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A ISONOMIA NO SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

Nome do autor: Felipe da Silva 1


Nome do Orientador: Prof. Me. Jacques Miranda2

1. RESUMO

O trabalho em questão trata-se de um diagnostico sobre o sistema tributário


brasileiro e seus princípios e balisas, sendo esse último uma matriz que têm
aumentado cada vez mais a onerosidade em face da classe menos favorecida,
fazendo com que alguns princípios, instituições preceitos infraconstitucionais sejam
degradados, já que o sistema tributário em questão não é passível de equidade
social, muito menos cooperador dos interesses da coletividade em face do poder
Estatal. Considerando a aplicação, o mau planejamento e os feitos promovidos pela
agregação onerosa mediante os menos favorecidos, o afastamento das garantias
fundamentais, o aumento da desigualdade social paralelo à destituição da conjuntura
mínima de sobrevivência do cidadão mais onerado pelo sistema e o interesse social
na busca incessante para uma possível e necessária mudança que venha a trazer o
mínimo de desequilíbrio possível por parte da carga tributária brasileira e o que dela
provém.

1
Acadêmico do curso de Direito, Centro Universitário ENIAC. e-mail:222192013@eniac.edu.br

2
.
Professor Doutor (ou Mestre ou Especialista) do curso de Direito, Centro Universitário ENIAC. e-mail:
jacques.miranda@eniac.edu.br
2. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo conferir as falhas na aplicação do


direito tributário no Brasil, pois não é adequado à realidade presente devido aos
problemas financeiros vivenciada pelas diferentes classes sociais no pais. A pesquisa
se baseará em dois assuntos:

O primeiro se baseia nas falhas do sistema tributário brasileiro, ocasionando,


assim, em um dos principais Problemas: a crescente desigualdade social e, também,
a supressão dos direitos fundamentais da população mais vulnerável. Nota-se que o
sistema tributário está interligado aos princípios sociais e que encobre a falta de
pagamentos e a banalização da equidade no que tange grandes corporações e
cidadãos com poder econômico maiores.

Já tratando do segundo assunto que o sistema tributário está interligado aos


princípios sociais e que encobre a falta de pagamentos e a banalização da equidade
no que tange grandes corporações e cidadãos com poder econômico maiores. Já
tratando do segundo assunto temos os assuntos abordados pela constituição federal
e pelo CTN (Código Tributário Nacional, sendo esses dois diplomas aqueles que nos
informam as balizas do sistema tributário utilizado pelos entes federados. Com esse
trabalho, analisaremos os deveres e direitos Trazidos pela nossa carta magna, de
maneira independente e que traz solidez ao nosso Sistema de tributos desde o
princípio do nosso Estado de Direito.

Assim sendo, por meio dessa pesquisa, procura-se mostrar que o Sistema
tributário nacional poderia satisfazer, sem distinção de classes, a sociedade brasileira,
que apesar de ter sido edificada por meio de benefícios aos mais ricos, ainda há
pessoas que lutam em prol de mudanças significativas que possam vir, em um futuro
com menos desigualdade, trazer equidade e condensação no fator tributário, fazendo
jus ao Estado Democrático de Direito, mesmo se tratando de direitos e deveres que
fazem parte o eixo econômico nacional.

Portanto, a intenção do presente trabalho, mais do que mostrar o mau


funcionamento do Sistema tributário atual, é questionar a possibilidade de trazermos
outros caminhos que gerem menos beneficiamento das classes media alta do Brasil,
diminuendo, assim, a desigualdade social, mais acesso as classes baixas nos
recursos disponibilizados pela nossa carta suprema e, assim, criarmos mudanças não
direcionadas a determinado grupo, ou seja, um direito tributário mais humano, sem
desvios, de acordo com os direitos fundamentais trazidos pela constituição federal.
3. DESENVOLVIMENTO

3.1 ISONOMIA

É garantido pelo Art. 5º da Constituição Federal a todo cidadão a


equanimidade. Assim sendo, a Isonomia trata-se de um tratamento similar aos que
são similares e tratamento diferenciado aos que são diferentes. Tal principio nos traz
duas frentes de pensamentos: a igualdade frente a lei e a igualdade imposta pela lei.

A primeira ideologia retrata diretamente aos aplicadores do Direito fornecer a


todos que arremeteram o tipo legal à sua aplicabilidade, sob total pena de
comprometer contra a própria legalidade; a segunda remete-se a conformidade
entre pessoas que se estão em situações semelhantes, enquanto nas situações
de semelhantes, na medida de tamanha desigualdade, tratar-se-ão com despropósito.

