Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
JaneteProbst Munhoz
1. Arrecadação de ICMS
A participação dos Municípios na arrecadação do ICMS dá-se pela composição da cota-parte deste imposto, ou
seja, vinte e cinco por cento (25%) do ICMS arrecadado pelo Estado, conforme determinação da Constituição Federal:
Artigo 158 (...) IV – vinte e cinco por sento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
O percentual acima descrito, é cumprido em todos os Estados da Federação e também pelo Distrito Federal. Na
Constituição Estadual do Paraná de 1989 encontra-se inserido em seu artigo 132. Estes vinte e cinco por cento (25%)
que formam a cota-parte do ICMS, são compostos conforme determina a Lei Estadual nº 9491/90, em seu artigo 1º e
incisos, e, pela Norma de Procedimento Fiscal Conjunta nº 01/05 da SEFA/CRE/CAEC/DAM1, na forma de Valor
Adicionado,2 no montante de setenta e cinco por cento (75%), mediante informações fornecidas, através da DFC3 à
Secretaria de Estado da Fazenda, da seguinte forma:
Pelo Valor Adicionado, declarado nas DFC pelos contribuintes dos setores da indústria, comércio, prestadores de
serviços de transportes e de comunicações; Produção Agropecuária, conforme dados fornecidos pela Secretaria de
Estado da Agricultura e do Abastecimento, através do Departamento de Economia Rural -DERAL;
a) Habitantes, dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
b) Propriedades Rurais, estes dados são fornecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA;
1
Secretaria de Estado da Fazenda / Coordenação da Receita do Estado / Coordenação de Assuntos Econômicos / Divisão de
Assuntos Municipais, pela Norma de Procedimento Fiscal Conjunta nº 01/05.
2
Segundo o artigo 3º, § 1º da Lei complementar nº 63/90, considera-se valor adicionado para cada município, a diferença
entre os valores das operações de saídas de mercadorias e serviços, abrangidos pelo ICMS, em relação aos de entradas,
consideradas as variações de estoques em cada ano civil. .
3
Declaração Fisco Contábil (DFC) é o demonstrativo anual de informações das operações de entradas e saídas de mercadorias
e serviços abrangidos pelo Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, previsto no artigo 234 do Regulamento do ICMS
aprovado pelo Decreto n. 5141/2001, atendendo ao disposto no artigo 46 da Lei n. ll580/1996, necessário ao cálculo do Índice
de Participação dos Municípios no produto da arrecadação deste imposto.
c) Área, são dados fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná, órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente,
conforme Resolução n. 04/95;
d) Fixo, é um dado fornecido pela Secretaria Estadual da Fazenda, e equivale o mesmo valor a todos os municípios do
Paraná;
e) Fator Ambiental, os dados também são fornecidos pelo Instituto Ambiental do Paraná, conforme artigo 1º, § 1º,
Decreto 2791/96.
2.3 Área.....................................................................2%
Área do município / área total do Estado = índice de área apropriado para formação do índice final;
2.5 Fixo........................................................................2%
O valor fixo / pelo número de municípios no Estado = fator de distribuição igualitária a todos os municípios.
Assim, a ponderação:
(IVA . 0,75) + (IPA .0,08) + (IHAB . 0,06) + (IPROP . 0,02) + (IÁREA . 0,02) + (IAMB . 0,05) + (IFIXO .
0,02), o resultado dessa operação resultará no índice final apropriado para cada município, onde:
IVA - Índice do Valor Adicionado;
IPA - Índice da Produção Agropecuária;
IHAB - Índice de Habitantes da Zona Rural;
IPROP- Índice de Propriedades Rurais;
IÁREA- Índice da Área do Município;
IAMB - Índice de Preservação Ambiental;
IFIXO - Índice Fixo.
Conforme determinação dada pela SEFA/CRE/CAEC/DAM: o índice obtido passará a viger no exercício financeiro
seguinte, e será aplicado sobre o ICMS arrecadado pelo Estado, acrescido de moratórias cobradas. O índice vigente em
um exercício é o resultado de dados econômicos de anos anteriores. Por exemplo: índices com vigência a partir do
exercício de 2.007, são resultados do movimento econômico do ano base 2.005, calculados em 2.006.
A composição do índice pelos critérios do valor adicionado, produção agropecuária, número de habitantes,
propriedades rurais, área do município, valor fixo e fator ambiental é o resultado da média dos índices dos dois últimos
anos, ou seja, índice com vigência a partir do exercício de 2007, aplica-se a média de 2004 e 2005.
