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concurso público

002. Prova discursiva


(Peça Processual)

procurador
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caderno, que possa permitir sua identificação, acarretará a atribuição de nota zero à prova.
�  Redija os textos definitivos com caneta de tinta preta. Os rascunhos não serão considerados na correção.
A ilegibilidade da letra acarretará prejuízo à nota do candidato.
�  A duração da prova discursiva (peça processual e parecer) é de 4 horas, já incluído o tempo para a transcrição dos
textos definitivos.
�  Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorrida 1 hora do início da prova.
�  Deverão permanecer em cada uma das salas de prova os 3 últimos candidatos, até que o último deles entregue sua
prova, assinando termo respectivo.
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Nome do candidato

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USO EXCLUSIVO DO FISCAL

ausente

Assinatura do candidato

Confidencial até o momento da aplicação.


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Confidencial até o momento da aplicação.
peça processual

Considere a seguinte situação hipotética: A Câmara Municipal de Santos, ao editar a Resolução no 135/2018, criou os
cargos em comissão de Diretor Administrativo e de Assessor Legislativo, para lotação em cada um dos gabinetes dos
Vereadores. Na mesma Resolução, restou fixado que o vencimento desses está limitado a R$ 3.200,00 (três mil e duzentos
reais), sem qualquer outra retribuição ou vantagem acessória, com atualização no mesmo percentual e data dos demais
servidores municipais.
Em Ação Direta de Inconstitucionalidade, intentada no Tribunal de Justiça de São Paulo, o Prefeito Municipal de Santos ale-
gou que os cargos não se enquadram nos critérios constitucionais de cargos em comissão, uma vez que a Câmara possui
74 servidores, dos quais somente 28 são de provimento efetivo, e ainda que houve invasão na esfera de competência do
Poder Executivo. Restou vencido, tendo o Acórdão declarado a constitucionalidade da norma impugnada e endossado as
razões apresentadas pela Câmara Municipal, dentre as quais:
1 – A Constituição Federal autoriza a Câmara Municipal a dispor sobre seus atos internos, incluída a criação de cargos e
funções inerentes aos serviços que presta, mesmo porque são as mesmas competências da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, derivadas da independência, harmonia e tripartição dos poderes.
2 – Os cargos criados atenderam aos critérios constitucionais, observando o princípio da continuidade administrativa, e
possibilitaram aos Vereadores a estrutura necessária para dar andamento aos serviços essenciais e funcionamento da
Casa Legislativa.
3 – Os cargos em comissão de Diretor Administrativo têm por atribuição elaborar relatórios que mantenham o Presidente
da Casa informado da regularidade, ou não, de todos os procedimentos vinculados à Direção Administrativa, enquanto ao
de Assessor Legislativo cabem a elaboração, expedição e controle das correspondências oficiais da Câmara Municipal,
execução e controle da reprodução de documentos.
Diante do exposto, considere que os embargos de declaração foram interpostos e improvidos, e que o Prefeito, irresignado,
designou você, na condição de Procurador do Município, para elaborar a peça cabível à reversão dessa decisão.
ATENÇÃO: Na elaboração da resposta está dispensada a síntese do processo (ou relatório).

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Confidencial até o momento da aplicação. 3 PMSA1901/002-PrDiscursiva-PeçaProcessual
peça processual
Em hipótese alguma será considerado o texto escrito neste espaço.

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Em hipótese alguma será considerado o texto escrito neste espaço.
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peça processual
Texto definitivo

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peça processual
Texto definitivo
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Confidencial até o momento da aplicação.
Concurso Público

002. Prova discursiva

(Peça Processual)

PROCURADOR

RESPOSTA ESPERADA E CRITÉRIOS DE CORREÇÃO.

