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Pré-Hospitalar ao
Traumatizado
3ª ETAPA
TURMA VII
FAM – SP
2019
ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
SUMÁRIO
1. Cinemática do Trauma..............2
2. Choque.....................................2
3. Via Aérea...................................6
4. Trauma Torácico.......................9
5. Trauma Abdominal..................14
6. Trauma de Crânio....................15
7. Trauma de Coluna...................17
8. Trauma Pediátrico....................19
9. Trauma Geriátrico ....................21
10. Punção Intraóssea .................. 22
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
CINEMÁTICA DO TRAUMA
Sinais vitais:
CLASSE IV:
• Pele fria e úmida;
• Perda de mais de 40% do volume de sangue
• Cianótica, pálida;
(mais de 2000 ml);
• P.A diminuída;
• Intensa taquicardia (frequência cardíaca
• Nível de consciência alterada; superior a 140 batimentos/minuto);
• TEC < 2 segundos; • Taquipneia (frequência ventilatória maior que
35 ventilações/minuto);
• Confusão mental e letargia profunda;
CLASSIFICAÇÃO: DE ACORDO COM A PERDA • Diminuição significativa da pressão arterial
SANGUÍNEA sistólica, tipicamente na faixa de 60 mmHg;
• A sobrevivência depende de controle imediato
CLASSE I: da hemorragia e reanimação agressiva,
incluindo transfusão de sangue e plasma com
• Perda de 15% do volume de sangue no adulto o mínimo possível de cristaloide.
(até 750 ml) - esse estágio tem poucas
manifestações clínicas;
• A taquicardia geralmente é mínima;
• Pressão arterial normal;
• Compensado;
• Administra-se Cristalóide.
CLASSE II:
• Perda de 15% a 30% do volume de sangue no
adulto (de 750 a 1500 ml);
• A maioria dos adultos são capazes de
compensar essa quantidade de perda de sangue
pela ativação do sistema nervoso simpático, o
qual vai manter a pressão sanguínea;
• Aumento da frequência ventilatória;
• Taquicardia e pressão de pulso diminuída;
• Como a pressão arterial está normal, é
considerado como um choque compensado: o
paciente está em estado de choque mas
consegue compensar por enquanto.
• Administra-se Cristalóide.
CLASSE III:
• Perda de 30% a 40% do volume de sangue no
adulto (de 1500 a 2000ml). quando a perda de
sangue chega a esse ponto, a maioria dos
doentes não são mais capazes de compensar a
perda de volume, causando assim a hipotensão;
• Taquicardia (frequência cardíaca acima de 120
batimentos/minuto);
• taquipneia (frequência ventilatória de 30 a 40
ventilações/minuto); → Líquido de reposição: 3 litros de reposição
• Ansiedade severa ou confusão mental; para cada 1 litro de sangue perdido.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
CHOQUE DISTRIBUTIVO/ VASOGÊNICO ❖ Pele quente seca, especialmente abaixo da área
do trauma.
❖ O compartimento vascular expande de forma ❖ Os doentes com choque neurogênico em geral
desproporcional ao aumento de volume de podem ter lesões que levem à hemorragia
líquidos - Embora a quantidade de líquido intensa. Por isso, um doente com choque
intravascular não tenha mudado, relativamente
neurogênico e sinais de hipovolemia, como a
menos líquido está disponível para o tamanho
agora aumentado do compartimento; taquicardia, deve receber tratamento adequado
como se apresentasse perda de sangue –
❖ Como resultado, o volume de líquido disponível cristaloide.
para o coração bombear (pré-carga) diminui e leva
a uma diminuição do débito cardíaco.
CHOQUE SÉPTICO:
❖ Resistência ao fluxo sanguíneo é diminuída devido
ao tamanho relativamente maior dos vasos ❖ Reação infecciosa que apresenta dilatação vascular
sanguíneos. Quando essa resistência reduzida é por liberação de citocinas liberadas em resposta a
combinada com a pré-carga diminuída e, infecção.
consequentemente, com a redução do débito ❖ As citocinas, liberada em resposta à infecção,
cardíaco, o resultado é uma redução tanto da causam danos às paredes do vaso sanguíneo,
pressão sanguínea sistólica quanto da diastólica. vasodilatação periférica e extravasamento de
líquido dos capilares para o espaço intersticial.
