Você está na página 1de 34

COMO SURGE O

DISTÚRBIO MENTAL?
Os fatores que influenciam mudanças na capacidade em administrar
pensamentos, emoções e interações sociais são multifatoriais, ou seja, resultam
da combinação de diferentes fatores e variam de pessoa para pessoa, devendo
cada caso ser avaliado individualmente para definir a causa da deficiência
mental. Podemos dizer que três grupos de fatores podem levar a deficiência
mental: físicos ou biológicos, os ambientais e os emocionais.
A associação entre as relações constituídas pelos elementos sociais e os
elementos biológicos completam os atributos de desenvolvimento da
personalidade de uma pessoa. Por isso, é necessário conhecer sobre o que são
fatores ambientais capazes de influenciar a saúde mental do indivíduo,
principalmente, quando os resultados são negativos, pois podem gerar
dificuldades de compreensão e percepção para resolução de conflitos em uma
pessoa suscetível.
Algumas variáveis que contribuem para
o desequilíbrio emocional

Em alguns momentos da vida de uma pessoa, de acordo com Alvarenga


(2010), acontecem situações que podem contribuir para o desenvolvimento de
desequilíbrio emocional, ainda não considerado uma doença mental. Porém, se
não dada a devida atenção ou realizada ações promocionais para minimizar
essas variáveis, em muitos casos, podem decidir o diagnóstico de doença
mental,
Nascimento: formação da personalidade, segurança, confiança, adaptação às
mudanças da família com a presença de um novo integrante; violência e
abandono na infância.
Mudanças: adaptação ao ambiente, pessoas, locais de trabalho, nova profissão,
novo chefe, novas regras, emprego (novo, perda, promoção ou rebaixamento,
aposentadoria); relacionamentos (separação, divórcio, quando um filho sai de
casa); saúde (doença, ferimento, acidente); perda de propriedade, mudança de
fuso horário, de estado ou país, de casa ou de cidade.
Violências: o impacto do estupro pode ser devastador. Por isso, o
acompanhamento de vítimas que sofrem essa violência tem demonstrado
repetidamente maior tendência a apresentar, a curto e longo prazos, transtornos
psiquiátricos.
Desastres: o acidente ou desastre não necessariamente precisa ser com o
indivíduo. Ele pode ter acontecido em locais distantes e com pessoas
desconhecidas. Ex.: algumas pesquisas mostraram um aumento de atendimentos
em pronto socorros de casos de pânico depois da queda das torres gêmeas
(World Trade Center).
Luto: é um processo de sofrimento geralmente associado à morte de uma
pessoa amada.
Além das situações apontadas, outros fatores também podem contribuir
para o desequilíbrio emocional:
oTrabalho extenuante, cansaço físico;
oFalta de aceitação em grupo social;
oDesagregação familiar
Fatores genéticos ou hereditários

Os fatores genéticos (ou hereditários) são condições que interferem nas


estruturas internas do organismo, ou seja, depende de como o corpo (órgãos) se
desenvolve.
Geralmente está presente durante a formação, pois as alterações genéticas
são transmitidas por predisposição de herança familiar (mãe e pai), que
caracterizam as atividades psíquicas e físicas na criança em formação
gestacional. Dependendo dessas características, e associadas às condições
externas, podem ser responsáveis pelo aparecimento de sintomas psiquiátricos
(ELIAS, 2013).
A síndrome de Down é uma anomalia gerada no feto, ainda
durante a gestação, e que ocorre um erro na distribuição de
cromossomos. Ao invés de ocorrer a divisão de 46 cromossomos,
nessa anomalia, as células dividem-se em 47 cromossomos. Este
cromossomo, considerado a mais, se liga ao par 21 = trissomia (três
cromossomos juntos, sendo o normal apenas dois).
Fatores Pré-Natais

