Básicos

a) Alfabético: (nome)
b) Geográfico: local / procedência
  – Estado / País / Cidade
Itália
•• Roma
•• Milão
•• Veneza
Paraná
•• Curitiba
•• Londrina
•• Paranaguá

www.acasadoconcurseiro.com.br 933
•• Por cidades:
•• Araçatuba (SP)
•• Brasília (DF)
•• Brasília (MG)
•• Natal (RN)

c) Numérico:
•• Simples
•• Cronológico
•• Dígito – terminal 158678
d) Ideográfico (interpretação do doc e do contexto)
d1) Alfabético
•• Dicionário
•• Enciclopédico

Dicionário Enciclopédico
Controle de Chaves Controle
Controle de Entrada de chaves
Controle de Frequência de entrada
Divulgação de frequência
Divulgação

d2) Numérico
•• Decimal
•• Dupléx
•• Unitermo

Decimal Dupléx
411 Planejamento 4-1-1 Planejamento
411.1Anual 4-1-1-1 Anual
411.2 Mensal 4-1-1-2 Mensal

934 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Métodos de Arquivamento de Documentos – Prof. Darlan Eterno

3. Regras de Alfabetação

I. Nomes Brasileiros

a) regra geral
Ex:
Carla Ferreira Lima
Pedro Silva Araújo
Ord:
Araújo, André Silva
Lima, Carla Ferreira

b) Não se separam sobrenomes:

b1) compostos por subst + adj,


 Ex: Marcelo Vila Verde
b2) Ligados por hífen,
 Ex: Ana Beija-Flor
b3) Que exprimam grau de parentesco
 Ex: Paulo Barbosa Filho
b4) que possuam: São, Santo(a):
 Ex: Ricardo São Pedro
– Ordena-se:
Barbosa Filho, Paulo
Beija-Flor, Ana
São Pedro, Ricardo
Vila Verde, Marcelo

c) Iniciais abreviadas de prenome tem preferências as demais, no caso de


sobrenomes iguais
Ex:
César Barros
Carlos Barros
C. Barros

www.acasadoconcurseiro.com.br 935
Ord:
Barros, C.
Barros, Carlos
Barros, César

d) Artigos, preposições não são consideradas na alfabetação


Ex:
Natália Rocha d’ Andrade
André Silva dos Anjos
Ord:
Andrade, Natália Rocha d’
Anjos, André Silva dos

e) títulos ou cargos não são considerados na alfabetação


Ex:
Ministro Alexandre Bastos
Doutor Fernando Rocha
Ord:
Bastos, Alexandre(Ministro)
Rocha, Fernando (Doutor)

II. Nomes Estrangeiros

a) regra geral
Ex:
Paul Smith
Michel Duchein
Ord:
Duchein. Michel
Smith, Paul
•• Os nomes hispânicos são alfabetados pelo penúltimo sobrenome:
Ex:
Juan Gutierrez Salazar
Juan Puentes García

936 www.acasadoconcurseiro.com.br
Arquivologia – Métodos de Arquivamento de Documentos – Prof. Darlan Eterno

Ord:
Gutierrez Salazar, Esteban
Puentes García, Juan
•• Os nomes orientais (japoneses, chineses, árabes) são registrados como se apresentam:
Ex:
Lao Xing Xiang
Akiko Yamamoto Sato
Ord:
Akiko Yamamoto Sato
Lao Xing Xiang

III. Nomes de eventos são mantidos como se apresentam, os números


devem aparecer ao final entre parênteses
Ex:
Quinta Conferência de Geologia
III Congresso Nacional de Arquivologia
2º Congresso Brasileiro de Arquivologia
Ord:
Conferência de Geologia (Quinta)
Congresso Brasileiro de Arquivologia (2º)
Congresso Nacional de Arquivologia (III)

IV. Nomes de empresas são mantidos como se apresentam


Ex:
O Globo
Ministério da Fazenda
Ministério do Esporte

www.acasadoconcurseiro.com.br 937
Arquivologia
Aula XX

FASES DO PROCESSO DE DOCUMENTAÇÃO

•• Recolhimento: para constituir um serviço de documentação, exige-se senso de julgamento


na escolha de documentos, cultura geral e, além de discernimento para recolher o que é
útil.
•• Leitura: decisão quanto à utilidade e aplicação do documento.
•• Classificação: orientação teórica e prática.

www.acasadoconcurseiro.com.br 939
Atendimento

Professora Amanda Lima Tegon

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Atendimento

COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

Ferramentas, Comunicação formal e informal, Redes e Barreiras

Fluxos Comunicativos

Descendente Horizontal
Ascendente
(vertical) (lateral)
•• De cima para baixo no nível •• De baixo para cima no nível
hierárquico hierárquico •• Entre pessoas de nível
hierárquico semelhante
•• Filosofia •• Canais de sugestões
•• Troca de ideias e coor-
•• Normas •• Resultados
denação de atividades
•• Diretrizes •• Pesquisas de opinião/clima

Fluxo Transversal (longitudinal)


•• Quando pessoas de diferentes áreas e níveis hierárquicos se comunicam entre si;
•• Típico de organizações modernas e flexíveis;
•• Gestão mais participativa e integrada.

Fluxo Circular
•• Inclui todos os níveis;
•• Não se ajusta às direções tradicionais;
•• Depende da relação próxima dos indivíduos;
•• Mais comum em organizações informais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 943
Meios De Comunicação

Meios orais
•• Diretos: conversa, entrevista, reunião, palestra
•• Indiretos: telefone, rádio, altofalante

Meios escritos
•• Normas
•• Ordens
•• Cartas
•• Circulares
•• Murais
•• Panfletos
•• House organs (jornalzinho, revista)
•• Manuais

944 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atendimento – Comunicação Corporativa – Profª Amanda Lima Tegon

Meios pictográficos e escrito-pictográficos


•• Mapas
•• Diagramas
•• Organogramas
•• Cartazes
•• Gráficos

Meios simbólicos
•• Bandeiras
•• Cores
•• Luzes
•• Sirenes (também são auditivos)

www.acasadoconcurseiro.com.br 945
Meios audiovisuais
•• Filmes institucionais
•• Vídeos de treinamento
•• Telejornais
•• Tv corporativa
•• Clipes
•• Documentários

Meios virtuais / telemáticos


•• Email (correio eletrônico)
•• Intranet
•• Telões
•• Whatsapp / SMS
•• Vídeoconferência

946 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atendimento – Comunicação Corporativa – Profª Amanda Lima Tegon

Comunicação Formal
•• Influenciada e constituída pelo nível hierárquico mais elevado dentro de um ambiente or-
ganizacional.
•• Planejada.
•• Visa, especialmente, os objetivos da organização.
•• Descendentes, do topo para o nível operacional.
•• Ascendentes, do nível operacional para o topo, em formas de sugestões e melhorias.
•• Horizontais mensagens trocadas no mesmo nível.

Redes comuns de comunicação

Tipo cadeia

•• Segue rigidamente uma cadeia formal de comando.


•• Boa acurácia da informação.
•• Em tarefas simples, tem ótima eficácia.
•• Velocidade moderada.
•• Mínimo de mensagens.

Tipo roda
•• Ocorre em grupos com um líder muito forte.
•• Proporciona a emergência do líder.
•• Velocidade e acurácia altas.
•• Em tarefas simples, tem ótima eficácia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 947
líder

Tipo círculo
•• Não se volta a um líder
•• O fluxo de informações é lento
•• Tem baixa acurácia

Todos os canais
•• O fluxo de informações é rápido
•• Tem média acurácia
•• Não está ligada à emergência de liderança
•• Membros satisfeitos

948 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atendimento – Comunicação Corporativa – Profª Amanda Lima Tegon

Comunicação Informal
•• Conversas, boatos, rumores (incluindo nos meios digitais);
•• Complementa a comunicação formal;
•• Emerge das relações sociais e da necessidade de informações relevantes e confiáveis;
•• Não é orientada apenas pelos objetivos da organização, mas também pelos pessoais;
•• Não segue nível hierárquico nem planejamento;
•• Rádio-corredor; rádio-peão;
•• Imprevisível;
•• Igualmente importante;
•• Mais tática e ágil do que a formal;
•• Pode ser usada de maneira construtiva para se conhecer a opinião dos colaboradores e
melhorar as comunicações.

BARREIRAS À COMUNICAÇÃO

www.acasadoconcurseiro.com.br 949
Barreiras = ruídos

Prejudicam a eficácia da comunicação

BARREIRAS À COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

950 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atendimento – Comunicação Corporativa – Profª Amanda Lima Tegon

Administrativas / burocráticas
•• Áreas muito distantes
•• Grande especialização de funções
•• Relações de poder / status

Excesso de informações
•• Muitos meios e mensagens
•• Reuniões desnecessárias
•• Falta de seleção e prioridade

Comunicações incompletas
•• Mensagens fragmentadas / parciais
•• Informações distorcidas
•• Informações sonegadas

www.acasadoconcurseiro.com.br 951
Audição seletiva
•• Bloqueio de informações que contrariam a crença tida como verdadeira.
•• Mensagens são ignoradas ou menosprezadas.

Juízos de valor
•• Significado antecipado da mensagem
•• Crença anterior / opinião sobre o comunicador

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Atendimento – Comunicação Corporativa – Profª Amanda Lima Tegon

Credibilidade da fonte
•• Nível de credibilidade atribuída ao comunicador.
•• Afeta a reação com relação à ideia do comunicador.

Filtragem
•• Manipula-se a informação para que seja recebida positivamente.
•• Comum na comunicação ascendente.

...outros fatores
•• Linguagem intragrupal
•• Diferenças de status
•• Pressão de tempo

www.acasadoconcurseiro.com.br 953
Referências

•• Planejamento de relações públicas na comunicação integrada – Margarida Maria Krohling


Kunsch
•• Comunicação Empresarial – Gaudêncio Torquato do Rego
•• Teoria Geral da Administração – Idalberto Chiavenato

Questões

Comunicação

1. (IBGE 2017 – FGV – Agente Cencitário)


Os membros de uma determinada equipe de trabalho evitam informar o chefe sobre os proble-
mas do dia a dia. Alegando que o chefe é autoritário, afirmam que “preferimos não levar más
notícias a ele e escolhemos mostrar sempre o lado melhor da realidade”.
A situação ilustra um tipo de barreira à comunicação conhecida como:
a) sobrecarga de informação;
b) percepção seletiva;
c) codificação da mensagem;
d) viés da disponibilidade;
e) filtragem.

2. (IBGE 2017 – FGV – Agente Cencitário)


Uma equipe de trabalho de cinco pessoas tem sua rede de comunicação segundo o padrão
abaixo.
Esse tipo de rede de comunicação é conhecido como “roda”, e é mais eficaz do que os demais
tipos de rede quando o foco está na(o):
a) precisão da comunicação;
b) emergência de um líder;
c) velocidade da comunicação;
d) satisfação dos membros da equipe;
e) feedback impessoal.

3. Acerca da comunicação por meio de rede de computadores Intranet, considere as afirmações a


seguir.
1. A Intranet é uma parte da Internet cujos servidores, roteadores e clientes estão fisicamente
localizados num país.
2. Uma Intranet pode ser restrita aos computadores de uma empresa, mesmo que esta seja
composta de uma matriz e filiais localizadas em cidades distintas.

954 www.acasadoconcurseiro.com.br
Atendimento – Comunicação Corporativa – Profª Amanda Lima Tegon

3. Toda rede local (LAN-Local Area Network) é uma intranet.


Está(ão) correta(s), apenas:
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

4. (UFRN – 2016)
A comunicação entre os membros de uma organização é um processo ou fluxo que vai do emis-
sor ao receptor da mensagem. Sobre esse processo, analise as afirmativas a seguir:
I – Em um processo de comunicação eficaz, são consideradas barreiras, as diferenças de lingua-
gem, maus hábitos de escuta e diferenças de percepção, entre outros.
II – Para um processo de comunicação eficaz, nem sempre é preciso que o receptor emita um
feedback da mensagem recebida.
III – Na escuta ativa, o emissor envia uma mensagem suficientemente clara, e o emissor, prova-
velmente, entenderá a maior parte do que o emissor está tentando comunicar.
IV – O feedback voltado para a melhoria do trabalho deve ser impessoal e descritivo, em vez de
ser crítico ou avaliativo.
Estão corretas apenas as afirmativas presentes nos itens
a) I e IV.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) II, III e IV.

Gabarito: 1. E 2. B 3. B 4. B

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Marketing, Atendimento
e Técnicas de Vendas

COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO INTERPESSOAL

A competência técnica tem como base o conhecimento adquirido na formação profissional. É


própria daqueles cuja formação intelectual é adequada à função que exercem. De modo geral,
são profissionais que revelam a preocupação em se manterem atualizados.
A competência comportamental, por sua vez, é adquirida na experiência. Faz parte das
habilidades sociais que exigem atitudes adequadas das pessoas para lidar com situações do dia-
a-dia. De modo geral, o desenvolvimento dessa competência é estimulado pela curiosidade,
paixão, intuição, razão, cautela, audácia e ousadia.

O sucesso profissional e pessoal pode fazer grande diferença quando se une


competência técnica e competência comportamental. De acordo com especialistas
no assunto, se essas competências forem desenvolvidas, a organização ganha em
qualidade e rapidez, e o servidor conquista o respeito dos usuários internos e externos.

Sabe-se que não é fácil alcançar o equilíbrio entre esses dois tipos de competência. É comum
se encontrar pessoas capacitadas realizando diferentes atividades com maestria, porém, com
dificuldade em manterem relacionamentos interpessoais de qualidade. Tratam de forma
grosseira tanto os usuários internos como os externos, lutam para que suas ideias sempre
prevaleçam não conversam, gritam, falam alto ao telefone fingem que não veem as pessoas, e
assim por diante.
As organizações, ao contrário, buscam cada vez mais ter em seus quadros servidores com sólida
formação técnica que, capazes de cultivar valores éticos, como justiça, respeito, tolerância e
solidariedade, demonstrem atitudes positivas e adequadas ao atendimento de qualidade. Para
compor esse perfil, o profissional necessita saber ouvir, conduzir uma negociação, participar de
reuniões, vestir-se adequadamente, conversar educadamente, tratar bem os usuários internos
e externos.
A convivência social de qualidade exige do indivíduo a observação de regras simples, com a
finalidade de se estabelecer uma relação de respeito entre as pessoas. Entre essas regras,
algumas são imprescindíveis no comportamento interpessoal:
•• Flexibilidade – Capacidade de se adaptar, mudar de ideia e aprender. Habilidade de
modificar o meu ponto de vista e comportamento no grupo em função do feedback dos
outros e dos objetivos a alcançar.
•• Comunicabilidade – Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa em situações
individuais e de grupo.

www.acasadoconcurseiro.com.br 957
•• Empatia – É a capacidade de colocar-se no lugar do outro e compreender suas motivações,
necessidades, desejos e valores. Isto não quer dizer ser envolvido a ponto de perder de
vista os interesses da empresa ou cometer um erro. Para isso, é necessário eliminar os
pré-julgamentos e usar tom acolhedor e amigável para que o outro sinta confiança e seja
possível estabelecer um vínculo.
•• Simpatia – Consiste em criar afinidade com o outro através do bom humor, sem
necessariamente ser exagerado ou piadista, mas apenas sendo agradável. Isto requer que
o atendente se adapte ao estilo do outro, observando atentamente se ele é uma pessoa
mais aberta e espontânea ou fechada e sóbria. O sorriso é a arma mais poderosa. Como
disse Shakespeare, “é mais fácil obter o que se deseja com um sorriso do que com a ponta
da espada.”
•• Linguagem corporal – Mehrabian, estudioso das comunicações, afirma que “em toda
comunicação interpessoal, cerca de 7% da mensagem é verbal (somente palavras), 38% é
vocal (incluindo tom de voz, inflexão e outros sons) e 55% é não-verbal”. Isto demonstra a
importância dos elementos como tom de voz, postura, olhar e gestos.
•• Rapport – Significa harmonia e conexão. É o que faz com que às vezes nos sintamos
confortáveis e apreciados por alguém, fazendo com que gostemos instantaneamente
de algumas pessoas. Quando as pessoas estão se comunicando em rapport, elas acham
fácil serem entendidas e acreditam que seus interesses são altamente considerados
pela outra pessoa. Criar rapport significa receptividade ao que a outra está dizendo, não
necessariamente concordar com o que está sendo dito. Quando se estabelece este vínculo,
algo mágico acontece. Você e os outros sentem que são escutados e ouvidos. Num nível
inconsciente, existe o confortável sentimento de "Essa pessoa pensa como eu, eu posso
relaxar". O verdadeiro rapport cria uma atmosfera de confiança mútua. Se a sua intenção é
ouvir e ser ouvido, você irá se tornar um comunicador poderoso e confiável.

Comportamento receptivo e defensivo


Algumas características que estão presentes no comportamento humano e se manifestam nas
relações de trabalho são:
•• Comportamento defensivo: As pessoas defendem-se inconscientemente da ansiedade
que sentem numa situação perturbadora. Podem fazê-lo, distorcem a realidade e enganam
a si mesmas. Esses são dois processos subjacentes que Freud denominou mecanismos de
defesa. Todos nós usamos desses mecanismos para proteger nossa auto-imagem, o que é
bastante comum em nossa vida diária. Temos necessidade de uma auto-imagem positiva,
de aprovar nosso comportamento, e justificá-lo quando necessário. Às vezes, a única
maneira de conseguir isto é através de processos inconscientes, iludindo-nos e alterando
os fatos reais, de modo a preservar a nossa auto-imagem.
•• Comportamento receptivo: significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das
pessoas ignora ou rejeita prematuramente. É característica de pessoa de mente aberta e
sem preconceitos a novas ideias. A curiosidade é inerente a este tipo de comportamento.
Uma pessoa reduz a defesa do ouvinte quando parece estar querendo experimentar e
explorar novas situações.
Apesar de serem comportamentos inatos do ser humano, podem ser desenvolvidas habilidades
que levem a um comportamento mais receptivo, que nos auxilie no comportamento
interpessoal.

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Comunicação e Relação Interpessoal – Profª Amanda Lima Tegon

Inteligência Emocional
O que é ?

“A capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos


motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos."
(GOLEMAN, 2007)

Esta visão introduz a capacidade de lidar com as emoções como inteligência e postula que
pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão e
gentileza têm mais chances de obter o sucesso. A inteligência emocional pode ser compreendida
em cinco habilidades:
1. Autoconhecimento Emocional – reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando
ocorrem.
2. Controle Emocional – lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação
vivida.
3. Automotivação – dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal.
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas – reconhecer emoções no outro e empatia
de sentimentos.
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais – interação com outros indivíduos utilizando
competências sociais.
Estas habilidades devem ser estimuladas nos atendentes, promovendo momentos para
avaliarem como esta inteligência está sendo utilizada. Desta forma, pode ser mais fácil lidar com
as questões do atendimento ao público e as adversidades do dia a dia que exigem constante
motivação, como vendas, atingimento das metas e frustrações.

Postura profissional – Etiqueta Empresarial


A palavra etiqueta vem do francês étiquette e segundo o dicionário Aurélio, significa:

“Conjunto de regras cerimoniais que indicam a ordem de precedência e de usos a serem observados
pela corte em eventos, públicos ou não, onde estiverem presentes chefes de estado e/ou alta
autoridadestais, como solenidades e datas oficiais; por extensão, são ainda as normas a serem
observadas entre particulares, no trato entre si.”

Este conceito, que remonta à época da criação do estado nacional moderno e instalação
das monarquias, aplica-se para o convívio social até hoje. Etiqueta empresarial pode ser

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compreendida, portanto, como a aplicação deste conceito no ambiente profissional, onde
há normas de conduta que denotam boa educação. A ideia é que através da moderação e do
autocontrole pode-se conviver melhor em sociedade e no grupo de trabalho. O conceito deve
transpassar toda a organização e ser observado também (e especialmente) n – trato com o
cliente-cidadão.
No ambiente empresarial, a etiqueta se reproduz em cuidados com aparência pessoal, tom de
voz, pontualidade, forma de tratamento, respeito, cordialidade, discrição e outros aspectos
que devem ser observados para garantir que sejamos pessoas agradáveis, educadas, elegante e
com as quais nossos colegas e clientes gostam de se relacionar.
As instituições financeiras, em geral, têm perfil conservador, pois a aparência formal é um dos
aspectos tangíveis que passa ao cliente a imagem de seriedade e confiabilidade. Alguns pontos
de destaque para o ambiente empresarial:

Quanto à aparência:
•• Mulheres: Sempre observar que as roupas sejam sóbrias, sem exageros, decotes ou saias
em comprimento curto. Também é aconselhável que os cabelos, joias e maquiagem sejam
discretos.
•• Homens: A roupa deverá ser formal, evitando camisa regata, bermuda, chinelo, tênis ou
estampas muito chamativas (deve-se optar por tons neutros e combinações discretas). A
barba feita e o cabelo alinhado também são importantes.

Quanto ao comportamento
•• Linguagem e postura formais – Uso de tratamento respeitoso (Sr., Sra.), evitando gírias e
palavrões. Manter o controle no volume da voz.
•• Atitude positiva, bom humor, sorriso – Ser uma pessoa agradável, simpática e tolerante
facilita muito a convivência e o atendimento.
•• Discrição (evitar críticas aos colegas e fofocas) – Evitar assuntos pessoais, fofocas e atitudes
negativas que possam ser entendidas como inadequadas e indiscretas. Críticas têm hora,
local e destinatário certos.
•• Pontualidade e assiduidade – Não faltar a compromissos e ser pontual demonstra respeito
com os colegas e clientes.
•• Profissionalismo, honestidade, iniciativa – Ser comprometido com a empresa e os colegas.
Como dizemos, “vestir a camiseta”, tomando a iniciativa de resolver as questões relevantes
para a empresa, os colegas e os clientes. Ser honesto e não desviar o caráter daquilo que é
moralmente e eticamente correto.

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Comunicação e Relação Interpessoal – Profª Amanda Lima Tegon

Slides – Comunicação e Relação Interpessoal

COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO
INTERPESSOAL

Comportamento
Professora Amanda Lima Tegon

COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO INTERPESSOAL

Competência Competência
Técnica Comportamental

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Conhecimento técnico
Formação acadêmica, experiência profissional

Valores éticos
Justiça, respeito, tolerância e solidariedade

Atitudes positivas e adequadas


Saber ouvir, conduzir uma negociação, participar de reuniões, vestir-se
adequadamente, conversar educadamente, tratar bem os usuários...

Regras

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Comunicação e Relação Interpessoal – Profª Amanda Lima Tegon

Flexibilidade

• Capacidade de se adaptar, mudar de


ideia e aprender.

• Habilidade de modificar o meu ponto


de vista e comportamento no grupo
em função do feedback dos outros e
dos objetivos a alcançar.

Comunicabilidade

• Habilidade de comunicar ideias de


forma clara e precisa em situações
individuais e de grupo.

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Empatia

• Capacidade de colocar-se no lugar


do outro e compreender suas
motivações, necessidades,
desejos e valores.

Simpatia

• Criar afinidade com o outro


através do bom humor, sem
necessariamente ser exagerado
ou piadista, mas apenas sendo
agradável.

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Comunicação e Relação Interpessoal – Profª Amanda Lima Tegon

Linguagem corporal

Palavras
7%

Tom de voz,
ritmo
Não-verbal 38%
55%

Rapport

• Harmonia e conexão
• Receptividade
• Ser ouvido
• Estar confortável
• Sentir confiança

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Comportamento
receptivo e defensivo

Comportamento defensivo

•Defesa inconsciente da ansiedade


•Desconfiança
•Comunicação prejudicada

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Comunicação e Relação Interpessoal – Profª Amanda Lima Tegon

Comportamento receptivo

•Perceber e aceitar
possibilidades
•Mente aberta e sem
preconceitos a novas ideias
•Curiosidade

Inteligência Emocional

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Inteligência Emocional

“Capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos


outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e
nos nossos relacionamentos."
(Goleman, 1998)

Pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade,


compreensão e gentileza têm mais chances de obter o sucesso.

Inteligência Emocional

1. Autoconhecimento
Emocional - reconhecer as
próprias emoções e
sentimentos quando ocorrem

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Comunicação e Relação Interpessoal – Profª Amanda Lima Tegon

Inteligência Emocional

2. Controle Emocional - lidar com os próprios


sentimentos, adequando-os a cada situação
vivida

Inteligência Emocional

3. Automotivação - dirigir
as emoções a serviço
de um objetivo ou
realização pessoal

11

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Inteligência Emocional

4. Reconhecimento de
emoções em outras pessoas
- reconhecer emoções no
outro e empatia de
sentimentos.

13

Inteligência Emocional

5. Habilidade em relacionamentos
interpessoais - interação com outros
indivíduos utilizando competências
sociais

15

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Comunicação e Relação Interpessoal – Profª Amanda Lima Tegon

Postura profissional
Etiqueta Empresarial

Postura profissional – Etiqueta Empresarial

“Normas a serem observadas entre


particulares, no trato entre si.”

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Postura profissional – Etiqueta Empresarial

APRESENTAÇÃO

¡ Mulheres: Roupa sóbria, cabelos,


jóias e maquiagem discretos

¡ Homens: Roupa formal, tons


neutros, barba feita

Postura profissional - Etiqueta empresarial


COM PORTAMENTO

¡ Linguagem e postura formais


¡ Atitude positiva, bom humor,
sorriso
¡ Discrição (evitar críticas aos
colegas e fofocas)

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Postura profissional - Etiqueta empresarial


COM PORTAMENTO

¡ Pontualidade e assiduidade

¡ Profissionalismo, honestidade,
iniciativa

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Marketing, Atendimento
e Técnicas de Vendas

ATENDIMENTO

O ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

As reformas gerenciais, iniciadas no Brasil na década de 90, contribuíram para incorporar


conceitos de qualidade na gestão pública. Dentre os aspectos mais relevantes, está a ideia de
satisfação das necessidades do cidadão, traduzida através do atendimento das expectativas.
Surgiram, desde então, programas cujo objetivo era ampliar a qualidade do atendimento ao
cidadão, orientando as organizações públicas no estabelecimento de padrões de qualidade
e realização de pesquisas de satisfação com usuários de serviços públicos. Da mesma forma,
programas estimulam a qualificação da gestão pública, implantando os conceitos de eficiência,
eficácia e efetividade. Um exemplo de programa com esse viés é o GESPUBLICA- Programa
Nacional Gestão Pública e Desburocratização, criado em 2005. O modelo de excelência do
GESPUBLICA era o de que "é preciso ser excelente sem deixar de ser público".
Passa, portanto, a haver uma clara orientação de que é necessário atuar com foco no cidadão.
O cidadão é a razão de existência do ente público, por isso deve ser incentivada sua participação
das decisões e fiscalização das ações administrativas. Sua opinião, elogios, críticas e sugestões
são consideradas importantes.
As mudanças ocorridas no Brasil acompanharam um movimento mundial, a exemplo do que
ocorreu na Inglaterra, onde foi lançada, em 1992, a Carta ao Cidadão (Citizen’s Charter). Nessa
carta, o governo assume a posição de defensor dos direitos do cidadão frente aos serviços
públicos monopolistas e define seus padrões mínimos de desempenho (RICHARDS, 1994). Esse
documento inspirou iniciativas em muitos países como os Estados Unidos, Canadá, França,
Bélgica, Austrália e Itália (COUTINHO, 2000, p. 13). Com base nas recomendações da Carta ao
Cidadão, as organizações públicas passam a ter obrigação de:
a) identificar quem são os seus usuários;
b) realizar pesquisas junto a esses usuários para determinar suas expectativas quanto ao tipo
e qualidade dos serviços;
c) estabelecer padrões de qualidade e compará-los à situação atual;
d) buscar comparações com o desempenho de serviços prestados na iniciativa privada
(benchmarking);
e) realizar pesquisas junto aos funcionários públicos para detectar obstáculos e outros
problemas para melhorar os serviços;

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f) possibilitar opções de fontes de serviços aos usuários;
g) tornar as informações, serviços e sistemas de queixas facilmente acessíveis aos cidadãos-
usuários; e
h) providenciar retornos rápidos e eficazes às reclamações dos usuários.
Ao seguir as recomendações da Carta ao Cidadão, a gestão pública aproxima-se da gestão
privada e, consequentemente, surge a figura do cliente, ou o paradigma do cliente conforme
aponta Richards (1994). Desse ponto de vista, o cidadão deve ser tratado de acordo com os
mesmos princípios que o marketing cultiva com relação aos clientes, em especial o foco na
satisfação. Nessa abordagem, introduzimos os conceitos de usuário-cidadão e cliente-cidadão.

Usuário-cidadão ou Cliente-cidadão
O cidadão se transforma em consumidor. Tratar o cidadão como consumidor (cliente)
é abordá-lo exclusivamente sob a perspectiva do indivíduo que tem uma posição no
consumo do mercado de serviços.

Segundo Ana Soares (2002), administrar com foco no cidadão significa determinar parâmetros
de eficácia de acordo com as necessidades do cidadão-usuário. Significa que as medidas de
avaliação devem incorporar o que o cidadão-usuário qualifica como um bom resultado.
Segundo Paludo (2013), a provisão de serviços para a administração pública gerencial precisa
tomar como referência a satisfação do cidadão, como veremos detalhadamente mais adiante.
Dessa forma, é fundamental que a administração identifique quem são seus usuários, quais as
suas necessidades e expectativas, o que tem valor para eles, e se os serviços prestados estão
gerando satisfação. O cidadão-usuário, por sua vez, deve conhecer o funcionalismo público,
suas funções e responsabilidades e fiscalizar a prestação de serviços. Nesse sentido, a relação
se assemelha às relações comerciais entre empresas e consumidores.

Estágios de Excelência do Serviço


As empresas que almejam lucratividade precisam que seus clientes consumam seus serviços e
sejam fiéis, comprando e recomendando a outras pessoas repetidas vezes ao longo do tempo.
Para isso, é importante que a empresa ajuste seu foco, colocando a satisfação do cliente no
centro das suas ações, o que, em geral, se desenvolve ao longo do tempo de amadurecimento
da empresa em determinados estágios.
No serviço público, o foco na satisfação do cliente-cidadão não tem por objetivo a lucratividade
financeira, mas a oferta de qualidade do serviço prestado. Da mesma forma, pode-se dizer
que o processo de qualificação dos serviços prestados ocorre por meio de um processo, que
demanda grande esforço. Os estágios de qualificação poderiam ser resumidos da seguinte
forma:

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Atendimento – Profª Amanda Lima Tegon

Estágio 1: A empresa preocupa-se com o desenvolvimento dos elementos essenciais do serviço,


focando em processos e canais, de modo a estabelecer requisitos mínimos de satisfação e
estrutura.
Estágio 2: A empresa caminha na direção da excelência operacional do principais processos e
incorpora elementos de satisfação dos usuários baseados em feedback.
Estágio 3: A cultura passa a ser voltada ao usuário, com menos foco nos produtos ou nos canais
e ênfase nos processos de entrega e medidas de satisfação.
Estágio 4: Ocorre o alinhamento dos processos internos com as expectativas dos usuários,
é criado um ambiente voltado à obter lealdade e retenção, mensurando o negócio em
relacionamentos e lucratividade de longo prazo, no caso das empresas comerciais.
Portanto, se no serviço público a medida de qualidade está diretamente ligada à satisfação do
usuário, com o atendimento das suas expectativas então o atendimento ao cidadão deve ser
excelente. O atendimento define-se, então, como uma condição primordial para a satisfação do
cliente-cidadão.

“Para que o atendimento seja excelente, o usuário deverá sair do ente público com
uma ótima impressão, levando consigo a imagem do bom atendimento recebido”.
(PALUDO, 2013)

A excelência na prestação os serviços públicos corresponde ao grau máximo/ótimo dos serviços


prestados, o que é muito difícil de ser atingido. A excelência corresponde a uma visão existente
na administração pública, segundo a qual se utiliza ferramentas e técnicas de qualidade para
promover melhorias contínuas relacionadas ao serviço prestado ao cliente-cidadão. Isso inclui,
certamente, treinamento e motivação dos servidores (PALUDO, 2013).

A empresa com foco no cliente se preocupa em saber...


•• Quem é o cliente?
•• O que ele necessita?
•• Onde ele está?
•• Qual o custo está disposto a pagar?
No serviço público não pode ser diferente...

O atendimento no serviço público precisa buscar, portanto, modelos (benchmarking) e técnicas


que possam auxiliar na sua qualificação, de modo que o serviço público possa cumprir o seu
papel, gerando satisfação no cliente-cidadão. Para isso, o foco das organizações precisa ajustar-
se para contemplar as características e necessidades desse cliente.

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QUALIDADE NO ATENDIMENTO

A qualidade é uma filosofia de gestão e um compromisso de com a excelência, que se baseia


numa orientação para o cliente. Por isso, a cultura organizacional deve ser de inovação,
aprendizado e comprometimento com o atendimento ao cliente-cidadão com qualidade. As
necessidades do cliente-cidadão passam, assim, a ser as necessidades da organização.
Segundo Valéria Moreira (apud Paludo, 2013), a qualidade do atendimento ao usuário é de
responsabilidade tanto da instituição quanto do funcionário que presta o atendimento. Isso
porque a completa satisfação do cliente-cidadão em relação aos serviços públicos decorre da
soma de duas situações: serviços de excelência e excelência no atendimento.

Ao longo deste capítulo, veremos que a qualidade dependerá, portanto, da soma dos fatores
que resultam no atendimento recebido.

O que é Qualidade em Serviço Público?


Podemos elencar alguns elementos que resumem o que pode ser entendido como qualidade
em serviço público:
•• Fazer a coisa certa (efetividade) – de acordo com a missão do órgão e o alinhamento à
política pública;
•• Ao menor custo possível (eficiência) – otimizando recursos;
•• Com agilidade – implantando por exemplo, guichê único, centros de informação e
atendimento, atendimento itinerante, etc.
•• Praticando melhoria contínua – atuando em busca da excelência;
•• Com foco nos resultados (eficácia) – que depende da criação de valor para o cliente-
cidadão;
•• Satisfazendo as expectativas do cliente-cidadão – atendendo suas expectativas;
•• Com mecanismos de avaliação – que devem ser permanentes.

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Um desafio para gestão pública é estabelecer os padrões de qualidade e monitorar


os resultados.

A qualidade em serviços públicos pode ser percebida em aspectos da infraestrutura do serviço


público, que precisa ser eficiente, eficaz e efetivo, e do atendimento pessoal recebido.
Para ser medida, a qualidade pode basear-se em padrões estabelecidos e pretendidos, que
sempre levem em conta a satisfação do usuário-cidadão. Alguns instrumentos são:
•• Ouvidorias;
•• Análises de reclamações/sugestões;
•• Técnicas Qualitativas (grupos focais, painéis, oficinas); e
•• Service Gap Model (IPPS – Governo Federal).

Conduta no Atendimento
No serviço público, o atendente representa o elo entre o usuário e os objetivos do Estado.
Por isso, sua conduta é responsável por grande parte da entrega realizada ao cliente-cidadão
e contribui, assim, para a sua satisfação ou insatisfação. Alguns fatores ligados ao perfil do dos
atendentes, que podem ser desenvolvidos, são fundamentais:
•• Comprometimento – Disposição de aprender, espírito de equipe, iniciativa, disponibilidade,
motivação.
•• Postura adequada – Relação de ajuda, ética, honestidade, disciplina, estabilidade
emocional e resistência psicológica.
•• Produtividade – Dinamismo, organização, preparo, disciplina, precisão, motivação,
iniciativa, foco e visão de resultado.
•• Qualidade – Atenção, desenvolvimento das habilidades, busca de conhecimento,
aperfeiçoamento, busca de qualidade dos processos.
Essas características básicas devem ser trabalhadas, pois são percebidas nos momentos de
atendimento e contribuem para a noção de qualidade e são fundamentais para a satisfação do
cliente-cidadão.
No momento do contato com o usuário, muitos fatores impactam na sua satisfação. O
atendimento, porém, sempre figura entre os elementos decisivos para a percepção de
qualidade e, consequentemente, satisfação.
Alguns elementos fundamentais para a construção de um bom atendimento ao cliente-cidadão
são:

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•• Disponibilidade e iniciativa – O cliente-cidadão percebe facilmente quando o atendente
mostra-se disponível para atendê-lo. A sua é justamente dar atenção e ter iniciativa, pois
ele é quem deve conduzir o processo de atendimento para a satisfação do cliente-cidadão.
•• Atenção – Prestar total atenção ao que o cliente-cidadão está falando é fundamental. As
questões do cliente-cidadão são sempre relevantes, e merecem cuidado e foco por parte
do atendente Olhos e ouvidos atentos.
•• Diagnóstico adequado – Muitas vezes, o cliente-cidadão não saberá dizer exatamente o
que ele precisa. Por isso, o atendente precisa se esforçar para compreender o que está
sendo dito e a real necessidade por trás das questões expostas.
•• Empatia – Uma excelente maneira de compreender os problemas e as necessidades do
cliente-cidadão é colocar-se no seu lugar (empatia) com desprendimento e dedicação.
•• Respeito – O atendente precisa se livrar dos preconceitos e assumir uma postura de total
respeito pelo cliente-cidadão e por seus problemas. Não importa quão banal ou simples
possa parecer uma questão: aquilo é importante.
•• Segurança – Muitas vezes, o atendente terá dúvidas, pois é difícil memorizar todas as
informações, números, prazos e procedimentos. Buscar a informação correta antes de
passá-la ao cliente-cidadão é de suma importância e evita problemas (inclusive legais) e
retrabalho. Ou seja: só falar quando há certeza.
•• Clareza – Utilizar a linguagem do cliente-cidadão e buscar a máxima clareza podem fazer
toda a diferença na sua compreensão. O atendente precisa se certificar de que o cliente-
cidadão entendeu corretamente o que foi dito, pois isto também evitará problemas
(inclusive legais) e retrabalho.
•• Autocontrole – O Atendimento ao público pode colocar o atendente em situações tensas.
Podem ocorrer, por exemplo, mal-entendidos, problemas sistêmicos, erros da empresa
ou do cliente-cidadão. Estes e outros problemas podem levar o cliente-cidadão a perder a
paciência ou utilizar um tom de voz agressivo. O atendente deve estar sempre preparado
para enfrentar problemas e manter a tranquilidade.
•• Exclusividade – O cliente-cidadão que está em atendimento é prioridade. Por isso, como
regra geral, outros problemas e outros clientes que estão aguardando deverão esperar.
Dar atenção exclusiva ao cliente-cidadão que está à sua frente pode ser decisivo para a
satisfação.
•• Comunicabilidade – Desenvolver a habilidade de expor as ideias, com clareza na
comunicação verbal e qualidade do ato comunicativo. Dessa forma, a comunicação é
otimizada, a mensagem é transmitida de maneira integral, correta, rápida e econômica,
sem muitos “ruídos”.
•• Interesse – É importante mostrar-se interessado pelo problema/situação do cidadão-
usuário, mostrar empenho para lhe apresentar as soluções. O interesse na prestação do
serviço está diretamente relacionado à presteza, à eficiência e à empatia.
•• Objetividade – Relacionada com a clareza na informação prestada ao usuário. É importante
ser claro e direto nas informações prestadas, sem rodeios, dispensando informações
desnecessárias à situação.

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Atendimento – Profª Amanda Lima Tegon

•• Tolerância – É a tendência em admitir modos de pensar, de agir e de sentir são diferentes de


pessoa para pessoa. É tolerante aquele que admite as diferenças e respeita à diversidade.
•• Discrição – Não devemos confundir com o princípio da publicidade. Os atos administrativos
devem seguir o princípio da publicidade que significa manter a total transparência na
prática dos atos da Administração Pública. Ser discreto nas relações de trabalho e nas
relações com o cidadão-usuário é preservar a privacidade e a individualidade, não invadir
a privacidade, não espalhar detalhes da vida pessoal nem tampouco detalhes de assuntos
que correm em segredo de justiça.

Atendimento telefônico

O bom atendimento deve refletir-se também no atendimento ao cliente por telefone. Os


aspectos listados anteriormente se aplicam ao contato telefônico e, além disso, é fundamental:
•• Não deixar telefone tocando – Dois ou três toques é o limite, pois um telefone chamando é
desagradável para quem está dos dois lados da linha, para o atendente, clientes e colegas.
•• Identificar-se e à empresa – Sempre que atender ao telefone o atendente deverá
cumprimentar o cliente e informar o nome da empresa e, preferencialmente o seu nome.
•• Usa tom de voz adequado – Falar ao telefone exige cuidado com o tom de voz, a voz é a
única referência do cliente. Deve sempre haver preocupação com o volume e a entonação.
•• Ter ao seu lado informações mais procuradas – como parte da organização para o
atendimento, é fundamental deixar as informações e locais de consulta próximos ao
telefone para agilizar o atendimento.
Manter a qualidade do atendimento não é uma tarefa simples. Além de garantir os requisitos
básicos durante o momento do atendimento, a busca pela qualificação deve ser um esforço
contínuo de toda a organização. Envolve, portanto, esforço conjunto dos atendentes e gestores.

Ampliando a Qualidade do Atendimento


•• Análise frequente para melhorias – Observação dos aspectos tangíveis e intangíveis que
podem ser melhorados.
•• Agilidade – Buscar das aos processos a máxima rapidez, seja através de treinamento,
revisão de processos ou da introdução de tecnologias.
•• Descentralização – Quando muitas fases do atendimento dependem de uma única pessoa
ou poucas pessoas, o processo pode ficar lento e burocrático. Buscar descentralizar as
atividades pode conferir mais rapidez e trazer satisfação ao cliente.
•• Personalização – Tratar cada cliente como único o faz se sentir especial. Sempre que
possível, deve-se buscar adaptar o atendimento e os produtos/serviços a cada cliente.
•• Organização – Manter o ambiente organizado e visualmente “limpo” contribui para a
percepção de qualidade no atendimento. Também é importante que o atendente reúna e

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deixe acessíveis informações mais importantes ou de consulta frequente para ter agilidade
e demonstrar segurança.
•• Rotinas – Criar rotinas facilita muito a organização do atendimento. Os passos importantes
devem ser padronizados, como por exemplo, leitura diária das notícias do setor, consulta
à lista de clientes que devem ser contatados, registro de operações, armazenamento de
documentos e contratos, etc. Quando os passos são memorizados, o hábito reduz a chance
de erros.
•• Processos estruturados – Rotinas e processos possuem uma grande relação, pois é
importante que os atendentes conheçam detalhes sobre o processo de atendimento/
venda para criarem rotinas adequadas. Sabendo os passos, os papéis de cada um e o
encadeamento das atividades que envolvem a empresa, fica mais fácil satisfazer o cliente.
Estruturar processos e dar conhecimento deles aos colaboradores é importante nos
departamentos internos e também na loja/agência, evitando erros, perda de tempo e
retrabalho.
Estes aspectos contribuem para a satisfação do cliente pois estão fortemente ligados aos
conceitos de eficiência, eficácia e efetividade, que serão apresentados no próximo capítulo.

Eficiência, eficácia e efetividade


Muitas vezes, os conceitos eficiência, eficácia e efetividade são tidos como sinônimos, porém,
cada um deles diz respeito a uma forma de melhoria dos processos. Combinados, estes
elementos auxliam na otimização de todas as atividades do marketing, incluindo o atendimento
prestado ao cliente e sua percepção de qualidade.
•• Eficiência – Foco no processo – A eficiência relaciona-se com racionalizar os processos,
evitar perdas de tempo e recursos (retrabalho ou desperdício). A visão é sempre a de
“fazer mais com menos”, através de uma economia racional, onde a qualidade não
seja comprometida e encontre-se a melhor relação de custo-benefício nas decisões
administrativas. Indicadores são muito úteis neste sentido, pois podem ser desenvolvidos
parâmetros que indiquem os níveis aceitável de eficiência. Conceitos chave: padronização,
otimização, índice de eficiência.
•• Eficácia – Foco no atingimento da meta – O conceito de eficácia está relacionado com fazer
o que deve ser feito, na hora e lugar, de forma correta e atingir a meta projetada. Também
são utilizados parâmetros e indicadores para que se meçam as metas alcançadas com
relação às metas pretendidas. Conceitos chave: requisitos, metas, cumprir cronogramas.
•• Efetividade – Foco no resultado e impacto – Está ligada a percepção de como as ações
que causam efeitos, impacto ou transformação de uma realidade. Efetividade pode ser
o resultado de eficiência e de eficácia, que causou um ganho relevante. Muitas vezes
os números não são suficientes para demonstrá-la, mas pode-se perceber pesquisas
de opinião e medição de aspectos mais subjetivos (como satisfação, recomendação,
perda de clientes...). Conceitos chave: impacto, transformação, mudança de realidade,
sustentabilidade.

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Marketing, Atendimento e Técnicas de Vendas – Atendimento – Profª Amanda Lima Tegon

Exemplo de eficiência, eficácia e efetividade


Exemplo: Implantação de uma central telefônica que realiza atendimento ao cidadão.
•• Eficiência – Reduziu custos e tempo de atendimento?
•• Eficácia – Processo funciona e atende x% das ligações, como esperado?
•• Efetividade – Há uma significativa melhora na percepção de qualidade do
atendimento, o processo se tornou mais ágil e o cidadão está satisfeito?]

Resumindo:

“O atendimento funciona como uma orquestra: Se um elemento desafina, põe todo o


conjunto a perder.”
(Edmundo Dantas)

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Administração Financeira e Orçamentária

Professor Fábio Furtado

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Administração Financeira

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: ARTS. 165 A 169 DA CRFB

Introdução

AFO
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Apresentação da disciplina de AFO/Direito Financeiro
Legislação aplicável
•• CRFB/88 (Arts. 165 a 169);
•• Lei nº 4.320/1964
•• (Institui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da U, E, DF e M.)
•• LC nº 101/2000 (LRF)
Orçamento na CF/88

Artigo Principais Assuntos Relacionados


Instrumentos de Planejamento Orçamentário
165
(PPA, LDO e LOA)
166 Processo Legislativo Orçamentário
Vedações Constitucionais em Matéria
167
Orçamentária
Transferências de Recursos Financeiros pelo
168
Tesouro para os órgãos
169 Despesas com Pessoal

Orçamento na CF/88
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual (PPA);
II – as diretrizes orçamentárias (LDO);

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III – os orçamentos anuais (LOA).
CRFB/88 (Art. 165)
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,
objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração
pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano
plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.
(Orçamentos Fiscal e de Investimentos compatibilizados com o PPA).
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.
(Princípio da Exclusividade)
Tópico: Princípios Orçamentários
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
Atualmente, utiliza-se a Lei nº 4.320/1964.
CRFB/88 (Art. 166)
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma
do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

988 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Legislação Aplicável: Arts. 165 a 169 da CRFB – Prof. Fábio Furtado

I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais
previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária...
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
Não passa primeiro pela Câmara dos Deputados para depois ir para o Senado.
Apreciadas de maneira conjunta, isto é, pelas duas Casas, na forma de Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem
somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas
quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.
É a chamada Mensagem Retificadora do Poder Executivo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme
o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.
É considerada como uma quinta fonte de recursos para abertura de créditos adicionais (as
outras quatro estão no art. 43, § 1º da Lei nº 4.320/1964).
Art. 167. São vedados:
Vedações Constitucionais em Matéria Orçamentária.
I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

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É por isso que a LOA é chamada de Orçamento programa, pois contém Programas de Trabalho
de Governo com diretrizes, objetivos e metas a serem alcançados.
Cada Programa de Trabalho possui uma unidade gestora e um valor para ser executado.
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos
orçamentários ou adicionais;
Alguns chamam de Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários.
Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
É a chamada REGRA DE OURO DAS FINANÇAS PÚBLICAS.
Empréstimos não devem financiar despesas correntes, mas sim despesas de capital.
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária...e a prestação de garantias
às operações de crédito por antecipação de receita...
(Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas)
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem
indicação dos recursos correspondentes;
Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é lógico
que deve ter autorização legislativa. A indicação de recursos é importante para que não ocorra
desequilíbrio fiscal.
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
Já que vai alterar a LOA, modificando a estrutura dos créditos orçamentários originais, é lógico
que deve ter autorização legislativa.
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
Fica claro que a LOA fixa a despesa, isto é, estabelece um limite para gastos.
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.
Fundos Orçamentários somente podem ser criados por Lei.
X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por
antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios

990 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Legislação Aplicável: Arts. 165 a 169 da CRFB – Prof. Fábio Furtado

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento
do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade
pública, observado o disposto no art. 62
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a: 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem
os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. 
(Uma das exceções ao Princípio da Não Afetação ou Não Vinculação de Receitas)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos,
na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
A Fazenda Pública, ou seja, o Tesouro deve enviar para os órgãos até o dia 20 de cada mês
os recursos financeiros (dinheiro) para que estes possam pagar o que gastaram dos créditos
orçamentários.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Art. 19 da LRF ( LC nº 101/2000):
União: até 50% da RCL;
Outros (E, DF e M): até 60% da RCL.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo
fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios adotarão as seguintes providências:  
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; 
II - exoneração dos servidores não estáveis.

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§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o
servidor estável poderá perder o cargo...
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
prazo de quatro anos. 
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,
empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.

992 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira

ORÇAMENTO PÚBLICO

Conceito
•• Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo,
•• aprovada pelo Poder Legislativo,
•• Que estima receitas e fixa despesas
•• para um determinado exercício financeiro.
CUIDADO! Incorreto:
•• Lei de iniciativa do Chefe do Poder Legislativo,
•• Que fixa receitas e fixa despesas
Observação: Podemos considerar como correto:
•• Que estima receitas e estima despesas

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Exercício Financeiro
Art. 34 da Lei nº 4.320/64:
O exercício financeiro coincide com o ano civil.
1º jan I----------------------------------------I 31/12
CUIDADO! Incorreto:
O exercício financeiro coincide com o ano comercial.

www.acasadoconcurseiro.com.br 993
Conceito:
O exercício financeiro é o período no qual o orçamento estará em vigor.
É o período em que estaremos arrecadando as receitas previstas e empenhando, gastando, as
despesas fixadas (créditos orçamentários).
1º jan I-----------------------------------------I 31/12
período de execução do orçamento público

994 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira

PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: PPA, LDO E LOA

Instrumentos de Planejamento Orçamentário (Governamental)

•• PPA (Plano Plurianual)


•• LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)
•• LOA (Lei Orçamentária Anual)

PPA (Plano Plurianual)


Período de vigência: 4 anos
Exemplo: PPA 2008 I----I 2011
LULA
2006 eleito
2007 posse e elaboração do novo PPA
I-------------I 2008 2009 2010 2011
I-------------------------I I--------I
Governo LULA próximo governante

PPA (Plano Plurianual)


Período de vigência: 4 anos
Exemplo: PPA 2012 I----I 2015
DILMA
2010 eleita
2011 posse e elaboração do novo PPA
I-------------I 2012 2013 2014 2015
I------------------------I I--------I
Governo DILMA próximo governante

www.acasadoconcurseiro.com.br 995
PPA – Plano Plurianual (Art. 165, § 1º CF de 1988)
Palavras chaves:
Regionalizada; Diretrizes, Objetivos e Metas; Despes as de Capital e decorrentes; Programas de
Duração Continuada.

CUIDADO!
Termos corretos:
Regionalizada; Diretrizes, Objetivos e Metas; Despesas de Capital e decorrentes; Programas de
Duração Continuada.
Termos incorretos:
Setorial; Metas e Prioridades; Despesas Correntes; Programas para o exercício financeiro
subsequente.

LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias (Art. 165, § 2º CF de 1988)


Palavras chaves:
Metas e Prioridades; Despesas de Capital; LOA; Legislação Tributária; Agências Financeiras
Oficias de Fomento.

CUIDADO!
Termos corretos:
Metas e Prioridades; Despesas de Capital; LOA; Legislação Tributária; Agências Financeiras
Oficias de Fomento.
Termos incorretos:
Diretrizes, Objetivos e Metas; Despesas Correntes; PPA; Legislação Societária; Agências
Bancárias.

LOA - Lei Orçamentária Anual


É composta de:
OF (Administração Direta; Autarquias; Fundações Públicas; Empresas Estatais Dependentes)
OI (investimentos das Empresas Estatais)
OSS (Saúde, Previdência e Assistência Social)

996 www.acasadoconcurseiro.com.br
Planejamento e Orçamento da Constituição Federal de 1988: PPA, LDO e LOA – Prof. Fábio Furtado

Empresa Estatal Dependente (Art. 2º, III da LRF)


Conceito
Empresa controlada que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária.

www.acasadoconcurseiro.com.br 997
Administração Financeira

PRAZOS DE ENVIO E DEVOLUÇÃO (PPA, LDO E LOA)

Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT) e Envio (do Executivo para o
Legislativo)

PPA
•• Até 4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro.
•• (até 31/08) 1º jan I-------------------------------I-----------------I 31/12
31/08

LDO
•• Até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro.
•• (até 15/04) 1º jan I--------------I----------------------------------I 31/12
15/04

LOA
•• Até 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro.
•• (até 31/08) 1º jan I-------------------------------I----------------I 31/12
31/08

Prazos para a União (Art. 35,§ 2º do ADCT) e Devolução (do Legislativo para o
Executivo)

PPA
Até o encerramento da sessão legislativa.
(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

www.acasadoconcurseiro.com.br 999
LDO
Até o encerramento do 1º período da sessão legislativa.
(até 17/07) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

LOA
Até o encerramento da sessão legislativa.
(até 22/12) 02/02 I--------------I 17/07 01/08 I-------------I 22/12

Sessão Legislativa (União) – CF

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de


julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.

1000 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira

CICLO ORÇAMENTÁRIO

Tipos de Orçamento: Misto, Legislativo e Executivo

Ciclo ou Processo Orçamentário

Poder Executivo

(1) Elaboração
do Projeto

Poder Legislativo Poder Legislativo

(4) Acompanhamento (2) Apreciação, Aprovação


e Avaliação do Projeto Sanção e Publicação

Poder Executivo

(3) Execução

Poder Executivo

•• Executivo – Elabora
•• Legislativo – Aprova
•• Executivo – Executa
•• Legislativo – Controla

Controle Externo
Na União: CN com auxílio do TCU;
No Estado do RJ: ALERJ com auxílio do TCERJ;
No Município do RJ: CMRJ com auxílio do TCMRJ;
No Município de Niterói: CM de Niterói com auxílio do TCERJ.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1001
•• TCM – Tribunal de Contas do Município:
•• Existe somente no Município do Rio de Janeiro (TCMRJ) e no Município de SP (TCMSP).
•• TC dos Municípios:
•• Em 4 Estados (BA, CE, GO, PA)

Logo, na Bahia, p. ex:


TCE/BA: auxilia a ALE/BA a fiscalizar as contas do Governo do Estado da Bahia.
TC dos Municípios/BA: auxilia as diversas Câmaras Municipais na fiscalização dos Governos
Municipais.
Possui campo de atuação nos Municípios de Salvador, Feira de Santana, Ilhéus etc.
No Estado do Rio de Janeiro:
TCE/RJ: auxilia a ALE/RJ a fiscalizar as contas do Governo do Estado do RJ.
TCE/RJ: auxilia também as diversas Câmaras Municipais na fiscalização dos Governos
Municipais.
Possui jurisdição nos Municípios de Niterói, Cabo Frio, Macaé, Nova Iguaçu etc.
Tem jurisdição em todos os Municípios que compõem o Estado do Rio de Janeiro, exceto o
Município do Rio de Janeiro.
No Município do Rio de Janeiro:
TCMRJ: auxilia a CMRJ na fiscalização do Governo do Município do RJ.
Possui campo de atuação somente no Município do Rio de Janeiro.
No total são 34 Tribunais de Contas:
•• 01 TCU;
•• 26 TCE’s;
•• 01 TCDF;
•• 04 TC dos Municípios (BA, CE, GO e PA);
•• 02 TCM’s (TCM/RJ e TCM/SP)
Total: 34

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS


O Tribunal de Contas da União (TCU) é integrado por nove ministros.
Os demais tribunais de contas são integrados por sete conselheiros.

1002 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Ciclo Orçamentário – Prof. Fábio Furtado

Tipos de Orçamento

Tipo de Orçamento Observação


É o utilizado no Brasil (segregação de
Misto
funções entre os Poderes)
Legislativo O Legislativo elabora o Orçamento
O executivo elabora, aprova, executa
Executivo
e controla.

No Orçamento Misto:
Executivo – Elabora (encaminha o Projeto de LOA para a apreciação do Poder Legislativo)
Legislativo – Aprova (recebe, aprecia, vota e devolve para o Poder Executivo)
Executivo – Executa (arrecada as receitas e empenha as despesas durante o exercício financeiro)
Legislativo – Controla (exerce o Controle Externo, com auxílio do Tribunal de Contas)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1003
Administração Financeira

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

•• Legalidade
•• Universalidade
•• Periodicidade (Anualidade)
•• Exclusividade (Art. 165, § 8º da CF/88)
•• Orçamento Bruto
•• Publicidade
•• Equilíbrio
•• Não Afetação de Receitas (de impostos)
•• Especificação (Especificidade, Especialização, Discriminação)
•• Unidade ou Totalidade

Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,
segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

LOA
Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

www.acasadoconcurseiro.com.br 1005
Princípio da Universalidade
Lei nº 4.320/64:
Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito
autorizadas em lei.
[...]
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto
no artigo 2º.

LOA

Receitas Previstas Despesas Fixadas


(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700
Contribuições 50 Ministério da Educação (Adm. Direta)
Patrimoniais 50 Pessoal xxx
Operações de Crédito 100 Serviços de Terceiros xxx
Total “Dinheiro previsto” 900 Material de Consumo xxx
Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Material de Consumo xxx
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Material de Consumo xxx
Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio da Periodicidade (Anualidade)

CRFB/88:
Art. 165, § 5º. A lei orçamentária anual compreenderá ...

Lei nº 4.320/64:
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

1006 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio do Orçamento Bruto

Lei nº 4.320/64:
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
quaisquer deduções.

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 TTC 350
Total “Cartão de Crédito” 900

Princípio da Publicidade

Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático está previsto


pelo caput do art. 37 da Magna Carta de 1988.
Nota do Professor:
Assim como a maioria dos atos da Administração, as leis orçamentárias devem ser publicadas
em meio oficial de comunicação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1007
Equilíbrio

LOA

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Obras e Instalações 200
Total “Cartão de Crédito” 1.100

Princípio da Não Afetação de Receitas

CRFB/88:
Art. 167. São vedados:
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;
Art. 167, § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se
referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para
a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 TTC 350
Total “Cartão de Crédito” 900

1008 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

Princípio da Especificação

Lei nº 4.320/64:
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente
a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras,
ressalvado ...

LOA

Receitas Previstas Despesas Fixadas


(Créditos Orçamentários)
Tributárias 700
Contribuições 50 Ministério da Educação (Adm. Direta)
Patrimoniais 50 Pessoal xxx
Operações de Crédito 100 Serviços de Terceiros xxx
Total “Dinheiro previsto” 900 Ministério dos Transportes (Adm. Direta)
Pessoal xxx
Material de Consumo xxx
IBAMA (Adm. Indireta/Autarquia)
Pessoal xxx
Serviços de Terceiros xxx
Reserva de Contingência 20
Total “Cartão de Crédito” 900

Reserva de Contingência

Conceito
Dotação global, genérica, destinada a quitar passivos contingentes, tais como:
Demanda Judicial de uma Empresa Estatal Dependente;
Calamidade Pública.
Serve também para cobrir riscos orçamentários, isto é, risco de erro de planejamento
orçamentário quando utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais
suplementares e especiais.
Art. 5º da LRF:
A LOA conterá RESERVA DE CONTINGÊNCIA cujo montante será calculado na LDO (no Anexo de
Riscos Fiscais)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1009
Princípio da Unidade
CRFB/88:
Art. 165, § 5º – A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,
detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados,
da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos
pelo Poder Público.
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
•• Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.

Princípio da Exclusividade
CRFB/88:
Art. 165, § 8º – A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita
e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei.

LOA
Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos suplementares, até o limite de trinta
por cento do total da despesa fixada nesta Lei, para transposição, remanejamento ou transferência
de recursos, criando, se necessário, fontes de recursos, modalidades de aplicação, elementos
de despesa e subtítulos, com a finalidade de suprir insuficiências dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social, respeitadas as prescrições constitucionais e os termos da Lei Federal n° 4.320, 17
de março de 1964, em seu artigo 43, § 1º incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 4º”.
Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a contrair financiamentos com agências nacionais e
internacionais oficiais de crédito para aplicação em investimentos previstos nesta Lei, bem como
a oferecer as contragarantias necessárias à obtenção de garantia do Tesouro Nacional para a
realização destes financiamentos”.

1010 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

Exemplo:
“Art. xx. Fica o Poder Executivo autorizado a realizar operações de crédito por antecipação de
receita, com a finalidade de manter o equilíbrio orçamentário-financeiro do Município, observados
os preceitos legais aplicáveis à matéria”.

Nota do Professor
A LOA do último ano de mandato não poderá conter essa autorização. (conforme art.
38 da LRF).

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Patrimoniais 50 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Total “Cartão de Crédito” 900

Despesas Fixadas
Receitas Previstas (Créditos Orçamentários)
Tributárias IPVA 700 Pessoal 600
Contribuições 150 Serviços de Terceiros 200
Operações de Crédito 200 Material de Consumo 100
Total “Dinheiro previsto” 900 Obras e Instalações 200
Total “Cartão de Crédito” 1.100

Operações de Crédito
OPERAÇÕES DE CRÉDITO = EMPRÉSTIMOS/FINANCIAMENTOS
(DÍVIDA FUNDADA)
Longo prazo, em regra.
Prazo de Amortização superior a 12 meses, em regra.
Finalidade: cobrir gasto orçamentário
(Despesa de Capital, em regra)
Art. 98 da Lei nº 4.320/64 e Art. 29 (I, III e §3º) da LRF

www.acasadoconcurseiro.com.br 1011
ARO
OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ORÇAMENTÁRIA (ARO)*
(Débito de Tesouraria)
(DÍVIDA FLUTUANTE)
Curto prazo (de 10/01 a 10/12)
Finalidade: cobrir insuficiência de caixa
Art. 92 da Lei nº 4.320/64 e Art. 38 da LRF
*VEDADA no último ano de MANDATO*.

Princípios Orçamentários, de acordo com o MCASP


Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN – Parte I – Procedimentos Contábeis
Orçamentários:

Princípios Orçamentários
De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, da STN/SOF:
•• Unidade ou Totalidade;
•• Universalidade;
•• Anualidade ou Periodicidade;
•• Exclusividade;
•• Orçamento Bruto;
•• Legalidade;
•• Publicidade;
•• Transparência;
•• Não-Vinculação (Não-Afetação) da Receita de Impostos.

Unidade ou Totalidade
Previsto, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, determina a existência
de orçamento único para cada um dos entes federados – União, Estados, DF e Municípios –
com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro de uma mesma pessoa
política.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária
Anual – LOA*.
* Cada pessoa política da federação elaborará sua própria LOA.

1012 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

Universalidade
Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/64, recepcionado e
normatizado pelo § 5º do art. 165 da CF, determina que a LOA de cada ente federado deverá
conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgão, entidades, fundos, e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.

Anualidade ou Periodicidade
Estipulado, de forma literal, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320, de 1964, delimita o exercício
financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das
despesas registradas na LOA irão se referir.
Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320, de 1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil e,
por isso, será de 1º de janeiro até 31 de dezembro de cada ano.

Exclusividade
Previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual
não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se
dessa proibição a autorização para abertura de créditos adicionais e a contratação de operações
de crédito, nos termos da lei.

Orçamento Bruto
Previsto pelo art. 6o da Lei nº 4.320, de 1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA
pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.

Legalidade
Apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública,
segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. A Constituição Federal
de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da administração pública, dentre os quais o
da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis
orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”

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Publicidade
Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático está previsto pelo
caput do art. 37 da Magna Carta de 1988. Justifica-se especialmente pelo fato de o orçamento
ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a execução de suas despesas.

Nota do Professor
Assim como a maioria dos atos da Administração, as leis orçamentárias devem ser
publicadas em meio oficial de comunicação.

Transparência
Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49
da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar
o orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução
orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a
arrecadação da receita e a execução da despesa.

Nota do Professor
A LRF determina que as informações acima deve ser disponibilizadas, para a sociedade,
em meio eletrônico de divulgação (internet).

Não-Vinculação (Não-Afetação) da Receita de Impostos


Estabelecido pelo inciso IV do art. 167 da CF/88, veda vinculação da receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela própria Constituição Federal, in verbis:
“Art. 167. São vedados:
[...]
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, §8o, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;
[...]
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem
os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a
prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta”.

1014 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Financeira – Princípios Orçamentários – Prof. Fábio Furtado

As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão relacionadas à repartição do


produto da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados (FPE) e Fundos
de Participação dos Municípios (FPM) e Fundos de Desenvolvimento das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste) à destinação de recursos para as áreas de saúde e educação, além do
oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas.

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Administração

Professor Rafael Ravazolo

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Administração

VISÃO GERAL DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS

A Administração possui dezenas de definições na literatura especializada. De forma simples,


pode-se dizer que administrar é a tarefa de tomar decisões sobre recursos para atingir objetivos.

A história da Administração nos remete ao período antes de Cristo, com relatos de formas
rústicas de buscar soluções para problemas práticos. Ao longo dos séculos, civilizações
desenvolvidas (como os egípcios) e grandes impérios (chineses, romanos) deixaram rastros de
que aplicavam técnicas de administração.
Na evolução histórica, duas instituições se destacaram por sua capacidade de organização
racional, estrutura rígida e respeito à hierarquia: a Igreja Católica e as Organizações Militares.
O grande salto da Administração, porém,
foi dado no fim do século XIX, quando
o mundo viveu a Segunda Revolução
Industrial (também chamada de Revolução
do Aço e da Eletricidade), marcada pelo
franco desenvolvimento das indústrias.
Os resultados desse salto caracterizariam
a forma de gerir as instituições modernas,
impactando as ações dos administradores
até os dias atuais.
No início do século XX, a indústria (principalmente na Europa e nos EUA) estava em pleno
desenvolvimento: existiam poucos concorrentes (criação de monopólios), o mercado crescia,
havia excesso de mão de obra vinda do campo para os centros urbanos.
Nesse ínterim, parecia que a demanda por produtos era inesgotável e, por isso, o grande
objetivo das indústrias era produzir sempre mais e mais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1019
Porém, a expansão do trabalho nas fábricas era desorganizada, as tarefas eram aprendidas
empiricamente, havia muita improvisação, as ferramentas e métodos não eram padronizados.
Esses fatores, dentre outros, acabavam resultando em diversos problemas e desperdícios na
produção.
As falhas, o aumento da complexidade das
organizações e a competição por mercado
obrigaram os responsáveis pelas empresas
a planejar as atividades, definir objetivos,
organizar recursos (financeiros, materiais
etc.), comandar pessoas e controlar os
resultados do negócio. Nesse contexto, ganha
força a Ciência Administrativa, buscando
resolver os problemas das grandes empresas
que estavam surgindo.
Uma teoria é um conjunto de proposições,
princípios e doutrinas que procuram explicar
os fatos da realidade prática. As Teorias
da Administração são conhecimentos
organizados, produzidos pela experiência
prática das organizações. A teoria geral da
administração é o conjunto dessas teorias,
que são designadas por meio de diferentes
termos.
As Teorias da Administração espelham, portanto, o momento histórico em que são produzidas.
Na realidade, não são apenas teorias, mas muitas vezes estudos empíricos que resultaram em
aplicações diretas e que colaboraram para o desenvolvimento das organizações modernas.
Dessa forma, refletindo as necessidades da época, o foco inicial dos “cientistas administrativos”
estava nos estudos capazes de organizar as empresas, diminuir as falhas e gerar maior eficiência
na produção.
Importante destacar que a Administração não inventou a divisão do trabalho, a hierarquia, o
controle etc. Essas características existiam há séculos nas atividades humanas. O que a Ciência
Administrativa fez foi potencializar e disseminar essas práticas, como resposta ao aumento dos
problemas organizacionais gerados pela Revolução Industrial.
Voltando à figura do início deste capítulo, concluímos que Administração é o processo de tomar
decisões sobre objetivos e utilização de recursos, ou seja, é o processo de planejar, organizar,
dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos organizacionais.
O conteúdo do estudo da Administração varia de acordo com a teoria ou a escola considerada.
Cada autor da Administração tende a abordar as variáveis e assuntos típicos da orientação
teórica de sua escola ou teoria.
Cada uma destas seis variáveis - tarefas, estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia e
competitividade - provocou ao seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um
gradativo passo no desenvolvimento da TGA. Cada teoria administrativa privilegia ou enfatiza
uma ou mais dessas seis variáveis.

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Administração – Visão Geral das Teorias Administrativas – Prof. Rafael Ravazolo

De maneira geral, a Teoria Geral da Administração evoluiu da seguinte forma: começou com
ênfase nas tarefas (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), por meio da
Administração Científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a ênfase na
estrutura com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais
tarde a Teoria Estruturalista. A Abordagem Humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por
meio da Teoria das Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria Comportamental e
pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a Teoria dos
Sistemas, sendo completada pela Teoria da Contingência. Essa, posteriormente, desenvolveu a
ênfase na tecnologia.
Mais recentemente, as novas abordagens trouxeram à tona a emergente necessidade de
competitividade das organizações em um mundo globalizado e carregado de mudanças e
transformações.
A tabela a seguir apresenta o resumo das diferentes abordagens, com suas visões e ênfases.

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Administração
Aula XX

ABORDAGEM CLÁSSICA

Na sua época, início do século XX, a Abordagem Clássica foi influenciada por três princípios
intelectuais dominantes em quase todas as ciências:

1. Mecanicismo – se baseia na relação simples de causa-e-efeito entre dois fenômenos. Um


fenômeno X é a causa de outro fenômeno Y (efeito), quando X é necessário e suficiente
para que Y aconteça.

2. Reducionismo – se baseia na crença de que todas as coisas podem ser decompostas e


reduzidas a seus elementos fundamentais, simples, que constituem as suas unidades
indivisíveis.

3. Pensamento analítico – utilizado pelo reducionismo para explicar as coisas ou tentar


compreendê-las melhor. A análise consiste em decompor o todo nas suas partes mais
simples, que são mais facilmente solucionadas ou explicadas, para, posteriormente,
agregar essas soluções ou explicações parciais em uma solução ou explicação do todo.
O foco da Escola Clássica de Administração é interno e estrutural, ou seja, seus principais
teóricos procuravam aperfeiçoar as regras e a estrutura interna da organização.
A ideia era racionalizar o trabalho, partindo do pressuposto de que uma estrutura adequada
que otimizasse a produção resolveria todos os problemas, inclusive aqueles de comportamento
dos trabalhadores. Além disso, foi acentuada a divisão entre aqueles que pensam (gerentes) e
os que executam (trabalhadores).
Os principais autores dessa abordagem são o americano Frederick Winslow Taylor e o francês
Henri Fayol.

Taylor – Administração Científica

Taylor iniciou sua carreira como operário e aos poucos foi sendo
promovido até chegar a engenheiro. Desde o princípio, sempre se
preocupou com formas de aumentar a eficiência da produção.
Ele considerava que os sistemas administrativos da época eram
falhos: falta de padronização dos métodos e das ferramentas,
desconhecimento – por parte dos administradores – das tarefas

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realizadas pelos operários, equívoco na forma de remuneração utilizada (por empreitada –
peça, tarefa) etc.
Em seu livro Shop Management (Administração de Oficinas), de 1903, é apresentada uma
filosofia de administração baseada em técnicas de racionalização do trabalho dos operários por
meio do Estudo de Tempos e Movimentos (Motion-Time Study).
Taylor começou seus estudos pelos níveis mais baixos – operários –, analisando as tarefas de
cada um, decompondo seus movimentos e dividindo processos de trabalho (método cartesiano)
para aperfeiçoá-los e racionalizá-los.
Concluiu que um operário médio produzia muito menos do que era capaz, seja por executar
“movimentos inúteis”, seja por usar ferramentas inadequadas, seja por perceber que obtinha a
mesma remuneração de um colega menos produtivo.
A partir da decomposição do trabalho em tarefas simples, da análise e de testes científicos, seria
definida a melhor forma (the best way) de se realizar uma tarefa, resultando na padronização
da atividade e das ferramentas para os operários.
Além disso, os operários seriam escolhidos com base em suas aptidões para a tarefa e treinados
de acordo com “the best way”. Tais funcionários seriam remunerados pela produtividade,
tendo, desta forma, um incentivo para produzir mais.

MELHOR
HOMEM + MELHOR
TÉCNICA + TAREFAS
SIMPLES = MELHOR
RESULTADO

Esses estudos iniciais resultaram no que ele chamou de Princípios da Supervisão Elementar:
1º Seleção científica – atribuir a cada trabalhador a tarefa (simples) mais elevada possível
conforme suas aptidões pessoais.
2º Tempo padrão – a produção de cada trabalhador nunca pode ser inferior ao padrão
estabelecido.
3º Incentivo salarial – atribuir tarifas diferenciadas de remuneração por unidade produzida
para quem produzir acima dos padrões estabelecidos.
Resumindo os preceitos de Shop Management:

1. O objetivo da boa administração é pagar salários altos e ter baixos custos de produção.
2. Com esse objetivo, a administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa para
estabelecer a melhor maneira de executar as tarefas e controlar as operações.
3. Os empregados devem ser cientificamente selecionados e colocados em serviços
adequados a suas aptidões.

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

4. Os empregados devem ser cientificamente adestrados para aperfeiçoar suas aptidões e


executar as tarefas do modo correto.
5. Uma atmosfera de íntima e cordial cooperação deve ser cultivada entre a administração e
os trabalhadores, garantindo um ambiente psicológico para a aplicação dos princípios.

The best way

Altos
Seleção e treinamento científicos salários
e baixos
custos

Cooperação entre trabalhadores e


administradores

Princípios de Administração Científica


No livro Principles of Scientific Management (Princípios de Administração Científica), de
1911, Taylor desenvolveu estudos mais amplos sobre Administração, com base na sua grande
preocupação com relação ao desperdício de materiais e à ineficiência nas atividades industriais.
A seguir, algumas frases do autor que demonstram sua linha de pensamento:
“Vemos e sentimos o desperdício das coisas materiais (se referindo a florestas,
jazidas etc.); entretanto, as ações desastradas, ineficientes e mal orientadas dos
homens não deixam indícios visíveis e palpáveis; [...] ainda que o prejuízo diário,
daí resultante, seja maior que o decorrente do desgaste das coisas materiais,
este último nos abala profundamente, enquanto aquele apenas levemente nos
impressiona.”
“Nunca se mostrou tão intensa, como atualmente, a procura de homens
melhores e mais capazes, desde diretores de grandes companhias até simples
serventes. E agora, mais do que antes, a procura dos competentes excede a
oferta.”
“No passado a ideia predominante era expressa nesta frase — os chefes das
indústrias nascem, não se fazem — e daí a teoria de que, tendo sido encontrado o
homem adequado para o lugar, os métodos deviam ser, a ele, incondicionalmente
confiados. No futuro, prevalecerá a ideia de que nossos líderes devem ser tão
bem treinados quanto bem nascidos e que nenhum homem, embora excelente,
sob o antigo sistema de administração de pessoal, poderá competir com homens
comuns, mas organizados, adequada e eficientemente para cooperar.”

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Ele citou três objetivos para o estudo (livro):

1. Indicar, por meio de uma série de exemplos, a enorme perda que o país sofria com a
ineficiência em quase todos os atos diários.
2. Tentar convencer o leitor de que o remédio para esta ineficiência está antes na administração
que na procura de homem excepcional ou extraordinário.
3. Provar que a administração é uma verdadeira ciência, regida por normas, princípios e
leis definidos. Além disto, para mostrar que os princípios fundamentais da administração
científica são aplicáveis a todas as espécies de atividades humanas.

Vadiagem
Taylor afirmava que a vadiagem dos trabalhadores (produzir menos do que realmente podiam)
afetava fortemente a prosperidade das indústrias e dos trabalhadores.
Haveria três causas determinantes dessa vadiagem:

1. O erro disseminado entre os trabalhadores de que o maior rendimento do homem e da


máquina resultaria no desemprego muitos operários: vadiagem sistemática dos operários,
que reduziam a produção a aproximadamente um terço do normal para evitar a redução
das tarifas de salários. Taylor criticava os sindicatos, que criavam normas destinadas a
diminuir a produção e que “propagam diariamente este erro, afirmando que os operários
trabalham demais”.
“Lei da fadiga: a lei limita-se aos trabalhos em que é atingido o limite
da capacidade do homem pela fadiga. É a lei do trabalho penoso,
correspondente ao esforço do cavalo de carruagem. Praticamente todos
esses trabalhos consistem em movimentos de extensão ou de flexão do
braço do trabalhador; em outras palavras, a força do homem se exerce para
empurrar ou puxar alguma coisa que ele segura com as mãos. A lei mostra
que, para cada um desses movimentos, o trabalhador só pode ficar sob o
peso durante certa parte do dia.”
“Muita coisa se tem dito e continua a dizer-se a respeito da fadiga e do
ambiente nas fábricas. O autor tem grande simpatia por aqueles que
trabalham em excesso, mas, muito maior ainda, por aqueles que são mal
pagos.”

2. O sistema defeituoso da administração, que força os operários a fazer cera no trabalho


a fim de melhor proteger os seus interesses: ignorância, dos administradores, sobre as
rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização.

"[...] indolência ou preguiça no trabalho provém de duas causas.


Primeiramente, da tendência ou instinto nativo de fazer o menor esforço,
o que pode ser chamada indolência natural. Em segundo lugar, das ideias
e raciocínios mais ou menos confusos, provenientes de intercomunicação
humana a que cabe a denominação de indolência sistemática."

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

"A indolência natural e a vadiagem premeditada podem ser eliminadas


com melhor compreensão do dia de trabalho comum, registrando-se o
maior rendimento obtido pelo trabalhador e sua eficiência, elevando os
salários individuais à medida que o operário se aperfeiçoe, dispensando-se
quando não atingirem certo nível e fazendo nova admissão de trabalhadores
cuidadosamente selecionados[...]”

3. Os métodos empíricos ineficientes com os quais o operário desperdiça grande parte do seu
esforço e do seu tempo: falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho – era
necessário substituir os métodos empíricos por métodos científicos – Organização Racional
do Trabalho.
“[...] entre os vários métodos e instrumentos utilizados em cada operação,
há sempre método mais rápido e instrumento melhor que os demais[...]”
“[...] notável economia de tempo e o consequente acréscimo de rendimento
possíveis de obter pela eliminação de movimentos desnecessários e
substituição de movimentos lentos e ineficientes por movimentos rápidos em
todos os ofícios [...] decorrem dum perfeito estudo do tempo e movimento,
feito por pessoa competente.”

Divisão do trabalho entre a gerência e os trabalhadores


Taylor criticava o sistema de trabalho existente no seu tempo, o qual ele denominava “iniciativa
e incentivo”. Nesse sistema, o supervisor deixava a cargo do operário a escolha do método
para executar o trabalho, para encorajar sua iniciativa. Caso a iniciativa fosse bem sucedida,
o trabalhador ganhava incentivos (prêmios, dinheiro etc.). Para Taylor, porém, o operário não
tem capacidade, nem formação, nem meios para analisar cientificamente o seu trabalho e
estabelecer racionalmente qual o método mais eficiente.
A Administração Cientifica prega a repartição de responsabilidades, separando quem pensa de
quem faz: a administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho
e estabelecimento do método) e a supervisão (controle e assistência contínua ao trabalhador
durante a produção); o trabalhador fica com a execução.
Para Taylor, o trabalho do gerente envolve, basicamente, ações sobre os processos, sobre os
recursos (humanos e materiais) e ações com base técnica (científica).
Atribuições da direção:

1. Desenvolver para cada elemento do trabalho individual uma ciência que substitua os
métodos empíricos.

2. Selecionar cientificamente, depois treinar, ensinar e aperfeiçoar o trabalhador.

3. Cooperar cordialmente com os trabalhadores para articular todo trabalho com os princípios
da ciência que foi desenvolvida.

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4. Manter divisão equitativa de trabalho e de responsabilidades (competências) entre a
direção e o operário. A direção incumbe-se de todas as atribuições para as quais esteja
mais bem aparelhada do que o trabalhador.
“A ideia da tarefa é, quiçá, o mais importante elemento na administração científica. O trabalho
de cada operário é completamente planejado pela direção, pelo menos, com um dia de
antecedência e cada homem recebe, na maioria dos casos, instruções escritas completas que
minudenciam a tarefa de que é encarregado e também os meios usados para realizá-la.”

Princípios e Mecanismos da Administração Científica


Taylor declarou que o principal objetivo da Administração Científica consistia em “assegurar a
máxima prosperidade do patrão e, ao mesmo tempo, do empregado”.
A expressão máxima prosperidade significa
grandes lucros e desenvolvimento do negócio, a
fim de que a prosperidade seja permanente. Para
o empregado, significa salários mais altos do que
a média e aproveitamento mais eficiente – de
acordo com suas aptidões naturais.
Dessa forma, a Administração Científica tem
a certeza de que os verdadeiros interesses de
patrões e empregados são iguais:
A prosperidade do empregador não pode existir,
por muitos anos, se não for acompanhada da prosperidade do empregado e vice-versa; é
preciso dar ao trabalhador o que ele mais deseja — altos salários — e ao empregador também
o que ele almeja — baixo custo de produção.”
Essa citação mostra a visão taylorista do trabalhador como homo economicus, ou seja, um ser
humano previsível, racional, egoísta e utilitarista; que otimiza suas ações após ponderar as
alternativas; interessado apenas em recompensas materiais.
Os quatro princípios fundamentais da administração científica são:

1. Desenvolvimento de uma verdadeira ciência – Substituindo o critério individual do


operário. (Em uma abordagem mais moderna, seria uma espécie de Planejamento)

2. Seleção científica do trabalhador – de acordo com suas aptidões e as necessidades da


tarefa. (Preparo)

3. Instrução e treinamento científico – de acordo com o método científico. (Preparo)

4. Cooperação íntima e cordial entre a direção e os trabalhadores – de modo que façam


“juntos” o trabalho, de acordo com leis científicas desenvolvidas. (Execução e Controle)

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Desenvolvimento de uma
verdadeira ciência

Seleção científica do Instrução e treinamento


trabalhador científico

Cooperação íntima e
cordial entre a direção e
os trabalhadores

“A Administração Científica é uma combinação de ciência em lugar de


empirismo; harmonia em vez de discórdia; cooperação e não-individualismo;
rendimento máximo em lugar de produção reduzida; desenvolvimento de
cada homem a fim de alcançar maior eficiência e prosperidade."
“Com a aplicação destes novos princípios, em lugar do antigo esforço
individual, e com a divisão equânime, entre a direção e os trabalhadores, das
partes de cada tarefa diária, a administração encarrega-se das atribuições
para as quais está mais bem aparelhada e os operários das restantes.”

De acordo com Taylor, a implantação da Administração Científica deveria ser gradual e respeitar
certo período de tempo, para evitar alterações bruscas que causassem descontentamento dos
empregados e prejuízos aos patrões.
Taylor insistiu na distinção entre os princípios (filosofia) e os mecanismos (técnicas, elementos)
da administração científica. Para se colocar em prática os princípios, ele cita algumas técnicas
possíveis:
•• Estudo do tempo, com os materiais e métodos para realizá-lo corretamente;
•• Padronização dos instrumentos e material usados na fábrica e também de todos os
movimentos do trabalhador para cada tipo de serviço;
•• Chefia numerosa e funcional (e sua superioridade sobre o velho sistema do contramestre
único);
•• Necessidade de uma seção ou sala de planejamento;
•• Princípio de exceção – sistema de controle operacional simples e baseado não no
desempenho médio, mas na verificação das exceções ou desvios (bons ou ruins) dos
padrões normais.
•• Uso da régua-de-cálculo e recursos semelhantes para economizar tempo;
•• Fichas de instrução para o trabalhador;
•• Ideia de tarefa na administração, associada a alto prêmio para os que realizam toda a tarefa
com sucesso;
•• Pagamento com gratificação diferencial;
•• Sistema mnemônico para classificar produtos, ferramentas etc.;

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•• Sistema de controle da rotina;
•• Novo sistema de cálculo do custo, etc., etc.

Organização Racional do Trabalho


Chiavenato (um autor conhecido por suas compilações de teorias administrativas) aborda essa
tentativa de Taylor de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos,
a qual denomina Organização Racional (ou científica) do Trabalho (ORT).
A ORT se fundamenta nos seguintes aspectos:

1. Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos (motion-time study).

2. Estudo da fadiga humana – racionalizar os movimentos, eliminando os que produzem


fadiga e os que não estão diretamente relacionados com a tarefa executada.

3. Divisão do trabalho e especialização do operário.

4. Desenho de cargos e de tarefas – a tarefa constitui a menor unidade possível dentro da


divisão do trabalho em uma organização. Cargo é o conjunto de tarefas executadas de
maneira cíclica ou repetitiva. Desenho é a maneira pela qual um cargo é criado e projetado
e combinado com outros cargos para a execução das tarefas.

5. Incentivos salariais e prêmios de produção.

6. Conceito de homo economicus–ser humano é previsível e controlável, egoísta e utilitarista


em seus propósitos; racionalidade absoluta; toda pessoa é influenciada exclusivamente por
recompensas salariais, econômicas e materiais.

7. Condições ambientais de trabalho – iluminação, conforto, adequação de instalações e


ferramentas, arranjo físico das máquinas etc.

8. Padronização de métodos e de máquinas.

9. Supervisão funcional – Taylor era contrário à centralização da autoridade e propunha


a chamada supervisão funcional, que nada mais é do que a existência de diversos
supervisores, cada qual especializado em determinada área e que tem autoridade funcional
(relativa somente a sua especialidade) sobre os mesmos subordinados.

Outros Autores
Essa escola era formada principalmente por engenheiros, merecendo destaque:
Frank e Lilian Gilbreth: desenvolveram técnicas para minimizar tempos e movimentos. Lilian
tentou aplicar psicologia à Administração em uma época em que poucos pensavam nisso. Frank
concluiu que todo trabalho manual pode ser reduzido a movimentos elementares, aos quais
deu o nome de therblig (anagrama de Gilbreth). O therblig constitui unidade fundamental
de trabalho da Administração Científica. Gilbreth também propôs princípios de economia de

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

movimentos classificados em três grupos: relativos ao uso do corpo humano, relativos ao arranjo
material do local de trabalho, relativos ao desempenho das ferramentas e do equipamento.
Henry Gantt: famoso pelo Gráfico de Gantt (um tipo de cronograma), usou psicologia para
aumentar a produtividade. Deu importância ao moral do trabalhador, reconheceu a vantagem
de incentivos não monetários (percebendo falhas na Adm. Científica), aplicou a racionalização
fora da produção (vendas e finanças) e ajudou a desenvolver o treinamento profissionalizante.
Hugo Munsterberg: é considerado o criador da psicologia industrial. Criou e empregou testes
de seleção de pessoal e deu consultoria sobre comportamento humano.
Harrington Emerson: simplificou os métodos de trabalho, popularizou a Administração
Científica, desenvolveu trabalhos sobre seleção e treinamento e preconizou 12 princípios de
rendimento, dentre eles: traçar um plano bem definido, de acordo com os objetivos; oferecer
orientação e supervisão competentes; manter disciplina; manter registros precisos, imediatos e
adequados; oferecer remuneração proporcional ao trabalho; fixar normas padronizadas;
oferecer incentivos ao pessoal.
Henry Ford: costuma ser incluído nessa escola pela aplicação
dos princípios tayloristas em seus negócios. Seu princípio
geral de organização da produção compreende o paradigma
tecnológico, a forma de organização do trabalho e o estilo de
gestão.
As principais características são:

1. Racionalização taylorista do trabalho: profunda divisão – tanto horizontal (parcelamento


das tarefas) quanto vertical (separação entre concepção e execução) – e especialização do
trabalho;

2. Desenvolvimento da mecanização através de equipamentos altamente especializados;

3. Produção em massa de bens com elevado grau de padronização;

4. Norma fordista de salários: salários relativamente elevados e crescentes – incorporando


ganhos de produtividade – para compensar o tipo de processo de trabalho predominante.
Ford aperfeiçoou o sistema de linhas de montagem por meio da fabricação em série (produção
em massa), com o uso de peças padronizadas e intercambiáveis. Baseou-se em três princípios:
intensificação (velocidade), economicidade (diminuir estoques e variedade de peças) e
produtividade (especialização e linha de montagem).
As peças eram transportadas por plataformas volantes
de um lugar a outro na linha de montagem, enquanto
os trabalhadores permaneciam em seus postos. Essas
inovações eliminaram quase todos os movimentos
desnecessários, permitindo realizar a tarefa (repetitiva)
com “o mínimo de força de vontade e esforço mental”.

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Era adotada uma forma rígida de divisão do trabalho, tanto vertical quanto horizontal. Pela
linha de montagem se racionalizava ao máximo o trabalho para se conseguir economias em
escala.
O sistema de Ford teve importante função social de democratizar o uso do automóvel (devido ao
baixo custo) e, por meio de acordos com sindicatos, pagar os trabalhadores por produtividade.

Fayol – Teoria Clássica

Para Henri Fayol, um engenheiro francês, a Administração


constituía um fator de grande importância na direção dos
negócios. O fundador da Teoria Clássica da Administração
partiu, em seu livro Administração Industrial e Geral – 1916, de
uma abordagem sintética, global e universal da empresa.
Incluído no grupo de estudiosos denominados Anatomistas
e Fisiologistas – anatomia (estrutura), fisiologia
(funcionamento)– seu foco estava na estrutura da organização,
ou seja: a preocupação básica era aumentara eficiência
da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos
componentes da organização(departamentos) e de suas inter-
relações estruturais.
A teoria Clássica, portanto, concebe a organização em termos
de estrutura, forma, disposição e inter-relacionamento das
partes que a constituem.
É uma abordagem top-down, de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo
(organização) para assuas partes componentes (departamentos).
O autor Fernando Prestes Motta aponta como ideias básicas da teoria:
•• Quanto mais dividido o trabalho, mais eficiente será a empresa.
•• Quanto mais o agrupamento de tarefas em departamentos obedecer ao critério da
semelhança de objetivos, mais eficiente será a empresa.
•• Um pequeno número de subordinados para cada chefe e um alto grau de centralização das
decisões.
•• O objetivo é organizar mais as tarefas do que os homens.
Essa maneira de conceber a estrutura organizacional é influenciada pelas concepções antigas de
organização (como a organização militar e a eclesiástica) tradicionais, rígidas e hierarquizadas.
Fayol parte da proposição de que toda empresa (simples ou complexa, grande ou pequena)
pode ser dividida em seis grupos de operações, denominadas Funções Essenciais, as quais
vivem em estreita interdependência: Técnica, Comercial, Financeira, Segurança, Contábil e
Administrativa.

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Funções Essenciais

1. Função Técnica: produção de bens ou de serviços da empresa. Muitas vezes essa


função é excessivamente valorizada, em detrimento das outras; mas, de acordo com as
circunstâncias, qualquer uma das outras 5 funções pode ter maior influência nos resultados.

2. Função Comercial: compra, venda e permutas. Comprar e vender são tão importantes
quanto fabricar. Implica planejamento e um profundo conhecimento do mercado e dos
concorrentes.

3. Função Financeira: procura e gerência de capitais. Implica usar bem o capital disponível
e evitar aplicações imprudentes. O capital é necessário para o pagamento de despesas, a
realização de melhorias, a constituição de reservas etc.

4. Função de Segurança: proteção e preservação de bens e de pessoas. Evitar roubos,


calamidades, greves, ameaças pessoais etc. “Dá à empresa segurança e ao pessoal a
tranquilidade de espírito de que tanto precisa.”

5. Função Contábil: inventários, registros, balanços, custos, estatísticas etc. Chamado "órgão
de visão”, deve relatar a qualquer momento, de forma clara e precisa, a posição e o rumo
do negócio. É geralmente tratada com indiferença, mas é um poderoso meio de direção.

6. Função Administrativa: tem o encargo de formular o programa de ação geral da empresa,


de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços e de harmonizar os atos. Devido
à importância dada por Fayol, será estudada separadamente.

Função Administrativa
Para Fayol, a função administrativa tem por órgão e instrumento o corpo social. Enquanto as
outras funções preocupam-se com máquinas e matérias-primas, a Administração restringe-se
ao pessoal.
Inicialmente, o autor faz uma distinção entre Dirigir e Administrar.
“Dirigir é conduzir a empresa, tendo em vista os fins visados, procurando
obter as maiores vantagens possíveis de todos os recursos de que ela dispõe;
é assegurar a marcha das seis funções essenciais. A administração não é
senão uma das seis funções, cujo ritmo é assegurado pela direção. “O espaço
ocupado pela Administração nas funções dos altos chefes faz parecer que
as funções administrativas estejam concentradas exclusivamente no topo da
organização, o que não é verdade.

Cada uma das funções corresponde a uma capacidade (capacidade técnica, financeira,
administrativa etc.) e cada capacidade corresponde a um conjunto de qualidades (físicas,
intelectuais, morais, cultura geral, conhecimentos especiais e experiência).
Para Fayol, a importância das capacidades varia ao longo cadeia hierárquica, conforme a figura
a seguir.

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A principal capacidade do operário é a técnica; quando mais a pessoa se eleva na hierarquia,
mais diminui a importância técnica e aumenta a administrativa. No topo da organização, a
principal capacidade do diretor é a administrativa

Capacidade Administrativa
Diretor
– Prever
– Organizar
– Comandar Comercial – Cadeia
– Coordenar Financeira –
– Controlar de Segurança – Hierárquica
de Contabilidade –
Técnica –
Outras Capacidades Operários

Existe, portanto, uma proporcionalidade da função administrativa: ela não é privativa da alta
cúpula, mas se reparte proporcionalmente por todos os níveis da empresa. Na medida em que
se desce na escala hierárquica mais aumenta a proporção das outras funções da empresa; e na
medida em que se sobe na escala hierárquica mais aumenta a extensão e o volume da função
administrativa.
Para Fayol, era necessário formular uma “doutrina administrativa”, afinal, todos teriam
necessidade, em maior ou menor grau, de conhecimentos administrativos. Tais conhecimentos
seriam oferecidos desde a escola primária (de forma rudimentar) até a formação superior (de
modo avançado).
Para que o corpo social funcione bem, são necessárias algumas condições, que o Fayol chamou
de princípios. Ele definiu 14 princípios, porém, deixou claro que esse número é variável, pois
qualquer prática ou instrumento que viesse a facilitar e fortalecer o corpo social poderia ser
classificado como princípio.

“Sem princípios, vive-se na obscuridade, no caos; sem experiência e


sem medida, surgem as dificuldades[...]”
“Não existe nada rígido nem absoluto em matéria administrativa; tudo
nela é uma questão de medida. Quase nunca se aplicará o mesmo
princípio duas vezes em condições idênticas: é necessário ter em
conta circunstâncias diversas e variáveis, homens igualmente variáveis
e diferentes e muitos outros elementos também variáveis.”
“A exata avaliação das coisas, fruto do tato e da experiência, é uma das
principais qualidades do administrador.”

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Princípios Gerais da Administração


Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol, são:

1. Divisão do trabalho: divisão de tarefas que reduz o número de objetivos que necessitam
de esforço e concentração por parte do trabalhador. Consiste na especialização das tarefas
e das pessoas para aumentar a eficiência. Tende à especialização de funções e à separação
de poderes, mas, segundo o próprio Fayol
"A divisão do trabalho tem suas limitações que a experiência e o senso da medida ensinam a
não ultrapassar”.
A divisão vertical define os escalões da organização que detêm diferentes níveis de autoridade
(autoridade de linha). A divisão horizontal especializa segundo os diferentes tipos de atividades
da organização (departamentalização). A homogeneidade na organização é obtida quando são
reunidos, na mesma unidade, todos os que estiverem executando o mesmo trabalho/processo/
para a mesma clientela/no mesmo lugar.

2. Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de mandar e o poder de se fazer


obedecer. Destacam-se dois tipos:
1) Autoridade estatutária ou regimental – inerente à função.
2) Autoridade pessoal – inerente à pessoa. Sua inteligência, valor moral, aptidão de mando,
serviços prestados etc.
“Num bom chefe, a autoridade pessoal é complemento indispensável da autoridade
estatutária.”
A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade, mas a responsabilidade
é tão temida quanto a autoridade é cobiçada. Tal temor paralisa muitas iniciativas e destrói
qualidades.
“Não se concebe a autoridade sem a responsabilidade, isto é, sem a sansão– recompensa ou
penalidade – que acompanha o exercício do poder. [...] é preciso incentivar as ações úteis e
conter as que não têm esse caráter.”
“Um bom chefe deve ter e difundir no seu ambiente a coragem de assumir responsabilidades”.
A penalidade é estabelecida com base no grau de responsabilidade e sua aplicação exige alto
valor moral, imparcialidade e firmeza. Por fim, o autor considera que, quanto mais se sobe na
hierarquia, mais complexas as operações e mais difícil identificar esse grau de responsabilidade.
Os autores clássicos distinguem outros dois tipos de autoridade: a de linha (hierarquia)e a de
staff. Autoridade de linha é a hierárquica (os gerentes têm o poder formal de dirigir e controlar
os subordinados imediatos). Autoridade de staff é atribuída aos especialistas em suas áreas de
atuação. A autoridade de staff é mais estreita e inclui o direito de aconselhar, recomendar e
orientar. Assim, os órgãos de staff não obedecem ao princípio escalar nem possuem autoridade
de comando em relação aos órgãos de linha. Sua autoridade é de especialista e não de comando.

3. Disciplina: consiste na obediência, assiduidade, atividade, presença e sinais de respeito às


convenções estabelecidas (sejam tácitas, sejam explícitas). Estes fatores diferem de uma

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empresa para outra, entre categorias e agentes de uma mesma organização, de uma época
para outra.
“[...] o estado de disciplina de um corpo social qualquer depende essencialmente do valor dos
chefes.”
“Os meios mais eficazes para se manter a disciplina são:
- bons chefes em todos os graus hierárquicos;
- convênios tão claros e equitativos quanto seja possível;
- sanções penais judiciosamente aplicadas.”

4. Unidade de comando: é o princípio da autoridade única.


“Para a execução de um ato qualquer, um agente deve receber ordens somente de um chefe.”
Para Fayol, em todas as associações humanas a dualidade de comando é fonte de conflitos.
Se dois chefes exercem autoridade sobre um mesmo homem ou serviço, aparece um mal-
estar; se a causa persiste, aumenta a perturbação e observam-se as seguintes consequências:
ou a dualidade cessa com o afastamento de um dos chefes, ou a organização continuará se
deteriorando.
Ele ressalta que é possível “afastar-se da linha hierárquica”, quando necessário, para evitar os
inconvenientes da dualidade de comando (princípio da hierarquia).

5. Unidade de direção: unidade de ação, coordenação de forças, convergência de esforços.


“Um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam o mesmo
objetivo.”

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da empresa devem
sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas e dos grupos.
“Todas as paixões humanas tendem a fazer perder de vista o interesse geral em proveito do
interesse particular.”
“Os meios para conciliar interesses são: firmeza e bons exemplos dos chefes; convênios tão
equitativos quanto possível; vigilância atenta.”
7. Remuneração do pessoal: é o prêmio pelo serviço prestado. Deve ser equitativa e, na
medida do possível, gerar satisfação para os empregados e para a organização.
Os modos de retribuição do pessoal podem ter influência considerável sobre a marcha dos
negócios. São eles: a) pagamento por dia; b) pagamento por tarefa; c) pagamento por peça.
Cada um tem vantagens e inconvenientes, seu uso depende das circunstâncias e das habilidades
do chefe.
Busca-se com o modo de retribuição garantir remuneração equitativa, recompensar o esforço
útil e evitar excessos de remuneração.

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Fayol também analisa outras formas de regular os salários (prêmios, participação nos lucros
e compensações honoríficas), mas mostra-se cauteloso e crítico, considerando-as problemas
longe de serem resolvidos, soluções precárias.

8. Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da


organização. Para o autor, centralizar é uma questão de ordem natural, porém, de acordo
com a circunstância
“Centralizar ou descentralizar é uma questão de medida; a questão é encontrar o ponto que dê
o melhor rendimento à empresa.”
“[...] tudo que aumenta a importância das funções dos funcionários é do terreno da
descentralização; tudo que diminui a importância dessas funções pertence à centralização.”

9. Hierarquia: é a cadeia escalar, a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais
baixo em função do princípio do comando.
“A via hierárquica é o caminho que seguem, passando por todos os graus da hierarquia, as
comunicações que partem da autoridade superior ou que lhe são dirigidas.”
Nem sempre é o caminho mais rápido, por isso Fayol propõe uma forma de conciliar a
hierarquia com a rapidez: com a devida autorização prévia dos chefes, os funcionários poderão
se relacionar diretamente (“ponte”). Após o contato, deve-se deixar o chefe a par do que
aconteceu.
“É erro afastar-se da hierarquia sem necessidade, mas é erro muito maior segui-lo quando daí
resulta prejuízo para a empresa.”

10. Ordem: é a ordem material e social.


•• Ordem material: “um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.” Procura evitar sujeira
e perdas de materiais e de tempo, além de facilitar as operações. “Ordem perfeita implica
um lugar judiciosamente escolhido; a ordem aparente não é senão uma imagem falsa da
real.”
•• Ordem social: “um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar.” Exige boa
organização e recrutamento – conhecimento exato das necessidades e dos recursos sociais
da empresa. A ordem perfeita exige “the right man in the right place”.
11. Equidade: benevolência e justiça no tratamento para alcançara lealdade do pessoal. “A
equidade não exclui nem a energia nem o rigor. Exige, em sua aplicação, muito bom senso,
muita experiência e muita vontade.”
12. Estabilidade do pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da
organização. Um agente precisa de tempo para iniciar-se em uma nova função e chegar a
desempenhá-la bem. Essa estabilidade também é relativa, depende das circunstâncias.
“[...] um chefe de mediana capacidade, mas estável, é infinitamente preferível a chefes da alta
capacidade, porém instáveis.”

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13. Iniciativa: capacidade de visualizar um plano e de assegurar pessoalmente o seu sucesso
(conceber e executar).
“A iniciativa de todos, juntando-se à do chefe e, se necessário, suprindo-a, é uma grande força
para as empresas.”

14. União do pessoal: espírito de equipe. A harmonia e a união entre as pessoas são grandes
forças para a organização. Deve-se respeitar a unidade de comando e evitar a divisão das
pessoas e o abuso das comunicações escritas.

Elementos da Administração
Para Fayol, a Função Administrativa consiste em PO3C:

1. Previsão: é o planejamento. Avalia o futuro e


traça o programa de ação em função dele. “Prever,
aqui, significa ao mesmo tempo calcular o futuro e
prepará-lo; é, desde logo, agir.”
Seu instrumento mais eficaz é o programa de ação, que
engloba o resultado visado, uma linha de ação, as etapas
a vencer e os meios a empregar.
As características gerais de um bom programa de ação
são: unidade de programa (apenas um por vez, podendo
ser dividido em partes); continuidade e duração anual (é
o período mais usado, mas se permite variar); flexibilidade para que se adaptar a diferentes
situações que surgirem; precisão difere o programa de ação de uma aventura – quanto mais
próximos os objetivos, maior a precisão.
Na opinião de Fayol, a previsão é pouco usada, pois requer condições e qualidades bastante
difíceis de reunir: lidar com pessoas, atenção contínua dos dirigentes, coragem moral,
estabilidade dos dirigentes, competência profissional e conhecimento geral dos negócios
(experiência).
2. Organização: dotar a empresa de tudo o que é útil ao funcionamento: matérias-primas,
utensílios, capitais e pessoal. Os três primeiros formam o organismo material, enquanto as
pessoas formam o organismo social (ao qual Fayol se ateve).
“Provido dos recursos materiais necessários, o pessoal, ou corpo social, deve ser capaz
de cumprir as seis funções essenciais, isto é, executar todas as operações que a empresa
comporta.”
O corpo social tem a missão administrativa de, entre outras coisas, cuidar para que o programa
de ação seja preparado e executado. Sua forma depende da quantidade de funcionários (seu
agrupamento e a distribuição das funções) e seus órgãos ou membros desempenham as seis
funções essenciais.

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

“Na empresa rudimentar, os órgãos podem ser representados por um só agente; na empresa
nacional, as funções essenciais, extremamente complexas e subdivididas, ocupam muita gente
e conduzem à criação de órgãos ou subórgãos numerosos.”
Por fim, dentro da Organização, Fayol cita a importância do recrutamento e da formação dos
agentes (treinamento).

3. Comando: consiste em dirigir o pessoal. Faz a organização a funcionar. Seu objetivo é


alcançar o máximo retorno de todos os empregados de acordo com os aspectos globais do
negócio.
Concentra-se na figura do chefe e tem como preceitos: ter um conhecimento profundo de
seu pessoal; excluir os incapazes; conhecer bem os acordos que regem as relações dentro da
empresa; dar bom exemplo; fazer inspeções periódicas no corpo social; fazer reuniões com
colaboradores para garantir a convergência de esforços; não se deixar absorver por detalhes;
incentivar a iniciativa e o devotamento.

4. Coordenação: harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando o funcionamento e o


sucesso. Sincroniza coisas e ações em proporções certas e adapta meios aos fins visados.
Em uma empresa bem coordenada, cada serviço caminha de acordo com os outros serviços, as
divisões e subdivisões sabem a parte que lhes cabe do todo, há ajuda mútua, o programa de
ação (e suas divisões) são mantidos em harmonia com as circunstâncias.

5. Controle: consiste em verificar se tudo ocorre em conformidade com o plano adotado, as


ordens transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros
no intuito de repará-los e prevenir a repetição.
Administrativamente, verifica se os demais elementos (PO2C) estão funcionando. Estende-se
também às demais funções essenciais (comercial, técnico, financeiro, contábil e de segurança).
A autoridade superior de cada serviço deve controlar seus agentes, exceto quando o número
de operações se torna muito grande e complexo. Nesse caso, agentes especiais – controladores
ou inspetores -, fazem o controle.

Outros Autores
Lyndall F. Urwick: para ele, os elementos da Administração constituem a base da boa
organização, uma vez que uma empresa não pode ser desenvolvida em torno de pessoas, mas
de sua organização. Ele basicamente usou os mesmo elementos que Fayol, apenas desdobrando
a previsão em três distintos (investigação, previsão e planejamento).

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Quanto aos princípios de Administração, ele propôs quatro:

1. Especialização (do trabalho) – cada pessoa deve exercer uma só função. Esse princípio dá
origem à organização de linha, à de staff e à funcional.

2. Autoridade – linha desde o topo da organização até cada indivíduo de base.

3. Amplitude administrativa – o número ótimo de subordinados varia segundo o nível e a


natureza dos cargos, a complexidade do trabalho e o preparo dos subordinados.

4. Definição – dos deveres, autoridade, responsabilidade e relações de cada cargo.


Luther Gulick: propôs os elementos POSDCORB: planejamento (planning), organização
(organizing), assessoria (staffing), direção (directing), coordenação (coordinating), informação
(reporting), orçamento (budgeting). Gulick enumera planejamento, organização, comando e
coordenação mencionados por Fayol e se diferencia por staffing, reporting e budgeting.

Abordagem Clássica
Teoria Administração Científica Teoria Clássica
Autor Taylor Fayol
Origem Americano Francês
Tarefas – métodos e sistemas Estrutura – divisão de
Ênfase de trabalho na linha de funções, especialização do
produção administrador
Abordagem De baixo para cima De cima para baixo
Foco Operacional (chão de fábrica) Gerencial
Forma e disposição dos órgãos
Racionalização do trabalho
e suas inter-relações; o todo
operário; somatório da
Como alcançar eficiência organizacional e a sua estrutura
eficiência individual no nível
geram eficiência a todas as
operacional
partes envolvidas
Formal e Funcional
Tipo de Organização Formal e Linear (Centralizada)
(descentralizada)
Objetivo Máxima eficiência
Sistema Fechado

Críticas à Abordagem Clássica

Entre as críticas e acusações feitas à Escola Clássica estão:


•• O mecanicismo de sua abordagem lhe garante o nome de teoria da máquina – organização
como "um arranjo rígido e estático de peças". Pressupõe que determinadas ações ou

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

causas geram determinados efeitos ou consequências dentro de uma correlação


determinística.
•• Abordagem simplificada e incompleta
da organização – se restringe apenas aos
aspectos formais da organização e ao
desempenho, não abrangendo fatores
humanos/sociais e conflitos entre indivíduos
e organizações;
•• Abordagem eminentemente prescritiva e
normativa – receitas prontas que não levam
em conta as peculiaridades das organizações;
•• Trata da organização como um sistema
fechado, composto de algumas variáveis
perfeitamente conhecidas e previsíveis, sem
considerar as influências externas;
•• A superespecialização robotiza o operário, que é tratado como uma simples engrenagem
do sistema produtivo, passivo e desencorajado a tomar iniciativa. Isso reduz sua satisfação
e dá apenas uma visão limitada do processo – alienação;
•• Em uma era de mudança e instabilidade como a que atravessamos, a abordagem clássica
mostra-se rígida, inflexível e conservadora, pois ela foi concebida em uma época de
estabilidade e permanência;
•• Falta de comprovação científica – formulação baseada no conhecimento empírico, em
dados singulares e observáveis, no pragmatismo.
•• Exploração dos trabalhadores;
•• Taylor tinha uma visão microscópica do operário – visualiza-os individualmente, ignorando
que o trabalhador é um ser humano e social; era limitado à fábrica, omitindo o restante
da empresa; modelo inadequado da motivação do trabalhador – homo economicus;
antissindicalismo;
•• Fayol tinha um extremo (e simplista) racionalismo na concepção da Administração:
a insistência sobre a concepção da Administração com um conjunto de princípios
universalmente aplicáveis provocou a denominação Escola Universalista. Alguns autores
preferem, pelo espírito pragmático e utilitarista, a denominação Teoria Pragmática.
Mesmo com essas restrições, não se pode negar que a Administração Científica foi o primeiro
passo concreto da Administração rumo a uma teoria administrativa, e que a Teoria Clássica
é a base estrutural para muitas das organizações modernas. Prova disso é o fato de que os
conceitos de Taylor e Fayol são utilizados até hoje.

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Slides – Aboragem Clássica

Abordagem  Clássica  
Responde  às  necessidades  da  época:  
Indústria  (Europa  e  EUA)  em  pleno  desenvolvimento  
Poucos  concorrentes  (monopólios)  
Excesso  de  mão  de  obra  
Mercado  crescente  
 
ObjeGvo:  produzir  mais!!!  

Abordagem  Clássica  
• Realidade  da  época:  
‒ Trabalho  desorganizado:  tarefas  aprendidas  empiricamente;  
ferramentas  e  métodos  não  padronizados;  muita  
improvisação.    

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Abordagem  Clássica  
• Foco  dos  “cien4stas  administra4vos”  da  época:  
‒ Estudos  capazes  de  organizar  as  empresas,  diminuir  as  falhas  
e  gerar  maior  eficiência  na  produção.    

• Três  princípios  intelectuais  dominantes:  


‒ Mecanicismo  –  causa-­‐efeito  
‒ Reducionismo  –  tudo  pode  ser  decomposto  em  partes  
menores  
‒ Pensamento  analí4co  –  analisar  partes  para  entender  o  todo  

Abordagem  Clássica  
• Foco:  
‒ Interno  e  estrutural:    aperfeiçoar  as  regras  e  a  estrutura  
interna  da  organização.  
‒ Racionalização  do  trabalho:  estrutura  e  tarefas  
racionalmente  planejadas  o>mizariam  a  produção  e  
resolveriam  todos  os  problemas,  inclusive  de  
comportamento  dos  trabalhadores.  
‒ Separação  entre  quem  pensa  e  quem  faz.  
‒ Principais  autores:  Taylor  e  Fayol  

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Administração  Cien0fica  
• Entrando  na  mente  de  
Frederick  Winslow  Taylor    
‒ Engenheiro  americano  
‒ Iniciou  sua  carreira  como    
operário  e  aos  poucos  foi  
sendo  promovido  –  teve  contato  com  a  produção  
‒ Problemas  da  produção:  falta  de  padronização  dos  métodos  e  
das  ferramentas,  ignorância  dos  administradores  sobre  as  tarefas  
realizadas  pelos  operários,  forma  de  remuneração  errada.    
‒ T.O.C.  -­‐  aumentar  a  eficiência  da  produção  (nível  mais  baixo  da  
hierarquia)  

Administração  Cien0fica  
• Shop  Management  (1903)  
‒ Operário  produzia  muito  menos  do  que  era  capaz:  
o movimentos  inúteis,  ferramentas  inadequadas,  mesma  
remuneração  de  um  colega  vagal.  
• Mo-on-­‐Time  Study    -­‐  racionalização  cien0fica  do  trabalho  dos  
operários  
1.  Mensurou  e  analisou  as  tarefas  dos  operários  
2.  Decompôs  -­‐  dividiu  processos  de  trabalho  
3.  Aperfeiçoou  e  racionalizou  os  movimentos  e  as  ferramentas  
–  “the  best  way”  

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Administração  Cien0fica  
 
  Melhor   Melhor   Tarefas   Melhor  
Homem   Técnica   Simples   Resultado  
 
 
Princípios  da  Supervisão  Elementar:  
1°  Seleção  cien-fica  -­‐  atribuir  a  cada  trabalhador  a  tarefa  (simples)  
conforme  suas  ap6dões  pessoais.  
2°  Tempo  padrão  –  a  produção  de  cada  trabalhador  nunca  pode  
ser  inferior  ao  padrão  estabelecido.  
3°  Incen8vo  salarial  –  atribuir  tarifas  diferenciadas  de  
remuneração  por  unidade  produzida  para  quem  produzir  acima  dos  
padrões  estabelecidos.  

Administração  Cien0fica  
Preceitos  de  Shop  Management:  

The  best  way  

Seleção  e  treinamento   Obje8vo:  


(adestramento)  cien3ficos   altos  salários  
e  baixos  
custos  

Cooperação  (ín8ma  e  
cordial)  entre  trabalhadores  
e  administradores  

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Administração  Cien0fica  
• Principles  of  Scien.fic  Management  (1911)  
o Estudos  mais  amplos  sobre  Administração  
• Três  obje?vos  para  o  estudo  (livro):    
1  -­‐  Indicar,  por  meio  de  uma  série  de  exemplos,  a  enorme  perda  que  o  
país  sofria  com  a  ineficiência  em  quase  todos  os  atos  diários.  
2  -­‐  Tentar  convencer  o  leitor  de  que  o  remédio  para  esta  ineficiência  está  
antes  na  administração  que  na  procura  de  homem  excepcional  ou  
extraordinário.  
3  -­‐  Provar  que  a  administração  é  uma  verdadeira  ciência,  regida  por  
normas,  princípios  e  leis  definidos.  Além  disto,  mostrar  que  os  princípios  
fundamentais  da  administração  cien9fica  são  aplicáveis  a  todas  as  
espécies  de  a;vidades  humanas.  

Administração  Cien0fica  

Vadiagem  sistemá6ca  
•  Hábito  de  fazer  cera;  
indolência  sistêmica.  
•  Trabalhadores  produzem  
menos  do  que  realmente  
podem.  
 

1046 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Administração  Cien0fica  

• Divisão  do  trabalho  entre  gerência  e  operários  


‒ Crí>ca  ao  sistema  “inicia>va  e  incen>vo”  
‒ Divide  quem  pensa  de  quem  faz!  
o Administração  (gerência)  fica  com  o  planejamento  e  a  
supervisão;  
o Trabalhador  fica  com  a  execução.  

Administração  Cien0fica  
• Algumas  caracterís7cas:  

‒ Ciência  em  lugar  do  empirismo  


‒ Harmonia  em  vez  de  discórdia  
‒ Cooperação,  não  individualismo  
‒ Máxima  produ7vidade  e  não  restrição  da  produção  
‒ Máxima  eficiência  e  prosperidade  para  cada  homem  

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Princípios  da  Administração  Cien4fica  

• O  principal  obje:vo  da  Administração  Cien4fica  consis:a  em  


“assegurar  a  máxima  prosperidade  do  patrão  e,  ao  mesmo  
tempo,  do  empregado”.  
‒ Interesses  iguais  entre  patrões  e  empregados.  
‒ Homo  economicus  -­‐  ser  humano  previsível,  racional,  egoísta  e  
u:litarista;  o:miza  suas  ações  após  ponderar  as  alterna:vas;  
interessado  apenas  em  recompensas  materiais.  

Princípios  da  Administração  Cien4fica  


4  Princípios  =  Filosofia  da  Administração  Cien4fica  
Desenvolvimento  de  uma  
verdadeira  ciência  

Instrução  e  
Seleção  cien5fica  
treinamento  
do  trabalhador  
cien5fico  

Cooperação  ín:ma  e  
cordial  entre  a  direção  e  os  
trabalhadores    
•  Não  confundir  com  os  mecanismos  da  Adm.  Cien4fica  

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Administração  Cien0fica  
• Mecanismos  da  Administração  Cien0fica  =  técnicas  para  colocá-­‐la  
em  prá:ca  
1.  Estudo  do  tempo  
2.  Padronização  dos  instrumentos,  materiais  e  movimentos  
3. Chefia  numerosa  e  funcional  
4.  Necessidade  de  uma  seção  ou  sala  de  planejamento;  
5.  Princípio  de  exceção  no  controle  
6.  Uso  da  régua  de  cálculo  e  recursos  semelhantes  para  
economizar  tempo;  
7.  Fichas  de  instrução  para  o  trabalhador;  
8.  Ideia  de  tarefa  na  administração  e  alto  prêmio  para  quem  
cumprir;  
9.  Pagamento  com  gra:ficação  diferencial;  
10. Sistema  mnemônico  para  classificar  produtos,  ferramentas  etc.;  
11. Sistema  de  controle  da  ro:na;  
12. Novo  sistema  de  cálculo  do  custo  etc.  
 

Administração  Cien0fica  
• Organização  Racional  (ou  Cien0fica)  do  Trabalho  –  subs?tuição  
dos  métodos  empíricos  e  rudimentares  pelos  métodos  
cien0ficos  
1.  Análise  do  trabalho  e  mo#on-­‐#me  study  
2.  Estudo  da  fadiga  humana  
3.  Divisão  do  trabalho  e  especialização  do  operário.  
4.  Desenho  de  cargos  e  de  tarefas  
5.  Incen?vos  salariais  e  prêmios  de  produção  
6.  Conceito  de  homo  economicus  
7.  Condições  ambientais  de  trabalho  –  adequação  de  instalações  e  
ferramentas  
8.  Padronização  de  métodos  e  de  máquinas  
9.  Supervisão  funcional  –  contrário  à  centralização  de  autoridade  

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Administração  Cien0fica  
• Henry  Ford  
‒ Três  princípios:  produ:vidade  (especialização  e  linha  de  montagem),  
intensificação  (velocidade  do  capital)  e  economicidade  (diminuir  estoques  e  
variedade  de  peças)  
‒ Mecanização  -­‐  equipamentos  altamente  especializados,  plataformas  
volantes  
‒ Racionalização  taylorista  
do  trabalho  
‒ Peças  padronizadas  
 e  intercambiáveis.  
‒ Produção  em  massa  
de  bens  (padronizados)  
‒ Norma  de  salários  

Administração  Cien0fica  
• Frank  e  Lilian  Gilbreth  
‒ Técnicas  para  minimizar  tempos  e  movimentos  
‒ Lilian  tentou  aplicar  psicologia  à  Administração  
‒ Frank  definiu  o  therblig  -­‐  unidade  fundamental  (mínima)  de  
trabalho  da  Administração  Cien0fica.  
‒ Propôs  princípios  de  economia  de  movimentos  
o relaJvos  ao  uso  do  corpo  humano  
o relaJvos  ao  arranjo  material  do  local  de  trabalho  
o relaJvos  às  ferramentas  e  ao  equipamento.  

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Teoria  Clássica  

• Henri  Fayol  
‒ Engenheiro  francês  
‒ Abordagem  sinté=ca,  
global  e  universal  da  empresa  
‒ Grupo  de  estudiosos  
Anatomistas  e  Fisiologistas  
‒ Aumentar  a  eficiência  da  empresa  por  meio  da  forma  e  
disposição  dos  órgãos  componentes  da  organização  
(departamentos)  e  de  suas  inter-­‐relações  estruturais.  

Teoria  Clássica  
• Henri  Fayol  
‒ Concebe  a  organização  em  termos  de  estrutura,  forma,  
disposição  e  inter-­‐relacionamento  das  partes  que  a  
cons@tuem.  
‒ Abordagem  top-­‐down  
‒ Modelo  de  estrutura  influenciado  pelas  concepções  an@gas  
de  organização  -­‐  tradicionais,  rígidas  e  hierarquizadas.  
‒ Agrupamento  de  a@vidades  semelhantes  -­‐  especialização  

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Teoria  Clássica  
• Seis  Funções  Essenciais  (grupos  de  operações)  
‒ Técnica:  produção  de  bens  ou  de  serviços  da  empresa  
‒ Comercial:  compra,  venda  e  permutas  
‒ Financeira:  procura  e  gerência  de  capitais  
‒ de  Segurança:  proteção  e  preservação  de  bens  e  de  pessoas  
‒ Contábil  ("órgão  de  visão”):  inventários,  registros,  balanços,  
custos,  estaEsFcas  etc.    
‒ Administra9va:  formular  o  programa  de  ação  geral  da  
empresa,  consFtuir  o  corpo  social,  coordenar  os  esforços  e  
harmonizar  os  atos.  

Teoria  Clássica  
• Seis  Funções  Essenciais  (grupos  de  operações)  
‒ Cada  uma  das  funções  corresponde  a  uma  capacidade  
(técnica,  financeira,  administra@va  etc.)  
‒ Cada  capacidade  corresponde  a  um  conjunto  de  qualidades  
necessárias  ao  Administrador:  
o Físicas  
o Intelectuais  
o Morais  
o Cultura  geral  
o Conhecimentos  especiais  
o Experiência.  

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Teoria  Clássica  
• Função  Administra6va  
‒ “Enquanto  as  outras  funções  preocupam-­‐se  com  máquinas  e  matérias-­‐
primas,  a  Administração  restringe-­‐se  ao  pessoal.”  
‒ Proporcionalidade  da  função  administra6va:  

Cadeia  
Hierárquica  

Princípios  Gerais  da  Administração  


14  Princípios  
1.  Divisão  do  trabalho:  divisão  e  especialização  das  tarefas  e  
das  pessoas  para  aumentar  a  eficiência.  
Divisão  ver>cal  –  escalões  -­‐  autoridade  de  linha  
Divisão  horizontal  -­‐  departamentalização  
2.  Autoridade  e  responsabilidade:  
Autoridade  é  o  direito  de  mandar  e  o  poder  de  se  fazer  
obedecer.  
   Estatutária/regimental  -­‐  inerente  à  função.  
   Pessoal  -­‐  inerente  à  pessoa  
   Em  linha  X  Staff  
 Responsabilidade  advém  da  autoridade  

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Princípios  Gerais  da  Administração  

3.  Disciplina:  obediência,  assiduidade,  a8vidade,  presença  e  


sinais  de  respeito  às  convenções  estabelecidas  (sejam  tácitas,  
sejam  explícitas).    
4.  Unidade  de  comando:  autoridade  única.  
5.  Unidade  de  direção:  convergência  de  esforços.  
6.  Subordinação  dos  interesses  individuais  aos  gerais:  afastar  
as  “paixões  humanas”  
7.  Remuneração:  equita8va,  gerando  sa8sfação  para  os  
empregados  e  para  a  organização.  

Princípios  Gerais  da  Administração  


8.  Centralização:  concentração  da  autoridade  no  topo  da  
hierarquia  da  organização.  “Centralizar  ou  descentralizar  é  uma  
questão  de  medida;  a  questão  é  encontrar  o  ponto  que  dê  o  melhor  
rendimento  à  empresa.”  
9.  Hierarquia:  cadeia  escalar  
10.  Ordem:  
Material:  “um  lugar  para  cada  coisa  e  cada  coisa  em  seu  lugar.”  
Social:“um  lugar  para  cada  pessoa  e  cada  pessoa  em  seu  lugar.”  
Ordem  perfeita:“the  right  man  in  the  right  place”.  
11.  Equidade:  benevolência  e  jusFça  no  tratamento  para  
alcançara  lealdade  do  pessoal  
12.  Rota<vidade  do  pessoal:  é  prejudicial  

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Princípios  Gerais  da  Administração  

13.  Inicia*va:  capacidade  de  visualizar  um  plano  e  de  


assegurar  pessoalmente  o  seu  sucesso  (conceber  e  executar).  
14.  União  do  pessoal:  espírito  de  equipe.  
“Deve-­‐se  respeitar  a  unidade  de  comando  e  evitar  a  divisão  das  
pessoas  e  o  abuso  das  comunicações  escritas.”  

Função  Administra0va  

Cinco  Elementos  da   Controlar   Prever    

Administração  
-­‐  PO3C   Coordenar   Organizar    

Comandar    

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Função  Administra0va  
• Previsão:  é  o  planejamento.  
‒ Principal  instrumento  -­‐  programa  de  ação,  que  engloba  o  
resultado  visado,  uma  linha  de  ação,  as  etapas  a  vencer  e  os  
meios  a  empregar.  
‒ Caracterís0cas  gerais  de  um  bom  programa  de  ação  são:  
o Unidade  de  programa  –  um  por  vez  
o Con0nuidade  e  duração  anual  
o Flexibilidade  
o Precisão  -­‐  difere  o  programa  de  uma  aventura  

Função  Administra0va  
• 2.  Organização:  
‒ Dotar  a  empresa  de  tudo  o  que  é  ú0l  ao  funcionamento:  
matérias-­‐primas,  utensílios,  capitais  e  pessoal.  
‒ Os  três  primeiros  formam  o  organismo  material,  enquanto  as  
pessoas  formam  o  organismo  social.  
‒ A  forma  depende  da  quan0dade  de  funcionários  e  seus  
órgãos  ou  membros  desempenham  as  seis  funções  
essenciais.  
‒ Importância  do  recrutamento  e  da  formação  dos  agentes  

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Função  Administra0va  
• 3.  Comando:    
‒ É  dirigir  o  pessoal.  
‒ Obje0vo  -­‐  alcançar  o  máximo  retorno  das  pessoas  
‒ Concentra-­‐se  na  figura  do  chefe  
‒ Preceitos  –  exigências  ao  chefe  -­‐  conhecimento  profundo  do  
pessoal;  excluir  os  incapazes;  conhecer  acordos  que  regem  as  
relações  dentro  da  empresa;  dar  bom  exemplo;  fazer  
inspeções  periódicas  no  corpo  social;  fazer  reuniões  com  
colaboradores  para  garan0r  a  convergência  de  esforços;  não  
se  deixar  absorver  por  detalhes;  incen0var  a  inicia0va  e  o  
devotamento.  

