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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE EXTREMA

CURSO DE DIREITO

AMANDA DORNELES BARROS – RA: 12912


GLEICIANE ALVES PEREIRA – RA: 1306
IASMIM AOKI FIGUEIREDO – RA: 13056
VALÉRIA REGINA DA SILVA A. – RA: 13089

MÉTODOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

EXTREMA – MG
2022
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE EXTREMA

AMANDA DORNELES BARROS – RA: 12912


GLEICIANE ALVES PEREIRA – RA: 1306
IASMIM AOKI FIGUEIREDO – RA: 13056
VALÉRIA REGINA DA SILVA A. – RA: 13089

MÉTODOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Trabalho apresentado à disciplina de


Métodos Consensuais de Solução de
Conflitos, ministrada pela Profª. Gisela
Ferreira Ximenes, do curso de Direito da
FAEX (Faculdade de Extrema), como
requisito parcial de avaliação para
obtenção de nota.

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................4
MÉTODOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS.................................................................5
NONA GAPRINDASHVILI X NETFLIX...............................................................................................9
CONCLUSÃO...............................................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:..................................................................................................12

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho se institui de temas dispostos pela ministrante da disciplina e tem


como objetivo a análise dos da Solução de Métodos Consensuais de Conflitos.

Para crescimento acadêmico, o estudo da disciplina institui o amadurecimento


intelectual de cunho analítico associativo.
Por iniciativa do grupo, no discorrer do presente, serão dispostos comentários e
citações sucintas com intuito de promover cognição e percepção de aprendizado.

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MÉTODOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Inicialmente, para este projeto é necessário compreender a definição de Métodos


Consensuais de Solução de Conflitos, para que em seguida possamos analisar o caso
específico escolhido para o referente trabalho.
Métodos de solução de conflitos corresponde a formas encontradas para fechar
acordos tanto judicial quanto extrajudicial, de forma que as lides não necessáriamente
precisam ser solucionadas através de processos judiciais com assistência judiciária, é possível
encontrar um denominador comum entre as partes, dentro da legalidade,.
Antes de mais nada, vale evidenciar que é comum haver divergências entre as pessoas
e que os choques são, de certa forma, sadios. Todavia, diante da enorme demanda de processos
no judiciário, tornou-se necessário estumular outras formas de solução desses conflitos,
justamente para evitar que qualquer demanda chegue até a corte.
O Novo Código de Processo Civil motivado pela Resolução n° 125/2010 do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), ao regular os preceitos e contornos de continuação constante do
processo judicial, partilha de métodos de resolução de conflitos alternativos, como forma de
diminuir os conflitos, a fim de alcançar o fim comum entre as partes, ou seja, buscam o
equilíbrio entre as partes.
Nesse contexto, discorremos sobre contornos existentes dos métodos de resolução de
conflitos alternativos, dos quais podemos citar: a autocomposição, a heterocomposição, a
Autodefesa e a autotutela.
Autotutela ou autodefesa é o aspécto mais ancestral de solução de conflitos, o qual
ocorre com a aplicação de forças advindas de uma das partes e a subordinação da outra.
Autocomposição, entretanto, é a maneira de solucionar uma lide em que o indíviduo é
capaz de sacrificar seu interesse, no todo ou em parte, em detrimento do interesse de outra
pessoa, a fim de solucionar um conflito. Trata-se de um acordo direto entre as partes
envolvidas, sem que haja ingerência de terceiros. Esse método pode ser dividido entre
Unilateral e bilateral, este refere-se ao caso em que as partes fazem permissões mútuas,
chamada de transação, enquanto aquele refere-se ao caso em que uma das partes renúncia a
sua pretensão em detrimento da pretensão do outro.
Heterocomposição é um método alternativo de conflito em que existe uma atuação
direta de uma terceira pessoa, a qual atua de forma imparcial e decide o mérido do problema.

