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Cadernos PDE
I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
NOVAS TECNOLOGIAS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM
UM COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ
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*Roseli Tavaresi
**Carlos Alberto Machado
RESUMO:
Este artigo visa relatar, o projeto de intervenção realizado no “Colégio Estadual de Segredo”,
com o titulo: “A importância da atualização do professor, em relação à internet, para a realização do
trabalho de pesquisa no Colégio Estadual de Segredo”, trabalho este, que foi um dos requisitos
principais de subsídio teórico metodológico para o desenvolvimento de ações do PDE, que têm como
objetivo promover a ampliação de espaços de interação e diálogo entre os professores sobre o uso
da internet como uma das ferramentas para o desenvolvimento do trabalho escolar, visando o ensino-
aprendizagem dos educandos. O mundo contemporâneo apresenta, de fato, desafios crescentes aos
profissionais das mais diversas áreas. Por meio dessa abordagem, que desenvolvi no Colégio,
procurei, integrar novos saberes à prática educacional, levando o educador a uma maior capacidade
crítica de sua ação pedagógica, visando maior interesse pelo uso das novas tecnologias. Observou-
se a resistência por parte de alguns educadores, que mesmo com todos os avanços tecnológicos
existentes em nossos dias, estes não se conscientizaram da urgente necessidade de irem em busca
de atualizar-se. Preferem apenas apontar críticas, relatando que os aparelhos tecnológicos, estão ai
para atrapalhar a atenção das crianças e jovens. Este fato foi observado quando no decorrer desta
pesquisa, observou-se que poucos educadores participaram da implementação. De qualquer forma,
constataram que estas afirmações baseadas no senso comum, não condizem com a realidade. O que
de fato o educador necessita descobrir é que, novas tecnologias, quando inseridas na educação, são
ferramentas valiosíssimas que proporcionam de maneira prática e eficaz, a interdisciplinaridade e a
ampliação dos espaços de construção coletiva do conhecimento dos alunos. Foram escolhidos para
essa pesquisa os autores: Brito (2008, 2009), Cortella (2014), Demo (1993), Kenski (1996), Mercado
(2002), Moran (1998), Gadotti (2002), Sobral (1999), Paiva (2015) e Werneck (2002, 2003, 2005), por
tratarem do assunto de forma a levar os leitores a refletirem, sobre a importância da participação nos
cursos de formação continuada, e que auxiliaram no aprofundamento do tema sobre as "novas
tecnologias educacionais".
Palavras chave
Educação. Pesquisa. Tecnologias. Formação. Atualização
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O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Paraná, integrado às atividades da formação
continuada em educação, disciplina a promoção do professor para o nível III da carreira, conforme previsto no
"Plano de carreira do magistério estadual", Lei Complementar nº 103, de 15 de março de 2004.
Neste projeto, procurou-se através de oito encontros de quatro horas
perfazendo um total de trinta e duas horas, levar aos participantes, resultado da
pesquisa bibliográfica realizada no decorrer do curso do PDE e também, na prática,
estar trabalhando com a internet, levando a todos, métodos de como trabalhar,
relatando a importância desta atividade no desenvolvimento educacional. O que
ficou bem nítido aos participantes, foi sobre a importância da participação de todos
em cursos de formação.
Sabe-se que a internet abre inúmeras possibilidades, onde tanto alunos como
professores poderão encontrar milhares de sites, que fazem referências aos
assuntos abordados em sala de aula. São numerosos autores de artigos e, é
enorme a quantidade de sites e blogs que descrevem sobre os mais variados
assuntos. Se o professor não se cuidar, a pesquisa em vez de ser produtiva, poderá
tornar-se um tormento. Sendo assim, o educador antes de propor uma aula de
pesquisa usando a internet, deve procurar realizar uma pré-pesquisa, para dessa
forma, ter em mãos uma relação de sites indicados que seus alunos poderão usar
como fonte de consulta.
