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Introdução
c.a.
~ Distribuição
Transmissão
Geração
c.a. c.a.
medidor Carga
disjuntor
Conversor (inversor)
c.c.
Conversor (retificador)
transformador
~ gerador
–1–
◮ Fluxo de carga (FC): obtenção das condições de operação (tensões, fluxos de
potência) de uma rede elétrica em função da sua topologia e dos nı́veis de demanda
e geração de potência.
SISTEMA ELÉTRICO
USINA
15,9 kV
42,7 MW SUBESTAÇÃO 72,2 MW
138,4 kV
13,4 kV
INDÚSTRIA
–2–
PowerWorld Co. – The visual approach to analyzing power systems (www.powerworld.com)
–3–
1.2 Análise estática
ponto de operação
de regime
alteração
transitório
–4–
◮ Considere o seguinte circuito genérico alimentado por uma fonte de corrente
contı́nua:
Chave
i (t)
t0
+
Fonte v (t) Carga
−
v (t)
i (t)
i (t)
i (t)
i (t)
t
t0
transitório regime
–5–
◮ No caso de uma fonte de corrente alternada:
Chave
i (t)
t0
+
Fonte v (t) Carga
−
v (t) ∼
t
i (t)
t
i (t)
t
t0
transitório regime
–6–
◮ Uma alteração nas condições de operação de um sistema elétrico de potência pode
levar a um novo ponto de operação de regime permanente . . .
fluxo de potência
fluxo de potência
–7–
◮ Análise dinâmica – análise no domı́nio do tempo – modelo do circuito composto por
equações algébrico-diferenciais
Análise estática – análise de regime permanente – modelo do circuito composto por
equações algébricas (lineares ou não lineares)
ponto de operação
de regime
alteração
transitório
–8–
◮ Fluxo de carga: Modelagem dos componentes → obtenção do sistema de equações
e inequações algébricas → métodos de solução → estado de operação da rede em
regime permanente.
1 Fonte: https://courses.engr.illinois.edu/ece576
–9–
– 10 –
– 11 –
1.3 Aplicações
◮ Alguns exemplos:
Operação
Planejamento
– 12 –
◮ Ao longo dos anos, vários métodos de solução do FC foram propostos. Para cada
aplicação existem os métodos mais apropriados. Os fatores considerados na escolha
são mostrados nas tabelas a seguir.
Tipos de solução
Precisa Aproximada
Sem controle de limites Com controle de limites
Off-line On-line
Caso simples Casos múltiplos
– 13 –
◮ Em geral uma aplicação requer várias caracterı́sticas.
1.4 História
2 Ver http://en.wikipedia.org/wiki/Network˙analyzer˙(AC˙power)
– 14 –
◮ Meados da década de 60: técnicas de armazenamento compacto e ordenamento da
fatoração (Tinney e Walker, 1967) tornaram o método de Newton muito mais
rápido e exigindo pequeno espaço de memória, mantendo a caracterı́stica de ótima
convergência → método de Newton passou a ser considerado como o melhor
método e foi adotado pela maioria das empresas de energia elétrica.
◮ Foram propostos ainda: variações dos métodos desacoplados básicos, métodos para
redes mal-condicionadas, métodos para redes de distribuição (média e baixa
tensões), métodos que incluem dispositivos FACTS e elos c.c., métodos que avaliam
conteúdos harmônicos das grandezas da rede, etc.
– 15 –
1.5 Aspectos da análise de circuitos elétricos
Exemplo
chave
i (t)
+
R vR (t)
+ −
V +
−
L vL (t)
−
vL (t) + vR (t) = V
d
L· i (t) + R · i (t) = V
dt
d R V
i (t) + · i (t) = (1)
dt L L
que é uma equação diferencial ordinária de primeira ordem. Sua solução é composta
pela soma de duas componentes:
– 16 –
A equação homogênea é obtida considerando o circuito com entrada nula, ou seja,
V = 0, e determina o comportamento transitório do circuito. Pode-se reescrever a
equação (1) com entrada nula como:
d R
iH (t) + iH (t) = 0 (2)
dt L
cuja solução é do tipo:
iH (t) = Ae αt (3)
R αt
αAe αt + Ae = 0
L
pode-se determinar o valor de α:
R
α=−
L
1 L
τ =− =
α R
– 17 –
A solução particular, que determina as caracterı́sticas de regime do circuito, é obtida
considerando que ela será do mesmo tipo que a tensão de alimentação. Como a tensão
fornecida pela fonte é constante, considera-se que a solução particular será:
iP (t) = K (4)
d R V
iP (t) + iP (t) = (5)
dt L L
R V
0+ K=
L L
V V
K= ⇒ iP (t) =
R R
V R
i (t) = iP (t) + iH (t) = + Ae − L t
R
– 18 –
Para a completa determinação da corrente i (t) pelo circuito precisa-se determinar o
valor de A, que por sua vez depende das condições iniciais do circuito. Considerando que
a chave seja fechada no instante t = 0 e que no instante imediatamente após o
fechamento da mesma a corrente seja igual a i0 , ou seja:
i 0 + = i0
tem-se:
V
i 0+ = i0 = + Ae 0
R
V
A = i0 −
R
d R
vL (t) = L i (t) = [V − Ri0 ] · e − L ·t [V]
dt
Considerando condição inicial nula, ou seja, que no momento em que a chave é fechada
(t = 0) tem-se i (0) = 0, a solução da equação acima é:
V −R ·t
i (t) = · 1 − e L
R
A tensão sobre o indutor é dada por:
R
vL (t) = V · e − L ·t
– 19 –
Gráficos de i (t) e vL(t) para R = 10 Ω, L = 300 mH e V = 100 V, considerando
i (0) = 0:
regime permanente
10
i(t) [A]
0
0,0 τ 0,1 5τ 0,2 0,3 0,4 0,5
t [s]
regime permanente
100
80
60
vL (t) [V]
40
20
0
0,0 τ 0,1 5τ 0,2 0,3 0,4 0,5
t [s]
– 20 –
Imediatamente após o fechamento da chave, ou seja, para t = 0+, os valores de tensão
no indutor e de corrente pelo circuito são:
vL 0+ = V i 0+ = 0
indicando que neste instante o indutor se comporta como um circuito aberto. A tensão
no indutor e corrente pelo circuito na condição de regime permanente podem ser obtidos
calculando-se os limites dos mesmos quando o tempo tende a infinito:
V
vL (t → ∞) = 0 i (t → ∞) =
R
V
i (t → ∞) = = 10 A
R
Para fins práticos, diz-se que para t ≥ 5τ (em que τ é a constante de tempo do circuito)
o circuito estará operando em regime permanente. No caso do circuito do exemplo:
L
t ≥ 5τ = 5 · = 0,15 s
R
– 21 –
Exemplo
chave
i (t)
+
+ R vR (t)
-
∼ v (t) +
- L vL (t)
-
d R v (t)
i (t) + · i (t) =
dt L L
– 22 –
A solução da equação acima para i (0) = 0 é:
Vp R Vp
i (t) = − · sen (θ − φ) · e − L ·t + · sen (ωt + θ − φ)
| Z {z } | Z {z }
it (t) ir (t)
em que:
q
ωL
Z = R2 + (ωL)2 φ = tan−1
R
O termo:
Vp R
it (t) = − · sen (θ − φ) · e − L ·t
Z
Vp
ir (t) = · sen (ωt + θ − φ)
Z
(
limt→∞ it (t) = 0
limt→∞ i (t) = ir (t)
– 23 –
Gráficos de i (t) e it (t) para R = 10 Ω, L = 300 mH, Vp = 100 V e f = 60 Hz,
considerando i (0) = 0:
regime permanente
2
i (t) [A]
it (t) [A]
1
0,8807
−0,8807
−1
0,1 5τ 0,2 0,3
t [s]
Considera-se que para t ≥ 5τ = 0,15 s a corrente i (t) atinge seu valor de regime
permanente, e a parcela transitória it (t) vale praticamente zero.
Vp Vp
Ip = =q = 0,8807 A
Z 2 2
R + (ωL)
– 24 –
Exercı́cio(s) proposto(s): (1)
Prazo de entrega: duas semanas
Referências bibliográficas
[1] B. Stott, Review of load-flow calculation methods, Proceedings of the IEEE, vol.62,
n.7, 1974.
[2] A.J. Monticelli, Fluxo de carga em redes de energia elétrica, Edgard Blücher, 1983.
[3] G. Barreto, C.A. Castro, C.A.F. Murari, F. Sato, Circuitos de corrente alternada –
fundamentos e prática, Oficina de Textos, 2012.
[4] A. Monticelli, A. Garcia, O.R. Saavedra, Fast decoupled load flow: hypothesis,
derivations and testing, IEEE Transactions on Power Systems, 1990.
[5] T. Overbye, Power System Dynamics and Stability Course,
https://courses.engr.illinois.edu/ece576, último acesso em 04/03/2014.
– 25 –
Capı́tulo 2
Formulação básica do problema de fluxo de carga
~ Distribuição
Transmissão
Geração
aberto
Carga
–1–
replacements
◮ A rede resultante é:
Região em operação
~ Distribuição
Transmissão
Geração
◮ Considere que:
–2–
◮ Diagrama unifilar correspondente:
Região em operação
~ Distribuição
Transmissão
Geração
1 2
P1 + j Q1 r +jx P2 + j Q2
P12 + j Q12
E1 = V1∠θ1 E2 = V2∠θ2
Geração Transmissão Distribuição
–3–
◮ Circuito por fase:
1 r jx 2
I
+ P1 P2 +
∼ E1 Q1 Q2 E2
− −
◮ Pede-se: V1
S1 = P1 + j Q1
◮ Os cálculos serão feitos em pu (por unidade), cuja idéia é muito importante no caso
de circuitos com vários nı́veis de tensão.
◮ Valores de base:
–4–
Conversão dos dados para pu:
Tensão na fonte:
E1 = E2 + I (r + j x )
= 1∠0◦ + 1∠0◦ (0,01 + j 0,05) = 1,0112∠2,8◦ pu
V1 = 1,0112 pu V2 = 1 pu
1 perdas na transmissão 2
101 MW 100 MW
5 Mvar 0 Mvar
1 MW
5 Mvar
–5–
◮ Na prática, os dados e incógnitas não são os especificados anteriormente.
◮ Pede-se: V2
S1 = P1 + j Q1
◮ Resolução analı́tica
E1 = E2 + ZI
= E2 + Z (S2 /E2)∗ (×E2∗)
E1E2∗ = V22 + ZS2∗
–6–
Elevando as duas equações ao quadrado e somando-as, elimina-se θ2 :
V24 + b V22 + c = 0 ∆ = b2 − 4c
1/2
y1 = −b + ∆ /2
y2 = −b − ∆1/2 /2
n o
1/2 1/2
V2 = ±y1 , ±y2
–7–
◮ Mesma solução anterior
E1
2,8◦
referência angular
I E2
mudança de referência
E1
referência angular
2,8◦
I
E2
–8–
◮ Interpretação dos resultados:
V2 [pu]
operação estável
1
0,8
caso base V2cr
0,6
0,4
P2cr
0,2
operação instável
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
P2 [pu]
–9–
Exercı́cio
– 10 –
◮ Os sistemas elétricos de potência são dinâmicos:
P2
P2cr
t
V2
processo de instabilidade
de tensão que resulta no
COLAPSO DE TENSÃO
t∗ t
– 11 –
◮ Para redes maiores:
Tentativa e erro?
– 12 –
◮ Resolução por tentativa e erro
∆E ν = (r + j x ) I2ν
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 1,0012 − j 0,0500
2 0,9987 − j 0,0493
3 0,9987 − j 0,0494
4 0,9987 − j 0,0494 Solução: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
Na realidade este método iterativo (Gauss) foi o primeiro a ser proposto para a
resolução das equações de fluxo de carga (∼ 1956).
– 13 –
◮ Resumo:
◮ A rede trifásica equilibrada é representada somente por uma das fases → diagrama
unifilar :
Furnas (Campinas)
Taquaral
42 MVA
x = 21,24%
Tanquinho (69 kV)
Itatiba
r = 1,41%
Nova Aparecida x = 3,68%
b = 0,06%
Trevo (69 kV)
x = 24,26% x = 28%
barramento
Viracopos
– 14 –
◮ Barramento (barra) – nó do circuito.
◮ Dados dos ramos – em % na base 100 MVA e tensão nominal (pu × 100%).
– 15 –
◮ Componentes básicos:
Geradores (G)
Cargas (L) ligados entre um nó (barra) qualquer
Reatores shunt (RSh) e o nó (barra) terra
Capacitores shunt (CSh)
TR
LT
G ∼ L
RSh CSh
– 16 –
◮ Parte Externa da rede:
→ geradores, cargas
→ são modelados como injeções de potência nos nós (barras)
Parte Interna
TR LT
G ∼ CSh L
Parte Interna
TR LT
G y y
L
CSh y
– 17 –
2.3 Modelo das barras
Ek = Vk ∠θk Ek = Vk ∠θk
Sk
SkG ∼ SkC
SkG ∼ SkC
Sk = SkG − SkC
Ek = Vk ∠θk
Sk = Pk + jQk
– 18 –
◮ Formulação básica: duas variáveis são conhecidas (dadas) e as outras duas devem
ser calculadas (incógnitas). Dependendo de quais são dadas e quais são incógnitas,
define-se três tipos básicos de barras:
PQ Pk , Qk Vk , θk Barras de carga
PV Pk , Vk Qk , θk Barras de geração, incluindo conden-
sadores sı́ncronos
Referência Vk , θk Pk , Qk Barras de geração (geralmente
(slack, swing) uma unidade geradora de grande
capacidade)
Exemplo
Z1 = 4∠90◦ Ω
+ V1 −
+ + +
∼ E V 100 V V2 Z2 = 3∠0◦ Ω
− − −
I
– 19 –
Utilizando a medição feita pelo voltı́metro, define-se a tensão da fonte E como:
E = 100∠α V
E
I= = 20∠ (α − 53,1◦) A
(Z1 + Z2)
Comentários:
→ os fasores de tensão e corrente dependem de α.
→ as defasagens entre os fasores não dependem de α.
– 20 –
(2) Fechar o balanço de potência da rede, levando em conta as perdas de trans-
missão. As perdas de transmissão não são conhecidas a priori, e devem ser
supridas pelas unidades geradoras.
Exemplo
∼
(slack)
1 2 100 MW
perdas2 perdas3
∼ 80 MW
Comentários:
→ a barra slack deve fornecer 20 MW adicionais para satisfazer a demanda na
barra 2, pois o gerador da barra 3 entrega somente 80 MW.
→ a barra slack deve fornecer ainda uma quantidade adicional de potência para
suprir as perdas de potência nos ramos.
– 21 –
◮ Outros tipos de barras podem ser definidos, em função de situações de operação
particulares. Alguns deles serão apresentados adiante.
Pk
– 22 –
2.4 Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de
correntes
2.4.1 Linhas de transmissão
Ek Em
k zkm = rkm + j xkm m
Ikm Imk
sh sh
j bkm j bkm
LT
1 rkm −xkm
admitância série ykm = zkm = gkm + j bkm = 2 +x 2
rkm
+j 2 +x 2
rkm
km km
sh
◮ bkm – carregamento (charging) da linha
sh
Normalmente é fornecido o carregamento total (2 · bkm ) da linha
– 23 –
◮ Para a linha Tanquinho-Trevo:
Furnas (Campinas)
Tanquinho (138 kV)
Taquaral
1 2
0,01 j 0,05
– 24 –
Exemplo
Tanquinho Trevo
0,0141 j 0,0368
j 0,0003 j 0,0003
0,0141 j 0,0368
1 2
E1 E2
I
E1 − E2 E12
z =r +jx = = = 0,0141 + j 0,0368 [pu]
I I
1
y= = g + j b = 9,0789 − j 23,6953 [pu]
z
Note que a corrente I circula por r e x , pois esses elementos estão em série:
E12 = z · I = (r + j x ) · I = r · I + j x · I
– 25 –
Note que:
E12
I= = y E12 = (g + j b) · E12 = g E12} + |j b {z
| ·{z · E12}
z
Ig Ib
9,0789
Ig
1 2
I Ib I
E1 E2
j 23,6953
– 26 –
◮ Corrente saindo da barra k:
k Ikm zkm
sh
Ikm = ykm (Ek − Em ) + jbkm E
| {z } | {z }k
série shunt sh
j bkm
sh
Ikm = ykm + jbkm Ek − ykm Em
2.4.2 Transformadores
Ek = Vk e jθk jθp
Em = Vm e jθm
Ep = Vp e
k m
Ikm ykm Imk
1:t p
TR
– 27 –
◮ Posição do tap:
Em (t 6= 1)
Em (t = 1) posição nominal
Em (t 6= 1)
Ek
TR
Transformador em fase
Ek = Vk e jθk jθp
Em = Vm e jθm
Ep = Vp e
k m
Ikm ykm Imk
1:a p
TR
– 28 –
◮ Circuito:
∆Va
− +
a A
b B
c C
Ep Vp e jθp Vp = aVk
= =a →
Ek Vk e jθk θp = θk
k p
1:a
Skp Spk
Skp + Spk = 0
∗ ∗
Ek Ikm + Ep Imk =0
∗ ∗
Ek Ikm + (aEk Imk )=0
– 29 –
Logo:
Ikm
= −a
Imk
Ek = Vk e jθk jθp
Em = Vm e jθm
Ep = Vp e
k m
Ikm ykm Imk
1:a p
TR
e lembrando que:
Ek 1 Imk Ipm
= =− =
Ep a Ikm Ikm
tem-se:
Imk = −Ipm
= − [ykm (Ep − Em )]
= −ykm (aEk − Em )
= (−aykm ) Ek + (ykm ) Em
– 30 –
Repetindo as duas equações das correntes:
Ikm = a2 ykm Ek + (−aykm ) Em
Imk = (−aykm ) Ek + (ykm ) Em
Ek Em
k A m
Ikm Imk
B C
TR
Ikm = (A + B) Ek + (−A) Em
Imk = (−A) Ek + (A + C) Em
A = aykm
B = a (a − 1) ykm
C = (1 − a) ykm
– 31 –
◮ Interpretação:
Ek Em
k ykm m
B = a (a − 1) ykm
| {z }
<0
C = (1 − a) ykm
| {z }
>0
O modelo π fica:
Ek Em
k A m
Q, Vk B C Q, Vm
– 32 –
⋆ a > 1 → B apresenta efeito indutivo; C apresenta efeito capacitivo → tendência
a aumentar Vm e diminuir Vk .
B = a (a − 1) ykm
| {z }
>0
C = (1 − a) ykm
| {z }
<0
O modelo π fica:
Ek Em
k A m
Q, Vk B C Q, Vm
→ se uma das barras terminais for rı́gida (barra de tensão regulada – PV ou slack),
a outra barra sofrerá os efeitos da mudança do tap.
– 33 –
Transformador defasador
Circuito e funcionamento:
Van
Van + ∆Va
∆Va
a ∆Va
n
∆Vb α
α
b c
∆Vc
– 34 –
◮ Modelo do transformador defasador:
Ek = Vk e jθk jθp
Em = Vm e jθm
Ep = Vp e
k m
Ikm ykm Imk
1 : ae jϕ p
TR
◮ Neste caso:
Ek 1
= jϕ
Ep e
Ep = Ek e jϕ
Vp e jθp = Vk e j(θk +ϕ)
Logo:
Vp = Vk
θp = θk + ϕ
– 35 –
◮ Considerando novamente a relação entre as potências de entrada e saı́da para o
transformador ideal:
∗ ∗
Ek Ikm + Ep Imk =0
∗
Ek Ikm + Ek e jϕImk
∗
=0
∗
Ikm + e jϕImk
∗
=0
logo:
Ikm
= −e −jϕ = −t ∗
Imk
Ikm = −t ∗ Imk
= −t ∗ [(−tykm ) Ek + (ykm ) Em ]
= | t |2 ykm Ek + (−t ∗ ykm ) Em ⇒ | t |=| e jϕ |= 1
= (ykm ) Ek + (−t ∗ ykm ) Em
– 36 –
◮ Não é possı́vel obter um circuito equivalente π para o transformador defasador →
coeficiente de Em em Ikm é diferente do coeficiente de Ek em Imk .
Isto ocorre para redes tı́picas (especialmente redes de EHV e UHV) onde as
reatâncias dos ramos são muito maiores que suas resistências (relações X/R > 5
são tipicamente encontradas). Neste ponto, simplesmente assume-se este fato
como verdadeiro, e ele será discutido com detalhe mais a frente. Por simplicidade,
assume-se:
Pkm = k · (θk − θm )
Para isso, analisa-se o efeito da variação do ângulo ϕ sobre o fluxo de potência ativa
pela admitância ykm .
– 37 –
◮ Considerar a seguinte rede que contém um transformador defasador:
Rede elétrica
k m
defasador
Restante da rede
P2
y2
θk P1 θm
θp
y1
k 1 : e jϕ p m carga P
– 38 –
◮ A aplicação da lei das correntes de Kirchhoff para o nó m resulta em:
P = P1 + P2
= k1 (θp − θm ) + k2 (θk − θm )
= k1 (θk + ϕ − θm ) + k2 (θk − θm )
= k1 (θkm + ϕ) + k2 θkm
◮ a equação acima pode ser analisada em várias situações diferentes em função dos
valores relativos de y1 e y2:
P1 ≫ P2
P ≈ P1 = k1 (θkm + ϕ)
No limite, tem-se z2 → ∞, o que significa que o circuito é radial, ou seja:
θk θm
θp P1
k m
y1
1 : e jϕ p
carga P
– 39 –
y2 ≫ y1 (z2 ≪ z1 ) – restante do sistema é forte:
P1 ≪ P2
P ≈ P2 = k2 θkm
Restante da rede
P2
y2
θk θm
θp
k 1 : e jϕ p m carga P
P1 = k1 (θp − θm )
= k1 (θk + ϕ − θm )
= k1 (θkm + ϕ)
= P1o + k1 ϕ
– 40 –
Conclusões:
→ No limite, tem-se z2 → 0 (curto-circuito) → barras k e m curto-circuitadas
têm o mesmo ângulo de fase. Neste caso, k1 ϕ é a máxima variação de
fluxo que pode ocorrer.
