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ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA DE ADULTOS

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SUMÁRIO
NOSSA HISTÓRIA 2
1. INTRODUÇÃO 3
2. UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA 6
3. EQUIPAMENTOS: 7
4. TÉCNICAS 14
5. EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA: 16
6. O PAPEL DE ENFERMEIRO NA UNIDADE INTENSA: 26
7. PROTOCOLOS: 30
8. ADMITINDO O PACIENTE CRÍTICO: 32
• Na admissão do paciente crítico, a equipe de enfermagem deverá sempre estar atenta
para a organização do leito que irá receber este paciente; 32
• O leito deverá ser organizado conforme rotina do setor; 32
• Todos os materiais dos leitos deverão ser verificados no início de cada plantão; 32
9. CONCLUSÃO: 35
10. REFERÊNCIAS: 36

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, as primeiras UTIs tiveram início na década de 70, com a determinação de


concentrar pacientes com alto grau de complexidade em uma área hospitalar
adaptada, com infra estrutura própria, equipamentos e materiais adequados, além de
capacitação de profissionais para ampliar a qualidade do trabalho nela desenvolvido
(ABRAHÃO, 2011). O autor se reporta ao cuidado ao paciente critico, o qual teve início
em 1854, mediante o trabalho de Florence Nightingale, na Guerra da Crimeia. Naquela
época, a mortalidade entre os feridos era de 40% e, quando Florence seguiu para
Scutari, um subúrbio asiático de Constantinopla, com um grupo de 38 mulheres, entre
religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais, a mortalidade diminuiu para 2%.
A UTI caracteriza-se como uma unidade fechada, complexa, com monitorização
contínua que admite pacientes graves ou com descompensação de um ou mais
sistemas orgânicos. Fornece suporte e tratamento intensivo, monitorização contínua,
cuidado vinte e quatro horas, equipamentos específicos e outras tecnologias
destinadas ao diagnóstico e a tratamento. Nesse contexto, Martins e Ribeiro (2011)
colocam que a UTI pode amenizar o sofrimento, independente do prognóstico do
paciente, pois é uma unidade de assistência médica e de enfermagem contínuas, na
qual atuam profissionais com formação especifica na área, ou seja, intensivistas.
O ambiente da UTI é desconhecido para os pacientes, um lugar diferente, agitado,
com muitas máquinas, alarmes, onde os mesmos sofrem uma sequência de
privações. A internação nesta unidade provoca desconforto físico e emocional, torna
intensa a ansiedade e o medo, sentimentos esses que podem contribuir para o
estresse e interferir negativamente na recuperação do paciente (REIS et al, 2009).
O enfermeiro é responsável por zelar pelos pacientes, familiares e equipe. Assim é
imprescindível a este profissional competências, como tomada de decisão, trabalho
em equipe, liderança e responsabilidade. Seu trabalho deve ser construído desde a
formação acadêmica, em conhecimentos técnico-científicos, que são fundamentais
para liderar um grupo que deve estar treinado e apto nas ações do saber e do cuidar
(MENEZES, PRIEL, PEREIRA, 2011).
O trabalho em uma UTI é complexo e intenso, o enfermeiro deve estar preparado e
atento para a qualquer momento, atender pacientes com alterações hemodinâmicas
importantes, as quais requerem conhecimento específico e habilidade para tomar
decisões em tempo hábil. Desta forma, podemos afirmar que o enfermeiro
desempenha importante papel na Unidade de Terapia Intensiva (PIROLO, FERRAZ,
GOMES, 2011). Com base nessas considerações, como pós graduanda do curso de
Pós-Graduação Lato Sensu em Enfermagem em Terapia Intensiva, busca-se, a partir
de vivências no decorrer da disciplina Vivências Teórico-Práticas em Terapia
Intensiva, em uma UTI geral de um hospital porte IV, refletir e discutir acerca da
dinâmica de funcionamento da mesma, com ênfase na atuação do enfermeiro no
cuidado ao paciente.
Apesar dos esforços dos profissionais que trabalham nas Unidades de Terapia
Intensiva (UTI), elas são vistas como ambientes frios e considerados por muitos como

