As 3 frases resumem o documento da seguinte forma:
1) Todas as crianças sentem-se feridas em algum momento da infância, gerando sentimentos de insignificância e desamor que criam bloqueios.
2) É possível curar essas feridas da criança interior revisitando as experiências traumáticas com técnicas vivenciais que acessem a dor e também a força intrínseca.
3) Ao reencontrar e estabelecer uma relação de amor com a criança interior, percebe-se o
As 3 frases resumem o documento da seguinte forma:
1) Todas as crianças sentem-se feridas em algum momento da infância, gerando sentimentos de insignificância e desamor que criam bloqueios.
2) É possível curar essas feridas da criança interior revisitando as experiências traumáticas com técnicas vivenciais que acessem a dor e também a força intrínseca.
3) Ao reencontrar e estabelecer uma relação de amor com a criança interior, percebe-se o
As 3 frases resumem o documento da seguinte forma:
1) Todas as crianças sentem-se feridas em algum momento da infância, gerando sentimentos de insignificância e desamor que criam bloqueios.
2) É possível curar essas feridas da criança interior revisitando as experiências traumáticas com técnicas vivenciais que acessem a dor e também a força intrínseca.
3) Ao reencontrar e estabelecer uma relação de amor com a criança interior, percebe-se o
timidez e até um receio em se mostrar interessado em tal assunto.
“Coisa de psicólogo”, “coisa de quem abraça
árvore”, “isso é muito zen”, “não é pra mim, não preciso disso” e tantos outros pré-conceitos que surgem e que eu entendo e acolho com muito respeito.
O tema é comentado no Brasil ainda timidamente, artigos
circulam pela internet vez ou outra, mas percebo que não trazem a profundidade que este trabalho promove.
Então, ouso-me a compartilhar minha visão e experiência sobre
o tema. A Criança Ferida Toda criança, sem exceção, sentiu-se ferida em algum momento da infância.
SIM, TODAS. Entendo
O amor não foi sentido de for- O amor não foi sentido de forma queopais ma plena, suporte esperado e mães sofrem quando ouvem proteção necessáriaplena, o suporte esperado não veio, a não veio, aisso, não lhe foi dada, a inclusão proteção necessária não lhe foi dada, mas costumo dizer que faz parte da não aconteceu... Isso gera evolução e da missão deentão de cadade insig- a inclusão não aconteceu... vidasentimentos nificância, de incapacidade, de um. É realmente inevitável. não merecimento, de desamor. Isso gera então sentimentos E diversos bloqueios de desen- Seja a criança provinda de famílias rolam a partir daí. funcionais ou não, com traumas mais de insignificância, de profundos ou com infâncias bastante incapacidade, de não saudáveis, em algum momento ela merecimento, de desamor. registrou e interpretou determinado evento (ou eventos) de forma E diversos bloqueios se negativa, causando-lhe dor e gerando desenrolam a partir daí. uma ferida central. Crescemos e desenvolvemos estratégias para suportar a dor sentida e para nos proteger de novas reincidências:
• A criança que registrou severas críticas ou uma
disciplina rígida na infância, e passa a incorporar um severo crítico interno. Assim ela mesma se critica – incessantemente – acreditando que dessa forma pode se proteger das críticas externas.
• A criança que registrou que o amor não vinha
gratuitamente, e passa a acreditar que precisa “comprar” o amor dos outros, modelando seus comportamentos e atitudes na busca incessante por agradar os outros e assim ser amada.
• A criança que registrou uma dubiedade na figura
de autoridade, ora percebendo-a de forma amorosa, ora percebendo-a de forma excessivamente dura e insensível, e passa a desenvolver um senso de desconfiança exagerado com tudo e com todos.
