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LICENCIATURA EM DIREITO
1ᵒ ano
Tema:
A justiça
A segurança jurídica
A liberdade (natural e jurídica)
TEMA:
A justiça
A segurança jurídica
Discentes:
Arsénia Manuel Pedro, código: 704230133
Chaito Alves Cololo Raimundo, código: 704230152
Leonardo Fonseca Lourenço, código: 704230102
Dr. Felizardo
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Princípios Fundamentais da Justiça
Etimologicamente, este é um termo que vem do latim justitia. É o principio básico que
mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal.
A Justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações
sociais, ou por mediação através dos tribunais.
Em Roma, a justiça é representada por uma estátua, com olhos vendados, que significa que
"todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm
iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre todos.
Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim,
justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito) quanto aquele que realiza a
igualdade (justiça em sentido universal).
Justiça também é uma das quatro virtudes cardinais, e, segundo a doutrina da Igreja Católica,
consiste "na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido".
A justiça é baseada em princípios fundamentais que guiam a conduta e as decisões de uma sociedade.
Entre esses princípios estão:
1. Igualdade: A igualdade é um princípio central da justiça. Ela pressupõe que todas as pessoas devem
ser tratadas com equidade, independentemente de suas características pessoais, como raça, gênero,
religião ou origem social. A justiça busca eliminar discriminações e garantir que todos tenham as
mesmas oportunidades e direitos.
3.Devido Processo Legal: O devido processo legal é um princípio que garante que todas as pessoas
tenham o direito a um julgamento justo e transparente. Isso envolve a garantia de que as leis sejam
aplicadas de maneira consistente e que os indivíduos tenham a oportunidade de se defender
adequadamente.
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II. Tipos de Justiça
1.Justiça Distributiva: Refere-se à alocação justa e equitativa de recursos, benefícios e oportunidades
na sociedade. Isso inclui distribuição de renda, acesso à educação, saúde e outros recursos essenciais.
2. Justiça Social: Ampliando o escopo da justiça distributiva, a justiça social lida com questões
estruturais que perpetuam desigualdades, como pobreza, discriminação e exclusão. Ela visa criar
condições equitativas para todos os membros da sociedade.
3. Justiça Criminal: Foca no sistema legal e na punição de crimes. A justiça criminal busca garantir
que os culpados sejam responsabilizados, enquanto protege os direitos dos acusados e evita punições
injustas.
4. Justiça Restaurativa: Este tipo de justiça enfatiza a restauração das relações e a reparação do dano
causado por um crime. O foco não é apenas na punição, mas também na reconciliação entre agressor,
vítima e comunidade.
4. Acesso à Justiça: Nem todas as pessoas têm igual acesso aos recursos judiciais, o que pode levar a
decisões injustas. Garantir que todos tenham acesso à justiça é um desafio contínuo.
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A legitimação da justiça envolve a percepção de que o sistema judiciário é justo, imparcial e respeita
os direitos fundamentais dos indivíduos. Quando a população não confia na justiça, podem surgir
consequências prejudiciais, como desobediência civil, desrespeito às leis e até mesmo ações extremas.
Vários fatores podem contribuir para a falta de legitimidade da justiça, incluindo:
1. Percepção de Discriminação: Quando certos grupos sociais são tratados de forma desigual perante a
lei, seja por motivos étnicos, raciais, de gênero ou econômicos, a confiança no sistema de justiça é
prejudicada.
2. Corrupção: A corrupção dentro do sistema judiciário mina a confiança das pessoas, pois sugere que
as decisões são influenciadas por interesses pessoais ou financeiros, em vez de serem baseadas na lei e
na justiça.
3. Acesso Desigual à Justiça: Quando apenas alguns setores da sociedade têm acesso efetivo à justiça
devido a barreiras financeiras ou geográficas, a percepção de um sistema injusto e elitista pode surgir.
2. Educação Jurídica e Acesso à Informação: Promover a educação jurídica e garantir que as pessoas
compreendam seus direitos e o funcionamento do sistema judicial pode empoderar os cidadãos e
permitir que eles exijam justiça de maneira mais eficaz.
