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EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DA TURMA RECURSAL DO ESTADO


________ .

Processo nº: ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , ________ , residente e domiciliado na ________ ,
________ , ________ , na Cidade de ________ , ________ ,
________ , vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu
Advogado, infra assinado, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

em face de decisão de fls. ________ , que ________ em ação


________ ajuizada em face da ________ , requerendo desde já a
retratação nos termos do Art. 1.021, §2º do CPC, ou após ouvido o
Agravado, seja conduzido a julgamento pelas Turmas Recursais
Cíveis, com inclusão em pauta.

Termos em que pede e espera deferimento.

________ , ________ .

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________

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RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Origem: Juizado Especial ________ da Comarca de ________

Processo nº: ________

Agravante: ________

Agravado: ________

COLENDA TURMA

BREVE SÍNTESE

Trata-se de Ação ________ pleiteando a concessão de ________ ,


requerendo como tutela incidental a ________ .

Todavia, em sede de cognição sumária, no entanto, entendeu o MM. Juiz de


Direito, em decisão interlocutória, que:

________

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Ocorre que pela simples leitura da decisão, vê-se que não há respaldo legal,
haja vista que ________ , motivando a interposição do presente Agravo de Instrumento.

DO CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

DAS RAZÕES RECURSAIS

O direito do Agravante vem primordialmente amparado na Lei nº ________ ,


em especial em seu Art. ________ que assim dispõe: ________ .

Ou seja, diante do ________ , como já destacado anteriormente, o Agravante


tem direito ao ________ conforme precedentes sobre o tema:

________

Portanto, fica perfeitamente demonstrado o direito do Agravante, razão pela


qual merece provimento o presente recurso.

DO EXCESSO DE FORMALISMO - DO PRAZO NECESSÁRIO PARA


CORREÇÃO

Ao deixar de conhecer o recurso, o Exmo. Julgador deixou de dar vigência a


ordenamento legal expresso, pois deixou de conceder prazo para correção de erro formal no
recurso, neste caso a falta do documento ________ , em clara inobservância à 13.105/2015,
que regulamenta o Código de Processo Civil:

Art. 932. Incumbe ao relator:


(...)
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o
relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para
que seja sanado vício ou complementada a documentação

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exigível.

No presente caso, a não apresentação do referido documento só poderia


configurar inadmissibilidade do recurso após prévia e expressa intimação do Advogado.

O não recebimento do recurso, portanto, trata-se de notória negativa à


vigência do Código de Processo Civil, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - PRELIMINAR - NÃO


CONHECIMENTO - DESCUMPRIMENTO DO ART. 1.017, § 3º
C/C ART. 932, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC -
ACOLHIMENTO. - Segundo dispõe o art. 1.017, § 3º, do CPC,
na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro
vício que comprometa a admissibilidade do agravo de
instrumento, deve o Relator aplicar o disposto no art. 932,
parágrafo único, do mesmo diploma legal. - O art. 932, parágrafo
único, por seu turno, estabelece que o Relator concederá o prazo de
5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível. - Uma vez descumprido o
prazo para sanar o vício, é inviável o conhecimento do recurso. (TJ-
MG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0080.06.003070-9/007,
Relator(a): Des.(a) Beatriz Pinheiro Caires, julgamento em
05/09/2019, publicação da súmula em 13/09/2019)
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PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO


CÍVEL. DECISÃO MONOCRÁTICA. NEGADO SEGUIMENTO
AO APELO. APELANTE/AGRAVANTE DEIXOU DE
CUMPRIR ATO QUE LHE COMPETIA. SENTENÇA QUE
INDEFERE A PETIÇÃO INICIAL. NÃO OCORRÊNCIA DE
RETRATAÇÃO PELO JUÍZO DE ORIGEM. NECESSIDADE DE
CITAÇÃO DOS RÉUS. ART. 331, §1º, DO CPC/2015.

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INADMISSIBILIDADE DO RECURSO. INTELIGÊNCIA DO
ART. 932, INCISO III e PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC/2015.
AGRAVO DESPROVIDO. 1. (...). Outrossim, sendo o caso de
apelo interposto contra sentença que indeferiu a petição inicial e
inexistindo retratação do juízo a quo, os réus devem ser citados para
oferta de contrarrazões, entendimento do STJ. 3. Por outro lado,
como bem leciona Daniel Amorim Assumpção "O art. 932,
parágrafo único, do Novo CPC prevê que, antes de considerar
inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de cinco
dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível". (TJ-AC; Relator (a):
Luís Camolez; Comarca: Rio Branco;Número do
Processo:0703771-45.2017.8.01.0001; Órgão julgador: Primeira
Câmara Cível;Data do julgamento: 29/08/2019; Data de registro:
02/09/2019)

Afinal, a lei em clara redação estabelece que a inadmissibilidade do


recurso será declarada SE E SOMENTE SE não for suprida a complementação
necessária, após regular intimação.

