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Insuficiência Venosa Crônica Newton Júnior.

Insuficiência Venosa Crônica

Newton de Barros Júnior

INTRODUÇÃO
A insuficiência venosa crônica dos membros A recanalização de veias profundas
inferiores (IVCMI) é a incapacidade de trombosadas causa a incompetência das
manutenção do equilíbrio entre o fluxo de válvulas superficiais e isto leva ao refluxo.
sangue arterial que chega ao membro inferior Podem-se desenvolver varicosidades como
e o fluxo venoso que retorna ao átrio direito, conseqüência do aumento da pressão venosa e
decorrente da incompetência do sistema do fluxo transmitido das veias profundas para
venoso superficial e/ou profundo. Esta as superficiais, principalmente pelas veias
incapacidade acarreta um regime de perfurantes. A maioria dos casos são seqüelas
hipertensão venosa que crônica e tardiamente tardias da trombose venosa profunda, isto é, a
leva as alterações de pele e subcutâneo chamada síndrome pós-trombótica, usada
características da IVC. genericamente para definir, embora nem
Esta hipertensão venosa crônica ocorre em sempre corretamente, a IVC profunda.
função da incompetência das válvulas venosas Epidemiologia
superficiais, profundas ou, ainda, de ambos os Cerca de 10 a 20% da população do mundo
sistemas. desenvolvido possui veias varicosas ou algum
Dois mecanismos são importantes no grau de insuficiência venosa superficial ou
aparecimento da IVC: a obstrução ao fluxo profunda dos membros inferiores1 . A IVC
venoso de retorno (trombose venosa profunda) acomete de 2 a 7% da população e a
e o refluxo do sangue venoso através de um prevalência da maior complicação da IVC, a
sistema valvular venoso incompetente. úlcera de estase venosa crônica, atinge de 0,5
a 2% da população (Tabela I).

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Pitta GBB, Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado.
Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em; URL: http://www. lava.med.br/livro
Insuficiência Venosa Crônica Newton Júnior.

TABELA I - Prevalência da doença varicosa e edema na camada intersticial,


dos membros inferiores em adultos, segundo correspondendo ao achado clínico de edema 3 .
CALLAM, 1994.1 A hemoglobina resultante das hemácias
Prevalência (%) extravasadas e fragmentos de eritrócitos no
espaço pericapilar é degradada em
Homens Mulheres
hemossiderina que é responsável pela
Doença varicosa 40 - 50 50 - 55 hiperpigmentação.
(todos os tipos)* * Atualmente aceita-se que a ulceração seja
Veias varicosas 10 - 15 20 - 25 provocada por lesão capilar. Esta lesão ocorre
visíveis pela adesão de leucócitos às células endoteliais
Insuficiência venosa 2 - 7 3-7 capilares provocando liberação de radicais
crônica livres, catabólitos e substâncias vaso-ativas.
Ulcerações venosas 0,5 - 1 1 - 1,5 Há então empilhamento das hemácias e
crônicas microtromboses nos capilares4 (Figura 1).
* qualquer evidência de doença venosa incluindo
telangiectasias, varizes reticulares, varizes tronculares,
hiperpigmentação, eczema e lipoesclerose.

