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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO1

Métodos alternativos de resolução de conflitos trabalhistas (prof.


Luiz Fabre)

I - Meios alternativos de resolução de conflitos

1. É possível dizer que o Termo de Ajuste de Conduta, em sentido


________________ (formal / material), possui a natureza jurídica de título executivo
extrajudicial ou de negócio jurídico administrativo, conforme o enfoque, ao tempo que,
em sentido ___________________________ (formal / material), possui a natureza
jurídica de meio alternativo de solução de controvérsias.

Atenção, senhores, com os membros habermasianos da banca!

As primeiras questões desta leva expõem um raciocínio exigido em provas


discursivas a que o candidato deve desde logo automatizar.

Normalmente, em uma prova discursiva, ao se questionar a natureza jurídica de um


instituto, o candidato apressadamente menciona o caráter que mais imediatamente
lhe vem à cabeça.

Todavia, é possível majorar a nota a partir de uma simples problematização do


problema.

Quando se questiona a natureza jurídica de algum instituto, há que se problematizar


a possibilidade da questão comportar múltiplas respostas, sentidos diversos para
“natureza jurídica”.

E geralmente quando se questiona a natureza jurídica de institutos de algum modo


relacionados a solução de conflitos, é possível cogitar, na resposta, uma natureza
jurídica em sentido formal (ex: natureza de procedimento administrativo, quanto ao
inquérito civil) e outra em sentido material (ex: meio alternativo de solução de
conflitos ou de controvérsias).

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Muito zelo foi dedicado a este trabalho; prestigie os autores. Esta obra é protegida. Sua circulação não
autorizada caracteriza crime de violação de direito autoral, previsto no art. 184 do Código Penal.

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Esse tipo de resposta agradará sobremaneira um membro habermasiano que


porventura compor a banca. Jürgen Habermas é o filósofo da razão comunicativa
e os entusiastas de sua filosofia valorizam soluções alternativas de conflitos
baseadas no consenso. Sem dúvida, tal examinador adorará constatar seu denodo
na resposta.

Ainda que não haja nenhum habermasiano na banca, do mesmo modo, sua
resposta será valorizada, eis que diferenciada.

2. É possível dizer que o inquérito civil, em sentido ________________ (formal /


material), possui a natureza jurídica de procedimento administrativo, ao tempo que,
em sentido ___________________________ (formal / material), possui a natureza
jurídica de meio alternativo de solução de controvérsias.

3. É possível dizer que a convenção e o acordo coletivo de trabalho, em sentido


________________ (formal / material), possuem a natureza jurídica de veículos
introdutores de normas trabalhistas autônomas, ao tempo que, em sentido
___________________________ (formal / material), possuem a natureza jurídica de
meio alternativo de solução de controvérsias.

4. É possível dizer que o termo de conciliação produzido no âmbito de uma


Comissão de Conciliação Prévia ou em outro órgão, em sentido ________________
(formal / material), possui a natureza jurídica de veículo introdutor de normas
autônomas, ao tempo que, em sentido ___________________________ (formal /
material), possui a natureza jurídica de meio alternativo de solução de controvérsias.

5. É possível dizer que o laudo ou sentença arbitral, em sentido


________________ (formal / material), possui a natureza jurídica de veículo
introdutor de normas autônomo em sua pactuação e heterônomo na decisão bem
como de título executivo _____________________ (extrajudicial / judicial), ao tempo
que, em sentido ___________________________ (formal / material), possui a
natureza jurídica de meio alternativo de solução de controvérsias. Esta questão
apresenta uma peculiaridade: por imposição do examinador, o laudo arbitral
recebeu o status de TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL (CPC, art. 515, VII), apesar
de não ser uma decisão prolatada por um órgão do Poder Judiciário. Tal
peculiaridade transformou esse aspecto da sentença arbitral uma pegadinha
muito recorrente em provas objetivas.