Função  Administra0va  
• 4.  Coordenação:  
‒ Harmoniza  todas  as  a0vidades  do  negócio;  
‒ Sincroniza  coisas  e  ações  e  adapta  meios  aos  fins  visados;  
‒ Cada  serviço  caminha  de  acordo  com  os  outros;  
‒ Divisões  e  subdivisões  sabem  a  parte  que  lhes  cabe  do  todo  e  
há  ajuda  mútua.  

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Função  Administra0va  
• 5.  Controle:  
‒ Verificar  se  tudo  ocorre  em  conformidade  com  o  plano,  as  
ordens  e  os  princípios  estabelecidos;  
‒ Verificar  se  os  demais  elementos  (PO2C)  estão  funcionando;  
‒ Obje0vo  -­‐  localizar  as  fraquezas  e  erros  no  intuito  de  repará-­‐
los  e  prevenir  a  repe0ção.  
‒ Quem  controle?  
o A  autoridade  superior  de  cada  serviço  
o Agentes  especiais  -­‐  quando  o  número  de  operações  se  torna  
muito  grande  e  complexo  

Teoria  Clássica  

• Outros  autores:  
‒ Urwick:  usou  os  mesmo  elementos  que  Fayol,  apenas  
desdobrou  a  previsão  em  três:  inves>gação,  previsão  e  
planejamento.  
‒ Gulick:  planejamento,  organização,  comando  e  coordenação  
de  Fayol  +  staffing,  repor>ng  e  budge>ng.  
 

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Administração – Abordagem Clássica – Prof. Rafael Ravazolo

Crí$cas  à  Abordagem  Clássica  


• Mecanicismo  -­‐  teoria  da  máquina  –  "um  arranjo  rígido  e  
está$co  de  peças".  Prescrição.  
• Abordagem  simplificada  e  incompleta  -­‐  aspectos  formais  e  
desempenho,  esquece  fatores  humanos  
• Sistema  fechado  
• Superespecialização  -­‐  robo$za  o  operário,  aliena  
• Falta  de  comprovação  cienJfica  -­‐  pragma$smo  
• Exploração  dos  trabalhadores  
• Taylor  -­‐  visão  microscópica  do  operário,  ignora  ser  humano  e  
social;  limitado  ao  chão  de  fábrica;  homo  economicus;  
an$ssindicalismo.  
• Fayol  -­‐  racionalismo  simplista  na  concepção  da  Administração:  
“princípios  universalmente  aplicáveis”  

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Administração Pública

1. ABORDAGEM HUMANÍSTICA

O tema central da escola das relações humanas no trabalho é o comportamento coletivo nas
organizações, ou seja, o entendimento das pessoas como integrantes de grupos de trabalho.
Segundo Chiavenato, a Teoria das Relações Humanas tem suas origens na necessidade de hu-
manizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da
Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida; no desenvolvimento das Ciências
Humanas, principalmente a psicologia, bem como sua crescente influência intelectual e suas
primeiras aplicações à indústria; nas conclusões da Experiência de Hawthorne.
A Abordagem Humanística transfere o foco da gestão, antes colocado nas tarefas (pela Administra-
ção Científica) e na estrutura organizacional (pela Teoria Clássica), para a ênfase nas pessoas que
trabalham nas organizações. Em outras palavras, a Abordagem Humanística faz com que a preocu-
pação com a máquina, com o método de trabalho, com a organização formal e com os princípios de
Administração cedam espaço para a preocupação com as pessoas e com os grupos sociais, ou seja,
faz uma transição dos aspectos técnicos e formais para os aspectos psicológicos e sociológicos.

A Teoria das Relações Humanas (ou Escola Humanística da Administração) surgiu nos Estados
Unidos, como consequência das conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por
Elton Mayo e colaboradores.
O experimento foi realizado no período de 1927 a 1933 e fez parte de um programa mais amplo,
orientado pelo professor Elton Mayo, de Harvard, e que durou até 1947. Esse experimento fez nascer
a chamada escola de relações humanas porque demonstrou que, entre os fatores mais importantes
para o desempenho individual, estão as relações com os colegas e com os administradores. O
experimento de Hawthorne, portanto, revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos
indivíduos e deu a partida nos estudos sistemáticos sobre a organização informal.
Em 1927, foi iniciada uma experiência na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company,
situada em Chicago, para avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários,
medida por meio da produção. Os pesquisadores verificaram que os resultados da experiência
eram prejudicados por variáveis de natureza psicológica e, na tentativa de compreender melhor
esse fenômeno, ampliaram a pesquisa mais alguns anos (ao todo 4 fases).

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Fase 1:
•• Objetivo: conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários.
•• Método: foram escolhidos dois grupos de operários que faziam o mesmo trabalho e em
condições idênticas: um grupo de observação trabalhava sob intensidade de luz variável,
enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante.
•• Conclusão: a eficiência dos operários é afetada por condições psicológicas. Eles reagiam de acordo
com suas suposições pessoais, ou seja, eles se julgavam na obrigação de produzir mais quando a
intensidade de iluminação aumentava e produzir menos quando a iluminação diminuía.

Fase 2:
•• Objetivo: determinar o efeito de certas mudanças nas condições de trabalho (períodos de
descanso, lanches, redução no horário de trabalho, etc.) na produtividade.
•• Método: foi criado um grupo de observação (grupo de testes) com seis moças que traba-
lhavam na montagem de um certo tipo de peça. A sala do grupo de observação era separa-
da do restante do departamento por uma divisão de madeira. Essa fase foi dividida em dife-
rentes períodos de teste, cada um com alterações (para melhor ou para pior) no ambiente
ou nos métodos de trabalho das operárias.
•• Conclusão: a produção aumentou seguidamente de um período para o outro, mesmo
quando o ambiente era piorado. As moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque
era divertido e a supervisão branda (o supervisor funcionava como orientador); havia um
ambiente amistoso e sem pressões, no qual a conversa era permitida; houve desenvolvi-
mento social do grupo (amizades); o grupo desenvolveu objetivos comuns (como o de au-
mentar o ritmo de produção, embora fosse solicitado a trabalhar normalmente).

Fase 3:
•• Objetivo: os pesquisadores se afastaram do objetivo inicial de verificar as condições físicas
de trabalho e passaram a se fixar no estudo das relações humanas no trabalho.
•• Método: programa de entrevistas com os empregados para conhecer suas atitudes e senti-
mentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e ao tratamento que recebiam, bem como
ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores.
•• Conclusão: revelou a existência de uma organização informal dos operários a fim de se pro-
tegerem contra as ameaças da administração (gerência e supervisão formal). Os operários
se mantêm unidos por meio de laços de lealdade – quando o operário pretende também
ser leal à empresa, essa lealdade dividida entre o grupo e a companhia traz conflito, ten-
são, inquietação e descontentamento; o nível de produção é estabelecido pelo grupo; o
grupo estabelece punições sociais; há liderança informal de alguns operários.

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Administração Pública – Abordagem Humanística – Prof. Rafael Ravazolo

Fase 4:
•• Objetivo: analisar a organização informal dos operários.
•• Método: foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala especial com
condições de trabalho idênticas às do departamento. Um observador ficava dentro da sala
e um entrevistador do lado de fora entrevistava o grupo.
•• Conclusão: operários passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e
solidariedade grupal.

A Experiência de Hawthorne proporcionou o delineamento dos princípios básicos da Escola das


Relações Humanas. Segundo Chiavenato, suas conclusões são as seguintes:

a) O nível de produção é resultante da integração social: o nível de produção não é determi-


nado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica),
mas por normas sociais e expectativas grupais.
b) Comportamento social dos empregados: trabalhadores não agem ou reagem isoladamente
como indivíduos, mas como membros de grupos.
c) Recompensas e sanções sociais: operários que produzem acima ou abaixo da quantidade
socialmente determinada perdem o respeito e a consideração. Os operários preferem pro-
duzir menos – e ganhar menos – a colocar em risco suas relações amistosas com os colegas.
d) Grupos informais: a empresa passou a ser visualizada como uma organização social com-
posta de grupos sociais informais (com crenças, atitudes, expectativas, motivações, etc.),
cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa.
e) Relações humanas: são as ações e as atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre
pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi
no comportamento e nas atitudes das outras com quem mantém contatos e é, por outro
lado, igualmente influenciada pelas outras.
f) Importância do conteúdo do cargo: trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e
maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e
eficiência.
g) Ênfase nos aspectos emocionais: elementos emocionais não planejados e irracionais do
comportamento humano merecem atenção.

Segundo Maximiano, as principais conclusões de Elton Mayo foram:


•• Efeito Hawthorne:
•• A qualidade do tratamento dispensado pela gerência aos trabalhadores influencia for-
temente seu desempenho.
•• Bom tratamento por parte da administração, reforçando o sentido de grupo, produz
bom desempenho.
•• O efeito positivo do tratamento da administração sobre o desempenho humano ficou
conhecido como Efeito Hawthorne, por causa do nome do experimento.

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•• Lealdade ao grupo:

•• O sistema social formado pelos grupos determina o resultado do indivíduo, que pode
ser mais leal ao grupo do que à administração.
•• Alguns grupos não atingem os níveis de produção esperados pela administração, por-
que há entre seus membros uma espécie de acordo que define uma quantidade “cor-
reta”, que é menor, a ser produzida.
•• O Efeito Hawthorne não funciona em todos os casos.
•• Esforço coletivo:

•• Por causa da influência do sistema social sobre o desempenho individual, a


administração deve entender o comportamento dos grupos e fortalecer as relações
com os grupos, em vez de tratar os indivíduos como seres isolados.
•• A responsabilidade da administração é desenvolver as bases para o trabalho em equi-
pe, o autogoverno e a cooperação.
•• Conceito de autoridade:

•• O supervisor de primeira linha deve ser não um controlador, mas um intermediário en-
tre a administração superior e os grupos de trabalho.
•• O conceito de autoridade deve basear-se não na coerção, mas na cooperação e na
coordenação.

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Administração Pública – Abordagem Humanística – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Abordagem Humanística

Abordagem Humanística
• Escola das Relações Humanas no trabalho:
‒Foco = comportamento coletivo nas organizações;
pessoas como integrantes de grupos de trabalho.
• Chiavenato:
‒ “Teoria das Relações Humanas tem suas origens na necessidade de
humanizar e democratizar a Administração, libertando-a dos conceitos
rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos
padrões de vida.”
‒ Contexto: desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a
psicologia, bem como sua crescente influência intelectual e suas
primeiras aplicações à indústria; conclusões da Experiência de
Hawthorne.

Abordagem Humanística
Abordagem Clássica Abordagem Humanística

• Administração Científica e • Teoria da Relações Humanas


Teoria Clássica • Pessoas, grupos sociais
• Máquinas, métodos, (equipes), relacionamentos,
organização formal, princípios aspectos psicológicos e
de Administração sociológicos.
• Homo Economicous • Homem social
(materialista)

• Experimento de Hawthorne:
‒ Realizado entre 1927 a 1933, na Western Electric Company em Chicago,
orientado pelo professor Elton Mayo.
‒ Revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos e
deu a partida para os estudos sistemáticos sobre a organização informal.

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Hawthorne:  4  fases  
• Fase  1:  iluminação  X  produ:vidade.  
‒ a  eficiência  dos  operários  é  afetada  por  condições  psicológicas.  

• Fase  2:  outras  mudanças  no  ambiente  X  produ:vidade.  


‒ a  produção  aumentou  seguidamente.  

• Fase  3:  entrevistas.  


‒ existência  de  uma  organização  informal  dos  operários.  

• Fase  4:  análise  da  organização  informal.  


‒ Observador  e  entrevistador  verificaram  que  os  operários  passaram  a  
apresentar  certa  uniformidade  de  sen:mentos  e  solidariedade  grupal.  

Hawthorne: conclusões
• Chiavenato:
‒ O nível de produção é resultante da integração social; Comportamento social dos
empregados; Recompensas e sanções sociais; Grupos informais; Relações
humanas; Importância do conteúdo do cargo; Ênfase nos aspectos emocionais.
• Maximiano:
‒ Efeito Hawthorne: efeito positivo do tratamento da administração sobre o
desempenho humano.
‒ Lealdade ao grupo: o sistema social formado pelos grupos determina o resultado
do indivíduo, que pode ser mais leal ao grupo do que à administração.
‒ Esforço coletivo: por causa da influência do sistema social sobre o desempenho
individual, a administração deve entender o comportamento dos grupos e
fortalecer as relações com os grupos, em vez de tratar os indivíduos como seres
isolados.
‒ Conceito de autoridade: deve basear-se não na coerção, mas na cooperação e na
coordenação.

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Administração
Aula XX

ABORDAGEM SISTÊMICA

Sistemas
Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, que interagem de forma organizada
para alcançar um objetivo.
Existem distintas definições, porém, a ideia de Sistema compreende:
•• Um conjunto de entidades chamadas partes, elementos ou componentes.
•• Alguma espécie de relação ou interação das partes.
•• A visão de uma entidade nova e distinta, criada por essa relação, em um nível sistêmico de
análise – o todo.

Tipos de Sistemas e de Ambientes


Há inúmeras definições, porém, os tipos mais comuns de sistemas são:
•• Quanto à constituição:
1. Físicos ou concretos: coisas reais – equipamentos, objetos, hardware, etc.

2. Abstratos: só existem no plano das ideias – conceitos, planos, filosofias, etc.


•• Sistemas vivos e organizações:

Sistemas Vivos Organizações


São organizados, adquirem sua estrutura em
Nascem, herdam seus traços estruturais.
estágios.
Podem ser reorganizados, tem uma vida
Morrem, seu tempo de vida é limitado.
ilimitada e podem ser reconstituídos.
Tem um ciclo de vida predeterminado. Não tem ciclo de vida definido.
São concretos – o sistema é descrito em termos São abstratos – o sistema é descrito em termos
físicos e químicos. psicológicos e sociológicos.
São incompletos: dependem de cooperação
São completos. O parasitismo e simbiose são
com outras organizações. Suas partes são
excepcionais.
intercambiáveis.
A doença é definida como um distúrbio no O problema é definido como um desvio nas
processo vital. normas sociais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1067
•• Quanto à interação com o ambiente:
1. Fechados: são herméticos, não trocam energia com o ambiente que os circunda. A rigor
não existem sistemas fechados na acepção exata do termo. Essa denominação é dada aos
sistemas cujo comportamento é determinístico e programado, ou rígido, e que operam
com pequeno intercâmbio de matéria e energia com o ambiente.

2. Abertos: apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, são adaptativos, trocam


matéria e energia regularmente, por inúmeras entradas e saídas. Tais ambientes conservam-
se no mesmo estado (autocontrole, autorregulação) apesar de a matéria e a energia que o
integram se renovarem constantemente (equilíbrio dinâmico ou homeostase). O sistema e
o ambiente são inter-relacionados e interdependentes. A viabilidade ou sobrevivência de
um sistema depende de sua capacidade de adaptação, mudança e resposta às demandas
do ambiente externo.
Tipos de ambientes:
•• Estáveis e difusos – pouca competitividade, baixa complexidade e poucas mudanças.
•• Estáveis e concentrados – poucas mudanças, mas há mais organizações disputando espaço.
•• Instáveis e reativos – muitas mudanças e menor grau de diferenciação das organizações.
•• Turbulentos – muitas mudanças e grande complexidade e competição.

Parâmetros dos Sistemas


Os parâmetros (ou componentes) dos sistemas são: Entrada ou Insumo (input); Processamento
ou Transformação (throughput); Saída ou Resultado ou Produto (output); Retroação ou
retroalimentação ou retroinformação (feedback); Ambiente (environment).

•• Entrada ou Insumo (input): compreendem os recursos físicos e abstratos de que o sistema


é feito, incluindo todas as influências que ele recebe do ambiente. Essa importação
de energia, informações ou materiais permite a renovação das instituições (nenhuma
estrutura social é autossuficiente).
•• Processamento ou Transformação (throughput): forma como a organização transforma a
energia disponível em resultados (como ela processa seus insumos em produtos e serviços)
•• Saída ou Resultado ou Produto (output): são os produtos do sistema (produtos e serviços
para os clientes, salários e impostos, lucro dos acionistas, poluição, etc.). As saídas
devem ser coerentes com os objetivos visados pelo sistema, e, justamente em função da
retroalimentação (parâmetro responsável pelo controle e o monitoramento), devem ser
quantificáveis, para se avaliar se os resultados estão sendo obtidos de acordo com os
critérios previamente fixados.

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Administração – Abordagem Sistêmica – Prof. Rafael Ravazolo

•• Retroação ou retroalimentação ou retroinformação (feedback): é o retorno da informação,


que permite ao sistema corrigir desvios ou se reforçar. O feedback visa manter o
desempenho de acordo com o padrão ou critério escolhido. Há dois tipos de retroação:
Positiva – é a ação estimuladora da saída que atua sobre a entrada do sistema – a saída
amplifica e reforça o sinal de entrada; Negativa: é a ação inibidora da saída que atua sobre
a entrada do sistema. Na retroação negativa o sinal de saída diminui e inibe o sinal de
entrada.
•• Ambiente (environment): o meio ambiente é o conjunto de todos os fatores que, dentro
de um limite específico, possam ter alguma influência sobre a operação do sistema. As
fronteiras de um sistema são as condições ambientais dentro das quais o sistema deve
operar.

Teoria Geral de Sistemas

O biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy é o grande expoente dessa teoria. Uma grande
contribuição do autor é o conceito de sistema aberto, entendido como um complexo de
elementos em interação e em intercâmbio com o ambiente, trocando matéria e energia.
Ele é contra a visão particionada do mundo, com distintas áreas que isoladas: Biologia, Física,
Psicologia etc. Afirma que é necessário tratar os problemas que cercam as pessoas como
"típicos de sistemas", isto é, considerando seus componentes, sua vizinhança e as relações
entre as partes.
Em outras palavras, a Teoria Geral de Sistemas afirma que se deve estudar os sistemas
globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas partes, pois “a natureza não está
dividida em nenhuma dessas partes.”
Duas ideias básicas de teoria geral dos sistemas: interdependência das partes – para
compreender um sistema, é preciso analisar não apenas os elementos, mas também suas
inter-relações; e tratamento complexo da realidade complexa – necessidade de aplicar vários
enfoques para entender uma realidade que se torna cada vez mais complexa.
Essa teoria é interdisciplinar e buscou investigar isomorfismos de conceitos, de leis e de
modelos em campos diferentes, aproximando suas fronteiras e preenchendo os espaços vazios
entre eles, gerando princípios capazes de interligar as ciências, de modo que os progressos
alcançados em uma pudessem beneficiar as demais.
Segundo Bertalanffy: há uma tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais;
tal integração parece orientar-se para uma teoria dos sistemas; essa teoria pode ser um meio
importante de objetivar os campos não físicos do conhecimento científico, especialmente
nas ciências sociais; desenvolvendo princípios unificadores que atravessam verticalmente os
universos particulares das diversas ciências, essa teoria aproxima-nos do objetivo da unidade
da ciência; o que pode levar a uma integração muito necessária na educação científica.
Essa visão é claramente oposta à da Escola Clássica, principalmente se consideramos as
pressuposições críticas à teoria da máquina: negligência quanto à organização informal,
concepção da organização como um arranjo rígido e estático de órgãos, pouca importância do
intercâmbio do sistema com seu ambiente e pouca atenção aos subsistemas e sua dinâmica
dentro da organização.

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Abordagem Clássica Abordagem Sistêmica
Reducionismo – decomposição de um fenômeno Expansionismo - todo o fenômeno tem partes
em partes menores menores, mas é parte de um fenômeno maior
Pensamento Analítico – as partes decompostas Pensamento Sintético –propriedades do todo
explicam o todo explicam as partes
Teleologia – a causa é uma condição necessária,
mas nem sempre suficiente para que surja o
Mecanicismo – determinismo - simples relação
efeito. O comportamento é explicado por aquilo
causa-efeito
que ele produz ou por aquilo que é seu propósito
ou objetivo de produzir.
Sistema fechado – não troca energia Sistema aberto – troca energia com o ambiente

Com base em estudos de sistemas biológicos, Bertalanffy pontua que estes devem ser
entendidos como processos abertos. Nessa proposição, o autor destaca uma série de
concepções centrais:

1. Um sistema não vive isolado, sendo sempre parte de um todo.

2. Todas as partes estão inter-relacionadas, dando suporte a sua integridade.

3. Cada sistema tem seu espaço de existência e suas fronteiras.

4. Os sistemas são abertos, caracterizados por um processo de intercâmbio infinito com seu
ambiente (e outros sistemas).

5. Como sistemas são interdependentes, as funções de um sistema dependem de sua


estrutura.
Chiavenato aponta três premissas básicas da Teoria Geral de Sistemas possui (bastante
semelhantes aos conceitos de Bertalanffy):
Os sistemas existem dentro de sistemas – cada sistema é constituído de subsistemas
interdependentes e, ao mesmo tempo, faz parte de um sistema maior. Cada subsistema pode
ser detalhado em seus subsistemas, e o suprassistema também interage com outros. É o todo
dentro do todo.
Os sistemas são abertos – são permeáveis ao ambiente e cada sistema existe dentro de um
ambiente constituído por outros sistemas, com os quais interage.
As funções de um sistema dependem de sua estrutura – cada sistema tem um objetivo, que
constitui seu papel no intercâmbio com outros sistemas (funcionalismo dos sistemas); à medida
que suas funções se contraem ou expandem, sua estrutura acompanha.
Além de tais premissas, os sistemas abertos têm outras características:
•• Atributos: qualidades ou propriedades do sistema e de seus objetos.

1070 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Abordagem Sistêmica – Prof. Rafael Ravazolo

•• Holismo: uma visão do todo – é decorrente da interação entre elementos. O todo é mais do
que a simples soma das partes, pois o sistema só pode ser explicado como uma globalidade.
•• Globalismo – ou totalidade: uma natureza orgânica, pela qual uma ação que produza
mudança em uma das unidades do sistema deverá produzir mudanças em todas as suas
outras unidades.
•• Sinergia: trabalho conjunto. Ocorre quando duas ou mais causas produzem, atuando
conjuntamente, um efeito maior do que produziriam atuando individualmente. É o efeito
multiplicador quando as partes do sistema interagem entre si ajudando-se mutuamente.
A sinergia é um exemplo de emergente sistêmico: uma característica do sistema que não é
encontrada em nenhuma de suas partes tomadas isoladamente.
•• Dualidade: influencia e é influenciado pelo ambiente.
•• Adaptação: dinamismo, capacidade de crescimento, mudança, adaptação ao ambiente e
até autorreprodução sob certas condições ambientais.

Características das organizações como Sistemas Abertos

Comportamento Probabilístico e Não Determinístico: os sistemas sociais são probabilísticos


porque o comportamento não é totalmente previsível. Não há uma relação simples e direta
de causa e consequência, cada situação pode possuir inúmeras causas e produzir diferentes
efeitos. Como os sistemas sociais, as organizações são sistemas abertos, afetados por
mudanças em seus ambientes. O ambiente não tem fronteiras e inclui variáveis desconhecidas
e incontroladas.
As organizações são partes de uma sociedade maior e são constituídas de partes menores:
as organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas. Os sistemas são complexos de
elementos colocados em interação.
Interdependência das Partes: organização é um sistema social com partes independentes e
inter-relacionadas, na qual a mudança de uma de uma parte provoca impacto sobre as outras.
Homeostase ou "estado firme": é um equilíbrio dinâmico que ocorre quando o sistema dispõe
de mecanismos de retroação capazes de restaurarem o equilíbrio perturbado por estímulos
externos. Em outras palavras, é a capacidade que o sistema tem de manter certas variáveis
dentro de limites, mesmo quando os estímulos do meio externo forçam essas variáveis a
assumirem valores que ultrapassam os limites da normalidade. Esse equilíbrio é obtido pela
autorregulação (autocontrole), por meio de dispositivos de retroação (feedback). A organização
atinge o estado de equilíbrio quando satisfaz dois requisitos: a unidirecionalidade – constância
de direção - e o progresso em relação aos objetivos. Esses dois requisitos exigem liderança e
comprometimento das pessoas. Além disso, a organização como um sistema aberto precisa
conciliar dois processos opostos, mas ambos imprescindíveis: Homeostasia – tendência do
sistema em permanecer estático ou em equilíbrio, mantendo inalterado o seu status quo
interno; Adaptabilidade – mudança do sistema no intuito de ajustar-se aos padrões requeridos
pelo ambiente externo, alterando o seu status quo interno para alcançar um novo equilíbrio.
Fronteiras ou Limites: é a linha que define o que está dentro e o que está fora do sistema ou
subsistema. Nem sempre existe fisicamente, ou é tangível. Muitas vezes depende do ponto
de vista subjetivo. Através da fronteira que existe a interface, que é a área ou canal entre os

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componentes de um sistema, onde a informação é transferida. A permeabilidade das fronteiras
define o grau de abertura do sistema em relação ao ambiente.
Morfogênese: capacidade do sistema de modificar a si próprio. A organização pode modificar
sua constituição e estrutura para corrigir e modificar uma situação.
Resiliência: capacidade de superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo. O grau de
resiliência determina o grau de defesa ou de vulnerabilidade do sistema a pressões ambientais
externas.
Uma teoria distinta faz uma analogia aos seres vivos e diz que as organizações têm seis funções
principais inter-relacionadas:
a) Ingestão: adquirem ou compram materiais para processá-los de alguma maneira, como
os organismos vivos se alimentam para suprir outras funções e manter a energia.
b) Processamento: os materiais são processados havendo certa relação entre entradas e
saídas no qual o excesso é o equivalente a energia necessária para a sobrevivência da
organização (transformação em produtos).
c) Reação ao ambiente: as organizações reagem ao seu ambiente, mudando produtos,
processos ou estrutura.
d) Suprimento das partes: os participantes da organização são supridos de informações
para o trabalho e recebem recompensas - salários e benefícios.
e) Regeneração das partes: homens e máquinas devem ser mantidos ou recolocados –
manutenção e substituição.
f) Organização: administração e decisão sobre as funções.

Modelos de Organização

Schein
Propõe alguns aspectos que a teoria de sistemas considera na definição de organização:

1. É um sistema aberto, em constante interação com o meio para troca de energia.


2. É um sistema com objetivos ou funções múltiplas que envolvem interações múltiplas com o
meio ambiente.
3. É um conjunto de subsistemas em interação dinâmica uns com os outros.
4. Os subsistemas são mutuamente dependentes e as mudanças ocorridas em um deles
afetam o comportamento dos outros.
5. A organização existe em um ambiente dinâmico que compreende outros sistemas. O
funcionamento da organização não pode ser compreendido sem considerar as demandas
impostas pelo meio ambiente.
6. Os múltiplos elos entre a organização e seu meio ambiente tornam difícil a clara definição
das fronteiras organizacionais.

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Administração – Abordagem Sistêmica – Prof. Rafael Ravazolo

Katz & Kahn


O modelo de organização como sistema aberto de Katz e Kahn apresenta quatro elementos-
chave:
1. Natureza dos Sistemas Sociais – são idealizados. Fatores psicológicos dão coesão aos
sistemas. As pessoas criam padrões estáveis de comportamento que são transmitidos e
mantidos.

2. Componentes – são três: o comportamento (papel) dos membros; as normas; os valores


que embasam os comportamentos.

3. Subsistemas – produtivos, de apoio, de manutenção, adaptativos e administrativos.

4. Relacionamento com o Ambiente – são estruturados de acordo com o ambiente e


dependentes de outros sistemas.
Para eles, as organizações como sistemas abertos caracterizam-se por:
1. Importação de energia – entrada ou recebimento de material e energia;

2. Transformação – processamento dos insumos;

3. Output – saída de certos produtos para o ambiente;

4. Ciclo de eventos – o padrão de atividades de troca de energia tem caráter cíclico;

5. Entropia negativa – (negentropia) – processo de obtenção de energia para combater o


processo entrópico, com a finalidade de manter-se indefinidamente. Entropia (positiva) é a
tendência que os sistemas têm para o desgaste, para desintegração, para o afrouxamento
dos padrões. A entropia caracteriza um sistema que não troca energias com o meio
ambiente e que, por isso, não sobrevive. Se a entropia tende a desorganização, é necessário
abrir o sistema e reabastecê-lo com energia e informações a fim de manter a sua existência.
A esse processo dá-se o nome de entropia negativa ou negentropia.

6. Feedback (input de informação) – retorno da informação, realimentação do sistema;

7. Estado firme e homeostase dinâmica – autorregulação para manter a estabilidade;

8. Diferenciação – a tendência de elaboração das estruturas e de substituir os padrões difusos


e globais por funções mais especializadas (diferenciadas);

9. Equifinalidade – capacidade de um sistema de alcançar, por vários caminhos diferentes, o


mesmo estado final.

10. Limites ou fronteiras - barreiras entre o sistema e o ambiente, que definem a esfera de ação
do sistema, bem como o seu grau de abertura (receptividade de insumos) em relação ao
ambiente.

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Katz & Kahn também propõem 4 tipos de organizações, cada uma com seu papel:
a) Organizações econômicas ou produtivas, relacionadas com o fornecimento de
mercadorias e serviços, entre as quais estão as empresas, inclusive as agrícolas.
b) Organizações de manutenção, relacionadas com a socialização e o treinamento das
pessoas que irão desempenhar papéis em outras organizações e na sociedade global.
Entre essas estão as escolas, qualquer que seja o seu nível, e as igrejas.
c) Organizações adaptativas, relacionadas com a criação de conhecimentos e com o
desenvolvimento de novas soluções para problemas. Organizações de pesquisa e
algumas universidades.
d) Organizações político-administrativas, relacionadas com a coordenação e o controle de
recursos humanos e materiais. O estado, os órgãos públicos em geral, os sindicatos e os
grupos de pressão estão nesse grupo.

Parsons
O procedimento adotado por Parson para analisar o sistema de ação social e seus subsistemas
é o chamado Paradigma AGIL: Adaptation – adaptação; Goal Attainment – alcançar objetivos;
Integration – integração; Latency - latência.
As duas primeiras funções (adaptação e atingimento de objetivos) dizem respeito à relação do
sistema com o respectivo ambiente; as outras duas (integração e latência) estão voltadas para
as relações internas sistema.
Em suma, para sobreviver ou manter um equilíbrio respeitoso com o seu ambiente, um sistema
deve se adaptar ao ambiente, atingir seus objetivos, integrar seus componentes e manter seu
modelo cultural latente.
•• Adaptation – adaptação: capacidade de se ajustar permanentemente às demandas o
ambiente; o sistema social deve se adaptar ao ambiente onde vive, recolher recursos,
armazená-los e, em contrapartida, contribuir para o ambiente com produtos próprios.
•• Goal-attainment – alcançar objetivos: capacidade de estabelecer metas / objetivos para o
futuro e de tomar decisões coerentes visando atingi-los.
•• Integration – integração: harmonia, coerência e coordenação entre os indivíduos e grupos
que compõem o sistema (fatores internos).
•• Latency - latent pattern maintenance – manutenção do padrão latente – é a manutenção
da cultura organizacional (dos modelos culturais), como forma de conservar o sistema e
superar eventuais conflitos. O sistema se sustenta e se reproduz, garantindo a continuidade
e transmissão de valores para novos participantes.

Trist
A perspectiva sociotécnica partiu da noção de sistema aberto na qual a organização é formada
por dois subsistemas: técnico – máquinas, equipamentos etc. –; social – indivíduos, grupos e
seus comportamentos capacidades, cultura etc.

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Administração – Abordagem Sistêmica – Prof. Rafael Ravazolo

O comportamento das pessoas face ao trabalho depende da forma de organização desse


trabalho e do conteúdo das tarefas a serem executadas, e ambos os subsistemas devem ser
otimizados conjuntamente.
A base do trabalho sociotécnico está nos grupos semiautônomos (autorreguláveis e com certo
grau de autonomia), os quais se responsabilizam coletivamente frente às tarefas, definem o
arranjo do trabalho, fazem rotação de funções, têm autoridade para utilizar recursos e cooperam
mutuamente. Essas características trariam uma solução satisfatória para a sobrevivência das
organizações a ambientes turbulentos.
A tarefa primária da organização reside em sobreviver ao processo cíclico de:
1. Importação - aquisição de matérias-primas; 2. Conversão - transformação das importações
em exportações, ou seja, dos insumos em produtos ou serviços; 3. Exportação - colocação dos
resultados da importação e da conversão no mercado.

Características Básicas da Análise Sistêmica


As características da teoria administrativa baseada na análise sistêmica são:
•• Ponto de vista sistêmico: visualiza a organização como um sistema constituído de cinco
parâmetros básicos: entrada, processo, saída, retroação e ambiente.
•• Abordagem dinâmica: ênfase da teoria moderna sobre o dinâmico processo de interação
que ocorre dentro da estrutura de uma organização. Essa abordagem contrasta com a visão
clássica que enfatiza a estrutura estática.
•• Multidimensional e Multinivelada: considera a organização do ponto de vista micro e
macroscópico. A organização é micro quando considerada dentro de um ambiente maior
(nível da sociedade, comunidade ou país) e é macro quando se analisam as suas unidades
internas.
•• Multimotivacional: um ato pode ser motivado por muitos desejos ou motivos. As
organizações existem porque seus participantes esperam satisfazer vários objetivos através
delas.
•• Multidisciplinar: conceitos e técnicas de muitos campos de estudo, como a Sociologia,
Psicologia, Economia, Ecologia etc.
•• Descritiva: descreve as características das organizações e da Administração. Busca
compreender os fenômenos organizacionais enquanto as teorias mais antigas eram
normativas e prescritivas, preocupadas em sugerir o que fazer e como fazer.
•• Multivariável: assume que um evento pode ser causado por numerosos fatores que são
inter-relacionados e interdependentes.
•• Adaptativa: assume que a organização é um sistema adaptativo. Se uma organização
pretende permanecer viável e seu ambiente, ela deve continuamente adaptar-se aos
requisitos cambiantes do ambiente.

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Teoria Cibernética

Cibernética é a ciência da comunicação e do controle.


A comunicação cuida da circulação de informações entre o sistema e o ambiente e internamente
no sistema. É o que torna os sistemas integrados e coerentes.
O controle é que regula o seu comportamento.
A Cibernética busca a representação de sistemas originais por meio de outros sistemas
comparáveis, que são denominados modelos. Modelo é a representação simplificada de
alguma parte da realidade.
Os sistemas cibernéticos apresentam três propriedades principais:
•• são excessivamente complexos;
•• são probabilísticos;
•• são autorregulados;

Principais conceitos
•• Input: entrada.
•• Output: saída.
•• Caixa negra (black box): um sistema cujo interior não pode ser desvendado, cujos
elementos internos são desconhecidos e que só pode ser conhecido "por fora", através de
manipulações externas ou de observação externa.
•• Feedback: retorno, reavaliação.
•• Homeostasia: equilíbrio dinâmico obtido pela autorregulação.
•• Informação: conjunto de dados com um significado, ou seja, que reduz a incerteza ou que
aumenta o conhecimento a respeito de algo. Dado é um registro ou anotação a respeito de
um evento ou ocorrência.
•• Comunicação ocorre quando uma informação é transmitida a alguém, sendo então
compartilhada/compreendida também por essa pessoa.
•• Automação: é uma síntese de ultramecanização, super-racionalização (melhor combinação
dos meios), processamento contínuo e controle automático dos processos.
•• Tecnologia da Informação: o principal produto da Cibernética - representa a convergência
do computador com a televisão e as telecomunicações.
•• Sistemas de informação: sistemas específicos de busca, coleta, armazenamento, classificação
e tratamento de informações importantes e relevantes para o seu funcionamento.

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Administração – Abordagem Sistêmica – Prof. Rafael Ravazolo

Crítica à Abordagem de Sistemas

A perspectiva sistêmica trouxe uma nova abordagem organizacional, uma nova maneira de ver
as coisas. Não somente em termos de abrangência, mas principalmente quanto ao enfoque. O
enfoque do todo e das partes, do dentro e do fora, do total e da especialização, da integração
interna e da adaptação externa, da eficiência e da eficácia.
Porém, a Teoria de Sistemas é demasiado abstrata e conceitual e, portanto, de difícil aplicação
a situações gerenciais práticas.
Outra dificuldade é em relação à homeostasia. O contínuo de ordem e desordem torna difícil
alcançar o equilíbrio organizacional.
A Teoria de Sistemas também utiliza o conceito do "homem funcional" em contraste com o
conceito do "homo economicus" da Teoria Clássica. O individuo comporta-se em um papel
dentro das organizações, executa uma função do sistema, ou seja, não é ele mesmo.

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Administração

1. ABORDAGEM CONTINGENCIAL

Conforme o dicionário Caldas Aulete, Contingência é: possibilidade de algo acontecer ou não;


fato que não é previsível ou sobre cuja ocorrência não há certeza, que depende de circunstâncias
não controláveis. Em outras palavras, contingência é algo situacional, que pode acontecer ou
não, dependendo das circunstâncias.
Aplicando este conceito na Administração, a abordagem contingencial salienta que nada
é absoluto, que tudo depende das circunstâncias. As frases “não existe uma única melhor
maneira de administrar e organizar” e“tudo depende” marcam a perspectiva contingencial, em
uma clara oposição às ideias absolutas das escolas clássicas de administração.
Pesquisadores salientam que métodos e técnicas altamente eficazes em uma situação deixam
de funcionar em outras, logo, não há apenas "uma melhor maneira" de se fazer as coisas.
Chiavenato chama isto de "Relativismo em Administração" (tudo é relativo): não se alcança a
eficácia seguindo um único e exclusivo modelo organizacional, existem várias maneiras de se
chegar a um mesmo objetivo e a maneira mais adequada depende de cada situação. É papel
do administrador analisar a situação e suas circunstâncias específicas para identificar quais
técnicas trariam os melhores resultados naquele contexto.
A abordagem contingencial tem, dentre seus precursores, Lawrence e Lorsch. Os pesquisadores
buscavam compreender as características que as empresas deveriam ter para enfrentar
com eficiência as diferentes condições externas, tecnológicas e de mercado, ou seja, os
autores confrontaram organização e ambiente, buscando identificar a melhor forma de se
agir. Acabaram descobrindo que não existe "a melhor forma" (the best way), ao contrário, as
organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais.
O Enfoque Contingencial consolida-se a partir dos principais conceitos da Teoria dos Sistemas,
mas representa um passo além: baseia-se na concepção da organização como um sistema
aberto em contínua interação com o ambiente; procura analisar as relações dentro e entre os
subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente; refuta os princípios universais de
administração e defende que uma variedade de fatores, tanto internos quanto externos, pode
influenciar seus resultados.
Há o deslocamento da visualização, de dentro para fora da organização: a ênfase é colocada
no ambiente e nas demandas ambientais sobre a dinâmica organizacional. Para a abordagem
contingencial são as características ambientais que condicionam as características
organizacionais: no ambiente estão as explicações causais das características das organizações.
As características organizacionais somente podem ser entendidas mediante a análise das
características ambientais com as quais se defrontam.

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Aspectos básicos da Teoria da Contingência:
•• A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema aberto em constante
interação com o ambiente. Ambiente é o contexto que envolve externamente a organização
(ou o sistema), é a situação dentro da qual uma organização está inserida. Tudo o que
ocorre externamente influencia internamente a organização.
•• As características organizacionais interagem entre si (integração interna) e com o ambiente.
•• As características ambientais funcionam como variáveis independentes, enquanto as
características organizacionais são variáveis dependentes.
•• Tem ênfase no ambiente e na tecnologia.
Estudos recentes sobre as organizações complexas revelam a importância da variável Ambiente:
diferentes ambientes requerem diferentes desenhos organizacionais para obter eficácia. Existe
uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas
para o alcance eficaz dos objetivos: as técnicas variam em função do ambiente.
Para defrontar-se com o ambiente, a organização utiliza tecnologias que condicionam a sua
estrutura organizacional e o seu funcionamento. A partir da Teoria da Contingência, a variável
Tecnologia passou a assumir um importante papel na teoria administrativa, a ponto de alguns
autores usarem a expressão "imperativo tecnológico" sobre a estrutura organizacional.
Para a Teoria da Contingência as concepções anteriores a respeito da natureza humana não
consideram toda a complexidade do homem e os fatores que influenciam a sua motivação para
alcançar os objetivos organizacionais. Os autores propõem uma concepção contingencial do
ser humano, a qual denominam "homem complexo": o homem como um sistema complexo de
valores, percepções, características pessoais e necessidades. Ele busca manter seu equilíbrio
interno diante das demandas feitas pelas forças externas do ambiente (família, amigos,
organizações etc.). São características do "homem complexo":
•• É um modelo de sistema aberto, um ser transacional, que não só recebe insumos do
ambiente, como reage a eles e adota uma posição proativa, antecipando-se e provocando
mudanças no seu ambiente.
•• Tem um comportamento dirigido para objetivos.
•• Não é estático, está em desenvolvimento contínuo.
A contribuição da perspectiva contingencial não se esgota apenas no reconhecimento da
diversidade de organizações em termos de tamanho, objetivos, tarefa, pessoas, indústrias etc.
Foram identificadas, também, as principais contingências, isto é, as características situacionais
(internas e externas) que podem influenciar uma organização. Entender essas contingências
ajuda o administrador a compreender quais ações administrativas são mais adequadas em
determinado conjunto de circunstâncias.
Sobral e Peci citam algumas contingências:
•• Grau de Incerteza e Complexidade do Ambiente Externo: ambientes mais estáveis e
previsíveis demandam estruturas mais burocratizadas, com divisões claras de tarefas,
papéis e responsabilidades, cadeia definida de comando e controle; ambientes turbulentos

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Administração – Abordagem Contingencial – Prof. Rafael Ravazolo

(com alto grau de incerteza e complexidade) requerem maior grau de inovação, estruturas
organizacionais mais flexíveis e enxutas, caracterizadas pela delegação de poder.
•• Tamanho da Organização: o aumento do tamanho de uma organização (em termos de
número de pessoas, volume de receitas, etc.) traz problemas de coordenação entre as
áreas.
•• Tecnologia: refere-se ao processo de transformação de insumos em produtos e varia de
tecnologias mais rotineiras e padronizadas até mais complexas e customizadas. Cada uma
dessas tecnologias demandará diferentes estilos de liderança, sistemas de controle e
estruturas organizacionais.
•• Tarefa: tarefas complexas requerem estruturas que possam incentivar maior coordenação
entre os membros da organização, em busca de soluções mais inovadoras e complexas.
•• Ambiente interno: as características do ambiente interno, em termos de pontos fortes e
fracos que a organização apresenta em dado momento, também influenciam as estratégias
que a administração deve adotar.
Burns e Stalker diferenciaram o modelo Mecânico e o modelo Orgânico da organização, o
primeiro adequado a situações relativamente estáveis de mercado e tecnologia, ao passo que o
segundo é mais adequado a mercados turbulentos.
Conforme Chiavenato, as organizações mecanísticas (mecanicistas, como máquinas)
apresentam as seguintes características:
a) Estrutura burocrática baseada em uma minuciosa divisão do trabalho.
b) Cargos ocupados por especialistas com atribuições claramente definidas.
c) Decisões centralizadas e concentradas na cúpula da empresa.
d) Hierarquia rígida de autoridade baseada no comando único.
e) Sistema rígido de controle: a informação sobe por meio de filtros e as decisões descem por
meio de uma sucessão de amplificadores.
f) Predomínio da interação vertical entre superior e subordinado.
g) Amplitude de controle administrativo mais estreita.
h) Ênfase nas regras e procedimentos formais.
i) Ênfase nos princípios universais da Teoria Clássica.
As organizações Orgânicas (como organismos vivos, adaptáveis) apresentam as seguintes
características:
a) Estruturas organizacionais flexíveis com pouca divisão de trabalho.
b) Cargos continuamente modificados e redefinidos por meio da interação com outras pessoas
que participam da tarefa.
c) Decisões descentralizadas e delegadas aos níveis inferiores.

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d) Tarefas executadas por meio do conhecimento que as pessoas têm da empresa como um
todo.
e) Hierarquia flexível, com predomínio da interação lateral sobre a vertical.
f) Amplitude de controle administrativo mais ampla.
g) Maior confiabilidade nas comunicações informais.
h) Ênfase nos princípios de relacionamento humano da Teoria das Relações Humanas.

Em suma, a Teoria da Contingência tem um caráter eclético e integrativo: absorve os conceitos


das demais teorias administrativas no sentido de alargar horizontes e mostrar que nada é
absoluto. Dessa forma, parte para novos modelos organizacionais, mais flexíveis e orgânicos
(adaptativos), como a estrutura matricial, a estrutura em redes e a estrutura em equipes e
também enfatiza o homem complexo e abordagens contingenciais sobre motivação e liderança.
Em uma apreciação crítica, verifica-se que a Teoria da Contingência é muito mais uma maneira
relativa de encarar o mundo do que propriamente uma teoria administrativa.

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Administração – Abordagem Contingencial – Prof. Rafael Ravazolo

Slides - Abordagem Contingencial

Abordagem Contingencial
• Contingência: algo imprevisível, que pode acontecer ou não,
dependendo das circunstâncias.
• Máxima: tudo depende!
‒ Nada é absoluto, não existe uma única melhor maneira de administrar
e organizar, tudo depende do contexto.
‒ Caráter eclético e integrativo: aproveita teorias anteriores.
‒ Oposição às ideias absolutas das escolas clássicas (princípios gerais de
Administração).
‒ Relativismo em Administração: tudo é relativo.
• Ênfase no ambiente e na tecnologia.
• Visão sobre o ser humano: homem complexo.

Abordagem Contingencial
• Lawrence e Lorsch: não existe the best way.
‒ As organizações precisam ser sistematicamente ajustadas às
condições ambientais.

• Chiavenato: “é um passo além da Teoria de Sistemas”.


‒ Organização é um sistema aberto em contínua interação com o
ambiente;
‒ Analisa as relações dentro e entre subsistemas, bem como entre a
organização e seu ambiente;
‒ Refuta princípios universais de administração e defende que uma
variedade de fatores, tanto internos quanto externos, pode influenciar
seus resultados.

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Abordagem Contingencial

• “Homem Complexo":
‒ ser humano como um sistema complexo de valores, percepções,
características pessoais e necessidades.
‒ Busca manter seu equilíbrio interno diante das demandas feitas pelas
forças externas do ambiente (família, amigos, organizações etc.).
o Recebe insumos do ambiente, reage, provoca mudanças.
‒ Tem um comportamento dirigido para objetivos.
‒ Não é estático, está em desenvolvimento contínuo.

Abordagem Contingencial
• Fatores situacionais (Sobral e Peci): Grau de Incerteza e Complexidade
do Ambiente Externo; Tamanho da Organização; Tecnologia; Tarefa;
Ambiente interno.
• Burns e Stalker: modelo Mecânico X Orgânico

Burocrático: rígido, vertical, Adhocrático (pós-burocrático) - flexível,


forte controle, regras, horizontal, empowerment, downsizing,
hierarquia, especialização, competências, liderança democrática,
centralização, autoridade descentralização, cooperação, estruturas
formal, liderança autocrática. matriciais / em redes / por equipes.

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Administração
Aula XX

FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO

A Administração possui dezenas de definições na literatura especializada. De forma simples,


pode-se dizer que administrar é a tarefa de tomar decisões sobre recursos para atingir objetivos.

Nesse contexto, o Processo Organizacional (ou Administrativo, ou de Gerenciamento) é o


conjunto de decisões do administrador, ou seja, as funções que o gestor executa (planejar,
organizar, dirigir, liderar, comunicar, controlar, avaliar, etc.).
Assim como um processo é uma forma sistematizada de se fazer algo (uma sequência de passos
para atingir um objetivo), o Processo Organizacional é a forma sistematizada que o gestor usa
para facilitar o gerenciamento da organização (uma sequência de funções).
Autores divergem sobre as funções que compõem o Processo Organizacional, incluindo ou
excluindo atividades em seus modelos. Algumas dessas diferenças são apenas semânticas;
outras são baseadas na importância relativa dada aos elementos. Por exemplo, dois modelos
frequentemente encontrados em editais de concursos são compostos por "Planejamento,
Direção, Comunicação, Controle e Avaliação" ou "Planejamento, Organização, Direção e
Controle".
O importante é perceber que, ao se analisar a fundo cada modelo, verifica-se que seus
elementos, mesmo com nomes diferentes, representam processos muito semelhantes.
Foi a Teoria Clássica da Administração, de Henry Fayol, que deu notoriedade às funções
administrativas. Para ele a Administração dividia-se em: prever, organizar, comandar, coordenar
e controlar. Hoje em dia, o modelo mais aceito é oriundo da teoria Neoclássica, uma evolução
do pensamento de Fayol, e possui 4 funções: Planejamento, Organização, Direção e Controle.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1085
A seguir, a figura que representa esse Processo Administrativo.

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Administração
Aula XX

TIPOS OU NÍVEIS DE PLANEJAMENTO

A divisão mais comum do planejamento é a hierárquica, separando-o em três níveis: estratégico,


tático e operacional.

Planejamento Estratégico

Também chamado de Planejamento Institucional ou Organizacional, é um processo dinâmico,


sob responsabilidade da alta administração (maiores cargos) e visa à definição de objetivos
amplos e de longo prazo.
Procura estabelecer a melhor direção a ser seguida pela organização com um todo, levando
em conta seu ambiente interno (forças e fraquezas) e sua interação com o ambiente externo
(ameaças e oportunidades).
Em suma, o Planejamento Estratégico:
é um processo de definição da missão, da visão, dos objetivos globais e das estratégias
organizacionais;
busca fortalecer as sinergias entre recursos e potencialidades da organização, facilitando sua
interação com o ambiente (adaptação ao ambiente mutável);
está relacionado com os objetivos de longo prazo;
é amplo (compreensivo, sistêmico), envolve toda a organização;
é um processo de construção de consenso (quanto ao futuro) e de aprendizagem (adaptação,
mudança);
Entretanto, não pode ser aplicado isoladamente, pois depende de ações imediatas e
operacionais. Por isso, é preciso que, no processo de planejamento estratégico, sejam
elaborados de maneira integrada os planos táticos (funcionais) e operacionais.

Planejamento Tático

É notório que, para o Planejamento Estratégico dar certo, cada área da organização deve fazer
sua parte.

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O Planejamento Tático é justamente o desdobramento do plano estratégico em cada unidade/
área/departamento/divisão (estratégias funcionais). Em outras palavras, os planos táticos são
responsabilidade dos gerentes funcionais (marketing, recursos humanos, produção, finanças
etc.) e traduzem as estratégias globais em ações especializadas, com o objetivo de otimizar
determinada área.
É, portanto, o planejamento desenvolvido no nível intermediário, de médio prazo, visando
aproximar o estratégico do operacional. Dessa forma, produz planos mais bem direcionados às
distintas atividades organizacionais.

Planejamento Operacional

Os planos operacionais especificam atividades e recursos que são necessários para a realização
dos objetivos.
A estratégia operacional é direcionada às unidades operacionais básicas, a cada atividade. É
o desdobramento dos planos táticos, seu foco está no curto prazo e, como o próprio nome já
define, está voltada especificamente às tarefas e operações realizadas no nível operacional, ou
seja, para o dia a dia da organização.
O processo de planejamento operacional compreende, basicamente, as seguintes etapas:

1. Análise dos objetivos = que resultados devem ser alcançados?

2. Planejamento das atividades e do tempo = o que deve ser feito e quando?

3. Planejamento dos recursos = quem fará o que, usando quais recursos?

4. Avaliação dos riscos = que condições podem ameaçar as atividades e a realização dos
resultados?

5. Previsão dos meios de controle = como saber se estamos no caminho certo?"


A estratégia operacional busca a otimização de resultados e é constituída de uma infinidade
de planos operacionais que proliferam nas diversas áreas da organização: detalhamento das
etapas de projetos, prazos e cronogramas, sistemas, equipamentos, planos de ação, manuais,
regulamentos etc.
Cada plano pode consistir em muitos subplanos com diferentes graus de detalhamento. No
fundo, os planos operacionais cuidam da administração da rotina para assegurar que todos
executem as tarefas e operações de acordo com os procedimentos estabelecidos pela
organização, a fim de que esta possa alcançar os objetivos estratégicos.

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Administração – Níveis de Planejamento – Prof. Rafael Ravazolo

Resumo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1089
Slides – Níveis de Planejamento

Níveis / Tipos
de
Planejamento

• Questões comuns:
‒Quais são os níveis de planejamento;
‒Características de cada nível;
‒Comparações entre os níveis.
1

Três Níveis de Planejamento


(FCC: três níveis de planejamento estratégico)

ESTRATÉGICO

TÁTICO
(Funcional, Departamental)

OPERACIONAL

1090 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Planejamento – Prof. Rafael Ravazolo

Nível Estratégico
-Estratégia Institucional: macro-orientada – impacta toda a organização

-Otimiza a interação com o ambiente externo: diagnóstico estratégico

- Genérico e sintético: menor detalhamento


ESTRATÉGICO
-Objetivos de longo prazo: menor flexibilidade e maior
incerteza (riscos)

-Determina missão, visão e objetivos institucionais:


melhor direção a ser seguida

-Geralmente formulado pela Alta Administração –


Diretoria

Nível Tático
-Estratégias departamentais: desdobramento / tradução da estratégia
em cada unidade.

-Nível intermediário: gerência.

-Aproxima/integra o estratégico com o operacional.


TÁTICO -Detalhamento um pouco maior que o estratégico:
(Funcional) diminui incertezas.

-Geralmente de médio prazo.

-Ex: planos financeiros, de RH, de produção,


de marketing, etc.

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Nível Operacional
-Estratégia operacional: micro-orientada, foco nas tarefas -
desdobramento final das estratégias

-Nível das operações/atividades/tarefas: supervisores

-Detalhado e analítico - maior precisão: define “o que” e “como”


fazer, especifica atividades, recursos, prazos.

-Curto prazo: menor risco e maior flexibilidade

-Ex: rotinas, procedimentos, cronogramas, planos de


OPERACIONAL treinamento, recrutamento, etc.

Níveis de Planejamento - desdobramento


Planos táticos Planos Operacionais

Contratação
Planejamento
Benefícios
de RH
Capacitação
Planejamento
Planejamento da Produção Alcance dos
Estratégico Objetivos
Planejamento
Fornecedores
Financeiro
Transporte

Planejamento Armazenagem
Logístico
Distribuição

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Administração
Aula XX

PLANEJAMENTO

Constitui a função inicial da administração, pois estabelece o alicerce para as subsequentes


funções de organizar, liderar e controlar; é considerado função fundamental do administrador.
Planejar é o procedimento de analisar a organização e o ambiente, determinar os objetivos e
traçar os planos necessários para atingi-los da melhor maneira possível – o que deve ser feito,
quem fará, quando, onde, por que, como e quanto gastará.
Há, genericamente, cinco partes a serem planejadas:

1. Fins: estado futuro - visão, missão, objetivos, metas etc.

2. Meios: caminho para chegar ao estado futuro – estratégias, políticas, projetos, processos
etc.

3. Organização: estruturação para realizar os meios.

4. Recursos: dimensionamento dos recursos necessários (pessoas, tecnologia, finanças etc.).

5. Implantação e controle: definir os meios de acompanhamento da gestão.


O planejamento gera uma série de benefícios, dentre eles:
•• Foco e comprometimento – convergência e coordenação dos esforços
•• Flexibilidade – maior capacidade de adaptar-se ao ambiente
•• Agilidade e maior embasamento na tomada de decisões
•• Eficiência na utilização dos recursos
•• Definição de prazos e de métodos de controle dos resultados

Princípios e Filosofias do Planejamento

A literatura de Administração enumera diversos princípios ligados ao Planejamento. Alguns


deles são:
•• Inerência – é inerente à natureza humana, é indispensável, sendo parte integrante da
administração, e deve estar presente em todos os níveis e setores de atividades;

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•• Universalidade – tenta prever todas as variáveis e todas as consequências, até onde
seja possível, levando em conta todas as opiniões. Uma visão unilateral prejudica o
planejamento;
•• Unidade – abrange múltiplas facetas, que devem ser integradas num conjunto coerente;
•• Previsão – está voltado para o futuro. É, intrinsecamente, uma previsão de curto, médio e
longo prazo;
•• Flexibilidade – apesar de buscar uma situação futura específica (objetivos), deve ser feita
uma revisão constante do curso dos acontecimentos, de modo a possibilitar reajustamentos
e alterações (dentro de limites razoáveis).
Djalma Oliveira (2013) cita princípios gerais e específicos:

Princípios Gerais:

1. Contribuição aos objetivos – o planejamento deve sempre visar aos objetivos máximos da
organização. Deve-se hierarquizar os objetivos estabelecidos e procurar alcançá-los em sua
totalidade, tendo em vista a interligação entre eles.

2. Precedência do planejamento – é uma função administrativa que vem antes das outras
(organização, direção e controle).

3. Maior penetração e abrangência – pode provocar uma série de modificações nas


características e atividades da empresa (pessoas, tecnologia, materiais etc.).

4. Maior eficiência, eficácia e efetividade – deve procurar maximizar os resultados e


minimizar as deficiências.
Princípios Específicos: representam uma atitude e visão interativa do planejamento, conforme
Ackoff.

1. Planejamento participativo: o papel do responsável é facilitar o processo de elaboração do


plano pela própria empresa, o qual deve ser realizado pelas áreas pertinentes.

2. Planejamento coordenado (horizontal): todos os aspectos envolvidos devem ser


projetados para que atuem de forma interdependente.

3. Planejamento integrado (vertical): os vários escalões de uma empresa devem ter seus
planejamentos integrados.

4. Planejamento permanente: essa condição é exigida pela própria turbulência do ambiente,


pois nenhum plano mantém seu valor com o tempo. Apesar de o planejamento buscar uma
situação futura específica (objetivos), deve ser feita uma revisão constante do curso dos
acontecimentos, de modo a possibilitar reajustamentos e alterações (flexibilidade dentro
de limites razoáveis).

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Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Oliveira também relaciona três tipos de Filosofias de planejamento:


Todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação. As três filosofias básicas são:

1. Satisfação: busca alcançar um mínimo de satisfação, fazer as coisas “suficientemente bem”,


sem esforços extras para superar as expectativas. É considerada uma filosofia conservadora/
defensiva, voltada para a estabilidade e a manutenção da situação existente em um
ambiente previsível e estável. Busca identificar e sanar problemas internos, conservando as
práticas vigentes. Sua base é retrospectiva – aproveita a experiência passada para projetar
o futuro, assegurar a continuidade do sucesso.

2. Otimização: busca mais que a satisfação, procura fazer “tão bem quanto possível”. É
analítica, voltada para a inovação e a melhoria incremental das práticas vigentes. Busca
assegurar a reação adequada às mudanças em um ambiente dinâmico e incerto; maximizar
o desempenho da organização, utilizando melhor os recursos disponíveis. Utiliza técnicas
matemáticas, estatísticas e simulações.

3. Adaptação: é o planejamento inovativo, dando mais valor ao processo de planejar do que


ao plano em si. Exige diferentes planos dependendo do conhecimento em relação ao futuro
(certeza, incerteza ou ignorância) e busca a homeostase – equilíbrio interno e externo após
uma mudança. Foco nas contingências, no futuro - antecipar eventos e identificar ações
adequadas em um ambiente dinâmico e incerto.

Planejamento Estratégico

É o planejamento global, projetado a longo prazo e que


envolve a organização como uma totalidade. O Plane-
jamento Estratégico orienta todo o sistema organiza-
cional e refere-se à maneira pela qual uma organização
pretende aplicar uma determinada estratégia para al-
cançar os objetivos propostos. Para tanto, deve ser des-
dobrado e detalhado em Planos Táticos, os quais são
detalhados em Planos Operacionais.
Chiavenato (2014) relaciona três parâmetros do
planejamento estratégico: validade externa, capacidade
interna e visão compartilhada.

Processo de Planejamento Estratégico


Importante: não há consenso na literatura sobre a quantidade e a ordem das fases/etapas do
planejamento estratégico.

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O modelo prescritivo de planejamento estratégico dos neoclássicos segue cinco estágios:

1. Formulação dos objetivos organizacionais;

2. Análise externa do ambiente (auditoria externa): condições, oportunidades, ameaças;

3. Análise interna da empresa ou auditoria interna: forças, fraquezas, recursos, competências;

4. Formulação das alternativas estratégicas e escolha da estratégia a ser utilizada;

5. Desenvolvimento de planos táticos e operacionalização da estratégia.

Maximiano define as seguintes fases:

Djalma Oliveira separa em 4 fases:

1. diagnóstico estratégico: identificação da visão, valores, análise externa/interna e


concorrentes;

2. missão da empresa: definição, propósitos atuais e potenciais, cenários, postura estratégica;

3. instrumentos prescritivos e quantitativos: objetivos, metas, estratégias, políticas, projetos,


planos de ação, etc.;

4. controle e avaliação.

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Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

As etapas genéricas do planejamento estratégico são:

Missão, Visão, Valores e Objetivos


Enquanto a missão define qual é o negócio da organização e a visão proporciona uma imagem
do que ela quer ser, os objetivos estabelecem resultados concretos que se pretende alcançar
dentro de um prazo de tempo específico.

Missão
A missão é uma declaração sobre a razão de ser da organização: o que a organização é, qual
seu propósito e como pretende atuar no seu dia a dia. Representa sua identidade, portanto,
traduz o sistema de valores e é duradoura (atemporal).
Não pode ser ampla demais (sob risco de não especificar o que a organização faz), nem restrita
demais (a ponto de minimizar as ações da organização).
Em geral, a missão está alinhada com os seguintes aspectos:
•• A razão de ser da organização;
•• O papel na sociedade;
•• A natureza do negócio;
•• Os tipos de atividades em que ela deve concentrar seus esforços.

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Missão do Poder Judiciário: realizar justiça.

Visão
A visão representa aquilo que a organização deseja ser no futuro. Busca criar uma imagem que
desafie e mobilize as pessoas.
Características da Visão:
•• Situação altamente desejável, aquilo que a organização quer ser no futuro;
•• Desafiadora, mas possível, com potencial de mobilização;
•• Clara e concisa;
•• Coerente com a missão;
•• Característica temporal - longo prazo, mas não permanente.
Visão do Poder Judiciário: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento efetivo de justiça,
equidade e paz social.

Valores
Os valores são os atributos e virtudes da organização, as suas qualidades.
Refletem as crenças fundamentais, os princípios, as convicções dominantes para a maioria das
pessoas da organização. São virtudes que se pretende preservar e incentivar.
Os valores atuam como motivadores que orientam e direcionam as ações das pessoas na
organização e na tomada de decisões, contribuindo para a unidade e a coerência do trabalho.
Servem como padrão de comportamento e fornecem sustentação a todas as principais decisões
da organização.
Valores do Poder Judiciário: credibilidade; acessibilidade; celeridade; ética; imparcialidade;
modernidade; probidade; responsabilidade Social e Ambiental; transparência.

Objetivos Estratégicos
Em termos resumidos, pode-se dizer que objetivos são os fins ou estados futuros que desejam
alcançar por meio da aplicação de recursos.
No Planejamento Estratégico, os objetivos são desafios que, se alcançados, são suficientes para
a concretização da visão de futuro da organização. Representam um conjunto de prioridades
que esclarecem o que a estratégia quer alcançar e o que é crítico para o seu sucesso. São de
longo prazo e cobrem a organização como um sistema global.
Nos objetivos estratégicos, os resultados pretendidos incidem sobre os grandes desafios
institucionais e, portanto, devem ser definidos por pessoas pertencentes ao nível estratégico

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Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

da organização (alta administração), que determinarão os pontos de concentração de seus


esforços.
Devem ser coerentes com a missão, visão e os valores da organização e estar de acordo com
os recursos humanos, físicos, tecnológicos, políticos e financeiros. Os prazos porventura
estabelecidos devem ser plausíveis.
Caracterizam-se por serem aceitáveis, flexíveis, mensuráveis, motivadores, inteligíveis e
alcançáveis.
Exemplo de alguns objetivos estratégicos: Aperfeiçoar a aplicação dos recursos; Ampliar e
adequar a rede de atendimento; Desenvolver cultura voltada aos valores, aos resultados e à
responsabilidade socioambiental; Promover a valorização e a qualidade de vida das pessoas;
Simplificar e desburocratizar normas e processos e uniformizar procedimentos.

Metas
Meta é um nível de desempenho que deve ser medido e realizado dentro de determinado
prazo. É uma etapa a ser realizada para o alcance do objetivo ou da missão. Exemplo: diminuir
em 5% os casos de câncer de mama no prazo de cinco anos no RS.
As metas devem refletir a realidade atual da organização e devem servir de motivação para a
melhoria dos processos e identificação de aspectos falhos. Se uma meta não é alcançada, ou
ela está superestimada ou existe algum problema no processo que precisa ser tratado.
Existe um acrônimo conhecido que auxilia a definição correta de metas: S.M.A.R.T.
S – Specific (Específico) - não se deve deixar espaço a interpretações duvidosas. Quanto mais
detalhada for a meta, melhor será sua compreensão e maiores suas chances de ser atingida. Por
exemplo, em vez de definir “Aumentar as vendas em 10%”, uma meta melhor seria “Obtenção
de 10% no aumento de vendas nacionais na área de negócios A pela equipe X, no próximo ano
fiscal, sem redução da margem de lucros e mantendo o nível de satisfação do cliente.”.
M – Measurable (Mensurável) - qualquer meta que não possa ser claramente medida, ou
transformada em um número, permite a manipulação e interpretação para que os interessados
o considerem atingido ou não.
A – Attainable (Atingível) - devem ser agressivas, mas nunca impossíveis de atingir. Definir
números que nunca poderão ser obtidos causa frustração e desânimo. O “A” também é algumas
vezes chamados de “Agreed Upon” (feito em comum acordo). Isto significa que todos os
envolvidos na definição e execução da meta a conhecem e estão de acordo com sua viabilidade
e benefícios.
R – Realistic (Realista) - ao considerar o realismo, deve-se pensar em fatores como: A equipe
aceitará perseguir o objetivo? Este objetivo está alinhado com a missão e visão da organização?
Algum princípio ético é ferido com este objetivo?
T – Timely (Em Tempo) - significa que além do início e fim do período de busca da meta serem
bem definidos, este período não deve ser tão curto que a torne impossível, nem tão longo que
cause uma dispersão da iniciativa com o tempo. O T também pode ser “Tangible” (Tangível) –
uma meta que possa ser sentida e observada tem maior chance de ser realizada.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1099
•• Obs: alguns autores tratam Objetivo como sinônimo de Meta. Entretanto, a essência da
diferença está em que o Objetivo Estratégico costuma ser um alvo qualitativo, enquanto a
Meta é um alvo quantitativo. Meta é a quantificação de um objetivo.

Outras definições importantes

Fatores Críticos de Sucesso


São aspectos condicionantes do alcance dos objetivos. São os fatores que influenciam
fortemente no alcance dos resultados, que impactam fortemente no seu sucesso. A identificação
dos fatores críticos na fase de planejamento é de fundamental importância para a realização da
missão organizacional.
Exemplo: na venda de sorvetes, um fator crítico é a refrigeração do produto – sem ela não há
sorvete –, logo, a empresa deve pensar em alternativas e traçar planos para evitar a falta de
refrigeração.

Benchmarking
É o processo de análise referencial da empresa perante outras empresas do mercado, incluindo
o aprendizado do que estas empresas fazem de melhor, bem como a incorporação destas
realidades de maneira otimizada e mais vantajosa para a empresa que aplicou o benchmarking.
É um processo que visa comparar as melhores práticas do mercado, avaliando produtos,
serviços e práticas daquelas organizações que são reconhecidas como líderes.
Ex: a empresa X quer melhorar seus resultados. Para isso ela avalia produtos, serviços e
processos de trabalho da empresa Y (que é reconhecida como a detentora das melhores
práticas no mercado), com a finalidade de comparar desempenhos e identificar oportunidades
de melhoria.
Essa avaliação pode ser aplicada a qualquer função - produção, vendas, recursos humanos,
engenharia, pesquisa e desenvolvimento, distribuição etc. - e produz melhores resultados
quando implementada na empresa como um todo.
O benchmarking pode ser:
•• Externo – quando proveniente de outra organização (deve-se tomar cuidado para não
confundir com espionagem)
•• Interno – dentro da própria corporação. Uma área utiliza práticas de sucesso de outras
áreas.
Exemplo: o Sistema Toyota de produção - produção enxuta, lotes pequenos, maior variedade
de produtos, eliminação de falhas, controle de qualidade, melhoria contínua - revolucionou a
indústria japonesa e passou a ser uma referência mundial, copiado por muitas empresas em
todo o mundo.

1100 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Stakeholders
Também chamados de partes interessadas, são as pessoas, grupos ou entidades afetadas pela
atividade da organização, ou que possuem interesse em quaisquer processos executados ou
resultados gerados pela mesma.
•• Stakeholders primários: indivíduos ou grupos que exercem impacto direto sobre
a organização - empregados, fornecedores, clientes, concorrentes, investidores e
proprietários.
•• Stakeholders secundários: indivíduos ou grupos que não estão diretamente ligados às
atividades da organização, mas que podem exercer influência sobre ela - governo, ONG’s,
comunidade, imprensa etc.
Obs: não confundir com Shareholders, que são os acionistas, ou seja, todos aqueles que
possuem parte da organização.
Exemplo: uma associação de pescadores é parte interessada na construção de uma hidrelétrica,
pois esta vai transformar o rio de onde retiram seu sustento. Da mesma forma, os fornecedores
do material da represa, a comunidade beneficiada com a riqueza decorrente da obra, os
acionistas privados – se houver –, os trabalhadores, os sindicatos, as ONGs preocupadas com o
impacto ambiental e o governo são alguns dos stakeholders.

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Slides – Planejamento Estratégico

Planejamento
• É a função inicial da Administração: determina
antecipadamente onde e como chegar.

1. Fins: estado futuro - visão, missão, objetivos, metas


2. Meios: caminho para chegar ao estado futuro – estratégias,
políticas, projetos, processos etc.
3. Organização: estruturação para realizar os meios.
4. Recursos: dimensionamento dos recursos necessários (pessoas,
tecnologia, finanças etc.).
5. Implantação e controle: definir os meios de acompanhamento
da gestão.
1

Benefícios

• Foco e comprometimento – convergência e coordenação


dos esforços
• Flexibilidade – facilidade de adaptar-se ao ambiente.
• Agilidade e maior embasamento na tomada de decisões
• Eficiência na utilização dos recursos
• Definição de prazos e de métodos de controle dos
resultados

2
2

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Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Princípios
• Inerência – é inerente à natureza humana, é indispensável;
• Universalidade – tenta prever todas as variáveis e todas as
consequências, até onde seja possível;
• Unidade – abrange múltiplas facetas, que devem ser integradas num
conjunto coerente;
• Previsão – voltado para o futuro – é uma previsão de curto, médio e
longo prazo;
• Flexibilidade – dinâmico – constante revisão do curso dos
acontecimentos, de modo a possibilitar reajustamentos e alterações
(dentro de limites razoáveis).

3
3

Princípios
• Djalma Oliveira: princípios gerais
‒Contribuição aos objetivos
‒Precedência do planejamento
‒Maior penetração e abrangência
‒Maior eficiência, eficácia e efetividade
• Ackoff: Princípios Específicos
‒Planejamento participativo
‒Planejamento coordenado (horizontal)
‒Planejamento integrado (vertical)
‒Planejamento permanente
4
4

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3 Filosofias
1) Satisfação: busca alcançar um mínimo de satisfação, fazer as coisas
“suficientemente bem”, sem esforços extras para superar as
expectativas. É considerada uma filosofia conservadora/defensiva,
voltada para a estabilidade e a manutenção da situação existente em
um ambiente previsível e estável.
2) Otimização: procura fazer “tão bem quanto possível”. É analítica,
voltada para a inovação e a melhoria incremental das práticas
vigentes.
3) Adaptação: é o planejamento inovativo, dando mais valor ao
processo de planejar do que ao plano em si. Foco nas contingências,
no futuro - antecipar eventos e identificar ações adequadas em um
ambiente dinâmico e incerto.
5
5

Planejamento Estratégico
• Maneira pela qual uma organização pretende aplicar uma determinada
estratégia para alcançar os objetivos propostos;
• Global;
• Longo prazo;
• Desdobrado em
Planos Táticos e Operacionais.

• Chiavenato (2014): três parâmetros

6
6

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Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Processo de Planejamento Estratégico


• Neoclássicos
- Formulação
Formulação de alternativas Desenvolvimento
Análise Análise
de de planos táticos e
externa interna - Escolha da
objetivos operacionais
estratégia

• Maximiano
Análise da Análise do Definição de
Execução e
situação ambiente objetivos e
avaliação
estratégica externo/ interno estratégias

• Djalma Oliveira
Instrumentos
Diagnóstico Missão da
prescritivos e Controle e avaliação
estratégico empresa
quantitativos
7
7

O Processo de Planejamento
Definir a missão e a visão da organização (caso não existam);

Definir os objetivos (quantitativos e/ou qualitativos);

Fazer diagnóstico – externo e interno;

Desenvolver premissas – gerar cenários, alternativas de ação;

Escolher um curso de ação;

Desenhar os planos para alcançar os objetivos - planos de ação, cronogramas,


programas, projetos etc.

Definir mecanismos de controle e avaliação (indicadores).


8
8

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Missão
X
Visão
X
Valores

9
9

Exemplo

• Poder Judiciário:
‒ Missão: realizar justiça.
‒ Visão: ser reconhecido pela Sociedade como instrumento
efetivo de justiça, equidade e paz social.
‒ Atributos de Valor: credibilidade; acessibilidade;
celeridade; ética; imparcialidade; modernidade;
probidade; responsabilidade Social e Ambiental;
transparência.

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10

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Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Exemplo

• TRE-RS:
‒Missão: garantir a legitimidade do processo eleitoral.
‒Visão: consolidar a credibilidade da Justiça Eleitoral,
especialmente quanto à efetividade, transparência e
segurança.
‒Atributos de valor: Acessibilidade, Ética, Inovação,
Respeito Humano, Segurança, Transparência,
Sustentabilidade.

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11

Objetivos Estratégicos
• São desafios que, se alcançados, são suficientes para a
concretização da visão de futuro da organização.
• Objetivos generalistas;
• Coerentes com missão, visão, valores e recursos
(humanos, físicos, tecnológicos, políticos e financeiros).
• Aceitáveis, flexíveis, mensuráveis, motivadores,
inteligíveis e alcançáveis.

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Exemplo
• Poder Judiciário:
‒Garantir a agilidade nos trâmites judiciais e administrativos;
‒Buscar a excelência na gestão de custos operacionais;
‒Facilitar o acesso à Justiça; etc.

• TRE-RS:
‒Prestar serviços de excelência;
‒ Aprimorar o processo eleitoral;
‒Buscar a excelência na gestão; etc.

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Metas
• É uma etapa específica a ser realizada para o alcance do
objetivo ou da missão
• Devem refletir a realidade atual e servir de motivação
• Definição correta de metas: S.M.A.R.T
‒S – Specific
‒M – Measurable
‒A – Attainable ou “Agreed Upon”
‒R – Realistic
‒T – Timely ou Tangible
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Administração – Planejamento Estratégico – Prof. Rafael Ravazolo

Exemplo
• Poder Judiciário – Metas 2014 CNJ:
‒Julgar quantidade maior de processos de conhecimento do
que os distribuídos no ano corrente.
‒Identificar e julgar, até 31/12/2014, pelo menos 90% dos
processos distribuídos até 31/12/2011 na Justiça Eleitoral.
‒Realizar oficinas de administração judiciária com
participação de, pelo menos, 25% dos magistrados da
Justiça do Trabalho.

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Administração
Aula XX

BALANCED SCORECARD

Por volta de 1990, os métodos de avaliação de performance das organizações eram fundados
apenas em dados financeiros (lucros, custos etc.).
Dois pesquisadores, Kaplan e Norton, publicaram um artigo demonstrando que apenas os
dados financeiros não bastavam para retratar a complexidade de uma organização. A proposta
dos autores media o desempenho por meio de quatro perspectivas: financeira, do cliente, de
processos internos e, por fim, de inovação e aprendizado.
Nascia, nesse momento, o Balanced Scorecard (BSC), uma expressão que, traduzida, significa
algo como “Placar Balanceado de Desempenho”.

As Quatro Perspectivas

1. Financeira: os objetivos financeiros servem de foco para os objetivos e medidas das outras
perspectivas do BSC; qualquer medida selecionada deve fazer parte de uma cadeia de
relações de causa e efeito que culminam com a melhoria do desempenho financeiro.
Exemplos de indicadores: Ativo total, Custos totais, Taxa de crescimento anual, Rentabilidade
do capital próprio, Preço da ação, etc.

2. Clientes/Mercado: é focada em como criar valor de forma sustentável e diferenciada para


os clientes, através da sua conquista, satisfação e retenção, com consequente aumento da
rentabilidade dos mesmos e de participação de mercado, indicadores estes com relações
de causa e efeito entre si. Permite o alinhamento das medidas essenciais de resultados em
relação aos clientes (satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade).
Exemplos de indicadores: Número de clientes, Clientes novos, Clientes perdidos, Participação
de mercado, Vendas anuais por cliente, Número de reclamações, etc.

3. Processos Internos: as perspectivas financeira e de clientes são de resultados. A perspectiva


de processos internos é meio. Dessa forma, ela demanda a prévia fixação dos objetivos
das duas primeiras. Um dos desafios na criação do scorecard é identificar os processos
internos críticos que dão suporte às perspectivas anteriores e que levam a estratégia da
empresa ao sucesso; outro desafio é identificar novos processos críticos que necessitam ser
desenvolvidos e monitorados para atingir a excelência no cumprimento do planejamento
estratégico.
Kaplan e Norton recomendam que os executivos definam uma cadeia de valor completa dos
processos internos: inicia com o processo de inovação – identificação das necessidades atuais e

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futuras dos clientes e desenvolvimento de novas soluções para essas necessidades -; prossegue
com os processos de operações – entrega dos produtos e prestação dos serviços aos clientes
existentes –; e termina com o serviço pós-venda – que complementam o valor proporcionado
aos clientes pelos produtos ou serviços.
Exemplos de indicadores: Giro de estoques; Índice de retrabalhos; Prazos de entrega;
Porcentagem de defeitos; Novos produtos lançados; Emissões ao meio ambiente, etc.

4. Aprendizado e Crescimento: os objetivos de Aprendizado e Crescimento descrevem como


pessoas, tecnologia e clima organizacional se conjugam para sustentar a estratégia. Esses
ativos intangíveis são a fonte definitiva de criação de valor sustentável.
Em outras palavras, busca criar um ambiente propício à mudança e ao crescimento por meio de
questões relacionadas à motivação, habilidades e produtividade dos funcionários, alinhamentos
das tecnologias e sistemas de informação.
Segundo Kaplan e Norton (1997), o aprendizado e crescimento organizacional provêm de
três principais fontes: as pessoas, os sistemas e os procedimentos organizacionais. Para que
essas três fontes trabalhem e contribuam de forma mais eficiente possível para o atingimento
dos objetivos das demais perspectivas já vistas, é necessário que as empresas invistam em
capacitação de funcionários, reciclagem de tecnologia de informação e de sistemas e no
alinhamento das rotinas diárias à gestão estratégica.
Há três categorias principais de ativos intangíveis nessa perspectiva: a) capital humano, que
envolve habilidade, talento e know-how dos funcionários; b) capital da informação, que envolve
a disponibilidade de sistemas, redes e infraestrutura de informação; c) capital organizacional,
referente à capacidade de mobilização e sustentabilidade das mudanças.
Exemplos de indicadores: Nº de acidentes no mês, Investimento em treinamentos por
funcionário, Índice de absenteísmo, Rotatividade de empregados etc.
A figura a seguir representa as quatro perspectivas do BSC.

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Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Importante ressaltar que as quatro perspectivas não são um modelo rígido. Kaplan e Norton
admitem que, de acordo com as circunstâncias, uma organização pode renomear ou criar suas
próprias perspectivas.

Ao medir o desempenho organizacional por meio das quatro perspectivas, o BSC permite que as
organizações acompanhem o desempenho financeiro passado (tangível) e, ao mesmo tempo,
os vetores que impulsionam o desempenho futuro (a construção de capacidades e a aquisição
de ativos intangíveis).

A Evolução do BSC

Tratado inicialmente como um sistema de medição de desempenho baseado em indicadores, o


BSC evoluiu e hoje é considerado uma ferramenta de gestão da estratégia.
Três princípios permitem a integração do Balanced Scorecard à estratégia empresarial:

1. Relações de causa e efeito – os objetivos e medidas definidos para cada perspectiva devem
estar integrados por meio de uma relação de causa e efeito. O processo se inicia por uma
abordagem top-down (de cima para baixo): os objetivos e medidas da perspectiva dos
clientes são definidos de acordo com os objetivos e medidas da perspectiva financeira;
os objetivos e medidas da perspectiva dos processos internos com base nos objetivos e
medidas da perspectiva dos clientes; e os da perspectiva de aprendizagem e crescimento
com base nos objetivos e medidas dos processos internos.

2. Resultados de desempenho – O processo de construção do BSC esclarece os objetivos


estratégicos e identifica um pequeno número de vetores críticos que determinam esses
objetivos (indicadores). O BSC deve ser uma combinação de indicadores de resultados
(ocorrências - lagging indicators) e indicadores de tendência (leading indicators). As
medidas de desempenho definem a forma de como os resultados serão alcançados e
indicam se a implementação da estratégia está se dando de forma correta.

3. Relação com os fatores financeiros – o BSC deve enfatizar bem os resultados financeiros
(considerado o objetivo maior na administração privada).
Com base nesses três princípios, os componentes de cada perspectiva (objetivos, indicadores,
metas e iniciativas) formam a estrutura que traduz a estratégia em termos operacionais
(desdobra e comunica a estratégia para as áreas e para as pessoas).
Para entender como funciona essa estrutura de tradução e desdobramento da estratégia, veja
a figura a seguir, que mostra a relação entre os cinco componentes principais do BSC.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1113
1. Mapa Estratégico: é a representação visual da estratégia. Mostra a interdependência e as
relações de causa e efeito entre os objetivos de cada uma das quatro perspectivas.

2. Objetivos estratégicos: são os fins a serem perseguidos pela organização para o


cumprimento de sua missão institucional e o alcance de sua visão de futuro. Constituem elo
entre as diretrizes de uma instituição e seu referencial estratégico. Traduzem, consideradas
as demandas e expectativas dos clientes, os desafios a serem enfrentados pela organização
num determinado período

3. Indicadores: são padrões utilizados para avaliar e comunicar um desempenho alcançado


frente a um resultado esperado. Possuem, sempre, unidades de medidas associadas
(quantidade, percentual, dias etc.). Podem ser de resultado ou de tendência. Os indicadores
de resultado medem se os objetivos foram alcançados após um período de tempo. Já os
indicadores de tendência medem os meios, os processos, e permite que as organizações
ajustem os comportamentos ao desempenho.

4. Metas: representam os níveis de desempenho ou de melhoria requeridos para o alcance


de um objetivo estratégico.

5. Iniciativas: conjunto de ações necessárias ao alcance dos objetivos estratégicos e ao


preenchimento das lacunas de desempenho existentes. Frequentemente são projetos,
programas e planos de ação.
Percebe-se, portanto, que por meio das suas quatro perspectivas e dos seus cinco
componentes, o BSC consegue equilibrar (balancear):

1114 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

•• objetivos de curto e longo prazos;


•• medidas financeiras e não financeiras;
•• indicadores de tendência (leading) e de ocorrência (lagging);
•• perspectivas internas e externas de desempenho.

Outra forma de enxergar esse desdobramento pode ser vista na figura a seguir, que mostra a
relação da missão, da visão, dos valores e da estratégia com o BSC.
No bloco superior, percebe-se que a Missão da organização é o ponto de partida, pois é sua
razão de ser. Os Valores colaboram com a missão e, assim como ela, são mais estáveis ao longo
do tempo. A Visão é temporal e focada no futuro, colocando a organização em movimento,
em direção a mudanças. A Estratégia desenvolve-se e evolui para adaptar-se às mudanças no
ambiente externo e nas competências internas.
No bloco intermediário tem-se o Mapa Estratégico e o BSC, que representam a implementação
da estratégia (tradução e mensuração). O mapa descreve a lógica da estratégia (relação de
causa-efeito entre objetivos), enquanto o BSC coloca a visão em movimento, pois traduz os
objetivos do mapa em indicadores e metas.

Conclui-se, a partir da análise das duas figuras anteriores, que o BSC traduz a missão e a
estratégia num conjunto abrangente de medidas de desempenho (indicadores de cada
perspectiva) que serve de base para um sistema de medição e gestão da estratégia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1115
A Gestão Estratégica usando o BSC
Kaplan e Norton citam cinco princípios da organização focalizada na estratégia:

1116 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

1. Traduzir a Estratégia em Termos Operacionais: não é possível implementar a estratégia sem


descrevê-la. Deve-se identificar os objetivos centrais a serem perseguidos, evidenciar as
relações de causa e efeito de forma compreensível, definir indicadores, metas e iniciativas.

2. Mobilizar a Mudança por meio da Liderança Executiva: a mudança demanda trabalho em


equipe e foco nos resultados. Sem o envolvimento da alta administração as mudanças não
ocorrerão e a estratégia não será implementada.

3. Fazer da Estratégia um Processo Contínuo: a organização deve tornar a discussão sobre


estratégia uma atividade corriqueira dos funcionários, por meio de reuniões periódicas,
relatórios abertos, integração do gerenciamento tático e do gerenciamento estratégico em
um único processo ininterrupto e contínuo.

4. Transformar a Estratégia em Tarefa de Todos: exige-se que todos os empregados


compreendam a estratégia e conduzam suas tarefas cotidianas de modo a contribuir para
seu êxito. São usados geralmente três processos diferentes para o comprometimento dos
empregados com a estratégia: Comunicação e Educação; Desenvolvimento de objetivos
pessoais e de equipes (os empregados devem compreender sua capacidade de influenciar
a implantação bem-sucedida da estratégia); Sistemas de incentivos e recompensas.

5. Alinhar a Organização para Criar Sinergias: as organizações são projetadas em torno de


diversas especialidades, e cada uma tem seu próprio corpo de conhecimentos, linguagem
e objetivos. Deve-se romper com o isolamento das áreas funcionais e utilizar a estratégia
para criar sinergias entre as unidades de negócios.

Para os autores, o BSC seria um modelo capaz de inserir a estratégia no centro dos processos
gerenciais e, assim, criar “organizações orientadas para estratégia”. O modelo apoia-se nos
seguintes processos-chave:

•• Esclarecimento, consenso e atualização da estratégia;


•• Comunicação da estratégia a toda organização;
•• Alinhamento das metas de departamentos e indivíduos à estratégia;
•• Associação dos objetivos estratégicos com as metas de longo prazo e os orçamentos anuais;
•• Identificação e alinhamento das iniciativas estratégicas;
•• Alinhamento das revisões estratégicas e operacionais;
•• Obtenção de feedback para fins de conhecimento e aperfeiçoamento da estratégia.

O papel do BSC como “estrutura de ação para a estratégia”:

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Há três papéis críticos para a construção e incorporação do BSC:

1. Arquiteto: responsável pela construção e incorporação do BSC ao sistema gerencial (é o


"gerente de projeto" do BSC). Costuma ser um alto executivo de uma área de apoio.

2. Comunicador: faz o marketing interno - comunica as novas estratégias aos funcionários e


incentiva o fornecimento de feedback.

3. Agente de Mudanças: é um representante do executivo principal. Seu papel é ajudar a


incorporar o BSC aos processos gerenciais - moldar a rotina de uso do novo sistema
gerencial (o BSC).
Resumo:
Em uma visão moderna, pode-se definir o BSC como uma ferramenta que traduz de forma
balanceada e integrada a visão e a estratégia da organização por meio de um mapa coerente
com objetivos estratégicos organizados em diferentes perspectivas (financeira, do cliente,
dos processos internos e do aprendizado & crescimento), sendo interligados em uma relação
de causa e efeito. Além disso, o BSC promove o vínculo destes objetivos com indicadores de
desempenho, metas e planos de ação. Desta maneira, é possível gerenciar a empresa de forma
integrada e garantir que os esforços da organização estejam direcionados para a estratégia.

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Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

BSC na Administração Pública

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Slides – Balanced Scorecard

Balanced Scorecard
• 1990 – apenas métodos e indicadores financeiros na
avaliação da performance;
• Kaplan e Norton – proposta de avaliação do
desempenho organizacional englobando quatro
perspectivas:
1 – Financeira
2 – Clientes/Mercado
3 – Processos Internos
4 – Aprendizado/Inovação e Crescimento
1
1

Balanced Scorecard
BSC = Painel/Placar Balanceado de Desempenho

• Segundo Kaplan e Norton, o nome BSC foi escolhido,


pois:
“... refletia o equilíbrio entre:
objetivos de curto e longo prazo,
medidas financeiras e não financeiras,
indicadores de tendência (leading) e ocorrência (lagging),
perspectivas internas e externas de desempenho.” 2
2

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Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas

Obs: os 4 componentes de cada perspectiva permitem traduzir a estratégia em


termos operacionais. As 4 perspectivas não são um modelo rígido.
3 3

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas

Obs: os 4 componentes de cada perspectiva permitem traduzir a estratégia em


termos operacionais. As 4 perspectivas não são um modelo rígido.
3 3

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Balanced Scorecard – 4 Perspectivas
• 2) Clientes/Mercado:
‒Criar valor de forma sustentável e diferenciada para os
clientes, através da sua conquista, satisfação e retenção;
‒Escolha da proposição de valor para os clientes é o
elemento central da estratégia.

Exemplos de indicadores: Número de clientes, Clientes


novos, Clientes perdidos, Participação de mercado,
Satisfação dos clientes, Número de reclamações, etc.

5
5

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas


• 3) Processos Internos:
‒Criam e cumprem a proposição de valor para os clientes;
‒Identificar os processos internos críticos que dão suporte
às perspectivas anteriores e que levam a estratégia da
empresa ao sucesso;
‒Identificar novos processos críticos que necessitam ser
desenvolvidos.
‒definir uma cadeia de valor completa dos processos
internos: inovação, operação e pós-venda.

Exemplos de indicadores: Giro de estoques; Índice de


retrabalhos; Prazos de entrega; Porcentagem de defeitos;
Novos produtos lançados; Emissões ao meio ambiente etc. 6
6

1122 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Balanced Scorecard – 4 Perspectivas


• 4) Aprendizado e Crescimento (inovação):
‒Ativos intangíveis são a fonte definitiva de criação de valor
sustentável.
• Como pessoas, tecnologia e clima organizacional se
conjugam para sustentar a estratégia;
‒Três principais fontes de A&C: as pessoas, os sistemas e os
procedimentos organizacionais.
‒Três categorias principais de ativos intangíveis: capital
humano; capital da informação (infraestrutura); capital
organizacional (mobilização).
Exemplos de indicadores: nº de acidentes no mês,
investimento em treinamentos por funcionário, índice de
absenteísmo, rotatividade, etc. 7
7

Balanced Scorecard - evolução


Nasceu como um sistema de medição de desempenho baseado em
indicadores nas 4 perspectivas.

Evoluiu para um veículo que facilitava a tradução e implementação de


estratégias (esclarecer e comunicar).

Hoje é um sistema de Gestão Estratégica usado em importantes


processos gerenciais: estabelecer metas individuais e de equipes;
remunerar; alocar recursos; planejar orçamento; dar feedback do
aprendizado estratégico. 8
8

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Balanced Scorecard
• Três princípios permitem integrar o BSC à estratégia:
1) Relações de causa e efeito;
2) Indicadores de resultados e de desempenho (tendência);
3) Relação com os fatores financeiros;

1 – Finanças Resultado - ocorrência


2 – Clientes/Mercado (lagging)
Causa-Efeito

3 – Processos Internos
Tendência
4 – Aprendizado e (leading)
Crescimento

Balanced Scorecard – 5 elementos

Tradução da
Estratégia

1124 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

BSC na
Gestão
Estratégica

Balanced Construção
ScorecarddonaBSC
Gestão Estratégica
= Top-Down
Missão é o ponto de partida - a razão de ser;
Valores colaboram com a missão;
Visão é temporal e focada no futuro - movimenta a organização;
Estratégia adapta às mudanças no ambiente externo e nas competências
internas.
Mapa Estratégico e BSC = implementação da estratégia = tradução e a
mensuração;
Mapa descreve a lógica da estratégia (relação de causa-efeito entre
objetivos);
BSC coloca a visão em movimento, pois traduz os objetivos do mapa em
indicadores e metas.
O BSC permite identificar um pequeno número de vetores
críticos que determinam os objetivos.

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Balanced Scorecard na Gestão Estratégica
Planejar Formular

Balanced Scorecard na Gestão Estratégica


• Cinco princípios da organização focalizada na estratégia:

1126 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Papéis
• Três papéis críticos para a construção e incorporação do BSC:
1) Arquiteto: responsável pela construção e incorporação do BSC
ao sistema gerencial (é o "gerente de projeto" do BSC).
Costuma ser um alto executivo de uma área de apoio.
2) Comunicador: faz o marketing interno - comunica as novas
estratégias aos funcionários e incentiva o fornecimento de
feedback.
3) Agente de Mudanças: é um representante do executivo
principal. Seu papel é ajudar a incorporar o BSC aos processos
gerenciais - moldar a rotina de uso do novo sistema gerencial (o
BSC).

BSC na Gestão Estratégica


O BSC traduz a missão e a estratégia num
conjunto abrangente de medidas de desempenho
(indicadores em cada perspectivas) que serve de base para
um sistema de medição e gestão da estratégia.
• É usado nas organização para:
‒ Esclarecimento, consenso e atualização da estratégia;
‒ Comunicação da estratégia a toda organização;
‒ Alinhamento das metas de departamentos e indivíduos à estratégia;
‒ Associação dos objetivos estratégicos com as metas de longo prazo e
os orçamentos anuais;
‒ Identificação e alinhamento das iniciativas estratégicas;
‒ Alinhamento das revisões estratégicas e operacionais;
‒ Obtenção de feedback para fins de conhecimento e aperfeiçoamento
da estratégia.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1127
O papel do BSC
como
“estrutura de ação
para a estratégia”

Balanced Scorecard - Papéis


• Três papéis críticos para a construção e incorporação do BSC:
1) Arquiteto: responsável pela construção e incorporação do BSC
ao sistema gerencial (é o "gerente de projeto" do BSC). Costuma
ser um alto executivo de uma área de apoio.
2) Comunicador: faz o marketing interno - comunica as novas
estratégias aos funcionários e incentiva o fornecimento de
feedback.
3) Agente de Mudanças: é um representante do executivo
principal. Seu papel é ajudar a incorporar o BSC aos processos
gerenciais - moldar a rotina de uso do novo sistema gerencial (o
BSC). 18
18

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Administração – Balanced Scorecard – Prof. Rafael Ravazolo

Balanced Scorecard - resumo


Traduz a visão e a estratégia da organização
por meio de
um mapa coerente, com
objetivos estratégicos
organizados em diferentes
perspectivas
sendo interligados em uma
relação de causa e efeito
vinculando os objetivos com
indicadores, metas e planos de ação. 19
19

www.acasadoconcurseiro.com.br 1129
Administração

ANÁLISE SWOT

A Análise SWOT (ou Matriz SWOT) é uma ferramenta e diagnóstico estratégico que consiste em
obter e analisar informações internas e externas à instituição para direcionar as decisões.
Através do diagnóstico a instituição capta e mantém atualizado o conhecimento em relação
ao ambiente e a si própria, identifica e monitora as variáveis que a afetam, se antecipa às
mudanças e se prepara para agir.
Há diversas metodologias utilizadas para realizar o diagnóstico estratégico (Matriz BCG, Modelo
das cinco forças de Porter, Matriz de Ansoff etc.), porém, na Administração Pública, a mais
utilizada é a Matriz SWOT.
O termo SWOT vem da iniciais das quatro palavras em inglês Strengths, Weaknesses,
Opportunities e Threats, que significam Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. No Brasil
também recebe o nome de Matriz FOFA, devido à tradução.

S strengths (forças)
Análise Interna
W weaknesses (fraquezas)
O opportunities (oportunidades)
Análise Externa
T threats (ameaças)

No Planejamento Estratégico, a matriz SWOT é usada para fazer análise das relações do
ambiente externo (ameaças e oportunidades) com o potencial interno da organização (forças e
fraquezas).

Análise Interna = controlável


•• áreas funcionais, desempenho, funcionários, processos, finanças,
competências, tecnologia, inovação etc.
•• Forças (pontos fortes) e Fraquezas (pontos fracos)
Análise Externa = ambiente = não controlável
•• mercado, concorrentes, tecnologia, governo, clientes, fornecedores,
sociedade, etc.
•• Ameaças e Oportunidades

www.acasadoconcurseiro.com.br 1131
Análise Externa

Constitui o estudo relativo ao ambiente externo onde a organização está inserida e visa à
melhoria da capacidade de adaptação às mudanças.
O ambiente externo das organizações pode ser dividido em Ambiente da Tarefa, aquele mais
próximo da organização - concorrência, clientes, fornecedores, agências regulatórias etc., e
Ambiente Geral, comum a todas as organizações, independentemente do ramo de atividade –
variáveis políticas, econômicas, sociais, fiscais etc.
Trata-se, portanto, de uma análise das condições externas que circundam a organização e que
lhe impõem desafios/ameaças e oportunidades.
•• Ameaça – desafio externo – não é controlado pela organização – que vem de encontro
(contra) à estratégia. Suas consequências podem ser anuladas ou minoradas desde que
previstas em tempo hábil. Ex: golpe militar, crise cambial, mudança no governo, falta de
matéria-prima, etc.
•• Oportunidade – atributo externo – não é controlado pela organização – que vem ao encontro
(a favor) da estratégia e que pode ser positivo desde que reconhecido e aproveitado. Ex:
mudança na política governamental, opinião pública favorável, crescimento do país, etc.

Análise Interna

Aqui a organização passa a estudar a si própria. Sua análise e atenção se voltam para dentro,
para suas forças e fraquezas.
•• Forças – Pontos fortes – vantagem interna e controlável que coloca a organização em
posição favorável em relação à concorrência e às ameaças e oportunidades. Ex: tecnologia,
integração organizacional, recursos financeiros, logística, incentivo à inovação, marca, etc.
•• Fraquezas – Pontos fracos – característica interna e controlável que coloca a organização
em posição de desvantagem em relação à concorrência e às ameaças e oportunidades. Ex:
quadro desqualificado, instalações precárias, comunicação ineficiente, falta de recursos,
etc.

Matriz SWOT

O cruzamento entre fatores externos e internos fornece elementos para a construção da


estratégia da organização.
Há quatro tipos de estratégias decorrentes do cruzamento entre forças, fraquezas, ameaças e
oportunidades:
1. Sobrevivência: ambiente com predomínio de ameaças x pontos fracos da organização –
estratégias de redução de custos, desinvestimento, liquidação do negócio.
2. Manutenção: ameaças x pontos fortes – estratégias de estabilidade (equilíbrio), de nicho
de mercado, de especialização de atividades/produtos.

1132 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Análise SWOT – Prof. Rafael Ravazolo

3. Crescimento: ambiente com predomínio de oportunidades x pontos fracos da organização


– inovação, internacionalização, joint venture (parceria), expansão.
4. Desenvolvimento: oportunidades x pontos fortes – novos mercados, produtos,
capacidades.
A seguir, o exemplo de matriz SWOT de uma prefeitura.

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Slides – Análise SWOT

Análise SWOT / FOFA

• Questões comuns:
‒Interpretação da Matriz SWOT;
‒Análise de casos.

Análise SWOT / FOFA


É uma ferramenta de diagnóstico estratégico.
• Análise Interna = controlável
‒áreas funcionais, desempenho, funcionários, processos,
finanças, competências, tecnologia, inovação etc.
o Forças (pontos fortes) e Fraquezas (pontos fracos)

• Análise Externa = ambiente = não controlável


‒mercado, concorrentes, tecnologia, governo, clientes,
fornecedores, sociedade, etc.
o Ameaças e Oportunidades

1134 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Análise SWOT – Prof. Rafael Ravazolo

Análise SWOT / FOFA


• FOFA = tradução = usada por algumas bancas

Análise S strengths (forças)


Interna W weaknesses (fraquezas)
Análise O opportunities (oportunidades)
Externa T threats (ameaças)
- É bom? Forças e Oportunidades
- É ruim? Fraquezas e Ameaças
- Está fora? Não controlável. Ameaças e Oportunidades
- Está dentro? Controlável. Forças e fraquezas.

Matriz SWOT

Quatro estratégias

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Administração Geral

PROCESSO DECISÓRIO

Tomada de decisão é o processo de escolher um curso de ação entre várias alternativas


para se defrontar com um problema ou oportunidades. É identificar e selecionar o curso de
ação mais adequado para lidar com um problema específico ou extrair vantagens de uma
oportunidade.
Todas as pessoas na organização, em todas as áreas de atividades e níveis hierárquicos e em
todas as situações estão continuamente tomando decisões relacionadas ou não com o seu
trabalho.
As organizações funcionam como um “sistema de decisões”. Nesse sistema, cada pessoa
participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decisões individuais a respeito de
alternativas racionais de comportamento. A decisão envolve uma opção. Quando só existe uma
única maneira de fazer algo, não há necessidade de tomada de decisão.
Para a pessoa seguir um curso de ação, ela deve abandonar outros cursos que surjam como
alternativas. O tomador de decisão escolhe uma alternativa entre outras: se ele escolhe os
meios apropriados para alcançar um determinado objetivo, sua decisão é racional.
Entretanto, pessoas comportam-se racionalmente apenas em função daqueles aspectos que
conseguem perceber e tomar conhecimento (cognição). Os demais aspectos da situação
não são percebidos ou não são conhecidos pelas pessoas. A esse fenômeno dá-se o nome
de racionalidade limitada: as pessoas tomam decisões racionais (adequação de meios-fins)
apenas em relação aos aspectos que conseguem perceber e interpretar. Ao tomar decisões,
a pessoa precisaria de um grande número de informações a respeito da situação para que
pudesse analisá-las e avaliá-las. Como isso está além da capacidade individual de coleta
e análise, a pessoa toma decisões por meio de pressuposições, isto é, de premissas que ela
assume subjetivamente e nas quais baseia a sua escolha. As decisões relacionam-se com uma
parte da situação ou com apenas alguns aspectos dela.
A melhor alternativa pode não ser a “alternativa ótima”, tendo em vista as limitações de
recursos e de informações do processo decisório. Portanto, a melhor alternativa é a que está
de acordo com o padrão determinado de satisfação (decisão satisfatória) que pode não ser,
necessariamente, a decisão considerada ótima.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1137
Processo decisório e seus elementos
O processo decisório envolve, basicamente, seis etapas:

Os principais elementos de um processo decisório são:


•• Estado da Natureza: condições que existem no ambiente (certeza, risco, incerteza).
•• Tomador de decisão: é a pessoa que faz uma escolha entre várias alternativas futuras de
ação. Ele é influenciado pela situação, pela cultura organizacional, pelos valores pessoais,
pelas forças políticas e econômicas, etc.
•• Objetivos: fins ou resultados que o tomador de decisão pretende alcançar com suas ações.
•• Preferências: critérios que o tomador de decisão usa para fazer sua escolha (rapidez, custo,
eficácia, etc.).
•• Situação: aspectos do ambiente que envolve o tomador de decisão, alguns deles fora do
seu controle, conhecimento ou compreensão.
•• Estratégia: curso de ação que o tomador de decisão escolhe para melhor atingir seus
objetivos.
•• Resultado: consequência ou resultante de uma dada estratégia.

1138 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Geral – Processo Decisório – Prof. Rafael Ravazolo

A tomada de decisão é um processo contínuo e ininterrupto. Cada decisão geralmente conduz


a um curso de ação que exige outra decisão. O resultado é a chamada Árvore de Decisões, um
gráfico que mostra a sequência do processo decisório e o desdobramento das alternativas de
cursos de ação e as decisões seguintes.

Ambiente de decisão
Chiavenato aponta a existência de três diferentes condições (estados da natureza), ou tipos de
ambientes: certeza, risco e incerteza.
•• Certeza: todas as informações do que o tomador de decisões necessita estão disponíveis.
Completo conhecimento das várias alternativas de curso de ações, pois dispõe de
informações precisas, mensuráveis e confiáveis sobre os resultados das alternativas que
estão sendo consideradas. É a decisão mais fácil a ser tomada. As variáveis são conhecidas
e a relação entre as ações e suas consequências é determinística.
•• Risco: uma decisão tem objetivo bem-definido e dispõe de informações, porém os
resultados futuros associados a cada alternativa dependem do acaso (probabilidade de
acontecer ou não). As variáveis são conhecidas e a relação entre a consequência e a ação é
conhecida em termos probabilísticos.
•• Incerteza: o tomador de decisões conhece as metas que deseja alcançar, mas tem pouco
ou nenhum conhecimento ou informação para utilizar. Fica difícil até mesmo estabelecer
probabilidades. As variáveis são conhecidas, mas as probabilidades para avaliar a
consequência de uma ação são desconhecidas ou não são determinadas com algum grau
de certeza.
Há um quarto tipo de ambiente encontrado na literatura, chamado de Turbulência ou
Ambiguidade: sob condições de certeza, risco e incerteza, o objetivo final é claro. Porém, sob
condições de turbulência, até mesmo o objetivo pode não ser claro. A turbulência também
ocorre quando o ambiente está mudando rapidamente. Representa a situação mais difícil de
decisão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1139
Tipos de decisão
Diferentes problemas exigem diferentes soluções. Na literatura administrativa encontramos
diversas tipologias de decisão. As mais comuns são relacionadas a seguir.

Programadas X Não Programadas


Existem problemas que acontecem com uma certa normalidade, como por exemplo, aceitar ou
não a devolução de uma mercadoria. Para estes tipos de problemas utilizamos políticas, regras
ou procedimentos previamente programados, o que chamamos de Decisões Programadas.
Estes são problemas rotineiros e, por isso, previamente decididos pela organização e não pelo
gerente; isso tira a sua liberdade de decisão, mas também, não desperdiça o tempo desse
profissional com coisas pouco relevantes, a não ser em casos excepcionais.
Por outro lado, existem problemas cujas decisões são mais importantes e não estão
programadas, talvez pela sua anormalidade ou por exigirem mais cautela. Estas são as Decisões
Não Programadas, por exemplo, construir uma nova fábrica. Quanto mais alto o nível
hierárquico do gestor, maior a necessidade de tomar decisões não estruturadas.
Esses dois tipos não são mutuamente exclusivos, mas representam dois pontos extremos entre
os quais existe uma gama contínua de decisões intermediárias.
•• Decisão programada – uma decisão
tomada em resposta a uma situação
que ocorre com frequência para
permitir que as regras da decisão
sejam desenvolvidas e aplicadas no
futuro. Elas também são conhecidas
como decisões estruturadas. Ex.:
reposição do estoque.
•• Decisão não programada – uma
decisão tomada em resposta a uma situação isolada, mal definida, desestruturada, com
importantes consequências. Ex.: novos produtos.

1140 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Geral – Processo Decisório – Prof. Rafael Ravazolo

Sobral e Peci definiram a seguinte classificação:

PROGRAMADAS NÃO PROGRAMADAS


Classificação da Rotineiras, recorrentes,
Singulares, inovadoras, específicas.
Decisão programáveis, genéricas.
Natureza da Situação Bem definida, estruturada. Não definida, desestruturada.
Ambiente de Decisão Estático, informação confiável. Dinâmico, pouca informação.
Julgamentos e princípios do
Método Regras, políticas, procedimentos.
tomador de decisão.
Sistemas de apoio à decisão,
Modelos matemáticos, planilhas,
Técnicas de Apoio simulações, análise de cenários,
orçamentos.
intuição.

Outros tipos

Criativa X Lógica
•• Decisão criativa: criação de várias soluções possíveis, para depois se poder passar à sua
escolha pelo método da decisão lógica. A decisão criativa tem por característica a inovação,
por isso, muitas vezes tende a ser a mais arriscada. Pode também ser a menos consensual.
•• Decisão lógica: escolha de uma solução entre várias existentes. A decisão lógica é baseada
em padrões, sejam de comportamento, manuais ou históricos. A decisão lógica é uma
decisão estável, mantenedora do status quo. Tem uma aceitação maior, tendo em vista sua
manutenção dentro da zona de conforto.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1141
Individual X Grupal
•• Decisão Individual: tomada por uma pessoa.
•• Decisão grupal é aquela em que se faz uso de técnicas de tomada de decisão em grupo.
Há mais informações, mais ideias para a solução de problemas, mais pontos de vista e
mais experiências diferentes dentro de um grupo, pois se alguma pessoa não conhecer
todos os fatos ou não compreendê-los, outra pessoa poderá fazer. Os membros do
grupo irão conhecer os argumentos relevantes que levaram a uma decisão e se sentirão
comprometidos a contribuir para a solução, o que gera uma alta motivação para o sucesso
daquela decisão.

Estratégicas, táticas e operacionais


•• Decisões estratégicas – grandes decisões tomadas em uma empresa – pelo grupo diretivo
– presidente e diretores. Característica: influencia a longo prazo e impacta a organização
como um todo. Ex.: construir uma nova fábrica, iniciar operações em um país, etc.
•• Decisões táticas – em nível gerencial e, consistem em decisões para operacionalizar as
grandes decisões estratégicas. Característica: impacto de médio prazo, e sua extensão
reduz-se a um conjunto de áreas ou setores da organização. Ex.: definir uma nova linha de
produtos das empresas combinadas ou uma nova estrutura organizacional.
•• Decisões operacionais – representam a materialização das decisões estratégicas e táticas.
São decisões cotidianas, e seu impacto, em teoria, reduz-se no curto prazo. Característica:
sua extensão afeta uma área ou setor específico. Ex.: comprar de determinado fornecedor,
adoção de uma política de desconto, etc.

Computação X Julgamento X Compromisso X Inspiração


•• Computação: decisão programada;
•• Julgamento: não programável, subjetiva, geralmente tratada com estimativas
probabilísticas;
•• Compromisso: não programável, múltiplos objetivos, preferências ambíguas, deve-se
acomodar as preferências de diferentes tomadores de decisão (compromisso comum).
•• Inspiração: confusão, caos, intuição.

1142 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Geral – Processo Decisório – Prof. Rafael Ravazolo

Solução de Problemas
Problema é tudo aquilo que está fora do estabelecido (seja para o bem, seja para o mal) ou
que bloqueia o alcance dos resultados esperados. Um problema surge quando há um estado
atual de assuntos diferente do estado desejado ou quando ocorre algum desvio entre o
que percebemos e as nossas expectativas. Em muitos casos, um problema pode ser uma
oportunidade a ser aproveitada.
Resolver problemas é diferente de tomar decisões, pois tomar decisões é apenas uma parte da
solução (e podem ser necessárias várias decisões para se resolver um problema).
Um problema estruturado é aquele que pode ser perfeitamente definido pois suas principais
variáveis – como os estados da natureza, ações possíveis e possíveis consequências – são
conhecidas. O problema não-estruturado não pode ser claramente definido pois uma ou mais
de suas variáveis é desconhecida ou não pode ser determinada com algum grau de confiança.
Em função dos problemas estruturados e não-estruturados, as técnicas de tomada de decisão
podem ser programadas ou não-programadas.
As técnicas mais importantes são: método cartesiano, brainstorming, análise do campo de
forças, princípio de Pareto e gráfico de Ishikawa.

Método Cartesiano
René Descartes, em seu livro 'O discurso do método', apresentou uma metodologia sistemática
para solução de problemas. O método cartesiano se assenta em quatro princípios:
•• Princípio da dúvida sistemática: não aceitar nada como verdadeiro enquanto não for
conhecido como tal por nossa razão. A evidência está acima de tudo.

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•• Princípio da análise: dividir todos os problemas em elementos, os mais simples, para
resolvê-lo um a um.
•• Princípio da síntese: ordenar o pensamento iniciando pelos elementos mais simples, fáceis
de compreender, e subindo gradativamente aos mais complexos, reunindo-os em um todo.
•• Princípio da enumeração: fazer anotações completas e gerais de todos os elementos
tratados, não omitindo nenhuma das partes ou componentes.

Brainstorming
A técnica da tempestade cerebral é utilizada para gerar ideias criativas que possam resolver
problemas da organização. Dura de 10 a 15 minutos e envolve um número pequeno de
participantes – não mais de 15 – que se reúnem ao redor de uma mesa para gerar tantas ideias
ou sugestões quanto possível. Os participantes são estimulados a produzir, sem qualquer crítica
ou censura, o maior número de ideias sobre determinado assunto ou problema.
O brainstorming visa a obter a máxima quantidade de contribuições em forma de ideias e que
constituirão o material de trabalho para a segunda etapa, quando haverá a preocupação de
selecionar as mais promissoras (qualidade).
A primeira etapa chama-se geração de ideias e pode ser feita de modo estruturado ou não-
estruturado. O modo estruturado permite a obtenção da participação de todos. As ideias são
anotadas em um quadro, sem preocupação de interpretar o que o participante quis dizer. Na
Segunda etapa, as ideias serão discutidas e reorganizadas para verificar quais são as que têm
possibilidades de ser aplicadas e de gerar soluções para o problema em foco. O brainstorming é
uma técnica que se estrutura em quatro princípios básicos:
•• Quanto maior o número de ideias, maior a probabilidade de boas ideias.
•• Quanto mais extravagante, ou menos convencional, for a ideia, tanto melhor.
•• Quanto maior a participação das pessoas, maiores as possibilidades de contribuição,
qualidade, acerto e implementação.
•• Quanto menor o senso crítico e a censura íntima, mais criativas e inovadoras serão as ideias.
Embora elimine totalmente qualquer tipo de regra, o brainstorming se assenta nos seguintes
aspectos:

•• É proibida a crítica de qualquer pessoa sobre as ideias alheias.


•• Deve ser encorajada a livre criação de ideias.
•• Quanto mais ideias, melhor.
•• Devem ser encorajadas a combinação ou a modificação de ideias.

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Administração Geral – Processo Decisório – Prof. Rafael Ravazolo

Análise do Campo de Forças


Kurt Lewin definiu o conceito de que todo problema existe em um campo dinâmico de forças
mentais, no qual esse problema é afetado por dois grandes conjuntos de forças: de um lado,
as forças positivas que tendem a apoiar e a manter o problema atual; de outro lado, as forças
negativas que tendem a restringir e a eliminar o problema.
Quando as forças positivas (que apoiam o problema) são maiores do que as forças negativas,
a situação tende a permanecer. Mas se as forças negativas são mais fortes (resistência ao
problema), a tendência é remover o problema.

Princípio de Pareto
O Princípio de Pareto é um meio de comparação que permite analisar grupos de dados ou de
problemas e verificar onde estão os mais importantes e prioritários.
O Princípio de Pareto (também conhecido como 80/20) surgiu quando o economista italiano
Vilfredo Pareto elaborava um estudo de renda e riqueza da população e descobriu que 80% da
riqueza local estava concentrada com 20% da população. Esse princípio foi aplicado em outras
áreas e se mostrou válido: poucas causas, muitas consequências. A Curva ABC, por exemplo,
usa esse princípio para identificar os principais itens de um estoque (pouco itens que geram
grande impacto financeiro). Juran aplicou o método como forma de classificar os problemas da
qualidade em “poucos vitais” e "muitos triviais”.
O pressuposto básico dessa ferramenta é: a maior parte dos defeitos, falhas, reclamações e
custos provêm de uma pequena quantidade de causas. Se essas causas principais forem
identificadas e corrigidas, é possível a eliminação da maioria das perdas. É, portanto, uma forma
de priorização de problemas que facilita o direcionamento de esforços e permite conseguir
grandes resultados com poucas ações.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1145
O gráfico de Pareto mostra uma estratificação (divisão em grupos, estratos) de várias causas de
defeitos, falhas, reclamações e outros problemas. A quantidade ou os custos desses fenômenos
são mostrados em ordem decrescente no eixo X do gráfico, por meio de barras de tamanhos
diferentes.
Essa representação gráfica feita por meio do histograma (um diagrama de barras verticais)
chama a atenção para os problemas mais importantes e prioritários (localizados nas barras
mais altas), deixando as barras mais baixas para uma constatação posterior.

Gráfico de Ishikawa
Também conhecido como diagrama de espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito, o gráfico
de Kaoru Ishikawa procura, a partir dos efeitos (sintomas dos problemas), identificar todas as
possibilidades de causas que provocam esses efeitos. Trata-se de um gráfico que sugere um
deslocamento da esquerda para a direita, isto é, das causas iniciais para os seus efeitos finais.
Assim, os problemas são colocados no lado direito do gráfico, onde estaria situada a cabeça do
peixe, enquanto suas causas são dispostas no lado esquerdo.

1146 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Geral – Processo Decisório – Prof. Rafael Ravazolo

Em suma, o gráfico amplia a visão das possíveis causas de um problema, enriquecendo a sua
análise e a identificação de soluções. As causas principais podem ser agrupadas em categorias
para facilitar a análise. Pode-se criar categorias (de acordo com a necessidade da empresa), ou
então usar algum modelo pré-existente, por exemplo:
•• 4M: Método, Mão de obra, Material, Máquina;
•• 6M: acrescenta Meio Ambiente e Medidas aos 4M anteriores.
•• 4P: Políticas, Procedimentos, Pessoal, Planta.
Como construir o diagrama:

1. Definir o problema de forma clara e objetiva e escrever no quadro à direita.


2. Encontrar o maior número de possíveis causas para o problema (nessa etapa pode ser feito
um brainstorming com a equipe envolvida).
3. Definir as categorias de causas mais apropriadas (quantidade de quadros azuis, ou espinhas
no peixe).
4. Separar as causas dentre as categorias e analisar o diagrama construído para encontrar a
solução

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Administração
Aula XX

PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Há seis elementos-chave ajudam um gestor a organizar o trabalho e a projetar a estrutura


organizacional: Especialização, Departamentalização, Cadeia de Comando, Amplitude de
Controle, Centralização/Descentralização e Formalização.
Esses seis elementos são a resposta a seis perguntas básicas, conforme o quadro a seguir:

Pergunta Resposta
Até que ponto as atividades podem ser subdividi-
Especialização do Trabalho.
das em tarefas separadas?
Qual a base (critério) para o agrupamento das
Departamentalização.
tarefas?
A quem as pessoas/grupos vão se reportar? Cadeia de Comando - Hierarquia.
Quantas pessoas cada chefe pode dirigir com efi-
Amplitude de Controle.
ciência e eficácia?
Onde fica a autoridade no processo decisório? Centralização e Descentralização.
Até que ponto haverá regras/normas para dirigir
Formalização.
as pessoas?

Os autores da chamada Escola Neoclássica de Administração definiram princípios semelhantes


aos supracitados: racionalismo, divisão do trabalho, especialização, hierarquia e amplitude
administrativa. A principal diferença é o Racionalismo, que pode ser definido da seguinte forma:
dentro de limites toleráveis, os membros de uma organização se comportarão racionalmente,
isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamento prescritas para cada um deles. Em
outras palavras, uma organização é substancialmente um conjunto de encargos funcionais e
hierárquicos, cujos membros se sujeitam a normas e funções. Toda organização se estrutura
a fim de atingir os seus objetivos, procurando com a sua estrutura organizacional a minimizar
esforços e maximizar o rendimento. Essa racionalidade, portanto, não é um fim, mas um meio
de permitir à empresa atingir adequadamente determinados objetivos.

Especialização do Trabalho
É viável, hoje em dia, uma pessoa sozinha criar e montar aviões?
A Divisão do Trabalho é a maneira pela qual um processo complexo é decomposto em uma série
de tarefas menores, e cada uma das quais é atribuída a uma pessoa ou grupo (departamento).
Uma atividade, em vez de ser realizada inteiramente por uma única pessoa, é dividida em um
certo número de etapas, cada uma das quais será realizada por um indivíduo diferente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1149
A habilidade de um funcionário aumenta com a repetição de uma tarefa, sendo assim, tal
divisão gera maior produtividade, rendimento do pessoal envolvido, eficiência e, por fim,
redução dos custos de produção.
A Especialização é uma consequência da divisão do trabalho: cada unidade ou cargo passa a ter
funções e tarefas específicas e especializadas. Essencialmente, ela faz com que os indivíduos se
especializem em realizar parte de uma atividade em vez de realizar a atividade inteira.
A especialização pode dar-se em dois sentidos: vertical e horizontal.
A vertical caracteriza-se pelos níveis hierárquicos (chefia), pois, na medida em que ocorre a
especialização horizontal do trabalho, é necessário coordenar essas diferentes atividades e
funções. Ex.: Presidência, Diretoria-Geral, Gerências, Coordenadorias, etc.
A horizontal representa a tendência de criar departamentos especializados no mesmo nível
hierárquico, cada qual com suas funções e tarefas. Ex.: gerência de Marketing, gerência de
Produção, gerência de Recursos Humanos, etc.
A especialização tem limites. Em
determinados trabalhos, o excesso de
especialização chegou a um ponto em que
as deseconomias humanas (tédio, fadiga,
estresse, baixa produtividade, perda de
qualidade, aumento do absenteísmo e
da rotatividade) superavam em muito as
vantagens econômicas. Por isso, muitas
empresas descobriram que dar aos
funcionários diversas tarefas, permitindo
que eles realizassem uma atividade
completa, e colocá-los em equipes com
habilidades intercambiáveis, geralmente levava a resultados melhores e ao aumento da
satisfação com o trabalho.

Departamentalização
Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é necessário agrupar as atividades
para que as tarefas comuns possam ser coordenadas. Esse agrupamento é chamado de
departamentalização.
Departamentalizar é agrupar as atividades e correspondentes recursos (humanos, materiais
e tecnológicos) em unidades, de acordo com um critério específico de homogeneidade.
Distintos critérios podem ser usados para criar departamentos, sendo os mais comuns: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.

Cadeia de Comando – Hierarquia


A Hierarquia é, basicamente, a especialização vertical. A pluralidade de funções imposta pela
especialização do trabalho exige o desdobramento da função de comando, cuja missão é dirigir

1150 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

as atividades para que essas cumpram harmoniosamente as respectivas missões. O princípio


da hierarquia é o escalar: à medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta o volume de
autoridade do administrador.
A cadeia de comando é uma linha única de autoridade, que vai do topo da organização até o
escalão mais baixo e determina quem se reporta a quem na empresa. Ela responde a perguntas
dos funcionários do tipo “Se eu tiver um problema, com quem devo falar?” ou “Por quem sou
responsável?”

Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e exigir o cumprimento de tarefas por
parte dos funcionários. A autoridade emana do superior para o subordinado, e este é obrigado
a realizar seus deveres.
A autoridade:
•• é alocada em posições da organização, e não em pessoas;
•• flui desde o topo até a base da organização - as posições do topo têm mais autoridade do
que as posições da base;
•• é aceita pelos subordinados devido à crença na cultura organizacional.
Tipos de autoridade:
Existem três tipos básicos de autoridade:
•• Autoridade linear, hierárquica, ou única – segue o princípio da unidade de comando: cada
pessoa deve ter apenas um superior a quem se reportar diretamente. Essa autoridade é
única e absoluta do superior aos seus subordinados. Um exemplo típico são as organizações
militares;
•• Autoridade funcional, ou dividida – tem como base a especialização, o conhecimento.
Cada subordinado reporta-se a vários superiores, de acordo com a especialidade de cada
um - autoridade é parcial e relativa. Nenhum superior tem autoridade total. Ex.: médicos
em um hospital;
•• Autoridade de Staff, ou de Assessoria – com base no aconselhamento e assessoramento,
visando orientar e dar suporte a decisões. Ex.: assessoria jurídica, assessoria de imprensa,
consultoria em gestão, etc.

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Responsabilidade
Dever de desempenhar a tarefa ou atividade, ou cumprir um dever para o qual se foi designado.
Dentro dos princípios da divisão do trabalho, especialização e hierarquia, cada departamento
ou cargo recebe uma determinada quantidade de responsabilidades. Nessa relação contratual,
tais áreas/cargos concordam em executar certos serviços em troca de retribuições ou
compensações financeiras.

O grau de responsabilidade é, geralmente, proporcional ao grau de autoridade da pessoa.


Dessa forma, os cargos de alto escalão possuem maior autoridade e responsabilidade que os
cargos mais baixos.

Amplitude de Controle
Amplitude administrativa (ou amplitude de comando, ou de controle) é o número de
subordinados que um gestor tem sob seu comando/supervisão.

Uma decisão importante no processo de organização é a definição da amplitude ideal de


comando, ou seja, a quantidade de pessoas que um chefe tem capacidade de gerir com eficácia.
Há vários critérios para se determinar esse número, por exemplo:

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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

AMPLITUDE MENOR AMPLITUDE MAIOR


CRITÉRIOS (4 a 5 pessoas (8 a 11 pessoas
supervisionadas) supervisionadas)
Os membros da equipe têm As tarefas dos membros da
Similaridade das terefas.
tarefas distintas uns dos outros. equipe são iguais.
Proximidade geográfica. Equipe dispersa. Todos juntos.
Complexidade das tarefas Tarefas altamente
Tarefas simples e repetitivas.
supervisionadas. complexas e variadas.
Necessidade de controle Equipe precisa de Equipe é capaz de
sobre a equipe. controle e direção. trabalhar sozinha.
Relações com outras Muitas relações, exigindo esforço Relações mínimas
equipes. de coordenação. com outras equipes.
Necessidade de Grande necessidade de análise e Tarefas mecânicas, sem
planejamento. resoluções de problemas. necessidade de planejamento.

Um número de subordinados maior do que a amplitude de controle gera perda de controle;


desmotivação; ineficiência nas comunicações; decisões demoradas e mal estruturadas; e queda
no nível de qualidade do trabalho.
Um número de subordinados menor do que a amplitude de controle gera capacidade
ociosa do chefe; custos administrativos maiores; falta de delegação; desmotivação; e pouco
desenvolvimento profissional dos subordinados.

Centralização e Descentralização
Muito cuidado! Na disciplina de Administração os conceitos de Centralização e de
Descentralização são distintos daqueles utilizados no Direito Administrativo. Na Administração,
esses conceitos estão ligados ao poder, ou seja, se um chefe centraliza ou descentraliza seus
poderes de decisão e de comando.
O termo centralização se refere ao grau em que o processo decisório está concentrado em um
único ponto da organização. O conceito inclui apenas a autoridade formal, ou seja, os direitos
inerentes de uma posição.
Dizemos que uma organização é centralizada quando sua cúpula toma todas as decisões
essenciais com pouca ou nenhuma participação dos níveis inferiores. Por outro lado, quanto
maior a participação dos níveis inferiores no processo decisório, maior a descentralização.

Centralização
É a concentração do poder decisório no topo da organização. Isso facilita o controle e
coordenação das atividades, além de padronizar as decisões e torná-las mais consistentes com
os objetivos globais da instituição.
Parte do princípio de que as pessoas do topo usualmente são mais bem treinadas e preparadas
para decisões, eliminando esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduzindo
custos operacionais.

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As principais desvantagens da centralização são: as decisões ficam distanciadas dos fatos e
circunstâncias, pois os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes envolvidas e com
a situação operacional; maior demora na tomada de decisão, pois depende da disponibilidade
do gestor; as decisões passam pela cadeia escalar, dando margem a distorções e erros de
comunicação.

