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ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

Roberto C. Melgarejo de Vargas Márcia A. Zambiazi


OAB/MT 7429 OAB/MT 11.106-B

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA 2ª


VARA DO TRABALHO DE SINOP – MT,

Ref. Proc. nº. 0001125-95.2018.5.23.0037

VANIA APARECIDA RODRIGUES,


qualificado nos autos em epígrafe, que move em face de FUNDACAO DE
SAUDE COMUNITARIA DE SINOP, também qualificada, vem pela
presente, por seus procuradores judiciais infrafirmados, apresentar

AGRAVO DE PETIÇÃO

Requerendo seu recebimento, e que seja intimada


a Agravada do teor do mesmo para querendo apresentar contrarrazões, e
que sejam remetidas ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho 23ª Região,
em conjunto com o Agravo de Petição ora apresentado.

Nestes Termos,
P. E. Deferimento.

Sinop/MT, 10 de julho de 2019.

ROBERTO CARLOS M. DE VARGAS


OAB/MT 7429.

Rua das Aroeiras, nº1.735, Sala 05, Centro – CEP: 78.550 - 114 – Sinop/MT.
Fone: (0 _ 66) 3531 9085 – e-mail: melgarejodevargas@yahoo.com.br
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RAZÕES DO AGRAVO DE PETIÇÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL

ILUSTRES JULGADORES

“Nesse sentido, se houver a possibilidade de que


a decisão exarada, mesmo sem implicar a
extinção formal do processo, redunde na própria
inutilidade deste, acarrete maior atraso ao
desfecho pretendido ou cause gravame de difícil
reparação, a interposição imediata do agravo de
petição deve ser admitida. Portanto, a previsão
geral de cabimento do agravo de petição contra as
decisões proferidas em execução (CLT, artigo 897,
“a”) deve ser interpretada de forma compatível com
a finalidade última da jurisdição, qual seja a de
compor os conflitos com equidade, celeridade e
economia processuais (CF, artigo 5º, XXXI, LIV e
LXXVIII).
(TST, Subseção II Especializada em Dissídios
Individuais, RO 830-49.2013.5.05.0000, Rel. Min.
Douglas Alencar Rodrigues, julgado em 30/10/2018,
publicado em 09/11/2018)

A recorrente, não se conformando com a DECISÃO


(ID. f2b5978) a qual após a homologação do cálculo determinou a
suspensão do processo de execução provisória pelo prazo de 180 dias
ou até o transito em julgado do processo principal.

Vem, dessa forma, recorrer de agravo de petição a este


tribunal, visando a reforma da r. decisão.

1. Da tempestividade.

O presente Recurso de Agravo de Petição é tempestivo,


eis que a decisão, foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico em
01/07/2019, conforme certificado na aba expedientes do presente processo.

2. Do cabimento do Agravo de Petição.

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Conforme descreve o artigo 897 da CLT, o presente


Recurso de Agravo de petição é cabível na fase de execução contra
sentença judicial:
“Art. 897. Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a)
de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções.’
No caso dos autos o presente recurso de agravo é
interposto contra decisão que determinou a suspensão do processo de
execução provisória pelo prazo de 180 dias ou até o transito em
julgado do processo principal, o que equivale na realidade a declaração
da própria INUTILIDADE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
PROVISÓRIA!!

A decisão guerreada:

“1. Homologo os cálculos de Id. 63ecfc6 e


561f400.
2. Considerando o entendimento deste Juízo de
que a ré é dispensada da garantia da execução (sentença de Id.
2f16d0e - autos nº 0000660-86.2018), visando à economia
processual, determino seja sobrestado o andamento deste feito pelo
prazo de 180 dias ou até o trânsito em julgado do processo
0000660-86.2018.5.23.0037, o que ocorrer primeiro.
3. Intimem-se as partes, por seus procuradores,
para ciência.”

Conforme dispõe o art. 893 da CLT:

Art. 893 – Das decisões são admissíveis os


seguintes recursos:

§ 1º – Os incidentes do processo são resolvidos


pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do

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merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da


decisão definitiva.

Ou seja, a princípio não se opõe agravo contra decisão


interlocutória.