– 41 –
Resumo:
Fluxos de potência
θp θm
θk
ϕ
ϕ 6= 0
Restante da rede
FRACA ϕ=0
(ou circuito radial) k p m
Fluxos de potência
θp
θk θm
ϕ
ϕ 6= 0
Restante da rede
FORTE ϕ=0
k p m
Fluxos de potência
θp
θm
θk
ϕ
ϕ 6= 0
Restante da rede
INTERMEDIÁRIA ϕ=0
k p m
– 42 –
Análogo em corrente contı́nua: inserção de fonte de tensão no ramo no qual se
deseja controlar o fluxo de corrente.
11 A
10 A 1A
11 A 1Ω 10 Ω
11 A
9A 2A
1Ω
11 A 10 Ω
+
11 V
−
– 43 –
2.4.3 Expressões gerais de correntes
Ikm = | t |2 ykm + jbkm
sh
Ek + (−t ∗ ykm ) Em
sh
Imk = (−tykm ) Ek + ykm + jbkm Em
sh
Equipamento Valores de akm , ϕkm e bkm
sh
Transformador em fase bkm = 0; ϕkm = 0
sh
Transformador defasador bkm = 0; akm = 1 (se for defasador puro)
– 44 –
2.5 Modelagem de linhas de transmissão e transformadores – equações de fluxos
de potência
2.5.1 Linhas de transmissão
◮ Modelo:
Ek Em
k zkm = rkm + j xkm m
Ikm Imk
sh sh
j bkm j bkm
LT
∗
Skm = Pkm − jQkm = Ek∗ Ikm
Como:
sh
Ikm = ykm (Ek − Em ) + jbkm Ek
tem-se:
∗
Skm = Ek∗ ykm (Ek − Em ) + jbkm sh
Ek
= ykm Vk2 − ykm Ek∗ Em + jbkmsh 2
Vk
= gkm + jbkm + jbkm sh
Vk2 − (gkm + jbkm ) Vk Vm (cos θkm − j sen θkm )
Pkm = ℜ {Skm } = gkm Vk2 − Vk Vm (gkm cos θkm + bkm sen θkm )
sh
2
Qkm = ℑ {Skm } = − bkm + bkm Vk − Vk Vm (gkm sen θkm − bkm cos θkm )
– 45 –
◮ De maneira análoga pode-se obter os fluxos de potência ativa e reativa saindo da
barra m em direção à barra k:
Pper das = Pkm + Pmk = gkm Vk2 + Vm2 − 2Vk Vm cos θkm
= gkm | Ek − Em |2
sh
Qper das = Qkm + Qmk = −bkm Vk2 + Vm2 − bkm Vk2 + Vm2 − 2Vk Vm cos θkm
sh
= −bkm Vk2 + Vm2 − bkm | Ek − Em |2
– 46 –
Observações:
gkm | Ek − Em |2
k m
Ek gkm Em
k m
Ek bkm Em
sh 2 sh 2
−bkm Vk −bkm Vm
sh sh
bkm bkm
−bkm | Ek − Em |2
– 47 –
2.5.2 Transformadores
Transformador em fase
∗
Skm = Pkm − jQkm = Ek∗Ikm
= Vk e −jθk · akm ykm akm Vk e jθk − Vm e jθm
2
= akm (gkm + jbkm ) Vk2 − akm (gkm + jbkm ) Vk Vm (cos θkm − j sen θkm )
Pkm = (akm Vk )2 gkm − (akm Vk ) Vm (gkm cos θkm + bkm sen θkm )
Qkm = − (akm Vk )2 bkm − (akm Vk ) Vm (gkm sen θkm − bkm cos θkm )
sh
não têm o termo que depende de bkm
Exercı́cio
– 48 –
Transformador defasador
Ikm = ykm Ek − e −jϕkm Em
= ykm e −jϕkm Ek e jϕkm − Em
∗
Skm = Pkm − jQkm
= Ek∗Ikm
−j(θk +ϕkm ) j(θk +ϕkm ) jθm
= ykm Vk e Vk e − Vm e
Pkm = Vk2gkm − Vk Vm [gkm cos (θkm + ϕkm ) + bkm sen (θkm + ϕkm )]
Qkm = −Vk2bkm − Vk Vm [gkm sen (θkm + ϕkm ) − bkm cos (θkm + ϕkm )]
sh
não têm o termo que depende de bkm
Exercı́cio
– 49 –
2.5.3 Expressões gerais dos fluxos de potência
◮ Em função das similaridades entre as expressões dos fluxos de potência para a linha
de transmissão, transformador em fase e transformador defasador, pode-se obter
expressões gerais.
∗
Skm = Ek∗Ikm
∗ ∗
Smk = Em Imk
Ikm = | t |2 ykm + jbkm
sh
Ek + (−t ∗ ykm ) Em
sh
Imk = (−tykm ) Ek + ykm + jbkm Em
em que t = akm e jϕkm . A substituição das equações das correntes nas equações das
potências resulta em:
– 50 –
sh
Equipamento Valores de akm , ϕkm e bkm
sh
Transformador em fase bkm = 0; ϕkm = 0
sh
Transformador defasador bkm = 0; akm = 1 (se for defasador puro)
k m
Pkm Pmk
Pkm e Pmk são definidos como setas saindo da barra do primeiro ı́ndice em direção à
barra do segundo ı́ndice.
– 51 –
2.6 Formulação matricial – I = Y · E
Ikm
k m
Iksh Ik
X
Ik + Iksh = Ikm para k = 1, . . . , NB
m∈Ωk
em que:
2 sh
Ikm = akm ykm + jbkm Ek + −akm e −jϕkm ykm Em
Ek
k
– 52 –
◮ Injeção lı́quida de corrente na barra k:
X
Ik = Ikm − Iksh
m∈Ωk
X
sh 2
= jbkm + akm ykm Ek + −akm e −jϕkm ykm Em − −jbksh Ek
m∈Ωk
" #
X X
2
= jbksh + sh
jbkm + akm ykm Ek + −akm e −jϕkm ykm Em
m∈Ωk m∈Ωk
para k = 1, . . . , NB
Exemplo
1 2 3
5 4
– 53 –
Observações:
◮ A partir das expressões das injeções de corrente de todas as barras da rede (Ik para
k = 1, . . . , NB) pode-se obter uma expressão na forma matricial :
I =Y ·E
em que:
– 54 –
Exemplo
– 55 –
Observações:
Rede elétrica
j k m
y1 y2
j k m
· · · + y1 −y1 j
−y1 y1 + y2 −y2 k
−y2 · · · + y2 m
– 56 –
Se os ramos forem somente linhas de transmissão e transformadores em fase →
matriz Y é estrutural e numericamente simétrica
Ykm = −t ∗ ykm
Ymk = −tykm
Ykk = | t |2 ykm + (termos dos outros ramos conectados a k)
Ymm = ykm + (termos dos outros ramos conectados a m)
k m
ykm
1:t
Ykk Ymm
– 57 –
Exemplo
1 2
linha de transmissão
sh
y12 j b12
transformador transformador
em fase defasador
1 : a13 1 : e j ϕ23
y13 y23
1 2 3
sh −y12
y12 + j b12 1
Y1= −y12 sh
y12 + j b12 2
1 2 3
2 −a13 y13
a13 y13 1
Y2= 2
– 58 –
Contribuição do transformador defasador à matriz Y :
1 2 3
Y =Y1+Y2+Y3
Exemplo
Considere que uma rede tenha 1000 barras (NB) e 2000 ramos (NR).
– 59 –
Exercı́cio(s) proposto(s): (4) , (5)
Prazo de entrega: duas semanas
k Ik
= ·
I Y E
NB
X X X
Ik = Ykm Em = Ykm Em = Ykk Ek + Ykm Em
m=1 m∈K m∈Ωk
em que K é o conjunto formado pela barra k mais todas as barras m conectadas ela:
K = Ωk ∪ {k}
– 60 –
◮ Injeção lı́quida de potência complexa na barra k:
Sk∗ = Pk − jQk
= Ek∗Ik
!
X
= Ek∗ Ykm Em
m∈K
X
= Vk e −jθk (Gkm + jBkm ) Vm e jθm
m∈K
X
= Vk (Gkm + jBkm ) Vm e −jθkm
m∈K
X
= Vk Vm (Gkm + jBkm ) (cos θkm − j sen θkm )
m∈K
X
Pk = Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
m∈K
X
Qk = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
m∈K
para k = 1, . . . , NB.
– 61 –
◮ Há uma outra formulação (mais utilizada na prática) em que os ângulos dos
transformadores defasadores são representados nas equações de potência e não na
matriz Y , resultando em uma matriz Y sempre estrutural e numericamente
simétrica.
Yi j′ = Yi j · e jϕi j
ou seja, seus elementos fora da diagonal são:
Yi j′ = Yi j · e jϕi j
= −ai j yi j e −jϕi j · e jϕi j
= −ai j yi j
e os da diagonal são:
e jϕi i
Yi i′ = Yi i · |{z}
=e j 0 =1
= Yi i X
= jbi +sh
jbishm + ai2m yi m
m∈Ωi
– 62 –
Voltando à equação da injeção de corrente nodal:
X
Ik = Ykm Em × e jϕkm /e jϕkm
m∈K
X e jϕkm
= Ykm Em
e jϕkm
m∈K
X
′ 1
= Ykm Em
e jϕkm
m∈K
X
′
= Ykm e −jϕkm Em
m∈K
Sk∗ = Pk − jQk
= Ek∗Ik
!
X
= Ek∗ ′
Ykm e −jϕkm Em
m∈K
X
= Vk e −jθk ′
(Gkm ′
+ jBkm ) e −jϕkm Vm e jθm
m∈K
X
= Vk ′
Vm (Gkm ′
+ jBkm ) e −j(θkm +ϕkm )
m∈K
X
′ ′
= Vk Vm (Gkm + jBkm ) [cos (θkm + ϕkm ) − j sen (θkm + ϕkm )]
m∈K
X
′ ′
Pk = Vk Vm [Gkm cos (θkm + ϕkm ) + Bkm sen (θkm + ϕkm )]
m∈K
X
′ ′
Qk = Vk Vm [Gkm sen (θkm + ϕkm ) − Bkm cos (θkm + ϕkm )]
m∈K
para k = 1, . . . , NB.
– 63 –
Para simplificar a notação, a matriz Y ′ é chamada simplesmente de Y e as equações
das potências nodais ficam:
X
Pk = Vk Vm [Gkm cos (θkm + ϕkm ) + Bkm sen (θkm + ϕkm )]
m∈K
X
Qk = Vk Vm [Gkm sen (θkm + ϕkm ) − Bkm cos (θkm + ϕkm )]
m∈K
para k = 1, . . . , NB.
– 64 –
2.8 Conjunto de equações do problema de fluxo de carga
◮ Aplicação da lei das correntes de Kirchhoff (LCK) para cada barra corresponde ao
balanço de potências na barra:
k m k m
Pk Qk
Qsh
k
– 65 –
Matematicamente:
X
Pk = PGk − PCk = Pkm (Vk , Vm , θk , θm )
m∈Ωk
X
Qk + Qsh sh
k (Vk ) = QGk − QCk + Qk (Vk ) = Qkm (Vk , Vm , θk , θm )
m∈Ωk
em que:
k = 1, . . . , NB.
NB número de barras da rede.
Ωk conjunto das barras vizinhas da barra k (diretamente conectadas à
barra k).
Vk , Vm magnitudes das tensões nas barras k e m.
θk , θm ângulos de fase das tensões nas barras k e m.
Pkm fluxo de potência ativa no ramo k-m.
Qkm fluxo de potência reativa no ramo k-m.
sh
Qk componente da injeção de potência reativa devida ao elemento shunt
2
da barra k (capacitores ou indutores). Qsh sh sh
k = bk · Vk , sendo bk a
susceptância shunt ligada entre a barra k e o nó terra.
◮ Além das equações referentes à aplicação de LCK às barras, faz parte do problema
de fluxo de carga um conjunto de inequações que representam os limites
operacionais da rede. Por exemplo:
– 66 –
Referências bibliográficas
[1] A.J. Monticelli, Fluxo de carga em redes de energia elétrica, Edgard Blücher, 1983.
[2] O.I. Elgerd, Electric energy systems theory: an introduction, McGraw-Hill, 1982.
[3] J.J. Grainger, W.D. Stevenson, Power system analysis, McGraw-Hill, 1994.
– 67 –
Capı́tulo 3
Métodos de resolução do problema de fluxo de carga
i Ai i xi bi
. =
A x b
–1–
◮ Para a linha i e para todas as demais, pode-se escrever:
n
X
A i j xj = bi i = 1, . . . , n
j=1
n
X
Ai i xi + A i j xj = bi i = 1, . . . , n
j=1,j6=i
n
!
1 X
xi = · bi − Ai j xj i = 1, . . . , n
Ai i
j=1,j6=i
–2–
◮ Nota-se que:
• ···
–3–
◮ Para uma iteração (m + 1), o processo iterativo pode ser definido como:
n
!
(m+1) 1 X (m)
xi = · bi − Ai j xj i = 1, . . . , n
Ai i
j=1,j6=i
Método de Gauss-Jacobi
i −1 n
!
1 X X
xi(m+1) = · bi − Ai j xj(m+1) − Ai j xj(m) i = 1, . . . , n
Ai i
j=1 j=i +1
Método de Gauss-Seidel
(m+1)
Para a obtenção de xi são utilizados os valores mais recentes disponı́veis dos
elementos do vetor x
–4–
Exemplo
Gauss-Jacobi
1 h i
(m+1) (m) (m)
x1 = · b1 − +A12x2 A13x3
A11
1 h i
(m+1) (m) (m)
x2 = · b2 − A21x1 + A23x3
A22
1 h i
x3(m+1) = (m) (m)
· b3 − A31x1 + A32x2
A33
Gauss-Seidel
1 h i
x1(m+1) = · b1 − +A12x2(m) A13x3(m)
A11
1 h i
(m+1) (m+1) (m)
x2 = · b2 − A21x1 + A23x3
A22
1 h i
(m+1) (m+1) (m+1)
x3 = · b3 − A31x1 + A32x2
A33
–5–
◮ A ideia geral desses métodos iterativos é converter o sistema de equações:
A·x = b
em:
x = C · x + g = ϕ (xx )
(k+1) (k) (k)
x =C ·x +g =ϕ x
A = L+D +U
x (k+1) = −DD −1 (L −1
L + U ) x (k) + |D {z b}
| {z }
C g
–6–
Exercı́cio(s) proposto(s): (1)
Prazo de entrega: duas semanas
I =Y ·E
k−1 NB
!
1 X X
Ek(m+1) = · Ik − Ykn En(m+1) − Ykn En(m)
Ykk n=1 n=k+1
–7–
3.1.3 Resolução do problema de fluxo de carga pelo método de Glimn-Stagg
◮ Tomando a barra k:
X X
Sk∗ = Ek∗ · Ik = Ek∗ · Ykn En = Ek∗ · Ykn En + Ek∗Ykk Ek
n∈K n∈Ωk
k−1 NB
!
1 Sk∗ X X
Ek(m+1) = · (m)
− Ykn En(m+1) − Ykn En(m)
Ykk Ek ∗ n=1 n=k+1
–8–
Exemplo
Dados
E1 E2
z E1 = 1,0112∠0◦ pu
S1 S2 z = 0,01 + j 0,05 pu
S2 = − (1,0 + j 0) pu
1 2
referência carga
3,8462 − j 19,2308 −3,8462 + j 19,2308
Y =
−3,8462 + j 19,2308 3,8462 − j 19,2308
" !∗ #
1 S2
E2(m+1) = − Y21 E1
Y22 E2(m)
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 1,0012 − j 0,0500
2 0,9987 − j 0,0493
3 0,9987 − j 0,0494
4 0,9987 − j 0,0494 Solução: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
–9–
A potência na barra de referência é:
∗
∗ 1
S1 = E1 I12 = E1 (E1 − E2 ) = 1,01 + j 0,05 pu
z
i −1 n
!
1 X X
zi(m+1) = · bi − Ai j xj(m+1) − Ai j xj(m) i = 1, . . . , n
Ai i
j=1 j=i +1
(m+1) (m+1) (m)
xi = ωzi + (1 − ω)xi i = 1, . . . , n
– 10 –
◮ A aceleração corresponde a uma extrapolação:
(m+1) (m) (m+1) (m)
x =x +ω· z −x
= x (m) + ω · ∆ x
x (m+1)
z (m+1)
x (m)
∆x
ω · ∆x
◮ Para cada problema existe um ω ótimo, mas para a maioria dos problemas práticos,
valores aproximados (empı́ricos) são escolhidos.
Várias tentativas foram feitas para se obter um valor ótimo de ω. Em geral, o
esforço de obtenção não compensa.
◮ Aceleração também pode ser usada para a solução de redes elétricas, onde
normalmente se escolhe um fator de aceleração 1 < ω < 2. Uma boa escolha de ω
pode resultar em uma taxa de convergência de até duas vezes a original.
– 11 –
3.1.5 Avaliação dos métodos baseados na matriz Y
◮ Método simples.
◮ Convergência lenta.
n
X
| Yi j |<| Yi i | i = 1, . . . , n
j=1,j6=i
– 12 –
3.2 Métodos iterativos baseados na matriz Z
x = A−1 · b
Resolvendo para xi tem-se:
n
X
xi = A−1
i j bj i = 1, . . . , n
j=1
E =Z ·I
∗
Sk
Ik =
Ek
– 13 –
◮ Para uma iteração (m + 1), o processo iterativo pode ser definido como:
!∗
(m) Sk
Ik = (m)
k = 1, . . . , n
Ek
n
X
(m+1) (m)
Ek = Zkj Ij k = 1, . . . , n
j=1
I =Y ·E
– 14 –
◮ Considere agora que a barra 1 seja definida como a barra slack, ou seja, sua tensão
E1 é conhecida e ela será responsável pelo balanço de potências da rede. Neste caso
a equação referente a I1 será retirada do sistema de equações, resultando em:
I′ = Y ′ · E′
em que a matriz Y ′ corresponde à matriz Y sem a linha e a coluna correspondentes
à barra slack e o vetor E ′ difere do vetor E por não ter E1 .
◮ Fazendo a inversão:
E′ = Z′ · I′
n
X
Ek = Zkj (Ij − Yj1 E1 ) k = 2, 3, · · · , n
j=2
n
X n
X
Ek = Zkj Ij − Zkj Yj1 E1 k = 2, 3, · · · , n
j=2 j=2
n
X
Ek = Zkj Ij − Ck k = 2, 3, · · · , n
j=2
em que Ck é constante.
– 15 –
◮ Um algoritmo semelhante ao de Gauss-Jacobi para a resolução do problema é:
– 16 –
◮ Um algoritmo semelhante ao de Gauss-Seidel para a resolução do problema é:
(6) Para k = 1, · · · , n
Pn
(6.1) Calcular tensão Eki +1 = − Cki
j=2 Zkj Ik
∗
(6.2) Atualizar corrente nodal Iki = Sk /Eki +1
– 17 –
Exemplo
Dados
E1 E2
z E1 = 1,0112∠0◦ pu
S1 S2 z = 0,01 + j 0,05 pu
S2 = − (1,0 + j 0) pu
1 2
referência carga
3,8462 − j 19,2308 −3,8462 + j 19,2308
Y =
−3,8462 + j 19,2308 3,8462 − j 19,2308
I1 = Y11 E1 + Y12 E2
I2 = Y21 E1 + Y22 E2
I2 = Y21 E1 + Y22 E2
ou
I2 − Y21 E1 = Y22 E2
– 18 –
Fazendo a inversão:
e:
E2 = Z22 I2 + E1
E2 = z I2 + E1
∗
(m+1) (m)
E2 =z S2/E2 + E1
– 19 –
O resultado do processo iterativo é:
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 1,0012 − j 0,0500
2 0,9987 − j 0,0493
3 0,9987 − j 0,0494
4 0,9987 − j 0,0494 Solução: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
∗
∗ 1
S1 = E1 I12 = E1 (E1 − E2 ) = 1,01 + j 0,05 pu
z
– 20 –
3.2.2 Avaliação dos métodos baseados na matriz Z
◮ A escolha da barra de referência não é tão importante neste caso. Pode-se escolher
a barra para a qual a soma dos elementos da linha da matriz Z é a maior.
– 21 –
3.3 Método iterativo de Newton
g (x ) = 0
g (x )
xs x0 x
– 22 –
◮ Considere que um ponto x0 suficientemente próximo de xs seja conhecido.
d
g (x0 + ∆x ) = g (x0 ) + g (x0 ) · ∆x
dx
= g (x0 ) + g ′ (x0) · ∆x
∆x ≈ xs − x0
g (x0 + ∆x ) ≈ g (xs ) = 0
Logo:
g (x0 ) + g ′ (x0) · ∆x ≈ 0
g (x0 )
∆x ≈ −
g ′ (x0 )
– 23 –
Interpretação gráfica:
g (x )
xs x1 x0 x
∆x
x0 + ∆x = x1 6= xs
Porém, se x0 está suficientemente próximo de xs , então:
x1 − xs = ε
em que ε é muito pequeno.
– 24 –
◮ Processo iterativo:
(1) Inicializar o contador de iterações ν = 0.
Escolher um ponto inicial x = x (ν) = x (0).
(2) Calcular o valor da função g (x ) no ponto x = x (ν) → g x (ν) .
(3) Comparar o valor calculado g x (ν) com uma tolerância especificada ε.
Se | g x (ν) |≤ ε, então x = x (ν) corresponderá à solução procurada dentro da
faixa de tolerância ±ε.
Caso contrário, prosseguir.
g(x )
g x (0)
+ε x
−ε
xs x (0)
(4) Linearizar a função g (x ) em torno do ponto x (ν), g x (ν)
por intermédio da
série de Taylor desprezando os termos de ordem igual e superior a 2:
d (ν)
(ν) (ν) (ν)
g x + ∆x ≈g x + g x · ∆x (ν)
d x
(ν) (ν)
≈g x ′
+g x · ∆x (ν)
Este passo se resume de fato ao cálculo da derivada g ′ x (ν) .
