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3 UNIDADE 1 - Introdução
5 UNIDADE 2 - A Sociedade Digital
5 2.1 Sociedade da informação x sociedade digital
SUMÁRIO
20
32 4.3 Privacidade
UNIDADE 1 - Introdução
A internet para Lévy (2000) é um ci- A grande inovação da Internet foi que
berespaço ou rede, um novo meio de co- ela permitiu, pela primeira vez e em tem-
municação que surge da interconexão po real, a comunicação entre diversas
mundial dos computadores. O termo es- pessoas, em um determinado momento
pecifica não apenas a infraestrutura ma- estabelecido e em uma escala global, ao
terial da comunicação digital, mas tam- que podemos chamar de sociedade digi-
bém o universo oceânico de informações tal.
que ela abriga, assim como, os seres hu-
manos que navegam e alimentam esse 2.2 Contexto histórico do
universo. O processo resulta de um movi-
mento internacional coletivo, integrado,
seu surgimento
participativo e com traços colaborativos, Relembrando brevemente a evolução
que busca experimentar novas formas de dos meios de comunicação teremos: os
comunicação diferentes daquelas que as livros, os jornais, o telégrafo, o telefone,
mídias clássicas nos propõem. o rádio, o telex, a televisão e o fac-sími-
le, que foram nos séculos passados os
Castells (2003) diz que a Internet tem canais utilizados para que a comunica-
como característica principal a distribui- ção e o conhecimento fossem atingidos.
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A rede, além de nós (nos dois sentidos Mas esse modelo de comunicação e in-
da palavra) e hubs, é preenchida pela ex- teração veio para ficar, disso não temos a
ternalização de nossos desejos e nossas menor dúvida.
necessidades. O espírito subjetivo e sub-
versivo da web se manifesta desde um 2.3 As “ondas” e a “cauda
obscuro tweet para três ou quatro se-
guidores até um vídeo do YouTube que,
longa”
do dia para a noite, é visto por milhões de Na década de 1980, Alvin Toffler pre-
pessoas. conizou o que hoje testemunhamos a
cada bit que trocamos na internet – a
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De 1980 a 1995, presenciamos as pri- cada vez menos os custos da cadeia pro-
meiras mudanças em direção a essa nova dutiva estejam nas mãos da produção de
sociedade – a informatização elevou a ní- bens e cada vez mais na prestação de ser-
veis nunca antes imaginados o fluxo e a viços como mídia, entretenimento, educa-
organização da informação. Podemos ver, ção, saúde e serviços financeiros, muitos
por exemplo, um reflexo dessa informa- deles exclusivamente dependentes de in-
tização na integração da cadeia de supri- formação e conhecimento.
mentos, diminuindo os níveis de estoques
Vaz (2011) ressalta que a economia
e aumentando a margem de lucro dos va-
da informação muda completamente os
rejistas.
parâmetros de valor. Uma ideia que gere
Após a estabilização da moeda e a ex- uma vantagem competitiva pode valer
plosão do consumo no país, sistemas que milhões, talvez bilhões de dólares e exem-
melhoraram o fluxo de informações por plifica:
meio da cadeia de suprimentos transfor-
quanto vale uma ideia como a que deu
maram o mercado de “orientação para o
origem ao modelo de negócio hoje prati-
produto” para “orientação para a deman-
cado pela Microsoft, ou a que sustentou o
da”. Toda essa informatização faz com que
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quanto vale uma ideia como a que au- A internet é um meio que permite a
mentou o bocal do tubo de pasta de den- troca livre e instantânea de dados. Nada
tes? Ou a ideia que deu origem ao modelo mais adequado para uma era em que tudo
de links patrocinados do Google?. é transformado em bits. E nesse ponto
vale um parêntese. Se você já participou
O dinheiro está nas ideias, na informa-
de algum site de relacionamento afetivo,
ção, nos bits, não no banco e muito menos
como Par Perfeito ou tantos outros que
na produção. Sites com muito pouco di-
povoam a web, sabe que uma das regras é
nheiro, mas com uma boa ideia, passam da
ter uma ótima foto. Quanto melhor a foto,
casa das dezenas para a casa das centenas
mais contatos você recebe na sua caixa
de milhões de usuários em poucos meses.
postal. Isso está totalmente em harmo-
Crescimentos da ordem de 1.000% ou
nia com uma época que valoriza o design
5.000% não são números fantasiosos na
(VAZ, 2011).
economia da informação.
Outro conceito que não é novo, mas que
A economia da informação não tinha de
na internet ganhou notoriedade e uma di-
fato se mostrado ao mundo até poucos
ferente conotação é o conceito de Cauda
anos atrás. No Brasil, em 1995, um fenô-
Longa. É um conceito essencial para en-
meno disruptivo abriu-se comercialmente
tender as consequências de um mercado
– a internet. Todas aquelas informações,
que tem como base informações.
que durante décadas foram transforma-
das em bits, agora poderiam trafegar livre- Ninguém mais didático e simples para
mente por computadores de todo o mun- explicar a cauda longa do que a Wikipédia
do, bastando, para tanto, um computador (http://pt. wikipedia. org/wikil A_ Cauda_
e uma linha telefônica. Com a privatização Longa): cauda longa (do inglês The Long
da telefonia no Brasil e a consequente po- Tail) é um termo utilizado na Estatística
pularização das linhas telefônicas em me- para identificar distribuições de dados da
ados da década de 1990, criou-se a base curva de Pareto, na qual o volume de da-
para a internet explodir no país. dos é classificado de forma decrescente.