3
Em português significa conversação, ou bate-papo (termo usado no Brasil), é um neologismo para
designar aplicações de conversação em tempo real via internet pelo computador ou celular. Esta
definição inclui programas de IRC, conversação em sítio web ou mensageiros instantâneos como
MSN, GOOGLE TALK e etc.
a pesquisar os conceitos e conteúdos com os quais havia trabalhado antes
de propor a pesquisa. De acordo com Almeida:
Vale ressaltar que, estar atento a novos conhecimentos culturais deve ser
inerente ao educador. Deste modo, conseguirá interagir com os jovens facilitando a
construção de novos conhecimentos, levando-os a aprendizados diferenciados,
atraídos pelo assunto proposto. É obrigação do professor, buscar a mediação das
interações professor-aluno-computador, de maneira que o educando aprenda a
construir o seu aprender em um ambiente desafiador e atrativo. Nesse sentido,
Almeida, ainda lembra que:
Vale ressaltar que apesar do trabalho com o uso da internet ter sua
importância, de maneira alguma, substitui o trabalho do educador. Lembrando ainda
que o articulador deste processo sempre será e deverá ser o professor, pois sem
esta mediação, o trabalho com a pesquisa poderá não passar de mero passa tempo
ou puro entretenimento. O que, por consequência, não permitirá levar o educando a
exercer o senso critico e a capacidade de construir seu próprio conhecimento. Este
processo faz com que o aluno se torne apenas cumpridor de tarefas, deixando o
verdadeiro e mais importante aprendizado em segundo plano.
Portanto, é de suma importância, que o professor esteja atento ao conteúdo
dos sites e blogs que seus alunos estarão pesquisando, lembrando que, como em
qualquer outra mídia, a internet também é um meio onde nem tudo o que está
exposto é verdadeiro. Com relação a isso Coscarelli, alerta quando explana:
Esta nova fase da educação exige que o professor seja alguém que esteja
comprometido verdadeiramente com o ato de ensinar, buscando estar atento às
novas mudanças educacionais. Não cabe hoje, querer ensinar os alunos da maneira
de outrora, onde o livro didático e o giz eram os únicos recursos tecnológicos
utilizados em sala de aula. Atualmente, os alunos estão conectados o tempo todo, e
proibi-los de usar estas fontes de informação seria um retrocesso, pois não temos
como fugir desta realidade. O educador deve renovar sua prática pedagógica, para
que assim consiga fazer de seu aluno um sujeito ativo na construção do seu
conhecimento.
Naturalmente, o uso das novas tecnologias em sala de aula, ainda é motivo
de apreensão por parte de alguns professores, que ainda sentem-se inseguros
quanto ao uso destes. Preferem, muitas vezes, proibir o uso dessa tecnologia com
discursos sem fundamentos. Infelizmente, muitos destes educadores ainda não
estão preparados para o uso destes recursos. Mercado (2002) escreve que “ao
professor, cabe o compromisso de estar engajado neste processo, consciente não
só das reais capacidades da tecnologia, do seu potencial e de suas limitações”, para
que assim, estejam preparados para poderem selecionar qual é a melhor maneira
dela ser explorada em um determinado conteúdo.
É bom lembrar que ensinar é uma tarefa difícil demais para aqueles que se
envolvem nela, apenas pela falta de oportunidade ou comodismo. Todo educador
deve ter em mente que ser “professor” é o mesmo que exercer um papel
insubstituível no processo da transformação social. Brito (2008), lembra que: “o
professor deve estar aberto às mudanças, aos novos paradigmas, os quais o
obrigarão a aceitar as diversidades”. Ser professor vai muito além do que somente
dar aulas. O que de fato ainda acontece no meio educacional, é o que relata Brito
(2008), “nesta aldeia global, o professor ainda se considera um ser superior que
ensina a ignorantes”, esquece que os jovens muitas vezes possuem muito mais
informação de que os adultos, pois, como entraram no mundo virtual de cabeça,
sem medo de errar, estão tendo oportunidades de estarem à frente daquilo que o
professor tenta lhes ensinar.