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detentores de práticas mecanicistas. Tal opinião é fruto de relatos dos próprios
pacientes. Essa visão os leva a temer a internação nesse setor, embora essa unidade
se destaque no contexto hospitalar, quer em equipamentos, quer em melhor
capacitação profissional, o que possibilita maior recuperação do paciente.
A UTI não é apenas uma servidão com equipamento especial. Nela, um dos fatores
primordiais é a prestação da assistência, por meio de um relacionamento interpessoal,
que deve se dar por via da comunicação verbal ou não verbal. Nesse contexto, espera-
se estar oferecendo segurança e um efetivo apoio emocional ao cliente e a sua família,
aliados a uma atitude orientada para o aproveitamento dos recursos tecnológicos
existentes.
Ficar internado, principalmente numa UTI, È algo que leva o ser humano a fazer uma
reflexão que, por mais simples que seja, sempre È acompanhada de anseios, dívidas
e medo, principalmente de não receber cuidados humanizados. Uma UTI, por ser um
setor no qual a tecnologia permeia constantemente o atendimento ao cliente ali
internado com risco de morte, È considerada como unidade complexa e os
profissionais atuantes nesse espaço são, muitas vezes, reconhecidos como
insensíveis, uma vez que direcionam o assistir, priorizando o biológico, ou mesmo a
dimensão mecanicista, pela destreza necessária no lidar diário com equipamentos.
Ora, a dimensão humana È a razão e a origem da criação tecnológica e, em função
disso, esses profissionais têm sido alertados para a necessidade de resgatar o
humano nessas unidades, e viam refletindo cada vez mais conscientemente sobre
quem È o cliente por eles atendido e suas especificidades, para que recebam um
cuidado que transcenda o corpo físico, o biológico e o factível. Os profissionais de
enfermagem que trabalham numa UTI prestam cuidados aos indivíduos
hemodinamicamente instáveis. A internação deixa esses pacientes ansiosos, com as
emoções e sentimentos abalados, por estarem vivendo em um ambiente estranho e
com pessoas que não são do seu convívio. Entretanto, eles dispõem de uma
tecnologia de ponta, o que È um grande aliado para o sucesso do tratamento. Para
que essa assistência de enfermagem seja de qualidade e humanizada, torna-se
necessária uma relação interpessoal profissional-cliente, em que a comunicação
verbal, não verbal e toque sejam utilizados como instrumentos do cuidar. Ao utilizamos
esses instrumentos, estaremos amenizando a ansiedade, o medo do desconhecido
desses enfermos. A enfermagem é a arte e a ciência do cuidar, do cuidar de pessoas.
Para que isso seja viável, é necessário um processo de interação entre quem cuida e
quem é cuidado;
È necessário que haja troca de informações e de sentimentos entre essas pessoas.
O ato de cuidar na enfermagem estabelece uma relação muito próxima, Íntima muitas
vezes, de contato físico intenso e permeado por várias sensações e sentimentos. Essa
atuação diretamente sobre o corpo do outro faz com que o profissional ou aluno de
enfermagem entre em contato com a intimidade do cliente.
Quando as ações são desenvolvidas dentro dos valores éticos da nossa profissão e,
principalmente, com um toque de humanização, os outros profissionais e até mesmo
a sociedade valorizam e reconhecem a profissão como elemento essencial e
necessário ao cuidado do outro.

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2. UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Uma unidade de tratamento intensivo (UTI) ou unidade de cuidados intensivos
(UCI) é uma estrutura hospitalar que se caracteriza como "unidade complexa dotada
de sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves
ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e
tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar”. O profissional que se
dedica a esta modalidade de atendimento chama-se intensivista.

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3. EQUIPAMENTOS:
Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de
pulso e rede de gases. Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão:

Termômetro

Oxímetro de pulso:

Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é colocado no dedo.


Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica a taxa de saturação
do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação
dos tecidos de maneira contínua.

Eletrocardiográfico,

com frequência cardíaca e medida intermitente de pressão arterial. Situa-se na


cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de eletrodos descartáveis no
tórax.

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Monitor de pressão arterial

Não-invasivo (Esfigmomanômetro)

Invasivo (por punção arterial em geral a radial)

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Capnógrafo (A capnometria é a medida da pressão parcial de CO2 na mistura
gasosa expirada. A representação gráfica da curva da pressão parcial de CO2 na
mistura gasosa expirada, em relação ao tempo, é denomi- nada capnografia.)

Monitor Cardíaco - Efetua o controle do débito cardíaco

Swan-Ganz, (Os cateteres de artéria pulmonar de tecnologia avançada Swan-


Ganz da Edwards oferecem um perfil hemodinâmico abrangente administrado por um
único cateter para ajudar os médicos a avaliar a função cardiovascular e orientar as
decisões de tratamento).

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Sonda naso-enteral: quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é
introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o
estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão
contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas
especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-las por longo
período.

Sonda vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido


da diurese (volume urinário), é necessário introduzir sonda na uretra (canal urinário)
até a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em
locais baixos.

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Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer
oxigênio suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a
máscara próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2. Em
geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispneicos
(falta do ar).

Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar


próximo ao coração. Fino, da espessura de uma carga de caneta, é introduzido
através do pescoço ou no tórax (infraclavicular – abaixo da clavícula). Permite acesso
venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses. É indolor.

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Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado
de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traqueia sob anestesia e sedação. Permite a
conexão do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de curta
duração, até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão maior
de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueostomia e inserção da
cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-se.

Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a


entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e
segurança do sistema respiratório. Os equipamentos modernos permitem maior
interação entre paciente-ventilador com seu comando ou não. Apesar das inúmeras
vantagens e em vários casos obrigatórios, estabelece interrupção da fisiologia normal
respiratória, favorecendo infecções pulmonares designadas “pneumonias do
ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é chamado de desmame
ventilatório, que é gradual.

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Patinho (ou "Compadre") - É usado para pacientes homens conscientes e
lúcidos urinarem por vontade própria. Pode ser usado até mesmo com o paciente em
pé (como se fosse uma espécie de "mictório portátil"). Necessita da ajuda de um
enfermeiro ou de uma enfermeira, mas é um método muito importante para ajudar a
manter a fralda do paciente limpa e para fazer o paciente se movimentar.

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4. TÉCNICAS
Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e
ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves, principalmente
quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada sedação (tranquilizante
e indutor de sono) e analgesia (abolição da dor) contínua que pode levar a ausência
total de consciência e sonolência profunda. Neste estágio, designado “coma induzido”,
não há dor, não há frio e a percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço
nesta situação é abolido, onde pacientes que permanecem “meses” na Unidade,
recordam como “horas”.

