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NEGOCIAÇÃO, MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO Segundo o Novo CPC, art. 165 § 3.

Novo CPC, art. 165 § 3.º, a mediação é Adota-se, portanto, esse meio como instrumento
E ARBITRAGEM uma forma de resolução de conflitos em que um de pacificação social, devido a sua constante
terceiro, neutro e imparcial, facilita a mudança de paradigmas.
Formas alternativas e acertadas de resolução comunicação entre partes, através da escuta ativa Assim, a mediação pode ser aplicada em diversos
de conflitos e da comunicação não violenta, que mantém uma tipos de conflitos, como os de família,
relação continuada no tempo, na busca de seus empresarial, saúde, ambiental, urbanos,
A realização do processo acontece por meio de interesses e na identificação de suas questões com vizinhança, consumidor, comunitário e etc.,
duas diferentes formas de composição: a uma composição satisfatória para ambas. sendo ideal nas relações continuada.
autocomposição e a heterocomposição, que se O mediador, numa interpretação ampla, pode ser
divide entre estatal e paraestatal. uma pessoa desconhecida escolhida para esse CONCILIAÇÃO
fim, alguém vinculado às partes, o árbitro ou O termo conciliação origina-se do latim conciliare,
AUTOCOMPOSIÇÃO ainda o juiz da lide, na medida em que esses dois que significa atrair, ajudar, harmonizar. Trata-se de
últimos são obrigados a propor a tentativa de um meio alternativo de pacificação social.
A autocomposição se dá quando as próprias conciliação das partes, vestindo-se de mediadores Segundo o Novo CPC, art. 165 § 2.º, a conciliação
partes interessadas, com ou sem a colaboração para tal, tenta aproximar os litigantes promovendo é uma forma de resolução de conflitos, em que um
de um terceiro, encontram, através de um o diálogo entre eles a fim de que as próprias partes terceiro, neutro e imparcial, facilita a
consenso, uma maneira de resolver o problema. encontrem a solução. comunicação entre pessoas que mantém uma
A autocomposição, ou composição amigável, Para Baptista e Magalhães , a mediação tem relação pontual na busca de seus interesses e na
técnica de negociação em que as partes chegam vantagens, porque ela faculta lidar com tudo aquilo identificação de suas questões, por meio de sua
ao acordo de vontades sem a intervenção de que está subjacente à disputa. orientação pessoal e direta, buscando um acordo
terceiro, sucede-se à margem de qualquer Permite, segundo os autores “que as pessoas satisfatório para ambas.
atividade estatal, funcionando como substitutivo criem um sentido de aceitação, sentindo que a Já na conciliação, há a necessidade de um terceiro
jurisdicional, ou seja, tem por fim prevenir a decisão a que chegaram foi sua própria, e não que trabalhe na escuta do problema vivenciado
instalação de um litígio hetero composto, todavia, imposta de fora para dentro”. entre as partes e as estimule a chegada de um
nada impede que se chegue a ela posteriormente. Tem, portanto, uma tendência de mitigar e eliminar acordo. Nesse meio, o conciliador sugere e
A autocomposição, que tem na transação, na as tensões, criando compreensão e confiança entre propõe soluções para o conflito, cabendo às
submissão e na renúncia, suas formas mais os litigantes, evitando a amargura que se segue a partes aceitarem ou não essa proposta.
comuns, pode ocorrer em dois momentos distintos: uma decisão judicial, para o vencido e muitas Os tipos de conflitos adequados à conciliação são
antes da demanda, evitando sua composição, ou vezes também para o vencedor. Pode prover uma aqueles de natureza temporária e circunstancial.
durante, pondo, dessa forma, termo ao litígio. base para que as partes, no futuro, renegociem as A conciliação pode ser entendida, de forma ampla,
Na lição de Fiúza “a autocomposição é a forma de suas questões e é, na maioria das vezes, menos como uma espécie de mediação, só que em juízo,
solução de disputas, em que as partes, por si custosa. via de regra.
