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NOME UNIVERSIDADE

NOME ALUNO

RESPONSABILIDADE CIVIL DIGITAL DOS PROVEDORES DE INTERNET

CIDADE
ANO
NOME ALUNO

RESPONSABILIDADE CIVIL DIGITAL DOS PROVEDORES DE INTERNET

Monografia apresentada ao curso de


Direito da Faculdade (NOME) como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Direito.

Professor: NOME

CIDADE
ANO
Dedico este trabalho a minha família, que sempre esteve ao meu
lado nesta reta final, bem como aos meus amigos que sempre
me apoiaram e me deram forças para continuar, aos meus
professores que contribuíram para o meu crescimento
acadêmico e, ainda, às demais pessoas que me ajudaram direta
ou indiretamente durante esta árdua jornada de último ano.
AGRADECIMENTOS

Muitos são os motivos para agradecer!


Agradeço primeiramente a Deus por toda sabedoria e saúde para que eu
pudesse concluir o presente trabalho, bem como a toda minha família que me
apoiou nesses anos de graduação, dando-me a base essencial para poder
prosseguir.
Aos meus amigos que direta ou indiretamente me apoiaram nos momentos
difíceis e pelos momentos de alegria vividos.
Ao meu orientador pela paciência e dedicação para corrigir o presente trabalho.
A todos ao meu redor que de alguma forma me ajudou, incentivou e não me
deixou faltar forças para continuar, sempre com palavras e pensamentos
positivos.
Deixo aqui o meu muito obrigado a todas essas pessoas especiais que
participaram comigo da minha trajetória.
Às vezes, as pessoas não querem ouvir a verdade porque não desejam que as
suas ilusões sejam destruídas.

(F. Nietzsche)
SUMÁRIO

RESUMO ...................................................................................................................... 7
ABSTRACT .................................................................................................................. 8
INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 9
1. A INTERNET E SEU SURGIMENTO: IMPLICAÇÕES LEGAIS...............................12
1.1 MUNDO DIGITAL E GLOBALIZADO .................................................................... 14
1.2 INTERNET: BREVE INCURSÃO HISTÓRICA ...................................................... 16
1.3 O REGIME DE RESPONSABILIDADE NO CÓDIGO CIVIL .................................. 18
2. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE PROVEDORES DE SERVIÇOS DE ITERNET
................................................................................................................................... 22
2.1 RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROVEDORES DE SERVIÇOS DE INTERNET
(ISP) ........................................................................................................................... 23
2.1.1 Fator de atribuição subjetiva .............................................................................. 25
2.1.2 Fator de atribuição objetiva ................................................................................ 25
2.1.3 Posição Majoritária ............................................................................................ 26
3. NATUREZA JURÍDICA DOS PROVEDORES DE SERVIÇO NA INTERNET ......... 28
3.1 USO DA INTERNET: DISPOSITIVO LEGAL ........................................................ 29
3 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 35

6
RESPONSABILIDADE CIVIL DIGITAL DOS PROVEDORES DE INTERNET

CIVIL LIABILITY OF INTERNET SERVICE PROVIDERS

RESUMO

A Internet provocou uma grande reflexão sobre dos aspectos referentes à


compreensão de determinados conceitos, como a definição de privacidade, liberdade
de expressão, aliado à contemporaneidade do assunto, especialmente, no que se
refere ao advento de uma legislação específica que disciplina sobre a proteção dos
direitos individuais. O avanço das mídias digitais no decorrer dos últimos anos e o
consequente aumento da virtualização, permitiu o contato direto e em tempo real,
capaz de encurtar distâncias, em equivalência global. É possível afirmar que tal
avanço cumpre uma função fundamental de aproximar pessoas em um mundo cada
vez mais interligado, superficial e atarefado. No século XX, um novo bem aparece,
chamado de bem digital. A digitalização possibilita sua massificação, transformando-
os em bens abundantes, de disponibilidade ilimitada e comum, na medida em que
permanecem sob domínio público. Bens digitais são todos aqueles bens culturais e
não culturais que possuem formato digital, interpretados e apresentados por
computadores na forma de informações, bancos de dados, programas de
computador, imagens, músicas, sites, textos, livros, vídeos, entre muitos outros. A
nova economia é uma economia global e uma economia organizada em rede; nenhum
desses fatores pode funcionar sem o outro. Consequentemente, possui uma base
tecnológica, de informação e comunicação e uma forma de organização em
crescimento central, que é a Internet. Internet não é uma tecnologia, é uma forma de
organização. O equivalente da Internet na era industrial era a fábrica: o que era a
fábrica na era industrial é a Internet na era da informação. O objetivo deste trabalho
é diferenciar os vários assuntos envolvidos no processo de “publicação” de um
trabalho pela Internet, os intermediários necessários, os que fornecem acesso e os
meros serviços de transmissão e analisar a responsabilidade civil de cada um deles
e, especialmente, os mecanismos de busca na Internet, no âmbito da legislação
internacional, regional e nacional, bem como desenvolvimentos jurisprudenciais a
esse respeito.

PALAVRAS-CHAVE: Provedores de Serviços de Internet, Internet. Responsabilidade


Civil, Direito Digital.

7
ABSTRACT

The Internet provoked a great deal of reflection on aspects related to the


understanding of certain concepts, such as the definition of privacy, freedom of
expression, combined with the contemporaneity of the subject, especially with
regard to the advent of specific legislation that regulates the protection of
individual rights. The advance of digital media over the last few years and the
consequent increase in virtualization has allowed direct contact in real time,
capable of shortening distances, in global equivalence. It is possible to state that
such progress fulfills a fundamental function of bringing people together in an
increasingly interconnected, superficial and busy world. In the twentieth century,
a new good appears, called digital good. Digitization enables their massification,
transforming them into abundant goods, of unlimited and common availability,
insofar as they remain in the public domain. Digital goods are all those cultural
and non-cultural goods that have a digital format, interpreted and presented by
computers in the form of information, databases, computer programs, images,
music, websites, texts, books, videos, among many others. The new economy is
a global economy and a networked economy; neither of these factors can work
without the other. Consequently, it has a technology, information and
communication base and a centrally growing form of organization, which is the
Internet. Internet is not a technology, it is a form of organization. The equivalent
of the Internet in the industrial age was the factory: what was the factory in the
industrial age is the Internet in the information age. The purpose of this paper is
to differentiate between the various issues involved in the process of “publishing”
a work over the Internet, the necessary intermediaries, those providing access
and mere transmission services, and analyzing each other's liability and
especially the Internet search engines within the framework of international,
regional and national legislation, as well as jurisprudential developments in this
regard.

KEYWORDS: Internet Service Providers, Internet. Civil Liability, DigitaL.