As Infecções - São as causas mais importantes de internações em Unidades


Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento com antibióticos
de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os riscos das
infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica (através do sangue) e
ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente como sepse.
Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida no ambiente
hospitalar, sendo na grande maioria prevista e inevitável principalmente em
decorrência de técnicas invasivas como a pneumonia do Ventilador Pulmonar.

Procedimentos Cirúrgicos Eventuais: Procedimentos cirúrgicos de pequeno


porte podem ser necessários. Nas situações emergenciais são realizados através do
próprio intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica especializada de apoio do
Hospital.

Traqueostomia: Não é recomendada a manutenção por longos períodos da


cânula de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na traqueia e laringe.
Não há tempo específico recomendado, cabendo ao intensivista a indicação e
recomendação da traqueostomia. Procedimento relativamente simples, consiste na
abertura da traqueia na região inferior frontal do pescoço e introdução de cânula
plástica em substituição a mantida através da boca. Pode ou não ser procedimento
permanente, podendo ser retirada quando do desmame efetivo do ventilador
mecânico.

Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no


pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação de
dreno torácico com sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório.

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Cateter de PIC: Cateter em geral provisório introduzido na porção superior da
cabeça para drenagem liquórica de alívio.

Cateter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a infusão de


líquido intra-abdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser
permanente ou não.

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5. EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA:
Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes
internados nas UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como:

Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de


sangue para avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e
metabólitos do organismo. A função renal é medida indiretamente através da dosagem
da ureia e creatinina, dando ao médico informação valiosa em relação a integridade
renal.

Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efetuada punção na artéria


radial situada no punho (local do pulso). Após coleta, a amostra é analisada através
do equipamento designado hemogasômetro que permite a análise dos principais
gases do sistema respiratório tais como oxigênio e gás carbônico. Portanto é método
para avaliação da boa função pulmonar.

Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos a ventilação


mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de derrames
(líquidos) e infecções como a broncopneumonia.

Desconfortos psicológicos de uma UTI

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PARA OS PACIENTES

Muitos fatores podem contribuir para o aumento do estresse e da ansiedade de


pacientes que se encontram acordados no ambiente da UTI, aqui citaremos apenas
alguns:

Isolamento da família e dos amigos (daí a importância das visitas);

Medo de passar por certos exames (como endoscopia e cateterismo, por


exemplo);

Barulho incessante dos equipamentos;

Constrangimento de estar sem roupas normais, sem acessórios e com


vestimentas incomuns (geralmente, paciente de UTI usa apenas fralda, camisola
hospitalar e cobertor);

Pacientes com dieta zero ao verem outros pacientes comerem e/ou beberem;

A utilização da fralda pode representar a perda da autonomia, constrangimento


por necessitar de alguém (técnicos/as de enfermagem) para limpar e trocar, o que
pode ser agravado principalmente nos casos de pacientes das UTIs cardiológicas que
ficam com a movimentação restrita, não podendo fazer uso do banheiro pelo risco de
um infarto iminente;

Pensamentos e medo da morte ou piora do quadro;

Visualização constante de tudo o que ocorre com os outros pacientes, podendo


presenciar óbitos, levando a uma maior ansiedade em relação a sua própria patologia;

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Tempo ocioso sem atividades e distrações;

No caso de necessidade de cirurgias: medo da morte, da não resolutividade do


problema, da anestesia;

Pode ocorrer o receio de ficar com sequelas da doença e de não conseguir


retornar para as atividades que realizava anteriormente;

Não aceitação da hospitalização e resistência ao tratamento.

PARA A FAMÍLIA

É sempre importante ter em mente que no ambiente hospitalar, não estaremos


lidando apenas com os pacientes. Saber lidar com o emocional dos familiares, ter tato
em passar notícias, falar sobre o óbito, pois não são só os pacientes que se fragilizam
emocionalmente ao adoecer, o fato de ter um familiar hospitalizado acarreta muitas
questões dentro das famílias e muitas dessas questões podem ser agravadas pela
rotina do hospital. O que muitas vezes ocorre é o descaso com as famílias e a
responsabilidade por lidar com elas é jogada apenas para o profissional psicólogo.
Entretanto, a equipe multidisciplinar deve estar atenta aos fatores adoecedores, a
importância que a família tem na vida do paciente, para a história clínica dele, para o
cuidado com ele e estabelecer uma relação de diálogo e boa convivência, sempre
considerando os aspectos sociais, econômicos e culturais que perpassam a vivência
desses indivíduos. Alguns fatores que causam desconforto psicológico na família que
tem um paciente em UTI são:

Lidar com o afastamento do familiar, que sai do lar para estar no hospital;

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O deslocamento diário ao hospital, o que pode acarretar em um gasto muito
alto, dependendo da distância do hospital para a residência da família. Muitas vezes
as famílias residem em outra cidade e o gasto se torna altíssimo;

Por conta desses gastos, muitos familiares precisam encontrar algum lugar
para ficar próximo ao hospital onde seu familiar está internado, e nem todas as cidades
contam com residências para acompanhantes, o que gera mais problemas;

Ter que lidar com documentação do hospital em relação a internação,


transferência e etc.;

Alguns familiares precisam pedir dispensa e/ou folgas no trabalho para ir a


visitas, o que pode gerar problemas pessoais;

O relacionamento com a equipe multi nem sempre é fácil;

Muitas vezes a visita não se inicia no horário pré definido, causando mais
ansiedade enquanto as famílias aguardam para entrar e ver os pacientes, podendo
inclusive gerar atritos com a equipe;

Nem sempre os médicos conseguem transmitir de maneira clara o que está


acontecendo com seu ente querido, gerando possíveis má interpretações e
desconfortos;

Os familiares de pacientes intubados, ou com alguma condição grave em geral,


podem sentir-se mais fragilizados. Portanto, é sempre bom o apoio da equipe,
procurar explicar sobre todos os procedimentos, sobre para que servem os
equipamentos, o motivo do paciente estar sedado e como funciona essa sedação,
para tentar passar mais conforto a essa família.