mesmas, põem fim às suas pendências. As A mediação é adequada para a resolução de O terceiro imparcial aproxima as partes e controla
próprias partes, por meio de discussões e debates, conflitos de relações continuadas, isto é, de as negociações, podendo apresentar propostas
buscam seus direitos, chegando a bom termo”. relações que se mantêm mesmo existindo e apontar alternativas, no fim de facilitar e
Cabe salientar que, apesar da ausência de terceiro controvérsias. Geralmente tais disputas envolvem alcançar a autocomposição.
mediador, característica integrante da sentimentos, o que dificulta a comunicação. Na lição de Figueira Júnior, a “conciliação significa
heterocomposição, é bastante comum que surja a O instrumento, contudo, tem os seus efeitos, pois composição amigável sem que se verifique alguma
composição amigável durante a atuação dessa consome muito tempo, não dispõe de um concessão de quaisquer das partes a respeito do
pessoa, pois, ao propor formas de resolução do mecanismo executório quando feita fora dos pretenso direito alegado ou extinção de obrigação”.
conflito, ele abre caminho ao diálogo, antes tribunais, ainda que se possa utilizar um A conciliação em muito se assemelha à mediação
interrompido pelo surgimento da lide entre as instrumento de transação que seja um título e, como bem aponta Sales , a diferença
partes, podendo surgir daí tanto a transação como executivo, e ainda depende, principalmente, da boa fundamental está na forma de condução do diálogo
a submissão ou a renúncia. vontade das partes e nem sempre resulta num entre as partes.
A origem do vocábulo transação encontra-se no acordo e, portanto, na solução da disputa. A conciliação é empregada em conflitos em que
termo latino transactione, ou seja, o ato ou efeito de Falhou tanto o Novo Código Processo Civil quanto as partes não possuem vínculo emocional, afetivo.
transigir. Tratando do assunto, Figueira Jr. define o a Lei de Mediação no trato do tema. Trata-se de litígios esporádicos mais simples.
instituto como “o negócio jurídico bilateral pelo qual Cabe ao mediador, no início da sessão, explicar o Geralmente é utilizada para solucionar conflitos
as partes interessadas, fazendo-se concessões procedimento, bem como os princípios que o patrimoniais, como colisão de veículo, recálculo de
mútuas, previnem ou extinguem obrigações fundamentam, não olvidando que o poder de dívida, relações de consumo, isto é, em conflitos
litigiosas ou duvidosas”. decisão pertence às partes e que ele atua apenas que não sejam de relações contínuas.
Já as duas outras espécies de autocomposição, a para auxiliá-las. Trata-se de um procedimento mais simples do que
submissão e a renúncia, ocorrem, Deve esclarecer, ainda, que apesar das a mediação, apresentando em média quatro
respectivamente, quando uma das partes, abrindo controvérsias, ambas as partes podem ser ETAPAS; sendo a abertura, os esclarecimentos,
mão de suas pretensões, submete-se à vontade da beneficiadas, uma vez que prevalece o acordo por a criação de opções e o acordo.
outra e quando o credor abre mão de seu direito, elas estabelecido e que, por esta razão, deve ser No ordenamento jurídico brasileiro, a conciliação
extinguindo se, pois, a relação jurídica que o fielmente cumprido. pode ser extrajudicial ou judicial.
vinculava ao devedor. Por fim, temos a mediação, que se difere de Árbitros e juízes têm a obrigação de fazer
todos os outros meios, por ser um método onde conciliação. Tendo o processo como fim a
NEGOCIAÇÃO as próprias partes chegam a uma conclusão do pacificação das partes em suas guerras civilizadas,
A negociação é utilizada para divergências que não que seria mais benéfico para ambas. nada mais obvio que os mesmos atuem como
necessitam de uma intervenção e nem participação E, muito embora haja a figura de um terceiro, o conciliadores, propondo o término da lide.
