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RESUMO
INTRODUÇÃO: A histerectomia é o segundo procedimento operatório mais frequente em mulheres na idade re-
produtiva, sendo superada apenas pela cesariana. É um tratamento cirúrgico de remoção parcial ou total do útero,
indicado para diversas doenças do arcabouço uterino. Trata-se de uma cirurgia irreversível, com alteração da inte-
gridade corporal e com implicações na identidade sexual feminina. MATERIAL E MÉTODOS: A presente pesquisa
se trata de um estudo descritivo, comparativo e transversal, realizado com base em dados secundários, coletados
de laudos histológicos e prontuários médicos de mulheres submetidas à histerectomia total no Hospital Universitário
Professor Alberto Antunes (HUPAA), Maceió-AL, na série histórica de 2009 a 2018, com o objetivo de descrever o per-
fil clínico-epidemiológico das pacientes que passaram pela histerectomia, a fim de avaliar a tendência de indicações
cirúrgicas adotadas. RESULTADOS: A faixa etária de 41-50 anos correspondeu a 43,8% das pacientes que passaram
pela histerectomia. A leiomiomatose uterina, em conformidade com o que demonstra a literatura, representou 60,3%
das indicações. Os sintomas relacionados a alterações menstruais foram os principais citados. A ultrassonografia
pélvica, considerada padrão ouro para diagnóstico desses leiomiomas, foi o exame complementar mais utilizado.
CONCLUSÃO: Os dados coletados, de maneira geral, entram em consonância com a literatura disponível. Contudo,
ainda existem casos em que é preciso uma melhor investigação para a indicação correta da histerectomia.
1
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Maceió, (AL) Brasil.
2
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, Núcleo de Saúde Materno Infantil e do Adolescente, Maceió, (AL) Brasil.
3
Universidade Federal de Alagoas, Faculdade de Medicina, Maceió, (AL) Brasil.
vico, infecção da ferida, infecção do trato uriná- dos arquivos obtidos no Setor de Patologia do HU-
rio, infecção respiratória e morbidade febril.6 PAA/UFAL, de pacientes com histórico de realização
Além dos aspectos emocionais, ocorrem tam- de histerectomia total, no setor de Ginecologia do
bém modificações anatômicas na pelve, que podem HUPAA, sendo nestes coletados: diagnóstico his-
levar a alteração do tamanho e/ou do formato dos topatológico pós-cirúrgico, dados pessoais – idade
órgãos genitais, dificuldade de penetração vaginal, e número do prontuário, peso da peça cirúrgica e
dispareunia, interrupção dos suportes anatômicos da tamanho da peça cirúrgica (comprimento, largura
resposta sexual, rebaixamento do impulso sexual e e espessura). Por meio desses documentos, foram
do grau de atratividade por redução de níveis hor- acessados dados sobre local de residência, indica-
monais circulantes, decorrentes de alterações circula- ções do procedimento cirúrgico, sintomas clínicos
tórias, ocasionando, em última instância, disfunções e exames complementares realizados. Esses da-
sexuais. Autores relatam que a histerectomia pode dos foram então tabulados em programa Microsoft
causar encurtamento da vagina, diminuição da libido Excel, sendo confeccionadas tabelas.
e menor frequência de orgasmos após a penetração.7
Dentre os procedimentos cirúrgicos, a his-
terectomia é a cirurgia que possui o maior nú- RESULTADOS E DISCUSSÃO
mero de indicações, sendo por isso necessário o
estabelecimento de diretrizes que fundamentem Foram analisados 1053 prontuários do se-
a prática médica, evitando erros de retirada de tor de Anatomia Patológica, das pacientes sub-
peças anatômicas sem o devido critério e sem a metidas a histerectomia total no HUPAA, na série
tentativa de meios terapêuticos alternativos.8 histórica de 2009 a 2018. A falta de uniformidade
Ademais, o aprimoramento de técnicas, como nos registros ou mesmo a pobreza nos relatos so-
os procedimentos laparoscópicos e histeroscópicos, bre, por exemplo, aspectos socioeconômicos das
dispositivos de ablação endometrial, dispositivos in- pacientes, indicação cirúrgica e exames comple-
trauterinos à base de progestágeno, embolização da mentares foi um desafio, mas muitas informações
artéria uterina e a cirurgia robô-assistida, tendem puderam ser extraídas.