6. Até mesmo a greve é passível de ser considerada, em sentido


___________________________ (formal / material), um meio alternativo de solução
de controvérsias.

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7. Já a jurisdição, podemos afirmar, é o meio mais __________________


(heterodoxo / ortodoxo) de resolução de conflitos, caracterizando-se pela atividade
substitutiva do Estado-Juiz na criação de normas heterônomas aplicáveis ao caso.

II - Mediação

8. Em termos retóricos, a mediação distingue-se da conciliação pelo papel mais


passivo do __________________ (conciliador / mediador), que se limitaria a
apresentar as propostas e conclamar as partes a negociarem, ao passo que o
_________________ (conciliador / mediador) teria um papel mais ativo,
apresentando propostas que reputar equânimes. Na prática, não há grande diferença.

9. O Código de Processo Civil distingue o mediador do conciliador. Um dos


critérios de distinção é bastante curioso: o da existência ou não de vínculo anterior
entre as partes. Proceda à correlação entre as colunas:

1 – Mediador A – Atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo


anterior entre as partes, auxiliando os interessados a
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo
que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação,
identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem
benefícios mútuos.

2 – Conciliador B - Atuará preferencialmente nos casos em que não houver


vínculo anterior entre as partes, podendo sugerir soluções para o
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de
constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.

GABARITO: 1 – A; 2 – B. CPC, art. 165, §§2º e 3º.

10. De acordo com o Código de Processo Civil, art. 166, são princípios da
conciliação e da mediação, exceto:

A) Independência.

B) Imparcialidade.

C) Decisão heterônoma.

D) Confidencialidade.

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E) Oralidade.

F) Informalidade.

G) Decisão informada.

GABARITO: C – Ao invés de decisão heterônoma, temos aqui soluções


autônomas, ditadas pelo princípio da autonomia da vontade.

11. Segundo o art. 166 do CPC, a confidencialidade:

A) Não impede a utilização de informações produzidas no curso do procedimento que


forem relevantes para a defesa.

B) Não impede a gravação da sessão.

C) Vincula as partes, mas não o conciliador nem o mediador.

D) Estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo


teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa
deliberação das partes.

GABARITO: D. CPC, art. 166. Quanto à alternativa B, não há disposição


expressa a respeito, havendo controvérsia neste ponto. Quanto à alternativa C,
o §2º do art. 166 estabelece que “em razão do dever de sigilo, inerente às suas
funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes,
não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da
conciliação ou da mediação”.

12. De acordo com o art. 166, §2º, do CPC, o conciliador e o mediador, assim como
os membros de suas equipes, não poderão divulgar
________________________________ ________________ (mas deverão depor
quando arrolados como testemunhas ou na condição de parte / ou) depor acerca de
fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.

13. A mediação extrajudicial, na área trabalhista, está comumente relacionada à


solução negociada de conflitos _________________ (coletivos / individuais). O
princípio trabalhista da irrenunciabilidade costuma cercar de cautelas a
disposição individual de direitos, donde o maior desenvolvimento da mediação
nos conflitos coletivos.

14. Segundo o art. 114, §2º, da Constituição Federal, “recusando-se qualquer das
partes à negociação coletiva ________ (e / ou) à arbitragem, é facultado às mesmas,
de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça

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do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção


ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. Trata-se, pois, de um
requisito ________________ (alternativo / cumulativo), ao lado da arbitragem, para
o ajuizamento do dissídio coletivo. Tal requisito possui natureza jurídica de
pressuposto processual do dissídio coletivo.

15. De acordo com o art. 3º da Lei 7.783/1989 (Lei de Greve), “frustrada a


negociação ____ (e / ou) verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é
facultada a cessação coletiva do trabalho”.

16. Leia as hipóteses e assinale a alternativa correta:

I – No âmbito trabalhista, há a principal fonte formal da mediação na negociação


coletiva é disciplinada pelo Decreto 1.572/1995.

II – Segundo o Decreto 1.572/1995, frustrada a negociação direta, na respectiva data-


base anual, as partes poderão escolher, de comum acordo, mediador para
composição do conflito. Não obstante, a parte que se considerar sem as condições
adequadas para, em situação de equilíbrio, participar de negociação direta, poderá,
desde logo, solicitar ao Ministério do Trabalho a designação de mediador.