8
INTRODUÇÃO

A era da democratização da informação, possibilitada pelo advento de


diversas novas tecnologias, as quais buscam a veiculação do conhecimento em
massa, particularmente a Internet. Nos dias atuais, esse meio de comunicação
relaciona inúmeros indivíduos, proporcionando o devido acesso a uma
quantidade inesgotável de informações e neutralizando obstáculos inerentes a
lugar e tempo. Pode-se afirmar que o nível de democracia de um Estado pode
ser baseado no grau de inclusão digital.

A Internet provocou uma grande reflexão sobre dos aspectos referentes


à compreensão de determinados conceitos, como a definição de privacidade,
liberdade de expressão, aliado à contemporaneidade do assunto,
especialmente, no que se refere ao advento de uma legislação específica que
disciplina sobre a proteção dos direitos individuais.

O avanço das mídias digitais no decorrer dos últimos anos e o


consequente aumento da virtualização, permitiu o contato direto e em tempo real,
capaz de encurtar distâncias, em equivalência global. É possível afirmar que tal
avanço cumpre uma função fundamental de aproximar pessoas em um mundo
cada vez mais interligado, superficial e atarefado.

O diploma legal, visando proteger os direitos mencionados, busca a


responsabilização dos provedores, principalmente nas hipóteses em que houver
o compartilhamento de postagens ofensivas a uma determinada pessoa,
disponibilizadas por terceiros.

Com base nessas premissas, esse estudo tem por objetivo examinar a
responsabilidade que o provedor de aplicações no meio virtual possui, no âmbito
civil, pelos respectivos danos consequentes de conteúdos gerados por qualquer
pessoa, em observância à Lei 12.965 de 2014.

Pretende-se analisar controvérsias, especialmente no que se refere à


responsabilidade civil que os provedores possuem por conteúdos ofensivos
9
compartilhados por terceiros, tendo em vista que a Lei visa proteger a
privacidade do usuário de suas informações e comunicações, determinando a
inviolabilidade e o sigilo das informações e salvaguardando direitos e opiniões.

Diante de tal realidade, esse estudo pretende analisar se o servidor deve


responder objetivamente pelos danos civis quanto a conteúdos ofensivos
prejudiciais disponibilizados por terceiros em seus domínios bem como sobre a
necessidade de mandado judicial para a responsabilização e a retirada de
conteúdo do meio virtual.

Procura-se ainda elucidar a opinião majoritária quanto à explicação dos


critérios eficazes na aplicação da responsabilização, que gera a obrigação de
reparar danos, uma vez que o ordenamento jurídico brasileiro obtém um diploma
legal específico para dispor a respeito do tema estudado, denominado de Marco
Civil da Internet, não aplicado para situações anteriores à sua vigência.

Além disso, esse trabalho também visa abordar a respeito da


contradição presente na Lei do Marco Civil da Internet, referente a necessidade
de notificação judicial a esses provedores e a retirada de tais conteúdo do meio
virtual.

Do ponto de vista metodológico, essa pesquisa será desenvolvida em


forma de pesquisa bibliográfica e será de caráter exploratório, tendo respaldo na
legislação, em doutrinas e jurisprudência contemporânea. Serão utilizadas
referências sobre responsabilidade civil, especialmente à responsabilidade civil
relacionada aos provedores da internet, conteúdo que constituirá o fundamento
basilar dessa pesquisa.

Quanto aos procedimentos metodológicos, será realizado um estudo de


artigos científicos referentes à responsabilidade que os provedores de
aplicações do meio virtual possuem, especificamente em relação a aqueles de
cunho ofensivo. Serão analisadas legislações contemporâneas referente ao
instituto da responsabilidade no âmbito civil, bem como de embates doutrinários
e jurisprudenciais sobre contradições existentes na mencionada lei, visando

10
conceituar e demonstrar a finalidade e a efetividade do denominado Marco Civil,
e abordar os principais pontos acerca desse assuntos.

Serão mencionados os efeitos que a Internet causou no exercício dos


direitos de privacidade e liberdade de expressão, ambos previstos na
Constituição Federal de 1988.

Serão também abordados aspectos atinentes ao instituto da


responsabilidade civil, visitando seu conceito e ainda, seus elementos e tipos.

Na sequência, será analisada a natureza jurídica dos provedores de


serviço na Internet, mencionando-se as diferenças entre servidores.

Por fim, serão feitas distinções entre as formas de responsabilização


desses provedores por seus próprios atos e em razão de atos ilícitos praticados
por terceiros a usuários, com fulcro no Marco Civil da Internet.

11
1 INTERNET E SEU SURGIMENTO: IMPLICAÇÕES LEGAIS

1.1 MUNDO DIGITAL E GLOBALIZADO

A revolução tecnológica e a concepção de globalização são pontos


fundamentais para se compreender uma sociedade em transformação e em
constante quebra de paradigmas. O que outrora era verdadeiro, pode não ser
mais atualmente. As velhas estruturas sociais já não sustentam mais um mundo
em constante relação e em constante quebra de fronteiras. É o mundo da técnica
e da ciência.

A era da democratização da informação, possibilitada pelo advento de


diversas novas tecnologias, as quais buscam a veiculação do conhecimento em
massa, particularmente a Internet. Nos dias atuais, esse meio de comunicação
relaciona inúmeros indivíduos, proporcionando o devido acesso a uma
quantidade inesgotável de informações e neutralizando obstáculos inerentes a
lugar e tempo (SANTOS, 2001). Pode-se afirmar que o nível de democracia de
um Estado pode ser baseado no grau de inclusão digital.

No fim do século XX e graças aos avanços da ciência, produziu-se um


sistema de técnicas presidido pelas técnicas da informação, que
passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e
assegurando ao novo sistema técnico uma presença planetária
(Santos, 2001, p. 23).

O século XXI é caracterizado pela era do conhecimento tecnológico.


Nunca na história se alcançou tanto conhecimento científico como atualmente.
Os avanços científicos e tecnológicos são de proporção gigantesca. Houve mais
avanço nos últimos 50 anos que em toda história humana. E todo esse
conhecimento é repassado de forma veloz; é o mundo informatizado e
globalizado, mas é também o mundo da democratização do conhecimento.

O mundo pós-moderno, dentro do sentido de deslocamento, colocou o ser


humano em xeque, pois os seus alicerces já não são tão seguros como se
imaginava. Hoje o profissional de qualquer área não é mais aquele que detém
todo o conhecimento, o conhecimento é compartilhado, é colocado de maneira
acessível a todos. Há uma troca de informação muito grande, as pessoas são

12
chamadas a se reinventar e aplicar novas metodologias e técnicas
constantemente, pois o mundo exige isso e as pessoas têm maior poder de
questionamento (LYOTARD, 1988).