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A legitimação da justiça é um desafio complexo e crucial para as sociedades contemporâneas. A falta
de confiança no sistema judiciário pode ter consequências profundas para a coesão social e a
estabilidade. Propostas tradicionais, como a transparência, a educação jurídica e a diversidade, podem
desempenhar um papel significativo na construção da confiança das pessoas no sistema de justiça. No
entanto, é importante reconhecer que a busca pela legitimação da justiça é um esforço contínuo que
exige a colaboração de todos os setores da sociedade.
A noção de justiça é fundamental para o funcionamento harmonioso das sociedades humanas. Ela
permeia nossa ética, nossos sistemas legais e governamentais, bem como nossas interações cotidianas.
No entanto, o conceito de justiça não é estático; ele evolui ao longo do tempo e varia entre culturas e
indivíduos. Neste conteúdo, vamos explorar as noções dominantes de justiça e como elas têm sido
concebidas ao longo da história.
1. Justiça Retributiva:
A justiça retributiva é uma das noções mais antigas e facilmente reconhecíveis de justiça. Ela se
baseia na ideia de que a punição deve ser proporcional ao crime cometido. Nesse contexto, a ênfase
está na retribuição ao infrator, com o objetivo de restaurar o equilíbrio moral e social rompido pelo
crime. Os sistemas judiciais que adotam essa abordagem buscam impor penas que correspondam ao
dano causado, com foco na vingança e no castigo.
2. Justiça Restaurativa:
A justiça restaurativa é uma abordagem mais recente, que coloca ênfase na reconciliação e na
restauração das relações prejudicadas pelo crime. Em vez de simplesmente punir o infrator, esse
modelo busca envolver todas as partes afetadas, incluindo vítimas, infratores e a comunidade em
geral. O objetivo é permitir que as partes expressem suas emoções, compreendam as consequências
do crime e trabalhem juntas para alcançar a reparação e a cura.
3. Justiça Distributiva:
A justiça distributiva se concentra na alocação equitativa de recursos e oportunidades na sociedade.
Ela aborda questões de desigualdade econômica, social e educacional, buscando garantir que todos os
membros da sociedade tenham acesso a um padrão mínimo de bem-estar. Isso muitas vezes envolve a
criação de políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades e reduzam as disparidades.
4. Justiça Procedimental:
A justiça procedimental se concentra no processo pelo qual as decisões são tomadas, em vez de
apenas nos resultados. Ela preconiza que os procedimentos legais e judiciais devem ser imparciais,
transparentes e garantir a igualdade de tratamento para todos os indivíduos, independentemente de sua
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posição social ou econômica. Esse enfoque busca garantir que as decisões sejam tomadas de acordo
com regras justas e equitativas.
5. Justiça Social:
A justiça social amplia a noção de justiça distributiva, abordando não apenas as desigualdades
econômicas, mas também as desigualdades relacionadas a raça, gênero, orientação sexual e outros
aspectos da identidade. Ela defende a criação de uma sociedade na qual todos os membros tenham
igualdade de direitos, oportunidades e tratamento justo, independentemente de suas características
pessoais.
O sentido da justiça é multifacetado e complexo, variando de acordo com a perspetiva cultural,
histórica e pessoal. As noções dominantes de justiça evoluíram ao longo do tempo, passando de uma
abordagem punitiva para modelos mais abrangentes e inclusivos. Compreender essas diferentes
abordagens nos ajuda a construir sistemas legais, éticos e sociais mais equitativos e sustentáveis.
A Segurança Jurídica
A segurança jurídica é um dos princípios fundamentais que sustentam o Estado de Direito e garantem
a estabilidade, a previsibilidade e a confiança nas relações jurídicas e na aplicação das normas legais.
Trata-se de um conceito essencial para o bom funcionamento de qualquer sociedade, pois promove a
certeza de direitos e deveres, evitando arbitrariedades e promovendo a justiça.
