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MEDO E TRANSFORMAÇÃO

Medo inconsciente + culpa = auto sabotagem

O medo de sentir culpa, de ser má, de errar, de falar “não”. de ser


rejeitada, pode me levar a fazer coisas que contradizem a verdadeira expressão do
meu Ser, ou pode me congelar, quando eu me retiro do corpo e não me
comprometo com escolha alguma. Quando esse mecanismo se ativa, as decisões são
tomadas pelo medo inconsciente, e não pelo Amor.
Eu me retiro, mas a vida continua acontecendo, suas causas e efeitos
rolando no ar em espiral, várias energias atuando sistemicamente, cabendo a mim
escolher se participo de Olho Aberto, ou não.
Hoje, sem o peso da culpa sobre meus ombros, percebo que não é nada
pessoal, esse é um processo natural no desenvolvimento da consciência humana.
Para nascemos e crescermos, nossa vida depende da conexão e da doação de
mamãe e papai, e fazemos de tudo para satisfazer suas expectativas, para
pertencermos ao grupo familiar, para sermos aceitos e protegidos. É uma questão
de sobrevivência desenvolver essas habilidades.
Na esmagadora maioria dos lares, mães e pais são coagidos ou manipulados
a continuar reproduzindo comportamentos abusivos, violentos e desumanos de
aprendizagem, com crianças e animais domésticos, o padrão comportamental vai
se repetindo inconscientemente, normalizando as referências das infâncias
traumáticas.
Essas experiências funcionam como âncoras e a personalidade fica “presa”
a um padrão de sobrevivência que deu certo, mas é denso. É o conhecido e
familiar, aprendemos copiando as pessoas maiores que nos cercam, depois
expandimos nossas referências, desenvolvemos senso de autonomia e podemos
escolher livremente como nos comportar.
Podemos... mas muitas vezes não conseguimos nos libertar dos padrões
ancestrais, e nesse caso a sensação é de estar presa ou “carregando cruzes”,
simbolicamente um sinal de penitência, relacionada a culpa, que pode ser
traduzido literalmente no corpo, com sobrepeso e problemas na coluna, dores
ósseas e articulares.
O medo de sentir culpa está atrelado ao medo da rejeição, ao medo da
solidão e, portanto, à dificuldade de dizer NÃO. Para evitar o isolamento, o castigo
e a dor da rejeição, submetemo-nos aos mais variados tipos de “obrigações” e
“deveres”, as pedras da mochila que todo ser humane carrega.
O medo do vazio, do desconhecido que adentramos quando nos afastamos
dos rostos familiares, nos despojamos dos hábitos tradicionais ou soltamos
referências estruturais, pode nos congelar e impedir de darmos os passos em
direção ao crescimento, ao desenvolvimento, ao renascimento.
Por essa razão, a RAIVA é essencial para o processo de transformação, o
fogo dá início à quebra de padrões ancestrais, abre os portais para reconfiguração.
Gritar BASTA! Não carrego mais essa Cruz, desapego dessa imagem do Cristo
crucificado e sofredor, do rótulo de pecador, me liberto da culpa semeada em mim
pela religião. Corto os laços com essa tradição punitiva e escravizadora, como a
águia que arranca suas garras e bico antes de renascer no Alto da Montanha. Esse
é o meu grito de basta, dessa vez.
Quanto mais profunda a mudança intencionada, maior a intensidade das
emoções que nos transportarão. Como não somos, em geral, preparadas ou
ensinadas a expressar sentimentos, tendemos a reprimir as emoções e acabamos
sabotando o próprio crescimento.
Por isso, se você busca uma transformação, reza e pede por ela...prepare-se!
Nutra-se, tenha disciplina e auto cuidado, observe e se comunique com a
Consciência, esteja presente e focada, acompanhe com amor o seu próprio projeto
pessoal de desenvolvimento humane. O medo ensina sobre Orientação, ativação de
todas as percepções sensoriais e extra sensoriais, dispara sinais de pedido de ajuda,
de alerta, ativa extrema vulnerabilidade.
Estamos na escola da Vida e a professora de hoje é a Morte, que ensina que
a entrega, aduba e fecunda a terra, liberta dos pesos, renova. A Morte é a Mãe da
Vida, e assim, a Vida acaba sendo morte, também, quando a grande roda gira.
Quem caminha na Noite, é a Mãe da Sombra, que escolhe bem os seus pares, e
confia no silêncio da Lua para entregar a sua canção. Quem tem medo, reza. Quem
acredita recebe a proteção. Quem manifesta, agradece rezando.

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