de um terceiro, alheio à situação conflitante. É mediador, este servirá, na verdade, como Na conciliação haverá acordo de vontades, com
adequada para aqueles casos que não envolvam orientador, mas, sem trazer sugestões, atuando na a orientação de um terceiro imparcial, o conciliador,
afetividade entre as partes, e estas, por meio de construção de um diálogo que seja capaz de que incentiva uma resolução construtiva ao caso
um acordo (negócio) resolvem o conflito, que evidenciar os pontos convergentes, fortalecendo a em comento, trazendo sugestões para a solução
geralmente é de ordem material. cultura de que o conflito é natural a vida de do conflito
Ainda assim, é salutar mencionar que para qualquer indivíduo, e a forma de administrá-lo é Consta no § 4.º do art. 21 da Lei de Arbitragem a
utilização desse método pode haver participação que importará, se ele vai se perpetuar ou não como determinação ao árbitro ou tribunal arbitral de, no
dos advogados, que nomeados, exercerão o papel empecilho permanente na vida pessoal. início do procedimento, tentar a conciliação das
de representantes das partes que estão em O Brasil vem fazendo uso desse método, partes, valorizando os meios de composição
conflito, mas, como método autocompositivo não amparado na certeza de que é um método eficiente amigável da lide.
há imposição de soluções por parte de terceiros. no combate do conflito real, ou seja, há Determina, o art. 139, inc. V do CPC que o juiz
responsabilização pela insatisfação pessoal, que dirigirá o processo conforme as disposições deste
MEDIAÇÃO ensejou o aparecimento do conflito, que por sua Código, incumbindo-lhe “promover, a qualquer
LEI Nº 13.140, DE 26 DE JUNHO DE 2015 - vez, diferencia-se do conflito aparente, já que esse tempo, a autocomposição, preferencialmente com
Mediação no âmbito da Administração Pública. é visível a todos e por muitas vezes não auxílio de conciliadores e mediadores judiciais”.
A palavra mediação origina-se do latim mediare, corresponde ao verdadeiro embate entre as partes.
que significa intervir, mediar.
HETEROCOMPOSIÇÃO partes incluem uma cláusula compromissória em
A cláusula compromissória é, por sua vez, o um contrato, elas estão efetivamente concordando
Na heterocomposição existe intervenção pacto inter partes pelo qual se obrigam, de maneira em submeter quaisquer disputas futuras
jurisdicional do Estado, que pode se materializar voluntária e antecipada, a resolver, por meio da relacionadas a esse contrato à arbitragem, e essa
frente a um juiz togado, ou árbitro que, embora arbitragem, divergências decorrentes da relação decisão é vinculativa executável. A cláusula
seja terceiro particular equidistante entre as partes, jurídica estabelecida entre elas, surgidas, compromissória é, portanto, um compromisso
conta com o amparo legal, inclusive na aplicação geralmente, quando da execução ou da firme que pode ser imposto, e não apenas uma
de sanções. interpretação do contrato. promessa que pode ser descartada sem
A heterocomposição, que tanto pode ser estatal consequências significativas)
ou paraestatal, surge quando um terceiro Mediante sua estipulação, as partes
intervém na disputa, por meio do julgamento comprometem-se a acatar o procedimento que for Adotada a possibilidade de execução específica,
togado, da arbitragem, da mediação e da instituído para resolver pendências que serão pelo art. 7.º da Lei de Arbitragem, seu
conciliação, para tentar pôr termo à lide. submetidas ao veredicto de árbitros, escolhidos no descumprimento concede o direito da parte obter a
momento oportuno. instalação do juízo arbitral, pondo fim no principal
ARBITRAGEM obstáculo ao seu desenvolvimento no país. O
Lei de Arbitragem nº 9.307, de 23 de Setembro Constitui-se, assim, numa promessa de contratar mérito da demanda instaurada perante o Poder
de 1996. ou num contrato preliminar dependente do conflito, Judiciário não será o conflito de direito material,
único elemento que o torna exigível o mas sim as questões procedimentais que envolvem
A arbitragem é um dos assuntos mais fascinantes compromisso. a instituição da arbitragem.