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Enfermeiro Coordenador:

Normatizar e fazer cumprir as normas e rotinas na unidade de terapia intensiva, de


forma democrática, mantendo-as sempre atualizadas e disponíveis à equipe e
estudantes;

Participar, em conjunto com a Coordenação de Enfermagem, na seleção dos técnicos


de que irão compor o quadro da equipe de enfermagem da Semi-intensiva;

Confeccionar escala mensal do pessoal de Enfermagem Auxiliar/Técnico e


Enfermeiro;

Confeccionar escala anual de férias da equipe de enfermagem;

Integrar a Semi-intensiva com os demais serviços da instituição, priorizando a ética


profissional e zelando pelo trabalho multiprofissional;

Assessorar a direção do hospital nos assuntos referentes à sua área de atribuição;

Manter a equipe de enfermagem atualizada, organizando ciclos de atualizações, em


consonância com a equipe Médica e registrando informes em livro de relatório;

Convocar e presidir reuniões com funcionários do setor, registrando cuidadosamente


todos os assuntos discutidos em livro ata destinado exclusivamente a este fim;

Organizar, incentivar e participar de confraternizações em datas especiais e


aniversários, de todos os membros da equipe;

Encaminhar comunicações de troca à coordenação de Enfermagem seguindo sempre


as determinações desta;

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Prever e prover os recursos materiais, garantindo uma assistência adequada, sem
quebra da continuidade, registrando pendências ou problemas relacionados no livro
de relatório;

Supervisionar o adequado uso dos recursos materiais;

Coordenar, supervisionar e avaliar periodicamente as atividades da equipe de


enfermagem;

Supervisionar a arrumação do armário de reserva de medicamentos e materiais;

Supervisionar manutenção preventiva e limpeza de equipamentos de reserva;

Controlar saída e recebimento de materiais para manutenção ou reposição;

Manter lista de equipamentos existentes na unidade devidamente atualizada;

Zelar pela garantia da sistematização da assistência de enfermagem;

Providenciar a realização de exames complementares a serem realizados fora da


instituição;

Ter resolubilidade frente aos problemas detectados para o bom funcionamento da


unidade;

Fazer censo mensal;

Realizar relatório, anualmente e sempre que necessário, para a Coordenação de


Enfermagem, documentando fatos, atividades e desempenho anual, sugerindo
atitudes em conformidade com a equipe de enfermagem;

Estimular, facilitar e participar da elaboração de trabalhos científicos;

Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todos os membros


da equipe, frente a familiares e funcionários de outros setores do hospital;

Coordenar e supervisionar estágios de profissionais de saúde no seu serviço;

Prestar assistência direta ao paciente conforme necessidade do mesmo.

Enfermeiro Assistencial:

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Realizar escala diária dos técnicos de enfermagem, para o período posterior;

Participar, em conjunto com o Enfermeiro Coordenador, no processo de avaliação dos


técnicos do setor, e da seleção de novos funcionários;

Participar do processo de integração, junto aos demais serviços da instituição,


priorizando a ética profissional e zelando pela unidade profissional;

Colaborar com a atualização dos profissionais que compõem a equipe de


enfermagem;

Participar de reuniões, sempre que convidado;

Primar pela continuidade da passagem de plantão de forma sistematizada;

Realizar a evolução e prescrição de enfermagem de forma completa, precisa e legível;

Comandar, supervisionar e avaliar as atividades desenvolvidas pela equipe de


técnicos de enfermagem no cuidado diário prestado aos clientes;

Prestar assistência de enfermagem de forma sistematizada;

Prestar cuidados diretos ao cliente, de maior complexidade técnica, que exijam


conhecimento científico e capacidade de tomar decisões imediatas, com observância
à legalização das ações e rotinas institucionais;

Manter familiares atualizados acerca da evolução clínica, com base nos princípios do
Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem;

Esclarecer aos clientes dúvidas e indagações necessárias;

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Supervisionar e observar a realização de controles gerais, a cada 02 (duas) horas, ou
antes, se necessário através da equipe de técnicos de enfermagem e/ou, estudantes,
sistematicamente:

Temperatura;

Frequência cardíaca;

Frequência respiratória;

Pressão arterial;

Pressão Venosa Central (a cada 04 horas), em clientes com acesso venoso central, e
quando necessário;

Líquidos infundidos via parenteral;

Líquidos infundidos via enteral;

Líquidos eliminados;

Oximetria de pulso.

