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UMA BREVE ANÁLISE SOBRE A CORRUPÇÃO NO BRASIL:

POLÍTICA

José Gonçalves da Silva


Cláudio de Lima Sampaio
Orientador: Bruno Cézar Cadé

RESUMO
Este trabalho é uma revisão de literatura, abordando o tema sobre a corrupção
no Brasil, foi feita uma análise criteriosa em quatro artigos selecionados, concluiu-se
que a corrupção no Brasil remete a tempos coloniais e que é necessário maior controle
do Estado.

INTRODUÇÃO
Segundo Calil Simão (2011, p. 27), é pressuposto necessário para a instalação da
corrupção a ausência de interesse ou compromisso com o bem comum:

A corrupção social ou estatal é caracterizada pela incapacidade moral dos


cidadãos de assumir compromissos voltados ao bem comum. Vale dizer, os
cidadãos mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes tragam uma
gratificação pessoal.

A corrupção é uma palavra bastante conhecida pela sociedade brasileira, desde


os primórdios da colonização, aquele ‘jeitinho’ brasileiro é corriqueiro e passa até
despercebido sendo considerado por muitos, sinônimo de simples trocas de favores.
Atualmente no Brasil, as atenções estão voltadas para esse assunto, devido as grandes
operações policiais realizadas e as prisões de grandes nomes da política nacional.
A importância do tema deve-se ao fato do déficit de conhecimento social sobre
questões políticas com a corrupção política, que é constantemente abordada nos meios
midiáticos do Brasil.
Este trabalho está estruturado em três partes, além desta introdução, contendo a
revisão da literatura sobre corrupção política, a apresentação da metodologia e a
conclusão. A revisão da literatura sobre corrupção aborda a conceituação da corrupção
política e os principais trabalhos acadêmicos sobre o tema.
Portanto, para uma compreensão simplória, será feita uma breve análise dos
textos acadêmicos sobre a temática abordada.

METODOLOGIA
É uma pesquisa bibliográfica na língua portuguesa, sendo utilizadas as seguintes
bases de dados: Google Acadêmico, Scielo. Foram utilizadas as seguintes palavras-
chave: corrupção no Brasil, corrupção política e ciência política. Dos seis artigos e livro
encontrados, foram utilizados apenas quatro nessa revisão literária, devido a incoerência
dos demais .

DESENVOLVIMENTO
A corrupção política corresponde: “Ao uso do poder público para proveito,
promoção ou prestígio particular, ou em benefício de um grupo ou classe, de forma que
constitua violação da lei ou de padrões de elevada conduta moral” (SIMÕES, 2011, p.
35).

O distanciamento em relação aos princípios cria motivações para a prática de


corrupção, pela via de uma degeneração dos valores fundamentais,
configurando um cenário de disputas pelo poder. Quando virtudes cívicas dão
lugar à apatia, há a condução a um profundo senso de irresponsabilidade,
uma vez que os desejos serão superpostos aos deveres, configurando um
cenário de dissolução dos vínculos fundamentais. (BELLAH, 1975).

Com relação ao ranking de corrupção:


No ranking mundial da corrupção, o Brasil, uma das principais economias do
mundo, foi relacionado pela Transparência Internacional (TI), entre os países
mais corruptos do mundo. O que não é de se estranhar diante da enxurrada de
escândalos de que vem sendo vítima (BATISTA, 2000).

Em 2010, um estudo da Fiesp apontou que o custo anual da corrupção no país é


de 1,38% a 2,3% do PIB.
A corrupção no Brasil afeta diretamente o bem-estar dos cidadãos brasileiros
quando diminui os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura,
segurança, habitação, entre outros direitos essenciais à vida, e fere criminalmente
a Constituição quando amplia a exclusão social e a desigualdade econômica.
O Código Penal Brasileiro classifica a corrupção governamental como delito no
título XI - Dos Crimes Contra a Administração Pública, que podem ocorrer de duas
formas:
- Crimes cometidos por funcionário público contra a administração em geral,
que configuram a corrupção passiva; e,
- Crimes cometidos por particular contra a administração em geral, que
caracterizam a corrupção ativa.
O desencadeamento de ações específicas, como operações especiais de
combate ao crime organizado desenvolvidas pelos órgãos de controle interno
e externo, Polícia Federal e demais instituições envolvidas no combate à
corrupção governamental, assim como a integração desses órgãos, tem sido
prioridade do Governo Federal na última década. Com relação às punições, a
Controladoria-Geral da União (CGU), como órgão central de correição do
Poder Executivo Federal, já exonerou do serviço público, mediante Processo
Disciplinar, 2.398 servidores públicos estatutários até o final de 2009
(Controladoria Geral da União-CGU, 2010).

É importante compreender as ações de combate à corrupção governamental no


Brasil, pois seguidamente são objeto de divulgação na mídia, podendo afetar a
percepção da corrupção por parte da população, influenciando o comportamento do
índice elaborado pela Transparência Internacional.

CONCLUSÃO
Observou-se neste presente trabalho que a corrupção tem origens históricas e
sociais, e é um problema que afeta bastante o Brasil, tendo repercussões negativas nos
âmbitos social, político e econômico. Um dos principais problemas que dificultam o
combate à corrupção é a cultura de impunidade ainda vigente no país e aqueles que
podem pagar bons advogados dificilmente passam muito tempo na cadeia ou mesmo
são punidos. Além disso, o fato de os políticos gozam de direitos como o foro
privilegiado e serem julgados de maneira diferente da do cidadão comum também
contribui para a impunidade
É necessário, para o controle da corrupção do Estado, a criação de significados
culturais em uma chave que apresente, inexoravelmente, um caminho alternativo ao
sujeito social. A organização do plano jurídico que entrelace os valores morais e éticos e
que essa organização permaneça constante.
REFERÊNCIAS

BATISTA, Antenor. Corrupção: fator de progresso? Disponível em: acesso


em:<https://gestao.dnit.gov.br/institucional/comissao-de-etica/artigos-e-
publicacoes/publicacoes/corrupcao%20no%20Brasil.pdf>27 de setembro de 2016.
BELLAH, R .The Broken Covenant. American Civil Religion in Time of Trial.
The University of Chicago Press, Chicago.1975
BRASIL. Decreto-Lei nº. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF.
SIMÃO, Calil. Improbidade Administrativa - Teoria e Prática. Leme: J.H.
Mizuno, 2011.

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