Fisiopatologia:
A mais comum causa de IVC é a trombose
venosa iliofemoral. Cerca de 85% dos
pacientes com trombose venosa profunda
prévia, documentada podem desenvolver úlcera
venosa nos próximos 10 anos2 . A recanalização
das veias trombosadas restaura a perviedade,
mas há perda, da competência das válvulas no
local, que transmitem a alta pressão venosa
para segmentos mais distais. Este aumento da Figura 1 - Representação esquemática da
pressão transmite-se às veias perfurantes, adesão leucocitária ao endotélio liberando
que após dilatação perde a competência então substâncias inflamatórias. Observe o
valvular ocasionando fluxo reverso. Esta empilhamento das hemácias.
hipertensão venosa atingindo veias mais distais
A estes processos segue-se a formação de
é transmitida às vênulas e à microcirculação da
tecido de granulação, proliferação de capilares
pele e do tecido celular subcutâneo, através de
e fibroblastos e, finalmente, cicatrização da
dois mecanismos intrínsecos: perda do reflexo
ferida por formação de tecido cicatricial.
veno-capilar e alteração da bomba muscular da
Clinicamente este processo leva a
panturrilha.
lipodermatosclerose, atrofia e na forma mais
Estas alterações de fluxo sangüíneo causam grave, a ulcerações onde os mecanismos
extravasamento de fluidos e acúmulo peri - compensatórios não são suficientemente
capilar de depósitos de fibrina (manguitos de capazes de reparar a lesão.
fibrina) que alteram o metabolismo entre os
Classificação
compartimentos extra e intravascular. Os
capilares encontram-se dilatados, alongados, A classificação mais utilizada atualmente é a
tortuosos e com as paredes afiladas e o chamada CEAP (1994). É mais completa pois
endotélio apresenta superfície irregular e aborda, além do critério clínico e anatômico, o
alargamento dos espaços interendoteliais. Pelo etiológico e o fisiopatológico e, através de um
prolongado e aumentado extravasamento sistema de pontuação, classifica a gravidade
ocorre alargamento dos espaços pericapilares clínica e a incapacidade para o trabalho. É uma

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classificação, no entanto, mais complexa e de Observação clínica


mais difícil abordagem5 (Tabela II). O diagnóstico da IVC com edema, induração,
TABELA II - Consenso de clasificação das hiperpigmentação e ulceração é
doenças venosas crônicas, segundo freqüentemente feito através da história
NICOLAIDES, Hawai,1994). clínica e do exame físico (figura 2).
CLÍNICO
Classe 0 Sem sinais de doença venosa visível ou
palpável.
Classe 1 Telangiectasias ou veias reticulares
Classe 2 Veias varicosas
Classe 3 Edema
Classe 4 Alterações cutâneas (Hiperpigmentação;
eczema; dermatofibrose)
Classe 5 Classe 4 + úlcera curada.
Classe 6 Classe 4 + úlcera ativa.

ETIOLÓGICO
Congênita EC
Primária EP - causa indeterminada
Secundária ES - pós-trombótica; pós-traumática e
outras.
ANATÔMICO
Segmento Veias Superficiais (As)
1 Telangiectasias/Veias reticulares
2 Safena interna acima do joelho
3 Safena interna abaixo do joelho
4 Safena externa
5 Não safenas
Figura 2a - Aspecto clínico da insuficiência venosa crônica
Segmento Veias Profundas (Ap) grave com edema, hiperpigmentação, lipodermatoesclerose
6 Veia cava inferior e principalmente as ulcerações que são mais freqüentes na
7 Veia ilíaca comum região do maléolo medial, embora na figura do lado
esquerdo, a ulceração alcançou também a face lateral da
8 Veia ilíaca interna
perna direita devido a gravidade da IVC
9 Veia ilíaca externa
10 Pélvis-gonadal, ligamento largo, etc..
11 Veia femoral comum
12 Veia femoral profunda
13 Veia femoral superficial
14 Veia femoral poplítea
15 crural-tibial anterior, tibial posterior,
peroneira
16 muscular - gastrocnêmio, sóleo
Segmento Veias Perfurantes (Aperf)
17 coxa
18 perna
Figura 2b - Aspecto clínico da insuficiência venosa crônica
FISIOPATOLÓGICO grave com edema, hiperpigmentação, lipodermatoesclerose
e principalmente as ulcerações que são mais freqüentes na
Refluxo FR
região do maléolo medial, embora na figura do lado
Obstrução FO esquerdo, a ulceração alcançou também a face lateral da
Refluxo e Obstrução FR,FO perna direita devido a gravidade da IVC .

