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Internet, WWW e Cibercultura
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Internet, WWW e Cibercultura
• Cultura Digital;
• Uma Revolução Chamada Internet;
• WWW: Onde Todo o Mundo se Encontra;
• Ciberespaço e Cibercultura.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer os conceitos de cultura e de cultura digital;
• Compreender o contexto no qual surgiu a internet, seu desenvolvimento, seus usos e como
ela influencia a nossa vida;
• Reconhecer a importância da World Wide Web (ou simplesmente web) no mundo contemporâneo;
• Conhecer o ciberespaço e a cibercultura por meio do pensamento do filósofo Pierre Lévy.
UNIDADE Internet, WWW e Cibercultura
Cultura Digital
A cultura, pelo seu caráter transversal e multidisciplinar, circula por áreas como
sociologia, antropologia, história, comunicação, administração, economia, entre tan-
tas outras, sendo complexa a sua definição. Até o século XVI, conforme Canedo
(2009), o termo era geralmente utilizado para se referir a uma ação e a processos,
no sentido de ter cuidado com algo, seja com os animais, seja com o crescimento
da colheita, e para designar o estado de algo cultivado, como a terra. Entretanto, a
partir do final do século XX, a palavra cultura passa a designar também o esforço
despendido para o desenvolvimento das faculdades humanas. “Em consequência, as
obras artísticas e as práticas que sustentam este desenvolvimento passam a represen-
tar a própria cultura” (CANEDO, 2009, p. 2).
Assim, o homem foi narrando e registrando suas ações com o passar do tempo,
desenhando nas cavernas, escrevendo, pintando, esculpindo... digitando. A escrita,
por exemplo, possibilitou que o conhecimento ultrapassasse a barreira do tempo,
tendo a possibilidade de que a mensagem pudesse ser recebida a qualquer momento
por alguém que soubesse decifrar seu código. Permitiu também a organização linear
do pensamento, base da inteligência e da cultura dos séculos seguintes. O impacto
da escrita na vida do homem é tão significativo que os historiadores determinam o
fim da Pré-história e o início da História, ou seja, da civilização e do desenvolvimento
a partir da invenção da escrita.
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A primeira geração de computadores apareceu na década de 1940, com o surgimento das
primeiras válvulas eletrônicas. O exército americano necessitava de um equipamento para
efetuar cálculos de balística, foi quando se iniciaram os estudos nesse sentido. A Segunda
Guerra Mundial incentivou o desenvolvimento de computadores. Em 1943, sob a liderança
de Alan Turing (1912-1954), foi projetado o Colossus, computador inglês que tinha a fun-
ção de decifrar os códigos de mensagens trocadas pelos alemães. O Colossus foi o primeiro
computador digital eletrônico programável. Em 1946, foi criado o norte-americano Eniac
(Electronic Numerical Integrator and Computer), primeiro computador eletrônico de propósi-
to geral, capaz de ser reprogramado para resolver um conjunto completo de problemas. Ele
pesava 30 toneladas e media 5,5 metros de altura e 25 metros de comprimento. Ocupava
uma área de 180 m² na Moore School, na Filadélfia.
Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2019) mostra que em
2019 havia 420 milhões de dispositivos digitais – 56% smartphones, 21% desktops,
14% notebooks e 9% tablets – em uso no Brasil, contra uma população que che-
gou a 210 milhões de habitantes no período. Segundo a pesquisa, há uma ruptura
digital acelerada com o smartphone dominando vários usos, como a interação com
bancos, compras e com as mídias sociais. “Uma ruptura visível na migração para o
uso de dispositivos digitais, em especial, para os smartphones e em particular, pela
crescente dedicação dos jovens aos smartphones” (2019, p. 23).
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igital maximiza campos dos saberes, tanto dentro quanto fora do espaço escolar,
d
justamente por encontrar-se em um lugar que não pode fechar-se para o seu entorno,
que o está desafiando a novos jeitos de aprender. É possível pensar a cultura digital
como um tipo de área do conhecimento que administra, intercruza as informações e
os conhecimentos produzidos pela humanidade.
