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Direito Processual Trabalhista

Professora: Cibele Carneiro da Cunha Macedo Santos


Aluno: Matheus Felipe Silva de Freitas
Atividade 1B

QUESTÃO 1

AGRAVO DE PETIÇÃO. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE.


IRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS. De acordo com o artigo
893, §1º da CLT, admite-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente
em recursos da decisão definitiva. Nesse sentido, o cabimento de agravo de petição restringe-
se às decisões proferidas na fase de execução, que possuam natureza terminativa. (TRT -1 –
AP: 000071346220105010074 RJ, Relator: Monica Batista Vieira Puglia, Data de Julgamento:
06/06/2018, Terceira Turma, Data de Publicação: 12/06/2018)

A partir da leitura da ementa colacionada acima, cite e explique o princípio que se baseou
a relatora ao não admitir o agravo de petição interposto.

A relatora se baseou no princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias, o


qual foi por muito tempo um princípio exclusivo do direito processual trabalhista, previsto no
art. 893, §1º, da consolidação das leis do trabalho. Cabe destacar que esse princípio foi adotado
no código de processo civil de 2015, porém, em relação aos despachos proferidos pelo juízo,
nos termos de seu artigo 1001.

Na seara processual trabalhista, esse princípio estabelece que o conteúdo das decisões
interlocutórias só será impugnado em sede de recurso interposto em face da decisão definitiva
(terminativa). Ou seja, as decisões interlocutórias não serão impugnáveis tão logo sejam
proferidas, mas somente ao fim de determinada fase processual – em sede de recurso ordinário,
por exemplo. Por esta razão, parte da doutrina prefere denominá-lo como princípio da
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.

Esse princípio atende à celeridade, uma vez que impede interrompimentos na marcha
processual, concentrando a discussão em ulterior recurso, e à oralidade, porque a maior parte
dos atos processuais são orais e seriam prejudicados com eventuais interrupções fundadas em
interposição de recurso.

No entanto, existe o costume jurídico de registrar protesto nos autos pela parte
insatisfeita e que deseja interpor recurso acerca de determinado ponto decidido pelo juízo, o
qual deverá ser feito no primeiro momento de fala pela parte, por exemplo, em alegações finais.
Se a parte deixar de registrar protesto nos autos, poderá se consumar a preclusão e, por
consequência, a perda do direito de impugnar esse ponto.

Em situações extremas, de flagrante ilegalidade, é possível impetrar mandado de


segurança para assegurar direito líquido e certo que estaria sendo violado pela decisão
interlocutória proferida.

Ademais, há também exceções a esse princípio, conforme a súmula 214 do Tribunal


Superior do Trabalho, que diz que caberá recurso imediato nas hipóteses de decisão “a) de
Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho”, “b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo
Tribunal” e “c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto
no art. 799, § 2º, da CLT”.

Portanto, tendo em vista que foi interposto agravo de petição em face de decisão
interlocutória em momento impróprio – ou seja, em face de decisão não terminativa –, bem
como, não haver situação de exceção ao princípio da irrecorribilidade imediata das decisões
interlocutórias, a relatora não admitiu o recurso interposto com base neste princípio, nos termos
do art. 893, §1º, da CLT.

Por fim, destacou a relatora que o agravo de petição é o recurso adequado para
impugnar decisão terminativa proferida em sede de execução, nos termos do art. 897, alínea
“a”, da CLT. E, neste ponto, cabe registrar que as decisões interlocutórias no processo do
trabalho não são suscetíveis a agravo de instrumento, o qual pode ser interposto tão somente
em face de decisão que não recebe o recurso, nos termos do art. 897, alínea “b”, da CLT.

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