a substituir a histerectomia em diversos casos que Observou-se que as mulheres possuíam de
antes eram tratados de forma radical, podendo, por 14 a 93 anos, perfazendo 43,8% a faixa etária de
conseguinte, reduzir as indicações para essa cirurgia.9 41-50 anos. Não foram encontrados registros de
idade em 93 arquivos. Nessa seleção de pacientes,
constatou-se que sua procedência majoritária foi
MATERIAL E MÉTODOS Maceió (48,81%), seguida por Rio Largo (2,37%).
Messias, Pilar, Atalaia e União dos Palmares so-
Trata-se de um estudo descritivo, compara- maram 2,56%. Cerca de 37,89% dos prontuários,
tivo e transversal, realizado com base em dados entretanto, não possuíam o quesito “local de proce-
secundários, coletados de laudos histológicos de dência” preenchido. Além disso, o dado “raça/cor”
mulheres que se submeteram a histerectomia, era raramente encontrado, dificultando o delinea-
no período de 2009 a 2018, no Hospital Universi- mento do perfil epidemiológico dessas pacientes.
tário Professor Alberto Antunes (HUPAA), na cida- Dentre as diversas indicações/hipóteses
de de Maceió, Alagoas. diagnósticas elencadas, a mais frequente foi a
As variáveis consideradas no estudo perante leiomiomatose uterina, que representou 60,3%
a disponibilidade de dados foram: idade; número dos casos; seguida pelo prolapso uterino (10,7%).
do prontuário; local de residência; sintomas clíni- As patologias ovarianas, de uma maneira geral,
cos; exames complementares; indicações do pro- compreenderam 7,5%, sendo as de etiologia ma-
cedimento cirúrgico; diagnóstico histopatológico ligna responsáveis por 4,2% dos casos. A hiper-
pós-cirúrgico; peso da peça cirúrgica; tamanho da plasia endometrial (3,7%) trazia, em sua maioria,
peça cirúrgica (comprimento, largura, espessura). relato de ser secundária ao tratamento de cân-
A coleta de dados se deu por meio de le- cer de mama. Ademais, quarenta prontuários não
vantamento, do período entre 2009 e 2018, apresentavam a indicação para a cirurgia.
2 https://www.revistas.usp.br/rmrp
Wanderley GS, Chaves JHB, Wanderley GS, mesquita YCS
500
462 (43,8%)
450
400
350
300
250
182 (17,2%)
200
140 (13,2%)
150
80 (7,5%) 93 (8,8%)
100
56 (5,3%)
50 19 (1,8%)
8 (0,75%) 12 (1,1%)
1 (0,09%)
0
10-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 71-80 81-90 91-100 SEM
anos anos anos anos anos anos anos anos anos REGISTRO
Gráfico 1
Distribuição por idade das pacientes que realizaram histerectomia total no HUPAA - Maceió, AL, na série histórica
de 2009 a 2018.
Fonte: Prontuários do setor de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) - Maceió, AL. Gráfico
elaborado pelo autor.
Tabela 1
Principais indicações da realização de histerectomia total no HUPAA - Maceió, AL, na série histórica de 2009 a 2018.