Em se tratando da cultura digital, é preciso ainda oferecer condições de
acesso ininterrupto à internet nos espaços escolares e comunitários de
forma pública e gratuita, para pais, professores, alunos, enfim, para toda
a comunidade. Ao mesmo tempo que se garante a gratuidade, torna-se
necessário oferecer condições de permanência destes, abrindo os labo-
ratórios em maior tempo e mantendo computadores em boas condições
de uso. Desta forma é possível criar condições para que os educadores
integrem definitivamente a cultura digital ao cotidiano escolar dentro e
fora do espaço da sala de aula. (BRASIL, s/d, p. 15)
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A primeira descrição em relação à interação social por meio de uma rede de compu-
tadores foi uma série de memorandos escritos pelo cientista norte-americano Joseph
Carl Robnett Licklider, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em agosto de
1962. Ele previu uma rede global onde todos pudessem ter acesso rápido a dados e
programas de qualquer local. Em teoria, o conceito assemelhava-se muito à internet
de hoje. Licklider era o chefe de um projeto de pesquisa por computador do Departa-
mento de Defesa dos Estados Unidos chamado DARPA (Defense Advanced Research
Projects Agency), também conhecido como ARPA (Advanced Research Projects
Agency), onde trabalhou e conseguiu passar a ideia desse tipo de concepção de rede.
No início dos anos 1980, juntaram-se à Arpanet a MILnet (rede militar), a MSFnet
(rede científica) e outras redes. Nasce então a internet; a rede das redes. Conforme as
outras redes se formavam, juntando à internet, o papel da Arpa foi diminuindo, até que
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no início dos anos 1990 grande parte das universidades e institutos já e stava interligada.
Desde então, o crescimento da rede foi exponencialmente elevado, resultadodo apa-
recimento de fornecedores comerciais de acesso à internet, permitindo que qualquer
pessoa acesse o sistema.
Linguagem própria
A internet, como qualquer nova mídia, tem uma linguagem própria e característi-
ca. “Quando um novo meio de comunicação emerge e se populariza, é comum que
seja desenvolvida uma linguagem singular a partir das possibilidades técnicas dessa
mídia e das formas de interação do público” (PIESCO, 2015, p. 100). Da mesma for-
ma ocorreu com a imprensa, com o rádio e com a televisão. A internet passou por
uma evolução similar, que moldou uma linguagem com particularidades.
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outros espaços do website, influencia outra particularidade da internet: a indepen-
dência do usuário em conduzir seu próprio processo de absorção do conteúdo.
Na internet, não há um “caminho pré-definido”. Não se vira a página ou
aguarda o programa seguinte; trata-se de um universo de conteúdo aber-
to, com diferentes sequências de consumo de conteúdo possível. Assim,
quando há um hyperlink, cabe unicamente ao usuário a decisão de clicar
e tomar aquele caminho ou não. (PIESCO, 2015, p. 101)
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Um site com o formato de Web 1.0 é estático, sem nenhuma forma de intera-
tividade com os internautas. Era a comunicação de mão única. Essa é a primeira
fase da internet, que se estende pela década de 1990 e apresenta os primeiros sites
corporativos e páginas estáticas. Nessa fase, a internet já se caracteriza como uma
fonte de informações, porém não oferece ao usuário possibilidade de interação e
criação de conteúdo. Fatores como o desenvolvimento de servidores mais eficientes,
aumento da velocidade de navegação e qualificação de profissionais da área inicia-
ram mudanças no mundo on-line e logo levaram ao próximo estágio.
Com o tempo, a maior parte dos sites migrou do formato 1.0 para o 2.0, que con-
siste em uma maior interação dentro de cada página. A partir desse novo formato de
Web, foi possível a criação de blogs e da Wikipédia, por exemplo, onde o leitor não é
passivo em relação ao que está publicado. Ocorreu algo que mudaria para sempre o
relacionamento on-line: a produção de conteúdo por usuários. A Web 2.0 não se refe-
re a um avanço específico na tecnologia, mas a um conjunto de técnicas para design e
execução de páginas da Web. A segunda fase da Web tem como principal marco o sur-
gimento de sites de relacionamento, que permitem reunir usuários em comunidades.
A partir desse momento, os usuários passam a ter voz. O termo Web 2.0 foi cunhado,
em 2004, pela empresa americana O’Reilly Media. Esse período é lembrado, princi-
palmente, por ter dado início à comunicação de mão dupla no mundo digital.
