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A isodenssidade é o
padrão(parênquima cerebral),
acima dela temos a
hiperdensidade, sendo o mais
hiperdenso possível o osso. A
hipodensidade está abaixo, sendo a
maior hipodensidade da
tomografia o ar.
calcificado
Calcificação de pineal
Contraste:
Sangue recente:
Hemorragia intraparenquimatosa
Meningioma em TC contrastada
Artefatos:
Pneumoencéfalo
Liquor:
Sangue antigo:
6- Quais estruturas estão marcadas pelas bolinhas? O que cada seta está apontando?
O que a linha vermelha representa?
7- Quais estruturas estão marcadas pelas bolinhas? O que a linha vermelha
representa?
8- Quais estruturas estão marcadas pelas bolinhas? O que cada seta está apontando?
O que a linha laranja representa? O que a região rosa representa?
9- Quais estruturas estão marcadas pelas bolinhas? O que cada seta está apontando?
Corte axial:
1- Em qual lobo está a bolinha azul? E a vermelha está em qual estrutura?
2- Quais os giros representados em amarelo? O que a bolinha vermelha representa? A
linha e bolinha laranja representam o que?
Corte Sagital:
3- O que cada bolinha e linha representam? O que cada seta está apontando?
Resposta das Questões:
Corte Axial:
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
11-
Corte Coronal:
1-
2-
3-
4-
5-
6-
Corte Sagital:
1-
2-
3-
1- Quais as artérias representadas pelas bolinhas azul e vermelha?
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
Você é capaz de identificar as cores correspondentes a
cada território?
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
11-
Resposta das Questões:
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
11-
Analise as imagens a seguir:
1-
2-
Quais desses apontados pela seta são edemas citotóxicos e quais são
vasogênicos?
Resposta das Questões:
Você sabia que além desses métodos, as imagens tomográficas podem nos
dar pistas de aumento de pressão intracraniana? Conforme a doutrina
Monro-Kellie, conforme a pressão do LCR dentro do crânio aumenta, o
cérebro e o volume sanguíneo têm que acomodar isso, resultando no
fenômeno de efeito de massa, explicando os achados de pressão
intracraniana elevada em imagens cerebrais transversais. Confira alguns
sinais:
1- Apagamento dos giros e sulcos cerebrais
2- Apagamento das cisternas e ventrículos cerebrais
3- Desvio de linha média(herniação subfalcina) e herniações cerebrais
(herniação transtentorial).
4- Perda da diferenciação entre substância branca e cinzenta
5- Aumento da bainha do nervo óptico.
Como avaliar na imagem?
1- Apagamento dos giros e sulcos cerebrais
Normal HIC-Edemaciado
Compare as duas tomografias, a tomografia normal apresenta sulcos, giros
evidentes e as cisternas subaracnoideas presentes. Agora segunda tomografia
mostra um cérebro totalmente edemaciado, com apagamento dos sulcos e
cisternas cerebrais, com consequente HIC.
Normal HIC
1- Agora é sua vez!! Descreva os achados sugestivos de HIC nas
imagens abaixo:
A B
C D
Resposta
Na imagem A temos um corte axial ao nível dos núcleos da base, que evidencia
um infarto isquêmico em lobo temporal e frontal direito, que se estende para
região dos núcleos da base, com áreas correspondentes ao território da artéria
cerebral média. Presença de apagamento dos sulcos cerebrais bilateralmente,
com obliteração de corno anterior e posterior de ventrículo lateral direito e
presença de desvio de linha média.
Normal Imagem C
1-
A B
C D
E F
Resposta das questões:
1-
A:
Aqui temos o sinal da artéria cerebral média hiperdensa do lado direito(seta
vermelha). Além disso é possível observar uma leve perda da diferenciação
córtico-subcortical no lobo temporal(seta verde). O sinal da artéria hiperdensa é
o mais precoce e pode aparecer minutos após o insulto (na fase imediata).
Cuidado! É importante diferenciar este foco tromboembólico hiperdenso de
uma calcificação do vaso, por isso nunca olhamos o sinal isolado, mas sim a
correlação clinico-radiológica.
