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MATERIAL DO CURSO
ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS EM UTI

APOSTILA
5 CARACTERÍSTICAS DA CARREIRA DE ENFERMEIRO
INTENSIVISTA NA UTI
5 CARACTERÍSTICAS DA CARREIRA DE ENFERMEIRO INTENSIVISTA NA
UTI

A Terapia Intensiva é uma capacitação diferenciada, que lida com pacientes


críticos, muita complexidade, inovações tecnológicas e peculiaridades no
atendimento. O profissional precisa ter um perfil bastante proativo, ficando
atento e conectado a tudo o que está acontecendo. Além disso, deve estudar
muito e estar sempre atualizado, inclusive com conhecimento de informática.
Mas o melhor de tudo é que cada dia de trabalho é único e cheio de novos
aprendizados.

IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO INTENSIVISTA

O enfermeiro intensivista tem uma importância vital na Terapia Intensiva


porque ele está à beira leito e tem responsabilidade técnica por todos os seus
colaboradores. Juntamente com eles, administra banho, curativos e
medicações, fazendo a monitorização hemodinâmica do paciente. É ele que
está sempre ao lado do paciente e sua família, é o mediador de tudo, braço
direito do médico plantonista, fisioterapeuta e de todos os outros que trabalham
na UTI. O objetivo de seu trabalho é promover a higienização e conforto do
paciente, melhor qualidade de vida, minimização da dor, monitorização
hemodinâmica e todas as outras intervenções que a Terapia Intensiva requer.

ATUAÇÃO MULTIDISCIPLINAR

O enfermeiro intensivista atua em várias áreas e o vemos assumindo muito o


cargo de gestão. Isso acontece porque ele lida com recursos humanos,
materiais, inovações tecnológicas, cuidados críticos e diversos momentos
graves em que a vida do paciente está por um triz e é necessário tomar
algumas atitudes que precisam ser assertivas.

Também é muito comum a sua presença na Urgência e Emergência, nas salas


vermelhas das UPAs, nos Pronto Atendimentos e até no serviço pré-hospitalar.
Lógico que algumas delas requerem uma capacitação especial, mas vemos
muitas vezes ele se destacando por conta dessa “expertise” que adquiriu.
CONHECIMENTO PARA A DOCÊNCIA

O enfermeiro intensivista normalmente está muito ligado à educação em saúde.


Pela experiência de atuação ele acaba sendo muito convocado pelos hospitais
ou por faculdades. Essas instituições estão sempre “de olho” e querendo
recrutar esses profissionais que são destaque na atuação para que venham
contribuir na Academia (em cursos técnicos, de imersão, extensão ou pós-
graduação). Além da atuação como professor, a experiência acadêmica inclui a
participação em congressos e demais eventos da área e também a realização
de pesquisas importantes para a otimização do sistema de saúde.

REMUNERAÇÃO DIFERENCIADA

O enfermeiro intensivista geralmente tem uma remuneração diferenciada. Além


das possibilidades que eu citei, no próprio hospital ele recebe mais (geralmente
tem adicional por trabalhar em um “setor fechado"). Existem instituições que
pagam 10%, 15% e até 20% mais do que os outros colegas.

UTI = VIDA

Uma característica fascinante da profissão de enfermeiro intensivista é o local


em que atuamos: a UTI. Mas quando falamos nessa área, muitos pensam que
só vão atender pacientes terminais. E Terapia Intensiva não é isso. Muito pelo
contrário: é quando queremos implementar o Suporte Avançado de Vida e
todos os investimentos e tecnologias para o paciente que tem chances de
sobreviver e que, muitas vezes, está só acometido por um quadro agudo ou por
uma fase de sua doença crônica. Então temos que quebrar essa cultura da UTI
como sinônimo de terminalidade e morte. Se você pretende atuar na área,
saiba que terá sim que lidar com a morte, mas que, sem dúvida, a palavra que
melhor define esse espaço é a “vida”!
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ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS EM UTI

