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Qual a consequência do indeferimento do pedido de homologação do plano de

recuperação extrajudicial de empresa? Responda com base na hipótese de pedido


facultativo (art. 162) e na hipótese de pedido obrigatório (art. 163)
O processo de Falência e Recuperação Judicial começa e termina em juízo.
Em contrapartida, o processo de Recuperação Extrajudicial é um procedimento que
começa fora do juízo e pode terminar dentro ou fora do juízo. Ademais, entende-se
que a Recuperação Extrajudicial nada mais é que um acordo celebrado entre o devedor
e seus credores, com o objetivo de negociar as dívidas da empresa com risco de crise
iminente ou atual.

A homologação facultativa, na eventualidade de o devedor lograr êxito na


renegociação com todos os seus credores, não há necessidade de homologação
judicial. Devido a isso, a composição, obviamente, deve vir acompanhada de
documentos que atestem o parcelamento das obrigações, condições de pagamento, etc.
E, todavia, conquanto não haja necessidade, pode o devedor solicitar sua homologação
judicial é a chamada homologação facultativa.

Já a homologação obrigatória, ocorre quando o devedor não consegue a


adesão plena de todos os credores e, desde que alcance, porém, a adesão de mais de
três quintos de todos os créditos abrangidos pelo plano de recuperação, a
homologação pode ser realizada. A lei traz, portanto, a possibilidade de homologar
plano de recuperação extrajudicial em nome, inclusive, de quem não o aceitou
expressamente. Isso se a empresa devedora conseguir a assinatura de credores que
representem mais de 3/5 de todos os créditos de cada espécie (dívidas com garantia
real, com privilégio especial, quirografários etc.).

Diante ao exposto, entende-se que os credores sujeitos à recuperação


extrajudicial terão suspensas as suas ações e execuções desde o ajuizamento do pedido
feito pelo devedor e até a homologação definitiva do plano, quando haverá a novação
das dívidas.

Tal caso é demonstrado no § 3º do art. 164, os credores poderão impugnar o


plano alegando: I – não preenchimento do percentual mínimo de 3/5 de todos os
créditos de cada espécie por ele abrangidos; II – a prática de qualquer dos atos de
falência previsto no inciso III do art. 94 ou dos atos de ineficácia a que alude o art. 130,
bem como o descumprimento de requisito previsto na Lei 11.101/2005; III – o
descumprimento de qualquer exigência legal. O juiz dará vista das Impugnações ao
devedor por 5 dias para que possa se manifestar e, após, decidirá também no prazo de 5
dias (§§ 4º e 5º do art. 164), homologando o plano ou indeferindo o pedido.

Desse modo, indeferido o pedido de homologação, não é consequência


imediata a decretação de falência do devedor. Surgindo duas consequências, interpor
recurso de apelação, sendo ele sempre sem efeito suspensivo, ou apresentar novo
pedido de homologação, desde que o indeferimento tenha decorrido em razão do
descumprimento de formalidades e que as mesmas, então, tenham sido cumpridas. Se
o pedido for indeferido, devolve aos credores o direito de exigir o valor original sem
alterações, deduzindo-se eventuais valores pagos aos credores (art. 164, § 2º).

Uma vez indeferido o pedido de homologação do plano de recuperação


extrajudicial, pode a empresa devedora voltar a realizar novo pedido?
O pedido será indeferido se for demonstrado a prática de simulação de
crédito ou a existência de vício de representação dos credores (art. 164, § 6º). Assim,
não sendo homologado o plano, o devedor poderá, cumpridas as formalidades,
apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação extrajudicial (art.
164, § 8º). Tal recurso é cabível em face da decisão – apelação, sem efeito suspensivo
(art. 164, § 7º), sempre com efeito somente devolutivo.

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