DIAGNÓSTICO

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O exame físico, embora, revele a presença da região que se pretende estudar. Com este
IVC, não é suficiente para localizar e exame, obtém-se a análise não-invasiva do
quantificar os defeitos funcionais e tempo de reenchimento venoso, e com isto
anatômicos. Para a adequada caracterização e a incompetência do sistema venoso
conduta torna-se necessária a utilização de superficial ou profundo. São técnicas que
exames subsidiários. proporcionam uma seleção inicial dos
Exames subsidiários pacientes.

Os exames subsidiários solicitados para a Os testes invasivos na insificiência venosa


confirmação diagnóstica e quantificação da crônica são:
hipertensão venosa, são divididos em testes a) medida da Pressão Venosa Ambulatorial
não-invasivos e invasivos. Direta: A determinação da pressão venosa
A IVC pode ser resultado de obstrução do ambulatorial é de grande auxílio para o
fluxo venoso, refluxo ou a combinação de diagnóstico da IVC 2 e serve também para o
ambos fatores, deste modo, o objetivo da seguimento dos procedimentos
realização dos exames não-invasivos é a reconstrutivos do sistema venoso
6,7
detecção de obstrução ou refluxo e, se profundo, embora seja invasivo e
possível, a localização anatômica da moderadamente complexo na sua execução.
anormalidade. São não invasivos utilizados são: Cateteriza-se veia dorsal do pé e obtém-se
as pressões venosas em posição supina de
a) sonar de efeito Doppler portátil: Exame
repouso, em posição ortostática e após o
facilmente realizável que complementa o
exercício. Em pacientes com IVC sem
exame físico e serve como triagem para
obstrução, a pressão venosa em posição
pacientes ambulatoriais. Nos aparelhos de
supina é normal. Em pé, o aumento da
efeito Doppler que possuem onda contínua
pressão venosa ocorre mais rapidamente
podemos obter informações importantes
do que o tempo de enchimento normal. A
sobre o refluxo venoso nas junções
linha de base em posição em pé é normal e
safenofemoral e safenopoplítea. Em mãos
com o exercício a queda da pressão
experientes, estas informações levam ao
geralmente não alcança 50% do nível basal.
diagnóstico em 90% dos pacientes. Na
região poplítea e para localização de veias b) flebografia do membro inferior que é
perfurantes insuficientes, este exame, considerada o padrão-ouro2,7,8 para o
entretanto, não é acurado. diagnóstico da IVC e, a associação da
flebografia ascendente à descendente
b) Mapeamento Dúplex (MD) ou Eco-Doppler
permite o diagnóstico anatômico das lesões
suplementa o exame físico e a avaliação
valvulares e quantificação da hipertensão
através do Doppler portátil de onda
venosa. Além disto, ainda hoje são exames
contínua. O MD fornece informações sobre
fundamentais para a absoluta indicação do
o fluxo e mesmo refluxo em veias
tratamento cirúrgico da IVC. A
específicas, isto é, femoral, poplítea, veias
flebografia ascendente é realizada com o
profundas da panturrilha e veias
paciente em decúbito dorsal horizontal ou
perfurantes. Por meio de manobras de
a 60º e injeta -se uma substância de
compressão pode-se documentar o refluxo
contraste no sistema venoso por meio de
venoso e o fechamento das válvulas,
punção de veia dorsal do pé com
possibilitando o diagnóstico preciso. O uso
garroteamento distal do tornozelo. Neste
do MD colorido tem possibilitado uma
exame é importante observar-se a
avaliação mais rápida e mais acurada.
perviedade do sistema venoso profundo, as
c) fotopletismografia venosa é um exame que obstruções venosas, as dilatações das
mede a variação do volume do membro
veias, a circulação colateral e a presença
através do enchimento venoso, por meio de das válvulas venosas. Já na flebografia
uma célula fotoelétrica colocada na pele da
descendente, a substância de contraste é