Tal terminante incide, ou pelo menos deveria incidir, também no âmbito da


tributação.

A isonomia tributária consiste no embargo por parte do Estado em oferecer


tratamento desiguais entre contribuintes que se encontrem em posição de
equivalência, como uma forma de defesa do cidadão contra a iniquidade do Estado.

Entretanto é inegável a dificuldade da aplicação deste princípio, uma vez que


envolve além de interesses distintos, elementos volitivos: a vontade dos setores
econômicos beneficiados por dada política desonerativa (SABBAG, 2016).

Na realidade, para empregar a isonomia tributária, o legislador


infraconstitucional, como ensina Sabbag: “deverá levar em consideração as condições
concretas de todos aqueles envolvidos (cidadãos e grupos econômicos), evitando que
incida a mesma carga tributária sobre aqueles economicamente diferenciados, sob
pena de sacrificar as camadas pobres e médias, que passam a contribuir para além
do que podem, enquanto os ocupantes das classe abastadas são chamados a
suportar carga tributária aquém do que devem.”(SABBAG. 2016, p.260)

Tal advento está consubstanciado no Art. 145º §1º, da Constituição Federal:


Art. 145, § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado
à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Este paradigma busca diminuir a diferença das inúmeras camadas sociais,


assegurando que o custo real, e não o custo monetário, venha a ser o mesmo para
cada contribuinte, proporcional ao capital de cada um. Ademais, já o desacordo da
norma material de justiça: a cada um em concordância as suas necessidades. Sendo
assim, determinada extensão contributiva coloca-se como vínculo norteador o
legislador quando do nascimento da obrigação tributária.

3.2 Princípios norteadores da Justiça Tributária

A fim de que as garantias fundamentais sejam consideradas e estimadas na


ordem tributária, o código tributário nacional, CTN, deve estar em conformidade com
o prenúncio constitucional. Independente da norma, para se ter validade, deve
atender as prescrições que podem ser designadas como princípios. São dominações
obrigatórias tanto para o cidadão ir de acordo com suas responsabilidade, como no
caso de pagamento das tributações, quanto para o Estado para com suas ocupações
e responsabilidades, no caso da aplicação dessa mesma tributação.

A juricidade tributária, no que lhe diz respeito, matizada pelos principios que a
conduzem é extremamente confusa para ser determinada diante a atual
heterogeneidade social do Brasil. Todavia, a Constituição Federal preconiza com um
único propósito a falta da constância no cenário socioeconômico entre as regiões do
País, através de uma mediação no domínio privado, usando da tributação para este
fim, segundo manifesta o artigo 151. Tal aparato dá uma definição e corrobora a
justiça tributária para harmonizar as desigualdades do contrário observemos:

Art. 151. É vedado à União: I-instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação à
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilibrio do
desenvolvimento socioeconomico entre as diferentes regiões do País;

O Estatuto traz em seus artigos doutrinas norteadoras para justa tributação,


sendo assim os conceitos da isonomia e o da capacidade contributiva, ambos
afluindo para o mesmo eixo afim de alcançar a justiça social pela justa aplicação
dos tributos produzida pelo Estado.

3.3 Princípio da Isonomia

A isonomia tributária, profundamente conectada ao valor supremo da


equidade prenunciado no caput do art. 5º da Constituição Federal de 1988, torna-se
um padrão substancial à análise da justiça tributária, estando prevista no inciso II do
art. 150 do texto constitucional.

Tal medida liga-se de maneira acentuada ao próprio sistema republicano,


consoante instrui Carazza(2006, p.78):

“de fato, o principio republicano exige que os contribuintes (pessoas físicas


ou jurídicas) recebam tratamento isonômico, A lei tributária deve ser igual
para todos e a todos deve ser aplicada com igualdade. Melhor expondo, quem
está na mesma situação jurídica deve receber o mesmo tratamento tributário.
Será inconstitucional – por burla ao princípio republicano e ao da isonomia – a
lei tributária que selecione pessoas, para submetê-las a regras peculiares,
que não alcançam outras, ocupantes de idênticas posições jurídicas. O
tributo, ainda que instituído por meio de lei, editada pela pessoa política
competente, não pode atingir apenas um ou alguns contribuintes, deixando a
salvo outros que, comprovadamente, se achem nas mesmas condições.”

É visível a relevante questão de se saber quais as discordâncias entre os


contribuintes que devem ser propostas e colocadas em consideração.