O que não ocorreu no presente caso. A inadmissibilidade do recurso foi


declarada sem que o Procurador fosse intimado para regularizar a documentação faltante,
em grave afronta a nítida redação legal.

A redação do Novo Código de processo Civil busca dar aplicabilidade ao o


PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE DO PROCESSO, que além de se fundar nos princípios
do aproveitamento do processo e da economia processual, busca efetivar o PRINCÍPIO
DA COOPERAÇÃO em detrimento ao excesso de formalismo repugnado pela doutrina e
entendimento dos Tribunais Superiores:

"Além do compromisso com a Lei, o juiz tem um compromisso com


a Justiça e com o alcance da função social do processo para que

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este não se torne um instrumento de restrita observância da forma
se distanciando da necessária busca pela verdade real, coibindo-se
o excessivo formalismo. Conquanto mereça relevo o atendimento
às regras relativas à técnica processual, reputa-se consentâneo
com os dias atuais erigir a instrumentalidade do processo em
detrimento ao apego exagerado ao formalismo, para melhor
atender aos comandos da lei e permitir o equilíbrio na análise do
direito material em litígio. Recurso especial provido." (STJ - REsp:
1109357 RJ 2008/0283266-8, Relator: Ministra Nancy Andrighi)

Trata-se de dar efetividade a atos processuais em busca da finalidade


almejada pela lei, o que a doutrina denomina de PRINCÍPIO DA
INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS:

"O princípio da instrumentalidade das formas, também chamado


pela doutrina de princípio da finalidade, tem por objetivo
conservar os atos processuais praticados de forma diversa da
prescrita na lei, mas que atingiram sua finalidade e produziram os
efeitos processuais previstos na lei. Tal princípio se assenta no fato
de o processo não ser um fim em si mesmo, mas um instrumento de
realização da justiça." (SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito
Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR, 2018. p. 509)

A manutenção de decisão que nega tal princípio configura formalismo


excessivo, afastando-se da FINALIDADE pretendida pela lei, em grave afronta ao
princípio da RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE, conforme destaca a
doutrina:

"Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que se


inter-relacionam, cuidam da necessidade de o administrador
aplicar medidas adequadas aos objetivos a serem alcançados. De
fato, os efeitos e consequências do ato administrativo adotado

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devem ser proporcionais ao fim visado pela Administração, sem
trazer prejuízo desnecessário aos direitos dos indivíduos envolvidos
e à coletividade." (SOUSA, Alice Ribeiro de. Processo
Administrativo do concurso público. JHMIZUNO. p. 74)

Trata-se da efetividade do princípio da cooperação processual, segundo o


qual, sendo possível sanar o defeito, não deve ser anulado ou impedir o processo em vista à
celeridade e economicidade processual.

Assim, requer o recebimento e provimento do presente recurso, para fins de


que a regularização da documentação faltante seja aceita e dado seguimento ao recurso.

DO PREPARO

Ao deixar de conhecer o recurso, o Exmo. Julgador deixou de dar vigência a


ordenamento legal expresso, pois deixou de conceder prazo para complementação de
custas, conforme clara disposição da Lei 13.105/2015, que regulamenta o Código de
Processo Civil:

Art. 932. Incumbe ao relator:


(...)
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o
relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para
que seja sanado vício ou complementada a documentação
exigível.

No presente caso, a insuficiência do preparo foi ínfima, configurando


decisão manifestamente desproporcional a deserção do recurso sem a oportunidade de
complementação.

Afinal, a diferença de apenas ________ , num total de ________ de longe


não poderia configurar má fé ou intencionalidade em sonegar os tributos.

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Ademais, imediatamente após ter ciência da insuficiência, houve
recolhimento do valor faltante, conforme comprovante am anexo.

Não se desconhece a legislação específica aplicável aos Juizados Especiais,


mas no presente caso merece uma análise excepcional, sob pena de ferir o direito ao duplo
grau de jurisdição por um excesso de formalismo.