Jean-François Lyotard (1988, p. 4) em seu livro O pós-moderno vai


evidenciar que a ascensão da tecnologia possibilitou, em vários sentidos, a
democratização do saber. “Com a hegemonia da informática, impõe-se uma
certa lógica e, por conseguinte, um conjunto de prescrições que versam sobre
os enunciados aceitos como ‘de saber’”.

Nesse sentido, Marcos Wachowicz e Carol Proner (2012, p.17) vão


afirmar que:

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) evoluem ao


mesmo tempo em que avança a liberalização dos mercados,
caracterizada pela desregulamentação financeira, pela abertura
comercial, pelas privatizações e pelos ajustes ao desempenho do
Estado. A revolução tecnológica aumentou de intensidade nos últimos
anos, ampliando o campo de atuação para as mais diversas áreas do
conhecimento, fazendo jus à perseguição do progresso infinito [...].

Pode-se considerar a mudança tecnológica como um fator significativo no


panorama global. Para Valério e Liberto (2011) a revolução digital traz uma
enorme mudança à medida que a tecnologia põe ao alcance de todas as pessoas
uma enorme gama de informações, que se multiplica em um curto espaço de
tempo e da qual ele pode lançar mão para imprimir suas próprias escolhas e
estabelecer seu próprio percurso de conhecimento.

Nada mais está sob o domínio de apenas um único grupo ou pessoa, as


tecnologias estão à disposição de todos e podem ser acessadas a qualquer hora
e em qualquer lugar. Não há mais fronteiras, nem limites. Com a revolução digital
permitiu-se maior interação e proximidade. Por outro lado, viu-se também a
necessidade de maior de regulamentação daquilo que é postado e
compartilhado dentro da internet, principalmente com o advento das redes
sociais (VALÉRIO; LIBERTO, 2011).

13
1.2 INTERNET: BREVE INCURSÃO HISTÓRICA

O princípio histórico da internet é um pouco controvertido, eis que possui


duas ideologias distintas, onde: a primeira corrente a origem militar e a segunda
corrente a origem acadêmica. Portanto, será brevemente explicado ambas as
correntes, visando fazer uma sucinta síntese histórica a respeito do tema
(VILLATE, 2005).

Em relação a primeira ideologia de origem, ocorreu aproximadamente


no início dos anos 70, o qual o Departamento de Defesa dos Estados Unidos
elaborou uma rede interligando todos os computadores de diferentes unidades
militares, proporcionando a transmissão de informações entre eles (VILLATE,
2005).

A internet foi criada nos anos 60 nos EUA, como um projeto militar
que buscava estabelecer um sistema de informações
descentralizado e independente de Washington, para que a
comunicação entre os cientistas e engenheiros militares resistisse
a um eventual ataque à capital americana durante a Guerra Fria
(COSTA ALMEIDA, 1998, p. 52-53).

Ainda de acordo com Honeycutt (1997, p. 11):

Em 1969, o Departamento de Defesa Norte-americano criou a


Advanced Research Projects Agency (ARPA). O Departamento de
Defesa, com a sua sabedoria infinita, decidiu que era necessária
umarede de comunicações que pudesse “sobreviver” a uma guerra.
A meta era projetá-la, de forma que mesmo se uma parte dela fosse
danificada, uma mensagem deveria conseguir encontrar seu
destino. O projeto foi bem-sucedido. O resultado foi a ARPANET.

O projeto elaborado pelo departamento de Defesa dos USA era na


verdade um programa de rede de computadores, onde o sistema pudesse estar
interligado entre si. Assim explica Kazmierczak (2009, s/p):

A grande preocupação dos militares americanos era resguardar


informações, pois no caso de um ataque a um destes centros a
informação estaria preservada em outro computador. Era, portanto,
imprescindível que não houvesse um único centro de controle ou
de armazenamento de dados, pois se houvesse apenas um centro
de informações, e esse fossem destruídas, estas se perderiam. Era
uma rede fechada, sob a qual só tinham acesso os integrantes do
departamento de defesa norte-americano.

14
Essa seria a origem da internet, pois o objetivo do Departamento era
elaborar um instrumento que proporcionasse uma contínua comunicação de
dados entre diversas unidades militares. Dessa forma, para Monteiro (2002, p.
261) a internet mudaria a forma como as pessoas se relacionam e se tornaria
um “instrumento propulsor de uma revolução historicamente comparada à
Revolução Industrial do século XIX, a qual podemos denominar Revolução
Digital”.

No que tange a segunda corrente, as universidades do Estado


americano já estavam realizando algumas pesquisas avançadas a respeito de
redes de computadores, o que, consequentemente, gerou uma ampliação
dessas (VILLATE, 2005).

Para todas essas ideologias, a qualidade da rede não se difere, pois


busca desassociar a informação de sua base, possibilitando a divulgação
conjunta para toda a sociedade existente (NEGROPONTE, 1996).

Dessa maneira, pode-se afirmar que a internet foi passando por um


processo de evolução e melhorias, até chegar naquilo que se tem hoje.
Ultrapassou-se os limites territoriais e conquistou o mundo, unindo e conectando
milhões de pessoas e empresas em todo o globo. Hoje é praticamente
inimaginável viver sem interne, ainda mais quando se fala dos benefícios
econômicos e sociais que a interne trouxe para o dia a dia.

Vasconcelos (2003, p. 23) vai afirmar que

O crescimento da internet é espantoso e atinge o cotidiano das


pessoas de uma forma tão intensa que aquelas que não estão
conectadas passarão a sentir-se à margem da evolução. Assiste-se a
uma verdadeira revolução tecnológica e, como não poderia deixar de
ser, ao surgimento de inúmeras questões jurídicas, oriundas dessas
novas formas de inter-relacionamento.

No Brasil, a implantação e entrada na rede mundial de computadores se


deu somente no ano de 1988, por decisão da comunidade acadêmica, sendo
adiante estruturada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, tendo em vista que
os estudantes pesquisadores se baseavam e realizavam diversas pesquisas a
respeito desse meio de informação (ALTMARK & QUIROGA, 2012).

15
O comércio online cresce cada dia mais, competindo com o comércio
tradicional e, até mesmo, ficando à sua frente (ALTMARK & QUIROGA, 2012).

Além disso, auxilia na educação, uma vez que traz um volume enorme
de conteúdo e informações, de fácil acessibilidade, com muita rapidez,
permitindo que o conhecimento se prolifere de maneira ágil e para a maioria da
população, desde que tenham acesso à web (ALTMARK & QUIROGA, 2012).

Ainda, as usinas hidrelétricas, bem como as estações de trato de água,


que são direitos básicos de todo cidadão para uma vida digna, são fornecidos
através de dispositivos de informática, para seu devido funcionamento
(NEGROPONTE, 1996).