Descentralização
O poder decisório é deslocado para os níveis mais baixos da administração (fica distribuído pelos
diversos níveis hierárquicos). É uma tendência moderna, pois proporciona maior autonomia
aos cargos mais baixos e alivia a carga decisória da alta administração.
A descentralização altera a divisão do trabalho (e das decisões) entre os cargos e os
departamentos. Por causa disso, é mais duradoura e tem mais alcance que a delegação (que
ocorre entre pessoas).
As vantagens são: melhoria da qualidade das decisões, pois os gerentes médios ficam mais
próximos da operação e, portanto, conhecem melhor a realidade; melhoria no aproveitamento
das pessoas, com aumento da motivação, da criatividade e da autonomia; alivia os chefes
principais do excesso de trabalho decisório; agilidade e eficiência: a organização responde de
forma mais rápida.
As desvantagens são: falta de uniformidade das decisões; insuficiente aproveitamento dos
especialistas centrais; necessidade de maior estrutura de apoio.

Delegação
Delegação é a transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da tarefa delegada.
A delegação pode alcançar apenas tarefas específicas ou um conjunto de tarefas.
Cuidado: não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a responsabilidade
final/do cargo. Diversos autores afirmam que a responsabilidade final do cargo não pode ser
delegada. Delega-se apenas a execução, ou seja, a responsabilidade pelo bom desempenho
de uma tarefa e a respectiva autoridade para executá-la. A responsabilidade final pelo
cumprimento permanece com o delegante e, dessa forma, ele é o verdadeiro responsável e
deve manter supervisão aos delegados para que cumpram as funções. No serviço público, há
previsão legal (leis, resoluções, regimentos internos) explicitando responsabilidades e o que
pode ou não ser delegado.
Algumas considerações importantes sobre delegação: a autoridade deve ser delegada até o
ponto, e na medida necessária, para a realização dos resultados esperados; a autoridade deve
ser proporcional ao nível de responsabilidade alocada no cargo e/ou função considerada; a
responsabilidade não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o subordinado podem livrar-se,
totalmente, de suas obrigações, designando outros para realizá-las; e a clareza na delegação é
fundamental, com designação precisa, entendida e aceita por todos os envolvidos no processo.

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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Técnicas de delegação:
•• Delegar a tarefa inteira, autoridade e responsabilidade (pela tarefa);
•• Delegar à pessoa certa – nem todas as pessoas têm capacidade e motivação;
•• Comunicação com o subordinado para esclarecer dúvidas e manter controle;
•• Avaliar e recompensar o desempenho.
No quadro a seguir são citadas as principais diferenças entre descentralizar e delegar.

DESCENTRALIZAÇÃO DELEGAÇÃO
•• Ligada ao cargo. •• Ligada à pessoa.
•• Geralmente atinge vários níveis •• Atinge um nível hierárquico.
hierárquicos. •• Caráter mais informal.
•• Caráter mais formal.
•• Menos pessoal. •• Mais pessoal.
•• Mais estável no tempo. •• Menos estável no tempo.

Formalização
A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da organização são padronizadas.
Quando uma tarefa é muito padronizada, seu responsável tem pouca autonomia para decidir o
que, quando e como deve ser realizado. A padronização não apenas elimina a possibilidade de
os funcionários adotarem comportamentos alternativos, como também elimina a necessidade
de eles buscarem alternativas.
O grau de formalização pode variar muito entre as organizações e dentro de uma mesma
empresa.

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Slides – Princípios da Organização do Trabalho

Princípios da
Organização do Trabalho

Princípios da Organização do Trabalho


• Seis elementos-chave para formular a estrutura organizacional:
‒ Especialização
‒ Departamentalização
‒ Cadeia de Comando
‒ Amplitude de Controle
‒ Centralização/Descentralização
‒ Formalização

• Princípios Básicos da Organização do Trabalho:


‒ Racionalismo
‒ Divisão do trabalho
‒ Especialização
‒ Hierarquia
‒ Amplitude administrativa
2

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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Princípios da Organização do Trabalho


Pergunta Resposta
Até que ponto as atividades podem ser subdivididas
Especialização do Trabalho
em tarefas separadas?
Qual a base (critério) para o agrupamento das tarefas? Departamentalização
Cadeia de Comando -
A quem as pessoas/grupos vão se reportar?
Hierarquia
Quantas pessoas cada chefe pode dirigir com
Amplitude de Controle
eficiência e eficácia?
Onde fica a autoridade no processo decisório? Quem Centralização e
detém o poder de decisão? Descentralização
Até que ponto haverá regras/normas para dirigir as
Formalização
pessoas?

Especialização
• Divisão do Trabalho: é a maneira pela qual um processo complexo
pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas, gerando
maior produtividade e rendimento do pessoal envolvido.
• Especialização: consequência da divisão do trabalho - cada órgão ou
cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas.
‒ Vertical e Horizontal

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Especialização
• Limites: até que ponto as atividades podem ser subdivididas em
tarefas separadas?

Departamentalização
• Especialização Horizontal
• Depois de dividir o trabalho por meio da especialização, é
necessário agrupar as atividades para que as tarefas comuns
possam ser coordenadas.
• Departamentalizar = agrupar as atividades e correspondentes
recursos (humanos, materiais e tecnológicos) em unidades, de
acordo com um critério específico de homogeneidade.
• Que critérios usar para agrupar?
‒Critérios mais comuns: por função (funcional); por produtos
e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial e mista.

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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Cadeia de Comando - Hierarquia


• Especialização vertical.
• Se o funcionário tem um problema, com quem deve falar? A
quem deve se reportar? Que ordens deve obedecer?
• Princípio escalar: à medida que se sobe na escala hierárquica,
aumenta o volume de autoridade (e de responsabilidade) do
administrador.

Hierarquia - Autoridade
É o direito formal que a chefia tem de alocar recursos e de exigir
o cumprimento de tarefas por parte dos funcionários.
• É alocada em posições da organização e não em pessoas.
• Flui desde o topo até a base da organização.
• É aceita formalmente - racionalmente.

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Hierarquia – Tipos de Autoridade
o Autoridade linear, ou única;
o Autoridade funcional, ou dividida;
o Autoridade de Staff, ou de Assessoria.

Hierarquia - Responsabilidade
• Dever de desempenhar a tarefa / atividade / função para a qual
a pessoa foi designada.

10

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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Amplitude de Controle
• Outros nomes: Amplitude administrativa, de comando.
• Número de subordinados que um gestor tem sob seu
comando/supervisão.

Estrutura achatada Estrutura aguda


– muitos subordinados e poucos chefes – muitos chefes e poucos subordinados

11

Amplitude Administrativa
• Decisão importante: quantas pessoas cada chefe
pode dirigir com eficiência e eficácia?

12

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Centralização x Descentralização
• Cuidado: definição distinta no Direito Administrativo
• Na Administração = poder de decisão dentro da organização.
‒Onde está o poder formal de tomar decisões?
o Centralizar é concentrar o poder de decisão no topo da
hierarquia;
o Descentralizar é distribuir o poder de decisão nos
diferentes níveis hierárquicos.

13

Centralização x Descentralização
• Centralização - maior concentração de poder decisório no topo.
• Vantagens:
‒ Facilita o controle e coordenação das atividades da organização;
‒ O chefe é quem usualmente está mais bem treinado e preparado;
‒ As decisões são mais consistentes com os objetivos globais da
organização;
‒ Elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduz
custos operacionais.
• Desvantagens:
‒ As decisões ficam distanciadas dos fatos e circunstâncias;
‒ Os tomadores de decisão têm pouco contato com as partes
envolvidas e com a situação;
‒ Maior demora na tomada de decisão;
‒ As decisões passam pela cadeia escalar, permitindo distorções e erros
no processo de comunicação dessas decisões.
14

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Administração – Princípios da Organização do Trabalho – Prof. Rafael Ravazolo

Centralização x Descentralização
• Descentralização - menor concentração do poder decisório no
topo.
‒ É uma tendência nas organizações modernas.
• Vantagens:
‒ A decisão é delegada para pessoas/posições mais próximas da ação;
‒ Aumenta a eficiência, a motivação, a criatividade e a independência;
‒ Permite a formação de executivos locais mais motivados e
conscientes de seus resultados;
‒ Agilidade – a organização responde de forma mais rápida.
• Desvantagens:
‒ Falta de uniformidade das decisões;
‒ Insuficiente aproveitamento dos especialistas;
‒ Falta de equipe apropriada no campo de atividades.
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Delegação
• Transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu
subordinado, criando o correspondente compromisso pela execução da
tarefa delegada.
‒ Não confundir a responsabilidade funcional/de execução com a
final/do cargo.
o A responsabilidade final não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o
subordinado podem livrar-se totalmente de suas obrigações, designando
outros para realizá-las;
‒ Delegação na medida necessária para alcançar os resultados
esperados;
‒ A autoridade deve ser proporcional ao nível de responsabilidade do
cargo
‒ A clareza na delegação é fundamental.
16

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Descentralização X Delegação

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Formalização
• A formalização se refere ao grau em que as tarefas dentro da
organização são padronizadas.
‒Tarefa muito padronizada = pouca autonomia; menor
possibilidade de os funcionários adotarem comportamentos
alternativos, como também elimina a necessidade de eles
buscarem alternativas.

• O grau de formalização pode variar muito entre as organizações


e dentro de uma mesma empresa.

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Administração
Aula XX

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A estrutura organizacional é o resultado da identificação, análise, ordenação e agrupamento


das atividades e dos recursos das empresas, incluindo o sistema de decisão, responsabilidade,
autoridade e linhas de comunicação, que definem a maneira como se integram as partes de
uma organização.

•• Sistema de Decisão: define a natureza das decisões, os responsáveis por elas e as formas
de decidir.
•• Sistema de Responsabilidades: distribuição das atividades nas organizações.
•• Sistema de Autoridade: distribuição de poder dentro das organizações – direito formal
que o ocupante de determinado cargo tem para dar ordens.
•• Sistema de Comunicação: forma de integração entre as diversas unidades da organização.

São duas as formatações básicas da estrutura organizacional:

1. Estrutura formal é aquela representada pelo organograma, estatutos e regras. Procura


consolidar, ainda que de forma geral, a distribuição das responsabilidades e autoridades
pelas unidades organizacionais da empresa.
2. Estrutura informal é a rede de relações sociais e pessoais que não é formalmente
estabelecida pela empresa, as quais surgem e se desenvolvem espontaneamente, e,
portanto, apresenta situações que não aparecem no organograma.
•• A estrutura informal complementa a estrutura formal; proporciona maior rapidez no
processo decisório; reduz distorções da estrutura formal; reduz a carga de comunicação
dos chefes; motiva e integra as pessoas. Ao mesmo tempo, pode gerar problemas como o
desconhecimento da realidade empresarial pelas chefias, a maior dificuldade de controle e
a possibilidade de atritos entre as pessoas.

Modelos de organizações
Modelos são os estilos ou padrões de organizações existentes. Há diversos modelos descritos
na literatura, entretanto, pode-se dizer que suas características variam entre dois modelos
extremos: o mecanicista e o orgânico.

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Modelo Mecanicista
Estruturas mecanicistas têm esse nome porque buscam imitar o funcionamento automático
e padronizado das máquinas. As pessoas fazem trabalhos repetitivos, sem autonomia e sem
improvisação. O modelo mecanicista é chamado de burocrático, pois é tido como sinônimo da
burocracia racional-legal descrita por Max Weber.
São estruturas rígidas e altamente controladas, adequadas a condições ambientais
relativamente estáveis e previsíveis. Organizações deste tipo valorizam a lealdade e a obediência
aos superiores e à tradição.
O desenho é piramidal, verticalizado; as tarefas são
especializadas e precisas; regras, regulamentos e
procedimentos são bem definidos e estão escritos; a
hierarquia é rígida e a autoridade não pode ser questionada
– a fonte da autoridade é a posição da pessoa na estrutura
organizacional; a comunicação vertical é enfatizada;
o poder é centralizado e a responsabilidade pela
coordenação e a visão do todo pertencem exclusivamente
à alta administração.

Modelo Orgânico
Estruturas orgânicas têm esse nome porque imitam o comportamento dinâmico dos organismos
vivos.
Esse modelo é chamado pós-burocrático ou adhocrático* (de acordo com a demanda,
um modelo para cada situação), pois procura se adaptar a condições instáveis, mutáveis.
Ambientes assim oferecem problemas complexos que muitas vezes não podem ser resolvidos
com estruturas tradicionais.

* Adhocracia é um sistema temporário, adaptativo, que muda rapidamente, com


poucos níveis administrativos, poucas gerências e pouca normatização, organizado em
torno de problemas a serem resolvidos por grupos de pessoas dotadas de habilidades
profissionais diversas.

O desenho orgânico mais achatado e flexível denota a descentralização de decisões e o


downsizing (enxugamento - estratégia para
reduzir número de níveis e os aspectos
burocráticos da empresa).
Neste tipo de organização, há enfoque na
cooperação/interação e na comunicação de
natureza informativa (em lugar de ordens).
A liderança tende a ser democrática; a autoridade é exercida de acordo com a competência
(hierarquia é imprecisa - as pessoas podem desempenhar papel de chefe ou de subordinado); a

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capacidade de resolver problemas com autonomia e iniciativa é mais importante do que seguir
regras; a especialização é pequena (as tarefas têm escopo amplo e os cargos são definidos mais
em termos de resultados esperados do que de tarefas).

Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e
Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior - su-
Predomínio da interação horizontal; confiança e
bordinado); relacionamento baseado em autori-
crença recíprocas.
dade e obediência.
Cargos generalistas (atividades diversas e amplo
Cargos ocupados por especialistas.
conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões centraliza- Hierarquia flexível; tomada de decisão descen-
da; pouca delegação. tralizada; delegação.

Fatores que influenciam a Estrutura


Nenhuma organização é exclusivamente mecanicista ou orgânica. Também não há uma
estrutura ou modelo de organização que seja melhor que outra – cada estrutura é mais
adaptada a diferentes circunstâncias ou situações.
Os principais fatores que influenciam a escolha da estrutura ideal são: estratégia, tamanho,
tecnologia e ambiente. Outros fatores podem ser considerados, como recursos humanos e
sistema de produção.
•• Estratégia: é a variável mais importante que afeta o tipo de estrutura, afinal, a estrutura
organizacional é uma ferramenta para realizar os objetivos. Ex: se a estratégia exige
inovação, é melhor uma estrutura orgânica; se exige redução de custos, é melhor uma
estrutura mecanicista.
•• Tamanho: dependendo da quantidade de funcionários, são necessárias diferentes
estruturas para gerenciar a organização. Uma empresa muito grande tende ser mecanicista.
•• Tecnologia: de acordo com o tipo e a complexidade da tecnologia envolvida no trabalho,
as tarefas podem ser mais rotineiras (linha de produção) ou mais diversificadas (setor de
pesquisa e desenvolvimento), exigindo diferentes estruturas.
•• Ambiente: as organizações precisam se ajustar ao ambiente, que pode ser estável e
uniforme ou complexo e dinâmico.
•• Recursos humanos: são as características das pessoas, tais como tipo de formação,
experiência, perfil psicológico, motivações e mesmo relações pessoais.

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•• Sistema de produção: nas empresas de produção em massa, o modelo mecanicista adapta-
se melhor; já a estrutura orgânica é mais apropriada quando o produto não é padronizado.
A figura a seguir mostra os determinantes e as consequências do desenho da estrutura.

Tipos de organização
Os diferentes tipos de organização são decorrência da estrutura organizacional, ou seja, da
arquitetura ou formato organizacional que assegura a divisão e coordenação das atividades dos
membros da instituição. A estrutura é o esqueleto que sustenta e articula as partes integrantes.
Cada subdivisão recebe o nome de unidade, departamento, divisão, seção, equipe, grupo de
trabalho, etc.
Cada empresa/instituição monta sua estrutura em função dos objetivos. Apesar da enorme
variedade de organizações, os autores clássicos e neoclássicos definiram três tipos tradicionais:
linear, funcional e linha-staff.
Importante ressaltar que os três tipos dificilmente são encontrados em seu estado puro, afinal,
se tratam de modelos teóricos e, dessa forma, são simplificações da realidade.

Organização Linear
É a forma mais simples e antiga, originada dos exércitos e organizações eclesiásticas. O
nome “linear” é em função das linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade
entre superiores e subordinados, resultando num formato piramidal de organização. Cada

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gerente recebe e transmite tudo o que se passa na sua área de competência, pois as linhas de
comunicação são rigidamente estabelecidas.
Típica de empresas pequenas, com baixa complexidade, mas pode ocorrer em médias e grandes
com tarefas padronizadas, rotineiras, repetitivas, onde a execução é mais importante que a
adaptação a mudanças, ou mesmo à qualidade dos produtos.

Características
•• Autoridade linear, única e absoluta do superior aos seus subordinados, ou seja, cada
subordinado reporta-se exclusivamente a um superior;
•• Linhas formais de comunicação vertical, de acordo com o organograma. Podem ser para
cima (órgão ou cargo superior) ou para baixo (órgão ou cargo inferior);
•• Centralização das decisões: a autoridade converge para a cúpula da organização;
•• Aspecto piramidal: quanto mais sobe na escala hierárquica, menor o número de órgãos ou
cargos. Quanto mais acima, mais generalização de conhecimento e centralização de poder;
quanto mais abaixo, mais especialização e delimitação das responsabilidades.

Vantagens
•• Estrutura simples e de fácil compreensão e implantação;
•• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos – nenhum órgão ou cargo interfere em
área alheia;
•• Estabilidade e disciplina garantidas pela centralização do controle e da decisão.

Desvantagens
•• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade, dificultando a inovação e
adaptação a novas circunstâncias;
•• A autoridade linear baseada no comando único e direto pode tornar-se autocrática,
dificultando o aproveitamento de boas ideias;
•• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados em suas atribuições na medida em
que tudo tem que passar por eles;

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•• Com o crescimento da organização, as linhas formais de comunicação se congestionam e
ficam lentas, pois tudo deve passar por elas.

Organização Funcional
É o tipo de organização em que se aplica o princípio funcional ou princípio da especialização.
Cada área é especializada em um determinado assunto, é a autoridade em um tema. Dessa
forma, ela presta seus serviços às demais áreas de acordo com sua especialidade.
É possível utilizar tal estrutura quando a organização tem uma equipe de especialistas bem
entrosada, orientada para resultados, e uma boa liderança.

Características
•• Autoridade funcional dividida: cada subordinado reporta-se a vários superiores
simultaneamente, de acordo com a especialidade de cada um;
•• Nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados. A autoridade é parcial e
relativa, decorrente de sua especialidade e conhecimento;
•• Linhas diretas de comunicação, não demandam intermediação: foco na rapidez;
•• Descentralização das decisões para os órgãos especializados. Não é a hierarquia, mas a
especialização que promove a decisão.

Vantagens
•• Proporciona especialização e aperfeiçoamento;
•• Permite a melhor supervisão técnica possível;
•• Comunicações diretas, sem intermediação, mais rápidas e menos sujeitas a distorções;
•• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de execução: há uma
especialização do planejamento e do controle, bem como da execução, permitindo plena
concentração de cada atividade.

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Desvantagens
•• Não há unidade de mando, o que dificulta o controle das ações e a disciplina;
•• Subordinação múltipla pode gerar tensão e conflitos dentro da organização;
•• Concorrência entre os especialistas, cada um impondo seu ponto de vista de acordo com
sua área de atuação.

Organização Linha-Staff
É o resultado de uma combinação dos tipos de organização linear e funcional, buscando
aproveitar as vantagens de ambas e diminuir as respectivas desvantagens. Nela coexistem os
órgãos de linha (execução) e de assessoria (apoio e consultoria), mantendo relações entre si.
As atividades de linha são aquelas intimamente ligadas aos objetivos da organização (áreas-
fim). As atividades de staff são as áreas-meio, ou seja, prestam serviços especializados que
servem de suporte às atividades-fim.
A autoridade para decidir e executar é
do órgão de linha. A área de staff apenas
assessora, sugere, dá apoio e presta serviços
especializados. A relação deve ser sinérgica,
pois a linha necessita do staff para poder
desenvolver suas atividades, enquanto o
staff necessita da linha para poder atuar.
É possível citar algumas atividades que são
tipicamente de staff**: gestão de pessoas,
orçamento, compras, almoxarifado,
manutenção, tecnologia da informação,
assessorias em geral (jurídica, contábil,
gestão), controle interno, etc.
**Obviamente há exceções, pois a definição de área-meio e área-fim varia de acordo com o
ramo de atuação, as políticas e os objetivos de cada empresa/instituição.

Características
•• Fusão da estrutura linear com a estrutura funcional;
•• Coexistência de linhas formais de comunicação com linhas diretas;
•• Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio e suporte (assessores).

Vantagens
•• Melhor embasamento técnico e operacional para as decisões;
•• Agregar conhecimento novo e especializado à organização;
•• Facilita a utilização de especialistas;

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•• Possibilita a concentração de problemas específicos nos órgãos de staff, enquanto os órgãos
de linha ficam livres para executar as atividades-fim.

Desvantagens
•• Conflitos entre órgãos de linha e staff: experiências profissionais diversas, visões de
trabalho distintas, diferentes níveis de formação;
•• Dificuldade de manutenção do equilíbrio entre linha e staff.

Outras formas de organização

Por equipes
Utiliza o conceito de equipe multidisciplinar, buscando delegar autoridade e dispersar a
responsabilidade (empowerment) por meio da criação de equipes participativas.
Essa estrutura desmonta as antigas barreiras departamentais e descentraliza o processo
decisório para as equipes, fazendo com que as pessoas tenham generalistas e especialistas.
É comum, em empresas de ponta, encontrar equipes autogerenciadas cuidando de unidades
estratégicas de negócios com total autonomia e liberdade. Nessa estrutura podem existir dois
tipos de equipes: a permanente, que funciona como uma área normal; e a cruzada, que é a
união de pessoas de vários departamentos funcionais para resolver problemas mútuos.
A equipe cruzada ajuda a reduzir a barreira entre os departamentos. Além, disso, o poder
delegado à equipe reduz o tempo de reação a mudanças externas. Outro benefício é a
motivação do funcionário, pois o trabalho na equipe cruzada é mais enriquecedor.

Organização em Rede
A rede é muito mais do que “uma organização” – é uma entidade que congrega os recursos de
inúmeras pessoas e, grupos e organizações. Os participantes da rede são autônomos entre si,
mas são dependentes da rede como um todo e podem ser parte de outras redes.
A organização desagrega as suas funções tradicionais e as transfere para empresas ou unidades
separadas que são interligadas por meio de uma pequena organização coordenadora, que
passa a ser o núcleo central. A companhia central retém o aspecto essencial do negócio,
enquanto transfere para terceiros as atividades que outras companhias podem fazer melhor
(produção, vendas, engenharia, contabilidade, propaganda, distribuição, etc.). Trata-se de
uma abordagem revolucionária, as fronteiras das atividades da organização vão se diluindo e
as formas organizacionais de uma empresa vão se misturando às atividades organizacionais
de outras, tornando difícil reconhecer onde começa e onde termina a organização em termos
tradicionais.
Há vários tipos de redes, cada tipo serve para uma finalidade.

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Comissão ou Colegiado
Comitê ou comissão é a reunião de vários profissionais, normalmente com conhecimentos
multidisciplinares, para emitir, por meio de discussão organizada, uma opinião a respeito de
um assunto previamente fixado.
São formados com objetivo de apurar situações ou tomar decisões colegiadas. Não é um órgão
da estrutura organizacional e pode assumir tipos diversos: formais, informais, temporárias,
relativamente permanentes, consultivos, diretivos. Exemplos são algumas empresas (inclusive
públicas) que possuem Conselhos de Administração, Fiscais, etc.

Organização virtual
É uma estrutura que utiliza tecnologia da informação para unir, de forma dinâmica, pessoas e
demais recursos organizacionais sem tornar necessário reuni-las em um espaço físico e/ou ao
mesmo tempo para executar seus processos produtivos.
O atributo "virtual" é utilizado para denominar uma lógica organizacional na qual as fronteiras
de tempo, espaço geográfico, unidades organizacionais e acesso a informações são menos
importantes, enquanto o uso de tecnologias de comunicação e informação é considerado
altamente útil.
O grau de "virtualidade" depende da intensidade na utilização de tecnologias de informação e
comunicação para interagir com clientes externos ou internos, realizar negócios e operar como
um todo.
Uma segunda abordagem define uma organização
virtual como uma rede de organizações
independentes, que se unem em caráter temporário
através do uso de tecnologias de informação e
comunicação, visando assim obter vantagem
competitiva. A organização virtual se comporta
como uma única empresa por meio da união das
competências essenciais de seus membros, que
podem ser instituições, empresas ou pessoas
especializadas.
Toda organização virtual é uma rede organizacional, mas nem toda rede organizacional é uma
organização virtual.

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Organograma
É a representação gráfica de determinados aspectos da estrutura organizacional (a apresentação
completa da estrutura organizacional só pode ser efetuada pelo manual de organização).
No organograma, ficam claramente evidenciadas as diversas unidades organizacionais (áreas,
departamentos), sua posição relativa na estrutura geral da empresa (hierarquia, especialidade)
e suas ligações (canais de comunicação).
Podem-se ter o organograma geral da empresa e os parciais dos departamentos.
•• Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da organização,
em unidades de direção, assessorias,
conselhos, gerências, departamentos, divisões,
setores, etc.
•• Autoridade e Hierarquia: as relações entre
superior e subordinado. A quantidade de
níveis verticais mostra a cadeia de comando,
ou seja, como a autoridade está distribuída
desde o diretor que tem mais autoridade, no
topo da estrutura, até o funcionário que tem
menos autoridade, na base da estrutura.
•• Canais de comunicação: as linhas verticais e
horizontais que ligam os retângulos mostram
as relações/comunicações entre as unidades
de trabalho. A linha contínua representa
autoridade, na vertical, e coordenação na
horizontal.
Dependendo da técnica de elaboração aplicada, o Organograma poderá evidenciar, além do
tipo de trabalho desenvolvido, mais: o detalhamento do tipo de trabalho; os cargos existentes;
os nomes dos titulares das unidades; a quantidade de pessoas por unidade; a relação funcional,
além da relação hierárquica.

Tipos comuns de Organogramas


Além do organograma tradicional (estrutural), representado acima, existem outros tipos:

Organograma Linear
Mostra a distribuição de
responsabilidade e de autoridade
em uma organização. Estrutura,
resumidamente, as atividades básicas
e os tipos de decisão relacionados
a cada unidade organizacional da
empresa.

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Revela a atividade/decisão de cada posição ou cargo, mostrando quem participa e em que grau
quando uma atividade/decisão deve ocorrer na empresa.

Organograma Vertical
Identifica, de forma sequencial, os
diversos cargos de chefia de uma empresa,
preferencialmente junto com o nome básico
da unidade organizacional (departamento,
seção).

Organograma Circular (ou Radial)


Oferece um visual leve e tira o foco da
hierarquia, por isso, tende a reduzir a
possibilidade de conflitos entre superior e
subordinados, pois as linhas de autoridade
ficam difíceis de ser identificadas.
A autoridade hierárquica é representada do
centro para a periferia e, por isso, a existência
de muitos níveis hierárquicos dificulta a
elaboração.

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Slides – Estrutura Organizacional

Estrutura Organizacional
• Desenho da organização = resultado da identificação,
análise, ordenação e agrupamento das atividades, dos
recursos e das pessoas.

Estrutura Organizacional
• Inclui os sistemas de: decisão, responsabilidade,
autoridade e comunicação.
‒Formal: organograma + estatutos + regras.

‒Informal: rede de relações sociais e pessoais


o Não está no organograma, nem nas regras formais.
o Pontos positivos: complementa a estrutura formal;
proporciona maior rapidez no processo decisório; reduz
distorções da estrutura formal; reduz a carga de comunicação
dos chefes; motiva e integra as pessoas.
2

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Modelos Estruturais

Burocrático: controle, Adhocrático: pós-burocrático,


regras, verticalização, flexibilidade, downsizing,
hierarquia rígida, horizontalização, liderança
especialização, democrática, autonomia,
centralização,
autoridade formal. descentralização, cooperação,
adaptação, empowerment.
3

Modelos Estruturais
Burocracia Adhocracia
Estruturas permanentes. Estruturas temporárias e flexíveis.
Atividades rotineiras ou estáveis; minuciosa Atividades inovadoras ou não-estáveis; divisão
divisão de trabalho. do trabalho nem sempre bem definida.
Profunda normatização, regras detalhadas e
Pouca normatização, regras genéricas.
definidas pela cúpula.
Confiança nas regras e procedimentos formais. Confiança nas pessoas e nas comunicações.
Predomínio da interação vertical (superior -
Predomínio da interação horizontal; confiança
subordinado); relacionamento baseado em
e crença recíprocas.
autoridade e obediência.
Cargos generalistas (atividades diversas e
Cargos ocupados por especialistas.
amplo conhecimento).
Hierarquia rígida; tomada de decisões Hierarquia flexível; tomada de decisão
centralizada; pouca delegação. descentralizada; delegação.
4

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Fatores que influenciam a Estrutura

Tipos de Organização
• São decorrência da estrutura organizacional:
‒ autoridade, grau de delegação ou concentração de tarefas, linhas de
comando e de comunicação, centralização ou descentralização das
decisões, etc.

• Neoclássicos: Linear, Funcional, Linha-staff

• Outras: Equipes, Rede, Comissão, Virtual, etc.

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Organização Linear
• Mais simples e antiga
• Autoridade linear, única – centralizadora e generalista
• Linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade entre superior e
subordinados
• Formato piramidal

Vantagens
• Estrutura simples, de fácil compreensão e implantação;
• Clara delimitação das responsabilidades dos órgãos e uma notável
precisão da jurisdição;
• Estabilidade e disciplina.

Desvantagens
• O formalismo das relações pode levar à rigidez e à inflexibilidade;
• Chefes tornam-se generalistas e ficam sobrecarregados;
• Com o crescimento da organização, as linhas formais de
comunicação se congestionam;
• As comunicações, por serem lineares, se tornam demoradas.
8

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Organização Funcional
• Princípio funcional – especialização
• Autoridade funcional – dividida - decisões descentralizadas
• Comunicação direta – rapidez
• Subordinação múltipla

Vantagens
• Proporciona o máximo de especialização na organização;
• Permite a melhor supervisão técnica possível;
• As comunicações diretas são mais rápidas e menos sujeitas a
distorções;
• Separa as funções de planejamento e de controle das funções de
execução.

Desvantagens
• Perda da autoridade de comando;
• Subordinação múltipla - tendência à tensão e a conflitos;
• Tendência à concorrência entre os especialistas.

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Organização Linha-Staff
• Busca aproveitar as vantagens de ambas e diminuir as
respectivas desvantagens – embasamento técnico e
operacional, uso de especialistas etc.
• Separação entre execução e assessoria.
• Conflito linha-staff

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Organização por Equipes


• Usa equipes multidisciplinares como dispositivo central para
coordenar atividades;
• Desmonta barreiras departamentais e descentraliza o processo
decisório para as equipes;
‒Delega autoridade e dispersa a responsabilidade
(empowerment) em todos os níveis por meio da criação de
equipes participativas;
• Dois tipos de equipes: a permanente funciona como uma área
normal; e a cruzada, que é a união de pessoas de vários
departamentos funcionais para resolver problemas mútuos.

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Organização em rede
• Rede = entidade que congrega os recursos de inúmeras pessoas
e, grupos e organizações.
‒ Participantes são autônomos entre si, mas são dependentes da rede
como um todo e podem ser parte de outras redes.
‒ A organização transfere funções para empresas/unidades separadas;
‒ Fronteiras diluídas entre organizações: difícil reconhecer onde começa
e onde termina a organização em termos tradicionais.

13

Comissão ou Colegiado
• Conselhos, comissões comitês:
‒formados para apurar situações ou tomar decisões
colegiadas.
‒Geralmente não é um órgão da estrutura organizacional;
‒Pode assumir tipos diversos: formais, informais, temporárias,
relativamente permanentes, consultivos, diretivos.

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Virtual
• 1) Utiliza TIC para unir pessoas e demais recursos
organizacionais sem tornar necessário reuni-las em um espaço
físico e/ou ao mesmo tempo;
• 2) Rede de organizações independentes, que se unem em
caráter temporário através do uso
de tecnologias de informação e
comunicação, visando assim
obter vantagem competitiva.

• Toda organização virtual é uma rede,


mas nem toda rede é virtual.
15

Organograma
• É a representação gráfica de determinados aspectos da
estrutura organizacional.
• Mostra:
‒ Divisão do trabalho: quadros (retângulos)
representam o fracionamento da
organização – divisões, departamentos, etc.
‒ Autoridade e Hierarquia: níveis verticais.
‒ Canais de comunicação: linhas verticais
(autoridade) e horizontais (coordenação).

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Organograma

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Administração
Aula XX

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

A especialização do trabalho pode ocorrer em duas direções: vertical e horizontal.


A especialização vertical é um desdobramento da autoridade e implica o aumento de níveis
hierárquicos. A especialização horizontal ocorre quando há necessidade de um maior número
de órgãos (unidades, departamentos) especializados num mesmo nível hierárquico para facilitar
a coordenação do trabalho e dar eficiência às atividades. Departamentalização, portanto, é a
especialização horizontal.
Departamentalizar é agrupar as atividades e correspondentes recursos (humanos, materiais e
tecnológicos) em unidades, de acordo com um critério específico de homogeneidade.
O conjunto de departamentos forma a estrutura organizacional e é representado graficamente
por meio do organograma da empresa.
A departamentalização pode ocorrer em pequenas empresas, mas é uma característica típica
das médias e grandes organizações e é diretamente relacionada com a complexidade das
operações.

Princípios da Departamentalização
1. Maior uso: o departamento que utiliza mais uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição;

2. Maior interesse: o departamento que tiver mais interesse sob uma atividade deve
supervisioná-la;

3. Separação do controle: as atividades de controle devem ser autônomas, independentes e


separadas das atividades que estão sendo controladas;

4. Supressão da concorrência: eliminar a concorrência entre departamentos.


•• Diferenciação: quanto maior for a diferença entre as atividades, maior a probabilidade de
ficarem em departamentos diferentes. Exemplos de critérios: diferentes fatores humanos;
distintas tecnologias e natureza das atividades; diferentes características ambientais,
objetivos e estratégias.
•• Integração: quanto mais integradas forem as atividades (necessidade de coordenação e
economia da escala), maior é a probabilidade de estarem no mesmo departamento.

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Abordagens
Distintas abordagens podem ser utilizadas no desenho dos departamentos, sendo as mais
comuns a Funcional, a Divisional e a Matricial (somatório da funcional com a divisional). Além
dessas, há a abordagem em Equipe (equipes multifuncionais) e em Rede (redes de empresas),
as quais são explicadas no capítulo de Estrutura Organizacional.
A abordagem Funcional segue o princípio da especialização, separando departamentos de
acordo com a função desempenhada por cada um na organização (produção, finanças, RH,
vendas, etc.).
A abordagem Divisional segue o princípio das unidades de negócio autônomas (unidades
estratégicas de negócio) e cada gestor é responsável pelos resultados de sua unidade. Essa
abordagem cria departamentos autossuficientes - cada divisão possui suas próprias funções
operacionais (conjunto de especialistas, áreas funcionais), permitindo que atue de forma
praticamente autônoma, prestando contas apenas à cúpula administrativa da empresa. É
mais indicada em organizações que produzem diferentes produtos/serviços para diferentes
mercados/clientes, pois cada divisão focaliza um mercado/cliente independente. Dentro
de abordagem divisional existem variantes, que servem para alcançar diferentes resultados
esperados de uma organização e que se baseiam em: Produtos ou serviços, Localização
Geográfica, Clientes, Projetos, etc.
Essas duas abordagens definem os critérios (tipos) mais comuns de Departamentalização: por
função (funcional); por produtos e serviços; geográfica (territorial, regional); por clientes; por
processo; por projeto; matricial; mista.

Departamentalização por Função (Funcional)

É a divisão lógica de acordo com as funções especializadas que são realizadas na organização.
Cada área (departamento) passa a ser responsável por uma função organizacional específica
(Marketing, RH, Finanças, Produção, Logística, etc.).
A Departamentalização Funcional cria áreas especializadas a partir do agrupamento de
funções ou atividades semelhantes, assim, todos os especialistas em determinada função
ficam reunidos: todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabilidade, todo o pessoal de
compras, e assim por diante.
É considerado o tipo mais comum encontrado nas empresas.
A organização foca em si mesma (introversão), sendo indicada para ambientes estáveis, de
poucas mudanças, com desempenho continuado e tarefas rotineiras. É utilizada, portanto, em
empresas cujas atividades sejam bastante repetitivas, altamente especializadas e com poucas
linhas de produtos/serviços.
O administrador principal tem pleno controle dos destinos da organização, entretanto, se o
tamanho aumenta muito, certos problemas podem surgir: excessiva especialização (novas
camadas funcionais e novos cargos especializados); estrutura tende a tornar-se complexa,
piramidal e feudal, acarretando um distanciamento dos objetivos principais.

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Vantagens
•• Agrupa vários especialistas de um mesmo assunto em uma mesma unidade;
•• Estabilidade nas atividades e relacionamentos;
•• Simplifica o treinamento e orienta as pessoas para uma função específica, concentrando
sua competência e habilidades técnicas;
•• Permite economia de escala pelo uso integrado de pessoas, máquinas e produção em
massa;

Desvantagens
•• Foco na especialidade em detrimento do objetivo organizacional global (cria feudos devido
à ênfase dos funcionários na própria especialidade);
•• Comunicação e cooperação deficiente entre departamentos;
•• Inadequada para ambiente e tecnologia em constante mudança, pois dificulta a adaptação
e a flexibilidade.

Departamentalização por Produtos ou Serviços


Agrupa as atividades e decisões de acordo com os produtos ou serviços executados - todas as
atividades requeridas para suprir um produto ou serviço deverão ficar no mesmo departamento,
atuando com foco no resultado final.
É realizada quando as atividades inerentes a cada um dos produtos ou serviços possuem
diferenciações significativas e necessidades específicas e, por isso, fica mais fácil administrar
cada produto/serviço individualmente.
Indicada para circunstâncias externas e mutáveis, pois induz à cooperação entre especialistas e
à coordenação de seus esforços para um melhor desempenho do produto.

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Vantagens
•• Fortalece a especialização no produto: fixa a responsabilidade de cada departamento para
um produto/serviço ou linha de produto/serviço, pois cada uma dessas divisões funciona
como uma unidade de resultados;
•• Facilita a coordenação entre as diferentes áreas dentro de cada divisão: a preocupação
principal é o produto e as atividades das áreas envolvidas que dão pleno suporte;
•• Permite maior flexibilidade: as unidades produtivas podem ser maiores ou menores,
conforme as condições;
•• Facilita a inovação, pois requer cooperação e comunicação dos vários grupos que
contribuem para gerar o produto.
Desvantagens
•• Enfraquece a especialização funcional: dispersa os especialistas nas diversas divisões
orientadas para os produtos;
•• Gera custos operacionais elevados pela duplicidade de atividades, por isso não é indicada
para circunstâncias externas não mutáveis e para empresas com pouca variabilidade dos
produtos;
•• É difícil coordenar políticas gerais da organização;
•• Em situações de instabilidade externa, pode gerar temores e ansiedades na força de
trabalho de determinada linha de produto, em função da possibilidade de desemprego;
•• Pode desestabilizar a estrutura caso um gerente de produto adquira muito poder.

Departamentalização Geográfica (territorial, regional)

Tem ênfase territorial, na cobertura geográfica: cria departamentos tendo como critério os
locais onde o trabalho será desempenhado, ou então a área de mercado a ser servida pela
empresa. Todas atividades em determinado território são de responsabilidade de um gestor.
É utilizada geralmente por empresas que cobrem grandes áreas geográficas e cujos mercados
são extensos e diversificados (clientes e recursos dispersos), ou seja, quando as circunstâncias
externas indicam que o sucesso da organização depende particularmente do seu ajustamento
às condições e às necessidades de cada local e/ou região. A orientação da empresa, portanto, é
mercadológica (extroversão).
Exemplos: as empresas multinacionais têm este nome justamente por utilizarem a estratégia
geográfica para suas operações fora do país onde estão sediadas; lojas e empresas possuem
filiais em diversas localidades; agências bancárias; varas judiciais espalhadas pelo interior dos
estados.

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Vantagens
•• Foco mercadológico: amplia a área de atuação, atingindo maior número de clientes/
fornecedores;
•• Fortalece especialização quanto ao local: agilidade e vantagem competitiva pelo maior
conhecimento do local;
•• Permite fixar a responsabilidade de lucro e de desempenho no comportamento local ou
regional, além de encorajar os executivos a pensar em termos de sucesso de território;
•• As características da empresa podem acompanhar adequadamente as variações de
condições e características locais.
Desvantagens
•• Dificuldade de coordenar políticas gerais da organização: o enfoque territorial pode deixar
em segundo plano a coordenação da empresa como um todo (aspectos de planejamento,
execução e controle), em face do grau de liberdade e autonomia nas regiões;
•• Enfraquece especialização funcional: a preocupação estritamente territorial concentra-
se mais nos aspectos mercadológicos e de produção e quase não requer apoio dos
especialistas (staff) da matriz da empresa.
•• Duplicação de instalações e de funções;
•• Em situações de instabilidade externa em determinada região, pode gerar temores e
ansiedades na força de trabalho em função da possibilidade de desemprego ou prejuízo
funcional.

Departamentalização por Clientes


•• Agrupa as atividades de acordo com o tipo de pessoa/grupo/empresa para quem o trabalho
é executado.
•• É indicado quando a organização atende a grupos de clientes com necessidades bastante
distintas (de acordo com idade, sexo, nível socioeconômico, etc.). Cada departamento
serve a um grupo de clientes – os clientes são determinantes para o sucesso do negócio e
requerem diferentes abordagens para vendas, produtos, serviços, etc.
•• Estrutura a empresa “de fora para dentro” (extroversão), enquanto a departamentalização
funcional, por exemplo, estrutura “de dentro para fora”.

Vantagens
•• Atendimento personalizado: quando a satisfação do cliente é o aspecto mais crítico da
organização, ou seja, quando um tipo de cliente é o mais importante, e os produtos e
serviços devem ser adaptados às suas necessidades;

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•• Dispõe os executivos e todos os participantes da organização para satisfazer as necessidades
e os requisitos dos clientes;
•• Possibilita conhecimento e atendimento contínuo e rápido às necessidades específicas de
diferentes tipos de clientes.

Desvantagens
•• As demais atividades da organização – produção, finanças – podem se tornar secundárias
ou acessórias, em face da preocupação compulsiva com o cliente;
•• Os demais objetivos da organização – lucratividade, produtividade – podem ser deixados
de lado ou sacrificados;
•• Pode gerar conflitos com outras áreas em função de tratamentos preferenciais a certos
clientes.

Departamentalização por Processo


Processo é uma sequência de atividades inter-relacionadas que transforma insumos (entradas)
em produtos (saídas).
Seguindo esse conceito, a departamentalização por processos agrupa as atividades de acordo
com as etapas de um processo. Também denominada departamentalização por fases do
processo, por processamento ou por equipamento, nela cada departamento é responsável por
uma fase do processo.
Ela é utilizada quando o produto final é tão complexo que se faz necessário fabricá-lo a partir
da divisão em processos menores, com linhas de produção distintas. Ela representa a influência
da tecnologia utilizada pela empresa em sua estrutura organizacional.
Os departamentos funcionam como elos de uma corrente, interligando as etapas de produção
do início ao fim do processo. O resultado é uma estrutura horizontal direcionada para o
atendimento das necessidades dos clientes.
A principal característica da organização por processos é ação coordenada entre os
departamentos - as funções trabalham de forma coordenada, por meio de comunicação entre
todos os departamentos envolvidos, para aumentar a eficiência ao longo de todo o processo.
Exemplo: indústria automobilística - uma linha de produção é um arranjo físico de máquinas e
equipamentos. Essa linha define o agrupamento de pessoas e de materiais para processar as
operações.

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A departamentalização por Processos é semelhante à por produtos/serviços. A diferença


é que na departamentalização por produtos/serviços o foco é o produto final, enquanto na
abordagem por processos são focados os fluxos de trabalho em si, cada um gerando partes do
produto final.

Vantagens
•• Fixa a responsabilidade e a união dos esforços dos em determinado processo;
•• Extrai vantagens econômicas oferecidas pela própria natureza do equipamento ou da
tecnologia. A tecnologia passa a ser o foco e o ponto de referência para o agrupamento
de unidades e posições.
•• Maior especificação dos recursos alocados;
•• Possibilidade de comunicação mais rápida de informações técnicas;
•• Melhor coordenação e avaliação de cada parte do processo;
•• Maiores níveis de produtividade e de qualidade.

Desvantagens
•• Possibilidade de perda da visão global da interligação entre diferentes processos.
•• Quando a tecnologia utilizada sofre mudanças e desenvolvimento revolucionários, a
ponto de alterar profundamente os processos;
•• Deve haver especial cuidado com a coordenação dos distintos processos.

Departamentalização por Projeto

Projeto é a união temporária de recursos (pessoas, materiais, finanças, tecnologia) para atingir
um objetivo, sendo realizado conforme parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos e
qualidade. Em outras palavras, projeto é um trabalho específico, com prazo para acabar e que,
para sua realização, exige um esforço concentrado de pessoas e recursos sob a responsabilidade
de um coordenador (gerente do projeto).
Exemplos de projetos: estádios de futebol, prédios, pontes, estradas, desenvolvimento de
novas tecnologias, etc.
A departamentalização por projetos, portanto, é utilizada em empresas cujos produtos/serviços
são complexos e envolvem grandes concentrações de recursos por um determinado tempo,
que exigem tecnologia sofisticada, especialistas de diversas áreas e grande coordenação das
atividades (por exemplo, uma construtora que realiza inúmeras obras ao mesmo tempo). É
uma estrutura organizacional flexível/mutável - capaz de adaptar-se às necessidades de cada
projeto – e focada em resultados.

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A departamentalização por Processos é semelhante à por produtos/serviços. A diferença
é que na departamentalização por produtos/serviços o foco é o produto final, enquanto na
abordagem por processos são focados os fluxos de trabalho em si, cada um gerando partes do
produto final.

Vantagens
•• Foco no resultado – permite melhor atendimento das necessidades dos clientes;
•• Alta responsabilização e engajamento da equipe e do gerente de projetos;
•• Permite a concentração de recursos e especialistas para realizar um trabalho complexo;
•• É uma estrutura organizacional flexível e mutável, que se adapta às necessidades de cada
projeto;
•• Melhoria no controle da execução – cumprimento de prazos e orçamentos.

Desvantagens
•• Isolamento da equipe no seu projeto - como cada equipe está focada em seu próprio
projeto, não há comprometimento com a empresa e há dificuldade de comunicação entre
os projetos realizados pela organização (dificuldade de coordenar políticas gerais);
•• Em projetos muito grandes, podem ocorrer dificuldades no gerenciamento da equipe;
•• Duplicação de esforços quando dois ou mais especialistas trabalham em um mesmo
problema ou assunto, mas em projetos diferentes;
•• Cada projeto é único, inédito, e envolve muitas habilidades e conhecimentos dispersos na
empresa ao longo de seu ciclo de execução. Assim, quando termina uma fase, ou mesmo
o projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal ou a paralisar máquinas e
equipamentos se não tiver outro projeto em vista;

Departamentalização Matricial

Chama-se matricial, pois combina dois ou mais tipos de departamentalização, formando uma
grade, conforme a figura a seguir.
Pode ser definida, também, como a combinação da abordagem divisional com a funcional, ou
então, conforme o tipo mais comum, a combinação da departamentalização funcional com a
de projetos.

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Do ponto de vista evolutivo, a departamentalização matricial surgiu porque as formas


tradicionais não eram eficazes para lidar com atividades complexas, envolvendo varias áreas do
conhecimento e prazos determinados para sua realização. O desenho em matriz permite extrair
vantagens e minimizar as fraquezas de ambas as estruturas (funcional e de produto/projeto).
As unidades de trabalho são os projetos, enquanto os órgãos permanentes (funcionais) atuam
como prestadores de serviços, cedendo pessoas e outros recursos. Como a organização de cada
projeto é temporária, após sua conclusão, as pessoas são alocadas em novos projetos ou então
ficam exclusivamente em suas áreas funcionais.
Por ser uma estrutura híbrida, cada departamento passa a ter uma dupla subordinação (segue
orientação dos gerentes funcionais e dos gerentes de produto/projeto simultaneamente), com
isso, o princípio da unidade de comando deixa de existir.
A autonomia e o poder relativo de cada gestor seriam decorrentes da ênfase dada pela empresa
aos projetos ou às funções tradicionais, gerando três possíveis estruturas:
•• Matricial forte: ênfase nos projetos: possui muitas das características da organização
por projeto. Podem ter gerentes de projetos com autoridade considerável e pessoal
trabalhando para o projeto em tempo integral. O poder do gerente do projeto é soberano e
as atividades funcionais ordinárias (RH, Marketing, etc.) ficam em segundo plano (quando
não são terceirizadas).
•• Balanceada: embora reconheça a necessidade de um gerente de projetos, não fornece a
ele autoridade total e os recursos financeiros do projeto.
•• Matricial fraca: ênfase funcional: mantém muitas das características de uma organização
funcional e a função do gerente de projetos é mais parecida com a de um coordenador ou
facilitador que com a de um gerente. Os gerentes funcionais possuem mais poder que os
de projeto, criando grandes conflitos e dificultando o alcance dos resultados.
O quadro a seguir mostra as características das estruturas funcional, matricial e de projetos.

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Vantagens
•• Maior versatilidade e otimização dos recursos;
•• Forma efetiva para conseguir resultados ou resolver problemas complexos;
•• Mais fortemente orientada para resultados;
•• Maior grau de especialização.

Desvantagens
•• Ambiguidade de papéis e relações das pessoas - conflito de interesses entre linha e projeto;
•• Duplicidade de autoridade e comando.

Departamentalização Mista
É praticamente impossível encontrar, na prática, a aplicação pura de um único tipo de
departamentalização em toda uma empresa. Geralmente encontrar-se uma reunião de diversos
tipos de departamentalização (abordagem multidivisional) em todos os níveis hierárquicos, a
qual se denomina Departamentalização Mista ou Combinada.

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Há outros tipos menos difundidos de departamentalização (por quantidade, por turno, por
área do conhecimento etc.), que acabam sendo cópias conceituais dos apresentados aqui e,
por isso, não foram detalhados.

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Slides – Departamentalização

Departamentalização  
• O  que  é  departamentalizar;  

• Tipos  de  departamentalização;  

• Vantagens  e  desvantagens  de  cada  ;po.  

Departamentalização  

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Departamentalização  
Departamentalizar  é  agrupar  as  a1vidades  e  
correspondentes  recursos  (humanos,  materiais  e  
tecnológicos)  em  unidades,  de  acordo  com  um  critério  
específico  de  homogeneidade.  

• Pode  ocorrer  em  pequenas  empresas,  mas  é  uma  caracterís9ca  


:pica  das  médias  e  grandes  organizações;  
‒ Diretamente  relacionada  à  complexidade  das  a9vidades.  

Departamentalização  
Princípios:   Tipos/critérios:  
1-­‐  Maior  uso   •  Funcional  
2-­‐  Maior  interesse   •  Produtos  ou  Serviços  
3-­‐  Separação  do  controle   •  Geográfica/Territorial  
4-­‐  Supressão  da  concorrência    
•  Clientes  
•  Processos  
Abordagens:   •  Projetos  
1  –  Funcional:  especialização  por  função   •  Matricial  e  Mista  
2  –  Divisional:  unidades  autônomas  –   (mulAdivisional)  
divisão  por  objeAvo/finalidade  
•  Outros:  quanAdade,  turno  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1197
 
Departamentalização  por  função  (funcional)  
•    Considerado  o  8po  mais  comum.  
•  Segue  o  princípio  da  especialização:  agrupa  as  a8vidades  de  acordo  com  
as  funções  especializadas  desenvolvidas  dentro  da  organização.    
•  Indicada  para  situações  estáveis:  poucos  8pos  de  produtos,  a8vidades  
repe88vas  e  altamente  especializadas,  com  pouca  mudança  e  pouca  
necessidade  de  integração.  

Departamentalização  funcional  

• Vantagens:  
‒ Especialização:  agrupa  vários  especialistas  e  garante  pleno  
uso  das  habilidades  técnicas  das  pessoas;  
‒ Estabilidade  nas  a@vidades  e  relacionamentos;  
‒ Simplifica  o  treinamento  e  orienta  as  pessoas  para  uma  
a@vidade  específica,  concentrando  suas  competências.  
‒ Permite  economia  de  escala  pelo  uso  integrado  de  pessoas,  
máquinas  e  produção  em  massa;  

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Departamentalização  funcional  

• Desvantagens:  
‒ Visão  parcial  da  organização:  foco  na  especialidade  em  
detrimento  do  obje<vo  organizacional  global;  
‒ Reduz  a  cooperação  e  comunicação  interdepartamental  –  a  
ênfase  na  própria  área  cria  feudos  de  especialização;  
‒ Dificulta  a  adaptação  e  a  flexibilidade:  inadequada  para  ambiente  
e  tecnologia  em  constante  mudança;  
‒ Se  o  tamanho  aumenta  muito,  pode  ocorrer  excessiva  
especialização  (novas  camadas  funcionais  e  novos  cargos  
especializados),  tornando  a  estrutura  complexa.  
7

 
Departamentalização  por  produtos  ou  serviços  
•    Orientada  para  resultados  dos  produtos/serviços.  
•  Indicada  quando  as  a:vidades  inerentes  a  cada  um  dos  produtos  ou  
serviços  possuem  diferenciações  significa:vas  e,  por  isso,  fica  mais  fácil  
administrar  cada  produto/serviço  individualmente.  
•  Indicada  para  circunstâncias  externas  mutáveis.  

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Departamentalização  por  produtos  ou  serviços  
• Vantagens:  
‒ Fortalece  especialização  no  produto:  fixa  a  responsabilidade  de  
cada  departamento  para  um  produto/serviço  ou  linha  de  
produto/serviço;  
‒ Facilita  a  coordenação  interdepartamental  dentro  da  divisão  –  a  
preocupação  principal  é  o  produto;  
‒ Permite  maior  flexibilidade:  as  unidades  produDvas  podem  ser  
maiores  ou  menores,  conforme  as  condições;  
‒ Facilita  a  inovação,  pois  requer  cooperação  e  comunicação  dos  
vários  grupos  que  contribuem  para  gerar  o  produto;  

Departamentalização  por  produtos  ou  serviços  


• Desvantagens:  
‒ Enfraquece  especialização  funcional:  dispersa  os  especialistas;  
‒ Duplicidade  de  a<vidades  em  cada  linha  de  produto  –  aumenta  
custos  operacionais;  
‒ Dificuldade  de  coordenar  polí<cas  gerais  da  organização;  
‒ Em  situações  de  instabilidade  externa,  pode  gerar  temores  e  
ansiedades  na  força  de  trabalho,  em  função  da  possibilidade  de  
desemprego;  
‒ Pode  desestabilizar  a  estrutura  caso  um  gerente  de  produto  
adquira  muito  poder.  

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Departamentalização  geográfica  (territorial)  
 •  Ênfase  territorial  –  cobertura  geográfica:  departamentos  
de  acordo  com  o  local  de  trabalho  será  desempenhado,  ou  então  a  
área  de  mercado  que  será  atendida  pela  empresa.  
‒ Todas  aDvidades  em  determinado  território  são  de  responsabilidade  
de  um  departamento/gestor.  
•  Indicada  quando  o  sucesso  da  organização  depende  do  ajuste  às  
condições  e  às  necessidades  de  cada  local  e/ou  região.  

11

Departamentalização  geográfica  
• Vantagens:  
‒ Foco  mercadológico:  amplia  a  área  de  atuação,  a=ngindo  maior  
número  de  clientes  /  fornecedores;  
‒ Fortalece  especialização  quanto  ao  local:  agilidade  e  vantagem  
compe==va  pelo  maior  conhecimento  do  local;  
‒ Permite  fixar  a  responsabilidade  de  lucro  e  de  desempenho  no  
comportamento  local;  
‒ Ações  mais  rápidas:  as  caracterís=cas  da  empresa  podem  acompanhar  
adequadamente  as  variações  locais.  
• Desvantagens:  
‒ Dificuldade  de  coordenar  polí=cas  gerais  da  organização;  
‒ Enfraquece  especialização  funcional;  
‒ Duplicação  de  instalações  e  de  funções;  
‒ Instabilidade  local  causa  temores.  
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Departamentalização  por  Clientes  
 •  Ênfase  nas  necessidades  de  cada  6po  de  cliente:  caracterís6cas  da  
pessoa/grupo/empresa  para  quem  o  trabalho  é  executado.  
•  Indicada  quando  a  organização  atende  a  grupos  de  clientes  com  
necessidades  bastante  dis6ntas  (de  acordo  com  idade,  sexo,  nível  
socioeconômico,  etc.)  
•  Estruturação  “de  fora  pra  dentro”.  

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Departamentalização  por  Clientes  


• Vantagens:  
‒ Atendimento  personalizado,  conforme  o  ;po  de  cliente;  
‒ Concentração  de  recursos  e  conhecimentos  sobre  as  dis;ntas  
necessidades  e  exigências  dos  clientes.  
‒ Atendimento  conCnuo  e  rápido  às  necessidades  específicas  de  
diferentes  ;pos  de  clientes.  
• Desvantagens:  
‒ As  demais  a;vidades  da  organização  (produção,  finanças)  podem  se  
tornar  secundárias,  devido  à  preocupação  compulsiva  com  o  cliente;  
‒ Os  demais  obje;vos  da  organização  (lucra;vidade,  produ;vidade)  
podem  ser  deixados  de  lado  ou  sacrificados.  
‒ Pode  gerar  conflitos  com  outras  áreas  em  função  de  tratamentos  
preferenciais  a  certos  clientes.  
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Departamentalização  por  Processo  
  a4vidades  são  agrupadas  de  acordo  com  as  etapas  de  um  
• As  
processo  –  elos  de  uma  corrente.  
• É  u4lizada  quando  o  produto  final  é  tão  complexo  que  se  faz  
necessário  fabricá-­‐lo  a  par4r  da  divisão  em  processos  menores.  
• Estrutura  horizontal  –  coordenação  das  a4vidades.  

15

Departamentalização  por  Processo  


• Vantagens:  
‒ Fixa  a  responsabilidade  e  gera  união  dos  esforços  do  departamento  
em  determinado  processo;  
‒ Melhor  uso  da  tecnologia;  
‒ Maior  especificação  dos  recursos  alocados;  
‒ Comunicação  mais  rápida;  
‒ Melhor  coordenação  e  avaliação  de  cada  parte  do  processo;  
‒ Maiores  níveis  de  produEvidade  e  de  qualidade.  
• Desvantagens:  
‒ Pode  ocorrer  a  perda  da  visão  global  da  interligação  ou  da  
coordenação  entre  diferentes  processos.  
‒ Quando  a  tecnologia  uElizada  sofre  mudanças  extremas,  a  ponto  de  
alterar  profundamente  o  processo,  este  Epo  de  departamentalização  
mostra-­‐se  pouco  flexível  e  adaptaEvo.   16

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Departamentalização  por  Projeto  
 •  Projeto  =  união  de  recursos  por  um  período  específico,  para  realizar  um  
trabalho  específico,  sob  a  responsabilidade  de  um  coordenador.  
•  Indicada  para  produtos/serviços  complexos,  que  envolvem  grandes  
concentrações  de  recursos  por  um  determinado  tempo,  que  exigem  
tecnologia  sofisDcada,  especialistas  de  diversas  áreas  e  grande  
coordenação  das  aDvidades.    
‒ É  uma  estrutura  organizacional  flexível;  
‒ As  aDvidades  e  as  pessoas  são  temporárias.  

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Departamentalização  por  Projeto  


• Vantagens:  
‒ Foco  no  resultado;  
‒ Alta  responsabilização  e  engajamento  da  equipe  e  do  gerente;  
‒ Permite  a  concentração  de  recursos  e  especialistas  para  realizar  um  
trabalho  complexo;  
‒ Flexibilidade  -­‐  capaz  de  adaptar-­‐se  às  necessidades  de  cada  projeto;  
‒ Melhoria  no  controle  da  execução  –  prazos,  orçamento,  qualidade.  

• Desvantagens:    
‒ Isolamento  das  equipes  nos  projetos  –  falta  de  compromisso  com  a  
empresa  e  de  comunicação  entre  projetos;  
‒ Dificuldades  no  gerenciamento  da  equipe  em  grandes  projetos;  
‒ Duplicação  de  esforços/especialistas;  
‒ Incertezas  quanto  ao  futuro  quando  acaba  um  projeto.  

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Departamentalização  Matricial  
•  Sobreposição  de  dois  ou  mais  7pos  de  departamentalização.  
•  Combina  dois  7pos  de  estrutura:  abordagem  divisional  e  funcional.  
‒ Tipo  mais  comum:  funcional  +  projetos.  

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Departamentalização  Matricial  
•  Surgiu  porque  as  formas  tradicionais  não  eram  eficazes  em  
a:vidades  complexas,  envolvendo  várias  áreas  do  conhecimento  e  
prazos  restritos.  
•  Busca  aproveitar  vantagens  e  minimizar  desvantagens  das  
estruturas  simples;  
•  As  unidades  de  trabalho  são  os  projetos,  enquanto  os  órgãos  
permanentes  (funcionais)  atuam  como  prestadores  de  serviços;  
‒ Alocação  temporária  de  pessoas  nos  projetos.  
•  Dupla  subordinação:  
‒ Balanceada:  autoridade  dividida  
‒ Forte  -­‐  de  projetos:  maior  autoridade  para  o  gerente  de  projetos  
‒ Fraca  -­‐  funcional:  maior  autoridade  para  o  gerente  funcional  20

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Departamentalização  Matricial  

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Departamentalização  Matricial  
• Vantagens  
‒ Maior  versa7lidade  e  o7mização  dos  recursos  humanos;  
‒ Forma  efe7va  para  conseguir  resultados  ou  resolver  problemas  
complexos;  
‒ Mais  fortemente  orientada  para  resultados;  
‒ Maior  grau  de  especialização  nas  a7vidades.  
• Desvantagens  
‒ Dupla  subordinação:    
o  Conflito  linha/projeto  –  ambiguidade  de  papéis  das  pessoas.  
o  Duplicidade  de  autoridade  e  comando.  

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Abordagem  Mul.divisional  
Departamentalização  Mista  

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Administração
Aula XX

CULTURA ORGANIZACIONAL

Organizações são agrupamentos de pessoas e de recursos realizando atividades a fim de


alcançar objetivos comuns. Uma organização tem uma razão de ser, uma missão, e para que
esta seja executada com mais eficiência é necessário que haja uma relação estável entre as
estratégias, as decisões, as atividades e os recursos disponíveis.
Uma organização é o resultado de como seus membros pensam, sentem e agem.

Sabe-se que as atividades variam de uma organização para outra. Também é notório que
há relações espontâneas que ocorrem em toda atividade humana, sem qualquer objetivo
determinado, consciente ou preciso. O trabalho, por ser uma atividade tipicamente grupal,
engloba essas duas faces das organizações: as relações formais e informais.
A partir dessa abordagem, pode-se concluir que cada organização é um sistema social complexo,
com características próprias, únicas, que são aprendidas e compartilhadas por um grupo de
pessoas. Isso é a Cultura Organizacional.
Todas as organizações desenvolvem uma cultura (sua própria cultura, sua identidade).
O elemento mais simples e mais explícito da cultura, que exemplifica esse processo, é a
linguagem: todos os grupos desenvolvem uma linguagem particular.
Exemplo: estudantes de Administração lidam com palavras como feedback, benchmark,
empowerment. Quem reconhece essas palavras, inconscientemente, está aculturado em
Administração. Para um estudante de Direito, porém, essas palavras podem não ter significado
algum, o que exemplifica o contraste entre as culturas.
As pessoas que integram um grupo nem sempre têm consciência de seus próprios valores
culturais. Para um observador externo, no entanto, alguns desses valores são evidentes.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1209
Importante ressaltar que Cultura Organizacional é um conceito descritivo, ou seja, se refere à
forma como os funcionários percebem as características da organização, e não ao fato de eles
gostarem ou não delas. Isso diferencia o conceito de Cultura do conceito de Satisfação no trabalho
(que é avaliativo).

Principais Definições
Diversos autores pesquisaram e apresentaram suas visões do que é cultura e qual seu impacto nas
organizações.
As teorias podem ser enquadradas em dois grandes grupos (ou visões):

Edgar Schein é um dos autores mais bem conceituados na literatura de cultura organizacional.
Ele acredita que a
“[…] cultura organizacional é o modelo de pressupostos básicos que um
grupo assimilou na medida em que resolveu os seus problemas de adaptação
externa e integração interna e que, por ter sido suficientemente eficaz, foi
considerado válido e repassado (ensinado) aos demais (novos) membros
como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles
problemas.”

Ele sugere que a cultura serve para a sobrevivência da organização, uma vez que possibilita
a adaptação ao meio ambiente estratégico e a coordenação das atividades internas. Se a
adaptação for bem sucedida, a tendência será evoluir na mesma direção. Caso contrário, a
tendência será a correção para outra direção.
É necessário, portanto, avaliar se os paradigmas culturais de uma organização apoiam ou
impedem os seus objetivos e estratégias.
Geert Hofstede, outro autor de destaque, conclui que a cultura organizacional
“[...] pode ser definida como a programação coletiva da mente que distingue
os membros de uma organização dos de outra”.

Para ele, a cultura organizacional é:


•• Holística: uma visão do todo – o todo é mais do que a simples soma das partes, pois a
cultura é um conjunto riquíssimo, fruto das relações, conhecimentos, experiências etc. das
pessoas da organização;
•• Determinada historicamente: reflete a história da organização, desde seus fundadores até
os dias atuais;

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Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

•• Relacionada com os estudos de antropólogos: heróis, rituais e símbolos coletivos;


•• Construída socialmente: criada e preservada pelas pessoas que em grupo formam a
organização;
•• Difícil de mudar: embora não haja acordo sobre o grau de dificuldade.
Outros autores trazem as seguintes definições sobre a Cultura Organizacional:
•• O repertório de experiências, conhecimentos e valores que se desenvolvem e que são
transmitidos aos novos integrantes.
•• Padrão de crenças e valores compartilhados que ajuda os indivíduos a compreender
o funcionamento organizacional e, além disso, proporciona aos mesmos normas de
comportamento a serem seguidas dentro da organização.
•• Conjunto de hábitos, crenças, símbolos, tradições, interações e relacionamentos sociais,
estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhadas por
todos os membros da organização. Representa a maneira tradicional/costumeira de
pensar e orienta o comportamento de seus membros.
•• Conjunto de fenômenos resultantes da ação humana, visualizada dentro das fronteiras
de um sistema, sendo composta de três elementos: a tecnologia, os preceitos e o
caráter.
•• Tecnologia é o conjunto de instrumentos e processos utilizados no trabalho organizacional,
inclusive em suas relações com o ambiente externo, incluindo-se aí: máquinas,
equipamentos, divisão de tarefas, estrutura de funções, leiaute, racionalização do trabalho,
recursos materiais, cronogramas, redes de comunicações, linguagem etc.;
•• Preceitos são os regulamentos e valores, explícitos e implícitos, que regem a vida
organizacional, incluindo-se aí: política administrativa, costumes sociais, estilos de gerência,
rituais, cerimônias, tabus, tradições, dogmas, padrões de conduta esperada etc.;
•• Caráter é o conjunto das manifestações espontâneas dos indivíduos que compõem a
organização: alegria, agressividade, medo, tensão, entusiasmo, carinho, apatia, etc.
A cultura é algo presente na estrutura, nos processos e nas pessoas de uma organização,
interferindo de forma determinante no seu desempenho. Tais características tornam a cultura
muito difícil de sofrer mudanças – mas não é impossível mudá-la.
No processo de análise da cultura organizacional é importante destacar que nenhuma
organização é igual à outra, ou seja, cada uma possui sua própria identidade. Existem, por
exemplo, culturas conservadoras, que se caracterizam por sua rigidez e tradição, e culturas
adaptativas, que são flexíveis e maleáveis.

Formação e Desenvolvimento
A cultura permeia toda organização, desde o recrutamento e a seleção de candidatos até os
estilos de gestão e as decisões estratégicas.
Ela é uma percepção comum mantida pelos membros da organização e é transmitida através
de seus elementos, que podem ser mais ou menos visíveis, formais ou informais, de acordo
com sua influência sobre os integrantes da instituição.

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Criação
Os fundadores são os principais responsáveis pela criação da cultura, pois têm a visão daquilo
que a organização deve ser. Fundadores:
1. Contratam/mantêm funcionários que pensem da mesma forma que eles;
2. Doutrinam e socializam esses funcionários;
3. Agem como modelo que encoraja os funcionários a assimilarem valores e premissas.

Desenvolvimento
São as práticas da organização que visam a manter a cultura viva: histórias (relatos), rituais
(atividades), símbolos (objetos, ações com significados especiais), linguagem (símbolos
verbais), dentre outras formas.
Os líderes, devido ao seu poder, colaboram fortemente na disseminação da cultura.
Outra forma de manter a cultura é a socialização (ou aculturação), definida como o processo
pelo qual os indivíduos aprendem a maneira de ser, de fazer e de agir em uma sociedade, ou
organização. Pode ser dividida em três estágios:
1. Pré-chegada (expectativa e preparação) – é o reconhecimento de que cada indivíduo chega
com um conjunto de valores, atitudes e expectativas.
2. Encontro (ingresso) – o novo membro vê o que a empresa é realmente e confronta a
possibilidade de que as expectativas (sobre o trabalho, os colegas, o chefe e a organização
de maneira geral) e a realidade podem não ser as mesmas.
3. Metamorfose (ajustamento e integração) – ele resolve os possíveis problemas surgidos no
estágio do encontro e as mudanças acontecem para se adaptar aos valores e normas de
seu grupo.
Para Schein, as organizações desenvolvem suas próprias culturas por meio de 3 aspectos:
a) pela manutenção dos elementos da cultura que estão relacionados ao sucesso da
organização;
b) pelo alinhamento das várias subculturas;
c) pela identificação e mudança dos elementos menos funcionais, à medida que as condições
do ambiente externo mudam (dinamismo).

Opções de socialização
•• Formal – diferenciação explícita dos novatos (ex: programas de integração e orientação) ou
Informal – coloca o novato em seu cargo com pouca ou nenhuma atenção especial.
•• Coletiva (processados por um conjunto idêntico de experiências – serviço militar) ou
Individual.
•• Uniforme (fixa – estágios padronizados de transição da etapa de entrante para a etapa de
funcionário) ou variável.

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•• Seriada (papéis de encorajamento – programas de aprendizagem, tutoria) ou randômica


(aleatória – os novos funcionários ficam à vontade para atuar por conta própria).
•• Reforço (investidura – reforça certas características e atitudes) ou eliminação (despojamento
– neutraliza características indesejáveis.

Métodos de Socialização
•• Processo seletivo;
•• Conteúdo do cargo;
•• Supervisor como tutor;
•• Equipe de trabalho;
•• Programa de integração (indução).

A Fábula dos Macacos


A seguir, uma pequena história para ajudar a retratar como funciona a criação e o
desenvolvimento (aprofundamento) de uma cultura organizacional:
Um grupo de cientistas e pesquisadores colocou cinco macacos numa jaula. No meio da jaula
colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
Quando um macaco subia a escada para pegar as bananas, um jato de água gelada era jogado
nos que estavam no chão, causando-lhes grande incômodo. Depois de certo tempo, quando
um macaco subia a escada para pegar as bananas, os outros que estavam no chão o pegavam
e o enchiam de pancada. Passou mais um tempo e nenhum macaco tinha coragem de subir a
escada, apesar da tentação das bananas.
Então substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a
escada, sendo prontamente retirado e surrado pelos outros. Depois de algumas surras, o novo
integrante do grupo não subia mais a escada.
Um segundo substituto foi colocado na jaula e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto
participado com entusiasmo da surra ao novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto e, finalmente, o último dos cinco macacos iniciais foi substituído. Os pesquisadores
então tinham na jaula um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um jato
de água gelada, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Se fosse possível perguntar aos macacos por que eles batiam em quem tentasse subir a escada,
com certeza, dentre as respostas, a mais frequente seria: “– Não sei, mas as coisas sempre
foram assim por aqui."

Características Gerais
Com base nas definições de diversos autores, pode-se exemplificar as seguintes características:
•• Estabilidade Estrutural – para algo se tornar cultural, além de ser compartilhado com os
integrantes do grupo, precisa ser reconhecido como estável.

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•• Profundidade – é a parte inconsciente para o grupo, sendo menos tangível e menos visível
que outros aspectos desse grupo.
•• Largura – é penetrante e influencia todos os aspectos de como a organização procede com
suas atividades, seus vários ambientes e operações internas.
•• Padrão ou Integração – sugere que os rituais, o clima, os valores e os comportamentos
formam um conjunto coerente; esse padrão ou integração é a essência da cultura.
•• Determinada historicamente (pelos fundadores e líderes).
•• Construída socialmente: criada e preservada pelas pessoas da organização.
•• Cada organização forma a sua própria cultura.
•• Não é inata, é aprendida.
•• Não é estática, é dinâmica.
•• Composta por normas formais e informais.
•• Representa a maneira tradicional e costumeira de pensar.
•• Orienta o comportamento das pessoas – padrão(ões).
•• Interfere no desempenho.
•• Difícil de mudar, mas não há acordo sobre o grau de dificuldade.
Importante: não existe a cultura melhor ou pior, a certa ou a errada – é necessário avaliar se a
cultura de uma organização apoia ou impede os seus objetivos e estratégias.

Componentes (Elementos) e Níveis


A análise da cultura organizacional é uma tarefa complexa, porque nem todos os seus elementos
são visíveis.
Para se conhecer uma cultura, é necessário diagnosticá-la de acordo com os diferentes níveis
de seus elementos. O nível é o grau no qual o elemento cultural é visível ao observador.
Os componentes que se situam no nível mais externo são os que se podem observar
diretamente. Os componentes que se situam nos níveis mais profundos não se revelam
diretamente à observação e são mais difíceis de analisar.

Modelo do Iceberg
Uma das formas de expressar os níveis é pela figura do iceberg: a parte na superfície da água
é facilmente visível; já a parte inferior, oculta sob a água, está fora da visão e depende de um
estudo mais aprofundado para ser identificada.

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Aspectos formais são facilmente perceptíveis e publicamente observáveis. Geralmente são


ditados pela estratégia e decorrem da estrutura organizacional e das atividades. Ex.: missão,
visão, objetivos, estratégias, políticas, regras, organograma, cargos, métodos e procedimentos,
tecnologia, medidas de produtividade física e financeira etc.
Já os aspectos informais são componentes ocultos. São manifestações tangíveis ou intangíveis
de valores compartilhados pelos membros da organização. Não estão registrados em manuais,
tampouco em organogramas, pois são aspectos sociais e psicológicos. Variam de valores muito
específicos de certos grupos até os que são guias gerais de comportamento. Dentre estes
componentes pode-se citar: percepções, sentimentos, atitudes, valores, padrões de influência
e poder, expectativas, interações informais, normas grupais etc.
Alguns autores estimam que o nível externo (visível – formal) corresponde a apenas 10% a 20%
da cultura. Os 80% ou 90% restantes advém da organização informal.

Modelo de Schein
Artefatos, Valores compartilhados e Pressuposições básicas são os três níveis definidos por
Schein, que vão desde o muito visível ao muito tácito e invisível.

Artefatos (superficial, observável)

Esse primeiro nível da cultura é


composto pelos fenômenos que
são vistos, sentidos e ouvidos ao se
deparar com um novo grupo. São os
sintomas da cultura desse grupo.
São considerados artefatos: organiza-
ção do ambiente físico, arquitetura,
linguagem, tecnologia, produtos, cria-

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ções artísticas, modos de vestir, discursos, maneiras de demonstrar emoções, mitos, heróis,
histórias, lemas, cerimônias, padrões de comportamento visíveis, processos organizacionais,
dentre outros.
Interessante saber que, apesar de ser fácil de ser observar, às vezes são difíceis de interpretar
por um observador externo que não conhece o histórico da organização.

Valores compartilhados (justificativas da organização)


É o segundo nível, um pouco menos perceptível. São os processos conscientes de pensamento
que justificam as decisões e ações. Funcionam como justificativas aceitas por todos os membros
e definem por que as pessoas fazem o que fazem.
Este nível já não é tão visível, e para identificá-lo é necessário maior tempo de convívio, ou
entrevistas com alguns membros da organização, ou análise de documentos.
Valores se originam a partir de um processo de transformação cognitiva, muitas vezes criados
originalmente pelos fundadores da organização, ou pelas lideranças. Ex.: ao se deparar com
uma situação nova, o grupo irá acatar a solução proposta pelo líder. Se funcionar e se o grupo
compartilhar a percepção de sucesso, este valor se transformará num valor compartilhado.
Na sequência, se as ações baseadas no valor continuarem a proporcionar sucesso, ele se
transformará em um pressuposto compartilhado (nível 3).
São conscientes enquanto podem ser debatidos, testados e contestados. Quando são
“automáticos / inconscientes” passam ao 3º nível.

Pressuposições básicas (pressupostos, inconsciente)


É o nível mais profundo, íntimo e oculto, onde reside a essência da cultura.
São as crenças inconscientes, verdades implícitas, percepções e sentimentos nos quais as
pessoas acreditam. Formadas a partir das experiências vividas em conjunto, esse processo
resulta nos mitos e crenças não confirmadas, porém aceitas sem questionamento ou análise.
Uma vez que um grupo desenvolve um conjunto de tais pressupostos, as pessoas ficarão
mais confortáveis ao conviver com outras do mesmo grupo e desconfortáveis em grupos com
outros pressupostos (pois elas não entenderão o que está acontecendo ou perceberão as ações
erroneamente).

Modelo de Hofstede
É composto por quatro elementos.
Os símbolos, heróis e rituais constituem as práticas da
organização, as manifestações visíveis que são resultado
dessa cultura. O núcleo da cultura (que explica as ações) é
formado pelos valores.

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Tanto Hofstede como Schein afirmam que há elementos na cultura que só podem ser decifrados
a partir da convivência com os grupos.
•• Símbolos – compreendem as palavras, gestos, ações e objetos que têm significado especial
dentro da organização.
•• Heróis – personagens vivas ou mortas, reais ou imaginárias, revestidas de prestígio na
cultura, frequentemente lembradas e que servem de modelo (positivo ou negativo) de
comportamento para seus membros.
•• Rituais – atividades coletivas, muitas vezes supérfluas do ponto de vista técnico, mas so-
cialmente indispensáveis.
•• Valores – sentimentos raramente discutíveis, quase sempre inconscientes e não direta-
mente observáveis, mas revelados através de comportamentos alternativos.

Modelo de Maximiano
Percebe-se, pelo modelo de Maximiano, que o nível mais externo (facilmente visível) é
composto pelos artefatos, pela linguagem e pelos hábitos comuns das pessoas.
O nível mais profundo (que não se revelam facilmente e são difíceis de analisar) são os valores
e crenças.Os elementos da cultura, segundo o autor, são:

1. Artefatos: componentes mais visíveis


da uma cultura - arquitetura, veículos,
roupas, produtos etc.

2. Tecnologia: as organizações transformam


o conhecimento e a experiência em
recursos, produtos e serviços. Tecnologia
é esse repertório de conhecimentos
utilizados pelas pessoas e organizações
para resolver problemas.

3. Símbolos: comportamentos e objetos


que carregam e transmitem mensagens
e significados dentro de uma cultura organizacional - cerimônias, rituais, histórias, mitos,
imagens, hábitos, linguagem, arquitetura, vestuário etc.

4. Valores: estão no íntimo da cultura organizacional - crenças, preconceitos, ideologia,


atitudes e julgamentos compartilhados nas organizações.

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Modelo de Alves
A cultura, tanto na sociedade quanto na organização, é composta de três dimensões
interdependentes: a material, a psicossocial e a ideológica.

Resumo dos Elementos


Alguns dos elementos da cultura organizacional mais frequentemente citados na literatura
estão descritos a seguir.

ELEMENTO DESCRIÇÃO
Tudo aquilo que a organização considera importante para preservar,
Valores
realizar e manter a imagem e o sucesso.
Eventos especiais nos quais os membros da organização celebram os
Cerimônias
mitos, heróis e símbolos da empresa .
Atividades cerimoniais destinadas a comunicar ideias específicas ou
Ritos a realizar determinados propósitos (de passagem; de degradação; de
confirmação; de reprodução; para redução de conflitos; de integração).
Rituais Ações regularmente repetidas para reforçar normas e valores culturais.
Relatos de eventos passados que ilustram e transmitem normas e
Histórias / Estórias
valores culturais mais profundos.
Histórias imaginárias usadas para reforçar algumas crenças e que
Mitos ajudam a explicar atividades ou eventos que de outro modo poderiam
ser confusos.
Pessoas de sucesso, frequentemente citadas como exemplo, que
Heróis corporificam os valores e o caráter da organização e de sua cultura.
Pode ser o fundador, um gerente marcante etc.
Objetos, ações, eventos dotados de significados especiais e que
Heróis permitem aos membros, organização trocarem ideias complexas e
mensagens emocionais.

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Conjunto de símbolos verbais que geralmente reflete a cultura particular


Linguagem
da organização.
Questões proibidas pela organização, inquestionáveis. Estão presentes,
Tabus
mas nem sempre explicitadas.
Etiqueta O que é de “bom tom”. Ex.: pronomes de tratamento, roupas etc.
Cânones Preceitos eclesiásticos. Ex.: missão, visão, regulamentos etc.
Presentes em todas as organizações, definem os limites do
Normas comportamento esperado – aceito – e o não aceito – punido. Podem
ser formais ou informais.
Processo de troca de informações que é essencial na vida da organização.
Comunicação Pode se formal ou informal; via oral, escrita, gestos, comportamentos,
transações simbólicas.

Tipos / Modelos de Cultura

Cultura Dominante, Subculturas e Contracultura


As organizações, em sua maioria, possuem uma cultura dominante e diversas subculturas.
A cultura dominante expressa os valores essenciais compartilhados pela maioria dos membros
da organização – é a cultura organizacional.
As culturas organizacionais geralmente dividem-se em subculturas, pois, à medida que
crescem, as organizações criam departamentos que se diferenciam em termos de objetivos,
de localização, de produtos, de tipos de pessoas empregadas etc. (exemplo: marketing,
contabilidade e gestão de pessoas são áreas diferentes, com perfis de especialistas diferentes).
As subculturas se referem à coexistência de diversas culturas dentro de uma mesma organização.
Representam atitudes e pontos de vista diferentes, os quais refletem problemas, situações ou
experiências específicos de certos grupos.
As subculturas, portanto, são formadas
por membros de um grupo particular que
possuem valores específicos – mesmos ideais,
funções similares, conhecimentos étnicos
e religiosos etc. –, podendo enfraquecer a
organização caso haja conflitos com a cultura
dominante e seus objetivos.
Geralmente, uma subcultura incluirá os
valores essenciais da cultura dominante,
além de valores específicos da sua área
(ocupacional) e da cultura local (regional, nacional).

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Há também o conceito de contracultura, que é a cultura peculiar de um grupo que se opõe à
cultura mais ampla, contestando seus padrões.
Se as organizações não possuíssem nenhuma cultura dominante e fossem constituídas apenas
de diversas subculturas, a importância da cultura organizacional seria consideravelmente
reduzida, porque não haveria nenhuma interpretação uniforme do que seria um comportamento
adequado ou inadequado. Dessa forma, seria difícil manter a coesão da empresa e o foco nos
objetivos principais.
Geert Hofstede estudou a culturas de países
(nacionais) e culturas organizacionais (de empresas),
acreditando que as duas se relacionam fortemente.
A nacionalidade é o critério possível de classificação
atribuindo-se características coletivas aos cidadãos
de diferentes países e, portanto, utilizado do ponto
de vista prático para o estudo de fatores culturais.
Para Hofstede, no nível nacional as diferenças
culturais residem mais nos valores e menos nas
práticas; no nível organizacional as diferenças
culturais residem mais nas práticas e menos nos
valores.

Culturas Fortes e Fracas


A cultura organizacional possibilita que um grupo se fortaleça ou se desintegre.
A cultura fraca é heterogênea – há poucos (ou não há) valores essenciais compartilhados.
Quanto mais membros aceitarem os valores e quanto mais se comprometerem com eles, mais
forte será a cultura. Uma cultura forte, portanto, é homogênea – os valores essenciais são
intensamente acatados e amplamente compartilhados.

Vantagens
Uma cultura forte é mais eficaz e tem melhor desempenho que uma cultura fraca, pois:
•• Define fronteiras: diferencia uma organização da outra.
•• Gera um senso de união, uma identidade organizacional: compartilhar normas, valores e
percepções proporciona às pessoas um sentido de união, um compromisso com algo maior
que o interesse individual.
•• Promove a estabilidade organizacional: há uma compreensão clara dos papéis e da maneira
como as coisas são feitas.
•• Tem influencia maior sobre o comportamento dos seus membros: alto controle
comportamental, moldando as atitudes e servindo como uma fonte de significados comuns
para explicar por que as coisas acontecem do modo como acontecem.

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•• Estabelece limites: possibilita menor preocupação em desenvolver regras e regulamentos


para orientar o comportamento dos funcionários, pois essa orientação é assimilada por
eles à medida que aceitam a cultura organizacional.
•• Gera um índice mais baixo de rotatividade da força de trabalho: a alta concordância em
relação aos pontos de vista da organização gera coesão, lealdade e comprometimento
organizacional, qualidades que, por sua vez, reduzem a propensão dos funcionários a
deixar a organização.
•• Constitui tradições: gera a memória histórica da organização.
•• Define perfis para admissão, promoção, capacitação, reconhecimento.
•• Permite, em tese, a adaptação da organização ao seu ambiente externo.

Desvantagens
As desvantagens são as chamadas disfunções da cultura, que prejudicam a capacidade de
resolver os problemas de convivência interna e adaptação externa. Nesse caso, a cultura é
considerada um passivo.
Disfunções na cultura organizacional são desvios no comportamento coletivo (degenerações
que muitas vezes não são percebidas pelos membros do grupo).
Elas acontecem quando os valores compartilhados não são aqueles necessários para melhorar
a eficácia da organização, ou seja, quando a cultura diverge das necessidades do ambiente
(interno e externo). Ex.: em um mercado estático, a consistência do comportamento é um valor
positivo. Caso o mercado se torne dinâmico, essa mesma consistência passaria a ser um fator
negativo. Assim, a cultura pode se tornar uma barreira às mudanças, quando não é adequada
para lidar com as novidades em seus ambientes.
A cultura pode se tornar também uma barreira à diversidade, quando padroniza comportamentos
e elimina as distintas experiências que as pessoas podem levar para a organização. Ex.: em
uma cultura forte, os novos funcionários contratados tendem a ser rapidamente socializados,
mesmo que não sejam parecidos com a maioria dos membros da organização.
Outro problema é quando ocorre a institucionalização, ou seja, quando a organização passa a
ser valorizada por si só e não pelos bens e serviços.
Outras possíveis disfunções da cultura organizacional são:
•• dificuldade de entender e processar mudanças ambientais;
•• resistência generalizada à necessidade de mudança interna;
•• dificuldade de aceitar outras culturas e pontos de vista alheios;
•• tendência a subestimar outros grupos, especialmente concorrentes e clientes;
•• uso excessivo de jargão como disfarce de solidez intelectual, prejudicando a
comunicação com outros grupos.

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Outros tipos de cultura
•• Ética: longo prazo, equilibra direitos dos stakeholders, apoio para correr riscos e inovar,
desestímulo à competição.
•• Positiva: enfatiza pontos fortes dos funcionários, recompensa mais que pune, privilegia a
vitalidade e o desenvolvimento pessoal.
•• Espiritualizada: reconhece que as pessoas possuem um uma consciência espiritual, buscam
propósito no trabalho, confiança, respeito e práticas humanistas.
•• Adaptativa: foco na inovação, cuidado com clientes, mudanças, criatividade.
•• Não adaptativa: burocrática, foco no conservadorismo, nas tradições, costumes e valores.

Indicadores (Atributos)
Um indicador é um mecanismo de controle que serve para medir algo (geralmente, um
desempenho).
Pode-se fazer a analogia: da mesma forma que uma régua mede o tamanho de um objeto
(pequeno ou grande), o indicador mede a presença ou ausência de uma característica na
cultura.
Ex: Inovação/Propensão ao risco x Aversão ao
risco, Orientação para os resultados x Orien-
tação para os processos, Orientação para o
ambiente (adaptação) x Orientação interna
(conservadorismo), Foco nas pessoas x Foco
nas atividades, Foco na equipe x Foco no indivíduo, Estabilidade x Crescimento, Universalismo
(das regras) x Particularismo, Coletivismo x Individualismo, Espiritualidade, Pragmatismo etc.
Os indicadores da cultura organizacional permitem identificar a essência da cultura em uma
organização ou, em outras palavras, medem a(s) característica(s) da cultura presente(s) na
organização. Também são chamados de atributos da cultura.
Robbins afirma que há 7 características (indicadores) que capturam a essência da cultura:

1. Inovação – assumir riscos


2. Atenção aos detalhes – precisão, análise
3. Orientação para resultados (em vez de processos)
4. Foco na pessoa – decisões levam em conta impacto nas pessoas
5. Foco na equipe – atividades organizadas em equipes
6. Agressividade - competitividade
7. Estabilidade – manutenção do status quo

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Hofstede examinou as culturas nacionais de acordo com os seguintes atributos:

Dimensões Nacionais
Medida do grau de aceitação, por aqueles que têm menos
Distância hierárquica (ou do poder) poder nas instituições e organizações de um país, de uma
repartição desigual do poder.
Força dos laços entre os indivíduos, ou seja, se a preocupação
Grau de individualismo ou de
do indivíduo ocorre consigo próprio (individualismo) ou com o
coletivismo
grupo (integração, coesão do grupo).
Serão ditas masculinas, as sociedades onde os papéis são
nitidamente diferenciados (o homem deve ser forte, impor-se
e interessar-se pelo sucesso material, enquanto a mulher deve
Grau de masculinidade ou de
ser mais modesta, terna e preocupada com a qualidade de
feminilidade
vida); são femininas aquelas onde os papéis sociais dos sexos
se sobrepõem (tanto os homens quanto as mulheres devem
ser modestos, ternos e preocupados com a qualidade de vida).
Mede o grau de inquietude dos seus habitantes em situações
Controle da incerteza desconhecidas ou incertas, podendo ser visualizado em forma
de estresse e de necessidade de previsibilidade.
Refere-se ao nível de incentivo proporcionado pela organização
para que as pessoas comportem-se de maneira justa, gentil,
amigável, cuidadosa, generosa, altruísta para com os outros,
Orientação para afiliação ou
buscando a construção de um ambiente de trabalho fraterno,
humanista
em que todos se relacionem bem, como em uma grande
família, onde há proteção aos mais fracos e onde as decisões
agradem a todos os envolvidos.
Grau em que se incentiva, reconhece, premia os seus membros
Orientação para a realização ou por esforços ou resultados voltados para a qualidade,
desempenho desenvolvimento, cumprimento de metas, excelência,
realizações.
A orientação para o longo prazo é mais dinâmica e possui uma
atitude pró-ativa que impulsiona as mudanças com base nos
objetivos e na mobilização dos recursos. A orientação para o
Orientação a longo prazo curto prazo é mais estática e representa uma atitude reativa e
deseja preservar a estabilidade, manter o status quo (solidez,
respeito pela tradição e reciprocidade de favores, oferendas e
gentilezas etc.).
Nível existente na organização entre a passividade e a
agressividade nas relações entre os indivíduos, na adoção de
Assertividade
comportamentos decisivos, de defesa da própria opinião, na
prática de se abordar os assuntos de forma direta.

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Existem dezenas de indicadores, os mais comuns são:
1. Inovação/Propensão ao risco: grau em que as pessoas são incentivadas a inovar, a aceitar
desafios. As culturas inovativas são orientadas para incerteza (ambientes instáveis),
possuem alta tolerância à ambiguidade e incentivam as pessoas a preferirem os desafios,
os riscos, as mudanças e as situações de resultados duvidosos. Geralmente, organizações
com essa cultura possuem estrutura orgânica (cujas relações dinâmicas e altamente
interdependentes se assemelham aos organismos vivos, como por exemplo a relação entre
as células do corpo) e descentralizada, com foco nos sistemas abertos (interação com o
ambiente externo). Por outro lado, as culturas orientadas para a certeza (mecanicista) são
pouco tolerantes à ambiguidade e fazem as pessoas preferirem a acomodação, a rotina
e as situações estruturadas. É uma cultura com pouca capacidade de adaptação, pois o
comportamento das pessoas é mecânico, cada uma possui tarefas especializadas e a
hierarquia e o controle são valorizados.

2. Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcionários demonstrem precisão,
análise e atenção aos detalhes no trabalho.

3. Orientação para os resultados: o grau em que se focam os resultados mais do que as


técnicas ou os processos empregados para o seu alcance.

4. Foco nas pessoas: o grau em que as decisões levam em consideração o efeito dos resultados
sobre as pessoas dentro da organização.

5. Foco na equipe: o grau em que as atividades de trabalho em equipe são organizadas mais
em termos de equipes do que de indivíduos.

6. Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas, agressivas, em vez de dóceis ou


acomodadas.

7. Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do


status quo em contraste ao crescimento.

8. Linguagem: divide as culturas em dois tipos básicos. As de alto contexto baseiam-se na


confiança pessoal e na palavra falada. As de baixo contexto dão mais valor à palavra escrita
e à formalidade.

9. Universalismo: mede até que ponto as regras são inflexíveis e permanentes, ou então se
podem ser mudadas para se ajustar a situações particulares (particularismo).

10. Orientação para o ambiente (adaptação): as culturas adaptativas (orientadas pra fora,
sistemas abertos) preocupam-se seriamente com os clientes, acionistas e empregados. As
culturas não adaptativas (orientadas para dentro) preocupam-se principalmente consigo
mesmas, ou com algum produto ou tecnologia mais familiar.

11. Coletivismo: verifica se as pessoas já estão bem socializadas com a cultura e se há sinergia
no grupo, ou seja, se há confiança mútua entre os membros, foco no bem coletivo e nos
objetivos organizacionais. Nesse tipo de cultura, a principal forma de controle é a externa
(clientes, sociedade etc.). O inverso da cultura coletivista é a individualista, na qual há
desconfiança entre as pessoas, pouca solidariedade e baixa interação no trabalho. Nessas

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culturas é necessário um forte controle interno para corrigir os desvios de conduta e


garantir o alcance dos objetivos da organização.

12. Conservadorismo: grau de rigidez, caracterizado pelo apego à tradição, alto controle e uso
de processos corretivos e negativos (punições etc.).

13. Identidade: grau de identidade das pessoas com a organização como um todo, mais do que
com seu grupo imediato ou colegas de profissão.

14. Participação: nível de participação das pessoas no processo de administrar a organização.

15. Espiritualidade: (não tem a ver com práticas religiosas) esse indicador reconhece que as
pessoas possuem uma consciência espiritual e necessidade de trabalho significativo. Uma
cultura espiritualizada, portanto, apoia o trabalho que tenha um forte sentido de propósito
(que dê inspiração), que gere confiança e respeito mútuo entre as pessoas e que seja
baseado em práticas humanistas (horários flexíveis, recompensas coletivas, autonomia
etc.).

16. Pragmatismo: foco no mercado, nas necessidades dos clientes. Na cultura pragmática os
resultados são mais importantes que os procedimentos. O inverso é a cultura normativa:
preocupação acentuada com o cumprimento correto dos procedimentos organizacionais,
meios (processos) são considerados mais importantes que os resultados.

Aplicação

O interesse pelo assunto Cultura Organizacional se deve à tentativa de entender as diferenças


de desempenho entre as empresas.
O estudo da cultura ajuda a explicar alguns aspectos aparentemente incompreensíveis e
irracionais que ocorrem em um grupo ou organização – os indivíduos incorporam maneiras de
fazer e agir que se tornam naturais e não mais passíveis de explicações.
Vários estudos têm relacionado a cultura e o desempenho organizacional, apontando
uma associação entre ambos: o trabalho em equipe apresenta uma correlação forte com
desempenho, ou seja, organizações que adotam comportamento cooperativos tendem a ser
mais efetivas.
Os administradores usam a cultura explicitamente, por meio de credos, políticas e normas, ou
implicitamente, por meio de práticas e decisões. É um poderoso recurso para determinar a
forma como a estratégia do negócio é executada e a natureza da conduta com clientes, governo,
comunidade, meios de comunicação, acionistas, prestadores de serviços etc.
A cultura ajuda a definir, ainda, que tipos de pessoas devem ser admitidas (geralmente aquelas
cujo perfil é compatível à cultura da organização), como devem ser desenvolvidas, os critérios
que determinam a excelência do desempenho e as promoções de plano de carreira.
A cultura de certas organizações é tão forte (e reconhecida) que acaba atraindo os melhores
profissionais do mercado (ex.: Google).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1225
Os pesquisadores estão começando a acreditar que os elementos lógicos da cultura em
um ambiente altamente competitivo podem exercer uma influência ainda maior sobre o
desempenho e os resultados que os aspectos físicos das estruturas, sistemas e estratégias
organizacionais. Em outras palavras, a cultura corporativa pode ter um impacto significativo
sobre o desempenho econômico de longo prazo de uma empresa.

Mudanças

A cultura é difícil de mudar porque, além de ser estável, ela representa o aprendizado
acumulado de um grupo, bem como as formas de pensar, de sentir e, principalmente, o seu
sucesso.
As certezas culturais são compartilhadas e, para mudá-las, há que se pedir ao grupo inteiro que
mude essas certezas.
As culturas só mudam no médio e no longo prazo, pois demoram muito para sofrer modificações
por conta de seu caráter profundamente arraigado nas pessoas. Além disso, mesmo mudando,
há uma tendência de que a cultura mantenha a sua “personalidade”, que são os seus traços e
valores mais profundos.
Os processos de mudança precisam começar por meio de ações educacionais que exigem gasto
de tempo e energia.
Schein enfatiza que durante um processo de mudança o indivíduo pode sentir-se ansioso por
sobreviver ou culpado, o que gera a necessidade de abandonar alguns velhos hábitos e formas
de pensar para aprender outros. A ansiedade do aprendizado é a combinação de vários medos,
como exemplos, o medo da incompetência temporária, medo de ser punido pela incompetência,
medo de perder a identidade pessoal, medo de deixar de ser membro do grupo.
Enquanto a ansiedade oriunda do aprendizado estiver alta, haverá resistência ou criação de
desculpas para não iniciar o processo de aprendizado transformador, podendo ser observados
estágios:
a) Negação – não acredita que a mudança seja válida.
b) Indicação de um bode expiatório – jogando o problema para outro membro e se negando a
aceitar (outras pessoas devem mudar antes dele).
c) Manobrar e negociar – requer uma compensação especial pelo esforço de mudar.
Segundo o autor, para criar a segurança psicológica, é necessário seguir etapas que devem ser
realizadas de maneira simultânea. O gestor da mudança deve estar preparado para realizá-las.
São elas:
•• Criação de uma visão positiva – a liderança deve acreditar que, com essa mudança, os
indivíduos e a organização estarão em melhor situação.
•• Aplicação de treinamento formal – necessária, para que os indivíduos aprendam novas
maneiras de pensar, novas atitudes e novas habilidades.
•• Envolvimento do aprendiz – cada indivíduo deve desenvolver sua própria metodologia de
aprendizado.

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•• Treinamento informal ou grupos familiares – criar treinamentos informais e em grupo, para


estimular o desenvolvimento das novas normas e certezas em grupo.
•• Exercícios, instrutores e feedback – aplicar exercícios, para que os indivíduos possam
aprender cometendo erros e receber feedback sem prejuízo aos resultados da organização.
•• Modelos de comportamento positivo – buscar enxergar os novos comportamentos e
atitudes, antes da implementação.
•• Grupos de apoio – criação de grupos de apoio para facilitar o aprendizado dos indivíduos.
•• Sistemas e estruturas coerentes – desenvolvimento de sistemas de recompensas e
disciplina e uma estrutura organizacional que seja coerente com a nova maneira de pensar
e agir.

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Slides - Cultura Organizacional

Cultura  Organizacional  
• Questões  mais  comuns:  
‒ Definições/Conceitos  
‒ Caracterís:cas  gerais  
‒ Formação  e  desenvolvimento  
‒ Componentes  -­‐  Elementos  e  Níveis  
‒ Tipos,  Modelos  e  Indicadores  
‒ Aplicação  
‒ Mudanças  
‒ Clima  (quando  está  expresso  no  edital)  
1

O  que  é  Cultura?  
ü Por  que  você  fala  e  se  comporta  dessa  forma?  
o  Alguém  nasce  falando  português?  Inglês?  Russo?  
o  E  falando  tchê,  bah,  rapariga,  tá  com  a  molésBa,  aperreado,  
trem,  mina,  cara,  merrmão?  
o  Alguém  nasce  dançando  samba,  funk,  forró,  mambo,  polca?  
 
ü Se  você  fosse  criado  por  outra  família,  em  outro  lugar  
do  país,  o  que  seria  diferente  em  você?  
 

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Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

O  que  é  Cultura?  
•  Conclusão  1:  cultura  não  é  inata,  não  é  gené7ca,  não  é  individual;  
‒ Cultura  é  aprendida  e  compar1lhada  socialmente.  

•  Conclusão  2:  você  não  percebe,  mas  ela  influencia  sua  vida.  
‒ É  uma  força  poderosa,  tácita  e  inconsciente  que  determina  o  
comportamento  das  pessoas;  a  forma  de  perceber  as  coisas;  os  
padrões  de  pensamento;  os  valores  e  as  crenças.  

Sua  cultura  é  o  conjunto  de  valores,  crenças  e  comportamentos  que  


você  aprendeu  e  assimilou  socialmente,  
ao  longo  da  sua  vida.  

Cultura  
•  Choque  cultural:  re.rar  uma  pessoa  do  meio  cultural  ao  qual  
está  acostumada  para  viver  em  um  outro,  com  valores,  
hábitos,  tradições,  formas  de  pensar  e  agir  diferentes.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1229
Cultura  
ü Por  que  existem  diferentes  culturas?  
•  Cada  grupo  de  pessoas  deve  aprender:  
1.  a  lidar  com  o  ambiente  (adaptação);  
2.  a  conviver  (relacionamento).  
•   A  longo  do  tempo:  aquilo  que  funciona  é  
ressaltado;  aquilo  que  dá  errado  é  
excluído;  algumas  caracterísFcas  marcam  o  
grupo.  
O  somatório  desses  fatores  cria  a  
•  Exemplo:  um  grupo  de  amigos  que  cIden%dade   do  G
onvive  bastante   rupo!   certos  
desenvolve  
comportamentos  comuns  (linguagem,  roupas,  aFtudes,  etc.)  

O  que  é  Cultura?  

•  Conclusão  3:  cultura  é  fruto  da  adaptação  ao  ambiente  e  do  convívio  
do  grupo.  
‒ Cultura  é  criada  e  determinada  historicamente.  

•  Cultura  é  o  conjunto  específico  de  valores,  crenças  e  aCtudes  


comparClhadas  por  um  grupo.  
‒ Cultura  cria  a  iden3dade  do  grupo.  

1230 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Cultura  nas  Organizações  

‒ Professor!?!?!?!?!?!?  
Não  entendi  essa  história  de  “Valores,  crenças,  idenAdade”  
nem  essas  “CaracterísAcas  próprias,  únicas,  que  são  
aprendidas  e  comparAlhadas  por  um  grupo.”  

‒ E  o  que  isso  tudo  tem  a  ver  com  as  organizações?  

   

7  

Cultura  nas  Organizações  


Organizações  são  grupos  de  pessoas  com:  
•  Tamanhos,  estruturas,  obje=vos  e  caracterís=cas  próprias;  
•  Elementos  formais  X  informais;  

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Cultura  nas  Organizações  
Organizações  são  grupos  de  pessoas  com:  
•  Tamanhos,  estruturas,  obje=vos  e  caracterís=cas  próprias;  
•  Elementos  formais  X  informais;  

Cultura  nas  Organizações  


•  Como  você  imagina  o  trabalho  em  
cada  uma  dessas  duas  empresas?  

•  Em  qual  delas  você  trabalharia?  


Por  quê?  

•  Qual  delas  tem  mais  sucesso?  

10  

1232 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Cultura  nas  Organizações  

•  Por  que  essas  pessoas  se  vestem  


assim?  
 

•  Qual  dos  dois  grupos  é  melhor  


para  trabalhar?  
•  Qual  tem  melhores  resultados?  
11  

Por  que  estudar  Cultura  Organizacional?  


• Explicar  alguns  aspectos  (comportamentos)  aparentemente  
incompreensíveis  e  irracionais  dentro  da  organização;  
• Entender  diferenças  de  desempenho  entre  organizações:  por  
que  organizações  com  tamanho,  estrutura,  tecnologia  e  
objeGvos  semelhantes  alcançam  resultados  tão  diferentes?  
• DiagnosGcar  e,  aplicando-­‐se  certas  metodologias,    gerenciar  e  
transformar  a  cultura.    
• Definir  que  Gpos  de  pessoas  devem  ser  contratadas  e  como  
serão  treinadas/desenvolvidas.  
‒ A  cultura  de  certas  organizações  é  tão  forte  (e  reconhecida)  que  acaba  
atraindo  (ou  afastando)  os  melhores  profissionais.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1233
Cultura  Organizacional  -­‐  Definições  
É  uma  variável,  algo  
que  a  organização  tem.  
Duas  visões  sobre  a  
Cultura  
É  uma  metáfora,  aquilo  
que  a  organização  é.  

•  Cultura  Organizacional  é  um  conceito  descri'vo:  


•  Descreve  a  forma  como  os  funcionários  percebem  as  caracterísFcas  
da  organização,  e  não  ao  fato  de  eles  gostarem  ou  não  delas.  
•  Isso  diferencia  o  conceito  de  Cultura  do  conceito  de  Clima  e  de  
SaFsfação  (avaliaFvos).  
•  A  Cultura  cria  o  Clima.   13  

Edgar  Schein  
• Premissa  de  Schein:  todo  grupo  social  precisa  resolver  dois  
problemas  principais  -­‐  convivência  de  seus  integrantes  e  
adaptação  ao  mundo  exterior.  
“Modelo  (padrão)  de  pressupostos  compar3lhados,  
 que  um  grupo  assimilou  
na  medida  em  que  resolveu  os  seus  problemas  
de  adaptação  externa  e  integração  interna  
e  que,  por  ter  sido  suficientemente  eficaz,  
foi  considerado  válido  e  repassado  (ensinado)  
aos  demais  membros  (novatos)    
como  a  maneira  correta  de  perceber,  pensar  e  sen3r  
em  relação  àqueles  problemas.”   14  

1234 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Schein  -­‐  implicações  


• Cultura  é  propriedade  de  um  grupo:  ela  se  forma  sempre  que  
um  grupo  possui  suficientes  experiências  comuns.  
‒ Todas  as  organizações  desenvolvem  uma  cultura  (sua  própria  cultura,  
sua  idenHdade).  
‒ Pode  haver  diversas  culturas  dentro  de  uma  organização;  
• Por  representar  o  aprendizado  acumulado  de  um  grupo,  ela  é  
profunda  e  diMcil  de  mudar.  
• Ela  serve  para  a  sobrevivência  da  organização:  disseminação  
daquilo  que  deu  certo.  
• Ela  é  repassada  aos  novos  membros  da  organização:  
‒ Processo  de  socialização  -­‐  aculturação.  
15  

Schein  -­‐  implicações  


• As  partes  mais  importantes  da  cultura  (que  realmente  dirigem  
o  pensamento  e  o  comportamento  das  pessoas)  são  invisíveis:  
crenças  e  valores  inconscientes,  aceitos  e  comparAlhados.  
‒ Os  funcionários  não  sabem  explicar  exatamente  o  que  é  a  cultura:  
“Esse  é  o  jeito  de  fazer  as  coisas  por  aqui!”  
‒ Aquilo  que  nós  enxergamos  e  jusAficamos  são  as  consequências  da  
cultura.  
• Não  existe  uma  cultura  melhor  ou  pior,  certa  ou  errada:  é  
necessário  avaliar  se  os  paradigmas  culturais  de  uma  
organização  apoiam  ou  impedem  os  seus  objeAvos.  
‒ Uma  organização  de  sucesso  fundada  por  um  autocrata  vai  considerar  
esse  esAlo  de  liderança  “o  correto”.    
‒ Uma  organização  de  sucesso  fundada  por  um  líder  democrata  
também.  
16  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1235
Geert  Hofstede  
• Premissas  de  Hofstede:  
‒ Há  um  padrão  de  crenças  e  valores  compar<lhados  que  ajuda  os  
indivíduos  a  compreender  o  funcionamento  organizacional.  
‒ Esse  padrão  proporciona  aos  membros  certas  normas  de  
comportamento  a  serem  seguidas.  
‒ A  cultura  é  manifestada  por  meio  de  símbolos,  heróis  e  rituais.  

“Programação  cole.va  da  mente  


que  dis.ngue  
os  membros  de  um  grupo  dos  de  outro.”  
17  

Outros  autores  
•  Repertório  de  experiências,  conhecimentos  e  valores  que  se  
desenvolvem  e  que  são  transmi9dos  aos  novos  integrantes.  
•  Conjunto  de  valores,  crenças  e  padrões  de  comportamento  que  formam  o  
núcleo  de  iden9dade  de  uma  organização.  
•  As  regras  do  jogo  que  o  novato  deve  aprender  para  fazer  parte  do  grupo.  
•  Maneira  costumeira  ou  tradicional  de  pensar  e  fazer  as  coisas,  que  é  
par9lhada  em  grande  extensão  por  todos  os  membros  da  organização  e  
que  os  novos  membros  devem  aprender  e  aceitar  para  serem  aceitos  no  
serviço  da  firma.  
•  Normas  informais  e  não  escritas  que  orientam  o  comportamento  dos  
membros  de  uma  organização  no  dia  a  dia  e  que  direcionam  suas  ações  
para  o  alcance  dos  obje9vos  organizacionais.  
18  

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Outros  autores  
•  Conjunto  de  fenômenos  resultantes  da  ação  humana,  visualizada  dentro  
das  fronteiras  de  um  sistema,  sendo  composta  de  três  elementos:  a  
tecnologia,  os  preceitos  e  o  caráter.    
‒  Tecnologia  é  o  conjunto  de  instrumentos  e  processos  uDlizados  no  trabalho  
organizacional,  inclusive  em  suas  relações  com  o  ambiente  externo,  incluindo-­‐se  
aí:  máquinas,  equipamentos,  divisão  de  tarefas,  estrutura  de  funções,  leiaute,  
racionalização  do  trabalho,  recursos  materiais,  cronogramas,  redes  de  
comunicações,  linguagem  etc.;  
‒  Preceitos  são  os  regulamentos  e  valores,  explícitos  e  implícitos,  que  regem  a  vida  
organizacional,  incluindo-­‐se  aí:  políDca  administraDva,  costumes  sociais,  esDlos  de  
gerência,  rituais,  cerimônias,  tabus,  tradições,  dogmas,  padrões  de  conduta  
esperada  etc.;  
‒  Caráter  é  o  conjunto  das  manifestações  espontâneas  dos  indivíduos  que  
compõem  a  organização:  alegria,  agressividade,  medo,  tensão,  entusiasmo,  
carinho,  apaDa,  etc.  
19  

Formação  e  Desenvolvimento  
• Fábula  dos  Macacos  
 

20  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1237
Formação  e  Desenvolvimento  
• Criação:  

1.  Filosofia  dos  Fundadores  -­‐  têm  a  visão  daquilo  que  a  


organização  deve  ser;  
2.  Líderes  (dirigentes)  –  ajudam  a  difundir  fortemente  a  cultura.  

A.  Fundadores  e  líderes  selecionam/mantêm  funcionários  que  


pensem  da  mesma  forma  que  eles;  
B.  Doutrinam  e  socializam  esses  funcionários;  
C.  Agem  como  modelo  que  encoraja  os  funcionários  a  assimilarem  
valores  e  premissas.  
21  

Formação  e  Desenvolvimento  
• Desenvolvimento:  
‒ A  cultura  é  transmi7da  por  meio  de  prá7cas:  
o histórias  (relatos),  rituais  (a7vidades),  símbolos  (objetos  com  
significado),  linguagem  (símbolos  verbais),  etc.  

• Socialização  (aculturação):  processo  de  transmissão  da  cultura.  


‒ Três  estágios:  
1.  Pré-­‐chegada;  
2.  Encontro;  
3.  Metamorfose     22  

1238 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Formação  e  Desenvolvimento  
•  Opções  de  Socialização:  
‒  Formal  -­‐  diferenciação  explícita  dos  novatos.  
‒  Cole=va  (serviço  militar)  ou  Individual.  
‒  Uniforme  (fixa  -­‐  estágios  padronizados  de  transição)  ou  variável.  
‒  Seriada  (papéis  de  encorajamento  -­‐  tutoria)  ou  randômica  (aleatória  -­‐  livre).  
‒  Reforço  (inves=dura  –  reforça  aquilo  que  é  desejável)  ou  eliminação  (despojamento  –  
neutraliza    aquilo  que  é  indesejável).  
•  Métodos  de  Socialização:  
‒  Processo  sele=vo  
‒  Conteúdo  do  cargo  
‒  Supervisor  como  tutor  
‒  Equipe  de  trabalho  
‒  Programa  de  integração  (indução)  
23  

Caracterís)cas  Gerais  da  Cultura  Organizacional  


•  Determinada  historicamente  (pelos  fundadores  e  líderes);  
•  Construída  socialmente:  criada  e  preservada  pelas  pessoas  da  
organização;  
•  Cada  organização  desenvolve  a  sua  própria  cultura:  sua  idenAdade;  
‒ Pode  haver  diversas  culturas  dentro  de  uma  organização;  
•  Não  é  inata,  é  Aprendida;  
•  Não  é  estáAca,  é  Dinâmica  (adaptação);  
•  Possui  Estabilidade,  Profundidade  e  Largura;  
•  Possui  normas  formais  e  informais;  fatores  visíveis  e  invisíveis;  
•  Representa  a  maneira  tradicional  e  costumeira  de  pensar:  
‒ Orienta  o  comportamento  das  pessoas  –  cria  padrões;  
•  DiQcil  de  mudar  -­‐  mas  não  há  consenso  sobre  o  grau  de  dificuldade;  
•  Fator  interno  que  interfere  nas  relações,  no  clima  e  no  desempenho.  
24  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1239
Componentes  (Elementos)  e  Níveis  
• Níveis  (Camadas)  =  grau  de  visibilidade  
‒ Facilidade  de  percepção  de  um  elemento  cultural.  

• Elementos  =  Componentes  da  cultura  


‒ Componentes  da  camada  mais  externa  –  possíveis  de  
observar  diretamente,  mas  diBceis  de  interpretar.  
‒ Componentes  das  camadas  mais  profundas  -­‐  não  se  revelam  
diretamente  à  observação.  

Iceberg  
•  externo  (visível  -­‐  formal):  aspectos  
operacionais  e  de  tarefa,  missão,  
visão,  obje;vos,  polí;cas,  regras,  
cargos,  estrutura,  organograma,  
tecnologia,  etc.  

•  “ocultos”  (submersos  -­‐  informal):  


aspectos  afe;vos  e  emocionais,  
sociais  e  psicológicos  -­‐  percepções,  
valores,  sen;mentos,  interações  
informais,  normas  grupais,  padrões  
de  influência  e  de  poder,  
expecta;vas,  relações  afe;vas,  etc.  
•  São  mais  diGceis  de  entender  e  de  
mudar.  

26  

1240 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Edgar  Schein  
• Três  níveis:    
Artefatos  
Estruturas  e  processos  visíveis  
(fáceis  de  ver,  mas  di;ceis  de  interpretar)  
Valores  compar6lhados  
Estratégias,  obje@vos,  filosofias  
(jus@fica@vas  compar@lhadas,  processos  
conscientes)  
Pressupostos  Básicos  (Essência)  
Inconsciente:  fonte  de  valores  e  ações;  
Crenças,  percepções,  pensamentos  e  
sen@mentos  tomados  como  verdades.  

27  

Elementos  e  Níveis  
• Elementos  de  Schein:  
‒ Co5diano  do  comportamento  observável  -­‐  interações,  linguagem,  
gestos,  ro5nas  comuns;  
‒ Normas  ou  regras  que  envolvem  os  grupos  e  seus  
comportamentos  nos  momentos  informais  de  lazer,  refeições  
etc.;  
‒ Valores  dominantes  defendidos  pela  organização;  
‒ Filosofia  administra5va  que  orienta  as  polí5cas;  
‒ Regras  do  jogo  -­‐  como  as  coisas  funcionam;  
‒ Clima  organizacional  -­‐  sen5mentos  das  pessoas,  as  formas  como  
interagem  entre  si  e  frente  aos  clientes  ou  elementos  externos  à  
organização.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1241
Geert  Hofstede  
   
•  Modelo   da  cebola:   Símbolos  –  objetos,  imagens,  gestos  ou  
palavras  que  têm  significado  especial  dentro  
4  camadas  
da  cultura  –  reconhecidos  por  aqueles  que  
Símbolos   comparBlham  a  cultura.  
Heróis  –  pessoas  vivas  ou  mortas,  reais  ou  
imaginárias,  revesBdas  de  presEgio  na  cultura  
eis  
sív as

Heróis  
)  
(vi rá8c

-­‐    frequentemente  lembradas  e  que  servem  de  


modelo  de  comportamento.  
P

Rituais  
Rituais  –  aBvidades  coleBvas,  muitas  vezes  
Valores   supérfluas  do  ponto  de  vista  técnico,  mas  
(invisíveis)   socialmente  essenciais.  
Valores  –  senBmentos  quase  sempre  
inconscientes;  tendências  gerais  para  preferir  
certos  “estados  de  coisas”  em  vez  de  outros.  
29  

Maximiano  
1  -­‐  Artefatos:  componentes  mais  visíveis  -­‐  
arquitetura,  veículos,  roupas,  produtos  etc.  
2  –  Tecnologia:  repertório  de  conhecimentos  
uJlizados  pelas  pessoas  e  organizações  para  
resolver  problemas.  
3  –  Símbolos:  objetos  e  comportamentos  com  
significados  -­‐  cerimônias,  rituais,  histórias,  
mitos,  imagens,  hábitos,  linguagem,  arquitetura,  
vestuário,  etc.  
4  –  Valores:  estão  no  ínJmo  da  cultura  organizacional  -­‐  crenças,  
preconceitos,  ideologia,  aJtudes  e  julgamentos  comparJlhados  nas  
organizações.  

1242 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Sérgio  Alves  
•  Três  dimensões  interdependentes  
Material  
relação  das  pessoas  com  o  ambiente  
2sico  –  estrutura  da  organização,  
trabalho,  recursos,  materiais  e  
tecnologia  
 

Psicossocial   Ideológica  
relações  das  pessoas  entre  si,   relações  das  pessoas  com  os  
abrangendo  a  estrutura   valores,  normas,  filosofia,  
funcional  e  de  poder,  por   arte  e  outros  elementos  
meio  das  relações  formais  e   afins,  sejam  evidentes,  sejam  
das  informais     não  manifestos  

31  

•  Schein:  3  níveis  
‒  Pressupostos  (tácitos)  –  aquilo  que  é  <do  como  verdadeiro;  inconsciente.  
‒  Valores  –  aquilo  que  é  considerado  importante  para  se  a<ngir  o  sucesso;  jus<fica<vas.  
‒  Artefatos  –  o  que  você  vê,  ouve  e  sente  quando  entra  em  um  lugar.  
•  Hofstede:  4  níveis  (cebola)  
‒  Símbolos  –  qualquer  objeto,  imagem,  gesto  ou  palavra  que  possui  um  significado  
‒  Heróis  –  personagens  que  marcaram  a  história;  personificam  os  valores  da  cultura.  
‒  Rituais  –  collec<ve  ac<vi<es  considered  as  socially  essen<al;  
‒  Valores  –  coração  da  cultura;  tendências  a  preferir  certos  “estados  de  coisas”.  
•  Iceberg:  2  níveis  =  Formal  (visível)  X  Informal  (invisível)  
•  Alves:  3  dimensões  interdependentes  =  material,  ideológica  e  psicossocial.  
•  Linguagem:  elemento  mais  simples  e  mais  explícito  da  cultura;  
•  Comunicação:  troca  de  informações  (formal  ou  informal);  
•  Tabus:  proibições;  
•  Normas:  padrões  e  regras  de  conduta  (formal  e  informal);  
•  Histórias  e  Mitos  –  “contos”  que  você  ouve  a  respeito  de  fatos  –  reais  ou  não;  
•  Ritos,  rituais  e  cerimônias  –  eventos  que  ocorrem  dentro  da  organização;  
‒ Ritos:  rela<vamente  elaborado,  dramá<co  -­‐  passagem,  degradação,  reforço,  renovação,  integração.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1243
Cultura  Dominante,  Subculturas  e  Contracultura  
*Níveis  
    -­‐  Hofstede  

•  Culturas  Nacionais  se  diferenciam  mais  no  nível  dos  valores;  


•  Culturas  Organizacionais  se  diferenciam  mais  no  nível  das  prá;cas:  
símbolos,  heróis  e  rituais.   33  

Culturas  Fortes  X  Fracas  

• Forte  -­‐  homogênea  -­‐  os  valores  essenciais  são  intensamente  


acatados  e  compar9lhados.  
‒ Quanto  mais  membros  aceitarem  os  valores  e  quanto  mais  se  
comprometerem  com  eles,  mais  forte  será  a  cultura.  

• Fraca  -­‐  heterogênea  -­‐  há  poucos  (ou  não  há)  valores  essenciais  
compar9lhados.  
‒ Não  há  interpretação  uniforme  do  que  seria  um  comportamento  
adequado  ou  inadequado.  Dessa  forma,  é  diHcil  manter  a  coesão  da  
empresa  e  o  foco  nos  obje9vos  principais.  

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Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Vantagens  de  uma  cultura  forte  


• Dá  aos  membros  uma  iden5dade,  diferencia  organizações  
• Controla,  influencia  e  molda  a  a5tude  e  o  comportamento  das  pessoas  
• Estabelece  limites  -­‐  menor  preocupação  em  desenvolver  regras  e  
regulamentos  
• Estabilidade:  compreensão  clara  dos  papéis  e  da  maneira  de  fazer  as  
coisas  
• Gera  um  índice  mais  baixo  de  rota5vidade  da  força  de  trabalho  
• Define  perfis  para  admissão,  promoção,  capacitação,  reconhecimento  
• Senso  de  união  -­‐  compromisso  com  algo  maior  que  o  interesse  individual  
• Cons5tui  tradições,  gerando  a  memória  histórica  da  organização;  
• Permite  a  adaptação  da  organização  ao  seu  ambiente  externo.  

Desvantagens  -­‐  Passivo  


• Quando  os  valores  compar6lhados  não  são  aqueles  necessários  
para  melhorar  a  eficácia  da  organização  
• Quando  a  cultura  diverge  das  necessidades  do  ambiente  
(interno  e  externo).                                  
• Pode:  
‒  Se  tornar  uma  barreira  à  diversidade  
‒  Causar  resistência  a  mudanças  (internas  e  externas)  
‒  Subes6mar  outros  grupos  e  pontos  de  vista  
‒  Prejudicar  a  comunicação  e  o  convívio  com  outros  grupos  (choque  de  
culturas)  
‒  Ins6tucionalizar-­‐se  -­‐  passa  a  ser  valorizada  por  si  só  e  não  pelos  bens  e  
serviços  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1245
Tipos  de  Cultura  (Robbins)  
•  É"ca:  longo  prazo,  equilibra  direitos  dos  stakeholders,  apoio  para  correr  
riscos  e  inovar,  deses?mulo  à  compeBção.  
•  Posi"va:  enfaBza  pontos  fortes  dos  funcionários,  recompensa  mais  que  
pune,  privilegia  a  vitalidade  e  o  desenvolvimento  pessoal.  
•  Espiritualizada:  reconhece  que  as  pessoas  possuem  um  uma  consciência  
espiritual,  buscam  propósito  no  trabalho,  confiança,  respeito  e  práBcas  
humanistas.  
•  Adapta"va:  foco  na  inovação,  cuidado  com  clientes,  mudanças,  
criaBvidade.    
•  Não  adapta"va:  burocráBca,  foco  no  conservadorismo,  nas  tradições,  
costumes  e  valores.    

37  

Tipos  de  Cultura  


• Outros  0pos  de  cultura  (diversos  autores)  
‒ Cultura  do  Poder  –  poucas  regras;  relações  baseadas  em  poder,  afinidade;  
‒ de  Funções/Papéis  -­‐  habitual  na  função  pública.  Com  forte  burocra0zação,  
especialização  do  trabalho  e  das  regras;  
‒ de  Clã  (família)  -­‐  local  de  trabalho  amigável,  com  foco  na  lealdade,  na  
coesão  e  na  tradição;  
‒ Inovadora  (empreendedora)  -­‐  estrutura  orgânica  e  descentralizada,  com  
foco  nos  sistemas  abertos  (interação  com  o  ambiente  externo);  
‒ de  Mercado  -­‐  focada  em  resultados  e  rendimentos,  busca  melhorar  sua  
posição  compe00va;  
‒ de  Tarefas  –  foco  no  trabalho,  nos  obje0vos;  
‒ de  Pessoas  –  foco  na  sa0sfação  dos  indivíduos;  
‒ Linguagem  –  alto  contexto  (fala,  confiança  pessoal);  baixo  contexto  
(escrita).  

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Administração – Cultura Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Indicadores  -­‐  Atributos  


•  Um  indicador  é  um  mecanismo  de  controle  que  serve  para  
medir  algo  (geralmente,  o  desempenho);  
•  Os  indicadores  da  cultura  organizacional  permitem  iden@ficar  a  
essência  da  cultura  em  uma  organização,  em  outras  palavras,  
medem  a(s)  caracterís@ca(s)  da  cultura  presente(s)  na  organização.  
•  7  caracterís@cas  que  capturam  a  essência  da  cultura  (Robbins):  
1.  Inovação  –  assumir  riscos,  desafios,    
2.  Atenção  aos  detalhes  –  precisão,  análise  
3.  Orientação  para  resultados  (em  vez  de  processos)  
4.  Foco  na  pessoa  –  decisões  levam  em  conta  impacto  nas  pessoas  
5.  Foco  na  equipe  –  a@vidades  organizadas  em  equipes  
6.  Agressividade  -­‐  compe@@vidade  
7.  Estabilidade  –  manutenção  do  status  quo  

Mudanças  
• A  cultura  é  di0cil  de  mudar  -­‐  representa  o  aprendizado  
acumulado  de  um  grupo,  bem  como  as  formas  de  pensar  e  de  
sen;r;  
• Mudanças  a  médio  e  longo  prazo;  
• Tendência  de  que  a  cultura  mantenha  a  sua  personalidade  -­‐  
seus  traços  e  valores  mais  profundos.  
• Estágios  da  Resistência:  
‒ Negação  
‒ Indicação  de  um  bode  expiatório  
‒ Manobra  e  negociação  

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Gestão de Pessoas

MOTIVAÇÃO

Hierarquia das Necessidades – Maslow

As necessidades humanas agrupam-se segundo uma hierarquia.