APOSTILA
ENFERMEIRO INTENSIVISTA: CONHECIMENTOS,
HABILIDADES E ATITUDES NECESSÁRIAS DO PROFISSIONAL
ENFERMEIRO INTENSIVISTA: CONHECIMENTOS, HABILIDADES E
ATITUDES NECESSÁRIAS DO PROFISSIONAL

A singularidade das organizações hospitalares mundiais tem sido destacada


pela assistência à pacientes em situações cada vez mais críticas, que
necessitam de respostas individuais e complexas, que atendam as suas
necessidades. Dessa forma, o trabalho do Enfermeiro em Unidades de Terapia
Intensiva exige competências, habilidades e atitudes dos profissionais que se
deparam com as mudanças tecnológicas e exigências do cotidiano,
provocando muitas vezes, transformações no seu próprio processo de trabalho.

A temática “competência profissional” tem se constituído, ao longo dos anos,


foco de atenção dos Enfermeiros, bem como dos administradores dos serviços
de saúde, pois os profissionais de enfermagem representam, em termos
quantitativos, parcela significativa dos recursos humanos alocados nas
instituições, especialmente nos hospitais, interferindo diretamente na eficácia,
na qualidade e no custo da assistência prestada. Logo, a mobilização pelo CHA
(Competências, Habilidades e Atitudes) reflete significativamente nos
resultados obtidos e na justificativa pela busca do profissional ideal para o
trabalho em Terapia Intensiva. Tais situações ocorrem devido ao trabalho ser
complexo e intenso, exigindo do Enfermeiro a possibilidade de reconhecer a
singularidade, a fragilidade emocional, física e psíquica do ser humano.

No Brasil, os Enfermeiros Intensivistas aprimoram o CHA, por meio da troca de


experiências em eventos e programas científicos difundidos e promovidos pela
Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), em território nacional.
Para tal condição, o Departamento de Enfermagem da AMIB, em parceria com
a Associação Brasileira de Enfermeiros em Terapia Intensiva (ABENTI), tem se
destacado e mobilizado encontros, palestras, congressos e atividades focadas
na atualização dos profissionais, que vislumbram o desenvolvimento das
competências.

Procurando desvelar as competências necessárias ao Enfermeiro de Terapia


Intensiva, no ano de 2013, foram entrevistados 600 (seiscentos) Enfermeiros
Intensivistas que participaram de um evento científico promovido pelo
Departamento de Enfermagem da AMIB em parceria com a ABENTI, sendo
estas destacadas a seguir.
As três principais competências destacadas pelos entrevistados foram o
conhecimento técnico, o conhecimento científico e a capacidade de liderança.
Tais competências demonstram que a constante atualização técnica,
tecnológica e científica, são necessárias para o enfrentamento de
intercorrências emergentes, onde a contínua busca pelo conhecimento vem
permeada pela experiência adquirida (competência técnica). Já a liderança
diferencia-se por meio do desafio em integrar o cuidado complexo que requer o
pacientes grave à batalha contínua pela busca do ambiente seguro, harmônico
e alicerçado não apenas pela objetividade das práticas assistenciais, mas
também pela subjetividade na qual o sujeito do cuidado esteja no centro das
atenções, sendo compreendido como um ser humano integral, único e
indivisível.
Neste sentido, sabemos que o Enfermeiro Intensivista traz em sua essência o
contato com o próximo, seja no exercício da arte de cuidar ou no
gerenciamento da equipe e da unidade. Uma vez que resolve conflitos, pratica
a equidade na tomada de decisões, norteado pela ética e pela Lei do Exercício
Profissional, orientado por condutas e pela busca da participação de seus
pares na construção de planos e projetos, atuando como um líder e não chefe.

Tais especificidades permite-nos admitir que exista um perfil profissional


norteado pelo CHA, para o desenvolvimento do trabalho do Enfermeiro
Intensivista, onde o profissional inexperiente não reúne a vivência do ambiente
e o contexto peculiar do cuidado ao paciente crítico.