Contudo, o Tribunal Superior do Trabalho através


de sua Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, mantem o
entendimento de que deve ser admitido o recurso imediato em situações
específicas, nas quais a decisão proferida, por sua eficácia preclusiva,
acabe por inviabilizar, mesmo posteriormente, o reexame de sua
juridicidade (CF, artigo 5º, XXXV e LIV):

“Em sede de cumprimento da sentença, no entanto, o


artigo 897, “b”, da CLT indica, genericamente, o cabimento do agravo de
petição contra as decisões proferidas em execução, o que impõe a adoção
de um critério interpretativo que atenda ao postulado geral da
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias (CLT, artigo 893, §
1º), mas sem prejuízo de que se admita o recurso imediato em situações
específicas, nas quais a decisão proferida, por sua eficácia preclusiva,
acabe por inviabilizar, mesmo posteriormente, o reexame de sua
juridicidade (CF, artigo 5º, XXXV e LIV).

E continua:

Nesse sentido, se houver a possibilidade de que a


decisão exarada, mesmo sem implicar a extinção formal do processo,
redunde na própria inutilidade deste, acarrete maior atraso ao desfecho
pretendido ou cause gravame de difícil reparação, a interposição
imediata do agravo de petição deve ser admitida. Portanto, a previsão
geral de cabimento do agravo de petição contra as decisões proferidas em
execução (CLT, artigo 897, “a”) deve ser interpretada de forma
compatível com a finalidade última da jurisdição, qual seja a de compor os
conflitos com equidade, celeridade e economia processuais (CF, artigo 5º,
XXXI, LIV e LXXVIII).

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(TST, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, RO 830-


49.2013.5.05.0000, Rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em
30/10/2018, publicado em 09/11/2018)

No caso dos autos, a decisão ora recorrida, determinou


a suspensão do processo de execução provisória pelo prazo de 180 dias ou
até o transito em julgado do processo principal.

A referida decisão, na prática, redunda na própria


INUTILIDADE da presente execução provisória, pois vai permanecer
suspensa enquanto não sobrevier o transito em julgado dos autos principais.

Portanto, a previsão geral de cabimento do agravo de


petição contra as decisões proferidas em execução (CLT, artigo 897, “a”)
deve ser interpretada de forma compatível com a finalidade última da
jurisdição, qual seja a de compor os conflitos com equidade, celeridade e
economia processuais (CF, artigo 5º, XXXI, LIV e LXXVIII).

Dessa forma, entende o exequente, ora recorrente, que


é perfeitamente cabível o presente Agravo de Petição.

3. Dos fatos e fundamentos do Recurso.

3.1. EXECUÇÃO PROVISÓRIA – ENTIDADE


FILANTRÓPICA – INTERPRETAÇÃO EQUIVOCADA DO § 6 do art.
884 da CLT.

Conforme consta da própria decisão recorrida (ID.


1fb4edc):

“1. Homologo os cálculos de Id. 63ecfc6 e


561f400.
2. Considerando o entendimento deste Juízo de
que a ré é dispensada da garantia da execução (sentença de Id.
2f16d0e - autos nº 0000660-86.2018), visando à economia
processual, determino seja sobrestado o andamento deste feito pelo

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prazo de 180 dias ou até o trânsito em julgado do processo


0000660-86.2018.5.23.0037, o que ocorrer primeiro.
3. Intimem-se as partes, por seus procuradores,
para ciência.”(grifamos)

Assim, o juízo de 1º grau entendeu que pelo fato da


empresa executada se tratar de entidade filantrópica encontra-se
dispensada de garantir a execução o que inviabilizaria o
prosseguimento da execução provisória.

Veja que o juízo de 1º grau, se reporta a sentença


proferida em processo de terceiro, autos do processo nº 0000660-
86.2018.5.23.0037 (doc. anexo), na qual o juízo de 1º grau entendeu que o
§6 do art. 884 da CLT, introduzido pela Lei 13.467/2017, teria tornado
incabível a execução provisória contra entidades filantrópicas e
determinado a extinção da ação:

“A parte executada foi intimada para garantir a


execução provisória em 10/04/2019. Opôs os embargos dentro do
quinquídio legal sendo, portanto, tempestivos.

A parte executada alega que por se tratar de


entidade filantrópica se encontra dispensada da garantia do juízo.

Com a alteração legislativa pela Lei nº 13.467,


de 2017 e considerando que a executada se trata de uma entidade
filantrópica, resta dispensada tanto da garantia do juízo tanto da
penhora, nos termos do art. 899, §6º da CLT, a seguir transcrito:

"§ 6o A exigência da garantia ou penhora não


se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou
compuseram a diretoria dessas instituições. (grifo nosso)"

Observa-se que o legislador optou claramente


em excluir as entidades filantrópicas não apenas da penhora de
bens, como também da obrigação de garantir o juízo da execução.