Os próprios relacionamentos interpessoais são beneficiados pelo uso


dessa tecnologia da informação, formando diversas relações sociais, para todos
os cidadãos, bem como qualquer faixa etária, podendo confirmar novamente que
a internet é uma ferramenta essencial atualmente (NEGROPONTE, 1996).

Com certeza a interne trouxe grandes benefícios, mas, infelizmente,


também tem colaborado para que ocorram excessos diante da rede. “Através da
internet se propagam mais rapidamente as difamações, as injúrias, difusão de
matéria pornográfica ou discriminatórias, fazendo com que se viole o direito à
intimidade” (DUTRA; SILVA, 2016, p. 141).

1.3 RESPONSABILIDADE CIVIL

No século XX, um novo bem aparece, chamado de bem digital. A


digitalização possibilita sua massificação, transformando-os em bens
abundantes, de disponibilidade ilimitada e comum, na medida em que
permanecem sob domínio público. Bens digitais são todos aqueles bens culturais
e não culturais que possuem formato digital, interpretados e apresentados por
computadores na forma de informações, bancos de dados, programas de
computador, imagens, músicas, sites, textos, livros, vídeos, entre muitos outros
(SILVA,2014).

16
Segundo Negroponte (1996), entre as principais características dos bens
digitais estão: a capacidade das pessoas de, com um computador, fazer cópias
perfeitas infinitas, modificá-lo, misturá-lo e transformá-lo, sem a necessidade de
investir grandes quantias em dinheiro e distribuí-las, instantânea e
economicamente em todo o mundo, graças à Internet.

Além do fato de que sua cópia pode ser feita a um custo insignificante,
podemos acrescentar que difere dos bens tradicionais pelas seguintes
características: sua transmissão não implica a desapropriação do proprietário
anterior, eles são antagônicos e não excludentes, sua distribuição é instantânea
desde a origem até todos os pontos do globo (SILVA,2014).

Sob essa última característica, os provedores de serviços da Internet


aparecem como intermediários indispensáveis, pois sem essa intervenção esse
processo nunca poderia ser realizado e a Internet, como tal, desapareceria
(SILVA,2014).

Para analisar a responsabilidade civil dos provedores de serviços da


Internet (ISP), não apenas no âmbito da rede, é conveniente determinar
brevemente o conteúdo capaz de gerar a referida responsabilidade
(NEGROPONTE, 1996).

É importante diferenciar o acesso a tipos de material que podem afetar


o desenvolvimento físico e mental dos menores, mas que é permitido apenas
para adultos, do conteúdo que pode ser proibido para todos, independentemente
da idade da possível ausência ou dos meios utilizados. Essas questões são
algumas vezes confusas, mas é essencial manter a distinção; são objetivos
diferentes, que apresentam problemas diferentes e exigem soluções diferentes
(VILLATE, 2005).

A reponsabilidade civil dos provedores de serviço na internet está


diretamente ligada a princípios constitucionais e direitos fundamentais, tais como
a liberdade de expressão, dentre outros (VILLATE, 2005).

17
Aqui vale a pena afirmar que a Responsabilidade Civil é aquela que vem
de um fato ou ato que é contrário ao acordado. Em 20021, o Código Civil75,
repetindo ipsis litteris alguns dos dispositivos já estabelecidos no CC/1916,
instituiu de vez a Responsabilidade Civil, sendo instituídos alguns dispositivos
necessários para a reparação do dano.

Nesse sentido, entende-se a Responsabilidade Civil não só como


fenômeno social, mas dentro do aspecto digital dos provedores de internet à luz
da lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Lei do Marco Civil da Internet) que
estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no
Brasil.

No caso de conteúdo ilegal, é necessário definir as responsabilidades


das partes envolvidas na referida publicação ou divulgação dos materiais; por
outro lado, para conteúdos nocivos ou inconvenientes para menores, a
Comissão recomenda a autocensura, com base no princípio da autonomia
individual através do uso de um software de filtragem adequado (VILLATE,
2005).

1.4 O REGIME DE RESPONSABILIDADE NO CÓDIGO CIVIL

A etimologia da palavra "responsabilidade" origina-se do latim


respondere, que traz o sentido de segurança ou garantia da restituição ou
compensação do bem sacrificado. Teria, assim, o significado de recomposição,
de obrigação de restituir ou ressarcir (GONÇALVES, 2010, p. 41).

Outrossim, o disposto no artigo 186 combinado com o artigo 927 e


parágrafo único, ambos do Código Civil brasileiro (VADE MECUM, 2011, p. 175
e 230):

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligencia ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.

1 BRASIL. Novo Código Civil. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.

18
Parágrafo único: haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

A doutrina classifica, portanto, a responsabilidade civil como sendo um


fenômeno social, presente no dia a dia, visando o equilíbrio na vida social,
principalmente nas relações virtuais em que milhares de pessoas estão
conectadas ao mesmo tempo, ou, ainda, efetuando diferentes tipos de serviços
e atividades via internet, a qual enseja grande demanda no instituto da
responsabilidade civil.

Sampaio (1998, p. 11) vai evidenciar que a Responsabilidade “[...] é


consequência de toda manifestação da atividade humana, e a busca de sua
definição conduz ao conceito de obrigação, isto é, de uma prestação que alguém
está obrigado a efetuar determinada prestação e, assim, por ela é responsável”.

Dessa forma, Responsabilidade Civil pode ser entendida como:

Quem pratica um ato, ou incorre numa omissão de que resulte dano,


deve suportar as consequências do seu procedimento. Trata-se de
uma regra elementar de equilíbrio social, na qual se resume, em
verdade, o problema da responsabilidade. Vê-se, portanto, que a
responsabilidade é um fenômeno social. (LYRA, 1977, p. 30)

Em primeiro lugar, a responsabilidade civil é um fenômeno social. Para


o Direito, um dos principais pressupostos da responsabilidade civil é a
existência de nexo causal entre o ato e o dano por ele produzido. Muito
mais importante que o ato ilícito que causou o dano é o fato de que
esse dano deve ser ressarcido (PINHEIRO, 2013, p.411).

Os ricos de danos dentro do mundo virtual são enormes, visto que o que
é compartilhado é disseminado de forma muito rápida e em poucos minutos uma
notícia pode rodar o mundo e milhões de pessoas acessarem. Os riscos são de
todo o tipo: difamação, injuria, calúnia, compartilhamento indevido etc. Marques
(2003, p. 268-269) assim salienta:

Entre as inúmeras questões advindas e o grau de complexidade que


são verificados, em função da disciplina legal a ser imposta diante
desse novo universo chamado de cyberspace, cibernético, virtual,
digital, entre outras denominações, tornaram-se em evidência as
questões relativas à liberdade de expressão e seu controle; a
discussão relativa à validade dos contratos na Internet (ou contratos
informáticos); a responsabilidade civil e penal de todos aqueles que se
utilizam desse meio (também o provedor); o problema relativo a

19
inexistência de tratados internacionais que impossibilitam o tratamento
uniforme das implicações dos aspectos atinentes à execução da
prestação; a proteção ao direito autoral; a publicidade na rede e a
proteção da vida privada ou a privacidade no ciberespaço.

