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SIMULADO 2 – QUESTÃO DISCURSIVAA

[ ]1ª - [ X]2ª - [ ]2ª chamada - [ ]Final


Nome: João Vitor Santana Matrícula: 201920005022 Semestre: 2022.1
Disciplina: Direito da Responsabilidade Civil Data: 06/06/2022 Nota:
Professora: Leny Araújo Curso: Direito Período: 6º Período

QUESTÃO (2,0)
Um caso emblemático relacionado à Teoria da Perda de Uma Chance foi o episódio que envolveu
a perda da chance do atleta brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima, o qual tinha uma vantagem de
28 segundos na liderança da prova de Maratona nas olimpíadas de Atenas, quando foi interceptado
dolosamente por um terceiro, que o agarrou e o levou ao chão. Em decorrência dessa
interceptação, o atleta veio a perder colocações na prova, acabando em terceiro lugar, sem êxito no
alcance do mais elevado degrau do pódio e da medalha de ouro.
Considerando a teoria mencionada e o caso descrito, responda os itens a seguir.
A) A Teoria da Perda de Uma Chance é um instituto anômalo criado pela doutrina civilista
estrangeira, para o qual não há respaldo legal no ordenamento jurídico brasileiro?
R = Não. Tal Teoria teve início na França, anos sessenta, advinda da doutrina Civil internacional,
a teoria era considerada anormal perante tribunais estrangeiro, contudo, passou a ser aceita e
necessária a sua aplicação em muitos casos.
Não há, na justiça brasileira, dispositivo legal regulamentado para tal, porém há diversas doutrinas
e jurisprudências dos tribunais, utilizadas em determinados casos que reconhecem a necessidade
da responsabilidade civil. Podemos citar algumas REsp’s: REsp 1.291.247/RJ, REsp 1877375 e
REsp 788.459/BA, enunciado 444.

B) A doutrina civilista admite, em casos como o relatado, a condenação por danos emergentes e
lucros cessantes, mas exclui o dano moral, por tratar-se de responsabilidade subjetiva?
R = Não. Ocorre a condenação por danos cessantes, emergentes e morais. O lesado será regido
pelo enunciado nº 444 da V jornada de direito civil, art. 927, CC e indenizado.

C) A aplicação da responsabilidade subjetiva, segundo a Teoria da Perda de Uma Chance, é


pacífica, o que torna a comprovação da culpa do agente do ato ilícito requisito fundamental e
afasta, consequentemente, a responsabilidade objetiva?
R =. Não. Tal teoria se baseia em perda de possíveis vantagens/oportunidades futuras, aceitando
assim nexo causal e dano. Falando da responsabilidade objetivamente, não se descaracteriza. Isso
pode ser atestado com base em um julgamento similar já ocorrido do tribunal de justiça do estado
do Rio de Janeiro: Apelação nº 0018177-38.2011.19.0061.
D) A perda de uma chance se caracteriza quando, em virtude da conduta de outrem, desaparece a
probabilidade de um evento que possibilitará um benefício futuro para a vítima, como deixar
de recorrer de sentença desfavorável por falha do(a) advogado(a)?
R = Sim. Mediante ação judicial impugnadora de decisão contra a vítima, por intermédio de
representante jurídico (advogado), há-se, ainda, a chance de vencer causa. O erro ou
descomprometimento do profissional jurista para com o seu dever pode vir a causar a perda de
uma chance/possibilidade de sucesso em uma causa, seja qual for a finalidade da mesma, para seu
cliente, ocasionando uma desnecessária frustração para o mesmo, vide REsp 1877375/RS, arts.
186 e 927, CC.
Obs.: o aluno deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

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