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e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora, pois antes ele só se preocupava com
o aluno em sala de aula. Agora, continua com o estudante nos laboratórios (físicos-virtuais
para algumas atividades de uso mais intensivo de tecnologias, de práticas exigidas pela
exigência da disciplina ou módulo), na Internet (atividades on e offline) e no
acompanhamento das práticas, dos projetos, das experiências que ligam o aprendiz à
realidade, ao seu trabalho, às práticas profissionais (ponte entre a teoria e a prática) – e tudo
isso fazendo parte da carga horária da sua disciplina, estando visível na grade curricular,
flexibilizando o tempo de estada em aula e incrementando outros espaços e tempos de
aprendizagem.
Educar com qualidade implica em organizar e gerenciar atividades didáticas em, pelo menos,
quatro espaços.
Podem disponibilizar os conteúdos (ao menos, uma parte deles) em ambientes virtuais de
aprendizagem, para sentirem-se livres da tarefa monótona, repetitiva, cansativa e pouco
produtiva de falar e escrever os mesmos assuntos para diversas turmas e concentrar-se em
atividades mais criativas e estimulantes, como as de orientação, tirar dúvidas, aprofundar as
informações básicas adquiridas e contextualizá-las.
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Patricia GOMES. Entenda como funcionam as plataformas adaptativas. Disponível em
http://porvir.org/porcriar/entenda-como-funcionam-plataformas-adaptativas/20130328
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s tecnologias nos libertam das tarefas mais penosas – as repetitivas – e nos permitem
concentrar-nos nas atividades mais criativas, produtivas e fascinantes. Não podemos
esquecer, porém, que há nelas usos dispersivos. É cada vez mais difícil concentrar-se em um
único assunto ou texto, pela quantidade de solicitações que encontramos nas tecnologias e
aplicativos móveis. Tudo está na tela, para ajudar e para complicar, ao mesmo tempo.
Um professor que fala bem, que conta histórias interessantes, que tem feeling para sentir o
estado de ânimo da classe, que se adapta às circunstâncias, que sabe jogar com as metáforas,
o humor, que usa as tecnologias adequadamente, sem dúvida conseguirá bons resultados
com os alunos. Os alunos gostam de alguém que os surpreenda, que traga novidades, que
varie suas técnicas e métodos de organizar as atividades de ensino e aprendizagem.
As inovações mais promissoras encontram-se em escolas que têm tecnologias móveis na sala
de aula, utilizadas por professores e alunos. Os programas de um computador ou tablet por
aluno, ainda em fase experimental em centenas de escolas municipais, estaduais e
particulares, sinalizam mudanças muito importantes na forma de ensinar e de aprender. As
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aulas são mais focadas em projetos colaborativos, os alunos aprendem juntos, realizam
atividades diversificadas em ritmos e tempos diferentes. O professor muda sua postura. Ele
sai do centro, da lousa para circular orientando os alunos individualmente e em pequenos
grupos. As aulas de 50 minutos não fazem sentido, porque dificultam a sequência de tempos
para atividades de pesquisa, análise, apresentação, contextualização e síntese.
Para as escolas que não tem tecnologias móveis na sala de aula, o laboratório digital é uma
opção para iniciar aos alunos nas competências digitais, de aprender a pesquisar, a saber
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comunicar-se online e offline, a saber colaborar, co-produzir, publicar, remixar conteúdos e
realizar projetos colaborativos.
Mesmo numa escola conectada totalmente em rede, o laboratório pode ser o espaço da
multimídia, da integração das tecnologias audiovisuais, do acesso a programas mais
complexos que exigem mais dos equipamentos, espaço da edição digital, da multiprodução.
Existem ambientes virtuais simples (como por exemplo blogs ou as páginas de grupos em
redes sociais) e existem ambientes complexos (plataformas virtuais integradas). Existem
ambientes gratuitos (como o Moodle) e ambientes virtuais pagos (como o Blackboard ou o
Desire2Learn). Existem ambientes de código fechado (gratuitos ou pagos, nos quais não se
pode mexer no código-fonte) ou de código aberto (que permitem modificar o programa,
como o Moodle).
Estes ambientes virtuais incorporam cada vez mais recursos de comunicação em tempo
real (webconferência) e off line, de publicação de materiais impressos, vídeos, etc. Recursos
de edição on-line: professores e alunos podem compartilhar ideias, modificar textos,
comentá-los. Podem fazer discussões organizadas por tópicos (off line) e fazer discussões ao
vivo, com som, imagem e texto. Os ambientes de aprendizagem se integram aos programas
de gestão acadêmica e financeira, onde os dados são cada vez mais personalizados.
Professores e alunos podem acompanhar seu percurso, seus avanços e dificuldades. Os
professores podem assim adaptar as atividades às necessidades de cada aluno.
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É fundamental hoje pensar o currículo de cada curso como um todo, e planejar o tempo de
presença física em sala de aula e o tempo de aprendizagem virtual. A maior parte das
disciplinas pode utilizar, ao menos parcialmente, atividades a distância. Algumas que exigem
menos laboratório ou estar juntos fisicamente podem ter uma carga maior de atividades e
tempo virtuais. Podemos ter disciplinas totalmente a distância e outras com mais carga
presencial. Essas características marcam o modelo semipresencial que constitui uma das
tendências mais fortes na educação em todos os níveis, principalmente no superior.
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centros culturais) e assim ampliar sua interação, o seu currículo, suas práticas, sua inserção
social. É importante integrar as experiências individuais de Ongs, de empresas, de entidades
religiosas e de classe com a educação formal. O governo pode apoiar as melhores práticas e
fazer com que façam parte de cursos reconhecidos, de escolas oficiais.
O currículo pode ser “negociado” entre a universidade e alunos mais maduros. Cada aluno
deveria ter um professor orientador, para decidir em cada etapa, em conjunto, o que é
melhor para o estudante. No modelo atual, massificador, essa proposta é ingênua, mas é
possível viabilizá-la em instituições sérias com projetos pedagógicos avançados.