No caso da Nova Economia, este racio- A economia digital intensificou algo que
cínio é colocado em xeque, muito particu- começou timidamente há muito tempo – a
larmente no caso dos produtos digitais. necessidade do imediatismo da resposta.
Por exemplo, o custo de manutenção de Já que tudo é tão rápido, não há mais tem-
um produto muito procurado é igual ao po para esperar pelo que quer que seja. O
custo de manutenção de um produto pro- que antes chegava por carta e demorava
curado apenas por um número mínimo de meses, hoje chega por alguma via eletrô-
consumidores. nica e demora o tempo de você recarregar
a página. O mercado moldado pelas tec-
Apostar na Cauda Longa torna-se eco-
nologias muda profundamente o ser hu-
nomicamente interessante, ao contrário
mano. Novos comportamentos surgem e
do que acontecia antes. No limite, o con-
novas oportunidades também.
junto dos produtos que existem na zona
da Cauda Longa tem um valor comercial O mercado em tempos de economia di-
equivalente aos dos produtos populares. gital tem adquirido novas configurações,
tanto no que tange à globalização de em-
A economia baseada na escassez de es-
presas locais ou à localização de empresas
paços tem que privilegiar só aqueles pro-
globais. Essa é uma vantagem para qual-
dutos que melhor remuneram o espaço,
quer pequena empresa que pensa em ex-
o que chamamos de hits, os que vendem
pandir seus mercados.
mais, os que são mais procurados e, por
isso, mais valorizados. A indústria publici- Na internet, qualquer companhia pode
tária sobreviveu até hoje da venda de es- fazer uma campanha mundial e monitorar
paços escassos em revistas, jornais, inter- todos os resultados país a país, cidade a
valos comerciais e tantos outros. Já vimos cidade. No Google Analytics, por exemplo,
que o que é escasso tem mais valor do que o anunciante pode saber de quais estados
aquilo que é abundante. É a boa e velha lei do Brasil e do mundo vieram os acessos
da oferta e da demanda. que seu site teve durante o período que
escolher, além de outras centenas de in-
A Cauda Longa explica a queda no fa-
formações necessárias para entender o
turamento de algumas feiras e eventos
comportamento desse novo consumidor.
setorizados em todo o mundo. A internet
possibilita que empresas que antes só se Mais uma vez constatamos que a in-
reuniam uma ou duas vezes por ano em ternet é um meio com ampla riqueza de
uma feira, por exemplo, têxtil, agora se informações, o que facilita qualquer ação
reúnam a qualquer hora pela internet e de planejamento, pesquisa e levantamen-
façam negócios. Os nichos que antes só to de dados.
podiam se reunir de maneira efetiva local-
Utilizando-se adequadamente da rede,
mente em um espaço de eventos, hoje se
é possível fazer um levantamento das ne-
reúnem no espaço virtual (VAZ, 2011).
cessidades dos clientes de maneira preci-
sa e inequívoca. Considere, por exemplo,
2.4 Características do mer- analisar o perfil de seus principais clientes
cado no Facebook e saber exatamente como
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acesso à rede, o que o torna um leitor mais a marca da empresa. A aclamada, mas
difícil de ser convencido ou persuadido nem tão nova assim, web 2.0 aparece hoje
por propagandas. como uma panaceia e uma nova maneira
de interagir com o consumidor. Desde que
Nos Estados Unidos, por exemplo, o
algumas empresas perceberam a força
Instituto Pew divulgou uma pesquisa que
que tem o YouTube – iniciativas de web
mostra que o prestígio da grande impren-
2.0 – diante de seu consumidor, passaram
sa vem caindo sistematicamente desde
a considerar tais iniciativas em suas cam-
1985. Cerca de 25% da população ameri-
panhas.
cana acompanha as notícias pela internet
por achar que esta é menos tendenciosa. Mudanças, contudo, parecem aconte-
cer mais rapidamente nas telas dos moni-
As coisas estão mudando, e estão mu-
tores de sites em Flash do que na mente
dando muito rápido. Conquistar esse pú-
dos dirigentes da maioria das empresas do
blico tem exigido verdadeiros malabaris-
país. Algumas delas perceberam que pos-
mos das empresas e, certamente, utilizar
sibilitar que o usuário participe da ação
a internet de maneira sinérgica com a im-
é tremendamente positivo para a marca
prensa e a grande e tradicional mídia deve
(VAZ, 2011).
