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Ostomias de eliminação
A qualidade de vida do indivíduo,
que possui um estoma, depende
do ajuste psicológico adequado,
da correta localização do estoma
e da existência de um
profissional de saúde disponível,
que acompanhe o doente na fase
de adaptação.
Definição:
O termo ostomia refere-se à formação cirúrgica de uma abertura para drenar conteúdo
(fezes ou urina). São vários os motivos que levam à realização de uma ostomia num
indivíduo: traumatismos, patologias neurológicas e infeciosas, entre outras.
Podem ser classificadas relativamente à duração:
• Temporárias;
• Definitivas.
Podem ser classificadas relativamente a finalidade:
• Urinárias;
• Intestinais;
• Ileostomias;
• Colostomias.
0.3. Pós-operatório
Aspetos a considerar:
• Estado psicológico, Mental e emocional;
• Estado físico e capacidades sensoriais (Ensino do autocuidado);
• Nível sociocultural e económico.
Retirar de forma suave o sistema com fezes de cima para baixo, com as duas mãos em
que uma segura o sistema coletor e a outra apoia a pele;
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Observar as caraterísticas do efluente e sistema;
Lavar o estoma e a pele perístoma, sem esfregar, com esponja humedecida em água
morna e sabonete líquido de PH neutro. Repetir com esponja humedecida só com água;
Utilizar uma barreira cutânea, quando a pele peri-estomal se encontra macerada, com
lesões ou com pregas, que protegem a pele;
Embora sem estudos científicos que provem a sua eficácia, a aplicação da clara de ovo,
ligeiramente batida tem dado bons resultados. A sua justificação poderá estar
relacionada com a conhecida função das proteínas, na reparação dos tecidos.
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0.5.1. Granulomas
São lesões nodulares que resultam da irritação cutânea por recorte
desajustado do dispositivo, pelas fugas frequentes e pela presença
prolongada de material de sutura.
0.5.2. Hemorragia
Resulta da hemostase inadequada durante a construção do estoma, da
presença de doença poliposa/diverticulite ou da administração de
medicamentos como ácido acetilsalicílico;
0.5.3. Necrose
Resulta da perda de viabilidade do tecido e manifesta-se por alteração da
coloração (+/2 dias).
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0.5.4. Deiscência da sutura mucocutânea
Verifica-se quando existe rutura da linha de sutura entre estoma e a parede
abdominal; pode resultar de um orifício parietal demasiado grande ou fatores
que interferem no processo de cicatrização como desnutrição, tensão
excessiva ou infeção.
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0.5.5. Edema
Surge como resposta fisiológica à
manipulação do cólon, por uma abertura
pequena do orifício da parede, por tração
excessiva ou pela pressão exercida da
vareta.
0.5.6. Abcessos
Resultam da contaminação do estoma e podem estar associados a limpeza
insuficiente do colon ou infeção dos pontos de sutura;
0.5.7. Prolapso
Consiste na exteriorização do segmento da ansa
intestinal, por abertura excessiva da parede
abdominal ou por fixação inadequada do
intestino. Pode ainda resultar do aumento da
pressão abdominal associada a tumores ou
resultante da tosse, espirros, elevação de pesos,
etc.
0.5.9. Retração
Consiste na “penetração” total ou parcial do estoma para dento da cavidade
abdominal; pode resultar da fixação incorreta da ansa intestinal, da tensão
excessiva da ansa (devido á mobilização insuficiente do da ansa), do aumento
de peso ou da remoção precoce da vareta. Nestes casos deve ser aplicado um
sistema convexo complementado com anéis ou pasta. Deve ser ponderada
cirurgia se separação total ou lesões frequentes da pele.
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0.5.10. Hérnia
Trata-se de uma protusão de vísceras abdominais para fora do músculo reto,
devido a fragilidade na musculatura abdominal.
0.5.11. Foliculite
Inflamação do folículo piloso; pode observar-se desde um ponto avermelhado
à secreção purulenta no folículo. Pode resultar da remoção traumática do
pêlo decorrente da tricotomia inadequada. A bordagem da foliculite inclui a
remoção correta do pelo e, se neessário, a instituição de antibioterapia.
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0.5.13. Lesão Traumática
Lesões dolorosas com áreas húmidas,
sangrantes de superfície e formas
irregulares. Resulta da utilização e técnica
de limpeza abrasiva, da remoção
traumática do dispositivo e acessórios, ou
da fricção ou pressão contínua dos
mesmos.
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0.6. Implicações socioeconómicas
São fatores de risco socioeconómico da pessoa portadora de ostomia as
remunerações reduzidas, o tempo de recuperação prolongado e algum
material com custeio pelo próprio. A necessidade de mudar de atividade
profissional ou passar a aposentação causam também impacto negativo.