III – A mediação, nos termos do Decreto 1.572/1995, será capitaneada por servidor
do Ministério do Trabalho (atualmente, Secretaria das Relações de Trabalho).

IV - O mediador designado terá o prazo máximo de trinta dias para a conclusão do


processo de negociação, salvo acordo expresso com as partes interessadas.

V - Não alcançado o entendimento entre as partes, na negociação direta ou por


intermédio de mediador, lavrar-se-á, de imediato, ata contendo as causas
motivadoras do conflito e as reivindicações de natureza econômica.

A) Apenas I é falsa;

B) Apenas II é falsa;

C) Apenas III é falsa;

D) Apenas IV e V são falsas;

E) Todas são verdadeiras.

GABARITO: C

I) Verdadeira. Eis a ementa do Decreto: “Regulamenta a mediação na


negociação coletiva de natureza trabalhista e dá outras providências”.

II) Verdadeira, conforme art. 2º, caput, e §2º, do Decreto 1.572/1995.

III) Falsa. As partes poderão escolher, consensualmente, um mediador de fora


dos quadros da Secretaria das Relações de Trabalho para a composição do

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conflito. Caso não ocorra consenso, as partes poderão solicitar, ao Ministério


do Trabalho, a designação de mediador. Mesmo que se trate de mediador
designado pela Secretaria das relações de trabalho, esta poderá recair em: a)
mediador previamente cadastrado nos termos do art. 4º desde que as partes
concordem quanto ao pagamento dos honorários por ele proposto por ocasião
da indicação; ou b) servidor do quadro do Ministério do Trabalho, sem ônus
para as partes.

IV) Art. 5º.

V) Art. 6º do Decreto 1.572/1995.

Rito da mediação

A mediação possui formalidade mitigada. Geralmente, o rito é o seguinte:

Parte solicita a mediação, apresentando sua pauta reivindicatória de forma objetiva


e fundamentada → A parte contrária é notificada para se manifestar em prazo
razoável → Não havendo nenhuma manifestação ou recusa peremptória à
proposta, considera-se frustrada a mediação.

Parte solicita a mediação, apresentando sua pauta reivindicatória de forma objetiva


e fundamentada → A parte contrária é notificada para se manifestar em prazo
razoável → Havendo contraproposta, a parte iniciante é notificada para se
manifestar. Não se manifestando ou discordando da contraproposta, considera-se
frustrada a mediação.

Nada impede que mesmo numa situação de frustração da mediação, o mediador


agende reuniões para resolução do impasse.

17. De acordo com o art. 3º, §3º, do CPC, “a conciliação, a mediação e outros
métodos de solução consensual dos conflitos deverão ser estimulados por
_____________________________________________________ (juízes, / juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público), inclusive no
curso do processo judicial".

18. No âmbito do Ministério Público do Trabalho, a mediação e a conciliação


___________ (são / não são) estimuladas. A Resolução 157/2018 do Conselho
Superior do MPT, em consonância com a Resolução 118/2014 do Conselho
Nacional do Ministério Público, instituiu o Núcleo Permanente de Incentivo à
Autocomposição - NUPIA e definiu diretrizes para a implementação da Política
Nacional de Autocomposição no âmbito do Ministério Público do Trabalho.

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19. O Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição – NUPIA atuará


_________________________ (separadamente / em conjunto ou separadamente),
com os demais órgãos de execução do MPT.

20. A Resolução 157/2018 do Conselho Superior do MPT, estabeleceu as


seguintes práticas autocompositivas. Relacione a prática com a sua definição, nos
termos do art. 6º da Resolução:

1 – Negociação A - é o meio alternativo de solução de controvérsias, realizada


por membro do Ministério Público do Trabalho, com a criação
ou proposta de soluções para a composição do conflito.

2 – Mediação B - é a atividade exercida por Membro do Ministério Público do


Trabalho que, sem poder decisório, aceito pelas partes, as
auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções
consensuais para a controvérsia.