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injetada por meio de cateter colocado na TRATAMENTO


veia femoral ou por meio de punção simples Tratamento clínico
desta veia. Acompanha-se a progressão
O pilar terapêutico da IVC é o tratamento
retrógrada da substância de contraste,
clínico, que baseia-se em medidas gerais e
utilizando a manobra de Valsalva e em
farmacológicas. Como a doença venosa é
casos graves de IVC, pode-se verificar o
crônica e insidiosa, causando permanente dano
refluxo da substância de contraste
e invalidez durante anos, é necessário a
atingindo as veias do tornozelo. A
correta orientação em relação às medidas
flebografia descendente analisa
gerais higieno-dietéticas:
fundamentalmente a competência do
a) tratar a obesidade mediante dieta
sistema valvular das veias profundas.
hipocalórica, indicar restrição de líquidos,
Quanto ao diagnóstico diferencial dos edemas
de sal e alcoól;
dos MMII, várias doenças podem ser
b) exercício físico moderado (natação,
confundidas com a IVC (Tabela III).
bicicleta, caminhadas);
Tabela III - Diagnóstico diferencial do edema
c) tratamento das doenças associadas;
de membros inferiores.
EDEMA AGUDO
d) evitar calor ambiental ou fontes diretas
de calor, sobretudo quando acompanhadas
UNILAT. BILAT.
de ortostatismo ou posição sentada
Diagnóstico TVP ICC; nefropatia;
prolongados;
hepatopatia
Sinais clínicos edema edema indolor, mole e) controle da circulação de retorno durante
doloroso, mole, e liso a gestação;
liso e cianose
f) utilização de suporte elástico. O suporte
Exames mapeamento estado cardiopul-
elástico graduado é uma necessidade por
dúplex, monar ou perfil renal
flebografia e hepático
toda a vida para a maioria dos pacientes.
Até o momento, as meias elásticas de
compressão graduada são as indicadas e
EDEMA CRÔNICO fornecem um suporte adequado. A
BILAT. BILAT. UNILA UNILAT. aderência meticulosa dos pacientes ao uso
T.
das meias elásticas de compressão
Diagnóstico lipedema linfede isquêmi IVC graduada previne as conseqüências tardias
ma co
da hipertensão venosa crônica e aliviam os
primári
o sintomas e os sinais. As meias elásticas
Sinais edema edema edema edema liso, até os joelhos são usualmente suficientes
clínicos mole e duro mole, mole, pois a ação muscular no retorno venoso
muito em muito pigmentaçã ocorre fundamentalmente na região das
doloroso perna, doloros o, atrofia
panturrilhas. As meias elásticas que
, colar dorso o, até o branca,
gordura do pé e pé, com dermatoscl produzem uma compressão de 30-40
no artelho lesões ero-se e mmHg ao nível do tornozelo são muito
joelho s necróti úlcera. efetivas na redução do edema e dos
em cas
outros sinais de IVC.
mulhere
s As úlceras venosas são tratadas
Exames sem linfocin Doppler mapeament conservadoramente com elevação dos MMII,
testes tilo- arterial o dúplex e terapia compressiva e a Bota de Unna. Utiliza-
grafia índice fotopletis se antibioticoterapia somente em pacientes
tornoze mo-grafia com contaminação bacteriana comprovada e
lo/ venosa
após isolamento da bactéria predominante na
braço
lesão. O eczema varicoso e a dermatite de
estase são tratados com soluções apropriadas

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de lanolina e preparações com corticosteróides arterio-venosa temporária, técnica introduzida


