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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

LICENCIATURA EM DIREITO
Direito Processual Laboral

TEMA: PETIÇÃO INICIAL

Msc: Alfredo Mausse


UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

Tema:Peticão Inicial

Turma:3L6LDR4

Estudantes:

Claida Cândido-202100299

Maputo, Março de 2024


MERRITISSIMO DOUTOR JUIZ DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DE
MAPUTO

Processo n°099

Secção Laboral

JANAINA AMADE, casada, natural da Cidade de Nampula, de nacionalidade moçambicana,


com domicilio habitual no bairro da Malhangalene, Quarteirão nº 90, casa n° 7, Cidade de
Maputo, portador do BI. n° 099978564677789P, emitido na Cidade de Maputo com o número de
telefone 877279106, representado por sua advogada Claida Monteiro, com CP. nº299,
contactável pelo numero 842963998, doravante designada Autor (A), vem propor
Contra
CLARO QUE FiZ, casada, natural de Chimoio, de nacionalidade moçambicana, com domicilio
no bairro Central na Av. 24 de julho, Quarteirão nº 5, casa 6, cidade de Maputo, com o numero
de telefone 850279106 doravante designada Ré (R),
acção de impugnação de despedimento sem justa causa, com processo sumário, nos termos do
nº 2 do art. 76 ex vi nº 1 art. 65 da Lei nº 13/2023 de 25 de Agosto, Lei do Trabalho, nº 1 art. 3
do Decreto nº40 /2008 de 26 de Novembro, Regulamento do Trabalho Domestico, estribando-se
nos factos e fundamentos seguintes:

I – DOS FACTOS:


A A foi admitido ao serviço da R, em virtude da celebração dum contrato de trabalho por conta e
sob a autoridade de direcção da R, por tempo indeterminado, com inicio no dia 1 de janeiro de
2015.

A A desempenhava a função de jardineira, limpava e arrumava a casa e outras actividades


acordadas, tendo como período laboral das 6h às 18h, com um dia de descanso por semana,
auferindo um salário inicial de 3000.00mnz (três mil meticais), sendo a sua ultima remuneração
de 5500.00mnz (cinco mil, e quinhentos meticais).


A A durante o tempo que esteve vinculada a R sempre se mostrou eficiente nos seus afazeres
facto que despoletou motivo de inveja aos seus colegas por efectivamente limpar e arrumar todos
bens e utensílios da entidade empregadora. E nunca foi objecto de nenhum processo disciplinar
evidenciando a responsabilidade e empenho no desenvolvimento das suas funções.


Porem, sucede que no dia 04 de fevereiro de 2024 pela tarde, A sente contrações e entra em
trabalho de parto. Apos receber alta medica no dia 5, no mesmo dia a A querendo inteirar e
justificar o motivo da sua ausência, notificou a R entregando-lhe o atestado medico com a data
do afastamento do trabalho por licença de maternidade.

6o

Sucede porem, que durante os 60 dias que a A esteve ausente por ocasião do parto a R não
efetuou o seu pagamento salarial.
7o

Posteriormente, passado este tempo no dia 06 de Maio do mesmo ano, A fez se presente no seu
local de trabalho, para retomar com as actividades, entretanto acontece que a R informa-lhe
verbalmente que já não a queria naquele posto, e porque já tinha uma nova empregada a
trabalhar em seu lugar.
8.°

A teve como seu último dia de trabalho o dia 6 de Maio de 2024, e o último vencimento foi do
mês de janeiro.

II- De DIREITO


R violou a Constituição da República, ao violar o direito ao trabalho por este tipificado, e tendo
em atenção que esta também proíbe o despedimento fora dos casos previstos pela Lei (nr. 1 art.
84, e, nº 3 85 CRM), e dolosamente despediu a A sem justa causa, não se conformando com
dispositivos legais.
10°

Ademais R violou os direitos especiais da A sendo uma mulher trabalhadora, pois é vedado a
entidade empregadora despedir a mulher trabalhadora, até um ano após o termo da licença
previsto na alínea da al. d) do artigo 13 da Lei nº 13/2013 de 25 de Agosto. E por força da alínea
c), do numero 6 do artigo 24 da lei nº 40/2008 de 26 de Novembro não determinam perda da
remuneração as faltas dadas pelo empregador nos 60 dias por ocasião de parto,

11°

O comportamento de R, viola culposamente os seus deveres de empregador, pelo facto de não


pagar a remuneração convencionada, e os direitos de A de a receber, nos termos da alínea a) do
artigo 13 e alínea a) do artigo 10 ambos da Lei nº 40/2008 de 26 de Novembro.

12°
Perante esta situação, facilmente se conclui que o A. foi despedido sem justa causa, e que a
intenção da R não se ajusta ao quadro jurídico-legal. Assim, se conclui sem esforço, que R
forçou o despedimento, porque não existem fundamentos plausíveis para o despedimento, como
facilmente se demonstrou;

13°
Assim temos:
1.Data de Admissão: 1 de janeiro de 2015.
2. Data de Despedimento: 6 de maio de 2024
3. Remuneração Mensal: 3000.00mzn
4.Remuneracao ultima:5500.00mzn
6. Total de Indemnização: o nr. 5 art.30 da Lei nº13/2023 de 25 de Agosto;
III. DO PEDIDO:
14°
Nestes termos, e nos demais em Direito aos casos aplicáveis e com mui douto suprimento, a
presente Acção de Impugnação de Despedimento, deve ser recebida, julgada procedente, porque
provada e em consequência:
1. Ser declarada improcedente o despedimento do A;
2. Ser a R condenada a pagar indemnização por despedimento sem justa causa segundo o nr. 5
art. 30 da Lei nº13/2023 de 25 de Agosto;
3. Ser a R condenada a pagar indemnização pelos 2 meses por ocasião de parto;
5. Seja isento o A de pagamento de custas judiciais e demais encargos legais, por se encontrar
desempregada e sem recursos financeiros para suportar, e Seja a R condenada em custas.

Ex vi legis ou por imperativo da lei espera-se a almejada Justiça.

Valor da causa:
25.650.00mnz (vinte cinco mil, seiscentos e cinquenta meticais)

Junta:
1. Documentos e copias dos duplicados legais;
2. ; Procuração Forense;

3. Atestado de Pobreza;
4. Atestado médico.

Testemunhas:
Malim Amad
Caiumá Rafaela

Maputo, 1 de Agosto de 2024


Mandatário Jurídico
Claida Monteiro com CP:405

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