Já a Web 3.0 consiste em algo além da interatividade. Páginas nesse formato perso-
nalizam o conteúdo de maior relevância de acordo com as preferências de cada pessoa.
Por exemplo, ao usar o Google para procurar a palavra “manga”, nos outros formatos,
o buscador mostraria resultados tanto da fruta quanto de uma camisa, ou até de um ex-
-jogador de futebol. Caso um jornalista esportivo estivesse buscando informações sobre
o jogador, todas essas informações seriam pouco relevantes para ele, enquanto na Web
3.0 o buscador reconhece as preferências do usuário e filtra os resultados de pesquisa
para uma maior relevância de resultados. É a atual fase da internet, que também é co-
nhecida como Web Inteligente, e representa uma verdadeira revolução na maneira como
utilizamos a internet. O uso de algoritmos para reunir informações e fazer recomenda-
ções aos usuários é um exemplo claro dessa mudança. As mudanças incorporadas à
Web 3.0 são ainda mais significativas. Nesta era, os aprimoramentos na organização e
sistematização das informações disponíveis tornam os resultados ainda mais precisos.
Algoritmo: Conjunto de regras e operações bem definidas e com um único sentido, que,
aplicadas a um conjunto de dados e em um número finito de etapas, conduzem à solução
de um problema.
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virtuais. Esse fenômeno deve se expandir, integrando o uso de assistentes a motores
de busca para otimizar a experiência do usuário. A Web 4.0 é também um reflexo
das características e necessidades do mercado consumidor moderno. Assim, é de se
esperar que a interação com os indivíduos seja ainda maior e mais pessoal.
A Internet no Brasil
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua/Tecno-
logia da Informação e Comunicação 2017 do IBGE (BRASIL, 2018), o percentual de
domicílios que utilizavam a internet no Brasil subiu de 69,3% para 74,9%, de 2016
para 2017, representando alta de 5,6 pontos percentuais. Nesse período, a presença
do celular aumentou, passando de 92,6% para 93,2% dos domicílios.
Entre os 181,1 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no País, 69,8%
acessaram a internet pelo menos uma vez nos três meses anteriores à pesquisa. Em
números absolutos, esse contingente passou de 116,1 milhões para 126,3 milhões,
no período. O maior percentual foi no grupo etário de 20 a 24 anos (88,4%). Já a
proporção dos idosos (60 anos ou mais) que acessaram a internet subiu de 24,7%
(2016) para 31,1% (2017) e mostrou o maior aumento proporcional (25,9%) entre os
grupos etários analisados pela pesquisa.
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De 2016 para 2017, o percentual de pessoas que acessaram à internet por meio
do celular aumentou de 94,6% para 97%, e a parcela que usou a televisão para esse
fim subiu de 11,3% para 16,3%. Já a taxa dos que utilizaram microcomputador para
acessar a internet caiu de 63,7% para 56,6%. A parcela da população de 10 anos ou
mais que tinha celular para uso pessoal passou de 77,1% (2016) para 78,2% (2017).
O percentual dos que usavam banda larga móvel (3G ou 4G) passou de 77,3% para
78,5%, e dos que utilizavam a banda larga fixa, de 71,4% para 73,5%.
Nos 17,7 milhões de domicílios onde não houve utilização da internet no perío-
do de referência da pesquisa, os motivos indicados pelos entrevistados foram: falta
de interesse em acessar a internet (34,9%), serviço de acesso à internet era caro
(28,7%), nenhum morador sabia usar a internet (22,0%), serviço de acesso à inter-
net não estava disponível na área do domicílio (7,5%) e equipamento eletrônico para
acessar a internet ser caro (3,7%). A indisponibilidade do serviço de acesso à inter-
net foi o motivo indicado em somente 1,2% dos domicílios da área urbana, contra
21,3% daqueles em área rural.