B:
Sinal da perda da fita insular(seta vermelha). É um sinal precoce que aparece
na fase hiperaguda do AVC, é caracterizado pela perda da diferenciação entre
substância branca e cinzenta no córtex insular, sendo um sinal de infarto no
território da artéria cerebral média. Observe a diferença entre as duas
regiões insulares direita(verde) e esquerda(acometida)
C:
Sinal do desaparecimento dos núcleos da base. Do lado direito observamos
os núcleos da base preservados, com a cabeça do núcleo caudado e núcleo
lentiforme bem evidentes (seta verde). Agora olha a região esquerda, aonde
estão os núcleos da base? Desapareceram!!(seta vermelha) Esse é também
um sinal precoce de AVCi, que pode aparecer já na fase hiperaguda.
D:
Sinal do desaparecimento dos núcleos da base + perda da fita insular.
Observe o desaparecimento dos núcleos da base do lado esquerdo(seta
vermelha) quando comparado ao lado direito, além da perda da
diferenciação entre substância branca e cinzenta na região insular
ipsilateral(verde).
E:
Perda da diferenciação cortico-subcortical.
Como abordado no tópico de tipos de edema, o edema citotóxico é
característico de AVCi, levando a uma perda da diferenciação cortico-
subcortical(entre substância branca e cinzenta). Observe que do lado direito
do lobo temporal, indicado pelas verdes, a substância branca e cinzenta
delimitadas, Agora observando o lado esquerdo, na seta vermelha, só vemos
uma região hipodensa “cinza escuro” que atinge substância branca e
cinzenta.
F:
Sinal da artéria basilar hiperdensa + perda de diferenciação cortico-
subcortical. Observe nesse corte axial ao nível da ponte, a artéria basilar
hiperdensa apontada pela seta vermelha, além do edema citotóxico em
hemisfério cerebelar esquerdo (seta azul) e direito (seta verde)
Fase imediata: minutos após o insulto:
Qual o diagnóstico?
A) Abscesso cerebral
B) Cisto coloide
C) Hemorragia intraventricular
D) Meningioma
Caso 10: Uma mulher de 32 anos, com várias idas ao PS devido à infecções
de ouvido recorrentes, dá entrada no seu atendimento. Refere que há duas
semanas iniciou com cefaleia progressiva e febre baixa, com piora
progressiva nos últimos dias e presença de afasia notada no exame
neurológico. Exames de sangue mostram leucócitos no limite da
normalidade, com desvio à esquerda. O teste de HIV foi positivo. Você opta
por realizar uma tomografia, mostrada a seguir:
Sem contraste
Com contraste
1- Quais os achados da imagem?
2- Qual o diagnóstico provável?
Caso 22: Criança de 1 ano com quadro de retardo no desenvolvimento mental e
físico com aumento gradativo do perímetro cefálico e protuberância da
fontanela anterior com aspecto de sinal do sol poente de ambos os olhos,
ataques de vômitos em jato. Apresenta ao exame físico papiledema bilateral ao
exame de fundo de olho. Foi realizada uma tomografia que evidenciou o
seguinte:
Qual o diagnóstico?
a) Esquizencefalia
b) Anencefalia
c) Holoprosencefalia alobar
d) Hidranecefalia
Caso 29:
Criança de 6 meses apresenta aumento de perímetro cefálico, além de atraso
no desenvolvimento neuropsicomotor. Ao exame físico apresenta papiledema
bilateral. Tomografia realizada abaixo:
Há alterações na imagem?