Precisamente, se isso permanecesse sob a responsabilidade dos aplicadores


do Direito produzir-se-ia dubiedade jurídica e, naturalmente,a desigualdade, suceda a
aptidão individual de priorizar o direito que não surge apenas aos mais privilegiados
economicamente, ao de colaboradores envoltos por essa proteção jurisdicional. Em
suma, não poderia haver uma única medida que fosse válida ou aplicada para todos.

A contar dessa conjuntura, é precisamente para diminuir a indeterminação


jurídica e a potencial desigualdade na capacidade aplicável do Direito que aparecem
as generalizações, afinal uma tributação apreensiva com a caça maximalista da
justiça fiscal (particularista) propriamente poderá levar ao seguimento antagônico de
tal advento da isonomia, por inúmeras limitaçõess impenetráveis diante de sua
utilização e atuação.

3.4 Princípio da capacidade contributiva

A habilidade contributiva é analisada por Carrazza como “um dos aparatos


mais funcionais para que se tenha o real alcance a tão desejada Justiça Fiscal”,
instrumentalizando a igualdade republicana:

O principio da capacidade contributiva hospeda-se nas dobras do princípio da


igualdade e ajuda a realizar, no campo tributário, os ideiais republicanos. Realmente,
é justo e jurídico que quem, em termos econômicos, tem muito pague,
proporcionalmente, mais imposto do que quem tem pouco. Quem tem maior riqueza
deve, em termos proporcionais, pagar mais imposto do que quem tem menor
riqueza. Noutras palavras, deve contribuir mais para a manutenção da coisa pública.
As pessoas, pois, devem pagar impostos na proporção dos seus haveres, ou seja, de
seus índices de riqueza (Carrazza, 2010, p.86).

É viável informar que a capacidade contributiva está profundamente ligada


com a primordial solidariedade, tornando-se invevitável assim para conduzir uma
determinada sociedade. A indagação fundamental para o cumprimento deste princípio
da capacidade contributiva na busca por uma justa tributação é a forma que o
legislador deverá estabelecer as estimativas de aplicação tributária.

A consequência desta iniciativa de determinar a capacidade contributiva como


nexo de eventualidade para o surgimento da obrigação tributária despeja
necessariamente no conceito de renda e sua declaração, como afirmam alguns
autores.
3.5 A importância de uma reforma tributária justa

Em um cenário onde há o indício de uma grande demanda da população por


interposições estatais objetivando um equilíbrio social e no qual é gradativo o déficit
do Estado, faz-se relevante o aumento, o no mínimo a não diminuição, do
arrecadamento estatal. Tendo em vista, o tema de tal reforma no agrupamento de
tributos brasileiro acaba se tornando muito mais massivo no mais diferentes
debates. Defende-se que a emenda e a melhoria de tal sistema tributário é essencial,
e que provavelmente toda a fase pandêmica tenha sido a melhor ocasião para o
debate do tema retratado, visto que tal remodelação poderia trazer múltiplos
benefícios para diversos setores no país, auxiliando a todos para maior produção de
renda.

Com uma generosa reforma tributária, é viável uma limitação da


complexidade, das inaplicabilidades, das alterações tributárias, da periculosidade
jurídica, além da iniquidade da carga tributária brasileira. Uma reforma de alta
qualidade no presente complexo normativo deve priorizar a simplicidade e
transparência na cobrança dos tributos, além da neutralidade e da equidade na
instituição desses, onde a carga tributária necessária ao custeio do Estado seja
distribuída da maneira mais justa possível e sem privilégios a determinados grupos de
indivíduos ou empresas.

O poder tributante, ao elaborar sua política tributária, deve levar em


conta se o sistema tributário é justo, se trata, de maneira igual, todos os
contribuintes que se encontram em situação idêntica e se esta de quando à
distribuição de rendas e ao desenvolvimento econômico, favorecendo a política de
estabilização da economia, o combate ao desemprego e à inflação, entre outros
aspectos. A reforma Constitucional Tributária deverá promover prioritariamente a
função social do tributo, redistribuindo riquezas, promovendo a justiça social.
( Ribeiro, 2008, p. 179).

A capacidade contributiva está relacionada à imposição de um gravame


tributário, ou seja, do dever de pagar tributos. Podemos dizer que ela está ligada ao
vínculo do contribuinte com o poder tributário em geral, ou seja, ocorre na
hipótese de uma ocorrência prevista em lei, mediante a circunstância causadora,
tornando-se responsável pelo pagamento de tributos.