•• Uma vez atendida, uma necessidade deixa de se fazer sentir (perde sua força motivadora) e
a pessoa passa a ser motivada pela ordem seguinte de necessidades.
•• Princípio da emergência: as necessidades de qualquer nível da hierarquia emergem
como motivadores apenas quando as necessidades de níveis inferiores já estiverem
razoavelmente satisfeitas.
•• Princípio da dominância: na medida em que uma necessidade é substancialmente
atendida, a próxima se torna dominante.

Pirâmide  de  Maslow  


 

Secundárias  
(de  nível  superior)   Autorrealização  

Estima  
Necessidades  

 
Sociais  

Segurança  
Primárias  
(nível  inferior)   Fisiológicas  
2

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Hierarquia das Necessidades – Maslow

1. Fisiológica: fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades do corpo.


2. Segurança: proteção contra danos físicos e emocionais.
3. Social: afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencer a um grupo.
4. Estima: busca de status e valorização social. Inclui fatores internos de estima, como
respeito próprio, realização e autonomia; e fatores externos de estima, como status,
reconhecimento e atenção.
5. Autorrealização: condição máxima de crescimento pessoal e de busca contínua pelo
autoaperfeiçoamento; intenção de tornar-se tudo aquilo que se é capaz de ser; crescimento,
alcance do seu próprio potencial e autodesenvolvimento.

Dois Fatores – Herzberg

•• Satisfação e insatisfação possuem origens distintas.

Fatores  higiênicos:  de  manutenção;   Fatores  mo8vacionais:  intrínsecos;  


extrínsecos;  insa8sfacientes   sa8sfacientes  

•  Contexto  do  trabalho/cargo  =  salário,   •  O  trabalho  em  si  =  conteúdo  do  cargo  
beneBcios,  8po  de  chefia  ou   e  natureza  das  tarefas  =  sen8mentos  
supervisão,  condições  Bsicas  e   de  crescimento  individual,  
ambientais  de  trabalho,  polí8cas  e   reconhecimento,  autorrealização,  
diretrizes,  etc.   autonomia,  responsabilidade,  etc.  

•• Como levar um funcionário a se sentir motivado?


•• Enriquecimento do cargo: Responsabilidade; Reconhecimento; Desafios; Realização;
Crescimento, Rodízio de Cargos.

 
Presença de Ausência de
Fatores Fatores
Motivacionais Motivacionais
NÃO
SATISFAÇÃO SATISFAÇÃO

NÃO INSATISFAÇÃO
INSATISFAÇÃO
Presença de Ausência de
Fatores Fatores
Higiênicos Higiênicos

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Administração
Aula XX

LIDERANÇA

Liderança é a capacidade de influenciar o comportamento de outra pessoa através da adesão


da mesma a um princípio, a uma meta ou a uma determinada missão.
Em outras palavras, é a capacidade de influenciar as pessoas a alcançar objetivos, portanto,
envolve competências interpessoais, inerentes às relações humanas.
A liderança é diferente da autoridade formal: enquanto a autoridade formal advém da posição
ou do cargo ocupado na hierarquia - quando um funcionário obedece ao chefe, ele o faz por
que é obrigado - a liderança advém do consentimento, ou seja, não depende de hierarquia,
tampouco parte do uso de sanções (coerção) como mecanismo de convencimento. Todo bom
chefe deve ser um líder, porém, nem todo líder é um chefe.
Para não ser confundida com manipulação, uma liderança autêntica deve ter como fundamentos
a ética e a confiança.
A liderança não é uma qualidade pessoal singular. Algumas vezes o líder emerge naturalmente,
outras ele é escolhido devido à necessidade de liderança em um grupo. Ao mesmo tempo, as
características que levam uma pessoa a ser aceita como líder em um grupo são limitadas a este
grupo.
A liderança, portanto, é um fenômeno tipicamente social, um tipo de influência entre pessoas,
realizada por meio de um processo de comunicação, que ocorre em determinada situação e
busca alcançar objetivos específicos. Neste contexto, liderança envolve relações, comunicação
e metas.
Segundo McGregor, a liderança é um processo social complexo, no qual interagem quatro
variáveis ou componentes:

1. as motivações dos liderados – ela é legitimada pelo atendimento das expectativas do grupo
de liderados;

2. a tarefa ou missão – o que liga o líder aos seguidores é uma tarefa ou missão. Sem missão,
não há liderança; apenas influência ou popularidade;

3. o líder – pessoa com certos traços de personalidade, motivações e habilidades;

4. a conjuntura – contexto, meio organizacional no qual ocorre a relação líder-liderados. Esse


meio influencia o comportamento do líder e dos liderados e define o modelo de liderança a
ser seguido (ex: ser líder em uma organização militar X ser líder de uma equipe esportiva).

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Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis dos Líderes

Diversos estudos, conduzidos ao longo do século XX, procuraram identificar distintas


habilidades, atividades, papéis e poderes exercidos pelos gestores (administrados, gerentes,
líderes) das organizações.

Poderes
Segundo French e Raven, existem cinco tipos de poder que um líder pode possuir:
•• Legítimo: autoridade formal, poder do cargo ocupado;
•• Coerção: poder de punição, temor;
•• Recompensa: poder de recompensar as atitudes, baseado nas necessidades;
•• Referência: carisma, identificação com o líder;
•• Perito ou Conhecimento: baseado na competência técnica, especialidade, aptidão.

Atividades (Fred Luthans)

1. Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e controlar.

2. Comunicação: trocar e processar informações; processar documentação.

3. Administrar recursos humanos: motivar, resolver conflitos, alocar pessoal, treinar.

4. Relacionamento (networking): manter relações sociais, fazer política, interagir.

Papéis (Mintzberg)
Henry Mintzberg criou uma classificação dos dez papéis dos gestores, dividindo-os em três
categorias:

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Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

1. Papéis interpessoais (relacionamento):


a) Figura de proa – símbolo, representante, o relações-públicas.
b) Líder – relação de influência e motivação.
c) Ligação – facilita a relação intra e entre áreas.

2. Papéis de informação:
a) Monitor – receber e lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro da organização
e também entre pessoas e áreas.
c) Porta-voz – transmissão de informações para fora (ambiente).

3. Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador e planejador de mudanças.
b) Solucionador de problemas – gerenciador de turbulências e de distúrbios.
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos – tempo, pessoas, materiais etc.

Habilidades Gerenciais (Katz)


Robert L. Katz dividiu as habilidades gerenciais em três categorias:

Habilidade técnica – capacidade de aplicação de conhecimentos e habilidades específicas. Os


conhecimentos, métodos e equipamentos necessários para a realização das tarefas que estão
dentro do campo de sua especialidade.
Habilidade humana – capacidade de entender, liderar e trabalhar com pessoas. A compreensão
das pessoas e de suas necessidades, interesses e atitudes.
Habilidade conceitual – capacidade cognitiva de analisar informações, compreender e lidar
com a complexidade da organização como um todo, além de usar o intelecto para formular

www.acasadoconcurseiro.com.br 1253
estratégias. Criatividade, planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do contexto são
manifestações da habilidade conceitual.
A figura mostra que todos os gestores da organização devem ser, em certo sentido, gestores de
pessoas.
Henry Mintzberg também definiu algumas habilidades, associando-as diretamente aos
papéis gerenciais que criou: relacionamento com colegas; liderança; resolução de conflitos;
processamento de informações; tomar decisões em condições de ambiguidade; alocação de
recursos; empreendedor; capacidade de introspecção.

Teorias

As teorias relevam diferentes abordagens sobre o tema Liderança. Há três abordagens mais
comuns:

1. Traços de personalidade – foco nas características pessoais do líder.

2. Comportamentais – foco nos estilos (maneiras) de liderar os seguidores.

3. Contingenciais (situacionais) – foco na adaptação do líder às diferentes situações/contextos.

Teoria dos Traços de Personalidade


Essa abordagem teve grande força na década de 30. Segundo ela, o líder “nasce feito” e
apresenta características marcantes de personalidade, que o distinguem das demais pessoas.
Certos indivíduos possuem uma combinação especial de traços de personalidade que podem
ser definidos e utilizados para identificar futuros líderes. Alguns exemplos de traços de
personalidade:
•• Físicos: energia, aparência, altura, etc.
•• Intelectuais: adaptabilidade, iniciativa, entusiasmo e autoconfiança.
•• Sociais: cooperação, habilidades interpessoais e administrativas.
•• Relacionados com a tarefa: impulso de realização, persistência e iniciativa.
Estudos mais recentes mostraram que os traços pessoais poderiam prever o surgimento da
liderança, mas não indicam qual tipo de líder é mais eficaz ou ineficaz.

Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)


Esta abordagem surgiu na década de 40 e se refere ao que o líder faz, isto é, ao estilo de
comportamento adotado para liderar. Tais teorias sugerem que é possível treinar pessoas
para serem líderes, ou seja, a liderança deixava de ser uma característica inata e passava a
ser algo que pudesse ser adquirido, construído. Há inúmeros estudos, cada um com suas
particularidades. Os principais são:

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Teoria X e Y (McGregor)
É considerada, por alguns, uma teoria de liderança, por outros, uma teoria de motivação.
Douglas McGregor pôs em evidência a filosofia do gestor sobre a natureza humana e a sua
relação com a motivação dos subordinados.
Os gestores tendem a desenvolver um conjunto de crenças ou ideias sobre os empregados, as
quais podem ser divididas em dois grupos, com visões antagônicas – a Teoria X e a Teoria Y.
•• De acordo com os pressupostos da Teoria X, as pessoas: são preguiçosas e indolentes;
evitam o trabalho; evitam a responsabilidade para se sentirem mais seguras; precisam ser
controladas e dirigidas; são ingênuas e sem iniciativa.
Se o gestor tem essa visão negativa das pessoas, ele tende a ser mais controlador e repressor, a
tratar os subordinados de modo mais rígido, a ser autocrático, a não delegar responsabilidades.
•• Nas pressuposições da Teoria Y, o trabalho é uma atividade tão natural como brincar ou
descansar, portanto, as pessoas: são esforçadas e gostam de ter o que fazer; procuram
e aceitam responsabilidades e desafios; podem ser automotivadas e autodirigidas; são
criativas e competentes.
Como o gestor acredita no potencial dos funcionários, ele incentiva a participação, delega
poderes e cria um ambiente mais democrático e empreendedor.

Três Estilos (White e Lippitt)


Os autores fizeram uma pesquisa para verificar o impacto e o clima social resultante do uso de
três estilos diferentes de liderança: autocrática, democrática e liberal (laissez-faire).
I – Liderança Autocrática: apenas o líder fixa as diretrizes, determina as ações e as técnicas
para a execução das tarefas, sem qualquer participação do grupo.
II – Liderança Democrática: as diretrizes e tarefas são debatidas pelo grupo, o qual é estimulado,
assistido e mediado pelo líder.
III – Liderança Liberal (laissez-faire): há liberdade completa para as decisões grupais ou
individuais, com participação mínima do líder.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1255
A pesquisa verificou que: grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram maior
volume de trabalho, mas também maior tensão, frustração e agressividade. Sob liderança
democrática, o nível de produção foi menor, porém com maior qualidade, satisfação e
comprometimento das pessoas. Sob liderança liberal, houve mau desempenho qualitativo e
quantitativo, com forte individualismo, insatisfação e desrespeito ao líder.

Estudos da Universidade de Michigan (Likert)

Rensis Likert participou de estudos realizados na Universidade de Michigan, os quais buscavam


comparar a eficácia dos grupos de acordo com o comportamento do líder. Os pesquisadores
identificaram dois tipos de comportamento, denominados Orientação para o Empregado (foco
nos funcionários, nas pessoas) e Orientação para a Produção (foco no trabalho, nas tarefas).

•• Líder orientado para a Produção: focado na atividade rotineira do trabalho, enfatizando


seus aspectos técnicos, metódicos e práticos, caracterizado por forte pressão e supervisão
da produção.

•• Líder orientado para o Funcionário: mais voltado para os aspectos humanos do trabalho,
com foco no relacionamento interpessoal e num ambiente de trabalho que proporcione o
desenvolvimento eficaz da equipe.

Os resultados da pesquisa foram favoráveis aos líderes orientados para os funcionários. Este
tipo de liderança obteve índices maiores de produtividade e de satisfação com o trabalho.
Likert também analisou quatro fatores da administração (processo de decisão, comunicações,
relacionamento interpessoal e sistemas de recompensas e punições) e, com base nos
resultados, definiu uma escala com quatro estilos de liderança:

1. Autoritário coercitivo: típico da chefia tradicional - hierárquica, centralizadora, autocrática


baseada na punição e no medo.

2. Autoritário benevolente: também típico da chefia tradicional, ainda centralizador de


decisões, porém com certas recompensas materiais.

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3. Consultivo: um pouco menos autocrático. Algumas decisões são delegadas e outras


ocorrem no topo, mas há consulta aos funcionários - comunicação vertical descendente e
ascendente.

4. Participativo: é o mais democrático. Há delegação das decisões às equipes e incentivo ao


trabalho e relacionamento em grupo. A comunicação flui vertical e horizontalmente.

Por fim, Likert caracteriza os administradores da gerência intermediária como Pinos de


Ligação de uma camada hierárquica para outra – pessoas com capacidade de representar um
grupo, fazendo a integração das pessoas e destas com a organização. Para ele, a liderança é a
capacidade de exercer influência, seja como líder (para baixo), seja como subordinado (para
cima).

Estudos da Universidade de Ohio

Na mesma época do estudo da Universidade de Michigan e com objetivos muito semelhantes,


pesquisadores da Universidade de Ohio identificaram várias dimensões interdependentes do
comportamento do líder e, ao final do estudo, caracterizaram em somente duas dimensões:
Estrutura de Iniciação e a de Consideração.
Estrutura de Iniciação: se refere à extensão em que um líder é capaz de definir e estruturar o
seu próprio papel e o dos funcionários na busca do alcance dos objetivos. É focada nas tarefas,
no estabelecimento de padrões detalhados e de rotinas. Como o próprio nome traduz, o
líder define objetivos e trabalha estruturando e organizando as tarefas para que estas sejam
alcançadas da melhor forma pelos subordinados.
Consideração: descrita como a extensão em que um líder é capaz de manter relacionamentos
de trabalho caracterizados por confiança mútua, respeito às ideias dos funcionários e cuidado
com os sentimentos deles. O líder se preocupa mais em estabelecer bons relacionamentos
entre pessoas no trabalho ou no grupo, demonstrando apoio, apreço, confiança, e consideração
pelos seus colaboradores e agindo de modo a proporcionar a cooperação e o consenso de todos
para as atividades a serem desenvolvidas.
Dessas duas dimensões do comportamento do líder, foram desmembrados quatro tipos de
estilos, conforme a combinação entre o grau de estrutura e de consideração.

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Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e Mouton)
A origem deste trabalho teve como base as pesquisas realizadas pelas Universidades de Ohio e
Michigan, que demonstravam duas dimensões do comportamento do líder que eram
considerados estilos opostos (foco nas pessoas X foco nas tarefas). Porém, com o
desenvolvimento das pesquisas sobre a liderança, verificou-se que as tarefas e as pessoas não
são polos opostos, mas limites (dimensões) de um mesmo território: o líder pode combinar os
dois estilos em seu comportamento, ou enfatizá-los simultaneamente, podendo ser eficaz ou
ineficaz tanto na dimensão da tarefa quanto na dimensão das pessoas.
Blake e Mouton desenvolveram a ideia da
Grade Gerencial (managerial grid, ou grade
da liderança) de acordo com esse modelo
explicativo de liderança. A grade gerencial
pressupõe que o administrador está sempre
voltado para dois assuntos: tarefa (a produção,
os resultados dos esforços) e pessoas (colegas e/
ou subordinados).
A grade é um diagrama que apresenta uma
variável relacionada à produção (eixo x), e
outra variável relacionada às pessoas (eixo
y), com intervalos ordenados de 1 a 9 (1 é a
menor intensidade; 9 a maior; 5 é um grau intermediário). A matriz bidimensional comporta
81 posições (nove por nove) ao longo da qual estão distribuídos os tipos de gerenciamento
identificados pelos pesquisadores.

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Estilo Significado Participação Fronteiras Intergrupais


Mínima preocupação com
Pouco envolvimento e pouco Isolamento. Falta de Coorde-
1.1 a produção e com as pes-
comprometimento. nação íntergrupal.
soas.
Enfatiza as pessoas com Comportamento Superficial e Coexistência pacifica. Grupos
1.9 mínima preocupação com efêmero. Soluções do mínimo evitam problemas para man-
a produção. denominador comum. ter a harmonia.
Ênfase na produção com Hostilidade intergrupal. Sus-
Não há participação das
9.1 mínima preocupação com peita a desconfiança mútuas.
pessoas.
as pessoas. Atitude de ganhar/perder.
Estilo do meio termo. Ati-
Trégua inquieta. Transigência
tude de conseguir alguns Meio caminho e acomodações
5.5 rateio e acomodações para
resultados sem muito es- que deixa todos descontentes.
manter a paz.
forço.
Comunicação abertas e fran-
Elevada participação e envol-
Estilo de excelência. Ênfase cas flexibilidade e altitude
9.9 vimento. Comprometimento
na produção e nas pessoas. para o tratamento construti-
das pessoas.
vo dos problemas.

Teorias Situacionais

O verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas sob
condições extremamente variadas (contextos, ambientes, tarefas, objetivos, etc.).

Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)

Obs: alguns autores consideram esta teoria dentro da abordagem Comportamental, outros,
dentro da abordagem Contingencial.

Para criar este modelo, os autores se basearam no pressuposto de que a escolha de um estilo
de liderança eficaz está intimamente ligada a três fatores: forças no líder (sua experiência,
personalidade e conhecimento); forças nos subordinados (sua responsabilidade, educação e
habilidades); e forças na situação (a organização, a complexidade do ambiente e as situações
gerais).

Os líderes de sucesso seriam aqueles que conseguem colocar em evidencia as forças que são
mais importantes para o seu comportamento no momento adequado, bem como manter uma
boa interação com os subordinados, a organização e as pressões do ambiente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1259
Tannenbaum e Schmidt criaram um continuum de liderança (uma espécie de régua) que
consiste em uma faixa composta de sete atitudes possíveis para um gerente.
As atitudes de um líder variam
conforme a situação. No
extremo esquerdo da régua, o
administrador (ou líder) toma as
decisões e apenas as anuncia; no
extremo direito, o administrador
toma decisões em acordo com os
subordinados.
Este Continuum de Comporta-
mento de Liderança (ou do Admi-
nistrador), portanto, estabelece
sete estilos que a liderança pode
seguir, de acordo com o grau de
centralização ou descentralização de poder decisório nas mãos do líder.

Modelo de Fiedler
O desempenho eficaz do grupo depende da combinação apropriada entre o estilo de interagir
do líder com seus subordinados e o grau em que a situação dá controle e poder de influência
ao líder.
Fiedler dividiu seu modelo em 3 etapas:

1. Identificando o modelo de liderança: é feito por meio do questionário do colega de quem


menos gosto (tradução do inglês LPC – Least Prefered Coworker). Os respondentes são
convidados a refletir sobre o seu colega de trabalho menos preferido, ou seja, aquele com
quem tiveram maior dificuldade a trabalhar. Depois devem responder ao questionário,

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composto por 16 adjetivos contrastantes (ex: agradável-desagradável, eficiente-ineficiente,


aberto-fechado), atribuindo notas de 1 a 8 para as características. Se a pontuação for alta
(focada nos termos favoráveis) então a pessoa é orientada para relacionamento. Se a
pontuação for baixa (predominância de termos desfavoráveis), então a pessoa é orientada
para a tarefa.

Esta etapa está baseada na suposição do autor de que o estilo de liderança de cada pessoa é
único.

2. Definindo a situação: de acordo com o autor, três fatores situacionais chave determinam a
eficácia da liderança:

a) Relações líder-liderado: o grau de segurança, confiança e respeito que os subordinados


têm por seu líder;

b) Estrutura da tarefa: o grau de procedimentos que as missões de trabalho têm (isto é,


estruturadas ou desestruturadas); e

c) Poder da posição: o grau de influência que o líder tem sobre as variáveis de poder como
contratações, demissões, atos disciplinadores, promoções e aumentos de salário.

Cada uma destas variáveis recebe uma avaliação (boa/má, alto/baixo e forte/fraco
respectivamente), gerando 8 combinações.

Fatores Situacionais Favorabilidade Situacional Desfavorabilidade Situacional


Maior poder de posição; Menor poder de posição;
Poder de posição do
Muita autoridade formal; Pouca autoridade formal;
lider Alto nível hierárquico. Baixo nível hierárquico.
Tarefa estruturada, rotineira e
Tarefa não estruturada, variada e
programada;
Estrutura da tarefa não programada difícil de desem-
Fácil de desempenhar, executar e
penhar, executar e aprender.
aprender.
Relações entre líder e Bom relacionamento entre líder e Pobre relacionamento entre líder
membros os membros do grupo. e os membros do grupo.

3. Combinando os lideres com a situação: nesta etapa combinam-se os estilos de liderança


(etapa 1) com a situação em que o líder se encontra (etapa 2).

Pesquisas realizadas identificaram os líderes orientados para a tarefa como tendo um melhor
desempenho em situações muito favoráveis ou muito desfavoráveis. Líderes orientados para
relacionamentos se saíam melhor em situações moderadamente favoráveis.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1261
Modelo de Hersey & Blanchard
O modelo faz uma relação entre a maturidade do funcionário e a necessidade de ação por
parte do líder. O sucesso da liderança é alcançado por meio da escolha do estilo adequado, o
qual depende do nível de maturidade (prontidão) do funcionário.
A maturidade é definida como o desejo de realização, a vontade de aceitar responsabilidade e a
capacidade/experiência relacionada ao trabalho dos subordinados.
Hersey e Blanchard identificaram quatro estilos ou formas de liderança, caracterizados pela
representação da letra “E” e por palavras-chave: determinar (comando), persuadir (venda),
compartilhar (participação) e delegar. Esses estilos fazem correspondência com o nível de
maturidade dos subordinados, que variam do nível de pouca maturidade (M1), ao nível em que
os subordinados são capazes de assumir responsabilidades (M4).

A imaturidade (M1) deve ser gerenciada por meio do uso forte da autoridade e do foco nas
tarefas, com pouca ênfase no relacionamento (dar ordens - E1).

1262 www.acasadoconcurseiro.com.br
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M2 caracteriza pessoas com elevada vontade de assumir responsabilidades, mas pouca


experiência ou conhecimento, as quais devem, dessa forma, o líder precisa ser ao mesmo
tempo diretivo e oferecer o apoio emocional (E2).
Em M3, as pessoas têm grande competência, mas pouco interesse em assumir responsabilidades,
devido a sentimentos de insegurança ou desmotivação, por isso, o líder orienta-se fortemente
para o relacionamento, com pouca ênfase na tarefa (E3). Quanto mais maduro o seguidor,
menos intenso deve ser o uso da autoridade pelo líder e mais intensa a orientação para o
relacionamento (E2 e E3).
Para um liderado altamente maduro (M4), não é necessário comportamento forte de tarefa,
tampouco de relacionamento (E4), pois este tipo de funcionário altamente maduro possui as
condições ideais para assumir responsabilidades – competência e motivação.

Teoria 3D (Reddin)
Os modelos bidimensionais não vinham explicando a contento o processo de liderança. Alguns
pesquisadores, então, passaram a acrescentar uma terceira dimensão, ou variável de análise do
comportamento. A teoria de Reddin, ou da Eficácia Gerencial, tem esse nome justamente por
acrescentar uma 3ª dimensão, a Eficácia.
Segundo o autor, a principal função do administrador é ser eficaz (ou seja, atingir os resultados).
O administrador deve ser eficaz em uma variedade de situações e a sua eficácia poder ser
medida na proporção em que ele é capaz de transformar o seu estilo de maneira apropriada,
em situação de mudança.
As três habilidades gerencias básicas são:
•• Sensitividade situacional - É a habilidade para diagnosticar as situações e as forças que
jogam na situação.
•• Flexibilidade de estilo - É habilidade de se adequar às forças em jogo, devidamente
analisadas e diagnosticadas.
•• Destreza de gerência situacional - É a habilidade de gestão situacional, ou seja, a capacidade
de modificar a situação que deve ser modificada.
O modelo de Reddin parte dos dois elementos (Orientação para Tarefa e Orientação para
Relacionamentos) para definir quatro estilos gerenciais básicos:

•• Relacionado: se orienta exclusivamente para as


relações que estabelece entre as pessoas;
•• Dedicado: dá ênfase às tarefas a serem realizadas;
•• Separado: tem uma atuação deficitária tanto
no que diz respeito às inter-relações, quanto à
realização das tarefas.
•• Integrado: consegue conjugar, de forma
concomitante, uma atuação eficaz tanto voltada
para a relação entre as pessoas quanto para a
realização das tarefas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1263
Não há um estilo ideal. Cada situação requer uma estratégia própria. O gerente deve modificar
seu estilo em conformidade com a exigência da situação, de forma a ser eficaz. Percebe-se,
portanto, que a Teoria 3D não dá uma direção (não propõe um estilo ideal), ela apenas ressalta
que o gerente deve buscar a eficácia.
Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e outro menos eficaz, dando lugar a
oito estilos gerenciais.

Eficaz Não Eficaz


Transigente: tolerante com algumas
atitudes ou comportamentos na
Executivo: voltado para resultados e
Líder Integrado equipe, correndo riscos de assumir
pessoas, é desafiador.
atitudes ambíguas, sem transmitir
confiança.
Promotor: enfatiza comunicações Missionário: tende a evitar conflitos,
Líder livres, desenvolvimento de talentos, postura agradável e sociável,
Relacionado trabalho eficaz em equipe e transmissão dependente dos outros, não tem o
irrestrita de confiança. foco na produção e nos resultados.
Autocrata Benevolente: age com
Autocrata: agressividade, indepen-
energia, autoridade, comprometido
Líder Dedicado dência, ambição, iniciador - fixa tare-
com qualidade, demonstra iniciativa e
fas e cobra resultados.
atitudes paternalistas.
Burocrata: segue ordens, é confiável,
Desertor: segue regulamentos, sem
lógico, com autocontrole, imparcial
envolvimentos, não emite opiniões
Líder Separado e justo em suas análises e decisões,
ou expressa posições, não coopera,
eficiente na manutenção de sistemas e
não se comunica com a equipe.
rotinas.

Teoria do Caminho–Meta (House)


A expressão caminho-meta (ou meios-objetivos) implica que o líder deve ajudar os liderados
a alcançar suas metas, oferecendo a orientação necessária (caminho) e recompensas para
assegurar que tais metas sejam compatíveis com os objetivos organizacionais.

1264 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Robert House defende que o líder eficaz deve esclarecer o caminho dos seguidores em direção
aos objetivos de trabalho, tornando essa jornada mais fácil ao reduzir os obstáculos e barreiras.
A responsabilidade do líder é aumentar a motivação dos funcionários para atingir objetivos
individuais e organizacionais.
Os líderes são flexíveis e podem assumir quatro comportamentos distintos, conforme o tipo de
situação:
•• Apoiador (suportivo): atento às necessidades dos subordinados - é amigável e acessível;
•• Diretivo: dá a direção - organiza o trabalho e fornece instruções sobre a execução;
•• Participativo: utiliza as sugestões dos subordinados em suas decisões;
•• Orientado para realizações (conquistas): apresenta metas desafiadoras para que os
subordinados ofereçam o melhor desempenho possível.
A teoria relaciona os quatro tipos de comportamentos dos líderes com dois fatores
contingenciais (características ambientais e dos funcionários), conforme figura a seguir.

Antes de adotar uma atitude, o líder deve avaliar qual a realidade da situação. O desempenho
e a satisfação do funcionário tendem a ser positivamente influenciados quando o líder oferece
algo que falte ao funcionário ou ao ambiente de trabalho. O líder será aceito pelos liderados
quando estes o virem como fonte de satisfação, imediata ou futura. Caso o líder seja redundante
em relação às fontes ambientais ou incongruente com as características dos funcionários, esse
comportamento errado pode desmotivar o subordinado e tornar o líder ineficaz.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1265
Liderança Transacional x Transformacional x Carismática
James M. Burns desenvolveu um novo paradigma, abordando a liderança como uma relação
com troca de influências, onde a energia básica é o poder. O autor aborda dois grandes
conceitos sobre liderança: a Transformacional e a Transacional.
O líder Transacional, ou negociador, apela aos interesses, especialmente às necessidades
básicas dos seguidores. Ele promete recompensas (materiais ou psicológicas) para conseguir
que os seguidores (ou subordinados) trabalhem para realizar as metas. Ele guia ou motiva seus
seguidores na direção de metas estabelecidas, esclarecendo o papel e os requisitos da tarefa
e fornecendo recompensas positivas ou negativas de acordo com o sucesso do desempenho.
Seu comprometimento é dito de curto prazo e há prevalência de características do estereótipo
masculino: competitividade, autoridade hierárquica, alto controle do líder, resolução analítica
de problemas, determinação de objetivos e processos racionais de troca.

Líder Transacional
Recompensa contingente: Negocia recompensas pelo desempenho.
Administração por exceção (ativa): Observa desvios e corrige.
Adm. Por exceção (passiva): Intervêm apenas quando resultados não são alcançados.
Laissez - faire: adbica de responsabilidade, evita decisões.

O líder Transformacional age influenciando, inspirando, estimulando e considerando


individualmente as pessoas. É um agente da mudança, utiliza técnicas de empowerment,
incita e transforma atitudes, crenças e motivos dos seguidores, tornando-os conscientes
das suas necessidades e das estratégias organizacionais. O comprometimento é de longo
prazo e as características femininas predominam: cooperação, colaboração, baixo controle e
soluções baseadas em intuição e racionalidade, ênfase no desenvolvimento de seguidores,
empowerment e criação de ligações emocionais.

Líder Transformacional
Influência idealizada - Carisma: Dá visão e sentido da missão, estimula orgulho.
Inspiração: Comunica altas expectativas e foca esforços.
Estímulo Intelectual: Promove inteligência, racionalidade.
Consideração individualizada: Dá atenção individual, personalizada.

Estudos apontam que o estilo Transformacional é superior ao Transacional.


Por fim, a Teoria Carismática afirma que os seguidores do líder atribuem a ele capacidades
heroicas ou extraordinárias de liderança quando observam determinados comportamentos.
As características principais deste comportamento são: visão, disposição para correr riscos por
essa visão, sensibilidade às limitações ambientais e necessidades de seus liderados.
A liderança Transformacional, embora possua a característica do carisma, tem um escopo
maior: a liderança transformacional gera um processo de transformação ou de mudança nos
seguidores, buscando capacitá-los para questionar as visões estabelecidas (inclusive as do
líder).

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Slides – Liderança

Liderança
• Poderes
• Atividades (Fred Luthans) • TEORIAS
• Papéis (Mintzberg) ‒ Teoria dos Traços de Personalidade
‒ Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
• Habilidades Gerenciais (Katz) o Teoria X e Y (McGregor)
o Três Estilos (White e Lippitt)
o Estudos da Universidade de Michigan (Likert)
o Estudos da Universidade de Ohio
o Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e
Mouton)
‒ Teorias Situacionais
o Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
o Modelo de Fiedler
o Modelo de Hersey & Blanchard
o Transacional x Transformacional x Carismática
o Teoria 3D (Reddin)
o Teoria do Caminho–Meta (House)
1

Liderança
• Visão moderna: é a capacidade de influenciar o
comportamento de outra pessoa através da adesão da
mesma a um princípio, a uma meta ou a uma
determinada missão.

Envolve competências interpessoais, inerentes às


relações humanas.
Liderança X Autoridade Formal
Capacidade de Poder do cargo
influência
2

www.acasadoconcurseiro.com.br 1267
Liderança – visão moderna
• É uma qualidade pessoal singular?
‒ Não. As características que levam uma pessoa a ser pessoa
aceita como líder em um grupo são limitadas a este grupo.
• É manipulação?
‒Não. Uma liderança autêntica deve ter como fundamentos a
ética e a confiança.
• McGregor: processo social complexo, produto de inúmeros fatores.
‒as mo�vações dos liderados – atendimento das expectativas do
grupo de liderados;
‒a tarefa ou missão – sem missão, não há liderança; apenas
influência ou popularidade;
‒o líder – pessoa com certos traços de personalidade, motivações
e habilidades;
‒a conjuntura – contexto, meio organizacional.
3

Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis


Visão antiga – estudos ao longo de todo século XX.

• Tipos de poder do líder:


‒Legítimo: autoridade, poder do cargo ocupado
‒Coerção: poder de punição
‒Recompensa: poder de recompensar as atitudes
‒Referência: carisma, identificação com o líder
‒Perito ou Conhecimento: baseado na especialidade, aptidão,
know-how, informação 4

1268 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Poderes do líder

Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis


• Fred Luthans - quatro tipos de atividades:
1. Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e controlar.
2. Comunicação: trocar e processar informações; processar
documentação.
3. Administrar recursos humanos: motivar, resolver
conflitos, alocar pessoal, treinar.
4. Relacionamento (networking): manter relações sociais,
fazer política, interagir.
6

www.acasadoconcurseiro.com.br 1269
Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis
• Henry Mintzberg – 10 papéis em 3 categorias
1 - Papéis interpessoais (relacionamento):
a) Figura de proa – símbolo, representante, R.P.
b) Líder – relação de influência.
c) Ligação – facilita a relação intra e entre áreas.
2 - Papéis de informação:
a) Monitor – lidar com informações de diversas fontes.
b) Disseminador – transferência de informações de fora (ambiente) para dentro
da organização.
c) Porta-voz – transmissão para fora (ambiente).
3 - Papéis de decisão:
a) Empreendedor (entrepreneur) – iniciador
b) Solucionador de problemas
c) Negociador – com pessoas ou outras organizações.
d) Administrador (alocador) de recursos 7

Poderes, Atividades, Habilidades e Papéis


• Katz - três categorias de habilidades:

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Teorias sobre Liderança


• Três abordagens principais ao longo da história:
‒ Abordagem dos Traços de Personalidade
‒ Abordagem Comportamental
o Teoria X e Y (McGregor)
o Três Estilos (White e Lippitt)
o Estudos da Universidade de Michigan (Likert)
o Estudos da Universidade de Ohio
o Visão Bidimensional – Grade Gerencial (Blake e Mouton)
‒ Abordagem Situacional (Contingencial)
o Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
o Modelo de Fiedler
o Modelo de Hersey & Blanchard
o Transacional x Transformacional x Carismática
o Teoria 3D (Reddin)
o Teoria do Caminho–Meta (House) 9

Traços de Personalidade – década de 30


• O líder apresenta características marcantes - uma combinação
de traços de personalidade - que o distingue das demais
pessoas.
‒ Exemplos:
o Físicos: energia, aparência, altura, etc.
o Intelectuais: adaptabilidade, iniciativa, entusiasmo e
autoconfiança.
o Sociais: cooperação, habilidades interpessoais e administrativas.
o Traços relacionados com a tarefa: impulso de realização,
persistência e iniciativa.
• Estudos mostraram que os traços pessoais poderiam prever o
surgimento da liderança, mas não indicam qual tipo de líder é mais
eficaz ou ineficaz. 10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1271
Teorias dos Estilos de Liderança (Comportamentais)
A partir da década de 40
Estilos X e Y - McGregor
• Também é uma teoria motivacional – filosofia do gestor
baseada em um conjunto de crenças sobre as pessoas.

Visão X Visão Y
As pessoas são esforçadas e gostam
As pessoas são ingênuas, de ter o que fazer; procuram e
preguiçosas e sem iniciativa; aceitam responsabilidades e
evitam trabalho e desafios; podem ser automotivadas
responsabilidade; precisam ser e autodirigidas; são criativas e
controladas e dirigidas. competentes.
11

3 Estilos de Liderança (White e Lippitt)

• Autocrática – equipe apresenta maior volume de trabalho, mas também


maior tensão, frustração e agressividade.
• Liberal (laissez-faire) - mau desempenho qualitativo e quantitativo, com
forte individualismo, insatisfação e desrespeito ao líder.
• Democrática - nível de produção menor, porém com maior qualidade,
satisfação e comprometimento das pessoas. 12

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Estudos da Universidade de Michigan (Likert)


• Buscavam comparar a eficácia dos grupos de acordo com o
comportamento do líder.
• Identificaram dois tipos de comportamento:
‒Líder orientado para o Empregado (foco nas pessoas)
‒Líder orientado para a Produção (foco no trabalho, nas tarefas).

Resultados favoráveis aos líderes orientados para os funcionários


- índices maiores de produtividade e de satisfação com o
trabalho.
13

Estudos da Universidade de Michigan (Likert)

14

www.acasadoconcurseiro.com.br 1273
4 Estilos de Liderança – Likert
• Analisou quatro fatores da administração (processo de decisão,
comunicações, relacionamento interpessoal e sistemas de
recompensas e punições) e definiu uma escala com quatro
estilos de liderança:
‒1. Autoritário coercitivo
‒2. Autoritário benevolente
‒3. Consultivo
‒4. Participativo

15

Estilos de Liderança – Likert


• Pino de Ligação de uma camada hierárquica para outra –
pessoas com capacidade de representar um grupo.
‒a liderança é a capacidade de exercer influência, seja como líder
(para baixo), seja como subordinado (para cima).
‒ Faz a integração das pessoas e destas com a organização.

16

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Estudos da Universidade de Ohio


• Dimensões indicadoras do comportamento de Liderança:
‒Estrutura de Iniciação: se refere à extensão em que um líder
é capaz de definir e estruturar o seu próprio papel e o dos
funcionários na busca do alcance dos objetivos.
‒Consideração: a extensão em que um líder é capaz de
manter relacionamentos de trabalho caracterizados por
confiança mútua, respeito às ideias dos funcionários e
cuidado com os sentimentos deles.

17

Estudos da Universidade de Ohio

Quatro tipos de
estilos, a partir das
duas dimensões.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1275
Visão Bidimensional (Blake e Mouton)
• Liderança orientada para a
tarefa (trabalho, produção)
e para as pessoas.
‒ Tarefas e Pessoas não
são polos opostos, mas
limites (dimensões) de
um mesmo território;
• O líder pode combinar os
dois estilos em seu
comportamento, ou
enfatizá-los
simultaneamente.
19

Visão Bidimensional (Blake e Mouton)

20

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Teorias Situacionais
Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)
• Três forças (fatores situacionais):
no líder (experiência,
personalidade); nos subordinados
(responsabilidade, habilidades);
e forças na situação (complexidade
do ambiente e situações gerais).

Continuum de Liderança (Tannenbaum e Schmidt)


• 7 atitudes possíveis para um gerente, combinando a autoridade deste
gestor com a liberdade dos subordinados, no que se refere à tomada de
decisões.

22

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Teorias Situacionais: Modelo de Fiedler

24

Teorias Situacionais: Hersey & Blanchard

Maturidade do
seguidor
x
Uso da autoridade
pelo líder

25

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Teoria 3D - Reddin
• O gerente deve buscar a eficácia = atingir resultados em
diferentes situações;
‒ Não há um estilo ideal - cada situação
requer uma estratégia própria.

‒Quatro estilos gerenciais básicos

• Três habilidades gerencias básicas:


‒ Sensitividade situacional: diagnosticar situações e forças atuantes.
‒ Flexibilidade de estilo: se adequar às forças em jogo.
‒ Destreza de gerência situacional: capacidade de modificar a situação
que deve ser modificada.

Teoria 3D - Reddin
• Os quatro estilos básicos têm um equivalente mais eficaz e
outro menos eficaz.

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Teoria 3D - Reddin
Eficaz Não Eficaz
Transigente: tolerante com algumas
Líder Executivo: voltado para resultados e atitudes ou comportamentos na equipe,
Integrado pessoas, é desafiador. correndo riscos de assumir atitudes
ambíguas, sem transmitir confiança.
Promotor: enfatiza comunicações livres, Missionário: tende a evitar conflitos,
Líder desenvolvimento de talentos, trabalho postura agradável e sociável, dependente
Relacionado eficaz em equipe e transmissão irrestrita dos outros, não tem o foco na produção e
de confiança. nos resultados.
Autocrata Benevolente: age com
Autocrata: agressividade, independência,
Líder energia, autoridade, comprometido com
ambição, iniciador - fixa tarefas e cobra
Dedicado qualidade, demonstra iniciativa e
resultados.
atitudes paternalistas.
Burocrata: segue ordens, é confiável,
Desertor: segue regulamentos, sem
lógico, com autocontrole, imparcial e
Líder envolvimentos, não emite opiniões ou
justo em suas análises e decisões,
Separado eficiente na manutenção de sistemas e
expressa posições, não coopera, não se
comunica com a equipe.
rotinas.

Teoria do Caminho–Meta (House)


O líder deve ajudar os liderados a alcançar suas metas,
oferecendo a orientação necessária (caminho) para assegurar
que elas sejam compatíveis com os objetivos organizacionais.
• Quatro comportamentos distintos, conforme o tipo de situação:
‒Diretivo: dá a direção;
‒Apoiador: atento às necessidades dos subordinados;
‒Participativo: utiliza as sugestões dos subordinados em suas
decisões;
‒Orientado para realizações (conquistas): apresenta metas
desafiadoras para que os subordinados ofereçam o melhor
desempenho possível.

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Administração – Liderança – Prof. Rafael Ravazolo

Teoria do Caminho–Meta (House)


• Antes de adotar uma atitude, o líder deve avaliar a situação.
‒ Oferecer algo que falte ao funcionário ou ao ambiente de trabalho =
tendência de satisfação e bom desempenho;
‒ Redundância e incongruências = desmotivação e ineficácia.

Teoria do Caminho–Meta (House)

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Transacional x Transformacional x Carismático
Líder Transacional
Recompensa contingente: negocia recompensas pelo desempenho
Administração por exceção (ativa): observa desvios e corrige
Adm. por exceção (passiva): intervém apenas quando resultados não são
alcançados
Laissez-faire: abdica de responsabilidade, evita decisões

Líder Transformacional
Influência idealizada - carisma: dá visão e sentido da missão, estimula orgulho
Inspiração: comunica altas expectativas e foca esforços
Estímulo intelectual: promove inteligência, racionalidade
Consideração individualizada: dá atenção individual, personalizada

Líder Carismático
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Conhecimento Específico

TRABALHO EM EQUIPE

Grupo é um conjunto de pessoas que podem ou não ter objetivos comuns, e que, em geral, se
reúnem por afinidades. No entanto o grupo não é uma equipe.
A equipe é mais que um grupo, pois nela as pessoas compreendem seus papéis e estão
engajadas para alcançar os objetivos de forma compartilhada. Além disso, a comunicação entre
os membros é verdadeira, as opiniões diferentes são estimuladas e há alto grau de participação
e interação dos componentes.
Resumindo, um grupo passa a ser uma equipe quando existe:
•• Clareza de objetivos e metas;
•• Percepção integrada e decisões conjuntas – desempenho coletivo;
•• Habilidades complementares;
•• Divisão de papéis, funções e liderança compartilhada – responsabilidades individuais e
mútuas
•• Definição da organização do trabalho e dos níveis de autonomia;
•• Relações efetivas entre si e com o líder (ajustes interpessoais, resolução de conflitos);
•• Comunicação efetiva, diversidade, engajamento ;
•• Sinergia positiva.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1283
A equipe não é a simples soma de indivíduos e comportamentos, ela assume configuração
própria que influencia nas ações e nos sentimentos de cada um, proporcionando sinergia,
coesão, cooperação e coordenação, simpatia, carinho, harmonia, satisfação.
O trabalho em equipe é valorizado, pois quase sempre produz melhores resultados do que o
trabalho individual. O conjunto de pessoas faz as equipes terem mais fontes de informação,
conhecimentos, criatividade e experiências. O trabalho em equipe incrementa a aprendizagem
e a satisfação das pessoas.

Tipos de Equipes

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Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo

Uma equipe eficaz é resultado da combinação de três fatores: o contexto (recursos, estrutura,
clima, recompensas), a composição (personalidade dos membros, capacidade, diversidade,
tamanho, flexibilidade, preferências) e os processos de trabalho e de relacionamento (metas,
propósitos comuns, autoconfiança, nível de conflito).
As equipes devem ser estruturadas levando em consideração os perfis ou tendências pessoais
e personalidade dos indivíduos – uma equipe de líderes não pode progredir, pois onde todos
queiram liderar, a administração de conflitos ocupará a maior parte do tempo disponível para o
trabalho em equipe.
Diversos fatores interferem trabalho em equipe. Dentre os fatores positivos estão:
comportamento receptivo, empatia, cooperação, comunicação eficiente, visão estratégica,
relações ganha-ganha, assertividade* etc.
•• Assertividade – conjunto de recursos cognitivos e comportamentais, inatos ou
adquiridos, que permitem ao indivíduo afirmar-se social e profissionalmente sem
desrespeitar os direitos de outrem.
Dentre os fatores negativos: inclinação individualista ou excessivamente competitiva,
gerenciamento baseado em modelos hierárquicos e autoritários (liderança autocrática), falta
de objetivos definidos, sobreposição de ações, indefinição de atribuições, falta de tolerância
e cortesia, ausência de comunicação e de liderança eficaz, arrogância e soberba, falta de
disciplina, dificuldades de relacionamento interpessoal etc.
Percebe-se, portanto, que é necessário um conjunto de competências para o trabalho em
equipe. São elas:
•• Cooperar: participar voluntariamente, apoiar as decisões da equipe, fazer a sua parte;
•• Compartilhar informações: manter as pessoas informadas e atualizadas sobre os processos;
•• Expressar expectativas positivas: esperar o melhor das capacidades dos outros membros
do grupo, falando dos membros da equipe para os outros com aprovação. Apelar para a
racionalidade em situações de conflito e não assumir posição polêmica nesses casos;
•• Estar disposto a aprender com os companheiros: valorizar a experiência dos outros, solicitar
dados e interagir pedindo e valorizando ideias;
•• Encorajar os outros: dar crédito aos colegas que tiveram bom desempenho tanto dentro
como fora da equipe;
•• Construir um espírito de equipe: tomar atitudes especiais para promover um clima
amigável, moral alta e cooperação entre os membros da equipe;
•• Resolver conflitos: trazer à tona o conflito dentro da equipe e encorajar ou facilitar uma
solução construtiva para a equipe. Não esconder o problema, mas tentar resolvê-lo da
forma nas rápida possível.
Essas competências geram, por fim, os atributos das equipes de alta performance:
•• Participação – todos estão comprometidos com o empowerment e a autoajuda.
•• Responsabilidade – todos se sentem responsáveis pelos resultados do desempenho.
•• Clareza – todos compreendem e apoiam o propósito da equipe.
•• Interação – todos comunicam-se em um clima aberto e confiante.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1285
•• Flexibilidade – todos desejam mudar para melhorar o desempenho.
•• Foco – todos estão dedicados a alcançar expectativas de trabalho.
•• Criatividade – todos os talentos e ideias dos membros são usados para beneficiar a equipe.
•• Velocidade – todos agem prontamente sobre problemas e oportunidades.

Competência interpessoal

Toda e qualquer organização que queira obter êxito não admite mais o profissional individualista.
Competência interpessoal é a habilidade para lidar eficazmente com outras pessoas, de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação. É a capacidade de trabalhar
com eficácia como membro de uma equipe e de conseguir esforços cooperativos na direção
dos objetivos estabelecidos.
No relacionamento interpessoal, grande parte do sucesso depende da habilidade de lidar bem
com os sentimentos (seus e dos demais), de ouvir e se fazer ouvir e de interagir de maneira
harmônica e produtiva.
A habilidade interpessoal é fundamental para liderar, negociar e solucionar divergências, para
a cooperação e para o trabalho em equipe. Pessoas com essa habilidade são mais eficazes nas
situações de interação. Para utilizar esta habilidade em alto desempenho é necessário dar e
receber feedback de uma maneira eficaz, assertiva e autêntica, além de saber ouvir e reagir
positivamente às críticas.
No relacionamento interpessoal, feedback é a informação que se dá a uma pessoa sobre como
o comportamento dela está sendo percebido e como isto afeta a postura dos demais membros
de um grupo. Ele pode também ser utilizado para expressar como a atuação de um grupo está
afetando um ou mais de seus integrantes.
Competência interpessoal leva em conta três critérios: a percepção acurada da situação
interpessoal, das variáveis relevantes e da sua respectiva inter-relação; a habilidade de resolver
realmente os problemas, de tal modo que não haja regressões; as soluções alcançadas de
tal forma que as pessoas envolvidas continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo
menos, como quando começaram a resolver seus problemas.

Empowerment

Sua tradução seria algo como “empoderamento” e é basicamente uma delegação de autoridade.
É uma mudança organizacional com objetivo de ampliar o sistema decisório até o nível
hierárquico mais baixo, dando aos grupos de trabalho o poder e a autonomia na forma realizar
suas tarefas.
Significa, em última análise, o fortalecimento das pessoas com: responsabilidade por metas
e resultados (individuais e em equipe), liberdade para tomar decisões, busca pela melhoria
contínua, foco no cliente.

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Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo

O empowerment geralmente aumenta a satisfação dos funcionários no trabalho porque dá


a eles um sentimento de realização por dominar várias atividades, de reconhecimento dos
usuários de seu trabalho e de responsabilidade sobre a qualidade.
O empowerment se assenta em quatro bases principais:

1. Poder – dar poder às pessoas, delegar autoridade e responsabilidade em todos os níveis da


organização, confiar, dar liberdade e autonomia de ação.

2. Motivação – incentivar, reconhecer o bom trabalho, recompensar, participar nos resultados.

3. Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de capacitação e desenvolvimento


pessoal e profissional, treinar, proporcionar informações e compartilhar conhecimentos.

4. Liderança – orientar as pessoas, definir objetivos e metas, avaliar o desempenho, inspirar e


abrir horizontes, proporcionar retroação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1287
SLIDES - TRABALHO EM EQUIPE

Trabalho em Equipe
Grupo é um conjunto de pessoas que interage para
compartilhar informações e tomar decisões para ajudar
cada membro.
X
Equipe é mais que um grupo:
‒ Sinergia positiva
‒ Desempenho coletivo e habilidades complementares
‒ Responsabilidades individuais e mútuas
‒ Comunicação efetiva
‒ Respeito à diversidade.

Trabalho em Equipe
• Um grupo passa a ser uma equipe quando existe:
‒Clareza de objetivos e metas;
‒Percepção integrada e decisões conjuntas - desempenho
coletivo;
‒Habilidades complementares;
‒Divisão de papéis, funções e liderança compartilhada -
responsabilidades individuais e mútuas
‒Definição da organização do trabalho e dos níveis de
autonomia;
‒Relações efetivas entre si e com o líder (ajustes
interpessoais, resolução de conflitos);
‒Comunicação efetiva, engajamento;
‒Sinergia positiva.
2

1288 www.acasadoconcurseiro.com.br
Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo

Trabalho em Equipe

Trabalho em Equipe
• Vantagens:
‒Quase sempre produz melhores resultados do
que o trabalho individual.
‒O conjunto de pessoas faz as equipes terem mais
fontes de informação, conhecimentos,
criatividade e experiências.
‒O trabalho em equipe incrementa a
aprendizagem e a satisfação das pessoas.

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Tipos de Equipes - Robbins

Tipos de Equipes - Chiavenato


• EQUIPES FUNCIONAIS CRUZADAS – pessoas vindas de diversas áreas da empresa -
formadas para alcançar um objetivo específico por meio de um mix de
competências. Quase sempre são designadas pela empresa.
• EQUIPES DE PROJETOS – formadas especialmente para desenhar um novo produto
ou serviço. Participantes são designados com base na sua habilidade para
contribuir para o sucesso. O grupo geralmente é desfeito após o projeto.
• EQUIPES AUTODIRIGIDAS – compostas de pessoas altamente treinadas para
desempenhar um conjunto de tarefas interdependentes dentro de uma unidade
natural de trabalho. Usa-se o consenso para tomada de decisão, resolver
problemas e lidar com clientes.
• EQUIPES DE FORÇA-TAREFA – uma força-tarefa é designada para resolver
imediatamente um problema. O grupo pode ficar responsável por desenvolver um
plano de longo prazo para resolver o problema e implementar a solução.
• EQUIPES DE MELHORIA DE PROCESSOS – grupo de pessoas experientes, de
diferentes departamentos ou funções, encarregadas de melhorar a qualidade,
reduzir custos, incrementar a produtividade em processos que afetam todos os
departamentos ou funções envolvidas.

1290 www.acasadoconcurseiro.com.br
Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo

Características de uma equipe eficaz


• Combinação de três fatores:
‒Contexto - recursos, estrutura, clima, recompensas;
‒Composição - personalidade dos membros, tamanho,
capacidade, diversidade, flexibilidade, preferências;
‒Processos de trabalho e de relacionamento - metas,
propósitos comuns, autoconfiança, nível de conflito.
• Fatores que interferem no trabalho em equipe
‒Fatores positivos: comportamento receptivo, empatia,
cooperação, comunicação eficiente, visão estratégica,
relações ganha-ganha, assertividade, etc.
‒Fatores negativos: individualismo, competição,
liderança autocrática, falta de objetivos, indefinição de
atribuições, intolerância, falhas de comunicação etc.
7

Atributos de equipes de alta performance


‒Participação
‒Responsabilidade
‒Clareza
‒Interação
‒Flexibilidade
‒Foco
‒Criatividade
‒Velocidade

www.acasadoconcurseiro.com.br 1291
Roda de Equipe - Margerison e McCann
1. Assessoria: coletar e fornecer informações para toda equipe; o reportador faz com
que todos fiquem bem informados.
2. Inovação: criar e experimentar novas ideias; o inovador dá criatividade à equipe.
3. Promoção: identificar e explorar oportunidades; o promotor/explorador defende as
mudanças e as novas oportunidades.
4. Desenvolvimento: avaliar e verificar a aplicabilidade de novas abordagens.
5. Organização: estabelecer e implementar maneiras de fazer as coisas; faz com que as
coisas aconteçam.
6. Produção: concluir e entregar os resultados; o produtor é uma pessoa prática que
conduz as coisas até o fim (alcança metas, resultados).
7. Inspeção: controlar e auditar os sistemas de trabalho; controlador das ações para
evitar erros.
8. Manutenção: defender e preservar padrões e procedimentos; o mantenedor
assegura revisões regulares dos processos de qualidade, em busca de eficiência.
9. Ligação: coordenar e integrar todos os membros da equipe; o relacionador assegura
que todos trabalhem em conjunto.

Competência Interpessoal
• Habilidade de lidar eficazmente com outras pessoas, de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da
situação.

• Capacidade de trabalhar com eficácia como membro de uma


equipe e de conseguir esforços cooperativos na direção dos
objetivos estabelecidos.

• É fundamental para liderar, negociar e solucionar divergências,


para a cooperação e para o trabalho em equipe.

• Importância do feedback

10

1292 www.acasadoconcurseiro.com.br
Conhecimento Específico – Trabalho em Equipe – Prof. Rafael Ravazolo

Empowerment
• Empoderamento = delegação de autoridade, autonomia
‒ ampliar o sistema decisório até o nível hierárquico mais baixo, dando aos grupos
de trabalho o poder e a autonomia na forma realizar suas tarefas.
‒ Fortalece as pessoas e gera maior satisfação por meio da responsabilidade por
metas e resultados (individuais e em equipe), liberdade para tomar decisões,
busca pela melhoria contínua, foco no cliente.
• Quatro bases principais:
‒ Poder – dar poder às pessoas, delegar autoridade e responsabilidade em todos os
níveis da organização, confiar, dar liberdade e autonomia de ação.
‒ Motivação – incentivar, reconhecer o bom trabalho, recompensar, participar nos
resultados.
‒ Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de capacitação e
desenvolvimento pessoal e profissional, treinar, proporcionar informações e
compartilhar conhecimentos.
‒ Liderança - orientar as pessoas, definir objetivos e metas, avaliar o desempenho,
inspirar e abrir horizontes, proporcionar retroação. 11

www.acasadoconcurseiro.com.br 1293
Administração
Aula XX

COMPETÊNCIA INTERPESSOAL

Qualquer organização que queira obter êxito não admite mais profissionais individualistas.
Por isso, é tão importante a chamada Competência Interpessoal, que significa a capacidade de
trabalhar com eficácia como membro de uma equipe e de conseguir esforços cooperativos na
direção dos objetivos estabelecidos.
Competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente com outras pessoas, de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação.
Competência interpessoal significa, portanto, ter habilidade para mediar de maneira eficaz as
relações entre as necessidades das pessoas e as exigências do ambiente em que estão inseridas
(necessidades relacionais e situacionais).
No relacionamento interpessoal, grande parte do sucesso depende da habilidade de lidar bem
com os sentimentos (próprios e dos demais), de ouvir e se fazer ouvir e de interagir de maneira
harmônica e produtiva.
No ambiente em que a competência interpessoal é praticada:
•• é estabelecido um clima de trabalho cooperativo, no qual as opiniões são ouvidas e
respeitadas;
•• existe controle emocional (equilíbrio);
•• há aceitação das diferenças individuais, conjugando-se os esforços para a integração da
equipe de forma a somarem-se conhecimentos e experiências, a fim de fortalecer uma
cultura harmoniosa;
•• há comunicação efetiva, simétrica, e o feedback é produtivo (dar e receber).
Por outro lado, a carência de competências interpessoais tem como consequência desintegração
de esforços, desencontros na comunicação e deterioração do desempenho grupal.
A habilidade interpessoal é fundamental para liderar, negociar e solucionar divergências, para
a cooperação e para o trabalho em equipe. Pessoas com essa habilidade são mais eficazes nas
situações de interação.
Segundo Argyris, a Competência Interpessoal leva em conta três critérios:
1. Percepção acurada da situação interpessoal, das variáveis relevantes e da sua respectiva
inter-relação;
2. Habilidade de resolver realmente os problemas, de tal modo que não haja regressões;

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3. Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas continuem trabalhando juntas
tão eficientemente, pelo menos, como quando começaram a resolver seus problemas.
De acordo com Moscovici (2003), desenvolvimento interpessoal pode ser orientado para três
níveis de consequências: individual, grupal e organizacional.
•• Individual: o foco é intra e interpessoal. Trabalham-se as motivações, os objetivos pessoais
e a problemática de inter-relação, de afetividade e de intimidade.
•• Grupal: o foco predominante é interpessoal e grupal. Trabalham-se as motivações e os
objetivos comuns ao conjunto e a vários subconjuntos, bem como questões sobre poder,
autoridade, controle e influência social. Se a competência interpessoal é alcançada nesse
nível, os membros do grupo dispõem-se a trabalhar em equipe de forma real.
•• Organizacional: o foco é o sistema-organização como um todo. Trabalham-se as motivações
e e os objetivos individuais, grupais e organizacionais. Procura-se ampliar e aperfeiçoar a
capacidade de trabalho em equipe e também a interdependência de subsistemas.
Competência Interpessoal não é um dom ou atributo inato da personalidade, e sim uma
capacidade decorrente de treinamento, obtida por meio de técnicas próprias em programas
especiais, envolvendo conteúdos intelectuais, emocionais e atitudinais. Dois componentes são
importantes dentro na competência interpessoal: a percepção e a habilidade.
A percepção precisa ser treinada para uma visão acurada e realística da situação. Isso significa
um longo processo de crescimento pessoal e tem como pré-requisito a Inteligência Emocional,
que implica autopercepção (identificar e analisar crenças, atitudes, sentimentos e valores
pessoais), autoconscientização, autoaceitação e autoconhecimento.
Esse treinamento perceptivo não se realiza espontânea nem facilmente, mas requer
treinamento especial, demorado, e muitas vezes sofrido, exigindo coragem e disponibilidade
psicológica no exercício de dar e receber feedback.
A Competência Interpessoal só é adquirida por meio do autoconhecimento, o qual, por sua vez,
só pode ser obtido com a ajuda dos outros, por meio de feedback. Se o indivíduo tem percepção
mais acurada de si, então pode, também, ter percepção acurada da situação interpessoal. Se
você não conhece a si mesmo, dificilmente compreenderá o outro. Portanto, avaliar a nossa
conduta, nossos comportamentos e percepções frente aos outros é o primeiro passo para que
haja coesão nas relações grupais e para que se criem sinergia e condições reais de se ganhar
mais competitividade através das pessoas.
A habilidade é a forma de fazer, engloba a flexibilidade perceptiva e comportamental para
enxergar a situação de vários ângulos e atuar de forma criativa, inovadora e não rotineira.
Para utilizar esta habilidade em alto desempenho é necessário dar e receber feedback de uma
maneira eficaz, assertiva e autêntica, além de saber ouvir e reagir positivamente às críticas.
Outras habilidades que fazem parte da competência interpessoal: liderança, comunicação,
motivação, empatia, postura profissional participativa, resolução de conflitos/negociação,
percepção social/flexibilidade cognitiva e respeito às individualidades.

1296 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Competência Interpessoal – Prof. Rafael Ravazolo

Feedback

Dar e receber feedback (retorno, realimentação) constitui uma das habilidades interpessoais
imprescindíveis ao funcionamento produtivo de uma equipe.
No relacionamento interpessoal, oferecer feedback a alguém significa disponibilizar
informações sobre um comportamento passado que pode vir a influenciar um comportamento
futuro, com o objetivo de melhorar o desempenho e desenvolver capacidades.
Feedback, portanto, é a informação que se dá a uma pessoa sobre como o comportamento
dela está sendo percebido e como isso afeta a postura dos demais membros de um grupo. Ele
pode também ser utilizado para expressar como a atuação de um grupo está afetando um ou
mais de seus integrantes.
Tanto o feedback positivo como o negativo devem ser exercitados, com o objetivo de fazer com
que as pessoas entendam como estão em relação ao seu trabalho ou ao seu comportamento,
permitindo, assim, que reflitam sobre sua atuação e adotem ações de melhoria.
Um feedback possui maior eficácia quando é:
•• descritivo em vez de avaliativo – sem julgamentos, apenas fatos;
•• específico em vez de genérico;
•• compatível com as necessidades decomunicador e receptor;
•• dirigido para comportamentos que o receptor possa modificar;
•• solicitado em vez de imposto;
•• oportuno: logo após o comportamento;
•• esclarecido para assegurar comunicação precisa.
Dentro do conceito de feedback, uma das habilidades requeridas em uma comunicação
interpessoal é a verificação de percepção, que consiste em dizer sua percepção sobre o que o
outro está sentindo, a fim de verificar se você está compreendendo também seus sentimentos,
além do conteúdo das palavras. Como a comunicação se realiza por meio de vários canais
concomitantes cujos sinais precisam ser captados para que as mensagens tenham significado
total, é importante preocupar-se com o modo como o outro está se sentindo ao enviar as
mensagens. Muitas vezes o emissor não está consciente dos sinais não verbais que emite e que
transmitem mensagens emocionais que podem perturbar ou contradizer a mensagem verbal
principal.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1297
SLIDES – COMPETÊNCIA INTERPESSOAL

Competência Interpessoal
Habilidade de lidar eficazmente com outras pessoas, de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação.
• Capacidade de trabalhar com eficácia como membro de uma equipe e de
conseguir esforços cooperativos na direção dos objetivos estabelecidos.
• Habilidade para mediar de maneira eficaz as relações entre as
necessidades das pessoas e as exigências do ambiente em que estão
inseridas (necessidades relacionais e situacionais).
• Depende da habilidade de lidar bem com os sentimentos (próprios e dos
demais), de ouvir e se fazer ouvir e de interagir de maneira harmônica e
produtiva.
• É fundamental para liderar, negociar e solucionar divergências, para a
cooperação e para o trabalho em equipe.
1

Competência Interpessoal

• No ambiente em que a competência interpessoal é praticada:


‒ é desenvolvido um clima de trabalho cooperativo, no qual as opiniões
são ouvidas e respeitadas;
‒ existe controle emocional (equilíbrio);
‒ há aceitação das diferenças individuais, conjugando-se os esforços
para a integração da equipe de forma a somarem-se conhecimentos e
experiências, a fim de fortalecer uma cultura harmoniosa;
‒ há comunicação efetiva, simétrica, e o feedback é produtivo (dar e
receber informações).

1298 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Competência Interpessoal – Prof. Rafael Ravazolo

Competência Interpessoal
• Argyris - três critérios:
1. Percepção acurada da situação interpessoal, das variáveis relevantes
e da sua respectiva inter-relação;
o Percepção precisa ser treinada para uma visão acurada e realista da
situação - Inteligência Emocional – autopercepção, autoconscientização,
autoaceitação.
2. Habilidade de resolver realmente os problemas, de tal modo que
não haja regressões;
o Flexibilidade perceptiva e comportamental para enxergar a situação de
vários ângulos e atuar de forma criativa, inovadora e não rotineira.
3. Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas continuem
trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, como quando
começaram a resolver seus problemas.
3

Competência Interpessoal
• Moscovici (2003) - três níveis de consequências:
‒ Individual: o foco é intrapessoal e interpessoal. Trabalham-se as
motivações, os objetivos pessoais, a problemática de inter-relação, de
afetividade e de intimidade.
‒ Grupal: o foco predominante é interpessoal e grupal. Trabalham-se as
motivações e objetivos comuns ao conjunto e a vários subconjuntos,
bem como questões sobre poder, autoridade, controle e influência
social.
‒ Organizacional: o foco é o sistema-organização como um todo.
Trabalham-se motivações, objetivos individuais, grupais e
organizacionais. Procura-se ampliar e aperfeiçoar a capacidade de
trabalho em equipe e também a interdependência de subsistemas.
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1299
Competência Interpessoal
• Dois componentes fundamentais: percepção e habilidade.
‒1) Percepção: inteligência emocional = autopercepção
(identificar e analisar crenças, atitudes, sentimentos e valores
pessoais), autoconscientização, autoaceitação e
autoconhecimento.
o Precisa ser treinada para uma visão acurada e realística da situação.

‒2) Habilidade: é a forma de fazer.


o Flexibilidade perceptiva e comportamental para enxergar a situação
de vários ângulos e atuar de forma criativa, inovadora e não
rotineira.

Feedback
Oferecer feedback a alguém significa
disponibilizar informações sobre um comportamento passado
que pode vir a influenciar um comportamento futuro,
com o objetivo de melhorar o desempenho e desenvolver capacidades.
• Um feedback possui maior eficácia quando é:
‒ Descritivo em vez de avaliativo – sem julgamentos, apenas fatos;
‒ Específico em vez de genérico;
‒ Compatível com as necessidades de ambos, comunicador e receptor;
‒ Dirigido para comportamentos que o receptor possa modificar;
‒ Solicitado em vez de imposto;
‒ Oportuno: logo após o comportamento;
‒ Esclarecido para assegurar comunicação precisa.
6

1300 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

CONTROLE

O controle é a última etapa do Processo Administrativo. Deve-se controlar para que o


planejamento, a organização e a direção sejam bem sucedidos.
Controlar significa garantir que aquilo que foi planejado seja bem executado e que os
objetivos estabelecidos sejam alcançados adequadamente.
A essência do controle é verificar se aquilo que foi planejado está funcionando da maneira
certa e no tempo certo. Para isso, são fornecidas as informações e a retroação, de forma a
manter as operações dentro do curso correto de ação. A comparação do desempenho real com
o que foi planejado não busca apenas localizar as variações, erros ou desvios, mas também
localizar dificuldades e pontos passíveis de melhoria ao longo do processo. Dessa forma,
o controle permite a chamada "melhoria contínua" para que as operações futuras possam
alcançar melhores resultados.
Um sistema de controle eficaz deve possuir as seguintes características:
•• Orientação estratégica para resultados - apoiar planos estratégicos e focalizar as atividades
adequadas (aquelas essenciais, que fazem a real diferença para a organização);
•• Compreensão - apresentar dados em termos compreensíveis para apoiar o processo de
tomada de decisões;
•• Orientação rápida para as exceções (instantaneidade) - indicar os desvios rapidamente,
mostrando onde as variações ocorrem e o que deve ser feito para corrigi-las adequadamente.
Além de ser realizado no tempo certo, deve ter um custo aceitável;
•• Flexibilidade - proporcionar um julgamento individual e que possa ser modificado para
adaptar-se a novas circunstâncias e situações;
•• Autocontrole - proporcionar confiabilidade, boa comunicação e participação das pessoas;
•• Natureza positiva - enfatizar desenvolvimento, mudança e melhoria, alavancando a
iniciativa das pessoas e minimizando as punições;
•• Clareza e objetividade - ser imparcial e acurado, com o um propósito fundamental de
melhoria do desempenho.

Abrangência do controle

O controle é algo universal: todas as atividades humanas fazem uso de algum tipo controle,
consciente ou inconscientemente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1301
Nas organizações, o controle abrange todos os níveis organizacionais:

Nível Tipo de Extensão do


Conteúdo Amplitude
organizacional Controle tempo
Macro-orientado. Abor-
Genérico, sintético e da a empresa como
Institucional Estratégico Longo Prazo
abrangente. uma totalidade – de-
sempenho global.
Menos genérico e Aborda cada unidade
Intermediário Tático mais detalhado que Médio prazo (departamento) separa-
o estratégico. damente.
Detalhado, Micro-orientado.
Operacional Operacional específico e Curto prazo Aborda cada tarefa ou
analítico. operação.

O Controle estratégico avalia o desempenho global da organização na realização de sua missão


e acompanha os fatores externos que a influenciam, produzindo, assim, informações de análise
interna e externa. Exemplos: balanço patrimonial, relatórios financeiros, controle dos lucros e
perdas, análise do retorno do investimento.
O Controle administrativo (tático) focaliza as áreas funcionais (produção, marketing, finanças,
recursos humanos, etc.), produzindo informações especializadas e possibilitando a tomada de
decisão em cada uma delas. Exemplos: contabilidade de custos e controle orçamentário de
cada área.
O Controle operacional focaliza as atividades e tarefas, verificando, dentre outras coisas, o
consumo de recursos, os prazos e os resultados produzidos. Exemplos: cronogramas, diagramas,
planos de ação, controle de estoque.

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Administração – Controle Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Momentos de controle

•• Pré-controle (preliminar): Orientado para o futuro. Acontece antes da execução e procura


verificar se tudo está pronto para o início de determinado processo. O maior objetivo
é evitar que ocorram disfunções, desvios de rota e demais problemas. É um controle
preventivo que se conecta diretamente à atividade de planejamento, uma vez que não
espera a implementação da ação para comparar seus resultados com as metas e sim toma
medidas antecipadas. Ex: verificação do estoque inicial.
•• Controle real (concomitante, simultâneo): ocorre durante o processo, apontando desvios
imediatamente. Preocupação com o que está em andamento. Ex: controle estatístico do
processo.
•• Pós-controle (por feedback): ocorre após o término do processo e verifica os resultados.
Também é chamado de Feedback porque é o retorno sobre algo que já aconteceu, portanto,
sua preocupação é com o passado. Ex: balanço financeiro.

O Processo de Controle
O controle é um processo cíclico/repetitivo composto de quatro fases:

1. estabelecimento de objetivos ou padrões;

2. avaliação/mensuração do desempenho;

3. comparação do desempenho com os padrões estabelecidos;

4. ação corretiva.
O controle deve ser visto como um processo sistêmico, no qual cada etapa influencia e é
influenciada pelas demais.

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1304 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

CICLO PDCA

O Ciclo PDCA é composto por um conjunto de ações em


sequência, dada pela ordem estabelecida pelas letras
que compõem a sigla: Plan (planejar), Do (fazer), Check
(checar, verificar), Act (agir corretivamente).
Shewhart foi o autor que criou o conceito de melhoria em
ciclos, em 1939. Ele era o mentor de Deming, que mais
tarde (1951) transformou a ideia e a disseminou como
Ciclo PDCA. Por isso, o ciclo também recebe o nome de:
roda/círculo de Deming, ciclo de controle ou ciclo de
melhoria contínua. Outro expoente, Ishikawa, contribuiu
para a evolução do ciclo de Deming, agregando
novas ações dentro dos quatro passos.
O PDCA é um instrumento de gestão usado
para o controle e a melhoria contínua de
qualquer processo organizacional, do mais
simples ao mais complexo.
Seu caráter cíclico é fundamental para a
compreensão do termo Melhoria Contínua:
a melhoria contínua ocorre quanto mais
vezes for executado o Ciclo PDCA, otimizando
a execução dos processos e possibilitando
a redução de custos e o aumento da
produtividade.
A aplicação do Ciclo PDCA leva ao
aperfeiçoamento e ajustamento do caminho
que a organização deve seguir. Importante ressaltar que as melhorias também podem ser
aplicadas aos processos considerados satisfatórios e que as melhorias gradativas e contínuas
agregam valor aos produtos/serviços e asseguram a satisfação dos clientes.

1. Planejar (PLAN) - é estabelecido com bases nas diretrizes da organização.


•• Estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas;
•• Definir o caminho e o método para alcançar os objetivos.
Pode ser um planejamento estratégico, um plano de ação, um cronograma etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1305
2. Executar (DO)
•• Treinar as pessoas;
•• Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de planejamento;
•• Coletar os dados para verificação do processo.

3. Verificar, checar (CHECK)


• Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja, se a meta foi alcançada, dentro
da forma definida;
• Comparar os resultados com os padrões estabelecidos;
• Verificar se os itens de controle correspondem com os valores das metas.

4. Agir corretivamente (ACTION)


•• Caso sejam identificados desvios, é necessário definir e implementar soluções eliminar
suas causas;
•• Caso não sejam identificados desvios, procura-se implantar melhorias, ou segue-se com o
mesmo planejamento.
•• Pode-se, também, corrigir os padrões adotados ou qualquer outra parte do ciclo.
Deming, na década de 80, modificou seu PDCA para PDSA (Plan, Do, Study, Act), pois acreditava
que a palavra check enfatizava a inspeção em vez da análise.
Plan: envolve identificar o objetivo ou propósito, formular uma teoria, definir métodos de
sucesso e pôr um plano em ação.
Do: implementam-se os componentes do planejamento e se produz
algo.
Study: monitoram-se os resultados para testar a validade do plano,
por meio dos sinais de progresso e sucesso ou problemas e áreas para
melhoria.
Act: integra o aprendizado gerado por todo o processo, o qual pode
ser usado para ajustar o objetivo, modificar métodos ou inclusive
reformular uma teoria completamente.
Esses quatro passos são repetidos várias vezes, como parte de um ciclo interminável de
melhoria contínua.

1306 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Ciclo PDCA

Ciclo PDCA

• Questões comuns:
‒Conceitos gerais;
‒Para que é usado;
‒Diferenciação dos elementos de cada fase.
1

Ciclo PDCA
• Nomes comuns: ciclo ou roda de Shewhart,
de Deming, de melhoria contínua,
de controle. Inspeção Especificação

• Filosofia básica:
‒Kaizen = melhoria contínua Produção

• Caráter cíclico, contínuo e gradativo


‒melhoria incremental.
• Melhoria constante = rodar o PDCA
• Aplicável na melhoria de qualquer processo
organizacional, do mais simples ao mais complexo.

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Ciclo PDCA

Ciclo PDCA
1) Planejar (PLAN): estudar o processo e planejar a
melhoria.
‒Estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas;
‒Definir o método para alcançar os objetivos.
o Pode ser um planejamento estratégico, um plano de ação,
um cronograma etc.

2) Executar (DO): implementar


‒ Treinar as pessoas;
‒ Executar as tarefas exatamente como foi previsto;
‒ Coletar os dados para verificação do processo.

1308 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Ciclo PDCA – Prof. Rafael Ravazolo

Ciclo PDCA

3) Verificar, checar (CHECK) – alguns autores chamam de


Controlar – verificar os resultados
‒Verificar se o executado está conforme o planejado, ou seja,
se a meta foi alcançada, dentro da forma definida;
‒Comparar os resultados com os padrões estabelecidos;
‒Verificar se os itens de controle correspondem com os
valores das metas.

Ciclo PDCA
4) Agir corretivamente (ACT)
‒ Desvios: deve-se definir e implementar soluções e eliminar
suas causas;
‒ Tudo certo: implantar melhorias, ou seguir com o mesmo
planejamento.
‒ Pode-se, também, corrigir os padrões adotados ou qualquer
outra parte do ciclo.
• Curiosidade: Deming, na década de 80, modificou
seu PDCA para PDSA (Plan, Do, Study, Act),
pois acreditava que a palavra check
enfatizava inspeção em vez de análise.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1309
Conhecimento Específico

EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE

Segundo Chiavenato, o desempenho de cada organização deve ser considerado sob o ponto de
vista de eficiência e de eficácia, simultaneamente:
•• Eficiência está nos meios utilizados pela empresa (recursos, insumos, pessoas, processos,
etc.) para atingir seus objetivos. É uma relação entre os recursos aplicados e o produto final
obtido, entre o esforço e o resultado, entre entradas e saídas, entre o custo e o benefício
resultante.
•• Eficácia é uma medida do alcance de resultados. É uma relação entre os objetivos planeja-
dos e os objetivos que foram atingidos. Em termos econômicos, a eficácia de uma empresa
refere-se à sua capacidade de fornecer produtos ou serviços que satisfaçam as necessida-
des dos clientes.
Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência andam de mãos dadas. Uma empresa pode ser
eficiente em suas operações e pode não ser eficaz, ou vice-versa. Pode ser ineficiente em suas
operações e, apesar disso, ser eficaz, muito embora a eficácia seja bem melhor quando acom-
panhada da eficiência. Pode também não ser nem eficiente nem eficaz. O ideal seria uma em-
presa igualmente eficiente e eficaz, a qual se poderia dar o nome de excelência.

Alguns autores incluem um terceiro elemento para a medição do desempenho, especialmente


quando se trata de políticas públicas: a efetividade.
•• Efetividade é a relação entre os impactos gerados por uma ação e os impactos esperados
no médio e longo prazo. Impacto é o efeito sobre a população-alvo, ou seja, as mudanças
geradas na sociedade.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1311
Segundo o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública), a Gestão
do Desempenho “constitui um conjunto sistemático de ações que buscam definir o conjunto de
resultados a serem alcançados e os esforços e capacidades necessários para seu alcance.”
Com o objetivo de mensurar o desempenho, ou seja, aquilo que se deve realizar para se pro-
duzir um resultado significativo no futuro, o GesPública definiu um modelo de Cadeia de Valor.
A Cadeia de Valor é uma representação das atividades de uma organização, ou seja, o levanta-
mento de toda ação ou processo necessário para gerar ou entregar produtos ou serviços a um
beneficiário. Ela permite melhor visualização do valor ou do benefício agregado no processo,
sendo utilizada amplamente na definição dos resultados e impactos de organizações.

Os elementos da cadeia são insumos (inputs); processos e projetos (ações); produtos e serviços
(outputs); e impactos (outcomes). As dimensões de resultado da Cadeia são medidas por meio
de indicadores de eficiência, eficácia e efetividade.
Indicadores de Eficiência – mostram o quanto a organização utiliza de seus recursos para atin-
gir seus objetivos. A eficiência trata da relação entre resultados obtidos (outputs) e os recursos
consumidos (inputs), ou seja, é uma ênfase nos meios (processos, insumos, tempo, mão de
obra ou outros recursos), no modo de fazer as coisas. Ser eficiente é fazer bem alguma ativida-
de, é utilizar bem os recursos. Essa medida possui estreita relação com produtividade, ou seja,
com o quanto se consegue produzir com os meios disponibilizados. A eficiência de um processo
será tanto maior quanto mais produtos forem entregues com a mesma quantidade de insu-
mos; ou os mesmos produtos e/ou serviços sejam obtidos com menor quantidade de recursos.
Exemplos de indicadores: custo, produtividade, tempo de processo, etc.
Indicadores de Eficácia – revelam o grau de alcance do resultado esperado (quantos resultados
foram obtidos em relação aos resultado esperados). A eficácia enfatiza os resultados e objeti-
vos (outputs), fazer as coisas certas, entregar a quantidade e a qualidade prometida. Uma vez
estabelecidos o referencial (linha de base) e as metas a serem alcançadas, utiliza-se indicado-
res de resultado para avaliar se essas foram atingidas ou superadas. Exemplos de indicadores:
quantidade, volume, qualidade, etc.
Indicadores de Efetividade – mostram o impacto final das ações (outcomes) no bem-estar de
uma comunidade: os efeitos positivos ou negativos, se houve mudanças socioeconômicas, am-
bientais ou institucionais decorrentes dos resultados obtidos pela política, plano ou programa.

1312 www.acasadoconcurseiro.com.br
Conhecimento Específico – Eficiência, Eficácia e Efetividade – Prof. Rafael Ravazolo

Estão vinculados ao grau de satisfação e ao valor agregado. É o que realmente importa para
efeitos de transformação social. Exemplos de indicadores: índice de desenvolvimento humano
(IDH), PIB per capita, etc.
O Tribunal de Contas da União (TCU) utiliza uma definição semelhante ao GesPública.
Eficiência: relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos
insumos empregados para produzi-los, em determinado período, mantidos os padrões de quali-
dade. Essa dimensão se refere ao esforço do processo de transformação de insumos em produ-
tos. Pode ser examinada sob duas perspectivas: minimização do custo total ou dos meios neces-
sários para obter a mesma quantidade e qualidade de produto; ou otimização da combinação de
insumos para maximizar o produto quando o gasto total está previamente fixado.
Eficácia: grau de alcance das metas programadas (bens e serviços) em determinado período,
independentemente dos custos implicados. O conceito de eficácia diz respeito à capacidade da
gestão de cumprir objetivos imediatos, traduzidos em metas de produção ou de atendimento,
ou seja, à capacidade de prover bens ou serviços de acordo com o estabelecido no planejamen-
to das ações.
Efetividade: diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo. Refere-
-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em termos de efeitos sobre
a população-alvo (impactos observados), e os objetivos pretendidos (impactos esperados), tra-
duzidos pelos objetivos finalísticos da intervenção. Trata-se de verificar a ocorrência de mudan-
ças na população-alvo que se poderia razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado.
Quadro Resumo:

Eficiência Eficácia Efetividade


Ênfase nos meios, nos métodos, Ênfase nos fins, nos resultados, Ênfase nos benefícios gerados a
nos processos nos objetivos médio e longo prazo, no impacto
Gerar efeitos positivos, satisfa-
Fazer corretamente as coisas Fazer as coisas certas
ção, mudanças
Resolver problemas internos Atingir objetivos Agregar valor aos clientes
Medida de utilização dos recursos Medida de alcance de resultados Medida do impacto gerado

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SLIDES – EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE

Eficiência, Eficácia e Efetividade

Eficiência Eficácia Efetividade


Ênfase nos meios, Ênfase nos fins, nos Ênfase nos benefícios
nos métodos, nos resultados, nos gerados a médio e longo
processos. objetivos. prazo, no impacto.
Fazer corretamente Gerar efeitos positivos,
Fazer as coisas certas.
as coisas. satisfação, mudanças.
Resolver problemas
Atingir objetivos. Agregar valor aos clientes.
internos.
Medida de utilização Medida de alcance de
Medida do impacto gerado.
dos recursos. resultados.

Eficiência, Eficácia e Efetividade: TCU


1. Eficiência: relação entre os produtos (bens e serviços) gerados e os
custos dos insumos empregados para produzi-los, em um determinado
período de tempo, mantidos os padrões de qualidade. Refere-se ao
esforço do processo de transformação de insumos em produtos.
2. Eficácia: grau de alcance das metas programadas (bens e serviços) em
um determinado período de tempo, independentemente dos custos
implicados. Capacidade de cumprir objetivos imediatos.
3. Efetividade: alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo.
Relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em
termos de efeitos sobre a população-alvo (impactos observados), e os
objetivos pretendidos (impactos esperados), traduzidos pelos objetivos
finalísticos da intervenção. Trata-se de verificar a ocorrência de
mudanças na população-alvo.

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Administração

MODELO PATRIMONIALISTA

Foi o primeiro modelo de administração dos Estados Nacionais modernos. O Estado era uma
extensão do poder do soberano – não havia diferenciação entre os bens do governante (res
principis) e os bens públicos (res publica); os empregos públicos eram concessões individuais e
os servidores possuíam status de nobreza real.
Max Weber usou a palavra “patrimonial” para descrever governos que servem ou favorecem
os interesses de uma rede de amigos, familiares, apadrinhados e afiliados políticos que
demonstram lealdade aos donos do poder. O inverso – o estado não patrimonialista – defende
os interesses da sociedade como um todo de forma impessoal; as instituições e cargos públicos
existem para servir a nação e não podem ser usados para ganhos privados.
A base do Patrimonialismo está no tipo de dominação legitimado pela tradição (Dominação
Tradicional, segundo Max Weber), ou seja, aquela que tem respaldo nos costumes, nas
tradições que legitimam a autoridade. Nessa forma de dominação Tradicional, não se obedece
aos estatutos e à ordem impessoal, objetiva e legal (o que caracterizaria a dominação racional-
legal, ou burocrática), tampouco se obedece ao líder devido ao seu carisma ou “poder divino”
(dominação carismática); obedece-se à pessoa nomeada pela tradição e, em virtude da
devoção, aos hábitos costumeiros.
O patrimonialismo consiste em uma forma específica da Dominação Tradicional, que acorre
quando surge um quadro administrativo. O funcionalismo patrimonial, com a progressiva
divisão das funções, pode assumir traços burocráticos. No entanto, ao cargo patrimonial falta,
sobretudo, a racionalidade, a legalidade e a distinção burocrática entre a esfera “privada” e a
“oficial”; na dominação patrimonial, a administração é tratada como assunto puramente pessoal
do senhor (os comandos proferidos pela autoridade são de características eminentemente
voltadas a valores, opiniões e posições pessoais do senhor) e a propriedade e o exercício de
seu poder, como partes de seu patrimônio pessoal. O governante domina e tem total liberdade
para emitir ordens, ficando apenas limitado pelos costumes e hábitos de seu grupo social. Esse
tipo de dominação não possui características como: competência fixa segundo regras objetivas,
hierarquia racional fixa (burocracia), nomeação e promoção regulada por contrato, formação
profissional e salário fixo.
No patrimonialismo, o governante trata toda a administração política como seu assunto
pessoal, ao mesmo modo como explora a posse do poder político como sua propriedade
privada. Ele confere poderes a seus funcionários, caso a caso, selecionando-os e atribuindo-
lhes tarefas específicas com base na confiança pessoal que neles deposita e sem estabelecer
nenhuma divisão de trabalho entre eles. Os funcionários, por sua vez tratam o trabalho
administrativo, que executam para o governante como um serviço pessoal, baseado em seu
dever de obediência e respeito. Em suas relações com a população, eles podem agir de maneira
tão arbitrária quanto aquela adotada pelo governante em relação a eles, contanto que não

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violem a tradição e o interesse do mesmo na manutenção da obediência e da capacidade
produtiva de seus súditos.
Entre as fontes de sustento dos "servidores" no modelo de administração patrimonialista
incluem-se tanto a apropriação individual privada de bens e oportunidades quanto a
degeneração do direito a taxas não regulamentado.
Em suma, o patrimonialismo caracteriza-se pela ausência de uma clara demarcação entre as
esferas pública e privada e entre política e administração; e pelo amplo espaço à arbitrariedade
material e vontade puramente pessoal do senhor.
•• Estado = extensão do poder e do patrimônio do soberano.
•• Não havia diferenciação entre os bens do governante (res principis) e os bens públicos (res
publica).
•• Captura da Administração Pública por entes privados.
•• Falta de regras universais – predominância de situações casuísticas e personalistas.
As consequências inevitáveis são:
•• Nepotismo – emprego e favorecimento de parentes.
•• Prebendas e sinecuras – emprego de amigos e protegidos; criação de "cargos sem função",
mas com salário.
•• Clientelismo – utilização dos órgãos da administração pública com a finalidade de prestar
serviços em troca de apoio político.
•• Corrupção
•• Fisiologismo – troca de favores.
As mudanças ocorridas nas sociedades capitalistas a partir do século XVIII (liberalismo,
democratização, revolução industrial, emergência de novas classes sociais, etc.) fizeram o
mercado e a sociedade civil se distinguirem do Estado, tornando esse modelo incompatível
com a realidade.
O modelo de administração pública burocrática surgiu na segunda metade do século XIX como
forma de combater o patrimonialismo, buscando proporcionar maior controle e eficiência da
coisa pública, além de propiciar justiça e tratamento igualitário para servidores e para cidadãos.

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Administração
Aula XX

ABORDAGEM BUROCRÁTICA

Hoje em dia, a Burocracia tem ao menos dois sentidos: um científico (seu tipo puro, estudado
dentro da sociologia weberiana) e um popular (que acabou se disseminando por causa das
disfunções da burocracia - papelada, morosidade, ineficiência etc.).
Inicialmente será abordada a visão sociológica, que vai definir as características “puras” da
burocracia. Após, serão mostradas suas disfunções.
Burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na
adequação dos meios aos objetivos, a fim de garantir a máxima eficiência.
O conceito de Burocracia teria sido usado pela primeira vez em meados do século XVIII pelo
economista Vincent de Gournay para designar o poder exercido pelos funcionários da
administração estatal sob a monarquia absolutista francesa.
A burocracia remonta à época da Antiguidade, quando o ser humano elaborou e registrou
suas primeiras normas estatais e sociais. Contudo, a burocracia, tal como existe hoje, teve sua
origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento – séc. XV.
O grande teórico da Burocracia é o sociólogo alemão Max Weber.
Importante ressaltar que Weber não inventou a burocracia,
tampouco a defendia. Ele relacionou suas características ao estudar
a modernização* da sociedade alemã no século XIX. Em outras
palavras, a administração burocrática já era praticada na sociedade,
mas não era conhecida em detalhes porque ninguém a tinha
estudado a fundo e conceituado suas principais características.
Modernização, no contexto do autor, representa as mudanças
ocorridas nas sociedades capitalistas a partir do século XVIII, que
fizeram o mercado e a sociedade civil se distinguirem do Estado:
liberalismo, democratização, iluminismo, reforma protestante,
revolução industrial, emergência de novas classes sociais etc.

A Burocracia Weberiana
Primeiramente, é importante destacar que Weber não estudou a administração de empresas,
ele estudou a sociedade. A administração burocrática para ele, portanto, não é uma forma ideal
de administração de empresas, tampouco um modelo a ser seguido, mas uma forma de poder
exercida na sociedade.

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No livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Weber busca compreender quais
foram as especificidades que levaram algumas sociedades ocidentais ao desenvolvimento do
capitalismo, enquanto outras sociedades não desenvolveram (ou demoraram a desenvolver)
este pensamento.
O sociólogo tinha a convicção de que as concepções religiosas exerciam um papel preponderante
na condução e nas transformações econômicas que ocorriam nas sociedades.
Comparando as diversas sociedades ocidentais (local de origem do capitalismo) e as sociedades
orientais (onde nenhum sistema econômico parecido havia se desenvolvido), ele concluiu que
o protestantismo, mais especificamente o calvinismo, foi o fator principal do desenvolvimento
do capitalismo.
Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna constituem
três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas
inicialmente em países protestantes – como Inglaterra e Holanda – e não em países católicos.
Segundo ele, nas sociedades católicas o lucro era pecado (sendo a pobreza uma das chaves para
entrar no céu); porém, as sociedades que adotaram os valores do protestantismo acreditavam
que por meio do trabalho o homem alcançaria Deus e, como o trabalho gerava lucros, a riqueza
não seria um impeditivo para alcançar o Senhor.
A diferença entre as sociedades está, portanto, na ética protestante: conjunto de normas sociais
e morais que pregam o trabalho árduo, a poupança e o ascetismo (desapego aos prazeres
mundanos). Essa ética proporcionava a reaplicação das rendas excedentes no próprio negócio,
em vez de seu consumo em símbolos materiais e improdutivos de vaidade e de prestígio.
Dessa forma, as religiões protestantes contribuíram para a ascensão do capitalismo, enquanto
as sociedades católicas conservaram os valores da idade média.
E onde está a burocracia nisso tudo?
O capitalismo é definido pela existência de empresas cujo objetivo é produzir o maior lucro
possível, e cujo meio é a organização racional do trabalho e da produção. Nesse contexto,
a burocracia entra mais fortemente nas sociedades protestantes como uma tentativa de
racionalizar a evolução do capitalismo, organizando as pessoas e o crescimento econômico,
político e social.
Weber, no livro Economia e Sociedade, define:
“Poder significa toda probabilidade de impor sua própria vontade numa relação social, mesmo
contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”.
Dentre os tipos de poder, ele cita a disciplina e a dominação.

•• Disciplina é a “[...] probabilidade de encontrar obediência pronta, automática e


esquemática a uma ordem, entre uma pluralidade indicável de pessoas, em virtude de
atividades treinadas”.
•• Dominação é a “[...] probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de
determinado

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Administração – Abordagem Burocrática – Prof. Rafael Ravazolo

Tipos de Dominação
Dentre os fundamentos da dominação está a crença na legitimidade, portanto, quem é
dominado crê que tal dominação é legítima.
Existem três tipos puros de dominação legítima, que se distinguem pelo objeto de sua crença:
carismática, tradicional e racional-legal.
Importante: “tipo puro” ou “tipo ideal” mostra como se desenrolaria uma ação humana se
estivesse orientada para o fim de maneira estritamente racional, pura, sem perturbações ou
desvios irracionais. É uma construção conceitual, abstrata, formada a partir de elementos
empíricos e, portanto, não é encontrada nessa forma pura na vida real, mas sim misturada
com as demais e influenciada por fatores irracionais.

1. Dominação Carismática: baseada na veneração, nas características pessoais que tornam


uma pessoa “alguém a ser seguido” (profeta, líder etc.); o líder carismático é assim
reconhecido por possuir poderes, senão sobrenaturais, ao menos um comportamento
exemplar, ímpar.

2. Dominação Tradicional: tem respaldo nos costumes, nas tradições que legitimam a
autoridade; não se obedece a estatutos, mas à pessoa indicada pela tradição; o governante
domina com ou sem um quadro administrativo e tem total liberdade para emitir
ordens, ficando apenas limitado pelos costumes e hábitos de seu grupo social. Durante
o período do Estado Absolutista na Europa, a dominação tradicional redundou em um
forte Patrimonialismo: o Estado era uma extensão do patrimônio do soberano, não havia
diferenciação entre os bens do governante – res principis – e os bens públicos – res publica
–; os empregos públicos eram concessões individuais e os servidores possuíam status de
nobreza.

3. Dominação Racional (legal): baseada nas regras e no direito de mando daqueles que,
em virtude dessas ordens, estão nomeados para exercer a dominação (autoridade legal e
funcional).
Segundo Weber, a forma de legitimidade mais corrente na sociedade é justamente a crença na
legalidade, a submissão a estatutos e a procedimentos formalmente corretos.
Ao explorar a questão da dominação racional-legal, o autor aborda que o Estado Moderno
é formado por um conjunto de normas e regras, de origem impessoal e pré-determinada,
que limita o poder de dominação, mas, ao mesmo tempo, o legitima. Como exemplos dessa
dominação legal tem-se a burocracia e o exercício, pelo Estado, do monopólio da violência
institucionalizada.
Para Weber, a dominação legal com quadro administrativo burocrático (Administração
Burocrática) está mais adaptada às mudanças sociais de sua época - surgimento da sociedade
industrial, desenvolvimento da economia monetária, crescimento quantitativo e qualitativo
das tarefas administrativas. Por ser a forma mais racional do ponto de vista técnico e formal, ela
seria inevitável para as necessidades de administração de massas.
O grande instrumento de superioridade da administração burocrática em relação às outras de
sua época é o conhecimento profissional, ou seja, é o exercício da dominação baseado no

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saber. No Estado Moderno, portanto, a administração burocrática representa uma forma de
profissionalização, um contraponto ao patrimonialismo.

Características
A Burocracia é definida como o conjunto de regulamentos, leis e normas que os funcionários
devem cumprir, sempre supervisionados e respeitando a hierarquia. Em outras palavras, ela
traduz uma organização legal, formal e racional por excelência.
Segundo Weber, a burocracia é um sistema que busca organizar, de forma estável e duradoura,
a cooperação de um grande número de pessoas, cada qual detendo uma função especializada.
O homem organizacional é um ser que age racionalmente (racionalidade funcional) com base
nas regras formais que lhe estabelecem um papel na organização (função). Separa-se a esfera
privada e familiar da esfera do trabalho, esta vista como a esfera pública do indivíduo.
A racionalidade da burocracia permite adequar os meios da melhor forma possível para o
alcance dos fins, ou, em outras palavras, alcançar a máxima eficiência da organização.
Para o Estado, ela representa uma forma de profissionalização, a qual preconiza o controle a
priori das ações, o formalismo, a racionalidade, o atendimento fiel às regras, a impessoalidade,
a divisão do trabalho, a hierarquia funcional e a competência técnica baseada no mérito.
Pode-se dizer, também, que ela parte de uma desconfiança prévia nos administradores públicos
e nos cidadãos que buscam serviços e que, por isso, são sempre necessários controles rígidos
dos processos.
As principais características da burocracia são:

1. Caráter legal das normas e regulamentos: normas e regulamentos são estabelecidos


previamente, por escrito, determinando todo o funcionamento – define competências,
funções, autoridade, sansões etc. Predomínio da lógica científica e racional sobre a lógica
"mágica", "mística" ou "intuitiva".

2. Caráter formal das comunicações: comunicações são escritas, gerando comprovação e


interpretação unívoca. Por outro lado, a informação é discreta, pois é fornecida apenas a
quem deve recebê-la.

3. Racionalidade e divisão do trabalho: divisão racional do trabalho, limitando as tarefas


a serem realizadas por cada cargo, buscando maior eficiência. Cada função é específica,
com competências, poderes e responsabilidades bem definidas. Isso reduz o atrito entre
as pessoas, pois cada funcionário conhece o que é exigido dele e quais os limites entre suas
responsabilidades e as dos outros.

4. Impessoalidade nas relações: o poder e a responsabilidade de cada pessoa são impessoais,


não pertencem a ela, mas derivam da função que ela exerce. As relações são baseadas nos
cargos/funções e não nas pessoas.

5. Hierarquia de autoridade: a estrutura é hierárquica e cada cargo inferior está sob controle
e supervisão do superior. A autoridade burocrática ocorre quando os subordinados

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aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com um conjunto
de preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o comando.

6. Rotinas e procedimentos padronizados: as atividades de cada função são definidas


e padronizadas pelos regulamentos. A pessoa não faz o que quer, e sim que deve fazer
de acordo com as regras. Há aprimoramento dos processos de trabalho em função dos
objetivos.

7. Competência técnica e meritocracia: profissionalização das relações de trabalho, visando


à garantia da igualdade de tratamento perante regras e à redução do clientelismo. Da
mesma forma, a escolha da pessoa (seleção, transferência, promoção etc.) para exercer
uma função é feita de forma técnica e baseada no mérito e na qualificação profissional.
Somente o chefe supremo da organização ocupa sua posição de autoridade em virtude de
apropriação, eleição ou designação para a sucessão, mas mesmo sua autoridade consiste
num âmbito de competência legal.

8. Especialização da administração: separação entre propriedade e administração. As pessoas


não são donas do cargo ou dos bens a ele ligados.

9. Profissionalização dos participantes: o cargo é uma profissão e as pessoas devem ter


intensa instrução para assumir a função. As pessoas em uma estrutura burocrática tornam-
se profissionais especialistas, ocupam um cargo por tempo indeterminado, são assalariadas,
nomeadas por instâncias superiores dentro das regras definidas, devem ser fiéis ao cargo,
podem ser promovidas pelo mérito e seguem carreira dentro da instituição.

10. Completa previsibilidade do funcionamento: esta é a consequência desejada. A


previsibilidade do comportamento das pessoas, de acordo com as normas, gera rapidez nas
decisões, univocidade nas tarefas, confiabilidade, redução de falhas e maior eficiência, pois
cada um conhece o que deve ser feito e por quem e as ordens e papéis tramitam através de
canais pré-estabelecidos.
Por fim, uma característica menos citada na literatura, mas que também explica o avanço da
burocracia é o isomorfismo: a estrutura impessoal é um modelo fácil de ser transportado para
outras sociedades, países e culturas.

Vantagens
Diversas razões explicavam o avanço da burocracia sobre as outras formas de associação. Essas
chamadas “vantagens” da Burocracia são:

•• Racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização.

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•• Precisão na definição dos cargos e operações.
•• Rapidez nas decisões – cada um conhece as regras e os canais de comunicação.
•• Univocidade de interpretação – regulamentação específica e escrita, transmitida para
quem deve recebê-la.
•• Uniformidade de rotinas e procedimentos – favorece a padronização e a redução de
erros.
•• Continuidade da organização, mesmo com a substituição do pessoal.
•• Redução do atrito entre as pessoas – cada funcionário sabe seu papel e
responsabilidades.
•• Constância – os mesmos tipos de decisão devem ser tomados nas mesmas
circunstâncias.
•• Confiabilidade – regras conhecidas, processos previsíveis (gerando os mesmos
resultados).
•• Benefícios para as pessoas – hierarquia formalizada, trabalho ordenado, treinamento,
carreira e meritocracia.

Crítica: as Disfunções da Burocracia


O próprio Weber era um crítico à burocratização, que, para ele, constituía a maior ameaça
à liberdade individual e às instituições democráticas e, por isso, deveria ser controlada pelo
Parlamento: “É horrível pensar que o mundo possa vir a ser um dia dominado por homenzinhos
colados a pequenos cargos, lutando por maiores [...]”.
A teorização de Weber foi empobrecida pela reinterpretação cultural, principalmente na
obra do americano Talcott Parsons, que traduziu Weber para o inglês. Parsons usou diversos
conceitos weberianos de forma equivocada e fomentou o chamado Funcionalismo Estrutural
(posteriormente adotado na Administração como Teoria Estruturalista). O estruturalismo vê
a sociedade como um organismo unívoco e funcional. Dentro desse sistema, o indivíduo é
simplesmente um reflexo da vida social, se adaptando e cumprindo uma função (um papel),
como uma formiga em um formigueiro.
Essa mesma interpretação errada fez alguns autores incluírem Weber na Escola Clássica.
Não se pode esquecer que o ponto central da obra de Weber era a dominação burocrática, não
a estrutura burocrática em si como um modelo a ser seguido para organizações. As críticas à
burocracia “tipo puro” de Weber são, portanto, oriundas de um erro de interpretação, pois ele
não tinha a intenção de tornar a burocracia um modelo administrativo para as organizações
modernas, ele apenas descreveu as características mais básicas de algo que já existia na
sociedade.
As críticas a seguir são de autores que consideravam a burocracia como uma teoria da
administração defendida por Weber. Para eles, existe uma discrepância entre o modelo
burocrático oficial e a vida real, na qual as práticas informais, sentimentos e demais ações
humanas gerariam uma série de disfunções. Alguns autores chegam a propor modelos próprios

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de burocracia, os quais prezam principalmente pela “humanização” e necessidade de adaptação


ao ambiente.
Um desses autores foi Robert K. Merton. Segundo ele, o homem foi excluído dos estudos de
Max Weber – o qual descreveu um sistema social desumano e mecanicista. Quando participa
da burocracia, o homem passa por transformações que fazem com que toda a previsibilidade,
que deveria ser a maior consequência da organização, escape ao modelo preestabelecido.
Merton diagnosticou e caracterizou as seguintes disfunções:

1. Internalização das normas.

2. Excesso de formalismo e papelório.

3. Resistência a mudanças.

4. Despersonalização do relacionamento.

5. Categorização do processo decisório – excesso de hierarquia.

6. Superconformidade às rotinas e procedimentos – maior importância ao modo de fazer do


que ao resultado.

7. Exibição de sinais de autoridade.

8. Dificuldades com clientes.

Outros autores citam diversas disfunções:


•• Individualismo: consequência da disputa pelo poder.
•• Defesa de interesses particulares e corporativismo
•• A burocracia não assimila as novas tecnologias adotadas pela organização.
•• Mecanicismo: o ponto de vista de Weber é puramente mecânico e não político, no qual
as pessoas são vistas como seguidoras de regras em um sentido mecanicista e não como
criaturas sociais interagindo dentro de relacionamentos sociais. Em outras palavras, não
considerou os aspectos subjetivos e informais, como a aceitação das normas e a legitimação
da autoridade, nem a reação formal da organização perante a falta de consentimento dos
subordinados.
•• Os recursos humanos não são plenamente utilizados por causa da desconfiança, do medo
de represálias etc. Ela modifica a personalidade das pessoas que se tornam obtusas,
limitadas e obscuras: o "homem organizacional" (funcional) condicionado.
•• As distinções de Weber entre tipos de autoridade são exageradas, embora tenha discutido
a "combinação de diferentes tipos de autoridade".

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•• Ao formular o modelo burocrático de organização, Weber não previu a possibilidade de
flexibilidade da burocracia para atender a duas circunstâncias: a adaptação da burocracia
às exigências externas dos clientes; a adaptação da burocracia às exigências internas dos
participantes.
•• O modelo "racional" de organização adota a lógica de sistema fechado em busca de certeza
e previsão exata; não considera a natureza organizacional e nem as condições circunjacentes
do ambiente; em resumo, a teoria weberiana se assemelha à Teoria Clássica da organização
quanto à ênfase na eficiência técnica e na estrutura hierárquica da organização.
•• Dentro da organização formal desenvolve-se uma estrutura informal que gera atitudes
espontâneas das pessoas e grupos para controlarem as condições de sua existência. Assim,
a burocracia deve ser estudada sob o ponto de vista estrutural e funcional e não sob o
ponto de vista de um sistema fechado e estável, como no modelo weberiano. Essa análise
deve refletir os aspectos do comportamento organizacional interno, bem como o sistema
de manutenção da organização formal.
•• O caminho moderno consiste em utilizar o modelo burocrático de Weber como ponto de
partida, mas reconhecendo as suas limitações e consequências disfuncionais. A forma
burocrática é mais apropriada para atividades rotineiras e repetitivas da organização em
que a eficiência e a produtividade constituem o objetivo mais importante; mas não é
adequada às organizações flexíveis que se veem à frente de atividades não rotineiras, em
que a criatividade e a inovação são mais importantes.
•• Para Gouldner, não há um tipo único de burocracia, mas uma infinidade, variando dentro de
um continuum, que vai desde o excesso de burocratização (em um extremo) até a ausência
de burocracia (no extremo oposto), ou seja, há graus de burocratização. Ele também
cita 3 tipos de estruturas burocráticas: falsa – formada por regras que não representam
ninguém e, por isso, são frequentemente desobedecidas; autocrática – representa os
interesses de um grupo dominante; representativa – respeita interesses de todos os grupos
organizacionais.
Perrow, um defensor da burocracia, a chama de visão “instrumental" das organizações: essas
são vistas como arranjos conscientes e racionais dos meios para alcançar fins particulares. Para
Perrow a burocratização envolve: especialização; necessidade de controlar as influências dos
fatores externos sobre os componentes internos; um ambiente externo imutável e estável.
Por fim, há uma terceira visão sobre Burocracia (além da weberiana e da popular). Alguns
autores enxergam a burocracia (mais especificamente os burocratas) como uma classe social,
a qual assume várias formas: burocracia estatal, burocracia empresarial, partidária, sindical
etc. Os burocratas teriam a tendência a se unir como um segmento social diferenciado da
população em geral, buscando privilégios e poder. No caso dos burocratas do serviço público,
por exemplo, entrar nessa classe exige certo nível de instrução, que na maioria dos casos só
está amplamente disponível a uma minoria da população, e dessa forma a Burocracia se torna
mais uma fonte de captação de segmentos sociais privilegiados.
Há diversos exemplos de países que possuíram, ou ainda possuem, uma classe burocrata
dominante, como por exemplo, a Rússia da época comunista e a China (até hoje, com o partido
comunista no poder). Nesses casos, o burocrata administra diretamente o Estado, tem acesso
aos poderes de execução e de veto e muitas vezes é suscetível à corrupção. Assim, tal classe

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consegue privilégios, do mesmo modo diversas classes dominantes foram privilegiadas ao


longo da história.

Resumo – Sistema Burocrático

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Slides – Abordagem Burocrática

Max Weber – Teoria da Burocracia


• ☼ 1864 – † 1920
• Professor, Sociólogo, Filósofo, Jurista, Economista,
Cientista Político...

• Era Administrador de empresas?


• Inventou a burocracia?
• Defendia a Burocracia?

Burocracia
• Século XVII - Vincent de Gournay
‒Poder exercido pelos funcionários da administração estatal
sob a monarquia absolutista francesa.
‒Bureau = escritório + krátos = poder, força
‒“Temos uma doença que faz muitos estragos; essa doença
se chama buromania”.
‒Gounay considerava a burocracia uma quarta forma de
governo (junto com monarquia, aristocracia e democracia).

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Burocracia
• O que é burocracia?
‒Diversas visões:
o Sociológica - Weber - tipo puro, tipo ideal
o Popular – disfunções
o Classe social

Max Weber

• Para Weber interessava sobretudo entender a forma pela


qual uma comunidade social aparentemente amorfa
chegava a transformar-se em sociedade dotada de
racionalidade.

• Entendia que a peculiaridade histórica do Estado moderno


estava exatamente em ser uma empresa similar a uma
fábrica.

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5

Max Weber
• Weber não se preocupou em definir a burocracia: ele
relacionou suas características ao estudar a modernização na
sociedade alemã no século XIX.
‒Modernização = mudanças nas sociedades capitalistas:
liberalismo, democratização, iluminismo, reforma
protestante, revolução industrial, emergência de novas
classes etc.
• Para Weber: burocracia é uma forma de organização humana que se
baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos, a
fim de garantir a máxima eficiência.

Max Weber

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Max Weber

• Burocracia - remonta à Antiguidade, quando o ser


humano elaborou e registrou suas primeiras normas
estatais e sociais.

• Burocracia de hoje: origem nas mudanças religiosas


verificadas após o Renascimento – séc. XV.

Max Weber
“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”
• Por que algumas sociedades ocidentais desenvolveram o
capitalismo, enquanto outras sociedades não?
‒Por convicções religiosas!
• Catolicismo: lucro = pecado
• Ética Protestante: normas sociais e morais que pregam o
trabalho árduo, a poupança e o ascetismo (desapego aos
prazeres mundanos).
‒ Reaplicação dos excedentes no próprio negócio, em vez do consumo
em símbolos improdutivos de vaidade e de prestígio.

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9

Max Weber
“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”
• O capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna
são três formas de racionalidade que surgiram a partir das
mudanças religiosas ocorridas inicialmente em países
protestantes - Inglaterra e Holanda – e não em países católicos.
‒Capitalismo = empresas cujo objetivo é o maior lucro possível
e cujo meio é a organização racional do trabalho/produção.
• Papel da Burocracia = racionaliza a evolução do capitalismo,
organizando as pessoas e o crescimento econômico, político e
social.

10

Max Weber
• Livro “Economia e Sociedade”
‒Originalmente: parte da coletânea Grundriss
der Sozialökonomik - Elementos de economia
social
‒Obra póstuma:
o 4 primeiros capítulos (conceitos sociológicos
básicos) - escritos em 1919-1920 e entregues
para publicação pelo próprio Weber.
o Outros segmentos – manuscritos
(entre 1909 e 1914) organizados
pela viúva (Marianne Weber).

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11

Economia e Sociedade
• “Tipo puro” ou “Tipo ideal”: mostra como se desenrolaria uma
ação humana se estivesse orientada para o fim de maneira
estritamente racional, pura, sem perturbações ou desvios
irracionais.
‒Conceito abstrato - não encontrado na vida real.
‒“A sociologia constrói conceitos de tipos e procura regras
gerais dos acontecimentos”
‒Ex: três tipos puros de dominação legítima - carismática,
tradicional, racional-legal
• Ação real: influenciada por irracionalidades

Burocracia Weberiana
• Estudos sobre poder: probabilidade de impor a própria
vontade em uma relação social.
• Tipos de poder:
‒Disciplina - obediência pronta, automática
‒Dominação - “probabilidade de encontrar obediência a
uma ordem de determinado conteúdo, entre
determinadas pessoas indicáveis”
o Fundamento: crença na legitimidade

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Burocracia Weberiana
• Tipos de dominação:
‒Carismática: baseada na veneração - características pessoais
especiais, poderes sobrenaturais etc.
‒Tradicional: baseada em costumes, tradições – típica do
Estado Absolutista - patrimonialismo
‒Racional-legal: baseada nas regras, nos estatutos, no direito
de mando das autoridades legais

Burocracia Weberiana
• “a forma de legitimidade mais corrente na sociedade é moderna é a
crença na legalidade, a submissão a estatutos e a procedimentos
formalmente corretos.”
‒Estado Moderno = conjunto de normas e regras, de origem
impessoal e pré-determinada
‒Vantagem da administração burocrática: é a forma mais racional
do ponto de vista técnico e formal
‒É inevitável para a administração de massas
‒É uma forma de profissionalização
‒É a dominação baseada no saber/conhecimento

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Dominação Tradicional

• Não se obedece a estatutos, mas a pessoas indicadas pela


tradição.
‒Tem respaldo nos costumes, nas tradições.
• Não possui elementos como:
‒competência fixa segundo regras objetivas;
‒hierarquia racional fixa;
‒nomeação e promoção regulada por contrato;
‒formação profissional;
‒salário fixo - as fontes de sustento dos "servidores" são a
apropriação privada de bens e a degeneração do direito a
taxas.

16

Dominação Tradicional
• Base do Patrimonialismo.
• Estado = extensão do poder e do patrimônio do soberano
‒Não havia diferenciação entre os bens do governante (res
principis) e os bens públicos (res publica).
‒Captura da Adm. Pública por entes privados.
‒Falta de regras universais – predominância de situações
casuísticas e personalistas.
• Consequências: Nepotismo, Prebendas e sinecuras,
Clientelismo, Corrupção, Fisiologismo.

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17

Dominação Carismática

• Carisma: qualidade pessoal considerada extracotidiana.


‒Se atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades
sobrenaturais.
o “O Líder” e “os adeptos”
‒Psicologicamente, esse “reconhecimento” é uma entrega
crente e inteiramente pessoal, nascida do entusiasmo ou da
miséria e esperança.

Burocracia Weberiana - características


Pra quem adora listagens:
1. Caráter legal das normas e regulamentos
2. Caráter formal das comunicações
3. Racionalidade e divisão do trabalho
4. Impessoalidade nas relações
5. Hierarquia de autoridade
6. Rotinas e procedimentos padronizados
7. Competência técnica e meritocracia
8. Especialização da administração
9. Profissionalização dos participantes

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Burocracia Weberiana - características


1. Caráter legal das normas e regulamentos
‒Estabelece previamente todo o funcionamento – define
competências, funções, autoridade, sansões etc.
‒Predomínio da lógica científica e racional sobre a lógica
"mágica", "mística" ou "intuitiva".

2. Caráter formal das comunicações


‒Escritas, gerando comprovação e interpretação unívoca.
‒Discreta - fornecida apenas a quem deve recebê-la.

Burocracia Weberiana - características


3. Racionalidade e divisão do trabalho
‒Limita as tarefas de cada cargo/função
o Objetivo: reduz o atrito entre as pessoas
‒Cada função é específica e especializada, com
competências, poderes e responsabilidades bem
definidas.
o Homem organizacional – racionalidade funcional

4. Impessoalidade nas relações


‒Poder e responsabilidade são impessoais
‒Respeita a função, não a pessoa

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Burocracia Weberiana - características
5. Hierarquia de autoridade
‒Hierarquia rígida – superior controla e
supervisiona
‒Subordinados aceitam as ordens como legítimas

6. Rotinas e procedimentos padronizados


‒A pessoa não faz o que quer, mas o que deve.
‒Processos de trabalho aprimorados em função
dos objetivos.

Burocracia Weberiana - características


7. Competência técnica e meritocracia
‒Profissionalização das relações de trabalho
‒Igualdade de tratamento perante regras
‒Seleção, promoção por mérito e competência
‒Exceção: o chefe supremo da organização

8. Especialização da administração
‒Separação entre propriedade e administração
‒Ninguém é dono do cargo e dos bens a ele ligados

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Burocracia Weberiana - características


9. Profissionalização dos participantes
‒O cargo é uma profissão (especializada).
‒Exige-se intensa instrução para assumir a função
‒Ocupação do cargo por tempo indeterminado
‒Assalariado
‒Nomeação e promoção por instâncias superiores
dentro das regras definidas (competência, mérito)
‒Fidelidade ao cargo

Burocracia Weberiana - características

10. Completa previsibilidade do funcionamento


‒É a consequência desejada.
‒Gera rapidez nas decisões, univocidade nas tarefas,
confiabilidade, redução de falhas e maior eficiência. –
típicos termos pra pegadinha da banca
• Característica “extra”:
‒Isomorfismo: a estrutura impessoal é um modelo fácil de
ser transportado para outras sociedades, países e culturas.

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Burocracia Weberiana - características

Causas
• Legalidade; Consequências
• Impessoalidade;
• Previsibilidade do
• Formalidade das comunicações – comportamento
documentação;
• Racionalidade; • Padronização do
• Divisão do trabalho; desempenho
• Qualificação e meritocracia; • Máximo
• Profissionalização; rendimento –
• Disciplina, controle; eficiência
• Hierarquia;
• Separação patrimonial (público e
privado)

Burocracia Weberiana - vantagens


• Vantagem = avanço da burocracia sobre as outras formas de
associação
‒Racionalidade e precisão
‒Rapidez nas decisões
‒Univocidade de interpretação
‒Uniformidade de rotinas e procedimentos
‒Continuidade da organização e constância
‒Redução do atrito entre as pessoas
‒Confiabilidade – previsibilidade
‒Benefícios para as pessoas - hierarquia formalizada, trabalho
ordenado, treinamento, carreira e meritocracia.

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Resumo - Burocracia Weberiana


• Palavras-chave: formal, legal, racional, impessoal,
eficiente, profissional, mérito, especialização
• Coisas que as bancas dizem:
‒ Conjunto de regulamentos, leis e normas que os funcionários devem
cumprir, sempre supervisionados e respeitando a hierarquia.
‒ É um sistema que busca organizar, de forma estável e duradoura, a
cooperação de um grande número de pessoas, cada qual detendo
uma função especializada.
‒ Separa-se a esfera privada e familiar da esfera do trabalho, esta vista
como a esfera pública do indivíduo.
‒ Permite adequar os meios da melhor forma possível para o alcance
dos fins, ou, em outras palavras, alcançar a máxima eficiência da
organização.

Disfunções da Burocracia

• Disfunções: problemas da burocracia na prática

• Para os autores que criticam a burocracia:


‒Há uma discrepância entre o modelo burocrático oficial e a
vida real, na qual as práticas informais, sentimentos e demais
ações humanas gerariam uma série de disfunções.

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Disfunções da Burocracia
• Weber era um crítico à burocratização:
‒“É horrível pensar que o mundo possa vir a ser um dia
dominado por homenzinhos colados a pequenos cargos,
lutando por maiores”
• Weber foi reinterpretado de forma equivocada: o ponto central
de sua obra era poder e dominação.
‒As críticas à burocracia “tipo puro” de Weber são oriundas
desse erro
‒Ele não queria tornar a burocracia um modelo administrativo
para as organizações modernas
‒Ele apenas descreveu suas características mais “puras”

Disfunções da Burocracia
• Merton - burocracia é um sistema social desumano e
mecanicista.
‒ Internalização das normas.
‒ Excesso de formalismo e papelório.
‒ Resistência a mudanças.
‒ Despersonalização do relacionamento.
‒ Categorização do processo decisório - excesso de hierarquia.
‒ Superconformidade às rotinas e procedimentos - maior importância
ao modo de fazer do que ao resultado.
‒ Exibição de sinais de autoridade.
‒ Dificuldades com clientes.

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Disfunções da Burocracia
• Outros autores:
‒Weber analisou a burocracia sob um ponto de vista puramente
mecânico e não político.
‒Weber não considerou a estrutura informal que gera atitudes
espontâneas das pessoas e grupos.
‒A burocracia não assimila as novas tecnologias.
‒Pessoas não são plenamente utilizadas, se tornam obtusas,
limitadas e obscuras.
‒Weber não previu a possibilidade de flexibilidade para atender
exigências internas e externas.
‒Adota a lógica de sistema fechado em busca de certeza e previsão
exata.

Disfunções da Burocracia
• Autores estruturalistas:
‒O caminho moderno consiste em utilizar o modelo
burocrático de Weber como ponto de partida, mas
reconhecendo as suas limitações e consequências
disfuncionais.
o É adequada para atividades rotineiras e repetitivas; não é para
organizações flexíveis.

• Graus de burocracia: um continuum, que vai desde o excesso de


burocratização (em um extremo) até a ausência de burocracia (no
extremo oposto)

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Burocracia como classe social
• Burocratas
‒Tendência a se unir como um segmento social diferenciado
da população em geral, buscando privilégios e poder.
• Administração da coletividade: burocratismo
• China, Rússia etc. – classe de funcionários que detinha o Estado como sua
propriedade.
• A sociedade moderna é uma sociedade de organizações burocráticas
submetida a uma grande organização burocrática: o Estado.
• Burocracia é poder, controle e alienação.

Burocracia - resumo

Burocracia é administração
racional e eficiente; e
também é o contrário disso.

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Administração
Aula XX

NOVA GESTÃO PÚBLICA

Também chamado de Administração Pública Gerencial, Modelo Gerencialista, ou Pós-


Burocrático, o movimento da Nova Gestão Pública (New Public Management) iniciou-se no
Reino Unido, na década de 70, foi adotado nos Estados Unidos nos anos 80 e logo se expandiu
pelo mundo, atingindo a América Latina, principalmente na década de 90.
Esse modelo é uma resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais dos
Estados, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial,
uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo
burocrático.
Buscava-se a substituição do Modelo Burocrático (ineficiente) pelo Modelo Gerencial.
O propósito da NPM era diminuir o tamanho do Estado, em particular, promover a redução do
tamanho da máquina administrativa, aumentar sua eficiência e criar mecanismos voltados à
responsabilização dos atores políticos.
O nome Gerencial advém da incorporação, pelo serviço público, de alguns pressupostos e
inovações da administração gerencial - privada -, como:
•• diminuição de níveis hierárquicos (downsizing);
•• valorização e o maior poder aos funcionários (empowerment);
•• descentralização administrativa;
•• foco nos resultados e nos clientes (serviços públicos voltados para o consumidor);
•• administração por objetivos;
•• pagamento por desempenho;
•• qualidade total etc.
A administração pública gerencial constitui, portanto, um avanço e um rompimento com os
padrões da administração pública burocrática, apesar de não negar todos os princípios da
burocracia. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na burocrática,
da qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como
a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e
universal de remuneração, as carreiras, etc.
Pode-se dizer que a Nova Gestão Pública passou por três fases, ou movimentos: Gerencialismo,
Consumerismo e Serviço Orientado ao Cidadão.

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Gerencialismo Puro (Managerialism): fazer mais com menos

O foco na eficiência (gerencialismo puro) por si só não foi suficiente. A lógica de Plano (o qual
estabelece, a partir de uma racionalidade técnica, o melhor programa a ser cumprido) foi
substituída por uma lógica de estratégia, na qual são levadas em conta as relações entre os
atores envolvidos em cada política, de modo a montar cenários que permitam a flexibilidade
necessária para eventuais alterações nos programas governamentais.
Surge, então, um novo modelo que foca na melhoria da qualidade da prestação dos serviços
para o cliente direto a partir da flexibilidade de gestão. É o chamado Paradigma do Consumidor/
Cliente: procura dar ao cidadão-usuário atendimento semelhante ao que ele teria como cliente
em uma empresa privada, ou seja, visava ao atendimento das necessidades definidas pelos
próprios cidadãos-usuários, tratando-os como consumidores a serem satisfeitos.
Três medidas faziam parte da estratégia para tornar o poder público mais leve, ágil e
competitivo:
•• Descentralização administrativa com grande delegação de autoridade, partindo do
princípio de quanto mais próximo estiver o serviço público do consumidor, mais fiscalizado
pela população ele o será;
•• Competição entre as organizações do setor público;
•• Adoção de um novo modelo contratual para os serviços públicos, em contraposição ao
monopólio estatal - a extensão do fornecimento de serviços públicos entre o setor público,
o setor privado e o voluntário/não lucrativo. Baseia-se na ideia de que, numa situação de
falta de recursos, a melhor forma de aumentar a qualidade é introduzir relações contratuais
de competição e de controle.
A visão do cidadão como simples consumidor está vinculada à tradição liberal, que dá, na
maioria das vezes, maior importância à proteção dos direitos do indivíduo do que à participação
política.

Serviço Orientado ao Cidadão: fazer o que deve ser feito


O termo em inglês é PSO (Public Service Orientation).
As críticas à visão do cidadão como cliente fizeram o modelo evoluir para o Serviço Orientado
ao Público/Cidadão, que se baseia em conceitos ignorados até então pela visão gerencial:
accountability, transparência, participação política, equidade e justiça.
O cidadão passa a ser tratado efetivamente como um agente (ativo) a ser ouvido, alguém com
direitos e deveres - cidadania.
Aqui, não se busca apenas descobrir como fazer/organizar o serviço público para agradar aos
cidadãos. A pergunta verdadeira é “o que deve ser feito?”, demonstrando para o cidadão os
benefícios, efeitos e impactos diretos ou indiretos do exercício da atividade pública (efetividade).
Entende-se que, a partir da nova gestão pública, o Estado ganha dinamismo e reduz seu papel
de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-se, entretanto, no papel de regulador,
provedor ou promotor destes, principalmente dos serviços sociais como educação e saúde,

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Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

que são essenciais para o desenvolvimento. Como promotor desses serviços, o Estado continua
a subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle social direto e a participação da
sociedade.

Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de regulação e de coordenação


do Estado, particularmente no nível federal, e a progressiva descentralização vertical, para os
níveis estadual e municipal, das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais
e de infraestrutura.

Pode-se dizer, em suma, que o objetivo da Nova Gestão Pública é modernizar o aparelho do
Estado, tornando a administração pública mais eficiente, eficaz e efetiva e mais voltada para o
cidadão, buscando maior governança, controle por resultados e accountability.

Eficiência: refere-se ao bom uso dos recursos disponíveis. É a relação entre os insumos
utilizados e os produtos/serviços gerados.
Eficácia: está relacionada ao alcance dos objetivos. É a relação entre os resultados obtidos e
os resultados esperados.
Efetividade: diz respeito ao impacto positivo gerado na sociedade.
Accountability é a responsabilização dos agentes públicos pelos atos praticados e sua
obrigação ética de prestar contas. Em outras palavras, é o conjunto de mecanismos e
procedimentos que induzem os dirigentes governamentais a prestar contas dos resultados de
suas ações à sociedade, garantindo, dessa forma, maior nível de transparência, participação
da sociedade e exposição das políticas públicas. Quanto maior for a possibilidade de os
cidadãos discernirem se o agente público está agindo em prol da coletividade e de sancioná-
lo, mais accountable é um governo.
Horizontal: exercido por instituições do Estado devidamente encarregadas da prevenção,
reparação e punição de ações ilegais cometidas por agentes públicos. É feita pelos
mecanismos institucionalizados, abrangendo os Poderes e também agências governamentais
que tenham como finalidade a fiscalização do poder público e de outros órgãos estatais,
como por exemplo os Tribunais de Contas.
Vertical: são as atividades de fiscalização feitas pela sociedade procurando estabelecer
formas de controle sobre o poder público. Para grande parte dos autores, ela é exercida “de
baixo para cima”, por pessoas e entidades da sociedade civil, geralmente sob a forma de voto
ou de mobilizações. Certo autor separou a vertical em duas: Eleitoral - os eleitores avaliam
governos e fazem suas escolhas; Societal – especificamente para o controle exercido por
agentes ou entidades de representatividade social (conselhos, associações etc.), ou seja,
grupos se mobilizam para impor suas demandas em relação à prevenção, reparação ou
punição de ilegalidades. Outro autor aventou a possibilidade de uma accountability vertical
“de cima para baixo”, quando há direito de sanção a partir de uma relação de hierarquia, ou
seja, entre chefia e subordinados.