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Tanto a autocomposição, quanto a heterocomposição são métodos de resolução de


conflitos aceitos em nosso ordenamento jurídico. Portanto, são medidas aceitas no processo de
diminuição de conflitos, a fim de restabelecer a paz social. Entretanto, é necessário muita
atenção ao tipo de divergência para eleger qual técnica utilizar.
Vale ressaltar que a diferencia um método do outro é a intervenção de terceitos, pois,
enquanto na autocomposição as partes chegam a um acordo sem a intervenção de outra pessoa,
na heterocomposição existe um agente externo imparcial ao conflito, que irá decidir
coercitivamente.
A partis do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos
(NUPEMEC) oriundo da Resolução nº 125/2010/CNJ, foram criados os CEJUSCs (Centros
Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania), podendo também as soluções de conflitos
com suas técnicas, terem abordagem no âmbito extrajudicial. Sempre contando com
profissionais capacitados, licenciados para tal atuação.
Abaixo, de forma suscinta, o quadro destaca as qualidades dos três que se destacam na
autocomposição:

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O tema escolhido no presente é a técnica da Mediação. É uma atividade técnica


jurisdicional de método autocompostivo. Nela, o mediador não decide o conflito e age de
forma a facilitar o diálogo entre as partes. Essa técnica possui várias formas de atuação, pois
existem situações diversas das quais foi-se pensado qual a melhor forma de induzir a
abordagem para que as pessoas consigam dialogar.
As categorias de mediação são:
 Mediação Tradicional (modelo Harvard);
 Mediação Judicial (processo voluntário);
 Mediação Avaliativa: os mediadores podem recomendar e expressar opiniões);
 Mediação Circular Narrativa (onde as narrativas justificam os argumentos);
 Mediação Transformadora (os mediadores capacitam as partes a resolverem
seus problemas);
 Med-Arb (processo que se inicia com a mediação e finda com arbitragem);
 Arb-Med (aqui a decisão é escrita e não comunicada as partes);
 Mediação Warattiana (com Terapia do Amor Mediado); e
 E-Mediação (para casos mais intensos que as partes não conseguem ficar no
mesmo recinto).

A mediação não profere sentença, é estimulada pelos tribunais através dos CEJUSCs, e
sua regulação normativa, além da Resolução n° 125/CNJ, e o Novo Código de Processo Civil -
NCPC (art.s 165 e 175) , é a Lei Federal nº 13.140/2015 que dispõe sobre a mediação e rege
suas normas e princípios.
A mediação, assim como os demais métodos autocompositivos, tem sido muito
utilizada por advogados a fim de fecharem acordos para que seus clientes não se estressem
nem se desgastem em causas que não tem prazo determinado para se findar, podendo nessa
situação, propor acordo e através do diálogo, resolverem suas questões multidimensionais ou
complexas.
Acordos financeiros, entrega de bem, assuntos de dívidas, brigas de vizinhança,
confidencialidade, restauração da relação social com enfoque no futuro e em soluções são
características da mediação. Além do mais, é um processo onde as partes encontram suas

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próprias soluções, de lastro multidisciplinar, que envolve as mais distintas áreas como
administração, comunicação, direito, matemática, psicologia, entre outros, enquanto a
conciliação é unidisciplinar (ou mono) com base no direito.
A seguir, o caso escolhido foi solucionado através desta técnica autocompositiva, mas
fora do solo brasileiro!
De grande repercussão, a séria “O Gambito da Rainha”, além do nome de jogada
distinta, na vida real o xeque-mate se deu por um acordo que, conforme os preceitos da
Mediação, não dispos para divulgação detalhes nem valores, pelo princípio da
confidencialidade.

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NONA GAPRINDASHVILI X NETFLIX

Lançada em 23 de outubro de 2020, a minissérie da Netflix “O Gambito da Rainha”


narra a trajetória de uma órfã russa, Elizabeth Harmon, que se torna campeã mundial de
xadrez.
A série é baseada no romance de 1983 de Walter Tevis, protagonizada pela atriz Anya
Taylor-Joy, e é permeada de situações em que a jogadora ascende num meio extremamente
machista e intimidador. Ganhou o Emmy e o Globo de Ouro de Melhor Série Limitada em
2021.
Em setembro de 2021, Nona Gaprindashvili, georgiana campeã de xadrez na época em
que passa a série, processou a Netflix, requerendo US$ 5 milhões de euros por danos morais,
e a retirada de uma frase da edição final da série.
O fundamento da reclamação foi a ofensa pela adequação dramática ter afirmado que a
protagonista “nunca enfrentou homens”, que a Netflix “mentiu descarada e deliberadamente
sobre o sucesso de Gaprindashvili”, que na época já havia enfrentado dezenas de enxadristas
masculinos, fato que para ela foi uma imposição "extremamente sexista e humilhante" sobre a
sua trajetória, pois foi a primeira mulher a receber o título de Grande Mestre da Federação
Internacional de Xadrez, em 1978, época em que se passa a história. Um processo de
reparação.
Os advogados da Netflix requereram o arquivamento dos autos sob alegação de que o
romance foi baseado em um romance Walter Tevis, onde a história é de uma jovem órfã,
apelando para a Primeira Emenda da Constituição americana, pelo princípio da liberdade de
expressão, citando que não se referia a persona de Gaprindashvili.
Porém a juíza Virginia A. Phillips prolatou que “O fato da série ser uma obra
ficcional não isola a Netflix das responsabilidades da difamação se elementos difamatórios
estiverem presentes nela”, devendo ainda em sua defesa, a Netflix explicar o motivo do erro
factual de Gaprindashvili. Pois a série incluiu nomes de vários jogadores vida real, além do
dela.
Sobre o conceito histórico a defesa de alegou que a série: "Adicionando um insulto à
injúria, a Netflix ainda descreveu Gaprindashvili como russa, mesmo sabendo que ela é
georgiana, e o que os georgianos sofreram sob a dominação russa quando parte da União
Soviética, e têm sido atacados e invadidos pela Rússia, desde então". Virando o xadrez na
época um artifício comunista da luta de classes, como dizia Lenin uma “arma política”.