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• Redução da poluição (ambientais);
• Aumento da qualidade de vida de alguns doentes;
• Utilizar um obturador (evitando sacos);
• Sem necessidade de mudar o estilo de vestuário;
• Sem se preocupar que o dispositivo descole;
• Sem dificuldade na atividade sexual;
• Evitar a disfunção do casal (divórcio).
Desvantagens:
• Indicação médica;
• Condições locais do estoma;
• Condições de aprendizagem;
• Condições físico-motoras;
• Ausência de deficiências sensoriais (visão e audição);
• Conhecimento sobre a técnica;
• Decisão do cliente e não ser ditada por norma do serviço;
• Motivação para a realização da técnica;
• Dor controlada/sem dor;
• Adaptar o seu estilo de vida de forma a ter disponibilidade de tempo (1hora),
inicialmente diariamente, e a posteriori de 48h em 48horas ou 72horas conforme
o regulamento do seu intestino.
Critérios de exclusão para a técnica de irrigação:
• Prolapso;
• Hérnia;
• Retração;
• Estenose;
• Radioterapia;
• Quimioterapia;
• Doenças cardíacas, renais, doença de Chron, divertículos, etc.
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0.9.1. Procedimento: Treino da técnica de irrigação
O processo de treino aqui descrito é baseado em Santos e Kozumi, citados
por Santos e Cesaretti (2005,p.250):
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0.9.3. Material para a auto irrigação
• Kit de irrigação completo;
• Lubrificante;
• Suporte para o irrigador;
• Água morna;
• Material de higiene habitual;
• Dispositivo coletor;
• Saco ou obturador;
• Relógio.
COLOPLAST, (2002) – Manual sobre derivaciones urinarias, Produtos Médicos, S.A, Madrid.
SANTOS VLCG, KOIZUMI MS. Sentimentos e sugestões manifestados por colostomizados que se irrigam.
Rev Esc Enf USP. 1992; 26(2): 161-72.
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SANTOS VLCG; CESARETTI IUR. Assistência em estomaterapia cuidado do ostomizado. São Paulo (SP):
Atheneu; 2005
SANTOS, C. (1999) – Saúde e Qualidade de Vida da Pessoa Portadora de Ostomia de Eliminação. Porto
(Dissertação de Mestrado em Psicologia, Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade
do Porto).
SANTOS, Isabel M.; et al. (2013) – Estomaterapia: o saber e o cuidar. Lisboa, Editora Lidel.
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Viabilidade Tecidular e Tratamento de Feridas
0. Ostomias de ventilação
A presença de uma traqueostomia tem um profundo impacto no bem-estar
físico, funcional e emocional. A pesquisa efetuada demostra a existência de
vários estudos sobre os efeitos da doença na qualidade de vida da pessoa
com traqueostomia, nomeadamente os efeitos na vida familiar, social e
laboral, na autoestima, na imagem corporal e na capacidade funcional
(Vilaseca, Chen e Backscheider, 2006; Woodord, Oplatek, Petruzzelli,2007;
Semple et al., 2008; Kazi et al., 2008; Paula e Gama, 2009; Gomes e
Rodrigues, 2010; Hashmi et al,2010; Gul e Karadag,2010).
0.1. Indicação
Obstrução das Vias Aéreas Superiores:
• Tumores
• Traumatismo facial
• Edema cervical inflamatório
• Traqueomalácia
• Aspiração de corpo estranho
• Anomalias congénitas do sistema respiratório e digestivo
• Apneia do sono
Alterações na ventilação: Pré ou intra-operatório de cirurgias da cabeça e
pescoço
0.2. Complicações:
• Hemorragia
• Obstrução da cânula
• Enfisema subcutâneo (regride em 48h)
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• Infeção da ferida
• Deiscência da sutura operatória
• Hipoxia
• Edema traqueal
• Estenose traqueal e sub-glótica (na área de abertura da traqueia ou na zona de
pressão do cuff e disfagia) Ocorre uma semana a 2 anos após traqueostomia.
Resulta da cicatrização da zona lesada devido à permanência do cuff.
• Fistula (traqueoesofágica), (devido ao cuff) A fistula permite a fuga de ar para o
estômago e também a aspiração de conteúdo gástrico para a traqueia. Pode
suspeitar-se desta situação quando há uma necessidade crescente de introdução
de ar no cuff.