A segurança jurídica favorece, portanto, a tomada de decisões de todos sobre como se portar
e a previsão, com algum grau de certeza, das consequências que ocorrerão no futuro com
relação aos atos que foram praticados no presente.
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2. Publicidade e Acesso à Informação: As leis, regulamentos e decisões judiciais devem ser acessíveis
ao público, permitindo que todos tenham conhecimento sobre suas obrigações e direitos. Isso impede
que a ignorância da lei seja usada como desculpa e fortalece a confiança na justiça.
3. Estabilidade e Previsibilidade: As normas legais devem ser estáveis e coerentes ao longo do tempo,
proporcionando um ambiente previsível para ações individuais e empresariais. Mudanças na
legislação devem ocorrer de maneira gradual e transparente.
4. Isonomia e Imparcialidade: A aplicação das leis deve ser igual para todos, sem discriminação. A
confiança na justiça é mantida quando as decisões são baseadas em critérios objetivos e imparciais.
Garantias para a Segurança Jurídica:
Apesar da importância da segurança jurídica, há situações em que a busca por estabilidade pode entrar
em conflito com a necessidade de adaptar a legislação às mudanças sociais e tecnológicas. Encontrar
um equilíbrio entre a previsibilidade e a flexibilidade é um desafio constante para os legisladores e
juristas.
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A liberdade natural, também conhecida como liberdade inata ou liberdade negativa, é um conceito
que remonta aos filósofos clássicos como John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Ela se baseia na ideia
de que os indivíduos possuem direitos inalienáveis e intrínsecos simplesmente por serem seres
humanos. Esses direitos incluem a liberdade de ação e a capacidade de buscar seus interesses
individuais sem interferência externa excessiva.
A liberdade natural prega a noção de não coerção, onde as pessoas devem ser livres para agir e tomar
decisões sem serem submetidas a coerção ou restrições arbitrárias. Por exemplo, a liberdade de
expressão é um aspecto da liberdade natural, permitindo que as pessoas expressem suas opiniões sem
medo de represálias governamentais ou sociais.
Liberdade Jurídica:
A liberdade jurídica, também conhecida como liberdade positiva, está mais relacionada à participação
plena na sociedade e à igualdade de oportunidades. Ela se concentra em garantir que os indivíduos
tenham a capacidade real de exercer sua liberdade natural, independentemente de suas circunstâncias
econômicas, sociais ou culturais.
A liberdade jurídica implica a criação de leis, regulamentos e instituições que protejam os direitos dos
cidadãos e promovam a igualdade. Isso inclui garantir acesso à educação, saúde, igualdade de gênero,
liberdade de culto e oportunidades econômicas. Ao contrário da liberdade natural, que se concentra
em não interferência, a liberdade jurídica requer intervenção do Estado para criar um ambiente
equitativo.
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Conclusão
Finalizando o trabalho, abordamos sobre a busca pela justiça é um esforço constante em todas as
sociedades. Ela exige a colaboração de governos, instituições, comunidades e indivíduos para criar
sistemas que sejam equitativos, imparciais e responsáveis. À medida que enfrentamos os desafios da
modernidade, é fundamental lembrar que a justiça é uma pedra angular de uma sociedade saudável e
harmoniosa. A segurança jurídica é um pilar central de qualquer Estado de Direito, garantindo que as
leis sejam claras, estáveis, previsíveis e aplicadas de maneira imparcial. Ela é essencial para a
construção de uma sociedade justa e confiável, onde os cidadãos podem agir de acordo com as normas
legais sem temor e incerteza. Ao promover a segurança jurídica, fortalecemos os alicerces do Estado
de Direito e contribuímos para o progresso social e econômico.
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Referência bibliográfica
Ventura, M., Simas, L., Pepe, V. L. E., & Schramm, F. R. (2010). Judicialização da saúde, acesso à
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Piscitelli, A. (2008). Entre as" máfias" e a" ajuda": a construção de conhecimento sobre tráfico de
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