Providenciar a realização de exames complementares solicitados para o cliente;

Supervisionar e checar os aparelhos em uso e carro de emergência a cada período


de trabalho e após uso diante de intercorrências;

Fechar censo diário à meia noite e abrir censo do dia seguinte;

Manter atualizado o livro de registro de clientes;

Realizar relatório diário das ocorrências do plantão;

Participar, estimular, colaborar e realizar trabalhos científicos;

Controlar entorpecentes;

Testar os aparelhos a cada período de trabalho e a cada preparo para utilização:


desfibriladores; respiradores; eletrocardiograma; oxímetros;

Preparar e administrar medicamentos, atentando para possíveis efeitos adversos;

Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todos os membros


da equipe, frente a familiares e funcionários de outros setores do Hospital;

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Prover o setor de recursos materiais quando necessários;

Prestar orientações após alta dos clientes;

Orientar e supervisionar os visitantes quanto à lavagem das mãos e cumprimento de


medidas de controle de infecção hospitalar.

Auxiliares e técnicos de enfermagem:

Assistir e passar plantão de forma sistematizada;

Prestar assistência integral ao cliente, sob supervisão do enfermeiro;

Fazer controle geral do cliente a cada duas horas, comunicando ao enfermeiro ou ao


médico intensivista quaisquer alterações;

Auxiliar o enfermeiro na assistência ao cliente grave;

Executar prescrições de enfermagem;

Participar ativamente no processo de admissão de clientes, conforme rotina; após alta


do cliente, por transferência ou óbito:

Retirar materiais utilizados e encaminhá-los ao expurgo, colocando-os em recipiente


adequado para encaminhamento a CME:

Solicitar ao funcionário da higienização a limpeza do leito;

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Arrumar o leito;

Encaminhar os pertences do cliente à família, ou, em caso de transferência,


encaminhar pertences e medicação a unidade receptora, juntamente com exames de
RX e tomografia;

Manter a organização do setor;

Realizar desinfecção das lâminas do laringoscópio, após o seu uso, e repô-las à


bandeja;

Controlar materiais, repondo quando utilizado;

Observar os aparelhos em uso, a cada período de trabalho;

Cumprir escalas mensal e diária;

Manter comportamento ético junto aos membros da equipe, familiares e outros setores
do hospital;

Respeitar hierarquia;

Participar das reuniões, quando convidado;

Colaborar, incentivar e participar das confraternizações em datas especiais e


aniversários;

Encaminhar os materiais utilizados no período para CME, a fim de serem esterilizados;

Buscar materiais esterilizados na CME e arrumá-los nos armários específicos;

Responsabilizar-se, conforme escala, pelos encaminhamentos, controle e arrumação


dos materiais estéreis, obedecendo ao fluxo: CME-UNIDADE-CME.

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6. O PAPEL DE ENFERMEIRO NA UNIDADE INTENSA:
Segundo Alencar; Diniz; Lima (2004) a enfermagem vem acumulando no decorrer de
sua história, juntamente com conhecimento empírico, teórico, o conhecimento
científico, a executar suas atividades baseadas não somente em normas disciplinares,
mas também em rotinas repetidas da sua atuação. Com a afirmação da Enfermagem
como ciência, as modificações da clientela, da organização, do avanço tecnológico e
dos próprios profissionais de Enfermagem, a pratica da profissão deixa de ser
mecânica, massificada e descontinua, utilizando-se de métodos de trabalho que
favorecem a individualização e a continuidade da assistência de Enfermagem, bem
como do estudo crítico do atendimento que se presta.

Segundo kurcgant (1991) é da competência do enfermeiro a avaliação da assistência,


sendo que o resultado desta avaliação implica muitas vezes na decisão sobre a
assistência no dia seguinte. Portanto se no decorrer do dia houver falhas em uma
decisão, isto ocasionará uma situação grave. Por isso o enfermeiro, nessa área,
engloba o conhecimento profundo das necessidades dos pacientes no que se refere
à doença enquanto processo mórbido e suas consequências. Pode-se dizer que o
conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde a administração e
efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos, atividades estas
que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta unidade e deve ser por
ele dominado.

De acordo com Hudak e Gallo (1997), o papel do enfermeiro na unidade de tratamento


intensivo consiste em obter a história do paciente, fazer exame físico, executar
tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os
enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas. Além disso, compete ao
enfermeiro da UTI à coordenação da equipe de enfermagem, sendo que isto não
significa distribuir tarefas e sim o conhecimento de si mesmo e das individualidades
de cada um dos componentes da equipe. Frente a estes apontamentos, é possível
dizer que o enfermeiro desempenha funções cruciais dentro da unidade de terapia

intensiva, no que se refere à coordenação e organização da equipe de enfermagem.


A esse respeito Gomes (1988) afirma que o enfermeiro que atua nesta unidade
necessita ter “conhecimento científico, prático e técnico, a fim de que possa tomar
decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente
diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente”.

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Os enfermeiros das UTIs devem ainda, aliar à fundamentação teórica (imprescindível)
a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de
ensino, a maturidade e a estabilidade emocional" (HUDAK; GALLO, 1997). Por isso a
constante atualização destes profissionais, é necessária pois, desenvolvem com a
equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações
inesperadas de forma objetiva e sincrônico na qual estão inseridos.

Frente às características específicas da UTI, o trabalho em equipe torna-se crucial. O

enfermeiro "deve ser uma pessoa tranquila, ágil, de raciocínio rápido, de forma a
adaptar-se, de imediato, a cada situação que se apresente à sua frente". Este
profissional deve estar preparado para o enfrentamento de intercorrências
emergentes necessitando para isso conhecimento científico e competência clínica
(experiência).