❖ O choque distributivo pode ser causado: ❖ Pele úmida, fria, pálida e manchada;
❖ P.A diminuída;
• Perda do controle do sistema nervoso ❖ TEC < 2 segundos.
autônomo sobre os músculos lisos que
controlam o tamanho dos vasos sanguíneos – CHOQUE ANAFILÁTICO
Neurogênico (trauma medular, simples
desmaio); ❖ Reação alérgica grave que envolve vários sistemas
orgânicos;
• Pela liberação de substâncias químicas que ❖ Antígeno causa uma reação sistêmica.
levam a vasodilatação periférica - Distributivo ❖ Sintomas: eritema, urticária, insuficiência
séptico ou anafilático (alergias, reação respiratória e obstrução das vias aéreas.
infecciosa); ❖ O tratamento envolve a administração de
epinefrina, anti-histamínicos e esteroides no
CHOQUE NEUROGÊNICO: hospital.
❖ Lesão medular que interrompe a via do sistema
simpático no regia tóraco-lombar, o que gera a
CHOQUE CARDIOGÊNICO/OBSTRUTIVO
perda do tônus simpático vascular, promovendo a
dilatação dos vasos sanguíneos abaixo da lesão; Falência da atividade de bombeamento do coração.
❖ A diminuição acentuada da resistência vascular
sistêmica e a vasodilatação periférica, que ocorre CAUSAS INTRÍNSECAS
à medida que o compartimento sanguíneo
aumenta, levam a hipovolemia relativa; ❖ Danos ao músculo cardíaco: Qualquer processo
❖ O doente não está de fato hipovolêmico, mas o que enfraquece o músculo cardíaco irá afetar a
capacidade do coração de bombear sangue.
volume de sangue normal é insuficiente para
− O dano pode resultar em um infarto (interrupção
preencher o compartimento expandido; aguda do fornecimento de sangue ao próprio
coração) ou a partir de uma lesão direta ao
❖ Como atividade parassimpática no coração não
músculo do coração (como em uma contusão
está contra regulada, uma bradicardia em geral é
cardíaca);
Vista em vez de taquicardia, mas a qualidade do
− Uma oxigenação diminuída leva uma
pulso pode ser débil. O doente apresenta-se alerta,
contratilidade diminuída, o que resulta na
orientado e lúcido.
redução do débito cardíaco e,
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
consequentemente, na diminuição da perfusão
sistêmica.
− Uma redução da perfusão leva à diminuição
contínua de oxigenação e há um recomeço do
ciclo;
❖ Arritmia: O desenvolvimento de arritmia cardíaca
pode afetar a eficiência das contrações, levando a
diminuição da perfusão sistêmica.
− A hipóxia pode levar a isquemia do miocárdio,
causando arritmia, como contrações prematuras
e taquicardia.
❖ Ruptura valvular: Um súbito golpe de
compressão forte no peito ou no abdômen pode
danificar as válvulas do coração.
− Lesões graves valvulares levam a regurgitação
valvular cardíaca aguda, em que uma quantidade
significativa de sangue reflui para dentro da
câmara a partir da qual acabou de ser bombeada.
Esses doentes geralmente desenvolvem
insuficiência cardíaca congestiva, manifestada
por edema pulmonar e choque cardiogênico.
CAUSAS EXTRÍNSECAS
❖ Tamponamento cardíaco: Acúmulo de líquido no
pericárdio (saco no qual o coração está envolvido).
Como consequência o ventrículo não consegue
abrir completamente e, portanto, menos volume
pode entrar no ventrículo para ser bombeado para
fora a cada contração.
❖ Pneumotórax hipertensivo: acúmulo de ar no
espaço pleural, comprimindo os pulmões e
diminuindo o retorno venoso para o coração.