O Código Civil atual estabelece uma divisão entre duas áreas de


responsabilidade civil: contratual e não contratual. O Código possui um sistema
principalmente de remuneração, que tende a restaurar o equilíbrio de ativos entre
o agressor e a vítima. A responsabilidade extracontratual se origina da produção
de dano a outra pessoa sem vínculo contratual (ARBALLO, 2005).

Os requisitos para configurar tal responsabilidade são: a existência de


um dano, a existência de uma relação causal entre o dano e o fato que o originou,
que deve ser ilegal ou deve haver um fator de imputabilidade de
responsabilidade (ARBALLO, 2005).

O elemento da culpa é grande importância para o surgimento da


responsabilidade civil segundo a Teoria Subjetiva, elemento este que sofreu
algumas transformações em seu conceito. Farias, Rosenvald e Braga (2015, p.
83) apresentam essas transformações:

Quando indagamos qual era o fundamento da responsabilidade à luz


do Estado Liberal, temos como resposta “o mau uso da liberdade
individual” o que, em outros termos, pode ser entendido como a
utilização culposa do espaço de autonomia da vontade. Nasce aí a
justificativa moral para a imposição de uma sanção: não uma vingança,
nem uma pena, mas a expiação de um pecado, como exigia a doutrina
cristã. Assim a culpa passa a ser compreendida como uma falta de
atenção daquele que poderia prever o resultado de seu agir. [...] Em
reforço a esta visão metafísica da culpa, com base em conceitos como
ofensa à decência e integridade surge a famosa trilogia, “negligência,
imprudência, imperícia”, termos que acentuam o aspecto desedificante
de comportamentos despidos daquela virtude espiritual. Em outras
palavras, forma-se um consenso no sentido de compreender a culpa
como o erro de conduta por omissão de diligência exigível no caso
concreto, situação na qual o agente atua inadequadamente por
descuido ou falta de habilidade, isto é, sem observar o dever de
cuidado.

Por sua vez, existem dois fatores de atribuição de responsabilidade:


responsabilidade subjetiva e objetiva (ARBALLO, 2005). A teoria Subjetiva
passou por algumas interpretações, como abordado acima.

20
Tradicionalmente, a base da responsabilidade pelos danos causados era
baseada na culpa do sujeito causador do dano, entendendo-se, assim, a
omissão da devida diligência de acordo com a natureza da obrigação e suas
circunstâncias de pessoas, hora e local, diferentemente da intenção de
prejudicar a pessoa ou os direitos de outra pessoa (ARBALLO, 2005).

A teoria da culpa, baseada em critérios totalmente subjetivos, estabelece


que não é suficiente que alguém sofra danos para responsabilizar a pessoa por
ele, pois é necessário que ela tenha agido com intenção ou culpa para que
surjam a responsabilidades (NEGROPONTE, 1996).

Mas com o passar do tempo, novos critérios de atribuição de


responsabilidade baseados em fatores objetivos que consideram que o dano
deve sempre ser reparado além da existência de culpa, como foi o caso do risco
potencial prejudicial de uma coisa ou atividade (NEGROPONTE, 1996).

Esse dano pode ser um benefício de risco quando compromete a


responsabilidade de quem tira vantagem da coisa ou atividade, ou o dano criado:
quando compromete a responsabilidade de quem o introduziu, ou simplesmente
danos aos negócios, quando um certo empreendimento envolve a possibilidade
de certos danos (BRIZZIO,2010).

Na legislação atual, a responsabilidade subjetiva conforme constante no


Código Civil, estabelecem fundamentalmente que a falha consiste na omissão e
que corresponde às circunstâncias das pessoas, de tempo e de natureza local,
e aquele que, por culpa ou negligência, causar dano a outro, é obrigado a reparar
o dano (BRIZZIO,2010).

21
2. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE PROVEDORES DE SERVIÇOS DE
INTERNET

Antes de tudo, é conveniente esclarecer que, se atos ilegais forem


realizados por meio de publicações por meios tradicionais, o responsável é
facilmente identificável, mas, quando são realizados pela rede, enfrentamos o
problema de fato e de direito de estabelecer quem serão os autores
responsáveis. Em seguida, como responsável direto ou indireto, colocamos o
autor intelectual do conteúdo da página o autor ideológico do site é, sem dúvida,
o primeiro responsável pela ação ilegal desde o momento em que o conteúdo
ilegal foi publicado (AMEAL, 2012).

Porém, para que esse conteúdo seja “publicado” na Internet, é


necessária a intervenção de outras pessoas, que são indiretamente
responsáveis, ou de segundo nível, e, dependendo das funções que
desempenham, é possível identificar (BRIZZIO,2010):

1. O titular do site onde o conteúdo e o diagramador de páginas da


web são entregues.
2. Os Provedores de Serviços de Internet (ISP), que transmitem as
informações para a rede, dentre as quais encontramos:
• Provedores de acesso à Internet (IAP): eles fornecem acesso à
Internet e transmitem os dados. Esse acesso pode, no entanto,
assumir várias modalidades. No nível mais básico, ele consistirá
apenas na possibilidade de "navegar" na Internet e ter uma caixa
de e-mail.
• Provedor de rede (NSP): eles fornecem a conexão técnica,
fornecem a infraestrutura. Rotações, cabos, comutadores, que
permitem ou facilitam a transmissão de informações de um ponto
para outro.
• Provedores de serviços de hospedagem: servidor em cujo sistema
de computador a página da Web está hospedada; Ele permite que
os usuários armazenem as informações nos servidores.

22
• Provedores de localização ou Provedores de acesso lógico,
Mecanismos de pesquisa (por exemplo, Mecanismos de pesquisa),
como Google, Yahoo, Altavista.

O desempenho dos mecanismos de busca na Internet foi caracterizado


como:
Serviços que facilitam links para outros conteúdos ou incluem em
seus diretórios ou ferramentas de busca de conteúdo […] Quando
informações são solicitadas sobre qualquer assunto, o mecanismo de
busca realiza a busca através de palavras-chave ou com árvores
hierárquicas por assunto. O resultado da pesquisa é uma lista de
endereços da Web nos quais são mencionados tópicos relacionados
às palavras-chave pesquisadas (ALTMARK & QUIROGA, 2012, p.
64).