Vale lembrar que este comportamento descrito acima, fica difícil para muitos
exercerem, mas os que já conseguiram fazer esta interação, já estão usufruindo dos
benefícios das tecnologias com muitos pontos positivos. Sabemos que os jovens
entendem da interatividade dos aparelhos tecnológicos (computador, tablete, celular
etc.), mas é o professor que precisa estar preparado para auxiliar os mesmo a
selecionar o que de fato poderá ser usado nas suas aulas, que tenha ligação com os
conteúdos que estão sendo ministrados. Sobral (2002) lembra que “a internet
combina perfeitamente com os novos rumos da educação por ser adequada à nova
relação aluno-professor” e que também lembra que “a internet facilita a atual tarefa
do professor – a de guia da aprendizagem, em vez de transmissor do
conhecimento”. Deixar o orgulho de lado e facilitar que o aluno participe das aulas,
fará com que estas sejam mais atrativas e condizentes com a realidade de nossos
jovens, tornando o ensino-aprendizagem realidade e não apenas uma agonia, onde
o professor encontra-se perdido, não conseguindo alcançar seus objetivos e os
jovens apáticos e sem a mínima vontade de estudar.
RELATO DA IMPLEMENTAÇÃO DO TRABALHO SOBRE O
USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO COLÉGIO ESTADUAL DE
SEGREDO
Neste evento, foi explicado aos professores, quais são os inúmeros fatores
que colaboram para que as novas tecnologias, em pleno Século XXI, ainda sejam
questão de apreensão e até muitas vezes de preocupação por parte de muitos
educadores nas escolas, seja através do número insuficiente de computadores,
baixa velocidade da internet, ou da falta de capacitação dos profissionais da
educação.
O professor deve procurar ter em mente que a adesão das novas tecnologias
na educação é extremamente importante, uma vez que facilita o acesso ao
conhecimento e permite que o aluno tenha autonomia para escolher entre as
diversas fontes de pesquisas. Ainda segundo Paiva (2008), "as novas tecnologias
levarão o homem a uma evolução mais rápida e ao conhecimento mais preciso". O
que de fato precisa acontecer e o mais urgente possível é a necessidade de dominá-
las, para que se possa trabalhar usando estas ferramentas sem o receio de que o
trabalho seja feito de maneira incorreta. E, dominá-las, só será possível, se todos
estiverem dispostos a ir em busca de atualizar-se, deixando de lado o orgulho,
lembrando que hoje em dia a informação está ao alcance de todos e em tempo real.
O que de fato precisa acontecer é saber usar estas informações, transformando-as
em conhecimento, interligando o que serve para a sua disciplina e o que deve ser
ignorado.
Considerações Finais
Este artigo buscou refletir sobre o uso das novas tecnologias na educação,
visto a evidente necessidade de acender uma nova visão no processo de ensino-
aprendizagem. Tendo como obstáculo peculiar a resistência por parte de
profissionais que se encontram inseridos num mundo de práticas pedagógicas
tradicionais, não permitindo a facilidade na luta pela mudança no processo de
normalização das novas tecnologias na educação.
Referências bibliográficas:
MORAN, José Manoel. Mudar a Forma de Aprender e Ensinar com a Internet. In:
ALMEIDA, Fernando José de. et-al. Salto para o futuro: TV e Informática na
Educação. Brasília: Associação de Comunicação Educativa Roquette-pinto, 1998.
SOBRAL, Adail. Internet na escola: O que é, como se faz. São Paulo: Editora
Loyola, 1999.
_________. Pulso forte e coração que ama: A indisciplina tem jeito. Rio de
Janeiro: Editora DP & A.,2005.
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