Consequentemente, ao nos depararmos com o crescente avanço tecnológico


incorporado ao cuidado crítico, torna-se fundamental compreendermos a
necessidade contínua do aprimoramento dos saberes (saber ser, saber fazer e
saber agir) articulado à inserção das novas tecnologias em saúde e para a
saúde. Neste cenário, a qualificação profissional ocorre elencada ao processo
educacional, cujo objetivo é o domínio da linguagem tecnológica e a promoção
de uma assistência integral, beneficiando o paciente, seus familiares e o nosso
profissional, de maneira segura e isenta de iatrogênicas. Por isso, vamos
aprimorar os nossos conhecimentos.
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ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS EM UTI

APOSTILA
EQUIPAMENTOS DE UTI ESSENCIAIS EM UM HOSPITAL
EQUIPAMENTOS DE UTI ESSENCIAIS EM UM HOSPITAL

O bom funcionamento do hospital depende diretamente da qualidade de seus


equipamentos. Sejam eles mais simples ou ultra tecnológicos, é fundamental
que os colaboradores consigam manusear e comandar os diferentes tipos de
equipamentos com maestria para evitar quaisquer atrasos ou erros de
procedimentos.

Quando tratamos sobre os equipamentos de UTI (Unidade de Terapia


Intensiva), isso se faz ainda mais imprescindível. Nesse caso, a maioria dos
procedimentos realizados são potencialmente críticos e requerem um alto grau
de confiabilidade, uma vez que a falta, avaria ou inutilização podem colocar em
risco a vida dos pacientes internados.

Para tanto, é importante saber quais são os equipamentos fundamentais de


UTI que não podem faltar em um hospital a partir de um planejamento e gestão
hospitalar que deve ser seguido de maneira rigorosa.

COMO ACONTECE A AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES?

Podemos dizer que existem duas opções para a aquisição de equipamentos


hospitalares que estão disponíveis no mercado de acordo com as
características de cada hospital — seja público ou privado.

Em hospitais privados, acontece a Compra Direta de equipamentos


nacionalizados ou de importação direta por linhas de crédito disponíveis para
tais aquisições, locação e comodato.

Já em hospitais públicos, a compra acontece por diversas modalidades de


licitação, podendo ser nacionais ou de importação direta, locação e comodato.
Nesse caso, o processo sempre acontece via licitação pública.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES DEVEM SER CONSIDERADOS


PARA A ESTRUTURA DE UMA UTI?

Deve-se levar em conta o número de pacientes de modo a definir o número de


leitos e o nível de complexidade — se a unidade de internação abrange, por
exemplo, a área de cardiologia, transplante, traumas, neurologia, atendimento
geral e a possibilidade de longo prazo de permanência.
Além disso, o planejamento da disposição dos leitos deve ser feito obedecendo
às RDCs em vigor, como a RDC nº 7, de 24 de fevereiro de 2010, que dispõe
sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia
Intensiva.

QUAIS OS EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS PARA UMA UTI?

ELETROCARDIÓGRAFO

O eletrocardiógrafo é designado para coletar, amplificar e desenhar um sinal


cardíaco, representando um sinal biológico presente no paciente. A diferença
de potencial é coletada de acordo com a atividade cardíaca e representada de
forma gráfica.

OXÍMETRO

A oximetria consiste na mensuração da quantidade de oxigênio no sangue por


meio de dispositivos denominados oxímetros. Eles são capazes de fazer essa
medida apenas com o contato direto com áreas como pulso, lobo da orelha ou
sobre algum dedo.

O funcionamento se baseia na leitura da frequência cardíaca e quantidade de


oxigênio no sangue das artérias por um sensor luminoso. Além de verificar a
concentração de oxigênio, o oxímetro ainda mede outros sinais vitais, como
frequência respiratória e cardíaca.