55 a 59 anos 55,2
48,1
50 a 54 anos 63,6
55,7
45 a 49 anos 70,7
62,9
40 a 44 anos 76,5
69,6
35 a 39 anos 82,0
76,0
30 a 34 anos 84,6
79,9
25 a 29 anos 87,5
83,8
20 a 24 anos 88,4
85,2
18 ou 19 anos 88,1
85,4
14 a 17 anos 84,9
82,5
10 a 13 anos 71,2
66,3
%
2017 2016
Figura 4
Fonte: IBGE (2018)
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Do final da década de 1990 aos dias atuais, conforme Piesco (2015, p. 99),
a internet tem cumprido um papel cada vez mais central na vida da população
brasileira, com destaque para os jovens entre 16 e 34 anos. “Por isso, é de suma
importância que o gestor cultural considere a internet, em sua potencialidade, como
um canal de comunicação e troca com o público, e adote medidas que otimizem o
uso dessa ferramenta”.
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A Cultura na Rede
Existem, basicamente, dois meios, ambos importantes, para a instituição cultural
se fazer presente na internet e se inserir no cotidiano de seu público: por meio de um
site próprio ou pela presença nas redes sociais. Levantamento realizado por Piesco
(2015), sobre conteúdo cultural na internet brasileira, em 560 espaços dedicados
exclusivamente ou prioritariamente a uma (ou múltiplas) linguagem artística, como
museus, bibliotecas, centros culturais, teatros, cinemas, galerias de arte, revelou que
81% possuem site com domínio próprio; 9% possuem site com domínio gratuito; e
10% ainda não possuem site próprio.
Em relação aos serviços com domínio gratuito, a pesquisadora entende que eles
servem para ampliar as possibilidades de espaços independentes ou com baixo orça-
mento e para assumir seu espaço na internet, sendo utilizado quase sempre em duas
situações: a) em espaços comunitários ou com orçamento bastante baixo, que não
poderiam arcar com as despesas de criação e manutenção de um site profissional;
e b) em situações nas quais o website oficial de um equipamento, em geral público,
não é atualizável pelos gestores do espaço, que então criam um site extraoficial por
meio dessas plataformas gratuitas para se comunicar com o público.
Com relação à presença nas redes sociais, o levantamento mostrou, de forma evi-
dente, que 61% dos locais pesquisados estão na rede social Facebook. Em seguida, a
rede mais utilizada é o Twitter, com perfil de 24% dos locais culturais. Piesco (2015)
ressalta ainda que muitas instituições que não têm um website próprio utilizam seus
perfis nas redes sociais para suprir essa função, incluindo informações como horário
de funcionamento, localização, valor da entrada e divulgação de sua programação.
É preciso pensar na presença virtual como um “espaço” adicional. Quando
planejamos os espaços físicos dos equipamentos culturais, há muitos fatores
a serem considerados, como arquitetura, horários de funcionamento,
localização, programação etc. O mesmo ocorre na criação de um website,
sua existência, em si, não é suficiente para garantir que seus objetivos
sejam cumpridos. A qualidade em seu design e sua arquitetura, bem como
o conteúdo oferecido são de suma importância. (PIESCO, 2015, p. 105)
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Durante muito tempo, nas fases iniciais da internet, conforme Piesco (2015),
existia uma preocupação entre gestores culturais no plano internacional de que dis-
ponibilizar conteúdo pela internet diminuiria a necessidade de visitas presenciais aos
locais, impactando de forma negativa a quantidade de visitas. Entretanto, pesquisa-
dores norte-americanos descobriram que 57% dos usuários de websites de museus
visitam os sites antes e depois de sua visita física. Da mesma forma, demonstraram
que 70% dos visitantes de museus buscavam informações específicas nos sites antes
de sua visita, e que 57% afirmaram que o conteúdo que encontraram nos sites au-
mentou seu desejo de visitar o museu pessoalmente.
Ciberespaço e Cibercultura
Que nós estamos vivendo uma gigantesca revolução tecnológica a partir das no-
vas linguagens que unem internet, informação e comunicação, não há dúvida. É
uma força avassaladora, que sabemos como começou, mas não sabemos que rumo
tomará. São tantos novos cenários, que o filósofo Pierre Lévy (2010, p. 13), citando
seu amigo Roy Ascott (um dos pioneiros e principais teóricos da arte em rede), cha-
ma de “segundo dilúvio”, o das informações. “O segundo dilúvio não terá fim. Não
há nenhum fundo sólido sob o oceano das informações. Devemos aceitá-lo como
nossa nova condição. Temos de ensinar nossos filhos a nadar, a flutuar, talvez a na-
vegar” (LÉVY, 2010, p. 15).