INDICAÇÃO NÚMERO DE PACIENTES PORCENTAGEM
ADENOMIOSE 19 1,8%
ENDOMETRIOSE 12 1,1%
CISTOCELE 6 0,56%
Nesse contexto, é importante citar a reali- peral em tal situação. Um estudo retrospectivo de
zação de histerectomia em pacientes mais jovens. três anos, analisando fatores de risco associados a
Vale destacar a importância da histerectomia puer- essa cirurgia, concluiu que a maioria das pacientes
(42,8%) tinham entre 30 e 34 anos, e que o núme- Dentre as distopias genitais citadas nos pron-
ro de partos prévios parece ser o mais importante tuários, destaque seja dado ao prolapso uterino
fator de risco para o procedimento. A alta incidência grau III, que foi apontado como indicação cirúrgica
de cesarianas no Brasil tem provavelmente propi- em 10,7% dos casos, estando todas essas mulhe-
ciado um aumento da histerectomia puerperal. res inclusive já no climatério. O objetivo da corre-
Nota-se que as principais indicações primá- ção cirúrgica nestes casos é restaurar a anatomia,
rias para a retirada do útero, no presente estudo, aliviar os sintomas e corrigir alterações funcionais
refletem as mais prevalentes patologias que o aco- dos órgãos pélvicos. Nas mulheres em idade repro-
metem. Segundo Oliveira e Ferraz11, entre as en- dutiva que desejam engravidar, indicam-se cirur-
fermidades uterinas benignas que mais acometem gias conservadoras, preservando o útero. Em todas
as mulheres, destacam-se os leiomiomas, a endo- as demais, preconizam-se as cirurgias radicais.15
metriose, o prolapso uterino, e, entre as malignas, Quanto aos pólipos endometriais, elencados
destacam-se o câncer do colo uterino e o câncer como indicação cirúrgica, em sua maioria, se asso-
de endométrio, sendo estas últimas mais preva- ciados a outros fatores (sintomatologia, comorbi-
lentes em mulheres pós-menopausa ou naquelas dades) que justifiquem a indicação, são, de acordo
sem acesso aos serviços médicos. com Dias et al.16, neoformações focais da camada
O leiomioma uterino representa o tumor basal do endométrio que acometem entre 7,8 e
benigno mais frequente do trato genital feminino 34,9% das mulheres, a depender do método utiliza-
(95% do total de casos), acometendo entre 20 e do e da população estudada. Formam uma projeção
40% das mulheres durante a vida reprodutiva.12 séssil ou pedunculada na superfície do endométrio.
Estima-se que 70% das mulheres tenham miomas Em sua grande maioria, são benignos, porém pode
uterinos que não são percebidos por, muitas vezes, ocorrer malignização em algumas mulheres, e são
serem assintomáticos. Quando chega a apresentar considerados causas estruturais para a ocorrên-
manifestações clínicas relacionadas, a maioria das cia de sangramento uterino anormal, sobretudo no
mulheres encontra-se na quarta ou quinta década pós-menopausa, quando são responsáveis por 21
de vida, como comprovado no atual estudo.13,14 a 28% de todas as causas de sangramento uterino
Dados da literatura apontam a leiomioma- nesse período, configurando relevante condição para
tose uterina como a principal indicação de histe- o diagnóstico diferencial da neoplasia endometrial.
rectomia. Alguns estudos, no entanto, mostram A polipectomia histeroscópica é indicada
a histerectomia sendo uma solução para pacien- como uma opção eficaz e segura para diagnóstico
tes com os leiomiomas, porém assintomáticas. e tratamento dos pólipos endometriais causando
Vale lembrar que, frequentemente, as mulheres sangramento uterino anormal, com recuperação
tinham o desejo de preservarem seus úteros.4 rápida e precoce retorno às atividades. No entan-
A histerectomia elimina os sintomas e a chance de to, na impossibilidade de realizar a polipectomia
problemas futuros. Para mulheres com prole com- ou quando não há desejo de preservar a fertilida-
pleta, sintomas significativos, múltiplos miomas e de, a histerectomia está indicada para o controle
desejo de um tratamento definitivo, é o tratamen- do sangramento uterino anormal.17
to recomendado, pois foi demonstrada redução da A atonia uterina, por sua vez, foi respon-
intensidade dos sintomas, de depressão e de an- sável por 1,4% das indicações da histerectomia
siedade e melhora da qualidade de vida.13 total, sendo pacientes no pós-parto, no HUPAA.