fazer parte dessa estratégia. A internet
em muito pouco tempo será a mídia prin-
cipal, e preparar-se para isso desde já é
2.5 Tempo e espaço: a que-
imperativo para a sobrevivência de em- da da barreira geográfica
presas e veículos. Por que dizer que não há mais barrei-
Enquanto mais iniciativas de inclu- ras no tempo e no espaço? Porque a era
são digital possibilitarem às classes C e da informação consolida a sociedade di-
D acesso a computadores nos próximos gital pela expansão de informações e co-
anos, a equação até então repetida in- nhecimentos em grande escala, a partir
cessantemente por anunciantes globais da circulação de ideias, saber, tecnologia,
durante as últimas décadas estará fadada avanços científicos e expressões culturais
a um fracasso retumbante. AI Ries, pro- pelos meios de comunicação e, em desta-
fissional de marketing norte-americano e que, para rede global de computadores, a
um dos idealizadores do conceito de “po- Internet. Esta rede conecta todos os pon-
sicionamento de marca”, em “A queda da tos do mundo interligando pessoas, em-
propaganda”, apesar de tremendamente presas e instituições, é o novo espaço de
criticado, com seu discurso xiita de que a vida, em que é possível trabalhar, estudar,
propaganda está com seus dias contados, comprar, vender e ter relacionamentos
não estava tão errado assim, afinal (VAZ, sociais. Este espaço agrega diversas fun-
2011). ções e faz um simulacro da sociedade pe-
los espaços e comunidades que as pesso-
A internet pode, finalmente, cumprir a as participam, reestruturando assim uma
promessa da customização em massa em nova interação social.
que cada consumidor se sentirá especial e
transmitirá essa percepção positiva para Dentre a diversidade de ambientes que
a Internet integra o mercado, passa a ter
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des que isso gera são enormes, principal- afirmar que a Internet possui vantagens
mente no mercado de turismo e no merca- no setor turístico, para disponibilizar da-
do de franquias. No mercado de turismo, dos para o desenvolvimento da ativida-
atualmente, as pessoas procuram progra- de e para conquista de novos clientes,
mar toda a sua viagem sentadas calma- atendendo as necessidades das pessoas
mente em um notebook conectado à web dentro desta sociedade de constantes
em sua casa, no seu país de origem. Plane- transformações que requer praticidade,
jam os pontos que visitarão, quais shows qualidade e diferenciação nos serviços.
assistirão, o que e onde comprarão, e vá-
O mundo sem distâncias, com base em
rios outros detalhes. Um restaurante ou
informação, muda comportamentos, ma-
um museu que tenha uma presença forte
nifestações culturais e sociais, muda a
na internet pode se beneficiar muito des-
economia. Estamos muito mais próximos
ses públicos.
das culturas de povos que antes só nos
Torezani (2007), em artigo que busca chegavam pela tevê e hoje conseguimos
analisar como os sites de empresas tu- interagir com elas. Veja a quantidade de
rísticas divulgam as expressões culturais pessoas que pesquisam na internet por
da cidade de Ilhéus (BA), confirma que o fatos completamente alheios à nossa cul-
turismo tem significativas mudanças em tura como budismo, comida japonesa, jo-
função das novas tecnologias da comuni- gar hóquei e outros elementos culturais
cação, o que altera atividade econômica que não nos são familiares e tradicionais.
para o trade e para os clientes, com novas
A internet faz com que, pela primei-
formas de deslocamentos e experiências
ra vez, aquele que se sente um estranho
turísticas.
no ninho, alheio à realidade em que vive,
Para além das técnicas de marketing, procure uma realidade que lhe seja mais
de propaganda e publicidade, a comuni- aprazível, que encaixe na sua maneira
cação turística toca as imagens identitá- de pensar. Uma pessoa que vive em Mo-
rias de um território, a memória coletiva e çambique pode descobrir que adora fazer
social de um povo: trata-se aqui de repre- origamis, pesquisar na internet sobre o
sentações difundidas a diversos títulos, e tema, se corresponder com outras pesso-
que deverão ter repercussões significati- as em todo o mundo que também têm isso
vas sobre o olhar que as comunidades re- como hobby e assumir tal estilo de vida. As
ceptoras dirigem a si mesmas diante dos pessoas cada vez mais se reúnem em tor-
visitantes (VOISIN, 2006, 104). no de ideias, não de lugares. Se gosto de
filmes alemães da década de 1970, posso
Nos sites das empresas de turismo, de-
discutir tais filmes com pessoas do mun-
vem constar informações sobre as cida-
do inteiro sem ter que ir para a Alemanha
des turísticas, os serviços oferecidos pela
ou frequentar festivais alternativos pelo
rede devem estar sempre atualizados, já
país. Faço isso sentado à minha mesa, na
que a publicidade e concorrência deste
minha casa. Essas mudanças influenciam
meio são muito aceleradas.