Caso 31:
Paciente de 15 anos, do sexo feminino, com queixa de cefaleia progressiva há 3
meses. Ao exame físico não apresenta sinais de puberdade e sua estatura está
abaixo do percentil esperado para a idade. Níveis baixos de gonadotrofina. Foi
realizada uma tomografia de crânio evidenciada abaixo:
1- Qual o nível desse corte? Repare que vemos o corno anterior e posterior dos
ventrículos laterais, estamos no nível dos núcleos da base
2- Vamos descrever as duas tomografias? A primeira é uma tomografia em corte axial s/
contraste, ao nível dos núcleos da base(central core cerebral), que mostra uma
massa expansiva isodensa em região frontal direita, com leve edema adjacente, que
exerce efeito de massa, causando um desvio de linha média para o lado
contralateral. Ao se aplicar o contraste vemos uma lesão captante de contraste
homogênea, que parece “aderida” na meninge craniana.
3- Todos esses sinais tomográficos falam a favor de um meningioma de fossa craniana
anterior, alternativa D correta.
Caso 3:
Mais uma questão que veio para te enganar!! A paciente apresenta um quadro agudo
característico de AVC, com quadro súbito de hemiparesia à direita e disartria. Mas, existem
doenças que podem simular sintomas de AVC, uma delas é o sangramento de um tumor
metastático. Nesse caso, a tomografia é nossa grande aliada!! Vamos analisa-la?
A B
1- A tomografia sem contraste(A) mostra regiões hipodensas correspondentes a edema
vasogênico dentro da substância branca subcortical na parte anterior do lobo frontal
superior direito e lobo frontal esquerdo posterior na região do córtex motor(giro pré-
central). Uma pequena área central hiperdensa na parte posterior do lobo frontal
esquerdo sugere hemorragia, com edema de substância branca circundante. Após o
contraste(B), ambas as regiões mostram um intenso realce em anel.
2- Lesões múltiplas com contornos irregulares + edema vasogênico adjacente +
captação de contraste periférico em anel = metástase. Alternativa D correta. Qual o
motivo de não ser um abscesso? A imagem pode confundir, com o famoso realce
anelar periférico também presente nessa doença, porém algumas coisas falam
contra: não há história de infecções prévias de rinossinusite, otite prévia. Além disso,
os abscessos costumam se formar nas regiões cerebrais próximas à base do crânio, e
não na alta convexidade. Por fim, Lesões múltiplas em locais diferentes são raras.
Caso 4:
Nesse caso temos um paciente que sofreu trauma, entrando no T do código da VINTE. Na
história temos o clássico intervalo lúcido: paciente perde a consciência durante acidente,
recobra a consciência e posteriormente fica inconsciente novamente, evoluindo grave!
Seta branca apona para a hemorragia circundando a fissura sylviana, ao passo que a seta
preta aponta para a hemorragia circundando a cisterna ao redor do mesencéfalo.
Caso 8:
O paciente com quadro clínico arrastado de meses com cefaleia progressiva e visão turva.
Temos aqui uma provável causa neoplásica/expansiva. Os sintomas desse paciente de
cefaleia pior pela manhã, com náuseas e vômitos, visão turva e papiledema bilateral, nos
apontam indícios de um aumento de pressão intracraniana (HIC). E qual o motivo de HIC?
Vamos descobrir com a tomografia.
1- Analisando temos uma tomografia em corte axial sem contraste que demonstra uma
grande massa hipodensa parcialmente cística(tem aspecto liquórico)no hemisfério
cerebelar direito com um componente sólido no centro. Ao se aplicar contraste,
temos um leve realce anelar em torno da lesão, e uma parcial captação de contraste
pelo componente sólido . O quarto ventrículo é apagado pela compressão da massa
que comprime o tronco cerebral juntamente com a cisterna pré-pontina também
apagada. Quarto ventrículo comprimido resulta em uma hidrocefalia não
comunicante(obstrutiva), resultando em consequente dilatação do ventrículo lateral
e do terceiro ventrículo
Infecções recorrentes de ouvido, cefaleia progressiva, febre baixa... essas informações nos
apontam para qual etiologia nessa paciente? Infecciosa!! O abscesso cerebral é uma doença
relativamente comum em imunossuprimidos com infecções recorrentes de ouvido ou
rinossinusites de repetição. E essa doença se encaixa muito com a história clínica dessa
paciente (cefaleia progressiva + febre baixa + infecção de ouvido de repetição + HIV).