MONITOR MULTIPARAMÉTRICO

O monitor multiparamétrico demonstra as informações de determinado paciente


sobre sua estabilidade ou chance de risco no UTI, identificando de maneira
contínua se há alguma aceleração ou desaceleração dos batimentos cardíacos.

Esse aparelho é indispensável em qualquer hospital, público ou privado. Além


do monitoramento cardíaco, ele pode controlar determinadas funções como
queda de saturação do oxigênio e alterações na pressão arterial.
VENTILADOR PULMONAR

Considerando o caráter de urgência, o ventilador pulmonar é especialmente


importante em ambientes de UTI, pois é considerado um equipamento de
suporte à vida. Ele oferece uma ventilação artificial e promove suporte
ventilatório temporário (completo ou parcial) a pacientes que estejam incapazes
de respirar por vias normais.

ESTATIVA

As estativas consistem em carrinhos móveis e rotativos, servindo de prateleiras


para armazenar demais equipamentos hospitalares. Dessa forma, acessórios
como tubos de suporte, sensores e cabos de alimentação podem ser dispostos
em disposição ergonômica.

O QUE CONSIDERAR NO MOMENTO DE ESCOLHA DOS EQUIPAMENTOS


DE UTI?

A estrutura hospitalar é formada por estratégias de planejamento que devem


considerar tanto a manutenção quanto a reposição dos equipamentos de UTI,
sendo que acompanhar a condição dos aparelhos proporciona maior
longevidade e diagnósticos mais precisos.

Portanto, é importante considerar o número de leitos da UTI e realizar projetos


que incluam descritivos adequados, permitindo conhecer os equipamentos que
serão utilizados de acordo com a capacidade de atendimento.

Esses descritivos também podem ser realizados por meio de testes e


demonstrações, o que garante a escolha do melhor custo-benefício e nível de
complexidade necessário de cada equipamento.

Outro ponto primordial que deve ser levado em conta é a capacidade de


precisão e acuidade dos equipamentos de UTI, o que otimiza o tempo, a
obtenção de resultados e diagnósticos e a segurança dos tratamentos
terapêuticos.
O SERVIÇO DE PÓS-VENDA É REALMENTE IMPORTANTE?

Como mencionamos anteriormente, a manutenção dos equipamentos da UTI


consiste em uma prática fundamental, principalmente, quando consideramos a
urgência dos procedimentos clínicos e tempo de utilização.

As calibrações, assim como o registro das intervenções efetuadas são


aspectos que devem estar no planejamento da manutenção para que
operacionalidade seja efetiva. Afinal, se algum equipamento tem sua função
prejudicada, isso pode afetar diretamente o risco de vida dos pacientes
internados.

Nesse contexto, o serviço de pós-venda com suporte técnico qualificado se faz


protagonista nessa questão. O fornecimento de serviços e soluções que
atendam cada instituição de maneira personalizada pode fazer toda a diferença
na prestação do cuidado à saúde.

O processo de escolha, aquisição, manutenção e recebimento de


equipamentos de UTI é complexo e depende de diversos fatores. É importante
manter contato com empresas que forneçam serviços especializados,
proporcionando acesso a equipamentos médicos de alta tecnologia no
segmento da saúde.
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APOSTILA
O ENFERMEIRO DE UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO
O ENFERMEIRO DE UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO

O trabalho em Unidade de Tratamento Intensivo (U.T.I) é complexo e


intenso, devendo o enfermeiro estar preparado para a qualquer momento,
atender pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais
requerem conhecimento específico e grande habilidade para tomar decisões e
implementá-las em tempo hábil. Desta forma, pode-se supor que o enfermeiro
desempenha importante papel no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva.