Espera-se que o candidato apresente como peça processual o Recurso Extraordinário, com base no art. 102, a, da
Constituição Federal, com endereçamento realizado ao Tribunal de Justiça e as razões ao Supremo Tribunal Federal.
Os critérios para atribuição da pontuação estão expostos a seguir.
I – Adequação.
Considerou-se como peça processual inadequada, resultando na atribuição de pontuação 0, a utilização de qualquer
instrumento processual que não corresponda ao Recurso Extraordinário.
II – Pressupostos de admissibilidade.
II.1 – Repercussão Geral e Pré-Questionamento.
O candidato deveria apresentar uma síntese dos eventos processuais e na peça processual era preciso que fosse exposta
a presença dos pressupostos recursais.
Quanto ao prequestionamento, era necessário indicar que acórdão abordou expressamente os dispositivos constitucionais
diretamente relacionados à resolução do processo, bem como a discussão relativa à aplicação das normas foram
reforçadas pelo Recorrente por meio da oposição de embargos de declaração (art. 1.025, do CPC).
No que toca à repercussão geral, o candidato deveria apontar que a discussão do tema, do ponto de vista econômico,
político, social ou jurídico, ultrapassa os interesses subjetivos da parte, bem como que a decisão recorrida contraria
jurisprudência dominante no Supremo Tribunal Federal (art. 1.035, do CPC).
II.2 – Cabimento de Recurso Extraordinário em face de acórdão de Tribunal de Justiça proferido em processo de controle
concentrado de constitucionalidade.
Quanto ao tema, era esperado que fosse defendida a possibilidade de interposição de recurso extraordinário em face de
acórdão de Tribunal de Justiça que realiza o juízo sobre a validade de norma local em face da Constituição Estadual, nas
hipóteses em que as disposições da constituição local correspondem a normas de reprodução obrigatória:
(...) Tratando-se de ação direta de inconstitucionalidade da competência do Tribunal de Justiça local –
lei estadual ou municipal em face da Constituição estadual –, somente é admissível o recurso
extraordinário diante de questão que envolva norma da Constituição Federal de reprodução
obrigatória na Constituição estadual. (...)
STF. 2ª Turma. RE 246903 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/11/2013.
Para além disso, era esperada a indicação do tipo de norma constitucional de reprodução obrigatória tida como violada
(normas de observância obrigatória, princípios constitucionais estabelecidos ou princípios constitucionais extensíveis).
III – Mérito.
III.1 – Ausência de proporcionalidade entre a quantidade de cargos em comissão e cargos efetivos.
Em relação ao assunto, era importante apontar que a Constituição Federal brasileira estabelece como regra geral o dever
de que o exercício de funções típicas de Estado seja realizado por servidores públicos, cujo ingresso nos quadros deve ser
precedido de aprovação e concurso público (art. 37, II, da CF). A regra tem por finalidade permitir que o ingresso em
funções estatais seja franqueado a todos aqueles que mostrem capacidade para o exercício, devendo a seleção ocorrer de
maneira impessoal.
Concurso Público

De outra parte, de maneira excepcional, a mesma Constituição dispensa a realização de concurso para o preenchimento de
cargos em comissão, para o desempenho de funções próprias, designada em norma constitucional.
Dada a excepcionalidade do uso do cargo em comissão, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal estipula que deve
haver uma proporcionalidade entre o número de cargos em comissão e cargos de provimento efetivo (ADI 4.125, STF), o
que não teria sido observado na legislação abordada no enunciado.
III.2 – Natureza das funções reservadas aos cargos em comissão. Existência de relação de confiança entre nomeante e
nomeado.
O candidato deveria relatar, inicialmente, que a criação dos cargos em comissão, na própria dicção constitucional, é
reservada para conferir atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, IV, da CF). Por esse motivo, na linha da
jurisprudência do STF, a despeito das designações dos cargos, as atribuições a ele conferidas não podem ser de caráter
eminentemente técnico, bem como deve ser inerente ao exercício da função a existência de relação de fidúcia entre agente
nomeante e agente nomeado, na linha do definido pelo STF no RE 1.041.210:
Criação de cargos em comissão. Requisitos estabelecidos pela Constituição Federal. Estrita
observância para que se legitime o regime excepcional de livre nomeação e exoneração. Repercussão
geral reconhecida. Reafirmação da jurisprudência da Corte sobre o tema.
1. A criação de cargos em comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público mediante
concurso público de provas ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes os
pressupostos constitucionais para sua instituição.
2. Consoante à jurisprudência da Corte, a criação de cargos em comissão pressupõe: a) que os cargos
se destinem ao exercício de funções de direção, chefia ou assessoramento, não se prestando ao
desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais; b) necessária relação de confiança
entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; c) que o número de cargos comissionados criados
guarde proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores
ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os institui; e d) que as atribuições dos cargos em
comissão estejam descritas de forma clara e objetiva na própria lei que os cria.
3. Há repercussão geral da matéria constitucional aventada, ratificando-se a pacífica jurisprudência do
Tribunal sobre o tema. E consequência disso, nega-se provimento ao recurso extraordinário.
4. Fixada a seguinte tese: a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício
de funções de direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades
burocráticas, técnicas ou operacionais; b) tal criação deve pressupor a necessária relação de
confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; c) o número de cargos comissionados
criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de
servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos
em comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir.
III.3 – Método de criação de cargos no Poder Legislativo local. Necessidade de fixação de remuneração por lei em sentido
formal.
Com relação ao ponto, era esperado que o candidato indicasse que o constituinte teve uma preocupação clara em
preservar a capacidade de financiamento do Estado brasileiro, ficando bastante evidente no conjunto de suas disposições
uma série de regras que limita e condicionam a criação de despesas correntes.
No caso, a regra do art. 51, IV, da CF, que se aplica às Câmaras Municipais em função do princípio da simetria, estabelece
uma limitação formal à criação de despesa. Embora a disposição autorize a criação de cargos no âmbito do legislativo local
por meio de ato interno do respectivo poder, ao mesmo passo sujeita a fixação de remuneração à reserva de lei em sentido
formal.
Concurso Público