3 – Conciliação C - é recomendada para as controvérsias ou conflitos em que


o Ministério Público do Trabalho possa atuar como parte na
defesa de direitos e interesses da sociedade, em razão de sua
condição de representante adequado e legitimado coletivo
universal (art. 129, III, CR/1988).

GABARITO: 1 – C; 2 – B; 3 – A.

21. Segundo o art. 7º da Res. 157/2018 do CSMPT, a mediação e a conciliação


no MPT serão orientadas pelos seguintes princípios, exceto:

A) obrigatoriedade da tentativa;
B) imparcialidade do mediador;
B) isonomia das partes;
C) oralidade;
D) informalidade;
E) autonomia da vontade das partes;
F) busca do consenso;
G) confidencialidade;
H) boa-fé.

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GABARITO: A - Há um incentivo às práticas autocompositivas, mas não uma


imposição obrigatória ao membro de que busque em qualquer inquérito ou em
face de qualquer denúncia a autocomposição.

22. São exceções ao princípio da confidencialidade na mediação e conciliação no


âmbito do MPT, exceto:

A) quando as partes decidirem de forma diversa.

B) quando o fato se relacionar a ofensa a direitos que devam ser defendidos pelo
Ministério Público do Trabalho.

C) quando houver informação relacionada a crime de ação penal de iniciativa pública.

D) quando vier à tona fato que puder se consubstanciar em prova pertinente a


processo judicial em curso.

GABARITO: D. Art. 7º, §1º, da Res. 157/2018 CSMPT.

23. Assinale a alternativa incorreta à luz da Res. 157/2018 do CSMPT:

A) Antes de iniciar o procedimento, o mediador deverá informar às partes acerca das


exceções à confidencialidade no âmbito do Ministério Público do Trabalho.

B) Na hipótese de constatação de ofensa a direitos que devam ser defendidos pelo


Ministério Público do Trabalho, o procedimento será arquivado e encaminhada notícia
de fato a outro membro para a adoção das providências cabíveis.

C) O Membro do Ministério Público do Trabalho que atuar como mediador fica


impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que
atuou, a promover investigação ou adotar qualquer providência judicial em que
estejam envolvidas quaisquer partes que integraram o procedimento de mediação ou
conciliação.

D) Não se dará a mediação no Ministério Público do Trabalho quando houver


investigação por meio de procedimento preparatório ou inquérito civil e propositura de
ação civil pública.

E) É admitida a mediação e conciliação para pôr fim a ações judiciais de repercussão


difusa ou coletiva, inclusive dissídio coletivo, em que o Ministério Público do Trabalho
não seja parte.

F) A existência de anterior procedimento de mediação não induz a prevenção no


âmbito do Ministério Público do Trabalho.

G) As mediações e demais procedimentos autocompositivos envolvendo exercício do


direito de greve, bem como a gestão de crises sociais decorrentes de conflitos atípicos
de trabalho, receberão tratamento prioritário, cujas audiências poderão ocorrer, se
necessário, fora do horário normal de expediente, inclusive em finais de semana, a

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depender da dimensão do conflito e da disponibilidade do Procurador oficiante e das


partes envolvidas.

GABARITO: B – A extinção da mediação, nesse caso, não é automática.


Segundo o art. 8º, §4º. Na hipótese de constatação de ofensa aos direitos de
que trata o inciso II, que não possa ser solucionada no âmbito da própria
mediação ou conciliação, o procedimento será arquivado e encaminhada
notícia de fato para adoção de providências por outro membro do Ministério
Público do Trabalho.

III – Comissões de Conciliação Prévia

24. Visando a desafogar o Judiciário trabalhista, a Lei 9.958/2000 introduziu à CLT


o instituto das Comissões de Conciliação Prévia (CCP), alçando-as a instância
obrigatória prévia ao ajuizamento da ação trabalhista caso regularmente instalada no
âmbito da empresa ou do sindicato da categoria do trabalhador. O STF:

A) Declarou constitucional a obrigatoriedade de submissão prévia de demandas à


CCP.