– 25 –
(5) Resolver o problema linearizado, ou seja, encontrar ∆x (ν) tal que:
(ν) (ν)
g x +g ′
x · ∆x (ν) = 0
g x (ν)
∆x (ν) = − ′ (ν)
g x
e o novo ponto:
+ε x
−ε
xs x (1) x (0)
– 26 –
Outra maneira simples de obter a equação (1) do item (5) do processo iterativo
é a seguinte (em última análise esta maneira tem o mesmo significado da
linearização anterior):
d (0) ′
(0)
g x =g x =α
dx
y =α·x +β
e, finalmente:
(0)
g x
x (1) = x (0) − ′ (0)
g x
– 27 –
◮ Desenvolvimento do processo iterativo:
g (x )
g x (0)
g x (1)
g x (2)
+ε x
−ε
xs x (3)
x (2)
x (1) x (0)
solução
– 28 –
◮ Uma versão modificada do método acima é obtida considerando-se a derivada
constante, ou seja, ela é calculada somente uma vez no ponto x (0) e utilizada em
todas as iterações (Von Mises ou dishonest Newton):
g (x )
g x (0)
g x (1)
g x (2)
g x (3)
+ε x
−ε
xs x (3)x (2) x (1) x (0)
→ Cada iteração é mais rápida (envolve menos cálculos) pois a derivada não
precisa ser calculada a cada passo (esse fato ficará mais claro quando for
tratado o caso multidimensional).
– 29 –
◮ Considere agora o caso de um sistema n-dimensional de equações algébricas
não-lineares:
g (xx ) = 0
em que g e x são vetores de dimensão (n × 1) correspondentes respectivamente às
funções e incógnitas:
T
g (xx ) = g1 (xx ) g2 (xx ) . . . gn (xx )
T
x = x1 x2 . . . xn
∂ ∂ ∂
∂x1 g1 ∂x2 g1 ... ∂xn g1
∂ ∂ ∂
∂x1 g2 ∂x2 g2 ... ∂xn g2
∂
J= g =
∂xx
... ... ... ...
∂ ∂ ∂
∂x1 gn ∂x2 gn ... ∂xn gn
h i−1
(ν) (ν) (ν)
∆xx =− J x ·g x
– 30 –
◮ Caso particular para n = 2:
(ν) (ν) ∂ (ν) ∂ (ν)
g1 [(x1 + ∆x1) , (x2 + ∆x2)] ≈ g1 x1 , x2 + g1 · ∆x1 + g1 · ∆x2
∂x1 (ν) ∂x2 (ν)
(ν) (ν) ∂ (ν) ∂ (ν)
g2 [(x1 + ∆x1) , (x2 + ∆x2)] ≈ g2 x1 , x2 + g2 · ∆x1 + g2 · ∆x2
∂x1 (ν) ∂x2 (ν)
h i−1
(ν) (ν) (ν)
∆xx =− J x ·g x
x (ν+1) = x (ν) + ∆xx (ν)
– 31 –
◮ Ideia geral da evolução do processo iterativo (para n = 2):
g1 x1
0
0
1
3 2
ε
ε 1
g2
2
εε
3
x2
– 32 –
3.3.2 Avaliação do método de Newton
◮ Converge para vários casos em que outros métodos (p.ex. Gauss-Seidel) divergem
→ é mais confiável.
– 33 –
◮ Apresenta convergência quadrática, ou seja, se:
xs − solução exata do problema
i
x − solução para a iteração i
i
E = x i − x s − erro na iteração i
define-se:
q
i i T
e = kE k2 = (E i ) · E i
e i +1
lim 2 =K
i →∞ (e i )
– 34 –
◮ Situações:
g(x )
região de
atração
derivada nula!
→ região de atração.
→ soluções múltiplas.
→ pontos de mı́nimo.
→ mal condicionamento.
– 35 –
Referências bibliográficas
[1] B. Stott, Review of load-flow calculation methods, Proceedings of the IEEE, vol.62,
n.7, 1974.
[2] A.J. Monticelli, Fluxo de carga em redes de energia elétrica, Edgard Blücher, 1983.
[3] M. Crow, Computational methods for electric power systems, CRC Press, 2003.
[4] L. Powell, Power system load flow analysis, McGraw-Hill, 2005.
– 36 –
Capı́tulo 4
Resolução do problema de fluxo de carga pelo método de Newton
4.1 Introdução
◮ A aplicação das leis de Kirchhoff a todas as NB barras da rede elétrica resulta nas
equações das potências nodais (deduzidas no capı́tulo 2):
P
Pk = Vk m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
k = 1, . . . , NB
Q =V P
k k m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
–1–
◮ Considera-se que o estado da rede seja conhecido quando as tensões (magnitudes e
ângulos de fase) de todas as barras forem conhecidas. Seja V s e θ s este estado:
T
Vs = V1s V2s . . . VNB
s
T
θ s = θ1s θ2s . . . θNB
s
Assim:
P
Pk = Vks m∈K Vms Gkm cos θkm
s s
+ Bkm sen θkm
k = 1, . . . , NB
Q =VsP V s
G sen θ s
− B cos θ s
k k m∈K m km km km km
O problema que consiste em obter o estado (VV s , θ s ) pode ser colocado na forma
das equações de fluxo de carga:
P
Pk − Vk m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm ) = 0
k = 1, . . . , NB
Q −V P
k k m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) = 0
–2–
◮ Considere uma rede elétrica constituı́da por:
(
2 · (NPQ + NPV + 1) dados
2 · (NPQ + NPV + 1) incógnitas
◮ Existem dois tipos de incógnitas para o problema de fluxo de carga e que devem ser
obtidas:
–3–
◮ Em função da existência de dois tipos de incógnitas, o problema de fluxo de carga
pode ser decomposto em dois subsistemas de equações algébricas:
(
V e θ para barras PQ → (2 · NPQ) incógnitas
θ para barras PV → NPV incógnitas
(
P e Q para barras PQ → (2 · NPQ) dados
P para barras PV → NPV dados
Para cada potência dada, pode-se escrever uma equação de fluxo de carga:
P
Pkesp − Vk m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm ) = 0 , para barras PQ e PV
Qesp − V P
k k m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) = 0 , para barras PQ
Deve-se obter V e θ tais que as potências nodais calculadas se igualem às respectivas
potências especificadas.
–4–
Subsistema 2 (dimensão NPV + 2)
(
P para a barra de referência → 1 incógnita
Q para as barras PV e a barra de referência → NPV + 1 incógnitas
P
P = V m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm ) , para a barra de referência
k
k
P
Qk = Vk m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm ) , para barras PV e
barra de referência
–5–
◮ As equações de fluxo de carga para o subsistema 1 podem ser reescritas como:
∆Pk = Pkesp − Pkcal c (VV , θ ) = 0 , para barras PQ e PV
∆Q = Qesp − Qcal c (VV , θ ) = 0 , para barras PQ
k k k
Pkesp e Qesp
k são os valores das injeções de potência ativa e reativa especificados
para as barras (considerados constantes, em princı́pio) e dados por:
–6–
◮ Além do algoritmo básico, que consiste na resolução do sistema de equações de
fluxo de carga mostrado anteriormente (subsistemas 1 e 2) por meio de métodos
iterativos, o problema de fluxo de carga pode também levar em consideração na sua
resolução a representação dos limites operacionais dos equipamentos e a atuação
dos dispositivos de controle.
O objetivo deste capı́tulo é apresentar o algoritmo básico. A inclusão dos controles
e limites será feita adiante.
P = P esp − P (VV , θ ) = 0
∆P
Q = Qesp − Q (VV , θ ) = 0
∆Q
NPQ + NPV
θ
x =
V
NPQ
em que θ é o vetor dos ângulos das tensões das barras PQ e PV e V é o vetor das
magnitudes das tensões das barras PQ.
NPQ + NPV
P
∆P
g (xx ) =
Q
∆Q
NPQ
–7–
◮ Como a solução do subsistema 1 é obtida quando os mismatches são iguais a zero,
as equações do subsistema 1 podem ser colocadas na forma:
P
∆P
g (xx ) = =0
Q
∆Q
Exemplo
1 Vθ 2 PQ 4 PQ
3 PV
T
x = θ2 θ3 θ4 V2 V4
–8–
O subsistema 1 consiste na resolução do seguinte sistema de equações:
T
g (xx ) = ∆P2 ∆P3 ∆P4 ∆Q2 ∆Q4 =0
em que:
X
P1 = V1 Vm (. . .)
m∈K1
X
Q1 = V1 Vm (. . .)
m∈K1
X
Q3 = V3 Vm (. . .)
m∈K3
Como a rede tem 4 barras, pode-se escrever 8 equações de potências nodais. O sistema
de equações do subsistema 1 é formado por 5 delas. As 3 restantes são utilizadas no
subsistema 2.
–9–
4.3 Método de Newton aplicado ao problema de fluxo de carga
NPQ + NPV
ν
P
∆P
g (xx ν ) =
Qν
∆Q
NPQ
NPQ + NPV
ν
∆θθ
∆xx ν =
∆VV ν
NPQ
(ν)
∂(∆PP) ∂(∆PP)
∂θθ ∂VV NPQ + NPV
J (xx ν ) =
∂(∆QQ) ∂(∆Q Q)
∂θθ ∂VV
NPQ
– 10 –
◮ Lembrando das equações dos mismatches (cujas derivadas aparecem na matriz
Jacobiana) e de que os valores especificados das potências são constantes, pode-se
escrever, por exemplo:
(ν)
P)
∂(P P)
∂(P
∂θθ ∂VV NPQ + NPV
J (xx ν ) = −
Q)
∂(Q Q)
∂(Q
∂θθ ∂VV
NPQ
P)
∂ (P ∂ (PP)
H= N=
∂θθ ∂VV
Q)
∂ (Q Q)
∂ (Q
M= L=
∂θθ ∂VV
(ν)
Pν
∆P H N ∆θθ ν
= ·
Qν
∆Q M L ∆VV ν
– 11 –
◮ As expressões para os elementos das matrizes H , M , N e L são obtidas a partir das
equações das potências nodais (equações de Pk e Qk ).
X
Pk = Vk Vj (Gkj cos θkj + Bkj sen θkj )
j∈K
X
= Gkk Vk2 + Vk Vj (Gkj cos θkj + Bkj sen θkj )
j∈Ωk
" #
∂ ∂ X
Hkm = Pk = Gkk Vk2 + Vk Vj (Gkj cos θkj + Bkj sen θkj )
∂θm ∂θm
j∈Ωk
∂
= Gkk Vk2 + Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm ) +
∂θm #
X
Vk Vj (Gkj cos θkj + Bkj sen θkj )
j∈Ωk ,j6=m
= Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
∂
Hmk = Pm = Vm Vk (Gmk sen θmk − Bmk cos θmk )
∂θk
– 12 –
Como:
tem-se finalmente:
∂
Hkk = Pk
∂θk " #
∂ X
= Gkk Vk2 + Vk Vj (Gkj cos θkj + Bkj sen θkj )
∂θk
j∈Ωk
X
= −Vk Vj (Gkj sen θkj − Bkj cos θkj )
j∈Ωk
X
Hkk = −Bkk Vk2 +Bkk Vk2 − Vk Vj (Gkj sen θkj − Bkj cos θkj )
j∈Ωk
– 13 –
X
Hkk = −Bkk Vk2 − Vk Vj (Gkj sen θkj − Bkj cos θkj )
j∈K
| {z }
=Qk
= −Bkk Vk2 − Qk
Resumindo:
∂
P
Hkk = ∂θk Pk = −Bkk Vk2 − Vk m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
= −Bkk Vk2 − Qk
∂
Hkm = ∂θm Pk = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
∂
Hmk = ∂θk Pm = −Vk Vm (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm )
– 14 –
◮ Os elementos das demais submatrizes são:
∂
P
Nkk = ∂Vk Pk = Gkk Vk + m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
= Vk−1 Pk + Gkk Vk2
∂
Nkm = ∂Vm Pk = Vk (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
∂
Nmk = ∂Vk Pm = Vm (Gkm cos θkm − Bkm sen θkm )
∂
P
Mkk = ∂θk Qk = −Gkk Vk2 + Vk m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
= −Gkk Vk2 + Pk
∂
Mkm = ∂θm Qk = −Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
∂
Mmk = ∂θk Qm = −Vk Vm (Gkm cos θkm − Bkm sen θkm )
∂
P
Lkk = ∂Vk Qk = −Bkk Vk + m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
= Vk−1 Qk − Bkk Vk2
∂
Lkm = ∂Vm Qk = Vk (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
∂
Lmk = ∂Vk Qm = −Vm (Gkm sen θkm + Bkm cos θkm )
– 15 –
◮ Comentários sobre as submatrizes H , M , N e L :
(
∆θk = 0 k ∈ {referência}
∆Vk = 0 k ∈ {referência,PV}
– 16 –
Exemplo
Vθ PQ
1 2
PV
3
∆P2 ∆θ2
∆P3 = J · ∆θ3
∆Q2 ∆V2
H → [2 × 2]
N → [2 × 1]
M → [1 × 2]
L → [1 × 1]
– 17 –
Após resolvido o subsistema 1, pode-se obter P1 , Q1 e Q3 utilizando-se as equações de
fluxo de carga (subsistema 2).
Pode-se também definir o vetor de correções das variáveis de estado completo como:
T
∆xx = ∆θ1 ∆θ2 ∆θ3 ∆V1 ∆V2 ∆V3
T
g (xx ) = ∆P1 ∆P2 ∆P3 ∆Q1 ∆Q2 ∆Q3
× × × × × ×
× × × ×
× × × ×
J=
× × × × × ×
× × × ×
× × × ×
∞ × × × × ×
× × × ×
× × × ×
J=
× × × ∞ × ×
× × × ×
× × × ∞
– 18 –
O vetor de correções das variáveis de estado é obtido por:
∆θ1 0 0 0 0 0 0 ∆P1
∆θ2 0 × × 0 × 0 ∆P2
∆θ3 0 × × 0 × 0 ∆P3
= ·
∆V1 0 0 0 0 0 0 ∆Q1
∆V2 0 × × 0 × 0 ∆Q2
∆V3 0 0 0 0 0 0 ∆Q3
J −1
→ As dimensões originais das submatrizes de J podem ser vistas (blocos
destacados).
◮ Cálculo de zeros de funções em geral → calcular os valores das funções para pontos
considerados. Se estiverem muito próximos da solução, então os valores das funções
estarão próximos de zero.
– 19 –
◮ Considera-se que a solução tenha sido atingida quando, para um determinado
estado (tensão), as potências calculadas para as barras forem iguais às (ou muito
próximas das) potências especificadas para as mesmas → P e Q para barras PQ e P
para barras PV.
| ∆Pk |≤ εP barras k tipo PQ e PV
e
| ∆Qk |≤ εQ barras k tipo PQ
– 20 –
Exemplo
Vθ PQ
P1 + j Q1 P2 + j Q2
1 2
carga especificada
∆P2 P2
P2esp
Q2
Qesp
2
solução exata
+εP
∆Q2
−εP
3
4
2 solução obtida
1
0
V2
1
32
0 4
−εQ+εQ
θ2
evolução do
estado da rede
– 21 –
4.5 Algoritmo básico para a resolução dos subsistemas 1 e 2 pelo método de
Newton
Subsistema 1
θ ν+1 = θ ν + ∆θθ ν
V ν+1 = V ν + ∆VV ν
– 22 –
(vi) Incrementar o contador de iterações (ν ← ν + 1) e voltar para o passo (ii).
Subsistema 2
Exemplo
Dados
E1 E2
z E1 = 1,0112∠0◦ pu
S1 S2 z = 0,01 + j 0,05 pu
S2 = − (1,0 + j 0) pu
1 2
referência carga
3,8462 − j 19,2308 −3,8462 + j 19,2308
Y =
−3,8462 + j 19,2308 3,8462 − j 19,2308
– 23 –
As incógnitas são θ2 e V2 . As equações das potências nodais que serão utilizadas são:
(
P2 = V2V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22 G22
Q2 = V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22
( (
P2esp − P2 = 0 −1 − P2 = 0
Qesp
2 − Q2 = 0 0 − Q2 = 0
∂ ∂
∆P2 ∂θ2 P2 ∂V2 P2 ∆θ2
= ∂ ∂ ·
∆Q2 ∂θ2 Q2 ∂V2 Q2 ∆V2
em que:
∂
∂θ2 P2 = −V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21 )
∂
∂V2 P2 = V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21 ) + 2V2 G22
∂
∂θ2 Q2 = V2 V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21 )
∂
∂V2 Q2 = V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21 ) − 2V2 B22
(i) ν=0
V2 = 1 pu, θ2 = 0
(ii) As potências nodais e os mismatches de potência são:
– 24 –
(iii) Os mismatches de potência são maiores que a tolerância especificada.
(iv) Matriz Jacobiana:
19,4462 3,8031 −1 0,0494 −0,0099
J= J =
−3,8892 19,0154 0,0101 0,0506
∆θ2 ∆P2 −0,0494
= J −1 · =
∆V2 ∆Q2 0,0012
V2 = 1,0012, θ2 = −0,0494
(vi) ν = 1
(ii) As potências nodais e os mismatches de potência são:
∆θ2 −0,0001
=
∆V2 −0,0012
V2 = 1,0000, θ2 = −0,0495
– 25 –
(vi) ν = 2
(ii) As potências nodais e os mismatches de potência são:
P2 = −1,0000 ∆P2 = 0
Q2 = 0 ∆Q2 = 0
∗
∗ 1
S1 = E1 I12 = E1 (E1 − E2 ) = 1,01 + j 0,05 pu
z
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 1,0000 − j 0,0494
2 0,9988 − j 0,0495 Solução: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
Estude os exemplos das páginas 85–93 do livro: Alcir J. Monticelli, Fluxo de carga
em redes de energia elétrica, E. Blücher, 1983.
– 26 –
4.6 Melhorando as caracterı́sticas de convergência
∆x limitado = α · ∆x calculado = α · J −1 · f x 0
f (x )
∆x calculado
∆x
limitado
Tangente
Solução
x1 x0 x
Divergência
– 27 –
◮ Opção 2: Definir a estimativa inicial com base em soluções anteriormente obtidas,
ao invés de simplesmente adotar o flat start, por exemplo.
◮ Opção 4: Realizar uma iteração usando o fluxo de carga linearizado (será mostrado
adiante) para uma primeira estimativa dos ângulos de fase, seguida de uma
estimativa do mesmo tipo (solução direta) para uma primeira estimativa das
magnitudes das tensões, antes de utilizar o método de Newton. Mais confiável que
a Opção 3.
– 28 –
4.7 Métodos desacoplados
Por exemplo:
∂
H= P → P ≈ H · ∆θθ
∆P
∂θθ
∂ ∂
P e Q
∂θθ ∂VV
são maiores que
∂ ∂
Q e P
∂θθ ∂VV
[P e θ] e [Q e V ]
e um acoplamento fraco (desacoplamento) entre
[Q e θ] e [P e V ]
◮ Este fato é em geral verificado para redes de transmissão de extra e ultra altas
tensões (tensões acima de 230 kV).
– 29 –
◮ O desacoplamento permite que se obtenha outros métodos de resolução do
problema de fluxo de carga, que são derivados do método de Newton.
◮ Métodos desacoplados:
– 30 –
Exemplo
Dados
E1 E2
z E1 = 1,0112∠0◦ pu
S1 S2 z = 0,01 + j 0,05 pu
S2 = − (1,0 + j 0) pu
1 2
referência carga
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 1,0101 − j 0,0497
2 0,9988 − j 0,0511
3 0,9983 − j 0,0495
4 0,9987 − j 0,0494
5 0,9988 − j 0,0494 Solução: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
– 31 –
Comparação entre os processos iterativos utilizando o método de Newton e um método
desacoplado:
P2cal c
0
Desacoplado
Newton
1
1
2
3
2
+εP 4
3
P2esp
−εP solução exata
Qesp
2 Qcal
2
c
−εQ +εQ
– 32 –
4.7.1 Método de Newton desacoplado
(ν) ν
Pν
∆P H N ∆θθ
= ·
Qν
∆Q M L ∆VV ν
ν ν
θ ν+1 θ ∆θθ
ν+1 = ν +
V V ∆VV ν
◮ Pode-se escrever:
θ ν+1 = θ ν + ∆θθ ν
V ν+1 = V ν + ∆VV ν
N ) e entre Q
◮ Devido ao desacoplamento, as matrizes de sensibilidade entre P e V (N
M ) são ignoradas, resultando em:
e θ (M
θ ν+1 = θ ν + ∆θθ ν
V ν+1 = V ν + ∆VV ν
– 33 –
◮ Pode-se aplicar agora o esquema de resolução alternado, que resulta em uma
melhor caracterı́stica de convergência:
Q V ν , θ ν+1 = L V ν , θ ν+1 ∆VV ν
∆Q
(B)
V ν+1 = V ν + ∆VV ν
Neste caso os mismatches de potência reativa são calculados já utilizando valores
atualizados dos ângulo de fase das tensões.
◮ Comparação:
◮ Equações (A) → meia-iteração ativa → atualização dos ângulos de fase das tensões
utilizando os mismatches de potência ativa
Equações (B) → meia-iteração reativa → atualização das magnitudes das tensões
utilizando os mismatches de potência reativa
– 34 –
KP = KQ = 1 p = q = 0 Método de Newton Desacoplado
V 0 , θ0 Diagrama de Blocos
∆P (V q , θp )
max {| ∆Pk |} : εp ≤
k = {PQ, PV} KP = 0
> =
p q
∆θ = H (V , θ )p −1 q p
· ∆P (V , θ ) KQ : 0
Meia-iteração ativa
θp+1 = θ p + ∆θ p 6=
p ←p+1
KQ = 1
Solução
q p
∆Q (V , θ )
Meia-iteração reativa
max {| ∆Qk |} : εq ≤
k = {PQ} KQ = 0
> =
q q
∆V = L (V , θ )p −1 q p
· ∆Q (V , θ ) KP : 0
V q+1 = V q + ∆V q 6=
q ←q+1
KP = 1
– 35 –
◮ p e q são os contadores das meias-iterações ativa e reativa.
Estude os exemplos das páginas 96–99 do livro: Alcir J. Monticelli, Fluxo de carga
em redes de energia elétrica, E. Blücher, 1983.
◮ Esta versão pode apresentar uma convergência mais rápida para alguns sistemas.
V1
V2 0
V =
0 ...
