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Num mundo em permanente mutação a formação contínua de professores surge

como o meio de aquisição de conhecimentos e de capacidades para agir no contexto


educativo, visando o seu desenvolvimento profissional e organizacional. O processo de
aprendizagem está em íntima consonância com a motivação para aprender mais e
melhor. Os professores terão que sentir e estar no centro da sua própria formação por
desejo, por vontade ou por necessidade. Foi esse mesmo desejo que me fez inscrever
nesta formação e também a constante mudança de paradigmas no ensino aprendizagem
decorrentes da sociedade atual. No contexto da sociedade atual em que se denota um
avanço colossal da tecnologia, alteração de valores sociais e educacionais, percebemos a
urgente necessidade de um repensar sobre o processo de educação de crianças e jovens.

O uso das novas tecnologias em sala de aula revela-se um tema de reflexão


bastante controverso por parte dos professores. Se alguns deles pensam e sabem que a
tecnologia é uma mais valia no ensino aprendizagem, alguns ainda resistem ao seu uso
nas aulas, causando muitas vezes um abismo entre professor e alunos, com estes últimos
a sentirem-se, cada vez mais, desmotivados, o que contribui, por sua vez, ao fracasso
escolar.

Na minha modesta opinião não se trata de substituir completamente o material


físico (livros) das disciplinas por outros de carácter virtual, mas de fazer com que, a
utilização de novas tecnologias, caminhem lado a lado para benefício dos alunos e do
processo de ensino e aprendizagem. Para que tal seja possível é necessário que haja uma
mudança de mentalidade no processo educativo, por parte dos professores, repensando
as suas estratégias em sala de aula, pois para além da transmissão do saber o mais
importante é facultar meios de construção de conhecimento, atitudes e valores.

Continuo a pensar que os maiores recursos da aprendizagem são, sem dúvida


alguma, o professor e o aluno. No entanto, a utilização das novas tecnologias coincide
com a emergência de um novo paradigma de ensino centrado no aluno e na promoção
de estratégias que procurem torná-lo mais autónomo, pondo de lado o papel do
professor como único interveniente no processo do ensino aprendizagem,
proporcionando ao aluno um papel mais ativo neste processo. Desta forma, a missão do
professor deixa de ser ensinar conteúdos para ser ensinar a aprender (aprendizagem
ativa).
Ao longo desta formação conheci e analisei variadas Plataformas de
Aprendizagem ou Plataformas de Apoio ao Ensino e Aprendizagem que permitem a
criação de páginas de apoio e ensino, podendo ser utilizadas muito para além de um
repositório de recursos, contemplando atividades que permitem aos alunos interagir
entre si e com os professores. Estas plataformas são soluções que tornaram a
aprendizagem mais acessível, dinâmica e flexível nomeadamente no Ensino a Distância
com que nos deparamos em março do ano passado. Ainda sobre este ensino, constatei a
diferença entre o Ensino Remoto de Emergência e o Ensino a Distância. Portanto,
aquilo a que assistimos em março último não foi o Ensino a Distância, que está regulado
e tem regras devidamente estabelecidas, mas sim o Ensino Remoto de Emergência que
se adapta às condições existentes em qualquer ambiente que o exija. Os professores,
nesta situação, trabalham com os meios que conseguem arranjar num momento de crise.
O Ensino a Distância (E@D) é uma oferta educativa e formativa apenas para os 2. e 3. °
ciclos do ensino básico e do ensino secundário, complementar das outras ofertas
curriculares existentes nestes níveis de ensino. Este funciona através de uma plataforma
digital, constituída por salas de aula virtuais, organizadas por público-alvo, ano e ciclo
de escolaridade, com recurso a formas de trabalho síncronas e assíncronas destinado aos
filhos ou educandos de profissionais itinerantes; alunos-atletas a frequentar a
modalidade de ensino a distância na rede de escolas com Unidades de Apoio de Alto
Rendimento na Escola; alunos que, por razões de saúde ou outras consideradas
relevantes, não possam frequentar presencialmente a escola por um período superior a
dois meses e alunos que se encontram integrados em entidades ou em instituições
públicas, particulares e cooperativas que estabeleçam acordos de cooperação com uma
escola E@D, com vista a assegurar o cumprimento da escolaridade obrigatória.
Infelizmente, penso que o nosso país não está minimamente preparado para esta
modalidade de ensino (E@D), deixando ao critério de cada escola e professor o
caminho a seguir. Esta situação vai fazer com que, a curto prazo, se estabeleçam fossos
entre a comunidade escolar, os que possuem meios tecnológicos para acompanhar a
lecionação dos conteúdos e os que não têm e terão que acompanhar de formas muito
mais limitadoras.

Ainda dentro do tema das Plataformas de Aprendizagem, partilhei a minha


experiência com o Google Classroom com os outros formandos. Além desta plataforma
trabalhei ainda com a Escola Virtual uma vez que foi disponibilizada gratuitamente para
todos. Confessei ainda que me senti pouco preparada ao utilizar estas plataformas e que
foi através de vídeos explicativos no You Tube que fui conseguindo preparar as aulas
síncronas e assíncronas. Mesmo assim, era evidente que ainda teria muito que
aprender…

Assim sendo e dentro das inúmeras formações que tinha disponível, escolhi esta
que me revelou inúmeras ferramentas de ensino digital das quais já tinha ouvido falar,
mas que ainda não tinha tido oportunidade de trabalhar ou sequer experimentar.

Gostei particularmente de algumas e nem tanto de outras, uma vez que trabalho
com alunos de 1º ciclo (3ºe 4ºanos) e penso que algumas são mais fáceis de utilizar que
outras. Destaco das mais fáceis, o Quizizz, o Mentimeter e o Wizer.me.

O Quizizz é um software que permite usar e criar “Quizes” para jogar em sala de
aula ou como trabalho de casa. O Quizizz usa estratégias de gamification ou
gamificação para motivar os alunos a adquirir aprendizagens. O Mentimeter é uma
plataforma online para criação e compartilhamento de apresentações de slides com
interatividade. O serviço, disponível em planos gratuitos e pagos, possibilita aos professores a
criação de apresentações complexas. A ferramenta oferece recursos interativos, como nuvem de
palavras e questionários, que podem ser compartilhadas via Internet com o público. Já o
Wizer.me, foi, sem dúvida alguma, a ferramenta que mais gostei de experimentar. Bastante fácil
de trabalhar, com conteúdos já elaborados e com uma variedade incrível de ferramentas que
podem ser utilizadas para trabalhar todas as competências da língua inglesa.

Portanto, a utilização das tecnologias da informação e comunicação nos


processos educacionais é uma das modificações primordiais para que a escola esteja em
sintonia com as mudanças decorrentes na sociedade contemporânea e no mundo
globalizado.

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