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E
ASTROLOGIA
A PRIMEIRA E A SÉTIMA CASAS
A primeira e a sétima casas simbolizam as experiências necessárias ao
desenvolvimento e à identificação do Eu superior – relativas à sua essência
fundamental, bem como ao reflexo destas nos outros.
A maioria das pessoas consegue ver as outras com mais clareza do que a si
mesmas, porque o ego (simbolizado pela primeira casa) é a compreensão mais
aproximada que se tem de si. O ego ideal (simbolizado pela sétima casa)
contém em si tudo o que gostaríamos de ser se pudéssemos alcançar nossa
autoimagem ideal. Há uma tendência natural no ego da primeira casa (regida
por Marte) a buscar agressivamente o ego ideal da sétima casa (regida por
Vênus).
Quando o ego aparentemente se encontra bem abaixo do ego ideal, a
pessoa sente um estado geral de incompletude. Com o casamento ou
relacionamentos íntimos, ela pode encontrar as qualidades que preencham
essa lacuna e gradualmente acrescentá-las à sua autoimagem, por um
processo de osmose). Quando isso ocorre, o ego e o ego ideal se aproximam
mais, resultando um estado geral de contentamento e felicidade. Este é o
equilíbrio natural da primeira e da sétima casas. Juntas, elas completam os dois
lados da mesma moeda.
Não vivemos numa realidade isolada. Tudo o que desenvolvemos por meio
do ego exige a realimentação do outro, para que possamos avaliar se estamos
colocando nossa vida no caminho correto. A primeira e a sétima casas agem
como espelhos uma da outra. O casamento (simbolizado pela sétima casa)
pode ser uma experiência unificadora, proveniente dos esforços cooperativos
do empenho individualista (simbolizado pela primeira casa).
Libra na sétima casa pode atuar como um espelho de desejos que surgem
como consequência de se possuir um ego. Quando contempla esse espelho de
si mesma, provavelmente a pessoa percebe que seu sonho não é lutar para
superar todo mundo, nem tampouco se sentir constantemente atraída pelo
sucesso, mas, ao contrário, experimentar a paz de espírito que uma relação
harmoniosa pode trazer. A união íntima com o outro pode ensiná-la a equilibrar
as características librianas de não-desejo e os embates compulsivos de seu ego.
Em geral, o parceiro é altruísta e adaptável pode mostrar-lhe o contraponto de
suas obsessões narcisistas excessivas com seu ser pessoal.
Para adquirir segurança emocional, ela pode casar com um parceiro mais
velho ou com alguém cujo sentido de honra, dignidade e respeito próprio seja
irrepreensível. O ego assemelha-se a uma flor em botão em busca do ideal de
respeito desejável na idade madura.
Essa disposição de casa simboliza uma das lições sexuais mais importantes
no zodíaco. Se a pessoa quiser provar a essência da realização, deverá
compreender que o amor sexual se baseia na vulnerabilidade. O ascendente
Câncer precisa ser vulnerável para expressar toda a gama de emoções que
sente; no entanto, só irá abrir-se quando souber intuitivamente que a
segurança é consequência do ato sexual.
Com toda a leveza etérea dessa disposição, Touro na oitava casa, que em
geral a acompanha, toma as necessidades sexuais fortes e terrenas. A beleza
física e espiritual natural nesta pessoa pode encontrar uma forma de expressão
bastante especial através do sexo. A individualidade e o sentido de identidade
ocorrem no casamento, porque o ascendente Libra (signo natural do
casamento) costuma fazer com que a pessoa se sinta pela metade quando a
vida a força a atuar apenas para si mesma. Quando a identidade se concentra
em “nós” e não no “eu”, a beleza interior natural a esta disposição começa a
brilhar em toda a sua plenitude. Com Áries na sétima casa, estabelece-se uma
mente una e a importância de uma direção excepcional para a vida. Altamente
sensível esta pessoa absorverá as qualidades egoístas do parceiro. Contudo,
em vez de constituir uma característica negativa, isso ajuda a juntar direção e
ímpeto a um ego de outra forma passivo.
Ela busca o prazer e deseja, como parceiro, alguém que busca a ociosidade.