COMPLICAÇÕES DO CHOQUE
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
• diminuição do débito urinário e redução da AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
compensação de produtos tóxicos e eletrólitos;
Exame físico mais específico e detalhado voltado à
• Como os rins não estão funcionando, o excesso
fraturas não encontradas na primária e outras
de fluido não é excretado, podendo haver
complicações, além da reavaliação do ABCDE
sobrecarga de volume;
aplicar-se:
• Os rins perdem a capacidade para esquentar
ácidos metabólicos e eletrólitos, o que leva uma • Sinais e sintomas;
acidose metabólica hipercalemia (aumento de
potássio no sangue); • Alergias;
Síndrome do desconforto respiratório agudo: É • Medicamentos em uso rotineiro;
causada por danos as células alveolares dos • Passado Médico;
pulmões e diminuição da produção de energia para
manter o metabolismo dessas células. • Líquido (alimentos ingeridos pré evento);
Insuficiência hematológica: O processo de • Eventos desencadeadores.
coagulação funciona melhor em uma estreita faixa
de temperatura, próxima da temperatura normal VIAS AÉREAS
do corpo. A temperatura corporal diminuída
agrava os problemas de coagulação, o que agrava FISIOLOGIA
hemorragia e reduz ainda mais a capacidade do
corpo de manter sua temperatura;
VIAS AÉREAS SUPERIOR ES
Insuficiência hepática: É manifestada por
❖ Nariz e boca;
hipoglicemia persistente, acidose lática persistente
❖ Faringe:
icterícia;
- Nasofaringe;
Infecção generalizada: o risco de infecção está - Orofaringe;
associada ao choque devido a várias causas: - Laringofaringe;
❖ Laringe;
• Diminuição do número de glóbulos brancos;
❖ Traqueia (porção superior).
• Isquemia e diminuição na produção de energia
das células da parede intestinal do doente em VIAS AÉREAS INFERIORES
choque, o que pode permitir a translocação
bacteriana para cavidade peritoneal; ❖ Traqueia (porção inferior);
❖ Brônquios e bronquíolos;
• Diminuição da função do sistema imune – ❖ Pulmões;
isquemia. ❖ Alvéolos.
→ Falência múltipla de órgãos
A cada respiração, um adulto médio inspira cerca
de 500 ml de ar – ventilação normal;
Portanto, em repouso, cerca de 7 litros de ar
precisam entrar em sair dos pulmões a cada
minuto para manter a eliminação de dióxido de
carbono e a oxigenação adequada.
Se o volume por minuto reduzir-se abaixo do
normal, a ventilação do doente será inadequada,
condição chamada de hipoventilação.
• A hipoventilação leva ao acúmulo de dióxido
de carbono no organismo; Ela é comum em
quando traumatismos cranianos ou torácicos
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
provocam alterações no padrão respiratório ou AVALIAÇÃO DA VIA AÉR EA
incapacitam a parede torácica de movimentar-
❖ Posicionamento da via aérea e do Doente:
se adequadamente.
• A maioria das vitimas de trauma são colocados em
• Por exemplo: Um doente com fraturas de
posição supina, na prancha longa, para
costelas que respira superficial e rapidamente
imobilização da coluna. Quando se tem redução do
por causa da dor, pode ter um volume corrente
volume sanguíneo muito rápido, ocorre o
de 100 ml. (Hipoventilação);
rebaixamento do nível da consciência e com isso
• A avaliação pré-hospitalar da função
ocorre o relaxamento da língua, permitindo
ventilatória sempre inclui uma avaliação da
obstrução da hipofaringe;
capacidade do doente inalar, difundir e liberar
• Além disso, indivíduos com traumas faciais e
o oxigênio.
hemorragias ativas devem ser mantidos na posição
que foram encontrados; sua colocação na posição
FISIOPATOLOGIA supina pode provocar a obstrução da via aérea e
possível aspiração de sangue.