Vn
– 36 –
◮ As submatrizes H e L podem ser colocadas na seguinte forma:
H = V · H′
L = V · L′
◮ Os elementos de H ′ e L ′ são:
H ′ = −Qk /Vk − Vk Bkk
kk
′
Hkm = Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
H ′ = −V (G sen θ + B cos θ )
mk k km km km km
L′kk = Qk /Vk2 − Bkk
L′km = (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
L′ = − (G sen θ + B cos θ )
mk km km km km
P = V · H ′ · ∆θθ
∆P
Q = V · L ′ · ∆VV
∆Q (premultiplicar por V −1 )
V −1 · ∆P
P = H ′ · ∆θθ
Q = L ′ · ∆VV
V −1 · ∆Q
P /V = H ′ · ∆θθ
∆P
Q/V = L′ · ∆VV
∆Q
– 37 –
◮ A notação ∆PP /V significa que cada mismatch de potência ativa deve ser dividido
pela respectiva tensão da barra (∆P1/V1, etc.). O mesmo vale para os mismatches
de potência reativa.
Bkk Vk2 ≫ Qk
As reatâncias shunt são em geral muito maiores que as reatâncias série.
Vk ≈ 1 pu
′ ′′
Bkk = −Bkk Bkk = −Bkk
′ ′′
Bkm = −Bkm Bkm = −Bkm
′ ′′
Bmk = −Bkm Bmk = −Bkm
– 38 –
◮ Considerações sobre as matrizes B ′ e B ′′ :
– 39 –
◮ As equações do método desacoplado rápido ficam:
P /V = B ′ · ∆θθ
∆P
Q/V = B ′ ′ · ∆VV
∆Q
X
′ −1
Bkk = xkm ′′
Bkk = −Bkk
m∈Ωk
′′ ′′
′ ′ −1 Bkm = Bmk = −Bkm
Bkm = Bmk = −xkm
– 40 –
Exemplo
Dados
E1 E2
z E1 = 1,0112∠0◦ pu
S1 S2 z = 0,01 + j 0,05 pu
S2 = − (1,0 + j 0) pu
1 2
referência carga
3,8462 − j 19,2308 −3,8462 + j 19,2308
Y =
−3,8462 + j 19,2308 3,8462 − j 19,2308
As incógnitas são θ2 e V2 . As equações das potências nodais que serão utilizadas são:
(
P2 = V2V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22 G22
Q2 = V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22
– 41 –
Processo iterativo (subsistema 1):
(i) KP = 1, KQ = 1
p = 0, q = 0
V2 = 1 pu, θ2 = 0
(ii) A potência ativa nodal e o mismatch de potência são:
θ2 = −0,0478
(vi) p=1
(vii) KQ = 1
– 42 –
(viii) A potência reativa nodal e o mismatch de potência são:
V2 = 1,0004
(xii) q=1
(xiii) KP = 1
(ii) A potência ativa nodal e o mismatch de potência são:
θ2 = −0,0495
– 43 –
(vi) p=2
(vii) KQ = 1
(viii) A potência reativa nodal e o mismatch de potência são:
V2 = 1,0000
(xii) q=2
(xiii) KP = 1
(ii) A potência ativa nodal e o mismatch de potência são:
– 44 –
(ix) O mismatch de potência reativa é menor que a tolerância especificada.
(xvi) KQ = 0
(xvii) KP = 0 → o processo convergiu.
∗
∗ 1
S1 = E1 I12 = E1 (E1 − E2 ) = 1,01 + j 0,05 pu
z
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 0,9993 − j 0,0478
2 0,9988 − j 0,0495 Solução: E2 = 1∠ − 2,8◦ pu
Estude o exemplo das páginas 102–105 do livro: Alcir J. Monticelli, Fluxo de carga
em redes de energia elétrica, E. Blücher, 1983.
– 45 –
Exemplo
Dados
E1 E2
z, b sh E1 = 1,0∠0◦ pu
S1 S2 S2 = −0,30 + j 0,07 pu
z = 0,2 + j 1,0 pu
1 2
bsh = 0,02 pu
referência carga
Para que as soluções fiquem ainda mais próximas, deve-se reduzir as tolerâncias.
O método desacoplado rápido apresenta uma iteração ativa a mais, no entanto, suas
iterações são menos trabalhosas (matrizes constantes), e portanto mais rápidas do
ponto de vista computacional.
– 46 –
4.7.4 Método de Newton desacoplado rápido – uma versão modificada
◮ Equivalentes externos:
Fronteira (F)
Rede Rede
Interna Externa
(I) .. (E)
.
Área de Interesse
Rede
Interna ligação equivalente
(I) ..
.
injeção equivalente
– 47 –
◮ Idéia: substituir a rede externa (E) por uma rede equivalente que reaja de maneira
semelhante a distúrbios na rede interna (I).
→ Análise de contingências
– 48 –
Exemplo
F y2
y1
I y2sh
y1sh
Equivalente
I
sh
yeq
Neste caso:
h i
y2 ·y2sh
y2 +y2sh
+ y1sh · y1
sh
yeq = y2 ·y2sh
y2 +y2sh
+ y1sh + y1
– 49 –
Como, em geral:
y1 , y2 ≫ y1sh , y2sh
ou:
z1 , z2 ≪ z1sh , z2sh
tem-se:
h i
y2 ·y2sh
y2 + y1sh · y1
sh
yeq ≈ y2 ·y2sh sh
y2 + y1 + y1
y2sh + y1sh · y1
≈
y2sh + y1sh + y1
y2sh + y1sh · y1
≈
y1
≈ y1sh + y2sh
F curto
curto
I
y2sh
y1sh
– 50 –
◮ A matriz B ′′ foi obtida a partir de simplificações na matriz L′ . O elemento da
diagonal de L ′ é:
!
X X
L′kk ≈ Bkk
′′
= −Bkk = − bkm − bksh + sh
bkm
m∈Ωk m∈Ωk
| {z } | {z }
série shunt
′′
é necessário obter uma nova expressão para Bkk levando Qk em consideração
– 51 –
Voltando ao elemento da diagonal de L′ :
Os elementos shunt (de barra e de linha) aparecem multiplicados por dois na dia-
gonal da matriz B ′ ′
– 52 –
◮ Com relação à presença de transformadores na rede:
Se o transformador for de tap variável, deve ser escolhido um valor para inclusão
nas matrizes B ′ e B ′′ que permanecerá fixo durante o processo iterativo.
Estude o exemplo das páginas 107–108 do livro: Alcir J. Monticelli, Fluxo de carga
em redes de energia elétrica, E. Blücher, 1983.
Este modelo pode ser adequado ou não, dependendo das caracterı́sticas da carga.
– 53 –
◮ Em alguns casos (por exemplo na análise de estabilidade transitória), o modelo de
carga como injeção de potência constante não é adequado.
O modelo de admitância constante neste caso pode mais adequado → carga varia
com o quadrado da tensão.
Pkesp = ap + bp Vk + cp Vk2 · Pknom
Qesp
k = a q + b V
q k + c 2
q k · Qk
V nom
em que:
ap + bp + cp = 1
aq + bq + cq = 1
Coeficientes
a b c Tipo de carga
1 0 0 potência constante
0 1 0 corrente constante
0 0 1 admitância constante
– 54 –
◮ Dependendo dos valores de a, b e c pode-se obter qualquer combinação de modelos.
Por exemplo:
∂ ∂ esp ∂ cal
Nkk = − ∆Pk = − Pk + P
∂Vk ∂Vk ∂Vk k
= − (bp + 2cp Vk ) · Pknom + Vk−1 Pkcal + Vk2 Gkk
∂ ∂ esp ∂ cal
Lkk = − ∆Qk = − Qk + Q
∂Vk ∂Vk ∂Vk k
= − (bq + 2cq Vk ) · Qnom
k + V k
−1
Q cal
k − V k
2
Bkk
– 55 –
replacements
Exemplo
Dados
E1 E2
z E1 = 1,0112∠0◦ pu
S1 S2 z = 0,01 + j 0,05 pu
S2 = − (2,0 + j 0) pu
1 2
referência carga
ap = aq = 0 bp = bq = 0 cp = cq = 1
3,8462 − j 19,2308 −3,8462 + j 19,2308
Y =
−3,8462 + j 19,2308 3,8462 − j 19,2308
As incógnitas são θ2 e V2 . As equações das potências nodais que serão utilizadas são:
(
P2 = V2V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) + V22 G22
Q2 = V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21) − V22 B22
– 56 –
Portanto, as equações de fluxo de carga são:
( (
P2esp (VV ) − P2 = 0 −2 V22 − P2 = 0
Qesp
2 (VV ) − Q2 = 0 0 − Q2 = 0
∂ ∂
∆P2 ∂θ2 ∆P2 ∂V2 ∆P2 ∆θ2
=− ∂ ∂ ·
∆Q2 ∂θ2 ∆Q2 ∂V2 ∆Q2
∆V2
em que:
∂
∂θ2 ∆P2 = V2 V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21)
∂
∂V2 ∆P2 = −V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21) − 2V2G22 −4
| {zV}2
∂
∂θ2 ∆Q2 = −V2V1 (G21 cos θ21 + B21 sen θ21)
∂
∂V2 ∆Q2 = −V1 (G21 sen θ21 − B21 cos θ21 ) + 2V2B22
– 57 –
(i) ν=0
V2 = 1 pu, θ2 = 0
(ii) As potências nodais e os mismatches de potência são:
−19,4462 −7,8031 −1 −0,0475 0,0195
J= J =
3,8892 −19,0154 −0,0097 −0,0486
– 58 –
(v) Atualização do estado:
∆θ2 ∆P2 −0,0972
= −JJ −1 · =
∆V2 ∆Q2 −0,0086
V2 = 0,9914, θ2 = −0,0972
(vi) ν = 1
(ii) As potências nodais e os mismatches de potência são:
−18,8146 −5,8342 −1 −0,0487 0,0148
J= J =
5,7088 −19,1516 −0,0145 −0,0478
∆θ2 −0,0005
=
∆V2 −0,0048
V2 = 0,9867, θ2 = −0,0977
(vi) ν = 2
– 59 –
(ii) As potências nodais e os mismatches de potência são:
−18,7209 −5,7684 −0,0489 0,0149
J= J −1 =
5,6911 −18,9748 −0,0147 −0,0482
∆θ2 0,0000
=
∆V2 −0,0001
V2 = 0,9866, θ2 = −0,0977
(vi) ν = 3
(ii) As potências nodais e os mismatches de potência são:
P2 = −1,9469 ∆P2 = 0
Q2 = 0 ∆Q2 = 0
– 60 –
A potência na barra de referência (subsistema 2) é:
∗
∗ 1
S1 = E1 I12 = E1 (E1 − E2) = 1,9850 + j 0,1953 pu = 1,9946∠5,6◦ pu
z
Iteração E2 [pu]
0 1+j0
1 0,9868 − j 0,0962
2 0,9820 − j 0,0963
3 0,9819 − j 0,0963 Solução: E2 = 0,9866∠ − 5,6◦ pu
Repita o exemplo considerando que a carga seja modelada como uma injeção de
potência constante e comparar os resultados obtidos.
– 61 –
A Análise dos métodos de fluxo de carga desacoplados rápidos
A.1 Introdução
∆ P /V = B ′ · ∆ θ
∆ Q /V = B ′ ′ · ∆ V
em que1:
X !
′ −1
Bkk = xkm X X
′′
Bkk =− bkm − bksh + sh
bkm
Ωk
Ωk Ωk
′ ′ −1
Bkm = Bmk = −xkm ′′ ′′
Bkm = Bmk = bkm
!
X X
′′
Bkk =− bkm − 2 · bksh + sh
bkm
Ωk Ωk
′′ ′′
Bkm = Bmk = bkm
– 62 –
◮ FCDR proposto por van Amerongen (versão BX)
van Amerongen, R.A.M., A general-purpose version of the fast decoupled load flow,
IEEE Transactions on Power Systems, vol.4, pp.760-770, 1989.
X !
′
Bkk =− bkm ′′
X
−1
X
Bkk = xkm −2· bksh + sh
bkm
Ωk
Ωk Ωk
′ ′
Bkm = Bmk = bkm ′′ ′′ −1
Bkm = Bmk = −xkm
• para redes com relação R/X alta (como por exemplo redes de distribuição) o
método BX apresenta menor número de iterações
– 63 –
muitas alterações propostas foram baseadas na experiência prática
◮ O artigo
Monticelli, A., Garcia, A., Saavedra, O.R., Fast decoupled load flow: hypothesis,
derivations, and testing, IEEE Transactions on Power Systems, vol.5, pp.1425-1431,
1990.
apresenta uma análise teórica dos métodos desacoplados rápidos, mostrando entre
outras coisas que:
∆P H N ∆θ
= ·
∆Q M L ∆V
– 64 –
ou:
∆P = H · ∆θ + N · ∆V (1)
∆Q = M · ∆θ + L · ∆V (2)
M H −1 e somando com (2) tem-se:
◮ Premultiplicando (1) por −M
∆P H N ∆θ
= · (3)
∆Q − M H −1 ∆P 0 L − M H −1N ∆V
N L −1 e somando com (1) tem-se:
◮ Premultiplicando (2) por −N
∆P − N L −1∆Q H − N L −1M 0 ∆θ
= · (4)
∆Q M L ∆V
∆P − N L −1∆Q H − N L −1 M 0 ∆θ
= ·
∆Q − M H −1 ∆P 0 L − M H −1N ∆V
ou:
∆P − N L −1∆Q H eq 0 ∆θ
= · (5)
∆Q − M H −1∆P 0 Leq ∆V
H e L eq em (3) e L e
◮ Nas equações (3) e (4) é necessário inverter duas matrizes (H
H eq em (4)).
– 65 –
◮ Na equação (5) é necessário inverter quatro matrizes, o que torna esta opção
menos atrativa.
– 66 –
A.2.2 Propriedades básicas
Propriedade 1
∆P (V, θ) − N L −1∆Q (V, θ) ≈ ∆P V + L −1∆Q, θ
(6)
∆Q (V, θ) − M H −1∆P (V, θ) ≈ ∆Q V, θ + H −1∆P
– 67 –
Propriedade 2
◮ Mostra-se que os sistemas de equações (3) e (4) podem ser resolvidos de forma
desacoplada sem que as matrizes M e N sejam desprezadas.
∆P H N ∆θ
= · (7)
∆Q V, θ + H −1 ∆P 0 L eq ∆V
∆P V + L −1∆Q, θ H eq 0 ∆θ
= · (8)
∆Q M L ∆V
(i) ∆P (V, θ)
(ii) ∆θH = H −1∆P
(iii) θH = θ + ∆θH
(iv) ∆Q (V, θH )
(v) ∆V = L −1
eq ∆Q, V = V + ∆V
H −1N ∆V
(vi) ∆θN = −H
(vii) θ = θH + ∆θN
– 68 –
◮ Até este ponto, a única aproximação feita foi com relação à série de Taylor da
propriedade 1.
◮ O sistema de equações (8) (dual de (7)) pode ser resolvido através de:
(i) ∆Q (V, θ)
(ii) ∆VL = L −1∆Q
(iii) VL = V + ∆VL
(iv) ∆P (VL , θ)
(v) ∆θ = H −1
eq ∆P , θ = θ + ∆θ
L−1M ∆θ
(vi) ∆VM = −L
(vii) V = VL + ∆VM
– 69 –
Propriedade 3
◮ Trata de eliminar o problema de se ter que calcular θ (em (7)) e V (em (8)) em dois
passos.
◮ Considerando o problema (7), iniciando em V 0 , θ0 :
Iteração 1 Iteração 2
(i) ∆P V 0, θ0 (i) ∆P V 1 , θ1
(ii) ∆θH0 = H −1∆P (ii) ∆θH1 = H −1∆P
(iii) θH1 = θ0 + ∆θH0 (iii) θH2 = θ1 + ∆θH1
(iv) ∆Q V 0 , θH1 (iv) ∆Q V 1, θH2
(v) ∆V 0 = L −1 1 0
eq ∆Q, V = V + ∆V
0
(v) ∆V 1 = L −1 2 1
eq ∆Q, V = V + ∆V
1
H −1N ∆V 0
(vi) ∆θN0 = −H H −1N ∆V 1
(vi) ∆θN1 = −H
(vii) θ1 = θH1 + ∆θN0 (vii) θ2 = θH2 + ∆θN1
θH2 = θ1 + ∆θH1
θH2 = θH1 + ∆θN0 + ∆θH1
| {z }
δ
– 70 –
Tomando o termo δ:
δ = ∆θN0 + ∆θH1
= −HH −1N ∆V 0 + H −1 ∆P V 1 , θ1
= H −1 ∆P V 1, θ1 − N ∆V 0
= H −1 ∆P V 1, θH1 + ∆θN0 − N ∆V 0
−1
∂
=H ∆P V 1 , θH1 + ∆P ∆θN0 − N ∆V 0
∂θ
−1
=H ∆P V , θH − H ∆θN0 − N ∆V 0
1 1
= H −1 ∆P V 1, θH1 − H −H H −1N ∆V 0 − N ∆V 0
= H −1∆P V 1 , θH1
◮ Nota-se que:
o termo δ indica que o vetor θ pode ser calculado em um passo (menos cálculos).
– 71 –
◮ Procedimento modificado (equação (7), iteração γ):
(i) ∆P (V γ , θγ )
(ii) ∆θHγ = H −1∆P
(iii) θHγ+1 = θγ + ∆θHγ
(iv) ∆Q V γ , θHγ+1
(v) ∆V γ = L −1
eq ∆Q, V
γ+1
= V γ + ∆V γ
– 72 –
Propriedade 4
Vθ PQ
r + jx
∼
r −x
g= r 2 +x 2
b= r 2 +x 2
∆P −b g ∆θ
= ·
∆Q −g −b ∆V
∆P −b g ∆θ
= ·
∆Q − (g/b) ∆P 0 1/x ∆V
∆P − (g/b) ∆Q 1/x 0 ∆θ
= ·
∆Q −g −b ∆V
– 73 –
◮ No segundo caso tem-se uma relação com a versão XB:
Neste caso, para que obtenção de H eq resulte sempre nesta forma, deve-se fazer
a aproximação extra de se ignorar as barras PV, shunts e taps (presentes na
matriz L )
◮ É possı́vel mostrar que estas observações são rigorosamente válidas para redes
radiais e para redes malhadas desde que todos os ramos tenham a mesma relação
R/X.
Para redes malhadas com relações R/X variadas, essas observações são
aproximadas.
1 2
0+j
1+j 2+j
1+j
3 4
– 74 –
◮ Considerando flat start tem-se:
2 −1 0 −1
−1 2 −1 0
B ′′ =
0 −1 2 −1
(*) versão BX
−1 0 −1 2
1,5 −1 0 −0,5
−1 1,2 −0,2 0
L=
0 −0,2 0,7 −0,5
−0,5 0 −0,5 1
1,9 −0,8 -0,1 −1
−0,8 1,6 −0,8 0
L eq =
-0,1 −0,8 1,9 −1
−1 0 −1 2
◮ Nota-se que:
– 75 –
A.2.3 Algoritmos
∆P H N ∆θ
= ·
∆Q V, θ + H −1 ∆P 0 L eq ∆V
em que:
◮ Observações:
◮ Algoritmo:
−1
∆θ = B ′ · ∆P
θ = θ + ∆θ
−1
∆V = B ′ ′ · ∆Q
V = V + ∆V
– 76 –
Algoritmo dual – versão um pouco diferente da XB
∆P V + L −1∆Q, θ H eq 0 ∆θ
= ·
∆Q M L ∆V
em que:
◮ Observações:
Para que o algoritmo dual fique igual ao método XB de Sttot e Alsaç, deve-se
desprezar as barras PV, shunts e taps
◮ Algoritmo:
– 77 –
−1
∆V = B ′ ′ · ∆Q
V = V + ∆V
−1
∆θ = B ′ · ∆P
θ = θ + ∆θ
– 78 –
Problema: Considere a rede mostrada a seguir.
Vθ PQ PQ
r1 + jx1 r2 + jx2
bsh
Vθ PQ PQ
– 79 –
Problema: Considere a rede mostrada a seguir.
Vθ PQ PV
r1 + jx1 r2 + jx2
– 80 –
Referências bibliográficas
[1] A.J. Monticelli, Fluxo de carga em redes de energia elétrica, Edgard Blücher, 1983.
[2] J.B. Ward, Equivalent circuits for power flow studies, AIEE Transactions on Power
Apparatus and Systems, 1949.
[3] S. Deckmann et al., Studies on Power System load flow equivalencing, IEEE
Transactions on Power Apparatus and Systems, 1980.
[4] B. Stott, O. Alsaç, Fast decoupled load flow, IEEE Transactions on Power
Apparatus and Systems, 1974.
[5] R.A.M. van Amerongen, A general-purpose version of the fast decoupled load flow,
IEEE Transactions on Power Systems, 1989.
[6] A.J. Monticelli, A. Garcia, O.R. Saavedra, Fast decoupled load flow: hypothesis,
derivations, and testing, IEEE Transactions on Power Systems, 1990.
– 81 –
Capı́tulo 5
Controles e limites
5.1 Introdução
–1–
Exemplo
Considere que a magnitude da tensão em uma barra de carga seja controlada pela
posição do tap de um transformador.
transformador barra
carga
max max
nom tap nom
V
min min
limite controle
–2–
5.2.2 Ajuste alternado
Iteração x (u0)
min max
Limites u ,u
Controle – u0 → u1
Iteração (x + 1) (u1)
Limites u min, u max
Controle – u1 → u2
–3–
◮ Os ajustes das variáveis de controle, realizados entre duas iterações do processo de
resolução do subsistema 1, são dados por:
∆u = α · ∆z = α · z esp − z cal
em que:
–4–
◮ Esquema geral de ajuste alternado das variáveis de controle:
(2) Obter uma solução para o subsistema 1 (estado da rede). Essa solução pode ser
obtida:
(4) Se os erros ∆ z = z esp − z cal forem menores que tolerâncias especificadas, não
serão necessárias ações de controle → ir para o passo (2).
Caso contrário, continuar.
u novo = u velho + α · ∆ z
= u velho + α · z esp − z cal
–5–
5.2.3 Ajuste simultâneo
◮ Consiste:
Limites u min , u max
Iteração x (u0)
S = J · ∆xx
∆S
u0 u1
z cal
z esp
Limites u min , u max
Iteração (x + 1) (u1)
S = J · ∆xx
∆S
u1 u2
cal
z
z esp
–6–
Exemplo
esp cal
Pkm − Pkm (ϕkm ) = 0
variável controlada pode ser, por exemplo, Vm (tensão em uma das barras
terminais do transformador)
–7–
5.3 Consequências da introdução de controles e limites
Quanto maior for o número de controles e limites, maior será essa influência.
o processo de ajustes (controles e limites) deve ser iniciado após o processo já
estar próximo de uma solução.