Os mecanismos de pesquisa foram definidos especificamente como


fornecedores de ferramentas de localização de informações de relevância
inquestionável para a comunicação e os negócios apresentados pela rede e pela
Web 2.0, que permitem ao usuário acessar bancos de dados com programas de
busca, através de vários hiperlinks. Sua função é refletir o conteúdo resultante
do uso de ferramentas de localização de informações (mecanismos de busca),
incluindo diretórios, referências e links de hipertexto (BRIZZIO,2010).

Operadores do BBS (Bulletin Board System) ou do Bulletin Board


System, salas de bate-papo e grupos de notícias, permitem que os usuários se
conectem ao sistema (via Internet ou através de uma linha telefônica) e
desempenhem funções como baixar software e dados, ler notícias, trocar
mensagens com outros usuários, desfrutar de jogos online, ler boletins (AMEAL,
2012).

2.1 RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROVEDORES DE SERVIÇOS DE


INTERNET (ISP)

Em primeiro lugar, os provedores de conteúdo, os proprietários dos sites


e os prestadores de serviços são totalmente responsáveis em relação ao seu
próprio conteúdo, gerando, nesse caso, sua total responsabilidade, tanto pela

23
inclusão no site quanto pela transmissão ou hospedagem desses conteúdos que
pertencem a ele, mas a situação apresenta divergências e diferentes posições
doutrinárias e legislativas internacionais em relação aos conteúdos estranhos a
ele, ou seja, arquivos que carregam outros implicitamente (AMEAL, 2012).

Essa situação ocorre porque os consumidores não são apenas usuários,


mas também, e cada vez mais, criadores e distribuidores de conteúdo. Os
aplicativos Web 2.0, como blogs, podcasts, wikis ou a Web de vídeo
compartilhada, permitem que os usuários criem e compartilhem facilmente
textos, vídeos ou imagens e desempenhem um papel mais ativo e participativo
na criação e no conteúdo e na disseminação do conhecimento (AMEAL, 2012).

Como a Internet envolve vários assuntos, é necessário diferenciar que o


provedor de rede, NSP, que fornece a conexão técnica e a infraestrutura, só é
obrigado a acessar o servidor, nos locais onde as páginas da Internet estão
hospedadas, sendo um dever deste garantir que o usuário tenha seu acesso
garantido pelo provedor. Nenhuma responsabilidade diz respeito ao conteúdo,
apenas fornece os meios de acesso, mas em relação ao acesso de seu cliente
sua obrigação é de resultado e o fator de atribuição é objetivo (QUIROGA, 2012).

O Marco Civil da Internet, Lei nº 12.965 de 2014, dispõe em seu artigo


18: “O provedor de conexão à internet não será responsabilizado civilmente por
danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros”. Portanto, o artigo 18 do
Marco Civil da Internet afasta a responsabilidade dos provedores de internet em
relação aos atos praticados por seus usuários, já que seria humanamente
impossível o provedor fiscalizar todo conteúdo postado por seus usuários em
rede.
No entanto, o Art. 19, caput, traz um adendo interessante:

Artigo 19 – Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e


impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente
poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de
conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não
tomadas as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu
serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo
apontado como disponível, ressalvadas as disposições legais em
contrário.

24
Assim, o provedor de internet só será responsabilizado, ressalvadas as
disposições legais em contrário, quando descumprir ordem judicial específica,
ou seja, ficando inerte e não tomando as providências necessárias.

Em relação à responsabilidade do provedor de acesso e do provedor de


hospedagem, que possibilita essa incorporação, que facilita a incorporação
ilegal, tanto na doutrina quanto nos regulamentos internacionais, existem duas
posições distintas (QUIROGA, 2012).

2.2.1 Fator de atribuição subjetiva

Alguns autores, adotando um critério de responsabilidade subjetiva,


acreditam que a responsabilidade dos ISPs, sempre no caso de conteúdo de
terceiros, ocorre quando o conteúdo ilegal é manifesto na medida em que eles
tenham sido alertados ou avisados da violação do direito de propriedade
intelectual e, apesar disso, não impediram a introdução do trabalho no site, ou
seja, foram notificados da existência de conteúdo ilícito ou da causa de dano e
não tomaram as medidas necessárias para impedir que esse conteúdo seja
incluído no site ou transmitido aos usuários (QUIROGA, 2012).

2.3.2 Fator de atribuição objetiva

Por outro lado, com base em critérios objetivos de responsabilidade,


consideram que os ISPs são sempre responsáveis pelo crime cometido, em
comparação com o editor de uma publicação, e, como tal, seriam solidariamente
responsáveis pelo autor pela edição prejudicial aos direitos de terceiros a quem
as informações se referem, uma vez que, sendo editores, têm a responsabilidade
de controlar o conteúdo dos sites aos quais prestam seus serviços (AMEAL,
2012).

Argumenta-se que a atividade do computador é arriscada assim como


os mecanismos de pesquisa ou de quaisquer outros softwares. Nesse sentido,
compara-se o fator de responsabilidade que o proprietário de uma fábrica tem

25
pelos danos que seus produtos podem causar com a responsabilidade das
empresas de pesquisa na Internet pelos resultados de suas pesquisas (AMEAL,
2012).

2.4.3 Posição Majoritária

Nesse sentido, existe um consenso doutrinário, na medida em que só


pode haver responsabilização aos proprietários dos sites e aos provedores de
Acesso ou Hospedagem, pelo conteúdo ilícito ou que possa causar danos, em
duas situações (VILLATE, 2005):

• Quando a incorporação do conteúdo se manifesta e não pode ser


ignorado pelo provedor.
• Quando a incorporação do conteúdo não for manifesta, mas o proprietário
do site ou o provedor tiver sido notificado da existência desse conteúdo e
não tomar imediatamente as medidas necessárias para remover o
conteúdo.

Além desses casos, não há responsabilidade, uma vez que razões


tecnológicas geralmente os impedem de exercer controle permanente do
conteúdo de terceiros que eles transmitem ou hospedam, dada a impossibilidade
de controlar, pela quantidade, as informações que estavam no servidor. Além
disso, forçá-los a eliminar ou bloquear conteúdo que se consideram ilegais,
implicaria legalizar a privatização da censura, uma vez que os ISPs, fora dos
casos de conteúdo manifestamente ilegal, seriam os que discerniriam se um
conteúdo pode ou não ser publicado, se é prejudicial ou não (AMEAL, 2012).

A situação também é comparada com a das chamadas “cartas dos


leitores”. Através do qual o público exerce seu direito de informar, emitindo
opiniões que podem ser prejudiciais à honra, privacidade ou outros direitos da
pessoa (VILLATE, 2005).

26
2.4.4 Argumentos a favor dos mecanismos de busca

No caso específico dos mecanismos de busca, defendem-se diferentes


defesas entre as quais se destacam as apresentadas nas linhas seguintes
(ARBALLO, 2005).