Vamos analisar a tomografia?
1- Na tomografia sem contraste em corte axial, vemos ao nível mesencefálico, uma
lesão hipodensa em lobo temporal esquerdo com abundante edema vasogênico
adjacente. Ao se aplicar contraste vemos um realce anelar periférico em torno dessa
lesão. A infecção por contiguidade é a mais comum nos abscessos cerebrais, portanto
o meato acústico interno no osso temporal, fica próximo à parte inferior do lobo
temporal cerebral, que é a região mais comum de formação de abscesso por
contiguidade nas otites infecciosas.
2- O provável diagnóstico é abscesso cerebral. Letra D correta.
Caso 11:
Mulher jovem, tabagista e em uso de anticoncepcional é a tríade clássica de predisposição à
trombose venosa cerebral(TVC) , que pode ser devido à trombose dos seios venosos durais
ou das veias corticais cerebrais superficiais ou profundas. Cefaleia progressiva subaguda
com sinais de hipertensão intracraniana (cefaleia que piora com a manobra de valsava,
piora progressivamente, sendo associada à vômitos sem náuseas), na presença desses
fatores de risco citados anteriormente, devem nos levar à suspeita de TVC. Analisando a
tomografia, temos na tomografia sem contraste em corte axial, ao nível da coroa
radiada(alta conexidade) um seio sagital superior posterior hiperdenso nas imagens sem
contraste, correspondente ao sinal do delta ou sinal do delta cheio.
Qual a clínica desse paciente? Cefaleia latejante unilateral, associado a sintomas nauseosos
e fotofobia. Já teve esse quadro de maneira semelhante outras vezes no ano. Tem até
histórico familiar com crise semelhante!! Portanto estamos aqui diante de uma cefaleia
sem sinais de alarme, mais precisamente uma clássica migrânea. Essa paciente tinha algum
critério para realizar tomografia? NÃO
Mas... como a tomografia foi realizada, vamos analisar. Estamos diante de uma tomografia
completamente normal e não tinha critérios para realização do exame de imagem. O
diagnóstico da migrânea é clínico e seu tratamento é medicamentoso.
Questão 1 e 2: vide a resolução da questão
Caso 21:
Diante de uma paciente imunossuprimida, com sinais neurológicos focais e que pioram
progressivamente de maneira aguda e febre baixa, devemos suspeitar de infecções
oportunistas. E qual uma das principais infecções oportunistas no paciente HIV positivo? A
toxoplasmose. Vamos ver o que a tomografia fala pra gente?
A tomografia sem contraste, em corte axial, próximo ao nível dos núcleos da base, temos
duas regiões de hipodensidade no território parieto-occipital de ambos hemisférios
cerebrais, sugestivos de edema vasogênico (respeita os limites entre substância branca e
cinzenta, ficando apenas na região subcortical). Ao se aplicar contraste vemos uma massa
no hemisfério esquerdo com realce anelar que aumenta perifericamente no cérebro
supratentorial na junção da substância branco-acinzentada. Por fim, há apagamento dos
sulcos da região parieto-occipital, que sugere edema cerebral. Supomos que há a presença
de mais lesões em outras regiões cerebrais (múltiplas lesões). Essas lesões múltiplas, com
realce anelar, e grande edema vasogênico adjacente, na região no nível dos núcleos da base
nos leva a pensar no diagnóstico de neuro toxoplasmose.
Caso 22:
Criança com quadro progressivo de retardo mental, AUMENTO DO PERIMETRO CEFÁLICO,
sinal do sol poente (vide foto ilustrativa), vômitos em jato e papiledema nos levam a pensar
em uma criança com provável hidrocefalia e aumento da pressão intracraniana. Mas essa
hidrocefalia seria ou não obstrutiva? A tomografia vai nos ajudar a desvendar o caso!!