O trauma pode comprometer a capacidade do sistema
respiratório de fornecer oxigênio adequadamente e ❖ Emanação de Sons da Via aérea superior:
eliminar dióxido de carbono das seguintes formas:
• Tendem a ser causados pela obstrução parcial da
1. Hipoventilação: Pode resultar da falta de via aérea, seja pela língua, pelo sangue ou por
estímulos do centro respiratório, em geral por corpos estranhos em sua porção superior;
depressão neurológica, mais frequentemente • Esta obstrução pode ser anatômica, como, por
após uma lesão cerebral traumática. exemplo, pela língua caída sobre a via aérea, ou
2. Hipoventilação: Pode ser causada por obstrução pelo edema de glote ou da própria via aérea. Pode
da via aérea superior ou inferior; também ser provocada por corpos estranhos.
3. Hipoventilação: Pode ocorrer em virtude da • Corpos estranhos na via aérea pode ser objetos
diminuição da expansão pulmonar; que estavam na boca do doente no momento do
4. Hipoxemia – diminuição do nível de oxigênio no trauma – próteses dentárias, goma de mascar,
sangue: Pode ser decorrente da diminuição da tabaco, dentes e ossos.
difusão de oxigênio através da membrana
alveocapilar; Elevação do Tórax:
5. Hipóxia – oxigenação deficiente dos tecidos: • A elevação limitada do tórax pode ser um sinal
Pode ocorrer por causa da diminuição do fluxo de obstrução de via aérea; O uso de músculos
sanguíneo para os alvéolos; acessórios e o maior esforço respiratório devem
6. Hipóxia: Pode ocorrer por causa da incapacidade levar a um alto índice de suspeita de
de o ar chegar aos capilares, geralmente porque comprometimento da via aérea.
os alvéolos estão repletos de líquidos ou
detritos; CONTROLE DA VIA AÉREA
7. Hipóxia: Pode ocorrer em nível celular por 1. Estabilização da coluna cervical, até o doente
hipofluxo sanguíneo para os tecidos. estar completamente imobilizado;
2. Inspeção visual e desobstrução manual das vias
aéreas;
3. Avaliação da intubação Difícil: LEMOM
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
Estimativa da regra 3-3-2 (valores Mallampati: A hipofaringe deve ser
mínimos): Para permitir o alinhamento dos adequadamente visualizada.
eixos: faríngeo, laríngeo e oral, e assim a O examinador deve olhar a boca do dente
intubação ser fácil, deve se observar: usando uma lanterna para determinar o grau de
▪ A distância entre os dentes incisivos do doente visibilidade da hipofaringe.
deve ser de, pelo menos, 3 dedos.
CLASSE I: Palato mole, úvula, porção posterior
da cavidade oral e pilares são visíveis.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
CLASSE IV: Apenas o palato duro visível. 8. Antes de iniciar a intubação orotraqueal, deve-se
testar a máscara laríngea (tipo de cânula
supragótica), injetando ao no CUF, para ver se não
há extravasamento de ar; Retirar todo o ar para
então introduzir a máscara;
9. Introduzir a máscara em posição virada para
cima;
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
ANATOMIA DO TÓRAX FISIOPATOLOGIA
Essa caixa fornece uma proteção acentuada aos • O pulmão sofre colabamento, impedindo uma
órgãos internos da cavidade torácica. ventilação eficaz.
→ Doente apresenta ventilação superficial e mais
→ Uma fina membrana, chamada de pleura rápida (como forma de compensar);
parietal, reveste a cavidade formada por
essas estruturas;
→ Outra fina membrana, chamada de pleura
visceral, cobre os outros órgãos da cavidade
torácica.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
• A passagem para dentro e para fora do orifício na • Um pneumotórax simples ou aberto podem
parede torácica cria um ruído, por isso a lesão é evoluir para um pneumotórax hipertensivo;
denominada “ferimento torácico soprante”.
→ A ventilação fica superficial, pois o fluxo de ar
está indo para o espaço pleural em vez dos
alvéolos pulmonares. Apesar do doente estar
respirando, o oxigênio é impedido de entrar no
sistema circulatório. (Como forma de tentar
compensar, a ventilação é rápida.)