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UNIDADE Internet, WWW e Cibercultura
Durante uma entrevista nos anos 1950, o cientista Albert Einstein (1879-1955) declarou que
três grandes bombas haviam explodido durante o século XX: a bomba demográfica, a bom-
ba atômica e a bomba das telecomunicações (LÉVY, 2010).
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• de dominação (reforço dos centros de decisão e de controle, domínio
quase monopolista de algumas potências econômicas sobre funções
importantes de rede etc.);
• de exploração (em alguns casos de teletrabalho vigiado ou de deslocali-
zação de atividades no terceiro mundo);
• e mesmo de bobagem coletiva (rumores, conformismo em rede ou
em comunidades virtuais, acúmulo de dados sem qualquer informação,
“televisão interativa”). (LÉVY, 2010, p. 30)
Lévy (2010) descreve, ainda, três características desse mundo frenético, inovador
e promissor de tecnologias educacionais, redes sociais, recursos computacionais e
interatividade on-line:
• Interconexão: Integração de computadores, informações e pessoas dispostos
pelas redes e caminhos do ciberespaço;
• Comunidades virtuais: Coletividades geradas pela interconexão de pessoas,
computadores e informações, seja por afinidades, projetos comuns ou sentidos
de pertença desenvolvidos na rede;
• Inteligência coletiva: Construção colaborativa de saberes compartilhados produzi-
dos no ciberespaço graças à interconexão e à coletividade das comunidades virtuais,
cuja meta é a melhoria do ambiente em rede e metas de progressos contínuos.
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Lévy (2010) finaliza que a cibercultura – terceira etapa dessa evolução – mantém
a universalidade ao mesmo tempo em que dissolve a totalidade. Isso, segundo ele,
corresponde ao momento em que nossa espécie, pela globalização econômica, pela
concentração das redes de comunicação e de transporte, tende a formar uma úni-
ca comunidade mundial, “ainda que essa comunidade seja – e quanto! – desigual e
conflitante” (p. 259). O filósofo lembra que a humanidade, única em seu gênero no
mundo animal, reúne toda a sua espécie em uma única sociedade. Mas que, ao mes-
mo tempo, “e, paradoxalmente”, essa unidade se quebra talvez em razão de realizar
na prática o contato e a interação efetivos.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Filmes
O Círculo
Sinopse: The Circle é uma das empresas mais poderosas do planeta. Atuando no
ramo da internet, é responsável por conectar os e-mails dos usuários com suas
atividades diárias, suas compras e outros detalhes de suas vidas privadas. Ao ser
contratada, Mae Holland (Emma Watson) fica muito empolgada com possibilidade
de estar perto das pessoas mais poderosas do mundo, mas logo ela percebe que
seu papel lá dentro é muito diferente do que imaginava.
Underground: A história de Julian Assange
Sinopse: para quem quiser saber um pouco mais sobre o WikiLeaks e seu criador,
Julian Assange, esse filme biográfico mostra mais detalhes de sua história, inclusive
os perigos que correu por ser considerado um risco para a segurança nacional dos
Estados Unidos.
Black Mirror
Sinopse: em sua quinta temporada, a série de televisão britânica de ficção científica
criada por Charlie Brooker é centrada em temas obscuros e satíricos que examinam
a sociedade moderna, particularmente a respeito das consequências imprevistas
das novas tecnologias. Os episódios são trabalhos autônomos, que geralmente se
passam em um presente alternativo ou em um futuro próximo.
Emissoras originais: Netflix, Channel 4.
Leitura
O poder da indústria cultural na internet
Refletir sobre os processos de dominação social e cultural da internet a partir do
conceito de indústria cultural, originalmente proposto por Adorno e Horkheimer
(1985), é o ponto de partida desse ensaio teórico. Identificar, descrever e analisar
as relações entre a internet e a indústria cultural formam o objetivo desse texto.
https://bit.ly/3bEXDMn
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Referências
BRASIL. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD Contínua
TIC 2017: Internet chega a três em cada quatro domicílios do país. 2018. Disponível
em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-
-de-noticias/releases/23445-pnad-continua-tic-2017-internet-chega-a-tres-em-cada-
-quatro-domicilios-do-pais>. Acesso em: 28 dez. 2019.
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