Evita-se comparar valores especificados com valores calculados que ainda estão
muito longe de serem valores realistas.
–8–
Exemplo
Q 0
1
2
P esp P
–9–
5.4 Controle de tensão em barras PV
P
máquina primária
corrente de armadura corrente de armadura
P esp
corrente de campo
limite de estabilidade estática
excitação mı́nima
Qmin Qmax Q
◮ Para uma barra PV, especifica-se P esp e V esp determina-se Qmin e Qmax .
– 10 –
◮ Para uma barra k do tipo PV:
Vk = Vkesp
Qmin
k ≤ Qcal
k ≤ Qk
max
PV k
Qmax
Pk = Pkesp ∼ Vk = Vkesp Qk
k
Qmin
k
A matriz Jacobiana não contém a linha cujos elementos são ∂Qk /∂θm e
∂Qk /∂Vm e a coluna correspondente às derivadas ∂Pm /∂Vk e ∂Qm /∂Vk .
– 11 –
Exemplo
Vθ PQ
∼
1 2
3 PV
∼
∆P1 P1 θ1 P1 θ2 P1 θ3 P1 V1 P1 V2 P1 V3 ∆θ1
∆P2 P2 θ1 P2 θ2 P2 θ3 P2 V1 P2 V2 P2 V3 ∆θ2
∆P3 P3 θ1 P3 θ2 P3 θ3 P3 V1 P3 V2 P3 V3 ∆θ3
= ·
∆Q1 Q1 θ1 Q1 θ2 Q1 θ3 Q1 V1 Q1 V2 Q1 V3 ∆V1
∆Q2 Q2 θ1 Q2 θ2 Q2 θ3 Q2 V1 Q2 V2 Q2 V3 ∆V2
∆Q3 Q3 θ1 Q3 θ1 Q3 θ3 Q3 V1 Q3 V2 Q3 V3 ∆V3
∂
P1θ1 = P1
∂θ1
– 12 –
Para a resolução do subsistema 1 somente as equações de ∆P2, ∆P3 e ∆Q2 são
utilizadas.
∆P1 ∞ P1 θ2 P1 θ3 P1 V1 P1 V2 P1 V3 ∆θ1
∆P2 P2 θ1 P2 θ2 P2 θ3 P2 V1 P2 V2 P2 V3 ∆θ2
∆P3 P3 θ1 P3 θ2 P3 θ3 P3 V1 P3 V2 P3 V3 ∆θ3
= ·
∆Q1 Q1 θ1 Q1 θ2 Q1 θ3 ∞ Q1 V2 Q1 V3 ∆V1
∆Q2 Q2 θ1 Q2 θ2 Q2 θ3 Q2 V1 Q2 V2 Q2 V3 ∆V2
∆Q3 Q3 θ1 Q3 θ1 Q3 θ3 Q3 V1 Q3 V2 ∞ ∆V3
∆θ1 0 0 0 0 0 0 ∆P1
∆θ2 0 × × 0 × 0 ∆P2
∆θ3 0 × × 0 × 0 ∆P3
= ·
∆V1 0 0 0 0 0 0 ∆Q1
∆V2 0 × × 0 × 0 ∆Q2
∆V3 0 0 0 0 0 0 ∆Q3
J −1
– 13 –
◮ as correções ∆V1 e ∆θ1 são iguais a zero (barra slack).
◮ Problema:
em algumas situações tais limites são atingidos sem que seja possı́vel manter a
tensão no nı́vel especificado.
– 14 –
5.4.1 Ajuste alternado
◮ Considere uma certa barra k do tipo PV para a qual se realiza o controle de geração
de potência reativa.
PQ Qk Qmax
k
Vk =? Qmin
k
Iteração (x + n) Iteração (x + n)
PQ Qk Qmax
k
PQ Qk Qmax
k
Vk = 0,9 Qmin
k
Vk = 1,1 Qmin
k
– 15 –
◮ Descrição de uma situação particular:
a partir daı́, não há o suporte de reativos necessário na barra k para manter a
tensão em Vkesp .
A tensão Vk tende a cair.
Qesp max
k = Qk (potência especificada igual ao limite violado)
Deve-se incluir a equação correspondente a ∆Qk no conjunto das equações de
fluxo de carga (e as linhas e colunas correspondentes a Qk na matriz Jacobiana).
se Vkcal < Vkesp a barra k deve continuar como PQ, pois um aumento de Vk só é
possı́vel aumentando-se Qk , que já está no limite máximo.
se Vkcal ≥ Vkesp barra k pode voltar a ser PV, pois a tensão subiu acima do
especificado, indicando que há uma folga de reativos. Para diminuir Vk basta
diminuir Qk , o que é possı́vel.
A barra k volta a ser PV, com Vk = Vkesp e a potência reativa Qk fica novamente
liberada para variar.
◮ Raciocı́nio análogo pode ser feito para o caso em que o limite Qmin
k é atingido.
– 16 –
Exemplo
Considere que o limite de geração de potência reativa da barra 3 da rede a seguir seja
atingido em uma certa iteração.
Vθ PQ
∼
1 2
3 PV
∼
∆P1 ∞ P1 θ2 P1 θ3 P1 V1 P1 V2 P1 V3 ∆θ1
∆P2 P2 θ1 P2 θ2 P2 θ3 P2 V1 P2 V2 P2 V3 ∆θ2
∆P3 P θ P θ P3 θ3 P3 V1 P3 V2 P3 V3 ∆θ3
= 3 1 3 2 ·
∆Q1 Q1 θ1 Q1 θ2 Q1 θ3 ∞ Q1 V2 Q1 V3 ∆V1
∆Q2 Q2 θ1 Q2 θ2 Q2 θ3 Q2 V1 Q2 V2 Q2 V3 ∆V2
∆Q3 Q3 θ1 Q3 θ1 Q3 θ3 Q3 V1 Q3 V2 ∞ ∆V3
Barra 3 → de PV para PQ
∆P1 ∞ P1 θ2 P1 θ3 P1 V1 P1 V2 P1 V3 ∆θ1
∆P2 P2 θ1 P2 θ2 P2 θ3 P2 V1 P2 V2 P2 V3 ∆θ2
∆P3 P θ P θ P3 θ3 P3 V1 P3 V2 P3 V3 ∆θ3
= 3 1 3 2 ·
∆Q1 Q1 θ1 Q1 θ2 Q1 θ3 ∞ Q1 V2 Q1 V3 ∆V1
∆Q2 Q2 θ1 Q2 θ2 Q2 θ3 Q2 V1 Q2 V2 Q2 V3 ∆V2
∆Q3 Q3 θ1 Q3 θ1 Q3 θ3 Q3 V1 Q3 V2 Q3 V3 ∆V3
J ∞
– 17 –
◮ Um outro método de controle de tensão em barras de geração consiste em realizar
ajustes no valor de tensão especificada da barra PV de forma a eliminar a violação
de potência reativa:
∆Vkesp = α · ∆QGk
– 18 –
5.5 Limites de tensão em barras PQ
Pode-se verificar quais são as áreas crı́ticas com relação aos nı́veis de
tensão/suporte de reativos.
– 19 –
◮ Algumas vezes não se consegue a convergência no estágio 2 por problemas no
fornecimento de reativos.
obter a convergência.
ter uma indicação dos locais em que existem problemas de suporte de reativos.
◮ Deve-se ter um procedimento de verificação dos limites de tensão nas barras PQ.
Qk = Qesp
k
Vk ≤ Vk ≤ Vkmax
min cal
PQ k
Vkmax
Pk = Pkesp Qk = Qesp
k Vk
Vkmin
– 20 –
5.5.1 Ajuste alternado
◮ Considere uma certa barra k do tipo PQ para a qual se realiza o controle de tensão.
PV Vkmax
Vk Vkmin
Qk =?
Iteração (x + n) Iteração (x + n)
PV Vkmax PV Vkmax
– 21 –
◮ Descrição de uma situação particular:
esp
se Qcal
k > Qk a barra k deve continuar como PV, pois é preciso mais potência
reativa para manter a tensão no seu valor mı́nimo.
esp
se Qcal
k ≤ Qk a barra k pode voltar a ser PQ, pois há falta de reativos.
Voltando a ser PQ, tem-se Qk = Qesp
k e a tensão tenderá a aumentar voltando a
respeitar a faixa definida.
◮ Raciocı́nio análogo pode ser feito para o caso em que o limite Vkmax é atingido.
– 22 –
5.6 Transformadores em fase com controle automático de tap
Vm = Vmesp
ou
Vmmin ≤ Vm ≤ Vmmax
∆akm = α · ∆Vm
em que:
– 23 –
◮ Se a barra k for rı́gida (sua tensão é constante, independentemente da posição do
tap) → α ≈ 1.
◮ O problema fica:
∂ ∂ ∂
∆P ∂θ P ∂V P ∂a P
∆θ NPQ + NPV + NPQV
= ·
∆V NPQ
∂ ∂ ∂
∆Q ∂θ Q ∂V Q ∂a Q
∆a NPQV
– 24 –
◮ Considerou-se que todas as barras PQV têm suas tensões reguladas por
transformadores (simplificação).
◮ Os novos elementos da matriz Jacobiana podem ser facilmente obtidos a partir das
expressões dos fluxos de potência nos ramos.
◮ São utilizados para regular o fluxo de potência ativa nos ramos onde são inseridos.
Restante da rede
P2
y2
θk θm
carga P
θp P1 m
k
1 : e jϕ y1
p
Transformador defasador
– 25 –
◮ Considere que o fluxo de potência ativa entre duas barras seja proporcional à
abertura angular (diferença entre os ângulos de fase) do ramo entre elas:
P2 = k2 · θkm = k2 · (θk − θm )
1
P2 = · θkm
x2
A equação acima será obtida adiante, a partir das próprias equações do fluxo de
carga, consideradas algumas simplificações. Assim:
θkm = x2 · P2
◮ Da mesma forma:
P1 = k1 · θpm
1
= · (θp − θm )
x1
1
= · (θk + ϕkm − θm )
x1
1
= · (θkm + ϕkm )
x1
θkm = x1 · P1 − ϕkm
– 26 –
◮ Igualando as equações de θkm :
ϕkm − x1P1 + x2 P2 = 0
P2 = P − P1
ϕkm − x1P1 + x2 (P − P1 ) = 0
ϕkm − (x1 + x2 ) P1 + x2P = 0
– 27 –
Logo:
∆ϕkm
= x1 + x2 = α
∆P1
ou
∆ϕkm ∆ϕkm
∆P1 = =
α (x1 + x2)
◮ Interpretação:
∆ϕkm
∆P1 ≈
x1
∆ϕkm
∆P1 ≈
x2
• uma maior variação de fluxo ∆P1 é obtida se o restante da rede for forte.
– 28 –
5.7.2 Ajuste alternado
◮ Após uma iteração de fluxo de carga, calcula-se o fluxo de potência ativa pelo
cal
transformador Pkm .
esp cal
∆Pkm = Pkm − Pkm
∆ϕkm = α · ∆Pkm
◮ A equação:
esp cal
∆PD = Pkm − Pkm
– 29 –
◮ ϕkm é incluı́do no vetor de variáveis dependentes e ∆PD é incluı́do no vetor de
mismatches:
∂ ∂ ∂
∆P ∂θ P ∂V P ∂ϕ P ∆θ
= ∂ ∂ ∂
∆Q ∂θ Q ∂V Q ∂ϕ Q
· ∆V
∂ ∂ ∂
∆P D ∂θ P D
PD ∂ϕ P D
∆ϕ
ND ∂V ND
– 30 –
5.8 Controle de intercâmbio entre áreas
PI13 PI23
Área 3
PG3 ∼
PC3
◮ As gerações e demandas nas respectivas áreas (por exemplo PG1 e PC1) não são
necessariamente iguais.
3
X 3
X
PGj = PCj
j=1 j=1
– 31 –
◮ Intercâmbio lı́quido de potência: soma algébrica dos fluxos nos ramos que
interligam uma área com as outras:
– 32 –
Para a área 1:
esp cal
∆PI1 = PI1 − PI1
esp
= PI1 − (PI12 + PI13)
∆PG1 = α · ∆PI1
◮ Em geral considera-se α = 1 e:
∆PG1 = ∆PI1
◮ A barra slack da área 1 passa a ser classificada como sendo do tipo PV na próxima
iteração, com valor de potência ativa especificada igual à potência especificada
anteriormente acrescida de ∆PG1 .
Passa a ser a barra slack (tipo V θ) e fornecer a referência angular para todo o
sistema.
– 33 –
Exemplo
Área 1 Área 2
∼ ∼
35 20
Vθ Vθ
esp esp
PI1 = −15 PI2 = −10
PI3
Área 3
∼
Vθ 30
– 34 –
Após uma certa iteração:
Área 1 Área 2
15 ∼ 21 ∼
35 20
Vθ Vθ
cal cal
PI1 = −18 PI2 =0
PI3
Área 3
53 ∼
Vθ 30
Erros de intercâmbio:
Ajustes de geração:
– 35 –
A nova configuração do sistema interligado para a iteração seguinte é:
Área 1 Área 2
18 ∼ 11 ∼
35 20
PV PV
esp esp
PI1 = −15 PI2 = −10
PI3
Área 3
∼
Vθ 30
as barras de folga de todas as áreas menos uma são classificadas como sendo do
tipo V (somente a magnitude de tensão é especificada).
– 36 –
as equações de erro de intercâmbio de todas as áreas menos uma são
acrescentadas ao conjunto de equações do subsistema 1:
PIiesp − PIical = 0 i = 1, . . . , NV
a expressão de PIical é dada pela soma dos fluxos das linhas conectadas às barras
de interligação. Para uma certa área i :
Área i
NI barras de
interligação
... ...
j
– 37 –
Ij
Ej
Logo:
[
Ωj = I j Ej
X
Pj = PGj − PCj = Pjm
m∈Ωj
X X
= Pjm + Pjm
m∈I j m∈E j
X
= Pjm + PIj
m∈I j
– 38 –
O intercâmbio lı́quido de potência para a barra de interligação j é:
X
PIj = (PGj − PCj ) − Pjm
m∈I j
NI
X X
PIicalc = (PGj − PCj ) − Pjm
j=1 m∈I j
acrescenta-se o ângulo das tensões das barras tipo V no vetor das variáveis
dependentes, resultando:
∆P ∂ ∂ ∂ ∆θ
∂θ P ∂V P ∂θI P
∆Q = ∂ ∂ ∂ · ∆V
∂θ Q ∂V Q ∂θI Q
∂ ∂ ∂
NV ∆P I ∂θ P I ∂V PI ∂θI P I ∆θI NV = NA − 1
– 39 –
Exemplo
Considere o sistema interligado composto por duas áreas e uma linha de interligação
mostrado a seguir.
Área 1
Área 2
P32 PI
1 Tipo V 3
P34
– 40 –
Neste caso tem-se:
NA = 2
NV = NA − 1 = 1
∆P I = ∆PI
∆θI = ∆θ1
∂ ∂
PI = PI = 0
∂θI ∂θ1
– 41 –
Problema: podem aparecer zeros na diagonal principal da matriz ∂P I /∂θI quando
a barra slack não estiver conectada à barra de interligação.
Dependendo do método utilizado para a obtenção da inversa da matriz Jacobiana,
cuidados especiais devem ser tomados para que ela seja calculada corretamente.
Exemplo
2x2 + 3x3 = 5
2x1 + 4x2 + x3 = 7
3x1 + x2 + 7x3 = 11
0 2 3 x1 5
2 4 1 · x2 = 7
3 1 7 x3 11
A·x = b
– 42 –
A solução deste sistema de equações é obtida através de:
x = A−1 · b
−0,5192 0,2115 0,1923 5 1
= 0,2115 0,1731 −0,1154 · 7 = 1
0,1923 −0,1154 0,0769 11 1
A b coluna adicional
I x Solução
Para a matriz do exemplo, o problema aparece já no passo (1). A matriz aumentada
inicial é:
0 2 3
5
2 4 1 7
3 1 7 11
– 43 –
No passo 1, as posições (2,1), (3,1) e (3,2) devem ser zeradas. No caso da posição
(2,1) a seguinte operação deveria ser realizada:
A2,1
fator = −
A1,1
É impossı́vel realizar essa operação pois A1,1 = 0. O mesmo vale para o elemento (3,1).
2x1 + 4x2 + x3 = 7
2x2 + 3x3 = 5
3x1 + x2 + 7x3 = 11
– 44 –
Passo 1:
2 4 1
7
0 2 3 5
[linha 3] ← [linha 1] × (−3/2) + [linha 3]
3 1 7 11
2 4 1
7
0 2 3 5
[linha 3] ← [linha 2] × (5/2) + [linha 3]
0 −5 11/2 1/2
2 4 1
7
0 2 3 5
Triângulo inferior zerado
0 0 13 13
Passo 2:
2 4 1
7 [linha 1] ← [linha 1] × (1/2)
0 2 3 5
[linha 2] ← [linha 2] × (1/2)
0 0 13 13
[linha 3] ← [linha 3] × (1/13)
1 2 1/2
7/2
0 1 3/2 5/2
Elementos da diagonal iguais a 1
0 0 1 1
– 45 –
Passo 3:
1 2 1/2
7/2
0 1 3/2 5/2
[linha 2] ← [linha 3] × (−3/2) + [linha 2]
0 0 1 1
1 2 1/2
7/2
0 1 0 1
[linha 1] ← [linha 3] × (−1/2) + [linha 1]
0 0 1 1
1 2 0
3
0 1 0 1
0 0 1 1 [linha 1] ← [linha 2] × (−2) + [linha 1]
1 0 0
1
0 1 0 1
0 0 1 1 Triângulo superior zerado
Exercı́cio: Verificar que também é possı́vel obter uma solução via eliminação de Gauss
para o problema se este for definido como (zero na posição (3,3) da matriz):
7x3 + x2 + 3x1 = 11
x3 + 4x2 + 2x1 = 7
3x3 + 2x2 = 5
– 46 –
5.9 Controle de tensão em barras remotas
transformadores em fase
injeção de reativos
∆Vk = α · ∆Vi
– 47 –
5.9.2 Ajuste simultâneo
◮ A barra de controle (originalmente do tipo PV) passa a ser classificada como tipo P
→ contribui com uma equação para P e sua magnitude de tensão passa a ser uma
incógnita.
◮ A barra controlada (originalmente do tipo PQ) passa a ser classificada como tipo
PQV → contribui com duas equações para P e Q e sua magnitude de tensão deixa
de ser uma incógnita.
∂
∆P ∂θ P
∂
P ∆θ NPQ + NPV + NPQV + NP
∂V
= ·
∂ ∂
∆Q ∂θ Q ∂V Q ∆V NPQ + NP
– 48 –
Referências bibliográficas
[1] A.J. Monticelli, Fluxo de carga em redes de energia elétrica, Edgard Blücher, 1983.
[2] A.E. Fitzgerald, C. Kingsley Jr., A. Kusko, Máquinas elétricas, McGraw-Hill, 1979.
[3] J.A.F. Melo, Geradores sı́ncronos: curvas de capacidade, Publicações técnicas
CHESF, n.2, 1977.
– 49 –
Capı́tulo 6
Fluxo de carga linearizado
6.1 Introdução
Pkm ≈ k1 · θkm
1
≈ · (θk − θm )
xkm
desloca-se no sentido dos ângulos maiores para os ângulos menores (Pkm > 0 se
θk > θm ).
◮ A distribuição dos fluxos de potência ativa pelos ramos de uma rede pode ser
estimada a um baixo custo computacional com precisão aceitável para uma série de
aplicações (desde o planejamento até a operação).
–1–
◮ O fluxo de carga c.c. é baseado no acoplamento das variáveis P e θ (potência
ativa/ângulo).
Este acoplamento é tanto maior quanto maiores forem os nı́veis de tensão da rede.
Para redes de distribuição (baixa tensão) esse acoplamento é mais fraco (os fluxos
de potência ativa dependem significativamente das magnitudes das tensões).
(
Pkm = Vk2gkm − Vk Vm (gkm cos θkm + bkm sen θkm )
Pmk = Vm2gkm − Vk Vm (gkm cos θkm − bkm sen θkm )
–2–
◮ Considere as seguintes aproximações:
Vk ≈ Vm ≈ 1 pu
θkm pequeno sen θkm ≈ θkm
cos θkm ≈ 1
1
rkm ≪ xkm bkm ≈ − xkm
gkm ≈ 0
−1 θk − θm
Pkm = −Pmk = xkm θkm =
xkm
θk θm
xkm
Pkm = (θk − θm ) /xkm
Pkm
Vk rkm
Vm
Ikm = (Vk − Vm ) /rkm
Ikm
–3–
Fluxo de potência c.c. Circuito c.c.
xkm ⇐⇒ rkm
Pkm ⇐⇒ Ikm
θkm = (θk − θm ) ⇐⇒ Vkm = (Vk − Vm )
−1
Pkm = xkm θkm
–4–
◮ A aplicação da lei das correntes de Kirchhoff para um nó k da rede resulta em:
X X
−1
Pk = Pkm = xkm θkm
m∈Ωk m∈Ωk
Pk
P k
m∈Ωk Pkm
Da equação acima:
X
−1
Pk = xkm θkm
m∈Ωk
X
−1
= xkm (θk − θm )
m∈Ωk
X
−1 −1
= xkm θk − xkm θm
m∈Ωk
X X
−1 −1
= xkm θk + −xkm θm
m∈Ωk m∈Ωk
!
X X
−1 −1
= xkm θk + −xkm θm
m∈Ωk m∈Ωk
!
X X
−1 −1
Pk = xkm θk + −xkm θm k = 1, . . . , NB
m∈Ωk m∈Ωk
–5–
◮ O sistema de equações referente às potências nodais pode ser colocado na forma
matricial:
P = B′ · θ
em que:
θ vetor dos ângulos de fase das tensões nodais (dimensão [NB × 1])
P vetor das injeções nodais lı́quidas de potência ativa (dimensão [NB × 1])
B ′ matriz do tipo admitância nodal (dimensão [NB × NB]) cujos elementos são:
P
′ −1
B = m∈Ωk xkm
kk
′ −1
Bkm = −xkm
B ′ = −x −1
mk km
X
′ ′
Bkk =− Bkm
m∈Ωk
◮ Deve-se adotar uma das barras da rede como referência angular. Esta barra terá seu
ângulo de fase conhecido (normalmente igual a 0).