CRITÉRIOS E GRADE DE CORREÇÃO

Pontuação
Código Partes da peça processual
máxima
Recurso Extraordinário (art. 102, III, “a”, da CF) com endereçamento ao TJ e razões ao STF.
N1 10
Indicação dos pressupostos processuais.
Cabimento de recurso extraordinário em ação que avalia a constitucionalidade de norma local em
N2 10
face da constituição estadual.
Regra do concurso público. Excepcionalidade da criação de cargo em comissão e necessária
N3 10
observância à proporcionalidade entre o número de cargos em provimento efetivo e em comissão.
Cargos criados não são de direção, chefia ou assessoramento. Necessidade de existência de
N4 relação de confiança entre agente nomeante e agente nomeado. Impossibilidade de criação de 10
cargos em comissão com funções de natureza eminentemente burocráticas.
Ausência de lei específica para remuneração, que deve ser submetida à sanção do Poder
N5 10
Executivo. Possibilidade de criação de cargo no legislativo local por meio de ato interno.
Demérito: falta de clareza, de coerência, de objetividade e de raciocínio jurídico, bem como a
N6 ausência de organização do texto e de domínio da norma-padrão, além de erros de ortografia e –1
gramática.

OBS.: Em razão de a prova ser realizada sem qualquer tipo de consulta, não foi exigida a transcrição dos respectivos
artigos, incisos e alíneas constantes da legislação, mas a reprodução dos conteúdos e seu sentido são obrigatórios.
concurso público

003. Prova discursiva


(Parecer)

procurador
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A ilegibilidade da letra acarretará prejuízo à nota do candidato.
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textos definitivos.
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�  Deverão permanecer em cada uma das salas de prova os 3 últimos candidatos, até que o último deles entregue sua
prova, assinando termo respectivo.
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Confidencial até o momento da aplicação.
concurso público

003. Prova discursiva


(Parecer)

procurador

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PMSA1901/003-PrDiscursiva-Parecer 4 Confidencial até o momento da aplicação.
Parecer 1

Determinada empresa, cuja atividade é de locação de máquinas e equipamentos (bens móveis), possui um débito junto
à municipalidade relativo ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN. Apurou-se a existência de débitos
devidamente constituídos há oito anos, não tendo sido suspensos. Constatou-se ainda a existência de outros débitos da
mesma natureza, os quais não foram devidamente constituídos, tendo, contudo, a empresa sido notificada a fim de pro-
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ceder a seu recolhimento. Pretendendo a municipalidade ingressar com a competente ação de execução fiscal e consi-
derando a possibilidade de eventual penhora de bens, verificou que a empresa devedora passou a transferir bens de sua
propriedade para terceiros.
Diante dessa situação hipotética, o Secretário de Finanças do Município de Santos solicitou Parecer do Procurador Jurídico
para que sejam analisadas a legalidade e possibilidade da cobrança, devidamente fundamentado na legislação de regência
e jurisprudência, em que sejam esclarecidos os seguintes pontos:
1. a competência constitucional tributária do imposto;
2. a possibilidade legal da exigência do imposto sobre serviços de qualquer natureza relativo ao serviços prestados pela
devedora;
3. eventual existência de prescrição quanto aos débitos constituídos;
4. a interposição de medida preventiva que assegure à municipalidade o recebimento do seu crédito em virtude da trans-
ferência dos bens pela devedora.

