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CRIANÇA INTERIOR:

Um caminho de volta para casa.


POR KELLY REGINA BREGANTINI
Este e-book foi feito em homenagem a todas as
crianças de hoje, de ontem e de amanhã. Que
possamos aprender um pouco como deixar uma
criança livre, espontânea e feliz. Seja em que fase da
vida nos encontramos, a criança é eterna e está em
todos e em tudo.

O processo com a criança interior, além de ser


estudado, deve ser vivenciado. A experiência é a
melhor forma para compreender essa temática.

Este e-book é parte da minha busca, do meu


próprio processo de ir de encontro com minha
criança interior. Trago aqui um pouco dos caminhos
que venho percorrendo no meu processo de
autoconhecimento.

Os autores citados, fazem parte do meu dia a


dia, do que acredito e vivencio. Eles apenas
exprimem em palavras um processo único e genuíno
que cada um pode experimentar da sua forma.

Clique aqui e faça a meditação da criança interior.


Para reetirmos sobre o que
zeram com a gente, o que
zemos com a gente e o que
fazemos com os outros.

Quando crescer, preciso ser


igual a você, o que querem de
mim? E assim deixo de ver, deixo
de ver a alegria de Ser, de amar e
brincar. E triste começo a car...
Quem sou eu agora nessa
escuridão? Lotadas de Nãos.

Obediência ao patrão,
ouvindo sermão... Vida que fere a
natureza do Ser. E quem
queremos Ser? Senão, a criança
que cou perdida tentando ser o
que não era... para agradar a
quem?
Como você acha que podemos nos libertar desse padrão
tão antigo que temos de achar que o que é bom para nós, é
bom para todos? Desse vício em dominar o outro? Da inveja em
ver o outro conseguir ir por um caminho diferente do que
acreditamos.
De acreditar em certo e errado? De achar que a criança
deve nascer para viver o mundo sob o nosso olhar. Ahhh a
liberdade ainda está tão distante...
Como podemos amar? Se não conseguimos mostrar nem
mesmo nossas ideias e nossos sentimentos.
Depois camos sem ar, haja ansiedade para lutar contra a
energia aprisionada, depressão de tantos nãos recebidos,
pânico que vem com o medo de seguir um caminho diferente
e ser excluído. Culpa de viver e Ser quem realmente É.
Como surgiu o conceito da criança interior?

Nos anos 60, do século XX, o conceito da


criança interior manifesta-se, nos trabalhos de Jung
publicados na edição americana de 1959 de The
Psychology of the Child Archetype, onde, a criança
interior, é denida como um símbolo da psique, uma
totalidade, ou seja, a criança interior possibilita o
acesso, como uma ponte, entre o plano coletivo e o
plano pessoal.
Segundo Abrams (1999), o motivo da criança
traz uma mensagem: “todos nós carregamos aqui
dentro uma criança eterna, essa criança simbólica
também nos carrega, carrega quem fomos o registro
de nossas experiências de formação, de nossos
prazeres e dores. O que signica dizer que, no interior
de cada pessoa, existe a sua própria criança e a
criança comum a todos os seres humanos,
pertencente à humanidade de todos os tempos.
Então, podemos dizer que muitos fatores que
vivenciamos na infância podem inuenciar na vida
adulta. E indo, além disso, muitos adultos propagam o
que sentiram na sua infância para com seus lhos e
pessoas próximas.
Podemos observar um pouco desse assunto no livro, Criança Ferida, criança que fere.
Este livro nos relata sobre o conceito do Apego apresentado por Bowlbi, como: “a capacidade que
a criança a prende com o resultado de interações recíprocas e contínuas, durante os primeiros anos
de vida, caracterizada pela Proteção, satisfação das necessidades, dos limites, do amor e da conança.
Os problemas de apego correm risco de se desenvolver, se por razões diversas a criança não tiver a
possibilidade de criar laços estáveis de conança.”
Fatores que levam a
problemas de apego:

· Cuidados insensíveis e inecazes - Uma mãe que vive


uma situação difícil (depressão, solidão, pobreza, violência, etc)

· Pais com problemas psicológicos graves

· Pais adolescentes

· Toxicomania e alcoolismo

· Problemas geracionais com rupturas ou maus tratos


nas relações dos pais com seus próprios pais

· Ausência prolongada em hospital ou prisão

· Rejeição pré natal e estado de depressão


ou ansiedade durante a gravidez.

· Conito entre o casal

· Abuso durante a infância

· Maus tratos e negligência

Clique aqui e faça a meditação da criança interior.


No Livro: O Bebê do amanhã de Thomas R Verny &
Amela Weintraub fala-se da importância da concepção
e da gestação. O livro aborda como as primeiras
experiências determinam em grande parte a arquitetura
do cérebro e a natureza e extensão das faculdades
mentais do adulto.