4
Declaração Fisco-Contábil (DFC) é o demonstrativo informado anualmente pelos contribuintes onde consta as
informações do exercício fiscal que antecede ao ano da informação, entre as informações contidas, constam as
operações de entradas e saídas de mercadorias e serviços abrangidos pelo Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação – ICMS, previsto no artigo 234 do Regulamento do ICMS aprovado pelo Decreto n° 5.141/2001,
atendendo ao disposto no artigo 46 da Lei 11.580/96, necessário ao cálculo do índice de Participação dos
Municípios no produto da arrecadação deste imposto.
5
CAD-ICMS é o cadastro de contribuinte do Estado, também conhecido como Inscrição Estadual do contribuinte.
A aplicabilidade ocorre nas operações e prestações que constituam fato gerador6 do imposto, mesmo quando o
pagamento for antecipado, diferido, reduzido ou excluído em virtude de isenção7 ou outros benefícios, incentivos ou
favores fiscais, e também nas operações imunes8 do imposto, conforme artigo 155, parágrafo 2°, inciso X, alíneas a e b,
e artigo 150, inciso IV, alínea d, da Constituição Federal, in verbis:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI – Instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
(...)
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II – operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
Parágrafo segundo: O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
X – Não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior,
assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados, petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica;
As operações constantes da Lista de Serviços sujeitos ao imposto municipal, definida em Lei Complementar de
cada município, não são computadas para a determinação do valor adicionado.
Cita-se como atividades econômicas específicas, as empresas de transporte, as de distribuição e as de geração
de energia elétrica, as de comunicação e as de distribuição de água.
Desta forma, nas empresas de transportes o valor adicionado é rateado aos municípios de origem dos fretes,
situados no Estado do Paraná, já as empresas de distribuição de energia elétrica, de comunicação e distribuição de água,
o valor adicionado é distribuído proporcionalmente ao faturamento efetuado para cada município.
Finalmente, nas empresas de geração de energia elétrica, o critério adotado para partilha do valor adicionado é o
volume de água ou área alagada desapropriada por município, salvo as decisões judiciais.
No tocante ao valor adicionado, este será obtido através da diferença entre os valores das operações de saídas de
mercadorias e serviços, abrangidos pelo ICMS, em relação aos de entradas, consideradas as variações de estoques.
6
Segundo MACHADO (2006, p.145-146) “diz o CTN que o fato gerador da obrigação tributária principal é a
situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114). (...) O fato gerador da obrigação
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que
não configure obrigação principal (CTN, art. 115). Nos termos do Código Tributário Nacional esse fato gerador
pode ser definido pela legislação, e não pela lei”.
7
De Acordo com MACHADO (2006, p.243) “a isenção é sempre decorrente de lei. Está incluída na área da
denominada reserva legal, sendo a lei, em sentido estrito, o único instrumento hábil para sua instituição (CTN, art.
97, VI). Ainda quando prevista em contrato, diz o CTN, a isenção é sempre decorrente de lei que especifique as
condições e requisitos exigidos para sua concessão, os tributos a que se aplica e, se no caso, o prazo de sua
duração (art. 176). Pode haver, e na pratica se tem visto contrato no qual um Estado se obriga a conceder
isenção. Pode-se dizer até que ele é estranho ao Direito Tributário. Cria, isto, sim, o dever para o Estado
contratante de outorgar a isenção, pelo meio hábil, isto é por lei”.
8
Para CARRAZZA (2003, p. 634) “a imunidade tributária é um fenômeno de natureza constitucional. As normas
constitucionais que, direta ou indiretamente, tratam do assunto fixam, por assim dizer, a incompetência das
entidades tributantes para onerar, com exações, certas pessoas, seja em função de sua natureza jurídica, seja
porque coligadas a determinados fatos, bens ou situações. (...) As imunidades tributárias beneficiam, sempre,
pessoas”.
9
Coordenação da Receita do Estado / Coordenadoria de Assuntos Econômicos.
10
Secretaria de Estado da Fazenda / Coordenadoria de Assuntos Econômicos – Fundo de Participação dos
Municípios na arrecadação do ICMS.
Este relatório deverá ser elaborado com fulcro nas Notas Fiscais de Produtor, bem como, quando o caso exigir,
mediante comprovante de recolhimento dos impostos.
Os contribuintes inscritos no CAD-ICMS, na aquisição de produtos primários deverão informar no quadro
próprio da DFC, o código do município emitente e os valores das aquisições de produtos agropecuários adquiridos
diretamente dos produtores rurais, especificando por município de origem.
Estas operações serão acompanhadas e informadas por funcionário municipal cadastrado junto à Coordenação
de Assuntos Econômicos da Secretaria de Estado da Fazenda, tendo por objetivo agregar, ao máximo, os valores dos
produtos comercializados em sua circunscrição.
