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O DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL:

ERIK ERIKSON
DADOS BIBLIOGRÁFICOS

 Erik Erikson nasceu na


Alemanha, em 1902, e
morreu em 1990.

 Uniu-se ao grupo de Freud


em 1927;

 Psiquiatra infantil, emigrou


para os EUA em 1933;

 Harvard: Psiquiatria e
Desenvolvimento Humano.
PRINCIPAIS CONCEPÇÕES

 Desenvolvimento ocorre em oito etapas: cada etapa =


dicotomia: sucessão de fases críticas (opção entre o
progresso e a regressão).

 Da solução de uma etapa dependerá o comportamento na


etapa seguinte.

 Princípio epigenético: tudo o que cresce tem um plano


básico, um tempo de ascensão especial, até que se forme
um todo em funcionamento.

 Menos importância à sexualidade (Freud)  traços


psicossociais de conflito.
ORAL-SENSORIAL: CONFIANÇA BÁSICA X DESCONFIANÇA BÁSICA

 Sentimento de confiança (em si e nos outros): condição fundamental


a uma personalidade sadia  mundo confiável, mais amor do que
agressão, mais atenção do que abandono.

 Recém-nascido: tudo gira em torno da boca. Papel da mãe: acolher


e alimentar.

 Primeira modalidade de aprendizagem: obter – bebê dependente da


mãe, que deve dispensar a ele os cuidados necessários para suprir
suas necessidades e, ao mesmo tempo, regular seus sistemas de
órgãos  regulação mútua.

 Relações inadequadas: desorganização que a criança procura


compensar através do controle por compulsão ou fantasia.
 Primeira dentição: Segunda modalidade de aprendizagem 
tomar: todos os sentidos voltados para atos intencionais.

 Desmame: importante que a unidade inicial tenha sido profunda e


satisfatória (sensibilidade dos pais para lidarem com a
separação).

 Como a criança demonstra confiança: qualidade da alimentação,


sono e evacuação. Indicador social: aceitação do afastamento
materno, sem demasiada ansiedade ou raiva...

 Importância da persistência, continuidade e uniformidade dos


provedores no início da vida. A criança precisa aprender a confiar
em si mesma e na capacidade de seus órgãos, para fazer frente
às demandas do meio.

 Confiança básica: baseada na qualidade da relação mãe-filho.


MUSCULAR-ANAL: AUTONOMIA X VERGONHA E DÚVIDA

Inicia por volta dos 12-15 meses: criança começa a lutar pela sua
independência.

 Energia voltada para auto-afirmação: entendimento e vontade


próprios  auto-imagem positiva, auto-respeito, auto-estima.

 Centro das atividades: processos de eliminação (exigências de


limpeza e higiene). Educação dos esfíncteres: fator perturbador
das relações do adulto com a criança.

 Maturação muscular dessa etapa: aumento da coordenação


motora. Consegue alcançar e pegar objetos, arremessar,
empurrar ou se manter distante dos objetos.

 Período de teimosia e luta pela autonomia: dificuldade dos pais 


limites.
 Dificuldades nessa etapa: desenvolvimento da dúvida e da
vergonha. Quer fazer tudo sozinha, mas pode se sentir
incapaz por não ter todas as habilidades necessárias.

 Experiências decisivas para dimensionar a exata medida


entre o amor e o ódio, a cooperação, a liberdade de auto-
expressão ou a sua supressão.

 Sentimento de autonomia: ser uma pessoa independente,


mas ao mesmo tempo capaz de receber ajuda e orientação
dos outros em circunstâncias importantes.

 Pais e professores: proibir somente o que realmente importa


e, ao fazê-lo, ser sempre claros, consistentes, firmes e
autenticamente amorosos.
LOCOMOTORA-GENITAL: INICIATIVA X CULPA

 Criança manifesta grande imaginação: fantasia e realidade se


confundem/diferenças sexuais. Para ter iniciativa: seleção de metas
e a perseveração em alcançá-las.

 Etapa para treinamento dos diversos papéis: observa, imita e cria.


Identifica-se com o genitor do mesmo sexo.

 Disposição para aprender e compartilhar com adultos as tarefas do


dia-a-dia: mais cooperativa e também mais competitiva.

 Culpa: em decorrência das fantasias edípicas e também de


posturas menos adequadas por parte dos adultos em relação às
suas iniciativas (“sou má, estrago coisas”).

