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AO EXCELENTÍSSIMO SR. DR.

JUIZ DO TRABALHO DA ___ VARA DO


TRABALHO DE UMUARAMA – PR.

PENELOPE CRUZ, brasileira, casada, nascida em 18.09.81, auxiliar de abate,


portadora da CTPS nº 1111.11, Série 00005–PR., portadora da cédula de identidade RG nº
11.002.544-9 SSP/PR, inscrita no CPF sob o nº 123.332.343-87, residente e domiciliada na
Rua dos Pássaros, Zona V na cidade de Alto Piquiri – PR. Neste ato representada por seu
advogado Wellington Kogien da Silva, brasileiro, casado, nascido em 22.08.94, portador da
cédula de identidade RG nº 13.001.215-9 SSP/PR, inscrito no CPF sob nº 081.675.399-70,
com escritório profissional localizado na Avenida Guaira, nº 1002, na cidade de Umuarama –
PR. e-mail: wellingtonkogien@outlook.com.

Vem perante Vossa Excelência apresentar, com fulcro nos artigos 852–A ao 851–I
da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO
RITO SUMARÍSSIMO.

Em face de:

LATICÍNIO SANTA MÔNICA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita


no CNPJ sob nº 01.111.111/0001-00, localizada na Estrada dos Anzóis, lote 2255, zona rural,
na cidade de Alto Piquiri – PR. neste ato representado pelo seu sócio diretor Vitor Ramos
Duarte, pelos fatos e fundamentos expostos:

I – DO CONTRATO DE TRABALHO:

A RECLAMANTE trabalhou para a RECLAMADA na função de auxiliar de


serviços gerais, sendo admitida em 05.12.2016, sendo dispensada sem justa causa em
19.10.2021. A mesma recebeu seu último salário no valor de R$ 1.418,06 (um mil
quatrocentos e dezoito reais e seis centavos). A RECLAMANTE foi originalmente contratada
para laborar das 07:00h (sete horas) às 15:20h (quinze horas e vinte minutos) de segunda-feira
a sábado, com um intervalo de uma hora para descanso e almoço, porem a RECLAMADA
trabalhava todos os dias até às 16:30h (dezesseis horas e trinta minutos), e não recebeu as
horas-extras que lhes eram devidas de outubro a dezembro de 2020 (dois mil e vinte) e nem as
horas-extras de junho até o final de seu contrato de trabalho, ou seja, 19.10.2021. E ainda não
houve a observância por parte da RECLAMADA quanto ao seu Aviso Prévio correspondente
aos seus anos trabalhados.

II – DAS DIFERENÇAS RESCISÓRIAS:

II.1 – DO AVISO PRÉVIO:

A RECLAMANTE foi admitida em 05.12.2016 e foi demitida em justa causa em


19.10.2021, e recebeu, conforme Rescisão de Contrato em anexo, Aviso Prévio corresponde a
30 (trinta) dias.

De acordo em a Lei 12.506/11 a RECLAMADA não teria direito apenas a 30 (trinta)


dias de Aviso Prévio, haja visto a norma legal estabelece que após a completude de 1 (um)
ano de trabalho o trabalhador terá direito a 30 (trinta) dias de Aviso Prévio e que o mesmo
ainda será acrescido de 3 (três) dias a mais por ano de serviços prestados, essa obrigação do
empregador é clara e certa conforme julgado do TST (Tribunal Superior do Trabalho) a
seguir:

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA


RECLAMANTE. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA
VIGÊNCIA DAS LEIS Nºs 13.015/2014 E 13.467/2017. 1.
AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL. DIREITO DO
EMPREGADO. OBRIGAÇÃO UNILATERAL DO
EMPREGADOR. NÃO OBTENÇÃO DE NOVO EMPREGO.
PEDIDODEDISPENSADOCUMPRIMENTO.
CONHECIMENTO E PROVIMENTO. I. O entendimento
desta Corte, consolidado na Súmula nº 276 do TST, é no
sentido de que o empregador somente será dispensado do
pagamento do aviso prévio indenizado quando for comprovado
que o trabalhador, além de ter obtido novo emprego, requereu
a dispensado cumprimento do aviso prévio. II. De outro lado,
também é firme a jurisprudência no sentido de que o aviso-
prévio proporcional regulamentado pela Lei nº 12.506/2011
constitui direito exclusivo do empregado dispensado
imotivadamente a partir de 13/10/2011. III. No caso em tela, é
incontroverso que a Reclamante tem direito a 72 dias de aviso
prévio, dos quais, laborou 30 dias. A Corte de origem manteve
a sentença em que se entendeu ser " incontroverso que a
autora solicitou a liberação do cumprimento do aviso no 30º
dia do seu curso, entendo que renunciou aos salários e
vantagens decorrentes. Rejeito, assim, o pedido declaratório de
reconhecimento da nulidade do aviso prévio, bem como o
pleito sucessivo de pagamento ". IV. Transcendência política
reconhecida. V. Recurso de revista de que se conhece e a que
se dá provimento" (RR-1920-27.2016.5.12.0054, 4ª Turma,
Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT 20/05/2022).