Nesse sentido a jurisprudência coaduna com este entendimento:

Agravo de Instrumento - Deserção de recurso inominado decretada


em primeiro grau - Possibilidade - Enunciado Fojesp n.º 75 - Dever
de a recorrente efetuar o cálculo do preparo, não da Serventia -
Exegese dos artigos 42, §1º, e 54,parágrafo único, da Lei n.º
9.099/95 - Atualização monetária do valor da causa devida quando
do recolhimento do preparo, por exegese do artigo 4º, II, da Lei
Estadual n.º 11.608/03, alterada pela Lei Estadual n.º 15.855/2015 -
Cálculo equivocado do preparo pelo recorrente e recolhimento a
menor-Inaplicabilidade do artigo 1.017, §2º, do Código de Processo
Civil, no Sistema dos Juizados Especiais - Enunciado Fonajen.º 80 -
Diferença, contudo, de R$ 17,78 (dezessete reais e setenta e oito
centavos) entre o valor correto e o valor depositado pela
agravante - Ínfima diferença - Razoabilidade e
excepcionalidade - Complementação do valor do preparo já
realizada pelo agravante - Agravo provido. (TJSP; Agravo de
Instrumento 0100039-72.2019.8.26.9044; Relator (a): Iris Daiani
Paganini dos Santos; Órgão Julgador: Turma Recursal Cível,
Criminal e Fazenda Pública; Foro de Bauru - 1.VARA FAMILIA;
Data do Julgamento: 06/11/2017; Data de Registro: 11/10/2019)

Portanto, não há que se falar em deserção, sob pena de grave afronta aos
princípios da razoabilidade.

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O não recebimento do recurso, portanto, trata-se de notória negativa de à
vigência do Código de Processo Civil, o qual deve ser observado, conforme leciona a
doutrina:

"Em uma estrutura de processo civil regido pela ideia de


colaboração (art. 6.º, CPC), jamais a ausência de preparo pode
levar à deserção do recurso e conseguinte inadmissibilidade sem
que o órgão jurisdicional, previamente, intime a parte para
efetivação do depósito correspondente. Trata-se de dever de
prevenção do órgão jurisdicional. Viola o dever de diálogo, cujo
fundamento está no direito fundamental ao contraditório (art. 5.º,
LV, CF), a decretação de deserção de recurso sem que a parte
tenha sido previamente intimada para efetivar o preparo. É por
essa razão que o art.1.007, §§ 2.º e 4.º, CPC, determinam a
viabilização do preparo insuficiente ou inexistente pela parte."
(MITIDIERO, Daniel. ARENHART, Sérgio Cruz. MARINONI,
Luiz Guilherme. Novo Código de Processo Civil Comentado - Ed.
RT, 2017. e-book, Art. 966.)

Nesse mesmo sentido:

"Há três tipos de problema que costuma surgir em relação s esse


requisito e admissibilidade: a) falhas na comprovação do preparo
(equívocos no preenchimento da guia de custas ou defeito na cópia,
p.ex.); b) ausência de preparo; c) preparo insuficiente.

Em nenhum destes casos, autoriza-se a inadmissibilidade


imediata do recurso. Em todos os casos, deve o relator intimar o
recorrente para que corrija o defeito, nos termos da regra geral do
art. 932, parágrafo único, CPC." (DIDIER JR, Fredie. Curso
Processual Civil. Vol. 3. 14ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p. 151)

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Afinal, em clara redação, a lei estabelece que a deserção será declarada SE
E SOMENTE SE não for suprida a complementação necessária, após regular
intimação.

O que não ocorreu no presente caso. A deserção foi declarada sem que o
Procurador fosse intimado para regularizar o preparo, em grave afronta a nítida redação
legal.

A redação do Novo Código de processo Civil busca dar aplicabilidade ao o


PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE DO PROCESSO, que além de se fundar nos princípios
do aproveitamento do processo e da economia processual, busca efetivar o PRINCÍPIO
DA COOPERAÇÃO em detrimento ao excesso de formalismo repugnado pela doutrina e
entendimento dos Tribunais Superiores:

"Além do compromisso com a Lei, o juiz tem um compromisso com


a Justiça e com o alcance da função social do processo para que
este não se torne um instrumento de restrita observância da forma
se distanciando da necessária busca pela verdade real, coibindo-se
o excessivo formalismo. Conquanto mereça relevo o atendimento
às regras relativas à técnica processual, reputa-se consentâneo
com os dias atuais erigir a instrumentalidade do processo em
detrimento ao apego exagerado ao formalismo, para melhor
atender aos comandos da lei e permitir o equilíbrio na análise do
direito material em litígio. Recurso especial provido." (STJ - REsp:
1109357 RJ 2008/0283266-8, Relator: Ministra Nancy Andrighi)

Assim, requer o recebimento e provimento do presente recurso, para fins de


que a regularização do preparo seja aceita e dado seguimento ao recurso.

DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL

O princípio da fungibilidade busca dar efetividade ao princípio da

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cooperação processual previsto expressamente no Art. 6º do NCPC, pelo qual "todos os
sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável,
decisão de mérito justa e efetiva."

No presente caso, todos os requisitos formais para ambos os Recursos foram


cumpridos, tais como:

Tempestividade - uma vez que o prazo de 15 dias foi observado;


Legitimidade - uma vez que o recorrente é legítimo para propor
ambos os recursos;
Instrumentalidade - toda documentação, custas processuais,
argumentos, provas e requisitos formais foram observados, sendo
cabível para qualquer dos recursos propostos.

No presente caso, não há que se falar em erro grosseiro uma vez que existem
dúvidas sobre qual recurso cabível uma vez que ________ .

Nesse sentido, a doutrina reforça o objetivo da cooperação processual, ao


lecionar sobre o tema:

"A decisão pela fungibilidade é acertada e é a que melhor se


adequa ao sistema do novo Código, que privilegia a prolação de
decisões de mérito em detrimento de decisões meramente
processuais para os litígios." (MITIDIERO, Daniel. ARENHART,
Sérgio Cruz. MARINONI, Luiz Guilherme. Novo Código de
Processo Civil Comentado - Ed. RT, 2017. e-book, Art. 1.027)

Nesse mesmo sentido:

"O princípio da fungibilidade recursal decorre dos princípios da


boa-fé processual, da primazia da decisão de mérito e da
instrumentalidade das formas. De um modo geral, deve aceitar-se

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um recurso pelo outro sempre que não houver má-fé ou outro
comportamento contrário à boa-fé objetiva." (DIDIER JR, Fredie.
Curso Processual Civil. Vol. 3. 14ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p.
130)

Dessa forma, considerando o pleno atendimento aos requisitos formais e


instrumentais de um Recurso por outro, não há motivo suficientemente plausível para o
indeferimento de plano do recurso interposto.

Trata-se da efetivação do Princípio da Cooperação (Art. 6º do CPC/15), em


detrimento ao excesso de formalismo repugnado pela doutrina e entendimento dos
Tribunais Superiores:

"Além do compromisso com a Lei, o juiz tem um compromisso com


a Justiça e com o alcance da função social do processo para que
este não se torne um instrumento de restrita observância da forma
se distanciando da necessária busca pela verdade real, coibindo-se
o excessivo formalismo. Conquanto mereça relevo o atendimento
às regras relativas à técnica processual, reputa-se consentâneo
com os dias atuais erigir a instrumentalidade do processo em
detrimento ao apego exagerado ao formalismo, para melhor
atender aos comandos da lei e permitir o equilíbrio na análise do
direito material em litígio. Recurso especial provido." (STJ - REsp:
1109357 RJ 2008/0283266-8, Relator: Ministra Nancy Andrighi)

De igual forma, a jurisprudência reforça o posicionamento sobre a


preponderância do princípio da fungibilidade em detrimento à formalidade exacerbada:

PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. PREJUÍZO. O princípio da


fungibilidade é alicerçado na premissa de que a forma não deve
prejudicar o direito, em consonância com a efetividade da
prestação jurisdicional e a instrumentalidade processual. Significa

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dizer, em outras palavras, que o princípio da fungibilidade recursal
visa permitir que não haja prejuízo para a parte na interposição de
um recurso. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010536-35.2017.5.03.0012
(AP); Disponibilização: 22/02/2018, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página
3329; Órgão Julgador: Decima Primeira Turma; Redator:
Convocada Ana Maria Espi Cavalcanti)

Somente se pode anular um ato quando manifestamente prejudicial às partes


e ao processo, quando diante de total inviabilidade do seu aproveitamento, conforme
leciona a doutrina sobre o tema, "não há invalidade sem prejuízo":

"A invalidade processual é sanção que somente pode ser aplicada


se houver a conjugação do defeito do ato processual (pouco
importa a gravidade do defeito) com a existência de prejuízo. (...)
Há prejuízo sempre que o defeito impedir que o ato atinja a sua
finalidade. Mas não basta afirmar a violação a uma norma
constitucional para que o prejuízo se presuma. O prejuízo,
decorrente do desrespeito a uma norma, deverá ser demonstrado
caso a caso." (DIDIER JR, Fredie. Curso Processual Civil. Vol. 1.
19ª ed. Editora JusPodivm, 2017. p. 457)

O Novo CPC positivou expressamente o princípio da instrumentalidade das


formas ao dispor:

Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz


considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe
alcançar a finalidade.