B) Declarou inconstitucional a norma que criou as CCPs.

C) Deu interpretação conforme a Constituição Federal ao art. 625-D da CLT,


declarando facultativa a utilização de tal instância pelo trabalhador.

GABARITO: C – ADIs 2139, 2160 e 2237.

25. CLT, art. 625-A: As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de


Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e
dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do
trabalho. As Comissões aqui referidas poderão ser constituídas:

A) por empresas;

B) por grupos de empresas;

C) Em nível intersindical;

D) Todas as alternativas anteriores.

GABARITO: D.

26. São diferenças entre as CCPs constituídas em nível de empresa e aquelas


constituídas em nível intersindical, exceto:

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A) As CCPs em nível intersindical são criadas por negociação coletiva, ao passo que
os representantes das CCPs em nível de empresa são eleitos pelos trabalhadores,
sem a participação do sindicato.

B) A quase totalidade do funcionamento e organização das CCPs em nível de


empresa estão previstas na lei, ao passo que a dinâmica das CCPs em nível
intersindical é definido em convenção ou acordo coletivo.

C) A lei prevê estabilidade provisória em favor dos representantes dos empregados


nas CCPs em nível de empresa, não havendo previsão similar quanto aos
representantes dos empregados nas CCPs em nível intersindical.

D) A lei prevê que as CCPs instituídas no âmbito das empresas possuirão no mínimo
dois e no máximo dez membros, inexistindo previsão similar quanto às CCPs em nível
sindical.

GABARITO: A

A) A parte final do enunciado está incorreto, pois há participação sindical no


processo de eleição dos representantes dos empregados nas CCPs em nível de
empresa. É o que determina o art. 625-B, I: “I - a metade de seus membros será
indicada pelo empregador e outra metade eleita pelos empregados, em
escrutínio,secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria profissional”;

B) CLT, art. 625-C;

C) CLT, art. 265-B;

D) CLT, art. 625-B, caput.

27. A respeito da CCP instalada no âmbito da empresa, a ser composta por no


mínimo dois e no máximo dez membros, assinale a alternativa incorreta:

A) A lei previu a garantia no emprego apenas em favor dos membros eleitos pelos
trabalhadores na CCP instalada em nível de empresa, não havendo previsão similar
em favor dos membros designados pelo empregador.

B) a metade de seus membros será indicada pelo empregador e outra metade eleita
pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato de categoria
profissional.

C) Haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares.

D) O mandato dos membros da CCP, tanto titulares quanto suplentes é de dois anos,
permitida a recondução.

GABARITO: D – Art. 625-B da CLT. A alternativa D está duplamente incorreta,


conforme art. 625-B, III: “o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é
de um ano, permitida uma recondução”.

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28. Assinale a alternativa incorreta, no tocante à estabilidade provisória na CCP


em nível de empresa:

A) É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão


de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo
se cometerem falta grave, nos termos da lei.

B) Este tipo de garantia no emprego é chamada de estabilidade objetiva, pois objetiva


proteger prioritariamente não a pessoa do trabalhador estável, mas a instituição CCP,
a exemplo do que ocorre com as estabilidades do dirigente sindical ou do
representante dos trabalhadores na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de
Trabalho (CIPA). Já a garantia no emprego de gestantes e acidentados são
chamadas de estabilidades subjetivas, por terem em vista, prioritariamente, a
proteção do indivíduo.

C) É necessária a instauração de inquérito para a apuração de falta grave para que


ocorra a dispensa válida dos representantes dos trabalhadores na CCP.

D) A tendência jurisprudencial é de atribuir imputação subjetiva às estabilidades


objetivas. Assim, se os fatos não evidenciarem intuito discriminatório (por exemplo,
registro da candidatura na constância do aviso prévio, extinção do vínculo por decurso
do prazo, no caso de contrato de trabalho por tempo determinado, extinção do
estabelecimento), a tendência é de se declarar insubsistente a garantia no emprego.