•A criança que registrou um abuso de sua inocência
(seja através de abusos verbais e/ou físicos) e passa a criar uma máscara superprotetora de “eu sou forte”, testando os outros através de sua força. Ou ainda desenvolve outra proteção com a máscara de “eu não sinto”, bloqueando o acesso aos sentimentos e desenvolvendo prioritariamente as capacidades mentais. Entre outras feridas/registros e formas Bloqueios que nos causam dor, que nos de interpretação que geram, por trazem problemas de relacionamento, consequência, estratégias diferentes nos travam a fluidez da vida e surgem de bloqueio e proteção para sobreviver nos momentos mais inoportunos de no mundo adulto – processos que o nossa vida ou na hora das decisões trabalho com Eneagrama explica muito mais difíceis. bem e nos traz ainda mais recursos no caminho de cura. Vasculhar essa infância causa medo, às vezes pavor! “Não quero remexer nisso, Os traumas podem ser severos não quero sentir isso de novo”, ou ainda algumas vezes, mas tenho percebido tentamos racionalizar “Eu não tenho que, independentemente da nada a ser trabalhado”. Mas enquanto profundidade do trauma e não nos dispusermos a esse do registro que ele deixou, retorno, manteremos nossa criança o desenrolar dos bloqueios ferida lá, sozinha num quarto acontecem inevitavelmente. escuro, abandonada, chorando e sentindo a dor que estamos, arduamente, tentando evitar. Se nós sobrevivemos na infância com bem menos recursos do que temos hoje, se conseguimos crescer e encontrar estratégicas (nem sempre saudáveis) de sobrevivência, é claro que seremos capazes hoje de revisitar esse porão onde deixamos a nossa criança.
Reencontrá-la, acolher a sua dor, oferecendo-lhe o amor que ela
necessita é nossa função prioritária e mais ninguém pode suprir isso.
“Não há despertar de consciência sem dor.
As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão”. (Carl G. Jung) A Criança divina A boa notícia é que, quando nos Esses são atributos da Essência, dispomos a trabalhar com o resgate dessa qualidade divina que existe em dessas experiências através de nós e que bloqueamos juntamente técnicas e exercícios vivenciais, O amor não foi sentido de for-com a dor do trauma. percebemos que no mesmo local ma plena, o suporte esperado não veio, a proteção necessária onde acessamos a dor, acessamos não lhe foi dada, a inclusão Já dizia Mateus: também a luz e a força intrínseca que não aconteceu... Isso gera nos habita. então sentimentos de insig- nificância, de incapacidade, de não merecimento, de desamor. “Em verdade vos digo que Luz que traz espontaneidade, E diversos bloqueios de desen- rolam a partir daí. se não vos converterdes leveza, liberdade, autenticidade, serenidade, paz, equanimidade, e não vos fizerdes como fé, inocência. Luz que irradia em crianças, de modo algum nossa vida, trazendo a resposta a entrareis no reino dos tantos porquês e a compreensão de céus.” um sentido maior de existir, de nossa missão de vida. Luz que cura! Quando reencontramos nossa Como Gestalt-terapeuta, baseio- criança, ainda ferida, quando me muito no aqui-agora. Assim, o nos aproximamos e passamos a importante não é remexer o baú, estabelecer uma relação sincera cutucar a ferida e fazê-la sangrar, com ela, percebemos tamanho remoendo o passado e encontrando O amor não foi sentido de for-culpados. O importante e o foco do potencial de cura e ressignificação ma plena, o suporte esperado das experiências traumáticas. Nossa não veio, a proteção necessária meu trabalho é ajudar as pessoas a não lhe foi dada, a inclusão revisitarem o porão e procurarem por criança já carrega esse potencial não aconteceu... Isso gera em si, mas precisa deste reencontro suas crianças. então sentimentos de insig- verdadeiro e regado de amor nificância, de incapacidade, de incondicional para acessá-lo e torná- de desamor.Reencontrá-la, pedir-lhe perdão, não merecimento, E diversos bloqueios de desen- lo disponível a nós. rolam a partir daí. deixar a dor doer sabendo que Quando enfim o acessamos, agora, junto dela, temos um entendemos o real significado do potencial imensurável de cura. perdão e do amor incondicional. Perdão que liberta e amor que apenas existe, sob nenhuma condição. É indescritível! Encontrando sua Criança Interior Materiais necessários: um aconchegante quarto. Deixe a papel e caneta (desejável usar lápis imaginação fluir! de cor, giz de cera ou canetinhas coloridas). 