11
Disponível em: <http://www.sefanet.pr.gov.br/sefanetv2/Default.asp?Pagina=http://www.sefanet.
pr.gov.br/homef.asp>. Acesso em 10 set. 2007.
No tocante a publicidade dos recursos referentes ao valor da cota parte relativo ao FPM, IPVA e ICMS, a
Assembléia Legislativa do Paraná decretou e o governador sancionou a Lei n.º 14.358 de 2004, que obriga que conste
nas faturas de energia elétrica e água de todos os paranaenses os valores pertencentes, concernente às supracitadas
receitas, aos municípios, conforme se assevera abaixo:
Art. 1º. Fica o Governo do Estado do Paraná, nos termos da lei, obrigado a dar informações a todas as pessoas residentes
no território paranaense e que recebam nominal e regularmente as faturas de energia elétrica e/ou água, sobre a
arrecadação mensal do ICMS, FPM e IPVA de cada município.
Art. 2º. Em cada fatura, seja de energia elétrica ou de água, deverá constar discriminadamente o valor repassado naquele
mês da cota parte do município relativo ao ICMS, FPM e IPVA.
Art. 3º. Para informar corretamente ao cidadão e cidadã paranaense, residentes nos municípios, o Governo do Estado
designará o departamento competente da Secretaria da Fazenda Estadual, para colher as informações e repassá-las em
tempo hábil à Copel e à Sanepar, para que os dados sejam impressos nas faturas de energia elétrica e de água.
Art. 4º. A Assembléia Legislativa do Paraná, acompanhará a implantação num prazo de 180 (cento e oitenta) dias da
presente lei.
Art. 5º. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Contudo, as aludidas determinações legais não vêm sendo cumpridas, ou seja, as informações sobre as referidas
receitas devidas aos municípios não estão sendo publicadas nas referidas faturas, mesmo com a entra em vigor da
mencionada lei, não atendendo, assim, ao principio da publicidade, recepcionado pela Constituição Federal, no art. 37,
caput, in verbis:
Art. 37. A administração pública direita e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: (...)
Diante do exposto, conclui-se que a aludida lei estadual, mesmo com a entrada em vigor, não alcançou
efetividade social, tendo em vista, por exemplo, a inobservância do art. 5º, pela casa legislativa do Estado do Paraná, vez
que este determinou que o referido poder deveria acompanhar a implantação da citada norma.
4. ICMS ECOLÓGICO:
Instrumento de política pública que trata do repasse de recursos financeiros aos municípios que abrigam em seus
territórios Unidades de Conservação ou áreas protegidas, ou ainda mananciais para abastecimento de municípios
vizinhos. Para os municípios que já tem suas áreas devidamente cadastradas no ICMS Ecológico é possivel saber quanto
que o município recebeu, ou está recebendo mensalmente.
Referencias
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 4ª. Ed., São Paulo: Saraiva, 1999.
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributaria, 5ª Ed., São Paulo, Malheiros, 1980.
BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 3ª. Ed., São Paulo: Lejus, 1998.
BORGES, José Souto Maior. A fixação em Lei complementar das alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços.
In Projeção – Revista Brasileira de Tributação e Economia 10, Ano I, agosto de 1976.
______. Curso de Direito Constitucional Tributário. 12ª Ed., São Paulo: Malheiros, 1999 .
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Comentários à Constituição Brasileira. 2ª. ed., São Paulo: Saraiva, 1977.
FONROUGE, C. M. Giuliani. Conceitos de Direito Tributário. Trad. De Geraldo Ataliba e Marco Aurélio Grecco.
São Paulo: Lael, 1973.
GASPAR, Walter. ISS – Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 1994.
GRECO, Marco Aurélio. Norma Jurídica Tributária. 1ª ed., São Paulo: Saraiva-EDUC, 1974.
HARADA, Kiyoshi. Direito Municipal. São Paulo: Atlas, 2001.
JARACH. Dino. Curso Superior de Derecho Tributário. Buenos Aires, Liceo Profesional Cima, 1969.
LAROUSSE CULTURAL – Grande Enciclopédia. São Paulo: Nova Cultura, 1996.
LAZARIN, Antonio. Direito Tributário. 3ª. ed., São Paulo: Atlas, 1992.
LEITE, Luciano Ferreira. Discricionariedade Administrativa e Controle Judicial. São Paulo: RT, 1981.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 17ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art3
http://www.pmg.pr.gov.br/leis/arquivos/2001/1108_2001.pdf
http://www.camarapitanga.com.br/documentos/cod_tributario2009.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10257.htm
http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=420
http://www.fazenda.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=226