Ao avaliarmos a tomografia de crânio sem contraste observamos uma grande massa cística
em fossa posterior que comprime o cerebelo, o tronco encefálico e oblitera o quarto
ventrículo, causando uma hidrocefalia obstrutiva supratentorial. Há dilatação dos
ventrículos laterais e terceiro ventrículo. Paciente apresenta, portanto, uma hidrocefalia
obstrutiva consequente da lesão cística que comprimiu e obliterou o quarto ventrículo,
interrompendo o fluxo normal de liquor.
Estamos diante de um paciente com quadro progressivo de cefaleia arrastado por meses,
além de uma ataxia evidente no exame físico, no que podemos pensar? Tumores de fossa
posterior, que cursam com ataxia e aumento de pressão intracraniana. E quais os tumores
mais comuns de fossa posterior em crianças? MÃE (Meduloblastoma, ependimoma e
Astrocitoma). Vamos analisar a imagem para saber qual desses é mais provável?
Na 1 imagem temos um corte axial ao nível pontino que evidencia uma grande massa
hiperdensa ocupando o quarto ventrículo (seta vermelha) na linha vermiana,
correspondente a um componente sólido. Além disso é possível observar uma pequena
hipodensidade periférica à massa, correspondente a um edema vasogênico. Na imagem 2,
em corte sagital, é possível observar claramente o tumor ocupando o quarto ventrículo,
comprimindo as estruturas adjacentes. Não há hidrocefalia evidente.
O Meduloblastoma é um tumor maligno que geralmente acomete crianças de 3-7 anos,
com um grande poder metastático para a leptomeninge. Diferente do Astrocitoma, que
geralmente acomete os hemisférios cerebelares e possui um grande componente cístico, o
Meduloblastoma costuma ter um grande componente sólido e surge da linha vermiana,
ocluindo o quarto ventrículo. E diferente do ependimoma, o meduloblastoma costuma
causar grande restrição à difusão quando avaliado na ressonância magnética. Mas vale
lembrar, quem vai realmente fazer a distinção é a biópsia através da histologia.
Caso 26-
A história desse caso não nos dá muitas pistas, mas cefaleia progressiva refratária à
medicamentos merece uma investigação. Antes de irmos para a tomografia, vou te mostrar
uma coisa:
É assim que analisamos a posição das tonsilas cerebelares
em relação ao forame magno. A posição tonsilar cerebelar
é a distância vertical (seta verde) da ponta das tonsilas
cerebelares até uma linha desenhada entre as bordas
anterior e posterior do forame magno (famosa linha de
McRae - linha azul pontilhada). O normal é que as tonsilas
fiquem acima do forame magno, embora seja bastante
frequente descer alguns milímetros. Quando as tonsilas
descem igual ou maior que 5mm, é considerado uma
malformação de Chiari do tipo I.
E o que é malformação de Chiari? são um grupo de defeitos associados ao "deslocamento"
congênito caudal do cerebelo e do tronco cerebral. Temos 6 tipos de malformações de
Chiari (I, II, III, IV, V e 0), a tipo I é a mais comum, caracterizada por uma descida caudal das
tonsilas cerebelares através do forame magno. Os sintomas são proporcionais ao grau de
descida. O tratamento com descompressão posterior é geralmente reservado para
pacientes sintomáticos ou com siringe. É mais comum em mulheres e permanece
assintomático até a idade adulta, quando aparece uma cefaleia associada à compressão do
tronco encefálico, siringomielia ou escoliose. Sabendo disso vamos para a tomo:
A TC sem contraste demonstra uma fina borda de tecido cerebral anteriormente, sem
fenda na linha média (seta vermelha) . Posteriormente, há um grande espaço de densidade
do LCR, não há divisão ventricular(monoventrículo). Não há estruturas na linha média, além
disso o cerebelo é malformado, e o tronco cerebral bem visualizado (seta verde). Não há
evidencia da foice do cérebro. O cerebelo é malformado com aparência anormal do quarto
ventrículo. O tronco cerebral é visualizado. Além disso, há um defeito ósseo no osso
occipital com meningocele occipital (seta roxa).
Esses achados são compatíveis com uma holoprosencefalia alobar, uma má-formação
resultante da não separação dos hemisférios cerebrais, na qual os hemisférios e núcleos da
base estão fundidos, não há corpo caloso, presença de monoventrículo e má-formações
faciais associadas.