do Direito, tanto do ponto de vista material, quanto
do ponto de vista processual. Trata-se de um meio A vontade das partes não é antagônica, uma Nem mesmo o fato do recurso cabível contra a
extrajudicial de resolução de contendas, capaz de desejando algo, e a outra, exatamente o oposto, sentença judicial que instituir o juízo arbitral ser
dirimir conflitos contratuais entre particulares, como na compra e venda, na locação ou no recebido meramente no efeito devolutivo e,
podendo ser determinada antes, pela cláusula depósito, negócios bilaterais. Suas aspirações portanto, dar eficácia imediata ao compromisso
arbitral em um contrato, ou depois do surgimento seguem, na verdade, no mesmo sentido: renunciar arbitral, anula o efeito indesejável de retardar a
da questão controvertida, pelo compromisso à jurisdição ordinária e abraçar a instância arbitral solução de conflitos sujeitos à arbitragem.
arbitral. Tem, por virtude, a informalidade e a para dirimir possíveis controvérsias.
opção das partes envolvidas no conflito poderem Compromisso Arbitral - o compromisso arbitral é
estabelecer as regras e indicar, por sua livre A Lei 9.307/1996 não exige forma solene à a convenção da qual as partes submetem um litígio
vontade, a pessoa que deve decidir a matéria cláusula compromissória, contentando-se que existente à arbitragem. O compromisso arbitral
posta em questão. seja estipulada por escrito. Permite sua inclusão pode decorrer ou não da cláusula compromissória
A sanção da Lei 9.307, de 23.09.1996 inovou a em documento apartado, desde que conste alguma ( cláusula arbitral ).
concepção desse instituto no direito pátrio. Essa referência, no contrato, quanto à sua existência,
norma operou uma verdadeira revolução no sob pena de invalidade. Pode, ainda, ser avançado
ordenamento jurídico interno, colocando o país na mediante troca de correspondência epistolar Resumo: Mediação, Conciliação e Arbitragem
vanguarda das legislações sobre arbitragem. (carta) entre as partes, desde que comprovada a
proposta de uma das partes e a aceitação da outra. Mediação: É um processo em que um mediador
O Projeto de Lei do Senado 406/2013, que deu imparcial auxilia as partes a chegarem a um acordo
origem à Lei 13.129, de 26.05.2015, em A doutrina divide a cláusula compromissória em mutuamente satisfatório. A mediação é
reconhecimento à qualidade dessa norma, foca dois tipos. Denomina-se uma espécie de cheia em regulamentada pela Lei nº 13.140/2015 e pela
alterações pontuais que não afetam a estrutura da oposição à chamada vazia. Ao contrário desta Resolução nº 125/2010 do CNJ
Lei de Arbitragem, consolidando tanto última, a primeira indica, antes mesmo de https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-conciliacao-m
entendimentos doutrinários quanto jurisprudenciais. configurada uma disputa concreta, as regras de um ediacao-e-a-arbitragem/1974812600 . O Novo
Portanto, se apresenta como um procedimento órgão arbitral ou entidade especializada Código de Processo Civil (CPC), Lei nº
mais formal e onde há menor participação das responsável pela condução do juízo arbitral. 13.105/2015, também destaca a mediação como
partes no desenrolar do conflito. Geralmente se um método de solução consensual de conflitos
utiliza em casos que requeiram celeridade e Embora as partes possam redigir a cláusula https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-legislacao-br
conhecimento específicos, sendo na maioria das compromissória de forma genérica, asileira-sobre-mediacao/350858879 .