São os fatores maternos que envolvem a gestação à concepção. Podem


ser emocionais, sociais ou econômicos, além de estar presente por:
oDesnutrição materna
oFalta de realização de consultas pré-natal;
oDoenças infecciosas maternas: sífilis, rubéola, toxoplasmose;
oUtilização de tóxico pela mãe durante a gestação: álcool, drogas lícitas e
ilícitas, uso de medicamentos teratogênicos e contaminação por acidentes de
substâncias radiotivas que podem gerar poluição ambiental.
Fatores Perinatais

São os fatores que envolvem o trabalho de parto ou após o nascimento


até o 30º dia de vida, e podem ser (APAE de São Paulo, s. dt.):

Ferimentos e traumas durante o parto;


Hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral insuficiente);
Prematuridade e baixo peso (PIG - Pequeno para idade Gestacional).
Icterícia grave do recém-nascido - kernicterus (incompatibilidade RH/ABO)
Fatores Neuroendocrinológicos

São fatores que alteram o funcionamento das glândulas endócrinas


(pituitária, tireóide), causando desequilíbrio da produção de hormônios (para
mais ou menos).
Como exemplo, a depressão puerperal que acontece após o parto, devido à
queda brusca da produção dos níveis de estrógeneo e progesterona, levando a
uma diminuição das atividades secretoras das glândulas pituitárias e
desencadeando transtornos mentais.
Fatores ligados às doenças orgânicas

O transtorno mental pode também aparecer como


consequência de determinada doença orgânica, tal como infecções,
traumatismos, vasculopatias, intoxicações, abuso de substâncias
químicas e qualquer agente nocivo que afete o Sistema Nervoso
Central.
Fatores de risco ambientais

Imagine uma pessoa, suscetível à baixa autoestima emocional, que


convive num ambiente social (com família e amigos) desequilibrado. É possível
afirmar que essa pessoa, em determinado tempo, poderá desenvolver
instabilidade emocional em razão de não saber lidar com a situação ou por não
saber desenvolver mecanismos de defesa.
Mitos e verdade sobre saúde mental
Depressão é uma simples tristeza
Depressão é uma doença crônica, ligada a fatores genéticos, biológicos, ambientais e
psicológicos.
Atenção é prevenção
Atente-se aos sinais do seu corpo e das pessoas a sua volta. Quando algo errado for
identificado, acolha - você mesmo ou o outro.

Ansiedade não faz mal


A ansiedade prejudica ao interferir na qualidade de vida no dia a dia.

A síndrome de Burnout afeta a saúde mental


O esgotamento físico e mental associado ao trabalho impacta no emocional e traz
sentimento de negatividade
A melhora da saúde mental reduz ou elimina o risco de suicídio
Pessoas com depressão podem tentar o suicídio em um período de até 3 meses após iniciar o
tratamento ou até apresentarem melhora dos sintomas

A hiperconectividade é tóxica para o cérebro


Limite o tempo de tela (TV, computador, celular, tablet) no dia a dia. Procure atividades
saudáveis onde você e sua família possam interagir.