Suas maiores dificuldades de relacionamento provêm da forma como lida com
a própria natureza possessiva e ciumenta. Ela pode, literalmente, destruir um
casamento com as projeções desconfiadas de sua paranoia inconsciente. Se
aprender a direcionar essa intensidade, pode transformar o seu ego e oferecer
a profundidade de que o parceiro precisa.
A lição dessa disposição de casas reside na diferença entre ver e ser. O ego
tem de aprender a se expressar através da estima do outro, o que ajuda a
construir a compreensão conjugal que, em última análise, trará à pessoa a
verdade que ela busca.
Essa posição tende a tomar a pessoa “velha para a sua idade” durante a
juventude, pois tenta viver à altura de tudo o que acredita esperar-se dela.
Quando segue os traços cancerianos da sua sétima casa, lentamente ela
começa a inverter os padrões. O casamento traz a espontaneidade nas
respostas, atividades e situações menos planejadas. A pessoa sempre vai
buscar um parceiro altamente afetuoso, sensível e apaixonado, até finalmente
perceber essas características em si mesma.
O sexo vai além da simples relação física. Sempre existem trocas (ou
presentes) que são compartilhados. Na verdade, um dos principais motivos do
desejo sexual de uma pessoa por outra é o fato de existir algo a ser dado ou
recebido. Esse “algo” pode ser uma ideia procurada ou a resposta a uma
pergunta há muito tempo pedida ou, ainda, o aflorar da força, do poder ou da
direção de vida inconscientes. Literalmente, pode ser várias coisas diferentes.
Um dos principais motivos para isso é o fato de esta ser também a casa das
atividades e impulsos criminosos, existindo a tendência de experimentar
intenso sentimento de culpa ao admitir para si próprio a sexualidade em sua
forma mais rude. De certa forma, as associações criminosas nesta casa do
inconsciente relacionam-se com o conceito profundamente arraigado de
“pecado” pessoal, provocando inibições latentes ou inconscientes, das quais tal-
vez a pessoa não chegue a ter consciência.
Existe uma segunda identidade, que não é influenciada assim e que provém
daquilo que a psicologia denomina “id” ou nossos instintos inatos básicos. Essa
identidade só é encontrada quando se faz a seguinte pergunta: “De que modo
uma pessoa pensaria, sentiria e agiria se não estivesse preocupada com
disciplinas familiares, tabus religiosos, aceitação da sociedade e com o peso
geral que o superego lhe impõe? ” Em outras palavras, se pudéssemos ser e
fazer tudo o que quiséssemos, como seríamos e o que faríamos? Esta é nossa
parte instintiva, em geral bem oculta, a fim de garantir nosso aspecto de
respeitabilidade aos olhos dos demais. Para isso, contudo, criamos tantas
carapaças que não entramos verdadeiramente em contato com a força
primordial que nos impulsiona. Para alcançá-la, teríamos de imaginar um
mundo de fato sem mais ninguém. Na verdade, não existe uma força do
superego capaz de inibir nossos desejos além daquilo que imaginamos. Uma
vez percebido isso, podemos começar a compreender-nos mais integralmente.
E, a partir dessa essência verdadeira, as sementes de nossas necessidades
instintivas naturais afloram. Enquanto a segunda casa carrega os valores
acumulados que personalizamos como nossos, a oitava casa descarta-os para
que possamos ter a impressão de que nos livramos das algemas que nos
obrigam a viver segundo as expectativas do mundo exterior. Por esse motivo,
a expressão sexual, quando confrontada em nível instintivo mais básico,
representa a liberação de tensões reprimidas. Ela nos liberta dos limites
estabelecidos pelos pais, pela educação, pela religião, pela sociedade e pelos
seus tabus, e nos proporciona alguns momentos em que podemos estar
verdadeiramente em contato com nós mesmos (para compreender a realidade
do “momento”, ver Karmic Astrology, v. IV, The Karma of the Now, M. Schulman,
publicado por Samuel Weiser Inc. N.Y.,1978).