HEMOTÓRAX:
Em um trauma fechado de tórax (lesão contusa) pode
haver fratura de costelas, o que consequentemente
pode causar lacerações no pulmão e nos músculos
intercostais produzindo hemorragias, o que configura
um hemotórax.
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO:
Se a quantidade de ar no espaço pleural continuar a
aumentar, sem que haja qualquer saída, a pressão no
espaço pleural começa a se elevar, provocando um
pneumotórax hipertensivo, o que em breve impedirá
o doente de respirar.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
TÓRAX INSTÁVEL: Ocorre quando duas ou mais − Palpação:
costelas adjacentes são fraturadas em pelo menos - A parede torácica deve ser levemente palpada com
dois lugares. Isso faz com que um segmento da as mãos e os dedos para pesquisar presença de
parede torácica passe a não apresentar mais pontos dolorosos, crepitação e segmentos instáveis
continuidade com o restante do tórax. da parede torácica.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
− A inserção da agulha é realizada entre o
segundo e terceiro espaço intercostal na
linha hemiclavicular do tórax envolvido.
− A descompressão é realizada com uma
agulha intravenosa de grande calibre (10 a
16), de pelo menos 8 cm de comprimento;
− A agulho e o cateter devem ser introduzidos
até surgir um jato de ar, e não deve
ultrapassar esse ponto.
− Após obter a descompressão, a agulha é
❖ PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO: removida e o cateter é fixado ao tórax para
Avaliação evitar seu deslocamento;
− Distensão das veias do pescoço; − Esse procedimento converte um
− Desvio de traqueia; pneumotórax hipertensivo em um
− Diminuição dos sons respiratórios do lado da pneumotórax simples.
lesão; − O doente deve ser transportado
− Cianose; rapidamente para um hospital equipado
− Taquicardia; apropriadamente, com um acesso venoso;
− Taquipneia;
Tratamento
− A prioridade é a descompressão do
pneumotórax hipertensivo;
− A descompressão deve ser realizada na
presença de três achados:
1. Piora do desconforto respiratório ou
dificuldade de ventilação;
2. Ausência ou redução unilateral dos sons
respiratórios;
3. Choque descompensado (P.A sistólica menor
que 90 mmHg).
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
TRAUMA ABDOMINAL gerando uma perda de sangue muito rápida
(choque hipovolêmico).
FISIOPATOLOGIA
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
− Examinar o contorno do abdome, avaliando
se ele está plano ou distendido – a distensão
do abdome pode indicar hemorragia interna
significativa.
− Ausculta
− Abdome “silencioso” – hipoatividade: pode
indicar hemorragia;
− Palpação
− Deve ser iniciada pelo quadrante menos
acometido;
− Durante a palpação de uma área dolorosa, o
socorrista observa que o doente “contrai” os
músculos abdominais da região, em decorrência
da dor: Defesa voluntária;
− Quando a região está rígida ou os músculos
abdominais desta região geram espasmos, HEMATOMA EPIDURAL: Acúmulo de sangue entre o
mesmo quando não apalpados: Defesa espaço epidural e o crânio;
involuntária (apresentada em resposta à HEMATOMA SUBDURAL: Acúmulo de sangue entra a
peritonite). dura-máter e a aracnoide.
→ Palpação (avaliação) da pelve: Deve ser
cuidadosamente palpada para pesquisar
instabilidade e dor. Isso é feito em três etapas:
1. Pressionar as cristas ilíacas para dentro;
2. Pressionar para fora;
3. Pressionar a sínfise púbica para trás.
TRAUMA DE CRÂNIO
ANATOMIA
FISIOPATOLOGIA
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
par craniano, gerando pupilas dilatadas ou midriáticas TRAUMA DE COLUNA
no lado da hierniação;
❖ Principais causas:
• Hérnia Tonsilar (Forame magno): Ocorre à medida que
- Colisão automobilística;
o cérebro é empurrado para baixo em direção ao
- Quedas;
forame magno e empurra o cerebelo e o bulbo à sua
frente. Levando à paradas cardíacas e respiratórias. - Colisões de motocross;
- Lesões esportivas;
- Trauma violento;
- Incidentes em água rasa.