–6–
A equação de injeção de potência ativa referente à barra de referência é eliminada e
o valor da injeção é determinado através da aplicação da lei das correntes de
Kirchhoff após o estado da rede (vetor θ ) ter sido obtido.
Exemplo
P1 P2 P3
1 2 3
x12 x23
x15 x25 x34
x45
5 4
P5 P4
Inicialmente deve-se aplicar a lei das correntes de Kirchhoff para todas as barras da rede,
como por exemplo:
P1
1 P12
P15
–7–
Resultando em:
P1 = P12 + P15
P2 = P21 + P23 + P25
P3 = P32 + P34
P4 = P43 + P45
P5 = P51 + P52 + P54
Utilizando:
−1
Pkm = xkm (θk − θm ) = bkm (θk − θm )
P1 θ1
(b12 + b15 ) 0 0
P2
−b12
−b12
(b12 + b23 + b25 ) −b23 0
−b15
−b25
θ2
P3 =
0 −b23 (b23 + b34 ) −b34 0 ·
θ3
0 0 −b34 (b34 + b45 ) −b45
P4 −b15 −b25 0 −b45 (b15 + b25 + b45 )
θ4
P5 θ5
P = B′ · θ
–8–
Os ângulos de fase das barras devem obtidos através de:
−1
θ = B′ ·P
No entanto, verifica-se que não é possı́vel obter a inversa de B ′ , pois ela é singular.
Deve-se atribuir a uma das barras a função de referência angular, como por exemplo a
barra 5 (conforme o enunciado do problema). Assim, o ângulo de fase da barra 5
torna-se conhecido, não sendo mais uma incógnita do problema.
P1 b12 + b15 −b12 0 0 θ1
P2 −b12 b12 + b23 + b25 −b23 0 θ2
= ·
P3 0 −b23 b23 + b34 −b34 θ3
P4 0 0 −b34 b34 + b45 θ4
A adoção de uma barra de referência também permite que na barra de referência ocorra
o balanço de potência. Neste caso:
P5 = − (P1 + P2 + P3 + P4 ) (1)
ou:
–9–
A equação (1) é válida para este exemplo pois não há perdas de potência ativa na
transmissão (ramos têm resistências desprezı́veis). A equação (2) é sempre válida. O
procedimento para consideração das perdas de transmissão será mostrado adiante.
Pode-se utilizar a técnica já apresentada que mantém a dimensão original da matriz
considerando a barra de referência de maneira adequada. Basta inserir na posição da
diagonal da matriz correspondente à barra de referência um número muito grande
(tendendo a ∞):
b12 + b15 −b12 0 0 −b15
−b12 b12 + b23 + b25 −b23 0 −b25
′
B =
0 −b23 b23 + b34 −b34 0
0 0 −b34 b34 + b45 −b45
−b15 −b25 0 −b45 ∞
× × × × 0
× × × × 0
′−1
B =
× × × × 0
× × × × 0
0 0 0 0 0
– 10 –
Exercı́cio(s) proposto(s): (2)
Prazo de entrega: duas semanas
(
Pkm = (akm Vk )2 gkm − (akm Vk ) Vm (gkm cos θkm + bkm sen θkm )
Pmk = Vm2 gkm − (akm Vk ) Vm (gkm cos θkm − bkm sen θkm )
−1
Pkm = −Pmk = xkm θkm
– 11 –
6.4.2 Transformador defasador
(
Pkm = Vk2 gkm − Vk Vm [gkm cos (θkm + ϕkm ) + bkm sen (θkm + ϕkm )]
Pmk = Vm2 gkm − Vk Vm [gkm cos (θkm + ϕkm ) − bkm sen (θkm + ϕkm )]
−1
Pkm = −Pmk = xkm (θkm + ϕkm )
−1 −1
Pkm = xkm θ + xkm ϕ
| {zkm} | {z km}
I II
– 12 –
◮ Considere um transformador defasador puro operando nas condições mostradas a
seguir:
θk θm
1 : e jϕkm xkm
Pk Pm
k Pkm = (θkm + ϕkm ) /xkm m
1 1 1
Pk = Pkm = (θkm + ϕkm ) = θkm + ϕkm
xkm xkm xkm
1 1 1
Pm = −Pkm = − (θkm + ϕkm ) = − θkm − ϕkm (3)
xkm xkm xkm
−1
◮ O termo xkm θkm da expressão do fluxo de potência é idêntico aos fluxos de potência
em linhas de transmissão e transformadores em fase, e depende do estado da rede
(ângulos de fase).
−1
◮ O termo xkm ϕkm da expressão do fluxo de potência não depende do estado da rede
(ângulos de fase).
– 13 –
−1
Idéia Eliminar o termo xkm ϕkm (constante) da expressão do fluxo de
potência.
Consequência A expressão do fluxo de potência do transformador defasador fi-
cará idêntica às expressões para linhas de transmissão e transfor-
madores em fase.
Realização Incluir injeções de compensação nas barras k e m (Pkc e Pmc )
de forma que elas levem em conta o termo constante que foi
eliminado anteriormente e que as leis de Kirchhoff continuem a
ser atendidas.
θk θm
xkm
Pk + Pkc Pm + Pmc
k Pkm = θkm /xkm m
– 14 –
◮ Aplicando a lei das correntes de Kirchhoff para os nós k e m na nova situação:
1
Pk + Pkc = Pkm = θkm
xkm
1
Pm + Pmc = −Pkm = − θkm
xkm
ou:
1
Pk = θkm − Pkc
xkm
1
Pm = − θkm − Pmc (4)
xkm
1 1 1
θkm + ϕkm = θkm − Pkc
xkm xkm xkm
1 1 1
− θkm − ϕkm = − θkm − Pmc
xkm xkm xkm
1
Pkc = −Pmc = − ϕkm
xkm
– 15 –
◮ Se ϕkm for positivo, a inserção das injeções de compensação equivale a conectar uma
carga adicional na barra k (Pkc < 0) e uma geração adicional na barra m (Pmc > 0).
Se ϕkm for negativo, a inserção das injeções de compensação equivale a conectar
uma geração adicional na barra k (Pkc > 0) e uma carga adicional na barra m
(Pmc < 0).
Essas observações são válidas
para o modelo do transformador defasador que foi
adotado, ou seja, 1 : e jϕkm conectado à barra k.
– 16 –
Exemplo
P1 P2 P3
1
ϕ12
2 3
x23
ϕ15 x15 x12
x25 x34
x45
5 4
P5 P4
P1 = P12 + P15
P2 = P21 + P23 + P25
P3 = P32 + P34
P4 = P43 + P45
P5 = P51 + P52 + P54
em que, agora:
– 17 –
−1
Utilizando a expressão Pkm = xkm (θk − θm ) = bkm (θk − θm ) para os fluxos nos demais
ramos, considerando os termos relativos aos ângulos de defasagem como injeções de
potência e rearranjando os termos, obtém-se o seguinte sistema de equações:
P1 −b12ϕ12 − b15ϕ15
P2 b12ϕ12
P3 + 0 =
P4 0
P5 b15ϕ15
(b12 + b15) −b12 0 0 −b15 θ1
−b12
(b12 + b23 + b25) −b23 0 −b25 θ2
0 −b23 (b23 + b34) −b34 0 · θ3
0 0 −b34 (b34 + b45) −b45 θ4
−b15 −b25 0 −b45 (b15 + b25 + b45) θ5
P + P c = B′ · θ
– 18 –
Exemplo
P1 P2 = −0,5 pu
1 1 : e j ϕ12 2
x12 = 1/3 pu
P3 = −1,0 pu
P1 ∞ −3,0 −2,0 θ1
−0,5 = −3,0 5,0 −2,0 · θ2
−1,0 −2,0 −2,0 4,0 θ3
T
θ= 0 −0,250 −0,375 rad
– 19 –
Os fluxos nos ramos são:
−1
P12 = x12 · θ12 = 0,75 pu
−1
P13 = x13 · θ13 = 0,75 pu
−1
P23 = x23 · θ23 = 0,25 pu
− x112 · ϕ12 0,3
P c = x112 · ϕ12 = −0,3 pu
0 0
−1
P12 = x12 · (θ12 + ϕ12) = 0,675 pu
−1
P13 = x13 · θ13 = 0,825 pu
−1
P23 = x23 · θ23 = 0,175 pu
– 20 –
O ajuste da posição do tap em ϕ12 = −0,1 radianos resultou em um alı́vio de carga no
ramo 1-2. Em consequência, o carregamento do ramo 1-3 aumentou:
0,750 0,675
1 2 1 2
3 3
– 21 –
6.5 Modelo c.c. × Modelo c.a.
◮ O modelo de fluxo de carga linearizado é tal que existe a seguinte analogia entre a
rede e um circuito c.c.:
Fluxo de carga
linearizado Circuito c.c.
′
P = B ·θ
P I
θ V
I = G ·V
B′ G
xkm rkm
P2
1 2 3
x12 x23
P1 P3
x15 x34
x25
x45
5 4
θ5 = 0
P4
– 22 –
◮ Considere a rede de 2 barras conectadas por uma linha de transmissão mostrada a
seguir.
Ek Em
k j xkm m
Pg ∼ Pc
Pkm
Considere que:
1
Ikm = (Ek − Em )
jxkm
∗
Skm = Ek∗ Ikm
1
= Ek∗ · (Ek − Em )
jxkm
1 1 ∗
= | Ek |2 − E Em
jxkm jxkm k
Considerando Vk = Vm = 1 pu tem-se:
1 1
∗
Skm = −j +j e −j(θk −θm )
xkm xkm
1 1
= −j +j [cos (θk − θm ) − j sen (θk − θm )]
xkm xkm
– 23 –
O fluxo de potência ativa no ramo k-m (modelo c.a.) é igual a:
1
Pkm = ℜ {Skm } = sen θkm
xkm
resultando em:
1
Pkm = θkm
xkm
Modelo c.c.
Pkm = Pc
P3
Modelo c.a.
P2
P1
– 24 –
Análise:
Para Pc = Pkm = P2, os modelos também fornecem soluções, porém, ocorre uma
diferença maior entre elas (quanto mais carregada a rede estiver, maior será o
erro)
A solução fornecida pelo modelo c.c. é errada, porém, pode dar uma indicação
de quanto o limite da linha foi excedido
O modelo c.a. não dá informação alguma pois não há solução viável e o
processo iterativo de cálculo de fluxo de carga diverge
O fato do fluxo de carga c.c. sempre fornecer uma solução, mesmo que o fluxo
de carga c.a. não a forneça, é muito importante em etapas preliminares do
planejamento da expansão de sistemas elétricos
– 25 –
6.6 Representação das perdas de potência ativa no modelo c.c.
p
Pkm = Pkm + Pmk = gkm Vk2 + Vm2 − 2Vk Vm cos θkm
Vk ≈ Vm ≈ 1 pu
2
θkm
cos θkm =1−
2
sen θkm = θkm
– 26 –
◮ Fazendo as substituições na expressão das perdas de potência ativa:
p 2
Pkm = gkm θkm (5)
X
Pk = Vk Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
m∈K
X
Pk = Gkk + (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
m∈Ωk
◮ Considerando:
Gkm = −gkm
X
Gkk = gkm
m∈Ωk
−1
Bkm ≈ xkm (desprezando as resistências)
obtém-se:
X X
−1
Pk = gkm + −gkm cos θkm + xkm sen θkm
m∈Ωk m∈Ωk
X X
−1
= [(1 − cos θkm ) gkm ] + xkm sen θkm
m∈Ωk m∈Ωk
– 27 –
◮ Considerando as aproximações para as funções seno e co-seno (obtidas através da
expansão em série de Taylor), rearranjando os termos e lembrando da equação (5):
1 X 2
X
−1
Pk − gkm θkm = xkm θkm
2
m∈Ωk m∈Ωk
1 X p X
−1
Pk − Pkm = xkm θkm
2
m∈Ωk m∈Ωk
P −1 P
m∈Ωk xkm θkm m∈Ωk Pkm
k k
P P
− 21 m∈Ωk
2
gkm θkm Pk − 12 m∈Ωk
p
Pkm Pk
– 28 –
◮ A injeção adicional corresponde à metade das perdas de potência ativa de todos os
ramos conectados à barra k.
As perdas de potência ativa do ramo k-m são divididas: metade é alocada à barra k
e a outra metade à barra m.
1 2
Pk Pm
− 12 g12θ12
2
− 21 g12θ12
2
2
g12θ12
P + P p = B′ · θ
– 29 –
O problema de fluxo de carga usando o modelo linearizado é então resolvido em
duas etapas:
P = B ′ · θ′
P + P p = B′ · θ
◮ Observações:
a matriz B ′ é a mesma, portanto, só precisa ser montada e invertida uma vez
– 30 –
Exemplo
Vθ PQ
∼ P2 + j Q2
r12 + j x12
sh
1 j b12 2
Barra Tipo P Q V θ
Linha r x bsh
1 Vθ – – 1, 0 0, 0
1-2 0,20 1,00 0,02
2 PQ −0,30 0,07 – –
θ1 = 0 (referência) θ2
∼ P2
j x12
1 2
– 31 –
No caso desta rede, tem-se:
θ = θ2
P = P2 = −0,30
B ′ = 1/x12 = 1,0 (escalar)
Logo:
De outra forma:
θ1 P1
θ= P =
θ2 P2
1/x12 −1/x12 1,0 −1,0
B′ = =
−1/x12 1/x12 −1,0 1,0
∞ −1,0
B′ =
−1,0 1,0
θ1
′ −1 0 0 P1 0
θ= = B ·P = · = rad
θ2 0 1,0 −0,30 −0,30
– 32 –
O fluxo de potência pela linha de transmissão vale:
1 1
P12 = · (θ1 − θ2 ) = · (0 + 0,30) = 0,30 pu
x12 1,0
r12 0,20
g12 = 2 2 = = 0,1923 pu
r12 + x12 0,20 + 1,002
2
1 2
P1 − 2 g12θ12
P = +
−0,30 − 21 g21θ21
2
P1 −0,0087
= +
−0,30 −0,0087
P1 − 0,0087
= pu
−0,3087
– 33 –
Para este novo vetor das potências nodais, o estado da rede considerando as perdas na
transmissão será:
θ1 0
θ= =
θ2 −0,3087
1 1
P12 = · (θ1 − θ2) = · (0 + 0,3087) = 0,3087 pu
x12 1,0
A potência fornecida pela barra 1 é obtida através da aplicação da lei das correntes de
Kirchhoff para a barra 1:
Pp = P1 + P2
= 0,0174 pu
– 34 –
Comparação:
θ1 = 0 (referência) θ1 = −0,3302
1 2
Newton
P1 = 0,3193 P2 = −0,30
P p = 0,0193
θ1 = 0 (referência) θ2 = −0,30
1 2
P p = 0,00
θ1 = 0 (referência) θ2 = −0,3087
1 2
P p = 0,0174
– 35 –
Exercı́cio(s) proposto(s): (4) , (5)
Prazo de entrega: duas semanas
Referências bibliográficas
[1] A.J. Monticelli, Fluxo de carga em redes de energia elétrica, Edgard Blücher, 1983.
[2] B. Stott, J. Jardim, O. Alsaç, DC power flow revisited, IEEE Transactions on Power
Systems, 2009.
– 36 –
Capı́tulo 7
Fluxo de carga para redes de distribuição
7.1 Introdução
x /r pequena
k m
r jx
j bsh j bsh
normalmente
desprezadas
–1–
◮ A relação X/R dos ramos de redes de distribuição é pequena, levando a uma
deterioração da dominância diagonal das matrizes de rede.
Back-forward sweep
Subestação
Chave
–2–
7.2 Alguns métodos propostos
Imag
X Z
R Real
–3–
◮ Realizando a rotação dos eixos real e imaginário de um ângulo ϕ, mantendo o
mesmo valor absoluto da impedância da linha, tem-se:
Imag
ϕ Imag′
X′
X Z
R Real
R′
Real′
Z ′ = R′ + j X ′ = Z · e j ϕ
R′ = R · cos ϕ − X · sen ϕ
X ′ = R · sen ϕ + X · cos ϕ
–4–
Exemplo
Imag
ϕ = 45◦
Imag′
X′
1
2 Real
′
R
Real′
1,0
X/R = = 0,5
2,0
Z ′ = 0,7071 + j2,1213 Ω
–5–
e a nova relação X/R do ramo é:
2,1213
X ′ /R′ = = 3,0
0,7071
∗
∗ E V2
S =E·I =E· = ∗
Z Z
′V2 V2 V2
S = ′∗ = j ϕ ∗ = ∗ −j ϕ
= S · ej ϕ
Z (Z · e ) Z ·e
–6–
7.2.2 Método de Rajičić-Bose
◮ O problema fica:
∆P = B ′ · ∆θ
∆ P + ∆ Q = B ′′ · ∆ V
em que:
Gi2j
(
Bi′j = −Bi j − 0,4 · Gi j − 0,3 · Bi j
Bi′i = − j Bi′j
P
Bi′′j = Gi j − Bi j
Bi′′i = Gi i − Bi i
–7–
7.2.3 Métodos baseados em Back-forward sweep
Alimentador
1 2 3
Subestação
Ramal
1 2 3
E1 E2 E3
E4 4
–8–
(2) Calcular as correntes nodais:
∗
Sk
Ik = + Yksh · Ek k = 2, . . . , 4
Ek
1 2 3
I3
I2
4
I4
X
Ikm = Im + Imj
j∈Fm
1 2 3
I12 I23
I24
–9–
Neste caso:
I24 = I4
I23 = I3
I12 = I2 + I23 + I24
Vm = Vk − Zkm · Ikm
em que a barra k é a outra barra terminal do ramo km, que alimenta a barra m.
1 2 3
I12 I23
E1 E2 E3
I24
E4 4
No caso do exemplo:
E2 = E1 − Z12 · I12
E3 = E2 − Z23 · I23
E4 = E2 − Z24 · I24
– 10 –
(5) Teste de convergência:
(
max k=2,...,4 {∆Vk } ≤ tolerância ⇒ A solução foi obtida Fim
max k=2,...,4 {∆Vk } > tolerância ⇒ Voltar ao passo (2)
Por exemplo, elas podem ser aproximadas por redes radiais através da abertura dos
ramos que fecham as malhas. Os fluxos dos ramos que forem abertos são
representados por injeções de compensação que são atualizadas a cada iteração.
◮ Pode ser utilizado nos métodos baseados em back-forward sweep para simplificar os
cálculos.
– 11 –
◮ Considere o diagrama unifilar simplificado de uma linha de distribuição:
Z =| Z | ∠ϕ
Fonte Carga
R X
Ef I Ec
Ef = Ec + ∆E = Ec + Z I = Ec + (R + j X) I
Ef
β ∆E XI
α Ec
RI
I
RI cos α XI sen α
Define-se os fasores:
Ec = Vc ∠0 (referência angular)
Ef = Vf ∠β
I = I∠ − α
∆E = ∆V ∠ (ϕ − α)
– 12 –
Retomando a equação do circuito:
Ef = Ec + Z I
Ef − Ec = (R + j X) I∠ − α
∆E = (R + j X) I (cos α − j sen α)
∆E = I (R cos α + X sen α) − j I (R sen α − X cos α)
– 13 –
Considere um ramo de uma rede de distribuição composto por três fases e um
condutor neutro:
Ia
zaa
A a
Ib zab
zbb
B zac b
Ic zan
zcc
C c
In
znn
N n
em que:
h i
1
zi i = ri + 0,0953 + j 0,12134 · ln GMR + 7,934 Ω/mi
i
h i
1
zi j = 0,0953 + j 0,12134 · ln D + 7,934 Ω/mi
ij
em que:
– 14 –
Define-se a matriz impedância primitiva:
zaa zab zac zan
zba zbb zbc zbn
Z prim =
zca
zcb zcc zcn
zna znb znc znn
VAN Van zaa zab zac zan Ia
VBN Vbn zba zbb zbc zbn
· Ib
VCN = Vcn
+ VF = Vf + Z prim If
zca zcb zcc zcn Ic
VNN Vnn zna znb znc znn In
VAN Van Zaa Zab Zac Ia
VBN = Vbn + Zba Zbb Zbc · Ib VF = Vf + Z If
VCN Vcn Zca Zcb Zcc Ic
zi n zni
Zi j = zi j −
znn
– 15 –
Referências bibliográficas
[1] A.V. Garcia, A.J. Monticelli, A.L.M. França, M.R. Tanaka, C.A.F. Murari,
“Automatização da Distribuição de Energia Elétrica: Simulação Utilizando o Fluxo
de Carga Desacoplado Rápido”, Anais do V Congresso Brasileiro de Automática / I
Congresso Latino Americano de Automática, Campina Grande, pp.256-261, 1984.
[2] M.F. Medeiros, J.A. Lucas, “Fast decoupled load flow with optimal axes rotation”,
Proceedings of the IEEE/PES Transmission and Distribution 2002, Latin America,
São Paulo, SP, 2002.
[3] R.B. Gomes, “Resolução do problema de fluxo de carga para redes de distribuição
utilizando o método desacoplado rápido com rotação automática de eixos”,
Dissertação de Mestrado, FEEC/UNICAMP, 2006.
[4] D. Rajičić, A. Bose, “A Modification to the Fast Decoupled Power Flow for
Networks with High R/X Ratios”, IEEE Transactions on Power Systems, vol.3, n.2,
pp.743-746, 1988.
[5] C.S. Cheng, D. Shirmohammadi, “A Three-Phase Power Flow Method for
Real-Time Distribution System Analysis”, IEEE Transactions on Power Systems,
vol.10, n.2, pp.671-679, 1995.
[6] D. Shirmohammadi, H.W. Hong, A. Semley, G.X. Luo, “A Compensation-based
Power Flow Method for Weakly Meshed Distribution and Transmission Newtworks”,
IEEE Transactions on Power Systems, vol.3, n.2, pp.753-762, 1988.
[7] W.H. Kersting, “Distribution System Modeling and Analysis”, Second Edition, CRC
Press, 2002.