vezes, o árbitro um especialista da matéria. recomenda-se aproveitar a oportunidade para
estabelecer condições mínimas de Conciliação: Similar à mediação, mas com um
Frise-se que, essa escolha pode ocorrer antes operacionalização da arbitragem. Mesmo que conciliador que pode sugerir soluções para o
mesmo de haver conflito, por cláusula de resulte inequívoca a manifestação de vontade dos conflito. A conciliação é uma forma de
compromisso contratual, já que existe duas contratantes em submeter futuros litígios à autocomposição e é incentivada pelo CPC/2015
espécies de arbitragem: arbitragem, sua instalação pode ser prejudicada ou em seu artigo 3º, inciso III, como uma maneira de
dificultada pela falta de previsão completa do desafogar o Judiciário e democratizar o acesso à
A cláusula compromissória, que é justamente procedimento para sua constituição. justiça
essa que nos referimos, prevista em contrato ou https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-conciliacao-m
convenção, e, o compromisso arbitral, que é a As lacunas não só podem como devem ser ediacao-e-a-arbitragem/1974812600 .
escolha pelo método após a ocorrência do conflito. supridas pela celebração de um compromisso
De toda forma, resulta-se em sentença que figura arbitral. O problema está no fato de que uma das Arbitragem: É um método onde um árbitro ou
como título executivo judicial, cujo cumprimento se partes contratantes pode resistir à instalação do tribunal arbitral decide o conflito, com a decisão
dará por via judicial, nos termos do artigo 515 do juízo arbitral. sendo obrigatória para as partes. A arbitragem é
CPC. regulamentada pela Lei nº 9.307/1996, conhecida
Assim, a via arbitral pode tornar-se ainda mais como Lei de Arbitragem, e é uma forma de
A Lei de Arbitragem definiu, de forma separada, morosa que a via estatal, já que a parte adimplente heterocomposição
cláusula compromissória e compromisso terá que se socorrer ao Poder Judiciário para https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-conciliacao-m
arbitral. instituir a arbitragem. ediacao-e-a-arbitragem/1974812600 .

Ambos constituem espécies distintas do gênero Atualmente, a cláusula compromissória não é mais Esses métodos alternativos de resolução de
convenção de arbitragem. considerada um mero pactum de contrahendo ou conflitos são importantes para a eficiência do
pactum de comprometendo, desprovida de força sistema judiciário, permitindo que as partes
Como bem destaca Carreira Alvim, a convenção de obrigacional e resolúvel, tão somente, em perdas e resolvam as disputas de maneira mais rápida e
arbitragem é uma modalidade especial de acordo. danos. menos formal que o processo judicial
Diferentemente do contrato stricto sensu, no qual a tradicional.
vontade dos contratantes é antagônica e a relação (com o desenvolvimento do direito arbitral e a
jurídica tem o propósito de harmonizar interesses promulgação da Lei de Arbitragem (Lei nº
contrastantes, a vontade dos convenentes 9.307/1996), a cláusula compromissória passou a
cumpre uma função processual e conduz ao ser reconhecida como um acordo com força
caminho do juízo arbitral. obrigacional plena Isso significa que, quando as
NEGOCIAÇÃO, MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E uma oportunidade, o efeito é contrário e as partes Processo destrutivo é caracterizado pelo
ARBITRAGEM saem mais felizes com o resultado. enfraquecimento ou rompimento da relação social
preexistente à disputa em razão da forma pela qual
TEORIA DO CONFLITO O mediador tem um papel importantíssimo, pois é conduzida. A tendência desse tipo de conflito é
ele tem o poder de conduzir o conflito de forma expandir ou tornar-se mais acentuada ao longo do
https://www.youtube.com/watch?v=mAbeslgBMVM negativa ou positiva, a depender de como ele seu desenvolvimento. Dessa forma o conflito
https://www.youtube.com/watch?v=Xe3Erld9yM8 próprio enxergará o conflito e como o conduzirá torna-se "independente de suas causas iniciais",
https://www.youtube.com/watch?v=2HQgdyua1dU perante as partes. assumindo uma feição de competição e cada parte
busca ser o vencedor. Esse processo não permite a
O Conflito e o Processo Judicial Conflitos e Disputas coexistência ou convivência das partes.