GABARITO: C – não há previsão de obrigatoriedade de ajuizamento da ação de


inquérito para apuração de falta grave para se despedir o representante dos
trabalhadores na CCP. Tal inquérito é necessário, de acordo com a lei, para a
dispensa do antigo empregado beneficiário de estabilidade decenária, do
dirigente sindical (salvo se este renunciar à estabilidade ao aceitar a
transferência de estabelecimento para localidade diversa do mandato ou em
casos extremos como de extinção do estabelecimento, por exemplo) e para a
dispensa do empregado diretor de cooperativa.

Quanto à alternativa D, ela é um modo interessante de memorizar algumas


distinções entre os regimes estabilitários. Nas estabilidades objetivas, a
tendência é de imputação subjetiva, conforme menciona o enunciado. Já nas
estabilidades subjetivas, a tendência é de imputação objetiva (sendo irrelevante
a intenção discriminatória). Assim, ainda que se trate de contrato de trabalho
por tempo determinado ou de fato gerador da estabilidade ocorrido no curso do
aviso prévio ou que não se dê ciência ao empregador do fato gerador da
estabilidade provisória, será reconhecida a garantia no emprego da gestante ou
do acidentado de forma objetiva.

29. O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na


empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar
como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido
nessa atividade. ( X ) Verdadeiro; ( ) Falso. CLT, art. 625-B, §2º.

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30. Art. 625-D, § 1º, da CLT: A demanda submetida à CCP será formulada
___________________________________________ (exclusivamente por escrito /
por escrito ou reduzida a termo por qualquer dos membros da Comissão), sendo
entregue cópia datada e assinada pelo membro aos interessados.

31. Art. 625-D, § 2º Não prosperando a conciliação, __________________ (poderá


ser / será) fornecida ao empregado e ao empregador declaração da tentativa
conciliatória frustrada com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da
Comissão, que deverá ser juntada à eventual reclamação trabalhista.

32. O art. 625-D, §3º, previu que em caso de _____________________ (motivo /


motivo relevante) que impossibilite a prévia submissão da demanda à CCP quando
houver CCP instalada, tal circunstância será declarada na petição da ação intentada
perante a Justiça do Trabalho. Porém, como o STF considerou tal procedimento
meramente facultativo, o dispositivo em comento se tornou supérfluo.

33. Art. 625-D, § 4º Caso exista, na mesma localidade e para a mesma categoria,
Comissão de empresa e Comissão sindical, o interessado
__________________________________________ (apresentará seu requerimento
à Comissão de empresa / optará por uma delas submeter a sua demanda, sendo
competente aquela que primeiro conhecer do pedido).

34. Art. 625-E, parágrafo único: O termo de conciliação é título executivo


____________________ (extrajudicial / judicial) e terá eficácia liberatória geral,
____________________ _______________________ (exceto quanto às /
independentemente de haver) parcelas expressamente ressalvadas.

35. Art. 625-F. As Comissões de Conciliação Prévia têm prazo de _________ (dez
/ trinta) dias para a realização da sessão de tentativa de conciliação a partir da
provocação do interessado.

36. Art. 625-F, Parágrafo único. Esgotado o prazo sem a realização da sessão,
será fornecida, ___________________ (em até dez dias / no último dia do prazo),
a declaração de tentativa conciliatória frustrada.

37. Art. 625-G. O prazo prescricional será _____________________________


(interrompido com a / suspenso a partir da) provocação da Comissão de Conciliação
Prévia, _______________________________ (recomeçando a fluir, pelo que lhe
resta, / reiniciando sua contagem) a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do
esgotamento do prazo previsto no art. 625-F.

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38. A Lei dos Portos (Lei 8.630/1993, e depois a Lei 12.815/2013) trouxe a figura
da Comissão Paritária, com representantes de trabalhadores e operadores portuários,
encarregada da solução dos litígios decorrentes daquela lei. Segundo a Orientação
Jurisprudencial 391 da SDI1 do TST, a submissão prévia de demanda a comissão
paritária, constituída nos termos do art. 23 da Lei nº 8.630, de 25.02.1993,
_______________ (é / não é) pressuposto de constituição e desenvolvimento válido
e regular do processo, ante a ausência de previsão em lei.