Shiley:
Jackson:
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2 – cânula interna
5 – cuff
6 – válvula entrada de ar
7 – linha de entrada de ar
8 – sensor de pressão
9 – fenestra
De forma a diminuir os riscos, a pressão do cuff deve ser monitorizada uma vez
por turno e deve manter-se entre os 20 e os 30cmH2O. Em doentes não
ventilados, a pressão deve ser diminuída gradualmente, após 24h, de forma a que
as 72h seja possível a mudança para a cânula sem cuff.
O cuff só deve estar insuflado no caso de ser necessário ventilação mecânica ou ser necessário o
uso de ambu.
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Se doente neurológico e /ou outros sem reflexo de proteção da via aérea – pode ser necessário
manter sempre cânula com cuff para impedir aspiração de saliva/alimentos para a via aérea;
Ser necessário exercer pressão nos locais de hemorragia ou para prevenção de aspiração de
sangue após intervenção cirúrgica na garganta/ pescoço.
0.5.1. Complicações
Traqueomalacia, estenose traqueal, fístula traqueo-esofágica, erosão de vaso sanguíneo
importante. Para prevenir as complicações deve-se ter em conta:
Insuflar o balão com a quantidade de ar necessária apenas para impedir a passagem de ar ao redor
da cânula;
Estudos demonstram que pressões superiores a 30 cm H2O (23 mm Hg) alteram a perfusão da
mucosa traqueal gerando lesões isquémicas:
0.8. Descanulação
Só é possível em doentes com secreções escassas, fluidas e mucosas; o doente deve estar
clinicamente estável e ter reflexos de tosse e de deglutição;
Em doentes com traqueostomias prolongadas deve começar por clampar-se a cânula por vários
períodos ao longo do dia. Pode opta-se por ir reduzindo o tamanho do lúmen na cânula clampada
e sem oxigénio suplementar.
Só remover a cânula após o doente tolerar 24h com a cânula clampada e de preferência sem
oxigénio suplementar. Deve efetuar-se penso compressivo que impeça a passagem de ar. Em
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doentes com traqueostomias prolongadas, por vezes, estas só encerram com recurso à cirurgia
com enxerto de cartilagem (raro).
Um permutador de calor e humidade funciona como um nariz artificial que ajuda a hidratar e
aquecer o ar inspirado. Conserva 60% da humidade nas vias aéreas. Os adesivos cobrem o
traqueostoma e proporcionam um isolamento para a pele à volta do estoma.
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Ordem de aspiração: traqueostomia, nariz, boca, após termino eliminar cânula de aspiração; a técnica inclui
movimentos giratórios feitos com os dedos.
Tempo máximo de tolerância de aspiração continua do vácuo é de 15 segundos (Boggs,1993, Odel et al, 1993).
O lúmen da sonda de aspiração deve ser aproximadamente metade do lúmen da cânula (cânula 7/sonda 12 Fr;
cânula 8/sonda 14 Fr; cânula 9/sonda 16 Fr).
A água esterilizada utilizada para a lavagem da sonda de aspiração deve ser rejeitada após cada Procedimento.
A pressão de aspiração no adulto não deve ser > aos 120-150mmHg e na criança 70 a 100mmHg; deve-se
monitorizar a tolerância do/a pessoa observando expressão e coloração facial, ao 1º sinal de angustia
respiratória interromper.
Posicionar o doente em folley completo (melhor expansão torácica, facilita a ventilação, promove a drenagem,
minimiza o edema e evita a tensão sobre as linhas de sutura).
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A segunda troca é efetuada por médico com diferenciação apropriada, com tipo e calibre de
cânula adequada ao doente. Geralmente é utilizada cânula nº 8 com cuff. É necessário ter pinça de
3 ramos e cânula nº 6 caso o estoma estenose durante o procedimento.
Posteriormente a troca é efetuada de 2/2 semanas por médico, ou enfermeiro com diferenciação
apropriada. O tipo e nº de cânula devem ser adequados ao doente (fenestrada/não
fenestrada/diâmetro externo < anterior Standard – cânula nº 8 e com cuff sempre que doente
ventilado ou com risco).
Material Necessário:
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Procedimento
• Não alimentar
• Administrar terapêutica prescrita (10 min antes de procedimento)
• Hiperoxigenação do doente
• Aspirar secreções.
• Posicionar o doente em folley completo
• Fricção das mãos com solução antissética de base alcoólica (SABA)
• Calçar luvas
• Colocar fio de nastro na cânula e testar cuff
• Desinsuflar cuff
• Lubrificar cânula
• Retirar cânula interna de traqueostomia
• Retirar cânula externa (usar pinça de três ramos)
• Introduzir cânula externa de traqueostomia e fixá-la
• Introduzir cânula interna de traqueostomia
• Proteger estoma com compressa de traqueostomia
• Rever posicionamento e fixação da cânula
• Enviar cânula para o serviço de esterilização
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