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Uma vez ocorrida esta falta o empregado deve comunicar, ou seja, avisar seu
empregador acerca dos motivos pelos quais está utilizando-se da rescisão indireta, sob
pena de que, se deixar de comparecer ao trabalho injustificadamente possa lhe imputar o
abandono de emprego.
Esse comunicado deve ser por escrito. Tanto pode intermédio de telegrama, e-mail com
confirmação de leitura, até mesmo mensagens de WhastAap, desde que seja possível
confirmar o recebimento.
Mas aqui já vai uma dica importante: a manutenção do empregado no emprego após o
cometimento de falta grave do empregador pode configurar o perdão tácito, isto é,
aquela conduta não é tão faltosa assim já que o empregado ainda permanece na
empresa.
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não
no serviço até final decisão do processo. (Incluído pela Lei nº 4.825, de 5.11.1965)
Além disso, o Art. 407, parágrafo único também traz mais um motivo de rescisão
indireta:
Art. 407 - Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor é
prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade, poderá ela
obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso,
proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
A Lei Pelé, nº. 9.615/98 também disciplina essa temática ao que concerne os atletas de
futebol:
Art. 31. A entidade de prática desportiva empregadora que estiver com pagamento de
salário ou de contrato de direito de imagem de atleta profissional em atraso, no todo ou
em parte, por período igual ou superior a três meses, terá o contrato especial de trabalho
desportivo daquele atleta rescindido, ficando o atleta livre para transferir-se para
qualquer outra entidade de prática desportiva de mesma modalidade, nacional ou
internacional, e exigir a cláusula compensatória desportiva e os haveres devidos.
(Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015)
§ 1o São entendidos como salário, para efeitos do previsto no caput, o abono de férias, o
décimo terceiro salário, as gratificações, os prêmios e demais verbas inclusas no
contrato de trabalho.
§ 2o A mora contumaz será considerada também pelo não recolhimento do FGTS e das
contribuições previdenciárias.
§ 5º Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu parágrafo único. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Mas não falamos apenas de força física ou muscular é possível encaixar nesse contexto
o esgotamento de forças mentais e intelectuais.
2. Exigência de trabalhos defesos por lei: isso significa que o empregador não pode
exigir o desempenho de trabalho proibido por lei. Como por exemplo, exigir que
um menor desempenhe atividade perigosa ou noturna em violação ao Art. 7º,
XXXII da CF/88.
§ 2o A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura
ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que
não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Nesse caso, uma alteração de seja ilícita ou que não tenha o consentimento do
empregado e que resulta em prejuízos ao empregado pode enquadrar nessa situação.
5. Empregar rigor excessivo no trato com o empregado: esse rigor excessivo deve
ser interpretado como uma rigidez incomensurável capaz de ferir a dignidade do
empregado.
Seria um típico exemplo de rigor excessivo impor ao empregado que atrasa alguns
minutos a penalidade de suspensão de 5 (cinco) dias.
Do mesmo modo, pode ser configurado o rigor excessivo no trato com empregados
diferentes. Por exemplo, se para um mesmo fato há diferentes punições, tal postura
empresarial poderá denotar desproporção, perseguição e até mesmo intolerância.
É importante que se destaque a gradação das penas trabalhistas: advertência, que pode
ser escrita ou verbal; a suspensão não superior a 30 (trinta) dias e a despedida por justa
causa a penalidade máxima da seara laboral.
Um instrumento que pode evitar tais injustiças e excessos são os códigos de conduta e
regulamento interno.
O que vai diferenciar uma irregularidade da falta tipificada na alínea “d” do Art. 483 da
CLT é a gravidade. O descumprimento precisa ser grave. Aqui enquadra-se a mora
salarial contumaz, conforme entabula o Enunciado nº. 13, C, TST.
Com relação as atividades desportivas, a Lei nº. 9.615/98 traz hipótese de rescisão do
contrato a ausência dos depósitos fundiários, o que pode ser utilizado em analogia aos
empregados de outras categorias.
De toda forma, fica a dica especialmente para empregados que laboram na zona de
“grise” ou cinzenta em que não há clareza das atividades que se assemelham ou podem
se configurar como empregado, a exemplo o trabalhador autônomo.
8. Praticar ato lesivo da honra e boa fama do empregado: esse ato pode se
estender, inclusive a família do empregado. Aqui encaixam-se as hipóteses de
calunia, injuria, difamação.
Tais atos lesivos podem ser praticados de diversos modos, inclusive virtualmente.
E que fique claro a redução salarial deve partir do empregado. No caso de falta de
empenho do empregado não se configura essa hipótese de justa causa do empregado.
11. Não mudar de função o menor aprendiz que seja prejudicial à sua saúde, ao
seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade após determinação da autoridade.
Uma vez configurada quaisquer das hipóteses acima destacadas, poderá haver a justa
causa do empregado.
Esses fatos deverão ser provados por quem os alegar, nos termos do Art. 373 do CPC e
818 da CLT. O tipo de prova mais comum para essa situação é a testemunhal.
Se não for provada e o empregado tenha se afastado do emprego, pode configurar justa
causa do empregador, por abandono de empregado.
Ou poderá ter efeito do pedido de demissão e nesse caso não terá direito ao
soerguimento do FGTS a multa de 40% (quarenta por cento), do seguro desemprego.
Se julgado procedente equivale como demissão sem justa causa fazendo jus o
empregado a todos os direitos dela inerentes.