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Métodos Adequados de

Solução de Conflitos
Aula 3
Aula 3 . POLÍTICA JUDICIÁRIA
NACIONAL DE TRATAMENTO
ADEQUADO DE CONFLITOS
 Situação-problema: O Princípio do Acesso à Justiça, balizado pelo artigo
5, inciso XXXV da Constituição Federal de 1988, garante à todos nós a
possibilidade de ir ao Estado-Juiz com o fito de garantir Direitos.
 Será que os Métodos adequados de solução de conflitos seria uma forma
da sociedade garantir o seu acesso à justiça?
http://genjuridico.com.br/2018/06/15/o-que-quer-dizer-acesso-justica/
Dificuldades de definir acesso à justiça

 De fato, buscar um conceito de “acesso à justiça” envolve uma ampla


investigação que pode ser perseguida por filósofos e teóricos do Direito,
além de outros estudiosos que o adotem como objeto de estudo (tais
como sociólogos, antropólogos e cientistas políticos). Cada qual
conforme seus métodos e objetivos de estudo.
 Um olhar mais atento sobre as diferentes propostas revela, porém, que
essa multiplicidade de definições guarda relação com pelo menos uma
das acepções a seguir:
Acepções sobre acesso à Justiça

 a) “acesso à justiça” como “inafastabilidade da jurisdição”, em que se adota


como premissa a possibilidade dada a qualquer pessoa de ter seu litígio
apreciado pelo Estado. Tal ideia decorre especialmente da ênfase dada à
estatalidade da justiça e da primazia do Poder Judiciário como solucionador
de conflitos. Assim, os estudos dessa natureza se vinculam a identificar os
instrumentos pelos quais a população pode (pelo menos em teoria) acessar o
Poder Judiciário;
 b) “acesso à justiça” como “garantia fundamental de direitos”, que remete à
ideia de que somente é possível garantir a efetivação de um direito se for
garantido o acesso ao Poder Judiciário, que deve se desincumbir
concretamente de sua função constitucional. Essa acepção volta-se ao
resultado da atuação do Poder Judiciário na efetivação de direitos e tem foco
na efetividade dos instrumentos jurídico-processuais voltados a reduzir as
dificuldades no acesso à justiça estatal (custo, demora, formalidade, litigantes
habituais, tutela adequada de direitos, como destacado no já mencionado
relatório de Cappelletti e Garth) e a propor novos instrumentos jurídico-
processuais mais aptos a tal finalidade;
Acepções sobre acesso à Justiça

 c) “acesso à justiça” como “acesso ao direito”, em que se procura deslocar o


eixo de pesquisa da proteção estatal para a participação do próprio
jurisdicionado na solução de seus conflitos. Nesse sentido, compreende o estudo
medidas preventivas de conflitos, baseadas no conhecimento dos direitos pela
população em seu grau mais abrangente (direito de acesso a informações
relevante a suas decisões particulares e de ser informado sobre seus direitos); o
direito de participar das decisões do Estado em relação à implementação de tais
direitos, por via direta ou por representantes (o que pode ter caráter preventivo
ou repressivo, conforme o direito posto em causa) e o reconhecimento do direito
de buscar solução para os conflitos existentes por meios não estatais (por
exemplo, por mediação, arbitragem ou técnicas psicológicas, como a
constelação familiar).
POLÍTICA JUDICIÁRIA NACIONAL DE TRATAMENTO
ADEQUADO DE CONFLITOS

 A Política Judiciária Nacional prevista na Resolução CNJ n. 125/2010


está estruturada na forma de um tripé: no ápice está o CNJ, com
algumas atribuições de caráter geral e nacional; abaixo dele estão
os Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de
Conflitos (NUPEMECs) de cada tribunal, responsáveis pelo
desenvolvimento da Política Pública nos Estados e pela instalação e
fiscalização dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania (CEJUSCs); os CEJUSCs são as “células” de funcionamento
da Política Pública, nas quais atuam os grandes responsáveis pelo seu
sucesso, suas “peças-chave”, que são os conciliadores, mediadores e
demais facilitadores de solução de conflitos, bem como os servidores do
Judiciário, aos quais cabe a triagem dos casos e a prestação de
informação e orientação aos jurisdicionados para garantia do legítimo
direito ao acesso à ordem jurídica justa.
POLÍTICA JUDICIÁRIA NACIONAL DE TRATAMENTO
ADEQUADO DE CONFLITOS

 A Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos tem por


objetivo a utilização dos métodos consensuais de solução de conflitos –
principalmente a conciliação e a mediação – no Poder Judiciário e sob a
fiscalização deste, e, em última análise, a mudança de mentalidade dos
operadores do Direito e da própria comunidade em relação a esses métodos,
com a finalidade de alcançar a pacificação social, escopo magno da jurisdição,
e tornar efetivo o acesso qualificado à justiça (“acesso à ordem jurídica justa”).
Então, sistematicamente, os objetivos da Política Judiciária Nacional são: 1) o
acesso à Justiça como “acesso à ordem jurídica justa”; 2) a mudança de
mentalidade dos operadores do Direito e das próprias partes, com a redução da
resistência de todos em relação aos métodos consensuais de solução de
conflitos; 3) a qualidade do serviço prestado por conciliadores e mediadores,
inclusive da sua capacitação.

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