Ao reportarmo-nos ao conjunto das atividades desenvolvidas pelos enfermeiros de

uma UTI, podemos afirmar que apesar destes profissionais estarem envolvidos na
prestação de cuidados diretos ao paciente, em muitos momentos existe uma
sobrecarga das atividades administrativas em detrimento das atividades assistências
e de ensino. Esta realidade vivenciada pelos enfermeiros vem ao encontro da
literatura quando analisa a função administrativa do enfermeiro no contexto hospitalar
e aborda que este profissional "tem se limitado a solucionar problemas de outros
profissionais e a atender às expectativas da instituição hospitalar, relegando a plano
secundário a concretização dos objetivos do seu próprio serviço”
(GALVÃO;TREVIZAN; SAWADA,1998).

Entendemos a necessidade dos enfermeiros repensarem a sua prática profissional


pois, "quando o enfermeiro assume sua função primordial de coordenador da
assistência de enfermagem, implementando-a por meio de esquema de planejamento,
está garantido o desenvolvimento de suas atividades básicas (administrativas,
assistências e de ensino) e promovendo, consequentemente, a melhor organização
do trabalho da equipe, que passa a direcionar seus esforços em busca de um objetivo
comum que é o de prestar assistência de qualidade, atendendo às reais necessidades
apresentadas pelos pacientes sob seus cuidados” (CHAVES, 1993).

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De acordo com Kugart (1991), no aspecto informal, a insegurança e o medo também
permeiam os membros da equipe de enfermagem da UTI. O relacionamento franco e
amistoso, mas, exigente, promove um ambiente seguro e calmo. Seres humanos são
os pacientes e seres humanos são os integrantes da equipe de enfermagem. Além do
conhecimento de sua equipe e da visão de que a equipe é constituída de seres
humanos com fraquezas, angustias e limitações, é papel do enfermeiro de Terapia
Intensiva também estabelecer programas de educação continuada de sua equipe.
Outra área de competência do enfermeiro da UTI é assumir o papel de elo de ligação
entre o paciente e a equipe multiprofissional. Embora, discutível nesse papel, o
enfermeiro assume, nas 24 horas do dia, a coordenação da dinâmica da unidade.
Segundo Amorim e Silveiro (2003) o papel do enfermeiro em uma UTI, quando ele
opta pelo cuidado e não pela cura, ou seja, quando ele, não se torna “escravo” da
tecnologia, mas aprende a usar a tecnologia a favor da harmonização do paciente, do
seu bem-estar, fica mais claro sob alguns aspectos. Ele passa a valorizar a técnica
por ela ser uma “aliada” na tentativa de preservar a vida e o bem-estar, o conforto do
paciente. Segundo Vila e Rossi (2002) apesar do grande esforço que os enfermeiros
possam estar realizando no sentido de humanizar para o cuidado em UTI, esta é uma
tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema
tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma UTI não possibilita momentos de
reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor. Segundo Galvão;
Trevizan;Sawada (2000) partindo da premissa de que a liderança pode e deve ser
aprendida pelo enfermeiro, entendemos que o preparo em liderança deste profissional
seja essencial para a sua prática diária na Terapia Intensiva. A busca de meios que
viabilizem o desenvolvimento da habilidade de liderar do enfermeiro é fundamental,
assim, salientamos o embasamento teórico e a comunicação, como instrumentos
imprescindíveis na prática do enfermeiro de UTI.

Segundo Nishide;Cintra;Nunes (2003) o enfermeiro de uma unidade de terapia


intensiva assume a responsabilidade de cuidar do paciente, tanto nos casos de
emergência quanto no apoio à vida. Devendo estar apto, independente do diagnostico
ou do contexto clinico, a cuidar de todos os doentes, utilizando-se de uma abordagem
ampla que lhes assegure sua estima e integridade, sendo que as exigências da UTI,
quanto a uma ampla base de conhecimentos científicos e de especializações,
significam que os enfermeiros precisam integrar suas habilidades técnicas e

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intelectuais à prática diária. Para finalizar a discussão sobre o papel do enfermeiro de
Unidade de terapia intensiva, pode se dizer que o mesmo ocupa um importante papel
nos momentos de fragilidade, dependência física e emocional do paciente, configura-
se num importante ponto de apoio para a equipe quer seja no que se refere à
educação e preparo quer seja, na coordenação do serviço de enfermagem, atua no
limiar entre o humano e o tecnológico, frente a isso se conclui que o enfermeiro de
UTI necessita dispor de habilidades e competências que o permitam desenvolver suas
funções eficazmente aliando o conhecimento técnico científico e o domínio da
tecnologia a humanização e individualização do cuidado.

Atuação da Enfermagem

A Enfermagem está constantemente presente à beira do leito, portanto é ela quem


detecta de forma precoce as intercorrências, e comunica aos demais componentes da
equipe para que as devidas intervenções sejam realizadas.

Como fazemos isso?

1. Assistência de enfermagem sistematizada;

2. Qualificação profissional;

3. Protocolos;

4. Comunicação efetiva entre nossos pares;

5. Através da estrutura oferecida pela instituição;

6. Humanização do cuidado;

7. Tecnologia;

8. Pesquisa e ensino e

9. Interdisciplinaridade.

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7. PROTOCOLOS:
• Os protocolos existem nessas unidades como guias facilitadores para uma
assistência qualificada a ser prestada aos nossos pacientes, porém devem ser
reavaliados constantemente pela equipe;

• Exemplos de protocolos: insulina, resíduo gástrico, avaliação e controle da dor,


prevenção de PAVM (pneumonia associada a ventilação mecânica), prevenção de
úlceras por pressão entre outros.