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parecer 1
Em hipótese alguma será considerado o texto escrito neste espaço.

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parecer 1
Texto definitivo
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PMSA1901/003-PrDiscursiva-Parecer 10 Confidencial até o momento da aplicação.
Parecer 2

A Associação dos Moradores de Vila Ribeirinha formula pedido de concessão de uso especial para fim de moradia
sobre terreno pertencente à Prefeitura Municipal, situado no perímetro urbano da cidade de Santos. Alega que o
i­móvel tem a área total de 8 000 m2 e está ocupado por 128 famílias devidamente cadastradas pela Associação
d­esde janeiro de 2011. Pede que, uma vez deferida a concessão, seja reconhecida a propriedade de cada família
EM HIPÓTESE ALGUMA ESCREVA NAS LATERAIS DESTA PÁGINA

sobre os lotes ocupados, conforme planta anexada aos autos, em nome do casal ou da pessoa ocupante de cada
lote, para fim de registro junto ao Cartório do Registro de Imóveis. O pedido foi instruído com cópia da ata de assem-
bleia de constituição da Associação, datada de 5 de janeiro de 2011, cópia do estatuto e cópia da ata de assembleia
realizada no dia 23 de setembro de 2019, na qual foi aprovada proposta para formulação do pedido de concessão
coletiva de uso especial para fim de moradia. Além disso, o pedido foi instruído com a matrícula do imóvel e com o
levantamento topográfico/fotográfico e croqui da área ocupada, a demonstrar as habitações construídas, a existência
de uma viela de acesso que ocupa aproximadamente 300 m 2 e que o espaço ocupado por cada família corresponde,
em média, a 60 m2 do terreno. Por fim, a Associação anexou a relação das famílias cadastradas, com a identificação
e qualificação de seus integrantes, e declarações firmadas por todos os ocupantes de não serem proprietários nem
concessionários de outros imóveis. Em diligência, a Prefeitura Municipal determinou a realização de estudo social,
por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, que apurou a existência da comunidade de moradores desde o
início da década de 1990 e a efetiva ocupação da área distribuída em lotes discriminados no croqui. Em face dessas
informações, elabore parecer jurídico para orientar a decisão da Administração Pública pelo deferimento ou indefe-
rimento, total ou parcial, do pedido.

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Confidencial até o momento da aplicação. 11 PMSA1901/003-PrDiscursiva-Parecer
parecer 2
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PMSA1901/003-PrDiscursiva-Parecer 12 Confidencial até o momento da aplicação.
parecer 2
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Confidencial até o momento da aplicação. 13 PMSA1901/003-PrDiscursiva-Parecer
parecer 2
Texto definitivo

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PMSA1901/003-PrDiscursiva-Parecer 14 Confidencial até o momento da aplicação.
parecer 2
Texto definitivo
EM HIPÓTESE ALGUMA ESCREVA NAS LATERAIS DESTA PÁGINA

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Confidencial até o momento da aplicação. 15 PMSA1901/003-PrDiscursiva-Parecer
Confidencial até o momento da aplicação.
Concurso Público

003. Prova discursiva

(Parecer)