IV - Arbitragem

39. Assinale a alternativa incorreta:

A) Podemos dizer que o laudo ou sentença arbitral é uma fonte do direito do


trabalho autônoma em sua pactuação e heterônoma quanto à decisão.

B) Compete ao Ministério Público do Trabalho atuar como árbitro, se assim for


solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho;

C) É possível dizer que, com o advento do pressuposto processual do comum


acordo, por força da Emenda Constitucional nº 45/2004, o dissídio coletivo de
interesse foi convolado em arbitragem estatal.

D) Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é


facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.

GABARITO: C – A) Correta, por definição; B) LC 75/93, art. 83, XI; C) falso;


arbitragem é algo muito distinto do dissídio coletivo: nela, há liberdade na
escolha de árbitros, flexibilidade no procedimento, possibilidade de escolha de
arbitragem por lei ou por equidade, etc; D) CF, art. 114, §2º.

40. Assinale a alternativa incorreta:

A) Sempre foi polêmica a possibilidade de arbitragem em dissídios trabalhistas


individuais, ainda que a Lei 75/93, art. 83, XI, não restrinja expressamente a atuação
do MPT como árbitros a dissídios coletivos.

B) Argumentava-se que a arbitragem pressupunha plena disponibilidade de


direitos e paridade de forças, algo quase nunca sempre presente nas lides
trabalhistas.

C) Ademais, por onde quer que se encontrasse a arbitragem associada ao direito


do trabalho, era sempre no contexto de relações coletivas de trabalho, como na
Constituição Federal, na Lei dos Portos e na Lei de Participação nos Lucros.

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D) Ainda, sempre foi vedada a estipulação de cláusula arbitral em contratos de


adesão.

E) Por tudo isso, preocupa a previsão do art. 507-A da CLT, introduzido pela Lei
13.467/2017, que possibilitou a estipulação de cláusula compromissória de
arbitragem em contratos individuais de trabalho.

GABARITO: D – Lei 9.307/96, art. 4º, §2º. O que se veda é a arbitragem


compulsória em contratos de consumo (CDC, art. 51, VII).

41. De acordo com a Lei 10.101/2000 (Lei de Participação nos Lucros e


Resultados), leia as assertivas abaixo e assinale a correta sequência de itens
verdadeiros (V) ou falsos (F).

I - Caso a negociação visando à participação nos lucros ou resultados da empresa


resulte em impasse, as partes poderão utilizar-se da arbitragem de ofertas finais.

II - Considera-se arbitragem de ofertas finais aquela em que o árbitro deve restringir-


se a optar pela proposta apresentada, em caráter definitivo, por uma das partes.

III - O mediador ou o árbitro será escolhido de comum acordo entre as partes.

IV – Após a homologação judicial, o laudo arbitral terá força normativa.

A) V–F–F-V

B) F–V–F-V

C) F–F–V-V

D) V–V–V-V

E) V–V–V-F

GABARITO: E – Lei 10.101/2000, art. 4º

42. De acordo com a Lei 12.815/2013 (Lei dos Portos), assinale a alternativa
incorreta:

A) Deve ser constituída, no âmbito do órgão de gestão de mão de obra, comissão


paritária para solucionar determinados litígios decorrentes da aplicação da lei.

B) Em caso de impasse, as partes devem recorrer à arbitragem livre.

C) Firmado o compromisso arbitral, não será admitida a desistência de qualquer


das partes.

D) Os árbitros devem ser escolhidos de comum acordo entre as partes.

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E) A Lei 12.815/2013 menciona que o laudo arbitral proferido para solução da


pendência constitui título executivo extrajudicial.

GABARITO: B – Lei 12.815/2013, art. 37.