negócios e empresas de uma maneira
Lage (2000) é outro autor também a ainda não completamente compreendida
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Novas regras definem novos modelos Os resultados são vistos em nosso dia
de negócios. Há muito mais oportunida- a dia. É só tomarmos como exemplo os
des nesse novo cenário do que ameaças. blogs e, mais recentemente, “twittização
Basta ter olhos para enxergá-las. das notícias”. Os blogs, com seu formato
de breves e imediatos posts, vêm influen-
Algo que era impensável há poucos
ciando as instituições seculares da infor-
anos, hoje não mais o é – interagir com seu
mação. Nos sites dos jornais leem-se os
cliente em todos os lugares em que ele
vários jornalistas com seus blogs, cegos
esteja e a todo momento que ele desejar
tentando acertar um alvo nebuloso, que
devido à queda da barreira geográfica. O
está em todos os lugares e, ao mesmo
ciberespaço, com sua natural característi-
tempo, em lugar nenhum – o consumidor
ca de atuar em dimensões diversas, tanto
quântico, probabilístico. A blogalização
temporal quanto espacial, confundiria até
dos jornais é somente uma consequência
mesmo Einstein em seus dias mais fecun-
de sua adaptação a um mundo em cons-
dos, contudo, não assusta mais nem mes-
tante mudança. A agilidade da notícia
mo uma criança de 10 anos, que já nasceu
tornou-se fator imperativo em um mun-
sabendo que a internet sempre esteve
do que precisa de informação relevante,
lá e não imagina como um dia ela poderia
atualizada e confiável para pautar deci-
não ter existido.
sões diversas. Por outro lado, o iG e o Úl-
Em um admirável mundo novo, no qual timo Segundo, por terem nascido empre-
a noção de limites parece ter ruído, tempo sas digitais, já blogalizaram as notícias de
e espaço – esses dois elementos clássicos maneira muito mais intensa. Muitos jorna-
da economia tradicional- também vêm se listas famosos têm seus blogs no ar no iG
transformando em nossa mente rebelde. (VAZ, 2011).
Entender essa radical mudança dos ele-
Indo ao encontro dos preceitos digitais
mentos que estão tão arraigados em nos-
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tente na aquisição de bens e/ou serviços, Dentro desse conceito amplo de consu-
através de equipamentos eletrônicos de mo, ou mais especificamente contrato de
tratamento e armazenamento de dados, consumo via transferência de dados ele-
nos quais são transmitidas e recebidas as trônicos que faz circular produtos e servi-
informações. ços no mercado local, regional e mundial,
observam-se várias relações contratuais,
Marques (2004), considerando a defi-
tendo em vista inclusive a informação
nição de comunicações comerciais trazida
como produto de comércio.
pelo art. 2º da Diretiva 2000/31/CE (União
Europeia), faz a distinção entre comércio Segundo O’Brien (2004), define-se
eletrônico stricto sensu e comércio ele- como e-commerce a compra e venda
trônico lato sensu. por meios digi¬tais. E-business além de
abranger o e-commerce, compreende
De maneira estrita, define-se o comér-
aplicativos de escritório, tanto os internos
cio eletrônico como sendo uma das moda-
como os de relaciona¬mentos externo,
lidades de contratação não presencial ou
que compõem o motor da empresa mo-
a distância para a aquisição de produtos e
derna. E-business não é apenas o conjun-
serviços através do meio eletrônico ou via
to de transações de e-commerce, é uma
eletrônica. De maneira ampla, podemos
redefinição do velho modelo de empresa
visualizar o comércio eletrônico como um
com a ajuda da tecnologia para maximizar
novo método de fazer negócios através
o valor para o cliente.
de sistemas e redes eletrônicas (RIBEIRO,
2009). O e-commerce engloba a realização de
negócios por meio da Internet incluindo a
A visão ampla, ou seja, o comércio ele-
venda, não só de produtos e serviços físi-
trônico lato sensu, abrange toda forma
cos, entregues off-line: isto é por meios
de transação ou troca de informação co-
tradicionais, mas também de produtos
mercial, consequentemente, torna-se
como software, que podem ser digita-
possível a existência de todas as formas
lizados e entregues on-line por meio da
contratuais (os de envio de bens mate-
Internet nos segmentos de mercado bu-
riais, os de envio de bens imateriais e os
siness-to-business (B2B), que envolve
de serviços) e todas as fases do negócio
mercados eletrônicos e ligações diretas
jurídico realizado entre o fornecedor e o
entre empresas. No seminário “mercado
consumidor (MARQUES, 2004).
B2B.com.br – negócios entre empresa via
No mesmo sentido, Lorenzetti (2004) Internet” constatou-se que as empresas
assevera que como consequência lógica instaladas no Brasil estão buscando cada
das atividades oriundas do comércio ele- vez mais a automação de seus negócios.
trônico lato sensu há diversas relações O Brasil se destaca no setor bancário, em
jurídicas que se classificam nas quatro que as transações financeiras pela Inter-
modalidades (empresários e empresários net já são quase tão populares quanto nos
– B2B; empresários e consumidores – B2C; Estados Unidos (LIMEIRA, 2003).
empresários e governo – B2G; consumido-
A filosofia Business to Business ganhou
res e governo – C2G).
