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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO


1ª VARA DO TRABALHO DE MACEIÓ/AL
PROCESSO: 0010002-17.2016.5.19.0001

Aos 21 dias do mês de junho do ano dois mil e dezessete, às 14:10 horas, estando aberta
a audiência da 1ª VARA DO TRABALHO DE MACEIÓ/AL, na sala de audiências da
respectiva Vara, sito à AV. DA PAZ 1994, CENTRO, com a presença do(a) Sr(a) Juiz(a)
do Trabalho Substituto(a) LUIZ JACKSON MIRANDA JÚNIOR, foram por ordem
do(a) Sr(a) Juiz(a) do Trabalho apregoados os litigantes: CLEONICE PEREIRA DA
SILVA, EMBARGANTE, GABRIEL SILVEIRA ARRUDA, EMBARGADO e
CONSTAT- COMERCIO IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA,
LITISCONSORTE.

1 - RELATÓRIO

Trata-se de embargos de terceiro opostos por CLEONICE PEREIRA DA SILVA sob o


argumento de que detém a posse do imóvel penhorado nos autos da execução trabalhista
nº. 0185400-03.2001.5.19.0001 (a saber: casa nº 116 da Av. Artur Vital da Silva, Quadra
I, Gruta de Lourdes), sendo ilegal, portanto, a constrição sobre tal bem.
A parte embargada deixou transcorrer in albis o prazo para manifestação.
Os autos vieram conclusos para julgamento.
É o relatório.

2 - FUNDAMENTAÇÃO

Conforme relatado, o presente remédio jurídico busca desconstituir a penhora sobre a


casa nº 116 da Av. Artur Vital da Silva, Quadra I, Gruta de Lourdes, objeto da ação de
usucapião tombada sob o nº 0018747-52.2009.8.02.0001, a qual se encontra em fase de
instrução e nela se habilitou o aqui exequente.
Ora, a jurisprudência pátria caminha no sentido de que deve ser sobrestada a execução
sobre o imóvel penhorado, até que haja decisão transitada em julgado sobre a propriedade
do imóvel. Pretende-se com isso resguardar a função social da propriedade, insculpida na
Constituição Federal de 1988, de maneira que, se efetivamente houve exercício da posse
mansa e pacífica pelo prazo legal, deve-se reconhecer que o bem já saiu da esfera
patrimonial do executado. Assim, o bem que é objeto de penhora somente deve garantir a

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execução se efetivamente permanecer na esfera patrimonial do devedor, o que deverá ser


dirimido no juízo competente.
Veja-se, a propósito, o seguinte julgado do TRT da 3ª região:
"PENHORA DE BEM IMÓVEL OBJETO DE AÇÃO DE USUCAPIÃO.
IMPOSSIBILIDADE. Comprovada por terceiro a propositura de ação de usucapião sobre
o imóvel objeto de constrição, deve ser desconstituída a penhora, por se tratar de bem que
não se encontra livre, nem desembaraçado, sem prejuízo de nova penhora sobre o mesmo
imóvel, caso seja julgada improcedente a mencionada ação." (AP: 0001557-
44.2013.5.03.0006, Relator: Jose Eduardo Resende Chaves Jr., Primeira Turma, Data de
Publicação: 23/05/2014).
Desse modo, imperativa a desconstituição da penhora.

3 - CONCLUSÃO

Ante ao exposto, conheço dos embargos de terceiros opostos por CLEONICE PEREIRA
DA SILVA para julgá-los procedentes a fim de desconstituir a penhora da casa nº 116 da
Av. Artur Vital da Silva, Quadra I, Gruta de Lourdes, realizada nos autos do processo nº.
0185400-03.2001.5.19.0001.
Custas dispensadas, nos termos do artigo 790-A da CLT.
Intimem-se as partes. Nada mais.

E para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da lei.

_________________________________________________
LUIZ JACKSON MIRANDA JÚNIOR - Juiz(a) do Trabalho Substituto(a)

_________________________________________________
JOSÉ GIOVANI RODRIGUES VENTURA- Diretor(a) de Secretaria

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