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Aplicando uma interpretação analógica,


considerando que as entidades filantrópicas são isentas do depósito
recursal e estão dispensadas da exigência da garantia para opor
embargos à execução, entendo prejudicado o prosseguimento da
execução provisória.

Isso porque o objeto da execução provisória se


restringe a intimar a executada para garantir o juízo, limitada até a
penhora, nos termos do art. 899, caput da CLT.

Ante o exposto, diante da natureza da


executada, entidade filantrópica, acolhida a dispensa da garantia do
juízo, nos termos da lei, resta, portanto, prejudicado o
prosseguimento da execução provisória.

Prejudicada a análise de impenhorabilidade das


verbas.

III - DISPOSITIVO

Ante as razões expostas, conheço e julgo


procedentes os embargos à execução opostos, nos termos da
fundamentação.

Custas pela executada no valor de R$ 44,26,


consoante disposição contida no artigo 789-A/CLT, a ser incluída
no processo principal.

Intimem-se as partes por intermédio de seus


procuradores.

Decorrido o prazo recursal sem manifestação,


façam-se conclusos os autos para extinção da execução provisória.
(grifamos e sublinhamos)

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Contudo, entendemos que a decisão padece de respaldo


jurídico, na medida que partiu da premissa equivocada que o legislador
teria inviabilizado/prejudicado a execução provisória contra entidades
filantrópicas.

Com efeito, o caput do art. 884 da CLT dispõe:

“Art. 884 - Garantida a execução ou


penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias para
apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exeqüente para
impugnação.” (grifamos)

Em seu parágrafo 6º o referido dispositivo legal dispõe:

“§ 6º A exigência da garantia ou penhora não


se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou
compuseram a diretoria dessas instituições.” (grifamos)

Portanto, resta claro no dispositivo legal que o


legislador “reformista” criou um privilégio as entidades filantrópicas de
isenção de garantia previa do juízo para oposição dos embargos a
execução trabalhista.

Dessa forma, as entidades filantrópicas após a inserção


do §6º do art. 884 da CLT são poupadas da exigência de garantia previa
do juízo da execução para se defenderem mediante embargos.

Nesse sentido leciona MAURO SCHIAVI (Execução


no processo do trabalho: de acordo com o novo CPC e a reforma
trabalhista, 10ª Ed. – São Paulo: LTr, 2018, fls. 418):

“Nos termos do art. 884, §6º da CLT, com a


redação dada pela Lei n. 13.467/17, a exigência da garantia ou
penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou àqueles que
compõe ou compuseram a diretoria dessas instituições

O presente dispositivo visou a proteger


entidades filantrópica e/ou aqueles que compõe ou compuseram a
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diretoria dessas instituições, assegurando-se o contraditório na


execução, sem garantia do juízo.”

Portanto, ao contrário do entendimento do juízo de 1º


grau, o que foi assegurado pelo legislador as entidades filantrópicas foi
“apenas” o direito de opor embargos a execução sem garantia do juízo.

Assim, o §6º do art. 884 da CLT visa proteger as


entidades filantrópicas e seus diretores, garantindo-lhes o
contraditório nas execuções trabalhistas sem a necessidade de garantia
do Juízo.

Enfim, o fato das entidades filantrópicas estarem


isentas de garantir a execução para opor embargos, não autoriza a
SUSPENSÃO/SOBRESTAMENTO da execução provisória e muito
menos sua extinção, a qual, na verdade deve ter seu regular
prosseguimento após o julgamento de eventual embargos à execução.

4. Do pedido de reforma da decisão.

Por todo o exposto, requer seja dado provimento ao


presente recurso de Agravo de Petição e consequentemente seja anulada
ou reformada a decisão ora recorrida determinando o regular
prosseguimento da execução provisória, apenas facultado a empresa
executada por ser entidade filantrópica a dispensa da garantia do juízo para
opor embargos à execução.

P. Deferimento.

Sinop, 10 de julho de 2019.

ROBERTO CARLOS MELGAREJO DE VARGAS


OAB/MT Nº7429

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Anexos: Sentença paradigma reportada na decisão recorrida: autos


0000660-86.2018.5.23.0037

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