espaço a partir do final dos anos 90. Com
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isso aumentou a competição pela concor- aquele que as empresas precisam de-
rência. Hoje, praticamente, toda empresa senvolver praças de mercado eletrônicos
idônea tem seu site para se conectar com atraentes para seduzir seus consumido-
o mundo. Muitas empresas oferecem a res e vender produtos e serviços a eles.
seus clientes Websites seguros de catá- Muitas empresas, por exemplo, oferecem
logos de e-commerce na Internet ou ex- Websites de e-commerce que fornecem
tranet. São também muito importantes fachadas de lojas virtuais e catálogos
os portais de e-commerce B2B que ofe- multimídia, processamento interativo de
recem leilões e mercados de trocas para pedidos, sistemas seguros de pagamento
empresas. Outras podem contar com In- eletrônicos e suporte on-line ao cliente
tercâmbio Eletrônicos de Dados (EDI) pela (O’BRIEN, 2004).
Internet ou extranets para a troca, de
Assim, relações contratuais de comér-
computador a computador, de documen-
cio eletrônico envolvem o cidadão (cons-
tos e de e-commerce com seus maiores
sumer – C), o empresário (business – B) e
clientes e fornecedores.
o governo (governament – G) conforme o
Já o business-to-consumer (B2C) é esquema a seguir:
Abaixo temos explicações mais deta- midores, indivíduos que ofertam algum
lhadas sobre a doutrina que reconhece produto ou serviço e de outro lado outro
algumas formas de relações jurídico-con- indivíduo adquire cabendo ao empresário
tratuais entre os estabelecimentos ele- apenas intermediar tais contratos dispo-
trônicos, quais sejam: nibilizando meios como o espaço virtual
como é o caso dos sites de leilões virtuais
a) B2B – (business to business) – os
como www.ebay.com ou o mais popular
internautas ou usuários de redes de com-
www.mercadolivre.com.br.
putadores compradores são também em-
presários, assim a relação se dá através de d) No nível governamental tem-se
contrato de consumo ou aquisição entre ainda o G2C (government to citizen - o
duas empresas, por exemplo, americanas. governo se relacionando através de for-
com adquire via compra em website de necimento de produtos e serviços ao cida-
material de expediente de outra empresa dão, como é o caso das certidões digitais,
de comércio eletrônico. o processo eletrônico, pagamento via in-
ternet), G2B (government to business - o
O B2B envolve relações comerciais en-
governo se relaciona com os empresários
tre empresas quanto à comercialização de
fornecedores de produtos ou serviços
produtos e prestação de serviços entre
através das licitações e o pregão virtu-
produtores, fabricantes, fornecedores e
al, por ex.) e G2G (government to gover-
importadores, sem a participação direta
nment - relacionamento entre agências
do consumidor final. As mercadorias ad-
governamentais) (VIDONHO JUNIOR et al.,
quiridas pelo B2B normalmente são pro-
2010).
dutos, insumos e suprimentos por parte
das empresas, com a Internet integrando Temos ainda: C2B (consumer-to-bu-
as partes (FINKELSTEIN, 2010). siness), B2G (business-to-government),
G2C (government-to-consumer), C2G
b) B2C – (business to consumer) – os (consumer-to-government).
internautas são consumidores (CDC – art.
2º) que adquirem os produtos das empre- Os provedores são aqueles que dispo-
sas através de meios digitais, ou mais co- nibilizam ao público em geral, usuário da
mumente denominados de home pages internet, através de suas home pages,
(ex. www.americanas.com.br); uma variedade de informações, bens e
serviços, muitas vezes em caráter gra-
O B2C é ditado por relações de consu-
tuito, mas que geralmente exigem do in-
mo do tipo fornecedor-consumidor. Neste
teressado o pagamento de uma taxa de
sentido, mediante a utilização da Internet,
subscrição ou uma compensação de natu-
as empresas, na qualidade de produtoras
reza econômica (DELPUPO, 2006).
e/ou fabricantes e/ou distribuidoras, ven-
dem seus produtos ao consumidor final. A atuação dos provedores, de um lado,
É o chamado varejo eletrônico (FINKELS- e dos usuários, de outro, caracteriza a
TEIN, 2010). existência de uma típica relação de consu-
mo. Com efeito, tanto o provedor de aces-
c) C2C – (consumer to consumer) –
so quanto o provedor de conteúdo (bens
negócios feitos entre os próprios consu-
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propriedade lembra que seria no mínimo comuns. Ademais, nos poucos países dos
inadequado deixarmos de dar um enfo- quais se tem notícia, o comércio eletrô-
que especial ao Código Civil de 2002, uma nico foi tratado em legislação específica,
vez que este é o grande inovador de toda como veremos adiante. As tecnicidades
a temática relativa ao Direito Privado no do comércio eletrônico extrapolam o cam-
Brasil. po do Direito Civil ou mesmo do Direito Co-
mercial, o que não quer dizer, no entanto,
Com a unificação do Direito Comercial e
que as normas do Código Civil de 2002 não
do Direito Civil, fica claro que o Código Civil
possam e não devam ser aplicadas ao co-
de 2002 ocupa lugar de destaque na vida
mércio eletrônico.
de todos nós.