de uso tópico. Tem sido indicado mais por VÖLLMAR em 1974. Nos casos em que o
recentemente a utilização de drogas que agem calibre da veia safena é inadequado, podem ser
na microcirculação facilitando a cicatrização utilizadas próteses de dacron ou de
destas lesões. politetrafluoretileno expandido (PTFE)
Do ponto de vista farmacológico, o tratamento anelado.
da IVC visa aliviar as manifestações clínicas e Quando o refluxo é o maior componente da
evitar ou controlar as complicações. Utilizam- IVC, as técnicas de reconstrução valvular
se em linhas gerais os cardiotônicos, podem oferecer um novo e promissor alento a
diuréticos, os flavonóides hidrosolúveis e sais estes pacientes. A valvuloplastia venosa
cálcicos9 . realizada pioneiramente por KISTNER em
Tratamento cirúrgico 1968 foi utilizada fundamentalmente para
tratar pacientes com refluxo valvular
As principais indicações para o tratamento
“primário”. Hoje, aceita-se que de 30 a 50%
cirúrgico são: pacientes que não melhoraram
dos pacientes com síndrome pós-trombótica
com a terapia clínica ou que desenvolveram
podem, de fato, ter um refluxo valvular
complicações recorrentes (celulite, úlceras
“primário” como patologia básica e portanto
infectadas ou tromboses).6,7 Consegue-se
suscetível de tratamento com as técnicas
obter bons resultados em pacientes
preconizadas por este autor. Para a
selecionados, incapazes de manter o
insuficiência valvular primária (refluxo
tratamento clínico e principalmente jovens em
primário) utilizam-se técnicas de interposição
idade produtiva.
de segmento valvulado de veia por transplante
Atualmente utilizam-se três tipos de
ou por transferência. Podem ser utilizados
operações para tratamento da IVC: segmentos valvulados de veia axilar ou da
a) para a obstrução - Cirurgia de derivação própria veia femoral profunda competente.
em ponte, com ou sem fístula arterio- Nos casos de lesão valvular as técnicas de
venosa; valvuloplastia direta passaram a ser utilizadas.
b) para o refluxo - Cirurgia de transplante ou Estas técnicas foram descritas por acesso
interposição de segmentos venosos direto intra-luminal ou mesmo por
valvulados; valvuloplastia externa, extra-luminal. Os
c) para o refluxo - Cirurgia valvular direta ou resultados a longo-prazo das operações de
valvuloplastias internas e externas. valvuloplastia estão sendo ainda analisados.
Não devem ser relegadas, entretanto, a
As obstruções venosas podem ser tratadas por
segundo plano as operações nos sistemas
cirurgias de restauração do fluxo venoso por
venosos superficiais tais como a safenectomia
derivação, analogamente às técnicas de
interna e externa e ligadura das veias
restauração arterial. A veia safena magna é o
perfurantes insuficientes.
enxerto mais utilizado e geralmente indicado
nas obstruções venosas femorais ou ilíacas.
Pelo baixo fluxo venoso, deve-se associar ao CONSIDERAÇÕES FINAIS
procedimento derivativo uma fístula artério- A insuficiência venosa crônica por sua alta
venosa temporária (seis meses), com o objetivo prevalência merece atenção não só do
de aumentar o fluxo venoso na região e assim especialista, pois a supeita e diagnóstico pode
prevenir a trombose. Nas obstruções ilíacas auxilia no tratamento para evitar o
pode-se utilizar a técnica descrita em 1960 aparecimento das complicações.
por PALMA, de derivação cruzada de veia
safena magna, associada ou não à fístula

REFERÊNCIAS

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Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em; URL: http://www. lava.med.br/livro
Versão preliminar Insuficiência venosa crônica Newton de Barros Jr.

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enfermedades venosas cronicas. Patol Vasc
1994;1(2):75-85.
Versão prévia publicada:
Nenhuma
Conflito de interesse:
Nenhum declarado.
Fontes de fomento:
Nenhuma declarada.
Data da última modificação:
13 de outubro de 2000.
Como citar este capítulo:
Barros Jr N. Insuficiência venosa crônica. In. Pitta GBB,
Castro AA, Burihan E, editores. Angiologia e Cirurgia Vascular:
guia ilustrado. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003.
Disponível em: URL: http://www.lava.med.br/livro

Sobre o autor:

Newton de Barros Júnior


Professor Adjunto, Doutor, da Disciplina de Cirurgia Vascular do
Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de
São Paulo / Escola Paulista de Medicina,
São Paulo, Brasil.
Endereço para correspondência:
Rua Napoleão de Barros 715.
04039-001 São Paulo, SP
Fax: +11 5571 4785
Correio eletrônico: nbj69.dcir@epm.br

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Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA; 2003. Disponível em; URL: http://www. lava.med.br/livro

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