PROCURADOR

PARECER 1

RESPOSTA ESPERADA E FUNDAMENTAÇÃO

Espera-se que o candidato desenvolva Parecer, cuja fundamentação apresente texto compatível com o conteúdo a seguir.
1. A competência constitucional tributária do imposto.
No caso em questão a Constituição Federal estabelece no artigo 156 Inciso III, que compete aos Municípios instituir
impostos sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
A natureza do serviço do serviço prestado, por outro lado, não pode incluir aqueles previstos no artigo 155, II, da CF,
de competência reservada a Estados e ao Distrito Federal.
2. A possibilidade legal da exigência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza relativo aos serviços
prestados pela devedora.
O ISSQN é disciplinado pela LC 116/03. A lei em evidência traz em seu anexo o rol taxativo das atividades que
são passíveis de serem tributadas por esse imposto.
O STF, ao analisar e julgar inúmeros casos, declarou inconstitucional a cobrança do tributo nas locações de
bens móveis, e editou a súmula vinculante 31, que assim dispõe:
"É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS sobre
operações de locação de bens móveis."
Em que pese a edição da súmula vinculante 31 pela Corte Suprema, nos debates de aprovação da referida
Súmula e em oportunidades posteriores ficou consignado que, nas hipóteses em que há a junção de locação de bens
móveis e prestação de serviços, deverá ser feita a distinção dessas atividades econômicas.
Dessa forma, a Súmula Vinculante 31 ser encarada com ressalvas, porque é inconstitucional a incidência do
ISSQN sobre operações de locação de bens móveis puras, ou seja, nas quais o fornecimento dessa utilidade seja
desvinculado de qualquer serviço adicional:
“A Súmula Vinculante 31 não exonera a prestação de serviços concomitante à locação de bens
móveis do pagamento do ISS. 2. Se houver ao mesmo tempo locação de bem móvel e
prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro. 3. O que a
agravante poderia ter discutido, mas não o fez, é a necessidade de adequação da base de
cálculo do tributo para refletir o vulto econômico da prestação de serviço, sem a inclusão dos
valores relacionados à locação. Agravo regimental ao qual se nega provimento.
a
[ARE 656.709 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, 2 T, j. 14-2-2012, DJE 48 de 8-3-2012.]
Portanto, o tributo incidirá em relações contratuais complexas e, caso a locação de bens móveis estiver claramente
segmentada da prestação de serviços, seja no que diz com o seu objeto, o tributo incidirá sobre a contraprestação financeira que
não corresponda à operação prevista na Súmula Vinculante nº 31.
3. Eventual existência de prescrição quanto aos débitos constituídos.
O artigo 174 do Código Tributário Nacional estabelece o seguinte:
Concurso Público

Art. 174. A ação para cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data de sua
constituição definitiva.
Dessa forma, a Administração dispõe de cinco anos para promover a cobrança do débito judicialmente, por
meio da respectiva execução fiscal. O termo inicial se dá com a constituição definitiva do crédito, ou seja, o momento em
que a Fazenda Pública passa a não mais poder discutir os seus termos em processo administrativo.
Para fins de avaliação, considerou-se como correta resposta que indicou que os créditos foram
completamente extintos, por terem sido constituídos em oito anos, ou que reputou que deveriam ser preservados os
créditos apenas os créditos relativos aos últimos cinco anos.
4. A propositura de medida preventiva que assegure à municipalidade o recebimento do seu credito em virtude da
transferência dos bens pela devedora.
o
Com relação ao ponto, espera-se que o candidato indique que a ação cautelar fiscal está prevista na Lei n 8.397,
de 6 de janeiro de 1992, cujo uso é reservado à Fazenda Pública, podendo ser utilizado para os créditos relacionados com
a dívida ativa tributária e a não tributária.
O procedimento da cautelar fiscal, regra, deve ser instaurado após a constituição do crédito, estando autorizado o
seu uso inclusive no curso da execução judicial da dívida ativa.
Existem duas situações, contudo, em que o requerimento da medida cautelar fiscal independe da prévia
constituição do crédito tributário, sendo uma delas, quando o devedor ter sido notificado pela Fazenda Pública para que
proceda ao recolhimento do crédito fiscal e ponha ou tente pôr seus bens em nome de terceiros.
o o o
Dispõem dos artigos 1 parágrafo único e 2 Inciso V, letras “a” e “b”. da Lei n 8.397, de 6 de janeiro de 1992:
o
Art. 1 O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a constituição do crédito, inclusive
no curso da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e respectivas autarquias.
Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na hipótese dos incisos V, alínea "b", e VII,
o
do art. 2 , independe da prévia constituição do crédito tributário.
o
Art. 2 A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário ou
não tributário, quando o devedor:
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o
limite da satisfação da obrigação.
Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá somente sobre os bens do ativo permanente, podendo,
ainda, ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que em razão do contrato social ou estatuto tenham
poderes para fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais.
Decretada a medida cautelar fiscal, será comunicada imediatamente ao registro público de imóveis, ao Banco
Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários e às demais repartições que processem registros de transferência de
bens, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a constrição judicial.
o o o o
Assim dispõe o artigo 4 Parágrafos 1 e 3 da Lei n 8.397, de 6 de janeiro de 1992:
o
Art. 4 A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens
do requerido, até o limite da satisfação da obrigação.
o
§ 1 Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá somente sobre os bens do ativo
permanente, podendo, ainda, ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que em razão
Concurso Público