O legislador deve traçar normas gerais
Este Código teve uma longa tramitação
que não se desatualizam ante inovações
no Congresso Nacional. Foi em 1975 que o
tecnológicas! E isso foi feito pelo Código
Presidente Costa e Silva submeteu à apre-
Civil de 2002, que optou por obedecer a
ciação da Câmara dos Deputados o Proje-
princípios gerais como os da eticidade,
to de Lei nº 634-D. Seus organizadores
socialidade e operabilidade. Aliás, este
foram Miguel Reale, José Carlos Moreira
último visa justamente a estabelecer so-
Alves, Agostinho Alvim, Sílvio Marcondes,
luções normativas de modo a facilitar sua
Erbert Chamoun, Clóvis de Couto e Silva e
interpretação e aplicação pelo operador
Torquato Castro.
do Direito (FINKELSTEIN, 2011).
Note-se que pelo próprio fato de o pro-
O Código Civil de 2002 não é preco-
jeto inicial datar de 1975 e a exploração
cemente velho, como seria se fosse um
comercial da Internet ter-se iniciado em
mero clone do Código Civil de 1916. Não!
1993, impossível pareceria, à primeira vis-
Ele é extremamente moderno e inovador,
ta, que o Código Civil de 2002 tratasse, de
sendo que o objetivo de superar o mani-
alguma forma, do comércio eletrônico.
festo caráter individualista do Código Civil
É de lembrar, no entanto, que durante de 1916 é fator determinante desta afir-
sua longa tramitação, o projeto recebeu mação (FINKELSTEIN, 2011).
sucessivas emendas e recebeu inúmeras
Não se quer, com isso, dizer que o Códi-
contribuições, inclusive após 1993. As-
go Civil de 2002 é perfeito, pois, obra hu-
sim, permanecem as questões: por que o
mana que é, está sujeito a falhas. Dentre
comércio eletrônico não foi objeto de nor-
essas falhas, é de mencionar as formali-
mas específicas no Código Civil de 2002?
dades complicadas de que se revestiram
Este fato determinaria a velhice precoce
as sociedades limitadas.
do Código Civil de 2002? Essas questões
são aqui transcritas posto que por inúme- Quer-se dizer, apenas, que não consi-
ras vezes foram efetivadas em voz alta deramos necessário que o Código Civil de
nos meios acadêmicos e empresariais. 2002 se tivesse preocupado com as tec-
nicalidades inerentes ao comércio eletrô-
Os organizadores do Código Civil de
nico, uma vez que se esforçou em traçar
2002 optaram por traçar normas gerais
normas gerais que podem ser aplicadas a
para regular a relação entre os homens
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relação entre tudo aquilo que pode ser intuito for apenas comercial, sem falar em
monitorado ou investigado, de um lado, prejuízo no tocante à fama, honra e res-
e todas as proteções legais e estruturas peitabilidade, questões também protegi-
utilizadas para dificultar este monitora- das pelas normas citadas. Essa disposição
mente e/ou investigação, de outro. A era pode ser aplicada, de imediato, a invasões
atual é caracterizada pela maior extensão de privacidade ocasionadas no ambiente
do que é transitório e pela grande abran- eletrônico, especialmente por meio dos
gência do que é permanente, diferente- chamados cookies (GAZETA MERCANTIL,
mente do que era observado no passado 2003 apud FINKELSTEIN, 2011).
(FINKELSTEIN, 2011).
No Brasil, a proteção da privacidade é
Ainda segundo Lessig, a extensão da princípio constitucional previsto pelos in-
privacidade, que é justamente o resultado cisos X, XI e XII, do art. 5º da CF.
da relação entre o que pode ser monitora-
Ressalte-se que o estudo da privacida-
do e/ou investigado e proteções contra
de do usuário da Rede é uma das matérias
este monitoramento e/ou investigação,
que se inserem entre as mais importantes
depende da tecnologia disponível em de-
da sociedade da informação e que acaba
terminado tempo.
estando relacionada ao Comércio Eletrô-
Finkelstein (2011) exemplifica com ma- nico, uma vez que são os sites de Comér-
estria o monitoramento como elemento cio Eletrônico os principais coletores de
de invasão de privacidade. Via de regra, informações na Rede.
referido fator é caracterizado pela sua
transitoriedade – se somos observados ao
Dentro do tema privacidade na In-
andar pela rua, se não estivermos fazendo ternet, são 3 (três) os pontos que me-
nada fora do comum, seremos esquecidos recem destaque:
em seguida. Assim, em relação à investi- a) A privacidade do usuário invadida
gação – que é de caráter permanente – o pela montanha de junk mails ou spams
monitoramento é considerado elemento que um usuário recebe sem pedir nem de-
menos relevante de invasão da privacida- sejar.
de, porém, caso surja uma tecnologia que
elimine o caráter de transitoriedade do b) A privacidade do usuário garantida
monitoramento, seu efeito sobre a priva- pela CF, que determina invioláveis a inti-
cidade será mais relevante. midade, a casa e o sigilo da correspondên-
cia das comunicações telegráficas, de da-
O legislador do Código Civil de 2002 tam- dos e das comunicações telefônicas salvo
bém não se olvidou da questão atinente à por ordem judicial.