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Governança
O termo Governança busca expandir e superar o atual paradigma de administração pública.
O termo Administração Pública está associado a um papel preponderante do estado como
executor direto no desenvolvimento, na gestão de políticas públicas e no provimento de
serviços. O modelo de gestão alinhava-se principalmente com modelos burocráticos ortodoxos,
espelhados em modelos organizacionais mecanicistas, dotados de características de hierarquia,
verticalização, rigidez, isolamento.
A Governança pública, por sua vez, baseia-se em múltiplos arranjos com a participação de
diversos atores (estado, terceiro setor, mercado etc.) no desenvolvimento, na gestão de políticas
públicas e no provimento de serviços. Governança é capacidade administrativa do Estado em
formular e implementar políticas públicas, é a forma com que os recursos econômicos e sociais
são gerenciados, com vistas a promover o desenvolvimento.
Este modelo não diminui a importância do estado, mas qualifica-o com o papel de orquestrador,
coordenador, direcionador estratégico, indutor e fomentador absolutamente essencial dos
vários agentes (governamentais ou não) para atingir resultados de interesse público.
Este paradigma promove a adoção de modelos de gestão pós ou neo-burocráticos, tais como:
redes, modelos de gestão orgânicos (flexíveis, orientados para resultados, foco no beneficiário),
mecanismos amplos de accountability, controle e permeabilidade.
A orientação para resultados é uma fixação deste novo paradigma, ou seja, o que está em foco
são as novas formas de geração de resultados em um contexto contemporâneo complexo e
diversificado.
Nesse contexto, uma boa gestão é aquela que alcança resultados, independentemente
de meritórios esforços e intenções. E, alcançar resultados, no setor público, é atender às
demandas, aos interesses e às expectativas dos beneficiários, sejam cidadãos ou organizações,
criando valor público.
A função principal do Estado-nação no mundo contemporâneo – realizada por meio do
governo e da administração pública – é a de ampliar de forma sistemática as oportunidades
individuais, institucionais e regionais. Deve preocupar-se, também, em gerar estímulos para
facilitar a incorporação de novas tecnologias e inovações no setor público que proporcionem as
condições exigidas para atender às demandas da sociedade contemporânea.
Em relação aos pilares do modelo da nova gestão pública, destacam-se a participação cidadã,
a transparência e a medição de resultados.
Essas tarefas são permanentes e exigem participação proativa de todos os atores envolvidos –
dirigentes, políticos, órgãos de controle – e, especialmente, da sociedade organizada.
O termo governança, em sentido amplo, pode ser definido como um processo complexo de
tomada de decisão que antecipa e ultrapassa o governo.
Uma boa governança pública, à semelhança da corporativa, está apoiada em quatro princípios:
relações éticas; conformidade, em todas as suas dimensões; transparência; e prestação
responsável de contas. A ausência desses princípios requer mudança na forma de gestão.
Os aspectos frequentemente evidenciados na literatura sobre a governança estão relacionados:
à legitimidade do espaço público em constituição; à repartição do poder entre aqueles

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que governam e aqueles que são governados; aos processos de negociação entre os atores
sociais (os procedimentos e as práticas, a gestão das interações e das interdependências, o
estabelecimento de redes e os mecanismos de coordenação); à descentralização da autoridade
e das funções ligadas ao ato de governar; à responsabilidade em atender a sociedade; à
supervisão; ao controle; e à assistência social.
Existe um ponto em comum entre os inúmeros autores que tratam do tema que envolve
os princípios da boa governança: a responsabilidade do gestor público em prestar contas
(accountability) e a necessidade de promover o controle.
Os princípios mais relevantes a que as entidades do setor público devem aderir para
efetivamente aplicarem os elementos de governança corporativa e alcançarem as melhores
práticas são: liderança, integridade e compromisso (relativos a qualidades pessoais) e
responsabilidade em prestar contas, integração e transparência (são principalmente o produto
de estratégias, sistemas, políticas e processos).

Princípios da administração pública gerencial


O Prof. Dr. Humberto Falcão Martins define as seguintes características:
a) caráter estratégico ou orientado por resultado das decisões;
b) descentralização;
c) flexibilidade;
d) desempenho crescente e pagamento por produtividade;
e) competitividade interna e externa;
f) direcionamento estratégico;
g) transparência e cobrança de resultados (accountability);
h) padrões diferenciados de delegação decisória;
i) separação da política de sua gestão;
j) desenvolvimento de habilidades gerenciais;
k) terceirização;
l) limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de emprego;
m) estruturas diferenciadas.
Na administração pública gerencial, a estratégia volta-se para:
•• a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade
(com foco nos resultados e nos clientes);
•• a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais
e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos
contratados;
•• a reorientação dos mecanismos de controle: o controle na perspectiva burocrática (a priori)
representa um entrave à ação eficiente e inovadora. Na medida do possível, o controle
deve ser feito a posteriori, baseado em indicadores de resultados

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Estado racionalizado •• Redução das tarefas do estado.

•• Separação dos níveis estratégicos e


Separação dos níveis de decisão operacionail: A politica decide OQUE e a
administração COMO.

•• Aplicação de gestão por objetivos,


hierarquia planejada, gestão por
Gestão racionalizada projetos, remuneração de acordo com
o desempenho e métodos modernos de
liderança.

•• Orientação de acordo com o cliente:


Nova atitude nos serviços Satisfação como ponto central; mudança
de comportamento.

•• Atitudes definidas por metas claras,


Novo sistema de controle avaliação de resultados, transparência na
aplicação de recursos.

descentralização •• Tarefas, responsabilidade, competência.

•• Garantia de serviços de qualidade de


Gestão de qualidade acordo com a formação, competência e
pela transparência.

•• Descrição de todos os serviços


administrativos como "produtos":
Enfoque no produto
recursos, custos, clareza no prazo de
entrega.

Quanto aos princípios, são:


a) Reorientação dos mecanismos de controle: o controle na perspectiva burocrática (a priori)
representa um entrave à ação eficiente e inovadora. Na medida do possível, o controle
deve ser feito a posteriori, baseado em indicadores de resultados, revertendo a cultura
e as práticas gerais da administração pública, focada primordialmente nos meios e nos

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recursos. Muito mais relevante que o foco no controle da legalidade e no cumprimento do


rito burocrático, é a abordagem centrada no alcance de objetivos/resultados.
b) Foco na racionalização de recursos - eficiência: o Estado não dispõe de recursos infinitos
para realizar os investimentos para o alcance de todos os objetivos sociais, devendo,
por isso, através da busca da eficiência, melhorar a qualidade do gasto público. Para
isso, é necessário aumentar a produtividade e construir uma consciência de custos na
administração pública.
c) Focalização da ação do Estado no cidadão: o Estado tem o dever de buscar melhorar a
qualidade da prestação do serviço público na perspectiva de quem o usa (cidadão),
ampliando o atendimento das demandas sociais, reduzindo o tempo de resposta e
aumentando a satisfação do cidadão-usuário (excelência no atendimento).
d) Flexibilidade administrativa: faz-se necessário o aumento de autonomia - e consequente
descentralização - que permita às organizações públicas e aos servidores alcançarem os
resultados esperados.
e) Controle social: é preciso ampliar os mecanismos de transparência através da prestação
social de contas e da avaliação de desempenho, permitindo à sociedade um melhor
controle da administração pública (accountability). A cobrança da sociedade é um fator
fundamental para a melhoria da prestação dos serviços públicos.
f) Valorização do servidor: é condição essencial para que o processo de modernização
administrativa tenha êxito, pois a qualidade profissional dos servidores e sua motivação
são condições necessárias para se alcançar todos os outros objetivos. É indispensável
descentralizar as atividades, dando empowerment (poder de decisão) para os indivíduos e
para as equipes, e responsabilizando-os pelo alcance dos resultados.
A seguir, um quadro comparativo entre a gestão burocrática e a gerencial.

Características Gestão pública burocrática Gestão pública gerencial


Modelo de gestão Rígido e ineficiente Flexível e eficiente
Maior confiança e flexibilidade
Ideologia Formalismo e rigor técnico
de gestão
Rigidez nos procedimentos,
Maior autonomia e
Atributos excesso de normas e
responsabilidade
regulamentos
Foco Poder do Estado Cidadão/ sociedade
Ênfase Processos/ procedimentos Resultados
Indicadores Produção Efetividade, eficácia e eficiência
Decisão Centralizada Descentralizada
Valorização do servidor,
Servidor público Estabilidade
investindo em capacitação

Controle “A priori” nos processos “A posteriori” nos resultados

www.acasadoconcurseiro.com.br 1349
Slides – Nova Gestão Pública

Nova Gestão Pública


• Antecedentes:
‒Estados grandes, caros e ineficientes (burocráticos);
‒Crises Mundiais;
‒Necessidade de reequilíbrio financeiro/fiscal;
‒Desenvolvimento tecnológico e globalização – competição.
• Foco:
‒Superar a Adminstração Burocrática
o Rompe com os princípios negativos, mantém os positivos.
‒Melhorar a Administração Pública
o Eficiência, Redução de Custos, Aumento da Qualidade.
1

Nova Gestão Pública


• New Public Management: Modelo Pós-Burocrático –
Modelo Gerencial
‒Conjunto de doutrinas administrativas que orientaram as
reformas da Adm. Pública em nível mundial.
‒Incorporação, pelo serviço público, de alguns pressupostos e
inovações da administração gerencial – privada
o Cuidado: não é exatamente igual à Adm. Privada.
 Downsizing e Empowerment
 Descentralização e autonomia
 Redução do tamanho da máquina administrativa
 Aumento da eficiência
 Criação de mecanismos voltados à responsabilização dos atores
políticos
2

1350 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Nova Gestão Pública


• Evolução:
‒Início: Neoliberalismo – diminuir o Estado, reduzir custos
‒Após: Qualidade dos serviços
Foco no cidadão

• Três fases (não são independentes, há um núcleo comum):


‒Gerencialismo puro: fazer mais com menos – eficiência e redução
de custos;
‒Consumerismo: fazer melhor – foco no cliente e na qualidade;
‒Serviço orientado ao cidadão: fazer o que deve ser feito –
efetividade, cidadania, equidade, Accountability.
3

1 - Gerencialismo puro (Managerialism)


• Fazer mais com menos
‒Foco no aumento da eficiência
‒Redução de custos
‒Melhoria da qualidade do gasto público
‒Evitar o desperdício
‒Aumentar a produtividade
• Cidadão = taxpayer = contribuinte = financiador

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2 - Consumerismo
• Fazer melhor - melhoria da qualidade dos serviços
‒Uso de estratégia – análise de stakeholders
‒Descentralização administrativa e competição entre
organizações
‒Paradigma do Consumidor - dar ao cidadão atendimento
semelhante ao que ele teria como cliente em uma empresa
privada – visão liberal
‒Cidadão = cliente, consumidor, usuário dos serviços

Críticas ao modelo de Consumidor


• Relação cliente-fornecedor
‒Mais simples
‒Mais opções ao cliente (concorrência)
‒Tratamentos diferenciados
X
• Relação Cidadão-Servidor
• Mais complexa
• Monopólio estatal
• Serviços compulsórios
• Equidade no tratamento
6

1352 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Críticas ao modelo de Consumidor


• Conceito de consumidor deve ser substituído
pelo de cidadão!
‒Termo mais amplo
‒Cidadania implica direitos e deveres
‒Participação ativa na elaboração das políticas e na
avaliação dos serviços públicos
‒Accountability

3 - Serviço orientado ao cidadão


• Public Service Orientation
‒Fazer o que deve ser feito
‒Acrescenta conceitos ignorados até então pela visão
gerencial: accountability, transparência, participação política,
equidade e justiça.
‒Cidadão é cidadão - mais que um consumidor, titular da coisa
pública

www.acasadoconcurseiro.com.br 1353
Nova Gestão Pública
• Objetivo da Nova Gestão Pública
‒modernizar o aparelho do Estado, tornando a
administração pública mais eficiente, eficaz e efetiva e
mais voltada para o cidadão, buscando maior
governança, controle por resultados e accountability.

‒Estado ganha dinamismo e reduz seu papel de executor


ou prestador direto de serviços, mantendo-se,
entretanto, no papel de regulador, provedor ou
promotor.
9

Nova Gestão Pública


• Eficiência
• Eficácia
• Efetividade
• Governança
• Governabilidade
• Accountability
• Horizontal
• Vertical: Societal e Eleitoral
10

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Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Governança
• Pilares: par�cipação cidadã, transparência e medição de
resultados.
‒Participação de diversos atores (estado, terceiro setor,
mercado etc.) no desenvolvimento, na gestão de políticas
públicas e no provimento de serviços.
‒Amplia de forma sistemática as oportunidades individuais,
institucionais e regionais;
‒Promove a adoção de modelos de gestão pós ou
neoburocráticos: redes, modelos de gestão orgânicos,
mecanismos amplos de accountability, controle e
permeabilidade.
11

Governança
• É um processo complexo de tomada de decisão
que antecipa e ultrapassa o governo.

• Quatro princípios:
‒ relações éticas;
‒ conformidade, em todas as suas dimensões;
‒ transparência;
‒ prestação responsável de contas – accountability

12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1355
Nova Gestão Pública
• Prof. Dr. Humberto Falcão Martins:
a) caráter estratégico ou orientado por resultado das decisões;
b) descentralização;
c) flexibilidade;
d) desempenho crescente e pagamento por produtividade;
e) competitividade interna e externa;
f) direcionamento estratégico;
g) transparência e cobrança de resultados (accountability);
h) padrões diferenciados de delegação decisória;
i) separação da política de sua gestão;
j) desenvolvimento de habilidades gerenciais;
k) terceirização;
l) limitação da estabilidade de servidores e regimes temporários de emprego;
m) estruturas diferenciadas.
13

Nova Gestão Pública

1356 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Nova Gestão Pública – Prof. Rafael Ravazolo

Nova Gestão Pública


• Princípios:
‒Reorientação dos mecanismos de controle
‒Foco na racionalização de recursos
‒Focalização da ação do Estado no cidadão
‒Flexibilidade administrativa
‒Controle social – participação cidadã
‒Valorização dos servidores
‒Transparência

15

Gestão Burocrática X Gerencial


Características Gestão pública burocrática Gestão pública gerencial
Modelo de gestão Rígido e ineficiente Flexível e eficiente
Formalismo, desconfiança e rigor
Ideologia Maior confiança e flexibilidade de gestão
técnico
Rigidez nos procedimentos, excesso
Atributos Maior autonomia e responsabilidade
de normas e regulamentos
Foco Poder do Estado Cidadão / sociedade
Ênfase Processos / procedimentos Resultados
Indicadores Produção Efetividade, eficácia e eficiência
Decisão Centralizada, autoritária Descentralizada, com delegação de poderes
Valorização do servidor, investindo em
Servidor público Estabilidade
capacitação
Controle
“A priori” nos processos “A posteriori” nos resultados
administrativo
Racionalidade absoluta para ser Campo de conflitos, cooperação e
Sociedade/ambiente
impessoal incertezas
16
Papel do Estado Executor Regulador, provedor ou promotor

www.acasadoconcurseiro.com.br 1357
Administração
Aula XX

EVOLUÇÃO, PAPÉIS E PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS

Há pouco tempo, um Departamento de Recursos Humanos atuava de forma mecanicista:


contratava profissionais com experiência e conhecimento técnico, cuidava da folha de
pagamento e pressupunha que bastava o poder hierárquico e o salário no final do mês para se
alcançar a obediência dos funcionários e os resultados esperados.
Os avanços observados nas últimas décadas têm levado as organizações a buscarem novas
formas de gestão com o intuito de melhorar o desempenho e alcançar resultados para o pleno
atendimento das necessidades dos clientes. Devido a isso, o papel das pessoas nas organizações
foi revisto: deixaram de ser recursos (ou custos) e assumiram uma posição estratégica.
O progresso da Gestão de Pessoas é visto de forma diferente por diversos autores:
•• Visão funcionalista – 3 fases:
1. Operacional – até a década de 60 – funções tradicionais de RH;
2. Gerencial – 60 a 80 – passa a interferir nos diferentes processos da organização;
3. Estratégica – a partir dos anos 80 – pessoas geram valor para a organização.
•• Fischer (2002) - as grandes correntes teóricas sobre gestão de pessoas podem ser agrupadas
em quatro categorias principais:
1. Modelo articulado de gestão de pessoas como departamento pessoal – até década de 20 –
foco no controle, eficiência, taylorismo, fordismo;
2. Como gestão do comportamento humano – a parit da década de 20 – uso da psicologia,
behaviorismo, pessoas têm necessidades a serem satisfeitas;
3. Como gestão estratégica – a partir da década de 70/80 – vincular GP às estratégias, pessoas
colaboram para o alcance dos objetivos;
4. Como gestão por competência e vantagem competitiva – a partir dos anos 80 – core
competences, busca e vantagens competitivas, papel das pessoas na transição entre o
estado atual das empresas e onde elas almejam estar no futuro.
As 5 fases evolutivas da GP no Brasil:
1. Fase contábil (até 1930): caracteriza-se pela preocupação com os custos da organização. Os
trabalhadores eram vistos, exclusivamente, sob o enfoque contábil.
2. Fase legal (1930 - 1950): preocupação com o acompanhamento e manutenção das recém-
criadas leis trabalhistas da era getulista.
3. Fase tecnicista (1950 -1965): o Brasil implantou o modelo americano de gestão de pessoas
e alavancou a função de RH ao status orgânico de gerência.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1359
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão Técnico de Administração.
Após começo conturbado do regime militar, houve rearticulação dos trabalhadores no final
da década de 70, formando a base que implementou um movimento denominado "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual): demarcada pela introdução dos primeiros programas de
gestão estratégica de pessoas atrelados ao planejamento estratégico das organizações.
O quadro a seguir mostra a transição da visão sobre as pessoas nas organizações.
A Gestão de Pessoas é o con-
junto de políticas e práticas ne-
cessárias para cuidar do capital
humano da organização, capi-
tal este que contribui com seus
conhecimentos, habilidades e
capacidades para o alcance dos
objetivos institucionais.
Capital humano é o patrimônio
(inestimável) que uma organi-
zação pode reunir para alcançar
vantagens competitivas. Possui
dois aspectos principais:
•• Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como conhecimento (saber),
habilidade (saber fazer), julgamento (saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
•• Contexto: ambiente adequado para que os talentos se desenvolvam. É determinado por:
•• Arquitetura organizacional: desenho da organização e divisão do trabalho – deve ser
flexível, integrador e facilitador da comunicação entre as pessoas.
•• Cultura: conjunto de características que difere uma organização das outras. Deve
inspirar confiança, comprometimento e satisfação.
•• Estilo de gestão: liderança, coaching, delegação, empowerment.
Hoje vivemos na sociedade do conhecimento, na qual o talento humano e suas capacidades
são vistos como fatores competitivos no mercado de trabalho globalizado. Nota-se, também,
que o sucesso das organizações modernas depende, e muito, do investimento nas pessoas, a
partir da identificação, do aproveitamento e do desenvolvimento do capital humano.
Nesse novo contexto, as pessoas são vistas no ambiente de trabalho como:
•• Seres humanos: personalidade própria; diferentes entre si; origens e histórias particulares;
conhecimentos, habilidades e competências distintas.
•• Agentes ativos e inteligentes: fonte de impulso capaz de dinamizar a organização, de
mudá-la, renová-la e torná-la competitiva.
•• Parceiros da organização: a partir de uma relação ganha-ganha, as pessoas são capazes de
conduzir a organização ao sucesso e, por conseguinte, serem beneficiadas.
•• Talentos: portadoras de competências essenciais ao sucesso organizacional, consideradas
o principal ativo, pois agregam inteligência (capital intelectual) ao negócio.

1360 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

As políticas de GP referem-se às maneiras pelas quais a organização pretende lidar com seus
membros e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais, permitindo (também) o
alcance dos objetivos individuais. Tais políticas são, portanto, como guias de ação que orientam
os processos de GP.
Dentre os objetivos da GP, pode-se destacar:
•• Proporcionar um ambiente com pessoas competentes e motivadas para o alcance dos
objetivos organizacionais e individuais.
•• Desenvolver o capital humano e o capital intelectual – ativos intangíveis da organização;
•• Desenvolver a gestão do conhecimento: habilidades, competências e tecnologias aplicadas
de forma integrada para concretizar a missão e visão.
•• Formar competências essenciais que atendam às demandas dos diferentes stakeholders,
gerando vantagem competitiva.
Cabe, portanto, à moderna GP atuar nesse ambiente complexo, ajudando a organização a
realizar sua missão. Ela também gera competitividade à organização, proporciona pessoas
bem treinadas e motivadas, aumenta a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho,
mantém a qualidade de vida no trabalho, administra e impulsiona a mudança, mantém políticas
éticas e comportamento socialmente responsável.
GP como responsabilidade de Linha ou função de Staff

No passado, as decisões de RH eram


totalmente centralizadas no órgão
de RH e os gerentes de linha tinham
pouca ou nenhuma participação.
A tendência moderna é descentralizar
as decisões e ações de GP rumo aos
gerentes, que se tornam os gestores
de pessoas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1361
O Macroprocesso de Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas pode ser vista como um macroprocesso composto por diversos processos.
Tais processos, por sua vez, são compostos pelas distintas atividades que uma organização
realiza para gerenciar as pessoas:
•• Agregar pessoas/talentos à organização;
•• Integrar e orientar;
•• Modelar o trabalho (individual ou em equipe) para torná-lo significativo;
•• Avaliar o desempenho e melhorá-lo continuamente;
•• Recompensar pelo desempenho e alcance de resultados;
•• Comunicar, transmitir conhecimento e proporcionar feedback;
•• Treinar e desenvolver;
•• Proporcionar boas condições de trabalho e melhorar a qualidade de vida;
Na literatura, não há consenso sobre o número de processos que compõem a gestão de pessoas.
Dessa forma, dependendo do autor, as atividades estarão agrupadas de formas distintas.
Modelo 1 - Dutra: três processos.
1. Movimentação: captar, internalizar, transferir, promover, expatriar e recolocar.
2. Desenvolvimento: capacitar, gerir carreira e desempenho.
3. Valorização: remunerar e premiar.
Modelo 2: Chiavenato: seis processos
1. Agregar: recrutamento e seleção.
2. Aplicar: modelagem do trabalho, orientação e avaliação do desempenho.
3. Recompensar: remuneração, benefícios e incentivos.
4. Desenvolver: treinamento, desenvolvimento, aprendizagem e gestão do conhecimento.
5. Manter: higiene, segurança, qualidade de vida e relações sindicais.
6. Monitorar: bancos de dados e sistemas de informações gerenciais.
Resumindo: a gestão de pessoas consiste na maneira pela qual uma instituição se organiza
para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho, e, para isso, define princípios,
estratégias, políticas e práticas de gestão. Através desses mecanismos, implementa diretrizes e
orienta os estilos de atuação dos gestores e das pessoas.
A seguir, um modelo de diagnóstico de Gestão de Pessoas.

1362 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1363
Slides – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas

O Papel da Área de RH
• Departamento de RH: mecanicista = contratações por experiência e
conhecimento técnico; folha de pagamento;
Antigamente poder hierárquico + salário = obediência dos funcionários e resultados.

• Busca por novas formas de gestão para melhorar o desempenho e


garantir o pleno atendimento das necessidades dos clientes.
Avanços
• O papel das pessoas nas organizações foi revisto: deixaram de ser
recursos (ou custos) e assumiram uma posição estratégica.

• Sociedade do conhecimento.
• Talento e capacidades humanas são fatores competitivos no mercado de
trabalho globalizado.
Hoje • O sucesso depende do investimento nas pessoas, a partir da identificação,
do aproveitamento e do desenvolvimento do capital intelectual.
1

Progresso da Gestão de Pessoas


• Visão funcionalista – 3 fases:
1. Operacional – até 60s – funções tradicionais de RH;
2. Gerencial – até 80s – passa a interferir em outros processos da
organização;
3. Estratégica – hoje – pessoas geram valor para a organização.
• Fischer (2002) – 4 fases – correntes teóricas:
‒ Departamento pessoal – até 20s – controle, eficiência, taylorismo,
fordismo;
‒ Gestão do Comportamento Humano – até 70s – uso da psicologia,
behaviorismo, pessoas têm necessidades a serem satisfeitas;
‒ Gestão Estratégica – 70/80 – vincular GP às estratégias, pessoas
colaboram para o alcance dos objetivos; descentralização da função RH.
‒ Gestão por Competência e Vantagem Competitiva – a partir dos 90s –
core competences, busca e vantagens competitivas, papel das pessoas na
transição entre o estado atual das empresas e onde elas almejam estar
no futuro.

1364 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Era da industrialização Era da industrialização Era da Informação


Eras Clássica (1900-1950) Neoclássica (1950-1990) (Após 1990)
Administração de Administração de
Relações industriais Gestão de pessoas
pessoas recursos humanos
Industrialização, Dinamismo, instabilidade, Mercado de serviços,
Característica do
necessidade de ordem e mudança, necessidade de turbulência, globalização,
ambiente
rotina. adaptação. necessidade de mudança.
Mista, matricial, ênfase na Fluída, ágil e flexível,
Estrutura Burocrática, mecanicista, departamentalização descentralizadora.
organizacional funcional, piramidal, rígida, por produtos ou serviços ou Ênfase em estruturas orgânicas
predominante centralizadora e inflexível. unidades estratégicas de e nas redes de equipes
negócios. multifuncionais
Transição. Foco no presente e no Teoria Y. Foco no futuro.
Cultura Teoria X. Foco no
atual. Ênfase na mudança e na
organizacional passado, nas tradições e nos
Ênfase na adaptação ao inovação. Valorização do
predominante valores conservadores.
ambiente. conhecimento e da criatividade.
Estático, previsível, Mutável, imprevisível,
Ambiente Intensificação e aceleração das
poucas e gradativas turbulento, com grandes e
organizacional mudanças ambientais
mudanças. intensas mudanças.
Pessoas como mão-de-obra Pessoas como recursos Pessoas como seres humanos
inertes e estáticas. organizacionais que devem ser proativos e inteligentes. Ênfase
Modo de lidar com
Ênfase nas regras e administrados. Ênfase nos na liberdade e no
as pessoas
controles rígidos para objetivos organizacionais para comprometimento para
regular as pessoas dirigir as pessoas. motivar as3 pessoas.

RH no Brasil
5 Fases:
1. Fase contábil (até 1930): custos
2. Fase legal (1930 - 1950): leis trabalhistas da era getulista.
3. Fase tecnicista (1950 -1964): função de RH adquire status
orgânico de gerência.
4. Fase administrativa (1965 -1985): regulamentada a profissão
Técnico de Administração. Início da articulação do "novo
sindicalismo".
5. Fase estratégica (1985 a atual)
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1365
Visão sobres as pessoas

Visão moderna sobres as pessoas

• Seres humanos: personalidade própria; diferentes entre si; origens e


histórias particulares;
• Agentes ativos e inteligentes: fonte de impulso próprio capaz de
dinamizar a organização.
• Parceiros da organização: a partir de uma relação ganha-ganha, são
capazes de conduzir a organização ao sucesso e, por conseguinte, serem
beneficiadas.
• Talentos: portadoras de competências essenciais ao sucesso
organizacional, consideradas o principal ativo, pois agregam inteligência
(capital intelectual) ao negócio.

1366 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Gestão de Pessoas
Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas
necessárias para cuidar do capital humano da organização,
capital este que contribui com seus conhecimentos, habilidades e
capacidades para o alcance dos objetivos institucionais.

• Políticas de GP: maneiras pelas quais a organização pretende


lidar com seus membros e por intermédio deles atingir os
objetivos organizacionais, permitindo (também) o alcance dos
objetivos individuais

Gestão de Pessoas
• Objetivos:
‒Proporcionar um ambiente com pessoas competentes e
motivadas para alcançar os objetivos.
‒Desenvolver o capital humano e o capital intelectual.
‒Gerenciar o conhecimento: competências e tecnologias
aplicadas de forma integrada para concretizar a missão.
‒Formar competências essenciais que atendam às demandas
dos diferentes stakeholders.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1367
Gestão de Pessoas
• Outros conceitos:
‒Capital humano - patrimônio (inestimável) que uma
organização pode reunir.
o Talento: tipo especial de pessoa, dotada de diferenciais como
conhecimento (saber), habilidade (saber fazer), julgamento
(saber analisar o contexto) e atitudes (querer fazer).
o Contexto: ambiente adequado para que os talentos se
desenvolvam (arquitetura, cultura e estilos de gestão)
‒Capital Intelectual - tecnologia, informação, habilidades e
solução de problemas.

Papéis da GP

Função de Staff Responsabilidade de Linha


(especialista em RH) (gestor de pessoas)

• Cuidar das políticas de RH • Cuidar da sua equipe


• Prestar assessoria e suporte • Tomar decisões sobre subordinados
• Dar consultoria e orientação interna • Executar ações e cumprir metas de
• Proporcionar serviços de RH RH
• Cuidar da estratégia de RH • Alcançar resultados
• Cuidar da tática e das operações

10

1368 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Papéis da GP

Tendência:
descentralizar as
decisões e ações de GP
rumo aos gerentes, que
se tornam os gestores
de pessoas.

11

Gestão Estratégica de Pessoas


• É a união do RH com metas e objetivos estratégicos, para
melhorar o desempenho organizacional e desenvolver uma
cultura voltada à inovação e à flexibilidade.
‒INTEGRAÇÃO VERTICAL busca o alinhamento das práticas de
gestão de pessoas com os objetivos e estratégias
organizacionais.
‒INTEGRAÇÃO HORIZONTAL refere-se à atuação coordenada
das diversas atividades de gestão de pessoas tais como:
Recrutamento e Seleção, capacitação, remuneração,
avaliação de desempenho, entre outras.
12

www.acasadoconcurseiro.com.br 1369
Passos da moderna GP

1. Investir fortemente nas pessoas e nos gestores de


pessoas
2. Transformar Pessoas em Talentos
3. Transformar Talentos em Capital Humano
4. Transformar Capital Humano em Capital Intelectual
5. Transformar Capital Intelectual em Resultados

13

Passos da moderna GP

Quatro maneiras pelas quais a gestão de pessoas pode


colaborar com o sucesso organizacional:
1. tornar-se um parceiro na execução da estratégia
2. tornar-se um especialista administrativo
3. tornar-se um defensor dos funcionários
4. tornar-se um agente de mudança

14

1370 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Evolução, Papéis e Processos de Gestão de Pessoas – Prof. Rafael Ravazolo

Decreto nº 5.707, de 23/2/2006


Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional.
Objetivos:

I - melhoria da eficiência, eficácia e qualidade dos serviços públicos


prestados ao cidadão;
II - desenvolvimento permanente do servidor público;
III - adequação das competências requeridas dos servidores aos
objetivos das instituições, tendo como referência o plano plurianual;
IV - divulgação e gerenciamento das ações de capacitação; e
V - racionalização e efetividade dos gastos com capacitação.
15

Macroprocesso de Gestão de Pessoas


• Define princípios, estratégias, políticas, práticas e estilos de atuação
dos gestores e das pessoas.
• Cada autor agrupa as atividades de formas distintas.
‒Exemplo 1: Dutra - três processos:
o Movimentação: captar, internalizar, transferir, promover, expatriar
e recolocar.
o Desenvolvimento: capacitar, gerir carreira e desempenho.
o Valorização: remunerar e premiar.
‒Exemplo 2: Chiavenato - seis processos:
o Agregar, Aplicar, Recompensar, Desenvolver, Manter, Monitorar.

16

www.acasadoconcurseiro.com.br 1371
Diagnóstico
de Gestão
de Pessoas

17

1372 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

São as atividades relacionadas à provisão de pessoas para a organização, ou, em outras


palavras, os métodos utilizados para se preencher uma vaga em aberto.
Envolve pesquisa de mercado, descrição dos cargos, entrevistas, testes etc. Espera-se que, ao
final do processo, a organização esteja abastecida dos talentos humanos necessários.
O mercado de trabalho é o espaço onde ocorre a relação entre empregadores e pessoas. Nele,
os empregadores concorrem em termos de salário, oportunidades, benefícios etc.; enquanto
as pessoas concorrem em termos de qualificação – habilidades, conhecimentos, personalidade
etc.
A conjuntura social e econômica condiciona as relações do mercado de trabalho. Por exemplo:
se há excesso de vagas e escassez de pessoas, aqueles profissionais melhor qualificados poderão
escolher organizações que ofereçam mais benefícios, ou então fazer reivindicações na própria
empresa. Porém, se há escassez de vagas, aumenta a concorrência entre os profissionais e as
pessoas passam a valorizar mais seus próprios empregos.

Recrutamento
É o conjunto de técnicas e procedimentos que visa divulgar as oportunidades de emprego e
atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos na organização.
O recrutamento pode ser feito de duas formas básicas:

Recrutamento interno (in house)


Utiliza o pessoal da própria organização para o preenchimento de uma vaga. Há um
remanejamento de funcionários, os quais podem ser promovidos e/ou transferidos.

Vantagens Desvantagens
•• Aproveita melhor o potencial humano da
•• Pode bloquear a entrada de novas ideias,
organização.
experiências e expectativas.
•• É mais econômico e mais rápido.
•• Se a organização não oferecer oportuni-
•• Probabilidade de melhor seleção, pois os
dades de crescimento no momento ade-
candidatos são bem conhecidos.
quado, corre o risco de frustrar os em-
•• Incentiva o aperfeiçoamento dos empre-
pregados em suas ambições.
gados.
•• Conflito de interesses e descontenta-
•• Facilita a permanência e a fidelidade dos
mento dos preteridos.
funcionários.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1373
Recrutamento externo
Utiliza candidatos de fora da empresa.

Vantagens Desvantagens
•• É, geralmente, mais demorado.
•• Agrega novas experiências e conheci- •• É mais caro – despesas com anúncios,
mentos à organização. jornais, empresas de recrutamento.
•• Renova a equipe de trabalho. •• Em princípio, é menos seguro que o
•• Facilita a mudança do status quo. interno.
•• Aumenta o capital intelectual. •• Reduz a fidelidade e a motivação interna
ao oferecer oportunidades a estranhos.

Fontes de recrutamento
São os meios mais utilizados para encontrar candidatos e atraí-los para a seleção.
•• Cadastro de candidatos (internos ou externos) da própria empresa;
•• Universidades, escolas, cursos técnicos e profissionalizantes;
•• Anúncios em jornais e revistas especializadas;
•• Agências de emprego, de outplacement, ou headhunters (caça-talentos);
•• Entidades de classe – sindicatos, associações, conselhos etc.
•• Recomendações, indicações (networking);
•• Sites especializados (virtual).

Seleção

É um processo de comparação e decisão: escolha da


pessoa certa, para o cargo certo. Tem por objetivo
básico escolher o(s) candidato(s) mais adequado(s) às
necessidades da organização dentre aqueles recrutados
e, para isso, utiliza instrumentos de análise, avaliação e
comparação de dados.

1374 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Recrutamento e Seleção – Prof. Rafael Ravazolo

Modelos básicos de seleção de pessoal


Conforme tratamento dado aos candidatos, o processo seletivo pode envolver quatro tipos de
decisões:

4) Agregação de valor: busca ampliar o conjunto de


competências da organização.
Cada candidato é analisado do ponto de vista das
competências que oferece para incrementar as
competências da organização. Caso as competências
interessem à organização, ele é contratado.

A base para a seleção de pessoas está na coleta de informações sobre o cargo a ser preenchido
ou sobre as competências desejadas pela organização.

Informações sobre o cargo


Cargo é um conjunto de funções – tarefas e atribuições – com uma posição definida na estrutura
organizacional. É a menor unidade de trabalho de uma organização.

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Existem diversas formas de se definir as características de um cargo:
•• Descrição do cargo: revela o que o funcionário faz, quando faz, como faz, onde faz e por
que faz. Em suma, relaciona as tarefas e os deveres do cargo.
•• Análise do cargo: revela os requisitos necessários ao ocupante - aptidões, conhecimentos,
habilidades e responsabilidades, bem como os riscos e as condições de trabalho.
•• Técnica dos incidentes críticos: supervisores fazem anotações sobre fatos e
comportamentos das equipes, revelando características desejáveis – que melhoram o
desempenho – e indesejáveis nos futuros contratados.
•• Requisição de pessoal: é o documento emitido pela chefia, solicitando a contratação de
uma pessoa e informando os requisitos para se ocupar o cargo.
•• Análise no mercado: ocorre geralmente quando o cargo é novo na organização e, assim,
por não se saberem as características essenciais, faz-se uma pesquisa no mercado.
•• Hipótese de trabalho: quando nenhuma das demais alternativas pode ser aplicada, resta
estimar/simular o conteúdo do cargo e suas características essenciais.
Em suma, as características advém do mapeamento do trabalho. Assim, produz subsídios para
o recrutamento e a seleção das pessoas, a identificação das necessidades de treinamento, o
planejamento da força de trabalho, a avaliação de cargos e salários, promoções, benefícios etc.

Mapeamento das competências


Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessário para que as
pessoas possam exercer suas funções, gerando resultados positivos para a organização.
As competências podem ser hierarquizadas da seguinte forma:
•• Competências essenciais da organização (core competences) - são aquelas que diferenciam
a organização ante seus competidores.
•• Competências funcionais – cada unidade deve possuir para apoiar as competências
essenciais.
•• Competências gerenciais – cada gestor deve ter para lidar com pessoas.
•• Competências individuais – cada indivíduo aprende e desenvolve em suas atividades
pessoais.

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Perfil do candidato
O perfil "profissiográfico" representa o somatório do perfil psicológico desejado com as
competências gerais, as específicas e o potencial de desempenho do candidato.
Quase sempre, as características individuais estão relacionadas a quatro aspectos principais:
•• As tarefas que serão executadas: cada tipo de tarefa exige um diferente conjunto de
aptidões – fala, escrita, cálculos, força etc.
•• A interdependência com outras tarefas: organização, concentração, coordenação etc.
•• A interdependência com outras pessoas: relação interpessoal, iniciativa, liderança,
subordinação, comunicação etc.
•• A interdependência com a organização: compatibilidade com objetivos organizacionais,
competências requeridas vs. oferecidas.
Com esses dados em mãos, o selecionador faz um desenho do perfil do "candidato modelo".

Técnicas de seleção
Servem para traçar o perfil do candidato avaliado. Dentre os candidatos, será contratado aquele
cujo perfil mais se assemelhe ao “candidato modelo”.
As técnicas de seleção podem ser agrupadas em cinco categorias:
•• Entrevistas
•• Provas de conhecimentos/capacidade
•• Testes psicológicos
•• Testes de personalidade
•• Técnicas de simulação

Entrevistas
É a técnica mais utilizada e permite que o selecionador tenha contato direto com candidato.
Nela, de um lado fica(m) o(s) entrevistador(es) – tomador(es) de decisões –, e de outro, o
candidato.
A técnica consiste em fazer perguntas de forma a aplicar determinados estímulos (verbais,
visuais etc.) para verificar as reações (verbais, gestuais etc.) do candidato e, com isso,
estabelecer as possíveis relações de causa e efeito, ou verificar seu comportamento diante de
determinadas situações.
A entrevista distingue-se de uma simples conversação, pois possui um objetivo definido –
conhecer o candidato. Sendo assim, o melhor aproveitamento da entrevista requer que ela

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seja conduzida de maneira previamente determinada, com planejamento de todos os passos, e
submetida a controle e avaliação.

Vantagens Desvantagens
•• Grande subjetividade, margem de erro e
•• Permite o contato face a face com o variação.
candidato. •• Alguns candidatos (capazes) ficam ner-
•• É mais humana. vosos.
•• Proporciona interação direta. •• Dificuldade de comparar vários candida-
•• Permite avaliar como o candidato se tos entre si.
comporta e ver suas reações. •• Exigência de um entrevistador muito
bem treinado e centrado

Tipos de entrevista
Totalmente padronizada: é estruturada possui roteiro preestabelecido. O entrevistador faz
perguntas padronizadas e previamente elaboradas, solicitando respostas definidas e fechadas
– verdadeiro ou falso, sim ou não, múltipla escolha etc. Ao mesmo tempo em que supera as
limitações de um mau entrevistador, ela limita as ações e a flexibilidade.
Padronizada apenas nas perguntas: as perguntas são previamente elaboradas (como uma
espécie de check list), mas as respostas dos candidatos são abertas – livres.
Diretiva: é uma entrevista de resultados. Determina o tipo de resposta desejada, mas não
especifica as questões, ou seja, deixa as perguntas a critério do entrevistador.
Não diretiva: é a entrevista totalmente livre (exploratória, informal, não estruturada), que
não especifica as questões nem as respostas requeridas. Permite alcançar um maior nível de
profundidade, mas pode ocorrer a omissão ou esquecimento de abordar algum tema.

Provas de Conhecimentos ou de Capacidade


As provas procuram medir o grau de conhecimento profissional e técnico dos candidatos em
relação aos requisitos do cargo. Pode medir conhecimentos e/ou capacidades (desempenho).
Quanto à maneira como são aplicadas, as provas podem ser orais, escritas, ou de realização
(solicitam a execução de um trabalho/tarefa).
Quanto à abrangência, as provas podem ser gerais – aferem noções de cultura geral ou
generalidades de conhecimento –, ou específicas – aferem os conhecimentos técnicos e
específicos diretamente relacionados ao cargo.
Quanto à organização, podem ser tradicionais – dissertativa e expositiva –, objetivas – múltipla
escolha, lacunas, escala de concordância/importância etc. – ou mistas.

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Testes Psicológicos
Enquanto provas e entrevistas buscam medir a capacidade atual e as habilidades do candidato,
os testes psicológicos medem as aptidões individuais, oferecendo um prognóstico sobre o
futuro do profissional.
A aptidão representa a predisposição em aprender determinada habilidade de comportamento.
Assim, a aptidão é uma habilidade em estado latente na pessoa e que pode ser desenvolvida ou
não por meio do exercício ou da prática.
O resultado do teste geralmente é um índice que é comparado a escalas ponderadas. Um
exemplo conhecido são os "testes de inteligência".
Os testes psicológicos têm três características que as entrevistas e provas não possuem:
1. Preditor – é capaz de prognosticar o desempenho futuro da pessoa no cargo.
2. Válido – capacidade de medir exatamente aquela variável humana que se propõe a medir.
3. Preciso – quando aplicado várias vezes em uma mesma pessoa, não apresenta distorções
consideráveis em seus resultados.
A Teoria Multifatorial de Thurstone (de Louis L. Thurstone) é uma abordagem conhecida
a respeito das aptidões. Ele definiu sete habilidades mentais primárias (relativamente
independentes e que compõem a estrutura mental das pessoas) e criou um conjunto de testes
para medi-los:
•• V: Verbal comprehension - Compreensão Verbal - leitura, analogias verbais, vocabulário.
•• W: Word fluency - Fluência de Palavras: fala, fluência, domínio do vocabulário.
•• N: Numerical ability – Habilidade Numérica: rapidez e exatidão em cálculos aritméticos.
•• S: Spatial visualization - Relações Espaciais: visualizar relações em duas e três dimensões.
•• M: Associative memory - Memória Associativa: capacidade de memorização e associação.
•• P: Perceptual speed – Percepção rápida: rapidez em identificar diferenças e semelhanças.
•• R: Reasoning - Raciocínio: capacidade de raciocinar indutivamente e dedutivamente.
Além dos fatores específicos, há o Fator G – Inteligência Geral – que condiciona e complementa
todas aptidões.
Howard Gardner, por sua vez, criou a Teoria das Múltiplas Inteligências, que define sete tipos de
inteligências que determinam distintas habilidades: lógico-matemática; verbal e comunicativo-
linguística; musical; espacial; corporal-cenestésica; interpessoal; intrapessoal. Posteriormente
foram incluídas duas inteligências: pictográfica e naturalista (existencialista).

Testes de Personalidade
Personalidade é a integração das distintas características pessoais (um todo).

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Apesar da grande variedade de teorias, há um certo consenso sobre cinco fatores básicos da
personalidade (big five):
•• Extrovertido: energia positiva, sociável, gregário, ativo.
•• Agradável: solidário, cooperativo, flexível, confiável, franco.
•• Consciente: rigoroso, autodisciplina, responsabilidade, planejamento e perseverança.
•• Neurótico: emoções negativas como ansiedade, raiva, depressão e vulnerabilidade.
•• Aberto a experiências: aventura, imaginação, originalidade e curiosidade.
Os testes de personalidade são, portanto, psicodiagnósticos que analisam os diversos traços de
personalidade, aspectos motivacionais, interesses e distúrbios.
Embora não permitam inferências precisas sobre o sucesso profissional do avaliado, tais
testes indicam estados temperamentais, conflitos emocionais, necessidades ou pressões que
impactam na sua vida.
Os testes podem ser genéricos – quando revelam traços gerais de personalidade –, ou
específicos – quando pesquisam determinados traços, como equilíbrio emocional, frustrações,
interesses, motivação etc.

Técnicas de Simulação
Criam situações para os candidatos interagirem e participarem ativamente e, dessa forma,
permitem avaliar seu comportamento em situações pré-determinadas. Exemplos:
•• Provas situacionais: simulam tarefas do cargo, como digitação, operação de equipamentos
etc.
•• Dinâmicas de grupo: deixam de lado a avaliação individual (isolada) e passam a verificar
a ação social. Envolvem jogos e atividades que obrigam os participantes a interagirem,
permitindo que se observe o relacionamento, a integração social, a liderança etc.
•• Psicodrama: busca a expressão da personalidade a partir da representação de um papel.
Dessa forma, o candidato fica livre para expressar seus sentimentos, valores e emoções.

Avaliação e Resultados
Geralmente, escolhe-se mais de uma técnica para cada processo seletivo. Cada técnica auxilia
as demais, fornecendo amplo conjunto de informações sobre os candidatos e facilitando a
escolha do mais adequado à organização.
Cada processo deve ser avaliado em termos de eficiência – insumos utilizados – e de eficácia –
resultados alcançados.

1380 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Slides – Recrutamento e Seleção

Agregar Pessoas
• Provimento de pessoas - métodos utilizados para se preencher
uma vaga em aberto.

Mercado de Trabalho:
Empregadores concorrem com salário,
oportunidades, benefícios etc.
X
Pessoas concorrem com sua qualificação – habilidades,
conhecimentos, personalidade etc.

• Espera-se que, ao final do processo, a organização esteja


abastecida de talentos humanos necessários ao seu
funcionamento.
1

Recrutamento
• Conjunto de técnicas e procedimentos que visa:
‒divulgar as oportunidades de emprego;
‒ procurar/atrair candidatos potencialmente qualificados e
capazes de ocupar cargos na organização.

• Pode ser Interno ou Externo (ou misto)

www.acasadoconcurseiro.com.br 1381
Recrutamento interno (in house)
• Utiliza o pessoal da própria organização para o preenchimento
de uma vaga (remanejamento de funcionários).
Vantagens Desvantagens

• Aproveita melhor o potencial • Pode bloquear a entrada de novas


humano da organização. ideias, experiências e expectativas.
• É mais econômico e mais rápido. • Se a organização não oferecer
• Probabilidade de melhor seleção, oportunidades de crescimento no
pois os candidatos são bem momento adequado, corre o risco
conhecidos. de frustrar os empregados em suas
• Incentiva o aperfeiçoamento dos ambições.
empregados. • Conflito de interesses e
• Facilita a permanência e a fidelidade descontentamento dos preteridos.
dos funcionários.
3

Recrutamento externo
• Utiliza candidatos de fora da empresa.

Vantagens Desvantagens

• Agrega novas experiências e • É, geralmente, mais demorado que


conhecimentos à organização. o recrutamento interno.
• Renova a equipe de trabalho. • É mais caro – despesas com
• Facilita a mudança do status quo. anúncios, jornais, empresas de
• Aumenta o capital intelectual. recrutamento.
• Em princípio, é menos seguro do
que o recrutamento interno.
• Reduz a fidelidade e a motivação
interna ao oferecer oportunidades a
estranhos.
4

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Fontes de recrutamento

• Meios mais utilizados para encontrar candidatos e atraí-los para


a seleção.
‒ Cadastro de candidatos (internos ou externos) da própria empresa;
‒ Universidades, escolas, cursos técnicos e profissionalizantes;
‒ Anúncios em jornais e revistas especializadas;
‒ Agências de emprego, de outplacement, ou headhunters (caça-
talentos);
‒ Entidades de classe – sindicatos, associações, conselhos etc.
‒ Recomendações (networking);
‒ Sites especializados (virtual).

Seleção
• Processo de comparação e decisão:
‒escolha da pessoa certa para o cargo certo.
• Objetivo: escolher o(s) candidato(s) mais adequado(s) às
necessidades da organização.

Requisitos do Características do
cargo candidato

Competências Competências
desejadas oferecidas

www.acasadoconcurseiro.com.br 1383
Seleção: 4 modelos básicos
• Colocação: um candidato • Seleção: vários candidatos
para uma vaga. para uma vaga.

• Classificação: vários
candidatos para várias vagas. • Agregação de valor: ampliar as
competências da organização.

Características do cargo
• Cargo: conjunto de funções – tarefas, atribuições,
relacionamentos – com uma posição definida na estrutura
organizacional.

• O mapeamento do trabalho produz subsídios para outros


subprocessos de RH.
8

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Características do cargo
Formas de se definir as características de um cargo:
Técnica dos incidentes
Descrição do cargo Análise do cargo
críticos
anotações dos supervisores
o que, quando, como, onde
sobre fatos e
e por que o funcionário faz. requisitos necessários ao
comportamentos das
Relação tarefas/ deveres do ocupante.
equipes – características
cargo.
desejáveis e indesejáveis.

Requisição de pessoal Análise no mercado Hipótese de trabalho

documento da chefia
pesquisa de mercado – estimativa/simulação do
solicitando contratação e
características essenciais do conteúdo do cargo e suas
informando os requisitos do
cargo. características essenciais.
cargo.
9

Perfil do Candidato
Perfil

perfil competências competências potencial de


psicológico gerais específicas desempenho

Candidato Modelo
Interdependência com Interdependência com
Aptidões para tarefas: outras tarefas: outras pessoas: relação
fala, escrita, cálculos, organização, interpessoal, iniciativa,
força etc. concentração, liderança, subordinação,
coordenação etc. comunicação etc.

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1385
Técnicas de seleção

• Servem para traçar o perfil do candidato avaliado.


‒Entrevistas
‒Provas de conhecimentos/capacidade
‒Testes psicológicos
‒Testes de personalidade
‒Técnicas de simulação

11

Entrevistas

Procedimento básico:
• Entrevistador (tomador de decisões) aplica estímulos (verbais,
visuais etc.) para verificar as reações (verbais, gestuais etc.) do
candidato e, com isso, estabelecer as possíveis relações de
causa e efeito, ou verificar seu comportamento diante de
determinadas situações.
• Distingue-se de uma simples conversação, pois possui um
objetivo definido – conhecer o candidato.

12

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Entrevistas

Vantagens Desvantagens
• Permite o contato face a face • Grande subjetividade, margem
com o candidato. de erro e variação.
• É mais humana. • Alguns candidatos (capazes)
• Proporciona interação direta. ficam nervosos.
• Dificuldade de comparar
• Permite avaliar como o
vários candidatos entre si.
candidato se comporta e ver
suas reações. • Exigência de um entrevistador
muito bem treinado e
centrado.

13

Tipos de Entrevista

1. Totalmente padronizada: estruturada, com roteiro


preestabelecido e respostas definidas e fechadas.
2. Padronizada apenas nas perguntas: as perguntas são
previamente elaboradas (check list), mas as respostas são livres.
3. Diretiva: determina o tipo de resposta desejada, mas não
especifica as questões.
4. Não diretiva: totalmente livre – permite maior aprofundamento,
mas pode “perder” temas.

14

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Provas de Conhecimento ou Capacidade

Medem o grau de conhecimento profissional e técnico dos


candidatos em relação aos requisitos do cargo.
Divididas quanto à:
• Maneira como são aplicadas: orais, escritas, ou de realização.
• Área de conhecimentos abrangidos: gerais ou específicas.
• Organização (elaboração): tradicionais, objetivas, ou mistas.

15

Testes Psicológicos

Medem as aptidões individuais, determinando um índice que é


comparado a escalas ponderadas.
• Aptidão é:
‒a predisposição em aprender ou desenvolver algo.
‒uma habilidade em estado latente, que pode ser
desenvolvida ou não por meio do exercício ou da prática.

16

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Testes Psicológicos
Três características:
• Preditor – capaz de prognosticar o desempenho futuro da pessoa no
cargo.
• Válido – capacidade de medir exatamente aquela variável humana que
se propõe a medir.
• Preciso – quando aplicado várias vezes em uma mesma pessoa, não
apresenta distorções consideráveis em seus resultados.

17

Testes Psicológicos - aptidões


• Teoria Multifatorial de Thurstone:
‒V: Verbal comprehension - Compreensão Verbal -
leitura, analogias verbais, vocabulário.
‒W: Word fluency - Fluência de Palavras: fala
‒N: Numerical ability – Habilidade Numérica
‒S: Spatial visualization - Relações Espaciais
‒M: Associative memory - Memória Associativa
‒P: Perceptual speed – Percepção rápida
‒R: Reasoning – Raciocínio, dedução
‒G – Inteligência Geral – que é a união de todos.
18

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Testes de Personalidade
• Personalidade é a integração das distintas características
pessoais (um todo).

• Testes não permitem inferências precisas sobre o


sucesso profissional.
o Apenas analisam os diversos traços de
personalidade, aspectos motivacionais, interesses,
estados temperamentais, distúrbios, conflitos etc.

19

Técnicas de Simulação
Criam situações para os candidatos interagirem e participarem
ativamente.
Exemplos:
• Provas situacionais: simulam tarefas do cargo.
• Dinâmicas de grupo: jogos e atividades de interação.
• Psicodrama: expressão da personalidade a partir da
representação de um papel. O candidato fica livre para
expressar seus sentimentos, valores e emoções.

20

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Administração
Aula XX

TREINAMENTO, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO

Os processos de desenvolvimento de pessoas estão intimamente ligados à educação.


Qualquer modelo de formação, capacitação, educação, treinamento ou desenvolvimento deve
assegurar ao ser humano a oportunidade de ser aquilo que pode ser a partir de suas próprias
potencialidades, inatas ou adquiridas.
Há três estratos que são atingidos pelos processos de desenvolvimento. Treinamento e
Desenvolvimento de Pessoas são estratos individuais, preocupados em como os indivíduos se
desenvolvem. O Desenvolvimento Organizacional é o estrato amplo, abrangente, preocupado
em como a organização aprende e inova.
O objetivo final do desenvolvimento de um colaborador é prepará-lo tanto para sua área de
atuação como para possíveis áreas de crescimento profissional, por meio de processos de
aprendizagem.
A aprendizagem no ambiente de trabalho ocorre de diversas maneiras. As mais comuns são
informação, instrução, treinamento, desenvolvimento e educação.

1. informação: unidades ou módulos de aprendizagem disponibilizados em diferentes meios,


como links, portais, bancos de dados, folhetos e similares;

2. instrução: ações educacionais de estrutura simples, montadas para atender aos objetivos
específicos. Exemplos são: manuais, cartilhas, roteiros etc;

3. treinamento: eventos de curta e média duração, planejados e avaliados visando à


melhoria do desempenho e a criação de situações que facilitem o aprendizado para o
trabalho. Geralmente possui programa de atividades, exercícios, provas, textos e materiais
complementares. Ex.: cursos e oficinas;

4. desenvolvimento: refere-se ao conjunto de oportunidades de aprendizagem que apoia


o crescimento pessoal e profissional, sem direcionar a uma carreira específica. Ex.:
programas de qualidade de vida no trabalho, orientação profissional e autogestão de
carreira, treinamentos etc.; e

5. educação: programas ou conjunto de ações de médio e longo prazo que visam à formação
e à qualificação profissional contínua, como cursos profissionalizantes, graduação e pós-
graduação.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1391
A figura a seguir demonstra a relação entre essas cinco definições. Quanto mais externamente
posicionado no diagrama, mais complexo e abrangente é o conceito. As linhas tracejadas
trazem a ideia de permeabilidade, ou seja, algumas definições não são estanques e podem ser
comuns a dois ou mais itens.

Treinamento

Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva repassar ou


reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas
ou à otimização do trabalho presente. Em outras palavras, o treinamento busca a aquisição de
atitudes, conceitos, conhecimentos, regras ou habilidades por um indivíduo que resultam no
aumento da performance no cargo atual.
O treinamento é visto como meio para suprir as carências dos indivíduos em termos de
conhecimento, habilidades e atitudes, para que estes desempenhem as tarefas necessárias
para alcançar os objetivos da organização.
Geralmente, divide-se o processo de treinamento em quatro etapas: diagnóstico, desenho
(planejamento ou programação), implementação (execução) e avaliação.

Levantamento de Desenho do Aplicação do Avaliação dos


Necessidades Programa Programa Resultados
Diagnóstico da Decisão quanto à Implementação
Avaliação e Controle
Situação Estratégia ou Ação
•• Objetivos da •• Condução e •• Monitoração do
Organização; Aplicação do Processo;
•• Competências Programação do Programa de •• Avaliação e Medi-
Necessárias; Treinamento: Treinamento cação de Resulta-
•• Problemas de •• Quem treinar; através de: dos;
Produção; •• Como treinar; •• Gerente de •• Comparação da
•• Problemas de •• Em que treinar; linha, Situação Atual
Pessoal; •• Onde treinar, •• Assessoria de com a Situação
•• Resultados da •• Quando treinar. RH, Anterior.
Avaliação do •• por ambos; •• Análise do Custo/
Desempenho. •• por terceiros. Benefício.

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Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

Diagnóstico
Visa identificar as carências de indivíduos e de grupos na execução de tarefas.
O método mais comum de diagnóstico é o Levantamento de Necessidades de Treinamento
(LNT). As necessidades (passadas, presentes e futuras) são verificadas por meio da análise
da organização (missão, visão, objetivos), dos recursos humanos (perfil e competências
necessárias), da estrutura de cargos (requisitos) e dos treinamentos (objetivos e metas para
avaliar a eficiência dos treinamentos).
O LNT pode ocorrer através de questionários ou entrevistas com trabalhadores e chefias,
aplicação de testes, observação, ou mesmo por solicitação direta dos interessados.
Os conhecimentos, habilidades e atitudes trabalhados geralmente possuem cunho:
•• Técnico ou de tarefa - aquisição de conhecimento específico para a execução de tarefas,
como, por exemplo, uso apropriado de equipamentos, sistemas ou ferramentas.
•• Organizacional - comportamento no ambiente de trabalho, papéis e responsabilidades.
•• Pessoal - auto-organização, autogestão, comunicação e habilidades interpessoais.

Desenho
Visa criar, a partir das necessidades levantadas, as condições de aprendizagem que possibilitarão
o desenvolvimento das competências nos funcionários.
Desenhar um treinamento é planejar; definir os parâmetros para maximizar a aprendizagem
com menor dispêndio de esforço, tempo e dinheiro; decidir quem, como, em que, por quem,
onde, quando e para que treinar.
O treinamento pode ser realizado no cargo ou utilizando técnicas de classe (sala de aula e
instrutor). Há diversas técnicas de treinamento:
Leitura: usada para transmitir informações. Envolve uma situação de mão única, na qual um
instrutor apresenta verbalmente informação a um grupo de ouvintes, que participam ouvindo
e não falando.
Instrução programada: transmite informações sem utilizar um instrutor humano. Pequenas
partes da informação são apresentadas individualmente (geralmente por meio de questões de
múltipla escolha ou verdadeiro e falso) e o treinando deve escolher sua resposta para mostrar
que compreendeu a informação. Pode ser computadorizada, mostra imediatamente se estão
certos ou errados e permite o estudo a distância, mas não apresenta as respostas corretas.
Treinamento em classe: é o método mais usado, sendo realizado fora do ambiente de trabalho,
em uma sala de aula com um instrutor.
Computer-based training: usa a tecnologia da informação (DVD, CD, disquete e multimídia –
gráficos, animações, vídeos etc.).
E-learning: chamado de Web-based training, utiliza a internet para transmitir conhecimentos e
interagir com os participantes.

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Implementação
É a aplicação prática do que foi planejado.
O sucesso de um treinamento passa pela didática e preparo técnico dos instrutores, pela lógica
da apresentação dos assuntos, pela qualidade e uso correto dos recursos didáticos e pelo uso
da técnica adequada de ensino.
Muitas vezes, a execução do treinamento centra-se na relação instrutor-treinando. Os
instrutores podem ser pessoas da própria organização ou de fora, especialistas ou experientes
em determinada área ou atividade, que transmitem suas instruções de maneira organizada.

Avaliação
A avaliação, último componente, é a verificação da eficiência, eficácia e efetividade do
treinamento. Significa avaliar se o resultado obtido convergiu com o que foi planejado e supriu
as necessidades levantadas para aquele grupo, gerando resultados práticos.
O modelo de Kirkpatrick é um dos mais conhecidos em termos de avaliação. Ele a divide em
quatro níveis: reação, aprendizado, desempenho e resultado.
a) Reação: é medida imediatamente após o curso; mensura a satisfação e percepção do aluno
quanto à experiência de treinamento - conteúdo, metodologia, instalações etc.;
b) Aprendizado: é realizado por meio de testes e avalia se o aluno aprendeu o que foi proposto,
se adquiriu os conhecimentos e habilidades;
c) Desempenho: avalia o impacto do treinamento no comportamento e nas atitudes no
trabalho;
d) Resultado: mede se houve impacto positivo na organização. Resultados podem incluir
aumento da produção e da qualidade, diminuição de custos, redução de acidentes etc.

Posteriormente, foi incluído um quinto nível, chamado Retorno do Investimento (return on


investment – ROI), que mede o valor que o treinamento agregou à organização em comparação
com o que foi investido.
Procurando resumir o que foi abordado até o momento sobre o sistema de Treinamento, pode-
se dizer que ele fornece suporte aos objetivos da organização, a fim de suprir as necessidades
estratégicas dos projetos e das pessoas. Um programa de capacitação envolve atividades
como: identificação das necessidades de treinamento da organização, alinhadas às estratégias;
planejamento das ações; uso da metodologia e das ferramentas apropriadas (apostilas,
softwares etc); estabelecimento e manutenção da capacidade de treinamento, da estrutura e
de seus registros; e avaliação da efetividade do treinamento.

Desenvolvimento

O desenvolvimento é o conjunto de experiências de aprendizagem proporcionadas


intencionalmente pela organização para gerar crescimento pessoal e profissional do funcionário.

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Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

Seu foco não é no cargo atual, e sim o futuro do trabalhador.


As organizações procuram desenvolver seus funcionários a fim de torná-los membros valiosos
e capazes de garantir ótimos resultados a médio e longo prazo.
O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras
experiências. Em teoria, um profissional bem desenvolvido possui: formação, experiência,
riqueza de contatos (network), perfil educador e pesquisador, além do conhecimento e respeito
a culturas diversas.
A Gestão do Conhecimento possui um grande papel no Desenvolvimento. Ela identifica o que
se sabe e o que se deve saber dentro da organização, buscando priorizar o conhecimento que
é crítico, que possui maior relevância. O conhecimento é a base do Capital Intelectual, que
envolve tecnologia, informação, habilidades e solução de problemas.
O conhecimento, quando bem aplicado, conduz à inovação e a mudanças positivas. A mudança
é um processo composto por três fases:

DESCONGELAMENTO MUDANÇA RECONGELAMENTO


Novas ideias e práticas são
experimentadas e aprendidas. Novas ideias e práticas são
incorporadas definitivamente
Identificação - processo pelo
no comportamento.
qual as pessoas percebem a
É a percepção da necessidade
eficácia da nova atitude ou Apoio - suporte por meio de
de mudança, quando velhas
comportamento. recompensas que mantém a
ideias e práticas são abandona-
mudança
das e desaprendidas. Internalizarão - processo pelo
qual as pessoas passam a ter Reforço positivo - prática pro-
novas atitudes como parte veitosa que torna a mudança
de seu padrão normal de bem-sucedida
comportamento
Tarefa do gerente: criar a Tarefa do gerente: Tarefa do gerente:
necessidade de mudança implementar a mudança estabilizar a mudança
Como: Como:
Como:
Incentivo à criatividade e à ino- Criação da aceitação e de con-
Identificação de comportamen-
vação, a riscos e erros. tinuidade dos novos comporta-
tos novos e mais eficazes.
Boas relações com as pessoas mentos.
Escolha de mudanças adequa-
envolvidas. Estímulo e apoio necessário às
das em tarefas, pessoas, cultu-
Ajuda as pessoas com compor- mudanças.
ra, tecnologia e/ou estrutura.
tamento pouco eficaz. Uso de recompensas contingen-
Ação para colocar as mudanças
Minimização das resistências ciais de desempenho e de refor-
na prática.
manifestadas a mudança. ço positivo.

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Métodos para o desenvolvimento de pessoas
Existem técnicas de desenvolvimento de habilidades pessoais no cargo atual e fora de cargo.
No cargo:
Rotação de cargos: também chamado job rotation, significa a movimentação (vertical e
horizontal) de pessoas por várias posições na organização com o intuito de expandir suas
habilidades, conhecimentos, atitudes e capacidades. Em suma, ela gera uma visão sistêmica e
transforma especialistas em generalistas.
Posições de Assessoria: significa dar a oportunidade para que a pessoa com elevado potencial
trabalhe provisoriamente sob a supervisão de um gerente bem sucedido em diferentes áreas
da organização, ou seja, a pessoa realiza diferentes tarefas com o apoio de um gerente.
Aprendizagem prática: a pessoa se dedica a um trabalho de tempo integral para analisar e
resolver problemas em certos projetos ou em outros departamentos.
Atribuição de comissões: dar oportunidade para a pessoa participar de comissões de trabalho
e, dessa forma, compartilhar da tomada de decisões, apreender pela observação e pesquisar
problemas específicos da organização.
Participação em treinamentos e seminários externos (outdoor): oferece a oportunidade de
adquirir novos conhecimentos (que não existem na organização) e desenvolver habilidades
conceituais e analíticas.
Exercícios de simulação: busca criar um ambiente similar às situações reais em que a pessoa
trabalha, porém, sem os altos custos envolvidos em ações reais indesejáveis. Ex: jogos de
empresas (competições internas) e estudos de caso (analisar um problema descrito).
Coaching: Coach é, em suma, um treinador que tem a missão de ajudar o seu cliente a atingir
objetivos e corrigir eventuais falhas no comportamento. Algumas organizações contratam uma
pessoa externa à organização - coach - para assessorar determinado funcionário e orientar seu
desenvolvimento pessoal e profissional.
Fora do cargo:
Mentoring (tutoria): um funcionário sênior (geralmente executivo da cúpula) atua como tutor.
Dessa forma, ele patrocina e apoia um funcionário menos experiente, seja servindo de exemplo,
seja orientando a pessoa em sua carreira.
Aconselhamento de funcionários: é semelhante à tutoria, mas difere em um aspecto: ocorre
quando surge algum problema de desempenho e o foco da discussão é relacionado com o
processo de disciplina.
Responsabilidade socioambiental: algumas organizações estimulam a participação de
funcionários em atividades socioambientais para que estes tenham maior compreensão da
sociedade em que vivem, dos problemas e das possíveis soluções. Nesse sentido, desenvolve-
se não só o profissional, mas também o caráter e a participação como cidadão, colaborando
para a construção de uma sociedade mais justa.

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Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

Gestão da Carreira

Carreira é a sequência de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma


pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e de transições que refletem necessidades,
motivos e aspirações individuais, além de expectativas e de imposições da organização e da
sociedade.
Da perspectiva do indivíduo, engloba o entendimento e a avaliação de sua experiência
profissional, enquanto da perspectiva da organização, engloba políticas, procedimentos e
decisões ligadas a espaços ocupacionais, níveis organizacionais, compensação e movimento de
pessoas.
Essas perspectivas são conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constante ajuste,
desenvolvimento e mudança.
Um plano de carreira, portanto, orienta, estabiliza e integra as experiências profissionais de
uma pessoa em um processo contínuo de interação com a organização, visando atender aos
objetivos e interesses de ambas as partes.

Finalidades de um plano de carreira

•• Permitir a visualização das oportunidades de crescimento existentes na organização;


•• Facilitar a tomada de decisões dos gestores e das pessoas;
•• Proporcionar o desenvolvimento pessoal e profissional das pessoas e da organização de
forma global;
•• Funcionar como alicerce para as demais atividades pertinentes à gestão de pessoas, como
Recrutamento, Seleção, Treinamento e Desenvolvimento;
•• Assegurar o dinamismo e a transparência para quem está seguindo as exigências de um
dado plano de carreira.

Papel da pessoa na gestão da carreira

Quando as pessoas não possuem um projeto profissional, correm o risco de enfrentar:


•• Desconforto profissional: desmotivação, desinteresse e insatisfação com a própria carreira,
sendo que não houve autodesenvolvimento para mudanças;
•• Visão limitada das alternativas: pois nunca pararam para pensar em caminhos;
•• Armadilhas profissionais: opção por funções que fazem pouco uso de seus pontos fortes e
muito de seus pontos fracos, gerando desgastes e estresse.
Um projeto profissional minimiza tais riscos, pois parte de um autodiagnóstico, ou seja, a
pessoa analisa seus pontos fortes e os utiliza como base para decisões na carreira. Portanto,
cabe à própria pessoa no planejamento da carreira:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1397
•• fazer constante autoavaliação, analisando qualidades, interesses e potencial;
•• estabelecer objetivos de carreira e traçar um plano realista para alcançá-lo;
•• implementar o plano, capacitando-se para competir pelas oportunidades e para atingir as
metas.

Papel da organização na gestão da carreira


A fim de manter funcionários úteis e satisfeitos, a organização deve facilitar o planejamento de
suas carreiras por meio de um sistema composto por diretrizes, estruturas e instrumentos de
gestão.
As diretrizes representam princípios, compromissos entre a empresa e as pessoas, de forma
que a cultura e a estabilidade garantam consistência ao sistema.
A estrutura molda o sistema, define posições e formas de acesso. Os principais tipos de
estrutura são as carreiras em linha, paralelas e em rede.
Os instrumentos de gestão garantem o fluxo de informações entre pessoas e empresa. Os
mais comuns são: instrumentos de autoavaliação, aconselhamentos profissionais, feedbacks,
programas de desenvolvimento, divulgação das oportunidades e das demandas por pessoal.

Estruturas de carreira
Existem três formatos principais de carreira – em linha, em rede e paralela –, sendo que as
paralelas podem apresentar variações.

Estruturas em linha

A sequência de posições está alinhada em uma única direção e não há alternativas para as
pessoas. Dá mais importância aos cargos gerenciais e, uma vez que as posições gerenciais são
em número menor, torna-se um fator inibidor do desenvolvimento profissional do indivíduo.

Estruturas em rede
Oferecem várias opções para cada posição na empresa. Propiciam o crescimento do profissional
pelo conhecimento profundo em áreas diferentes. Nesse caso, as promoções verticais são mais
lentas e a integração entre as diversas áreas é maior.

1398 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

Estruturas paralelas
Procura valorizar o trabalho do especialista e satisfazer às necessidades individuais dos
profissionais. Permite remuneração igual a cada grau, tanto pela ascensão gerencial, como pela
linha de especialização técnica.

Totalmente paralela (ou por linha de especialização)


É uma forma amplamente empregada. A opção pelo tipo de carreira por linha de especialização
fornece ao funcionário um plano de desenvolvimento em sua área de atuação. Ele inicia o
trabalho em certa área e nela vai se especializando até chegar ao topo.

Paralela em Y
A carreira em “Y” permite um crescimento, em termos de cargo e de remuneração, paralelo
à estrutura hierárquica tradicional, abrindo para um especialista a possibilidade de ter
remuneração básica, benefícios e outras vantagens em níveis equivalentes aos de um gerente,
e até um diretor.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1399
Os níveis iniciais são básicos, e, a partir de certo patamar da estrutura da carreira, o profissional
pode optar por seguir cargos gerenciais ou tipicamente técnicos.

Vantagens de utilização de um plano de carreira


•• Retenção de talentos: as pessoas se sentem motivadas a prosseguir na própria organização,
gerando uma diminuição da rotatividade (turnover).
•• Movimentação de pessoal eficaz e eficiente: dificilmente pessoas incapacitadas serão
remanejadas ou promovidas.
•• Identificação do perfil necessário: não só voltado para as necessidades atuais da
organização, mas também para as futuras necessidades.

Existem algumas limitações na utilização de um plano de carreira: pré-requisitos muito rigorosos


podem vetar pessoas capacitadas que não se enquadrem em algumas das exigências; aqueles
que não se enquadrarem à nova realidade deverão procurar outra organização que melhor se
adapte a suas competências; necessidade de permanente atualização do processo como forma
de garantir a adaptação à realidade externa mutante.

Desenvolvimento Organizacional
Desenvolvimento Organizacional (DO) é uma abordagem especial de mudança organizacional
na qual os próprios funcionários formulam a mudança necessária e a implementam.
Funciona como um processo planejado e negociado de mudança organizacional, buscando
incrementar a eficácia organizacional e o bem-estar das pessoas.
O DO faz um diagnóstico da situação (pesquisa) e uma intervenção para alterar a situação
(ação), ou, em outras palavras, aplica conhecimentos das ciências comportamentais para
mudar atitudes, valores e crenças dos funcionários a fim de melhorar a qualidade do trabalho
e dos resultados.
Percebe-se, portanto, três fases: Diagnóstico - pesquisa sobre a situação atual; Intervenção -
ação para alterar a situação atual; e Reforço - incentivo para estabilizar a nova situação.

1400 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

O DO utiliza variadas técnicas, como treinamento da sensitividade (habilidades interpessoais


do grupo), análise transacional (autodiagnóstico dos relacionamentos), desenvolvimento
de equipes, consultoria de procedimentos, reunião de confrontação, feedback (retroação de
dados).

Educação

Conforme dito anteriormente, a educação é o conceito mais amplo dentre aqueles relacionados
ao aprendizado e ao crescimento. Ela é obtida por meio de programas ou conjuntos de ações
de médio e longo prazo que visam à formação e à qualificação profissional contínua.
No ambiente organizacional, tem-se a chamada Educação Corporativa.

Educação corporativa
Educação corporativa é mais do que treinamento ou qualificação.
Ela pode ser definida como uma prática coordenada de gestão de pessoas e de gestão do
conhecimento, tendo como orientação a estratégia de longo prazo de uma organização.
Trata-se de articular as competências – individuais e organizacionais – com uma cultura de
aprendizado contínuo, proporcionando a aquisição de novas competências vinculadas às
estratégias. Nesse sentido, práticas de educação corporativa estão relacionadas ao processo de
inovação e ao aumento da competitividade das organizações.
A educação corporativa procura desenvolver um "novo trabalhador", que enfatiza as
competências, soluciona problemas, trabalha em equipe, pensa e age em sistemas interligados,
e assume responsabilidades no trabalho.
Segundo a literatura, a educação corporativa é justificada pela incapacidade do Estado em
fornecer para o mercado mão de obra adequada. As empresas, ao invés de esperarem que as
escolas tornassem seus currículos mais relevantes para a realidade empresarial, resolveram
percorrer o caminho inverso e levaram a escola para dentro da empresa. Desta forma, houve
mudanças globais no mercado de educação, fazendo com que organizações chamassem para si
essa responsabilidade na direção de projetos educacionais.
Esse modelo educativo oferecido pelas empresas abrange várias modalidades de ensino, tais
como: cursos técnicos (inglês, informática etc.), educação básica (ensino fundamental e médio),
pós-graduação lato sensu, entre outros.
As novas tecnologias representam valiosas ferramentas para a educação corporativa. Através
das ferramentas tecnológicas, o trabalhador pode aprender por meio de videoconferências, de
cursos ministrados pela Internet, ou até mesmo pela Intranet da empresa. Nesse contexto, não
existe mais a necessidade de o trabalhador ausentar-se para fazer a capacitação, uma vez que o
conhecimento “vai a ele”.
Para gerir este sistema complexo de educação corporativa, algumas instituições criaram
Universidades Corporativas. Existem instituições que contam com espaços físicos próprios,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1401
enquanto outras atuam apenas em espaços virtuais, através da modalidade da educação a
distância. Algumas capacitam apenas os funcionários, outras ampliam suas vagas a familiares
dos funcionários, fornecedores, clientes e à comunidade em geral.
Uma grande dificuldade encontrada pelas empresas está na certificação dos cursos de educação
formal. Somente instituições acadêmicas credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) ou
secretarias de educação (no caso da Educação Básica) podem emitir diplomas. A estratégia
encontrada pelas empresas foi realizar parcerias com escolas e universidades acadêmicas
(tradicionais). Essas parcerias podem ser para validar a certificação dos cursos, como também
para formatar um curso de acordo com a encomenda da empresa.

1402 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Visão Geral de Treinamento, Desenvolvimento e Educação

Desenvolver Pessoas

Educação

Desenvolvimento

Treinamento

Instrução

Informação

Treinamento
• Processo de assimilação cultural a curto prazo.
• Foco no cargo atual.
• Objetivo: repassar
conhecimento, habilidades
ou atitudes relacionadas
à execução do trabalho.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1403
Treinamento - estratégias
• Exposição - mão única - instrutor apresenta verbalmente
informação a um grupo de ouvintes, que participam ouvindo e
não falando.
• Instrução programada - sem utilizar um instrutor humano.
• Treinamento em classe: fora do ambiente de trabalho, em uma
sala de aula com um instrutor.
• Computer-based training: usa tecnologia da informação - DVD,
CD, disquete, multimídia etc.
• E-learning: internet
• Outros: discussão em grupo, dramatizações, estudos de caso,
jogos, leituras
3

Treinamento - Avaliação
• Nível Organizacional: aumento da eficácia, melhoria da imagem,
do clima e do relacionamento empresa-empregados, facilita as
mudanças e inovações, aumento da eficiência.
• Nível de Recursos Humanos: reduz o absenteísmo, reduz a
rotatividade, aumento da eficiência individual dos empregados,
aumento do conhecimento, mudanças nas atitudes e de
comportamentos.
• Nível de Tarefas: aumenta a produtividade, melhora a qualidade
dos produtos e serviços, reduz o fluxo de produção, melhora o
atendimento ao cliente, reduz o índice de acidentes e de
manutenção de máquinas e equipamentos.

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Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

Treinamento - Avaliação
1) Reação
É medida imediatamente após o curso; mensura a satisfação e percepção do aluno quanto ao
conteúdo, metodologia, instalações etc.

2) Aprendizado
É realizado por meio de testes e avalia se o aluno aprendeu o que foi proposto.

3) Desempenho
Avalia se a participação no treinamento refletiu no comportamento e atitudes no trabalho.

4) Resultado
Mede se os objetivos do treinamento foram alcançados, se houve impacto positivo na
organização. 5

Desenvolvimento
• Conjunto de experiências de aprendizagem para gerar
crescimento pessoal e profissional do funcionário -
programas de qualidade de vida no trabalho, orientação
profissional e autogestão de carreira, treinamentos etc.
• Foco no futuro.
• Gestão da carreira: um plano de carreira orienta e
estabiliza as experiências profissionais em um processo
contínuo, visando atender aos objetivos e interesses das
duas partes.

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Métodos de desenvolvimento
‒Rotação de funções/cargos;
‒Posições de Assessoria;
‒Aprendizagem prática;
‒Atribuição de Comissões;
‒Treinamentos e seminários externos;
‒Exercícios de simulação;
‒Coaching e Mentoring;
‒Aconselhamento;
‒Responsabilidade socioambiental;
7

Desenvolvimento
• Estruturas de carreira:
‒ Em linha:

- Em rede:

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Administração – Treinamento, Desenvolvimento e Educação – Prof. Rafael Ravazolo

Desenvolvimento
• Estruturas de carreira:
‒ Estrutura totalmente paralela:
- Paralela em Y:

Educação
• Conceito amplo. Obtida por meio de programas de
médio e longo prazo que visam à formação e
qualificação profissional contínua.

• Educação corporativa: mais do que treinamento:


prática coordenada de gestão de pessoas e do
conhecimento; estratégia de longo prazo de uma
organização.

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Decreto nº 5.707
Política e as Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da Administração
Pública Federal direta, autárquica e fundacional:
I - capacitação: processo permanente e deliberado de aprendizagem, com o
propósito de contribuir para o desenvolvimento de competências institucionais
por meio do desenvolvimento de competências individuais;
II - gestão por competência: gestão da capacitação orientada para o
desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos
objetivos da instituição; e
III - eventos de capacitação: cursos presenciais e à distância, aprendizagem em
serviço, grupos formais de estudos, intercâmbios, estágios, seminários e
congressos, que contribuam para o desenvolvimento do servidor e que atendam
aos interesses da administração pública.
11

1408 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

O C.O. é o campo de estudo que busca a compreensão do comportamento individual e dos


grupos no ambiente de trabalho.
Ele investiga os impactos que os indivíduos, os grupos e a estrutura têm sobre o comportamento
humano dentro de uma organização, com o objetivo de utilizar este conhecimento melhorar o
desempenho organizacional.
Percebe-se, portanto, 3 níveis de estudo: o indivíduo, o grupo e o sistema organizacional.
•• Variáveis individuais: características biográficas como idade, sexo e estado civil;
personalidade; valores; atitudes; habilidades; percepção; tomada de decisão individual;
aprendizagem e motivação.
•• Variáveis grupais: psicologia social; dinâmica de grupos; tomada de decisão em grupo;
liderança e confiança; comunicação; equipes de trabalho; conflitos; poder; política.
•• Variáveis organizacionais: estrutura organizacional formal; quadro funcional - cargos;
hierarquia; planejamento; processos de trabalho; políticas de RH; cultura; mudança.
De modo particular, percebe-se que o C.O. investiga liderança, poder, cultura, grupos e equipes,
aprendizagem, percepção, satisfação, motivação, comunicação, atitude, mudança, conflito,
entre outros temas que afetam os indivíduos e as equipes nas organizações. Essa amplitude
de temas faz com que o C.O. utilize conhecimentos gerados por diferentes ciências, como
psicologia, antropologia, sociologia etc.

Ciência Unidade de Análise Principais Contribuições


Personalidade, satisfação, motivação, emoções,
Psicologia Indivíduo treinamento, aprendizagem, avaliação, decisões
individuais, seleção.
Mudança comportamental,
Psicologia Social Grupo
comunicação, processos grupais.
Grupo e Dinâmica de grupo/intergrupo, cultura, poder,
Sociologia
Sistema Organizacional comunicação, conflito, mudança.
Grupo e Cultura, ambiente organizacional,
Antropologia
Sistema Organizacional análises comparativas: valores/atitudes.
Ciência Política Sistema Organizacional Conflito, poder, políticas intraorganizacionais.

Dentro do C.O. existem variáveis independentes (que são as causas) e as variáveis dependentes
(as consequências).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1409
Variáveis independentes:

•• Organizacionais: desenho da organização formal, processos do trabalho, funções, políticas


e práticas de gestão, cultura etc.
•• Grupais: padrões de comunicação, estilos de liderança, poder, níveis de conflito etc.
•• Individuais: características biográficas e de personalidade, estrutura emocional, valores e
atitudes, capacitação básica etc.
Variáveis dependentes: Produtividade (desempenho), absenteísmo, rotatividade e satisfação,
cidadania organizacional.

Equilíbrio organizacional
Na visão da Gestão de Pessoas, ocorre quando as contribuições dadas pelos funcionários são
compatíveis, em quantidade e qualidade, com as recompensas ofertadas pela organização.

Postulados básicos
•• Uma organização é um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados de
numerosas pessoas, que são os participantes da organização;
•• Cada participante e cada grupo de participantes recebe incentivos (recompensas) em troca
dos quais faz contribuições à organização;
•• Todo o participante manterá sua participação na organização enquanto os incentivos que
lhe são oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos;
•• As contribuições trazidas pelos vários grupos de participantes constituem a fonte na qual a
organização se supre e se alimenta dos incentivos que oferece aos participantes;
•• A organização continuará existindo somente enquanto as contribuições forem suficientes
para proporcionar incentivos para induzirem os participantes à prestação de contribuições.

Conceitos básicos
•• Incentivos ou alicientes: aquilo que a organização oferece (salários, benefícios, prêmios de
produção, elogios, promoções, reconhecimento etc.)
•• Utilidade dos incentivos: valor de utilidade que cada indivíduo atribui ao incentivo.

•• Contribuições: aquilo que cada participante dá à organização (trabalho, dedicação, esforço,


assiduidade, pontualidade, lealdade, reconhecimento etc.)

•• Utilidade das contribuições: é o valor que o esforço de cada indivíduo tem para a
organização, a fim de que esta alcance seus objetivos.

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Administração – Conceitos Básicos de Comportamento Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Participantes
Participantes são todos aqueles que recebem incentivos da organização e que trazem
contribuições para sua existência. Nem todos os participantes atuam dentro da organização,
mas todos eles mantêm uma relação de reciprocidade com ela.
Existem cinco classes de participantes: empregados, investidores, fornecedores, distribuidores
e consumidores.

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Slides – Comportamento Organizacional

Comportamento Organizacional
• Investiga os impactos que os indivíduos, os grupos e a estrutura têm
sobre o comportamento dentro de uma organização.
• 3 níveis de estudo: o indivíduo, o grupo e o sistema organizacional.
‒ Variáveis individuais: características biográficas como idade, sexo e
estado civil; personalidade; valores; atitudes; habilidades; percepção;
tomada de decisão individual; aprendizagem e motivação.
‒ Variáveis grupais: psicologia social; dinâmica de grupos; tomada de
decisão em grupo; liderança e confiança; comunicação; equipes de
trabalho; conflitos; poder; política.
‒ Variáveis organizacionais: estrutura organizacional formal; quadro
funcional - cargos; hierarquia; planejamento; processos de trabalho;
políticas de RH; cultura; mudança.
1

Comportamento Organizacional
• 5 principais ciências que contribuem para o estudo do CO:
Ciência Unidade de Análise Principais Contribuições
Personalidade, satisfação, motivação,
Psicologia Indivíduo emoções, treinamento, aprendizagem,
avaliação, decisões individuais, seleção.
Mudança comportamental,
Psicologia Social Grupo
comunicação, processos grupais.
Grupo e Dinâmica de grupo/intergrupo, cultura,
Sociologia
Sistema Organizacional poder, comunicação, conflito, mudança.
Grupo e Cultura, ambiente organizacional,
Antropologia
Sistema Organizacional análises comparativas: valores/atitudes.
Conflito, poder, políticas
Ciência Política Sistema Organizacional intraorganizacionais.
2

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Administração – Conceitos Básicos de Comportamento Organizacional – Prof. Rafael Ravazolo

Comportamento Organizacional

• Variáveis independentes – causas


‒Organizacionais: desenho, cultura, políticas, etc.
‒Grupais: comunicação, liderança, poder, conflitos, etc.
‒Individuais: idade, gênero, personalidade, valores, motivação, etc.

• Variáveis dependentes – consequências: fatores que são


afetados.
‒Produtividade (desempenho), absenteísmo, rotatividade e
satisfação, cidadania organizacional.
3

Comportamento organizacional
Equilíbrio Organizacional: reciprocidade
‒Consequência da interação psicológica entre a pessoa e a
organização - ambos oferecem algo e esperam algo em troca.
o Incentivos ou alicientes: aquilo que a organização oferece
 Utilidade: valor que a pessoa dá ao incentivo.
o Contribuições: aquilo que cada pessoa dá à organização
 Utilidade: valor que o esforço de cada indivíduo tem para a
organização.

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Desempenho
• No contexto do Comportamento Organizacional:

DESEMPENHO
=
Capacidade pessoal (conhecimentos + habilidades)
+
Motivação (atitudes)
+
Suporte Organizacional
5

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Administração
Aula XX

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

Materiais
A Instrução Normativa 205/88 da Secretaria de Administração Pública da Presidência define
material como “[...] designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes,
acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de
emprego nas atividades das organizações públicas federais [...]”.
Material é, em suma, todo bem que pode ser contado, registrado e que tem por função
atender às necessidades de produção ou de prestação de serviço de uma organização pública
ou privada.
Obs.: a Instrução Normativa 205/88 da SEDAP é um dos principais instrumentos que rege o
controle de material, tanto de consumo, quanto permanente, na Administração Pública Federal.
Ela consta no final desta apostila e recomenda-se fortemente sua leitura.

Materiais de Consumo x Permanentes


Para o correto enquadramento, a Portaria nº 448, de 13/09/2002, da Secretaria do Tesouro
Nacional do Ministério da Fazenda define como material permanente aquele que, em razão de
seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois
anos.
A mesma Portaria define a adoção de cinco condições excludentes para a identificação do
material permanente, sendo classificado como material de consumo aquele que se enquadrar
em um ou mais itens dos que se seguem:
•• I – Durabilidade – quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas
condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;
•• II – Fragilidade – material cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou
deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;
•• III – Perecibilidade – material sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se
deteriora ou perde sua característica normal de uso;
•• IV – Incorporabilidade – quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser
retirado sem prejuízo das características do principal;
•• V – Transformabilidade – quando adquirido para fim de transformação.
Verificadas as condições acima citadas, devem ser analisados, por fim, mais dois parâmetros
que complementam a definição final da classificação:

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a) A relação custo de aquisição/custo de controle do material – previsto no item 3.1 da
Instrução Normativa nº 142 DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público), que
determina, nos casos dos materiais com custo de controle maior que o risco da perda do
mesmo, que o controle desses bens seja feito através do relacionamento do material (relação-
carga) e verificação periódica das quantidades. De um modo geral, o material de pequeno custo
que, em função de sua finalidade, exige uma quantidade maior de itens, redunda em custo alto
de controle, devendo ser, portanto, classificado como de consumo;
b) Se o bem está sendo adquirido especificamente para compor o acervo patrimonial da
Instituição – nestas circunstâncias, este material deve ser classificado sempre como um bem
permanente.

Administração de Materiais
A partir do conceito de Administração (“empreendimento de esforços para planejar, organizar,
dirigir e controlar pessoas e recursos de forma a alcançar os objetivos organizacionais”),
conclui-se que a Administração de Recursos Materiais é o conjunto de atividades que tem por
objetivo planejar, coordenar e controlar os materiais adquiridos e usados por uma organização
com base nas especificações dos produtos.
A importância da administração de materiais pode ser facilmente percebida quando os
bens necessários não estão disponíveis no momento exato para atender as necessidades de
mercado. Os problemas gerados por essa falha têm grande impacto na organização.
Um sistema de materiais deve estabelecer uma integração desde a previsão de vendas,
passando pelo planejamento de programa-mestre de produção, até a produção e a entrega do
produto final. Deve estar envolvido na alocação e no con- trole da maior parte dos principais
recursos de uma empresa: instalações, equipa- mentos, recursos humanos, matérias-primas e
outros materiais.

Por isso, diz-se que a Administração de Materiais é um conjunto de atividades que


tem por finalidade o abastecimento de materiais para a organização no tempo certo,
na quantidade certa, na qualidade solicitada e ao menor custo possível.

Segundo Dias (2009), uma tradicional organização de um sistema de materiais pode ser
dividida nas seguintes áreas de concentração: controle de estoques; compras; almoxarifado;
planejamento e controle da produção; importação; transportes e distribuição.
Controle de estoques: o estoque é necessário para que o processo de produção/vendas da
empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. Os materiais em es-
toque podem ser de três tipos básicos: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos
acabados. O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e o
investimento financeiro envolvido.
Compras: preocupa-se sobremaneira com o estoque de matéria-prima e de todos os insumos
necessários para sua produção ou comercialização. É da responsabilidade de compras assegurar
que as matérias-primas, material de embalagem e peças exigidas pela produção estejam à

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Administração – Processo de Gestão de Materiais – Prof. Rafael Ravazolo

disposição nas quantidades certas, nos períodos desejados, nas especificações corretas e com o
menor preço. Compras não somente é responsável pela quantidade e pelo prazo, mas também
precisa realizar a compra em preço mais favorável possível, já que o custo desses insumos é
componente fundamental no custo do produto.
Almoxarifado: também chamado de armazém ou depósito, é o responsável pela guarda física
dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em processo. É o local onde ficam
armazenados os materiais, incluindo os entregues pelos fornecedores, para atender à produção.
Planejamento e Controle da Produção(PCP): responsável pela programação e pelo controle
do processo produtivo. Em algumas empresas ele não se encontra subordinado à área de
materiais, e sim à de produção. Porém, já se encontra em evolução a ideia de que o PCP
deve ficar subordinado à área de materiais. É um setor bastante específico e muito técnico,
dependendo principalmente do tipo de processo.
Importação: compreende a realização de uma compra, só que no exterior. Devido ao excesso
de legislação muito especializada e por ser uma atividade compradora, o setor de importação
subordina-se à área de materiais. É o responsável por todo o processo de importação de
mercadorias, inclusive o desembaraço aduaneiro. Em alguns casos também acompanha e
realiza o processo de exportação, que é uma venda; não realiza a venda, mas o processo legal-
administrativo da exportação.
Transporte e Distribuição: a colocação do produto acabado nos clientes e as entregas das
matérias-primas na fábrica são de responsabilidade do setor de transportes e distribuição.
É nesse setor que se coordena a administração da frota de veículos, e/ou onde também são
contratadas as transportadoras que prestam serviços de entrega e coleta.
Viana (2006) afirma que os principais processos envolvidos na administração de materiais são:
cadastramento, gestão, compras, recebimento, almoxarifado e inventário físico.
A figura a seguir mostra a relação entre os processos.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1417
•• Cadastramento tem como objetivo registrar os materiais necessários para a operação e
manutenção da organização, além de elaborar catálogos que são utilizados por outros
setores.
•• Gestão utiliza técnicas que possibilitam o equilíbrio entre estoque e consumo, além de
definir níveis de ressuprimento e acompanhar sua evolução.
•• Compras tem a finalidade de suprir as necessidades da organização por meio da aquisição
de materiais e de serviços, atentando para as melhores condições comerciais e técnicas.
•• Recebimento busca o desembaraço dos materiais adquiridos o mais rápido possível,
controlando a quantidade, o prazo, o preço e a qualidade do material entregue.
•• Almoxarifado é responsável por garantir a guarda dos materiais, preservando a integridade
destes até que sejam consumidos.
•• Inventário físico é a auditoria de estoques que ficam em poder do almoxarifado, visando
garantir a confiabilidade e exatidão dos registros físicos e contábeis.
Dentro desses processos, são realizadas atividades como Programação de entregas, Transportes,
Controle e Manutenção dos estoques, Armazenagem e Manuseio de Materiais, Processamento
do pedido dos clientes, Programação do Produto, Embalagem de Proteção e Manutenção da
Informação.
Todas essas atividades devem ser feitas da forma mais eficiente e econômica possível.
A seguir, uma figura representativa de algumas das atividades da Administração de Materiais.

Com o passar do tempo, o enfoque da Administração de Materiais mudou do tradicional


“produza, estoque e venda” para um conceito mais abrangente que envolve “definição do
mercado, planejamento do produto e apoio logístico”.
Cabe à Logística: planejar, executar e controlar o fluxo e o armazenamento de matérias-primas,
produtos semiacabados e acabados; gerir as informações relativas a estes materiais desde o
pedido até a entrega ao cliente; e adequar as atividades para atender o nível de serviço exigido.

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Administração – Processo de Gestão de Materiais – Prof. Rafael Ravazolo

Em suma, os objetivos principais da administração de recursos materiais são:


•• Preço Baixo: reduzir o preço de compra implica aumentar os lucros, se mantida a mesma
qualidade.
•• Alto Giro de Estoque: implica melhor utilização do capital. Reduz o valor do capital parado.
•• Baixo Custo de Aquisição e de Posse: dependem fundamentalmente da eficácia das áreas
de controle de estoques, armazenamento e compras.
•• Continuidade de Fornecimento: é resultado de uma análise criteriosa quando da
escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e transportes são afetados
diretamente por este item.
•• Consistência de Qualidade: a área de materiais é responsável pela qualidade de materiais e
serviços provenientes de fornecedores externos.
•• Qualificação, ou Maximização do uso dos recursos: otimização do uso dos recursos,
evitando ociosidade e obtendo melhores resultados com a mesma despesa, ou mesmo
resultado com menor despesa – em ambos os casos o objetivo é obter maior lucro final.
•• Relações Favoráveis com Fornecedores: a posição de uma empresa no mundo dos negócios
é, em alto grau, determinada pela maneira como negocia com seus fornecedores.
•• Bons registros: são considerados como o objetivo primário, pois contribuem para o papel
da administração de material, na sobrevivência e nos lucros da empresa, de forma indireta.
A soma de todos estes fatores gera um bom Nível de Serviço (que é a soma dos parâmetros
de qualidade de um produto oferecido por uma organização – prazo combinado/atendido,
confiabilidade, integridade da carga, atendimento etc.) e aumenta o Capital de Giro (capital
disponível para a organização investir).

Almoxarifado
Dentro da Administração de Materiais, o almoxarifado possui um papel fundamental: é o
“guardião”, responsável pelo recebimento, armazenagem, controle e expedição dos materiais
de uma organização.
O almoxarifado pode ser coberto ou não, com condições climáticas controláveis ou não, com
alto nível de segurança ou não, tudo dependendo do tipo de material a ser acondicionado e das
normas necessárias para o correto acondicionamento, localização e movimentação.
Usualmente, as empresas possuem em sua organização cinco almoxarifados básicos, que
são: almoxarifado de matérias-primas, almoxarifado de materiais auxiliares, almoxarifado de
manutenção, almoxarifado intermediário, almoxarifado de acabados.
•• Matérias-primas são itens comprados e recebidos, mas que ainda não entraram no
processo de produção.
•• Material auxiliar ajuda na transformação da matéria prima em produto pronto, porém, não
está incluso nele.
•• Almoxarifado de manutenção é onde estão as peças que servem de apoio à manutenção
dos equipamentos.

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•• Almoxarifado intermediário, também conhecido como peças em processos (WIP – Work in
Process), contém matérias-primas que já entraram no processo de produção.
•• Produtos Acabados referem-se aos produtos cujo processamento foi completado, aqueles
prontos para serem entregues aos consumidores.
Entre os principais objetivos do almoxarifado, pode-se destacar:
•• Impedir divergência de inventários, seja por deterioração, danos físicos, perdas ou
roubos. Para tanto, deve-se possuir condições (instalações adequadas, sistema de
localização eficiente, mecanismos de movimentação compatíveis) para assegurar que o
material adequado, na quantidade correta, esteja no local certo quando necessário;
•• Otimização na utilização dos recursos (instalações, equipamentos de armazenagem,
equipamentos de movimentação, pessoas, entre outros).
O almoxarifado não agrega valor ao produto, afinal, nenhum cliente irá pagar mais porque o
item ficou mais tempo armazenado. Deve-se, portanto, buscar maior eficiência nos processos
(reduzir as distâncias internas, aumentar o tamanho médio das unidades armazenadas,
melhorar a utilização da capacidade volumétrica etc.).
As principais atribuições do
almoxarifado são:
•• Receber para guarda e proteção
os materiais adquiridos pela
empresa.
•• Manter atualizados os registros
necessários.
•• Entregar os materiais mediante
requisições autorizadas aos
usuários da empresa.

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Administração Geral

FUNDAMENTOS DE LOGÍSTICA

O que é

Ronald Ballou (2001) afirma que a logística é vital para as organizações, pois trata de todas
atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto
de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como fluxos de informações
que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço*
adequados aos clientes a um custo razoável.
* O Nível de Serviço pode ser definido como sendo a qualidade (prazo combinado/
atendido, confiabilidade, integridade da carga, atendimento etc.) na ótica do cliente.
Às vezes, face à necessidade de um Nível de Serviço melhor solicitado pelo cliente, este
pode aceitar arcar com um custo maior. O Nível de Serviço deve ser estabelecido em
contrato antes de se iniciar qualquer atividade, principalmente as atividades logísticas.
Portanto, a primeira informação contratual que deve ser estabelecida com o cliente é
qual o Nível de Serviço que ele deseja adquirir.
Novaes (2007) sintetiza este pensamento sobre Logística na figura a seguir.

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Ballou complementa seu conceito, definindo que a Logística Empresarial estuda como a
Administração pode prover melhor nível de rentabilidade no processo de pleno atendimento
do mercado e satisfação completa ao cliente, com retorno garantido ao empreendedor, por
meio de de planejamento, organização e controles efetivos para as atividades de armazenagem,
programas de produção e entregas de produtos e serviços com fluxos facilitadores do sistema
organizacional e mercadológico.
O Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) segue a mesma linha de Ballou:
logística é processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente e eficaz o fluxo
(para a frente e reverso) e a armazenagem de produtos, bem como informações e serviços
relacionados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de
atender aos requisitos do consumidor.
O CSPMP fornece uma visão abrangente das atividades de gerenciamento de logística:
gerenciamento de transporte, gestão de frotas, armazenagem, manuseio de materiais,
atendimento de pedidos, projeto da rede logística, gestão de estoque, planejamento de oferta/
demanda e gestão dos prestadores de serviços logísticos terceirizados. Em graus variados,
a função logística também inclui aquisições, planejamento e programação da produção,
embalagem e montagem, e serviço ao cliente. Gestão de logística, portanto, é uma função
integradora que coordena e otimiza todas as atividades de logística e as integra com outras
funções, incluindo marketing, vendas, manufatura, finanças e tecnologia da informação.
A seguir, outras definições de Logística:
•• Hamilton Pozo: processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, a movimentação
e a armazenagem de materiais, peças e produtos acabados e, também, seus fluxos
de informações através da organização e seus canais, de modo a poder maximizar as
lucratividades presente e futura mediante atendimento dos pedidos a baixo custo e a plena
satisfação do cliente.
•• Sobral e Peci: processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz
do fluxo e da armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde
o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades
do cliente. Integra, coordena e controla a movimentação de materiais, o inventário de
produtos acabados e as informações relacionadas (dos fornecedores), através de uma
empresa para satisfazer às necessidades dos clientes.
•• Petrônio Martins: processo de planejamento, implementação e controle da eficiência, e
do custo efetivo relacionado ao fluxo de armazenagem de matéria-prima, material em
processo e produto acabado, bem como do fluxo de informações do ponto de origem ao
ponto de consumo com o objetivo de atender às exigências do cliente.
Percebe-se, pelas definições, que a logística constitui a maneira de lidar com materiais, desde
matérias-primas até quando se transformam em produtos acabados em direção ao cliente
final. Modernamente, envolve também as finanças no fluxo entre os parceiros e procura
incrementar esse fluxo por meio de uma variedade de meios, como métodos, técnicas,
modelos matemáticos, tecnologia da informação (TI) e softwares. Com as preocupações
ambientais e sociais, a logística ampliou o fluxo de materiais, passando a envolver também o
envio dos resíduos dos produtos dos clientes para o reprocessamento por parte dos fabricantes
e fornecedores (logística reversa).

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Administração Geral – Logística – Prof. Rafael Ravazolo

É comum pessoas confundirem administração de materiais com logística, por diversas razões.
As áreas são muito próximas, e os conceitos que antes eram somente de administração de
materiais hoje englobam situações logísticas. A logística de hoje agrega todas as atividades
estudadas pela administração de materiais.

A antiga visão da logística concentrava-se no transporte e na distribuição física, mas atualmente


envolve os métodos e modelos que permitem localizar estrutura física (fábricas, depósitos,
armazéns centros de distribuição) gestão dos materiais e dos suprimentos e o planejamento, a
programação e o controle da produção além das atividades de distribuição.
Para Ballou (2001), os componentes de gestão de um sistema logístico são o Suprimento Físico
e a Distribuição Física (representados na figura a seguir).
O suprimento físico está focado na disponibilização de matérias-primas e insumos para
empresa, destacando-se a relação com fornecedores, o planejamento e sistema de compras, a
estocagem e o transporte. Assim, o suprimento físico refere-se à parte do sistema logístico no
tocante à movimentação interna de materiais ou produtos, das fontes ao comprador.
A distribuição física refere-se à parte de um sistema logístico que diz respeito à movimentação
externa dos produtos, do vendedor ao cliente ou consumidor, ou seja, transporta e entrega
algo “físico” ao cliente. Nesse processo pode existir atividade de estocagem para equilibrar a
demanda.

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Fluxo logístico
Pozo (2010) define a Logística como um novo processo integrado de administração dos recur-
sos financeiros, materiais e de informação referente ao pleno atendimento do cliente. Existem,
portanto, três tipos de fluxos logísticos: os fluxos de informação, o fluxo físico e o fluxo finan-
ceiro.
•• Fluxo de informação: refere-se ao controle dos dados técnicos e administrativos, de forma
a acompanhar os materiais e processos de fabricação, bem como os fluxos físico, financeiro
e dados comerciais sobre os produtos e seus mercados em toda a cadeia de abastecimento.
•• Fluxo físico: possui dupla dimensão – o deslocamento físico dos produtos (formas de trans-
porte) e as intervenções humanas de apoio (controle de carga e descarga, preparação de
pedidos, manutenção de estoques etc.).
•• Fluxo financeiro: refere-se às atividades de movimentação financeira decorrente das ope-
rações logísticas.

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Atividades: primárias e de apoio (secundárias)


Conforme Ballou, a atividade
logística deve ser vista por meio
de duas grandes categorias,
denominadas Primárias e de
Apoio.
A denominação de atividade
Primária identifica aquelas que
são de importância fundamen-
tal para a obtenção dos objeti-
vos logísticos de custo e nível
de serviço que o mercado de-
seja. Estao representadas na
figura ao lado como Transpor-
tes, Manutenção de Estoques
e Processamento de Pedidos.
Elas são consideradas primárias
porque são fundamentais para
cumprir a missão da organização, contribuem com a maior parcela do custo total da Logística e
são essenciais para a coordenação e para o cumprimento da tarefa logística.
As atividades consideradas de Apoio são aquelas, adicionais, que dão suporte ao desempenho
das atividades primárias, para que possamos ter sucesso na empreitada organizacional, que
é manter e criar clientes com pleno atendimento do mercado e satisfação total do acionista
em receber seu lucro. Estão descritas na figura como Armazenagem, Suprimentos (obtenção),
Manuseio de materiais, Embalagem, Planejamento (programação do produto) e Sistema de
informações (manutenção de informações).

Atividades Primárias
Transporte: é uma das atividades
logísticas mais importantes, sim-
plesmente porque ela absorve,
em média, de um a dois terços dos
custos logísticos. É essencial, por-
que nenhuma organização moder-
na pode operar sem providenciar
a movimentação de suas matérias-
primas ou de seus produtos acaba-
dos para serem levados, de algu-
ma forma, até ao consumidor final.
Ele refere-se aos vários modelos
disponíveis para se movimentar
matéria-prima, materiais, produtos e
serviços, e os modais utilizados são:
rodoviário, ferroviário, hidroviário,
dutoviário e o aeroviário.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1425
Manutenção de estoques: busca atingir um grau razoável de disponibilidade do produto em
face de sua demanda (os estoques agem como amortecedores entre a oferta e a demanda). A
grande preocupação da administração de estoques envolve manter seus níveis os mais baixos
possível, e ao mesmo tempo prover a disponibilidade desejada pelos clientes. Os estoques, em
média, são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos. Enquan-
to o transporte adiciona valor de lugar ao produto, o estoque agrega valor de tempo.
Processamento de pedidos: sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em ter-
mos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes, em relação, principalmen-
te, à perfeita administração dos recursos logísticos disponíveis. Dá partida ao processo de
movimentação de materiais e produtos bem como a entrega desses serviços.

Atividades de Apoio
Armazenagem: envolve a administração dos espaços necessários para manter os materiais es-
tocados, que podem ser internamente, na fábrica, como em locais externos, mais próximos
dos clientes. Essa ação envolve fatores como localização, dimensionamento de área, arranjo
físico, equipamentos de movimentação, recuperação do estoque, projeto de docas ou baías de
atracação, necessidades de recursos financeiros e humanos.
Manuseio de materiais: está associado com a armazenagem e também à manutenção dos es-
toques. Essa atividade envolve a movimentação de materiais no local de estocagem, que pode
ser tanto estoques de matéria-prima como de produtos acabados. Pode ser a transferência de
materiais do estoque para o processo produtivo ou deste para o estoque de produtos acaba-
dos. Pode ser também a transferência de um depósito para outro.
Embalagem: tem como objetivo movimentar produtos com toda a proteção e sem danificá-los
além do economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a garan-
tir perfeita e econômica movimentação sem desperdícios. Além disso, dimensões adequadas
de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes.
Suprimentos: proporciona ao produto ficar disponível, no momento exato, para ser utilizado
pelo sistema logístico. É o procedimento de avaliação e da seleção das fontes de fornecimento,
da definição das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela
qual o produto é comprado. É uma área importantíssima de apoio logístico e, também, um se-
tor de obtenção de enormes reduções de custos da organização.
Planejamento: refere-se primariamente às quantidades agregadas que devem ser produzidas
bem como quando, onde e por quem devem ser fabricadas. É a base que servirá de informação
à programação detalhada da produção dentro da fábrica. É o evento que permitirá o cumpri-
mento dos prazos exigidos pelo mercado.
Sistema de informações: é a função que permitirá o sucesso da ação logística dentro de uma
organização para que ela possa operar eficientemente. São as informações necessárias de cus-
to, procedimentos e desempenho essenciais para correto planejamento e controle logístico.
Portanto, uma base de dados bem estruturados, com informações importantes sobre os clien-
tes, sobre os volumes de vendas, sobre os padrões de entregas e sobre os níveis dos estoques e
das disponibilidades físicas e financeiras que servirão como base de apoio a uma administração
eficiente e eficaz das atividades primárias e de apoio do sistema logístico.

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Cadeia de Suprimentos
No passado, a logística cuidava somente do transporte e distribuição fisica. Hoje envolve mé-
todos e modelos para localizar estruturas fisicas - como fabricas, depósitos, armazéns, centros
de distribuição - bem como de materiais e suprimentos, envolvendo também planejamento,
programação e controle da produção, além das atividades tradicionais de distribuição. Daí, a
enorme importância da Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management - SCM),
desde os fornecedores até os consumidores finais.
A estrutura de uma cadeia de suprimentos é composta por todas as empresas que, de algu-
ma forma, participam do processo produtivo. A dimensão de uma cadeia de suprimentos será
definida pela quantidade de membros que a complexidade do processo produtivo exigir para
ser realizado.
A Cadeia, portanto, é o conjunto de organizações, cujos processos, atividades, produtos e ser-
viços são articulados entre si como elos de uma mesma corrente, numa sequência lógica pro-
gressiva ao longo de todo o processo produtivo de determinado produto ou serviço. Envolve
todas as fases do ciclo produtivo, desde o fornecimento de insumos básicos até a chegada do
produto ou serviço ao consumidor, cliente ou usuário final, bem como as respectivas organiza-
ções que pertencem e constituem os chamados segmentos da cadeia.
O gerenciamento de cadeia de suprimentos integra a gestão de fornecimento e demanda entre
as companhias que se relacionam, envolvendo a coordenação e colaboração com parceiros,
que podem ser fornecedores, distribuidores, prestadores de serviços (operadores logísticos) e
clientes. O desafio é fazer com que todos os membros da cadeia de relacionamentos trabalhem
de modo integrado.
O objetivo básico na SCM é maximizar e tornar realidade as potenciais sinergias entre as partes
da cadeia produtiva, de forma a atender ao consumidor final mais eficientemente por meio da
redução dos custos. Lambert (1998) mostra a estrutura da rede de uma cadeia de suprimentos
(figura a seguir).

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De acordo com Meindl (2006), a visão do Supply Chain evoluiu ao longo dos anos, o que pode
ser representado pelas quatro fases de seu desenvolvimento:
1. Visão Departamental (...1960) – as atividades eram divididas em departamentos, estoques
altos para amortecer a falta de sincronização, controles departamentais refletindo uma
visão local, falta de visão de toda a cadeia, indicadores de desempenho específicos ao
departamento e visão de curto prazo.
2. Visão Funcional (1960-1980) – as atividades eram aglutinadas visando redução de custos,
visão de negócio ainda interno, baixa visão de toda a cadeia, sistemas locais não integrados,
indicadores específicos de desempenho à função e visão de curto prazo.
3. Visão da Cadeia Interna (1980-1990) – as atividades eram desenhadas visando atender
a cadeia interna, integração tática, foco em processos eficientes, programas internos
integrados em suas interfaces, planejamento de médio prazo e decisões baseadas no
histórico passado.
4. Visão da Cadeia Logística Integrada (século XXI) - devido ao aumento da competitividade
no mercado, as empresas estão procurando estabelecer padrões de relacionamentos mais
cooperativos com seus fornecedores, buscando não mais atuar de maneira isolada e sim
por meio de uma cadeia logística integrada. A logística é vista como uma área estratégica,
capaz de integrar todos os processos ao longo da cadeia de valores, do fornecedor até o
cliente final, dando início então à chamada gestão da cadeia de suprimentos. A cadeia de
suprimentos, segundo o que enfatiza Chopra e Meindl (2003) “consiste em todas as partes
envolvidas, direta ou indiretamente, em atender as requisições dos clientes e que a mesma
inclui, além dos fabricantes e fornecedores, transportadoras, empresas de armazenagem,
varejistas e consumidores”.
Os melhores relacionamentos organizacionais são parcerias verdadeiras que normalmente
satisfazem alguns critérios (Bowersox e Closs, 2001):
•• Excelência individual: aqui parte do princípio que os parceiros são fortes, desta forma, tem
condições de contribuir para o bom relacionamento. Seu objetivo é buscar oportunidades
futuras;
•• Importância: nesse fator, o relacionamento atende a objetivos estratégicos importantes
dos parceiros. Possuem metas de longo prazo, portanto, o relacionamento desempenha
papel-chave;
•• Interdependência: os parceiros precisam um do outro. São possuidores de ativos e
habilidades complementares;
•• Investimentos: os parceiros investem um no outro, demonstrando seus respectivos
interesses no relacionamento mútuo. Vale destacar que eles demonstram sinais tangíveis
de comprometimento;
•• Informação: a comunicação tende a ser aberta. Compartilham as informações necessárias
para que o relacionamento funcione;
•• Integração: desenvolvem vínculos e modos de operação compartilhados para que possam
trabalhar em conjunto sem problemas;

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Administração Geral – Logística – Prof. Rafael Ravazolo

•• Institucionalização: aqui recebe um status formal, com responsabilidades e processos


decisórios bem estabelecidos e;
•• Integridade: há um comportamento digno em relação ao outro, o que só faz aumentar a
confiança mútua.
Hamilton Pozo recomenda cinco passos para a obtenção de melhores resultados na SCM:
1. Integração da Infraestrutura com Clientes e Fornecedores: a integração de sistemas
de informações, principalmente computacionais, e o crescente uso de sistemas como o
Electronic Data Interchange (EDI) entre fornecedores, clientes e operadores logísticos têm
permitido a flexibilização do atendimento ao cliente e a forte redução de custos. Essas
práticas têm proporcio- nado trabalhar com entregas just-in-time e diminuir os níveis gerais
de estoques.
2. Reestruturação do número de fornecedores e clientes: significa reestruturar, normalmente,
através da redução do número de fornecedores e clientes, construindo e aprofundando
as relações de parceria com o conjunto de empresas com as quais, realmente, se deseja
desenvolver um relacionamento colaborativo e forte que proporcione uma ação sinergética.
3. Desenvolvimento integrado do produto: o envolvimento dos fornecedores desde os
estágios iniciais do desenvolvimento de novos produtos (Early Supplier Involvement) tem
proporcionado, principalmente, uma redução no tempo e nos custos de desenvolvimento
dos produtos e, principalmente, atendendo os requisitos reais do cliente.
4. Desenvolvimento logístico dos produtos: permite que a concepção dos produtos seja
projetada visando seu desempenho logístico dentro da cadeia de suprimentos, visualizando
as reduções de custo em todo seu processo e facilidades de atendimento do cliente.
5. Cadeia estratégia produtiva: é a estruturação estratégica e a compatibilização dos fluxos da
cadeia de suprimentos da empresa e controle das medidas de desempenho atreladas aos
objetivos de toda a cadeia produtiva.
A implementação de parcerias não é tão simples, custa caro em termos financeiros, de tempo
e disposição mental dos agentes. Nem todos os relacionamentos entre fornecedor/empresa
devem ser baseados em parcerias – não são pertinentes em todas as situações. Hong (1999)
identifica alguns efeitos negativos derivados dessas dificuldades apontadas: 1) falta de
alinhamento entre os objetivos de negócio; 2) não equalização de tamanho e importância
diferente das empresas; 3) não definir o melhor escopo dos processos; 4) falha na cooperação
e coordenação; 5) ineficiência ao lidar com conflitos; 6) falta de consciência perante as
percepções diferentes de ganho, isso pode gerar inveja dentro da cadeia de relacionamentos.

Uso de Tecnologia
Como ferramenta, a logística utiliza (entre outros):
ERP (Enterprise Resource Planning ou SIGE) – Sistemas Integrados de Gestão Empresarial,
são sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização
em um único sistema. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de:
finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, etc) e sob

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a perspectiva sistémica (sistema de processamento de transações, sistemas de informação,
sistemas de apoio a decisão, etc).
MRP (Material Requirement Planning) – planeamento das necessidades de materiais, é um
sistema computarizado de controle de inventário e produção que assiste a otimização da gestão
de forma a minimizar os custos, mas mantendo os níveis de material adequados e necessários
para os processos produtivos da empresa.
WMS (Warehouse Management System) – sistema de automação e controle de depósitos,
armazéns e linhas de produção. O WMS é uma parte importante da cadeia de suprimentos
(ou supply chain) e fornece a rotação dirigida de stocks, diretivas inteligentes de picking,
consolidação automática e cross-docking para maximizar o uso do valioso espaço do armazéns.
TMS (Transportation Management System) – o sistema de gerenciamento de transportes é
um software para melhoria da qualidade e produtividade de todo o processo de distribuição.
Este sistema permite controlar toda a operação e gestão de transportes de forma integrada. O
sistema é desenvolvido em módulos que podem ser adquiridos pelo cliente, consoante as suas
necessidades.

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Administração
Aula XX

COMPRAS

O termo compra pode ser definido como a aquisição de um bem ou de um direito pelo qual se
paga um preço estipulado.
O setor de Compras foi, por muito tempo, visto como um setor burocrático da organização,
como uma área de apoio, simplesmente como uma executora de procedimentos operacionais,
sem grandes resultados para a eficiência organizacional. Mas as organizações perceberam que
a compra de produtos e de serviços representava um fator de sucesso para a competitividade,
pois a boa execução do processo de compra podia proporcionar uma expressiva redução nos
custos e, por conseguinte, melhoras expressivas nos lucros ou nos benefícios gerados.
O setor de Compras, então, passou a desempenhar uma atividade estratégica para os resultados
da organização. A maioria das organizações possuem equipes próprias com funcionários
especializados nesta área.
O objetivo principal do setor é conseguir comprar todos os produtos e serviços necessários
para o funcionamento da organização, tendo como requisitos a melhor qualidade possível, a
quantidade correta, a entrega no prazo estabelecido, com preço compatível com o mercado
(ou menor, uma situação comum em licitações).
Para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se buscar alcançar as seguintes metas
fundamentais:
•• Atender ao cronograma de produção, através do fornecimento contínuo de materiais;
•• Coordenar o fluxo com economia para a organização e o mínimo de investimento em
estoques, sem comprometer a segurança da produção;
•• Comprar com prazos de pagamento superiores à velocidade das vendas, reduzindo a
necessidade de capital imobilizado.
•• Evitar multiplicidade de itens similares, desperdício, deterioração e obsolescência;
•• Adquirir os materiais conforme especificações, a baixo custo e sem prejuízo à qualidade;
•• Procurar as melhores condições e garantir competitividade e credibilidade para a
organização, sempre mediante negociações justas;
•• Analisar/avaliar os fornecedores e buscar parcerias de longo prazo, visando ao crescimento
mútuo e formando cadeias de suprimento.

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Etapas do Processo
A lógica do processo de compras leva em conta:
•• O que comprar? Estudo dos materiais. Depende da especificação/descrição, de acordo
com as necessidades de quem solicitou.
•• Quanto e quando comprar? Análise econônima, de custos e de preços. É influenciada pela
demanda, disponibilidade financeira, capacidade de armazenamento e prazo de entrega.
•• Onde comprar? Análise de fornecedores (cadastrados ou não), pesquisa de mercado.
•• Como comprar? Análise administrativa. Seguindo as normas de compras da organização
(política de compras), que geralmente define a competência para comprar, os tipos de
aquisição, os formulários, as rotinas etc.
Para que a compra seja efetuada, deve-se: escolher os fornecedores aptos, negociar os preços
e as condições de compra, estabelecer os contratos, elaborar as ordens de compra, proceder
todos os passos para o correto recebimento dos produtos e serviços comprados e, por fim,
pagar os produtos e serviços recebidos.
O fluxo sintético do processo de compras é o seguinte:

1. Preparação do processo: inclui o recebimento do pedido (requisição de compra) e dos


diversos documentos necessários para a montagem do processo;

2. Planejamento de compra: indicação de fornecedores (do cadastro ou não) e elaboração


das condições gerais e específicas para a contratação;

3. Seleção de Fornecedores: seleção para a concorrência, levando em conta a avaliação do


desempenho de acordo com os critérios adotados;

4. Concorrência: expedição da consulta; recebimento e análise das propostas; negociações


com os fornecedores;

5. Contratação: julgamento, negociação com o vencedor e adjudicação do pedido;

6. Controle de entrega: acompanhamento (follow up – seguimento) para assegurar que a


entrega do material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade
negociadas; recebimento e verificação do material; pagamento e encerramento do
processo.
O Setor de Compras deve interagir intensamente com os demais departamentos da organização
– recebendo e processando informações – bem como os alimentando de informações úteis às
suas tomadas de decisão.

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Administração – Compras – Prof. Rafael Ravazolo

Organização do setor de compras


Os princípios fundamentais de organização são:
•• Autoridade para compra;
•• Registro de compras, de preços, de estoques e de consumo;
•• Cadastro de fornecedores;
•• Arquivos de especificações e catálogos.
As atividades típicas na organização de um setor de Compras envolvem basicamente pesquisa,
aquisição e gestão.
a) Pesquisa
•• Estudo do mercado
•• Estudo dos materiais
•• Análise econômica e de custos
•• Análise de materiais alternativos, de embalagens e de transportes
•• Investigação e/ou desenvolvimento das fontes de fornecimento
•• Criação de diretrizes e normas para as aquisições
b) Aquisição (ações de suprimento)
•• Conferência das requisições de compras
•• Cotação e decisão sobre compras
•• Negociação de contratos
•• Efetuar encomendas
•• Acompanhar o recebimento e o pagamento (diligenciamento, follow-up)
c) Gestão/Administração
•• Manutenção de estoques baixos
•• Transferência de materiais
•• Cuidados com excessos e obsolescência
•• Desenvolvimento e orientação dos compradores
•• Integração com outras áreas da organização
•• Intercâmbio de informações com áreas e fornecedores
•• Avaliação do desempenho dos fornecedores
Além de atividades típicas, há outras que são compartilhadas com demais setores:
•• Determinação de fabricar ou de comprar
•• Padronização e normalização
•• Especificação e substituição de materiais
•• Testes de qualidade
•• Recebimento e controle de estoques
•• Programas de produção

www.acasadoconcurseiro.com.br 1433
Centralização x Descentralização
Em quase todas as empresas mantém-se um departamento especializado pelas compras, ou
então um comitê composto por pessoas de diversas áreas.
De modo geral, a centralização apresenta as seguintes vantagens:
•• Visão do todo quanto à organização do serviço;
•• Análise do mercado com eficácia, em virtude da especialização do pessoal no serviço de
compras;
•• Melhor controle das verbas e dos materiais em estoque;
•• Redução dos preços pela aquisição em escala (compra em maior quantidade);
•• Facilitação do relacionamento estratégico com fornecedores;
•• Homogeneidade na qualidade dos materiais;
Caso seja adotado um comitê de compras, outras vantagens são agregadas:
•• As decisões tornam-se mais técnicas;
•• O nível de pressões sobre compras é mais baixo, melhorando as relações dos compradores
com o pessoal interno e os vendedores;
•• A coparticipação das áreas cria um ambiente favorável para melhor desempenho tanto do
ponto de vista político, como profissional.
Apesar dessas vantagens, em certos tipos de compras é mais aconselhável a aquisição
descentralizada. A empresa que possui unidades em diversos locais/regiões não deve
necessariamente centralizar compras em um único local. Neste caso, pode-se regionalizar as
compras visando a um atendimento mais rápido, a um custo menor de transporte ou mesmo
ao atendimento de uma demanda específica da região.
Pontos importantes a serem considerados para a descentralização:
•• Distância geográfica;
•• Tempo necessário para a aquisição - flexibilidade proporcionada pelo menor tempo de
tramitação do processo, provocando menos faltas no estoque.
•• Facilidade de diálogo e relacionamento direto com os fornecedores – coordenação,
agilidade e adequação da compra;
•• Estoque menor e com uma variedade mais adequada, devido às peculiaridades regionais
de qualidade e quantidade;

Fazer ou Comprar (make or buy)


Outra questão importante envolve a decisão entre produzir ou comprar.
Verticalização: é a estratégia que prevê que a empresa tentará produzir internamente tudo o
que puder. Foi predominante nos primórdios da industrialização, quando as grandes empresas
praticamente produziam tudo que usavam nos produtos finais, ou detinham o controle
acionário de outras empresas que produziam os seus insumos. Exemplo: a Ford, no início do

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séc. XX, produzia o aço, o vidro, os pneus e outras dezenas de componentes para a fabricação
dos seus automóveis.
Horizontalização: estratégia de comprar de terceiros o máximo possível dos serviços
necessários e dos itens que compõem o produto final. É uma grande tendência, sendo
utilizada pela maior parte das empresas modernas. Hoje em dia há uma grande expansão no
setor de terceirização e de parcerias. Importante: geralmente não se terceiriza os processos
fundamentais (finalísticos, core process), por questões de estratégia, tecnológica, qualidade do
produto e responsabilidade final sobre ele.

Perfil do comprador
É necessário que as pessoas que trabalham nesta área estejam muito bem informadas e
atualizadas, além possuírem conhecimentos técnicos e habilidades interpessoais, como poder
de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de gestão de
conflitos e amplo conhecimento logístico.
O comprador moderno: vê a função como estratégica e geradora potencial de lucro; acredita
que deve contribuir para os planos de longo prazo da organização; utiliza ferramentas de
planejamento; possui metas bem definidas para atingir objetivos; é criativo e colabora com
outras áreas da empresa.
Quanto aos conhecimentos técnicos, estes englobam logística, finanças, tecnologia, legislação
e características dos produtos a serem comprados pela organização.
Embora existam elementos de disputa ligados ao processo de compras, a negociação não é uma
competição na qual um perde e outro ganha. Uma boa negociação é baseada em credibilidade,
confiança e ética, e ocorre quando todas as partes envolvidas saem ganhando.
Isto deixa claro que a habilidade técnica em negociar possui o mesmo grau de importância que
a habilidade interpessoal (identificação do perfil próprio e do outro negociador).