do contrato social ou estatuto tenham poderes para fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais,
ao tempo:
a) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício;
b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos.
o
§ 3 Decretada a medida cautelar fiscal, será comunicada imediatamente ao registro público de
imóveis, ao Banco Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários e às demais
repartições que processem registros de transferência de bens, a fim de que, no âmbito de suas
atribuições, façam cumprir a constrição judicial.
Do ponto de vista do CTN, observa-se que o art. 185 prescreve o seguinte:
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa.
Desta forma, observa-se que a ocorrência de transferência do patrimônio da empresa com créditos tributários inscritos em
dívida ativa é presumida fraudulenta, de modo que a Fazenda Pública poderá se valer da medida cautelar fiscal para sustar
a eficácia da transferência, com fundamento o instituto da fraude à execução.

CRITÉRIOS E GRADE DE CORREÇÃO

Pontuaçã
Código Partes do Parecer Requisitos Fundamentação
o máxima
o
Aspectos formais de identificação (parecer n );
Estrutura do parecer,
N1 órgão solicitante/endereçamento; relatório; 1
aspectos formais.
fundamentação.
A competência
Esclarecer que o ISSQN é de competência Artigo 156 Inciso III
constitucional tributária do
N2 municipal, não fazendo parte do rol dos serviços da Constituição 2
imposto.
atribuídos aos Estados e Distrito Federal. Federal.

A possibilidade legal da a) Fazer menção à Sumula do STF onde é


exigência do imposto inconstitucional a cobrança do ISS sobre a locação 10
sobre serviços de de bens móveis. b) Esclarecer que se houver ao Súmula Vinculante Sendo:
N3
qualquer natureza relativo mesmo tempo locação de bem móvel e prestação 35 do STF. a) 9
aos serviços prestados de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem b) 1
pela devedora. atingir o primeiro.
Eventual existência de Mencionar que o prazo de prescrição alcança os Código Tributário
N4 prescrição quanto aos créditos constituídos a mais de cinco anos, a contar Nacional, Artigo 2
débitos constituídos. de sua constituição definitiva. 174.
Esclarecer que o procedimento cabível é a Medida
A interposição de medida
Cautelar Fiscal, que produzirá, de imediato, a
preventiva que assegure à o
indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite Lei n 8.397, de 6
municipalidade o
da satisfação da obrigação, bem como a de janeiro de 1992. 9
N5 recebimento do seu
comunicação aos órgãos públicos, inclusive dos Código Tributário
credito em virtude da
débitos cujo crédito tributário não esteja ainda art. 175.
transferência dos bens
constituído. Mencionar que a alienação é presumida
pela devedora.
fraudulenta, podendo a mesma ficar sem eficácia.
Concurso Público

Fechamento da peça, com indicação de que o


N6 Conclusão parecer está sendo submetido à apreciação, data e 1
assinatura.
Desconto por desvios graves no uso na norma
N7 Demérito – 0,5
padrão da língua portuguesa.
Observação: Utilização de dados ou hipóteses conflitantes implicou em pontuação zero à correspondente parte.