Conforme exposto e segundo a entendimento do Tribunal o empregador só não terá


a obrigação de pagar o Aviso Prévio indenizado ao seu empregado quanto este tiver obtido
outro emprego e ter ele próprio requerido a dispensa para o não cumprimento do Aviso
Prévio, e como fica claro a RECLAMANTE em nenhum momento requereu tal dispensa de
pagamento do seu Aviso Prévio indenizado por parte da RECLAMADA, pelo contrário, a
RECLAMANTE entende, e de forma correta, que a RECLAMADA não o pagou
corretamente conforme Lei citada acima.

Requer que seja acrescido 12 (doze) dias proporcionais aos anos trabalhados pela
RECLAMANTE de acordo com a Lei já mencionada, bem como que seja feita nova anotação
de baixa na Carteira de Trabalho da RECLAMANTE de acordo com esses 12 (doze) dias
acrescidos, ou seja 30.11.2021, e que ainda tais adias acrescidos sejam considerados para
todos os fins com seus reflexos.

II.2 – DO 13º SALÁRIO:


Conforme Rescisão de Contrato em anexo, verifica-se que a RECLAMADA pagou a
RECLAMANTE apenas 10/12 avos de 13º (decimo terceiro) salário proporcional ao ano de
2021 (dois mil e vente e um), e que assim sendo a RECLAMADA não levou em consideração
a projeção devida pelo Aviso Prévio. Porem a RECLAMANTE possui direito a 11/12 avos de
13º (décimo terceiro) salário proporcional.

Uma vez alterado a data do Aviso Prévio da RECLAMANTE, logo a mesma passa a
fazer jus a 11/12 avos a título de 13º (décimo terceiro) salário. De acordo com julgado a
seguir, há de ter-se o reflexo sobre todas as verbas devidas a RECLAMANTE:

"AGRAVO DO AUTOR EM RECURSO DE REVISTA COM


AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI Nº 13.015/2014.
CPC/2015. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40 DO TST.
PEDIDO DE DEMISSÃO. CONTRATO DE TRABALHO
SUPERIOR A UM ANO. AUSÊNCIA DE INTERESSE
RECURSAL. O Ministro Relator, por decisão unipessoal,
conheceu o recurso de revista do autor quanto ao presente
tema e deferiu as verbas rescisórias próprias da dispensa sem
justa causa: aviso-prévio indenizado e sua projeção nas férias
acrescidas de um terço; 13º salário; FGTS e indenização de
40% sobre o FGTS, além dos reflexos legais; e a liberação das
guias para percepção do seguro-desemprego, razão pela qual a
parte carece de interesse recursal. Agravo conhecido e não
provido. AGRAVO DA RÉ EM RECURSO DE REVISTA
COM AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEI Nº 13.015/2014.
CPC/2015. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LICITAÇÃO. DECISÃO
PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO
RE Nº 760.931. TEMA 246 DE REPERCUSSÃO GERAL.
SÚMULA Nº 331 DO TST. DEFINIÇÃO DO ÔNUS DA
PROVA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL
PACIFICADA NO ÂMBITO DESTA CORTE SUPERIOR.
No julgamento do RE nº 760.931, o Supremo Tribunal
Federal firmou no Tema 246, de repercussão geral, que: "O
inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do
contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em
caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da
Lei nº 8.666/93". Em sede de embargos de declaração, ao
rejeitar a solução proposta pelo Relator, deixou claro que não
fixou tese quanto à definição do ônus da prova referente à
efetiva fiscalização do cumprimento das obrigações
decorrentes do contrato de trabalho, por se tratar de matéria
infraconstitucional, na linha de sua pacífica jurisprudência,
de que são exemplos os seguintes precedentes: AI 405738
AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, 1ª T., julg. em 12/11/2002; ARE
701091 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 2ª T., julg. em
11/09/2012; RE 783235 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, 2ª T.,
julg. em 24/06/2014; ARE 830441 AgR, Rel(a) Min. Rosa
Weber, 1ª T., julg. em 02/12/2014; ARE 1224559 ED-AgR,
Relator: Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julg. em
11/11/2019. Nesse contexto, a SDI-1 desta Corte Superior, em
sessão com sua composição completa, realizada no dia
12/12/2019, ao julgar o E-RR-925-07.2016.5.05.0281,
assentou que caberia a esta Justiça Especializada resolver a
aludida questão jurídica e definiu ser do tomador o encargo de
demonstrar que fiscalizou de forma adequada o contrato de
prestação de serviços, por ser obrigação que decorre de forma
ordinária da aplicação sistemática de vários dispositivos da Lei
nº 8.666/93, a exemplo, especialmente, dos artigos 58, III; 67,
caput e seu § 1º; e dos artigos 54, § 1º; 55, XIII; 58, III; 66;
67, § 1º; 77 e 78, é do Poder Público. Precedentes do Supremo
Tribunal Federal. No caso, o Tribunal Regional atribuiu ao
empregado o ônus de comprovar a culpa do ente público, o
que implica afronta ao artigo 373, II, do CPC. Agravo
conhecido e não provido" (Ag-ARR-100018-
68.2016.5.01.0049, 7ª Turma, Relator Ministro Claudio
Mascarenhas Brandao, DEJT 19/11/2021).
Como observado o Aviso Prévio alterado precisar gerar reflexos sobre as demais
verbas devidas, inclusive sobre o 13º (décimo terceiro) salário, bem como serem acrescido de
FGTS e indenização de 40% (quarenta por cento) sobre o valor da multa.

Assim sendo, requer que seja acrescido 1/12 avos ao valor pago referente a 13º
(décimo terceiro) salário da RECLAMANTE, bem como seus reflexos no valor do FGTS e
40% (quarenta por cento) da multa.

II.3 – DA MULTA REFERENTE AO ARTIGO 467 DA CLT:

O termo de Rescisão de Contrato comprova que houve inadimplemento parcial das


verbas rescisórias acima mencionadas, assim conforme artigo 467 da CLT, em caso de
Rescisão de Contrato de Trabalho havendo contraditório a respeito do montante das verbas
rescisórias o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à
Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas sob pena de ter de paga-las acrescida
de 50% (cinquenta por cento). Como observado pelo TST na ementa a seguir, não há a
possibilidade do empregador não ter de cumprir tal dispositivo legal seja lá qual for o seu
argumento:

