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RESUMO
DA
O ciberespaço, considerado por muitos como a “rede das redes” é, atualmente, um mecanismo de
inclusão digital de alguns e exclusão de outros. A gama de informações diariamente lançadas na rede,
a velocidade em que caducam e a necessidade de atualização constante dos usuários, traz à tona
a problemática do analfabetismo digital, não distinto do analfabetismo funcional, já que remodela
E
a sociedade contemporânea. Este artigo se propõe avaliar os impactos sociais que a Internet tem
causado na população. De um lado, jovens sedentos por novas e mais informações, de outro, idosos
EXATAS
que não “alfabetizados” digitalmente ficam à margem da nova sociedade, a sociedade dos bits.
1
Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM e Relações Públicas do Instituto
Federal de Roraima.
16 Volume 5 - Nº 1 (Jun. 2011) |
ISSN 1982 - 5498 [REVISTA IGAPÓ - IFAM]
ABSTRACT
Cyberspace, considered by many as the “network of networks” is currently a mechanism for including
some and excluding others. The range of information released daily on the network, the speed at
which expire and the need for constant updating of the users, raises the problem of the digital
illiteracy, not distinct from functional illiteracy, as it reshapes the contemporary society. This article
aims to evaluate the social impact that the Internet has had on the population. On one side, young
people hungry for new and more information, on the other side, the elderly who aren´t “literate”
digitally are at the mercy of the new society, the bits society.
INTRODUÇÃO
Não foi com o advento da internet que o mundo passou a se conectar em rede, a internet
veio a “enxugar” e “agrupar” todos os artifícios anteriormente utilizados em um só espaço manipulado
através de um computador. A Internet, conhecida mundialmente como a “rede das redes”, virtualiza
todos os processos anteriormente existentes.
Pode-se citar como exemplo, um telefonema interurbano, antes de valor alto, hoje pode
ter o mesmo efeito através do programa skype ou através do MSN Messenger. As correspondências
antes enviadas pelos correios, hoje, podem ser enviadas de forma digital, quase que de forma
instantânea através dos e-mails e as fotos podem ser expostas em fotologs, da mesma forma que os
diários em blogs.
Porém a rapidez das mudanças que ocorrem no ciberespaço – espaço mediado pelo
computador – torna imprudente a realização de prognósticos, e de certa forma, o que está em voga
hoje na rede, em poucos dias já se tornará obsoleto.
Por consequência, não são todos que conseguem acompanhar essas sucessivas e incessantes
mudanças, já que existem aqueles que não possuem acesso ao manuseio correto das ferramentas
da Internet. Atualmente, muito pouco se garante que seu propósito democrático fundamental de
estar disponível e acessível a todos seja cumprido.
Em contrapartida, existe um outro grupo, seleto, porém não restrito, composto em sua
maioria por jovens e os chamados economicamente ativos, ansiosos por uma grande quantidade
de novas informações e das mais diversas modalidades. Este grupo acompanha as mudanças que
ocorrem na rede.
Na internet, não poderia ser diferente. Os blogs passaram a ocupar o lugar do antigo
diário íntimo – outrora de uso exclusivo e pessoal, para milhares de pessoas que optam por tornar
públicos muitos aspectos de suas vidas, suas experiências, memórias e opiniões. “Essa passagem do
antigo diário de um “eu” reservado e misterioso às confissões públicas do diário virtual de hoje foi
empreendida por homens e mulheres de diferentes idades que, deixando de lado escrúpulos e quiçá,
falsos moralismos, revelam a vontade de ter uma “plateia” para “ver”, “ouvir”, “aplaudir”, concordar e
discordar de suas ideias, opiniões, atitudes, experiências e julgamentos.” (Chagas, 2006, p. 04)
O que antes era sigiloso, secreto e de uso pessoal, no mundo virtual tais paradigmas foram
quebrados. Quanto mais exposto à opinião pública, melhor para o autor. Ainda temos o Orkut,
Sonico, Badoo, denominados de redes sociais, são os antigos cadernos de perguntas e o fotolog
mural de fotos.
Fronteiras e barreiras físicas foram quebradas com a Internet, Castells (2003, p.170) propõe
outras vertentes para a geografia.
A Era da Internet foi aclamada como o fim da geografia. De fato, a Internet tem geografia
própria, uma geografia feita de redes e nós que processam fluxos e informações gerados
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Uma mudança acarretada com o advento da Internet é a nova noção de tempo e espaço.
Passado, presente e futuro andam tão juntos, que parecem que planificaram na atualidade, nos
dando a noção de controle. O futuro, de certa forma ainda incerto, ficou mais previsível, devido a
diversidade de técnicas e metodologias, científicas ou não, que revelam expectativas e perspectivas
futuras.
Em outras palavras, como a noção que se tem do passado e dos espaços é construída,
em essência, por comunicações mediadas tecnicamente. Não são mais as tradições orais que se
encarregam de transmitir os conhecimentos e as experiências de geração para geração, mas sim,
cada vez mais, o vasto arquivo de informações gerado e difundido pela mídia, assim como, o que se
sabe sobre os acontecimentos do globo é de origem midiática.