PARECER 2

RESPOSTA ESPERADA E FUNDAMENTAÇÃO

PROCESSO PMS Nº ____/______


PARECER CJ/SANTOS Nº ___/______
INERESSADA: ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE VILA RIBEIRINHA
EMENTA: CONCESSÃO COLETIVA DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA. Presença dos pressupostos legais.
Reconhecimento do direito de propriedade sobre os lotes. Impossibilidade. Proposta de acolhimento parcial do pedido.
Senhor Procurador-Chefe.
Relatório.
Cuidam os autos de pedido administrativo formulado pela Associação dos Moradores de Vila Ribeirinha, visando a
concessão coletiva de uso especial para fins de moradia sobre imóvel situado no perímetro urbano da cidade de Santos.
De acordo com a requerente, o imóvel pertence à Prefeitura Municipal, mas encontra-se ocupado por 128 famílias
identificadas e cadastradas pela Associação, conforme cadastramento realizado em janeiro de 2011. O requerimento
encontra-se instruído com os seguintes documentos: a) Ata de assembleia de constituição da Associação; b) Estatuto da
Associação; c) Ata de assembleia para aprovação da proposta de formulação do pedido de concessão coletiva; d)
Matrícula do imóvel; e) Levantamento topográfico/fotográfico e croqui; f) Relação das famílias cadastradas e identificadas;
g) Declarações de não propriedade de outros imóveis.
É o sucinto relatório. Passo a opinar.
A concessão de direito real de uso sobre áreas públicas está prevista no ordenamento jurídico brasileiro, de maneira mais
abrangente, desde a década de 1960 (Decreto-lei 271/1967) como parte da política de regulação fundiária para fins de
urbanização, industrialização, cultivo da terra etc. A esse tempo, também era possível a constituição de direito real sobre
bens particulares, com base no Código Civil de 1916 (CC/1916, art. 674, IV e art. 742-745).
A Constituição de 1988 instituiu uma modalidade de usucapião especial urbano em favor do possuidor de área urbana de até
2
250 m , destinada por cinco anos à sua moradia ou de sua família. Na esteira desta disposição constitucional, a Medida
Provisória 2.220/2001 instituiu uma modalidade especial de direito real de uso, a incidir sobre bens públicos, com a finalidade
específica de regularizar áreas urbanas ocupadas pela população. Posteriormente, por meio da lei 11.481/2007, essa
modalidade de direito de uso foi inserida no rol dos direitos reais previstos no art. 1.225 do Código Civil de 2002.
Portanto, se a posse incidir sobre imóvel particular, o possuidor adquire o domínio por meio da usucapião especial; se a
posse incidir sobre imóvel público, o possuidor adquire o direito real de uso por meio de concessão especial. Fora isso, a
lei permite a instituição de direito real de uso entre particulares, mediante disposição intervivos ou testamentária.
A MP 2220/2001 não chegou a ser apreciada pelo Congresso, mas encontra-se em vigor porque foi editada antes da
Emenda Constitucional 32/2001. Entrementes, esse texto legal sofreu alterações introduzidas pela Lei 13.465/2017 –
Estatuto das Cidades, especialmente quanto ao termo final da posse dos ocupantes.
Concurso Público