Existem pessoas que são imunes ao suicídio


Qualquer pessoa pode desenvolver ideias, ações suicidas ou tentar tirar a própria vida
1. Cuide da alimentação.
2. Pratique atividade física.
3. Priorize o sono.
4. Tenha momentos dedicados às pessoas queridas.
5. Reserve um tempo para o esporte e lazer.
6. Esteja em contato com a natureza.
7. Procure algo que lhe dê prazer.
8. Desenvolva sua fé.
Depressão
O que é depressão?
Trata-se de um patologia psiquiátrica cuja a alteração principal é o humor ou afeto deprimido e
geralmente acompanhada por alterações das atividades e com outros sintomas secundários,
facilmente compreendidos no contexto das alterações.
Idade: na segunda a terceira década de vida cada vez mais diagnosticada em crianças
duas vezes maior em mulheres
Prevalência de 3,6% para homens e 6,7 % para mulheres em um ano.
Sintomas
Na depressão encontramos sintomas psíquicos e físicos. Os sintomas da depressão são variados,
como tristeza, pensamentos negativos, sintomas físicos e corporais. Estão presentes: humor
deprimido, perda ou desinteresse pela vida, dificuldade de concentração, alteração do apetite,
alteração do sono, perda ou ganho de peso, lentificação das atividades físicas e mentais,
sentimentos de culpa, fracasso.
Na maioria das vezes, o tratamento para depressão é feito combinando
psiquiatra e psicoterapia, por meio de psicólogos. Existem também
medicamentos antidepressivos, que ajudam a regular a química cerebral e é
aplicado conforme cada caso, de acordo com cada paciente.
Os mais utilizados são os ISRSs e os SNRIs, como Alprazolam,
Diazepam, Buspirona e o Lorazepam. Esses remédios agem para bloquear a
recaptação ou a reabsorção da serotonina e da norepinefrina, aumentando a
atividade dessas substâncias no cérebro.
Os princípios ativos que compartilham este mecanismo de ação
são: Duloxetina, Mirtazapina, Maprotilina, Nefazodona,
Milnaciprana, Trazodona, Desvenlafaxina e Venlafaxina.
Ansiedade
O que é ansiedade?
Com causas multifatoriais, o transtorno pode se manifestar de diferentes formas, com
sintomas como inquietação, taquicardia e preocupações excessivas. Os transtornos ansiosos são
uma reação emocional de uma ameaça do futuro. Incerteza e imprevisibilidade são seus
principais gatilhos. O primeiro sinal é o sentimento de ansiedade em relação ao que irá ou
poderá acontecer, acompanhado de pessimismo. Isso provoca no corpo e no cérebro humano
uma sensação de perigo, urgência, medo e insegurança. Consequentemente, o organismo reage
com uma “luta” ou “fuga”.
Sintomas
Tensão muscular, taquicardia ou palpitação, dor no peito, transpiração em excesso, dor de
cabeça, tontura; psíquicos: sensação de desrealização, quando o ambiente parece todo diferente,
ou sensação de despersonalização, quando a pessoa parece não se reconhecer mais.
Os ansiolíticos são medicamentos com efeito tranquilizante que
atuam no sistema nervoso central e reduzem os sintomas físicos da
ansiedade, como a tensão muscular, além de moderar a excitação e
melhorar o sono. Entre os principais ansiolíticos destacam:
oLorazepam
oAlprazolam
oBromazepam
oDiazepam
oClonazepam
Transtorno da Bipolaridade
A bipolaridade é, na verdade, uma condição bastante complexa, que não
pode ser resumida a uma rápida oscilação emocional. Essas síndromes – a mania
e a depressão – são os dois polos típicos do transtorno. Tanto a duração quanto a
sequência de episódios são variadas: podem durar dias, semanas e até meses, e
não necessariamente ocorrem de maneira alternada. Além de passar por fases de
mania e de depressão, a pessoa bipolar também tem períodos de normalidade.
Os sintomas da bipolaridade podem aparecer em qualquer idade, mas isso
geralmente acontece no final da adolescência ou no início da vida adulta. E as
manifestações clínicas variam de acordo com a fase do transtorno.
o Ácido Valpróico/Valproato e Divalproato de Sódio
o Quetiapina
o Lamotrigina
o Olanzapina
Esquizofrenia
A esquizofrenia não é uma “dupla personalidade” como muitas pessoas imaginam com base
em seu nome. A doença é chamada em esquizo (fragmentada ou partida) frenia (mente) porque faz
com que suas vítimas sofram profundas deficiências na ca
Sintomas:
No mínimo dois dos seguintes quesitos, cada qual presente por uma porção significativa de tempo
durante o período de 1 mês (ou menos, se tratados com sucesso):
- Delírios
- Alucinações
- Discurso desorganizado (p. ex., freqüente descarrilamento ou incoerência)
- Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico
- Sintomas negativos, isto é, embotamento afetivo, alogia ou abulia pacidade de pensar com clareza
e sentir emoções normais.
Tratamentos:
Os antipsicóticos de segunda geração tornaram-se a terapia de primeira linha
(exceto a clozapina) devido a seus perfis favoráveis de efeitos colaterais, por
exemplo:
o Risperidona;
oOlanzapina;
o Quetiapina;
o Ziprasidona;
oAripiprazol.
Transtorno de personalidade Borderline
O Transtorno de personalidade Borderline é caracterizado por um padrão de emoções
instáveis nos relacionamentos e comportamento em geral. A pessoa com Borderline pode ir de
uma imensa euforia a um sentimento intenso de raiva, depressão ou ansiedade.
Entre os principais sintomas do transtorno de personalidade borderline estão:
oInstabilidade emocional e alterações bruscas de sentimentos;
oDificuldades para lidar com a raiva;
oRelacionamentos instáveis e conflituosos;
oMedo constante de abandono e rejeição;
oMaior risco de automutilação e tentativas de suicídio;
oImpulsividade;
oDelírios e alucinações breves;
O tratamento envolve a psicoterapia e o uso de medicamentos para
amenizar os sintomas. Vale destacar que não há medicamentos específicos para
tratar o transtorno de personalidade borderline. Geralmente, são usados
estabilizadores de humor e antidepressivos, que visam controlar os sentimentos
de tristeza e ansiedade.
Transtornos Alimentares