O mecanismo de pesquisa não é responsável pelo conteúdo publicado


em sites ou sites de terceiros. A pessoa responsável é a pessoa que escreveu
ou publicou o conteúdo difamatório ou de alguma forma ilegal. O mecanismo de
busca é um mero intermediário, um simples mensageiro que não responde pelo
conteúdo que "simplesmente vinculou", ou seja, que não criou ou publicou
(QUIROGA, 2012).

As ordens judiciais que impõem o bloqueio de páginas da Web afetam o


direito à liberdade de expressão protegido pelas Constituições e, por que não
mencionar, pelo Direito Internacional dos Direitos Humanos (QUIROGA, 2012).

Há que se considerar que o conteúdo carregado na rede é impossível de


ser controlado e a dinâmica deles é inacompanhável. O mecanismo de busca é
um espelho das informações da Internet e existem milhares de páginas da Web
(QUIROGA, 2012).

Enfatiza-se que os mecanismos de pesquisa não estão em posição de


identificar conteúdo ilegal ou determinar sua natureza. Um operador técnico não
pode discernir se um conteúdo é moral ou ético ou se sua publicação viola a
propriedade intelectual ou os direitos de terceiros; isso seria forçar os
fornecedores a fazer um valor ou julgamento técnico; Eles não são juízes, não
fazem parte de suas funções ou competências (VILLATE, 2005).

Por derradeiro, enfatiza-se que as ordens judiciais de bloqueio de


conteúdo desencorajam o investimento no setor e prejudicam o desenvolvimento
futuro da Internet, que não existiria sem os ISPs (VILLATE, 2005).

27
3. NATUREZA JURÍDICA DOS PROVEDORES DE SERVIÇO NA INTERNET

Para o devido desempenho da web e seu respectivo acesso são


indispensáveis inúmeros agentes intermediários, que são denominados como
provedores de serviços, conforme explica Leonardi (2011):

Provedor de serviços na Internet é o gênero do qual as demais


categorias (provedor de backbone, provedor de acesso, provedor de
correio eletrônico, provedor de hospedagem e provedor de conteúdo
são espécies). O provedor de serviços de internet é a pessoa natural
ou jurídica que fornece serviços relacionados ao funcionamento da
Internet, ou por meio dela.

Esses provedores e seus respectivos serviços possuem conceitos


diferentes juridicamente, devendo ser definidos precisamente, pesquisando as
características técnicas de cada uma, para uma devida reparação de danos que
eventualmente venham a causar em algum cidadão (LEONARDI, 2011).

Estes são especializados, sendo classificados em gêneros, com


diferentes subespécies. Conforme a organização do Superior Tribunal de
Justiça, há cinco espécies de provedores, quais sejam: backbone, acesso,
hospedagem, informação e conteúdo (LEONARDI, 2011).

Tal Lei busca salvaguardar os direitos dos indivíduos que utilizam a


tecnologia, evitando desestimular o avanço desta, ou até mesmo impedir tal
desenvolvimento, resguardando o meio virtual, em observância ao princípio da
inimputabilidade da rede (LEONARDI, 2011).

As relações jurídicas determinadas virtualmente são formadas por


usuários internautas e provedores de serviços desse meio. Grande parte das
condutas ilícitas ocorridas são praticadas pelos próprios usuários e, como regra
geral, estes devem responder pelos próprios atos. No entanto, é permitido
responsabilizar os provedores de serviços por atos ilegais praticados por
terceiros usuários, quando detectados defeitos na prestação do serviço. Logo, o
se pretende analisar diferentes formas acerca da responsabilidade que os
provedores possuem, por conta desses atos (LEONARDI, 2011).

28
3.1 USO DA INTERNET: DISPOSITIVO LEGAL

A disputa para estabelecer um regime especial de responsabilidade civil


para os ISPs começou em 1995 nos Estados Unidos, dentro da Infraestrutura
Nacional de Informação (NII), e continuou internacionalmente, com os chamados
Tratados da Internet da OMPI de 1996 (JESUS & MILAGRE, 2016).

Nas duas instâncias, os ISPs conseguiram evitar a responsabilidade por


violações de propriedade intelectual cometidas na Internet. Finalmente, foi
alcançado um compromisso, pela primeira vez, no Digital Millennium Copyright
Act dos Estados Unidos, em 28 de outubro de 1998 e dois anos depois na
Diretiva 2000/31/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 8 de outubro de
1998. Junho de 2000, relativa a certos aspectos jurídicos dos serviços da
sociedade da informação, em especial o comércio eletrônico no mercado interno
(Diretiva Comércio Eletrônico) (JESUS & MILAGRE, 2016).

Na recente Lei 12.965, promulgada em abril de 2014, sobre a “Estrutura


Civil da Internet”, está estabelecido no artigo 18, conforme citado no capítulo 2,
que os provedores não são civilmente responsáveis por danos decorrentes de
conteúdo gerado por terceiros, que se harmoniza com o inexistência de uma
obrigação geral de monitoramento (JESUS & MILAGRE, 2016).

Entre outros pontos, o Marco Civil obriga as empresas estrangeiras de


serviços de Internet a obedecer à legislação local, mesmo nos casos em que não
estão instaladas no país. Também obriga os fornecedores a respeitar a
inviolabilidade das comunicações do usuário e os proíbe de fornecer a terceiros
ou empresas informações sobre seus clientes, sem a sua autorização
(LEONARDI, 2011).

Além disso, estabelece o princípio de neutralidade, ou “isonomia” na


rede, o que implica que os provedores de conexão devem garantir a seus clientes
a velocidade contratada, independentemente do conteúdo que acessam
(LEONARDI, 2011).

29
A necessidade de criar um sistema de regulamentação havia sido
discutida há muito tempo, embora tenha entrado em vigor depois que os
documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA), vazados pelo ex-analista
dos EUA Edward Snowden, indicaram que os Estados Unidos espionou a
empresa Petrobras e até a mesma presidente Dilma Rousseff (LEONARDI,
2011).

Em 23 de abril do ano de 2014, foi sancionada e publicada a Lei nº


12.965, popularmente conhecida como o Marco Civil da Internet, a qual indica
diversos princípios, direitos, garantias e deveres para o devido e saudável uso
da tecnologia no Estado brasileiro, visando diminuir os riscos que ela proporciona
aos usuários. Estes dispositivos foram devidamente aprovados pelo Comitê
Gestor da Internet (LEONARDI, 2011).

A referida Lei está baseada em três princípios muito importantes, quais


sejam: o da privacidade do usuário, neutralidade de rede, bem como a liberdade
de expressão (LEONARDI, 2011).

Com o advento da mencionada Lei, percebe-se que está baseada em


três princípios muito importantes, quais sejam: o da privacidade do usuário,
neutralidade de rede, bem como a liberdade de expressão (SILVA, 2014).

