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Colombo ... [et al.]. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2007.
CDU 371
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
As pipas foram trocadas pelo Counter Strike em que garotos de 13 anos progra-
mam jogos. A televisão, em muitos casos, foi substituída pelas lan houses em que
adolescentes passam horas concentrados em frente a uma tela de computador. E
a escola? Como pode conviver com esta nova realidade?
A encruzilhada para os educadores de hoje é como utilizar os novos meios tec-
nológicos de modo a atender às expectativas de mudança. A discussão entre os
profissionais de ensino de que a informática irá robotizar os alunos e a máquina
substituirá os professores está ultrapassada. Deve-se reconhecer que existe um
descompasso entre a velocidade da evolução das diferentes tecnologias e o ritmo
das mudanças na escola.
A preocupação dos educadores concentra-se agora na busca do melhor apro-
veitamento do computador no processo ensino-aprendizagem. Como utilizar o
fácil acesso às informações, a autonomia na busca do conhecimento e a racionali-
zação do tempo em prol da qualidade educacional?
As instituições educacionais devem rever o modelo de ensino a fim de atender
às demandas dos estudantes, sem esquecer que o mercado de trabalho necessita
de indivíduos informados e com facilidade em lidar com a tecnologia, o que tor-
na imprescindível o conhecimento das facilidades na procura constante a infor-
mações de maneira flexível e dinâmica.
Alguns benefícios foram constatados com a aplicação da informática na edu-
cação (Mendes, s.d.):
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Desafios da internet para o professor. www.eca.usp.br/prof/moran/desafio.htm.
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• usar planilha para o professor gerar suas médias do período e elaborar grá-
ficos de rendimentos de sua turma;
• fazer suas provas e exercícios com o processador de texto;
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• preparar uma aula mais completa com recursos multimídia com o gerencia-
dor de apresentação;
• fornecer dicas de como pesquisar na internet para alcançar seu objetivo
mais rápidamente;
• trabalhar toda a potencialidade do correio eletrônico;
• escolher chats e listas de discussão acadêmica que contemplem interesses
profissionais do professor, como o intercâmbio de experiências entre profes-
sores de todas as partes do Brasil e do mundo.
Além de frequentar os cursos, o professor, segundo Stahl (1997, p.292), deve pos-
suir sólida formação inicial como “percepção clara do contexto socioeconômico-
cultural, preocupação com a relação entre teoria e prática, busca constante de au-
toaperfeiçoamento, aceitação e uso de inovações, ênfase no trabalho cooperativo
e multidisciplinar e consciência de ser agente de mudança”.
Quando o professor percebe o leque de recursos que a tecnologia oferece para
facilitar sua vida profissional, tem sede de saber mais e mais. Porém a transferên-
cia do giz ao mouse é complicada para o professor. Nesse momento, a instituição
de ensino deve contar com um profissional que detenha conhecimento pedagógi-
co e tecnológico para orientar e estimular o professor.
Ao lidar com a internet de forma natural, o professor passa a utilizar a poten-
cialidade da rede para orientar os alunos na aquisição de novos conhecimentos.
Ele deve conscientizar os jovens de que não basta surfar.
Para que o computador acompanhe o professor como o livro ou o giz, a dire-
ção da escola tem que estar atenta ao planejamento de um currículo mais flexível,
com a colaboração do corpo docente.
Com mais liberdade nos currículos, os professores naturalmente perceberão a
necessidade de busca de mais informação e cultura. A instituição de ensino que
investe na formação de seu profissional sabe que um bom professor é primordial
para o desempenho da escola.
• Rever o conceito de educação com quem opera, para que alcance clareza so-
bre essas duas questões: Por que educar? Para que educar?
• Rever a missão da escola diante de outras instituições que assumem funções
educacionais.
• Rever o seu currículo, isto é, sua visão do que os alunos devem aprender na
escola.
• Rever o seu método, isto é, sua visão da forma como os alunos aprendem.
• Rever o papel de alunos, professores e corpo diretivo.
• Rever a forma de organizar o tempo e o espaço.
• Rever a relação com o mundo externo e com a tecnologia.
• Chaves ainda afirma que teremos a escola ideal se tivermos propósito claro
(vontade), paixão pela causa (emoção), plano realista (inteligência) e persis-
tência com paciência (postura e atitude).
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Figura 11.1 Alunos do Augusto Laranja programam com a linguagem Logo para movimentar uma
maquete.
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Internet
Considerada como um dos mais importantes e revolucionários progressos da his-
tória da humanidade, a internet é uma nova linguagem de comunicação que pres-
siona a instituição de ensino a rever seu papel na sociedade. Uma das suas prin-
cipais e importantes características é a possibilidade de construção do conheci-
mento de forma não linear, o que aumenta consideravelmente o potencial dessa
tecnologia para uso educacional.
A internet disponibiliza, com mais facilidade, o acesso às notícias e aos fatos
culturais. Se as instituições de ensino souberem fazer bom uso dessa poderosa
ferramenta, o aluno poderá incrementar o seu desenvolvimento intelectual. Os
computadores e a internet são um importante instrumento. Ferramenta não é obje-
tivo em si mesmo, é instrumento para outra coisa.
Há um ditado atribuído aos chineses que diz: “Quando se aponta a lua, bela e
brilhante, o tolo olha atentamente a ponta do dedo”. A escola é responsável por
levar o aluno a olhar a lua por meio da internet em vez de pela ponta do seu de-
do. O aprimoramento do senso crítico do aluno é obrigação da escola para uma
melhor assimilação da enorme quantidade de informação ofertada pelos vários
meios de comunicação.
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Congresso Instituto Ayrton Senna e Microsoft – Educação e Tecnologia para o Desenvolvimento Humano.
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