privacidade, ainda que de forma genéri-
ca. O Livro I, das pessoas, trata do tema, c) A privacidade do usuário, em si, pois
destacando a proteção da divulgação de que por vezes seus dados pessoais e hábi-
escritos, da transmissão da palavra, e da tos de consumo são comercializados.
exposição ou utilização da imagem das Outra questão relevante à privacidade
pessoas físicas ou jurídicas que poderão diz respeito ao monitoramento de equi-
ser proibidas de imediato, inclusive se o pamentos de funcionários que acessam,
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mais, embora não disponham de um ins- tivos são aqueles formados entre uma
trumento único que seja dotado de plena pessoa e um sistema eletrônico de infor-
confiabilidade e que contenha todos os mações, sendo o mais conhecido modo
elementos da contratação, é certo que a de contratação desta forma os contratos
prova do negócio jurídico pode ser rea- firmados na internet através de websi-
lizada por diversos meios (FERNANDES, tes, nos quais os produtos ou serviços são
2006). colocados à disposição do consumidor e
o contrato possui cláusulas preestabe-
Outra classificação dos contratos ele-
lecidas unilateralmente pelo fornecedor
trônicos é obtida através da análise da
(LIMA, 2008).
formação do contrato e da forma como o
computador é empregado. Assim, os con- Assim sendo, Lima (2008) considera os
tratos eletrônicos podem ser classifica- contratos eletrônicos interativos “contra-
dos em: intersistêmicos, interpessoais e tos por computador stricto sensu, posto
interativos (SILVA, 2012). que o computador age diretamente na
formação da vontade das partes”.
Contratos eletrônicos intersistêmicos
são aqueles nos quais o computador ser- No que tange à forma de execução dos
ve apenas como um instrumento de co- contratos eletrônicos, eles podem ser di-
municação entre as partes, como ocorre retos ou indiretos. Nos primeiros, a execu-
na contratação através do telefone e do ção é realizada no próprio ambiente virtu-
fax, por exemplo, tendo em vista que o al e, nestes últimos, ocorre quando o bem
contrato é celebrado da maneira tradicio- é de natureza tangível e sua execução
nal e o computador serve somente para no ambiente virtual é impossível (LIMA,
transmissão da vontade das partes, a qual 2008).
é pré-existente (LIMA, 2008).
A diferença entre um contrato tradicio-
Nos contratos eletrônicos interpesso- nal e um contrato eletrônico está na sua
ais, por outro lado, o computador não tem forma. O segundo não possui um texto
apenas a função de comunicação entre as escrito físico, o que é incomum, e é con-
partes, uma vez que interfere diretamen- sequência de uma revolução cultural sem
te na formação da vontade dos contratan- precedentes no Brasil e no mundo, uma
tes. vez que o texto escrito físico remonta à
própria História da Humanidade.
Este tipo de contrato pode ser formado
de forma simultânea – quando as partes Como problemas a serem supera-
estão conectadas à rede ao mesmo tempo dos nos contratos eletrônicos temos:
– como acontece, por exemplo, nos con-
tratos firmados através de chats ou pode, a) Cláusulas abusivas em face da nor-
ainda, ser não simultâneo, como ocorre mal falta de negociação.
nos casos onde há um espaço de tempo b) O fato de a maioria dos contratos ele-
entre a declaração e a recepção da mani- trônicos caracterizar contrato de adesão.
festação de vontade do contratante.
c) A falta de segurança acarreta riscos
Por fim, contratos eletrônicos intera- à privacidade do usuário.
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trônico, não implicarão uma modificação ma, avalia-se sob a boa-fé objetiva tanto
substancial do direito vigente e discipli- a responsabilidade pré-contratual como a
nador das obrigações e contratos, tanto responsabilidade contratual e a pós-con-
em âmbito nacional como internacional tratual. Em todas essas situações sobre-
(LAWAND, 2003). leva-se a atividade do juiz na aplicação do
direito ao caso concreto.
Assim, tanto os elementos essenciais
do negócio jurídico (consentimento e ob- No Código Civil, o art. 421 faz referência
jeto) assim como suas manifestações e à boa-fé objetiva, a qual se relaciona a uma
defeitos, além da própria tipologia con- regra de conduta, seja esta o dever de agir
tratual preexistente não sofrem altera- dentro de padrões sociais aceitos e esta-
ção significativa quando o vínculo jurídi- belecidos para o homem médio. É impor-
co é estabelecido na esfera do comércio tante distinguir esta da boa-fé subjetiva,
eletrônico, mesmo sendo este vínculo onde o manifestante de vontade acredita
internacional. Sobre tal assunto, Carva- que sua conduta seja correta, pois leva em
lho (2009) discorre que a internet não consideração o grau de conhecimento que
cria um espaço livre, alheio do Direito. Ao tem do negócio jurídico.