Fatores que podem


trazer consequências:
· Não desejo de engravidar da mãe

· Falta de conexão e conversas com o bebê durante a gestação

· Uso de álcool e outras substâncias durante a gestação

· Brigas intensas com pessoas de convívio durante a gestação

· Sofrimento fetal

· Cordão umbilical enrolado

· Estresse da mãe

· Depressão pós-parto

· Diculdades na amamentação

· Diculdade no parto
Quando essas questões não são vistas,
a criança pode manifestar muitas diculdades,
que continuam na fase adulta de forma mais
rígida trazendo muitas consequências.

· Diculdade com os relacionamentos.


· Problemas de autoestima
· Insegurança
· Necessidade de controle
· Diculdade de aprendizagem
· Mentira
· Medo
· Questões sexuais
· Falta de perspectiva na vida
· Raiva / ira
· Depressão
· Transtorno de ansiedade
· Transtorno alimentar
· Dependência
· Diculdade com a rejeição
· Transtorno de personalidade mais grave.
Portanto, no interior de cada pessoa
adulta, existe tanto a criança que é
portadora dos registros negativos de sua
história pessoal, quanto a criança positiva
que é a portadora de nossa energia vital que
é a criança eterna, a que impulsiona para
uma vida mais plena rumo à realização das
potencialidades de cada um. Como arma
Jung (1986) é essa energia que precisamos
resgatar e ao mesmo tempo limpar as marcas
da criança negativa.
O encontro com a criança interior é
destinado a pessoas adultas que buscam a
expansão de suas consciências e a re-
conexão com o lugar onde se encontra sua
alma – Self ou si-mesmo. É a parte que somos
mais profundamente que contém a nossa
energia vital, nossa fonte de vida. Esse
encontro visa possibilitar à pessoa adulta,
uma melhor compreensão, aceitação,
acolhimento de si mesma e,
consequentemente, o contato com sua
energia vital, reativando, assim, o impulso de
realizar-se a si mesmo.

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Fatores que indicam um
distanciamento da sua
criança interior positiva:
· Não ver sentido na vida

· Não ter coragem para realizar seus sonhos

· Não sentir prazer em nada

· Não conseguir expressar o que acredita

· Falta de energia vital

· Diculdade de relacionamento

· Não ter conexão nenhuma com a espiritualidade

· Falta de conança

· Depressão

· Ansiedade

· Medo

· Falta de espontaneidade

· Tristeza
"A origem de todos os conitos internos (e, por consequência, externos)
está no núcleo da dor em cada um de nós. Esse núcleo é formado na infância
quando, para agradar o mundo lá fora (para sermos amados), rompemos com
a nossa própria essência. Nós deixamos de ser nós mesmos para ser o que os
outros querem.
Nesse momento, a corrente vital de energia, que se manifesta como
espontaneidade pura, alegria, brincadeira e liberdade, tem seu uxo natural
bloqueado. A energia passa a uir noutra direção que não é aquela que o
coração ou a essência do ser determina. Essa é a fonte das incompreensíveis
contradições internas que geram tanto sofrimento em nossas vidas."

Sri Prem Baba


"A carência afetiva está na raiz de
toda maldade e sofrimento humano. Ao
percebermos que, sendo quem somos não
agradamos os outros e por isso não
recebemos o amor que desejamos, nos
forçamos a ser algo diferente, ou seja,
passamos a usar máscaras e ngir ser quem
não somos.
Isso ocorre logo cedo na infância,
quando a criança não recebe o que
deseja dos pais. Aos poucos ela vai se
desconectando de si mesma e da sua
espontaneidade. Isso vai gerando raiva e
essa raiva gera culpa. Passamos a nos
culpar por odiar a quem devemos amar. E
assim também surge o auto-ódio."

Sri Prem Baba Clique aqui e faça a meditação da criança interior.


Denição de SELF:
O homem é um ser bio-psico-social e espiritual e, na visão do pensamento junguiano, é guiado por uma
força de energia vital – Self ou si-mesmo.
O Self
Quando dizemos que o indivíduo atinge o seu Self? Quando os opostos se equilibram. E os oposto no caso
da sombra é o bem e o mal. A sombra é uma questão moral. (Jung, 1976)
A dualidade entre o bem e o mal ainda são muito fortes em nossa sociedade, dicultando esse processo.
Quando esses dois polos se equilibram o indivíduo encontra o seu Self.

“O Self é estranho e ao, mesmo tempo, parece estar muito


próximo. É igual ao indivíduo mesmo e, ao mesmo tempo,
nunca chega a acabar de ser conhecido diz Jung”. (Jung, 1976)

Quando o Self como centro é atingido a sua personalidade se


unica, se integra, se totaliza dessa forma o elemento central dessa
personalidade se irradia para toda ela e toda sua extensão ca sob
sua inuência. O Self é transcendente pelo fato de que podemos
conhecer bem apenas o nosso ego, pelo fato de nossa consciência
não poder comportar tudo o que é relativo aos arquétipos.
Consequentemente o self como igual a personalidade total
apresenta-se maior do que a nossa consciência. Ele é
hierarquicamente, superior ao ego. (JUNG, 1976)
“O que aprendemos com nossa consciência, à custa de nossa força de vontade, exercida pelo ego, está sempre
relacionando com este. Ora o Self ultrapassando nossa consciência, ultrapassa o nosso ego e nunca vamos poder chegar a
conhece-lo bem. É por isso que dizemos que o Self é supra-ordenado ao ego e transcendente.” (Jung, 1976)

