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Primeira avaliação

Disciplina: Direito Processual Civil I - Teoria Geral


Docente: Prof. Dr. Camilo Zufelato
Discentes: João Guilherme C. B. Trevizan nºusp: 14581627
Luisa Louvain Macedo nºusp: 14656039

1)
a) Vide a relativamente boa relação existente entre Maria das Dores e o pai de
sua filha, João Paulo, o método autocompositivo mais adequado a ser tentado é a
mediação, onde um terceiro imparcial se faz presente com o único intuito de permitir a
comunicação entre as partes, permitindo que estas cheguem a uma solução satisfatória
para todos. A figura do mediador não possui nenhum poder decisório, possuindo apenas a
função de servir de elo entre as partes, demonstrando os pontos convergentes de ambos e
atuando na construção do diálogo para que estas cheguem por si só a um acordo.
b) No âmbito judicial, a resolução 125 de 2010 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), ao tratar sobre o acesso à justiça e cidadania, implanta o tratamento adequado na
resolução de conflitos a fim de facilitar tal acesso. Para além disso, o Código de Processo
Civil de 2015 traz em seu texto, por meio do art. 3, a obrigatoriedade do Estado de buscar
a solução consensual dos conflitos por meio do incentivo a métodos como conciliação,
mediação e arbitragem, inclusive no decorrer do processo.
Já no âmbito extrajudicial, o art. 167 do CPC traz a possibilidade da criação de
câmaras privadas de conciliação e mediação, sendo esta atividade regulada pela lei
nº13.140, ou Lei de Mediação, que também traz em seu art. 9 a possibilidade da mediação
extrajudicial ao dizer que "Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa
capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação,
independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou
associação, ou nele inscrever-se".
c) A mediação não pode ser utilizada em relação a qualquer direito. O art. 3 da
Lei de Mediação estabelece como possíveis objetos de mediação apenas direitos
disponíveis, isto é, aqueles cujo o titular pode exercer e dispor, tal qual direitos
patrimoniais, ou direitos indisponíveis que admitam transação, ou seja, direitos
considerados indisponíveis pela legislação brasileira mas que podem ser transmitidos
mediante acordo mútuo das partes. Um exemplo comum de direitos indisponíveis
transigíveis são aqueles ligados ao direito de família, como direito à guarda, alimentos,
visitação, entre outros.

2)
a) No caso em questão, a melhor opção para as empresas é incluir em seu
contrato uma cláusula arbitral, segundo a qual todo conflito surgido durante a execução
do contrato será remetido para uma câmara arbitral privada. A arbitragem se trata de um
método alternativo de resolução de conflitos onde as partes elegem um ou mais
indivíduos para decidirem uma solução para o caso, sendo, portanto, um método
heterocompositivo, e não autocompositivo como a conciliação ou a mediação. O árbitro
ou a tribuna de árbitros deverá decidir de maneira justa e imparcial mediante as
evidências e argumentos expostos pelas partes, expedindo uma sentença arbitral que se
fará cumprida por via judicial. Tal dispositivo se fundamenta no art. 3 do CPC, que obriga
o Estado a buscar soluções consensuais aos litígios por meio dos métodos adequados de
solução de conflitos, e na lei nº 9.307 de 1996, também conhecida como Lei da
Arbitragem, que estabelece a possibilidade de arbitragem para a resolução de conflitos
relacionados a questões patrimoniais.
b) Existem possibilidades nas quais processos arbitrais podem ser remetidos para
o poder judiciário. Como já foi citado anteriormente, as sentenças arbitrais figuram títulos
executivos judiciais cujo cumprimento se faz por vias judiciais nos termos do art. 515 do
CPC, especialmente em caso de não cumprimento das sentenças arbitrais. Outra situação
em que arbitragens podem ser levadas para o poder judiciário é em caso de
irregularidades no processo arbitral, como parcialidade por parte do árbitro ou nulidade
da convenção arbitral, no qual o juiz de direito possuirá a discricionariedade para decretar
nula a sentença arbitral.
c) Apesar de ser um método heterocompositivo, onde um terceiro decidirá sobre
a resolução do conflito, ainda pode-se dizer que a arbitragem se trata de uma forma não
jurisdicional de resolução de litígios. Isso se deve por conta de seu caráter privado, uma
vez que, com exceção dos casos citados em lei, o processo se dará sem a intervenção de
um juiz do poder judiciário, de sua consensualidade, visto que a arbitragem só pode ser
instaurada mediante a concordância das partes, e as liberdades presentes em seu processo
litigioso, como a possibilidade de escolha dos árbitros ou câmara arbitral, bem como da
legislação a ser aplicada no caso em questão.

3)
a) Em uma conciliação extrajudicial as partes em conflito escolhem um profissional,
o conciliador, para apresentá-las uma solução tomada em conjunto. O papel do conciliador é
sugerir formas de se resolver um conflito, cujos termos são desenvolvidos pelos envolvidos.
A conciliação é um processo rápido que costuma consistir em nada mais que uma reunião
entre as partes e o conciliador.
b) É adequado lançar mão da conciliação em casos em que não há relacionamento
significativo entre as partes e se busca um acordo imediato entre elas, por exemplo,
conciliações envolvendo reparação de danos materiais (como a situação de João e Beth).
Nesses casos, o conciliador atua tornando a justiça mais acessível às partes, sugerindo meios
fiéis de solucionar a controvérsia e conduzindo o processo de forma a obter sua efetiva
concretização. Recorre-se à mediação quando há relacionamento entre os envolvidos, essa
relação é relevante para a condução do processo, como em casos de família. Diferentemente
da conciliação, espera-se que o mediador se reúna múltiplas vezes com ambas as partes em
conjunto e individualmente, tornando esse processo mais extenso. O papel do mediador é
conduzir os envolvidos a uma solução que satisfaça seus interesses, necessidades e valores.
REFERÊNCIAS

DE AZEVÊDO BARBOSA, O. P.; DA SILVA, C. A. Os métodos consensuais de solução


de conflitos no âmbito do novo Código de Processo Civil brasileiro (LEI No 13.105/15).
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, p. 23, [s.d.].

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