É importante que sejam considerados esses A hemorragia pós-parto constitui uma das prin-
fatores concernentes à mulher na hora de decidir a cipais causas de mortalidade materna, a par da
respeito da conduta, a fim de prevenir principalmen- pré-eclâmpsia e da infeção.18 A abordagem con-
te a retirada inadvertida do útero numa mulher com servadora da hemorragia pós-parto por atonia ute-
potencial e desejo reprodutivo, além do impacto fí- rina, segundo Ramilo et al.18, incluiria a massagem
sico e emocional que isso possa lhe causar. Afinal, uterina, administração de fármacos uterotônicos
há opções de tratamento conservador como o uso da (ocitocina, misoprostol, sulprostona), tampona-
terapia medicamentosa, podendo-se também reali- mento uterino com balão intrauterino e procedi-
zar miomectomia ou embolização da artéria uterina. mentos cirúrgicos como as suturas de compressão
4 https://www.revistas.usp.br/rmrp
Wanderley GS, Chaves JHB, Wanderley GS, mesquita YCS
Tabela 2
Distribuição de exames pré-operatórios realizados em pacientes submetidas a Histerectomia no HUPAA - Maceió,
AL, na série histórica de 2009 a 2018.
TOMOGRAFIA
USG DOSAGEM CURETAGEM HISTEROSCOPIA RESSONÂNCIA
ANO COMPUTADO-
PÉLVICA DE CA125 SEMIÓTICA DIAGNÓSTICA MAGNÉTICA
RIZADA
2009 28 1 0 0 0 0
2010 19 1 0 0 0 0
2011 8 0 3 1 0 0
2012 3 1 0 0 0 0
2013 2 0 0 0 0 0
2014 6 0 0 0 0 0
2015 15 1 0 0 0 0
2016 7 2 0 0 1 0
2017 3 0 0 0 0 0
2018 17 3 0 0 1 3
TOTAL 108 9 3 2 2 3
Fonte: Prontuários do setor de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) - Maceió, AL. Tabela
elaborada pelo autor.
A análise da tabela permite afirmar que o hipóteses diagnósticas, observa-se que, em 95 pa-
exame mais realizado no pré-operatório das pa- cientes, foi realizada a Ultrassonografia Pélvica na
cientes foi a Ultrassonografia Pélvica, sendo ci- suspeita diagnóstica de leiomiomatose uterina e,
tada em 10% do total de prontuários analisados. em sete pacientes, na suspeita de pólipo endome-
Ao relacionar os exames pré-operatórios com as trial. A dosagem do marcador CA 125 foi realiza-
da principalmente na hipótese de tumor ovariano apesar de ser o SUA de causa estrutural a principal
(em sete prontuários). Já a curetagem semiótica manifestação clínica correlacionada às histerecto-
foi realizada em três pacientes diante da hipó- mias realizadas, em apenas 12,06% dos prontuá-
tese de hiperplasia endometrial. A histeroscopia rios analisados o exame de imagem foi descrito.
diagnóstica foi realizada em duas pacientes cuja No tocante à sintomatologia, dos 1053
hipótese diagnóstica apresentada foi pólipo endo- prontuários analisados, apenas 196 traziam tais
metrial. A Tomografia Computadorizada da pelve informações. Destes, 124 estavam relacionados
feminina foi realizada numa suspeita de cisto ova- à hipótese diagnóstica de leiomiomatose uterina,
riano e em outra paciente na suspeita de hiperpla- a principal indicação cirúrgica constatada na pes-
sia endometrial. A Ressonância Magnética da pelve quisa. Os principais sintomas referentes à exis-
feminina foi realizada em duas pacientes com hi- tência de leiomiomas mencionados foram citados
pótese diagnóstica de leiomiomatose uterina e em como: metrorragia (79%), metrorragia associada
uma na suspeita de neoplasia de colo uterino. a dor pélvica (14,5%), metrorragia associada à
A ultrassonografia transvaginal, associada, dismenorreia (2,4%), dor pélvica (3,2%) e me-
se necessário, à via abdominal, é o padrão ouro trorragia associada à menometrorragia (0,8%).