Definição de conflito: circunstância em que duas ou Apesar de semelhantes, o conceito de conflito e Já o processo construtivo tende a fortalecer a
mais pessoas divergem em razão de algum disputa não se confunde. Para que exista uma relação social já existente. As suas características
assunto incompatível entre as partes. Normalmente disputa é necessário que tenha existido um conflito são:
a expressão “conflito” é associada a outras prévio, mas para haver um conflito, não I) capacidade de estimular as partes a desenvolver
expressões com conotação negativa, como briga, necessariamente tem que haver uma disputa. soluções criativas que permitam a compatibilização
guerra, etc. dos interesses aparentemente contrapostos;
O conflito irá se instaurar mediante um II) capacidade das partes ou do condutor do
É comum perceber-se, ainda, que ao se deparar desentendimento ou uma incompatibilidade. Já a processo motivarem todos os envolvidos para que
com um conflito as pessoas externalizam através disputa somente se instaura quando uma das prospectivamente resolvamos questões sem
de reações fisiológicas, emocionais e partes instaurar uma lide e procurar a solução por atribuição de culpa;
comportamentais, aquilo que se passa em seu meio de um juiz, que poderá conceder total ou III) desenvolvimento de condições que permitam a
subconsciente, dessa forma, muitas vezes, as parcialmente o pedido, ou, ainda, negá-lo. Assim, a reformulação das questões diante de eventuais
pessoas apresentam ruborização, taquicardia, disputa somente ocorrerá quando uma demanda impasses; e
aumento do tom de voz, etc. for proposta. IV) disposição das partes ou do condutor do
processo a abordar, além das questões
Pessoas envolvidas em conflitos tendem a se Espirais de Conflito juridicamente tutelados, todas e quaisquer
comportar de forma a julgar a outra parte, atribuir Alguns autores consideram que o conflito se insere questões que estejam influenciando a relação das
culpa, responsabilizar, etc. em um contexto de um ciclo vicioso de ação e partes.
reação pelas partes, sendo que a reação,
Apesar do exposto, o conflito não é visto como normalmente, é mais severa que a ação que a Para Zamorra deve-se criar novos modelos para
algo negativo. Pelo contrário, tem-se entendido precedeu, isso poderá culminar em uma disputa. permitir a resolução de conflitos de forma pacífica,
que o conflito possui muitos aspectos positivos e Quando essa cadeia não é controlada corre-se o participativa e manter a relação já existente entre
dele pode resultar entendimento, compreensão, risco, inclusive, de as partes perderem de vista as partes, dessa forma tendendo ao fortalecimento
solução, etc. seus verdadeiros anseios e as causas que do laço entre as partes.
inicialmente eram originárias, tornam-se
Essa passagem de uma forma negativa de se ver o secundárias. Os modelos construtivos conhecidos hoje em dia
conflito para uma forma positiva de avaliá-lo tem são a Mediação e a Conciliação.
representado uma verdadeira reviravolta na teoria Processos Construtivos e Destrutivos
do conflito. A partir do momento que o conflito é O processualista mexicano Zamorra Y Castillo, faz Bibliografia:
visto de forma positiva e comum nas relações uma crítica ao atual sistema processual e
humanas, ele poderá ser utilizado como procedimental, pois além dele ser lento e custoso, BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.
ferramenta para solução de litígios. muitas vezes o processo aborda o fenômeno AZEVEDO, André Gomma de (Org.). Manual de
jurídico tratando somente o que é tutelado Mediação Judicial, 5ª edição. Brasília: Conselho
Entender o conflito de forma negativa desencadeia juridicamente, e excluindo aspectos tão importantes Nacional de Justiça, 2015.
uma reação denominada "retorno de luta ou fuga", ou até mais, do que os fenômenos tutelados.
o que desencadeia todas as reações negativas do Em sua obra, Morton Deutsch, classifica o
conflito, por sua vez, quando o conflito é visto como processo de resolução de disputa como
construtivos e destrutivos.

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