"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA


INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.
TRANSCENDÊNCIA. RECLAMADA. MULTA DO ART. 467 DA
CLT 1 - Delimitação do acórdão recorrido: "Verifica-se que a
Reclamada, em defesa, afirmou a correta quitação das verbas
trabalhistas devidas ao Autor, conforme discriminado no TRCT
juntado à fl. 11. Contudo, como bem pontuou o juízo de origem, não
foi carreado aos autos o comprovante do pagamento das verbas
rescisórias devidas. Inexistiu, portanto, a instalação de efetiva e real
controvérsia em Juízo quanto ao tema. A Reclamada não ofereceu
resistência apta a gerar a necessária controvérsia exigida pela norma
celetista. Daí, emerge devida a pretensão autoral, pois configurada a
hipótese do art. 467 da CLT." Não há transcendência política, pois
não constatado o desrespeito à jurisprudência sumulada do Tribunal
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. Não há
transcendência social, pois não se trata de postulação, em recurso de
reclamante, de direito social constitucionalmente assegurado. Não há
transcendência jurídica, pois não se discute questão nova em torno de
interpretação da legislação trabalhista. Não se reconhece a
transcendência econômica quando, a despeito do valor da causa e da
condenação, não se constata a relevância do caso concreto, pois a
matéria probatória não pode ser revisada no TST e, sob o enfoque de
direito, não sobressai matéria de direito a ser uniformizada. Não há
outros indicadores de relevância no caso concreto (art. 896-A, § 1º,
parte final, da CLT). 2 - Agravo de instrumento a que se nega
provimento. II - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.
TRANSCENDÊNCIA. UNIÃO. ENTE PÚBLICO.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA 1 - Há transcendência
política quando se constata em exame preliminar o desrespeito da
instância recorrida à jurisprudência sumulada do TST. 2 -
Aconselhável o provimento do agravo de instrumento para melhor
exame do recurso de revista quanto à alegada contrariedade à
Súmula nº 331, V, do TST. 3 - Agravo de instrumento a que se dá
provimento. III - RECURSO DE RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.
TRANSCENDÊNCIA. UNIÃO. ENTE PÚBLICO.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA 1 - Conforme o Pleno do
STF (ADC 16 e Agravo Regimental em Reclamação 16.094) e o Pleno
do TST (item V da Súmula nº 331), relativamente às obrigações
trabalhistas, é vedada a transferência automática, para o ente público
tomador de serviços, da responsabilidade da empresa prestadora de
serviços; a responsabilidade subsidiária não decorre do mero
inadimplemento da empregadora, mas da culpa do ente público no
descumprimento das obrigações previstas na Lei nº 8.666/1993. No
voto do Ministro Relator da ADC nº 16, Cezar Peluso, constou a
ressalva de que a vedação de transferência consequente e automática
de encargos trabalhistas, "não impedirá que a Justiça do Trabalho
recorra a outros princípios constitucionais e, invocando fatos da
causa, reconheça a responsabilidade da Administração, não pela
mera inadimplência, mas por outros fatos". 2 - O Pleno do STF, em
repercussão geral, com efeito vinculante, no RE 760931, Redator
Designado Ministro Luiz Fux, fixou a seguinte tese: "O
inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do
contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter
solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº
8.666/93". Nos debates do julgamento do RE 760931, o Pleno do STF
deixou claro que o art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/1993 veda a
transferência automática, objetiva, sistemática, e não a transferência
fundada na culpa do ente público. 3 - No caso concreto, o TRT
reconheceu a culpa do ente público em razão de ter se beneficiado do
trabalho do reclamante e em face da inadimplência de "várias
obrigações trabalhistas" pela primeira reclamada. Em outra
passagem do acórdão, o Regional consignou que " o descumprimento
de obrigações contratuais reconhecidas pela sentença, por si só, é
suficiente para confirmar a culpa in vigilando e imputar ao tomador
dos serviços a responsabilidade subsidiária". Ademais, não obstante
tenha asseverado que "não se trata de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas, mas de ausência de fiscalização eficaz no
cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de
serviços" , o TRT registrou ainda que "restou constatado o não
cumprimento pela UNIÃO, tomadora dos serviços, da sua obrigação
de fiscalizar a execução do contrato firmado com a prestadora de
serviços, uma vez que esta encontra-se inadimplente com várias
obrigações trabalhistas, conforme restou evidenciado nos autos" . 4 -
Não há registro de tese sobre distribuição do ônus da prova. 5 - Em
tais circunstâncias, a tese adotada no acórdão do Regional baseada
no "mero inadimplemento" encontra-se em desacordo com a
jurisprudência do STF e do TST (Súmula nº 331, V) quanto à exegese
do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/1993. 6 - Recurso de revista a que se
dá provimento" (RRAg-874-74.2020.5.10.0003, 6ª Turma, Relatora
Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT 27/05/2022).

Como podemos observar, a mera impossibilidade do empregador em não conseguir


provar os pagamentos ao empregado da parte incontroversa referente as suas verbas
rescisórias, o obriga a ter de cumprir a norma já citada no diploma legal do artigo 467 da
CLT.

Desta forma requer que a RECLAMADA efetue o pagamento das verbas legais
conforme artigo 467 da CLT.

II.4 – DAS HORAS EXTRAS:

A RECLAMANTE foi contrata para trabalhar para a RECLAMADA em turno fixo


que corresponderia as horário entre as 07:00h às 15:20h de segunda-feira à sábado com
intervalo de 01:00h para refeição e descanso, totalizando assim 44 (quarenta e quatro) horas
semanais. Esclarece a RECLAMANTE que laborava todos os dias até as 16:30h, sendo assim
a mesma laborava em média 01:10h extraordinária todos os dias.