De acordo com o artigo 2° do Diploma Legal, os fundamentos dessa lei


se constituem na liberdade de expressão, direitos humanos, desenvolvimento da
personalidade, crescimento de usuários no mundo e sua consequente atividade
nesse meio. Além disso, também são constituídos na diversidade, colaboração,
pluralidade, livre iniciativa e concorrência, defesa do consumidor e a finalidade
social deste meio (SILVA, 2014).

A principal finalidade dessa legislação é possibilitar o devido acesso à


internet de todos os cidadãos, tendo em vista que esse meio se tornou essencial
na contemporaneidade, pois a web é a mais importante rede de comunicação,
sendo vital ao cotidiano dos indivíduos na sociedade moderna. Em outras
palavras, a internet tornou-se um recurso básico para o cidadão brasileiro, tendo

30
em vista que hoje quase tudo é movido pelo uso da tecnologia, tais como estudo,
trabalho, relações sociais e, até mesmo, o lazer (SILVA, 2014).

Neste sentido, Jesus e Milagre (2016) concordam que esta Lei pode ser
considerada a “Constituição da Internet”, pois garantem direitos e estabelece
deveres aos usuários da internet. Além disso, devem nortear a interpretação das
regras presentes na lei.

Com a publicação da referida Lei 12.965/2014, que é conhecida como o


Marco Civil, os indivíduos que acessam a internet passaram a obter o direito a
inviolabilidade, bem como à reserva totais de suas informações compartilhadas
virtualmente, salvo havendo uma determinada ordem expedida por juízo
dispondo ao contrário (JESUS & MILAGRE, 2016).

O Marco Civil originou-se objetivando salvaguardar os direitos dos


indivíduos que utilizam a rede, evitando desestimular o avanço tecnológico, ou
até mesmo impedir tal desenvolvimento (JESUS & MILAGRE, 2016).

Além disso, o mesmo diploma legal, visando proteger os direitos


mencionados, busca a devida responsabilização dos provedores desse meio,
principalmente referente a hipóteses em que houver o compartilhamento de
postagens ofensivas a uma determinada pessoa, disponibilizadas por terceiros
(SILVA, 2014).

Há algumas contradições na lei, controvérsias relativamente à


responsabilidade civil que os provedores possuem por conteúdos ofensivos
compartilhados por terceiros, pois a Lei visa proteger a privacidade do usuário,
à de suas informações e comunicações, determinando a inviolabilidade e o sigilo
das informações e salvaguardando direitos e opiniões (SILVA, 2014).

Em outras palavras, num primeiro momento, referida lei dispõe como


princípios da disciplina do uso adequado da internet, protegendo a privacidade
e os dados pessoais dos indivíduos (SILVA, 2014).

Com fulcro no artigo 7° da mencionada lei, é indicado a inviolabilidade e


sigilo das comunicações dos usuários, exceto por mando do Poder Judiciário.

31
No entanto, no artigo subsequente, determina que a salvaguarda do direito à
privacidade, bem como a liberdade de expressão nos meios de comunicação
não são condições para o devido exercício do direito ao alcance aos meios
virtuais (LEONARDI, 2011).

Em relação às comunicações privadas, a regra não autoriza que os


usuários as possibilitem à terceiros, também salvo em determinação judicial.
Desta forma, a norma legal também dispõe que serão nulas de pleno direitos às
cláusulas que ferem o direito fundamental garantido (LEONARDI, 2011).

32
CONCLUSÃO

Esse estudo teve por objetivo examinar a responsabilidade que o


provedor de aplicações no meio virtual possui, no âmbito civil, pelos respectivos
danos consequentes de conteúdos gerados por qualquer pessoa, em
observância à Lei 12.965 de 2014.

Foram mencionadas controvérsias, especialmente no que se refere à


responsabilidade civil que os provedores possuem por conteúdos ofensivos
compartilhados por terceiros, tendo em vista que a Lei 12.965 visa proteger a
privacidade do usuário de suas informações e comunicações, determinando a
inviolabilidade e o sigilo das informações e salvaguardando direitos e opiniões.

O foco do trabalho também incidiu sobre a possibilidade de o servidor


responder objetivamente pelos danos civis quanto a conteúdos ofensivos
prejudiciais disponibilizados por terceiros em seus domínios bem como sobre a
necessidade de mandado judicial para a responsabilização e a retirada de
conteúdo do meio virtual.

A opinião majoritária relativamente ao assunto é de que há a


necessidade de que sejam adotados critérios eficazes na aplicação da
responsabilização, que gera a obrigação de reparar danos, uma vez que o
ordenamento jurídico brasileiro obtém um diploma legal específico para dispor a
respeito do tema estudado, considerando-se que o conteúdo está disposto no
Marco Civil da Internet, o qual não é aplicável para situações anteriores à sua
vigência.

A mobilidade e o acesso à informação de diferentes lugares


simultaneamente, onipresente e assincronamente, constituem características
inseparáveis da nova economia. O fenômeno da interconexão global e
permanente gerada pela Internet e pelos serviços fornecidos por ela está
causando conflitos complexos de direitos, os conflitos que surgem quando os
direitos fundamentais de todas as pessoas são protegidos. O principal desafio
da lei é encontrar um equilíbrio, entre os interesses dos detentores de direitos e
usuários, para promover o acesso e a liberdade por meio da Rede.

33
As regras emitidas em relação à Internet devem levar em consideração
que as informações divulgadas por ela gozam da proteção constitucional dos
direitos de liberdade de expressão sem censura prévia e da imprensa, defesa
em tribunal, privacidade, decoro e honra, reconhecido em todo o bloco de
constitucionalidade.

No caso de a responsabilidade dos provedores de serviços da Internet é


impossível que qualquer um deles seja responsabilizado por todas as coisas
prejudiciais que são ditas na rede e por suas possíveis consequências
econômicas; Além disso, existe uma impossibilidade tecnológica de controlar,
pela quantidade, as informações encontradas no servidor, desde que
desconheça o fato prejudicial, em virtude de uma notificação ou reclamação
prévia da parte interessada, neste caso o direito reaparece legal removê-lo.

Por fim, deve-se lembrar o princípio da neutralidade da Internet


reconhecido em inúmeras leis que propõe dar a todos os dados que circulam na
Internet um tratamento igual, independentemente de seu conteúdo ou origem,
garantindo aos usuários o exercício do seu direito de livre acesso para a
informação.

Esse trabalho, fundamentou-se nos princípios de responsabilidade civil,


classificando os diferentes provedores de serviços de Internet e analisando sua
responsabilidade em consonância com a legislação brasileira e tendências
doutrinárias e jurisprudenciais atuais.

34
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