O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos torna-se mais


eficaz quando desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e
facilidades para a sua progressiva recuperação (Gomes, 1988).
Desta forma, o citado autor ressalta que o enfermeiro de U.T.I precisa
estar capacitado a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é
necessária a autoconfiança respaldada no conhecimento científico para que
este possa conduzir o atendimento do paciente com segurança. Para tal, o
treinamento deste profissional é imprescindível para o alcance do resultado
esperado. De acordo com Gratton (2000) a tecnologia pode ser copiada; assim,
o grande diferencial no mercado competitivo são as pessoas. Desta forma o
preparo adequado do profissional constitui um importante instrumento para o
sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI.
Considerando a importância da atuação do enfermeiro de Terapia
Intensiva e aspectos teóricos anteriormente citados, este estudo tem o objetivo
de discorrer sobre o papel do enfermeiro na Unidade de Terapia Intensiva.

UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO- UTI

As UTIs foram criadas a partir da necessidade de atendimento do cliente


cujo estado crítico exigia assistência e observação contínua de médicos e
enfermeiros. Esta preocupação iniciou-se com Florence Nightingale, durante a
guerra da Criméia no século XIX, que procurou selecionar indivíduos mais
graves, acomodando-os de forma a favorecer o cuidado imediato
(LINO;SILVA,2001)

As UTIs surgiram ainda, a partir da necessidade de aperfeiçoamento e


concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes
graves, em estado critico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da
necessidade de observação constante, centralizando os pacientes em um
núcleo especializado (VILLA; ROSSI , 2002).
Segundo Amorim e Silverio (1998) a unidade de terapia intensiva é um
conjunto de elementos funcionalmente agrupados, que se destina ao
atendimento de pacientes graves ou de riscos que necessitam de assistência
médica e de enfermagem continuamente, além de equipamentos e recursos
humanos especializados.

Ainda para estes autores, a tecnologia esta presente em todos os


setores da área de saúde no Brasil e no mundo, principalmente nas UTIs,
colocando o profissional de enfermagem frente a um desafio; integrar a
tecnologia ao cuidado, dominando os princípios científicos que fundamentam a
sua utilização e ao mesmo tempo suprindo as necessidades terapêuticas dos
pacientes.
O aspecto humano do cuidado de enfermagem, com certeza, é um dos
mais difíceis de ser implementado. A rotina diária e complexa que envolve o
ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) faz com que os membros da
equipe de enfermagem, na maioria das vezes, esqueçam de tocar, conversar e
ouvir o ser humano que esta a sua frente.

Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando


no sentido de humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois
demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema tecnológico
dominante. A própria dinâmica de uma Unidade de Terapia Intensiva não
possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar
melhor, no entanto compete a este profissional lançar mão de estratégias que
viabilizem a humanização em detrimento a visão mecânica e biologicista que
impera nos centros de alta tecnologia como no caso das UTIs.

O PAPEL DO ENFERMEIRO DA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO

Segundo Alencar; Diniz; Lima (2004) a enfermagem vem acumulando no


decorrer de sua historia, juntamente com conhecimento empírico, teórico, o
conhecimento científico, a executar suas atividades baseadas não somente em
normas disciplinares, mas também em rotinas repetidas da sua atuação. Com a
afirmação da Enfermagem como ciência, as modificações da clientela, da
organização, do avanço tecnológico e dos próprios profissionais de
Enfermagem, a prática da profissão deixa de ser mecânica, massificada e
descontinua, utilizando-se de métodos de trabalho que favorecem a
individualização e a continuidade da assistência de Enfermagem, bem como do
estudo critico do atendimento que se presta.
Segundo kurcgant (1991) é da competência do enfermeiro a avaliação
da assistência, sendo que o resultado desta avaliação implica muitas vezes na
decisão sobre a assistência no dia seguinte. Portanto se no decorrer do dia
houver falhas em uma decisão, isto ocasionará uma situação grave. Por isso o
enfermeiro, nessa área, engloba o conhecimento profundo das necessidades
dos pacientes no que se refere à doença enquanto processo mórbido e suas
consequências.
Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro de
UTI vai desde a administração e efeito das drogas ate o funcionamento e
adequação de aparelhos, atividades estas que integram as atividades rotineiras
de um enfermeiro desta unidade e deve ser por ele dominado.
De acordo com Hudak e Gallo (1997), o papel do enfermeiro na unidade
de tratamento intensivo consiste em obter a história do paciente, fazer exame
físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde
e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas.
Além disso, compete ao enfermeiro da UTI à coordenação da equipe de
enfermagem, sendo que isto não significa distribuir tarefas e sim o
conhecimento de si mesmo e das individualidades de cada um dos
componentes da equipe. Frente a estes apontamentos, é possível dizer que o
enfermeiro desempenha funções cruciais dentro da unidade de terapia
intensiva, no que se refere à coordenação e organização da equipe de
enfermagem. A esse respeito Gomes (1988) afirma que o enfermeiro que atua
nesta unidade necessita ter “conhecimento científico, prático e técnico, a fim de
que possa tomar decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda
equipe e principalmente diminuindo os riscos que ameaçam a vida do
paciente”.