É nestes momentos que nos sentimos praticamente saindo de um mundo
e adentrando outro. E de fato o fazemos! Para muitos, a mudança é difícil, pois
tentam permanecer conscientes de que depois terão de retomar e enfrentar
de novo o mundo do dia-a-dia. Em essência, devem conseguir respeitar a si
mesmos mais uma vez, segundo a vigorosa força do superego que sentem aí.
Com Áries na segunda casa, a pessoa transfere seu sentido de união para a
sexualidade. Ela proporciona juventude e vitalidade ao seu parceiro sexual,
além da sensação de novos começos. Assim, ela regenera os outros ensinando-
lhes a enfrentar as mudanças.
Vez por outra, existe a tendência de atrair pessoas carentes, que não têm a
ideia de lar. Sentindo falta de estabilidade, a pessoa tenta dar o que acredita
ser um bom fundamento emocional para o parceiro sexual. Relacionamentos
íntimos de longa duração, em que o indivíduo consegue compartilhar os
valores de confiança e segurança, são os seus prediletos. Nessas relações, ela
tenta construir um paraíso seguro com o parceiro. Na maioria de seus
relacionamentos, o amor dado traduz-se em alimentos, vinhos, construção de
coisas, decoração de apartamentos, etc. Ela alimenta o parceiro com uma
sensação íntima de segurança, emocionalmente mais profunda do que
aparentam as manifestações exteriores.
Com Virgem na segunda casa, a pessoa tem ideais elevados, às vezes irreais
ou nada práticos; no entanto, como esta é a casa dos bens materiais, ela se
aferra a eles. Procura ensinar aos demais como estabelecer limites e fronteiras
em suas vidas, a fim de definir melhor o que verdadeiramente desejam.
Esta é uma posição difícil para o casamento, porquanto interiormente a
pessoa espera mais do que é possível na realidade. Nas explorações sexuais,
tende a procurar a parte “perfeita” do parceiro. O recurso mais forte dessa
disposição é o discernimento, aliado à capacidade de saber reunir as peças de
um quebra-cabeça a fim de obter uma resposta ilusória. Através da
sexualidade, ela ajuda o parceiro a aprender a clarear pensamentos e ideias,
de forma que noções obscuras e vagas possam tornar-se cristalinas. Seu
talento para o amor reside na razão e na sensibilidade - qualidades
verdadeiramente raras em um mundo que em geral considera o amor
indefinível e ilógico.
Com Sagitário na segunda casa, a pessoa valoriza sua liberdade. Ela não
quer se sentir inibida pelos outros. Com Gêmeos na oitava casa, seu interesse
aguçado por todas as formas de sexualidade é antes mental do que físico. As
ideias devem ser comunicadas de forma a desenvolver os relacionamentos. Em
geral, ela atrai parceiros com diferentes problemas sexuais de fundo social
baseados em medos e culpa sexuais. Com a dádiva desta segunda casa em
Sagitário, ela pode transmitir essas ideias ao parceiro e libertá-lo dos grilhões
sociais desnecessários. Sabe ser bastante filosófica no que se refere à
sexualidade, evitando a intimidade exagerada. Ela pode transmitir o
conhecimento de como “afrouxar” os freios que prendem o parceiro à infância
e, assim, proporciona o dom da felicidade.
Assumindo os papéis dos livros que lê, ela pode imaginar-se representando
uma cena de alguma página, ou a vinheta de um filme de sua predileção. A
sexualidade física não é tão importante como a ideia de que, na verdade, ela
está observando a si mesma, atitude aparentemente surpreendente para seu
eu consciente. Muitas pessoas com essa disposição de casas só conseguem
superar as inibições conscientes quando são capazes de falar durante o ato
sexual, algo pelo qual o inconsciente clama, mas que elas têm dificuldade de
fazer. A necessidade inconsciente mais profunda neste caso é a compreensão
de ambos os lados da comunicação sexual.
Não obstante toda a maturidade de seu sistema de valores, ela costuma ser
sexualmente possessiva, colecionando parceiros sexuais à semelhança do
filatelista com sua coleção. Cada novo amor será o mais significativo da sua
lista. Curiosamente, é ela mesma quem confere aos parceiros o significado que
percebe neles. Seu maior dom é proporcionar aos amantes a sensação de
importância que os ajuda a superar todas as deficiências que experimentaram
na infância.