Modalidades de compra

Não há como definir um modelo padrão para o setor de compras, mas encontra-se na literatura
algumas características comuns inerentes a um sistema adequado de compras. São elas:
•• Sistema de compras a três cotações: objetiva partir de um número mínimo de cotações
para buscar e incentivar novos fornecedores. Uma pré-seleção qualificada dos concorrentes
é essencial para evitar dispêndio de tempo.
•• Sistema de preço objetivo: o conhecimento prévio do preço justo ajuda nas decisões do
comprador, proporciona uma dupla verificação e mostra a realidade do mercado.
•• Duas ou mais aprovações: no mínimo duas pessoas envolvidas em cada decisão da escolha
de um fornecedor. Isso protege os interesses da empresa e também dá mais segurança e
respaldo aos compradores.

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•• Documentação escrita: documentos e contratos (em papel ou digitais) são necessários
para registrar os acordos comerciais e para garantir os níveis de serviço acordados.
Há três situações de compra típicas:
•• Nova compra – o comprador adquire um produto ou serviço pela primeira vez e precisa
decidir sobre: especificações do produto; amplitude de preços; condições e prazos
de entrega e pagamento; condições de serviço; quantidade necessária; fornecedores
aprovados; etc.
•• Recompra simples – reposição – o comprador encomenda sistematicamente o mesmo
produto e o fornecedor é escolhido a partir de uma lista de fornecedores aprovados.
•• Recompra modificada – o comprador altera as características, os preços, os prazos
pretendidos para entrega etc. Os fornecedores habituais tomam medidas para proteger
a conta, visto que esta situação constitui uma oportunidade de negócio para os seus
concorrentes.
Quanto ao seu trâmite, a compra pode ser exercida, basicamente, por meio normal, ou em
caráter de emergência.
Compra normal: procedimento adotado quando o prazo for compatível para obter as melhores
condições comerciais e técnicas na aquisição de materiais.
Compra de emergência: acontece quando há falha na elaboração do planejamento, ou quando
ocorrem imprevistos. Ela é dispendiosa, pois acarreta a passagem direta do processo de compra,
sem verificação de concorrência e outras etapas, gerando um preço de aquisição elevado em
relação aos da compra normal.
Muitas organizações adotam a compra por meio de contratos de longo prazo, ou Compras
Contratadas, que pode ser considerado um avanço em relação à compra normal, pois advém
de maior planejamento. Essa vigência de contrato por maior período equivale à compra de
um grande lote e garante preços unitários mais baixos. Além disso, reduz a imobilização em
estoques, em decorrência da redução dos níveis de segurança, havendo casos em que eles serão
totalmente eliminados; simplifica os procedimentos de compras com a eliminação de coletas
de preços, consultas, análise de propostas e emissão de autorização de fornecimento para cada
pedido de reposição; amplia o poder de negociação e, consequentemente, as vantagens obtidas
na compra, em decorrência das maiores quantidades envolvidas; reduz os atrasos nas entregas
em face da programação. É muito utilizada na indústria, para fornecimento de matéria-prima
e no comércio, para compras de mercadorias especiais, modelos exclusivos ou produtos novos
ainda não lançados no mercado.
Quanto ao objetivo, há basicamente dois tipos de compra:
•• Compra para investimento – bens e equipamentos que compõem o ativo da empresa
(Recursos Patrimoniais).
•• Compras para consumo – matérias-primas e materiais destinados à produção, incluindo-se
a parcela de material de escritório. As compras para consumo podem ser subdivididas em:
•• material produtivo – que integra o produto final
•• material improdutivo – não integra o produto

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Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas origens, a compra
pode ser classificada como: Compras Locais e Compras por Importação.
Quanto à formalização, as compras podem ser:
•• Compras Formais – aquisições de materiais em que é obrigatória a emissão de um
documento de formalização de compra.
•• Compras Informais – aquelas que, por seu pequeno valor, não justificam maior
processamento burocrático.
Outros tipos:
•• Compras Especulativas – Feitas para especular com possível alta de preços, sem uma
necessidade sentida. É perigosa, pois além de comprometer o capital de giro, pode
acarretar prejuízos para a empresa caso não ocorra a prevista alta de preços.
•• Compras Antecipadas – Feitas para atender as reais necessidades de vendas da empresa
para determinado período de tempo. O planejamento de compra é imprescindível nesta
modalidade, que é a mais indicada, pois são realizadas obedecendo a um programa
definido pela empresa.

Condições de Compra

Prazos: mesmo não sendo de responsabilidade do setor de compras a definição dos prazos
necessários para que o material esteja no estoque, é de sua competência o esforço máximo
para que os prazos sejam cumpridos.
Frete: representa parcela significativa do preço do produto, por isso deve ser analisado com
cuidado. Duas condições frequentes são: FOB (Free on Board) – na qual o comprador assume
todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria assim que ela é colocada a bordo do
meio de transporte; CIF (Cost, Insurance and Freight) – o fornecedor é responsável por todos os
custos e riscos com a entrega da mercadoria, incluindo o seguro e o frete.
Embalagem: deve ser adequada para o transporte seguro do produto, sem excessos que tornem
o preço abusivo.
Pagamento e desconto: faz parte de uma boa compra buscar melhores condições de pagamento.
Pode-se conseguir descontos por quantidade, pagamento à vista, recompras etc.

Cadastro de fornecedores

Um dos processos primordiais do setor de Compras é o Cadastro de Fornecedores, quando


então existem condições de escolher o fornecedor ou prováveis fornecedores de determinado
produto. Através desse Cadastro é que se realiza a seleção dos fornecedores que atendam
às condições básicas de uma boa aquisição: preço, prazo para entrega, prazo de execução,
qualidade e condições de pagamento.

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O setor de Compras geralmente possui dois tipos de cadastro, um por fornecedor e outro por
tipo de material:
•• O Cadastro de Material possui fichas em que se identificam os fornecedores aprovados e
dos quais se pode adquirir.
•• O Cadastro de Fornecedor reúne fichas de diversos fornecedores (potenciais ou efetivos),
contendo seus dados cadastrais e especificando os materiais que fabricam, ou que
representam.
No caso de um fornecedor efetivo/habitual, o serviço de compras deverá manter uma
documentação informativa sobre o comportamento desse fornecedor, a partir do momento
em que ele passe a suprir normalmente a empresa. Tal documento deve permitir uma
consulta rápida e objetiva, seja pelos compradores, seja pelos administradores da empresa,
possibilitando a tomada das seguintes providências:
•• Eliminação – agir com segurança no momento de eliminar um fornecedor, esclarecendo à
empresa as razões devidamente documentadas de tal ação;
•• Explicações – esclarecer a fornecedores idôneos as razões da preferência por outro
fornecedor e solicitar que reforcem a qualidade do fornecimento;
•• Controle – acompanhar as condições de fornecimento ao logo do tempo (os recebimentos,
as devoluções, as alterações ou variações de preço e condições de pagamento, os
cancelamentos e as alterações de prazos de entrega etc.)
•• Orientação – fornecer subsídios ao comprador para reforçar sua posição na negociação de
um novo pedido. Poderão ser impostas condições ao fornecedor para corrigir deficiências
observadas em fornecimentos anteriores.

Classificação dos fornecedores


Podemos classificar como fornecedor toda empresa interessada em suprir as necessidades de
outra quanto a serviços, produtos, matérias-primas, mão de obra etc.
Uma classificação básica e bastante genérica de fornecedores é:
•• Monopolista: fabricantes de produtos exclusivos, também chamados de “apanhadores de
pedidos”, pois não precisam se preocupar em vender.
•• Habituais: aqueles que sempre são consultados em uma coleta de preços, pois possuem
produtos padronizados e bastante comerciais. Dão maior atenção aos clientes, pois
geralmente há grande concorrência.
•• Especiais: prestam serviços ou cedem mão de obra ocasionalmente, quando é necessário
um trabalho especializado ou equipamento/maquinário especial.
Esta classificação é bastante genérica e acadêmica, mas existem outras características que
classificam um fornecedor:
•• Se é um fabricante, revendedor, distribuidor, ou representante;
•• Se o produto a ser adquirido é especial ou de linha normal;
•• Se todo o processo de fabricação é realizado internamente, não dependendo de terceiros;
•• Se existem lotes mínimos de fabricação ou independente das quantidades vendidas;

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•• Grau de assistência técnica;


•• Análise de capacidade de produção e qualidade dos produtos fornecidos anteriormente;
•• Análise da procedência da matéria-prima e qualidade.
Com exceção de fornecedores do tipo monopolista, é recomendando que o setor de Compras
mantenha em seu cadastro um registro de no mínimo três fornecedores para cada tipo de
material/serviço, como forma de não depender do fornecimento de apenas uma fonte, sem
qualquer alternativa. Essa ação gera maior segurança no ciclo de reposição de material e no
fornecimento do serviço; maior liberdade de negociação e consequentemente um potencial
de redução de preço de compra; maiores oportunidades de os fornecedores se familiarizarem
com as necessidades da empresa.
Existem algumas situações em que não há vantagens em trabalhar com mais de um fornecedor,
são os casos dos Fornecedores Monopolistas, das situações de produtos patenteados ou de
processo de fabricação exclusivo. Uma das alternativas bastante utilizadas são as alternâncias
de fornecedores, reciclando-os a cada determinado período.
Podemos classificar a estratégia de compras baseada nos fornecedores da seguinte forma:
single sourcing, multiple sourcing, global sourcing.
•• Single sourcing – ocorre quando a organização opta por trabalhar com fornecedores
exclusivos para um determinado produto ou vários produtos.
•• Multiple sourcing – a organização faz a opção por trabalhar com vários fornecedores
para um mesmo produto, com uma rede constituída de poucos fornecedores diretos (de
primeiro nível) e uma base maior de fornecedores indiretos, que “fornecem para seus
fornecedores” (de segundo e terceiro níveis).
•• Global sourcing – a organização opta por trabalhar com fornecedores internacionais,
podendo fazer um mix de global sourcing com single sourcing ou global sourcing com
multiple sourcing.

Seleção e avaliação de fornecedores


Selecionar fornecedores é reunir um grupo que preencha todos os requisitos básicos e
suficientes, dentro das normas e padrões pré-estabelecidos como adequados.
São utilizados critérios políticos, técnicos e legais com o objetivo principal de encontrar
fornecedores que possuam condições de oferecer os produtos necessários dentro das
quantidades, dos padrões de qualidade requeridos, no tempo determinado, com preços
menores e/ou competitivos e nas melhores condições de pagamento.
Além disso, espera-se que os fornecedores selecionados sejam confiáveis como uma fonte de
abastecimento contínua e ininterrupta.

Etapas da seleção e avaliação


1. Levantamento e Pesquisa de Mercado
Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, é necessário levantar
e pesquisar fornecedores em potencial. O levantamento poderá ser realizado através dos

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seguintes instrumentos: cadastro de fornecedores já existente, edital de convocação; guias
comerciais e industriais; catálogos de fornecedores; revistas especializadas; etc.

2. Análise e Classificação
O comprador funciona como interface entre o provável fornecedor e a empresa, ou seja, coleta
dados e informações cadastrais, visita às instalações, recebe amostra do produto a ser fornecido
e faz avaliações de acordo com as exigências da empresa. Alguns dos parâmetros de avaliação
seriam: quanto ao preço; quanto à qualidade; quanto às condições de pagamento; quanto às
condições de embalagem e transporte.

3. Avaliação de Desempenho
Esta etapa é efetuada após o preenchimento de todos os quesitos, a aprovação e o
cadastramento. Nela, dá-se início ao fornecimento normal e faz-se o acompanhamento do
fornecedor quanto ao cumprimento dos prazos de entrega estabelecidos; à manutenção dos
padrões de qualidade estabelecidos; à política de preços determinada; à assistência técnica.
Pode-se classificar um bom fornecedor quando ele é honesto e justo em seus relacionamentos
com os clientes, tem estrutura e experiência suficiente e tem condições de satisfazer as
especificações do comprador.

Fatores considerados para escolha de fornecedores


•• Habilidade técnica – O fornecedor tem a habilidade técnica para produzir ou fornecer o
produto desejado? Tem um programa de desenvolvimento e melhoria para o produto?
Pode auxiliar na melhoria dos produtos?
•• Capacidade de produção – a produção deve ser capaz de satisfazer às especificações do
produto de forma consistente, gerando o menor número possível de defeitos.
•• Confiabilidade - boa reputação e financeiramente sólido. Uma atmosfera de mútua
confiança e a garantia de que o fornecedor tem solidez financeira para permanecer no
negócio.
•• Serviço pós-venda – se o produto tem natureza técnica, ou necessitará de peças de
reposição ou apoio técnico, o fornecedor deve ter um bom serviço de atendimento pós-
venda.
•• Localização – algumas vezes é desejável que o fornecedor esteja próximo ao comprador,
ou pelo menos que mantenha um estoque local. Uma localização próxima auxilia na
redução dos tempos de entrega e significa que os produtos em falta podem ser entregues
rapidamente.
•• Preço – deve ser capaz de oferecer preços competitivos. Isso não significa necessariamente
o menor preço.
•• Outras considerações – algumas vezes, outros fatores, tais como termos de crédito, negócio
recíproco e disposição do fornecedor devem ser considerados.

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Slides – Compras

Compras
• Aquisição de um bem ou de um direito pelo qual
se paga um preço estipulado.
‒Visão antiga = setor burocrático, operacional
‒Visão moderna = setor estratégico
o Competitividade
o Redução de custos
o Parcerias
o Integração

Compras

• Objetivo do setor de compras:


‒comprar todos os produtos e serviços necessários para a
produção e o funcionamento da organização.

• Atributos:
‒melhor qualidade possível
‒quantidade correta
‒no prazo estabelecido
‒com preço compatível com o mercado
2

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Compras
• Metas do setor de compras:
‒ Atender o cronograma de produção;
‒ Mínimo de investimento em estoques, sem comprometer a segurança
da produção;
‒ Prazos de pagamento superiores à velocidade das vendas, reduzindo a
necessidade de capital de giro.
‒ Evitar multiplicidade de itens similares, desperdício, deterioração e
obsolescência;
‒ Atender às especificações a baixo custo;
‒ Procurar as melhores condições, sempre mediante negociações justas;
‒ Analisar/avaliar os fornecedores e buscar parcerias de longo prazo,
visando ao crescimento mútuo e formando cadeias de suprimento
(supply chain). 3

Compras

• Lógica de compras:
‒O que comprar?
‒Quanto?
‒Quando?
‒Onde?
‒Como?
4

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Etapas do Processo

1. Preparação - recebimento da Requisição de Compras


2. Planejamento - manutenção do cadastro de fornecedores +
definição de critérios de compra
3. Seleção - consulta aos fornecedores + recebimento das
propostas
4. Concorrência - análise das propostas + escolha + negociação
5. Contratação - emissão do contrato
6. Controle da entrega - acompanhamento do pedido (follow-up)
+ recebimento do material + aprovação para pagamento

Organização do setor de Compras

• Princípios fundamentais de organização:


‒Autoridade para compra;
‒Registro de compras, de preços, de estoques e de consumo;
‒Cadastro de fornecedores;
‒Arquivos de produtos e de especificações técnicas
(catálogos).

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Organização do setor de Compras
• Atividades típicas: pesquisa, aquisição e gestão.
• Pesquisa
‒Estudo do mercado
‒Estudo dos materiais
‒Análise econômica e de custos
‒Análise de embalagens e transporte
‒Investigação das fontes de fornecimento
‒Desenvolvimento de fontes de fornecimento
‒Criação de diretrizes e normas para as aquisições
7

Organização do setor de Compras


• Aquisição (ações de suprimento)
‒Conferência das requisições de compras
‒Cotação e decisão sobre compras
‒Negociação de contratos
‒Efetuar encomendas
‒Acompanhar o recebimento e o pagamento

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Organização do setor de Compras

• Gestão/Administração
‒Manutenção de estoques baixos
‒Transferência de materiais
‒Cuidados com excessos e obsolescência
‒Desenvolvimento e orientação dos compradores
‒Integração com outras áreas da organização
‒Intercâmbio de informações com áreas e fornecedores
‒Avaliação do desempenho dos fornecedores

Organização do setor de Compras

• Atividades compartilhadas com outros setores:


‒Determinação de fabricar ou comprar
‒Padronização e normalização
‒Especificação e substituição de materiais
‒Testes de qualidade
‒Recebimento e controle de estoques
‒Programas de produção

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Centralização x Descentralização

• Centralização
‒Área de compras
‒Comitê

• Descentralização
‒ Unidades com autonomia

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Centralização x Descentralização
• Vantagens Centralização
‒ Visão do todo quanto à organização do serviço;
‒ Análise do mercado com eficácia - especialização;
‒ Melhor aproveitamento e controle das verbas;
‒ Redução dos preços médios pela aquisição em escala;
‒ Facilitação do relacionamento estratégico com fornecedores;
‒ Homogeneidade na qualidade dos materiais;
• Comitê
‒ Decisões tornam-se mais técnicas;
‒ O nível de pressões sobre compras é mais baixo;
‒ A coparticipação das áreas cria um ambiente favorável tanto do ponto de vista
político, como profissional.

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Centralização x Descentralização
• Descentralização
‒Unidades independentes em diversos locais/regiões
‒Aquisição mais rápida
‒Menor custo de transporte
‒Facilidade de contato com fornecedores
‒Peculiaridades regionais

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Fazer ou Comprar

• Make or Buy

‒Verticalização: estratégia que prevê que a empresa tentará


produzir internamente tudo o que puder.

‒Horizontalização: estratégia de comprar de terceiros o


máximo possível dos serviços necessários e dos itens que
compõem o produto final.

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Perfil do Comprador
• O comprador moderno:
‒vê a função como estratégica e geradora potencial de
lucro/economia;
‒acredita que deve contribuir para os planos de longo prazo
da organização;
‒Possui conhecimentos técnicos e utiliza ferramentas de
planejamento;
‒possui metas bem definidas para atingir objetivos;
‒é criativo;
‒colabora com outras áreas da empresa.

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Negociação

Elementos característicos de disputa


X
Necessidades mútuas a serem atendidas

• Negociação ganha-ganha
‒Baseada em credibilidade, confiança e ética
‒Habilidades técnicas + habilidades interpessoais

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Organização do setor de Compras

• Características de um sistema adequado de compras:


‒Sistema de compras a três cotações
o Segurança e justiça no preço
o Busca e incentiva novos fornecedores.
‒Sistema de preço objetivo
o Conhecimento prévio do preço justo
o Dupla verificação – mostra realidade do mercado
‒Duas ou mais aprovações
‒Documentação escrita (em papel ou digitais)

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Modalidades de compra
• Três situações de compra típicas:
‒Nova Compra
‒Recompra Simples
‒Recompra Modificada
• Quanto ao trâmite: normal; de emergência; contratadas
• Quanto ao objetivo: para investimento; para consumo
• Quanto à origem/ local de aquisição: locais; importadas
• Quanto à formalização: formais e informais
• Outros tipos: antecipadas e especulativas

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Condições de Compra
• Prazos: acompanhamento para que os prazos sejam cumpridos.
• Frete: representa parcela significativa do preço do produto, por
isso deve ser analisado com cuidado.
‒FOB (Free on Board)
‒CIF (Cost, Insurance and Freight)
• Embalagem: deve ser adequada para o transporte seguro do
produto, sem excessos que tornem o preço abusivo.
• Pagamento e desconto: faz parte de uma boa compra buscar
melhores condições de pagamento (descontos por quantidade,
pagamento à vista, recompras, etc.)
19

Cadastro de Fornecedores
• O setor de Compras geralmente possui dois tipos de
cadastro:
‒Cadastro de Material - fichas de materiais com os
respectivos fornecedores aprovados e dos quais se
pode adquirir.
‒Cadastro de Fornecedor - fichas de diversos
fornecedores (potenciais ou efetivos), contendo seus
dados cadastrais e especificando os materiais que
fabricam, ou que representam.

20

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Cadastro de Fornecedores
• Fornecedor habitual/efetivo
‒Documentação informativa sobre o desempenho;
o Fornece subsídios para:
 Explicações
 Controle
 Orientações
 Eliminação

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Classificação de Fornecedores

• Monopolistas

• Habituais

• Especiais

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Classificação de Fornecedores
• Manter no cadastro diferentes fornecedores para cada material
(mínimo 3):
‒Forma de não depender do fornecimento de apenas uma
fonte;
‒Gera maior segurança no ciclo de reposição de material e no
fornecimento do serviço;
‒Maior liberdade de negociação
‒Maior potencial de redução de preço de compra;
‒Maiores oportunidades de os fornecedores se familiarizarem
com as necessidades da empresa.
23

Classificação de Fornecedores
• Estratégia de compras baseada nos fornecedores:

‒Single sourcing – fornecedor exclusivo

‒Multiple sourcing – vários fornecedores para um mesmo


produto

‒Global sourcing – fornecedores internacionais

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Seleção e Avaliação de Fornecedores


• Selecionar: reunir um grupo que preencha todos os
requisitos básicos e suficientes, dentro das normas e padrões
pré-estabelecidos como adequados;

• Etapas:
‒Levantamento e Pesquisa de Mercado
‒Análise e Classificação
‒Avaliação de Desempenho
o Habilidade técnica; Capacidade de produção; Confiabilidade;
Serviço pós-venda; Localização; Preço, etc.

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Administração

CONCEITOS BÁSICOS DE GESTÃO DE ESTOQUES

Os estoques são materiais e suprimentos que uma organização mantém, seja para vender, seja
para fornecer insumos ou suprimentos para a produção.
Pode-se definir estoque como: objetos, itens para uma futura utilização, para suprir algum tipo
de necessidade. Também pode ser uma reserva para a utilização em um período de tempo
conveniente.
As principais funções do estoque são:
a) Garantir o abastecimento de materiais, neutralizando os efeitos de demora ou atraso no
fornecimento de materiais, sazonalidade no suprimento, riscos de dificuldade no fornecimento.
b) Proporcionar economias de escala pela compra ou produção em lotes econômicos, pela
flexibilidade do processo produtivo, pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.
O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material e, ao mesmo tempo,
evitar estoques excessivos às reais necessidades da empresa (pois esses estoques representam
um alto custo).
O controle, portanto, procura manter em equilíbrio a relação entre capital investido,
disponibilidade de estoques, custos incorridos e necessidades de consumo ou demanda.
A gestão de estoques preocupa-se com:
•• Determinar “o que” deve constar em estoque - quantidade de itens;
•• Determinar “quando” deve-se reabastecer os estoques - periodicidade;
•• Determinar “quanto” é necessário para certo período – quantidade de compra;
•• Informar ao departamento de compras para efetuar a aquisição do material;
•• Receber e armazenar os materiais de acordo com as necessidades;
•• Controlar os estoques desde sua quantidade, valor e quanto a sua posição de estoque;
•• Manter o inventário atualizado, identificando os itens obsoletos e danificados para retirá-
los do estoque.
Em suma, a principal função da administração de estoques é não deixar faltar materiais para a
organização, porém evitando o acúmulo de materiais.

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Glossário

Estoque Mínimo (ou de Segurança) – é a menor quantidade de material a ser mantida em


estoque para atender contingências não previstas. É uma quantidade morta que só é utilizada
em caso de imprevistos.
Estoque Máximo – a maior quantidade de material admissível em estoque para determinado
material, suficiente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de
armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de
aquisição, perecimento, obsoletismo etc. É a soma do Estoque de Segurança com a quantidade
necessária de um item para suprir a organização em um período estabelecido (Lote de
Compras);
•• Estoque máximo = Est. Mínimo + Lote de compras
Lote de Compras (Quantidade a Ressuprir)- número de unidades a adquirir para recompor o
Estoque Máximo.
Estoque médio – Nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e consumo
de realizam. Usado para saber o giro de estoque e cobertura de estoque.
•• Estoque médio = Est. Mínimo + (Lote de Compras/2)
Lead Time – Tempo de Reposição, Ressuprimento – tempo decorrido desde a emissão do
documento de compra (requisição) até o recebimento da mercadoria. Esse tempo pode ser
dividido em 3 partes:
1. Emissão de pedido: tempo que se leva desde a emissão do pedido de compras até ele
chegar ao fornecedor;
2. Preparação do pedido: tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar,
emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados;
3. Transportes: tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos
materiais encomendados.
Intervalo de Ressuprimento – período compreendido entre dois ressuprimentos.
Ponto de Ressuprimento – Similar ao ponto de compra, porém com conhecimento prazo médio
de entrega (lead time). É a taxa de demanda multiplicada pelo prazo médio de entrega (D*t).
Estoque de Antecipação – É constituído para atender as necessidades da empresa em
momentos de variações conhecidos e previsíveis no consumo, entrega e produção. Ex.:
sazonalidade, férias coletivas, situações climáticas.
Estoque Real – Quantidade de material existente no estoque em determinado momento.
Estoque Virtual – Estoque real mais a quantidade de encomendas em andamento.
Taxa de Cobertura – Período de tempo por quanto o estoque suportará o consumo.
Cobertura = Quantidade em estoque
Quantidade a ser consumida num período

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Administração –Conceitos Básicos de Estoques– Prof. Rafael Ravazolo

Ponto de Ruptura – Ponto em que o estoque é nulo. Ocorre quando o consumo faz o estoque
chegar a zero, enquanto ainda há demanda por materiais.

Classificação dos Estoques

Existem diversos tipos ou nomes de estoques, que podem ser mantidos em um ou em diversos
almoxarifados.
Hamilton Pozo classifica “5 tipos básicos de almoxarifado”:
Matérias-Primas: contém materiais básicos que ainda não entraram no processo de produção
(não foram processados). Incluem materiais comprados, peças, componentes e subconjuntos.
Materiais em Elaboração (almoxarifado intermediário): também denominados peças em
processo ou Work in Process. São materiais que estão sendo processados ao longo das diversas
seções que compõem o processo produtivo da empresa, ou seja, não estão nem no estoque de
matérias-primas, nem no depósito final.
Produtos Acabados: referem-se aos produtos cujo processamento foi completado, aqueles
prontos para serem entregues aos consumidores.
Manutenção: peças que servem de apoio à manutenção dos equipamentos.
Auxiliares: materiais que auxiliam na transformação da matéria-prima para o produto pronto,
porém, não estão inclusos nele (ferramentas de produção, lixas, óleos, etc).
Outros tipos:
Materiais Acabados: refere-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos para
serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando
juntadas, constituirão o Produto Acabado.
em Trânsito: são os estoques que estão em trânsito entre o ponto de produção e o de
estocagem/venda. Quanto maior a distância e menor a velocidade de deslocamento, maior
será a quantidade de estoque em trânsito. Exemplo: produtos acabados sendo expedidos de
uma fábrica para um centro de distribuição.
em Consignação: estoque de produtos que estão com um cliente externo, mas que ainda
são propriedade do fornecedor. O pagamento por estes produtos só é feito quando eles são
utilizados/vendidos aos clientes.
Hedge (garantia, cobertura): tem como objetivo proteger a empresa contra eventualidades
que envolvem especulações de mercado relacionadas às greves, aumento de preços, situação
econômica e política instáveis, ambiente inflacionário e imprevisível.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1457
Slides – Conceitos Básicos de Estoques

Estoques

São objetos / itens que uma organização mantém para uma


futura utilização – transformar, vender, etc.

Principais funções:
a) Garantir o abastecimento de materiais, neutralizando os
efeitos de sazonalidade, demora, ou outras dificuldades no
fornecimento.
b) Proporcionar economias de escala pela compra ou produção
em lotes econômicos.
1

Gestão/Controle Estoques
• Objetivo básico do controle de estoques:
‒evitar a falta de material:
o Paralisa a produção, prejudica entregas.
‒evitar estoques excessivos:
o Estoque é dinheiro parado e diminui o capital de giro.

• Resumindo: procura manter os níveis de materiais


estocados em equilíbrio com as necessidades de
consumo, ou das vendas.

1458 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração –Conceitos Básicos de Estoques– Prof. Rafael Ravazolo

Gestão/Controle Estoques
• A gestão de estoques preocupa-se com:
‒O que deve constar em estoque;
‒Quando deve-se reabastecer os estoques;
‒Quanto que é necessário para um período;
‒Solicitar aquisições ao departamento de compras;
‒Receber e armazenar o material;
‒Controlar quantidade e valor dos materiais;
‒Manter o inventário atualizado, identificando os itens
obsoletos e danificados para retirá-los do estoque.
3

Glossário
• Estoque Mínimo (ou de segurança)
‒ Menor quantidade de material a ser mantida em estoque para atender
contingências não previstas.

• Estoque Máximo
‒ Maior quantidade de material admissível em estoque - suficiente para
o consumo em certo período.
Estoque máximo = Est. Mínimo + Lote de compras
‒ Limitações: área de armazenagem, disponibilidade financeira,
imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, perecimento,
obsoletismo etc.
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1459
Glossário

• Lote de Compras (Quantidade a Ressuprir)


‒ Número de unidades a adquirir para recompor o Estoque Máximo.

• Estoque médio
‒ Nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e
consumo de realizam.
‒ Usado para saber o giro de estoque e cobertura de estoque.
Estoque médio = Lote de Compras/2 + EstSeg

Glossário
• Lead Time - Tempo de Reposição ou de Ressuprimento
‒Tempo decorrido desde a requisição de compra até o
recebimento da mercadoria.
‒Dividido em 3 partes:
1) emissão de pedido: desde a emissão do pedido de compras até
ele chegar ao fornecedor;
2) preparação do pedido: tempo para o fornecedor fabricar os
produtos, separar, e deixá-los em condições de serem
transportados;
3) transportes: saída do fornecedor até o recebimento pela empresa
dos materiais encomendados.
6

1460 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração –Conceitos Básicos de Estoques– Prof. Rafael Ravazolo

Glossário
• Intervalo de Ressuprimento (de Aquisição)
‒ Período entre duas aquisições normais e sucessivas.

• Ponto de Ressuprimento
‒ Similar ao ponto de compra, porém com conhecimento prazo médio
de entrega (lead time).

Glossário
• Estoque de Antecipação
‒Para atender as necessidades em momentos de variações
conhecidos e previsíveis.

• Estoque Real
‒Quantidade de material existente no estoque em determinado
momento.

• Estoque Virtual
‒Estoque real mais a quantidade de encomendas em andamento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1461
Glossário

• Taxa de Cobertura
‒ Período de tempo por quanto o estoque suportará o consumo.

• Ponto de Ruptura
‒ Ponto em que o estoque é nulo - o estoque chega a zero, enquanto
ainda há demanda por materiais.

Classificação dos Estoques


• “5 tipos básicos de almoxarifado”:
‒Matérias-Primas
‒Intermediário - Materiais em Elaboração ou Processamento
‒Produtos Acabados
‒Manutenção
‒Auxiliares
• Outros:
‒Materiais Acabados
‒em Trânsito
‒em Consignação
‒Hedge (garantia, cobertura)

1462 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

PREVISÃO DE ESTOQUES

Cada aspecto do gerenciamento de materiais está voltado para fornecer ao consumidor o


produto certo, na hora certa, no local certo, nas condições certas e ao preço certo.
Demanda é a quantidade de um bem ou serviço que as pessoas estariam dispostas a adquirir
sob determinadas condições. A previsão de demanda é, portanto, a tentativa de acertar o
desejo do mercado num futuro próximo.
A demanda estimada não pode ser confundida com vendas ou com consumo real, que são
demandas efetivas e que podem estar aquém ou além da demanda prevista, caso haja algum
tipo de restrição na oferta, ou no provimento dos bens demandados.
Por isso, as organizações precisam descobrir qual é a demanda para um determinado produto /
serviço, pois é ela que vai dizer o quanto se deve produzir e dispor no mercado.

Tipos de Demanda
Existem dois tipos básicos de demanda:
•• Independente: relacionada às condições e necessidades do mercado e, portanto, fora do
controle da empresa.
•• Dependente: cujo consumo depende de itens ligados à empresa e, portanto, sob seu
controle.
Esses dois tipos são classificados quanto ao comportamento ao longo do tempo:

Demanda constante
A quantidade consumida não varia muito ao longo do tempo, sendo de fácil previsão.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1463
Demanda variável
A quantidade consumida altera-se ao longo do tempo, sendo explicada por 3 fatores:
1. Tendência – mostra a direção do consumo, podendo aumentar, diminuir ou estacionar.
2. Sazonalidade – comportamento em um espaço curto de tempo, geralmente um ano.
3. Ciclicidade – comportamento em um espaço longo de tempo, muitas vezes décadas.
Gráfico de consumo com tendência:

Gráfico de consumo Sazonal:

Existe, ainda, a Demanda Irregular (quando o consumo de um produto possui comportamento


tão irregular que fica quase impossível calcular a demanda) e a Demanda Derivada (quando o
consumo de um determinado produto deriva / é consequência da quantidade consumida de
outro. Ex.: mais carros vendidos ocasiona o aumento na demanda por pneus).
As demandas do consumidor (ou a previsão dessas demandas) dirigem todo o processo
produtivo e são importantes para as organizações realizarem uma correta previsão da
quantidade de materiais que será necessária para atender ao mercado. Para isso, elas se valem
de técnicas qualitativas (pesquisas, opiniões) e quantitativas (ferramentas estatísticas).

1464 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Previsão de Estoques– Prof. Rafael Ravazolo

Técnicas de Previsão

As informações básicas que permitem calcular a demanda podem ser divididas em duas
categorias: Qualitativas e Quantitativas (intrínsecas e extrínsecas).
•• Quantitativas:
•• intrínsecas: dados internos da organização, geralmente séries históricas.
•• extrínsecas: indicadores externos que influenciam as demandas, como por exemplo o
aumento do PIB, renda familiar etc.
•• Qualitativas: opiniões e experiências de especialistas, vendedores, gerentes, consumidores
e pesquisas de mercado.
Baseado nessas informações, as técnicas podem ser classificadas em 3 grupos:
•• Projeção: acredita que o passado se repete (ou mantém as mesmas tendências) - históricos
de consumo (mês a mês, ano a ano etc.).
•• Explicação: procura explicar o comportamento das vendas por meio de outras variáveis
que as afetam e que são conhecidas ou previsíveis (promoções, período de retração da
demanda, conjuntura econômica da empresa e do país, períodos de tradicional aumento
da demanda);
•• Predileção (ou opinião): opiniões de compradores, almoxarifes, vendedores, gerentes,
consumidores e usuários diretos dos materiais, pesquisas de mercado.
As técnicas quantitativas usuais são:

Método do Consumo do Último Período


Método mais simples e empírico. Baseia-se em prever a demanda para o próximo período
tendo por base o consumo do período anterior.

Método da Média Móvel


Semelhante ao anterior, mas melhorado: a previsão para o período seguinte é calculada a partir
das médias de consumo dos períodos anteriores.
Cm = Consumo Médio
C1, 2, 3, n = Consumo dos períodos anteriores
N = Número de períodos
A vantagem está na simplicidade e facilidade de cálculo.
As desvantagens residem no fato de que as médias móveis são influenciadas por valores
extremos e que os períodos mais antigos têm o mesmo peso que os atuais.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1465
Método da Média Móvel Ponderada
Variação do método anterior, porém os períodos mais recentes recebem um peso maior.
Geralmente atribui-se uma ponderação de 40% a 60% para o período mais recente, e de
aproximadamente 5% para o mais antigo.
Cm = Consumo Médio
P1, 2, 3, n = Peso (percentual) atribuído a
cada período
C1, 2, 3, n = Consumo dos períodos anteriores

Método da Média com Ponderação (suavização) Exponencial


Além de valorizar os dados mais recentes, apresenta menor manuseio de informações passadas,
pois apenas três fatores são necessários para gerar a previsão para o período seguinte:
•• A previsão do último período;
•• O consumo ocorrido no último período;
•• Uma constante que determine o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes.
Suponha que, para determinado produto, foi previsto um consumo de 100 unidades. Verificou-
se, posteriormente, que o valor real ocorrido foi de 80 unidades. Como estimar o consumo para
o próximo mês?
A questão básica é descobrir quanto da diferença entre 100 e 80 unidades pode ser atribuída
a uma mudança no padrão de consumo (a previsão estava errada) e quanto pode ser atribuído
a causas puramente aleatórias (a previsão estava certa). Uma constante de amortecimento (α)
representará justamente essa proporção relativa à mudança aleatória.

Próxima previsão = Previsão anterior + Constante de amortecimento * Erro de previsão


ou seja
Próxima previsão = Previsão anterior + α * (Consumo real – Previsão anterior)

Existem outros métodos, a saber, como Mínimos Quadrados e Regressões Lineares (correlações)
e Simulações, porém seus cálculos são complexos e não costumam ser cobrados em concursos.

1466 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Previsão de Estoques– Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Previsão de Estoques

Demanda
• Classificação das demandas:

‒Demanda Constante
‒Demanda Variável
o Tendência
o Sazonalidade
o Ciclicidade
‒Demanda Irregular
‒Demanda Derivada

Demanda
1 - Constante

www.acasadoconcurseiro.com.br 1467
Demanda
2 - Evolução com Tendências

Demanda
3 - Evolução Sazonal

1468 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Previsão de Estoques– Prof. Rafael Ravazolo

Demanda
• Tipos de informação para previsão:
‒Quantitativas intrínsecas - séries históricas
‒Quantitativas extrínsecas - indicadores externos
‒Qualitativas – opiniões

• Técnicas de previsão:
‒Projeção - o passado se repete
‒Explicação - variáveis externas que afetam o comportamento do
consumo ou das vendas
‒Predileção - opiniões
5

Técnicas Quantitativas

• Método do Consumo do Último Período


‒Método mais simples e empírico;
‒Prevê a demanda do próximo período tendo por base o
consumo ou demanda do período anterior.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1469
Técnicas Quantitativas
• Método da Média Móvel
‒A previsão do período seguinte é calculada a partir das
médias de consumo dos períodos anteriores.
Cm = C1 + C2 + C3 + Cn
N

• Vantagem: simplicidade e facilidade de cálculo.


• Desvantagens:
‒ Influências de valores extremos.
‒ Períodos mais antigos têm o mesmo peso que os atuais.
7

Técnicas Quantitativas
• Método da Média Móvel Ponderada

‒Valores mais recentes recebem um peso maior.

Cm = P1.C1 + P2.C2 + P3.C3 + Pn.Cn

‒ Geralmente atribui-se uma ponderação de 40% a 60% para


o período mais recente, e de aproximadamente 5% para o
mais antigo.
8

1470 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Previsão de Estoques– Prof. Rafael Ravazolo

Técnicas Quantitativas
• Método da Média com Ponderação (suavização)
Exponencial
‒apenas três fatores são necessários:
o A previsão do último período;
o O consumo real ocorrido no último período;
o Uma constante que determine o valor ou ponderação dada
aos valores mais recentes.

Previsão anterior + [α * (Consumo real – Previsão anterior)]

www.acasadoconcurseiro.com.br 1471
Administração
Aula XX

CUSTOS DE ESTOQUE

A necessidade de manter estoques gera uma série de custos às organizações: juros, depreciação,
aluguel, equipamentos, deterioração, seguros, salários, manutenção etc.
Podemos agrupar esses custos em:
•• Custos de Capital: juros, depreciação etc.
•• Pessoal: salários, encargos sociais etc.
•• Edificação: aluguel, impostos, luz, conservação etc.
•• Manutenção: equipamento, deterioração, obsolescência etc.

Custo de Armazenagem

Alguns custos crescem com o aumento do estoque – diretamente proporcionais. Ex.:


aumento do armazém (mais eletricidade, seguros); manuseio e manutenção (mais pessoas e
equipamentos); riscos (maior chance de perdas, furtos e roubos, obsolescência, deterioração);
capital (custo de oportunidade, depreciação).
Existem duas variáveis que são fundamentais para o aumento dos custos:
•• a quantidade em estoque;
•• o tempo de permanência no estoque.
Esses são os chamados Custos de Armazenagem e são calculados com base no Estoque Médio
(geralmente são indicados como um % do valor em estoque – Fator de Armazenagem).
Para calcular o custo de armazenagem de um material, utiliza-se a seguinte expressão:

Custo de Armazenagem = Qm x T x P x I

Qm = Quantidade média de material em estoque no tempo considerado (Lote de Compras/2)


T = Tempo considerado de armazenagem P = Preço unitário do material
I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de porcentagem do custo unitário.
É o somatório de diversas taxas, tais como: retorno de capital, de armazenamento físico, de
seguro, de transporte, manuseio e distribuição, de obsolescência, de água, luz etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1473
Este cálculo considera que o custo de armazenagem é proporcional ao estoque médio e que o
preço unitário é constante no período analisado.
Obs: alguns itens que compõem o
custo de estoque são constantes cus-
tos fixos. Por causa desses custos fi-
xos, o custo total de estocagem nun-
ca será zero. Ex.: aluguel, despesas
administrativas, manutenção básica.
Geralmente, esses custos fixos são
usados para compor a Taxa de Arma-
zenagem (I)

Custo de Pedido

Para se fazer uma apuração anual das despesas com pedidos, basta somar todos os custos para
se fazer pedidos: mão de obra para a emissão e o processamento, material utilizado para a
confecção do pedido e outros custos indiretos (telefone, energia, água etc.).
O somatório desses valores gera o Custo Total de Pedido (CTP).
A fórmula para calcular o CTP é simples, basta multiplicar o custo de se fazer um pedido (B)
pelo número de pedidos realizados (N).

CTP = CUSTO UNITÁRIO DE PEDIDO * NÚMERO DE PEDIDOS = B * N

O número de pedidos pode ser calculado dividindo-se o consumo total de uma mercadoria (C)
pela quantidade de peças compradas por pedido (Q), ou seja, C/Q.

CTP = B * C / Q

Quanto maior o lote de compras, menor CTP, ou seja,


o custo de pedido é inversamente proporcional, ele
diminui com o aumento lote de compras.

Há, ainda, o Custo da Falta de Estoque, que pode


acarretar multas, ou perdas de vendas e de clientes,
além de denegrir a imagem da empresa perante o
mercado.

1474 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Custos de Estoque – Prof. Rafael Ravazolo

Custo Total

É o somatório do Custo Total de Pedido com o Custo Total de Armazenagem.

C = consumo total anual Q = número de peças compradas por pedido


B = custo unitário de pedido P = preço unitário da peça I = taxa de armazenagem anual

O Lote Econômico de Compra (LEC) é a quantidade a ser comprada que vai minimizar os custos
de estocagem e de aquisição.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1475
Slides – Custos de Estoque

Custos de Estoque
• A necessidade de manter estoques gera uma série de custos
(fixos e variáveis) às organizações.
‒ Custos de Capital: juros, depreciação etc.
‒ Pessoal: salários, encargos sociais etc.
‒ Edificação: aluguel, impostos, luz, conservação etc.
‒ Manutenção: equipamento, deterioração, obsolescência etc.

• É possível custo zero de estocagem?

Custo de Armazenagem
• É diretamente proporcional à quantidade estocada e ao tempo
de armazenamento

Qm x T x P x I
Qm = Quantidade média de material em estoque no tempo considerado
T = Tempo considerado de armazenagem
P = Preço unitário do material
I = Taxa de armazenamento (% do custo unitário) - somatório de diversas taxas:
retorno de capital, de armazenamento físico, de seguro, de transporte...

1476 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Custos de Estoque – Prof. Rafael Ravazolo

Custo de Armazenagem

Qm x T x P x I
3

Custo de Pedido
• É inversamente proporcional – quanto maior o lote de compras,
menor o custo total de pedidos.
CTP = Custo Unitário de Pedido * Número de Pedidos
Número de pedidos = consumo total da mercadoria (C) _
quantidade de peças por pedido (Q)

B = Custo unitário de Pedido

www.acasadoconcurseiro.com.br 1477
Custo Total

Custo de pedido + Custo de armazenagem

1478 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

NÍVEIS DE ESTOQUE E REPOSIÇÃO

O gráfico abaixo, que define a relação entre o consumo do estoque e sua reposição (saída e
entrada), é chamado dente de serra.

Este ciclo será sempre repetitivo e constante se:


a) não existir alteração de consumo durante o tempo T;
b) não existirem falhas administrativas que provoquem um esquecimento ao solicitar compra;
c) nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade.
d) o fornecedor nunca atrasar;
Como essa condição ideal não ocorre, é natural haver falhas na operação, como representado a
seguir.
Neste gráfico, podemos notar que durante os
meses de abril, maio e junho, o estoque esteve
a zero e deixou de atender a uma quantidade
de 300 peças.

A partir dessa análise fica clara a função do Estoque


de Segurança (Mínimo).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1479
Pode-se calcular o Estoque de Segurança:
1. Multiplicando-se o Consumo Médio (diário, mensal etc.) por um fator de segurança
arbitrado pela organização, geralmente uma fração do tempo de reposição.

Emin = Consumo médio * k

2. Multiplicando-se o tempo de reposição pela diferença entre o consumo máximo e o médio.

Emin = TR * (Cmáx – Cmédio)

3. Calculando-se a raiz quadrada do produto entre Consumo Médio e Tempo de reposição.

Emin = √(Cmédio*TR)

Os principais sistemas de controle dos níveis dos estoques - que determinam quando o material
deve ser reposto no estoque - são:

Sistemas de Duas Gavetas


É o método mais simples, utilizado geralmente para itens de baixo valor (itens da classe C, se
considerarmos uma classificação ABC).
Consiste na separação física do estoque de determinado material em duas partes (gavetas,
caixas etc.).
A gaveta 1 possui o estoque equivalente ao consumo previsto
para o período, ou seja, os pedidos rotineiros do material são
retirados dessa gaveta.
A gaveta 2 possui o estoque suficiente para atender o consumo
durante o período de reposição (lead time), acrescido do
estoque de segurança.
Quando o estoque da gaveta 1 chega a zero, é feito um novo
pedido. Nesse meio tempo, utiliza-se a gaveta 2. Quando o
material de reposição chega, primeiramente preenche-se a
gaveta 2 (a reserva) e, o que sobrar, vai para a gaveta 1 (a que
será usada rotineiramente).

1480 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

Sistema de Revisões Periódicas

Outros nomes: reposição periódica/cíclica; quantidade variável e período fixo; modelo do


Estoque Máximo; sistema de periodicidade fixa ou sistema “P”.
O nível de estoque de um item é revisado periodicamente, em intervalos de tempo fixos. O
material é reposto periodicamente em ciclos de tempo iguais, chamados períodos de revisão.
Nessa técnica, compra-se de forma a alcançar o nível máximo de produto em estoque – a
quantidade necessária para o próximo período.

Calcula-se o lote de pedido como sendo estoque máximo do produto menos a quantidade
apurada em estoque (leva-se em consideração também o estoque de segurança).
O método de reposição periódica também permite aproveitar a situação de se fazer um pedido
com mais de um produto a um mesmo fornecedor visando ganhos no transporte e descontos
no valor total do pedido.
A maior dificuldade dessa técnica é calcular o ciclo de tempo para as apurações de estoque e o
volume máximo de estoque admitido.
•• Uma periodicidade baixa entre pedidos gera um estoque médio alto e, por consequência,
maiores custos.
•• Uma periodicidade alta aumenta o custo de pedido e o risco de ruptura.

Sistema de Revisão Contínua

Outro nomes: sistema de Reposição Contínua; do Ponto de Reposição; do Estoque Mínimo, ou


“Mínimos e Máximos”; da quantidade fixa ou sistema “Q”.
O estoque é revisado continuamente e o novo pedido de compras é feito sempre que o estoque
atingir o Ponto de Pedido (ou de Reposição).
Em outras palavras, deve-se fazer uma nova reposição do estoque quando o estoque virtual
(estoque físico + fornecimentos não entregues) estiver abaixo ou igual a uma determinada
quantidade predeterminada, que é o ponto de ressuprimento ou ponto de pedido.
A fórmula para calcular o Ponto de Pedido é:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1481
O Consumo Médio representa quanto a organização consome do produto em um período de
tempo (demanda por semana, mês etc.).
O Lead Time é o tempo de ressuprimento, compreendido entre a emissão do pedido de compra
até o recebimento - no gráfico, é o intervalo entre 1 e 2.
Como existem incertezas tanto na taxa de demanda como no tempo de ressuprimento, deve-
se acrescentar o Estoque de Segurança (no gráfico, entre os pontos 3 e 4, percebe-se que não
houve a entrega do pedido e, consequentemente, o estoque de segurança foi utilizado).

Métodos de determinação dos lotes de compra

Quantidade fixa
Determinada arbitrariamente. Utilizada em peças com tempo/custo alto de preparação.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
Compra 50 50 50 150
Necessidade 10 7 50 15 20 4 30 10 4 130
Saldo 40 33 33 53 38 88 68 64 34 34 24 20

Lote Econômico
O Lote Econômico de Compra (LEC) é a quantidade a ser comprada que vai minimizar os custos
de estocagem e de aquisição.
Pressupostos:
•• a demanda considerada é conhecida e constante;
•• não há restrições quanto ao tamanho dos lotes;
•• os custos envolvidos são apenas de estocagem
(por unidade) e de pedido (por ordem de compra);

1482 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

•• não é possível agregar pedidos de mais de um produto do mesmo fornecedor.


•• o lead time é constante e conhecido;
Para calcular o LEC, temos a seguinte fórmula:
D = Demanda
CF = Custo Fixo por Pedido
CE = Custo Unitário de Estocagem
Com o LEC é possível calcular também:
•• Tempo entre pedidos: TEP = LEC / D
•• Frequência de pedidos: FP = D / LEC
Exemplo:
O consumo de determinada peça é de 19.470 unidades por ano. O custo de armazenagem por
peça é de $ 2,00 por ano e o custo de pedido é de $ 541,00.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
324 324 324 324 1298
Compra
5 5 5 5 0
300 900 700 130 150 600 600 100 200 165 165 780 1298
Necessidade
0 0 0 0 0 0 0
294 204 134 45 179 119 590 283 835 243 780 0
Saldo
5 5 5 0 0 5 0

Lote a Lote
A compra é efetuada para uma quantidade igual à necessidade do período. Reduz custos de
armazenagem, sendo recomendado para itens de alto valor de compra e de consumo variável.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
Compra 25 7 50 10 30 4 10 136
Necessidade 25 7 50 10 30 4 10 136
Saldo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

www.acasadoconcurseiro.com.br 1483
Reposição Periódica
Calcula-se a quantidade em função das necessidades reais, utilizando a fórmula do lote
econômico para determinar o número de pedido e o intervalo de ressuprimento.
Conforme exemplo anterior:
Tempo entre pedidos = 3245 peças / 19470 peças por ano = 0,1667 anos = 60 dias
Frequência de pedidos: 19470 / 3245 = 6 pedidos por ano

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total
Compra 3245 3245 3245 3245 3245 3245 19470

Necessidade 1650 1550 1650 1550 1650 1650 1650 1550 1650 1650 1650 1620 19470

Saldo 1595 45 1640 90 1685 35 1630 80 1675 25 1620 0

MRP

O MRP (Materials Requirements Planning - Planejamento das Necessidades de Materiais)


preocupa-se basicamente com o dimensionamento correto dos estoques e o suprimento dos
materiais usados na fabricação de um determinado produto.
Em outras palavras, a partir de informações básicas sobre a necessidade de produção (“quantos”
produtos finais serão necessários e “quando”) ele usa uma série de procedimentos e regras de
decisão para definir as quantidades necessárias de materiais (cuja demanda é dependente do
produto final) e o tempo exato para sua utilização na fabricação dos produtos finais.
O MRP centraliza o processo de decisão e caracteriza-se como um método de “empurrar”
estoques (necessidades de materiais calculadas de trás para frente a partir das datas dos
pedidos), de preferência aplicável a partes e componentes cuja demanda dependa da demanda
de outro produto.
Os objetivos do MRP são:
•• garantir a disponibilidade de materiais, componentes e produtos para atendimento ao
planejamento da produção e às entregas dos clientes;
•• manter os inventários no nível mais baixo possível;
•• planejar atividade de manufatura, de suprimento e de programação de entregas.
Os principais elementos que o MRP usa para realizar seus cálculos eficazmente podem ser
vistos a seguir.
•• Programa Mestre de Produção (MPS – Master Production Schedule): é o sistema de
planejamento de prioridades que orienta todo o MRP. É o programa de produção a ser
cumprido, com quantidades e prazos, exigidos pelo cliente. Envolve programação das
máquinas e equipamentos e as necessidades de mão de obra. Tomando por base os pedidos

1484 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

dos clientes e as previsões de demanda, ele informa ao MRP quais os componentes e


quando serão agregados ou transformados no produto final planejado (figura ao lado).
•• Folha de Operação: documento que
mostra todos os dados de uma peça,
tais como o material de que é feita, as
máquinas e os tempos necessários para
sua fabricação, pessoas envolvidas, etc.
•• Lista de Materiais: são os “ingredientes
do bolo”. Documento que mostra a
estrutura de um produto, ou seja, todos
os elementos necessários para fabricar
um produto.
•• Codificação dos Materiais: é a
especificação completa de cada matéria-
prima, material ou componente que se
utiliza.
•• Controle de Estoque (registros de inventário): mostra as quantidades de materiais
disponíveis no estoque.
As vantagens de adoção de um
sistema MRP são:
•• manutenção de níveis baixos
de estoque de segurança, mi-
nimizando ou eliminando in-
ventários;
•• possibilidade de verificar rapi-
damente problemas nos pro-
cessos ou o impacto de qual-
quer replanejamento;
•• programação baseada na de-
manda real ou na previsão;
•• coordenação no uso de mate-
riais e máquinas;
As limitações desse sistema são:
•• necessidade de processamento computacional pesado;
•• aumento de custos de pedido/transporte devido à diminuição dos lotes de compra;
•• em alguns casos, a alta complexidade gera problemas de programação e compreensão da
produção.
O conceito de MRP foi ampliado para o sistema MRP II – Manufacturing Resources Planning –
Planejamento dos Recursos de Manufatura. A grande diferenciação é que o MRP II permite a
integração do planejamento operacional ao financeiro, gerindo todos os recursos da empresa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1485
Em relação à base do MRP original (que somente dispunha de informações sobre itens - dados
cadastrais e tempos de ressuprimento, estruturas de produtos e quantidades em estoque),
foram acrescentadas novas informações
relativas aos recursos produtivos. Para os
cálculos das necessidades de outros
recursos, foram acrescidos ao MRP dois
módulos: 1) planejamento das necessidades
de capacidade produtiva ou CRP (Capacity
Requirements Planning); 2) controle de chão
de fábrica ou SFC (Shop Floor Control), que
permite o acompanhamento das atividades
de liberação de ordens, comparando-se o
que foi planejado com o executado na
fábrica.
O sistema MRP II tem como deficiência o fato de não prever melhorias na redução dos
desperdícios, tampouco promover o melhoramento contínuo do processo produtivo. Para
tanto, as organizações adotam a filosofia Just In Time (JIT) para gestão de fluxos, estocagem
e processos produtivos. O MRP II aceita perfeitamente o uso do JIT, trabalhando em conjunto,
formando um sistema de plano global de produção.

Just in Time
Just in time (JIT) é uma expressão que, em português, significa “bem na hora”.
O JIT é uma filosofia de produção, surgida no Japão, voltada para eliminação de desperdícios no
processo total de fabricação, desde as compras até a distribuição. Nela, o produto ou matéria
prima chega ao local necessário, para seu uso ou venda, sob demanda, no momento exato em
que for necessário. Permite atender ao cliente (interno ou externo) no momento exato de sua
necessidade, com as quantidades certas, evitando assim a manutenção de grandes estoques.
Isso é feito utilizando-se três componentes básicos: estabelecer e melhorar o fluxo do processo
de produção; qualidade - fazer certo da primeira vez; e envolvimento dos funcionários.
Tem como princípios básicos um fluxo organizado de produção, um sistema de “puxar” a
produção, com muita atenção a normas e a procedimentos de qualidade total, contínua melhora
do processo (kaizen), estoques mínimos, parcerias com os fornecedores e honestidade.
O Just In Time vem com a premissa da produção puxada, que resulta em diminuir o estoque e
manter apenas o necessário para a produção de determinada quantidade, em determinado dia.
Tal filosofia é o inverso da denominada Just in Case, na qual a forma de produzir era baseada
em produção empurrada, grandes estoques de matérias-primas e de produtos acabados.
Apesar de não definir uma metodologia de como fazer, a filosofia JIT busca:
•• Minimização dos lead times e dos prazos de fabricação dos produtos finais;
•• Redução contínua dos níveis de inventário (meta do “estoque zero”) por meio da melhoria
da produção – a melhoria contínua estimula o reconhecimento dos erros e trabalha no
sentido de eliminá-los por completo (“erro zero”);

1486 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

•• Redução dos tempos de preparação de máquina (set up) a fim de flexibilizar a produção;
•• Redução ao mínimo do tamanho dos lotes fabricados, buscando o lote igual à unidade;
•• Liberação para a produção através do conceito de "puxar" estoques, ao invés de "empurrar"
com antecipação à demanda;
•• Flexibilidade da manufatura pela redução dos tamanhos dos lotes, tempos de preparação e
tempo de processo;
•• Manutenção preventiva e eliminação de defeitos para evitar o retrabalho;
•• Retomo imediato de informações com métodos de autocontrole;
•• Redução da movimentação através de plantas compactas;
•• Diversificação da capacidade: operários polivalentes e proativos – envolvidos na melhoria;
•• Desenvolvimento de fornecedores com as mesmas ideias.
O Just in Time tende a reduzir os custos operacionais, pois diminui a necessidade da
mobilização e manutenção de espaço físico, principalmente na estocagem de matéria prima ou
de mercadoria a ser vendida. Ele também aumenta a qualidade, a flexibilidade, a velocidade e a
confiabilidade do processo produtivo (e dos produtos).
Por outro lado, por não contar com grandes estoques adicionais, as empresas que usam essa
técnica devem se assegurar da ausência de peças defeituosas. A dificuldade em sincronizar a
operação e as restrições de capacidade de processamento, confiabilidade e flexibilidade são
algumas das barreiras na implantação do just in time.

Kanban
O Kanban é uma das técnicas usadas para atingir as metas do JIT, pois proporciona redução do
estoque, otimização do fluxo de produção, redução das perdas e aumento da flexibilidade.
A palavra Kanban é de origem japonesa e significa cartão. Portanto, a técnica utiliza cartões
com a função de informar o que, quanto e quando produzir e para onde levar esses produtos
fabricados. É uma forma de controle visual e/ou auditivo em um sistema de produção puxada.
Basicamente, segue o seguinte fluxo:
1. Um usuário com necessidade de peças vai à área de produção, onda há inúmeros contêiners
com peças;
2. O usuário pega o contêiner que contém o cartão (kanban) com a sua identificação (pois as
peças já haviam sido previamente solicitadas).
3. O usuário deixa um cartão (kanban) com a ordem de produção para mais um lote. Após
serem produzidas as peças, o cartão será anexado ao novo contêiner cheio... e todo
processo recomeça.
O sistema Kanban propicia fluxos de produção mais uniformes e a oportunidade de se fazer
melhorias, além de reduzir o material em processo até o mínimo absoluto, pois produz apenas
quantidades demandadas.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1487
Rotatividade do Estoque

Giros de Estoques ou Rotatividade é um indicador que aponta a quantidade de vezes que


uma empresa consegue girar seu estoque durante certo período, ou seja, quantas vezes que o
estoque foi totalmente vendido e reposto.
Para obtenção dessa informação são confrontados os custos (ou a quantidade) de produtos
vendidos com o estoque médio do período.

Rotatividade = Número de renovações = Consumo total ou Custos dos produtos vendidos


(Giro) do estoque no período Estoque Médio

Quanto maior o giro do estoque, desde que se mantenha o volume do mesmo e a margem de
lucro, maior a eficiência do setor de vendas e menor o tempo em que o dinheiro fica parado.
Resultados acima de 1 (um) indicam o número de renovações do estoque, ou seja, o número de
vezes que a produção foi vendida e completamente reconstituída.
Resultados iguais ou abaixo de 1 (um) indicam que os estoques se renovaram só uma vez ou
sua renovação não foi completa.
Exemplo 1: uma empresa tem vendas anuais de 10.000 unidades e em seu estoque tem 5.000
peças, qual a rotatividade do seu estoque?
R = V / E = 10.000 / 5.000 = 2, ou seja, o estoque da referida empresa gira 2 vezes por ano.
Exemplo 2: uma empresa tem receitas de vendas anuais de R$ 5.000.00,00. O seu custo anual
de vendas foi de R$ 500.000,00 e o lucro foi de R$ 90.000,00. Seu estoque médio possui
investimento de R$ 200.000,00. Qual a rotatividade do estoque?
R = Custo materiais vendidos / Estoque = 500.000,00 / 200.000,00 R = 2,5
Existe também o Antigiro, ou Índice de Cobertura dos Estoques, que é a indicação do período
de tempo que o estoque consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimento.

Índice de cobertura dos estoques = Estoque médio (quantidade ou valor)


(Antigiro) Consumo total previsto (quantidade ou valor)

Quanto menor for o estoque, em relação à projeção de vendas, menor será a cobertura em
dias, semanas etc. Isto significa que, quando a cobertura de estoque apresenta‐se muito baixa,
corre-se o risco de faltar mercadoria para atendimento ao cliente. No caso contrário, com o
índice de cobertura muito alto, corre-se o risco de ter estoques parados ou obsoletos.
Este indicador é bastante utilizado em períodos anteriores a grandes aumentos de demanda
sazonais, por exemplo, na Páscoa.

1488 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Níveis de Estoque e Reposição

Níveis de Estoque e Reposição


• Gráfico Dente de Serra - relação entre o consumo do estoque e
sua reposição (saída e entrada).

• Consumo, prazo e lotes constantes.


1

Níveis de Estoque e Reposição


• Gráfico Dente de Serra com falhas na operação - Ruptura

www.acasadoconcurseiro.com.br 1489
Níveis de Estoque e Reposição
• Introdução do Estoque Mínimo (de segurança)

Níveis de Estoque e Reposição


• Cálculo do Estoque Mínimo (de Segurança)
‒Multiplicando-se o Consumo Médio (diário, mensal etc.) por
um fator de segurança arbitrado pela organização,
geralmente uma fração do tempo de reposição.
Emin = Consumo médio * k
‒Multiplicando-se o tempo de reposição pela diferença entre
o consumo máximo e o médio.
Emin = TR * (Cmáx – Cmédio)
‒Calculando-se a raiz quadrada do produto entre Consumo
Médio e Tempo de reposição.
Emin = 𝐶𝑚é𝑑𝑖𝑜 ∗ 𝑇𝑅
4

1490 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

Níveis de Estoque e Reposição


• Principais sistemas

‒Duas Gavetas

‒Revisões Periódicas

‒Revisões Contínuas

Duas Gavetas – Método mais simples

– Gaveta 1:
• Estoque para consumo cotidiano

– Gaveta 2
• Estoque para consumo durante o
lead time + estoque mínimo

www.acasadoconcurseiro.com.br 1491
Revisões periódicas
• Outros nomes: reposição periódica/cíclica; quantidade variável e
período fixo; modelo do estoque máximo; sistema de periodicidade fixa
ou sistema “P”.
• O material é reposto periodicamente em ciclos de tempo iguais,
chamados períodos de revisão.

Revisões periódicas
• Compra-se de forma a alcançar o estoque máximo
• Lote de pedido = Q max – Q em estoque
‒Pode-se considerar também o estoque virtual

• Vantagem: vários materiais num mesmo pedido


• Riscos:
‒Periodicidade baixa entre pedidos = estoque médio alto e
maiores custos.
‒Periodicidade alta = aumento do custo de pedido e do risco
de ruptura.
8

1492 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

Revisão Contínua

• Outro nomes: sistema de Reposição Contínua; do Ponto


de Reposição; do Estoque Mínimo, ou “Mínimos e
Máximos”; da quantidade fixa ou sistema “Q”.
• O estoque é revisado continuamente e o novo pedido de
compras é feito sempre que o estoque atingir o Ponto de
Pedido (ou de Reposição).
PP = Cmédio x Lead Time + EstSeg

Revisão Contínua

10

www.acasadoconcurseiro.com.br 1493
Cálculo dos lotes de compra
• 1 - Quantidade fixa
‒ Determinada arbitrariamente.
‒ Utilizada em peças com tempo/custo alto de preparação.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 50 50 50 150

Necessidade 10 7 30 15 20 4 30 10 4 130

Saldo 40 33 33 53 38 88 68 64 34 34 24 20

Cálculo dos lotes de compra


• 2- Lote Econômico de Compras
‒quantidade a ser comprada que vai minimizar os custos de
estocagem e de aquisição.

‒Restrições:
o Demanda conhecida e constante;
o Tamanho dos lotes sem limites;
o Envolve apenas custo fixo de pedido (CF) e de estocagem por
unidade (CE);
o Pedido de apenas um produto por vez;
o Lead time é constante e conhecido;
12

1494 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

Cálculo dos lotes de compra


• 2- Lote Econômico de Compras
• Exemplo: o consumo de determinada peça é de 19.470 unidades por
ano. O custo de armazenagem por peça é de $ 2,00 por ano e o custo de
pedido é de $ 541,00.

Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 3245 3245 3245 3245 12980

Necessidade 300 900 700 1300 1500 600 600 1000 2000 1650 1650 780 12980

Saldo 2945 2045 1345 45 1790 1190 590 2835 835 2430 780 0

13

Cálculo dos lotes de compra


• 3 – Lote a lote
‒ Quantidade igual à necessidade do período.
‒ Reduz custos de armazenagem
‒ Recomendado para itens de alto valor de compra e de consumo variável.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 25 7 50 10 30 4 10 136

Necessidade 25 7 50 10 30 4 10 136

Saldo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

www.acasadoconcurseiro.com.br 1495
Cálculo dos lotes de compra
• 4 – Revisão Periódica
‒ Quantidade em função das necessidades reais
‒ Utiliza fórmula do lote econômico para calcular o intervalo de
ressuprimento e o número de pedidos.
‒ Tempo entre pedidos = 3245 peças / 19470 peças por ano = 0,1667 anos =
60 dias
‒ Frequência: 19470 / 3245 = 6 pedidos por ano
Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 3245 3245 3245 3245 3245 3245 19470

Necessidade 1650 1550 1650 1550 1650 1650 1650 1550 1650 1650 1650 1620 19470

Saldo 1595 45 1640 90 1685 35 1630 80 1675 25 1620 0

MRP
• Materials Requirements Planning
Planejamento das Necessidades de Materiais
‒Sistema integrado de controle de materias.
‒Faz o dimensionamento correto dos estoques e o suprimento
dos materiais usados na fabricação de um determinado
produto.

Necessidade de MRP Materiais


produção
• Quantos produtos? • Cálculos • Tipos usados
• Quando devem estar • Regras de decisão • Quantidade necessária
prontos? • Momento do uso

16

1496 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

MRP
• Centraliza o processo de decisão
• Método de “empurrar” estoques - de trás para frente
• Objetivos:
‒garantir a disponibilidade de materiais, componentes e
produtos para atendimento ao planejamento da produção e
às entregas dos clientes;
‒manter os inventários no nível mais baixo possível;
‒planejar atividade de manufatura, de suprimento e de
programação de entregas.

17

Componentes do MRP

• Outros itens: Folha de Operação e Codificação dos Materiais


18

www.acasadoconcurseiro.com.br 1497
Processamento do MRP

MRP
• Vantagens:

‒manutenção de níveis baixos de estoque de segurança,


minimizando ou eliminando inventários;
‒possibilidade de verificar rapidamente problemas nos
processos ou o impacto de qualquer replanejamento;
‒programação baseada na demanda real ou na previsão de
vendas;
‒coordenação no uso de materiais e máquinas;

20

1498 www.acasadoconcurseiro.com.br
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MRP

• Limitações:

‒necessidade de processamento computacional pesado;


‒aumento de custos de pedido e de transporte devido à
diminuição dos lotes de compra;
‒em alguns casos, a alta complexidade gera problemas de
programação e compreensão da produção.

21

Evolução – MRP II
Manufacturing Resources Planning
= MRP I + informações dos recursos produtivos
opermite a integração do planejamento financeiro ao
operacional, gerindo todos os recursos da empresa.
oFaz cálculos baseado em:
‒ Planejamento e previsão de vendas
‒ Controle e acompanhamento da fabricação
‒ Compras e contabilização dos custos
‒ Infraestrutura de informação industrial
‒ Estoques, Pedidos, Capacidade produtiva etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1499
Just in Time
Filosofia de produção japonesa voltada para eliminação de
desperdícios no processo total de fabricação
(das compras até a distribuição).

• Material chega ao local necessário, sob demanda, no momento


exato em que for necessário.
‒ Evita grandes estoques.

• Três componentes básicos:


‒ Estabelecer e melhorar o fluxo do processo de produção;
‒ Qualidade - fazer certo da primeira vez;
‒ Envolvimento dos funcionários.
23

Just in Time
• Princípios:
‒Fluxo organizado de produção;
‒Sistema de “puxar” a produção (JIT x Just in Case)
‒Atenção a normas e a procedimentos de qualidade total;
‒Melhoria contínua do processo (kaizen);
‒Estoques mínimos;
‒Parcerias com os fornecedores;
‒Honestidade.

24

1500 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

Just in Time
• Melhoria da produção – reconhecer dos erros e eliminar (“erro zero”);
• Flexibilidade
‒ Redução dos tempos de ressuprimento, de produção e de preparação de máquina
(set up);
‒ Redução ao mínimo do tamanho dos lotes fabricados (lote igual à unidade);
• Redução contínua dos níveis de inventário (meta do “estoque zero”);
• Puxar estoques, ao invés de empurrar com antecipação à demanda;
• Manutenção preventiva;
• Feedback imediato e métodos de autocontrole;
• Redução da movimentação através de plantas compactas;
• Operários polivalentes e envolvidos na melhoria;
• Desenvolvimento de fornecedores com as mesmas ideias. 25

Just in Time
• Benefícios:
‒Reduz os custos operacionais;
‒Aumenta a qualidade, a flexibilidade, a velocidade e a
confiabilidade do processo produtivo (e dos produtos).

• Problemas:
‒Com baixos estoques de segurança, defeitos pode impedir a
entrega de um lote encomendado pelo cliente.
‒Dificuldade em sincronizar a operação e as restrições de
capacidade de processamento, confiabilidade e flexibilidade.
26

www.acasadoconcurseiro.com.br 1501
Kanban

• Técnica usada para atingir as metas do JIT.


• Kanban = cartão = controle visual/auditivo da produção
‒Função de informar o que, quanto e quando produzir e para
onde levar esses produtos fabricados.
• Como funciona?
• Vantagens: redução do estoque (produção puxada - produz
apenas o que é solicitado), o�mização do fluxo de produção,
redução das perdas e aumento da flexibilidade.
27

Rotatividade do Estoque
• Giro do Estoque
‒ Indicador da quantidade de vezes uma empresa consegue renovar seu
estoque durante um certo período = totalmente vendido e reposto.
Rotatividade =
Número de renovações do estoque no período =

Quantidade ou Custos dos produtos vendidos


Estoque Médio

Quanto maior o giro, maior a eficiência do setor de estoques e menor o


tempo em que o dinheiro fica parado.
Resultados > 1 vs. Resultados < 1
28

1502 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Níveis de Estoque e Reposição – Prof. Rafael Ravazolo

Rotatividade do Estoque
• Antigiro = Índice de Cobertura dos Estoques
‒ É a indicação do período de tempo que o estoque consegue cobrir as
vendas futuras, sem que haja suprimento.

Índice de cobertura dos estoques


=
Estoque em determinada data (quant. ou valor)
Previsão de vendas futuras (quant. ou valor)

‒ Cobertura baixa = possibilidade de faltar produto


‒ Cobertura alta = risco de obsolescência
29

www.acasadoconcurseiro.com.br 1503
Administração
Aula XX

CURVA ABC

A classificação ABC é um tipo muito importante de controle de estoque. Ela permite identificar
aqueles itens que merecem maior atenção e tratamento adequados, de acordo com sua
importância financeira relativa dentro do estoque.
A curva usa como base o princípio de Pareto (80-20). Ele elaborava um estudo de renda e
riqueza da população italiana e descobriu que 80% da riqueza local estava concentrada com
20% da população. A aplicabilidade dos fundamentos do método de Pareto foi comprovada e
posta em prática nos Estados Unidos, logo após a Segunda Guerra Mundial (1951), pela General
Eletric.
Trata-se de classificação em que se considera a importância dos materiais, baseada nas
quantidades utilizadas e no seu valor total.
No controle de estoques, a curva ABC divide os materiais em 3 grupos:
Grupo A: poucos itens - maiores valores ou importância.
São os itens que devem receber maior atenção.
Geralmente 20% dos itens correspondem, em média, a
aproximadamente 70% do valor monetário do estoque.
Grupo B: São os itens de importância intermediária e que
devem receber atenção logo após as medidas tomadas
sobre os itens da classe A. Representam em média 30%
dos itens e corresponderem a aproximadamente 20% do
valor monetário.
Grupo C: São os itens de menor importância. Embora volumosos em quantidades, possuem
valor monetário bem reduzido, permitindo maior período de tempo para a sua análise e
estratégia de decisão. Representam geralmente 50% dos itens e correspondem, em média, a
aproximadamente 10% do valor monetário total.
A curva ABC relaciona o consumo do estoque, o investimento aplicado e a quantidade de
itens que formam o estoque. Essa classificação facilita o planejamento e reduz os serviços
burocráticos e a análise dos inventários. Obtém-se a curva por meio da ordenação dos itens
conforme a sua importância relativa.

Como elaborar a curva ABC

A construção da curva ABC compreende as seguintes fases genéricas:


1. Relação dos itens com seus valores totais correspondentes

www.acasadoconcurseiro.com.br 1505
2. Tabulação
3. Identificação dos percentuais e da quantidade de itens envolvidos em cada classe
4. Elaboração da curva
5. Interpretação do gráfico, com separação em classes A, B e C
Exemplo:
Estoque da empresa X:

Código Quantidade Valor unitário Valor Total


1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00
6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
TOTAL R$ 141.700,00

Passo 1: ordenar todas as linhas, tomando como critério o valor total encontrado, com os
valores aparecendo em ordem decrescente, ou seja, do maior para o menor.

Código Quantidade Valor unitário Valor Total


6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00
TOTAL R$ 141.700,00

Pode-se constatar que: o item 6 possui o maior valor relativo nesse estoque; o iem 2 possui o
menor valor.
Passo 2: calcular os percentuais relativos a cada item. Basta dividir o valor total de cada item
pelo valor total do estoque.

1506 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Curva ABC – Prof. Rafael Ravazolo

Código Quantidade Valor unitário Valor Total %


6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57%
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11%
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65%
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23%
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82%
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95%
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95%
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71%
TOTAL R$ 141.700,00 100,00%

Passo 3: acumula-se os valores percentuais na última coluna. Basta adicionar a cada item a
soma das porcentagens anteriores, conforme a tabela a seguir.

Código Quantidade Valor unitário Valor Total % % Acumulado


6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 70,57%
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 84,69%
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 90,33%
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 94,57%
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82% 97,39%
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 98,34%
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 99,29%
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71% 100,00%
TOTAL R$ 141.700,00 100,00%

Passo 4: Com a coluna “% Acumulado” concluída, faz-se o gráfico e a análise dos dados obtidos.
No eixo y (vertical - ordenadas) coloca-se o percentual acumulado; no eixo x (horizontal –
abcissas) colocam-se os itens, em ordem decrescente de valor.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1507
Por último, deve-se escolher a proporção desejada para os itens A, B e C. Não existe um padrão
para os valores desta proporção, cada empresa define a sua divisão de classes.
Por exemplo, sendo escolhida uma proporção 70x20x10:
1. deve-se separar na coluna “% Acumulado” o valor que estiver o mais próximo possível de
70%, o qual representará a classe A - 70,57% - item 6.
2. os valores de B, ou seja, deve-se somar 20% acima dos 70% - itens 5 e 4 – 90,33%.
3. o que restar representará os itens da classe C - 7, 3, 8, 1, 2.

No gráfico:

Em uma última análise, percebe-se que para a proporção 70x20x10 o número de itens equivale
a 12 x 25 x 63. O significado é o seguinte: 12% dos itens estariam representando 70% dos valores
em estoque (classe A). 25% representariam 20% (classe B) e 63% representariam apenas 10%
dos valores do estoque (classe C).
A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista, por exemplo, reduzindo em 20% do
valor em estoque dos itens A (apenas 1 item). Isso resulta em uma redução do valor total de
20% x 70,57% = 14,11%.

1508 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Curva ABC – Prof. Rafael Ravazolo

Ao mesmo tempo, uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C (5 itens), reduzirá o
valor total em 50% x 9,67% = 4,84%.

Diferenciação no comportamento das curvas

Se todos os itens possuem o mesmo valor e a mesma


participação no valor total, dizemos que não há
concentração e a curva ABC será representada por uma
reta (cor verde).
Se os valores mais elevados são distribuídos por poucos
itens, então existe uma forte concentração (curva preta).
As curvas laranja e vermelha representam concentrações
fracas e médias, respectivamente.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1509
Slides – Curva ABC

Curva ABC
o Usa o princípio de Pareto.
o Considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades
utilizadas e no seu valor total.
o Identifica os itens que merecem atenção e tratamento adequados,
de acordo com sua importância relativa.
o Facilita o planejamento e reduz os serviços burocráticos e a análise
dos inventários.

Curva ABC
o Divide os materiais
em 3 grupos:
 Grupo A
 Grupo B
 Grupo C

 Obtém-se a curva por meio da ordenação dos itens em


ordem decrescente de acordo com sua importância relativa.
2

1510 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Curva ABC – Prof. Rafael Ravazolo

Curva ABC
• Fases genéricas:
1. Relação dos itens com seus valores totais correspondentes;
2. Tabulação;
3. Identificação dos percentuais e da quantidade de itens
envolvidos em cada classe;
4. Elaboração da curva;
5. Interpretação do gráfico, com separação em classes A, B e C.

Curva ABC
Estoque da empresa X
Código Quantidade Valor unitário Valor Total
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00
6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
TOTAL R$ 141.700,00
4

www.acasadoconcurseiro.com.br 1511
Curva ABC
Passo 1: ordenar todas as linhas, tomando como critério o
valor total encontrado, com os valores aparecendo em ordem
decrescente, ou seja, do maior para o menor.
Código Quantidade Valor unitário Valor Total
6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00
TOTAL R$ 141.700,00
5

Curva ABC
Passo 2: calcular os percentuais relativos a cada item. Basta
dividir o valor total de cada item pelo valor total do estoque.
Código Quantidade Valor unit. Valor Total %
6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57%
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11%
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65%
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23%
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82%
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95%
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95%
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71%
TOTAL R$ 141.700,00 100,00%
6

1512 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Curva ABC – Prof. Rafael Ravazolo

Curva ABC
Passo 3: acumula-se os valores percentuais na última coluna.
Basta adicionar a cada item a soma das porcentagens anteriores.
Valor %
Código Quantidade unitário Valor Total % Acumulado
6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 70,57%
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 84,69%
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 90,33%
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 94,57%
3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82% 97,39%
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 98,34%
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 99,29%
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71% 100,00%
TOTAL R$ 141.700,00 100,00%
7

Curva ABC
Passo 4: faz-se o gráfico e a análise dos dados obtidos.
Eixo y (vertical - ordenadas) = percentual acumulado; Eixo x
(horizontal – abcissas) = itens, em ordem decrescente de valor.

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Curva ABC
• Deve-se escolher a proporção desejada para os itens A, B e C.

• Exemplo: proporção 70 x 20 x 10

Valor %
Código Quant. unitário Valor Total % Acumulado Classe
6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 70,57% A
5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 84,69% B
4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 90,33% B
7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 94,57% C
3 40 R$ 100,00 R$ 3.000,00 2,82% 97,39% C
8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 98,34% C
1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 99,29% C
2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71% 100,00% C
9

Curva ABC
Análise dos resultados
CLASSES Nº ITEM % ITENS VALOR ACUMULADO Código dos itens

A 1 12,5 70,57 % 6
B 2 25 19,76 % 4, 5
C 5 62,5 9,67 % 1, 2, 3, 7, 8

10

1514 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Curva ABC – Prof. Rafael Ravazolo

Curva ABC

• Aplicação prática:

‒Reduzir em 20% do valor em estoque dos itens A (apenas 1


item), resulta em uma redução do valor total de 20% x
70,57% = 14,11%.

‒Reduzir em 50% no valor em estoque dos itens C (5 itens),


reduzirá o valor total em 50% x 9,67% = 4,84%.

11

Curva ABC
• Comportamento das curvas: concentração, acumulação.

12

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Administração
Aula XX

AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

A avaliação de estoque deverá ser realizada em termos de preço, de forma a proporcionar


informações financeiras atualizadas. A avaliação dos estoques inclui o valor das mercadorias e
dos produtos em fabricação ou produtos acabados. Para se fazer uma avaliação desse material,
tomamos por base o preço de custo ou de mercado, preferindo-se o menor entre os dois. O
preço de mercado é aquele pelo qual a matéria-prima é comprada e consta da nota fiscal do
fornecedor. No caso de materiais de fabricação da própria empresa, o preço de custo será
aquele da fabricação do produto.
É possível se realizar uma avaliação dos estoques através dos seguintes métodos:

FIFO ou PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair)

Este método é baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos
itens de estoque é feito pela ordem de entrada do material na empresa: dá-se primeiro
saída nas mercadorias mais antigas (primeiras que entraram), ficando nos estoques as mais
recentes. O primeiro que entrou será o primeiro que sairá e, assim, utilizaremos seus valores na
contabilização do estoque.

LIFO ou UEPS (último a entrar, primeiro a sair)

Este método também é baseado na cronologia das entradas e saídas, mas, ao contrário do
anterior, dá-se primeiro saída nas mercadorias mais recentes (última a entrar), ficando
nos estoques as mais antigas. Em um regime inflacionário, o Lucro pelo método UEPS é o
menor possível, fazendo com que o Imposto de Renda sobre o lucro também o seja. Daí, o
Regulamento do Imposto de Renda não permite que as empresas no Brasil que estejam
obrigadas a declararem tal imposto com base no lucro fiscal utilizem o método UEPS.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1517
Custo Médio
Tem por metodologia a fixação de preço médio dos produtos em estoque. É baseado na
cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito
normalmente pela quantidade da própria ordem de fabricação e os valores finais de saldo são
dados pelo preço médio dos produtos. Cada saída de produto é feita pelo valor de custo médio
dos produtos em estoque.

a) Custo Médio Ponderado Móvel: há uma fusão das quantidades, ou seja, as mercadorias
estocadas serão sempre valoradas pela média dos custos de aquisição, sendo estes
atualizados a cada compra efetuada. O novo custo unitário é obtido pela divisão desse
valor global pelo total de unidades existentes.
b) Custo Médio Ponderado Fixo: é apurado uma só vez, e no final do Exercício, após a última
compra efetuada. Deve-se dividir o custo total das mercadorias disponíveis para venda pela
quantidade total dessas mesmas mercadorias. O critério do Custo Médio Ponderado Fixo
somente pode ser adotado por empresas que utilizam o Sistema de Inventário Periódico,
pois só é possível a sua apuração no final do exercício.

Outros
•• Preço Específico: corresponde a atribuir para cada unidade do estoque o preço que foi
efetivamente pago por ela. Somente utilizado para produtos de fácil identificação física,
como por exemplo: máquinas de grande porte e automóveis.
•• Custo de reposição: os valores são atualizados em razão dos preços de mercado.
•• FEFO (First-Expire, First-Out / ou Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai) serve para
gerenciar o arranjo e expedição de mercadorias de um estoque, levando em consideração
o seu prazo de validade. Este conceito, por sua natureza, é muito utilizado nas operações
das indústrias alimentícias, de bebidas, químicas, farmacêuticas, além de redes de varejo
(como supermercados), servindo de base para promoções, com o propósito de manter
atualizados os estoques de acordo com os prazos de validade.

1518 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Avaliação de Estoque – Prof. Rafael Ravazolo

Slides – Avaliação de Estoque

Avaliação de Estoques
• Avaliação do estoque em termos de $$$$
‒FIFO ou PEPS
‒LIFO ou UEPS
‒Custo Médio
 Ponderado Móvel
 Ponderado Fixo
‒Preço Específico
‒Custo de Reposição
‒FEFO

PEPS

www.acasadoconcurseiro.com.br 1519
UEPS

Custo Médio

1520 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

RECEBIMENTO

O recebimento de materiais não consiste somente no ato de descarregá-los e armazená-los em


algum lugar onde exista um espaço livre, para posterior utilização.
O recebimento é integrado com as áreas de contabilidade, compras e transportes. Ele
intermedeia as tarefas de compra e armazenamento, envolvendo desde a recepção do material
na entrega pelo fornecedor, passando pelas conferências, até a entrada nos estoques. É o ato
pelo qual a equipe do almoxarifado, ou uma comissão designada, quando for o caso, recebe
do fornecedor os materiais e efetua as conferências necessárias (quantitativa e/ou qualitativa)
para dar o aceite dos produtos.
As tarefas básicas do recebimento são:

1. Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;

2. Analisar a documentação, verificando se a compra está autorizada;

3. Controlar os volumes declarados na documentação/nota fiscal com os volumes


efetivamente recebidos;

4. Fazer a conferência visual - exame para constatação de avarias (defeitos), análise da


disposição das cargas, observação das embalagens quanto a evidências de quebras,
umidade, amassados etc.;

5. Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos;

6. Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;

7. Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao


fornecedor;

8. Liberar o material desembaraçado para o estoque;


O objetivo de se realizar o recebimento e a conferência é assegurar que o material entregue
esteja em conformidade com as especificações constantes no contrato. Essa preocupação visa
aumentar o controle e a confiabilidade em relação aos fornecedores, além de evitar retrabalho,
desperdícios e ineficiência no almoxarifado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1521
Ao final do processo de recebimento a responsabilidade pela guarda e conservação do material
é transferida do fornecedor ao recebedor.

Fases do Recebimento:

São quatro fases básicas: entrada de materiais; conferência quantitativa; conferência


qualitativa; regularização.

Entrada de Materiais
Conferência Visual: exame para constatação de avarias (defeitos), análise da disposição das
cargas, observação das embalagens quanto a evidências de quebras, umidade, amassados
etc. (Obs.: alguns autores consideram a conferência visual como uma espécie de conferência
qualitativa)
Descarga: atividade inicial do processo, ocorre quando o produto chega ao local de
armazenagem. Dependendo da natureza do material envolvido, é necessária a utilização de
equipamentos, dentre os quais se destacam paleteiras, empilhadeiras etc.

Conferência Quantitativa
Verificação da quantidade, volume, peso, tamanho etc. de produtos entregues de acordo com
a discriminação da documentação fiscal. Geralmente há uma tolerância prevista em contrato.

1522 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Recebimento – Prof. Rafael Ravazolo

•• Pelo volume total da entrega: a carga é averiguada integralmente, contabilizando-se todos


os itens que foram entregues. Pode ser realizada de duas maneiras:
a) Contagem normal: verifica-se a nota fiscal e, sabendo dos quantitativos dos materiais, faz-
se a contagem da carga;
b) Contagem cega: faz-se a contagem da carga e, depois, compara-se com os quantitativos da
nota fiscal.
•• Por amostragem da carga: do quantitativo declarado na nota fiscal é definido um percentual
de cada item que será verificado para apuração de possíveis desvios.

Conferência Qualitativa
Inspeção técnica por meio da confrontação das condições contratadas com as efetivamente
recebidas, visando garantir o recebimento adequado do material contratado por meio do
exame de suas características dimensionais, específicas e restrições de especificação (análise
visual, dimensional, testes – mecânicos, elétricos, químicos etc.)
Pode, também, ocorrer a inspeção de materiais no próprio fornecedor, seja durante a
fabricação, seja após o término da produção.

Regularização
Controle do processo de recebimento para a decisão de aceitar ou recusar e, finalmente,
autorizar o pagamento ao fornecedor, dar entrada no estoque e encerrar o processo. Ocorre
pela confirmação das conferências qualitativa e quantitativa, por meio de laudos de inspeção
técnica.
Após a conferência dos materiais poderá ser realizada a recusa total, o recebimento total ou
parcial.
•• Recusa Total: consiste na situação em que a carga é recusada - nota fiscal não confere,
falta de documentação além da nota fiscal, a especificação do item é diferente etc. Há a
possibilidade de novo agendamento para entrega.
•• Recebimento Total: corresponde à situação em que o fornecedor efetua a entrega
corretamente, atendendo todos os requisitos de documentação, quantidade e qualidade
dos itens.
•• Recebimento Parcial: consiste no aceite da parte correta dos itens, retendo a nota fiscal e
agendando nova entrega para o quantitativo pendente.
Existe uma interligação com as áreas de contabilidade, compras e transporte para que seja
evitado o recebimento de produtos desconformes com o pedido.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1523
Lei 8666/93

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante
termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação
escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de
observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,
observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II – em se tratando de compras ou locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a
especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e consequente
aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante
termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e
segurança da obra ou serviço, nem a ético-profissional pela perfeita execução do contrato,
dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

IN 205/88

DO RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO

3. Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão público


no local previamente designado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a
responsabilidade pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão recebedor.
Ocorrerá nos almoxarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado
ou recebido, caso em que a entrega se fará nos locais designados. Qualquer que seja o local
de recebimento, o registro de entrada do material será sempre no Almoxarifado.

1524 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Recebimento – Prof. Rafael Ravazolo

3.1. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos sistêmicos, decorrerá de:


a) compra;
b) cessão;
c) doação;
d) permuta;
e) transferência; ou
f) produção interna.

3.2. São considerados documentos hábeis para recebimento, em tais casos rotineiros:
a) Nota Fiscal, Fatura e Nota fiscal/Fatura;
b) Termo de Cessão/Doação ou Declaração exarada no processo relativo à Permuta;
c) Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência; ou
d) Guia de Produção.
3.2.1. Desses documentos constarão, obrigatoriamente: descrição do material, quantidade,
unidade de medida, preços (unitário e total).

3.3. Aceitação é a operação segundo a qual se declara, na documentação fiscal, que o material
recebido satisfaz às especificações contratadas.
3.3.1. O material recebido ficará dependendo, para sua aceitação, de:
a) conferência; e, quando for o caso;
b) exame qualitativo.

3.4. O material que apenas depender de conferência com os termos do pedido e do documento
de entrega, será recebido e aceito pelo encarregado do almoxarifado ou por servidor
designado para esse fim.

3.5. Se o material depender, também, de exame qualitativo, o encarregado do almoxarifado,


ou servidor designado, indicará esta condição no documento de entrega do fornecedor e
solicitará ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente esse exame, para a
respectiva aceitação.

3.6. O exame qualitativo poderá ser feito por técnico especializado ou por comissão especial,
da qual, em princípio, fará parte o encarregado do almoxarifado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1525
3.7. Quando o material não corresponder com exatidão ao que foi pedido, ou ainda, apresentar
faltas ou defeitos, o encarregado do recebimento providenciará junto ao fornecedor a
regularização da entrega para efeito de aceitação.

DA CARGA E DESCARGA

6. Para fins desta I.N., considera-se:


a) carga - a efetiva responsabilidade pela guarda e uso de material pelo seu consignatário;
b) descarga - a transferência desta responsabilidade.

6.1. Toda movimentação de entrada e saída de carga deve ser objeto de registro, quer trate
de material de consumo nos almoxarifados, quer trate de equipamento ou material
permanente em uso pelo setor competente. Em ambos os casos, a ocorrência de tais
registros está condicionada à apresentação de documentos que os justifiquem.

6.2. O material será considerado em carga, no almoxarifado, com o seu registro, após o
cumprimento das formalidades de recebimento e aceitação.

6.3. Quando obtido através de doação, cessão ou permuta, o material será incluído em carga, à
vista do respectivo termo ou processo.

6.4. A inclusão em carga do material produzido pelo órgão sistêmico será realizada à vista de
processo regular, com base na apropriação de custos feita pela unidade produtora ou, à
falta destes, na valoração efetuada por comissão especial, designada para este fim.
6.5.1. O valor do bem produzido pelo órgão sistêmico será igual à soma dos custos estimados
para matéria-prima, mão-de-obra, desgaste de equipamentos, energia consumida na
produção, etc.

6.5. A descarga, que se efetivará com a transferência de responsabilidade pela guarda do


material:
a) deverá, quando viável, ser precedida de exame do mesmo, realizado, por comissão
especial;
b) será, como regra geral, baseada em processo regular, onde constem todos os detalhes
do material (descrição, estado de conservação, preço, data de inclusão em carga, destino
da matéria-prima eventualmente aproveitável e demais informações); e
c) decorrerá, no caso de material de consumo, pelo atendimento às requisições internas,
e em qualquer caso, por cessão, venda, permuta, doação, inutilização, abandono (para
aqueles materiais sem nenhum valor econômico) e furto ou roubo.
6.5.1. Face ao resultado do exame mencionado na alínea "a" deste subitem, o dirigente
do Departamento de Administração ou da unidade equivalente aquilatará da necessidade
de autorizar a descarga do material ou a sua recuperação, que, ainda, se houver indício

1526 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Recebimento – Prof. Rafael Ravazolo

de irregularidade na avaria ou desaparecimento desse material, mandar proceder a


Sindicância e/ou Inquérito para apuração de responsabilidades, ressalvado o que dispõe o
item 3.1.1. da I.N./DASP nº 142/83.

6.6. Em princípio, não deverá ser feita descarga isolada das peças ou partes de material que,
para efeito de carga tenham sido registradas com a unidade "jogo", "conjunto", "coleção",
mas sim providenciada a sua recuperação ou substituição por outras com as mesmas
características, de modo que fique assegurada, satisfatoriamente, a reconstituição da
mencionada unidade.
6.6.1. Na impossibilidade dessa recuperação ou substituição, deverá ser feita, no registro
do instrumento de controle do material, a observação de que ficou incompleto(a) o(a)
"jogo", "conjunto", "coleção"; anotando-se as faltas e os documentos que as consignaram.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1527
Slides – Recebimento

Recebimento  
• Ato  pelo  qual  uma  equipe  recebe  do  fornecedor  os  
materiais  e  efetua  as  conferências  necessárias  para  dar  
o  aceite  dos  produtos.  
‒ Intermediação  das  tarefas  de  compra  e  de  armazenamento.  

• Obje?vo:  assegurar  que  o  material  esteja  em  


conformidade  com  as  especificações  constantes  no  
contrato.  

1  

Fases  do  Recebimento  

2  

1528 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Recebimento – Prof. Rafael Ravazolo

Lei  8666/93  
Art.  73.  Executado  o  contrato,  o  seu  objeto  será  recebido:  
 I  –  em  se  tratando  de  obras  e  serviços:  
a)  provisoriamente,  pelo  responsável  por  seu  acompanhamento  e  
fiscalização,  mediante  termo  circunstanciado,  assinado  pelas  partes  em  até  
15  (quinze)  dias  da  comunicação  escrita  do  contratado;  
b)  definiOvamente,  por  servidor  ou  comissão  designada  pela  autoridade  
competente,  mediante  termo  circunstanciado,  assinado  pelas  partes,  após  
o  decurso  do  prazo  de  observação,  ou  vistoria  que  comprove  a  adequação  
do  objeto  aos  termos  contratuais,  observado  o  disposto  no  art.  69  desta  
Lei;  
 II  –  em  se  tratando  de  compras  ou  locação  de  equipamentos:  
a)  provisoriamente,  para  efeito  de  posterior  verificação  da  conformidade  
do  material  com  a  especificação;  
b)  definiOvamente,  após  a  verificação  da  qualidade  e  quanOdade  do  
material  e  consequente  aceitação.  
 

IN  205/88  
•  DO  RECEBIMENTO  E  ACEITAÇÃO  
3.  Recebimento  é  o  ato  pelo  qual  o  material  encomendado  é  entregue  ao  órgão  público  no  local  previamente  
designado,  não  implicando  em  aceitação.  Transfere  apenas  a  responsabilidade  pela  guarda  e  conservação  do  
material,  do  fornecedor  ao  órgão  recebedor.  Ocorrerá  nos  almoxarifados,  salvo  quando  o  mesmo  não  possa  ou  não  
deva  ali  ser  estocado  ou  recebido,  caso  em  que  a  entrega  se  fará  nos  locais  designados.  Qualquer  que  seja  o  local  de  
recebimento,  o  registro  de  entrada  do  material  será  sempre  no  Almoxarifado.  
...  
3.2.  São  considerados  documentos  hábeis  para  recebimento,  em  tais  casos  roNneiros:  a)  Nota  Fiscal,  Fatura  e  Nota  
fiscal/Fatura;  b)  Termo  de  Cessão/Doação  ou  Declaração  exarada  no  processo  relaNvo  à  Permuta;  c)  Guia  de  
Remessa  de  Material  ou  Nota  de  Transferência;  ou  d)  Guia  de  Produção.  
3.2.1.  Desses  documentos  constarão,  obrigatoriamente:  descrição  do  material,  quanNdade,  unidade  de  medida,  
preços  (unitário  e  total).  
3.3.  Aceitação  é  a  operação  segundo  a  qual  se  declara,  na  documentação  fiscal,  que  o  material  recebido  saNsfaz  às  
especificações  contratadas.  
3.3.1.  O  material  recebido  ficará  dependendo,  para  sua  aceitação,  de:  
a)  conferência;  e,  quando  for  o  caso;  b)  exame  qualitaNvo.  
3.7.  Quando  o  material  não  corresponder  com  exaNdão  ao  que  foi  pedido,  ou  ainda,  apresentar  faltas  ou  defeitos,  o  
encarregado  do  recebimento  providenciará  junto  ao  fornecedor  a  regularização  da  entrega  para  efeito  de  aceitação.  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1529
IN  205/88  
• DA  CARGA  E  DESCARGA  
6.  Para  fins  desta  I.N.,  considera-­‐se:  
a)  carga  -­‐  a  efe=va  responsabilidade  pela  guarda  e  uso  de  material  pelo  
seu  consignatário;  
b)  descarga  -­‐  a  transferência  desta  responsabilidade.  
6.1.  Toda  movimentação  de  entrada  e  saída  de  carga  deve  ser  objeto  de  
registro,  quer  trate  de  material  de  consumo  nos  almoxarifados,  quer  trate  
de  equipamento  ou  material  permanente  em  uso  pelo  setor  competente.  
Em  ambos  os  casos,  a  ocorrência  de  tais  registros  está  condicionada  à  
apresentação  de  documentos  que  os  jus=fiquem.  
6.2.  O  material  será  considerado  em  carga,  no  almoxarifado,  com  o  seu  
registro,  após  o  cumprimento  das  formalidades  de  recebimento  e  
aceitação.  

1530 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração
Aula XX

CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

Classificar Materiais é o processo de agrupar itens do estoque segundo algum critério. A


classificação dos materiais consiste no estabelecimento de grupos ou famílias de materiais em
uso na organização, de acordo com sua utilidade, natureza, forma, dimensão, peso, tipo, uso,
etc.
Um sistema de classificação é primordial para qualquer departamento de materiais, pois sem
ele não podem existir um controle eficiente dos estoques, codificação dos itens, procedimentos
de armazenagem adequados e uma operacionalização do almoxarifado de maneira correta.

Objetivos da Classificação

• Desenvolvimento de métodos simples, racionais e claros de identificação de materiais;


• Definição de uma linguagem para a área de materiais, desenvolvendo interfaces com outras
áreas e relacionamento com fornecedores;
• Redução da variedade dos itens, facilitando a padronização de materiais;
• Possibilidade de informatização do sistema;
• Clara avaliação dos materiais, permitindo uma boa gestão dos recursos.

Atributos

Existem diversas formas de classificar os materiais, porém, uma boa classificação deve obedecer
aos seguintes atributos:
• Abrangência: deve tratar de uma gama de características em vez de reunir apenas materiais
para serem classificados.
• Flexibilidade: deve permitir conexão entre os diversos tipos de classificação.
• Praticidade: deve ser direta e simples.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1531
Escopo da Classificação

A classificação de materiais compreende:

1. Catalogação – arrolar todos os itens em um catálogo, permitindo consulta e dando uma


ideia geral da coleção.

2. Simplificação – redução da grande diversidade de itens empregados para as mesmas


finalidades.

3. Identificação (especificação) – identidade do material, busca torná-lo único.

4. Normalização – criar normas, prescrições de uso, ou seja, a definição da forma como


o material deve ser utilizado. Permite maior segurança e menor possibilidade de
diferenciação.

5. Padronização – estabelecer padrões para análise de materiais, a fim de permitir seu


intercâmbio, possibilitando a redução de variedades e consequente economia.

6. Codificação – conjuntos de números/letras inteligentes pelos quais facilmente identificamos


e conhecemos o material.

Especificação
É a descrição de um item através de suas características (atributos, propriedades). O termo
especificação é, em geral, empregado com o significado de identificar precisamente o material,
de modo a torná-lo inconfundível (ou seja, específico), principalmente para fins de aquisição. O
conjunto de descrições de materiais forma a nomenclatura de materiais da empresa.
É interessante também padronizar a nomenclatura. Uma nomenclatura padronizada
(estruturada) é formada por uma estrutura de nomes ou palavras-chave (nome básico e
nomes modificadores), dimensões, características físicas em geral, embalagem, aplicação,
características químicas, etc.
O nome básico é a denominação inicial da descrição (exemplo: arruela, parafuso, etc.),
enquanto o nome modificador é um complemento do nome básico (exemplo para arruela:
pressão, lisa, cobre, etc.). Um nome básico pode estar associado a vários modificadores: arruela
lisa de cobre, espessura 0,5 mm, diâmetro interno 6 mm, diâmetro externo 14 mm.

Codificação
Em função de uma boa classificação do material, pode-se realizar codificação do mesmo,
ou seja, representar todas as informações necessárias, suficientes e desejadas por meio de
números e/ou letras com base em toda a classificação obtida do material. Com a codificação
do bem, passamos a ter um registro que nos informará todo o seu histórico (data de aquisição,

1532 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Classificação de Materiais – Prof. Rafael Ravazolo

preço inicial, localização, vida útil esperada, valor depreciado, valor residual, manutenção
realizada e previsão de sua substituição).
Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o alfabético, o numérico (também
chamado decimal) e o alfanumérico. Podem existir outros, como: sequencial, em grupos, em
faixas, mnemônicos, etc.
O que é fundamental é que haja um só código para cada item, e que o código não produza
confusões de comunicação, principalmente com o uso de caracteres que podem ser confundidos
(zero com a letra O, 5 com a letra S, 2 com a letra Z, 6 com a letra G, etc.).
Alguns tipos de códigos:
Alfabético – representa os materiais por meio de letras. Foi muito utilizado na codificação de
livros (Método Dewey). Seu limite em termos de quantidade de itens e a difícil memorização
estão fazendo este sistema cair em desuso.
Numérico – representa materiais por meio de números. Seu uso mais comum é o chamado
Método Decimal, que consiste basicamente na associação de três grupos e sete algarismos.
Esse é um método muito utilizado (talvez o mais usado) nos almoxarifados para a codificação
dos materiais. 1º Grupo-00 – Classificador: designa as grandes Classes ou agrupamentos de
materiais em estoque; 2º Grupo-00 – Individualizador: identifica cada um dos materiais do
1º grupo; 3º Grupo-000 – Caracterizador: descreve os materiais pertencentes ao 2º grupo de
forma definitiva, com todas as suas características, a fim de torná-los inconfundíveis.
Alfanumérico – agrupa números e letras. As quantidades de letras e de números são definidos
pelo órgão ou empresa a qual adotou o sistema, não havendo uma regra específica. É o sistema
utilizado na codificação de placas de automóveis.
Sequencial – é, normalmente, um código composto por caracteres numéricos com a regra de
sequência “soma 1”. A cada novo item a ser identificado um novo código é dado, somando-se
1 ao último código dado. Para se definir um código sequencial basta determinar-se o primeiro
código e a regra de sequência. Segundo a IN 205/88:
7.13. Para efeito de identificação e inventário os equipamentos e materiais permanentes
receberão números sequenciais de registro patrimonial.
7.13.1. O número de registro patrimonial deverá ser aposto ao material, mediante gravação,
fixação de plaqueta ou etiqueta apropriada.
Em grupos – quando o código é dividido em grupos e a cada grupo se associa um significado.
Exemplo: os códigos 30-12-347 e 30-13-523, em que 30 = materiais elétricos; 30-12 = fios e
cabos nus e 30-13 = fios e cabos isolados.
Em faixas – quando, numa codificação sequencial, certas faixas de códigos possuem um
significado tal como o dos grupos do código em grupos. Exemplo: 101 a 299 = matérias primas;
301 a 599 = semiacabados; 601 a 999 = acabados.
Mnemônicos – quando possui caracteres que permitem associação fácil de ideia com o
elemento a ser codificado. Exemplo: as siglas de estados do Brasil.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1533
De barras – É a tecnologia de identificação automática aplicável aos objetos. Seu objetivo é a
identificação e localização de produtos em nível industrial e comercial. O sistema é constituído
por séries de linhas e espaços de diversas larguras, que
armazenam informações com ordenamentos diferentes,
denominados simbologias. Para implementação do código de
barras a indústria deverá filiar-se à EAN – Associação
Internacional de Numeração de Artigos. O código EAN-13 é um
padrão utilizado em mais de 100 países. É composto por 13
dígitos e inclui: País + Empresa + Produto + Dígito de Controle.

Código QR – é como um código de barras em duas dimensões.


Entretanto, a diferença entre este e os demais códigos de barras é que
ele se comporta como um arquivo de dados portátil, sendo capaz de
codificar nome, foto e o resumo de registros.
Existem diversas padronizações abordando a codificação de códigos
QR e seu uso é livre de qualquer licença, sendo definido e publicado
como um padrão ISO.

Tipos Comuns de Classificação

Dentro das organizações, dependendo do mercado de atuação e dos objetivos, vários tipos de
classificação de materiais podem ser adotados.

Por Estado de Conservação


• Novos: não foram utilizados sob nenhuma forma;
• Reparados: sofreram alguma modificação ou recuperação, podem ser novamente utilizados,
com ou sem restrições;
• Inservíveis: não apresentam condições de uso. Uma vez em estoque, devem ser retirados
no mais breve espaço de tempo possível. Segundo o Decreto 99658/90, podem ser: ociosos,
recuperáveis, antieconômicos e irrecuperáveis.
•• Ocioso – quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo
aproveitado;
•• Antieconômico – quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário,
em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;
•• Recuperável – quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinquenta por
cento de seu valor de mercado;
•• Irrecuperável – quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina
devido a perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua
recuperação.

1534 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Classificação de Materiais – Prof. Rafael Ravazolo

• Obsoletos: com ou sem uso, não mais satisfazem o mercado. Devem ser vendidos
urgentemente, enquanto ainda há aceitação, sob pena de representarem materiais inativos,
acarretando imobilização de capital de giro;
• Sucatas: resíduos de materiais que possuem valor econômico;
• Imprestáveis: resíduos de materiais que não têm valor econômico.

Por Demanda
Materiais de demanda eventual (materiais não de estoque, ou de armazenagem temporária):
são aqueles que têm movimentação em determinados períodos, normalmente para atender à
demanda de determinada época.
Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a irregularidade de consumo faz com
que a compra desses materiais somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião
em que isso se faça necessário.
Sua compra deve ser cuidadosamente planejada para que não ocorram sobras nem faltas, que
certamente acarretarão em redução da margem de lucro.
Materiais de demanda permanente (estoque permanente): aqueles que sempre são
necessários e, portanto, devem constar no estoque. São determinados critérios e parâmetros
de ressuprimento automático, com base na demanda prevista e na importância para a empresa.
Esses materiais em estoque podem ser subdivididos de acordo com alguns critérios, conforme
a seguir:

Quanto à aplicação
• Produtivos: compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao processo
produtivo.
• Matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte
do processo produtivo.
• Produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em processamento são os
que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais no almoxarifado
porque já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque ainda não são produtos
acabados.
• Materiais acabados: peças prontas isoladas, ou produtos prontos.
• Produtos acabados: produtos finais, prontos.
• Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização repetitiva.
• Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo produtivo da
empresa.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1535
• Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores da
empresa.

Quanto à importância operacional


Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade (criticalidade ou o grau de dificuldade
para se obter o material). A classificação XYZ avalia esse grau.
• Classe X – sua falta não acarreta em paralisações, nem riscos à segurança pessoal, ambiental
e patrimonial. Há facilidade de serem substituídos por equivalentes.
• Classe Y – grau intermediário. Podem ser adquiridos ou substituídos por outros com relativa
facilidade, embora sejam importantes para a realização das atividades.
• Classe Z – são imprescindíveis, não podem ser substituídos por outros equivalentes
em tempo hábil para evitar transtornos. A falta desses materiais provoca a paralisação das
atividades essenciais.

A compra do
Existem
É imprescindível Fácil aquisição? original ou CLASSE
similares?
similar é fácil
SIM NÃO NÃO - Z
SIM SIM NÃO - Y
NÃO NÃO SIM NÃO Y
SIM SIM SIM SIM X
NÃO SIM SIM SIM X

Quanto à demanda
A classificação PQR é um critério de classificação de materiais que utiliza a popularidade dos
itens (transações ou movimentações durante um período).
• Classe P: muito populares, ou seja, apresentam elevada frequência de movimentação;
• Classe Q: popularidade média;
• Classe R: pouco populares.

Quanto ao valor do consumo


A ferramenta chamada de curva ABC é a utilizada para determinar a importância dos materiais
em função do valor expresso pelo próprio consumo em determinado período.
• Materiais A: materiais de grande valor de consumo;

1536 www.acasadoconcurseiro.com.br
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• Materiais B: materiais de médio valor de consumo;


• Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.
A metodologia de cálculo da curva ABC será aprofundada mais adiante nesta apostila.

Materiais Críticos
Classificação muito utilizada por indústrias. São materiais de reposição específica, geralmente
peças ou itens sobressalentes, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como
base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer
estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência*.
(Essa afirmativa é questionada por outros autores, pois se o material é primordial para a
produção, ele deveria ser controlado permanentemente).
A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser
mínima. Os materiais são classificados como críticos segundo os critérios:

Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta no mercado;
estratégico e de difícil obtenção ou fabricação.
Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de
transporte.
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de alta periculosidade,
elevado peso ou grandes dimensões.
Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso.
Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da
produção.

Por Perecibilidade
Leva em conta a possibilidade de extinção das propriedades físico-químicas. Muitas vezes, o
tempo influencia na classificação, assim, quando a empresa adquire um material para ser usado
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais
possível. Os materiais podem perecer por várias razões: ação de animais/fungos/bactérias,
volatilidade, ação da luz, instabilidade química, magnetização/desmagnetização, corrosão,
mudanças de temperatura, etc.

Outras
• Por Periculosidade: aqueles que podem oferecer risco à segurança no manuseio, transporte,
armazenagem: gases, líquidos, produtos químicos etc.
• Dificuldade de aquisição: fabricação especial, escassez no mercado, sazonalidade,
monopólio, transporte especial, importações etc.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1537
• Tipos de estocagem: permanente, temporário etc.
• Mercado fornecedor: nacional, estrangeiro.
• Possibilidade de fazer ou comprar.

Quadro Resumo

CLASSIFICAÇÃO OBJETIVO VANTAGEM


Priorizar materiais de Demonstra os materiais
Valor de consumo
maior valor total (consumo, de grande investimento no
(ABC)
demanda) estoque
Mostrar a imprescindibilidade
(a criticalidade e o grau de
Demonstra os materiais vitais
Importância operacional dificuldade para se obter o
empresa.
(XYZ) material ou um similar) dos
Mais importante: Z
materiais para funcionamento
da empresa.
Evidenciar os materiais mais
Mostra os materiais que mais
Demanda populares do estoque (mais
circulam durante um período.
(PQR) demandados, transacionados
Mais popular: P
quantitativamente).
Identifica os materiais sujeitos
Dar maior atenção ao material à perda por perecimento,
Perecibilidade
que é perecível. facilitando armazenagem e
movimentação adequados.
Identifica os materiais
Dar maior atenção e cuidado perigosos e incompatíveis
Periculosidade no manuseio ao material que é com outros, facilitando
perigoso. armazenagem e movimentação
adequados.
Decidir se o material Facilita a organização da
deve ser comprado, programação e o planejamento
Fazer ou comprar
fabricado internamente ou de compras. Pode reduzir
recondicionado. custos.
Verificar se os materiais são
de fácil ou de difícil aquisição
Agiliza a reposição de estoques
Dificuldade de aquisição (fabricação especial, escassez,
e evita a falta de materiais.
sazonalidade, monopólio,
transporte especial etc.).
Auxilia a elaboração dos
Saber a origem dos materiais
Mercado fornecedor programas de compra e
(nacional ou importado).
importação.

1538 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Classificação de Materiais – Prof. Rafael Ravazolo

Novos, reparados, obsoletos, inservíveis (ociosos, recuperáveis,


Quanto ao estado de
antieconômicos e irrecuperáveis), sucata (resíduo com valor
conservação
econômico), imprestável (resíduo sem valor).
Produtivos, matérias primas, produtos em fabricação, materiais
Quanto à aplicação acabados, produtos acabados, materiais de manutenção,
materiais improdutivos, materiais de consumo geral.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1539
Slides – Classificação de Materiais

Classificação  de  Materiais  

o Agrupar  materiais  de  acordo  com  algum  critério  ou  


caracterís8cas  semelhantes.  

o Diferença  entre  iden8ficação  e  classificação:  


§ Iden8ficar  é  tornar  único;  
§ Classificar  é  associar  a  uma  classe,  grupo.  

1  

Classificação  -­‐  Obje1vos  


• Desenvolvimento  de  métodos  simples,  racionais  e  claros  de  
iden1ficação  de  materiais;  
• Definição  de  uma  linguagem  para  a  área  de  materiais,  
desenvolvendo  interfaces  com  outras  áreas  e  relacionamento  
com  fornecedores;  
• Redução  da  variedade  dos  itens,  facilitando  a  padronização  de  
materiais;  
• Possibilidade  de  informa1zação  do  sistema;  
• Clara  avaliação  dos  materiais,  permi1ndo  uma  boa  gestão  dos  
recursos.  
2  

1540 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Classificação de Materiais – Prof. Rafael Ravazolo

Classificação  -­‐  Atributos  

• Três  atributos  básicos  de  uma  boa  classificação:  

‒ Abrangência:  deve  tratar  de  uma  gama  de  caracterís;cas  em  


vez  de  reunir  apenas  materiais  para  serem  classificados.  
‒ Flexibilidade:  deve  permi;r  conexão  entre  os  diversos  ;pos  
de  classificação.  
‒ Pra6cidade:  deve  ser  direta  e  simples.  

3  

Escopo  da  Classificação  


1.  Catalogação  –  arrolar  todos  os  itens  em  um  catálogo,  permi9ndo  
consulta  e  dando  uma  ideia  geral  da  coleção;  
2.  Simplificação  –  redução  da  grande  diversidade  de  itens  empregados  
para  as  mesmas  finalidades.  
3.  Iden7ficação  (especificação)  –  torná-­‐lo  único.  
4.  Normalização  –  criar  normas,  prescrições  de  uso  -­‐  definição  da  forma  
como  o  material  deve  ser  u9lizado.  
5.  Padronização  –  estabelecer  padrões  para  análise  de  materiais,  a  fim  de  
permi9r  seu  intercâmbio,  possibilitando  a  redução  de  variedades  e  
consequente  economia;  
6.  Codificação  –  conjuntos  de  números/letras  inteligentes  pelos  quais  
facilmente  iden9ficamos  e  conhecemos  o  material.  
4  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1541
Codificação  
•  Representar  todas  as  informações  necessárias,  suficientes  e  
desejadas  por  meio  de  números  e/ou  letras;  
‒  Alfabé'co  
‒  Numérico  –  Método  decimal  
o  1º  Grupo-­‐00  –  Classificador  
o  2º  Grupo-­‐00  –  Individualizador  
o  3º  Grupo-­‐000  -­‐  Caracterizador  
‒  Alfanumérico  
‒  Outros:  Sequencial,  Em  grupos,  Em  faixas,  Mnemônicos,  
Barras,  Código  QR.  

5  

Tipos  Comuns  de  Classificação  


‒ Por  Estado  de  Conservação:  
§ Novos  
§ Reparados  
§ Inservíveis  
§ Obsoletos  
§ Sucata   Decreto  99.658/90  
 Bom  
§ Imprestável    Ocioso  
 Recuperável  
 Irrecuperável  
 AnCeconômico  
6  

1542 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Classificação de Materiais – Prof. Rafael Ravazolo

Tipos  Comuns  de  Classificação  


• Materiais  Crí7cos  
‒ Materiais  de  reposição  específica,  geralmente  peças  ou  itens  
sobressalentes,  cuja  demanda  não  é  previsível  e  a  decisão  de  
estocar  tem  como  base  o  risco.  
Crí$cos  por  problemas  de  obtenção:  material  importado;  único  fornecedor;  
falta  no  mercado;  estratégico  e  de  di;cil  obtenção  ou  fabricação.
Crí$cos  por  razões  econômicas:  materiais  de  valor  elevado  com  alto  custo  de  
armazenagem  ou  de  transporte.
Crí$cos  por  problemas  de  armazenagem  ou  transporte:  materiais  perecíveis,  
de  alta  periculosidade,  elevado  peso  ou  grandes  dimensões.
Crí$cos  por  problema  de  previsão:  ser  di;cil  prever  seu  uso
Crí$cos  por  razões  de  segurança:  materiais  de  alto  custo  de  reposição  ou  para  
equipamento  vital  da  produção.
7  

Tipos  Comuns  de  Classificação  


CLASSIFICAÇÃO OBJETIVO VANTAGEM
Valor  de  consumo  Priorizar  materiais  de  maior  valor  total  (consumo,   Demonstra  os  materiais  de  grande  
(ABC) demanda) inves>mento  no  estoque
Mostrar  a  imprescindibilidade  (a  cri>calidade  e  o  grau  de  
Importância   Demonstra  os  materiais  vitais  empresa.  
dificuldade  para  se  obter  o  material  ou  um  similar)  dos  
operacional  (XYZ) materiais  para  funcionamento  da  empresa.
Mais  importante:  Z
Demanda   Evidenciar  os  materiais  mais  populares  do  estoque  (mais   Mostra  os  materiais  que  mais  circulam  durante  
(PQR) demandados,  transacionados  quan>ta>vamente). um  período.  Mais  popular:  P
Iden>fica  os  materiais  sujeitos  à  perda  por  
Perecibilidade Dar  maior  atenção  ao  material  que  é  perecível. perecimento,  facilitando  armazenagem  e  
movimentação  adequados.
Iden>fica  os  materiais  perigosos  e  
Dar  maior  atenção  e  cuidado  no  manuseio  ao  material  
Periculosidade que  é  perigoso.
incompaLveis  com  outros,  facilitando  
armazenagem  e  movimentação  adequados.
Decidir  se  o  material  deve  ser  comprado,  fabricado   Facilita  a  organização  da  programação  e  o  
Fazer  ou  comprar internamente  ou  recondicionado. planejamento  de  compras.  Pode  reduzir  custos.
Verificar  se  os  materiais  são  de  fácil  ou  de  diPcil  aquisição  
Dificuldade  de   Agiliza  a  reposição  de  estoques  e  evita  a  falta  
(fabricação  especial,  escassez,  sazonalidade,  monopólio,  
aquisição transporte  especial  etc.).
de  materiais.
Auxilia  a  elaboração  dos  programas  de  compra  
Mercado  fornecedor Saber  a  origem  dos  materiais  (nacional  ou  importado). e  importação.
Produ>vos,  matérias  primas,  produtos  em  fabricação,  materiais  acabados,  produtos  acabados,  
Quanto  à  aplicação 8   geral.
materiais  de  manutenção,  materiais  improdu>vos,  materiais  de  consumo  

www.acasadoconcurseiro.com.br 1543
Administração
Aula XX

ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO

Armazenagem

A armazenagem tem início logo após o recebimento e a liberação do material para a entrada em
estoque. Compreende planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento das operações
destinadas a guarda, localização, segurança e preservação dos materiais.
Os estudos sobre armazenagem envolvem o leiaute, a embalagem, os critérios usados para
estocar e a localização dos materiais. Pode envolver também o registro/inventário e a expedição
no momento oportuno.
A utilização de um método adequado de armazenagem permite diminuir custos de operação,
melhorar a qualidade dos produtos, acelerar o ritmo de trabalho, reduzir acidentes e evitar
desgastes de equipamentos.
Um bom sistema de armazenagem leva em conta a natureza do material a ser armazenado/
movimentado (características físicas, químicas e biológicas); a quantidade de material;
a determinação do local adequado; a frequência de manipulação/movimentação; as
especificações técnicas de exigência de acondicionamento físico; a política de manutenção;
a segurança patrimonial; o capital disponível na organização para manutenção e potencial
ampliação futura do armazém; a relação custo x benefício; outras características interessantes
para cada tipo de instituição.
Para que a armazenagem seja eficaz, ela necessita de:
•• Realização de cargas e descargas de veículos mais rápidas;
•• Agilidade dos fluxos internos, tanto de materiais quanto de informação;
•• Utilização efetiva da mão de obra e equipamentos.
•• Melhor uso de sua capacidade volumétrica – máximo uso do espaço;
•• Máxima proteção aos itens estocados – boa qualidade de armazenagem;
•• Controle para evitar divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;
•• Otimização do leiaute – acesso fácil a todos os itens e movimentação eficiente para reduzir
distâncias e perdas de espaço.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1545
Alguns princípios a serem seguidos:
•• Agrupar materiais similares ou complementares ou agrupar materiais pela forma e volume
para otimizar os espaços;
•• Posicionar os materiais de maior giro próximos à saída;
•• Utilizar fluxos simples, retos e diretos; reduzir, eliminar, combinar, simplificar movimentos;
•• Padronizar os métodos e equipamentos;
•• Utilizar equipamentos flexíveis (evita a subutilização, maior disponibilidade);
•• Minimizar o manuseio do material e minimizar a distância percorrida;
•• Utilizar equipamentos de armazenagem que permitam o aproveitamento vertical do
espaço;
•• Padronizar corredores e eliminar área de guarda de equipamentos.

Arranjo Físico (Leiaute – Layout)


O layout é o arranjo de homens, máquinas e materiais para que a armazenagem de determinado
produto se processe dentro do padrão máximo de economia – processamento eficiente, usando
melhor o espaço disponível e visando percorrer a menor distância no menor tempo possível.
A correta armazenagem dos materiais visa usar o espaço físico disponível no armazém de
forma organizada e eficiente, permitindo a movimentação adequada dentro do almoxarifado e
mantendo os cuidados necessários com vistas a evitar sua deterioração.
A necessidade de um estudo do layout surge em diversas situações:
•• redução de custos;
•• obsolescência das instalações ou estas se tornam ineficientes (em tamanho, qualidade,
fluxo) devido a novos produtos a serem fabricados/estocados;
•• ambiente de trabalho inadequado com ruídos, insegurança, temperaturas anormais, pouca
ventilação, má iluminação, baixam o rendimento do trabalhador etc.
Na gestão do espaço – montagem do layout – são levados em conta:
•• dimensionamento da área;
•• a localização de obstáculos;
•• localização de áreas de recebimento e expedição, portas e acessos
•• produtos a serem estocados;
•• equipamentos para movimentação;
•• estruturas verticais e horizontais de armazenagem;

1546 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Armazenagem e Movimentação – Prof. Rafael Ravazolo

•• três tipos de superfície: estática – onde o equipamento se projeta no solo (mesa, armário
etc.); utilização – que o funcionário usa para desenvolver o seu trabalho; circulação – se
destina ao trânsito de pessoal e de equipamentos (corredores etc.).

Layout de processo produtivo


•• Product layout – Linear – organização com foco no produto, de acordo com a sequência
de operações a se realizarem. O material se desloca, enquanto as máquinas permanecem
fixas.
•• Process layout – Funcional – agrupamento de modo a realizar operações análogas em um
mesmo local.
•• Cellular layout – contém na sua estrutura todos os recursos transformadores necessários a
atender o processamento
•• Fixed-position layout (posicional) – produto ou projeto mantém-se estacionário, os recursos
se movimentam.
•• Hybrid layout – utiliza princípios dos demais e permite grande variedade de produtos.

Critérios de Armazenagem e Localização


Dependendo das características do material, a armazenagem pode dar-se em função de:
fragilidade; combustibilidade; volatilização; oxidação; explosividade; intoxicação; radiação;
corrosão; inflamabilidade; volume; peso; forma. Cada um desses critérios exige técnicas e
equipamentos distintos para acondicionamento, manipulação e movimentação.

Localização
O objetivo de um sistema de localização é estabelecer os meios necessários à perfeita
identificação da localização dos materiais. Normalmente é utilizada uma simbologia
(codificação) alfanumérica que indica precisamente o posicionamento de cada material
estocado, facilitando as operações de movimentação.
Não há regras taxativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos, a decisão
final depende de diversas variáveis.
O objetivo da armazenagem é proporcionar um sistema de localização que possibilite o
endereçamento e a perfeita identificação da localização dos materiais estocados. Geralmente
utiliza uma codificação representativa de cada local de estocagem, facilitando as operações de
movimentação, inventário etc.
Algumas formas de distribuição ou colocação dos materiais no almoxarifado:
•• Armazenagem/Localização Fixa (por Zona, ou por Agrupamento): são determinadas áreas
de estocagem para cada tipo de material, ou seja, materiais são colocados sempre no
mesmo local a cada renovação do estoque. A grande vantagem é a facilidade de encontrar

www.acasadoconcurseiro.com.br 1547
os materiais. Uma possível desvantagem é a ociosidade do local caso o estoque do material
seja baixo.
•• Armazenagem/Localização Livre: não existem locais fixos de armazenagem, a não ser para
materiais de estocagens especiais. Quando os produtos chegam ao armazém são designados
a qualquer espaço livre disponível. A vantagem é a otimização da área de armazenamento.
As desvantagens são o maior percurso para montagem dos pedidos, tendo em vista que
um único item poderá ser localizado em diversos pontos, e o risco de possuir material em
estoque perdido que somente será descoberto ao acaso ou na execução do inventário.
•• Armazenagem por Tamanho, Peso e Volume: semelhante ao anterior, permite um
bom aproveitamento do espaço. Exige que todos os documentos de entradas e saídas
contenham a localização do material no almoxarifado a fim de facilitar sua busca.
•• Armazenagem por Frequência: os materiais cujo volume de movimentação e frequência
são significativos devem ser colocados tão próximo quanto possível da saída da instalação
de armazenamento.
•• Armazenagem especial: ambientes climatizados; produtos inflamáveis, que são
armazenados sob rígidas normas de segurança; produtos perecíveis (método FIFO) etc.
Exemplos de arranjo para armazenagem:

Técnicas de Estocagem
Carga unitária (paletização): carga constituída de embalagens de transporte que arranjam
ou acondicionam certa quantidade de material para possibilitar o seu manuseio, transporte e
armazenamento como se fosse uma unidade. A formação de carga unitária se dá, geralmente,
através de caixas e pallets (paletes), que são estrados de madeira/plástico, de diversas
dimensões.