O art. 1º da MP 2220/2001 estabelece os requisitos para concessão especial do direito real de uso para fins de moradia, a
2
saber: a) ocupação de imóvel público em área urbana; b) prazo de 5 anos até 22/12/2016; c) área de até 250 m ; d)
finalidade de moradia; e) não ser proprietário ou concessionário de outro imóvel. Além disso, o art. 2º da MP 2.220/2001
prevê a possibilidade da concessão de forma coletiva, nos casos de imóveis ocupados por várias famílias, desde que
2
divisão da área total pelo número de ocupantes seja inferior a 250 m .
No caso em análise, extrai-se da matrícula do Cartório do Registro de Imóveis, que o imóvel pertence à Municipalidade e
está situado no perímetro urbano da Cidade de Santos (f. 00). Portanto, compete à Administração Municipal decidir sobre
o pedido de concessão. De outro lado, a Associação requerente encontra-se regularmente constituída e está autorizada
pelos associados a realizar o pedido de concessão em favor dos moradores do lugar denominado Vila Ribeirinha,
conforme se extrai da leitura de seu estatuto e das atas de assembleias (f. 00).
Quanto aos requisitos objetivos, verifica-se, pelo croqui e pelo levantamento fototopográfico juntados pela requerente, que
2
a área de 8.000 m encontra-se ocupada por 128 famílias, de sorte que, feita a divisão da área total pela quantidade de
2
famílias, a área ocupada individualmente por cada família é de aproximadamente 60 m . Se computada a área destinada
2
à viela de acesso, a área individual média é de aproximadamente 64 m (f. 00). Em complemento, o estudo social
realizado pela Prefeitura revela a existência da comunidade nas condições descritas pela requerente, desde o início da
década de 1990, embora o cadastramento pela Associação tenha ocorrido somente em 2011. Quanto à inexistência de
propriedade ou concessão de outro imóvel, dada a impossibilidade de realização de prova negativa e a presunção de
boa-fé, deve-se prestigiar as declarações prestadas pelos moradores, que prevalecem até prova em sentido contrário.
Como visto, a situação fática exposta pela Requerente se enquadra na hipótese legal que autoriza a concessão de uso
especial para fins de moradia, de forma coletiva, prevista nos arts. 1º e 2º da Medida Provisória 2.220/2001. Com efeito,
as 128 famílias identificadas e cadastradas ocupam a área desde o início da década de 1990, portanto há mais de 5 anos
até 22/12/2016, destinam o imóvel para moradia e a área ocupada por cada família não ultrapassa o limite legal de
2
250 m . Ademais, não consta que algum dos moradores seja proprietário ou concessionário de outro imóvel.
No entanto, o pedido da Requerente não pode ser acolhido na parte que postula reconhecimento da propriedade dos
moradores sobre os lotes ocupados. Primeiro, porque a concessão especial para fins de moradia é catalogada como
direito real de gozo e fruição, isto é, como direito destacado do direito de propriedade, que incide sobre bem de domínio
alheio. No caso, a legislação estipula que cada possuidor terá direito de uso, na condição de concessionário e não de
proprietário do imóvel objeto de concessão. De outro lado, em se tratando de concessão coletiva, a cada possuidor é
atribuída uma fração ideal do terreno como um todo e não a propriedade do lote especificamente ocupado por cada um.
Desse modo, embora seja possível a concessão de uso especial para fins de moradia em favor dos moradores de Vila
Ribeirinha, não é possível atribuir a propriedade dos lotes individualmente ocupados por cada família.
Conclusão
Portanto, opino pelo deferimento do pedido de concessão de uso especial para fins de moradia, em favor das famílias
cadastradas pela Associação dos Moradores de Vila Ribeirinha, atribuindo a cada família igual direito de uso sobre uma
fração ideal correspondente a 1/128 (um, cento e vinte e oito avos) do imóvel em questão; e pelo indeferimento do pedido de
reconhecimento do direito de propriedade, dada a falta de amparo legal. Uma vez concedido o direito de uso especial para
fins de moradia, deve ser expedido o respectivo termo para fins de registro da concessão no Cartório do Registro de Imóveis.
É o parecer. À consideração superior
Santos, __ de __________ de ______.
_______________________________
Procurador Jurídico
Concurso Público

CRITÉRIOS E GRADE DE CORREÇÃO

Pontuação
Código Partes do Parecer Requisitos Fundamentação
máxima
a) Número do processo e número de
Estrutura. ordem do parecer.
N1 Formato próprio b) Parte interessada. 3
de Parecer. c) Autoridade destinatária.
d) Ementa.
Existência de relatório, fundamentação e
N2 Articulação 2
conclusão.
Verifica-se se o candidato
compreendeu o teor da consulta
a) Identificação do assunto, conceito e
N3 formulada (concessão de uso 2
características.
especial para fins de moradia e título
de propriedade).
CF, art. 183; MP 2.220/2001, arts. 1º
N4 b) Fundamentação legal. 3
e 2º, CC, art. 1.225, IV.
MP 2.220/2001, arts. 1º e 2º. O
Conteúdo
candidato deverá identificar quais são
os requisitos legais para o
N5 c) Requisitos. 5
deferimento da pretensão (concessão
de uso especial para fins de moradia
e título de propriedade).
Enquadramento dos fatos às
d) Análise fática e subsunção dos fatos
N6 hipóteses previstas nas normas 5
às normas jurídicas.
jurídicas.
Observa-se coerência da linha
Da fundamentação deve decorrer
N7 Coerência argumentativa desenvolvida pelo 2
logicamente a conclusão.
candidato
O candidato deve responder às duas
Deve responder as questões formuladas questões formuladas na consulta.
N8 Correspondência 3
na consulta Além disso, as respostas devem ser
corretas quanto ao mérito.
Desconto por desvios graves no uso na
N9 Demérito – 0,5
norma padrão da língua portuguesa.
Observação: Utilização de dados ou hipóteses conflitantes implicou em pontuação zero à correspondente parte.

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