Convém ressaltar que até o mês de setembro de 2020 a RECLAMANTE recebeu


todas as Horas Extras corretamente, porém não recebeu pela jornada extraordinária de outubro
à dezembro de 2020, e no ano de 2021 a mesma não recebeu as Horas Extras de julho até
19/10/2021, o fim do seu contrato de trabalho.

De acordo com a CLT em seu artigo 71 § 4o podemos ver:

Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda


de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo
para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1
(uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em
contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.

§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo


intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a
empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.

Como pode-se observar, o diploma legal deixa muito claro a obrigatoriedade da


RECLAMADA em ter de pagar as Horas Extras devidas à RECLAMANTE.

Assim, requer que a RECLAMADA efetue o pagamento das Horas Extras devidas a
RECLAMANTE conforme tabela demonstrativa.

II.5 – DO IMPOSTO DE RENDA:

Caso a RECLAMANTE tenha de arcar com as despesas referente ao Imposto de


Renda ou INSS, que fique claro que a RECLAMANTE não é causadora, haja visto que se a
mesma tivesse recebido os valores que lhes são devidos normalmente não haveria de arcar
com tal despesa. Conforme Súmula do TST a seguir fica claro a responsabilização do
RECLAMADO em realizar todos os recolhimentos necessários:

Súmula nº 368 do TST


DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. IMPOSTO DE
RENDA. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO
RECOLHIMENTO. FORMA DE CÁLCULO. FATO
GERADOR (aglutinada a parte final da Orientação
Jurisprudencial nº 363 da SBDI-I à redação do item II e
incluídos os itens IV, V e VI em sessão do Tribunal Pleno
realizada em 26.06.2017) - Res. 219/2017, republicada em
razão de erro material – DEJT divulgado em 12, 13 e
14.07.2017
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o
recolhimento das contribuições fiscais. A competência da
Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições
previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em
pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo
homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ
nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998).
II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento
das contribuições previdenciárias e fiscais, resultantes de
crédito do empregado oriundo de condenação judicial. A
culpa do empregador pelo inadimplemento das verbas
remuneratórias, contudo, não exime a responsabilidade do
empregado pelos pagamentos do imposto de renda devido e da
contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte.
(ex-OJ nº 363 da SBDI-1, parte final)
III – Os descontos previdenciários relativos à contribuição do
empregado, no caso de ações trabalhistas, devem ser
calculados mês a mês, de conformidade com o art. 276, § 4º,
do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº
8.212/1991, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198,
observado o limite máximo do salário de contribuição (ex-OJs
nºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em
14.03.1994 e 20.06.2001).
IV - Considera-se fato gerador das contribuições
previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas
reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços
prestados até 4.3.2009, inclusive, o efetivo pagamento das
verbas, configurando-se a mora a partir do dia dois do mês
seguinte ao da liquidação (art. 276, “caput”, do Decreto nº
3.048/1999). Eficácia não retroativa da alteração legislativa
promovida pela Medida Provisória nº 449/2008,
posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, que deu
nova redação ao art. 43 da Lei nº 8.212/91.
V - Para o labor realizado a partir de 5.3.2009, considera-se
fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de
créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo a
data da efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições
previdenciárias não recolhidas a partir da prestação dos
serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados os
créditos previdenciários, aplica-se multa a partir do
exaurimento do prazo de citação para pagamento, se
descumprida a obrigação, observado o limite legal de 20%
(art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/96).
VI – O imposto de renda decorrente de crédito do empregado
recebido acumuladamente deve ser calculado sobre o
montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de
tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade
de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores
constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao
mês do recebimento ou crédito, nos termos do art. 12-A da Lei
nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação conferida pela Lei nº
13.149/2015, observado o procedimento previsto nas
Instruções Normativas da Receita Federal do Brasil.

Assim, reque que a RECLAMANTE fique isenta de arcar com tais recolhimentos se
incorrerem.
II.6 – DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:

Para calcular-se a correção monetária, que se use o IPCA-E conforme entendimento


do TST por ser um contrato de trabalhos posterior a 26/03/2015 conforme entendimento da
Corte a seguir:

"I - AGRAVO DO EXECUTADO. AGRAVO DE


INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO
DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI
13.467/17. EXECUÇÃO REDIRECIONADA AO DEVEDOR
SUBSIDIÁRIO. CRÉDITOS TRABALHISTAS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. TESE FIRMADA NO JULGAMENTO
CONJUNTO DAS AÇÕES DECLARATÓRIAS DE
CONSTITUCIONALIDADE (ADCS) 58 E 59 E DAS AÇÕES
DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIS) 5867 E
6021. Ante as razões apresentadas pelo agravante, e diante da
jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal,
afasta-se o óbice oposto no despacho agravado. Agravo
conhecido e provido. II - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA DO EXECUTADO. RECURSO DE
REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/17.
EXECUÇÃO REDIRECIONADA AO DEVEDOR
SUBSIDIÁRIO. CRÉDITOS TRABALHISTAS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. FIXAÇÃO NA FASE DE EXECUÇÃO. TESE
FIRMADA NO JULGAMENTO CONJUNTO DAS AÇÕES
DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE (ADCS)
58 E 59 E DAS AÇÕES DIRETAS DE
INCONSTITUCIONALIDADE (ADIS) 5867 E 6021 . O
Tribunal Regional negou provimento ao agravo de petição do
exequente mantendo a correção monetária pela FACDT/TR
até 25/03/2015 e pelo IPCA-E a partir 26/03/2015. Aparente
violação do art. 5º, II, da CF, nos moldes do art. 896 da CLT,
a ensejar o provimento do agravo de instrumento, nos termos
do artigo 3º da Resolução Administrativa nº 928/2003. Agravo
de instrumento conhecido e provido. III - RECURSO DE
REVISTA DO EXECUTADO. RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.467/17.
EXECUÇÃO REDIRECIONADA AO DEVEDOR
SUBSIDIÁRIO. CRÉDITOS TRABALHISTAS. CORREÇÃO
MONETÁRIA. TESE FIRMADA NO JULGAMENTO
CONJUNTO DAS AÇÕES DECLARATÓRIAS DE
CONSTITUCIONALIDADE (ADCS) 58 E 59 E DAS AÇÕES
DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADIS) 5867 E
6021. TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA.
PROVIMENTO PARA ADEQUAR A DECISÃO À
JURISPRUDÊNCIA DO STF. 1. Constato haver
transcendência, tendo em vista a fixação de tese pelo Supremo
Tribunal Federal a respeito da matéria. 2. O Tribunal
Regional do Trabalho proferiu decisão, na fase de execução,
no sentido de manter a correção monetária pela FACDT/TR
até 25/03/2015 e pelo IPCA-E a partir 26/03/2015. 3. Contudo,
em sessão do dia 18/12/2020, o Supremo Tribunal Federal
decidiu, por maioria, pela procedência parcial das ADCs 58 e
59 e ADIs 6021 e 5867, conferindo interpretação conforme à
Constituição aos artigos 879, § 7º, e 899, § 4º, da CLT, na
redação dada pela Lei 13.467 de 2017, no sentido de
considerar que à atualização dos créditos decorrentes de
condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em
contas judiciais na Justiça do Trabalho deverão ser aplicados,
até que sobrevenha solução legislativa, os mesmos índices de
correção monetária e de juros vigentes para as condenações
cíveis em geral, quais sejam, a incidência do IPCA-E na fase
pré-judicial e, a partir da citação, a incidência da taxa SELIC
(art. 406 do Código Civil). 4. Ressalte-se que, nos termos da
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, a
atualização dos créditos trabalhistas pelo IPCA-E, na fase pré-
judicial, não exclui a aplicação dos juros legais previstos no
caput do art. 39 da Lei n. 8.177/1991. 5. Contudo, são
ressalvados, e, portanto, reputados válidos, todos os
pagamentos realizados em que utilizada a TR (IPCA-E ou
qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma
extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os
juros de mora de 1% ao mês, nos termos do julgamento
proferido nas ADCs 58 e 59 e ADIs 6021 e 5867. 6.
Configurada a violação do art. 5º, II, da CF. Recurso de
revista conhecido e parcialmente provido" (RR-20733-
54.2014.5.04.0003, 1ª Turma, Relator Ministro Hugo Carlos
Scheuermann, DEJT 03/06/2022).

Assim sendo, que douto juízo sega o entendimento do TST e use o índice apontado
como base de cálculo.

III – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:

Fundamentando-se no artigo 85 § 1º do Código de Processo Civil e artigo 791 da


CLT:

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria,


serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze
por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Venho requerer honorários advocatícios no valor de 15% (quinze porcento).