Diagnósticos diferenciais:
Por que não é hidranencefalia? Nessa má-formação não há a presençaa
de telencéfalo(ele é substituído por um saco membranoso contendo
liquor), além disso é possível ver a foice cerebral.
No corte axial ao nível pontino observamos uma grande dilatação cística do IV ventrículo,
que se estende posteriormente formando um espaço cístico que desloca os hemisférios
cerebelares e tronco cerebral. A seta vermelha aponta para uma hipoplasia vermiana.
No corte sagital há evidencia de uma hidrocefalia global secundária às anormalidades da
fossa posterior, além disso a linha vermelha mostra o nível do tentório do cerebelo, que
está acima do nível normal, de modo que a torcula fique acima do nível da
lambdoide(inversão torcular-lambddoide). É possível ver a fossa posterior com grande
dilatação(seta azul) e a comunicação entre IV ventrículo e fossa posterior.
No corte axial, ao nível dos núcleos da base, observamos que os cornos anteriores dos
ventrículos laterais estão mais “paralelos” que o normal, que dão uma de aparência de
“carro de corrida”. Além disso observa-se um aumento do espaço intertalâmico, é como se
o terceiro ventrículo se comunica-se com a cisterna inter-hemisférica. Há também dilatação
dos cornos occipitais(colpocefalia).
No corte coronal, observamos um aspecto de cabeça de alce devido a disposição do
ventrículo lateral e dilatação dos cornos occipitais ventriculares.
Esses achados são consistentes com disgenesia/agenesia de corpo caloso. Geralmente é
assintomático e pode estar associado a outras anomalias.
31-
Diante e uma adolescente, sem sinais de puberdade, falha no crescimento e com baixos
níveis de gonadotrofinas, estamos diante de um hipogonadismo hipogonadotrófico, entre
as causas, merece destaque os distúrbios do SNC. Qual é o tumor selar mais comum dessa
região? Os craniofaringiomas. São tumores da bolsa de Rathke originários da hipófise, que
se espalham na região suprasselar até a sela túrcica. Apresentam-se na tomografia na
maioria das vezes com um grande componente cístico, componentes sólidos menores e
com calcificações periféricas.
Nas imagens com e sem contraste, em corte axial ao nível mesencefálico, é possível
observar uma massa suprasselar multicística lobulada(seta vermelha) com calcificações
periféricas(seta verde), sugestiva de craniofaringioma.
Caso Desafio:
Vamos analisar o quadro cuidadosamente, estamos diante de um quadro subagudo de
cefaleia progressiva, associada a náuseas e vários episódios de vômitos, devemos ligar uma
red flag para cefaleia de causa secundária. Ao exame físico observamos sinais de
hipertensão intracraniana(papiledema bilateral), já a presença de letargia, convulsão e
irritação meníngea(sinal de lasegue positivo) nos sugerem um provável quadro dde
meningoencefalite. O laboratório nos mostra um paciente HIV positivo, portanto
imunossuprimido. Paciente imunossuprimido nos leva a pensar na possibilidade de
infecções do SNC que causariam um quadro de meningoencefalite, entre elas
toxoplasmose, tuberculose, infecção por ISTs, criptococose, cisticercose, meningite
linfocítica por HIV, entre outras infecções. Porém infecções oportunistas chamam muito a
atenção aqui, em especial a criptococose, que cursa com um grande aumento de pressão
intracraniana. O liquor com baixa glicose e aumento de celularidade com predomínio
linfocítico chama a atenção para uma etiologia fúngica, concordante com a nossa suspeita,
além da grande pressão de abertura, sugestiva de hipertensão intracraniana (lembrando,
liquor deve ser realizado depois da TC, devido ao quadro de hipertensão intracraniana).
Ao analisar a imagem tomográfica, observando com cuidado, notamos a presença de
pequenos focos hipodensos na região dos núcleos da base bilateralmente, localização típica
da criptococose.