contrário, as normas legais dos contratos
Aliada a esta ideia de boa-fé, a qual
vigentes aplicam-se aos contratos eletrô-
se insere no mundo dos fatos, devemos
nicos basicamente da mesma forma que
considerar também a necessidade do es-
a quaisquer outros negócios jurídicos. A
tabelecimento de relações jurídicas de
celebração de contratos via internet su-
confiança, dada a desmaterialização do
jeita-se, portanto, a todos os preceitos
contexto contratual. Deve-se assim ba-
pertinentes do Código Civil Brasileiro. Tra-
lizar as condutas no meio eletrônico por
tando-se de contratos de consumo, são
meio da confiança.
também aplicáveis as normas do Código
de Defesa do Consumidor (CDC). No Código de Defesa do Consumidor,
o princípio da boa-fé é basilar de toda
IV) Princípio da boa-fé objetiva nos
conduta contratual que traga a ideia de
contratos em geral
cooperação, respeito e fidelidade nas re-
No processo de estabelecimento de um lações contratuais. A cláusula contratual
contrato, as partes devem agir de forma que fere a lealdade do contratante é con-
correta antes, durante e depois do cum- siderada, assim, abusiva. Isso porque o ar-
primento do mesmo. Caso ocorra descum- tigo 51, XV do Código de Defesa do Consu-
primento do contrato, o juiz deve analisar midor diz serem abusivas as cláusulas que
se este ocorreu de boa ou má-fé. “estejam em desacordo com o sistema de
proteção do consumidor”, dentro do qual
Para Venosa (2004), tanto nas tratati-
se insere tal princípio por expressa dispo-
vas como na execução, bem como na fase
sição do artigo 4º, caput e inciso III, deste
posterior de rescaldo do contrato já cum-
mesmo Código.
prido (responsabilidade pós-obrigacional
ou pós-contratual), a boa-fé objetiva é V) Princípio da autonomia privada
fator basilar de interpretação. Desta for- (ou da liberdade convencional)
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Que as redes sociais possuem uma for- um caderno universitário (TORRES, 2009,
ça enorme de mobilização, isso não pode- p. 140).
mos negar e basta lembrarmos dos acon-
Logo, ao acessar a página inicial do Fa-
tecimentos em meados de junho de 2013
cebook são percebidas algumas caracte-
em várias cidades brasileiras, não somen-
rísticas.
te as capitais mais expressivas, diga-se de
passagem. A página mostra as últimas atualiza-
ções de seus amigos. Nela, qualquer coisa
O Brasil viveu momentos de mudanças,
escrita na caixa “Atualizar Status” é com-
pelo menos por todo o país, o povo tomou
partilhada com todos os contatos. É pos-
as ruas para lutar por causas que vão da
sível escrever uma frase, compartilhar
redução na tarifa do transporte público à
ideias, imagens, vídeos ou até criar uma
melhoria dos sistemas de saúde e educa-
enquete (SOUZA, 2012).
ção. Protestos organizados, quase que na
totalidade, com a força da internet. Esse esquema é de fácil interação, pois
clicando na atualização de outro amigo é
Alguns conseguiram o seu intento que
possível comentar, curtir, compartilhar o
hoje não é mais somente a coletivida-
link para seus próprios amigos e respon-
de. Hoje, cada ser tenha suas aspirações,
der às enquetes, promovendo assim uma
seus objetivos, seus desejos e suas lutas
interação entre os usuários. Além disso, é
particulares. Naqueles dias ficou até difí-
permitido criar álbuns de fotos e armaze-
cil saber qual realmente era o motivo da
nar vídeos à escolha do usuário. Ou seja,
luta, tantos eram os cartazes de pedido,
como define Kirkpatrick (2011, p.17) “No
de indignações. Eram todos por todos e
Facebook, todos podem ser editores, cria-
cada um por si nas suas manifestações
dores de conteúdo, produtores e distri-
solitárias no meio da multidão.
buidores”.
Mas vamos falar um pouco sobre essas
redes sociais? Essas atualizações afetam de maneira
direta qualquer organização. Se uma in-
a) Facebook formação negativa sobre um mau atendi-
mento ou funcionamento de um produto
O Facebook inicialmente foi criado para
é escrita na atualização de um usuário e
ser restrito aos estudantes de Harvard.
logo em seguida repassada à frente, uma
Aos poucos, com a expansão de interesse
empresa pode estar sofrendo uma perda
e abertura de cadastros para outras uni-
de valor direta, sem nem ao menos tomar
versidades, o Facebook foi se desenvol-
conhecimento. Sendo assim, é extrema-
vendo.
mente necessária a atuação e monitora-
Sua estrutura é diferente das outras mento de qualquer assunto relacionado
redes de relacionamento, por isso seu ao produto/serviço para que se possa ra-
layout é uma mistura de mural de escola e pidamente sanar as dúvidas e retirar uma
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REFERÊNCIAS
LAWAND, Jorge José. Teoria geral dos O’BRIEN, James A. Sistemas de informa-
contratos eletrônicos. São Paulo: Editora ção e as decisões gerenciais na era da in-
Juarez de Oliveira, 2003. ternet. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.