 Senso de iniciativa dessa etapa  responsabilidade moral em


etapas seguintes. Compreensão das instituições, funções e papéis.
LATÊNCIA:
INDÚSTRIA X INFERIORIDADE

 Diminui a fantasia: envolvimento em tarefas reais.


Apropriado para aprendizagens importantes como ler,
escrever e calcular. Passa a produzir: torna-se um
trabalhador.

 Começo da experiência escolar e do sentido de


“indústria”: precisa se ajustar ao mundo das ferramentas,
integrar-se no sistema produtivo.
 Etapa mais decisiva em termos sociais: faz-se coisas ao lado
dos outros (divisão de trabalho).

 Dificuldades: sentimento de inadequação e inferioridade e


possibilidade de desenvolver uma obsessão pelo trabalho.
Fracasso frente aos objetivos da escola ou diante da não-
solução positiva das dicotomias anteriores. Fundamental o
papel da escola no sentido de favorecer o sentimento de
sucesso. Pais: oportunizar atividades que valorizem o esforço
e o domínio de diferentes tarefas.
PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA: IDENTIDADE X CONFUSÃO DE
PAPÉIS

 Transformações fisiológicas importantes: reajustamento entre o


ser e o parecer.

 Conquista da identidade: tarefa para toda a vida, mas na


adolescência se discutem todas as uniformidades e
continuidades que marcam a personalidade.

 Surgimento dos ídolos: modelos de identificação que se


alternam. Perigo da confusão ou difusão de papéis 
necessidade do grupo. Identidade grupal = restabelecimento da
identidade do Ego. Intolerância: defesa necessária contra os
perigos da confusão do sentimento de identidade.
 Amor: tentativa de chegar a uma definição de identidade,
protegendo-se da confusão a partir da projeção da própria
imagem em outra pessoa.

 Período entre a moral aprendida na infância e a ética


desenvolvida pelo adulto. Amadurecimento sexual e cognitivo
– liberdade para experimentar papéis sociais e sexuais, mas
sem poder assumi-los com responsabilidade.
ADULTO JOVEM: INTIMIDADE X ISOLAMENTO

 Depois da definição da identidade: condições de


estabelecer intimidade com o outro e fundir sua identidade
na identidade do companheiro. Quando isso não ocorre 
sentimento de isolamento e privação.

 Intimidade não se restringe ao comportamento sexual,


mas poder fazer ligações (pessoais e profissionais).
Poder “amar e trabalhar”.

 Dificuldades: medo de perder o próprio eu. Excesso de


competitividade.
MEIA-IDADE: GENERATIVIDADE X
ESTAGNAÇÃO

 Preocupação com cuidado dos filhos e educação: transmitir a


eles o legado da cultura.

 Generatividade: preocupação relativa a firmar e guiar a nova


geração. Abrange também a idéia de produtividade e criatividade
(não ter filhos, mas realizar a capacidade de gerar através de sua
criatividade na produção artística, literária ou científica).

 Quando falha essa capacidade: sentimento de estagnação e de


infecundidade pessoal.

 Período mais longo da vida.


VELHICE: INTEGRIDADE DO EGO X DESESPERANÇA

 Integridade = fruto das sete etapas anteriores  indivíduo revê


experiências anteriores. Balanço da vida e aceitação. Consegue
ver as pessoas como são, com seus defeitos e virtudes (amor
maduro, sem as fantasias da juventude). Sentimento de
responsabilidade pelos próprios atos. Sabedoria.

 Dificuldades na integração: instala-se a desesperança frente ao


curto espaço de tempo para recomeçar. Desprezo pelos outros
(desdém por si mesmo). Medo da morte (como o medo da vida
em outras etapas).

 Integridade do idoso e confiança infantil: próximos (“as crianças


sadias não temerão a vida se seus antepassados tiveram
integridade bastante para não temer a morte”).
VELHICE AVANÇADA: UMA NOVA VISÃO

 Etapa pensada a partir do avanço da longevidade humana.

 Peso maior do elemento distônico do conflito: desespero. Vida


do ancião reduzida ao cotidiano, uma vez que suas
capacidades sensoriais estão reduzidas.

 Se os anciãos chegarem a um acordo com os elementos


distônicos da vida, chegarão a gerotranscendência: passagem
de uma perspectiva racional e materialista da vida para uma
mais cósmica e transcendente  satisfação e paz de espírito.
Retraimento e reflexão.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 FERREIRA, Berta Weil; RIES, Bruno Edgar (Org.) Psicologia


e educação: desenvolvimento humano – infância. VI, 3.ed.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.

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