ANATOMIA
AVALIAÇÃO
❖ Anatomia da medula
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
− Medula espinhal é uma constituição do cérebro, ❖ Mecanismo da lesão
passando pelo forame magno (base do crânio) e - Hiperflexão;
indo até a L2. - Hiperextensão;
− A medula é cercada pelo líquido - Hiper-rotação.
Cefalorraquidiano (LCR);
− O LCR protege a medula contra movimentos • CHOQUES
rápidos e intensos;
❖ Medular: fenômeno neurológico que ocorre
• Massa cinzenta: células nervosas; durante um período imprevisível após a lesão
• Massa branca: longos axônios que formam os medular.
tratos medulares (impulsos nervosos); AUSÊNCIA TEMPORÁRIA DE UMA OU TODA FUNÇÃO
▪ Tratos ascendentes: impulsos sensoriais das SENSORIAL MOTORA, FLACIDEZ MUSCULAR E
partes distais do corpo para o cérebro como dor, PARALISIA;
tato e pressão e impulsos sensitivos de − Normalmente lesão penetrante por fragmentos
movimento; ósseos e/ou compressão medular;
▪ Tratos descendentes: propagam as informações ❖ Neurogênico: quando a lesão rompe o
do cérebro para o corpo; mecanismo do sistema simpático;
− Pele quente e seca;
❖ Ramificações nervosas − Bradicardia ligeiramente;
▪ Durante a extensão da medula espinhal, os − Vasodilatação (atuação do parassimpático)
pares nervosos se ramificam. TRATAMENTO: Vasopressores e marca-passo;
▪ Esses ramos de nervos tem várias funções de Volume moderado;
controle, e seus níveis na medula são
representados por dermátomos (área
• Lesões específicas
sensitiva do corpo que fica sob o controle de − Transecção medular completa: paraplegia ou
uma raiz nervosa). Eles ajudam a determinar o tetraplegia, depende do nível atingido, ou
nível da lesão medular. seja, quanto mais alta a lesão, mais danos.
▪ O nervo frênico, por exemplo, possui − Transecção medular incompleta:
dermátomos no diafragma. Ele se ramifica de a) Síndrome medular anterior: Fragmentos;
nervos originários da medula entre os níveis Acomete função motora, dor e temperatura;
C2 e C3. Portanto, se houver uma lesão na b) Síndrome medular central: Hiperextensão;
medula acima de C2, leva à incapacidade Provoca parestesia nos membros superiores;
respiratória; c) Síndrome de brown-séquard: Lesão
penetrante; Lesão em que o lado oposto do
❖ Lesões
acometido é completamente afetado;
▪ Fraturas por compressão: achatamento da
vértebra;
❖ Tratamento:
▪ Fraturas que geram pequenos fragmentos
ósseos: ficam alojados no canal medular
PRIMARIA - ABCDE
podendo provocar algum tipo de lesão por
laceração;
❖ Retirar o doente do local do acidente com técnica
▪ Subluxação/deslocamento parcial de uma
de remoção adequada;
vertebra;
❖ Colar cervical;
▪ Superestiramento ou laceração dos
❖ GLASGOW;
ligamentos e músculos, gerando instabilidade
❖ Imobilização em bloco (palpar a coluna)
vertebral.
❖ Estabilizar a coluna.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
SECUNDÁRIA − Homicídios;
− Abuso infantil < 2 anos;
❖ Testar sensibilidade à palpação da coluna
− Maus tratos.
vertebral (“Fulano você está sentindo eu apertar
sua perta?”)
