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FACULDADES INTEGRADAS APARÍCIO CARVALHO – FIMCA VILHENA

SOCIEDADE DE PESQUISA EDUCAÇÃO E CULTURA, DR. APARÍCIO CARVALHO DE


MORAES LTDA

LARISSA GABRIELA BODANESE

“CRAM DOWN”

Vilhena – RO, 2022


Termo originalmente norte-americano, incorporado e adaptado ao direito brasileiro, o
“Cram Down” pode possibilitar ao Juiz da recuperação judicial impor aos credores discordantes
a aprovação de um plano apresentado pela recuperanda, e também já aceito pela maioria dos
demais credores. Ao magistrado, é permitido aprovar o plano de recuperação judicial em
contexto de Cram Down, mesmo que não sejam devidamente preenchidos os requisitos do
art.58 da Lei nº11.101 de 09 de Fevereiro de 2005.

“Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial


do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do
art.55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na
forma dos arts.45 ou 56-A desta Lei.”

A deliberação de credores é, em regra máxima, soberana, e os credores analisam o laudo


econômico-financeiro, os demonstrativos acerca da viabilidade da empresa e também exercer
direito de decidir pela conveniência de se submeter ao plano de recuperação ou pela sua
rejeição, sendo essa uma hipótese em que o administrador judicial se submete à votação a
concessão do prazo de 30 dias, para que seja apresentado plano de recuperação. Se este plano
não for aprovado, pode ser decretada falência.

Logo, rejeitado esse plano de recuperação, o juiz decreta a falência da sociedade


empresária devedora. Entretanto, o Cram Down aparece como uma exceção, sem deixar limitar
o magistrado à esse decreto, uma vez que o plano não aprovado pode ser homologado.

Quanto aos requisitos para a aplicação do Cram Down, temos como o primeiro deles o
impedimento da discriminação injusta do pagamento dos credores. O segundo requisito para
aplicação, exige que o plano seja sempre justo e equitativo, agindo na esfera vertical do plano,
fazendo com que a hierarquia sempre prevaleça no pagamento das classes. Por fim, a última
exigência demanda que o plano seja de fato viável para a reorganização da empresa. Fora os
requisitos comentados, é importante que o devedor demonstre que o plano seja economicamente
viável e improvável de vir a ser seguido por falência ou pela necessidade de algum outro
processo de reorganização futuro.

Constam os três principais requisitos na LFRE – Lei de Falências e Recuperações de


Empresas, sendo eles:

a) Voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os


créditos presentes à assembléia, independentemente das classes;
b) Aprovação de duas das classes de credores, ou, caso haja somente duas classes com
credores votantes, a aprovação de pelo menos uma delas;
c) Na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de um terço (1/3) dos
credores.

Em suma, diante das diversas crises enfrentadas pelas empresas, o atual cenário empresarial
busca soluções para seu soerguimento, desde que essas sejam minimamente viáveis. Verificadas
então a sua capacidade de boa reorganização, podem ser requeridas suas recuperações perante o
Poder Judiciário. A ideia do instituto do Cram Down, então, é a de garantir a preservação da
empresa por meio de uma decisão isolada do juiz quando a quantidade necessária de votos da
Assembleia Geral dos Credores não é atingida, mas há apoio substancial dos credores.

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