– 16 –
Capı́tulo 8
Fluxo de carga c.a/c.c.
8.1 Introdução
◮ Utilização de HVDC:
transmissão submarina.
–1–
8.2 Tipos de elos c.c.
Elo c.c.
c.a. c.a.
–2–
◮ Elo bipolar: um condutor com tensão positiva e outro com negativa. A terra não é
usada como retorno de corrente em condições normais de operação (em
emergências isso pode ocorrer). Conversores ligados em série em cada lado.
Elo c.c.
c.a. c.a.
Menores perdas
–3–
◮ Comparação entre um sistema c.a. trifásico e um elo c.c. bipolar:
√
Pca = 3 Vℓ Iℓ
Potência c.c.
Pcc = 2 Vd Id
Vd = Vccmax
√
Como o valor de pico da tensão de fase é 2 vezes maior que o respectivo valor
eficaz (rms), tem-se:
√
3
Vℓ = √ Vcamax
2
Pca = Pcc
√
3V I = 2 Vd Id
√ √3 maxℓ ℓ
3 √2 Vca Iℓ = 2 Vccmax Id
3
√ I
2 2 ℓ
= Id
Id = 1,06 Iℓ
–4–
Perdas c.a.
p
Pca = 3 Iℓ2 Rℓ
Perdas c.c.
p
Pcc = 2 Id2 Rℓ
p p
Pca = 1,33 Pcc
As perdas em c.a. são 33% maiores que as perdas c.c. para uma mesma
potência transmitida.
3 Iℓ2 R = 2 Id2 R
r
3
Id = Iℓ
2
r r
3 Vℓ 3
Vd = √ = Vf
2 3 2
–5–
Em termos das tensões máximas:
r
3 Vcamax
Vccmax = √
2 2
max
= 0,87 Vca
◮ A linha c.c. é mais barata que a linha c.a.: menos condutores, torres mais simples,
menor nı́vel de isolamento.
Porém, são também necessárias as estações conversoras (c.a./c.c. e c.c./c.a.), que
são muito caras.
◮ A decisão sobre qual sistema adotar (c.a. ou c.c.) sob o ponto de vista de custos
depende basicamente do comprimento da linha:
custo
c.a.
c.c.
custo dos
conversores
≈ 800 km comprimento
–6–
8.4 Conversores – visão geral
Linha
Retificador Ld Rℓ
1 3 5
ea L c ia + + Id
∼
eb L c ib
n ∼ vd Vd Inversor
ec L c ic
∼
− −
4 6 2
–7–
A alimentação c.a. é feita através de rede trifásica equilibrada e senoidal.
A ignição das válvulas é feita pelos gates e ocorrem a intervalos de tempo iguais.
No caso tem-se 6 válvulas, portanto, elas são disparadas a cada 60◦ (1/6 de
ciclo de tensão).
ec ea eb
ωt
π 2π
0 3 3
◮ A análise a seguir será feita para a operação da ponte sem controle de ignição dos
tiristores (tiristores comportando-se como diodos). O controle de ignição será
incluı́do adiante.
◮ Dois tiristores conduzem por vez: aquele cuja tensão no catodo é a maior e aquele
cuja tensão no anodo é a menor.
–8–
No intervalo 0 ≤ ωt ≤ π/3 a maior tensão é ea , logo, o tiristor 1 conduz. A menor
tensão é ec , logo, o tiristor 2 também conduz. A tensão vd será:
vd = eac = ea − ec
O mesmo tipo de raciocı́nio vale para os outros intervalos (de 60◦ em 60◦). A
tensão vd será:
vd
Vd
ωt
π 2π
0 3 3
√ √
3 2 3 3
Vd = Vℓ = Em ≈ 1,65Em
π π
◮ Com controle de ignição, ou seja, com ângulo de atraso não nulo (α 6= 0):
Vd = Vdo cos α
–9–
◮ A faixa de variação do ângulo de ignição é de 0 a 180◦. De 0 a 90◦, Vd assume
valores positivos. De 90◦ a 180◦, Vd é negativo. Neste último caso, como o sentido
da corrente não pode mudar, a ponte passa a operar como inversor.
◮ A comutação não é de fato instantânea, mas leva um certo tempo para ocorrer. Por
exemplo, para ωt = π/3 o tiristor 1 deixa de conduzir, passando o tiristor 3 a
conduzir. Essa transição não é instantânea. Os tiristores 1 e 3 conduzem
simultaneamente por um certo tempo, e este fato é denominado overlap. Isso
implica em uma diminuição de Vd :
√
Vdo 3 2Vℓ
Vd = [cos α + cos (α + µ)] = [cos α + cos (α + µ)]
2 2π
= Vdo cos α − Rc Id
3ωLc 3Xc
Rc = = = 6f Lc
π π
e, embora seja considerada como resistência para efeitos de queda de tensão, não
consome potência ativa.
– 10 –
A corrente na linha é:
Vℓ
Id = √ [cos α + cos (α + µ)]
2Xc
em que Xc = ωLc .
r
2
Iℓ = Id
3
Iℓ = Ip + j Iq
em que:
√
6Id cos α + cos(α + µ)
Ip =
π 2
e:
√
6Id 2µ + sin 2α − sin 2(α + µ)
Iq =
π 4(cos α − cos(α + µ)
◮ Mostra-se que:
1
cos φ ≈ [cos α + cos (α + µ)]
2
– 11 –
◮ Circuito equivalente do retificador:
Rcr
+ Id +
+
Vdor Vdor cos α Vdr
−
− −
Rci
+ Id +
+
Vdi Vdoi cos β Vdoi
−
− −
– 12 –
◮ O fator de potência no lado c.a. do inversor é:
1
cos φ ≈ [cos γ + cos (γ + µ)]
2
γ =π−δ
Retificador Inversor
Rcr Rℓ Rci
+ + Id + +
+ +
Vdor Vdor cos α Vdr Vdi Vdoi cos β Vdoi
− −
− − − −
– 13 –
◮ Controle lento (≈ 5 segundos) → mudanças em Vdor e Vdoi através dos taps
dos transformadores alimentadores dos conversores.
◮ Configuração:
Sul
SE Eletrosul
Foz do Iguaçú Foz do Iguaçú
Tijuco Preto
Ivaiporã
60 Hz
Itaberá
Itaipu 345 kV
50 Hz
Ibiúna
±6300 MW
SE ANDE
Elo c.c.
Paraguai
– 14 –
◮ Torres de transmissão em c.c.:
guarda (pára-raios)
estal estal
linha c.c. bipolar
torre estaiada
(mais simples e leve que torres c.a.)
Estaiada
guarda (pára-raios)
Autoportante
– 15 –
◮ Sistema bipolar de 12 pulsos:
Elo c.c.
Y +600 kV Y
Y Y
monopólo 1
∆ ∆
c.a. Y Y c.a.
Y Y
monopólo 2
∆ −600 kV ∆
– 16 –
8.6 Controle de elos c.c.
Id
+ + +
Vd
CIA P CEA
conversor II
CC CC
Id
conversor I
CIA CEA
– 17 –
8.7 Fluxo de carga c.a./c.c.
Rd
VR + + VI
Id
c.a. VdR VdI c.a.
1 : aR − − aI : 1
√
3 2 3
VdR = aR VR cos αR − Xc Id (1)
π π
PR = PdR = VdR Id
√
3 2
| SR | = k aR VR Id (2)
π
1/2
QR = | SR |2 −PR2
– 18 –
◮ Equações no lado do inversor:
√
3 2 3
VdI = aI VI cos γI − Xc Id (3)
π π
PI = PdI = VdI Id
√
3 2
| SI | = k aI VI Id (4)
π
1/2
QI = | SI |2 −PI2
x = [ VdR aR αR VdI aI γI Id ]T
ou cos αR ou sen γI
melhoram a
convergência
– 19 –
◮ Considere uma rede com n barras, sendo que as barras terminais do elo c.c. (R e I)
são as duas últimas:
1 n−2
n−1 n
...
R I
2
– 20 –
◮ Somente as equações de fluxo de carga referentes às barras terminais do elo c.c.
foram modificadas.
Portanto, são necessárias 7 novas equações que devem ser acrescentadas ao sistema
de equações (6).
R (VR , VI , x) = 0
√
3 2 3
VdR − aR VR cos αR + Xc Id = 0 (7)
π√ π
3 2 3
VdI − aI VI cos γI + Xc Id = 0 (8)
π π
VdR − VdI − Rd Id = 0 (9)
– 21 –
◮ As outras 4 equações correspondem a especificações do tipo de controle utilizado:
Modos de Variáveis
controle especificadas
A αR γI VdI PdI
B aR γI VdI PdI
C αR γI aI PdI
D aR γI aI PdI
E αR γI aR PdI
F αR aI VdI PdI
G αR aI aR PdI
AI αR γI VdI Id
BI aR γI VdI Id
CI αR γI aI Id
DI aR γI aI Id
EI αR γI aR Id
FI αR aI VdI Id
GI αR aI aR Id
(i ) Tap do transformador: a − ae = 0
(ii ) Tensão c.a.: Vd − Vde = 0
(iii ) Corrente c.c.: Id − Ide = 0
(iv ) Ângulos de disparo: α − αe = 0
(v ) Potência c.c. transmitida: Pd − Pde = 0
– 22 –
◮ O sistema de equações de fluxo de carga c.a./c.c. pelo método de Newton segundo
a abordagem simultânea é:
∆P 0 ∆θ
H N
∆P t A ∆θt
∆Q = 0 · ∆V
M L
∆Qt C ∆V t
∆R 0 0 0 D E ∆x
em que
∂ ∂
A= Pt D= R
∂x ∂V t
∂ ∂
C= Qt E= R
∂x ∂x
– 23 –
◮ O sistema de equações de fluxo de carga c.a./c.c. pelo método de Newton segundo
a abordagem alternada é:
∆P ∆θ
H N
∆P t ∆θt
= · (10)
∆Q ∆V
M L
∆Qt ∆V t
∆R = E · ∆x (11)
∆P /V = B ′ · ∆θ
∆Q/V = B ′′ · ∆V
∆R = E · ∆x
– 24 –
◮ Com base no fato de que o acoplamento entre c.a. e c.c. se dá principalmente
através das magnitudes de tensão, pode-se formular o problema como:
∆P /V = B ′ · ∆θ
∆Q/V 0 ∆V
B ′′
∆Qt /V t = C ′′ · ∆V t
∆R 0 D′′ E ∆x
8.8 Observações
◮ Em geral a tolerância de convergência das variáveis c.c. é igual à das variáveis c.a.
◮ Tem-se então:
VBcc = VBca
SBcc = SBca
SBcc = SBca
√
VBccIBcc = 3VBca IBca
⇓
√
IBcc = 3IBca
– 25 –
Referências bibliográficas
[1] J. Arrillaga, C.P. Arnold, B.J. Harker, Computer Modelling of Electrical Power
Systems, John Wiley and Sons, 1983. (cap. 6)
[2] J.C. Oliveira, A. Oliveira, Transmissão de energia elétrica em corrente contı́nua,
curso de extensão, Universidade Federal de Uberlândia, 1985.
[3] T. Smed, G. Andersson, G.B. Sheblé, L.L. Grigsby, A new approach to AC/DC
power flow, IEEE Transactions on Power Systems, v.6, n.3, Aug 1991,
pp.1238–1244.
[4] J. Arrillaga, C.P. Arnold, Computer Analysis of Power Systems, John Wiley and
Sons, 1993. (cap. 4).
[5] M.E. El-Hawary, Electrical Power Systems, IEEE Press, 1995.
– 26 –
Capı́tulo 9
Técnicas de esparsidade
Os elementos fora da diagonal Ykm e Ymk serão não nulos se houver um ramo
conectando as barras k e m
Resumindo:
–1–
Exemplo
Considere uma rede com 1663 barras e 2349 ramos (baseada no sistema
Sul/Sudeste/Centro-Oeste brasileiro). A matriz Y terá a seguinte estrutura:
Y =
–2–
◮ Definição de matriz esparsa: é aquela para a qual é vantajosa a utilização do fato de
que muitos de seus elementos são iguais a zero para fins de economia de memória e
cálculos.
preservar a esparsidade.
–3–
9.2.1 Esquema de Knuth
1 2 3 4
6 1
9 4 7 2
A=
5 3
2 8 4
Posição 1 2 3 4 5 6 7
AN 6 9 4 7 5 2 8 elementos não nulos
I 1 2 2 2 3 4 4 linha
J 2 1 2 4 1 2 4 coluna
NR 0 3 4 0 0 7 0 posição do próximo elemento na linha
NC 3 5 6 7 0 0 0 posição do próximo elemento na coluna
JR 1 2 5 6 apontador de inı́cio de linha
JC 2 1 0 4 apontador de inı́cio de coluna
–4–
◮ Obtenção da linha e coluna do elemento armazenado na posição 5:
◮ Para cada elemento não nulo de A é necessário armazenar 5 valores, além dos
apontadores de inı́cio de linha e coluna
–5–
9.2.2 Esquema circular KRM (Knuth-Rheinboldt-Mesztenyi)
1 2 3 4
6 1
9 4 7 2
A=
5 3
2 8 4
Posição 1 2 3 4 5 6 7
AN 6 9 4 7 5 2 8 elementos não nulos
NR 1 3 4 2 5 7 6 posição do próximo elemento na linha
NC 3 5 6 7 2 1 4 posição do próximo elemento na coluna
JR 1 2 5 6 apontador de inı́cio de linha
JC 2 1 0 4 apontador de inı́cio de coluna
–6–
como NC(6) = 1 ∈ S 2 , não há mais elementos não nulos na coluna 2
S4 ∩ S 2 = 6 → A4,2 = AN(6) = 2
S1 ∩ S 1 = ∅ → A1,1 = 0
–7–
9.2.3 Esquema circular KRM modificado
1 2 3 4
6 1
9 4 7 2
A=
5 3
2 8 4
Posição 1 2 3 4 5 6 7
AN 6 9 4 7 5 2 8 elementos não nulos
NR -1 3 4 -2 -3 7 -4 posição do próximo elemento na linha
NC 3 5 6 7 -1 -2 -4 posição do próximo elemento na coluna
JR 1 2 5 6 apontador de inı́cio de linha
JC 2 1 0 4 apontador de inı́cio de coluna
como NR(7) = −4 < 0, não há mais elementos não nulos na linha 4
–8–
como NC(6) = −2 < 0, não há mais elementos não nulos na coluna 2
S4 ∩ S 2 = 6 → A4,2 = AN(6) = 2
como NR(1) = −1 < 0, não há mais elementos não nulos na linha 1
como NC(5) = −1 < 0, não há mais elementos não nulos na coluna 1
S1 ∩ S 1 = ∅ → A1,1 = 0
NC(4) = 7
–9–
9.2.4 Esquema RR(C)O (Row-wise Representation Complete and Ordered)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 3 5 1
A= 2
7 1 3
Posição 1 2 3 4 5 6
IA 1 4 4 6 apontador de inı́cio de linha
JA 3 4 8 6 8 ı́ndice de coluna
AN 1 3 5 7 1 elementos não nulos
– 10 –
9.2.5 Esquema de Zollenkopf
1 2 3 4 5 6
× × × 1
1 2 3
× × × × 2
× × × 3
A=
× × × 4
× × × × 5
4 5 6
× × × 6
– 11 –
Posição LCOL NOZE ITAG LNXT DE CE RE
1 1 3 2 2 A1,1 A2,1 A1,2
2 3 4 4 0 A2,2 A4,1 A1,4
3 6 3 1 4 A3,3 A1,2 A2,1
4 8 3 3 5 A4,4 A3,2 A2,3
5 10 4 5 0 A5,5 A5,2 A2,5
6 13 3 2 7 A6,6 A2,3 A3,2
7 6 0 A6,3 A3,6
8 1 9 A1,4 A4,1
9 5 0 A5,4 A4,5
10 2 11 A2,5 A5,2
11 4 12 A4,5 A5,4
12 6 0 A6,5 A5,6
13 3 14 A3,6 A6,3
14 5 0 A5,6 A6,5
– 12 –
◮ Busca dos elementos da coluna/linha 1 da matriz:
– 13 –
◮ Não é o melhor esquema em termos de economia de armazenamento, mas
apresenta boa flexibilidade de utilização
Ax = b
em que:
10 1 2 1
2 9 2 1 2
1 8 1 3
A=
1
e b=
9 2
2
2 2 10 1 1
1 1 9 2
– 14 –
A solução é dada por:
x = A −1 b
0,1052 −0,0135 0,0035 −0,0248 0,0064 −0,0011 1
−0,0250 0,1205 −0,0307 0,0087 −0,0143 0,0050 2
0,0033 −0,0156 0,1308 −0,0015 0,0033 −0,0149 3
= −0,0134 0,0073 −0,0022 0,1196 −0,0250 0,0030 · 2
0,0078 −0,0260 0,0081 −0,0260 0,1091 −0,0130 1
−0,0012 0,0046 −0,0154 0,0030 −0,0125 0,1142 2
0,0433
0,1369
0,3349
=
0,2149
0,0113
0,1838
◮ Obter a inversa da matriz A e multiplicá-la pelo vetor b são tarefas simples de serem
realizadas, mesmo que a matriz A esteja armazenada de forma compacta.
– 15 –
9.3.2 Resolução através da eliminação de Gauss
A b
I x
Após os três passos acima terem sido executados, a coluna adicional da matriz
aumentada que inicialmente continha o vetor independente b conterá o vetor
solução x .
– 16 –
◮ Considere novamente a matriz A :
10 1 2
2 9 2 1
1 8 1
A=
1
9 2
2 2 10 1
1 1 9
10 1 2 1
2 9 2 1 2
1 8 1
3
1 9 2 2
2 2 10 1
1
1 1 9 2
10 1 2 1
2 9 2 1 2
linha 1 · (−2/10) + linha 2
1 8 1
3
1 9 2 2 ↓
2 2 10 1 1
linha 2
1 1 9 2
– 17 –
que resulta em:
10,0 1,0 0 2,0 0 0 1,0
0 8,8 2,0 −0,4 1,0 0
1,8
0 1,0 8,0 0 0 1,0
3,0
1,0 0 0 9,0 2,0 0
2,0
0 2,0 0 2,0 10,0 1,0
1,0
0 0 1,0 0 1,0 9,0 2,0
◮ Observações:
A2,1 = 0
1
α2,1
1
1
L1 = α2,1 = −A2,1/A1,1 = −2/10
1
1
1
A1 b1 = L1 · A b
– 18 –
α2,1 é chamado de fator triangular .
b2 ← b1 · α2,1 + b2
◮ O próximo passo é zerar a posição (4,1) (A4,1 = 1). Para isso, a seguinte operação
é realizada:
e o resultado é:
10,0 1,0 0 2,0 0 0 1,0
0 8,8 2,0 −0,4 1,0 0
1,8
0 1,0 8,0 0 0 1,0
3,0
0 −0,1 0 8,8 2,0 0
1,9
0 2,0 0 2,0 10,0 1,0
1,0
0 0 1,0 0 1,0 9,0 2,0
– 19 –
◮ O processo continua até que todo o triângulo inferior de A tenha sido zerado:
10,0000 1,0000 0 2,0000 0 0 1,0000
0 8,8000 2,0000 −0,4000 1,0000 0
1,8000
0 0 7,7727 0,0455 −0,1136 1,0000
2,7955
0 0 0 8,7953 2,0117 −0,0029
1,9123
0 0 0 0 9,2872 1,0592
0,2992
0 0 0 0 0 8,7555 1,6089
ou, da mesma forma, premultiplicar a matriz aumentada por uma matriz D 1 tal que
a matriz resultante tenha A1,1 = 1:
α1,1
1
1
D1 = α1,1 = 1/A1,1 = 1/10
1
1
1
– 20 –
◮ Realizando essas operações para todas as linhas, obtém-se finalmente:
1,0000 0,1000 0 0,2000 0 0 0,1000
0 1,0000 0,2273 −0,0455 0,1136 0
0,2045
0 0 1,0000 0,0058 −0,0146 0,1287
0,3596
0 0 0 1,0000 0,2287 −0,0003
0,2174
0 0 0 0 1,0000 0,1140
0,0322
0 0 0 0 0 1,0000 0,1838
ou, da mesma forma, premultiplicar a matriz aumentada por uma matriz U 1 tal que
a matriz resultante tenha A5,6 = 0:
1
1
1
U1 = α5,6 = −A5,6 = −0,1140
1
1 α5,6
1
– 21 –
O resultado da operação é:
1,0000 0,1000 0 0,2000 0 0 0,1000
0 1,0000 0,2273 −0,0455 0,1136 0
0,2045
0 0 1,0000 0,0058 −0,0146 0,1287
0,3596
0 0 0 1,0000 0,2287 −0,0003
0,2174
0 0 0 0 1,0000 0
0,0113
0 0 0 0 0 1,0000 0,1838
1,0 0 0 0 0 0 0,0433
0 1,0 0 0 0 0
0,1369
0 0 1,0 0 0 0
0,3349
0 0 0 1,0 0 0
0,2149
0 0 0 0 1,0 0
0,0113
0 0 0 0 0 1,0 0,1838
solução x
– 22 –
◮ Idéia: armazenar os fatores triangulares α nas posições correspondentes aos
elementos que se desejou zerar ou tornar iguais a 1:
U 11 · U 10 · . . . · U 2 · U 1) · (D
(U D 6 · . . . · D 1 ) · (L
L11 · L 10 · . . . · L 2 · L 1 ) · A = I
U 11 · U 10 · . . . · U 2 · U 1 ) · (D
(U D 6 · . . . · D 1 ) · (L
L11 · L 10 · . . . · L 2 · L 1 ) · b = x
Logo:
U 11 · U 10 · . . . · U 2 · U 1 ) · (D
A = [(U L11 · L 10 · . . . · L 2 · L 1 )]−1
D 6 · . . . · D 1 ) · (L
– 23 –
ou:
A = L −1 −1 −1 −1 −1 −1
1 · L 2 · . . . · L 10 · L 11 · D 1 · . . . · D 6 ·
U −1 −1 −1 −1
1 · U 2 · . . . · U 10 · U 11
= LDU
◮ A matriz L é igual a:
L = L −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1
1 · L 2 · L 3 · L 4 · L 5 · L 6 · L 7 · L 8 · L 9 · L 10 · L 11
1,0000 0 0 0 0 0
0,2000 1,0000 0 0 0 0
0 0,1136 1,0000 0 0 0
=
0,1000 −0,0114 0,0029 1,0000 0 0
0 0,2273 −0,0585 0,2380 1,0000 0
0 0 0,1287 −0,0007 0,1094 1,0000
– 24 –
◮ As matrizes D e U são:
D = D −1 −1 −1 −1 −1 −1
1 · D2 · D3 · D4 · D5 · D6
10,0000 0 0 0 0 0
0 8,8000 0 0 0 0
0 0 7,7727 0 0 0
=
0 0 0 8,7953 0 0
0 0 0 0 9,2872 0
0 0 0 0 0 8,7555
U = U −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1 −1
1 · U 2 · U 3 · U 4 · U 5 · U 6 · U 7 · U 8 · U 9 · U 10 · U 11
L ← L · D ):
◮ Normalmente a matriz D é incorporada a L (L
A = LU
x = A −1 b
L U )−1 b
= (L
= U −1 L−1 b
– 25 –
ou
w = L −1 b Substituição forward
x = U −1 w Substituição back
Ax = b
– 26 –
◮ A matriz A pode ser fatorada na forma:
A = LDU
w = D −1 L −1 b Substituição forward
x = U −1 w Substituição back
◮ Os subconjuntos utilizados nas substituições fast forward e fast back dependem das
estruturas de esparsidade de A , b e x .