para diagnóstico dos miomas uterinos. O exame Embora a maioria desses tumores seja as-
possui alta sensibilidade (95 a 100%), é não inva- sintomática, os sintomas, quando existentes,
sivo, de baixo risco, com boa acurácia e baixo cus- relacionam-se com o número, tamanho e locali-
to. Outro exame que pode auxiliar na investigação zação dessas estruturas. A principal clínica envol-
de úteros muito grandes ou com múltiplos leiomio- ve alterações menstruais (sangramento uterino
mas é a ressonância magnética (RM), que auxilia aumentado ou prolongado), anemia por defici-
na informação sobre o número dessas tumorações, ência de ferro, sintomas devido ao volume (dor
tamanho e localização, além de auxiliar também no e compressão de estruturas pélvicas, sintomas
diagnóstico diferencial entre leiomioma, adenomio- obstrutivos) e disfunção reprodutiva. O sangra-
se e adenomiomas e leiomiossarcomas.13 mento uterino da leiomiomatose é caracterizado
Em relação à histeroscopia, embora possa ser por menorragia e hipermenorreia (sangramento
realizada sem anestesia, algumas pacientes necessi- menstrual prolongado e excessivo). Leiomiomas
tam de anestesia local, e outras, de anestesia geral. localizados anteriormente podem comprimir a be-
Estudos comparando histeroscopia com ultrasso- xiga vesical e causar urgência miccional. Dor agu-
nografia transvaginal e com histerossonografia de- da dificilmente pode ocorrer por degeneração ou
monstram resultados semelhantes. Já a Tomografia torção de pedúnculo de um tumor.13
Computadorizada (TC), embora ofereça visualização Quanto ao volume das peças cirúrgicas,
completa da pelve feminina, incluindo estruturas 55 prontuários não apresentaram dados conclu-
não ginecológicas, tem baixa resolução para avaliar sivos. Trezentos e setenta e três dos 998 prontu-
a arquitetura interna dos órgãos da pelve, sendo ários válidos nesse quesito apresentavam útero
preferível a ultrassonografia transvaginal.19 com volume dentro dos limites da normalidade,
Em casos de sangramento uterino anormal considerando, segundo Mauad19, o intervalo de
(SUA) sem repercussão sistêmica, a identificação normalidade de 25 a 180 cm³ na menacme e de
da causa do sangramento é imprescindível antes de 20 a 70 cm³ na menopausa. Seis das pacientes
iniciar o tratamento. Considerando-se os principais apresentavam útero com volume abaixo desses li-
diagnósticos desta manifestação clínica, deve-se mites, e tinham idade acima de 50 anos, inclusive
descartar a presença de lesões vaginais e de colo, três delas estavam acima dos 70 anos.
por meio do exame físico e excluir-se a presença Quanto ao peso das peças cirúrgicas,
de gestação. Em seguida, a avaliação da cavidade 219 prontuários não continham dados. Os 854 pron-
uterina por exames de imagem deve ser realizada tuários com dados válidos nesse quesito permitiram
para identificar a presença de lesões orgânicas na inferir que 161 peças cirúrgicas (18%) eram de úte-
cavidade endometrial.20 O estudo radiológico auxilia ros com peso dentro dos limites da normalidade,
não só no diagnóstico, como na melhor programa- levando em consideração, de acordo com Platt21,
ção cirúrgica. Nos dados encontrados na pesquisa, o peso aproximado de 60 g em nulíparas, 109 g em
6 https://www.revistas.usp.br/rmrp
Wanderley GS, Chaves JHB, Wanderley GS, mesquita YCS
11. Oliveira, JDFA, Ferraz BG. Principais doenças ginecológicas 19. Mauad FF, Beduschi AF, Meschino RAG, Mauad FM,
responsáveis por indicação de histerectomia em pacientes Casanova MS, Ferreira AC. Avaliação Ultra-sonográ-
acompanhadas no município de Serra Talhada – PE. Saú- fica das Variações do Volume Uterino. Rev. Bras. Gi-
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14. Rosa TP, Zunino MKRT, Marot RP, Amaral Filho WN, Falo- nongravid uterus: correlation with gross and histopatho-
ne VE, Amaral WN. Prevalência de doenças ginecológi- logy. J Clin Ultrasound. 1990; 18:15-9.
Autor correspondente:
Geordanna Silva Wanderley
geordannawanderleymed@gmail.com
Editor:
Prof. Dr. Paulo Henrique Manso
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative
Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio,
sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.
8 https://www.revistas.usp.br/rmrp