Posto de Enfermagem

O posto de enfermagem deve ser centralizado, no mínimo um para cada doze leitos e
prover uma área confortável, de tamanho suficiente para acomodar todas as funções
da equipe de trabalho, com dimensões mínimas de 8m2. Cada posto deve ser servido
pôr uma área de serviços destinada ao preparo de medicação, com dimensão mínima
de 8m2 e ser localizada anexo ao posto de enfermagem. Deve haver iluminação
adequada de teto para tarefas específicas, energia de emergência, instalação de água
fria, balcão, lavabo, um sistema funcional de estocagem de medicamentos, materiais
e soluções e um relógio de parede deve estar presente.

Espaço adequado para terminais de computador e impressoras é essencial quando


forem utilizados sistemas informatizados. Deve ser previsto espaço adequado para se
colocar os gráficos de registros médicos e de enfermagem. Os formulários de registro
médicos e impressos devem estar armazenados em prateleiras ou armários de modo
que possam ser facilmente acessados pôr todas as pessoas que requeiram o seu uso.

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Enfermagem X Tecnologia

• O CTI e a UPO são unidades altamente especializados e com tecnologias diversas.


Esses instrumentos são de extrema necessidade, mas nunca serão tão necessários
quanto ao profissional que os utiliza de maneira adequada.

• O aparato tecnológico dessas unidades são extensões de nossos corpos e


ampliações de nossos sentidos.

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8. ADMITINDO O PACIENTE CRÍTICO:

• Na admissão do paciente crítico, a equipe de enfermagem deverá sempre estar


atenta para a organização do leito que irá receber este paciente;

• O leito deverá ser organizado conforme rotina do setor;

• Todos os materiais dos leitos deverão ser verificados no início de cada plantão;
Na chegada do paciente sempre que possível toda equipe deverá estar no leito para
recebê-lo e admiti-lo conforme rotina do setor;
• Este paciente deverá ser prontamente identificado caso esteja sem a pulseira
amarela de identificação com seu nome completo e número de registro de prontuário;
• As ações de enfermagem deverão ser pautadas em rotinas previamente
estabelecidas no CTI e UPO, que visam conforto e segurança deste paciente;
• O aparato tecnológico deverá estar testado e pronto para uso imediato;
A enfermagem juntamente com seu enfermeiro deverá realizar uma avaliação global
do estado deste paciente na admissão e registrá-la em impresso próprio –
IMPORTANTE;
• O momento de admissão é de extrema importância para a organização da
assistência a ser prestada.

Algumas das ações da Enfermagem no CTI:


• Manter a unidade organizada;
• Realizar lavagem das mãos antes e após qualquer procedimento no setor e
propagar essa ação aos demais componentes de sua equipe; IMPORTANTE
• Organizar o leito para admissão do paciente;
• Realizar junto com o enfermeiro o banho de leito do paciente crítico;
• Administrar os medicamentos prescritos corretamente;
• Avaliar constantemente o paciente;
• Monitorar sinais vitais, assim como comunicar alterações imediatamente;
• Registrar as ações de enfermagem de maneira adequada em impresso próprio;
• Auxiliar o enfermeiro na execução de curativos;
Realizar controle hídrico;
• Orientar os familiares no horário de visitas;

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• Verificar e registrar os sinais vitais;
• Realizar ações para prevenção de úlceras por pressão;
• Seguir os protocolos do setor;
• Avaliar, intervir (caso exista) e registrar constantemente a dor;
• Executar passagem de plantão à beiro do leito;
• Mensurar e registrar valores de drenos, assim como comunicar e registrar alterações;
• Observar, comunicar e registrar alterações durante a infusão de hemoderivados;
• Auxiliar o enfermeiro no transporte intra-hospitalar deste paciente e registrar;
Observar, comunicar e registrar os pacientes com risco de queda do leito;
• Prestar cuidados específicos ao paciente em ventilação mecânica;
• Auxiliar o enfermeiro no processo de alta do CTI/UPO;
• Preparar o corpo junto com o enfermeiro no CTI/UPO;
• Estimular a prevenção da infecção hospitalar;
• Auxílio na execução de procedimentos invasivos à beira do leito;
• Entre muitos outros...

O trabalho em Unidade de Tratamento Intensivo (U.T.I) é complexo e intenso,


devendo o enfermeiro estar preparado para a qualquer momento, atender pacientes
com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento
específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil.
Desta forma, pode-se supor que o enfermeiro desempenha importante papel no
âmbito da Unidade de Terapia Intensiva.
O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz quando
desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a
sua progressiva recuperação.
Desta forma, o citado autor ressalta que o enfermeiro de U.T.I precisa estar capacitado
a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é necessária a
autoconfiança respaldada no conhecimento científico para que este possa conduzir o
atendimento do paciente com segurança. Para tal, o treinamento deste profissional é
imprescindível para o alcance do resultado esperado. De acordo com Gratton (2000)
a tecnologia pode ser copiada; assim, o grande diferencial no mercado competitivo
são as pessoas. Desta forma o preparo adequado do profissional constitui um
importante instrumento para o sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI.