Podemos supor que a relação constitucional entre o contribuinte e a


Autoridade tributária, onde o imposto de cobrança é colocado e arrecadado aos
cofres públicos, ao passo que, utilizando a sua capacidade limitada de contribuição, é
uma obrigação legal de prestação de natureza tributária. Enquanto a capacidade
económica é a exteriorização da potencialidade económica, ou seja, em razão dos
seus rendimentos ela pode arcar com o pagamento de um tributo, independente se
houvesse ou não a vinculação ao poder público.

Compreender-se, portanto, que o poder contributivo constitui na


capacidade económica específica, referindo-se apenas a capacidade do contribuinte
de arcar com determinada imposição tributária. Podemos usar como exemplo, o
cidadão que ganha menos ao valor mínimo tributável pelo Imposto de Renda. Este
tem condições de participar da economia, fazer suas compras, adquirir produtos
enquanto consumidor, e podemos dizer que ele tem um certo poder econômico,
mas, para fins da tributação ele não vai possuir capacidade contributiva, não
incidindo o ônus sobre os seus rendimentos.
4. CONCLUSÃO

Com base no exposto, é de extrema necessidade o debate de uma reforma


tributária eficiente que possa garantir que tanto os tributos, principalmente como os
impostos, sejam baseados nos princípios constitucionais como a isonomia e a
capacidade de contribuição, o que favorece a implementação de um sistema mais
equitativo e menos gravoso.

Dessa forma, visando alcançar suficiente taxação tributária fiscal e


contribuinte, o Imposto de Renda Pessoa Física é visto como uma forte ferramenta
associada à tributação econômica, pois tais tributos possuem maior poder de
arrecadação, do que o extrafiscal. Tal imposto, por ser um imposto pessoal e direto,
permite que a tributação não seja exageradamente gravosa, pois facilita a
implementação de princípios constitucionais que promovem a equidade social.

Trava-se um conflito na conjugação da manutenção das necessidades


estatais através das exuberantes cargas tributárias em face da justa tributação. Nesse
impasse, é de suma importância a adoção de uma postura baseada em princípios ao
tributar, a fim de permitir afetar de forma isonômica as capacidades contributivas
iguais, para que assim nos aproximemo-nos do ideal de justiça e solidariedade,
diminuindo a disparidade social e econômica da sociedade brasileira.

Há um conflito na consolidação da manutenção das exigências estaduais por


meio da carga de tributos excessivos em face da justa tributração. Nesse caso, é
muito importante aceitar uma abordagem sistemática da tributação, para permitir que
a igualdade de poder contribua de forma positiva, para que possamos nos aproximar
do lugar certo da justiça e no amparo.

Portanto, a conclusão óbvia é esta: o sistema tributário brasileiro não tem feito
bem o seu trabalho e cumprido com competência sua função, de que modo seja, a
redução da desigualdade social.
5. Referências Bibliográficas

https://juristas.com.br/2021/03/15/principio-da-isonomia/ - acesso em 20 de abril de


2023.

https://trilhante.com.br/curso/principios-tributarios/aula/principio-da-isonomia-tributaria-
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https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/172/R164-13.pdf?
sequence=4&isAllowed=y; - acesso em 20 de abril de 2023.

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/justica-tributaria-sob-a-otica-da-isonomia-tributaria-
e-capacidade-contributiva/548521802 - acesso em 21 de abril de 2023.

MOTA, Sérgio Ricardo Ferreira. Imposto sobre Grandes Fortunas no Brasil. São Paulo:
MP Editora, 2010. p. 149.

Ferreira, Alexandre Henrique Salema. Política Tributária e Justiça Social: Relações


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https://sites.google.com/site/zeitoneglobal/direito-tributario---modulo-ii/1-05-principio-
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GOVERNO FEDERAL. Receita Federal lança medidas para reduzir impactos da pandemia do
novo coronavírus. Portal de Notícias, Economia e Gestão Pública, Brasília, 23 de abr. 2020.
Disponível em <https://www.gov.br/pt-br/notícias/financas-impostos-e-gestao-publica/2020/04/
receita-federal-lanca-medidas-para-reduzir-impactos-da-pandemia-do-novo-coronavirus>

CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 25. ed. rev. Atual.
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https://investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/direito-tributario/317020-principios-
constitucionais-tributarios-vigentes-no-brasil-4-o-principio-da-isonomia – acessado em 04 de
abril de 2023

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