1. Feche os olhos, e imagine-se neste lugar. Na sua imaginação, visualize a Você está prestes a encontrar sua sua criança lá com você. criança interior. Procure um local silencioso, faça algumas respirações 2. Como é encontrá-la? Como você profundas, oxigenando todas as a percebe? O que ela sente quando células do seu corpo. De olhos está com você? Dedique algum fechados, imagine um lugar bonito tempo para perceber e refletir sobre aonde você e sua criança irão se isso durante a sua visualização. encontrar. 3. Abra os olhos. Com sua mão não Garanta que seja um local seguro e dominante (mão direita para os confortável para ela. Pode ser um canhotos, e mão esquerda para os ambiente cercado de natureza e destros), permita que a sua criança lindas árvores, ou próximo à água ou interior se expresse com você através montanhas. Ou você pode imaginar do desenho. 4. No seu tempo, deixe o desenho 6. Olhe para o desenho. Como você fluir. Não planeje nem tente se sente? O que essa criança quer imaginar o resultado do desenho dizer para você? antecipadamente. Isso parecerá estranho e lento, mas faz parte do 7. Anote todos os insights que processo. Apenas seja paciente. surgiram neste exercício e agradeça à sua criança. 5. Com o desenho feito, pare e reflita sobre essa experiência. Você se Repita-o quantas vezes quiser. criticou pela maneira que sua criança interior desenhou isso (com sua mão não dominante)? Você repreendeu sua criança por ela não ter talentos artísticos? Ou você relaxou e se divertiu permitindo que sua criança fosse ela mesma e desenhasse à sua própria maneira? Conversando com sua Criança Interior Materiais necessários: 3. De acordo com a resposta dela, papel e caneta siga interagindo (comentando ou perguntando) através da sua mão Olhe para o desenho da sua Criança dominante. Dicas: pergunte pela Interior, que você fez no último idade dela, como ela se sente, do que exercício. Você está prestes a ter uma ela gosta e do que ela não gosta e o conversa com ela, usando ambas as que ela quer/precisa de você. mãos. 4. Você também pode pedir à sua 1. Você, como Adulto, irá escrever criança para fazer um desenho do com a sua mão dominante e sua que ela mais deseja neste momento, Criança Interior irá escrever com a aqui e agora. mão não dominante. 5. Encerre a conversa perguntando se 2. Abra a conversa dizendo à sua ela quer te contar algo mais que você criança que você quer conhecê-la precisa saber. melhor e saber como cuidar dela. E deixe que ela te responda através da sua mão não-dominante. 6. Agradeça-a por ter vindo e se expressado com você. Diga a ela que você deseja mais momentos como esse, para que assim vocês sigam sempre juntos(as), construindo uma relação de confiança e amor incondicional.
7. Se possível, coloque ambos os
desenhos (do primeiro e segundo exercício) em algum lugar onde você possa olhar com frequência. Use-os para lembrá-lo(a) da presença de sua Criança Interior em sua vida.
8. Anote todos os insights que
surgiram neste exercício e agradeça à sua criança.
Repita-o quantas vezes quiser.
Para mim, reencontrar a minha criança foi, além de um processo de cura interior e transcendência, um chamado da minha alma. Algo em meu coração dizia-me que ali estava uma importante missão: levar essa corrente do bem por onde quer que eu fosse.
Por isso, cá estou. E convido você a vir comigo!
Essa é, sem duvida, uma viagem que
vale a pena. Um mergulho de Luz, Cura e Transcendência!