1548 www.acasadoconcurseiro.com.br
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Caixas ou Gavetas: ideal para materiais de pequenas dimensões,


como parafusos, arruelas, materiais de escritório, peças
semiacabadas etc.

Prateleiras: destinadas a materiais de tamanhos


diversos e para o apoio de gavetas ou caixas
padronizadas, constituem o meio de estocagem mais
simples e econômico. São construídas de diversos
materiais conforme a conveniência da atividade.

Raques/ Cantilever: são construídos para acomodar


peças longas e estreitas como tubos, barras, tiras, etc.

Empilhamento: é uma variante da estocagem de caixas


para aproveitamento do espaço vertical. As caixas ou pallets
são empilhados uns sobre os outros, obedecendo a uma
distribuição equitativa de cargas. Deve-se respeitar os
limites de altura da pilha e de distância do teto.

Container Flexível: é uma das técnicas mais recentes


de estocagem. Consiste em uma espécie de saco feito
com tecido resistente e borracha vulcanizada, com um
revestimento interno conforme o uso.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1549
Quando aos critérios para “paletizar”, o arranjo mais indicado para determinado tipo de
material depende de:
•• tamanho da carga: as maneiras de paletizar uma carga podem ser diversas, apenas uma ou
nenhuma, dependendo do seu tamanho;
•• peso do material: o número de camadas está condicionado à resistência do palete e da
embalagem;
•• carga unitária: o comprimento, a largura e, especialmente, a altura da carga unitária,
tomada como um todo, devem ser considerados;
•• perda de espaço: alguns arranjos podem ter muitos “vazios” entre as suas unidades. Além
de perda de espaço, o peso é distribuído desigualmente, possibilitando o desmoronamento
das pilhas;
•• compacidade: as várias unidades de um arranjo devem “se casar” para que haja o
necessário entrelaçamento do conjunto e o espaço ocupado seja minimizado;
•• métodos de amarração: de acordo com o tipo de fixa ̧ão das várias unidades de carga em
conjunto (colagem, arqueamento com fitas metálicas ou de náilon etc.), estas poderão
ser dispostas sobre o palete sem maiores preocupações. Dá-se mais importância ao
entrosamento entre as várias unidades, quando as cargas não são amarradas entre si.

IN 205/88 – da Armazenagem
4. A armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e preservação do material
adquirido, a fim de suprir adequada mente as necessidades operacionais das unidades
integrantes da estrutura do órgão ou entidade.
4.1. Os principais cuidados na armazenagem, dentre outros são:
a) os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo, e protegidos contra a ação
dos perigos mecânicos e das ameaças climáticas, bem como de animais daninhos;
b) os materiais estocados há mais tempo devem ser fornecidos em primeiro lugar, (primeiro a
entrar, primeiro a sair – PEPS), com a finalidade de evitar o envelhecimento do estoque;
c) os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um rápido
inventário;
d) os materiais que possuem grande movimentação devem ser estocados em lugar de fácil
acesso e próximo das áreas de expedição e o material que possui pequena movimentação
deve ser estocado na parte mais afastada das áreas de expedição;
e) os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É preciso utilizar
corretamente os acessórios de estocagem para os proteger;
f) a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso as partes de emergência, aos
extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para combater a incêndio
(Corpo de Bombeiros);

1550 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Armazenagem e Movimentação – Prof. Rafael Ravazolo

g) os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim de


facilitar a movimentação e inventário;
h) os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das
estantes e porta-estrados, eliminando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a
movimentação;
i) os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos quando
houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização;
j) a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de acesso
ao local de armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do item,
permitindo a fácil e rápida leitura de identificação e das demais informações registradas;
l) quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura das
pilhas, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento
(distância de 70 cm aproximadamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes).

Movimentação

O manuseio ou a movimentação interna de produtos e materiais significa transportar bens por


distâncias relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação
de longo curso executadas pelas companhias transportadoras. É atividade executada em
depósitos, fábricas, e lojas, assim como no transbordo entre tipos de transporte. Seu interesse
concentra-se na movimentação rápida e de baixo custo das mercadorias.
Para se manter eficiente um sistema de movimentação de materiais, existem ainda certas “leis”
que, sempre dentro das possibilidades, devem ser levadas em consideração. São elas:
•• Obediência ao fluxo das operações – a trajetória dos materiais deve ser a mesma da
sequência de operações.
•• Mínima distância – reduzir as distâncias de transporte pela eliminação de ziguezagues no
fluxo dos materiais.
•• Mínima manipulação – o transporte mecânico custa menos que as operações de carga e
descarga, levantamento e armazenamento.
•• Segurança e satisfação – dos operadores e o pessoal circulante na seleção do equipamento
de transporte de materiais.
•• Padronização – o custo inicial de equipamentos padronizados é mais baixo, a manutenção
é mais fácil e mais barata.
•• Flexibilidade – capacidade de satisfazer ao transporte de vários tipos de cargas, em
condições variadas de trabalho.
•• Máxima utilização do equipamento – manter o equipamento ocupado tanto quanto
possível.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1551
•• Máxima utilização do espaço disponível – empilhamento de cargas ou utilização de suportes
especiais.
•• Método alternativo – plano B em caso de problemas na operação normal.
•• Menor custo total – selecionar equipamentos na base de custos totais e não somente do
custo inicial mais baixo, ou do custo operacional, ou somente de manutenção.

Sistemas internos de transporte


Sistemas de transportadores contínuos: consiste na
movimentação constante entre dois pontos pré-
determinados. São utilizados em mineração, indústrias,
terminais de carga e descarga, terminais de recepção e
expedição ou em armazéns.

Sistemas de Manuseio para Áreas Restritas: são feitos para


locais onde a área é elemento crítico, por isso são bastante
utilizados em almoxarifados. A ponte rolante e o guindaste
são os equipamentos mais utilizados entre todos.

Sistemas de Manuseio entre Pontos sem Limites Fixos: é o


mais versátil dos sistemas, utiliza carrinhos, empilhadeiras,
paleteiras etc.

Embalagens
Têm como objetivo movimentar produtos com toda a proteção e sem danificá-los além do
economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a perfeita
e econômica movimentação sem desperdícios. Além disso, dimensões adequadas de
empacotamento geram eficiência no manuseio e na armazenagem.
É corrente distinguir três níveis da embalagem: primária, secundária e terciária, ou de
transporte.

1552 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Armazenagem e Movimentação – Prof. Rafael Ravazolo

A embalagem primária (por exemplo, a lata, a garrafa ou o saco) está em contato direto com o
produto e é normalmente responsável pela conservação e contenção.
A embalagem secundária (como é o caso das caixas de cartão ou cartolina) contém uma ou
várias embalagens primárias e é normalmente responsável pela proteção físico-mecânica
durante a distribuição.
A embalagem terciária agrupa diversas embalagens primárias ou secundárias para o transporte,
como a caixa de cartão canelado ou a grade plástica para garrafas de bebidas. A escolha de
embalagens deste tipo depende: da natureza da embalagem individual (rígida, semirrígida ou
flexível); do esquema de paletização (dimensionamento da embalagem coletiva com vista a
maximizar o aproveitamento da palete); dos custos.

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Slides – Armazenagem e Movimentação

ARMAZENAGEM
• Compreende planejamento, coordenação, controle e
desenvolvimento das operações destinadas a guarda,
localização, segurança e preservação dos materiais.

• Envolve:
‒Leiaute;
‒Embalagem;
‒Critérios usados para estocar;
‒Localização dos materiais.
1

ARMAZENAGEM
• Um bom sistema de armazenagem considera:
‒a natureza do material a ser armazenado - características
físicas, químicas e biológicas;
‒a quantidade de material;
‒o local adequado - especificações técnicas de
acondicionamento;
‒a frequência de manipulação/movimentação;
‒a política de manutenção e de segurança patrimonial;
‒o capital disponível - relação custo x benefício;
‒outras características interessantes para cada tipo de
instituição.
3

1554 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Armazenagem e Movimentação – Prof. Rafael Ravazolo

ARMAZENAGEM
• Armazenagem eficaz:
‒Cargas e descargas de veículos mais rápidas;
‒Otimização do layout - agilidade dos fluxos internos de
materiais e de informação;
‒Utilização efetiva da mão de obra, do equipamento, da
capacidade volumétrica;
‒Máxima proteção aos itens estocados;
‒Controle para evitar perdas e divergências de inventário;

ARMAZENAGEM
• Princípios:
‒ Agrupar materiais similares ou complementares ou agrupar materiais
pela forma e volume para otimizar os espaços;
‒ Posicionar os materiais de maior giro próximos à saída;
‒ Utilizar fluxos simples, retos e diretos; reduzir, eliminar, combinar,
simplificar movimentos.
‒ Padronizar métodos e equipamentos;
‒ Utilizar equipamentos flexíveis (evita a subutilização);
‒ Minimizar o manuseio do material e minimizar a distância percorrida;
‒ Utilizar equipamentos de armazenagem que permitam o
aproveitamento vertical do espaço;
‒ Padronizar corredores e eliminar área de guarda de equipamentos.
7

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Arranjo Físico (Leiaute – Layout)
• Layout: arranjo de homens, máquinas e materiais para
que a armazenagem ou produção de determinado
produto se processe dentro do padrão máximo de
economia – processamento eficiente.

• Objetivo: permitir a movimentação adequada e manter


os cuidados necessários com vistas a evitar a
deterioração dos materiais.

Arranjo Físico (Leiaute – Layout)

• Necessidade de um estudo do leiaute:


‒Reduzir custos;
‒Evitar obsolescência das instalações;
‒Criar ambiente de trabalho adequado.

11

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Arranjo Físico (Leiaute – Layout)

• Na montagem do layout leva-se em conta:


‒dimensionamento da área;
‒a localização de obstáculos;
‒localização de áreas de recebimento e expedição, portas e
acessos
‒produtos a serem estocados;
‒equipamentos para movimentação;
‒estruturas verticais e horizontais de armazenagem;

13

Arranjo Físico (Leiaute – Layout)


• Leiaute do Processo Produtivo:
‒ Product layout - material se desloca enquanto as máquinas
permanecem fixas .
‒ Process layout - agrupamento de modo a realizar operações análogas
em um mesmo local.
‒ Cellular layout - contém na sua estrutura todos os recursos
transformadores necessários a atender o processamento
‒ Fixed-position layout (posicional) - produto ou projeto mantém-se
estacionário, os recursos se movimentam.
‒ Hybrid layout - utiliza princípios dos demais e permite grande
variedade de produtos.
15

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Critérios de Armazenagem

• Vários: fragilidade; combustibilidade; volatilização;


oxidação; explosividade; intoxicação; radiação;
corrosão; inflamabilidade; volume; peso; forma.

• Objetivo: proporcionar um sistema de localização que


possibilite o endereçamento e a perfeita identificação
da localização dos materiais estocados.

17

Localização

• Algumas formas de distribuição ou colocação dos


materiais no almoxarifado:
‒Fixa (por Zona, ou por Agrupamento);
‒Livre;
‒Tamanho, Peso e Volume;
‒Frequência;
‒Especial.

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Localização
• Exemplos de arranjo para armazenagem:

21

Técnicas de Estocagem
• Carga unitária (paletização - unitização): embalagens de
transporte que arranjam ou acondicionam certa quantidade de
material para possibilitar o seu manuseio, transporte e
armazenamento como se fosse uma unidade.

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Técnicas de Estocagem
• Caixas ou Gavetas: ideal para materiais de pequenas dimensões
(parafusos, arruelas, materiais de escritório, peças
semiacabadas etc.).

25

Técnicas de Estocagem
• Prateleiras: materiais de tamanhos diversos; apoio de gavetas
ou caixas padronizadas.Meio de estocagem mais simples e
econômico.

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Técnicas de Estocagem
• Raques / Cantilever: são construídos para acomodar peças
longas e estreitas como tubos, barras, tiras, etc.

29

Técnicas de Estocagem
• Empilhamento: variante da estocagem de caixas para
aproveitamento do espaço vertical. As caixas ou pallets são
empilhados uns sobre os outros, obedecendo a uma
distribuição equitativa de cargas.

• Limites?

31

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Técnicas de Estocagem
• Container Flexível: uma das técnicas mais recentes. Espécie de
saco feito com tecido resistente e borracha vulcanizada, com
um revestimento interno conforme o uso.

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MOVIMENTAÇÃO
• Transporte de bens por distâncias relativamente pequenas.
• Atividade executada em depósitos, fábricas, lojas e no
transbordo entre tipos de transporte.
• Objetivo: movimentação rápida e de baixo custo das
mercadorias.

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As Leis de Movimentação
– Obediência ao fluxo das operações.
– Mínima distância.
– Mínima manipulação.
– Segurança e satisfação.
– Padronização (de ações e de equipamentos).
– Flexibilidade (de equipamentos).
– Máxima utilização do equipamento.
– Máxima utilização do espaço disponível.
– Método alternativo.
– Menor custo total.
37

Sistemas internos de transporte


• Sistemas de transportadores contínuos: movimentação
constante entre dois pontos pré-determinados - mineração,
indústrias, terminais de carga e descarga, terminais de recepção
e expedição.

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Sistemas internos de transporte
• Sistemas de Manuseio para Áreas Restritas: feitos para locais
onde a área é elemento crítico - ponte rolante e guindaste.

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Sistemas internos de transporte


• Sistemas de Manuseio entre Pontos sem Limites Fixos: é o
mais versátil dos sistemas, utiliza carrinhos, empilhadeiras,
paleteiras, etc.

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Embalagens
• Objetivo: movimentar produtos com toda a proteção e sem
danificá-los além do economicamente razoável.
• Níveis da embalagem:
‒Embalagem primária (lata, garrafa, saco).
‒Embalagem secundária (caixas de cartão ou cartolina).
‒A embalagem terciária (caixa de cartão canelado, grade
plástica para garrafas de bebidas).

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Administração Pública

EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL APÓS 1930

Durante a maior parte do século XX, o Brasil empreendeu uma continuada tentativa de
modernização das estruturas e processos do aparelho de Estado.
Respondendo a transformações mundiais econômicas e sociais, esse esforço se desenvolveu ora
de forma assistemática (ações pontuais), ora de forma mais sistêmica, por meio das reformas
realizadas pelo governo federal.
Apesar de não haver unanimidade na literatura especializada, pode-se dizer, de maneira geral,
que o Brasil passou por duas principais reformas administrativas, caracterizadas pela forte
tentativa de mudança na forma de administração pública:
•• A primeira buscou a transição do modelo Patrimonialista para o Burocrático.
•• A segunda procurou evoluir do modelo Burocrático-Patrimonialista para o Gerencial.
Bresser-Pereira resume muito bem os sobressaltos das reformas administrativas brasileiras.
A crise da administração pública burocrática começou ainda no regime militar, não apenas
porque este não foi capaz de extirpar o patrimonialismo que sempre a vitimou, mas também
porque esse regime, ao invés de consolidar uma burocracia profissional no país, através da
redefinição das carreiras e de um processo sistemático de abertura de concursos públicos
para a alta administração, preferiu o caminho mais curto do recrutamento de administradores
através das empresas estatais.
Esta estratégia oportunista do regime militar, que resolveu adotar o caminho mais fácil da
contratação de altos administradores através das empresas, inviabilizou a construção no país
de uma burocracia civil forte, nos moldes que a reforma de 1936 propunha. A crise agravou-
se, entretanto, a partir da Constituição de 1988, quando se salta para o extremo oposto e a
administração pública brasileira passa a sofrer do mal oposto: o enrijecimento burocrático
extremo. As consequências da sobrevivência do patrimonialismo e do enrijecimento
burocrático, muitas vezes perversamente misturados, são o alto custo e a baixa qualidade da
administração pública brasileira.

Reforma Burocrática

O período a partir de 1930 período marca a implantação do modelo burocrático no Brasil,


em meio a um ambiente de forte intervenção do Estado nos setores produtivo e de serviços,
nacionalismo econômico e desenvolvimento (econômico, social, incipiente capitalismo
industrial).

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Entender as transformações do Estado brasileiro exige, previamente, saber o contexto geral do
período pré-1930:
•• Economia mercantil-agrária (produtos primários para exportação);
•• Política oligárquica (política dos governadores, coronelismo);
•• Administração patrimonialista (nepotismo, clientelismo, prebendas etc.) com alguns traços
liberais.
Este modelo patrimonialista de Estado começou a ruir devido a uma sucessão de acontecimen-
tos no final da década de 1920:
•• A crise de 1929 arruinou a maioria dos fazendeiros de café, fazendo-os
perder força e, por consequência, diminuindo seu apoio ao governo;
•• A quebra de lógica da “Política Café com Leite”;
•• O assassinato do Presidente da Paraíba, João Pessoa;
•• A Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas ao poder.
A Revolução de 1930 quebrou o paradigma das oligarquias regionais e
teve como desdobramento o início da implantação de um quadro admi-
nistrativo burocrático pelo governo ditatorial de Vargas.
A criação desse Estado Administrativo se deu através de dois mecanismos típicos da adminis-
tração racional-legal: estatutos e órgãos (normativos e fiscalizadores). Exemplo: em 1930 foi
criada a Comissão Permanente de Padronização com atribuições voltadas para a área de mate-
rial e, no ano seguinte, a Comissão Permanente de Compras.
Esses estatutos e órgãos criados por Vargas incluíam três áreas temáticas que até hoje estrutu-
ram a organização pública: Materiais, Finanças e Pessoas (servidores).
Áreas objeto de intervenção governamental:
•• Administração de pessoal (criação das primeiras carreiras burocráticas);
•• Administração de materiais;
•• Orçamento como plano de administração;
•• Revisão de estruturas administrativas;
•• Racionalização de métodos.
Os primeiros anos de Vargas no poder foram, portanto, voltados para estabelecer princípios e
regras e padronizar os procedimentos a serem adotados.
Ao mesmo tempo, Vargas procurou aproximar-se do proletariado urbano com sua legislação
trabalhista que incorporava antigas reivindicações operárias. A Constituição de 1934 represen-
tou grandes e importantes novidades: o direito de voto das mulheres, a legislação trabalhista, o
salário mínimo, a criação da Justiça Eleitoral etc.

1568 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

Somente em 1936, com a criação do Conselho Federal do Serviço Público Civil e de Comissões
de Eficiência em cada ministério, houve a primeira reforma significativa na busca de sair do mo-
delo patrimonialista, que perdurava desde os tempos do Brasil colônia.
Seguindo as tendências europeias e americanas (que já haviam feito suas reformas no século
anterior – civil service reform), o modelo de administração estatal pretendido pela reforma de
1936 foi a burocracia, nos moldes weberianos.
Em 1937, Getúlio instituiu o Estado Novo: fechou o Congresso; dissolveu os partidos políticos;
outorgou nova Constituição e passou a governar de modo ditatorial até o final da Segunda
Guerra Mundial, em 1945. A ditadura de Vargas foi um período de grande expansão, com refor-
mas impostas “de cima para baixo”.
O grande marco dessa reforma administrativa foi a criação do Departamento Administrativo
do Serviço Público (DASP), pelo decreto-lei nº 579 de 1938. As principais atribuições eram:
•• Realizar estudos detalhados de repartições, departamentos e estabelecimentos públicos
para determinar as modificações a serem feitas em vários campos: dotação orçamentária,
distribuição, processos de trabalho, relações entre os órgãos e relações com o público.
•• Fiscalizar a execução do orçamento, juntamente com o presidente da República.
•• Organizar anualmente a proposta orçamentária a ser enviada à Câmara dos Deputados.
•• Cuidar da organização dos concursos públicos para cargos federais do Poder Executivo.
•• Aperfeiçoar os servidores civis da União.
•• Auxiliar o presidente no exame dos projetos de lei submetidos à sanção.
•• Fixar padrões para os materiais usados no serviço público.
O DASP deveria ser um órgão normativo, de coordenação e controle, encarregado de univer-
salizar procedimentos, mas enfrentou problemas, entre eles o fato de o Estado ser visto como
oportunidade de empregos com vagas preenchidas por meio de indicações pessoais.
Apesar dos esforços de Vargas e de diversas melhorias implantadas, a lógica clientelista dos
empregos públicos nunca foi totalmente erradicada. Em suma, o Estado brasileiro se moderni-
zava administrativamente, mas continuava carregando antigas práticas patrimonialistas.
Ao longo do período entre 1930 e 1945 fortaleceu-se a tendência de centralização na adminis-
tração do País (poder da União sobre os estados). Após 1937, o Estado passou a assumir feições
ainda mais intervencionistas (Estado interventor). Além de sua expansão e ação centralizadora,
houve a criação de autarquias* (Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs) e de empresas
que definiram a base futura para o estado desenvolvimentista.
* Pode parecer um paradoxo, mas alguns autores consideram a criação dessa au-
tarquia um primeiro sinal de administração Gerencial, em pleno período de reforma
burocrática, pois uma autarquia representa a descentralização do poder do Estado.
Em suma, a reforma administrativa do Estado Novo foi o primeiro esforço sistemático de su-
peração do patrimonialismo. Foi uma ação deliberada e ambiciosa para burocratizar o Estado
brasileiro, que buscava introduzir no aparelho administrativo do país a centralização, a impes-
soalidade, a hierarquia, o sistema de mérito, a separação entre o público e o privado. Visava
constituir uma administração pública mais racional e eficiente, que pudesse assumir seu papel
na condução do processo de desenvolvimento.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1569
É importante ressaltar, no entanto, que a implementação dos princípios do modelo burocrático
nunca foi completa. A burocracia cumpriu o papel de frear a lógica patrimonialista, porém, não
conseguiu acabar de vez com suas práticas.
Os dois modelos passaram a coexistir, pois o Estado ainda fazia concessões ao velho
patrimonialismo, que na democracia nascente assumia a forma de clientelismo.

Décadas de 50 a 90

Desde o final do governo Vargas havia o entendimento de que a


utilização dos princípios rígidos da administração pública burocráti-
ca constituía um empecilho ao desenvolvimento do país. Juscelino
Kubitschek criou a COSB (Comissão de Simplificação Burocrática) e
a CEPA (Comissão de Estudos e Projetos Administrativos), em 1956,
buscando realizar reformas globais para modernizar o Estado brasi-
leiro. Esse período de JK se caracteriza por uma crescente cisão entre
a administração direta – rígida e clientelista – e a administração des-
centralizada – autarquias, empresas, institutos e grupos especiais – dotada de maior autono-
mia gerencial e que podia recrutar seus quadros sem concursos, remunerando-os em termos
compatíveis com o mercado. Constituíram-se, assim, ilhas de excelência no setor público.
Após o golpe militar de 1964, o governo Castelo Branco instituiu a Comestra – (Comissão Espe-
cial de Estudos da Reforma Administrativa), com o objetivo de proceder ao exame e à prepara-
ção de projetos para aumentar o rendimento e produtividade da administração federal.
Do trabalho dessa comissão resultou a edição do Decreto-Lei nº
200, de 25 de fevereiro de 1967, até então o mais sistemático
e ambicioso empreendimento para a reforma da administração
federal, conduzido pela SEMOR – Subsecretaria de Moderniza-
ção e Reforma Administrativa.
Reconhecendo que a burocracia rígida constituía um obstáculo
ao desenvolvimento quase tão grande quanto as distorções pa-
trimonialistas e populistas, a reforma procurou substituir a administração pública burocrática
por uma “administração para o desenvolvimento”.
Bresser-Pereira afirma que a reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei 200 constitui um mar-
co na tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primei-
ro momento da administração gerencial no Brasil. Mediante o referido decreto-lei, realizou-se
a transferência de atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista, a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização
funcional.
Os cinco princípios fundamentais previstos no DL 200 são:
I – Planejamento.
II – Coordenação.
III – Descentralização.

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IV – Delegação de Competência.
V – Controle.
O DL 200/67 era uma espécie de lei orgânica da administração pública, fixando princípios, es-
tabelecendo conceitos, balizando estruturas, determinando providências e definindo preceitos
claros de organização e funcionamento da máquina administrativa.
Os principais pontos da DL 200/67 são:
•• Instituição dos princípios do planejamento, da coordenação, da descentralização, da dele-
gação de competência e do controle;
•• Definição de programas de duração plurianual e do orçamento-programa anual como ba-
ses para a atividade do Estado;
Art. 15. A ação administrativa do Poder Executivo obedecerá a programas gerais, se-
toriais e regionais de duração plurianual, elaborados através dos órgãos de planeja-
mento, sob a orientação e a coordenação superiores do Presidente da República.
Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará
a etapa do programa plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de
roteiro à execução coordenada do programa anual.
Art. 18. Toda atividade deverá ajustar-se à programação governamental e ao orça-
mento-programa e os compromissos financeiros só poderão ser assumidos em conso-
nância com a programação financeira de desembolso.
•• Distinção entre a administração direta — os ministérios e demais órgãos diretamente su-
bordinados ao presidente da República — e a indireta, constituída pelos órgãos descentra-
lizados — autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista;
•• Garantia de autonomia para as autarquias, sociedades de economia mista, fundações e
empresas públicas;
•• Fortalecimento e flexibilização do sistema do mérito – nas unidades descentralizadas foram
utilizados empregados celetistas, submetidos ao regime privado de contratação de traba-
lho (sem concurso);
•• Fixação da estrutura do Poder Executivo federal, indicando os órgãos de assistência imedia-
ta do presidente da República e distribuindo os ministérios entre os setores político, eco-
nômico, social, militar e de planejamento, além de apontar os órgãos essenciais comuns
aos diversos ministérios – reagrupamento de departamentos, divisões e serviços em 16
ministérios;
•• Definição das bases do controle externo e interno;
•• Estabelecimento de normas mais flexíveis de aquisição e contratação de bens e serviços;
•• Desenho dos sistemas de atividades auxiliares – pessoal, orçamento, estatística, adminis-
tração financeira, contabilidade e auditoria e serviços gerais.
Embora tenha se verificado um crescimento na administração direta, sobretudo com o aumen-
to do número de ministérios que foram desmembrados de outros, a marca maior do modelo foi
mesmo a expansão da administração indireta.

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Essa expansão buscava maior agilidade e flexibilidade de atuação dessas entidades, melhor
atendimento às demandas do Estado e da sociedade, facilidade de aporte de recursos e, natu-
ralmente, facilidade de recrutamento, seleção e remuneração.
Isso resultou no fenômeno da dicotomia entre o “Estado tecnocrático e moderno” das instân-
cias da administração indireta e o “Estado burocrático, formal e defasado” da administração
direta.
Com a crise política e econômica de meados dos anos 70 e a transição democrática de 84, a re-
forma ficou inacabada e, com isso, o Decreto-Lei nº 200/67 deixou sequelas negativas.
Em primeiro lugar, o ingresso de funcionários sem concurso público permitiu a reprodução de
velhas práticas patrimonialistas. Surgiu uma elite burocrática pública de alta qualidade – con-
tratada principalmente através de empresas estatais-, bem preparada, bem paga, que teve um
papel fundamental na execução dos projetos de desenvolvimento industrial.
Em segundo lugar, a negligência com a administração direta – rígida – que não sofreu mudan-
ças significativas na vigência do decreto, deixou de realizar concursos e de desenvolver carrei-
ras de altos administradores e, por consequência, enfraqueceu o núcleo estratégico do Estado.
Os militares abandonaram o poder deixando como saldo um país em crise.
Em setembro de 1985, é lançado o primeiro programa de
reformas do governo Sarney, que tinha três objetivos prin-
cipais: racionalização das estruturas administrativas, for-
mulação de uma política de recursos humanos e conten-
ção de gastos públicos.
Quanto à estrutura, o que se pretendia era fortalecer a ad-
ministração direta com base na assertiva de que ela tinha
sido negligenciada em detrimento da administração indireta. Foi criada, por exemplo, a Escola
Nacional de Administração Pública (Enap), com o intuito de formar novos dirigentes.
Houve a tentativa de resgatar o sistema de mérito, elaboração um novo plano de carreira, uma
revisão do estatuto do funcionalismo e um plano de retribuições. O governo, porém, fracassou
em tais tentativas.
A Constituição de 1988 produziu avanços significativos, particularmente no que se refere à de-
mocratização da esfera pública e aos avanços sociais. Atendendo aos clamores de participação
nas decisões públicas, foram institucionalizados mecanismos de democracia direta, favorecen-
do um maior controle social da gestão estatal, incentivou-se a descentralização político-admi-
nistrativa e resgatou-se a importância da função de planejamento.
Outro grande mérito foi a exigência de concurso público para entrada no serviço público, redu-
zindo substancialmente o empreguismo que tradicionalmente caracterizou o Estado.
Apesar dos propalados avanços democráticos, autores consideram a Constituição de 1988 um
retrocesso em termos de Administração Pública. O termo “novo populismo patrimonialista”
descreve bem esse contexto.
Desde a década de 80 o modelo de Estado Burocrático já se encontrava completamente ar-
caico. Chamada, economicamente, de “década perdida”, o crescimento econômico estagnou.
Surgiu a consciência (neoliberal) de que este Estado deveria se tornar um Mínimo, mantendo

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

apenas a ordem através da educação, da saúde e da segurança, e da justiça. Deveria, ainda, se


adaptar às tendências competitivas globais, evidenciadas pela rápida abertura aos capitais e
comércio internacionais, associada à privatização das empresas estatais e à redução do peso do
Estado na economia.
A transição democrática brasileira, porém, havia ocorrido graças a uma aliança da burguesia
(mais especificamente dos empresários industriais) com os grupos democráticos e de esquerda
da classe média burocrática. Por exemplo: por pressão de interesses corporativos, as leis rela-
tivas aos funcionários públicos estabeleciam mais de 100 direitos, uns dois ou três deveres e
alguns poucos dispositivos sobre o processo disciplinar e as sanções cabíveis em caso de falta
grave.
A ideologia dominante, além de nacional-desenvolvimentista, protecionista e estatista, preten-
dia ser keynesiana (de bem estar social). Através do déficit público seriam combinados magica-
mente desenvolvimento e distribuição de renda.
No anseio de reduzir as disparidades entre a administração central e a descentralizada, acabou
por eliminar a flexibilidade da administração indireta que constituía o setor dinâmico da admi-
nistração pública (apesar de casos de ineficiência, de excesso de autonomia às empresas esta-
tais e de alguns abusos em termos de remuneração e empreguismo). Ela foi equiparada, para
efeito de mecanismos de controle e procedimentos, à administração direta.
A aplicação de um regime jurídico único (RJU) a todos os servidores públicos abruptamente
transformou milhares de empregados celetistas em estatutários, gerando um problema ainda
não solucionado para a gestão da previdência dos servidores públicos, pois assegurou aposen-
tadorias com salário integral para todos aqueles que foram incorporados compulsoriamente ao
novo regime sem que nunca tivessem contribuído para esse sistema.
O RJU institucionalizou vantagens e benefícios que permitiram um crescimento fora de contro-
le das despesas com pessoal, criando sérios obstáculos ao equilíbrio das contas públicas e aos
esforços de modernização administrativa em todos os níveis de governo.
Em síntese, o retrocesso burocrático ocorrido no país entre 1985 e 1989 foi uma reação ao
clientelismo que dominou o país naqueles anos, mas também foi uma afirmação de privilégios
corporativistas e patrimonialistas.
Em vez de perceber que estava na hora de abrir a economia para torná-la mais competitiva e de
reformar o Estado para reconstruí-lo, insistiu-se em lutar contra a abertura comercial e em se
defender o estabelecimento de uma política industrial protecionista. Essa estratégia não fazia
sentido para a nação, dada a crise do Estado e a dimensão da dívida externa. Como consequên-
cia do agravamento da crise, abriu-se espaço para que as ideias neoliberais e entrassem forte-
mente no país.
A crise do Estado pode ser vista sob distintas óticas:
1. Crise fiscal – devido ao excesso de gastos, o Estado passa a ser devedor e perde continua-
mente crédito; consequentemente, falta dinheiro para investir em serviços.
2. Falência do modelo intervencionista do Estado, que deixa de atender às demandas sociais;
3. Ineficácia do sistema (burocrático) da Administração do Estado.

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As reformas econômicas e o ajuste fiscal ganharam impulso no governo Collor. Esse governo foi
contraditório: ao mesmo tempo em que iniciou as necessárias reformas orientadas para o mer-
cado, foi equivocado na Administração Pública, ao confundir reforma do Estado com corte de
funcionários, redução dos salários reais e diminuição do tamanho do Estado a qualquer custo.
Porém, na década de 90, as propostas de ajuste oriundas do
modelo neoliberal de Estado mínimo mostraram-se irrealistas
e houve a percepção de que a estagnação econômica era pro-
vocada pela crise do Estado. Nesse momento, ganhou força o
tema da reforma do Estado, ou então da sua reconstrução de
forma que ele não apenas garantisse a propriedade e os con-
tratos, mas também exercesse seu papel complementar ao
mercado na coordenação da economia e na busca da redução
das desigualdades sociais.
Segundo Bresser Pereira, se a proposta de um Estado mínimo
não é realista, e se o fator básico subjacente à desaceleração
econômica e ao aumento dos níveis de desemprego é a cri-
se do Estado, a conclusão só pode ser uma: o caminho para
resolver a crise não é provocar o definhamento do Estado,
enfraquecê-lo ainda mais do que já está enfraquecido, mas
reconstruí-lo, reformá-lo.

Reforma Gerencial

Em 1995, no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, houve aprofundamento dessa


crise do Estado (principalmente fiscal e política) e emergência por reformas estruturais.
Em janeiro do mesmo ano foi criado o Ministério da Administra-
ção Federal e Reforma do Estado – MARE, sob a responsabilidade
do Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira, e instalada a Câmara da
Reforma do Estado, instância interministerial deliberativa sobre
planos e projetos de implementação da reforma. O resultado foi a
elaboração do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado –
PDRAE.
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado foi o documen-
to orientador dos projetos de reforma. A partir de um diagnósti-
co que apontou os principais problemas da administração pública
brasileira nas dimensões institucional-legal, cultural e de gestão,
ele propôs um novo modelo conceitual apoiado no Modelo Ge-
rencial.

Setores do Estado
O PDRAE distinguia os quatro segmentos fundamentais da ação do Estado:

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NÚCLEO ESTRATÉGICO: corresponde ao governo propriamente dito. É o setor que define as leis
e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor onde as decisões estra-
tégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e,
no Poder Executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores
diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas.
ATIVIDADES EXCLUSIVAS: é o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode rea-
lizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado – o poder de regulamentar,
fiscalizar, fomentar. Como exemplos temos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a
previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas
sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio
ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes etc.
SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS: é o setor onde o Estado atua simultaneamente com outras orga-
nizações públicas não estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de
Estado. Este, entretanto, está presente porque os serviços possuem alta relevância e envolvem
direitos humanos fundamentais, como os da educação e da saúde. São exemplos desse setor:
as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus.
PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO: corresponde à área de atuação das em-
presas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permane-
cem no aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infraestrutura. Estão no Estado
seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são ativida-
des naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se
necessária, no caso de privatização, a regulamentação rígida.
Cada um destes quatro setores referidos apresenta características peculiares, tanto no que se
refere às suas prioridades, quanto aos princípios administrativos adotados. A seguir, uma tabe-
la com o resumo dessas características, conforme a proposição do PDRAE.

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Estratégias
O PDRAE abordava três dimensões estratégicas, as quais deveriam ser levadas em consideração
simultaneamente para o sucesso da implantação do Modelo Gerencial:
1. Dimensão institucional-legal: alterar e/ou criar leis e instituições para adequar o Estado ao
modelo gerencial. A operacionalização das mudanças pretendidas exige, a priori, o aper-
feiçoamento do sistema jurídico-legal, notadamente de ordem constitucional, de maneira
a remover os constrangimentos existentes que impedem a adoção de uma administração
ágil e com maior grau de autonomia. Neste sentido, a reforma contempla a proposição de
emendas constitucionais, como a reforma tributária e a reforma da previdência.
2. Dimensão cultural: sepultar de vez o patrimonialismo e passar por uma transição burocrá-
tica–gerencial.
3. Dimensão gestão: colocar em prática as novas ideias gerenciais e oferecer à comunidade
um serviço público mais barato, com um melhor controle e uma melhor qualidade (exce-
lência no serviço público).

Alguns resultados
O Plano Diretor como um todo não foi implantado, uma vez que contou com a resistência dos
servidores públicos, da população e dos partidos da oposição. No entanto, a essência do plano
foi absorvida e gerou alguns frutos:
•• quebra do monopólio no setor de energia, fundamental para a expansão dos investimentos
em prospecção de petróleo, o que acabou permitindo ao Brasil alcançar a autossuficiência
em produção petrolífera;
•• dentro do Plano Nacional de Desestatização, foram vendidos diversos ativos de proprieda-
de da União e outros com participação minoritária do Estado. Foram arrecadados US$ 78
bilhões com a venda, e transferidos US$ 15 bilhões de dívidas das empresas;
•• para regular e fiscalizar as diversas empresas privatizadas, o governo criou as Agências Re-
guladoras, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL), a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP), e a Agência Na-
cional de Águas (ANA);
•• no campo macroeconômico, o controle da inflação assumiu caráter estratégico – sistema
de metas de inflação, acompanhado pelo Banco Central;
•• lei de responsabilidade fiscal – fixou limites para gastos com pessoal e para o volume de
endividamento e criou mecanismos de responsabilização penal para os administradores
públicos que infringem a lei;
•• Emenda Constitucional 19/98;
•• incluiu a Eficiência como princípio da Administração Pública no artigo 37 da Constituição
Federal;
•• avaliação e possibilidade de perda do cargo por insuficiência de desempenho;

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

•• reforma da Previdência – substituição da aposentadoria por tempo de serviço pela aposen-


tadoria por tempo de contribuição, a instituição de limite de idade para a aposentadoria
integral dos servidores públicos, aumento da idade mínima para aposentadoria dos traba-
lhadores do setor privado, instituição do fator previdenciário. Assim, o valor do benefício
passou a depender da idade, do tempo de contribuição e da expectativa de vida;
•• no campo social, foram criados o Bolsa-Escola, o Auxílio gás, etc. Era um sistema de transfe-
rência direta de renda condicionada à frequência escolar das crianças das famílias dos be-
neficiários. Posteriormente os programas de proteção social foram unificados e ampliados
através do programa Bolsa-Família.

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SLIDES - EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA NO BRASIL APÓS 1930

Evolução do Estado Brasileiro


• Século XX - continuada tentativa de modernização das
estruturas e processos do aparelho de Estado.
‒ Mudanças pontuais X sistêmicas
‒ Resposta (tardia) às transformações mundiais.

• Duas principais reformas administrativas:


(Obs: não há unanimidade na literatura)
‒Patrimonialismo Burocracia
‒Burocracia Gerencial
1

Modelos teóricos de Administração Pública


Patrimonialista: res publica não é diferenciada da res
principis; o aparelho do Estado funciona como uma
extensão do poder do soberano; os cargos são
considerados favores pessoais.

Burocrático: surgiu para combater o patrimonialismo, por


meio do controle rígido (a priori) dos processos, da
impessoalidade, da legalidade e da profissionalização. Na
prática, possui diversas disfunções que geram ineficiência.
Gerencial (Nova Administração Pública): busca combater
as disfunções burocráticas (ineficiência); tem foco nos
resultados (controle a posteriori), redução de custos,
descentralização da autoridade e aumento da qualidade
dos serviços ofertados aos cidadãos.

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

Evolução do Estado Brasileiro - Origens

• Independência - processo liderado pelos setores que mais se


beneficiaram com a ruptura dos laços coloniais: grandes
proprietários de terras e de escravos e grandes comerciantes.
• Sociedade mercantil-senhorial
• Patrimonialismo (com traços liberais)
• Poder descentralizado (oligarquias, coronéis)
• Política dos governadores

Estado Brasileiro: Patrimonialismo


Por que precisava mudar?

Brasil: década de 30
• Crise econômica mundial;
• Cai preço café: oligarquias agrícolas da política café com leite
perdem poder;
• Revolução de 30 – Getúlio no poder:
‒ Estruturação do Estado, indústria de base – foco na industrialização.

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Getúlio Vargas: 1930-1945
• Implantação do modelo
burocrático no Brasil;
• Autoritarismo;
• Nacionalismo econômico;
• Forte centralização administrativa e intervenção do Estado nos
setores produtivo e de serviços
• Desenvolvimento (econômico, social, incipiente capitalismo
industrial).

Getúlio Vargas
• Início da implantação do quadro burocrático:
‒ Estatutos e órgãos (normativos e fiscalizadores)
‒ Comissão Permanente de Padronização (materiais – 1930); de
Compras (1931).
‒ Três temas: Materiais, Finanças e Pessoas
‒ Principais áreas:
o Pessoal - carreiras burocráticas;
o Administração de materiais;
o Orçamento como plano de administração;
o Revisão de estruturas administrativas;
o Racionalização de métodos.

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

Getúlio Vargas
• 1937 – Golpe de Estado (Estado Novo)
• 1938 – DASP - Departamento Administrativo do Serviço
Público:
‒ Realizar estudos detalhados de estabelecimentos públicos para
determinar modificações: orçamento, distribuição, processos de
trabalho, relações entre os órgãos e com o público.
‒ Organizar e fiscalizar orçamento
‒ Organizar concursos públicos e aperfeiçoar servidores
‒ Auxiliar o presidente no exame dos projetos de lei
‒ Fixar padrões de materiais nos serviço público

Getúlio Vargas

• Autarquias - Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs)


‒ “Descentralização administrativa”

• Estado interventor:
‒ 1930 a 1945 - criadas 56 agências estatais
‒ Substituição das importações

• Redemocratização – 1945
‒ Dutra – Plano SALTE – coordenação dos 3 níveis
‒ Vargas – 1951/1954: reforma perde força

www.acasadoconcurseiro.com.br 1581
Getúlio Vargas
Resultados:
• Freou o patrimonialismo,
mas não o extinguiu.
• Coexistência dos
dois modelos
• Fortalecimento da classe burocrática – controle político do
Estado

JK: 1956-1961
• Influência do Plano Marshall: combate americano à possível expansão
das doutrinas socialista e comunista.
• Plano de Metas: 50 anos em 5
• EBAP: treinamento administrativo aos servidores; consultoria; busca por
racionalismo, eficiência, eficácia e distinção
entre política e administração.
• COSB - Simplificação Burocrática
• CEPA - Estudos e Projetos Administrativos
• Crescente cisão Adm. direta x indireta:
Descentralização
• Plano de Metas: 94,8% dos recursos
alocados na Administração Indireta

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

Jânio e Jango: 1962-1964

• Tentativa de reformas de base


• Estudos p/ descentralização
• Comissão Amaral Peixoto
• Golpe Militar

Governos Militares: 1964-1985

• 1964
• Período Autoritário
Desenvolvimentista

• Comestra – Comissão Especial de Estudos da Reforma Administrativa


• Preparação de projetos para aumentar o rendimento e a
produtividade da administração federal.

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Governos Militares
• Decreto-Lei n° 200/67
‒ Conduzido pela SEMOR – Subsecretaria de Modernização e Reforma
Administrativa;
‒ Tecnicismo;
‒ Substituir Administração Burocrática por uma Administração para o
Desenvolvimento

Descentralização administrativa (autonomia a órgãos e agências)


X
Concentração do poder (dos estados para governo federal)

‒ 5 Princípios Fundamentais: Planejamento, Coordenação, Controle,


Descentralização e Delegação de competência.

Governos Militares – DL 200/67

• Principais pontos:
‒Distinção entre Administração Direta e Indireta
‒Fortalecimento (autonomia) da Adm. Indireta
‒Definição de programas de duração plurianual e do
orçamento-programa anual como bases para a atividade do
Estado.
‒Flexibilidade de aquisição e contratação de bens e serviços;
‒Fortalecimento e flexibilização do sistema do mérito
(contratação sem concurso na adm. Indireta.)

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

Governos Militares – resultados


• Crises de 70 (petróleo) – reforma inacabada
• Enfraqueceu o núcleo estratégico – Administração Direta
• Dicotomia “Estado tecnocrático e moderno – Adm. Indireta”
X
“Estado burocrático, formal e defasado – Adm. Direta”
• Meados 70 - SEMOR - Secretaria da Modernização - jovens adm públicos,
muitos com pós-graduação no exterior, buscaram implantar novas
técnicas de gestão.
• Anos 80 - Programa Nacional de Desburocratização (Ministro Hélio
Beltrão) + P. N. Desestatização
‒ Focalizou o usuário do serviço público, concentrando-se na produção
de mudanças no comportamento e na atuação da burocracia pública.
‒ Ineditismo pelo caráter social e político.

Nova República – Redemocratização - 1985


• Contexto: crises econômicas.

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Nova República - Redemocratização

• 1985 – Sarney
‒Proposta de Reforma - três objetivos:
o Racionalização das estruturas administrativas
o Formulação de uma política de RH
o Contenção de gastos públicos.
‒Fortalecer a Adm. Direta – negligenciada pelos militares
‒Criou a ENAP – formação de dirigentes

Nova República - Redemocratização


• Constituição 1988 – Constituição Cidadã
‒ Retrocesso administrativo: novo populismo patrimonialista.
‒ Centrão: coalizão política populista no Congresso; levou ao
descontrole da política econômica.
‒ Desenvolvimento + distribuição de renda = déficit público.
‒ Eliminou a flexibilidade da administração indireta que constituía o
setor dinâmico da administração pública.
‒ Regime jurídico único.
‒ Conversão de celetistas em estatutários.

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

Collor – 1990-1992
• Reformas econômicas e ajuste
fiscal.

• Governo contraditório:
Ajuste Fiscal
X
Corrupção, Estado mínimo
(neoliberal), Demissões.

Reforma Gerencial
Contexto: décadas de 80 e 90:
• Crises econômicas.
• Consenso de Washington: visão
neoliberal, Estado mínimo, ajuste fiscal,
liberalização comercial, redução de
gastos públicos, estabilização monetária
e privatização de empresas estatais.
• Esgotamento do modelo de Estado
mínimo.

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Reforma Gerencial
• 1995: FHC + Bresser Pereira = Ministério da Administração
Federal e Reforma do Estado – MARE
• Resultado: Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado
‒ Documento orientador dos projetos de reforma.
‒ Oriundo do diagnóstico dos principais problemas da administração
pública brasileira nas dimensões institucional-legal, cultural e de
gestão.
‒ Propôs a implantação do Modelo Gerencial no Brasil.

Reforma Gerencial - PDRAE


• Diagnóstico: crise do Estado
1. Fiscal – excesso de gastos. O Estado passa a ser devedor e perde
continuamente crédito; falta dinheiro para investir em serviços.
2. Falência do modelo intervencionista do Estado, que deixa de
atender às demandas sociais;
3. Ineficácia do sistema (burocrático) da Administração do Estado.

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Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

PDRAE – Objetivos Globais


• Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua capacidade administrativa
de governar com efetividade e eficiência, voltando a ação dos serviços do
Estado para o atendimento dos cidadãos.
• Limitar a ação do Estado àquelas funções que lhe são próprias,
reservando, em princípio, os serviços não-exclusivos para a propriedade
pública não-estatal, e a produção de bens e serviços para o mercado para
a iniciativa privada.
• Transferir da União para os estados e municípios as ações de caráter local:
só em casos de emergência cabe a ação direta da União.
• Transferir parcialmente da União para os estados as ações de caráter
regional, de forma a permitir uma maior parceria entre os estados e a
União.

Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado

Quatro
segmentos

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PDRAE - Estratégias
“Estas dimensões, ainda que guardem certa independência,
operarão de forma complementar.”

• Dimensão institucional-legal: alterar e/ou criar leis e instituições


para adequar o Estado ao modelo gerencial.
• Dimensão cultural: sepultar de vez o patrimonialismo e passar por
uma transição burocrática–gerencial.
• Dimensão gestão: colocar em prática as novas ideias gerenciais e
oferecer à comunidade um serviço público mais barato, com um
melhor controle e uma melhor qualidade (excelência no serviço
público).

PDRAE - Resultados

• O Plano Diretor como um todo não foi implantado, uma vez


que contou com a resistência dos servidores públicos, da
população e dos partidos da oposição.

• O próprio Governo FHC não deu sustentação à reforma ampla


da administração pública, como previa o Plano Diretor,
optando por apoiar temas pontuais com foco na estabilização
econômica.

1590 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Evolução da Administração Pública no Brasil Após 1930 – Prof. Rafael Ravazolo

PDRAE - Resultados
• Privatizações;
• Agências Regulatórias;
• Metas de inflação – controle estratégico;
• Lei de responsabilidade fiscal;
• Emenda Constitucional 19/98
‒ Princípio da Eficiência;
‒ Avaliação de desempenho dos servidores e demissão por baixo
desempenho.
• Reforma Previdência;
• Organizações Sociais (Publicização) + Contratos de gestão – Lei 9637/98
• Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) - Lei 9790/99
• PPPs (Lei 11.079/04)

Referências Bibliográficas
1) José Matias Pereira – Manual de gestão pública contemporânea, 4ª edição.
Atlas, 2012.
2) José Matias Pereira – Reforma do Estado, transparência e democracia no
Brasil. Revista Académica de Economía, [Málaga], n. 26, jun. 2004.
https://bvc.cgu.gov.br/handle/123456789/3066

3) Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.


http://www.bresserpereira.org.br/Documents/MARE/PlanoDiretor/planodiretor.pdf

4) Luiz Carlos Bresser-Pereira – A Reforma da Administração Pública.


http://www.bresserpereira.org.br/papers/1996/96.ReformaDaAdministracaoPublica.pd
f

5) Fernando Luiz Abrúcio - O impacto do modelo gerencial na Administração


Pública.
http://antigo.enap.gov.br/downloads/ec43ea4fAbrciocad%2010.pdf

www.acasadoconcurseiro.com.br 1591
Lei de Acesso à Informação

Professor Rafael Ravazolo

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Administração

LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LEI Nº 12.527/2011

A Lei nº 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), tem o propósito de regula-
mentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas e seus disposi-
tivos são aplicáveis aos três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A publicação da LAI significa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil
e também para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível a
maior participação popular e o controle social das ações governamentais, o acesso da socieda-
de às informações públicas permite que ocorra uma melhoria na gestão pública.
No Brasil, o direito de acesso à informação pública foi previsto na Constituição Federal, no art.
5º, inciso XXXIII do Capítulo I – dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos –, o qual dispõe
que: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon-
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”.
A Constituição também tratou do acesso à informação pública no art. 5º, inciso XIV, no art. 37,
§ 3º, inciso II e no art. 216, § 2º. São esses os dispositivos que a LAI regulamenta, estabelecen-
do requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedimentos para facilitar
e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa.
A LAI torna essencial o princípio da transparência máxima: o acesso é a regra, e o sigilo é a exce-
ção. Salvaguardando-se os dados pessoais e as exceções expressas na lei, todas as demais infor-
mações são consideradas públicas e, por isso, passíveis de serem disponibilizadas aos cidadãos.
A LAI também consolida e define o marco regulatório sobre o acesso à informação pública sob
a guarda do Estado e estabelece procedimentos para que a Administração responda a pedidos
de informação do cidadão. Para isso, a LAI estipula:
•• procedimentos, normas e prazos para o processamento dos pedidos de informação;
•• a criação de um Serviço de Informações ao Cidadão em todos os órgãos e entidades do
poder público;
•• que órgãos e entidades públicas devem divulgar informações de interesse coletivo, sobre-
tudo por meio da Internet, salvo aquelas cuja confidencialidade esteja prevista no texto
legal;
•• mecanismos de recurso em caso de negativa de acesso à informação.
A seguir, um quadro com o resumo dos conteúdos da LAI.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1595
Temá%ca  por  capítulo Ar%gos Principais  assuntos
Aplicabilidade  da  Lei 1  e  2 Quem  se  submete  ao  regramento.
Diretrizes  (princípios)   3 Diretrizes  do  direito  fundamental  de  acesso  a  informações.
Definições   de   expressões   básicas:   informação,   documento,  
Glossário 4
informação  sigilosa,  etc.
Compromissos   e   deveres   do   Estado:   direito   de   acesso   e   de  
GaranIas  do  direito  de  acesso 5,  6,  7  e  9 informar   é   regra;   não   pode   deixar   o   cidadão   no   limbo;   SIC;  
Audiências  Públicas.
Transparência   aIva   -­‐   divulgação   Categorias  de  informação  a  serem  divulgadas  proaIvamente;  
8  
proaIva Canais  e  formas  de  divulgação.
Transparência  passiva  -­‐  pedidos   Exigências   para   o   pedido   (idenIficação   do   cidadão);  
10  a  14
de  informação Procedimentos,  prazos  e  custo  para  o  atendimento  .
Direito   de   recurso   à   recusa   de   Procedimentos   e   prazos   para   recurso   –   ritos   legais;  
15  a  20
liberação  de  informação Autoridades  responsáveis;  Pedido  de  desclassificação.
Regras  e  níveis  de  restrição  de  acesso  (classificação);  Prazos  
Restrições  de  acesso  –  
21  a  31 (5,   15   e   25   anos);   Controle   de   informações   sigilosas   e  
Exceções  ao  direito  de  acesso
pessoais;  JusIficaIva  do  não  acesso.
Responsabilidade  dos  agentes 32  a  34 Condutas  ilícitas;  Sanções.
Disposições  gerais 35  a  47 Comissão  Mista  de  Reavaliação  de  Informações;  outras.

1596 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

LEI Nº 12.527/2011

Regula o acesso a informações previsto no inci- Parágrafo único. A publicidade a que estão
so XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 submetidas as entidades citadas no caput
e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; al- refere-se à parcela dos recursos públicos
tera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; recebidos e à sua destinação, sem prejuízo
revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e das prestações de contas a que estejam le-
dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de galmente obrigadas.
1991; e dá outras providências.
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o destinam-se a assegurar o direito fundamental
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- de acesso à informação e devem ser executados
guinte Lei: em conformidade com os princípios básicos da
administração pública e com as seguintes dire-
trizes:

CAPÍTULO I I – observância da publicidade como precei-


to geral e do sigilo como exceção;
DISPOSIÇÕES GERAIS
II – divulgação de informações de interesse
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos público, independentemente de solicita-
a serem observados pela União, Estados, Distri- ções;
to Federal e Municípios, com o fim de garantir
o acesso a informações previsto no inciso XXXIII III – utilização de meios de comunicação
do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º viabilizados pela tecnologia da informação;
do art. 216 da Constituição Federal.
IV – fomento ao desenvolvimento da cultu-
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime ra de transparência na administração públi-
desta Lei: ca;
I – os órgãos públicos integrantes da admi- V – desenvolvimento do controle social da
nistração direta dos Poderes Executivo, Le- administração pública.
gislativo, incluindo as Cortes de Contas, e
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
Judiciário e do Ministério Público;
I – informação: dados, processados ou não,
II – as autarquias, as fundações públicas, as
que podem ser utilizados para produção e
empresas públicas, as sociedades de econo-
transmissão de conhecimento, contidos em
mia mista e demais entidades controladas
qualquer meio, suporte ou formato;
direta ou indiretamente pela União, Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios. II – documento: unidade de registro de in-
formações, qualquer que seja o suporte ou
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no
formato;
que couber, às entidades privadas sem fins lu-
crativos que recebam, para realização de ações III – informação sigilosa: aquela submetida
de interesse público, recursos públicos direta- temporariamente à restrição de acesso pú-
mente do orçamento ou mediante subvenções blico em razão de sua imprescindibilidade
sociais, contrato de gestão, termo de parceria, para a segurança da sociedade e do Estado;
convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
tos congêneres.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1597
IV – informação pessoal: aquela relacionada II – proteção da informação, garantindo-se
à pessoa natural identificada ou identificá- sua disponibilidade, autenticidade e integri-
vel; dade; e
V – tratamento da informação: conjunto III – proteção da informação sigilosa e da in-
de ações referentes à produção, recepção, formação pessoal, observada a sua disponi-
classificação, utilização, acesso, reprodu- bilidade, autenticidade, integridade e even-
ção, transporte, transmissão, distribuição, tual restrição de acesso.
arquivamento, armazenamento, elimina-
ção, avaliação, destinação ou controle da Art. 7º O acesso à informação de que trata esta
informação; Lei compreende, entre outros, os direitos de ob-
ter:
VI – disponibilidade: qualidade da informa-
ção que pode ser conhecida e utilizada por I – orientação sobre os procedimentos para
indivíduos, equipamentos ou sistemas au- a consecução de acesso, bem como sobre o
torizados; local onde poderá ser encontrada ou obtida
a informação almejada;
VII – autenticidade: qualidade da informa-
ção que tenha sido produzida, expedida, II – informação contida em registros ou do-
recebida ou modificada por determinado cumentos, produzidos ou acumulados por
indivíduo, equipamento ou sistema; seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
não a arquivos públicos;
VIII – integridade: qualidade da informação
não modificada, inclusive quanto à origem, III – informação produzida ou custodiada
trânsito e destino; por pessoa física ou entidade privada decor-
rente de qualquer vínculo com seus órgãos
IX – primariedade: qualidade da informação ou entidades, mesmo que esse vínculo já
coletada na fonte, com o máximo de deta- tenha cessado;
lhamento possível, sem modificações.
IV – informação primária, íntegra, autêntica
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de e atualizada;
acesso à informação, que será franqueada, me-
diante procedimentos objetivos e ágeis, de for- V – informação sobre atividades exercidas
ma transparente, clara e em linguagem de fácil pelos órgãos e entidades, inclusive as rela-
compreensão. tivas à sua política, organização e serviços;
VI – informação pertinente à administração
do patrimônio público, utilização de recur-
CAPÍTULO II sos públicos, licitação, contratos administra-
tivos; e
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E
DA SUA DIVULGAÇÃO VII – informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder
resultados dos programas, projetos e ações
público, observadas as normas e procedimentos
dos órgãos e entidades públicas, bem como
específicos aplicáveis, assegurar a:
metas e indicadores propostos;
I – gestão transparente da informação, pro-
b) ao resultado de inspeções, auditorias,
piciando amplo acesso a ela e sua divulga-
prestações e tomadas de contas realizadas
ção;
pelos órgãos de controle interno e externo,
incluindo prestações de contas relativas a
exercícios anteriores.

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Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

§ 1º O acesso à informação previsto no ca- II – registros de quaisquer repasses ou


put não compreende as informações refe- transferências de recursos financeiros;
rentes a projetos de pesquisa e desenvolvi-
mento científicos ou tecnológicos cujo sigilo III – registros das despesas;
seja imprescindível à segurança da socieda- IV – informações concernentes a procedi-
de e do Estado. mentos licitatórios, inclusive os respectivos
§ 2º Quando não for autorizado acesso inte- editais e resultados, bem como a todos os
gral à informação por ser ela parcialmente contratos celebrados;
sigilosa, é assegurado o acesso à parte não V – dados gerais para o acompanhamento
sigilosa por meio de certidão, extrato ou có- de programas, ações, projetos e obras de
pia com ocultação da parte sob sigilo. órgãos e entidades; e
§ 3º O direito de acesso aos documentos VI – respostas a perguntas mais frequentes
ou às informações neles contidas utilizados da sociedade.
como fundamento da tomada de decisão e
do ato administrativo será assegurado com § 2º Para cumprimento do disposto no ca-
a edição do ato decisório respectivo. put, os órgãos e entidades públicas deverão
utilizar todos os meios e instrumentos legí-
§ 4º A negativa de acesso às informações timos de que dispuserem, sendo obrigatória
objeto de pedido formulado aos órgãos e a divulgação em sítios oficiais da rede mun-
entidades referidas no art. 1º, quando não dial de computadores (internet).
fundamentada, sujeitará o responsável a
medidas disciplinares, nos termos do art. 32 § 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na
desta Lei. forma de regulamento, atender, entre ou-
tros, aos seguintes requisitos:
§ 5º Informado do extravio da informação
solicitada, poderá o interessado requerer à I – conter ferramenta de pesquisa de conte-
autoridade competente a imediata abertu- údo que permita o acesso à informação de
ra de sindicância para apurar o desapareci- forma objetiva, transparente, clara e em lin-
mento da respectiva documentação. guagem de fácil compreensão;
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º II – possibilitar a gravação de relatórios em
deste artigo, o responsável pela guarda da diversos formatos eletrônicos, inclusive
informação extraviada deverá, no prazo de abertos e não proprietários, tais como pla-
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar teste- nilhas e texto, de modo a facilitar a análise
munhas que comprovem sua alegação. das informações;
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas III – possibilitar o acesso automatizado por
promover, independentemente de requerimen- sistemas externos em formatos abertos, es-
tos, a divulgação em local de fácil acesso, no truturados e legíveis por máquina;
âmbito de suas competências, de informações
de interesse coletivo ou geral por eles produzi- IV – divulgar em detalhes os formatos utili-
das ou custodiadas. zados para estruturação da informação;

§ 1º Na divulgação das informações a que se V – garantir a autenticidade e a integridade


refere o caput, deverão constar, no mínimo: das informações disponíveis para acesso;

I – registro das competências e estrutura VI – manter atualizadas as informações dis-


organizacional, endereços e telefones das poníveis para acesso;
respectivas unidades e horários de atendi-
mento ao público;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1599
VII – indicar local e instruções que permi- CAPÍTULO III
tam ao interessado comunicar-se, por via DO PROCEDIMENTO DE ACESSO
eletrônica ou telefônica, com o órgão ou en-
tidade detentora do sítio; e À INFORMAÇÃO
VIII – adotar as medidas necessárias para Seção I
garantir a acessibilidade de conteúdo para DO PEDIDO DE ACESSO
pessoas com deficiência, nos termos do art.
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de Art. 10. Qualquer interessado poderá apresen-
2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Di- tar pedido de acesso a informações aos órgãos
reitos das Pessoas com Deficiência, aprova- e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por
da pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de qualquer meio legítimo, devendo o pedido con-
julho de 2008. ter a identificação do requerente e a especifica-
ção da informação requerida.
§ 4º Os Municípios com população de até
10.000 (dez mil) habitantes ficam dispen- § 1º Para o acesso a informações de inte-
sados da divulgação obrigatória na internet resse público, a identificação do requerente
a que se refere o § 2º, mantida a obrigato- não pode conter exigências que inviabilizem
riedade de divulgação, em tempo real, de a solicitação.
informações relativas à execução orçamen-
tária e financeira, nos critérios e prazos pre- § 2º Os órgãos e entidades do poder público
vistos no art. 73-B da Lei Complementar nº devem viabilizar alternativa de encaminha-
101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Respon- mento de pedidos de acesso por meio de
sabilidade Fiscal). seus sítios oficiais na internet.

Art. 9º O acesso a informações públicas será as- § 3º São vedadas quaisquer exigências rela-
segurado mediante: tivas aos motivos determinantes da solicita-
ção de informações de interesse público.
I – criação de serviço de informações ao ci-
dadão, nos órgãos e entidades do poder pú- Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá au-
blico, em local com condições apropriadas torizar ou conceder o acesso imediato à infor-
para: mação disponível.

a) atender e orientar o público quanto ao § 1º Não sendo possível conceder o acesso


acesso a informações; imediato, na forma disposta no caput, o ór-
gão ou entidade que receber o pedido deve-
b) informar sobre a tramitação de docu- rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
mentos nas suas respectivas unidades;
I – comunicar a data, local e modo para se
c) protocolizar documentos e requerimen- realizar a consulta, efetuar a reprodução ou
tos de acesso a informações; e obter a certidão;
II – realização de audiências ou consultas II – indicar as razões de fato ou de direito da
públicas, incentivo à participação popular recusa, total ou parcial, do acesso pretendi-
ou a outras formas de divulgação. do; ou
III – comunicar que não possui a informa-
ção, indicar, se for do seu conhecimento, o
órgão ou a entidade que a detém, ou, ain-
da, remeter o requerimento a esse órgão ou
entidade, cientificando o interessado da re-
messa de seu pedido de informação.

1600 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser Art. 13. Quando se tratar de acesso à informa-
prorrogado por mais 10 (dez) dias, median- ção contida em documento cuja manipulação
te justificativa expressa, da qual será cienti- possa prejudicar sua integridade, deverá ser
ficado o requerente. oferecida a consulta de cópia, com certificação
de que esta confere com o original.
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da prote-
ção das informações e do cumprimento da Parágrafo único. Na impossibilidade de ob-
legislação aplicável, o órgão ou entidade tenção de cópias, o interessado poderá soli-
poderá oferecer meios para que o próprio citar que, a suas expensas e sob supervisão
requerente possa pesquisar a informação de servidor público, a reprodução seja feita
de que necessitar. por outro meio que não ponha em risco a
conservação do documento original.
§ 4º Quando não for autorizado o acesso
por se tratar de informação total ou par- Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro
cialmente sigilosa, o requerente deverá ser teor de decisão de negativa de acesso, por certi-
informado sobre a possibilidade de recurso, dão ou cópia.
prazos e condições para sua interposição,
devendo, ainda, ser-lhe indicada a autorida- Seção II
de competente para sua apreciação. DOS RECURSOS
§ 5º A informação armazenada em formato Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a
digital será fornecida nesse formato, caso informações ou às razões da negativa do acesso,
haja anuência do requerente. poderá o interessado interpor recurso contra a
§ 6º Caso a informação solicitada esteja dis- decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da
ponível ao público em formato impresso, sua ciência.
eletrônico ou em qualquer outro meio de Parágrafo único. O recurso será dirigido à
acesso universal, serão informados ao re- autoridade hierarquicamente superior à
querente, por escrito, o lugar e a forma pela que exarou a decisão impugnada, que deve-
qual se poderá consultar, obter ou repro- rá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
duzir a referida informação, procedimento
esse que desonerará o órgão ou entidade Art. 16. Negado o acesso a informação pelos ór-
pública da obrigação de seu fornecimento gãos ou entidades do Poder Executivo Federal,
direto, salvo se o requerente declarar não o requerente poderá recorrer à Controladoria-
dispor de meios para realizar por si mesmo -Geral da União, que deliberará no prazo de 5
tais procedimentos. (cinco) dias se:

Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da I – o acesso à informação não classificada


informação é gratuito, salvo nas hipóteses de como sigilosa for negado;
reprodução de documentos pelo órgão ou en-
II – a decisão de negativa de acesso à infor-
tidade pública consultada, situação em que po-
mação total ou parcialmente classificada
derá ser cobrado exclusivamente o valor neces-
como sigilosa não indicar a autoridade clas-
sário ao ressarcimento do custo dos serviços e
sificadora ou a hierarquicamente superior a
dos materiais utilizados.
quem possa ser dirigido pedido de acesso
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir ou desclassificação;
os custos previstos no caput todo aquele
III – os procedimentos de classificação de
cuja situação econômica não lhe permita
informação sigilosa estabelecidos nesta Lei
fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou
não tiverem sido observados; e
da família, declarada nos termos da Lei nº
7.115, de 29 de agosto de 1983.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1601
IV – estiverem sendo descumpridos prazos Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado
ou outros procedimentos previstos nesta ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser
Lei. informado sobre o andamento de seu pedido.
§ 1º O recurso previsto neste artigo somen- Art. 19. (VETADO).
te poderá ser dirigido à Controladoria-Geral
da União depois de submetido à apreciação § 1º (VETADO).
de pelo menos uma autoridade hierarquica- § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Mi-
mente superior àquela que exarou a deci- nistério Público informarão ao Conselho
são impugnada, que deliberará no prazo de Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional
5 (cinco) dias. do Ministério Público, respectivamente, as
§ 2º Verificada a procedência das razões do decisões que, em grau de recurso, negarem
recurso, a Controladoria-Geral da União de- acesso a informações de interesse público.
terminará ao órgão ou entidade que adote Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que cou-
as providências necessárias para dar cum- ber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao
primento ao disposto nesta Lei. procedimento de que trata este Capítulo.
§ 3º Negado o acesso à informação pela
Controladoria-Geral da União, poderá ser
interposto recurso à Comissão Mista de Re-
CAPÍTULO IV
avaliação de Informações, a que se refere o
art. 35. DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO
À INFORMAÇÃO
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
desclassificação de informação protocolado em Seção I
órgão da administração pública federal, poderá
o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
DISPOSIÇÕES GERAIS
área, sem prejuízo das competências da Comis- Art. 21. Não poderá ser negado acesso à infor-
são Mista de Reavaliação de Informações, pre- mação necessária à tutela judicial ou adminis-
vistas no art. 35, e do disposto no art. 16. trativa de direitos fundamentais.
§ 1º O recurso previsto neste artigo somen- Parágrafo único. As informações ou docu-
te poderá ser dirigido às autoridades men- mentos que versem sobre condutas que
cionadas depois de submetido à apreciação impliquem violação dos direitos humanos
de pelo menos uma autoridade hierarqui- praticada por agentes públicos ou a mando
camente superior à autoridade que exarou de autoridades públicas não poderão ser
a decisão impugnada e, no caso das Forças objeto de restrição de acesso.
Armadas, ao respectivo Comando.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as de-
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput mais hipóteses legais de sigilo e de segredo de
que tenha como objeto a desclassificação justiça nem as hipóteses de segredo industrial
de informação secreta ou ultrassecreta, ca- decorrentes da exploração direta de atividade
berá recurso à Comissão Mista de Reavalia- econômica pelo Estado ou por pessoa física ou
ção de Informações prevista no art. 35. entidade privada que tenha qualquer vínculo
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões com o poder público.
denegatórias proferidas no recurso previsto no art.
15 e de revisão de classificação de documentos si-
gilosos serão objeto de regulamentação própria
dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério

1602 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

Seção II I – ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;


DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO II – secreta: 15 (quinze) anos; e
QUANTO AO GRAU E PRAZOS DE SIGILO
III – reservada: 5 (cinco) anos.
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à se- § 2º As informações que puderem colocar
gurança da sociedade ou do Estado e, portanto, em risco a segurança do Presidente e Vice-
passíveis de classificação as informações cuja di- -Presidente da República e respectivos côn-
vulgação ou acesso irrestrito possam: juges e filhos(as) serão classificadas como
I – pôr em risco a defesa e a soberania nacio- reservadas e ficarão sob sigilo até o térmi-
nais ou a integridade do território nacional; no do mandato em exercício ou do último
mandato, em caso de reeleição.
II – prejudicar ou pôr em risco a condução
de negociações ou as relações internacio- § 3º Alternativamente aos prazos previstos
nais do País, ou as que tenham sido forneci- no § 1º, poderá ser estabelecida como ter-
das em caráter sigiloso por outros Estados e mo final de restrição de acesso a ocorrên-
organismos internacionais; cia de determinado evento, desde que este
ocorra antes do transcurso do prazo máxi-
III – pôr em risco a vida, a segurança ou a mo de classificação.
saúde da população;
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou
IV – oferecer elevado risco à estabilidade fi- consumado o evento que defina o seu ter-
nanceira, econômica ou monetária do País; mo final, a informação tornar-se-á, automa-
V – prejudicar ou causar risco a planos ou ticamente, de acesso público.
operações estratégicos das Forças Armadas; § 5º Para a classificação da informação em
VI – prejudicar ou causar risco a projetos de determinado grau de sigilo, deverá ser ob-
pesquisa e desenvolvimento científico ou servado o interesse público da informação
tecnológico, assim como a sistemas, bens, e utilizado o critério menos restritivo possí-
instalações ou áreas de interesse estratégi- vel, considerados:
co nacional; I – a gravidade do risco ou dano à segurança
VII – pôr em risco a segurança de institui- da sociedade e do Estado; e
ções ou de altas autoridades nacionais ou II – o prazo máximo de restrição de acesso
estrangeiras e seus familiares; ou ou o evento que defina seu termo final.
VIII – comprometer atividades de inteligên- Seção III
cia, bem como de investigação ou fiscali-
zação em andamento, relacionadas com a DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE
prevenção ou repressão de infrações. INFORMAÇÕES SIGILOSAS
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a
entidades públicas, observado o seu teor e em divulgação de informações sigilosas produzidas
razão de sua imprescindibilidade à segurança da por seus órgãos e entidades, assegurando a sua
sociedade ou do Estado, poderá ser classificada proteção.
como ultrassecreta, secreta ou reservada.
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamen-
§ 1º Os prazos máximos de restrição de to de informação classificada como sigilosa
acesso à informação, conforme a classifica- ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
ção prevista no caput, vigoram a partir da cessidade de conhecê-la e que sejam devi-
data de sua produção e são os seguintes: damente credenciadas na forma do regu-

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lamento, sem prejuízo das atribuições dos e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consu-
agentes públicos autorizados por lei. lares permanentes no exterior;
§ 2º O acesso à informação classificada II – no grau de secreto, das autoridades re-
como sigilosa cria a obrigação para aquele feridas no inciso I, dos titulares de autar-
que a obteve de resguardar o sigilo. quias, fundações ou empresas públicas e
sociedades de economia mista; e
§ 3º Regulamento disporá sobre procedi-
mentos e medidas a serem adotados para III – no grau de reservado, das autoridades
o tratamento de informação sigilosa, de referidas nos incisos I e II e das que exerçam
modo a protegê-la contra perda, alteração funções de direção, comando ou chefia,
indevida, acesso, transmissão e divulgação nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Di-
não autorizados. reção e Assessoramento Superiores, ou de
hierarquia equivalente, de acordo com re-
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as gulamentação específica de cada órgão ou
providências necessárias para que o pessoal a entidade, observado o disposto nesta Lei.
elas subordinado hierarquicamente conheça as
normas e observe as medidas e procedimentos § 1º A competência prevista nos incisos I e
de segurança para tratamento de informações II, no que se refere à classificação como ul-
sigilosas. trassecreta e secreta, poderá ser delegada
pela autoridade responsável a agente públi-
Parágrafo único. A pessoa física ou entida- co, inclusive em missão no exterior, vedada
de privada que, em razão de qualquer vín- a subdelegação.
culo com o poder público, executar ativida-
des de tratamento de informações sigilosas § 2º A classificação de informação no grau
adotará as providências necessárias para de sigilo ultrassecreto pelas autoridades
que seus empregados, prepostos ou repre- previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I
sentantes observem as medidas e procedi- deverá ser ratificada pelos respectivos Mi-
mentos de segurança das informações re- nistros de Estado, no prazo previsto em re-
sultantes da aplicação desta Lei. gulamento.

Seção IV § 3º A autoridade ou outro agente público


DOS PROCEDIMENTOS DE que classificar informação como ultrasse-
creta deverá encaminhar a decisão de que
CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO trata o art. 28 à Comissão Mista de Reava-
E DESCLASSIFICAÇÃO liação de Informações, a que se refere o art.
35, no prazo previsto em regulamento.
Art. 27. A classificação do sigilo de informações
no âmbito da administração pública federal é de Art. 28. A classificação de informação em qual-
competência: quer grau de sigilo deverá ser formalizada em
decisão que conterá, no mínimo, os seguintes
I – no grau de ultrassecreto, das seguintes elementos:
autoridades:
I – assunto sobre o qual versa a informação;
a) Presidente da República;
II – fundamento da classificação, observa-
b) Vice-Presidente da República; dos os critérios estabelecidos no art. 24;
c) Ministros de Estado e autoridades com as III – indicação do prazo de sigilo, contado
mesmas prerrogativas; em anos, meses ou dias, ou do evento que
d) Comandantes da Marinha, do Exército e defina o seu termo final, conforme limites
da Aeronáutica; e previstos no art. 24; e

1604 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

IV – identificação da autoridade que a clas- § 1º Os órgãos e entidades deverão manter


sificou. exemplar da publicação prevista no caput
para consulta pública em suas sedes.
Parágrafo único. A decisão referida no ca-
put será mantida no mesmo grau de sigilo § 2º Os órgãos e entidades manterão extra-
da informação classificada. to com a lista de informações classificadas,
acompanhadas da data, do grau de sigilo e
Art. 29. A classificação das informações será re- dos fundamentos da classificação.
avaliada pela autoridade classificadora ou por
autoridade hierarquicamente superior, median- Seção V
te provocação ou de ofício, nos termos e prazos DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
previstos em regulamento, com vistas à sua des-
classificação ou à redução do prazo de sigilo, ob- Art. 31. O tratamento das informações pessoais
servado o disposto no art. 24. deve ser feito de forma transparente e com res-
§ 1º O regulamento a que se refere o caput peito à intimidade, vida privada, honra e ima-
deverá considerar as peculiaridades das in- gem das pessoas, bem como às liberdades e ga-
formações produzidas no exterior por auto- rantias individuais.
ridades ou agentes públicos. § 1º As informações pessoais, a que se re-
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, fere este artigo, relativas à intimidade, vida
deverão ser examinadas a permanência dos privada, honra e imagem:
motivos do sigilo e a possibilidade de danos I – terão seu acesso restrito, independente-
decorrentes do acesso ou da divulgação da mente de classificação de sigilo e pelo prazo
informação. máximo de 100 (cem) anos a contar da sua
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de si- data de produção, a agentes públicos legal-
gilo da informação, o novo prazo de restri- mente autorizados e à pessoa a que elas se
ção manterá como termo inicial a data da referirem; e
sua produção. II – poderão ter autorizada sua divulgação
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou ou acesso por terceiros diante de previsão
entidade publicará, anualmente, em sítio à dis- legal ou consentimento expresso da pessoa
posição na internet e destinado à veiculação de a que elas se referirem.
dados e informações administrativas, nos ter- § 2º Aquele que obtiver acesso às informa-
mos de regulamento: ções de que trata este artigo será responsa-
I – rol das informações que tenham sido bilizado por seu uso indevido.
desclassificadas nos últimos 12 (doze) me- § 3º O consentimento referido no inciso II
ses; do § 1º não será exigido quando as informa-
II – rol de documentos classificados em ções forem necessárias:
cada grau de sigilo, com identificação para I – à prevenção e diagnóstico médico, quan-
referência futura; do a pessoa estiver física ou legalmente
III – relatório estatístico contendo a quanti- incapaz, e para utilização única e exclusiva-
dade de pedidos de informação recebidos, mente para o tratamento médico;
atendidos e indeferidos, bem como infor- II – à realização de estatísticas e pesquisas
mações genéricas sobre os solicitantes. científicas de evidente interesse público ou
geral, previstos em lei, sendo vedada a iden-
tificação da pessoa a que as informações se
referirem;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1605
III – ao cumprimento de ordem judicial; de ocultação de ato ilegal cometido por si
ou por outrem;
IV – à defesa de direitos humanos; ou
VI – ocultar da revisão de autoridade supe-
V – à proteção do interesse público e geral rior competente informação sigilosa para
preponderante. beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
§ 4º A restrição de acesso à informação re- de terceiros; e
lativa à vida privada, honra e imagem de VII – destruir ou subtrair, por qualquer
pessoa não poderá ser invocada com o in- meio, documentos concernentes a possíveis
tuito de prejudicar processo de apuração violações de direitos humanos por parte de
de irregularidades em que o titular das in- agentes do Estado.
formações estiver envolvido, bem como em
ações voltadas para a recuperação de fatos § 1º Atendido o princípio do contraditório,
históricos de maior relevância. da ampla defesa e do devido processo legal,
as condutas descritas no caput serão consi-
§ 5º Regulamento disporá sobre os proce- deradas:
dimentos para tratamento de informação
pessoal. I – para fins dos regulamentos disciplinares
das Forças Armadas, transgressões militares
médias ou graves, segundo os critérios neles
estabelecidos, desde que não tipificadas em
CAPÍTULO V lei como crime ou contravenção penal; ou
DAS RESPONSABILIDADES
II – para fins do disposto na Lei nº 8.112, de
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ense- 11 de dezembro de 1990, e suas alterações,
jam responsabilidade do agente público ou mi- infrações administrativas, que deverão ser
litar: apenadas, no mínimo, com suspensão, se-
gundo os critérios nela estabelecidos.
I – recusar-se a fornecer informação reque-
rida nos termos desta Lei, retardar delibera- § 2º Pelas condutas descritas no caput, po-
damente o seu fornecimento ou fornecê-la derá o militar ou agente público responder,
intencionalmente de forma incorreta, in- também, por improbidade administrativa,
completa ou imprecisa; conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de
10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho
II – utilizar indevidamente, bem como sub- de 1992.
trair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar
ou ocultar, total ou parcialmente, informa- Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que
ção que se encontre sob sua guarda ou a detiver informações em virtude de vínculo de
que tenha acesso ou conhecimento em ra- qualquer natureza com o poder público e deixar
zão do exercício das atribuições de cargo, de observar o disposto nesta Lei estará sujeita
emprego ou função pública; às seguintes sanções:

III – agir com dolo ou má-fé na análise das I – advertência;


solicitações de acesso à informação; II – multa;
IV – divulgar ou permitir a divulgação ou III – rescisão do vínculo com o poder público;
acessar ou permitir acesso indevido à infor-
mação sigilosa ou informação pessoal; IV – suspensão temporária de participar em
licitação e impedimento de contratar com a
V – impor sigilo à informação para obter administração pública por prazo não supe-
proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins rior a 2 (dois) anos; e

1606 www.acasadoconcurseiro.com.br
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V – declaração de inidoneidade para licitar bito da administração pública federal, sobre


ou contratar com a administração pública, o tratamento e a classificação de informa-
até que seja promovida a reabilitação pe- ções sigilosas e terá competência para:
rante a própria autoridade que aplicou a pe-
nalidade. I – requisitar da autoridade que classificar
informação como ultrassecreta e secreta es-
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e clarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-
IV poderão ser aplicadas juntamente com a gral da informação;
do inciso II, assegurado o direito de defesa
do interessado, no respectivo processo, no II – rever a classificação de informações ul-
prazo de 10 (dez) dias. trassecretas ou secretas, de ofício ou me-
diante provocação de pessoa interessada,
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será observado o disposto no art. 7o e demais
autorizada somente quando o interessa- dispositivos desta Lei; e
do efetivar o ressarcimento ao órgão ou
entidade dos prejuízos resultantes e após III – prorrogar o prazo de sigilo de informa-
decorrido o prazo da sanção aplicada com ção classificada como ultrassecreta, sempre
base no inciso IV. por prazo determinado, enquanto o seu
acesso ou divulgação puder ocasionar ame-
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inci- aça externa à soberania nacional ou à inte-
so V é de competência exclusiva da autori- gridade do território nacional ou grave risco
dade máxima do órgão ou entidade pública, às relações internacionais do País, observa-
facultada a defesa do interessado, no res- do o prazo previsto no § 1o do art. 24.
pectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias
da abertura de vista. § 2º O prazo referido no inciso III é limitado
a uma única renovação.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respon-
dem diretamente pelos danos causados em § 3º A revisão de ofício a que se refere o in-
decorrência da divulgação não autorizada ou ciso II do § 1o deverá ocorrer, no máximo,
utilização indevida de informações sigilosas ou a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
informações pessoais, cabendo a apuração de prevista no art. 39, quando se tratar de do-
responsabilidade funcional nos casos de dolo cumentos ultrassecretos ou secretos.
ou culpa, assegurado o respectivo direito de re- § 4º A não deliberação sobre a revisão pela
gresso. Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
Parágrafo único. O disposto neste artigo ções nos prazos previstos no § 3o implicará a
aplica-se à pessoa física ou entidade priva- desclassificação automática das informações.
da que, em virtude de vínculo de qualquer § 5º Regulamento disporá sobre a compo-
natureza com órgãos ou entidades, tenha sição, organização e funcionamento da Co-
acesso a informação sigilosa ou pessoal e a missão Mista de Reavaliação de Informa-
submeta a tratamento indevido. ções, observado o mandato de 2 (dois) anos
para seus integrantes e demais disposições
desta Lei.
CAPÍTULO VI Art. 36. O tratamento de informação sigilosa
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS resultante de tratados, acordos ou atos interna-
cionais atenderá às normas e recomendações
Art. 35. (VETADO). constantes desses instrumentos.
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reava- Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de
liação de Informações, que decidirá, no âm- Segurança Institucional da Presidência da Repú-

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blica, o Núcleo de Segurança e Credenciamento Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a con-
(NSC), que tem por objetivos: tar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de
cada órgão ou entidade da administração públi-
I – promover e propor a regulamentação do ca federal direta e indireta designará autoridade
credenciamento de segurança de pessoas que lhe seja diretamente subordinada para, no
físicas, empresas, órgãos e entidades para âmbito do respectivo órgão ou entidade, exer-
tratamento de informações sigilosas; e cer as seguintes atribuições:
II – garantir a segurança de informações sigilo- I – assegurar o cumprimento das normas re-
sas, inclusive aquelas provenientes de países lativas ao acesso a informação, de forma efi-
ou organizações internacionais com os quais a ciente e adequada aos objetivos desta Lei;
República Federativa do Brasil tenha firmado
tratado, acordo, contrato ou qualquer outro II – monitorar a implementação do disposto
ato internacional, sem prejuízo das atribui- nesta Lei e apresentar relatórios periódicos
ções do Ministério das Relações Exteriores e sobre o seu cumprimento;
dos demais órgãos competentes. III – recomendar as medidas indispensáveis
Parágrafo único. Regulamento disporá so- à implementação e ao aperfeiçoamento das
bre a composição, organização e funciona- normas e procedimentos necessários ao cor-
mento do NSC. reto cumprimento do disposto nesta Lei; e
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, IV – orientar as respectivas unidades no que
de 12 de novembro de 1997, em relação à in- se refere ao cumprimento do disposto nesta
formação de pessoa, física ou jurídica, constan- Lei e seus regulamentos.
te de registro ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público. Art. 41. O Poder Executivo Federal designará ór-
gão da administração pública federal responsável:
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão
proceder à reavaliação das informações classifi- I – pela promoção de campanha de abran-
cadas como ultrassecretas e secretas no prazo gência nacional de fomento à cultura da
máximo de 2 (dois) anos, contado do termo ini- transparência na administração pública e
cial de vigência desta Lei. conscientização do direito fundamental de
acesso à informação;
§ 1º A restrição de acesso a informações,
em razão da reavaliação prevista no caput, II – pelo treinamento de agentes públicos
deverá observar os prazos e condições pre- no que se refere ao desenvolvimento de
vistos nesta Lei. práticas relacionadas à transparência na ad-
ministração pública;
§ 2º No âmbito da administração públi-
ca federal, a reavaliação prevista no caput III – pelo monitoramento da aplicação da lei no
poderá ser revista, a qualquer tempo, pela âmbito da administração pública federal, con-
Comissão Mista de Reavaliação de Informa- centrando e consolidando a publicação de in-
ções, observados os termos desta Lei. formações estatísticas relacionadas no art. 30;
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de IV – pelo encaminhamento ao Congresso
reavaliação previsto no caput, será mantida Nacional de relatório anual com informa-
a classificação da informação nos termos da ções atinentes à implementação desta Lei.
legislação precedente. Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o dis-
§ 4º As informações classificadas como se- posto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oiten-
cretas e ultrassecretas não reavaliadas no ta) dias a contar da data de sua publicação.
prazo previsto no caput serão consideradas,
automaticamente, de acesso público.

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Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei nº 8.112,


de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 116. .....................................................
VI – levar as irregularidades de que tiver ci-
ência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, ao conhe-
cimento de outra autoridade competente
para apuração;
..........................................................” (NR)
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº
8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do se-
guinte art. 126-A:
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser res-
ponsabilizado civil, penal ou administrativa-
mente por dar ciência à autoridade superior
ou, quando houver suspeita de envolvimento
desta, a outra autoridade competente para
apuração de informação concernente à prática
de crimes ou improbidade de que tenha conhe-
cimento, ainda que em decorrência do exercí-
cio de cargo, emprego ou função pública.”
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, em legislação própria, obedeci-
das as normas gerais estabelecidas nesta Lei, de-
finir regras específicas, especialmente quanto ao
disposto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III.
Art. 46. Revogam-se:
I – a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005; e
II – os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de
janeiro de 1991.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oi-
tenta) dias após a data de sua publicação.
Brasília, 18 de novembro de 2011; 1900 da
Independência e 1230 da República

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SLIDES – LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LEI Nº 12.527/2011

Lei de Acesso à Informação – 12.527/11


• Regulamenta o direito constitucional de acesso dos cidadãos às
informações públicas (Art. 5º, XXXIII; Art. 37, § 3º, II; Art. 216, § 2º)
• Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
• Princípio Básico: o acesso é a regra e o sigilo é a exceção.
– Salvaguardando-se os dados pessoais e as exceções expressas na lei,
todas as demais informações são consideradas públicas e, por isso,
passíveis de serem disponibilizadas aos cidadãos. 1

Temática por capítulo Artigos Principais assuntos


LAI – Visão Geral
Aplicabilidade da Lei 1e2 Quem se submete ao regramento.
Diretrizes (princípios) 3 Diretrizes do direito fundamental de acesso a informações.
Definições de expressões básicas: informação, documento,
Glossário 4
informação sigilosa, etc.
Compromissos e deveres do Estado: direito de acesso e de
Garantias do direito de acesso 5, 6, 7 e 9 informar é regra; não pode deixar o cidadão no limbo; SIC;
Audiências Públicas.
Transparência ativa - divulgação Categorias de informação a serem divulgadas proativamente;
8
proativa Canais e formas de divulgação.
Transparência passiva - pedidos Exigências para o pedido (identificação do cidadão);
10 a 14
de informação Procedimentos, prazos e custo para o atendimento .
Direito de recurso à recusa de Procedimentos e prazos para recurso – ritos legais;
15 a 20
liberação de informação Autoridades responsáveis; Pedido de desclassificação.
Regras e níveis de restrição de acesso (classificação); Prazos
Restrições de acesso –
21 a 31 (5, 15 e 25 anos); Controle de informações sigilosas e
Exceções ao direito de acesso
pessoais; Justificativa do não acesso.
Responsabilidade dos agentes 32 a 34 Condutas ilícitas; Sanções.
Disposições gerais 35 a 47 Comissão Mista de Reavaliação de Informações; outras.

1610 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública

DECRETO Nº 7.724, DE 16 DE MAIO DE 2012

Regulamenta a Lei no 12.527, de 18 de novem- Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-
bro de 2011, que dispõe sobre o acesso a infor- -se:
mações previsto no inciso XXXIII do caput do
art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do I – informação – dados, processados ou não,
art. 216 da Constituição. que podem ser utilizados para produção e
transmissão de conhecimento, contidos em
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atri- qualquer meio, suporte ou formato;
buições que lhe confere o art. 84, caput, incisos
IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em II – dados processados – dados submetidos
vista o disposto na Lei no 12.527, de 18 de no- a qualquer operação ou tratamento por
vembro de 2011, meio de processamento eletrônico ou por
meio automatizado com o emprego de tec-
DECRETA: nologia da informação;
III – documento – unidade de registro de in-
formações, qualquer que seja o suporte ou
CAPÍTULO I formato;
DISPOSIÇÕES GERAIS IV – informação sigilosa – informação sub-
metida temporariamente à restrição de
Art. 1º Este Decreto regulamenta, no âmbito do acesso público em razão de sua imprescin-
Poder Executivo federal, os procedimentos para dibilidade para a segurança da sociedade e
a garantia do acesso à informação e para a clas- do Estado, e aquelas abrangidas pelas de-
sificação de informações sob restrição de aces- mais hipóteses legais de sigilo;
so, observados grau e prazo de sigilo, conforme
o disposto na Lei no 12.527, de 18 de novembro V – informação pessoal – informação rela-
de 2011, que dispõe sobre o acesso a informa- cionada à pessoa natural identificada ou
ções previsto no inciso XXXIII do caput do art. identificável, relativa à intimidade, vida pri-
5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. vada, honra e imagem;
216 da Constituição.
VI – tratamento da informação – conjunto
Art. 2º Os órgãos e as entidades do Poder Exe- de ações referentes à produção, recepção,
cutivo federal assegurarão, às pessoas naturais classificação, utilização, acesso, reprodu-
e jurídicas, o direito de acesso à informação, que ção, transporte, transmissão, distribuição,
será proporcionado mediante procedimentos arquivamento, armazenamento, elimina-
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara ção, avaliação, destinação ou controle da
e em linguagem de fácil compreensão, observa- informação;
dos os princípios da administração pública e as
VII – disponibilidade – qualidade da infor-
diretrizes previstas na Lei no 12.527, de 2011.
mação que pode ser conhecida e utilizada

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por indivíduos, equipamentos ou sistemas dades controladas direta ou indiretamente pela
autorizados; União.
VIII – autenticidade – qualidade da infor- § 1º A divulgação de informações de empre-
mação que tenha sido produzida, expedida, sas públicas, sociedade de economia mista
recebida ou modificada por determinado e demais entidades controladas pela União
indivíduo, equipamento ou sistema; que atuem em regime de concorrência, su-
jeitas ao disposto no art. 173 da Constitui-
IX – integridade – qualidade da informação ção, estará submetida às normas pertinen-
não modificada, inclusive quanto à origem, tes da Comissão de Valores Mobiliários, a
trânsito e destino; fim de assegurar sua competitividade, go-
X – primariedade – qualidade da informa- vernança corporativa e, quando houver, os
ção coletada na fonte, com o máximo de de- interesses de acionistas minoritários.
talhamento possível, sem modificações; § 2º Não se sujeitam ao disposto neste De-
XI – informação atualizada – informação creto as informações relativas à atividade
que reúne os dados mais recentes sobre o empresarial de pessoas físicas ou jurídicas
tema, de acordo com sua natureza, com os de direito privado obtidas pelo Banco Cen-
prazos previstos em normas específicas ou tral do Brasil, pelas agências reguladoras ou
conforme a periodicidade estabelecida nos por outros órgãos ou entidades no exercício
sistemas informatizados que a organizam; e de atividade de controle, regulação e super-
visão da atividade econômica cuja divulga-
XII – documento preparatório – documento ção possa representar vantagem competiti-
formal utilizado como fundamento da to- va a outros agentes econômicos.
mada de decisão ou de ato administrativo, a
exemplo de pareceres e notas técnicas. Art. 6º O acesso à informação disciplinado nes-
te Decreto não se aplica:
Art. 4º A busca e o fornecimento da informação
são gratuitos, ressalvada a cobrança do valor I – às hipóteses de sigilo previstas na legis-
referente ao custo dos serviços e dos materiais lação, como fiscal, bancário, de operações e
utilizados, tais como reprodução de documen- serviços no mercado de capitais, comercial,
tos, mídias digitais e postagem. profissional, industrial e segredo de justiça;
e
Parágrafo único. Está isento de ressarcir os
custos dos serviços e dos materiais utiliza- II – às informações referentes a projetos de
dos aquele cuja situação econômica não lhe pesquisa e desenvolvimento científicos ou
permita fazê-lo sem prejuízo do sustento tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível
próprio ou da família, declarada nos termos à segurança da sociedade e do Estado, na
da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983. forma do §1º do art. 7º da Lei no 12.527, de
2011.

CAPÍTULO II
DA ABRANGÊNCIA CAPÍTULO III
DA TRANSPARÊNCIA ATIVA
Art. 5º Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os
órgãos da administração direta, as autarquias, Art. 7º É dever dos órgãos e entidades promo-
as fundações públicas, as empresas públicas, as ver, independente de requerimento, a divulga-
sociedades de economia mista e as demais enti- ção em seus sítios na Internet de informações
de interesse coletivo ou geral por eles produzi-

1612 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração Pública – Decreto nº 7.724/2012 - Regulamenta a Lei nº 12.527 – Prof. Rafael Ravazolo

das ou custodiadas, observado o disposto nos tos de aposentadoria e pensões daqueles


arts. 7º e 8º da Lei no 12.527, de 2011. que estiverem na ativa, de maneira indivi-
dualizada, conforme ato do Ministério do
§ 1º Os órgãos e entidades deverão imple- Planejamento, Orçamento e Gestão;
mentar em seus sítios na Internet seção es-
pecífica para a divulgação das informações VII – respostas a perguntas mais frequentes
de que trata o caput. da sociedade; e
§ 2º Serão disponibilizados nos sítios na In- VIII – contato da autoridade de monitora-
ternet dos órgãos e entidades, conforme mento, designada nos termos do art. 40 da
padrão estabelecido pela Secretaria de Co- Lei no 12.527, de 2011, e telefone e correio
municação Social da Presidência da Repú- eletrônico do Serviço de Informações ao Ci-
blica: dadão – SIC.
I – banner na página inicial, que dará acesso VII – respostas a perguntas mais frequentes
à seção específica de que trata o § 1º; e da sociedade; (Redação dada pelo Decreto
nº 8.408, de 2015)
II – barra de identidade do Governo federal,
contendo ferramenta de redirecionamento VIII – contato da autoridade de monitora-
de página para o Portal Brasil e para o sítio mento, designada nos termos do art. 40 da
principal sobre a Lei no 12.527, de 2011. Lei nº 12.527, de 2011, e telefone e correio
eletrônico do Serviço de Informações ao Ci-
§ 3º Deverão ser divulgadas, na seção espe- dadão – SIC; e (Redação dada pelo Decreto
cífica de que trata o § 1º, informações so- nº 8.408, de 2015)
bre:
IX – programas financiados pelo Fundo de
I – estrutura organizacional, competências, Amparo ao Trabalhador – FAT. (Incluído pelo
legislação aplicável, principais cargos e seus Decreto nº 8.408, de 2015)
ocupantes, endereço e telefones das unida-
des, horários de atendimento ao público; § 4º As informações poderão ser disponibi-
lizadas por meio de ferramenta de redire-
II – programas, projetos, ações, obras e ati- cionamento de página na Internet, quando
vidades, com indicação da unidade respon- estiverem disponíveis em outros sítios go-
sável, principais metas e resultados e, quan- vernamentais.
do existentes, indicadores de resultado e
impacto; § 5º No caso das empresas públicas, socie-
dades de economia mista e demais entida-
III – repasses ou transferências de recursos des controladas pela União que atuem em
financeiros; regime de concorrência, sujeitas ao dispos-
IV – execução orçamentária e financeira de- to no art. 173 da Constituição, aplica-se o
talhada; disposto no § 1º do art. 5º.

V – licitações realizadas e em andamento, § 6º O Banco Central do Brasil divulgará pe-


com editais, anexos e resultados, além dos riodicamente informações relativas às ope-
contratos firmados e notas de empenho rações de crédito praticadas pelas institui-
emitidas; ções financeiras, inclusive as taxas de juros
mínima, máxima e média e as respectivas
VI – remuneração e subsídio recebidos por tarifas bancárias.
ocupante de cargo, posto, graduação, fun-
ção e emprego público, incluindo auxílios, § 7º A divulgação das informações previstas
ajudas de custo, jetons e quaisquer outras no § 3º não exclui outras hipóteses de publi-
vantagens pecuniárias, bem como proven-

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cação e divulgação de informações previs- VI – garantir autenticidade e integridade
tas na legislação. das informações disponíveis para acesso;
§ 8º Ato conjunto dos Ministros de Estado VII – indicar instruções que permitam ao re-
da Controladoria-Geral da União, do Plane- querente comunicar-se, por via eletrônica
jamento, Orçamento e Gestão e do Traba- ou telefônica, com o órgão ou entidade; e
lho e Emprego disporá sobre a divulgação
dos programas de que trata o inciso IX do VIII – garantir a acessibilidade de conteúdo
§ 3º, que será feita, observado o disposto para pessoas com deficiência.
no Capítulo VII: (Incluído pelo Decreto nº
8.408, de 2015)
I – de maneira individualizada; (Incluído CAPÍTULO IV
pelo Decreto nº 8.408, de 2015) DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
II – por meio de informações consolidadas
disponibilizadas no sítio na Internet do Mi-
Seção I
nistério do Trabalho e Emprego; e (Incluído DO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO
pelo Decreto nº 8.408, de 2015) AO CIDADÃO
III – por meio de disponibilização de variá- Art. 9º Os órgãos e entidades deverão criar Ser-
veis das bases de dados para execução de viço de Informações ao Cidadão – SIC, com o ob-
cruzamentos, para fins de estudos e pesqui- jetivo de:
sas, observado o disposto no art. 13. (In-
cluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015) I – atender e orientar o público quanto ao
acesso à informação;
Art. 8º Os sítios na Internet dos órgãos e enti-
dades deverão, em cumprimento às normas es- II – informar sobre a tramitação de docu-
tabelecidas pelo Ministério do Planejamento, mentos nas unidades; e
Orçamento e Gestão, atender aos seguintes re- III – receber e registrar pedidos de acesso à
quisitos, entre outros: informação.
I – conter formulário para pedido de acesso Parágrafo único. Compete ao SIC:
à informação;
I – o recebimento do pedido de acesso e,
II – conter ferramenta de pesquisa de con- sempre que possível, o fornecimento ime-
teúdo que permita o acesso à informação diato da informação;
de forma objetiva, transparente, clara e em
linguagem de fácil compreensão; II – o registro do pedido de acesso em sis-
tema eletrônico específico e a entrega de
III – possibilitar gravação de relatórios em número do protocolo, que conterá a data de
diversos formatos eletrônicos, inclusive apresentação do pedido; e
abertos e não proprietários, tais como pla-
nilhas e texto, de modo a facilitar a análise III – o encaminhamento do pedido recebido
das informações; e registrado à unidade responsável pelo for-
necimento da informação, quando couber.
IV – possibilitar acesso automatizado por
sistemas externos em formatos abertos, es- Art. 10. O SIC será instalado em unidade física
truturados e legíveis por máquina; identificada, de fácil acesso e aberta ao público.
V – divulgar em detalhes os formatos utili- § 1º Nas unidades descentralizadas em que
zados para estruturação da informação; não houver SIC será oferecido serviço de re-

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cebimento e registro dos pedidos de acesso IV – endereço físico ou eletrônico do reque-


à informação. rente, para recebimento de comunicações
ou da informação requerida.
§ 2º Se a unidade descentralizada não de-
tiver a informação, o pedido será encami- Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso
nhado ao SIC do órgão ou entidade central, à informação:
que comunicará ao requerente o número
do protocolo e a data de recebimento do I – genéricos;
pedido, a partir da qual se inicia o prazo de II – desproporcionais ou desarrazoados; ou
resposta.
III – que exijam trabalhos adicionais de aná-
Seção II lise, interpretação ou consolidação de da-
DO PEDIDO DE ACESSO dos e informações, ou serviço de produção
À INFORMAÇÃO ou tratamento de dados que não seja de
competência do órgão ou entidade.
Art. 11. Qualquer pessoa, natural ou jurídica, Parágrafo único. Na hipótese do inciso III
poderá formular pedido de acesso à informa- do caput, o órgão ou entidade deverá, caso
ção. tenha conhecimento, indicar o local onde
§ 1º O pedido será apresentado em formu- se encontram as informações a partir das
lário padrão, disponibilizado em meio ele- quais o requerente poderá realizar a inter-
trônico e físico, no sítio na Internet e no SIC pretação, consolidação ou tratamento de
dos órgãos e entidades. dados.

§ 2º O prazo de resposta será contado a par- Art. 14. São vedadas exigências relativas aos
tir da data de apresentação do pedido ao motivos do pedido de acesso à informação.
SIC.
Seção III
§ 3º É facultado aos órgãos e entidades o DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À
recebimento de pedidos de acesso à infor- INFORMAÇÃO
mação por qualquer outro meio legítimo,
como contato telefônico, correspondência Art. 15. Recebido o pedido e estando a informa-
eletrônica ou física, desde que atendidos os ção disponível, o acesso será imediato.
requisitos do art. 12.
§ 1º Caso não seja possível o acesso imedia-
§ 4º Na hipótese do § 3º, será enviada ao to, o órgão ou entidade deverá, no prazo de
requerente comunicação com o número de até vinte dias:
protocolo e a data do recebimento do pedi-
do pelo SIC, a partir da qual se inicia o prazo I – enviar a informação ao endereço físico
de resposta. ou eletrônico informado;

Art. 12. O pedido de acesso à informação deve- II – comunicar data, local e modo para reali-
rá conter: zar consulta à informação, efetuar reprodu-
ção ou obter certidão relativa à informação;
I – nome do requerente;
III – comunicar que não possui a informação
II – número de documento de identificação ou que não tem conhecimento de sua exis-
válido; tência;
III – especificação, de forma clara e precisa, IV – indicar, caso tenha conhecimento, o ór-
da informação requerida; e gão ou entidade responsável pela informa-
ção ou que a detenha; ou

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V – indicar as razões da negativa, total ou Parágrafo único. A reprodução de docu-
parcial, do acesso. mentos ocorrerá no prazo de dez dias, con-
tado da comprovação do pagamento pelo
§ 2º Nas hipóteses em que o pedido de requerente ou da entrega de declaração de
acesso demandar manuseio de grande volu- pobreza por ele firmada, nos termos da Lei
me de documentos, ou a movimentação do no 7.115, de 1983, ressalvadas hipóteses
documento puder comprometer sua regular justificadas em que, devido ao volume ou
tramitação, será adotada a medida prevista ao estado dos documentos, a reprodução
no inciso II do § 1º. demande prazo superior.
§ 3º Quando a manipulação puder preju- Art. 19. Negado o pedido de acesso à informa-
dicar a integridade da informação ou do ção, será enviada ao requerente, no prazo de
documento, o órgão ou entidade deverá resposta, comunicação com:
indicar data, local e modo para consulta,
ou disponibilizar cópia, com certificação de I – razões da negativa de acesso e seu fun-
que confere com o original. damento legal;
§ 4º Na impossibilidade de obtenção de có- II – possibilidade e prazo de recurso, com
pia de que trata o § 3º, o requerente poderá indicação da autoridade que o apreciará; e
solicitar que, às suas expensas e sob super-
visão de servidor público, a reprodução seja III – possibilidade de apresentação de pedi-
feita por outro meio que não ponha em ris- do de desclassificação da informação, quan-
co a integridade do documento original. do for o caso, com indicação da autoridade
classificadora que o apreciará.
Art. 16. O prazo para resposta do pedido poderá
ser prorrogado por dez dias, mediante justifica- § 1º As razões de negativa de acesso a infor-
tiva encaminhada ao requerente antes do tér- mação classificada indicarão o fundamento
mino do prazo inicial de vinte dias. legal da classificação, a autoridade que a
classificou e o código de indexação do docu-
Art. 17. Caso a informação esteja disponível ao mento classificado.
público em formato impresso, eletrônico ou em
outro meio de acesso universal, o órgão ou en- § 2º Os órgãos e entidades disponibilizarão
tidade deverá orientar o requerente quanto ao formulário padrão para apresentação de re-
local e modo para consultar, obter ou reproduzir curso e de pedido de desclassificação.
a informação. Art. 20. O acesso a documento preparatório ou
Parágrafo único. Na hipótese do caput o informação nele contida, utilizados como fun-
órgão ou entidade desobriga-se do forneci- damento de tomada de decisão ou de ato admi-
mento direto da informação, salvo se o re- nistrativo, será assegurado a partir da edição do
querente declarar não dispor de meios para ato ou decisão.
consultar, obter ou reproduzir a informação. Parágrafo único. O Ministério da Fazenda
Art. 18. Quando o fornecimento da informação e o Banco Central do Brasil classificarão os
implicar reprodução de documentos, o órgão documentos que embasarem decisões de
ou entidade, observado o prazo de resposta ao política econômica, tais como fiscal, tributá-
pedido, disponibilizará ao requerente Guia de ria, monetária e regulatória.
Recolhimento da União – GRU ou documento Seção IV
equivalente, para pagamento dos custos dos
serviços e dos materiais utilizados. Dos Recursos
Art. 21. No caso de negativa de acesso à infor-
mação ou de não fornecimento das razões da

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negativa do acesso, poderá o requerente apre- que trata o caput do art. 21, desprovido o re-
sentar recurso no prazo de dez dias, contado da curso pela Controladoria-Geral da União, o re-
ciência da decisão, à autoridade hierarquica- querente poderá apresentar, no prazo de dez
mente superior à que adotou a decisão, que de- dias, contado da ciência da decisão, recurso à
verá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
da sua apresentação. observados os procedimentos previstos no Ca-
pítulo VI.
Parágrafo único. Desprovido o recurso de
que trata o caput, poderá o requerente
apresentar recurso no prazo de dez dias,
contado da ciência da decisão, à autoridade CAPÍTULO V
máxima do órgão ou entidade, que deverá
DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS
se manifestar em cinco dias contados do re-
cebimento do recurso. EM GRAU DE SIGILO
Art. 22. No caso de omissão de resposta ao pe- Seção I
dido de acesso à informação, o requerente po- DA CLASSIFICAÇÃO DE
derá apresentar reclamação no prazo de dez
dias à autoridade de monitoramento de que tra-
INFORMAÇÕES QUANTO AO GRAU
ta o art. 40 da Lei no 12.527, de 2011, que deve- E PRAZOS DE SIGILO
rá se manifestar no prazo de cinco dias, contado
Art. 25. São passíveis de classificação as infor-
do recebimento da reclamação.
mações consideradas imprescindíveis à segu-
§ 1º O prazo para apresentar reclamação rança da sociedade ou do Estado, cuja divulga-
começará trinta dias após a apresentação ção ou acesso irrestrito possam:
do pedido.
I – pôr em risco a defesa e a soberania na-
§ 2º A autoridade máxima do órgão ou enti- cionais ou a integridade do território nacio-
dade poderá designar outra autoridade que nal;
lhe seja diretamente subordinada como res-
II – prejudicar ou pôr em risco a condução
ponsável pelo recebimento e apreciação da
de negociações ou as relações internacio-
reclamação.
nais do País;
Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o pa-
III – prejudicar ou pôr em risco informações
rágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclama-
fornecidas em caráter sigiloso por outros
ção de que trata o art. 22, poderá o requerente
Estados e organismos internacionais;
apresentar recurso no prazo de dez dias, conta-
do da ciência da decisão, à Controladoria-Geral IV – pôr em risco a vida, a segurança ou a
da União, que deverá se manifestar no prazo de saúde da população;
cinco dias, contado do recebimento do recurso.
V – oferecer elevado risco à estabilidade fi-
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá nanceira, econômica ou monetária do País;
determinar que o órgão ou entidade preste
esclarecimentos. VI – prejudicar ou causar risco a planos ou
operações estratégicos das Forças Armadas;
§ 2º Provido o recurso, a Controladoria-Ge-
ral da União fixará prazo para o cumprimen- VII – prejudicar ou causar risco a projetos de
to da decisão pelo órgão ou entidade. pesquisa e desenvolvimento científico ou
tecnológico, assim como a sistemas, bens,
Art. 24. No caso de negativa de acesso à infor- instalações ou áreas de interesse estratégi-
mação, ou às razões da negativa do acesso de

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co nacional, observado o disposto no inciso I – no grau ultrassecreto, das seguintes au-
II do caput do art. 6º; toridades:
VIII – pôr em risco a segurança de institui- a) Presidente da República;
ções ou de altas autoridades nacionais ou
estrangeiras e seus familiares; ou b) Vice-Presidente da República;

IX – comprometer atividades de inteligên- c) Ministros de Estado e autoridades com as


cia, de investigação ou de fiscalização em mesmas prerrogativas;
andamento, relacionadas com prevenção d) Comandantes da Marinha, do Exército,
ou repressão de infrações. da Aeronáutica; e
Art. 26. A informação em poder dos órgãos e e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consu-
entidades, observado o seu teor e em razão de lares permanentes no exterior;
sua imprescindibilidade à segurança da socieda-
de ou do Estado, poderá ser classificada no grau II – no grau secreto, das autoridades refe-
ultrassecreto, secreto ou reservado. ridas no inciso I do caput, dos titulares de
autarquias, fundações, empresas públicas e
Art. 27. Para a classificação da informação em sociedades de economia mista; e
grau de sigilo, deverá ser observado o interesse
público da informação e utilizado o critério me- III – no grau reservado, das autoridades re-
nos restritivo possível, considerados: feridas nos incisos I e II do caput e das que
exerçam funções de direção, comando ou
I – a gravidade do risco ou dano à segurança chefia do Grupo-Direção e Assessoramento
da sociedade e do Estado; e Superiores – DAS, nível DAS 101.5 ou supe-
II – o prazo máximo de classificação em grau rior, e seus equivalentes.
de sigilo ou o evento que defina seu termo § 1º É vedada a delegação da competência
final. de classificação nos graus de sigilo ultrasse-
Art. 28. Os prazos máximos de classificação são creto ou secreto.
os seguintes: § 2º O dirigente máximo do órgão ou enti-
I – grau ultrassecreto: vinte e cinco anos; dade poderá delegar a competência para
classificação no grau reservado a agente pú-
II – grau secreto: quinze anos; e blico que exerça função de direção, coman-
do ou chefia.
III – grau reservado: cinco anos.
§ 3º É vedada a subdelegação da competên-
Parágrafo único. Poderá ser estabelecida cia de que trata o § 2º.
como termo final de restrição de acesso a
ocorrência de determinado evento, obser- § 4º Os agentes públicos referidos no § 2º
vados os prazos máximos de classificação. deverão dar ciência do ato de classificação à
autoridade delegante, no prazo de noventa
Art. 29. As informações que puderem colocar dias.
em risco a segurança do Presidente da Repúbli-
ca, Vice-Presidente e seus cônjuges e filhos se- § 5º A classificação de informação no grau
rão classificadas no grau reservado e ficarão sob ultrassecreto pelas autoridades previstas
sigilo até o término do mandato em exercício ou nas alíneas “d” e “e” do inciso I do caput de-
do último mandato, em caso de reeleição. verá ser ratificada pelo Ministro de Estado,
no prazo de trinta dias.
Art. 30. A classificação de informação é de com-
petência:

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§ 6º Enquanto não ratificada, a classificação Comissão Mista de Reavaliação de Informações


de que trata o § 5º considera-se válida, para no prazo de trinta dias, contado da decisão de
todos os efeitos legais. classificação ou de ratificação.

Seção II Art. 33. Na hipótese de documento que con-


DOS PROCEDIMENTOS PARA tenha informações classificadas em diferentes
graus de sigilo, será atribuído ao documento
CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÃO tratamento do grau de sigilo mais elevado, fi-
cando assegurado o acesso às partes não clas-
Art. 31. A decisão que classificar a informação
sificadaspor meio de certidão, extrato ou cópia,
em qualquer grau de sigilo deverá ser formali-
com ocultação da parte sob sigilo.
zada no Termo de Classificação de Informação –
TCI, conforme modelo contido no Anexo, e con- Art. 34. Os órgãos e entidades poderão consti-
terá o seguinte: tuir Comissão Permanente de Avaliação de Do-
cumentos Sigilosos – CPADS, com as seguintes
I – código de indexação de documento;
atribuições:
II – grau de sigilo;
I – opinar sobre a informação produzida no
III – categoria na qual se enquadra a infor- âmbito de sua atuação para fins de classifi-
mação; cação em qualquer grau de sigilo;
IV – tipo de documento; II – assessorar a autoridade classificadora
ou a autoridade hierarquicamente superior
V – data da produção do documento; quanto à desclassificação, reclassificação ou
VI – indicação de dispositivo legal que fun- reavaliação de informação classificada em
damenta a classificação; qualquer grau de sigilo;

VII – razões da classificação, observados os III – propor o destino final das informações
critérios estabelecidos no art. 27; desclassificadas, indicando os documentos
para guarda permanente, observado o dis-
VIII – indicação do prazo de sigilo, contado posto na Lei no 8.159, de 8 de janeiro de
em anos, meses ou dias, ou do evento que 1991; e
defina o seu termo final, observados os li-
mites previstos no art. 28; IV – subsidiar a elaboração do rol anual de
informações desclassificadas e documentos
IX – data da classificação; e classificados em cada grau de sigilo, a ser
disponibilizado na Internet.
X – identificação da autoridade que classifi-
cou a informação. Seção III
§ 1º O TCI seguirá anexo à informação. DA DESCLASSIFICAÇÃO E
§ 2º As informações previstas no inciso VII
REAVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO
do caput deverão ser mantidas no mesmo CLASSIFICADA EM GRAU DE SIGILO
grau de sigilo que a informação classificada.
Art. 35. A classificação das informações será re-
§ 3º A ratificação da classificação de que avaliada pela autoridade classificadora ou por
trata o § 5º do art. 30 deverá ser registrada autoridade hierarquicamente superior, median-
no TCI. te provocação ou de ofício, para desclassifica-
ção ou redução do prazo de sigilo.
Art. 32. A autoridade ou outro agente público
que classificar informação no grau ultrassecre-
to ou secreto deverá encaminhar cópia do TCI à

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Parágrafo único. Para o cumprimento do rior, o requerimento de desclassificação e
disposto no caput, além do disposto no art. reavaliação será apreciado pela autoridade
27, deverá ser observado: hierarquicamente superior que estiver em
território brasileiro.
I – o prazo máximo de restrição de acesso à
informação, previsto no art. 28; § 4º Desprovido o recurso de que tratam o
caput e os §§1º a 3º, poderá o requerente
II – o prazo máximo de quatro anos para re- apresentar recurso à Comissão Mista de Re-
visão de ofício das informações classificadas avaliação de Informações, no prazo de dez
no grau ultrassecreto ou secreto, previsto dias, contado da ciência da decisão.
no inciso I do caput do art. 47;
Art. 38. A decisão da desclassificação, reclassifi-
III – a permanência das razões da classifica- cação ou redução do prazo de sigilo de informa-
ção; ções classificadas deverá constar das capas dos
IV – a possibilidade de danos ou riscos de- processos, se houver, e de campo apropriado no
correntes da divulgação ou acesso irrestrito TCI.
da informação; e
Seção IV
V – a peculiaridade das informações produ- DISPOSIÇÕES GERAIS
zidas no exterior por autoridades ou agen-
tes públicos. Art. 39. As informações classificadas no grau
ultrassecreto ou secreto serão definitivamen-
Art. 36. O pedido de desclassificação ou de re- te preservadas, nos termos da Lei no 8.159, de
avaliação da classificação poderá ser apresen- 1991, observados os procedimentos de restri-
tado aos órgãos e entidades independente de ção de acesso enquanto vigorar o prazo da clas-
existir prévio pedido de acesso à informação. sificação.
Parágrafo único. O pedido de que trata o Art. 40. As informações classificadas como do-
caput será endereçado à autoridade classifi- cumentos de guarda permanente que forem
cadora, que decidirá no prazo de trinta dias. objeto de desclassificação serão encaminhadas
Art. 37. Negado o pedido de desclassificação ou ao Arquivo Nacional, ao arquivo permanente do
de reavaliação pela autoridade classificadora, o órgão público, da entidade pública ou da insti-
requerente poderá apresentar recurso no pra- tuição de caráter público, para fins de organiza-
zo de dez dias, contado da ciência da negativa, ção, preservação e acesso.
ao Ministro de Estado ou à autoridade com as Art. 41. As informações sobre condutas que
mesmas prerrogativas, que decidirá no prazo de impliquem violação dos direitos humanos pra-
trinta dias. ticada por agentes públicos ou a mando de au-
§ 1º Nos casos em que a autoridade classifi- toridades públicas não poderão ser objeto de
cadora esteja vinculada a autarquia, funda- classificação em qualquer grau de sigilo nem ter
ção, empresa pública ou sociedade de eco- seu acesso negado.
nomia mista, o recurso será apresentado ao Art. 42. Não poderá ser negado acesso às infor-
dirigente máximo da entidade. mações necessárias à tutela judicial ou adminis-
§ 2º No caso das Forças Armadas, o recurso trativa de direitos fundamentais.
será apresentado primeiramente perante o Parágrafo único. O requerente deverá apre-
respectivo Comandante, e, em caso de ne- sentar razões que demonstrem a existência
gativa, ao Ministro de Estado da Defesa. de nexo entre as informações requeridas e
§ 3º No caso de informações produzidas por o direito que se pretende proteger.
autoridades ou agentes públicos no exte-

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Art. 43. O acesso, a divulgação e o tratamento Parágrafo único. Os órgãos e entidades de-
de informação classificada em qualquer grau de verão manter em meio físico as informações
sigilo ficarão restritos a pessoas que tenham ne- previstas no caput, para consulta pública
cessidade de conhecê-la e que sejam credencia- em suas sedes.
das segundo as normas fixadas pelo Núcleo de
Segurança e Credenciamento, instituído no âm-
bito do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República, sem prejuízo das atri- CAPÍTULO VI
buições de agentes públicos autorizados por lei. DA COMISSÃO MISTA DE
Art. 44. As autoridades do Poder Executivo fe- REAVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES
deral adotarão as providências necessárias para CLASSIFICADAS
que o pessoal a elas subordinado conheça as
normas e observe as medidas e procedimentos Art. 46. A Comissão Mista de Reavaliação de In-
de segurança para tratamento de informações formações, instituída nos termos do § 1º do art.
classificadas em qualquer grau de sigilo. 35 da Lei no 12.527, de 2011, será integrada pe-
los titulares dos seguintes órgãos:
Parágrafo único. A pessoa natural ou enti-
dade privada que, em razão de qualquer I – Casa Civil da Presidência da República,
vínculo com o Poder Público, executar ativi- que a presidirá;
dades de tratamento de informações classi- II – Ministério da Justiça;
ficadas, adotará as providências necessárias
para que seus empregados, prepostos ou III – Ministério das Relações Exteriores;
representantes observem as medidas e pro-
IV – Ministério da Defesa;
cedimentos de segurança das informações.
V – Ministério da Fazenda;
Art. 45. A autoridade máxima de cada órgão ou
entidade publicará anualmente, até o dia 1° de VI – Ministério do Planejamento, Orçamen-
junho, em sítio na Internet: to e Gestão;
I – rol das informações desclassificadas nos VII – Secretaria de Direitos Humanos da
últimos doze meses; Presidência da República;
II – rol das informações classificadas em VIII – Gabinete de Segurança Institucional
cada grau de sigilo, que deverá conter: da Presidência da República;
a) código de indexação de documento; IX – Advocacia-Geral da União; e
b) categoria na qual se enquadra a informa- X – Controladoria Geral da União.
ção;
Parágrafo único. Cada integrante indicará
c) indicação de dispositivo legal que funda- suplente a ser designado por ato do Presi-
menta a classificação; e dente da Comissão.
d) data da produção, data da classificação e Art. 47. Compete à Comissão Mista de Reavalia-
prazo da classificação; ção de Informações:
III – relatório estatístico com a quantidade I – rever, de ofício ou mediante provocação,
de pedidos de acesso à informação recebi- a classificação de informação no grau ultras-
dos, atendidos e indeferidos; e secreto ou secreto ou sua reavaliação, no
máximo a cada quatro anos;
IV – informações estatísticas agregadas dos
requerentes.

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II – requisitar da autoridade que classificar Parágrafo único. As reuniões serão realiza-
informação no grau ultrassecreto ou secre- das com a presença de no mínimo seis inte-
to esclarecimento ou conteúdo, parcial ou grantes.
integral, da informação, quando as informa-
ções constantes do TCI não forem suficien- Art. 49. Os requerimentos de prorrogação do
tes para a revisão da classificação; prazo de classificação de informação no grau ul-
trassecreto, a que se refere o inciso IV do caput
III – decidir recursos apresentados contra do art. 47, deverão ser encaminhados à Comis-
decisão proferida: são Mista de Reavaliação de Informações em
até um ano antes do vencimento do termo final
a) pela Controladoria-Geral da União, em de restrição de acesso.
grau recursal, a pedido de acesso à infor-
mação ou às razões da negativa de acesso à Parágrafo único. O requerimento de pror-
informação; ou rogação do prazo de sigilo de informação
classificada no grau ultrassecreto deverá ser
a) pela Controladoria-Geral da União, em apreciado, impreterivelmente, em até três
grau recursal, pedido de acesso à informa- sessões subsequentes à data de sua autua-
ção ou de abertura de base de dados, ou às ção, ficando sobrestadas, até que se ultime
razões da negativa de acesso à informação a votação, todas as demais deliberações da
ou de abertura de base de dados; ou (Re- Comissão.
dação dada pelo Decreto nº 8.777, de 2016)
Art. 50. A Comissão Mista de Reavaliação de In-
b) pelo Ministro de Estado ou autoridade formações deverá apreciar os recursos previstos
com a mesma prerrogativa, em grau recur- no inciso III do caput do art. 47, impreterivel-
sal, a pedido de desclassificação ou reava- mente, até a terceira reunião ordinária subse-
liação de informação classificada; quente à data de sua autuação.
IV – prorrogar por uma única vez, e por pe- Art. 51. A revisão de ofício da informação clas-
ríodo determinado não superior a vinte e sificada no grau ultrassecreto ou secreto será
cinco anos, o prazo de sigilo de informação apreciada em até três sessões anteriores à data
classificada no grau ultrassecreto, enquan- de sua desclassificação automática.
to seu acesso ou divulgação puder ocasio-
nar ameaça externa à soberania nacional, à Art. 52. As deliberações da Comissão Mista de
integridade do território nacional ou grave Reavaliação de Informações serão tomadas:
risco às relações internacionais do País, li-
mitado ao máximo de cinquenta anos o pra- I – por maioria absoluta, quando envolve-
zo total da classificação; e rem as competências previstas nos incisos I
e IV do caput do art.47; e
V – estabelecer orientações normativas de
caráter geral a fim de suprir eventuais lacu- II – por maioria simples dos votos, nos de-
nas na aplicação da Lei no 12.527, de 2011. mais casos.

Parágrafo único. A não deliberação sobre a Parágrafo único. A Casa Civil da Presidência
revisão de ofício no prazo previsto no inciso da República poderá exercer, além do voto
I do caput implicará a desclassificação auto- ordinário, o voto de qualidade para desem-
mática das informações. pate.

Art. 48. A Comissão Mista de Reavaliação de In- Art. 53. A Casa Civil da Presidência da República
formações se reunirá, ordinariamente, uma vez exercerá as funções de Secretaria-Executiva da
por mês, e, extraordinariamente, sempre que Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
convocada por seu Presidente. cujas competências serão definidas em regi-
mento interno.

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Administração Pública – Decreto nº 7.724/2012 - Regulamenta a Lei nº 12.527 – Prof. Rafael Ravazolo

Art. 54. A Comissão Mista de Reavaliação de In- capaz, e para utilização exclusivamente para
formações aprovará, por maioria absoluta, regi- o tratamento médico;
mento interno que disporá sobre sua organiza-
ção e funcionamento. II – à realização de estatísticas e pesquisas
científicas de evidente interesse público ou
Parágrafo único. O regimento interno deve- geral, previstos em lei, vedada a identifica-
rá ser publicado no Diário Oficial da União ção da pessoa a que a informação se referir;
no prazo de noventa dias após a instalação
da Comissão. III – ao cumprimento de decisão judicial;
IV – à defesa de direitos humanos de tercei-
ros; ou
CAPÍTULO VII V – à proteção do interesse público geral e
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS preponderante.
Art. 58. A restrição de acesso a informações
Art. 55. As informações pessoais relativas à in-
pessoais de que trata o art. 55 não poderá ser
timidade, vida privada, honra e imagem detidas
invocada:
pelos órgãos e entidades:
I – com o intuito de prejudicar processo
I – terão acesso restrito a agentes públicos
de apuração de irregularidades, conduzido
legalmente autorizados e a pessoa a que se
pelo Poder Público, em que o titular das in-
referirem, independentemente de classifi-
formações for parte ou interessado; ou
cação de sigilo, pelo prazo máximo de cem
anos a contar da data de sua produção; e II – quando as informações pessoais não
classificadas estiverem contidas em conjun-
II – poderão ter sua divulgação ou acesso
tos de documentos necessários à recupera-
por terceiros autorizados por previsão le-
ção de fatos históricos de maior relevância.
gal ou consentimento expresso da pessoa a
que se referirem. Art. 59. O dirigente máximo do órgão ou entida-
de poderá, de ofício ou mediante provocação,
Parágrafo único. Caso o titular das informa-
reconhecer a incidência da hipótese do inciso
ções pessoais esteja morto ou ausente, os
II do caput do art. 58, de forma fundamentada,
direitos de que trata este artigo assistem ao
sobre documentos que tenha produzido ou acu-
cônjuge ou companheiro, aos descendentes
mulado, e que estejam sob sua guarda.
ou ascendentes, conforme o disposto no
parágrafo único do art. 20 da Lei no 10.406, § 1º Para subsidiar a decisão de reconhe-
de 10 de janeiro de 2002, e na Lei no 9.278, cimento de que trata o caput, o órgão ou
de 10 de maio de 1996. entidade poderá solicitar a universidades,
instituições de pesquisa ou outras entida-
Art. 56. O tratamento das informações pessoais
des com notória experiência em pesquisa
deve ser feito de forma transparente e com res-
historiográfica a emissão de parecer sobre
peito à intimidade, vida privada, honra e ima-
a questão.
gem das pessoas, bem como às liberdades e ga-
rantias individuais. § 2º A decisão de reconhecimento de que
trata o caput será precedida de publicação
Art. 57. O consentimento referido no inciso II do
de extrato da informação, com descrição
caput do art. 55 não será exigido quando o aces-
resumida do assunto, origem e período do
so à informação pessoal for necessário:
conjunto de documentos a serem conside-
I – à prevenção e diagnóstico médico, quan- rados de acesso irrestrito, com antecedên-
do a pessoa estiver física ou legalmente in- cia de no mínimo trinta dias.