IV – DA JUSTIÇA GRATUITA:
A Reclamante não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem
prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de pobreza anexa, com fundamento
no Artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e Art. 98 do Código de Processo Civil, bem
como conforme artigo 790 § 4o da CLT:

Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos


Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de
pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções
que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que


comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das
custas do processo

Desse modo, a Reclamante faz jus à concessão da gratuidade de Justiça.

V – DOS PEDIDOS:

Requer que Vossa Excelência:

a) Requer que seja reconhecido os 12 (doze) dias acrescidos de Aviso Prévio, e que
os mesmos sejam pagos e anotados na CTPS da RECLAMANTE.
b) Requer que seja reconhecido o 1/12 avos, referente ao 13º (décimo terceiro)
salário da RECLAMANTE e que seja acrescido ao valor de FGTS e Multa de
40% (quarenta por cento).
c) Requer que sejam reconhecidas e pagas as Horas Extras devidas à
RECLAMANTE conforme tabela apresentada ao final.
d) Requer que, caso incida valor a ser pago referente a Imposto de Renda ou INSS,
que a RECLAMANTE seja isenta de tal responsabilidade, haja visto que a
mesma não foi a causadora.
e) Reque que a Atualização monetária usada para cálculo seja o IPCA-E.
f) Requer que seja pago honorário advocatícios no valor de 15% (quinze por cento)
da causa.
g) Requer que seja reconhecida a gratuidade da justiça à RECLAMANTE.

VI – DOS REQUERIMENTOS FINAIS:

Diante do exposto requer:

a) Notificação dos Reclamados para que apresentem a contestação no prazo legal

b) Produção de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial a


oitiva de testemunhasse do preposto.
c) Acolhimento de todos os pedidos que contam na inicial com a condenação,
acrescida de juros e correção monetária e o pagamento dos honorários
advocatícios.

V – DO VALOR DA CAUSA:

Dá-se a causa o valor de R$ 4.869,54 (quatro mil oitocentos e sessenta e nove reais
e cinquenta e quatro centavos)

Umuarama –PR. Aos 07 dias do mês de junho de 2022

Wellington Kogien da Silva

OAB 00207023

__________________________________
Início do Contrato 05/12/2016
Término do Contrato 19/10/2021
Último Salário R$ 1.418,06
1:10 HE diária

HE outubro a dezembro 2020 não pagas


HE julho a 19 de outubro de 2021

projeção do aviso 30/11/2021


Dados da Devida Dados da Rescisão Paga
Aviso prévio de 42 dias Aviso prévio de 30 dias
10/12 avos de 13º salário 10/12 avos de 13º
11/12 de férias com 1/3 salário
saldo de salário de 19 dias 11/12 de férias com 1/3
01/12 13º indenizado 20/10/2021 a 06/12/2021 saldo de salário de 31
01/12 avos de férias indenizada 20/10/21 a 06/12/21 dias

Diferença Devida FGTS


R$ R$
Aviso prévio 12 dias 567,22 45,38

R$ R$
01/12 avos de 13º 118,17 9,45
R$
01/12 avos de férias c/ 1/3 157,56
R$
Multa atraso pagamento verbas resc. 1.418,06
Transformar hora de 60 minutos em base 100 na calculadora: 10 (min)/100 então 10/100=0,16
1:10 he dia seg a sábado período dias p/ he $ He dsr/he fgts Multa 40% FGTS
hora extra com 50% out/20 26 R$ 291,60 R$ 56,08 R$ 27,81 R$ 11,13
R$ 9,67 por hora nov/20 24 R$ 269,17 R$ 67,29 R$ 26,92 R$ 10,77
dez/20 26 R$ 291,60 R$ 56,08 R$ 27,81 R$ 11,13
jul/21 27 R$ 302,82 R$ 44,86 R$ 27,81 R$ 11,13
ago/21 26 R$ 291,60 R$ 56,08 R$ 27,81 R$ 11,13
set/21 26 R$ 291,60 R$ 44,86 R$ 26,92 R$ 10,77

out/21 15 R$ 168,23 R$ 44,86 R$ 17,05 R$ 6,82


R$ 1.906,65 R$ 370,11 R$ 182,14 R$ 72,86

Aviso prévio 18 dias R$ 18,15


01/12 avos de 13º R$ 3,78

TOTAIS VERBAS R$ 4.537,78


FGTS R$ 331,76

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