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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO


DIREITO COMERCIAL
TURMA: 3L5LDR5

Discentes:
• Clara Nelsa Tuança- 20210063

Msc. Alfredo Mausse

Maputo, Março de 2024


MERITÍSSIMO DOUTOR JUIZ DO TRIBUNAL JUDICIAL DE TRABALHO DE
DISTRITO DE KAMUBUKWANA
Processo nº 789
1ª Secção laboral

VILMA DOS SANTOS de nacionalidade moçambicana, natural da Cidade da Maputo, portador


do BI. n° 110884045766Q, emitido na Cidade de Maputo, residente no Bairro de Magoanine,
Quarteirão nº 10 casa n° 06, Cidade de Maputo, com o número de telefone 847917102,
devidamente representado por sua advogada Dra. Clara Katia Tuança ,com carteira profissional
nº 325 contactável pelo 841842742, doravante designado por Autor (A).

Vem instaurar a Acção de impugnação de despedimento sem justa causa, com processo
sumário, nos termos do art. 76 da Lei nº 13/2023 de 25 de Agosto, Conjugado com Decreto
40/2008 de 26 de Novembro do artigo 14 n° 1 alínea a) Regulamento do trabalho Doméstico
Contra:
LAVANDARIA STORE, Lda, sediada na Julius Nherere , rua nº 68 cidade de Maputo
doravante designada por arguido (B)

DOS FACTOS :

O A. celebrou com a B um contrato de trabalho por tempo indeterminado, com início no dia 25
de Fevereiro de 2014 desempenhando a categoria de Lavagem e tratamento de roupas auferindo
um salario inicial mensal de 20.000 (vinte mil Meticais ), sendo a sua última remuneração no
valor de 10.000 Mt (Dez mil Meticais )

A A desempenhava tarefas de lavagem de roupas da entidade empregadora com vista a recolha,
separação classificação, passagem e e processamento, secagem ou seja lavagem de roupas de uso
na indústria, ou comércios e serviços por encomenda, sob a supervisão do B, tendo como período
laboral das 07 as 15h com direito a dois dias de descanso por semana.


Durante o tempo que A esteve vinculado a B nunca lhe foi instaurado nenhum processo
disciplinar, deixando perfeitamente nítida a responsabilidade e empenho no desenvolvimento das
suas funções.

Porém, acontece que no dia 10 de Abril de 2024, após A. ter cumprido a jornada laboral e depois
de ter passado a hora da rendição acordada, tendo as câmeras desligadas pelo facto da corrente
elétrica ter rompido por uns 10 minutos, A abandonou o local de trabalho para atender uma
chamada importante, consequentemente um desconhecido fez se a lavandaria e furtou alguns
pertences duma Cliente.

A querendo inteirar-se do que estava acontecer pois, A notou a falta de algumas peças, no
mesmo momento foi ter com o técnico responsável para averiguar a situação, acontece que o
técnico acabou dormindo por um instante e não apercebeu se do furto, tendo assim colocado a
culpa em A por ter se ausentado mesmo após o seu tempo laboral.

DE DIREITO:

A não reintegração do trabalhador no seu posto de trabalho corresponde a despedimento tácito e
sem justa causa e em clara desobediência ao quadro jurídico-legal vigente na República de
Moçambique, e impregnado da sua coragem exacerbada o R., violou ainda assim, a Constituição
da República, por violar o direito ao trabalho e uma vez que esta proíbe também o despedimento
fora dos casos previstos pela Lei (nº 1 e 3 do art. 85 CRM) respectivamente, e o R despediu o A
sem justa causa e sem a devida remuneração.

Perante esta situação, facilmente se conclui que o A foi despedido sem justa causa, e que a
intenção da B não se ajusta ao quadro jurídico-legal, de acordo com a alínea a.) do nº4 do art 138
LT.

Deste modo conclui-se, que o R forçou o despedimento, porque não existem fundamentos
plausíveis para o despedimento, como facilmente se demonstrou;

A lei impõe que a aplicação de qualquer sanção disciplinar, só tem lugar quando o trabalhador
viole os seus deveres profissionais, o que não foi neste caso em apreço, pelo contrário, no caso
vertente, o R é quem violou o seu dever de respeitar os direitos e garantias do trabalhador,
previsto no art. 60, al. a) LT;
10°
Por não ter sido usado o poder disciplinar tendo em conta os limites previstos na lei, faz com que
o despedimento efectuado por B, seja sem justa causa, devendo se considerar ilícito com todas as
consequências legais que daí advêm, visto que tem causado também grandes prejuízos, isto é,
danos sofridos pelo A como grande angustia em consequência do despedimento e por ter ficado
sem emprego e consequentemente, privado o A., do necessário sustento e cuidados de saúde para
si e familiares.
DO PEDIDO: 11°
Assim sendo visto que o A celebrou um contrato de trabalho por tempo indeterminado na
vigência da Lei 13/2023 de 25 de Agosto e que prestou trabalho para o R durante 15 dias, por
todos estes danos deve o A ser reintegrado e paga a devida remuneração nos termos do nº 3 do
art 76 LT.
12°
Nestes termos, e nos demais em Direito ao caso aplicado requerer a V.Excia que a presente
Acção de Impugnação de Despedimento, seja julgada procedente, porque provada e
consequentemente:
1. Seja considerada improcedente e declarada ilegal e ilícito o despedimento feito o A feito sem
este ter culpa, por violação grave de normas imperativas da Lei do Trabalho e por inexistência de
fundamentos objectivos para a extinção do contrato de trabalho, uma vez que não tem outro
destino merecedor;
2. e seja condenado a R, reintegrar o A e pagar a devida remuneração, nos termos do nº4 do art
76 LT.

Valor da causa:
20.000.00mnz (Vinte Mil Meticais)

Junta:
1. 6(Seis) documentos;
2. Duplicados e copias legais;

Rolo de testemunhas
• Machinda Mussassa
• Fernando Diogo
• Alberto dos Santos
Maputo, aos 20 de março 2024
A Advogada
Clara Tuança C.P nº 26

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