“Os enfermeiros das UTIs devem ainda, aliar à fundamentação teórica


(imprescindível) a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a
iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional”
(HUDAK;GALLO, 1997). Por isso a constante atualização destes profissionais é
necessária, pois desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem
habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma
objetiva e sincrônico na qual estão inseridos.
Frente às características específicas da UTI, o trabalho em equipe torna-
se crucial. O enfermeiro "deve ser uma pessoa tranquila, ágil, de raciocínio
rápido, de forma a adaptar-se, de imediato, a cada situação que se apresente à
sua frente". Este profissional deve estar preparado para o enfrentamento de
intercorrências emergentes necessitando para isso conhecimento científico e
competência clínica (experiência).
Ao reportarmo-nos ao conjunto das atividades desenvolvidas pelos
enfermeiros de uma UTI, podemos afirmar que apesar destes profissionais
estarem envolvidos na prestação de cuidados diretos ao paciente, em muitos
momentos existe uma sobrecarga das atividades administrativas em detrimento
das atividades assistências e de ensino. Esta realidade vivenciada pelos
enfermeiros vem ao encontro da literatura quando analisa a função
administrativa do enfermeiro no contexto hospitalar e aborda que este
profissional "tem se limitado a solucionar problemas de outros profissionais e a
atender às expectativas da instituição hospitalar, relegando a plano secundário
a concretização dos objetivos do seu próprio serviço” (GALVÃO;TREVIZAN;
SAWADA,1998).
Entendemos a necessidade dos enfermeiros repensarem a sua prática
profissional, pois "quando o enfermeiro assume sua função primordial de
coordenador da assistência de enfermagem, implementando-a por meio de
esquema de planejamento, está garantido o desenvolvimento de suas
atividades básicas (administrativas, assistências e de ensino) e promovendo,
consequentemente, a melhor organização do trabalho da equipe, que passa a
direcionar seus esforços em busca de um objetivo comum que é o de prestar
assistência de qualidade, atendendo às reais necessidades apresentadas pelos
pacientes sob seus cuidados” (CHAVES, 1993).
De acordo com Kugart (1991), no aspecto informal, a insegurança e o
medo também permeiam os membros da equipe de enfermagem da UTI. O
relacionamento franco e amistoso, mais exigente, promove um ambiente
seguro e calmo. Seres humanos são os pacientes e seres humanos são os
integrantes da equipe de enfermagem. Além do conhecimento de sua equipe e
da visão de que a equipe é constituída de seres humanos com fraquezas,
angustias e limitações, é papel do enfermeiro de Terapia Intensiva também
estabelecer programas de educação continuada de sua equipe.
Outra área de competência do enfermeiro da UTI é assumir o papel de
elo de ligação entre o paciente e a equipe multiprofissional. Embora, discutível
nesse papel, o enfermeiro assume, nas 24 horas do dia, a coordenação da
dinâmica da unidade.
Segundo Amorim e Silverio (2003) o papel do enfermeiro em uma UTI,
quando ele opta pelo cuidado e não pela cura, ou seja, quando ele, não se
torna “escravo” da tecnologia, mas aprende a usar a tecnologia a favor da
harmonização do paciente, do seu bem-estar, fica mais claro sob alguns
aspectos. Ele passa a valorizar a técnica por ela ser uma “aliada” na tentativa
de preservar a vida e o bem- estar, o conforto do paciente.
Segundo Vila e Rossi (2002) apesar do grande esforço que os
enfermeiros possam estar realizando no sentido de humanizar para o cuidado
em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais
contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma UTI
não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar
melhor.

