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Aula 1 -01/03/2021
SLIDES DO PROFESSOR:
Os diversos Governos em Portugal, desde os anos 90, em particular desde o início do séc.
XXI*, têm investido na criação de centros de arbitragem institucionalizada (na área do direito do
consumo, do direito administrativo, propriedade industrial e na ação executiva), na instalação
de Julgados de Paz e na implementação de serviços de mediação (laboral, familiar e penal).
Os juristas são treinados para, perante um caso, encontrarem a solução que melhor se adapte
aos conceitos apreendidos num determinado ramo do Direito (ou em vários), de acordo com as
regras próprias da metodologia do Direito.
O que é alternativo é a abordagem ao litígio, a perceção das suas características não jurídicas -
sociais, psicológicas, etc. – sendo estes métodos transversais a todas as áreas do Direito e da
sociedade, tendo aplicação desde o conflito de vizinhança até a um conflito internacional.
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RAL - Apontamentos das aulas
Não só porque o investimento e incentivo público tem sido constante e gradualmente maior,
mas porque se trata de um instrumento de melhoria da qualidade do nosso sistema público de
Justiça.
Noção
Atendendo que não existe uma tipologia conceptual fechada a inserção de um método nos
MRAL faz-se pela negativa (não é judicial)
Paula Costa e Silva, em A Nova Face da Justiça (2009), propôs a sua substituição para meios
extrajudiciais de resolução de controvérsias
Esta distinção não é, porém, suficiente para enquadrar como MRAL a conciliação judicial, tal
como estava prevista no artigo 509.º CPC*.
*Revogado pela Lei n.º 41/2013, de 26 de junho, artigo 4.º - norma revogatória do CPC.
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RAL - Apontamentos das aulas
A definição de RAL deve, assim, ser alargada a todos os meios de resolução de conflitos que
sejam diferentes da decisão por julgamento em tribunal judicial.
- voluntário ou obrigatório;
- adjudicatório ou consensual;
Os MRAL são, em regra, voluntários – depende unicamente da vontade das partes aderir ou
não a um mecanismo alternativo. No entanto, ainda dentro dos MRAL podemos encontrar
meios obrigatórios. Desde logo a arbitragem necessária, imposta por lei.
Em segundo lugar, os Julgados de Paz, se entendermos que a sua jurisdição não está na
disponibilidade do autor.
Se se optar por este entendimento, os Julgados de Paz serão um meio voluntário de resolução
de litígios. Noutros países têm sido experimentados sistemas de mediação obrigatória, não
sendo portanto impossível teoricamente a sua existência.
Os Julgados de Paz serão voluntários ou obrigatórios conforme a posição que se tome sobre a
sua competência.
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RAL - Apontamentos das aulas
Por fim, os MRAL podem ter outras duas perspetivas: - a dos direitos - dos interesses
A perspetiva dos direitos é a tradicional, a dos tribunais judiciais. É a que surge na arbitragem
e em regra na conciliação. Baseia-se na discussão dos argumentos legais de cada parte
(incluindo a prova).
A outra ótica tem como ponto de vista os interesses das partes, desconsiderando o que o
Direito determina sobre o seu caso. Tenta conciliar interesses e não direitos, procurando a
pacificação do conflito em detrimento da solução juridicamente correta. A mediação é um
MRAL baseado nesta perspetiva.
Há, porém, muitos mais, indicados pela doutrina e conhecidos em outras ordens jurídicas.
Por exemplo:
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RAL - Apontamentos das aulas
Implica um painel neutral que ouve as alegações de cada uma das partes e lhes coloca as
questões que julga importantes.
Após as alegações, as partes reúnem-se para tentar chegar a um acordo. Se tal não acontecer,
então o terceiro neutral dá a sua opinião sobre o que será a decisão judicial do caso.
Em função dessa opinião as partes reiniciam a negociação com vista à obtenção de um acordo.
A avaliação neutral prévia foi desenvolvida nos tribunais federais da Califórnia, como forma
pré-judicial de resolução de litígios.
Esse terceiro, que por regra é um advogado, informa-as dos pontos fortes e fracos das suas
posições, iniciando-se de seguida a negociação do caso.
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