– 27 –
Referências bibliográficas
– 28 –
Capı́tulo 10
Fluxo de carga com otimização de passo
slack PQ
P1 + jQ1 1 2
x12 = 0,1 pu
P2 + jQ2 Base = 100 MVA
E1 = 1 pu E2 = e2 + j f2
−j 10 j 10
Y =
j 10 −j 10
2
X
P =− [e2 (ej G2j − fj B2j ) + f2 (fj G2j + ej B2j )]
2
j=1
X2
Q =− [f2 (ej G2j − fj B2j ) − e2 (fj G2j + ej B2j )]
2
j=1
–1–
ou:
P2 = −f2 B21
(1)
Q = e B + e 2B + f 2B
2 2 21 2 22 2 22
∆P2 = P2 − P2esp = −f2 B21 − P2esp = 0
∆Q = Q − Qesp = e B + e 2B + f 2B − Qesp = 0
2 2 2 2 21 2 22 2 22 2
Qesp
2
P2esp
Há solução
Σ
Não há solução
–2–
replacements
◮ Na realidade para cada ponto (P2esp , Qesp
2 ) na área interna mostrada há duas
soluções, conforme discutido no Capı́tulo 2.
1,2
1,0 Q=0
(fp = 1)
0,8 P =0
(fp = 0)
V2 [pu]
0,6
0,4
0,2
0,0
0 100 200 300 400 500 600
[MW], [Mvar]
◮ A fronteira Σ separa as regiões onde há solução (região factı́vel ) e não há solução
(região infactı́vel ). Para pontos sobre Σ, as duas soluções são idênticas, e a matriz
Jacobiana é singular – pontos (P2esp , Qesp
2 ) = (500, 0) e (0, 250) MVA nas curvas
acima.
B21
e2 = − = 0,5 pu
2 B22
1 Diferentes fatores de potência
–3–
◮ Substituindo e2 nas equações (1) tem-se:
p
P2 = 25 − 10 Q2 [pu]
300
Região infactı́vel
250
Σ Não há solução
200 D
Q2 [Mvar]
C
150
B
100 A
Região factı́vel
50
Duas soluções
0
0 100 200 300 400 500 600
P2 [MW]
–4–
◮ Considere a rede mostrada a seguir.
1 2 4 6
8 9
Q8
3 5 7
11 10
–5–
De Para r [pu] x [pu] bsh [pu] ∗
1 6 0,00400 0,08000 0,3500
2 7 0,00000 0,00500 0,0000
3 9 0,00500 0,10000 0,0000
4 10 0,00300 0,05000 0,0200
5 6 0,00100 0,02700 0,2140
5 8 0,00800 0,03300 0,1810
5 10 0,00500 0,10000 0,3000
5 11 0,00200 0,10000 0,4000
6 8 0,00022 0,00500 0,0220
7 8 0,00300 0,05000 0,1400
8 9 0,00230 0,03080 0,1122
9 10 0,00120 0,03200 0,1284
∗
carregamento total
1,4
1,2
1,0
0,8
V8 [pu]
0,6
Alta tensão
0,4 Baixa tensão
Newton não
0,2 Newton
convergiu
0,0
0 20 40 60 80 100 120 140
Q8 [Mvar]
–6–
◮ Para Q8 = 123 Mvar – solução estável (de alta tensão)
Para Q8 = 122 Mvar – solução instável (de baixa tensão)
Para Q8 = 121 Mvar – não há solução
◮ Resumo:
–7–
10.2 Método Iwamoto-Tamura
◮ Problema:
◮ Fluxo de carga pode ser formulado como um problema de programação não linear:
min f (x )
s.a. leis de circuitos
limites dos equipamentos
–8–
10.2.1 Fluxo de carga em coordenadas retangulares e sua expansão em série de
Taylor
x = e1 f1 e2 f2 ··· em fm (coordenadas retangulares)
ys = P1s Qs1 P2s |V2s |2 ··· Pms Qsm
y (xx ) = P1 (xx ) Q1 (xx ) P2 (xx ) |V2 (xx ) |2 ··· Pm (xx ) Qm (xx )
sendo:
y s = y (xx ) (2)
ou
x1 x1
x1 x2
..
s .
y =[ A ]·
xi xj
..
.
xn xn
–9–
◮ Expandindo a equação (2) em série de Taylor obtém-se:
y s = y (xx + ∆xx )
∂ 1 T ∂2
= y (xx ) + y (xx ) · ∆xx + ·∆xx · 2 y (xx ) · ∆xx
∂xx 2
|{z} ∂xx
(∗ )
1
y s = y (xx ) + J · ∆xx + ·yy (∆xx )
2
|{z}
(∗ )
(∗) Este termo não aparece em “S. Iwamoto, S. Tamura, A load flow calculation
method for ill-conditioned power systems, IEEE Transactions on Power Apparatus
and Systems, vol.PAS-100, n.4, 1981.”
◮ A expansão em série de Taylor é exata (só tem termos até ordem 2) quando as
tensões são representadas em coordenadas retangulares
◮ Suponha que em alguma iteração o vetor de incógnitas seja x e e que seja obtido de
alguma forma o vetor de correções ∆xx . Tem-se:
– 10 –
◮ Suponha agora que seja possı́vel dar um passo na mesma direção de ∆xx , mas de
tamanho diferente, multiplicando-o pelo multiplicador ótimo µ:
T
∂2 ∂2
µ ∆xx · 2 y (xx ) · (µ ∆xx ) = µ ∆xx · 2 y (xx ) · ∆xx = µ2 y (∆xx )
2 T
∂xx ∂xx
Logo:
ou
a + µ · b + µ2 · c = 0
n
1X 2
F = ai + µ bi + µ2 ci
2
j=1
∂
F =0
∂µ
– 11 –
que resulta em:
g0 + g1 µ + g2 µ2 + g3 µ3 = 0
em que:
n
X n
X
g0 = (ai bi ) g1 = bi2 + 2 ai ci
i =1 i =1
n
X n
X
g2 = 3 (bi ci ) g3 = 2 ci2
i =1 i =1
– 12 –
replacements
Exemplo
f (x ) = x 3 + 3 x 2 − 6 x − 8
30
20
10
f (x )
−10
−20
5 −4 −3 −2 −1 0 1 2 3 4
x
◮ Fórmula de Cardano-Tartaglia:
f (x ) = x 3 + a x 2 + b x + c (3)
y3 + p y + q = 0 (4)
– 13 –
Define-se:
x = y − a/3
= y −1 (5)
Substituindo em f (x ) chega-se a:
3
3 a2 2a ab
f (x ) = y + b − y+ − +c
3 27 3
| {z } | {z }
p q
y = u+v (6)
Logo:
y 3 = u3 + v 3 + 3 u2 v + 3 u v 2
= u 3 + v 3 + 3 u v (u + v )
= u3 + v 3 + 3 u v y
y 3 − 3 u v y − u3 + v 3 = 0 (7)
De (4) e (7):
u 3 + v 3 = −q u 3 + v 3 = −q
→
u v = −p/3 u 3 v 3 = −p 3/27
2 p3
→ w +qw − =0
27
– 14 –
Suas raı́zes são:
r
3 q q 2 p3
w1 = u = − +
+
2 4 27
r
q q 2 p3
w2 = v 3 = − −
+
2 4 27
Logo:
y3 + p y + q
= y2 + α y + β
y − y1
x1 = y1 − 1 = 3 − 1 = 2
x2 = y2 − 1 = 0 − 1 = −1
x3 = y3 − 1 = −3 − 1 = −4
– 15 –
◮ Método de Newton
f (x ) = x 3 + 3 x 2 − 6 x − 8
′ 2
f (x ) = 3 x + 6 x − 6
∆x = −f (x ) /f ′ (x )
x0 = 5
e:
6
5
4
3
x
2
1
0
∆x
−1
−2
0 2 4 6 8 10
iteração
ans =
-4.0000
2.0000
-1.0000
– 16 –
Exercı́cio(s) proposto(s): (1) , (2)
Prazo de entrega: duas semanas
Em uma iteração r :
(r ) (r ) (r )
J · ∆x = ys − y x (8)
ou seja:
h i−1 h i
(r ) (r ) (r )
∆x = J · ys − y x (9)
◮ Os vetores a , b e c são:
(r ) (r )
a = ys − y x
b (r ) = −JJ (r ) · ∆ x (r ) = −aa (r )
(r ) (r )
c = −yy ∆ x
– 17 –
◮ O procedimento fica então:
h i−1
(r )
∆ x (r )
∆x =− J · ∆ y (r )
a (r ), b (r ), c (r )
(r ) (r ) (r ) (r )
g0 , g1 , g2 , g3
µ(r )
∆ x (r ) ← µ(r ) · ∆ x (r )
x (r +1) = x (r ) + ∆ x (r )
Exemplo
que têm uma estrutura semelhante às equações de fluxo de carga quando as tensões são
representadas em coordenadas retangulares. A solução para esse problema é:
x1 0,8
x = =
x2 1,2
– 18 –
Inicializando com x = [ 1 1 ]T e utilizando o método de Newton convencional tem-se:
f1 (x1 , x2) = 2 x12 − 2 x1 x2 + 2 x22 − 2,24 = 0
f (x , x ) = −2 x 2 − x x + 2 x 2 − 0,64 = 0
2 1 2 1 1 2 2
∂ ∂
∂x1 f1 ∂x2 f1 (4 x1 − 2 x2) (−2 x1 + 4 x2 )
J= ∂ ∂ =
∂x1 f2 ∂x2 f2 (−4 x1 − x2) (−x1 + 4 x2)
∆x1 −1 f1 (x1, x2)
∆x = = −JJ ·
∆x2 f2 (x1, x2)
y1 2 x12 − 2 x1 x2 + 2 x22 ys1 2,24
y = = ys = =
y2 −2 x12 − x1 x2 + 2 x22 ys2 0,64
f1 ys1 − y1
f = =
f2 ys2 − y2
– 19 –
◮ Os primeiros passos são idênticos à linha correspondente à iteração 0 do método de
Newton convencional, ou seja:
0 1,0000 0 0,2400 0 −0,1600
x = f = ∆x =
1,0000 1,6400 0,2800
0,2400 −0,2400 −0,2976
a0 = f = b 0 = −ff = c 0 = y (∆
∆x ) =
1,6400 −1,6400 −0,1504
g0 = −2,7472 g1 = 2,1110
→ µ0 = 0,8798
g2 = 0,9542 g3 = 0,2224
e:
0,8592
x 1 = x 0 + µ0 · ∆ x 0 =
1,2463
– 20 –
No caso do sistema de equações desse exemplo, os processos iterativos são
aparentemente semelhantes. Ressalta-se os seguintes pontos:
F ×105
Iteração convencional com µ
0 555,9296 235,6002
1 0,5802 0,0393
2 0,0000 0,0000
3 0,0000 0,0000
– 21 –
◮ A inclusão do fator 1/2 no termo de segunda ordem resulta em:
F ×105
convencional com µ com µ
Iteração e com fator 1/2
0 555,9296 235,6002 73,6211
1 0,5802 0,0393 0,0011
2 0,0000 0,0000 0,0000
3 0,0000 0,0000 0,0000
– 22 –
replacements
Exemplo
slack PQ
P1 + jQ1 1 2
x12 = 0,1 pu
P2 + jQ2 Base = 100 MVA
E1 = 1 pu E2 = e2 + j f2
−j 10 j 10
Y =
j 10 −j 10
2
X
P = [e2 (ej G2j − fj B2j ) + f2 (fj G2j + ej B2j )]
2
j=1
X2
Q = [f2 (ej G2j − fj B2j ) − e2 (fj G2j + ej B2j )]
2
j=1
ou:
P2 = f2 B21
(10)
Q = −e B − e 2B − f 2 B
2 2 21 2 22 2 22
– 23 –
As equações de fluxo de carga são:
∆P2 = P2esp − P2 = P2esp − f2 B21 = 0
∆Q = Qesp − Q = Qesp + e B + e 2 B + f 2 B = 0
2 2 2 2 2 21 2 22 2 22
1,2 3,0
1,0 2,5
0,8 2,0
0,6 1,5
F
V
0,4 1,0
0,2 0,5
0 0
0 2 4 6 8 10 12 14 0 2 4 6 8 10 12 14
iteração iteração
1,2
1,0
sem µ
0,8 com µ
µ
0,6
0,4
0,2
0
0 2 4 6 8 10 12 14
iteração
– 24 –
Resultados para P2 + j Q2 = −6 + j 0 pu (ponto de operação infactı́vel):
6,0
500
5,0
400
4,0
3,0 300
F
V
2,0 200
1,0 100
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 0 5 10 15 20
iteração iteração
1,2
1
sem µ
0,8 com µ
µ
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6 7
iteração
◮ Ponto infactı́vel: µ tende a zero, ou seja, a função F atingiu seu mı́nimo valor,
porém, diferente de zero – melhor solução possı́vel foi atingida sem divergência.
– 25 –
◮ No ponto de mı́nimo µ = 0,0030 (iteração 6), tem-se:
E2 = 0,4768 − j 0,5687 = 0,7421 ∠ − 50,02◦ pu e
S = 568,59 − j 73,33 MVA
2
300
200
Σ ponto
especificado
Q [Mvar]
100
0
ponto
final
−100
−200
0 100 200 300 400 500 600 700
P [MW]
– 26 –
10.2.4 Caracterı́sticas do método Iwamoto-Tamura
◮ Expansão em série de Taylor exata, pois não há termos de ordem maior ou igual a
três
– 27 –
10.3 Método Braz-Castro
◮ As equações básicas de fluxo de carga para uma rede de n barras podem ser escritas
na forma matricial como:
∆ P (xx )
∆ s (xx ) =
∆ Q (xx )
esp
P − P x
(x )
= s esp − s (xx ) = =0 (11)
Q esp − Q (xx )
em que x = [ θ V ]T .
– 28 –
◮ Para cada barra k da rede, tem-se:
X
Pk x
(x ) = V k Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm )
m∈K
X
x
Qk (x ) = Vk Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm )
m∈K
em que o vetor T corresponde aos termos de ordem dois, e pode ser representado
como:
T P (xx )
T (xx ) =
T Q (xx )
" # 2
1 X ∂
X ∂
TiP = · ∆θj · + ∆Vj · · ∆Pi
2 ∂θj ∂Vj
j∈Ki j∈Ki
" (13)
X X # 2
Q 1 ∂ ∂
Ti = 2 · ∆θj · + ∆Vj · · ∆Qi
∂θj ∂Vj
j∈Ki j∈Ki
– 29 –
◮ Importante: em função da natureza das equações das potências nodais, a expansão
em série de Taylor neste caso resulta em infinitos termos.
1
F x i = · ∆s T x i · ∆s x i (14)
2
◮ De (12) e (13):
g0 + g1 µ + g2 µ2 + g3 µ3 = 0
em que:
n
X n
X
g0 = (ai bi ) g1 = bi2 + 2 ai ci
i =1 i =1
n
X n
X
g2 = 3 (bi ci ) g3 = 2 ci2
i =1 i =1
– 30 –
replacements
Exemplo
slack PQ
P1 + jQ1 1 2
x12 = 0,1 pu
P2 + jQ2 Base = 100 MVA
E1 = 1 pu E2 = V2 ∠θ2
−j 10 j 10
Y =
j 10 −j 10
P
P2 = V2 m∈K2 Vm (G2m cos θ2m + B2m sen θ2m )
Q = V P
2 2 m∈K2 Vm (G2m sen θ2m − B2m cos θ2m )
ou:
P2 = 10 V2 sen θ2
(16)
Q = −10 V cos θ + 10 V 2
2 2 2 2
– 31 –
As equações de fluxo de carga são:
∆P2 = P2esp − P2 = P2esp − 10 V2 sen θ2 = 0
∆Q = Qesp − Q = Qesp + 10 V cos θ − 10 V 2 = 0
2 2 2 2 2 2 2
∆P2 10 V2 cos θ2 10 sen θ2 ∆θ2
= ·
∆Q2 10 V2 sen θ2 −10 cos θ2 + 20 V2 ∆V2
T2P −10 V2 sen θ2 ∆θ22 + 20 cos θ2 ∆θ2 ∆V2
T (xx ) = = −1 ·
Q
T2 2 2 2
10 V2 cos θ2 ∆θ2 + 20 ∆V2 + 20 sen θ2 ∆θ2 ∆V2
– 32 –
Resultados para P2 + j Q2 = −4 + j 0 pu (ponto de operação factı́vel):
1,2 0,5
1,0 0,4
0,8
0,3
0,6
F
V
0,2
0,4
0,2 0,1
0 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
iteração iteração
1,2
1,0
sem µ
0,8
com µ
µ
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5 6
iteração
– 33 –
Resultados para P2 + j Q2 = −6 + j 0 pu (ponto de operação infactı́vel):
100
10,0
8,0 80
6,0
60
4,0
F
V
2,0 40
0 20
−2,0
0
0 5 10 15 20 0 5 10 15 20
iteração iteração
1,2
1,0
sem µ
0,8
com µ
µ
0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4 5
iteração
◮ Ponto infactı́vel: µ tende a zero, ou seja, a função F atingiu seu mı́nimo valor,
porém, diferente de zero – melhor solução possı́vel foi atingida sem divergência.
– 34 –
◮ No ponto de mı́nimo µ = 0,0103, tem-se:
E2 = 0,6446 ∠ − 54,86◦ pu e
S = 527,08 − j 44,46 MVA
2
300
200
Σ ponto
especificado
Q [Mvar]
100
0
ponto
final
−100
−200
0 100 200 300 400 500 600 700
P [MW]
– 35 –
Exemplo
1 2 4 6
8 9
Q8
3 5 7
11 10
V8 [pu]
Q8 [Mvar] sem µ com µ µ
121 NC 1,362 0,4756 → 1,0480 → 1,0389 → 1,0001
122 0,895 1,364 0,4754 → 1,0484 → 1,0382 → 1,0001
123 1,365 1,365 0,4751 → 1,0487 → 1,0375 → 1,0001
Ou seja, no caso de redes mal condicionadas, µ assume valores tais que levam o
processo à solução correta, minimizando a função F .
– 36 –
Exercı́cio(s) proposto(s): (3)
Prazo de entrega: duas semanas
– 37 –
10.5 Conclusões
Esta caracterı́stica permite sua utilização em várias aplicações, como por exemplo,
na definição de ações de controle para a factibilização da rede.
Isto não é possı́vel caso o método de Newton convencional seja usado, pois este leva
à divergência, e os valores de tensões calculados não têm sentido algum.
– 38 –
Referências bibliográficas
[1] Thomas J. Overbye, A power flow measure for unsolvable cases, IEEE Transactions
on Power Systems, vol.9, n.3, 1994.
[2] Luciana M.C. Braz, Um novo método de solução para o fluxo de carga com
otimização de passo, Dissertação de mestrado, FEEC/UNICAMP, 1997.
[4] S. Iwamoto, S. Tamura, A load flow calculation method for ill-conditioned power
systems, IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, vol.PAS-100, n.4,
1981.
[8] Joseph E. Tate, Thomas J. Overbye, A comparison of the optimal multiplier in polar
and rectangular coordinates, IEEE Transactions on Power Systems, vol.20, n.4,
2005.
[11] M. Dehnel, H.W. Dommel, A method for identifying weak nodes in nonconvergent
load flows, IEEE Transactions on Power Systems, vol.4, n.2, 1989.
– 39 –
Apêndice – observações sobre a equação (12)
◮ Considere também a rede exemplo de duas barras utilizada neste capı́tulo. O termo
de primeira ordem pode ser escrito como:
∂ ∂
∂θ2 ∆P2 ∆P2
∂V2 ∆θ 2
−JJ · ∆ x = ·
∂ ∂ ∆V 2
∆Q2 ∆Q2
∂θ2 ∂V2
∂ ∂
∂θ2 ∆P2 · ∆θ2 + ∂V2
∆P2 · ∆V2
=
∂
∂
∆Q2 · ∆θ2 + ∆Q2 · ∆V2
∂θ2 ∂V2
∂ ∂
∆θ 2 · ∆P2 + ∆V2 · ∆P2
∂θ 2 ∂V2
=
∂ ∂
∆θ2 · ∆Q2 + ∆V2 · ∆Q2
∂θ2 ∂V2
∂ ∂ ∆P2
= ∆θ2 · + ∆V2 · ·
∂θ2 ∂V2 ∆Q2
– 40 –
∂
∂θ2 ∆P2
−JJ · ∆ x = ∆θ2 ∆V2 ·
∂ · ∆Q2
∂V2
= ∆ x T · ∇x · ∆ s
1
T (xx ) = ∆ x T · ∇2xx · ∆ x · ∆ s
2
∂2 ∂2
∂θ22 ∂θ2∂V2
∇2xx =
∂2 ∂ 2
∂V2∂θ2 ∂V22
1
∆ s (xx + ∆ x ) ≈ s esp − s (xx ) + ∆ x T · ∇x · ∆ s + · ∆ x T · ∇2xx · ∆ x · ∆ s = 0
| {z } 2
∆s
– 41 –