Segundo Galvão;Trevizan;Sawada (2000) partindo da premissa de que


a liderança pode e deve ser aprendida pelo enfermeiro, entendemos que o
preparo em liderança deste profissional seja essencial para a sua prática diária
na Terapia Intensiva. A busca de meios que viabilizem o desenvolvimento da
habilidade de liderar do enfermeiro é fundamental, assim, salientamos o
embasamento teórico e a comunicação, como instrumentos imprescindíveis na
prática do enfermeiro de UTI.

Segundo Nishide;Cintra;Nunes (2003) o enfermeiro de uma


unidade de terapia intensiva assume a responsabilidade de cuidar do paciente,
tanto nos casos de emergência quanto no apoio à vida. Devendo estar apto,
independente do diagnostico ou do contexto clinico, a cuidar de todos os
doentes, utilizando-se de uma abordagem ampla que lhes assegure sua estima
e integridade, sendo que as exigências da UTI, quanto a uma ampla base de
conhecimentos científicos e de especializações, significam que os enfermeiros
precisam integrar suas habilidades técnicas e intelectuais à prática diária.

Para finalizar a discussão sobre o papel do enfermeiro de Unidade de


terapia intensiva, pode se dizer que o mesmo ocupa um importante papel nos
momentos de fragilidade, dependência física e emocional do paciente,
configura- se num importante ponto de apoio para a equipe quer seja no que se
refere à educação e preparo quer seja, na coordenação do serviço de
enfermagem, atua no limiar entre o humano e o tecnológico, frente a isso se
conclui que o enfermeiro de UTI necessita dispor de habilidades e
competências que o permitam desenvolver suas funções eficazmente aliando o
conhecimento técnico científico e o domínio da tecnologia a humanização e
individualização do cuidado.
Procurando oferecer uma contribuição aos enfermeiros que atuam nas
Unidades de Tratamento Intensivo discorreu-se sobre seu papel neste espaço,
procurando descrever e refletir sobre as principais atividades assistenciais ,
administrativas e de ensino que competem ao enfermeiro intensivista. O
enfermeiro de UTI trabalha em um ambiente onde as forças de vida e morte,
humano e tecnológico encontram-se em luta constante, apesar de existirem
vários profissionais que atuam na UTI o enfermeiro é o responsável pelo
acompanhamento constante , consequentemente possui o compromisso dentre
outros de manter a homeostasia do paciente e o bom funcionamento da
unidade.
Ao enfermeiro de terapia intensiva compete cuidar do indivíduo nas
diferentes situações críticas dentro da UTI, de forma integrada e contínua com
os membros da equipe de saúde, para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar
criticamente analisando os problemas e encontrando soluções para os
mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e
bioéticos da profissão. Compete ainda a este profissional avaliar, sistematizar e
decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de
informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o trabalho em
equipe, a eficácia e custo-efetividade.
No que se refere a educação o enfermeiro de Terapia intensiva, deve ter
um compromisso contínuo com seu próprio desenvolvimento profissional,
sendo capaz de atuar nos processos educativos dos profissionais da equipe de
saúde, em situações de trabalho, proporcionando condições para que haja
benefício mútuo entre os profissionais, responsabilizando-se ainda pelo
processo de educação em saúde dos indivíduos e familiares sob seu cuidado,
reconhecendo o contexto de vida e os hábitos sócio- econômico e cultural
destes, contribuindo com a qualificação da prática profissional , construindo
novos hábitos e desmistificando os conceitos inadequados atribuídos a UTI.
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