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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS COMO POLÍTICA PÚBLICA DE ACESSO À JUSTIÇA

RESUMO
O presente artigo tem como escopo analisar sobre a garantia do acesso à justiça, a partir da
Constituição Federal de 1988, a qual fomentou ainda mais o desejo dos cidadãos em ver o
Estado resolver os seus conflitos ao invés de buscarem uma resolução pacífica para estes. Essa
busca abrupta pela tutela jurisdicional de seus direitos trouxe consigo a crise que se alocou na
Jurisdição, uma vez que o sistema não estava, como de fato até hoje não está, preparado para
suportar uma enxurrada de demandas que batem diariamente às portas do Poder Judiciário. Em
meio a isso, surge a cada dia novos direitos para serem tutelados, sendo que o sistema não
suporta sequer os tradicionais já existentes, e deve, ou ao menos deveria, dar respostas em um
tempo processual mais célere possível. Portanto, o estudo tem como objetivo apontar as causas
que estão agravando dia após dia à crise na Jurisdição e impedindo-a de prestar aos seus
jurisdicionados uma justiça célere e eficaz, o que se denota a importância de haver uma
implementação de Políticas Públicas que incentivem o fomento e a criação de meios alternativos
para tratamento dos conflitos, em especial a mediação, como forma de restaurar através da
participação dos envolvidos, a construção da paz social e o desafogamento do Judiciário.

Palavras-chave: Mediação de Conflitos. Política Pública. Acesso à Justiça. Lei 13.140/2015.

INTRODUÇÃO

A mediação consiste em um método consensual, em que um terceiro imparcial, o mediador,


facilita a comunicação entre as pessoas envolvidas, os mediandos, considerando os
interesses, os sentimentos e as necessidades apresentadas. É um procedimento pautado por
princípios como a oralidade, a imparcialidade, a autonomia, a voluntariedade, a cooperação,
o protagonismo, a confidencialidade e a informalidade. Pode ocorrer de modo extrajudicial
ou judicial.

A mediação extrajudicial é aquela facilitada por uma pessoa que detém a confiança das
partes, sendo escolhida por estas, e realizada sem a interferência do Estado. Ao passo que a
mediação judicial é aquela realizada nas dependências do Poder Judiciário, conduzida por
mediadores judiciais, previamente cadastrados e habilitados, segundo a regra do respectivo
tribunal.

A princípio, os tribunais começaram a adotar a mediação, visando desafogar o Judiciário do


elevado número de processos e como tentativa de resolver a crise na administração da
justiça. A chamada crise da justiça caracteriza-se pela morosidade processual, acesso seletivo
à justiça e demasiada importância das questões formais. Além disso, a longa tramitação dos
processos, muitas vezes, enseja altos custos financeiros para os demandantes, havendo
recursos judiciais que podem protelar ainda mais o acesso à tutela efetiva.

Vale salientamos que com a mediação tem-se a perspectiva de que os conflitos são inerentes
às relações humanas, podendo, todavia, serem resolvidos de forma colaborativa, se as partes
assumirem a responsabilidade na busca de soluções para os problemas que afetam as suas
vidas. O fortalecimento desse sistema consensual permite o exercício da cidadania e
consolida a democracia, uma vez que as pessoas têm atuação decisiva na resolução de seus
conflitos. Além disso, a mediação visa fomentar a cultura de pacificação social, uma vez que o
método é essencialmente dialogal, fomentando uma postura colaborativa e cooperativa das
partes para que se consiga a efetividade do procedimento.
Sendo assim, objetivando identificar se as previsões legislativas engessam ou não a prática da
mediação, e se cumprem o desiderato de concretização do acesso à justiça, nossa análise
partiu de pesquisas bibliográficas, bem como da análise do Código de Processo Civil (Lei
13.105/2015), da Lei de Mediação (Lei 13.140/2015), e da Resolução nº 125/2010. Além
disso, realizamos dois tipos de pesquisa de campo, uma através de formulário de entrevista e
outra por meio do modelo de entrevista semiestruturada. Então, a metodologia utilizada no
presente trabalho é de revisão bibliográfica, bem como de pesquisa qualitativa e
quantitativa.

METODOLOGIA
O presente trabalho utilizou-se como método de abordagem, o dedutivo e, como técnica de
procedimento, o resumo concentrando-se a consulta em elementos doutrinários.

Para a consecução desse objetivo, far-se á uso do método científico dedutivo, através de
pesquisa bibliográfica. Para o desenvolvimento desta pesquisa, utilizou-se de doutrinadores
renomados, tais como João Pedro Schmidt, Eduardo Appio, Christopher W. Moore, Ildemar
Egger e etc.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

UMA PERSPECTIVA SOBRE O ACESSO À JUSTIÇA

As transformações sociais, tecnológicas e econômicas trouxeram consigo novos tipos de


conflitos e novas formas de pensar sobre o justo e sobre formas de acesso à Justiça.
Conforme Tartuce, “a noção de justiça, ao longo do tempo, incorporou e continua
incorporando diversos sentidos, constituindo, a um só tempo, um conceito plurívoco e
altamente mutável”. Já de acordo com Ihering, as situações peculiares da vida e das
instituições de cada povo são determinantes das reações do sentimento de justiça dos
Estados e das pessoas.2 Assim, de acordo com a época e o contexto social, o conceito sobre o
que é justo e bom assumiu diferentes nuances. Desse modo, adotaremos nesse trabalho uma
concepção valorativa de justiça3 , considerando como justo o resultado que se fundamente
em valores éticos, na igualdade material e na equidade, podendo ser alcançado por meio de
vias extrajudiciais ou judiciais. 1 TARTUCE, Fernanda. Mediação nos Conflitos Civis.

Objetivo
Reconhecer a mediação é prestar assistência na obtenção de acordos, que
poderá construir um modelo de conduta para futuras relações, num ambiente
colaborativo em que as partes possam dialogar produtivamente sobre seus
interesses e necessidades.

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