Anorexia Nervosa e Bulimia são alguns dos transtornos alimentares mais


comuns. A anorexia é caracterizada pela perda de peso intencional, provocada
pela recusa de alimentação, distorção da própria imagem e medo de engordar. A
bulimia consiste em comer grandes quantidades de comida e logo depois eliminar
as calorias de formas prejudiciais para o corpo.
O tratamento de um transtorno alimentar geralmente inclui uma
abordagem em equipe. A equipe geralmente inclui prestadores de cuidados
primários, profissionais de saúde mental e nutricionistas – todos com
experiência em transtornos alimentares. Mas, em geral, geralmente inclui
educação nutricional, psicoterapia e medicamentos.
oTerapia cognitivo-comportamental
oPsicoterapia interpessoal
oInibidores seletivos de recaptação de serotonina
Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC)

O Transtorno Obsessivo-compulsivo é um transtorno de ansiedade


caracterizado por pensamentos recorrentes e desagradáveis (obsessões) e
comportamentos repetitivos ritualizados (compulsões), voltados para a redução
do desconforto associado a tais pensamentos. Pessoas que possuem TOC, podem
ter obsessões por lavar as mãos, limpeza, necessidade de simetria e etc.
o tratamento farmacológico do TOC devem-se utilizar antidepressivos inibidores
da recaptura de serotonina, sejam eles seletivos (ISRS), como:
oFluoxetina
oSertralina
oFluvoxa- mina
oParoxetina
oCitalopram
Estresse pós-traumático

O estresse pós-traumático é marcado pela ansiedade que surge após uma


situação traumática. A pessoa afetada revive persistentemente o ocorrido com
recordações, e apresenta grande sofrimento psicológico.
Tratamento.
Os antidepressivos da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina
(ISRS) são os medicamentos de primeira linha no tratamento do transtorno do
estresse pós-traumático.
1. Como você julga que está sua saúde mental no momento?
2. Você tem Como você julga que está sua saúde mental no momento?
3. Você tem se sentido muito nervoso, ansioso ou depressivo ultimamente? Dê uma
nota de 0 a 10 para cada um.
4. Baseado nas respostas da pergunta anterior, há quanto tempo você tem se sentido
assim?
5. Você consegue identificar algum motivo que esteja causando essa situação? Caso
se sinta à vontade, saiba que você tem liberdade para falar sobre isso neste
espaço.
6. Você acha que seu estado de saúde mental tem atrapalhado seu desempenho no
trabalho? Ou tem impactado negativamente suas relações?
7. Você acha que seu estado de saúde mental tem atrapalhado seu desempenho no
trabalho? Ou tem impactado negativamente suas relações?

Você também pode gostar