❖ Mecanismos do trauma
❖ Observar lesão evidente;
❖ Observar se paciente relata queixa de dor em
coluna;
❖ Observar se o paciente apresenta algum tipo de
alteração mental;
❖ Observar presença ou ausência de sensações dos
ombros aos pés.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
− A redução da pressão de pulso e o aumento da Máscara venturi ou não reinalante (100%);
taquicardia podem ser os primeiros sinais sutis
do choque iminente. Além disso o socorrista Intubação Orotraqueal
deve prestar muita atenção aos sinais de Indicada em:
perfusão (diminuição da temperatura, palidez, − TCE grave;
lentidão do preenchimento capilar). − Impossibilidade de manutenção das vias
Diferentemente do adulto, esses sinais precoces aéreas;
de sangramento, em crianças, podem ser sutis e − Rebaixamento neurológico.
difíceis de identificar, fazendo com que a
apresentação do choque seja enganosa. • Pioras clínicas em pacientes intubados:
− Deslocamento;
− Obstrução;
O organismo da criança fica muito tempo − Pneumotórax;
tentando compensar uma hemorragia,
− Equipamento – com falhas.
porém, quando descompensa é muito
rápido, podendo ser fatal. B. Respiração – ventilação
❖ Efeitos a longo prazo: − Hipóxia - Causa mais frequente de Parada
− Sequelas físicas; cardiorrespiratória em crianças;
− Sequelas neurológicas – lesões cognitivas − Parede torácica mais complacente: Contusão
necrosadas, gerando hipoatividade das áreas;
pulmonar – Hemopneumotórax
− Sequelas psicológicas;
− Alterações residuais da personalidade; − Raro - Fratura de costela;
− Síndrome de estresse pós-traumático;
C. Dois acessos venosos periféricos:
− Sequelas cognitivas.
− Reposição volêmica: cristaloides
• Se não conseguir fazer os acessos após 3
AVALIAÇÃO tentativas ou com um tempo maior que 90
segundos – Fazer a punção intra-óssea.
❖ AVALIAÇÃO PRIMÁRIA: ABCDE
• Controlar sangramentos;
A. Garantir Via aérea segura
Na criança a língua é proporcionalmente maior,
o que gera obstrução muito rápida;
Para abrir vias aéreas de uma crianças menor
de 2 anos: Coloca-se um coxim ou cobertor de 2
a 3 cm de espessura sob o tronco para diminuir
a deflexão do pescoço (posição do cheirador).
• Reposição sanguínea;
• Avaliação constante para ver se não vai ocorrer
algum tipo de choque – trata-lo imediatamente se
houver.
E. Evitar hipotermia;
- Manter a criança aquecida a 39°C, para poder assim
aquecer o sistema.
- Não subestimar perda de calor e perdas insensíveis
de água;
❖ Trauma torácico: 8%
Em função da baixa maturação óssea os quais
ainda possuem muita cartilagem, um impacto
gerado na região torácica lesa diretamente os
pulmões; TRAUMA GERIÁTRICO
− A maioria dos traumas contusos geram
A queda é o mecanismo de lesão mais frequente entre
hemotórax e hemopneumotórax;
os idosos (40%), seguida pelo acidente automobilístico
❖ Trauma abdominal: todos os órgãos podem ser
(28%), atropelamento (10%), ferimento por arma de
lesionados.
fogo e arma branca (8,0%).
❖ Lesões Viscerais:
− Fígado; Por volta dos 80 anos, o cérebro sofre uma redução
− Pâncreas; de cerca de 10% do seu peso, com atrofia cerebral
− Ruptura de alças intestinais; progressiva. O organismo compensa a perda de
− O cinto de segura de duas pontas gera alto risco tamanho com o aumento do liquido
de lesão no TGI. cefalorraquidiano. O aumento do espaço na calota
❖ TCE: craniana explica por que o idoso ao sofrer uma
− Nas crianças até os 3 anos as fontanelas estão hemorragia cerebral, com muito sangue acumulado,
abertas, tornando o espaço intracraniano maior, apresenta sintomas mínimos, logo, a Tríade de
logo, gerando uma maior tolerância a pressões Cushing é mascarada.
intracranianas. Dessa forma, se houver uma
hemorragia cerebral, esse sangue “vai ter
espaço para preencher”, por isso é muito difícil
identificar a Tríade de Cushing, além disso o TCE
gerará muito edema, anoxia cerebral e necrose,
com rebaixamento muito rápido, sendo fatal.
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ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR AO TRAUMA – Resumo 3ª Etapa
PUNÇÃO INTRAÓSSEA
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