43. São requisitos para a pactuação de cláusula compromissória de arbitragem


nos contratos individuais de trabalho:

I – Que a remuneração seja superior a duas vezes o teto de benefícios do Regime


Geral de Previdência Social;

II – Que o trabalhador possua diploma de nível superior;

III – Que a cláusula seja pactuada por iniciativa do empregado ou mediante sua
concordância expressa;

IV – Que haja autorização por norma coletiva.

A) Todas são verdadeiras;

B) Apenas I e III são verdadeiras;

C) Apenas IV é falsa;

D) Apenas II e III são falsas;

E) Apenas I é falsa.

GABARITO: B – CLT, art. 507-A.

44. De acordo com a Lei 9.307/96, as partes interessadas podem submeter a


solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim
entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. Proceda à correlação
adequada:

1. Convenção de arbitragem A) convenção através da qual as partes em um


contrato comprometem-se a submeter à
arbitragem os litígios que possam vir a surgir,
relativamente a tal contrato. Deve ser estipulada
por escrito, podendo estar inserta no próprio
contrato ou em documento apartado que a ele se
refira.

2. Cláusula compromissória B) Convenção através da qual as partes


submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais
pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial (art.

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9º, da Lei n.° 9.307/96). É uma convenção de


arbitragem posterior ao conflito. O conflito surgiu
e as partes decidem resolvê-lo por arbitragem.

3. Compromisso arbitral C) É gênero; as demais, são espécies.

GABARITO: 1 – C; 2 – A; 3 – B.

45. Assinale a alternativa incorreta, à luz da Lei 9.307/96:

A) As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir


litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

B) A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes, que


poderão escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem,
desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.

C) A arbitragem que envolva a administração pública será de direito ou de


equidade e respeitará o princípio da publicidade.

D) Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o


aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente,
com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com
a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.

GABARITO: C – Lei 9.307/96, art. 2º, §3º.

46. Assinale a alternativa incorreta, à luz da Lei 9.307/96:

A) Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.

B) As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos


árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade
especializada.

C) O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a
recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.

D) A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente


a rescisão da sentença arbitral, nos casos previstos na Lei 9.307/96.

GABARITO: D – art. 33.

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47. Conforme art. 189, IV, do CPC, os atos processuais são públicos, todavia
tramitam em segredo de justiça os processos que versem sobre arbitragem, inclusive
sobre cumprimento de carta arbitral, _____________________________________
(independente de haver estipulação de confidencialidade / desde que a
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo).

48. Conforme o art. 237, IV, do CPC, será expedida carta __________________
(arbitral / precatória / rogatória) para que órgão do Poder Judiciário pratique ou
determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de
pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que
importem efetivação de tutela provisória.

49. Segundo o art. 260, §3º, do CPC, a carta arbitral atenderá, no que couber, aos
requisitos previstos para as cartas de ordem, precatória e rogatória e será instruída
_____________________________________________________________ (com a
convenção de arbitragem / com a convenção de arbitragem e com as provas da
nomeação do árbitro e de sua aceitação da função).

50. Assinale a alternativa incorreta:

A) Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar, na própria contestação, a


convenção de arbitragem;

B) A objeção de convenção de arbitragem poderá ser alegada a qualquer tempo


e apreciada de ofício pelo juiz.

C) O juiz não resolverá o mérito quando acolher a alegação de existência de


convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência.

D) A sentença arbitral é título executivo judicial.

GABARITO: B – A) CPC, art. 337, X; B) CPC, art. 337, §§5º e 6º; C) CPC, art.
845, VII; D) CPC, art. 515, VII.

51. O exequente da sentença arbitral poderá optar pelo Juízo do atual domicílio do
executado, juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução, Juízo do
local onde seva ser executada a obrigação de fazer ou não fazer. ( X ) Verdadeiro;
( ) Falso. CPC, art. 516, parágrafo único.

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52. O CPC 2015 expressamente previu a possibilidade de manejo de ação


rescisória para se atacar a sentença arbitral. ( ) Verdadeiro; ( X ) Falso.

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