Art. 282. (...) § 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida
quando não prejudicar a parte.

Art. 283.O erro de forma do processo acarreta unicamente a

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anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser
praticados os que forem necessários a fim de se observarem as
prescrições legais.

Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados


desde que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.

Trata-se de dar efetividade a atos diversos com a mesma finalidade, o que a


doutrina denomina de PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS:

"O princípio da instrumentalidade das formas, também chamado


epla doutrina de princípio da finalidade, tem por objetivo
conservar os atos processuais praticados de forma diversa da
prescrita na lei, mas que atingiram sua finalidade e produziram os
efeitos processuais previstos na lei. Tal princípio se assenta no fato
de o processo não ser um fim em si mesmo, mas um instrumento de
realização da justiça." (SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito
Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR, 2018. p. 509)

A manutenção de decisão que nega tal princípio configura formalismo


excessivo, afastando-se da FINALIDADE pretendida pela lei, em grave afronta ao
princípio da RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE, conforme destaca a
doutrina:

"Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que se


inter-relacionam, cuidam da necessidade de o administrador
aplicar medidas adequadas aos objetivos a serem alcançados. De
fato, os efeitos e consequências do ato administrativo adotado
devem ser proporcionais ao fim visado pela Administração, sem
trazer prejuízo desnecessário aos direitos dos indivíduos envolvidos
e à coletividade." (SOUSA, Alice Ribeiro de. Processo
Administrativo do concurso público. JHMIZUNO. p. 74)

#6105457 Mon Aug 28 14:19:12 2023


Com efeito, considerando, portanto, o cumprimento aos requisitos formais
do objeto pleiteado, tais como instrumento, tempestividade e pedido, a simples
denominação do recurso não pode servir como sucedâneo para o afastamento da tutela
jurisdicional, sendo devida a revisão da decisão, ora recorrida.

DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA RECURSAL

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da


demonstração inequívoca de que ________ .

Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o


desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em


obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas
dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o
autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o
beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e
Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela ________ , ou seja, tal


circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do processo, conforme
leciona Humberto Theodoro Júnior:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao


interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in

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mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e
a plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito
"invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni
iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).

Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta
irreversível, não conferindo nenhum dano ao Reclamado.

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de


dano irreparável, sendo imprescindível concessão do pedido liminar, conforme precedentes
sobre o tema:

AGRAVO INTERNO - LIMINAR CONCEDIDA EM


MANDADO DE SEGURANÇA - FUMUS BONI IURIS E
PERICULUM IN MORA PRESENTES - MEDIDA DE
CAUTELA - MANUTENÇÃO - Em se tratando de medida de
cautela autorizada em razão da presença dos requisitos de fumus
boni iuris e periculum in mora, não há justo motivo para que seja
revertida antes do julgamento do mérito da discussão. (TJ-MG -
AGT: 10000170240253001 MG, Relator: Wilson Benevides, Data
de Julgamento: 17/09/0017, Câmaras Cíveis / 7ª CÂMARA CÍVEL,
Data de Publicação: 21/09/2017)

APELAÇÃO EM AÇÃO CAUTELAR. EXCLUSÃO DO NOME


DO CONTRIBUINTE DO CADIN. PRESENÇA DO FUMUS
BONI IURIS E DO PERICULUM IN MORA. 1. A concessão de
medida cautelar pressupõe a plausibilidade do direito invocado pelo
autor (fumus boni iuris) e o risco de dano iminente (periculum in
mora), sendo certo que seu objetivo é resguardar uma situação de
fato e assegurar o resultado útil de eventual decisão favorável ao
requerente no processo principal, mantendo com este, relação de
dependência e instrumentalidade. 2. Presente a plausibilidade do

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direito invocado porquanto julgado procedente o pedido formulado
pela autora no feito principal. 3. Presente também o periculum in
mora. 4.Procedente o pedido formulado na inicial. 5. Apelação
improvida. (TRF-3 - APELREEX: 00160556420054036100 SP,
Relator: JUÍZA CONVOCADA GISELLE FRANÇA, Data de
Julgamento: 15/03/2017, TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:24/03/2017)

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de


dano irreparável, sendo imprescindível a ________ , nos termos do Art. 300 do CPC.

1.REQUERIMENTOS

Por estas razões REQUER:

a) O recebimento do presente agravo nos seus efeitos ativo e


suspensivo, para fins de ________ ;

b) A intimação do agravado para se manifestar querendo;

c) A revisão da decisão agravada, para fins de ________ ;

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

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