Vale ainda ressaltar, o papel desempenado pelas redes sociais, relações entre os indivíduos
na comunicação mediada por computador que atenuam a noção da não existência das fronteiras e
barreiras físicas. Funcionam através da interação social, buscando conectar pessoas e proporcionar
sua comunicação. As interações sociais que ocorrem na Internet através dos blogs, fotologs, Orkut,
constituem, de fato, laços estreitos entre os envolvidos. Constituem agrupamentos, por meio de
programas específicos que permitem a gravação de perfis, com dados e informações de caráter geral
e específico, das mais diversas formas e tipos (textos, imagens, fotos, vídeos, etc.), os quais podem
ser acessados e visualizados por outras pessoas. Há também a formação de grupos por afinidade,
com ou sem autorização, e de espaços específicos para discussões, debates e apresentação de temas
variados (comunidades, com seus fóruns).
Somos a rigor, uma nação de pessoas que não têm intimidade com o mundo escrito. Nem
precisamos ir para as camadas mais pobres: os hábitos de leitura dos universitários são
desprezíveis. [...] Quem já está a margem vai ficar mais fora ainda, vítima do apartheid
tecnológico; a rede aparece, aqui em formato de muro. [...] Cada vez mais quem tem acesso
à Internet vai sair na frente na busca pelo emprego, graças às facilidades para encontrar
uma vaga.
Fazendo analogia a vida virtual, entendemos que essa segregação, não mais racial e sim, social,
tornou-se evidente no mundo digital. Não sendo algo imposto por distinção de povos por meio de
raça, cor e cultura o que anteriormente acontecia, e sim, resultado de um fenômeno de separação
social acarretado pela Internet.
Quanto à educação na Era Digital, um grande problema que ainda persiste na atualidade é
a metodologia que permanece sendo a mesma aplicada nas salas de aula convencionais. Ainda há a
necessidade da figura do professor em sala de aula, por mais que os alunos tenham a internet como
aliada. No entanto, é necessário que os professores e pedagogos tenham uma formação cada vez
mais qualificada para acompanharem o ritmo do alunado.
A palavra“idoso”categoriza pessoas que tem idade acima de 60 anos. No Brasil, estes cidadãos
possuem uma série de privilégios devido aos diversos declínios de ordem fisiológica, cognitiva e
emocional que acometem o indivíduo idoso. Estes declínios limitam os idosos a acompanharem os
progressos tecnológicos, associado à sua indiferença ao uso dos computadores.
O distanciamento entre os idosos e os recursos digitais está atrelado ao fato destes terem
surgido após a fase economicamente social. Na fase adulta, outros eram os recursos utilizados para
o desempenho de suas tarefas. A maioria dos idosos, já se encontram aposentados dos trabalhos
laborais, o que vem a aumentar ainda mais este distanciamento.
Existem ainda as características físicas que acentuam o limite dos idosos, dentre elas:
enfraquecimento e disfunção motora, alterações na visão e audição, falta de memória e outras
funções cognitivas. Na fase idosa, há uma grande tendência de as pressões e as perdas sociais se
acumularem, sendo comum nas sociedades contemporâneas, restringirem novas oportunidades de
trabalho para o idoso.
Aos poucos, esse quadro tende a mudar. Hoje, já existem idosos utilizando o computador
e internet para se comunicar, fazer compras, trabalhar. Pesquisas desenvolvidas por renomadas
universidades brasileiras a exemplo da UNIFESP (2006, 2007), no âmbito do projeto UATI (Universidade
Aberta à Terceira Idade), apontam que idosos não são indiferentes ao uso das modernas TIC,
gostariam de saber utilizá-las e que as utilizam quando recebem as devidas instruções.
Faz-se necessário estar bem preparado e, para tanto, tem que ser sempre bem informado
dos acontecimentos, ou seja, o indivíduo tem que acompanhar o que acontece na sociedade em que
vive e buscar sempre manter-se atualizado com as informações. Tudo isso ele consegue encontrar
em um só espaço: Internet.
Além do valor simbólico, a informação adquiriu um valor econômico e cultural. Quanto mais
informações o indivíduo obtiver, mais status na sociedade e um melhor posicionamento financeiro.
E, assim, o indivíduo vive em constate estado de acumulação de informações; quanto mais, melhor.
Além da pressão financeira que motiva as pessoas a buscarem informações, há o fator de aceitação
social. Ser bem informado garante o reconhecimento e o status social ao indivíduo; sendo este
um fator de inclusão. A exigência à informação, portanto, é muito grande na era contemporânea.
Entretanto, o excesso tanto na produção quanto no consumo dessas informações propicia não
apenas um acúmulo efetivo de dados, mas um sentimento de que nunca se sabe o suficiente ou, até
mesmo nunca conseguirá saber o suficiente para se sentir bem preparado.
que existem àqueles que se isolam da sociedade e ficam imersos por completo no mundo digital,
tornando-se pessoas cada vez mais individualizadas. “Mas o papel mais importante da Internet na
estruturação de relações sociais é sua contribuição para o novo padrão de sociabilidade baseado no
individualismo” (CASTELLS, 2003 p. 109).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
_______. A Era da Informação: Sociedade em Rede. Vol.I São Paulo: Paz & Terra, 2001.
DIZARD, W. A nova mídia: a comunicação de massa na Era da Informação. Rio de Janeiro, Jorge
Zahar: 2000
FELICE, M. (org). Do público para as redes: a comunicação digital e as novas formas de participação
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LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 4 ed. Porto Alegre;
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