A criança interior como um dos símbolos do Self, representa a nossa


alma – tudo que é abandono, fragilidade, como também o futuro, a
promessa, a energia de viver. O reconhecimento pelo adulto da
existência de sua criança interior, o ajuda a se tornar mais consciente de
si mesmo e do mundo. E, consequentemente, o leva a agir, fazendo
escolhas mais condizentes com sua alma – o que representa seu
passaporte para a individuação.
O processo de Individuação signica tornar-se um ser único,
alcançar uma singularidade profunda, tornando-nos o nosso próprio Si
mesmo. (1984)
Este processo ocorreria a partir de um momento em que o ser
humano já estaria mais maduro em relação as suas questões externas e
passaria a buscar um contato com o seu mundo interior.
Em uma segunda etapa de seu estudo, Jung coloca a individuação
dentro de outra perspectiva, a do encontro com o mistério, o
desconhecido, a morte e a espiritualidade em busca do signicado
maior para a vida.
Na condição de humanos, carregamos alegrias e dores, portanto não somos isentos de certas feridas.
Certamente, nossas feridas nasceram de uma falta de amor. Como coloca Jung (1994), “melhoramos o outro
através do amor e o pioramos através do ódio, o que vale também para nós mesmos.” (p.42). Por conseguinte,
acolher a criança interior existente em nós é amar nossa alma como ela é. E amar nossa alma como ela é se faz
necessário para que não percamos nossa condição de apenas humanos.
E assim, seguirmos o caminho da individuação não mais com uma criança esquecida, negligenciada, no
abandono sem entusiasmo pela vida e/ou com pretensões exageradas, distorcidas, mas sim, com uma
criança aceita, sendo educada, compreendida com amor, com a força de nossa energia vital que nos
impulsiona para uma vida que nos dê signicado.
Esse caminho é algo muito particular e os meios pelos quais conseguimos alcançar a nossa verdade
também variam de pessoa para pevssoa.

Jung nos trouxe um caminho para chegar no nosso “si mesmo”.


Mas esse si mesmo faz parte do nosso processo eterno. Não iremos
chegar a um m. Pois nosso self está a imagem e semelhança do
criador. Então esse contato quando mais interno e profundo
conosco mesmo, mais conectados com Deus estaremos. E vocês
podem perguntar por que quero estar conectado com Deus? O
que muda na minha vida? Deus Existe?

Clique aqui e faça a meditação da criança interior.


Atividades que podem contribuir para
o encontro da sua criança interior:
· Meditação

· Yoga

· Conexão com a natureza

· Andar descalço

· Fazer atividades mais lúdicas como dança, teatro, canto

· Fazer algo diferente que quebre a rotina

· Terapia Junguiana e transpessoal

· Constelação Familiar

· Tethahelling

· Leitura de livros de autoconhecimento

· Participar de retiros

· Fazer viagens para lugares espiritualizados

· Ficar em silencio consigo mesmo

· Pintar mandalas e desenhar

· Fazer a meditação Guiada que preparei para vocês


Deus, a grosso modo é um estado de paz, equilíbrio e bem aventurança. Nos traz um
acolhimento de não estarmos mais separados, sentindo a dor do vazio que carregamos
desde o nosso nascimento. Deus conecta. E conectados, a nossa vida passa a ter um
sentido maior. Conseguimos colocar nossos dons e talentos a favor da sociedade, e
consequentemente entramos em profunda gratidão por realizar nosso Dharma ou seja
nosso propósito de vida.
Quando estou em contato com o Criador, apesar das diculdades, consigo
perceber que lá na frente vou entender o porquê de passar por tais situações. É incrível
como a vida fala com a gente, como pensamos e a respostas aparecem. Traz-nos uma
tranquilidade, um estado de relaxamento para seguir. A meu ver, isso é essencial a vida.
Jung marcou esse início de união entre a psicologia e espiritualidade. Hoje já
estamos avançando nesse tema, muitos prossionais já reconhecem a importância da
completude dessa união dentro do trabalho terapêutico.
Este e-book foi a parte teórica de uma experiência que busco na minha vida. Desde a infância, já
percebia que existia coisas além do que eu podia ver. Passei por diversas terapias, vivência e retiros espirituais.
Se existe uma frase que me inspira é “Só podemos ir com outros até onde fomos com nós mesmos”.
Esta frase de Jung faz parte da minha vida prossional e pessoal. Que todos possam criar esse espaço
dentro de si para receber essa energia criadora. Independentemente do que você acredita ou segue.
Namastê, (O sagrado que habita em mim reverencia o sagrado que habita em você).

Conheça nosso site:


www.espacosamadhi.com.br
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