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§ 3º Após a decisão de reconhecimento de § 2º Aquele que obtiver acesso às informa-
que trata o § 2º, os documentos serão con- ções pessoais de terceiros será responsabi-
siderados de acesso irrestrito ao público. lizado por seu uso indevido, na forma da lei.
§ 4º Na hipótese de documentos de ele- Art. 62. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507,
vado valor histórico destinados à guarda de 12 de novembro de 1997, em relação à infor-
permanente, caberá ao dirigente máximo mação de pessoa, natural ou jurídica, constante
do Arquivo Nacional, ou à autoridade res- de registro ou banco de dados de órgãos ou en-
ponsável pelo arquivo do órgão ou entida- tidades governamentais ou de caráter público.
de pública que os receber, decidir, após seu
recolhimento, sobre o reconhecimento, ob-
servado o procedimento previsto neste ar-
tigo. CAPÍTULO VIII
DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM
Art. 60. O pedido de acesso a informações pes-
soais observará os procedimentos previstos no FINS LUCRATIVOS
Capítulo IV e estará condicionado à comprova-
Art. 63. As entidades privadas sem fins lucrati-
ção da identidade do requerente.
vos que receberem recursos públicos para reali-
Parágrafo único. O pedido de acesso a in- zação de ações de interesse público deverão dar
formações pessoais por terceiros deverá publicidade às seguintes informações:
ainda estar acompanhado de:
I – cópia do estatuto social atualizado da en-
I – comprovação do consentimento expres- tidade;
so de que trata o inciso II do caput do art.
II – relação nominal atualizada dos dirigen-
55, por meio de procuração;
tes da entidade; e
II – comprovação das hipóteses previstas no
III – cópia integral dos convênios, contratos,
art. 58;
termos de parcerias, acordos, ajustes ou
III – demonstração do interesse pela recu- instrumentos congêneres realizados com o
peração de fatos históricos de maior rele- Poder Executivo federal, respectivos aditi-
vância, observados os procedimentos pre- vos, e relatórios finais de prestação de con-
vistos no art. 59; ou tas, na forma da legislação aplicável.

IV – demonstração da necessidade do aces- § 1º As informações de que trata o caput se-


so à informação requerida para a defesa dos rão divulgadas em sítio na Internet da enti-
direitos humanos ou para a proteção do in- dade privada e em quadro de avisos de am-
teresse público e geral preponderante. plo acesso público em sua sede.

Art. 61. O acesso à informação pessoal por ter- § 2º A divulgação em sítio na Internet refe-
ceiros será condicionado à assinatura de um rida no §1º poderá ser dispensada, por de-
termo de responsabilidade, que disporá sobre cisão do órgão ou entidade pública, e me-
a finalidade e a destinação que fundamentaram diante expressa justificação da entidade,
sua autorização, sobre as obrigações a que se nos casos de entidades privadas sem fins lu-
submeterá o requerente. crativos que não disponham de meios para
realizá-la.
§ 1º A utilização de informação pessoal por
terceiros vincula-se à finalidade e à destina- § 3º As informações de que trata o caput de-
ção que fundamentaram a autorização do verão ser publicadas a partir da celebração
acesso, vedada sua utilização de maneira do convênio, contrato, termo de parceria,
diversa. acordo, ajuste ou instrumento congênere,

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serão atualizadas periodicamente e ficarão VII – destruir ou subtrair, por qualquer


disponíveis até cento e oitenta dias após a meio, documentos concernentes a possíveis
entrega da prestação de contas final. violações de direitos humanos por parte de
agentes do Estado.
Art. 64. Os pedidos de informação referentes
aos convênios, contratos, termos de parcerias, § 1º Atendido o princípio do contraditório,
acordos, ajustes ou instrumentos congêneres da ampla defesa e do devido processo legal,
previstos no art. 63 deverão ser apresentados as condutas descritas no caput serão consi-
diretamente aos órgãos e entidades responsá- deradas:
veis pelo repasse de recursos.
I – para fins dos regulamentos disciplinares
das Forças Armadas, transgressões militares
médias ou graves, segundo os critérios ne-
CAPÍTULO IX les estabelecidos, desde que não tipificadas
em lei como crime ou contravenção penal;
DAS RESPONSABILIDADES
ou
Art. 65. Constituem condutas ilícitas que ense- II – para fins do disposto na Lei no 8.112,
jam responsabilidade do agente público ou mi- de 11 de dezembro de 1990, infrações ad-
litar: ministrativas, que deverão ser apenadas, no
I – recusar-se a fornecer informação reque- mínimo, com suspensão, segundo os crité-
rida nos termos deste Decreto, retardar rios estabelecidos na referida lei.
deliberadamente o seu fornecimento ou § 2º Pelas condutas descritas no caput, po-
fornecê-la intencionalmente de forma in- derá o militar ou agente público responder,
correta, incompleta ou imprecisa; também, por improbidade administrativa,
II – utilizar indevidamente, subtrair, destruir, conforme o disposto nas Leis no 1.079, de
inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total 10 de abril de 1950, e no 8.429, de 2 de ju-
ou parcialmente, informação que se encon- nho de 1992.
tre sob sua guarda, a que tenha acesso ou Art. 66. A pessoa natural ou entidade privada
sobre que tenha conhecimento em razão do que detiver informações em virtude de víncu-
exercício das atribuições de cargo, emprego lo de qualquer natureza com o Poder Público e
ou função pública; praticar conduta prevista no art. 65, estará su-
III – agir com dolo ou má-fé na análise dos jeita às seguintes sanções:
pedidos de acesso à informação; I – advertência;
IV – divulgar, permitir a divulgação, acessar II – multa;
ou permitir acesso indevido a informação
classificada em grau de sigilo ou a informa- III – rescisão do vínculo com o Poder Públi-
ção pessoal; co;
V – impor sigilo à informação para obter IV – suspensão temporária de participar em
proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins licitação e impedimento de contratar com a
de ocultação de ato ilegal cometido por si administração pública por prazo não supe-
ou por outrem; rior a dois anos; e
VI – ocultar da revisão de autoridade supe- V – declaração de inidoneidade para licitar
rior competente informação classificada em ou contratar com a administração pública,
grau de sigilo para beneficiar a si ou a ou- até que seja promovida a reabilitação pe-
trem, ou em prejuízo de terceiros; e

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rante a autoridade que aplicou a penalida- I – assegurar o cumprimento das normas
de. relativas ao acesso à informação, de forma
eficiente e adequada aos objetivos da Lei no
§ 1º A sanção de multa poderá ser aplicada 12.527, de 2011;
juntamente com as sanções previstas nos
incisos I, III e IV do caput. II – avaliar e monitorar a implementação do
disposto neste Decreto e apresentar ao di-
§ 2º A multa prevista no inciso II do caput rigente máximo de cada órgão ou entidade
será aplicada sem prejuízo da reparação pe- relatório anual sobre o seu cumprimento,
los danos e não poderá ser: encaminhando-o à Controladoria-Geral da
I – inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) nem su- União;
perior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), III – recomendar medidas para aperfeiçoar
no caso de pessoa natural; ou as normas e procedimentos necessários à
II – inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) implementação deste Decreto;
nem superior a R$ 600.000,00 (seiscentos IV – orientar as unidades no que se refere
mil reais), no caso de entidade privada. ao cumprimento deste Decreto; e
§ 3º A reabilitação referida no inciso V do V – manifestar-se sobre reclamação apre-
caput será autorizada somente quando a sentada contra omissão de autoridade com-
pessoa natural ou entidade privada efetivar petente, observado o disposto no art. 22.
o ressarcimento ao órgão ou entidade dos
prejuízos resultantes e depois de decorrido Seção II
o prazo da sanção aplicada com base no in- DAS COMPETÊNCIAS RELATIVAS AO
ciso IV do caput.
MONITORAMENTO
§ 4º A aplicação da sanção prevista no in-
ciso V do caput é de competência exclusiva Art. 68. Compete à Controladoria-Geral da
da autoridade máxima do órgão ou entida- União, observadas as competências dos demais
de pública. órgãos e entidades e as previsões específicas
neste Decreto:
§ 5º O prazo para apresentação de defesa
nas hipóteses previstas neste artigo é de I – definir o formulário padrão, disponibili-
dez dias, contado da ciência do ato. zado em meio físico e eletrônico, que esta-
rá à disposição no sítio na Internet e no SIC
dos órgãos e entidades, de acordo com o §
1º do art. 11;
CAPÍTULO X
II – promover campanha de abrangência na-
DO MONITORAMENTO DA cional de fomento à cultura da transparên-
APLICAÇÃO DA LEI cia na administração pública e conscientiza-
ção sobre o direito fundamental de acesso à
Seção I informação;
DA AUTORIDADE DE
III – promover o treinamento dos agentes
MONITORAMENTO públicos e, no que couber, a capacitação das
entidades privadas sem fins lucrativos, no
Art. 67. O dirigente máximo de cada órgão ou
que se refere ao desenvolvimento de prá-
entidade designará autoridade que lhe seja di-
ticas relacionadas à transparência na admi-
retamente subordinada para exercer as seguin-
nistração pública;
tes atribuições:

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Administração Pública – Decreto nº 7.724/2012 - Regulamenta a Lei nº 12.527 – Prof. Rafael Ravazolo

IV – monitorar a implementação da Lei no entidades públicos ou privados, para o tra-


12.527, de 2011, concentrando e consoli- tamento de informações classificadas.
dando a publicação de informações estatís-
ticas relacionadas no art. 45;
V – preparar relatório anual com informa- CAPÍTULO XI
ções referentes à implementação da Lei DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
no 12.527, de 2011, a ser encaminhado ao
Congresso Nacional; Art. 71. Os órgãos e entidades adequarão suas
políticas de gestão da informação, promovendo
VI – monitorar a aplicação deste Decreto,
os ajustes necessários aos processos de regis-
especialmente o cumprimento dos prazos e
tro, processamento, trâmite e arquivamento de
procedimentos; e
documentos e informações.
VII – definir, em conjunto com a Casa Civil
Art. 72. Os órgãos e entidades deverão reavaliar
da Presidência da República, diretrizes e
as informações classificadas no grau ultrasse-
procedimentos complementares necessá-
creto e secreto no prazo máximo de dois anos,
rios à implementação da Lei no 12.527, de
contado do termo inicial de vigência da Lei no
2011.
12.527, de 2011.
Art. 69. Compete à Controladoria-Geral da § 1º A restrição de acesso a informações,
União e ao Ministério do Planejamento, Orça- em razão da reavaliação prevista no caput,
mento e Gestão, observadas as competências deverá observar os prazos e condições pre-
dos demais órgãos e entidades e as previsões vistos neste Decreto.
específicas neste Decreto, por meio de ato con-
junto: § 2º Enquanto não transcorrido o prazo de
reavaliação previsto no caput, será mantida
I – estabelecer procedimentos, regras e pa- a classificação da informação, observados
drões de divulgação de informações ao pú- os prazos e disposições da legislação prece-
blico, fixando prazo máximo para atualiza- dente.
ção; e
§ 3º As informações classificadas no grau
II – detalhar os procedimentos necessários ultrassecreto e secreto não reavaliadas no
à busca, estruturação e prestação de infor- prazo previsto no caput serão consideradas,
mações no âmbito do SIC. automaticamente, desclassificadas.
Art. 70. Compete ao Gabinete de Segurança Ins- Art. 73. A publicação anual de que trata o art.
titucional da Presidência da República, observa- 45 terá início em junho de 2013.
das as competências dos demais órgãos e enti-
dades e as previsões específicas neste Decreto: Art. 74. O tratamento de informação classifica-
da resultante de tratados, acordos ou atos inter-
I – estabelecer regras de indexação relacio- nacionais atenderá às normas e recomendações
nadas à classificação de informação; desses instrumentos.
II – expedir atos complementares e estabe- Art. 75. Aplica-se subsidiariamente a Lei no
lecer procedimentos relativos ao credencia- 9.784, de 29 de janeiro de 1999, aos procedi-
mento de segurança de pessoas, órgãos e mentos previstos neste Decreto.
entidades públicos ou privados, para o tra-
tamento de informações classificadas; e Art. 76. Este Decreto entra em vigor em 16 de
maio de 2012.
III – promover, por meio do Núcleo de Cre-
denciamento de Segurança, o credencia- Brasília, 16 de maio de 2012; 191º da Indepen-
mento de segurança de pessoas, órgãos e dência e 124º da República.

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Ética

Professor Pedro Kuhn

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Ética no Serviço Público

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional doServi- ANEXO


dor Público Civil do Poder Executivo Federal.
Código de Ética Profissional do Servidor Público
O Presidente da República, no uso das atribui- Civil do Poder Executivo Federal
ções que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da
Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da
CAPÍTULO I
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos
arts. 10, 11 e 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho
de 1992, Decreta: Seção I
DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profis-
sional do Servidor Público Civil do Poder Execu- I − A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia
tivo Federal, que com este baixa. e a consciência dos princípios morais são
primados maiores que devem nortear o
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração
servidor público, seja no exercício do car-
Pública Federal direta e indireta implementarão,
go ou função, ou fora dele, já que refletirá
em sessenta dias, as providências necessárias à
o exercício da vocação do próprio poder es-
plena vigência do Código de Ética, inclusive me-
tatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
diante a Constituição da respectiva Comissão de
serão direcionados para a preservação da
Ética, integrada por três servidores ou emprega-
honra e da tradição dos serviços públicos.
dos titulares de cargo efetivo ou emprego per-
manente. II − O servidor público não poderá jamais
desprezar o elemento ético de sua conduta.
Parágrafo único. A constituição da Comis-
Assim, não terá que decidir somente entre
são de Ética será comunicada à Secretaria
o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o con-
da Administração Federal da Presidência da
veniente e o inconveniente, o oportuno e
República, com a indicação dos respectivos
o inoportuno, mas principalmente entre o
membros titulares e suplentes.
honesto e o desonesto, consoante as regras
Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de contidas no art. 37, caput, e § 4º, da Consti-
sua publicação. tuição Federal.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Indepen- III − A moralidade da Administração Públi-


dência e 106º da República. ca não se limita à distinção entre o bem e o
mal, devendo ser acrescida da ideia de que
Itamar Franco o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio
Romildo Canhim entre a legalidade e a finalidade, na condu-
ta do servidor público, é que poderá conso-
Este texto não substitui o publicado no DOU de
lidar a moralidade do ato administrativo.
23.06.1994.

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IV − A remuneração do servidor público é reta ou indiretamente significa causar-lhe
custeada pelos tributos pagos direta ou in- dano moral. Da mesma forma, causar dano
diretamente por todos, até por ele próprio, a qualquer bem pertencente ao patrimô-
e por isso se exige, como contrapartida, que nio público, deteriorando-o, por descuido
a moralidade administrativa se integre no ou má vontade, não constitui apenas uma
Direito, como elemento indissociável de sua ofensa ao equipamento e às instalações ou
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, ao Estado, mas a todos os homens de boa
como consequência, em fator de legalidade. vontade que dedicaram sua inteligência,
seu tempo, suas esperanças e seus esforços
V − O trabalho desenvolvido pelo servidor para construí-los.
público perante a comunidade deve ser
entendido como acréscimo ao seu próprio X − Deixar o servidor público qualquer pes-
bem-estar, já que, como cidadão, integrante soa à espera de solução que compete ao se-
da sociedade, o êxito desse trabalho pode tor em que exerça suas funções, permitindo
ser considerado como seu maior patrimô- a formação de longas filas, ou qualquer ou-
nio. tra espécie de atraso na prestação do ser-
viço, não caracteriza apenas atitude contra
VI − A função pública deve ser tida como a ética ou ato de desumanidade, mas prin-
exercício profissional e, portanto, se integra cipalmente grave dano moral aos usuários
na vida particular de cada servidor público. dos serviços públicos.
Assim, os fatos e atos verificados na condu-
ta do dia a dia em sua vida privada poderão XI − O servidor deve prestar toda a sua aten-
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na ção às ordens legais de seus superiores, ve-
vida funcional. lando atentamente por seu cumprimento,
e, assim, evitando a conduta negligente. Os
VII − Salvo os casos de segurança nacional, repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
investigações policiais ou interesse superior desvios tornam-se, às vezes, difíceis de cor-
do Estado e da Administração Pública, a se- rigir e caracterizam até mesmo imprudência
rem preservados em processo previamente no desempenho da função pública.
declarado sigiloso, nos termos da lei, a pu-
blicidade de qualquer ato administrativo XII − Toda ausência injustificada do servidor
constitui requisito de eficácia e moralidade, de seu local de trabalho é fator de desmo-
ensejando sua omissão comprometimen- ralização do serviço público, o que quase
to ético contra o bem comum, imputável a sempre conduz à desordem nas relações
quem a negar. humanas.
VIII − Toda pessoa tem direito à verdade. O XIII − O servidor que trabalha em harmonia
servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ain- com a estrutura organizacional, respeitando
da que contrária aos interesses da própria seus colegas e cada concidadão, colabora
pessoa interessada ou da Administração e de todos pode receber colaboração, pois
Pública. Nenhum Estado pode crescer ou sua atividade pública é a grande oportuni-
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do dade para o crescimento e o engrandeci-
hábito do erro, da opressão ou da mentira, mento da Nação.
que sempre aniquilam até mesmo a digni-
dade humana quanto mais a de uma Nação. Seção II
DOS PRINCIPAIS DEVERES
IX − A cortesia, a boa vontade, o cuidado e
o tempo dedicados ao serviço público ca- DO SERVIDOR PÚBLICO
racterizam o esforço pela disciplina. Tratar XIV − São deveres fundamentais do servidor
mal uma pessoa que paga seus tributos di- público:

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Ética no Serviço Público – Decreto nº 1.171 – Prof. Pedro Kuhn

a) Desempenhar, a tempo, as atribuições do j) Zelar, no exercício do direito de greve, pe-


cargo, função ou emprego público de que las exigências específicas da defesa da vida
seja titular; e da segurança coletiva;
b) Exercer suas atribuições com rapidez, l) Ser assíduo e frequente ao serviço, na
perfeição e rendimento, pondo fim ou pro- certeza de que sua ausência provoca danos
curando prioritariamente resolver situações ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
procrastinatórias, principalmente diante de mente em todo o sistema;
filas ou de qualquer outra espécie de atra- m) Comunicar imediatamente a seus supe-
so na prestação dos serviços pelo setor em riores todo e qualquer ato ou fato contrário
que exerça suas atribuições, com o fim de ao interesse público, exigindo as providên-
evitar dano moral ao usuário; cias cabíveis;
c) Ser probo, reto, leal e justo, demonstran- n) Manter limpo e em perfeita ordem o lo-
do toda a integridade do seu caráter, esco- cal de trabalho, seguindo os métodos mais
lhendo sempre, quando estiver diante de adequados à sua organização e distribuição;
duas opções, a melhor e a mais vantajosa
para o bem comum; o) Participar dos movimentos e estudos que
se relacionem com a melhoria do exercício
d) Jamais retardar qualquer prestação de de suas funções, tendo por escopo a realiza-
contas, condição essencial da gestão dos ção do bem comum;
bens, direitos e serviços da coletividade a
seu cargo; p) Apresentar-se ao trabalho com vestimen-
tas adequadas ao exercício da função;
e) Tratar cuidadosamente os usuários dos
serviços aperfeiçoando o processo de co- q) Manter-se atualizado com as instruções,
municação e contato com o público; as normas de serviço e a legislação perti-
nentes ao órgão onde exerce suas funções;
f) Ter consciência de que seu trabalho é re-
gido por princípios éticos que se materiali- r) Cumprir, de acordo com as normas do
zam na adequada prestação dos serviços serviço e as instruções superiores, as tare-
públicos; fas de seu cargo ou função, tanto quanto
possível, com critério, segurança e rapidez,
g) Ser cortês, ter urbanidade, disponibilida- mantendo tudo sempre em boa ordem.
de e atenção, respeitando a capacidade e as
limitações individuais de todos os usuários s) Facilitar a fiscalização de todos atos ou
do serviço público, sem qualquer espécie serviços por quem de direito;
de preconceito ou distinção de raça, sexo, t) Exercer com estrita moderação as prerro-
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho gativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
político e posição social, abstendo-se, dessa abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos
forma, de causar-lhes dano moral; legítimos interesses dos usuários do serviço
h) Ter respeito à hierarquia, porém sem público e dos jurisdicionados administrati-
nenhum temor de representar contra qual- vos;
quer comprometimento indevido da estru- u) Abster-se, de forma absoluta, de exercer
tura em que se funda o Poder Estatal; sua função, poder ou autoridade com finali-
i) Resistir a todas as pressões de superiores dade estranha ao interesse público, mesmo
hierárquicos, de contratantes, interessados que observando as formalidades legais e
e outros que visem obter quaisquer favores, não cometendo qualquer violação expressa
benesses ou vantagens indevidas em decor- à lei;
rência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
denunciá-las;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1633
v) Divulgar e informar a todos os integran- i) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que
tes da sua classe sobre a existência deste necessite do atendimento em serviços pú-
Código de Ética, estimulando o seu integral blicos;
cumprimento. j) Desviar servidor público para atendimen-
Seção III to a interesse particular;
DAS VEDAÇÕES l) Retirar da repartição pública, sem estar
legalmente autorizado, qualquer documen-
AO SERVIDOR PÚBLICO
to, livro ou bem pertencente ao patrimônio
XV − É vedado ao servidor público; público;
m) Fazer uso de informações privilegiadas
a) O uso do cargo ou função, facilidades,
obtidas no âmbito interno de seu serviço,
amizades, tempo, posição e influências,
em benefício próprio, de parentes, de ami-
para obter qualquer favorecimento, para si
gos ou de terceiros;
ou para outrem;
n) Apresentar-se embriagado no serviço ou
b) Prejudicar deliberadamente a reputação fora dele habitualmente;
de outros servidores ou de cidadãos que
deles dependam; o) Dar o seu concurso a qualquer instituição
que atente contra a moral, a honestidade
c) Ser, em função de seu espírito de solida- ou a dignidade da pessoa humana;
riedade, conivente com erro ou infração a
p) Exercer atividade profissional aética ou
este Código de Ética ou ao Código de Ética
ligar o seu nome a empreendimentos de
de sua profissão;
cunho duvidoso.
d) Usar de artifícios para procrastinar ou
dificultar o exercício regular de direito por
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
CAPÍTULO II
ou material; DAS COMISSÕES DE ÉTICA
e) Deixar de utilizar os avanços técnicos e XVI − Em todos os órgãos e entidades da
científicos ao seu alcance ou do seu conhe- Administração Pública Federal direta, indi-
cimento para atendimento do seu mister; reta autárquica e fundacional, ou em qual-
quer órgão ou entidade que exerça atribui-
f) Permitir que perseguições, simpatias, an- ções delegadas pelo poder público, deverá
tipatias, caprichos, paixões ou interesses ser criada uma Comissão de Ética, encarre-
de ordem pessoal interfiram no trato com gada de orientar e aconselhar sobre a éti-
o público, com os jurisdicionados adminis- ca profissional do servidor, no tratamento
trativos ou com colegas hierarquicamente com as pessoas e com o patrimônio público,
superiores ou inferiores; competindo-lhe conhecer concretamente
de imputação ou de procedimento suscep-
g) Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou
tível de censura.
receber qualquer tipo de ajuda financeira,
gratificação, prêmio, comissão, doação ou XVII – Revogado.
vantagem de qualquer espécie, para si, fa-
miliares ou qualquer pessoa, para o cum- XVIII − À Comissão de Ética incumbe forne-
primento da sua missão ou para influenciar cer, aos organismos encarregados da execu-
outro servidor para o mesmo fim; ção do quadro de carreira dos servidores,
os registros sobre sua conduta ética, para o
h) Alterar ou deturpar o teor de documen- efeito de instruir e fundamentar promoções
tos que deva encaminhar para providências;

1634 www.acasadoconcurseiro.com.br
Ética no Serviço Público – Decreto nº 1.171 – Prof. Pedro Kuhn

e para todos os demais procedimentos pró-


prios da carreira do servidor público.
XIX – Revogado.
XX – Revogado.
XXI − Revogado.
XXII − A pena aplicável ao servidor público
pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo pa-
recer, assinado por todos os seus integran-
tes, com ciência do faltoso.
XXIII − Revogado.
XXIV − Para fins de apuração do compro-
metimento ético, entende-se por servidor
público todo aquele que, por força de lei,
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
serviços de natureza permanente, temporá-
ria ou excepcional, ainda que sem retribui-
ção financeira, desde que ligado direta ou
indiretamente a qualquer órgão do poder
estatal, como as autarquias, as fundações
públicas, as entidades paraestatais, as em-
presas públicas e as sociedades de econo-
mia mista, ou em qualquer setor onde pre-
valeça o interesse do Estado.
XXV − Revogado.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1635
Relações Sociais

Professor Fidel Ribeiro

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Relações Humanas

RESPONSABILIDADE SOCIAL

ARTIGO:
“Em um meio onde todos só comentam sobre a Preservação Ambiental, as empresas que co-
laboram para a agressão do meio ambiente, devem propor algum reembolso à sociedade em
forma de programas que contribuam ao bem-estar social.
Baseando-se na maneira, como as empresas exercem suas práticas sociais, este artigo vem pro-
por que observemos a influência que Projetos Sociais, designados pela ação de responsabilida-
de social praticadas pelas Organizações têem na Sociedade.” (…)

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Mundialmente, as primeiras práticas sociais ficaram conhecidas nos Estados Unidos, na qual
foram introduzidas durante o século XX, na década de 30. Sendo as primeiras definições sobre
responsabilidade social surgidas na década de 50, classificando como uma obrigação que o ho-
mem de negócios tem para com a sociedade. Com a evolução do conceito, a responsabilidade
social é vista como uma forma das empresas terem maior participação dentro da sociedade
(ARREBOLA, 2004).

www.acasadoconcurseiro.com.br 1639
Desta forma, voltam-se para as práticas sociais, tendo com isso a oportunidade de interagir
com seus colaboradores, tentando proporcionar um bom ambiente de trabalho o qual estimule
seus desempenhos, ou seja, estabelecendo um relacionamento saudável entre o ambiente da
organização e o ambiente externo (stakeholders), buscando a qualidade e a interação com o
ambiente e a sociedade.
As grandes empresas estão cada vez mais em busca de um diferencial para que possam compe-
tir e destacar-se em meio a um mercado tão disputado, fazendo com que suas tomadas de deci-
sões sejam mais de cunho social, não pensando apenas na lucratividade. Embora essas práticas
sociais sejam utilizadas na maioria das vezes como uma estratégia competitiva, na qual a orga-
nização busca investir na sua imagem, fortalecendo-a através do marketing social, procurando
assim valorizar suas ações no mercado de capitais. E assim, os ganhos com tais ações refletem
em ambos, seja no bem estar social (moldando a realidade social), ou proporcionando oportu-
nidades de lucratividade, favorecendo a consciência socioambiental dos Stakeholders para com
a organização e então promover o aumento do retorno econômico almejado, em decorrência
dessa necessidade de redefinição.
(…) o crescimento econômico não existirá sem progresso social e ambiental, sem esquecer de le-
var em consideração o equilíbrio econômico da empresa, formando um tripé entre: sociedade,
economia e meio ambiente, em pesos iguais devido serem aspectos inter-relacionados.
De acordo com Ashley (2003), o mundo empresarial encara a responsabilidade social como uma
nova estratégia para maximizar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento, isso decorre da
maior conscientização dos consumidores e conseqüente procura de produtos que sejam gera-
dores de melhorias para o meio ambiente e para a comunidade, valorizando aspectos éticos
inerentes à cidadania. Portanto, quanto mais consciência os consumidores possuírem, quanto
mais capazes de exercer a cidadania eles forem, maior será a exigência pela prática de ações de
responsabilidade social e pelo desenvolvimento, por parte da empresa, de estratégias empresa-
riais competitivas que sejam socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economica-
mente viáveis.
(...)
De acordo com Orchis et al. (2002, p.52):
(...) a responsabilidade social pode agregar valor à imagem da empresa e com isso aumentar
sua vantagem competitiva, ou servir como um meio para atingir o público que considera ati-
tudes socialmente responsáveis como um pré-requisito ou diferencial para a escolha de uma
marca.
(...)
Contudo, a responsabilidade Social vem representando as novas estratégias dos negócios, na
qual as mudanças estabelecidas ficam por conta da conscientização da sociedade civil, esti-
mulada pelo fluxo de informações cada vez mais rápido e vasto. Gerando novas exigências e
esperando que as empresas possam atuar de forma a atender essas expectativas, onde possam
assegurar condições melhores de vida e o progresso social. E, assim serem bem vistas, ou seja,
reconhecidas pela excelência de seu desempenho quanto às ações sociais desenvolvidas tendo
em vista a ‘boa imagem’ da organização frente aos seus stakeholders.

1640 www.acasadoconcurseiro.com.br
Relações Humanas – Responsabilidade Social – Prof. Fidel Ribeiro

CONCLUSÕES
Constatamos que a prática da Responsabilidade são ações estratégicas desenvolvidas por uma
Organização, em que transforma seus esforços em atividades mais ética e transparente com
o público. A partir de uma interligação entre a sociedade e as atividades executadas por esta,
tendo por objetivo ampliar seu relacionamento com toda a sociedade.
Na busca de um diferencial competitivo, assim como do aumento do fluxo econômico, as em-
presas enxergam na Responsabilidade Social essa oportunidade. Além de representar ganhos à
instituição, ela valoriza a imagem da empresa no Mercado, a fim de apontar as práticas sociais
como a nova estratégia dos negócios, visualizando-a como um conceito sempre em construção
pelas suas diversas faces.
(...)
(fonte: artigo de Niedja Abreu, constante no sítio virtual http://www.administradores.com.br/
artigos/marketing/a-pratica-da-responsabilidade-social-nas-organizacoes-uma-analise-da-
petrobras/66325, grifos nossos)

1. (2014 – CESGRANRIO – CEFET-RJ – Administrador)


A responsabilidade social é uma atividade empresarial importante para a Administração. Dessa
forma, quando um gerente precisa monitorar e avaliar o desempenho da responsabilidade
social da empresa, ele lança mão de um(a) :
a) balanço social
b) gestão social
c) auditoria social
d) estratégia social
e) contabilidade social

2. (2017 – CS-UFG – IF-GO – Auxiliar em Administração)


São atitudes de responsabilidade social das organizações:
a) implantar programas de educação para alfabetização de adultos e realizar a comunicação
interna integralmente, na forma impressa em papel.
b) buscar materiais não recicláveis e tecnologia de energia solar.
c) despejar poluentes em rios afastados das cidades e fazer uso controlado de energia.
d) cultivar horta comunitária para uso de funcionários e seus familiares, bem como fazer uso
consciente da água com economicidade.

Gabarito: 1. C 2. D

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Relações Humanas

OPINIÃO PÚBLICA E ÓRGÃO E OPINIÃO PÚBLICA

SERVIDOR E A OPINIÃO PÚBLICA

O servidor público convive com uma visão estereotipada, pejorativa, da opinião pública, como
resultado de práticas centenárias no país, normalmente afastadas da moralidade. Ainda nos
dias de hoje, a visão que grande parte da opinião pública detém do servidor está aliada ao
descaso para com o interesse público e com os serviços públicos em geral, é visto como “aco-
modado”.
Exemplo clássico da imagem tida pela opinião pública sobre o servidor: paletó na cadeira, vazia.
A opinião pública não é algo imutável. Com o tempo e dedicação, pode o servidor desconstituir
estes estigmas, embora a sociedade ainda conviva com traumas do passado e outros do pre-
sente.
Como trabalhar a opinião pública quanto aos servidores? Demonstrando à sociedade sua ne-
cessidade, através de um trabalho íntegro, probo e moral.
Atualmente, a CF obriga os servidores ocupantes de cargos públicos a serem nomeados após
aprovação necessária em concurso público. Embora, ainda a maioria dos cargos comissionados
seja ocupado mediante critérios políticos e não técnicos.
Os princípios administrativos devem reger a atuação do servidor. Especialmente, os princípios
constantes no LIMPE (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência)

ÓRGÃO E A OPINIÃO PÚBLICA

Assim como o servidor, o órgão precisa construir sua correta representação perante a opinião
pública. A opinião pública sobre servidor e órgão, caminham lado a lado. Um órgão composto
por bons servidores, agrada a opinião pública e gera consequencias positivas para todos os la-
dos. Um órgão que atende os interesses públicos de forma íntegra e eficiente, contribui para a
valorização das pessoas que o integram.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1643
QUESTÃO

1. (2016 – CESPE – DPU – Agente Administrativo – Conhecimentos Específicos)


No que se refere à influência da opinião pública nos serviços públicos, julgue o próximo item.
Um valor que demanda especial dedicação por parte do servidor, mesmo que diante de uma
opinião pública desfavorável, é o da preservação da dignidade do cargo.
( ) Certo   ( ) Errado)

Gabarito: 1. Certo

1644 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica

Professor Mateus Silveira

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Legislação Específica

ESTATUTO DA UFCSPA – UNIVERSIDADE FEDERAL


DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

TÍTULO I II – o desenvolvimento da pesquisa, tendo


em perspectiva a expansão do conhecimen-
Normas Preliminares to e as necessidades da sociedade;
III – o intercâmbio científico, técnico e cul-
tural com instituições nacionais e interna-
cionais;
CAPÍTULO I
CONSTITUIÇÃO, NATUREZA, IV – a contribuição, dentro da sua área de
OBJETIVOS E PRINCÍPIOS atuação, para a cooperação internacional e
para a aproximação pacífica entre os povos;
Art. 1º A Fundação Universidade Federal de Ci- V – a preservação e valorização do seu pa-
ências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA, ins- trimônio natural, científico, cultural e tec-
tituída pela Lei nº 11.641, de 11 de janeiro de nológico;
2008, por transformação da Fundação Faculda-
de Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, VI – o compromisso com a qualidade e a éti-
é uma instituição pluridisciplinar, dedicada à ca;
criação, transmissão crítica e difusão da ciên-
cia, tecnologia e cultura, em nível de educação VII – o aprimoramento da democracia, da
superior, na área da saúde, mantida pela União justiça, da defesa dos direitos humanos, da
Federal e com sede e foro no município de Por- preservação do meio ambiente e da melho-
to Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. ria da qualidade de vida;

Parágrafo único. A Fundação Universidade VIII – o compromisso com o desenvolvi-


Federal de Ciências da Saúde de Porto Ale- mento educacional, científico, tecnológico,
gre – UFCSPA, doravante denominada so- cultural e socioeconômico do País.
mente Universidade, rege-se pelo presente Art. 3º A Universidade tem os seguintes obje-
Estatuto, pelo seu Regimento, pela lei que tivos:
a instituiu e pela legislação da educação su-
perior. I – formar profissionais aptos para a inser-
ção no mercado de trabalho e para a parti-
Art. 2º A Universidade observa os seguintes cipação no desenvolvimento da sociedade,
princípios: além de colaborar na formação contínua
I – a formação humana, científica, técnica, desses profissionais;
profissional e cultural;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1647
II – estimular a criação cultural e o desen- cursos, atividades e programas de gradua-
volvimento do espírito científico e do pen- ção e de pós-graduação, e outros, nos ter-
samento reflexivo; mos da legislação e em atendimento às de-
mandas sociais, econômicas e culturais;
III – incentivar o trabalho de pesquisa, vi-
sando o desenvolvimento da ciência, da tec- III – estabelecer ou alterar o número de va-
nologia e da criação e difusão da cultura; gas e as condições de funcionamento dos
cursos, atividades e programas de gradua-
IV – promover a divulgação de conheci- ção, de pós-graduação e outros;
mentos científicos, técnicos e culturais que
constituem patrimônio da humanidade e IV – organizar e alterar os currículos, os pro-
comunicar o saber através do ensino, de pu- gramas e os projetos pedagógicos dos seus
blicações ou de outras formas de comunica- cursos, nos termos permitidos pela legisla-
ção; ção;
V – suscitar o desejo permanente de aper- V – estabelecer o regime escolar e didático-
feiçoamento profissional e cultural, possibi- -pedagógico, com seus respectivos crono-
litando sua concretização; gramas e calendários;
VI – promover a extensão, visando à difusão VI – conferir graus, diplomas, certificados e
das conquistas e benefícios resultantes da demais títulos, bem como outras dignida-
pesquisa científica e tecnológica e da cria- des universitárias;
ção cultural geradas na Instituição.
VII – interagir com entidades culturais e
científicas nacionais e internacionais para o
desenvolvimento de projetos integrados de
CAPÍTULO II interesse comum.
DOS PRINCÍPIOS LEGAIS E DA § 2º A autonomia administrativa consiste em:
AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA
I – estabelecer a política administrativa e de
Art. 4º Compreendem-se inseridas neste Esta- investimentos;
tuto todas as disposições constitucionais e as II – estabelecer a estrutura organizacional e
legais relativas ao ensino, notadamente as da administrativa, abrangendo recursos huma-
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nos, físicos e financeiros, assim como crité-
e sua regulamentação, assim como as normas rios de operacionalização e funcionamento;
inerentes ao mesmo assunto.
III – dispor sobre o pessoal docente e téc-
Art. 5º A Universidade goza de autonomia di- nico-administrativo, estabelecendo direitos
dático-científica, administrativa, disciplinar e e deveres, assim como normas de seleção,
de gestão financeira e patrimonial, nos limites admissão, promoção, licença, substituição e
fixados pela legislação em vigor, e nos termos dispensa;
deste Estatuto e do Regimento Geral:
IV – dar condições ao pessoal docente e
§ 1º A autonomia acadêmica e didático- técnico-administrativo para o adequado de-
-científica consiste em: sempenho de suas atividades;
I – estabelecer a política de ensino-aprendi- V – criar, organizar, modificar e extinguir ór-
zagem, pesquisa e extensão; gãos integrantes da estrutura organizacio-
II – criar, organizar, modificar, extinguir, sus- nal, bem como avaliar, aprovar e reformar
pender, fomentar, regulamentar e aprovar normas ou regulamentos internos dos ór-
gãos e atividades;

1648 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica – Estatuto da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

VI – fixar, estabelecer e alterar os valores e as peculiaridades locais e regionais e as al-


custos das taxas, emolumentos ou serviços, ternativas próprias dos projetos pedagógi-
nos termos da legislação; cos e das linhas de pesquisa;
VII – elaborar, aprovar e reformar o Estatu- VI – controle permanente de qualidade de
to e o Regimento Geral, obedecendo ao que todas as atividades desenvolvidas.
dispõe a legislação pertinente.
§ 3º A autonomia disciplinar consiste em fi-
xar os direitos e deveres dos usuários, dos
TÍTULO II
seus serviços e dos seus agentes, o regime
de sanções e de aplicá-lo, obedecidas as Da Estrutura Organizacional
prescrições e os princípios gerais do Direito.
§ 4º A autonomia de gestão financeira e
patrimonial consiste em: CAPÍTULO I
I – administrar os recursos da União, coloca- DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
dos à disposição da Universidade;
Art. 7º A Administração Superior da Universida-
II – estabelecer a política financeira; de compreende os Conselhos Superiores, a Rei-
toria e a Vice-Reitoria.
III – elaborar o orçamento;
Parágrafo único. Os Conselhos Superiores
IV – aceitar subvenções, doações e legados, são:
bem como buscar cooperação financeira
mediante convênios com entidades nacio- I – Conselho Universitário (CONSUN);
nais e internacionais, públicas e privadas.
II – Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten-
são (CONSEPE).
Art. 8º Os Órgãos Executivos são:
CAPÍTULO III
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DE I – a Reitoria;
ORGANIZAÇÃO II – a Vice-Reitoria;

Art. 6º São princípios gerais de organização da III – as Pró-Reitorias;


Universidade: IV – as Coordenações dos cursos de gradu-
I – unidade administrativa e patrimonial; ação;

II – estrutura orgânica apoiada em cursos V – as Coordenações dos programas de pós-


de graduação, subordinados à Administra- -graduação.
ção Superior da Universidade; Art. 9º A Universidade dispõe de órgãos suple-
III – inseparabilidade entre as atividades de mentares, os quais visam complementar a in-
ensino, pesquisa e extensão; fraestrutura nos diversos níveis administrativos
ou pedagógicos, em vista das suas finalidades e
IV – racionalização de organização, utilizan- objetivos.
do plenamente recursos materiais e huma-
nos; § 1º Os órgãos referidos no caput deste ar-
tigo são diretamente subordinados aos ór-
V – flexibilidade de métodos e critérios para gãos executivos pertinentes.
atender a educação integral de seus alunos,

www.acasadoconcurseiro.com.br 1649
§ 2º O Regimento Geral identificará os ór- III – aprovar alterações e emendas ao Regi-
gãos suplementares e definirá as suas atri- mento Geral e ao Estatuto, obedecidos os
buições. princípios e normas estabelecidas neste, e a
legislação em vigor;
IV – elaborar e aprovar o próprio regula-
CAPÍTULO II mento, o Regimento Geral e os regulamen-
tos das unidades de ensino e dos órgãos
DOS CONSELHOS SUPERIORES
suplementares da Universidade em confor-
Art. 10. Os Conselhos Superiores da Universida- midade com os mesmos;
de reúnem-se ordinariamente nas datas previs- V – criar, desmembrar, incorporar, suspender
tas no calendário acadêmico, ou extraordinaria- ou extinguir cursos de graduação e progra-
mente quando necessário. mas de pós-graduação, unidades de ensino,
Parágrafo único. As reuniões ordinárias e órgãos suplementares e de apoio, projetos,
extraordinárias dos Conselhos serão con- programas ou serviços, nos termos da lei;
vocadas pelo Reitor, sendo também per- VI – deliberar sobre matéria de interesse
mitida a convocação extraordinária por, no geral da Universidade, ressalvada a com-
mínimo, 2/3 (dois terços) dos respectivos petência atribuída a outros órgãos por este
membros. Estatuto;
Art. 11. O regulamento interno de cada Conse- VII – exercer o poder disciplinar originaria-
lho estabelecerá sua organização e funciona- mente ou em grau de recurso, mediante
mento, obedecidos este Estatuto, o Regimento procedimento definido no Regimento Geral;
Geral e a legislação aplicável.
VIII – aprovar a criação de títulos honorífi-
Art. 12. O presidente de cada Conselho, obser- cos ou de benemerência, bem como outras
vado o interesse institucional, poderá convidar dignidades acadêmicas;
eventualmente integrantes da comunidade IX – apreciar a proposta de outorga dos títu-
para participarem das reuniões, sem direito a los honoríficos ou de benemerência;
voto.
X – aprovar o orçamento anual da Universi-
Seção I dade;
DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO XI – apreciar e aprovar a prestação de con-
(CONSUN) tas e o relatório de gestão, ao final de cada
ano civil;
Art. 13. O Conselho Universitário, órgão máxi-
XII – deliberar sobre matérias, representa-
mo, consultivo, deliberativo, normativo e ju-
ções, decisões ou recursos que lhe forem
risdicional da Universidade, composto em sua
encaminhados pelo Reitor;
maioria por docentes do quadro permanente,
é constituído na forma expressa no Regimento XIII – deliberar e definir providências desti-
Geral. nadas a prevenir ou corrigir atos de indisci-
plina de qualquer segmento da comunidade
Art. 14. Compete ao Conselho Universitário: universitária após manifestação das instân-
I – aprovar a política e as diretrizes gerais da cias pertinentes;
Universidade; XIV – deliberar ou decretar o recesso parcial
ou total das atividades acadêmicas em ca-
II – aprovar o Plano de Desenvolvimento
sos que considere de emergência, mediante
Institucional da Universidade;
proposta do Reitor;

1650 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica – Estatuto da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

XV – interpretar este Estatuto e o Regimen- V – propor a criação, suspensão ou extinção


to Geral, deliberando sobre os casos consi- de cursos ou habilitações, nos termos da lei;
derados omissos, nos termos da lei;
VI – expedir atos normativos referentes a
XVI – aprovar brasões, bandeiras, hinos, assuntos acadêmicos, à coordenação dos
logotipos e marcas que identifiquem a Uni- cursos, aos programas de pesquisa e exten-
versidade e seus cursos; são, e à organização e funcionamento dos
órgãos suplementares;
XVII – reconsiderar suas próprias decisões
por solicitação do Reitor ou da maioria ab- VII – emitir pareceres a respeito do corpo
soluta de seus membros; docente e técnico-administrativo, estabe-
lecendo as condições de seu afastamento
Parágrafo único. O Conselho Universitário para licença de estudo e cooperação técni-
é o órgão de instância máxima da Univer- ca;
sidade, não cabendo, no âmbito institucio-
nal, reforma de suas decisões, salvo no caso VIII – reconsiderar suas próprias decisões
previsto no item XVII deste artigo. por solicitação do Reitor ou por maioria ab-
soluta de seus membros;
Seção II
DO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA IX – homologar os relatórios finais de está-
gio probatório e os pedidos de progressão
E EXTENSÃO (CONSEPE) e/ou promoção funcional de docentes.
Art. 15. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Ex-
tensão, órgão colegiado superior que supervi-
siona e orienta o ensino, a pesquisa e a exten- CAPÍTULO III
são, no âmbito da Universidade, composto em
sua maioria por docentes do quadro permanen- DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS
te da Universidade, é constituído na forma ex-
pressa no Regimento Geral. Seção I
DA REITORIA
Art. 16. Compete ao Conselho de Ensino, Pes-
quisa e Extensão: Art. 17. A Reitoria, órgão executivo superior da
Universidade, é exercida pelo Reitor, escolhido
I – elaborar e aprovar seu próprio regula-
nos termos da legislação vigente.
mento;
Art. 18. São atribuições do Reitor:
II – estabelecer e fixar as diretrizes do en-
sino, da pesquisa, da extensão e assuntos I – representar a Universidade em juízo ou
pertinentes à comunidade universitária, na fora dele;
forma da lei;
II – coordenar a definição de políticas, estra-
III – aprovar normas complementares às tégias e planos de ação da Universidade;
do Regimento Geral sobre processo seleti-
vo, currículos, aproveitamento de estudos, III – superintender todas as atividades uni-
estágio supervisionado e monografias, ava- versitárias;
liação institucional, além de outras matérias IV – convocar e presidir todos os Conselhos
de sua jurisdição; Superiores da Instituição;
IV – opinar sobre as necessidades referen- V – presidir todos os atos universitários em
tes ao ingresso de pessoal docente e técni- que estiver presente;
co administrativo;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1651
VI – conferir graus, expedir diplomas e títu- Art. 20. No caso de vacância do cargo de Reitor,
los honoríficos; por renúncia, morte ou incapacidade perma-
nente, a Reitoria será exercida pelo Vice-Reitor
VII – assinar acordos, convênios, contratos até o término do mandato.
ou qualquer forma de cooperação interins-
titucional; Seção II
VIII – promover a elaboração do Plano de DA VICE-REITORIA
Desenvolvimento Institucional da Universi-
dade e a proposta orçamentária anual, en- Art. 21. A Vice-Reitoria, órgão superior executi-
caminhando estes documentos ao Conselho vo da Universidade, diretamente subordinado
Universitário, nos prazos previstos; àReitoria, é exercida pelo Vice-Reitor, nomeado
nos termos da legislação vigente.
IX – propor a admissão, nos termos legais, e
promover a lotação nos órgãos da Universi- Parágrafo Único. O Vice-Reitor auxilia o Reitor
dade, do pessoal docente e de apoio técni- no desempenho de suas funções, substituin-
co-administrativo; do-onos eventuais impedimentos e ausências.

X – designar o pessoal docente e técnico- Art. 22. O Vice-Reitor será substituído, em seus
-administrativo para o exercício das funções impedimentos, pelo Pró-Reitor de Graduação
para as quais foram admitidos; e,em caso de impossibilidade deste, pelo Pró-
-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação.
XI – designar e dar posse a todos os mem-
bros dos órgãos colegiados superiores da Seção III
Universidade; DAS PRÓ-REITORIAS
XII – vetar decisões dos Conselhos Superio- Art. 23. A Reitoria conta com os seguintes ór-
res, no prazo de dez dias, fundamentada- gãos de execução e assessoramento:
mente, caso em que o veto será submetido
à nova deliberação, podendo ser derrubado I – Pró-Reitoria de Graduação;
pelo voto de dois terços dos conselheiros;
II – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gradua-
XIII – homologar ou solicitar reexame de ção;
decisões dos órgãos colegiados superiores;
III – Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Co-
XIV – criar ou extinguir assessorias espe- munitários;
ciais, consultorias ou outros órgãos auxilia-
IV – Pró-Reitoria de Administração;
res a ele subordinados, para as atividades
que lhes forem inerentes; V – Pró-Reitoria de Planejamento.
XV – atribuir competências, fixadas por ato § 1º A Pró-Reitoria de Graduação é órgão
específico, ao Vice-Reitor, dirigentes de ór- executivo, que superintende, coordena e
gãos suplementares e de apoio e integran- supervisiona as atividades do ensino de gra-
tes de seu Gabinete; duação da Universidade.
XVI – encaminhar ao Conselho Universitário § 2º A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gradu-
a prestação de contas e o relatório de cada ação é órgão executivo, que superintende,
exercício. coordena e supervisiona as atividades de
pós-graduação e pesquisa da Universidade.
Art. 19. O Reitor, em suas faltas e impedimen-
tos, será substituído pelo Vice-Reitor. § 3º A Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários é órgão executivo, que supe-
rintende, coordena e supervisiona as ati-

1652 www.acasadoconcurseiro.com.br
Legislação Específica – Estatuto da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

vidades de extensão da Universidade e de I – Coordenador do curso, que a preside;


assuntos relacionados à comunidade uni-
versitária. II – Vice-Coordenador do curso;

§ 4º A Pró-Reitoria de Administração é ór- III – um representante docente do quadro


gão executivo, que superintende, coordena permanente da Universidade, de cada de-
e supervisiona as atividades de administra- partamento que atua no curso;
ção da Universidade. IV – dois representantes discentes do curso.
§ 5º A Pró-Reitoria de Planejamento é órgão Art. 28. A estrutura e o funcionamento dos cur-
executivo, que superintende, coordena e sos são definidos e regulamentados pelo Re-
supervisiona as atividades de Planejamento gimento Geral da Universidade, bem como as
e Desenvolvimento da Universidade. competências e atribuições das Comissões de
Art. 24. A escolha, investidura, demissão, atri- Graduação e das Coordenações de Curso.
buições e deveres das Pró-Reitorias referidas no Seção II
artigo anterior serão estabelecidos no Regimen-
to Geral da Universidade. DOS PROGRAMAS DE PÓS-
GRADUAÇÃO
Parágrafo único. Os Pró-Reitores de Gradu-
ação, Pesquisa e Pós-Graduação e Extensão Art. 29. Cada programa de pós-graduação pos-
e Assuntos Comunitários serão escolhidos sui uma Comissão Coordenadora, com repre-
dentre os docentes do quadro permanente sentação majoritária de docentes, com a se-
da Universidade, pelo Reitor. guinte composição:

Seção IV I – Coordenador do programa, que a presi-


DO CHEFE DE GABINETE de;
II – Vice-Coordenador do programa
Art. 25. O Reitor é assistido pelo Chefe de Gabi-
nete que concentra as atividades de protocolo, III – representantes docentes do quadro
cerimonial e articulação da Reitoria com os de- permanente da Universidade, definidos
mais setores administrativos e órgãos colegia- pelo regulamento de cada programa;
dos da Universidade.
IV – dois representantes discentes do pro-
Art. 26. O Chefe de Gabinete do Reitor é função grama.
de confiança deste, que o escolhe.
Art. 30. Os cursos de pós-graduação são admi-
nistrados e gerenciados conforme normas es-
CAPÍTULO IV tabelecidas no Regimento Geral, que também
estabelece as competências e atribuições das
DAS UNIDADES Coordenações de programas.
ORGÂNICAS E FUNCIONAIS
Seção III
Seção I DA COORDENAÇÃO DE
DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO PROGRAMAS DE EXTENSÃO
Art. 27. Cada curso de graduação possui uma Art. 31. Os programas e projetos de extensão
Comissão de Graduação, com representação são gerenciados conforme normas estabeleci-
majoritária de docentes, com a seguinte com- das no Regimento Geral.
posição:

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TÍTULO III TÍTULO IV
Da Organização e Do Regime Da Comunidade Universitária
Didático-Científico
Art. 36. A Comunidade Universitária é constituí-
da por docentes, discentes e técnico administra-
tivos, unificados nos objetivos da Universidade.
CAPÍTULO I
DO ENSINO
CAPÍTULO I
Art. 32. A Universidade pode ministrar as se- DO CORPO DOCENTE
guintes modalidades de cursos:
I – graduação; Art. 37. O corpo docente da Universidade é
constituído de professores que, além de reunir
II – pós-graduação lato sensu, em níveis de as qualidades de educadores, assumem o com-
Especialização e Aperfeiçoamento; promisso de respeitar os princípios e valores ex-
III – pós-graduação stricto sensu em níveis plicitados neste Estatuto e no Regimento Geral.
de Mestrado e Doutorado; Art. 38. O Regimento Geral estabelece as nor-
IV – sequenciais; mas e diretrizes básicas aplicáveis ao corpo do-
V – extensão; cente, observado o disposto neste Estatuto e na
legislação em vigor.
VI – tecnológicos.
Parágrafo único. A enumeração e a organiza-
ção dos cursos serão definidas no Regimento CAPÍTULO II
Geral. Art. 33. Além dos cursos de graduação, DO CORPO DISCENTE
correspondentes a profissões regulamenta-
das em lei, ou que tenham diretrizes curricu- Art. 39. Constituem o corpo discente da Univer-
lares fixadas pelo MEC, a Universidade pode sidade os alunos matriculados nos seus cursos.
criar outros, observada a legislação em vigor, Art. 40. O Regimento Geral estabelece as nor-
para atender às exigências de sua programa- mas e diretrizes básicas aplicáveis ao corpo dis-
ção específica e às peculiaridades e necessi- cente, observado o disposto neste Estatuto e na
dades do mercado de trabalho regional. legislação em vigor.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DA PESQUISA E DA EXTENSÃO DO CORPO TÉCNICO-
ADMINISTRATIVO
Art. 34. A Universidade promoverá a pesquisa
com o objetivo de ampliar o conhecimento e Art. 41. O corpo técnico-administrativo é constitu-
atender necessidades da sociedade. ído pelos integrantes da carreira dos técnico-admi-
Art. 35. As atividades de extensão têm por ob- nistrativos do quadro de pessoal da Universidade.
jetivo aplicar o conhecimento científico e tec- Art. 42. O Regimento Geral estabelece as nor-
nológico e as manifestações culturais, artísticas, mas e diretrizes básicas aplicáveis ao corpo téc-
literárias e desportivas em benefício da comu- nico administrativo, observado o disposto neste
nidade. Estatuto e na legislação em vigor.

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Legislação Específica – Estatuto da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

TÍTULO V Art. 46. O presente Estatuto somente pode ser


reformado ou alterado por proposta do Reitor
Do Regime Disciplinar ou de dois terços dos membros do Conselho
Universitário.
§ 1º Para a aprovação, as propostas de re-
forma ou alteração devem ter o voto favo-
CAPÍTULO ÚNICO rável de dois terços dos membros do Con-
DISPOSIÇÕES GERAIS selho Universitário, ouvido o Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão.
Art. 43. O ato da matrícula para os discentes, em
qualquer curso, programa ou projeto da Univer- § 2º As alterações ou reformas relativas a di-
sidade, e o da investidura em cargo ou função retrizes curriculares ou à avaliação do rendi-
docente ou técnico-administrativa, implica com- mento acadêmico somente podem ser apli-
promisso formal de: obediência aos princípios cadas a partir do período letivo seguinte.
éticos que regem as relações interpessoais na
Art. 47. Todo ato oficial, inclusive de publicação
Universidade, à dignidade de conduta e respeito
ou de publicidade, que envolva responsabilida-
no tratamento acadêmico, às normas contidas
de da Universidade, somente terá eficácia quan-
na legislação brasileira, e aos dispositivos deste
do previamente autorizado pelo Reitor.
Estatuto, do Regimento Geral e dos regulamen-
tos e normas complementares aprovadas pelos Art. 48. Este Estatuto entrará em vigor na data
órgãos competentes da Universidade. de sua aprovação pelo Ministério da Educação,
revogadas as disposições em contrário.
Art. 44. O Regimento Geral da Universidade dis-
porá sobre o processo administrativo destinado Art. 49. Os casos omissos serão resolvidos, ob-
a apurar e punir faltas cometidas pelos inte- servada a legislação correspondente e sua inter-
grantes dos corpos docente, discente e técnico- pretação, pelo Conselho Universitário, ouvido o
-administrativo, guardados os seguintes princí- Reitor.
pios fundamentais:
Art. 50. Cabe ao Reitor a iniciativa de promover
I – ao indiciado será assegurado pleno direi- as ações necessárias à aplicação das alterações
to de defesa; estatutárias da Universidade que vierem a ser
aprovadas.
II – a autoridade da Universidade, a quem
couber a decisão administrativa, objeto do Revisão aprovada pelo Conselho Universitário
processo, não está adstrita às conclusões da na sessão de 18 de agosto de 2016, consoante
comissão encarregada da verificação dos fa- o disposto no artigo 14, inciso III, do Estatuto da
tos. UFCSPA. Resolução nº 17/2016.

TÍTULO VI
Das Disposições Gerais e Transitórias
Art. 45. A Universidade oferece condições para
o exercício da liberdade de ensino e de pesqui-
sa, vedada aos membros de sua comunidade
acadêmica qualquer manifestação de discrimi-
nação político-partidária, ideológica, racial, reli-
giosa ou de condição socioeconômica.

www.acasadoconcurseiro.com.br 1655
Legislação Específica

REGIMENTO GERAL DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE


CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE – UFCSPA
(Revisão aprovada pelo Conselho Universitário na sessão de 19 de outubro de 2017,
consoante disposto no art. 14, inciso III, do Estatuto da UFCSPA. Resolução n. 49/2017).

TÍTULO I II – estimular a criação cultural e o desen-


volvimento do espírito científico e do pen-
Normas Preliminares samento reflexivo;
III – incentivar o trabalho de pesquisa, vi-
sando o desenvolvimento da ciência, da tec-
CAPÍTULO ÚNICO nologia e da criação e difusão da cultura;
CONSTITUIÇÃO,
IV – promover a divulgação de conheci-
NATUREZA E OBJETIVOS mentos científicos, técnicos e culturais que
Art. 1º A Fundação Universidade Federal de Ci- constituem patrimônio da humanidade e
ências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA, ins- comunicar o saber através do ensino, de pu-
tituída pela Lei nº 11.641, de 11 de janeiro de blicações ou de outras formas de comunica-
2008, por transformação da Fundação Faculda- ção;
de Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, V – suscitar o desejo permanente de aper-
é uma Instituição de Educação Superior, na área feiçoamento profissional e cultural, possibi-
da saúde, mantida pela União Federal e com litando sua concretização;
sede e foro no município de Porto Alegre, Esta-
do do Rio Grande do Sul. VI – promover a extensão, visando à difusão
das conquistas e benefícios resultantes da
Parágrafo único. A Fundação Universidade pesquisa científica e tecnológica e da cria-
Federal de Ciências da Saúde de Porto Ale- ção cultural geradas na instituição.
gre – UFCSPA, doravante denominada so-
mente Universidade, rege-se pelo presente
Regimento, por seu Estatuto, pela lei que a
instituiu e pela legislação da educação su-
perior.
Art. 2º A Universidade tem os seguintes objetivos:
I – formar profissionais aptos para a inser-
ção no mercado de trabalho e para a parti-
cipação no desenvolvimento da sociedade,
além de colaborar na formação contínua
desses profissionais;

www.acasadoconcurseiro.com.br 1657
TÍTULO II Art. 6º O presidente de cada Conselho, obser-
vado o interesse institucional, poderá convidar
Da Estrutura Organizacional eventualmente integrantes da comunidade para
participarem das reuniões, sem direito a voto.
Art. 7º O regulamento interno de cada Conselho
CAPÍTULO I estabelecerá sua organização e funcionamento,
DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR obedecidos o Estatuto, este Regimento Geral e
a legislação vigente.
Art. 3º A Administração Superior da Universida-
de compreende os Conselhos Superiores, a Rei- Seção I
toria e a Vice-Reitoria. DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO
Parágrafo único. Os Conselhos Superiores (CONSUN)
são:
Art. 8º O CONSUN, órgão máximo, consultivo,
I – Conselho Universitário (CONSUN); deliberativo, normativo e jurisdicional da Uni-
versidade, composto em sua maioria por docen-
II – Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten- tes do quadro permanente, é constituído:
são (CONSEPE).
I – pelo Reitor, que o preside;
Art. 4º Os Órgãos Executivos são:
II – pelo Vice-Reitor;
I – a Reitoria;
III – pelos Pró-Reitores;
II – a Vice-Reitoria;
IV – pelos Coordenadores de cursos de gra-
III – as Pró-Reitorias; duação;
IV – as Coordenações dos cursos de gradu- V – pelos Coordenadores de programas de
ação; pós-graduação;
V – as Coordenações dos programas de pós- VI – por dezesseis representantes docentes
-graduação. da instituição;
VII – por sete representantes discentes de
cursos de graduação ou pós-graduação;
CAPÍTULO II
VIII – por nove representantes técnicos-ad-
DOS CONSELHOS SUPERIORES
ministrativos da instituição;
Art. 5º Os Conselhos Superiores da Universida- IX – por dois representantes da comunida-
de reúnem-se ordinariamente nas datas previs- de externa.
tas no calendário acadêmico, ou extraordinaria-
mente, quando necessário. § 1º Só serão elegíveis os docentes, os dis-
centes e os técnico-administrativos que de-
Parágrafo único. As reuniões ordinárias e clararem prévia e expressamente que, se
extraordinárias dos Conselhos serão convo- escolhidos, aceitarão a investidura.
cadas pelo Reitor, sendo também permitida
a convocação extraordinária por, no míni- § 2º Os representantes da comunidade do-
mo, 2/3 (dois terços) dos respectivos mem- cente a que se refere o inciso VI serão elei-
bros. tos por seus pares, para o mandato de dois
anos, permitida uma reeleição consecutiva.

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Legislação Específica – Regimento Interno da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

§ 3º Os representantes da comunidade VIII – exercer o poder disciplinar origina-


discente serão eleitos entre os alunos ma- riamente ou em grau de recurso, mediante
triculados e com frequência mínima nas procedimento definido no Regimento Geral;
disciplinas dos cursos de graduação ou pós-
-graduação da Universidade, na forma da IX – deliberar e definir providências destina-
lei, para o mandato de dois anos, vedada a das a prevenir ou corrigir atos de indiscipli-
reeleição consecutiva. na de qualquer segmento da comunidade
universitária após manifestação das instân-
§ 4º Os representantes da comunidade téc- cias pertinentes;
nico-administrativa serão eleitos pelos seus
pares, para o mandato de dois anos, permi- X – aprovar a criação de títulos honoríficos
tida uma reeleição consecutiva. ou de benemerência, bem como outras dig-
nidades acadêmicas;
§ 5º Os representantes da comunidade ex-
terna serão indicados pelo Reitor, e referen- XI – apreciar a proposta de outorga dos títu-
dados pelo CONSUN, com mandato de dois los honoríficos ou de benemerência;
anos, permitida uma recondução consecu- XII – aprovar o orçamento anual da Univer-
tiva. sidade;
Art. 9º Compete ao CONSUN: XIII – apreciar e aprovar a prestação de con-
I – aprovar a política e as diretrizes gerais da tas e o relatório de gestão, ao final de cada
Universidade; ano civil;

II – aprovar o Plano de Desenvolvimento XIV – deliberar sobre matérias, represen-


Institucional da Universidade; tações, decisões ou recursos que lhe forem
encaminhados pelo Reitor;
III – elaborar e aprovar o próprio regula-
mento e o Regimento Geral, e aprovar os XV – deliberar ou decretar o recesso parcial
regulamentos das unidades de ensino e dos ou total das atividades acadêmicas em ca-
órgãos suplementares da Universidade em sos que considere de emergência, mediante
conformidade com os mesmos; proposta do Reitor;

IV – aprovar alterações e emendas no Regi- XVI – aprovar brasões, bandeiras, hinos,


mento Geral e no Estatuto, obedecidos os logotipos e marcas que identifiquem a Uni-
princípios e normas estabelecidas neste, e a versidade e seus cursos;
legislação em vigor; XVII – interpretar o Estatuto e este Regi-
V – criar, desmembrar, incorporar, suspen- mento Geral, deliberando sobre os casos
der ou extinguir cursos de graduação e considerados omissos, nos termos da lei;
programas de pós-graduação, unidades de XVIII – reconsiderar suas próprias decisões
ensino, órgãos suplementares e de apoio, por solicitação do Reitor ou da maioria ab-
projetos, programas ou serviços, nos ter- soluta de seus membros;
mos da lei;
Parágrafo único. O CONSUN é o órgão de
VI – indicar comissão eleitoral para a elei- instância máxima da Universidade, não ca-
ção de Reitor e Vice-Reitor; bendo, no âmbito institucional, reforma de
VII – deliberar sobre matéria de interesse suas decisões, salvo no caso previsto no in-
geral da Universidade, ressalvada a com- ciso XVIII deste artigo.
petência atribuída a outros órgãos por este Art. 10. São procedimentos do CONSUN para o
Regimento; exercício de suas competências:

www.acasadoconcurseiro.com.br 1659
I – As reuniões do CONSUN ocorrerão, em Seção II
primeira chamada, com a presença da DO CONSELHO DE ENSINO,
maioria absoluta de seus membros, defini-
da a partir do número inteiro imediatamen- PESQUISA E EXTENSÃO (CONSEPE)
te superior à metade do total dos mesmos, Art. 11. O CONSEPE, órgão colegiado superior
e, em segunda chamada, quinze minutos que supervisiona e orienta o ensino, a pesquisa
após a primeira, com a presença de, no mí- e a extensão no âmbito da Universidade, com-
nimo, um terço dos membros. posto em sua maioria por docentes do quadro
II – A votação do CONSUN será simbólica, permanente da Universidade, é constituído:
nominal ou secreta, adotando-se a primei-
ra fórmula sempre que uma das duas ou- I – pelo Reitor, que o preside;
tras não seja requerida por pelo menos um II – pelo Vice-Reitor;
quinto dos presentes, nem esteja expressa-
mente prevista; III – pelos Pró-Reitores;

III – Os membros do CONSUN terão direito IV – pelos Coordenadores de cursos de gra-


a apenas um voto nas deliberações, sempre duação;
exercido pessoalmente, sendo que, além do V – pelos Coordenadores de programas de
voto comum, terá o presidente do CONSUN, pós-graduação;
nos casos de empate, o voto de qualidade;
VI – pelos Chefes de departamentos acadê-
IV – Nenhum membro do CONSUN poderá micos;
participar de votação de seu interesse pes-
soal, do cônjuge, companheiro ou paren- VII – por oito representantes discentes, sen-
te em linha reta ou colateral até o terceiro do sete de cursos de graduação e um de
grau, por consanguinidade ou afinidade; pós-graduação;
V – As reuniões extraordinárias do CON- VIII – por três representantes técnico-admi-
SUN, de que trata o inciso I deste Artigo, se- nistrativos;
rão convocadas com antecedência mínima
de 48 horas, salvo em caso de urgência; IX – por um representante da comunidade
externa.
VI – Das reuniões será lavrada ata, lida e as-
sinada na reunião seguinte; § 1º Só serão elegíveis os discentes e os téc-
nico-administrativos que declararem prévia
VII – Os membros do CONSUN serão repre-
e expressamente que, se escolhidos, aceita-
sentados em seus impedimentos por seus
rão a investidura.
suplentes eleitos.
§ 2º Os representantes da comunidade
VIII – Perderá o mandato o membro do
discente serão eleitos entre os alunos ma-
CONSUN que, sem motivo justificado, falte
triculados e com frequência mínima nas
a três reuniões consecutivas ou alternadas.
disciplinas dos cursos de graduação ou pós-
§ 1º As reuniões do CONSUN de caráter so- -graduação da Universidade, na forma da
lene serão públicas e realizadas indepen- lei, com mandato de dois anos, vedada a re-
dentemente de quorum. eleição consecutiva.
§ 2º Nos casos de impedimento a que se re- § 3º Os representantes da comunidade téc-
fere o inciso VII, os Coordenadores de cur- nico-administrativa serão eleitos pelos seus
sos de graduação e os Coordenadores de pares, para o mandato de dois anos, permi-
programas de pós-graduação terão como tida uma reeleição consecutiva.
suplentes seus respectivos vices.

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Legislação Específica – Regimento Interno da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

§ 4º Os representantes da comunidade I – As reuniões do CONSEPE ocorrerão,


externa serão indicados pelo Reitor e seu em primeira chamada, com a presença da
mandato terá o prazo de dois anos, permiti- maioria absoluta de seus membros, defini-
da uma recondução consecutiva. da a partir do número inteiro imediatamen-
te superior à metade do total dos mesmos,
Art. 12. Compete ao CONSEPE: e, em segunda chamada, quinze minutos
I – elaborar e aprovar seu próprio regula- após a primeira, com a presença de, no mí-
mento; nimo, um terço dos membros;

II – estabelecer e fixar as diretrizes do ensi- II – A votação do CONSEPE será simbólica,


no, da pesquisa, da extensão e de assuntos nominal ou secreta, adotando-se a primei-
pertinentes à comunidade universitária, na ra fórmula sempre que uma das duas ou-
forma da lei; tras não seja requerida por pelo menos um
quinto dos presentes, nem esteja expressa-
III – aprovar normas complementares às do mente prevista;
Regimento Geral sobre processo seletivo,
currículos, aproveitamento de estudos, es- III – Os membros do CONSEPE terão direito
tágio supervisionado, monografias, avalia- a apenas um voto nas deliberações, sempre
ção institucional, além de outras matérias exercido pessoalmente, sendo que, além do
de sua jurisdição; voto comum, terá o presidente do CONSE-
PE, nos casos de empate, o voto de quali-
IV – opinar sobre as necessidades referen- dade;
tes ao ingresso de pessoal docente e técni-
co administrativo; IV – Nenhum membro do CONSEPE poderá
participar de votação de seu interesse pes-
V – propor a criação, suspensão ou extinção soal, do cônjuge, companheiro ou paren-
de cursos ou habilitações, nos termos da lei; te em linha reta ou colateral até o terceiro
VI – expedir atos normativos referentes a grau, por consanguinidade ou afinidade;
assuntos acadêmicos, à coordenação dos V – As reuniões extraordinárias do CONSE-
cursos, às atividades de pesquisa e exten- PE, de que trata o inciso I deste Artigo, se-
são, e à organização e funcionamento dos rão convocadas com antecedência mínima
órgãos suplementares; de 48 horas, salvo em caso de urgência;
VII – emitir pareceres a respeito do corpo VI – Das reuniões será lavrada ata, lida e as-
docente e técnico-administrativo, estabele- sinada na reunião seguinte;
cendo as condições de seu afastamento para
licença de estudo e cooperação técnica; VII – Os membros do CONSEPE serão repre-
sentados em seus impedimentos por seus
VIII – reconsiderar suas próprias decisões suplentes eleitos;
por solicitação do Reitor ou da maioria ab-
soluta de seus membros VIII – Perderá o mandato o membro do
CONSEPE que, sem motivo justificado, falte
IX – homologar os relatórios finais de está- a três reuniões.
gio probatório e os pedidos de progressão
e/ou promoção funcional de docentes. Parágrafo único. Nos casos de impedimento
a que se refere o inciso VII, os Coordenado-
Art. 13. São procedimentos do CONSEPE para o res de cursos de graduação e os Coordena-
exercício de suas competências: dores de programas de pós-graduação te-
rão como suplentes seus respectivos vices.

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CAPÍTULO III X – escolher, nomear e dispensar os Pró-
DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS -Reitores;
XI – propor a admissão, nos termos legais,
Seção I e promover a lotação do pessoal docente e
DA REITORIA técnico administrativo nos órgãos da Uni-
versidade,;
Art. 14. A Reitoria é dirigida pelo Reitor, auto-
ridade superior da Universidade, escolhido por XII – designar o pessoal docente e técnico-
voto secreto nos termos da legislação vigente. -administrativo para o exercício das funções
para as quais foram admitidos;
§ 1º O mandato do Reitor é exercido em re-
gime de dedicação exclusiva. XIII – convocar a eleição de Reitor e Vice-
-Reitor e designar a comissão eleitoral indi-
§ 2º O docente investido nas funções de cada pelo CONSUN;
Reitor ficará desobrigado do exercício das
demais atividades docentes, sem prejuízo XIV – convocar as eleições para designação
dos vencimentos, gratificações e vantagens. dos representantes discentes, docentes e
servidores técnico-administrativos nos ór-
Art. 15. São atribuições do Reitor: gãos integrantes da Administração Superior;
I – representar a Universidade em juízo ou XV – dar posse aos membros dos Conselhos
fora dele; Superiores da Universidade, aos Coordena-
II – coordenar a definição de políticas, estra- dores de cursos de graduação e Coordena-
tégias e planos de ação da Universidade; dores de pós-graduação.

III – superintender todas as atividades uni- XVI – praticar os atos relativos à exoneração
versitárias; ou demissão do pessoal docente e técnico
administrativo da Universidade;
IV – convocar e presidir todos os conselhos
superiores da instituição; XVII – aplicar a pena de desligamento a in-
tegrantes do corpo discente;
V – presidir todos os atos universitários em
que estiver presente; XVIII – vetar decisões dos Conselhos Supe-
riores, no prazo de dez dias, fundamentada-
VI – conferir graus, expedir diplomas e títu- mente, caso em que o veto será submetido
los honoríficos, podendo delegar tais atri- à nova deliberação, podendo ser derrubado
buições a outros membros da Reitoria ou pelo voto de dois terços dos conselheiros;
Coordenadores de curso;
XIX – no caso de rejeição de veto do Reitor
VII – encaminhar o Plano de Gestão ao por um dos Conselhos Superiores, a propo-
CONSUN, para parecer e aprovação, no pra- sição será reencaminhada ao Reitor para as-
zo máximo de seis meses após sua posse; sinatura no prazo de cinco dias.
VIII – assinar acordos, convênios, contratos XX – homologar ou solicitar reexame de de-
ou qualquer forma de cooperação interins- cisões dos órgãos colegiados superiores;
titucional;
XXI – criar ou extinguir assessorias espe-
IX – promover a elaboração do Plano de De- ciais, consultorias ou outros órgãos auxilia-
senvolvimento Institucional da Universida- res a ele subordinados, para as atividades
de e a proposta orçamentária anual, enca- que lhes forem inerentes;
minhando estes documentos ao CONSUN,
nos prazos previstos;

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Legislação Específica – Regimento Interno da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

XXII – atribuir competências, fixadas por Seção III


ato específico, ao Vice-Reitor, dirigentes DAS PRÓ-REITORIAS
de órgãos suplementares e de apoio e inte-
grantes de seu Gabinete; Art. 20. A Reitoria conta com os seguintes ór-
XXIII – encaminhar ao CONSUN a prestação gãos de execução e assessoramento:
de contas e o relatório de cada exercício. I – Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD);
§ 1º A posse dos membros dos Conselhos II – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gradua-
Superiores, Coordenadores de cursos e Co- ção (PROPPG);
ordenadores de programas de pós-gradua-
ção ocorrerá em sessão pública. III – Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Co-
munitários (PROEXT);
§ 2º Não sendo a proposição mencionada
no inciso XIX assinada no prazo pelo Rei- IV – Pró-Reitoria de Administração (PRO-
tor, será a mesma assinada pelo membro AD);
docente mais antigo no magistério da Uni- V – Pró-Reitoria de Planejamento (PRO-
versidade, pertencente ao Conselho que a PLAN).
manteve.
§ 1º As Pró-Reitorias serão dirigidas por Pró-
Art. 16. O Reitor, em suas faltas e impedimen- -Reitores, nos termos do Estatuto.
tos, será substituído pelo Vice-Reitor.
§ 2º Os Pró-Reitores pertencentes ao qua-
Art. 17. No caso de vacância do cargo de Reitor, dro permanente da Universidade exercerão
por renúncia, morte ou incapacidade perma- atividades em regime mínimo de 40 horas.
nente, a Reitoria será exercida pelo Vice-Reitor
até o término do mandato. Art. 21. São atribuições comuns às Pró-Reito-
rias:
Seção II
DA VICE-REITORIA I – integrar, como membro nato, os Conse-
lhos Superiores;
Art. 18. A Vice-Reitoria, órgão superior executi- II – formular diagnósticos dos problemas da
vo da Universidade, diretamente subordinado à instituição nas respectivas áreas;
Reitoria, é exercida pelo Vice-Reitor, em regime
mínimo de 40 horas, nomeado nos termos da III – elaborar as propostas de política de
legislação vigente. atuação nas respectivas áreas;
Parágrafo único. O Vice-Reitor auxilia o IV – coordenar as atividades dos órgãos res-
Reitor no desempenho de suas funções e o ponsáveis pela execução da política de cada
substitui nos eventuais impedimentos e au- área;
sências.
V – encaminhar aos Conselhos Superiores,
Art. 19. O Vice-Reitor será substituído, em seus para apreciação, matérias de competência
impedimentos, pelo Pró-Reitor de Graduação dos mesmos;
e, em caso de impossibilidade deste, pelo Pró-
-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação. VI – criar câmaras e comissões para fins es-
pecíficos das respectivas áreas, indicar seus
membros, aprovar seus pareceres e enca-
minhá-los às instâncias superiores, se for o
caso;

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VII – prestar contas à Reitoria das atividades XV – exercer outras atribuições que lhe fo-
desenvolvidas na Pró-Reitoria. rem delegadas, dentro de sua área de atu-
ação.
Art. 22. Compete à PROGRAD:
Art. 23. Compete à PROPPG:
I – homologar os nomes dos membros com-
ponentes da Comissão de Graduação de I – aprovar convênios no âmbito de sua área
cada curso; de atuação;
II – aprovar convênios no âmbito de sua II – propor a criação de novos programas de
área de atuação; pós-graduação stricto sensu;
III – propor a criação de novos cursos de III – emitir parecer sobre propostas de cria-
graduação; ção de cursos lato sensu – aperfeiçoamento
e especialização;
IV – elaborar o Calendário Acadêmico anual
da graduação; IV – apoiar e coordenar a atividade de pes-
quisa em todos os níveis de ensino;
V – coordenar estudos, análises e discus-
sões para efeito de reestruturação dos cur- V – organizar e manter atualizado o cadas-
rículos dos cursos de graduação; tro de pesquisadores, com suas produções
científicas e pesquisas realizadas, bem
VI – elaborar e supervisionar os programas como acompanhar e divulgar os programas
de aprimoramento do ensino; e projetos de pesquisa na instituição;
VII – promover meios de viabilizar a integra- VI – viabilizar a divulgação da produção
ção intra e interdisciplinar; científica por meio de relatórios anuais,
VIII – estabelecer normas para admissão programação de eventos, apoio à participa-
aos cursos de graduação, por transferência, ção de pesquisadores em congressos e simi-
obtenção de novo título, e por outra via que lares;
não a do Concurso Vestibular; VII – empreender ações e viabilizar a cria-
IX – estabelecer normas para matrícula e ção de unidades de apoio à pesquisa, como
trancamento de matrícula; campos experimentais, laboratórios e uni-
dades centrais especializadas em apoio às
X – regulamentar e monitorar o sistema de atividades estratégicas de pesquisa;
avaliação da aprendizagem;
VIII – apoiar programas de treinamentos e
XI – realizar estudos e análises para efeito reciclagem de servidores docentes e técnico
de definição da força de trabalho docente e administrativos em atividades específicas
de sua lotação; da pesquisa científica e tecnológica;
XII – planejar e supervisionar os processos IX – definir e acompanhar a aplicação dos
seletivos de docentes; recursos do orçamento da Universidade
XIII – analisar e emitir parecer em relação destinados à pesquisa;
às solicitações e recursos de discentes e do- X – organizar o Calendário Acadêmico anual
centes no âmbito do ensino de graduação; da pós-graduação;
XIV – viabilizar e empreender ações de par- XI – aprovar o nome dos docentes que com-
ticipação em programas e projetos de fo- porão os programas de pós-graduação;
mento na área do ensino de graduação;

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Legislação Específica – Regimento Interno da UFCSPA – Prof. Mateus Silveira

XII – aprovar o Regulamento de cada pro- I – planejar, programar, normatizar e super-


grama de pós-graduação, stricto sensu; visionar as atividades de extensão e, em
particular, os cursos extracurriculares e ser-
XIII – designar docente integrante de pro- viços institucionais;
grama de Residência Médica da Universi-
dade para presidir a COREME (Comissão de II – aprovar os planos, os programas e as
Residência Médica); atividades de extensão propostos pelas uni-
dades e órgãos integrantes da Instituição e
XIV – aprovar as propostas de credencia- promover os meios de sua execução;
mento de docentes/pesquisadores de ou-
tras instituições ou de ex-professores da III – submeter ao CONSEPE os programas,
Universidade, submetidas pelos Colegiados projetos e normas das atividades de exten-
de programas de pós-graduação; são aprovadas pela Pró-Reitoria; (Revogado.
Resolução n. 49/2017 de 19/10/2017).
XV – emitir parecer sobre a indicação de do-
centes e servidores técnico-administrativos, IV – promover a integração dos programas
para a realização de cursos de pós-gradua- e projetos de extensão propostos pelas uni-
ção em instituições de ensino superior do dades e órgãos integrantes da Instituição e
país ou do exterior, bem como a adequação promover os meios de sua execução;
desses cursos às necessidades da Universi-
dade; V – aprovar convênios no âmbito de sua
área de atuação;
XVI – supervisionar as atividades relacio-
nadas à qualificação de pós-graduação dos VI – divulgar junto à comunidade universitá-
docentes e técnico-administrativos da Uni- ria os programas e as atividades desenvolvi-
versidade, solicitando relatórios individuais das pela Pró-Reitoria;
e encaminhando pareceres ao CONSEPE; VII – analisar e emitir parecer em relação
XVII – promover ações junto aos órgãos de às solicitações e recursos de discentes e do-
fomento para aquisição de recursos mate- centes no âmbito da extensão;
riais e humanos, para o adequado funciona- VIII – pesquisar e receber as demandas da
mento dos programas de pós-graduação; comunidade como subsídio para a definição
XVIII – decidir sobre a distribuição de recur- de políticas sociais e culturais;
sos financeiros destinados à Pró-Reitoria de IX – elaborar e executar programas educa-
Pesquisa e Pós-graduação pelos órgãos de cionais de assistência;
fomento;
X – estabelecer, regulamentar e executar as
XIX – apreciar e decidir sobre solicitações e normas de utilização da prestação de servi-
recursos interpostos no âmbito do ensino ços à comunidade;
de pós-graduação e de pesquisa;
XI – viabilizar e empreender ações de par-
XX – servir de grau de recurso das decisões ticipação em programas e projetos de fo-
dos Colegiados de programas stricto sensu mento na área do ensino de graduação e de
e das comissões coordenadoras de curso extensão.
lato sensu;
XII – exercer outras atribuições que lhe fo-
XXI – exercer outras atribuições que lhe fo- rem delegadas, dentro de sua área de atu-
rem delegadas, dentro de sua área de atu- ação.
ação.
Art. 25. Compete à PROPLAN:
Art. 24. Compete à PROEXT:

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I – acompanhar e avaliar a execução do Pla- IV – supervisionar, orientar, controlar e
no de Desenvolvimento Institucional; acompanhar a aplicação dos recursos finan-
ceiros sob sua responsabilidade, bem como
II – coordenar a realização de projetos de as atividades de aquisição, distribuição e
desenvolvimento institucional; controle de material;
III – examinar e emitir parecer sobre o as- V – supervisionar e coordenar a elaboração
pecto conceitual e metodológico dos proje- da proposta orçamentária;
tos de desenvolvimento de recursos huma-
nos; VI – supervisionar e acompanhar a execu-
ção do orçamento;
IV – elaborar e executar programas educa-
cionais de qualificação a servidores; VII – supervisionar a contabilização orça-
mentária, financeira e patrimonial;
V – operacionalizar convênios propostos pe-
las pró-reitorias; VIII – supervisionar a elaboração da presta-
ção anual de contas;
VI – coordenar, supervisionar e avaliar as
atividades relacionadas às bibliotecas insti- IX – providenciar a abertura de expedientes
tucionais; administrativos para apurar responsabilida-
des funcionais e aplicar as medidas cabíveis;
VII – coordenar e supervisionar as ativida-
des relacionadas à tecnologia da informa- X – exercer outras atribuições que lhe forem
ção no âmbito institucional; delegadas, dentro de sua área de atuação.
VIII – supervisionar as atividades de avalia- Seção IV
ção institucional; DAS COORDENAÇÕES DOS CURSOS
IX – coordenar o uso do espaço físico na DE GRADUAÇÃO
Universidade;
Art. 27. A Coordenação de cada curso de Gra-
X – atuar junto a entidades públicas e pri- duação é exercida pelo Coordenador do curso e,
vadas, objetivando a captação de recursos nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-
para projetos institucionais; -Coordenador.
XI – exercer outras atribuições que lhe fo- Parágrafo único. O Coordenador e o Vice-
rem delegadas, dentro de sua área de atu- -Coordenador do curso de graduação serão
ação. indicados pelo Pró-Reitor de Graduação e
Art. 26. Compete à PROAD: nomeados pelo Reitor, dentre os docentes
Titulares, Associados ou Adjuntos e, na au-
I – propor ao Reitor normas para efeito de sência de doutor em área específica ou afim
aprimoramento de atividades de orçamen- do curso, Assistente, do quadro permanen-
to, contabilidade, finanças, material, patri- te da Universidade, com carga horária de 40
mônio, engenharia, manutenção e serviços; horas.
II – elaborar, em estreita articulação com as Art. 28. Compete ao Coordenador de curso de
áreas competentes, propostas de convênios graduação:
e ajustes ligados às áreas de informática,
engenharia, manutenção e serviços; I – integrar os Conselhos Superiores, na
qualidade de membro nato;
III – analisar propostas de projetos, contra-
tos, convênios e outros instrumentos rela- II – executar as diretrizes emanadas dos
cionados com a área administrativa; Conselhos Superiores;

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III – administrar e coordenar as atividades XVIII – representar junto ao Pró-Reitor de


didático-pedagógicas do curso; Graduação nos casos de transgressão disci-
plinar;
IV – convocar e presidir as reuniões da Co-
missão de Graduação (COMGRAD); XIX – exercer outras atribuições que lhe fo-
rem delegadas, dentro de sua área de atu-
V – manter a representatividade da COM- ação.
GRAD de acordo com regulamentação pró-
pria; Seção V
VI – divulgar e acompanhar a execução das DAS COORDENAÇÕES DOS
decisões da COMGRAD; PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
VII – promover as articulações da COM- Art. 29. A Coordenação de cada programa de
GRAD com os diversos órgãos de adminis- pós-graduação, exercida pelo Coordenador e,
tração acadêmica; nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-
VIII – submeter à Pró-Reitoria de Graduação -Coordenador, é o órgão executivo das delibera-
os assuntos que requeiram ação dos órgãos ções referentes à organização e funcionamento
superiores; do programa.

IX – zelar pela observância dos programas e Parágrafo único. O Coordenador e o Vice-


do regime didático; -Coordenador de programa de pós-gradu-
ação são eleitos por seus pares, entre os
X – encaminhar ao Pró-Reitor de Gradua- docentes permanentes do programa, em
ção as propostas de alterações curriculares regime de trabalho de 40 horas ou Dedica-
aprovadas pela COMGRAD; ção Exclusiva (DE), para mandato de dois
anos, permitida uma reeleição consecutiva.
XI – manter articulação com os chefes de
Departamento, visando atender os recursos Art. 30. Compete ao Coordenador do programa
humanos necessários para o funcionamen- de pós-graduação:
to do curso;
I – integrar os Conselhos Superiores, na
XII – propor à Pró-Reitoria de Graduação a qualidade de membro nato;
admissão do pessoal docente necessário ao
funcionamento do curso; II – executar as diretrizes emanadas dos
Conselhos Superiores;
XIII – promover a adaptação curricular dos
alunos nos casos de transferência e simila- III – convocar e presidir as reuniões da Co-
res; missão Coordenadora do programa de Pós-
-graduação (CCPG) respectiva;
XIV – orientar os discentes nos aspectos
acadêmicos e pedagógicos; IV – manter a representatividade da CCPG
de acordo com a regulamentação própria;
XV – aprovar o encaminhamento de discen-
tes para a realização de estágios e práticas V – divulgar e acompanhar a execução das
curriculares em instituições vinculadas ou decisões da CCPG;
conveniadas com a Universidade; VI – promover as articulações da CCPG com
XVI – zelar pela observância das diretrizes os diversos órgãos de administração acadê-
fixadas no Projeto Pedagógico do curso; mica;

XVII – acompanhar o desempenho dos do-


centes no curso;

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VII – submeter à Pró-Reitoria de Pesquisa e V – Fonoaudiologia
Pós-Graduação (PROPPG) os assuntos que
requeiram ação dos órgãos superiores; VI – Gastronomia

VIII – propor à PROPPG a aquisição de ma- VII – Medicina


teriais e a admissão de recursos humanos VIII – Nutrição
necessários ao funcionamento do progra-
ma, observando as disposições estatutárias XIX – Psicologia
e regimentais; X – Toxicologia Analítica
IX – encaminhar solicitações e autorizar Parágrafo único. O rol de cursos relaciona-
despesas de acordo com normas estabele- dos no caput do Art. 33 poderá ser alterado,
cidas; após a devida aprovação pelos órgãos com-
X – acompanhar o desempenho dos docen- petentes.
tes e das atividades de ensino, de acordo Art. 34. Cada curso possui uma Comissão de
com as normas vigentes; Graduação própria.
XI – representar junto ao Pró-Reitor de Pes-
quisa e Pós-Graduação e à CPPG nos casos Seção II
de transgressão disciplinar docente ou dis- DAS COMISSÕES DE GRADUAÇÃO
cente;
Art. 35. A supervisão das atividades didático-
XII – exercer outras atribuições que lhe fo- -pedagógicas de cada curso de graduação ficará
rem delegadas, dentro de sua área de atu- a cargo de uma Comissão de Graduação (COM-
ação. GRAD).
Art. 36. Compete à cada COMGRAD:
I – elaborar seu regulamento e submetê-lo
CAPÍTULO IV ao CONSUN para aprovação;
DAS UNIDADES ORGÂNICAS
E FUNCIONAIS II – propor o Projeto Pedagógico do curso,
assim como as reformulações curriculares;
Seção I III – estabelecer a oferta de disciplinas obri-
DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO gatórias e complementares de cada período
letivo;
Art. 31. O ensino da graduação da Universidade
será feito por meio de cursos. IV – acompanhar a implementação do Pro-
jeto Pedagógico do curso;
Art. 32. A Universidade ministra cursos de gra-
duação na área da saúde e em áreas correlatas. V – propor a substituição ou qualificação de
docentes ou outras providências necessá-
Art. 33. Os cursos de graduação ministrados rias à melhoria do ensino;
pela Universidade são:
VI – propor alterações nos critérios de sele-
I – Biomedicina ção para preenchimento de vagas destina-
das a ingresso, reingresso e transferências
II – Enfermagem
internas e externas;
III – Farmácia
VII – decidir sobre processos de aprovei-
IV – Fisioterapia tamento de estudos, adaptação curricular,

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matrícula, trancamento, opções, dispensas permanente que compõem o Departamen-


e cancelamento de matrícula, bem como to, obedecidas as normas institucionais,
estabelecer o controle da respectiva inte- para um mandato de dois anos, permitida
gralização curricular; uma reeleição consecutiva.
VIII – zelar para que a carga horária das dis- § 2º Nas ausências ou nos impedimentos do
ciplinas seja adequada à sua natureza e ao Chefe e do Vice-Chefe responde interina-
curso; mente pela chefia do Departamento o do-
cente mais antigo em atividade no Departa-
XI – propor à PROGRAD a criação de comis- mento.
sões que julgar necessárias ao funciona-
mento adequado do curso. § 3º O Chefe do Departamento é o presi-
dente da Assembléia Departamental.
X – exercer outras atribuições que lhe forem
delegadas, dentro de sua área de atuação. Art. 41. Compete ao Departamento:
Parágrafo único. Das decisões da COM- I – executar as diretrizes emanadas dos Con-
GRAD caberá recurso ao CONSEPE. selhos Superiores;
Art. 37. A COMGRAD reunir-se-á, ordinariamen- II – aprovar projetos de ensino, pesquisa e
te, no mínimo uma vez por mês ou, extraordina- extensão propostos por docentes lotados
riamente, sempre que convocada pelo seu pre- no Departamento;
sidente ou maioria dos membros.
III – aprovar planos de trabalho e relatórios
Parágrafo único. A COMGRAD deliberará dos docentes lotados no Departamento;
somente com a maioria absoluta de seus
membros. IV – sugerir a admissão de pessoal docente,
observadas as disposições estatutárias e re-
Seção III gimentais;
DOS DEPARTAMENTOS ACADÊMICOS V – indicar os professores para compor as
COMGRADs dos cursos de graduação;
Art. 38. O Departamento Acadêmico é o órgão
responsável pela coordenação e supervisão das VI – propor às COMGRADs alterações nas
atividades dos docentes e dos técnicos nele lo- ementas das disciplinas, bem como nas car-
tados, agrupados por disciplinas afins. gas horárias das disciplinas lotadas no De-
partamento;
Art. 39. O Departamento tem como instância
deliberativa a Assembléia Departamental, e, VII – indicar docentes para ministrar o ensi-
como instância executiva, a chefia. no das disciplinas que lhe forem pertinen-
tes, sempre que solicitado pelas Coordena-
Parágrafo único. A Assembléia Departa- ções de curso;
mental é composta por todos os docen-
tes do Departamento, tendo direito a voto VIII – aprovar, em primeira instância, a alte-
aqueles que pertencem ao quadro perma- ração de regime de trabalho de seus docen-
nente de pessoal da Universidade. tes e técnico-administrativos;
Art. 40. A Chefia do Departamento é exercida IX – deliberar sobre o afastamento de do-
pelo Chefe do Departamento e, nas suas ausên- centes e técnico-administrativos lotados no
cias e impedimentos, pelo Vice-Chefe. Departamento;
§ 1º O Chefe e o Vice-Chefe do Departa- X – aprovar o seu calendário anual de reu-
mento são eleitos pelos docentes do quadro niões;

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XI – sugerir normas, critérios e providências Seção IV
aos órgãos colegiados; DOS PROGRAMAS DE
XII – propor às respectivas Pró-Reitorias, PÓS-GRADUAÇÃO
isoladamente ou em conjunto com outros
Departamentos, a criação de cursos de gra- Art. 44. A administração das atividades de en-
duação ou pós-graduação; sino nos programas de pós-graduação ficará a
cargo da respectiva Comissão Coordenadora do
XIII – examinar e encaminhar as propostas Programa de Pós-graduação (CCPG).
de consultorias e prestação de serviços aos
docentes do Departamento; Art. 45. Compõem a CCPG:

XIV – exercer outras atribuições que lhe fo- I – o Coordenador do programa de pós-gra-
rem delegadas, dentro de sua área de atu- duação, como presidente;
ação. II – o Vice-Coordenador do programa de
Art. 42. As decisões da Assembléia Departa- pós-graduação;
mental são sempre tomadas pela maioria sim- III – no mínimo dois representantes docen-
ples dos membros presentes. tes permanentes do programa, assegurada,
Art. 43. Compete ao Chefe do Departamento: quando houver, a representação das dife-
rentes áreas de concentração do respectivo
I – convocar e presidir as reuniões departa- programa, eleitos por seus pares;
mentais;
IV – dois representantes discentes da pós-
II – coordenar e supervisionar as atividades -graduação, eleitos por seus pares.
do Departamento;
Parágrafo único. Em caráter de exceção, um
III – encaminhar aos Coordenadores de cur- dos representantes docentes a que se refe-
so e às Pró-Reitorias, dentro dos prazos exi- re o inciso III poderá não pertencer ao qua-
gidos, os dados e informações relativos ao dro permanente da Universidade.
Departamento;
Art. 46. Compete à Comissão Coordenadora:
IV – encaminhar aos órgãos competentes,
dentro dos prazos previstos no Calendário I – elaborar seu regulamento e submetê-lo
Acadêmico, as informações didáticas relati- ao CONSUN;
vas ao corpo discente; II – elaborar Edital do processo seletivo para
V – coordenar a elaboração do Plano Anual ingresso de alunos;
de Atividades do Departamento; III – elaborar o calendário anual do progra-
VI – propor a substituição e a demissão dos ma e definir o número de vagas oferecidas
servidores lotados no Departamento; em cada curso;

VII – opinar e encaminhar ao Pró-Reitor de IV – estabelecer o conjunto de disciplinas


Graduação os pedidos de afastamento de a ser oferecido pelo programa e aprovar as
servidores e indicar seus substitutos; ementas das mesmas;

VIII – exercer outras atribuições que lhe fo- V – propor o nome dos docentes que com-
rem delegadas, dentro de sua área de atu- porão o programa;
ação. VI – atribuir crédito às disciplinas ofereci-
das;

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VII – aprovar o plano de trabalho dos alu- IV – deliberar sobre qualquer assunto perti-
nos, propostos pelos respectivos orientado- nente aos programas de pós-graduação;
res;
Art. 49. A ComPG reunir-se-á mensalmente ou,
VIII – aprovar os nomes indicados pelo extraordinariamente, por convocação do presi-
orientador para a composição das bancas dente ou dois terços de seus membros.
examinadoras de dissertações e teses;
IX – homologar os resultados das avaliações
das bancas examinadoras;
TÍTULO III
X – propor convênios com outras institui- Da Organização e do
ções; Regime Didático-Científico
XI – exercer outras atribuições que lhe fo-
rem delegadas, dentro de sua área de atu-
ação.
CAPÍTULO I
Seção V DO ENSINO
DA COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Art. 50. A Universidade ministra cursos de gra-
Art. 47. A Comissão de Pós-graduação (ComPG), duação e pós-graduação.
subordinada à PROPPG, tem como membros: Art. 51. Os cursos de graduação são abertos aos
I – o Coordenador Geral da Pós-graduação, portadores de certificado ou diploma de conclu-
que a preside; são de estudos do ensino médio.

II – os Coordenadores dos programas; Art. 52. Os cursos de pós-graduação stricto sen-


su, especialização e aperfeiçoamento, são aber-
III – um representante do corpo docente de tos a portadores de diplomas de graduação ou
cada programa, eleito pelos seus pares e equivalente, nos termos da legislação vigente.
homologado pelo Pró-Reitor de Pesquisa e
Pós-Graduação;
IV – dois representantes discentes da pós-
CAPÍTULO II
-graduação.
DO ENSINO DE GRADUAÇÃO
Parágrafo único. Os representantes discen-
tes serão eleitos por seus pares, anualmen- Seção I
te, em eleições diretas convocadas pelo DA ESTRUTURA DOS CURSOS
presidente da ComPG, para um mandato de
um ano, podendo haver uma reeleição con- Art. 53. O currículo dos cursos de graduação é
secutiva. integrado por disciplinas presenciais e/ou à dis-
tância, atividades complementares e estágios
Art. 48. Compete à ComPG:
curriculares com a seriação estabelecida, cargas
I – elaborar o seu regulamento e submetê- horárias respectivas, duração total e prazos de
-lo à aprovação do CONSUN; integralização.

II – propor ações relacionadas ao ensino da Parágrafo único. A integralização curricular


pós-graduação; é feita através do sistema seriado.

III – articular a política dos programas de Art. 54. Entende-se por disciplina um conjunto
pós-graduação; homogêneo e delimitado de conhecimentos ou

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técnicas correspondentes a um programa de es- classificado em processo seletivo à matrícu-
tudos e atividades, que se desenvolvem em de- la inicial, no prazo fixado pela Universidade,
terminado número de horas/aula, distribuídas é facultado o preenchimento da vaga gera-
ao longo do ano letivo. da, observada a ordem de classificação dos
candidatos, desde que a matrícula ocorra
Parágrafo único. Carga horária de uma dis- nos primeiros 20 dias do início das aulas.
ciplina é a soma total de horas destinadas
às atividades didáticas, integradas no plano Seção IV
da disciplina, desenvolvidas sob a supervi- DA MATRÍCULA, DO TRANCAMENTO
são de professor regente, em aulas teóricas,
teórico-práticas e/ou práticas, inclusive fora E DO CANCELAMENTO DE
do âmbito da Universidade. MATRÍCULA
Seção II Art. 59. A matrícula realiza-se em prazos estabe-
DO REGIME ESCOLAR lecidos no Edital do processo seletivo e calendá-
rio acadêmico, mediante documentação exigida
Art. 55. O ano letivo regular, independente do no Edital.
ano civil, abrange no mínimo 200 dias, distribuí-
Art. 60. A matrícula por série é anual, renovada
dos em dois períodos letivos regulares.
em prazos estabelecidos no Calendário Acadê-
Parágrafo único. O período letivo terá a du- mico.
ração necessária para que se completem
Parágrafo único. Ressalvado o disposto no
os dias letivos previstos, bem como para o
art. 63, a não renovação da matrícula impli-
integral cumprimento do conteúdo e carga
ca abandono do curso e desvinculação au-
horária estabelecidos nos programas das
tomática do aluno da Universidade.
disciplinas nele ministradas.
Art. 61. A matrícula é efetivada pelo aluno ou
Art. 56. As atividades da Universidade são de-
seu representante legal.
finidas anualmente em calendário acadêmico,
aprovado pelo CONSEPE, do qual constarão, Art. 62. É admitida a matrícula na série seguin-
pelo menos, o início e encerramento dos perío- te com dependência em disciplinas da série an-
dos de matrícula e dos períodos letivos. terior, desde que observada a compatibilidade
de horários e priorizando-se as disciplinas em
Seção III dependência. (Alterado. Resolução CONSUN nº
DO PROCESSO SELETIVO 35/2017 de 13 de julho de 2017)

Art. 57. Os processos seletivos, em quaisquer Art. 62. É admitida a matrícula nas séries/se-
modalidades, como forma de acesso de alunos, mestres seguintes com dependência em disci-
fazem-se na forma da legislação vigente e res- plinas de série/semestre anterior, desde que
pectivos Editais. observada a compatibilidade de horários e prio-
rizando-se as disciplinas em dependência.
Parágrafo único. As normas do Edital do
processo seletivo serão estabelecidas pelo § 1º Ocorrendo nova reprovação em disci-
Pró-Reitor de Graduação. plina em que já houve reprovação, é vedada
a matrícula na série subsequente. (Revoga-
Art. 58. A classificação obtida é válida para a do. Resolução CONSUN nº 35/2017 de 13
matrícula no período para o qual se realiza o de julho de 2017)
concurso.
§ 2º A matrícula em estágios curriculares
Parágrafo único. No caso de desistência for- obrigatórios seguirá as determinações do
mal ou não comparecimento de candidato Projeto Pedagógico e do Regulamento de

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Estágio de cada curso. (Renumerado. Reso- I – em decorrência de motivos disciplinares;


lução CONSUN nº 35/2017 de 13 de julho
de 2017) II – quando ultrapassado o prazo máximo
necessário para a integralização curricular
Parágrafo único. A matrícula em estágios estabelecido no Projeto Pedagógico do cur-
curriculares obrigatórios seguirá as deter- so;
minações do Projeto Pedagógico e do Regu-
lamento de Estágio de cada curso. III – quando não renovada a matrícula no
prazo estabelecido no calendário acadêmi-
Art. 63. É concedido o trancamento de matrí- co;
cula, interrompendo temporariamente os es-
tudos, por até um (01) ano letivo, para fins da IV – em caso de reprovação em todas as dis-
manutenção do vínculo acadêmico do aluno à ciplinas da série na qual o aluno está matri-
Universidade e seu direito à renovação de ma- culado;
trícula. V – se verificada matrícula simultânea em
§ 1º O trancamento é concedido se requeri- curso de graduação da UFCSPA e de outra
do em época hábil, de acordo com o calen- instituição pública de ensino superior.
dário acadêmico. Seção V
§ 2º A readmissão só poderá ocorrer no DA TRANSFERÊNCIA E DO
período letivo subsequente ao período de APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
trancamento de matrícula.
Art. 65. A transferência de aluno de outra ins-
§ 3º É vedado o trancamento de matrícula
tituição de ensino superior, nacional ou estran-
no ano em que ocorrer:
geira, poderá ser efetuada para curso de gradu-
I – o ingresso por processo seletivo; ação correspondente ao de origem.

II – a transferência proveniente de outra § 1º A transferência será feita por meio de


instituição, excetuada a transferência ex processo seletivo de ingresso a ser divulga-
officio; do em edital público.

III – reprovação do aluno no ano letivo em § 2º A transferência ex-officio se dará na


referência. forma da lei.

§ 4º É vedado o trancamento de matrícula Art. 66. O aluno transferido estará sujeito às


por dois anos consecutivos. adaptações curriculares que se fizerem neces-
sárias, após análise dos estudos realizados com
Art. 64. Cancelamento de matrícula é a cessa- aprovação no curso de origem, feita pela Comis-
ção total dos vínculos do aluno com a Universi- são de Graduação.
dade.
§ 1º O aproveitamento e as adaptações cur-
§ 1º O cancelamento voluntário de matrícu- riculares obedecerão normas estabelecidas
la ocorrerá: pelo CONSEPE.
I – por transferência para outra instituição § 2º Para aproveitamento integral de disci-
de ensino superior; plina é necessária a equivalência de no mí-
II – por expressa manifestação de vontade. nimo 80% em carga horária e conteúdo.

§ 2º O cancelamento de matrícula por ato Art. 67. Para a integralização do curso exige-
administrativo compulsório ocorrerá: -se carga horária total não inferior à prevista na
Universidade.

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Art. 68. Os alunos transferidos e em adaptação § 2º O plano de ensino de cada disciplina
curricular deverão obrigatoriamente cursar as deve ser disponibilizado aos alunos no iní-
disciplinas das séries anteriores ao seu ingresso, cio de cada período letivo.
antes ou concomitantemente às disciplinas da
série de ingresso, observada a compatibilidade § 3º Cada disciplina será coordenada por
de horários. um professor regente, responsável adminis-
trativo pela disciplina.
Art. 69 -A Universidade poderá conceder aos
alunos matriculados em curso de graduação, Art. 73. A frequência às aulas e demais ativida-
transferência para outra instituição de ensino des escolares, permitida apenas aos matricu-
superior, nacional ou estrangeira, mediante re- lados, é obrigatória, vedado o abono de faltas,
querimento do interessado. salvo o previsto em lei e o disposto no artigo
115 deste Regimento.
§ 1º Não é concedida a transferência para o
último ano do curso pretendido. § 1º Independente dos demais resultados
obtidos, é considerado reprovado na disci-
§ 2º Não é concedida a transferência a alu- plina o aluno que não obtenha frequência
no que se encontre respondendo a inquéri- de, no mínimo, 75% das aulas e demais ati-
to administrativo ou cumprindo penalidade vidades programadas.
disciplinar.
§ 2º A verificação e registro de frequência
Seção VI é de responsabilidade do professor regente.
DO PLANEJAMENTO DO ENSINO E DA Art. 74. O aproveitamento escolar é avaliado
AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO por meio de acompanhamento contínuo do alu-
no e dos resultados por ele obtidos nos exercí-
Art. 70. A avaliação do desempenho escolar é cios acadêmicos e no exame final.
feita por disciplina, incidindo sobre a frequência
e o aproveitamento. Parágrafo único. As avaliações na disciplina,
em número mínimo de três, visam à ava-
Art. 71. Integram o currículo dos cursos de gra- liação progressiva do aproveitamento do
duação as disciplinas obrigatórias e eletivas, os aluno e constam de provas escritas, orais,
estágios e as atividades complementares neces- práticas e outras formas de verificação, ex-
sários à integralização curricular. ceto valoração e pontuação da frequência,
previstas no plano de ensino da disciplina.
Art. 72. O ensino de cada disciplina será minis-
trado de acordo com seu plano de ensino, sub- Art. 75. A cada avaliação de aproveitamento é
metido, a cada período letivo, ao Departamento atribuída uma nota, expressa em grau numérico
e à Comissão de Graduação, conforme o Projeto de zero a dez.
Pedagógico do curso.
§ 1º Ao aluno que deixar de comparecer à
§ 1º O plano de ensino de cada disciplina avaliação, na data fixada, poderá ser conce-
deverá incluir, além da ementa, carga ho- dida segunda oportunidade, requerida no
rária, objetivos, conteúdo programático, na prazo de cinco dias úteis após a data da ava-
forma de unidades ou sequências, metodo- liação, se comprovado motivo justo.
logia de ensino, forma das experiências de
aprendizagem, critérios da avaliação do de- § 2º Ressalvado o disposto no Parágrafo 1º,
sempenho acadêmico, bibliografia básica e atribui-se nota zero ao aluno que deixar de
complementar. submeterse à avaliação prevista, na data
fixada, bem como àquele que utilizar meio
fraudulento na avaliação.

1674 www.acasadoconcurseiro.com.br
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§ 3º Poderá ser concedida revisão de nota CAPÍTULO III


atribuída, quando requerida pelo aluno no DO ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
prazo de dois dias úteis de sua divulgação.
LATO SENSU
Art. 76. É considerado aprovado na disciplina o
aluno que: Art. 79. A pós-graduação lato sensu obedecerá
a regulamento próprio.
I – tendo frequência igual ou superior a 75%
das atividades programadas, alcance média
igual ou superior a 7,0 (sete);
CAPÍTULO IV
II – tendo a frequência igual ou superior a
75% das aulas dadas, alcance, após o exame DO ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
final, média igual ou superior a 6,0 (seis), re- STRICTO SENSU
sultado da aplicação da fórmula:
Art. 80. O corpo docente da pós-graduação será
Média final após o exame = (Média da disci- constituído por docentes com titulação acadê-
plina × 6) + (Nota do exame final × 4) 10 mica mínima de Doutor, vinculados à Universi-
dade, a outras instituições de ensino superior
§ 1º Fará o exame final o aluno que tiver ob-
ou de pesquisa, ou sem vínculo formal, creden-
tido a frequência igual ou superior a 75% e
ciados nos termos do Regulamento próprio de
média inferior a 7,0 (sete) e igual ou supe-
cada programa, obedecendo à legislação vigen-
rior a 4,0 (quatro).
te.
§ 2º As médias são apuradas até a segunda
Art. 81. O corpo discente da pós-graduação será
decimal, sem arredondamento.
constituído por alunos aprovados em processo
§ 3º É reprovado na disciplina o aluno que seletivo e aceitos por um orientador credencia-
não atingir os resultados estabelecidos nos do pelo respectivo programa.
incisos I e II do caput deste artigo.
Parágrafo único. É facultada a mudança de
Seção VII orientador, observados os critérios estabe-
lecidos pelo regulamento do programa e
DOS ESTÁGIOS pela CCPG.
Art. 77. Os estágios supervisionados constam Art. 82. Os critérios para seleção dos candida-
de atividades de prática pré-profissional, exerci- tos a ingresso nos programas de pós-graduação,
das em situações reais de trabalho, sem vínculo bem como sua permanência, são fixados pelas
empregatício, obedecida a legislação e normas CCPGs e aprovados pelo CONSEPE.
vigentes.
Art. 83. A matrícula deverá ser efetuada, em
Art. 78. Os estágios são coordenados pela Co- cada período letivo, nas épocas e prazos fixados
missão de Estágio de cada curso. pela CCPG.
Parágrafo único. Observadas as normas Art. 84. Nos casos de perda de matrícula, a rea-
deste Regimento, os estágios obedecerão dmissão do aluno é condicionada ao pronuncia-
a regulamentos próprios, elaborados pelas mento da CCPG do respectivo programa.
Comissões de Estágio.
Parágrafo único. O abandono por dois se-
mestres letivos consecutivos, ou por três in-
tercalados, acarretará em desligamento de-
finitivo do aluno, sem direito à readmissão.

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Art. 85. A integralização das atividades neces- Art. 91. Em caráter excepcional, por indicação
sárias à obtenção dos títulos acadêmicos de da CCPG, acompanhada de parecer favorável
Mestre e Doutor será expressa em unidades de da ComPG, poderá ser submetida ao CONSEPE
crédito. a solicitação de entrada direta no doutorado
por candidatos de alta qualificação, comprova-
§ 1º Cada unidade de crédito corresponderá da mediante exame de títulos e produção cien-
a quinze horas de atividades programadas. tífica.
§ 2º As atividades programadas incluirão Art. 92. Os prazos mínimos e máximos para a
aulas teóricas e práticas, presenciais e/ou à obtenção do título de Mestre ou de Doutor são
distância, atividades relativas à elaboração fixados nas normas estabelecidas pela CCPG,
da dissertação ou da tese e atividades ou- definidas em seus regulamentos, de acordo com
tras exigidas pelo programa. a legislação vigente.
Art. 86. A quantidade mínima de créditos exigi- Art. 93. Para a obtenção do título de Mestre
da para os cursos de Mestrado ou de Doutorado exige-se a apresentação de dissertação ou de
será definida pelo regulamento de cada progra- outro tipo de trabalho conclusivo, original, de
ma, de acordo com a legislação vigente. acordo com o regulamento de cada programa.
Art. 87. O prazo de validade dos créditos de- Art. 94. Para a obtenção do título de Doutor, o
verá ser fixado pelos programas em seu regu- discente deverá defender publicamente a sua
lamento. tese, que obrigatoriamente será um trabalho
Art. 88. O regulamento de cada programa dis- original, derivado de atividade de pesquisa, que
porá sobre o aproveitamento e a revalidação de promova a expansão do conhecimento de um
créditos obtidos em outros programas de pós- determinado tema ou que atenda demandas
-graduação stricto sensu. sociais, de acordo com o regulamento de cada
programa.
Art. 89. Em qualquer estágio dos programas de
mestrado ou doutorado é permitido o tranca-
mento de matrícula, por prazo não superior a
doze meses, desde que o aluno não tenha ultra- CAPÍTULO V
passado dois terços do período máximo de titu- DOS CURSOS SEQUENCIAIS
lação para o seu nível.
E TECNOLÓGICOS
Parágrafo único. O trancamento correspon-
derá à plena cessação das atividades escola- Art. 95. Os cursos sequenciais e tecnológicos
res e dependerá de proposta do orientador, obedecerão a regulamento próprio.
aprovada pela CCPG.
Art. 90. Atendidas as normas da CCPG, com pa-
recer favorável da ComPG, é permitida a trans- CAPÍTULO VI
ferência para o doutorado, com aproveitamento DA PESQUISA E DA EXTENSÃO
dos créditos já obtidos, do aluno do programa
de mestrado que ainda não completou os estu- Seção I
dos desse nível. DA PESQUISA
Parágrafo único. Na hipótese tratada no
Art. 96. Cabe à PROPPG desenvolver e coorde-
caput deste artigo, considera-se como data
nar programas de fomento, intercâmbio e divul-
inicial do doutorado a data da matrícula no
gação de pesquisas, após aprovação pelo CON-
mestrado.
SEPE.

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Art. 97. O fomento, como indutor à produção CAPÍTULO VII


de conhecimento, será realizado por meio de DOS ÓRGÃOS SUPLEMENTARES
programas de auxílio à Pesquisa, de Bolsas de
Iniciação Científica e de convênios com agências Art. 105. A criação de órgãos suplementares
externas à universidade. será proposta pela Reitoria e aprovada pelo
Art. 98. Os programas de intercâmbio deverão CONSUN.
estimular a cooperação entre pesquisadores e Art. 106. A organização e funcionamento dos
docentes, inclusive de outras instituições, e o órgãos suplementares será definida em regula-
desenvolvimento de projetos comuns. mento próprio.
Art. 99. A PROPPG manterá sistema de registro
de dados necessários ao suporte, acompanha-
mento e divulgação de programas e projetos de TÍTULO IV
pesquisas desenvolvidos na instituição.
Da Comunidade Universitária
Seção II
DA EXTENSÃO
Art. 100. A PROEXT terá a seu cargo o fomento, CAPÍTULO I
o acompanhamento, a avaliação, a articulação e DO CORPO DOCENTE
a divulgação das atividades de extensão da Uni-
versidade. Art. 107. O corpo docente da Universidade
compreende docentes da Carreira do Magisté-
Art. 101. As atividades de extensão, presenciais rio Superior, professores visitantes, substitutos
e/ou à distância, serão realizadas sob a forma e colaboradores, regidos pela legislação e nor-
de programas, projetos, cursos, prestação de matização vigentes.
serviços, assessorias e consultorias, na área téc-
nica, científica, artística e cultural. Art. 108. O ingresso na carreira do magistério
far-se-á mediante concurso público, observando
Art. 102. As atividades de extensão serão pro- o disposto na legislação e em normas aprovadas
postas pelos órgãos executivos da Univer- pelo CONSUN.
sidade. (Alterado. Resolução n. 49/2017 de
19/10/2017). Art. 109. Os docentes terão progressão funcio-
nal de nível, dentro da mesma classe do magis-
Art. 102. As atividades de extensão serão pro- tério, por avaliação do desempenho acadêmico,
postas pelos servidores públicos dos órgãos consideradas as atividades docentes de ensino,
executivos da Universidade. pesquisa, extensão e administração.
Art. 103. O CONSEPE examinará e aprovará as Art. 110. Os docentes terão progressão funcio-
atividades de extensão. (Alterado. Resolução n. nal de classe por titulação ou avaliação de de-
49/2017 de 19/10/2017). sempenho acadêmico.
Art. 103. A PROEXT examinará e aprovará as ati- Art. 111. O ingresso na classe de Professor Titu-
vidades de extensão. lar se dará por meio de concurso.
Art. 104. A PROEXT manterá sistema de registro Parágrafo único. É permitido o ingresso de
de dados necessários ao suporte, acompanha- mais de um Professor Titular por disciplina.
mento e divulgação das atividades de extensão
desenvolvidas na instituição. Art. 112. São atribuições do corpo docente as
atividades de ensino de graduação e pós-gra-
duação, respeitadas as exigências de titulação

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específicas, de pesquisa, de extensão e de admi- CAPÍTULO III
nistração universitária, conforme diretrizes da DO CORPO
Instituição.
TÉCNICO-ADMINISTRATIVO
Art. 113. Somente os integrantes da carreira de
magistério do quadro de pessoal permanente Art. 117. O corpo técnico-administrativo tem
da Universidade são elegíveis para cargos, fun- a seu cargo os serviços técnicos necessários ao
ções ou representações relacionadas com o en- funcionamento da Universidade.
sino. Art. 118. O provimento e a distribuição dos car-
gos e empregos do pessoal técnico-administra-
tivo são de responsabilidade do Reitor, ouvidos
os órgãos interessados.
CAPÍTULO II
DO CORPO DISCENTE Art. 119. Todos os aspectos da vida funcional
dos servidores serão regulados pela legislação
Art. 114. Constituem o corpo discente da Uni- vigente e pelas normas emanadas dos Conse-
versidade os alunos regulares e os alunos espe- lhos deliberativos da Universidade.
ciais, que se distinguem pela natureza dos cur-
sos a que estão vinculados.
§ 1º Aluno regular é o aluno matriculado em TÍTULO V
curso de graduação ou de pós-graduação.
Do Regime Disciplinar
§ 2º Aluno especial é aquele inscrito em
cursos de atualização, disciplinas isoladas
ou atividades congêneres.
Art. 115. O corpo discente tem representação,
CAPÍTULO ÚNICO
com direito a voz e voto, nos órgãos colegiados DO REGIME DISCIPLINAR EM GERAL
acadêmicos da Universidade, nos termos da le-
gislação vigente, do Estatuto e deste Regimento. Art. 120. Os atos de inscrição ou matrícula e
de investidura em cargo ou função docente ou
Parágrafo único. O aluno no exercício de técnico-administrativa implicam compromisso
função de representação terá abonada a formal de respeito aos princípios éticos que re-
falta em atividades de ensino quando com- gem a legislação federal, as contidas neste Re-
provado o comparecimento a reuniões de gimento e, complementarmente, as baixadas
órgãos colegiados. pelos órgãos competentes e as autoridades que
deles emanam.
Art. 116. O corpo discente do curso de gradua-
ção tem como órgão de representação o Centro Art. 121. Constitui infração disciplinar, punível
Acadêmico, regido por regimento próprio, de na forma deste Regimento, o desatendimento
conhecimento do CONSUN. ou transgressão do compromisso a que se refe-
re o artigo anterior.
§ 1º Na aplicação das sanções disciplinares
será considerada a gravidade da infração, à
vista dos seguintes elementos:
I – primariedade do infrator;
II – dolo ou culpa;

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III – valor do bem moral, cultural ou mate- Parágrafo único. As penalidades disciplina-
rial atingido; res, emanadas do CONSUN, serão registra-
das na ficha individual do aluno.
IV – grau de autoridade ofendida.
§ 2º Ao acusado será sempre assegurado o
direito de defesa. TÍTULO VI
§ 3º A aplicação a docente, técnico ou aluno Dos Títulos Universitários
de penalidades que impliquem afastamen-
to temporário ou definitivo das atividades
será precedida de inquérito administrativo,
mandado instaurar pelo Reitor. CAPÍTULO I
DOS DIPLOMAS E CERTIFICADOS
§ 4º Em caso de dano material ao patrimô-
nio da Universidade, além da sanção disci- Art. 127. Ao concluinte do curso de graduação
plinar aplicável, o infrator estará obrigado ou pós-graduação stricto sensu será conferido
ao ressarcimento. o respectivo grau e expedido o diploma corres-
pondente.
Art. 122. Incorrerão em penas os membros da
Universidade que: Art. 128. Os graus acadêmicos de graduação se-
rão conferidos pelo Reitor em sessão pública e
I – faltarem ao respeito devido ao Reitor, a solene do CONSUN.
qualquer autoridade da Universidade ou a
qualquer membro da mesma; Parágrafo único. Ao concluinte que o reque-
rer, o grau será conferido em ato simples,
II – derem mostra de incapacidade técnica em local e data determinados pelo Reitor.
ou didática, negligência no cumprimento
de seus deveres, praticarem atos incom- Art. 129. Ao concluinte de curso de especializa-
patíveis com a moralidade e dignidade da ção, aperfeiçoamento ou extensão, será expedi-
sua função ou entrarem em conflito com a do o respectivo certificado.
orientação do Reitor ou dos Conselhos Su-
periores da Universidade.
Art. 123. O Reitor é a autoridade máxima com- CAPÍTULO II
petente para apurar infrações e aplicar sanções.
DA LIVRE-DOCÊNCIA
Art. 124. O processo disciplinar ficará a cargo de
uma comissão indicada pelo CONSUN. Art. 130. O título de Livre-Docente será conferi-
do mediante aprovação em exame de habilita-
Art. 125. Da aplicação das penas, cabe recurso ção de títulos e provas.
ao CONSUN, no prazo de oito dias consecutivos,
a contar da ciência do interessado. Art. 131. Para habilitação à Livre-Docência, o
candidato apresentará ao se inscrever a docu-
Art. 126. Os alunos estão sujeitos às seguintes mentação exigida em normatização específica.
penalidades disciplinares:
I – advertência escrita;
II – suspensão; CAPÍTULO III
DOS TÍTULOS HONORÍFICOS
III – desligamento.
Art. 132. A Universidade conferirá as seguintes
dignidades acadêmicas:

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I – Título de Professor Honoris causa; Parágrafo único. Para a aprovação, as pro-
postas de reforma ou alteração devem ter o
II – Título de Professor Emérito; voto favorável de dois terços dos membros
III – Título de Notório Saber. do CONSUN, ouvido o CONSEPE.

Art. 133. A concessão dos Títulos ou Dignidades Art. 139. Cabe ao Reitor a iniciativa de promo-
deverá ser proposta ao CONSUN, que designará ver as ações necessárias à aplicação das altera-
comissão para parecer. ções regimentais da Universidade que vierem a
ser aprovadas.
§ 1º O parecer deverá obter a aprovação de
dois terços dos membros do CONSUN. Art. 140. Os casos omissos serão resolvidos, ob-
servada a legislação correspondente e sua inter-
§ 2º Os Diplomas serão entregues em ses- pretação, pelo CONSUN, ouvido o Reitor.
são solene do CONSUN, ao diplomado ou
seu representante idôneo. Art. 141. Este Regimento entra em vigor na data
de sua aprovação.
Art. 134. O Título de Professor Honoris causa
poderá ser conferido a personalidades eminen-
tes, nacionais ou estrangeiras.
Art. 135. O Título de Professor Emérito poderá
ser conferido a docente aposentado da Univer-
sidade que tenha prestado relevantes serviços à
Instituição.
Art. 136. O Título de Notório Saber poderá ser
conferido a docente de destaque em sua área.
Parágrafo único. A comissão designada para
o parecer deverá incluir docentes de outras
instituições de ensino.

CAPÍTULO IV
DOS PRÊMIOS
Art. 137. A Universidade pode instituir prêmios,
como estímulo à produção, para alunos, docen-
tes e técnicos, na forma regulada pelo CONSUN.

TÍTULO VII
Das Disposições Gerais
e Transitórias
Art. 138. O presente Regimento somente pode
ser reformado ou alterado por proposta do Rei-
tor ou de dois terços dos membros do CONSUN.

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ANEXO I

ESTRUTURA DEPARTAMENTAL ACADÊMICA


Departamento de Ciências Básicas da Saúde
Departamento de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas
Departamento de Clínica Cirúrgica
Departamento de Clínica Médica
Departamento de Educação e Humanidades
Departamento de Enfermagem
Departamento de Farmacociências
Departamento de Fisioterapia
Departamento de Fonoaudiologia
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia
Departamento de Métodos Diagnósticos
Departamento de Nutrição
Departamento de Patologia e Medicina legal
Departamento de Pediatria
Departamento de Psicologia
Departamento de Saúde Coletiva

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