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1. SAIBA MAIS:
Enfermagem é mais conhecida como a arte ou ciência de cuidar e tratar dos
doentes, promovendo ou prevenindo a saúde. Denominada como a arte ou
ciência de cuidar e tratar dos doentes, promovendo ou prevenindo a saúde,
na prática, e enfermagem vai muito além deste conceito.

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9. CONCLUSÃO:
Na atualidade, o movimento em busca da prestação de assistência em saúde com
qualidade e segurança está na linha de frente das discussões políticas e constitui-se
grande desafio para a sociedade. Nesse contexto encontram-se as instituições de
saúde com suas inúmeras dificuldades relacionadas aos recursos físicos, matérias e
humanos. Embora algumas correções estejam sendo realizadas, a inadequação da
área física dos estabelecimentos de saúde ainda é uma realidade que acarreta
transtornos como dificuldade nos fluxos de pessoal, clientes e material
comprometendo a qualidade da assistência à saúde e a segurança do paciente bem
como a satisfação dos profissionais da equipe de trabalho. A escassez de recursos
materiais e de equipamentos necessários para a execução das ações leva-nos a
desconsiderar os protocolos ao realizarmos o atendimento implicando em riscos para
o cliente, a instituição e para o profissional. Quanto ao quantitativo e qualitativo de
recursos humanos para execução dos cuidados à saúde podemos afirmar que são
poucas as instituições que prestam assistência aos pacientes com o número de
profissionais que necessitam, especialmente em relação à equipe de enfermagem que
representa o maior número de profissionais dos estabelecimentos de saúde. Na
enfermagem o quantiqualitativo de recursos humanos adequado para a prestação do
cuidado deve ser determinado pelo dimensionamento de pessoal que representa uma
preocupação constante para os enfermeiros uma vez que está diretamente
relacionado à qualidade da assistência prestada e a ocorrência de eventos adversos,
o que compromete a segurança e a satisfação dos clientes. A segurança do paciente,
dentre outros aspectos, envolve a ocorrência de eventos adversos. Esses, por sua
vez, configuram-se como um indicador de qualidade da assistência prestada e sua
ocorrência leva a resultados que prejudicam a segurança dos clientes, podendo
causar aos mesmos lesões irreversíveis ou até a morte. Outro aspecto a ser
considerado quando abordamos o dimensionamento de profissionais de enfermagem
(DIPE) se refere aos trabalhadores da equipe. Estudos internacionais mostram que
existe uma relação inversamente proporcional entre o número de profissionais de
enfermagem, a fadiga emocional dos mesmos, a insatisfação no trabalho, podendo,
ainda, implicar em questões legais e de saúde do trabalhador. Além disso, o
quantitativo de profissionais inferior ao número necessário para prestar atendimento
ocasiona aumento da carga de trabalho levando à alta rotatividade, implicando em
novas contratações, horas de treinamento e de aperfeiçoamento e,
consequentemente, em aumento dos custos hospitalares.
Considerando as questões apresentadas, as dificuldades relativas ao ambiente físico,
à disponibilidade de materiais e equipamentos suficientes, a importância do
provimento e manutenção de número adequado de profissionais para a execução da
assistência de enfermagem segura e de qualidade e o fato de que os cuidados de
enfermagem são essenciais à prestação de assistência à saúde, faz-se necessário
que a equipe de trabalho desenvolva sua capacidade de argumentação técnica e
negociação com as instituições nas quais estão inseridos para avançar na busca de
soluções para esses problemas. Nessa direção vale ressaltar que os profissionais
podem desenvolver parcerias com as instituições de classe da categoria como os
Conselhos Regionais, Sindicatos e Associações que, de acordo com sua finalidade,
servirá de órgão consultor, orientador e participante das discussões.

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10. REFERÊNCIAS:

«Resolução 81 - 5 de janeiro de 1995 - CREMESP». www.medicinaintensiva.com.br


Ana Paula Ferreira (4 de maio de 2013). «7 dúvidas comuns sobre a UTI». Revista
Viva Saúde. Consultado em 15 de novembro de 2016
Bellissimo-Rodrigues, Wanessa Teixeira; Menegueti, Mayra Gonçalves; Gaspar,
Gilberto Gambero; de Souza, Hayala Cristina Cavenague; Auxiliadora-Martins,
Maria; Basile-Filho, Anibal; Martinez, Roberto; Bellissimo-Rodrigues, Fernando
(dezembro de 2018). «Is it necessary to have a dentist within an intensive care unit
team? Report of a randomised clinical trial». International Dental Journal (em inglês).
68 (6): 420–427
1. Bezerra ALQ. O contexto da educação continuada em enfermagem. São
Paulo: Lemare/Martinari; 2009. 111p. 2. Pronovost PJ, Dang E, Dorman T, Lipsset PA,
Garret E, Jenckens M et al. Intensive care unit nurse staffing and the risk for
complications after abdominal aortic surgery. Eff Clin Pract. 2001; 4 (5):199-206. 3.
Shamiam J, Kers MS, Laschinger HKS, Thompsom D. A hospitallevel analysis of the
work environment and workforce health indicators for registered nurse in Ontario’s
acute-care hospitals. Can J Nurs Res. 2002; 33 (4):51-70. 4. Curtin LL. An integrated
analysis of nurse staffing and related variables: effects on patients outcomes. Online
J Issues Nurs. 2009;

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