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No ordenamento jurídico brasileiro, se tratando de responsabilidade civil, aquele que


causa danos a outrem deve repará-lo. Além do uso de imagem, a citação e direta da autora, a
afirmação e composição de gênero concretizam um cenário do inalcançável para as mulheres.
Logo, a responsabilidade é a tomada de medidas que direcionam (e até forçam) alguém
a reparar o outro, assim sendo, reparar os danos causados a terceiros por suas ações ou
omissões.
Buscando resolver a situação da melhor forma, uma medida extrajudicial foi o que
colocou fim na questão. Através da via consensual da mediação foi firmado um acordo entre
as partes a fim de resolver a lide e arquivar o processo. A existência de um Método
Consensual de Soluções de Conflitos foi o responsável por promover a cultura de paz. O
diálogo e a cooperação mudaram o paradigma da situação. A importância da mudança de
perspectiva através de uma comunicação não-violenta, além de satisfazer as necessidades,
desafoga os tribunais.
Os valores não foram divulgados, o que chegou ao conhecimento público foram apenas
as alegações dos advogados de ambas as partes: "As partes estão satisfeitas que o assunto foi
resolvido", disse o advogado Alexander Rufus-Isaacs, que representou Gaprindashvili, e:
"Estamos satisfeitos que o assunto tenha sido resolvido", uma porta-voz da Netflix.

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CONCLUSÃO

Do exposto acima, concluímos que que a mediação é uma das formas de resolução de
conflitos que podem evitar a necessidade de um juiz para promover a paz, resolvendo os
conflitos existentes.
A mediação pode trazer novas maneiras de difundir o diálogo e a segurança social. É
descrita como um método eficaz de consecução da harmonia social por meio da solução
pacífica de controvérsias, em consonância, portanto, com os valores que norteiam a
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Os acordos de consenso resultantes do ajuste da vontade das partes em conflito têm
alto índice de contribuição para a estabilidade social e abrangem múltiplos benefícios, como a
celeridade do procedimento, o desânimo das partes em conflito e o custo financeiro.
Rompendo a cultura do contencioso, as audiências em foco assumem um importante
papel social, possibilitando que as partes que vivenciam divergências de opinião e
sentimentos atuem como “juízes” de suas próprias vidas naquele momento.
No caso apresentando optou-se pela tentativa de resolver a situação por meio de
mediação consensual, a fim de chegar em um acordo satisfatório para ambos, buscando
resolver as divergências de forma extrajudicial, por meio do diálogo, a qual foi realizada com
sucesso, já que, o caso foi arquivado com o acordo das partes, que estavam em processo de
mediação desde março deste ano, satisfazendo a vontade das partes sem a necessidade de
intervenção judicial.
Por fim, concluímos que existência de um método consensual de resolução de
conflitos foi essencial para a evitar que a Netflix desembolsasse US$ 5 milhões, o que
comprova o quanto a mediação pode ser eficaz e trazer resultados satisfatórios.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de


outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.

BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. 2011.

MARTINS, Sergio P., Direito Processual do Trabalho, 32.ed. São Paulo, Atlas, 2011

https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/netflix-deve-responder-por-difamacao-em-o-gambito-da-
rainha/

https://br.ign.com/o-gambito-da-rainha/85669/feature/o-gambito-da-rainha-e-real-beth-harmon-existiu-
de-verdade

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