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MÓDULOS ABT EAD 2024

Alopecias Cicatriciais
Prof. Dra Thálita Rodrigues Eufemia
• Médica e Tricologista.
• Formada em Medicina pela UNIG – RJ.
• Pós graduada em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
• Doutoranda em Ciências Biomédicas pelo Instituto Universitário Italiano de Rosário.
• Tricologista Certificada pela IAT – International Association of Trichologists.
• Conselheira da Academia Brasileira de Tricologia.
• Docente e Palestrante.
• Co autora de livros na área de Tricologia.
• Membro e Docente da ABT – Academia Brasileira de Tricologia.
• Diretora da JM Renaissance – Centro de Excelência em Terapia Capilar, Estética & Saúde
Integrativa.
Alopecias

• Quadros de redução ou ausência de pelos no corpo.


• Podendo ser generalizadas ou localizadas.
• Dividem-se em: cicatriciais e não cicatriciais.
Alopecias Cicatriciais

• Caracterizadas por ausência ou diminuição dos pelos, devido a destruição


do folículo piloso, sendo assim, definitivas.
• Há irreversibilidade do crescimento dos pelos nas áreas acometidas
(fibrose).
• Há destruição do bulge (das células tronco epidérmicas).

• Nem sempre o processo que destrói o folículo na alopecia cicatricial é


fibroso. Pode ser por ausência congênita do folículo piloso (como na
Alopecia Triangular) ou ser por destruição do folículo durante a vida (como
em uma queimadura).
Alopecias Cicatriciais X Alopecias não Cicatriciais
Alopecias Cicatriciais

• Alopecias Cicatriciais Primárias - causadas por processos em que o folículo


piloso é o alvo do ataque inflamatório.
Alopecias Cicatriciais

• Alopecias Cicatriciais Secundárias - causadas por processos onde o folículo


piloso não é o alvo da inflamação ou quando o folículo piloso é destruído
por injúria de agentes externos.

- Infecções Severas – Kerion celsi.


- Infiltrações- Tumores, Câncer Metastático, Sarcoidose.
- Agressões físicas- queimaduras, radiações, tração prolongada (Alopecia de
Tração), compressões,...
- Lúpus – Não há especificidade folicular.
Alopecias Cicatriciais

Tratamento: visa EVITAR A


PROGRESSÃO, amenizar
sinais e sintomas (crises) e
atuar na repilação em
áreas passíveis.
Líquen Plano Pilar

• Prevalência em mulheres, entre 40 a 50 anos de idade.


• Cerca de 50% dos pacientes que apresentam LPP desenvolverão lesões no
corpo (líquen plano pilar é uma variante folicular do líquen plano).
Pesquisar acometimento de pele, unhas e mucosas.

• Quadro Clínico: sintomas ocorrem quando a doença está em atividade.


- prurido intenso e dor, em queimação.
- pode ser assintomática.
- placas de alopecia de extensão variada, predomínio em região parietal.
Quadro Clínico do Líquen Plano Pilar

• Ausência de óstio folicular (diag. diferencial da alopecia areata e alopecia


androgenética).
• Periferia da lesão – eritema, descamação perifolicular e hiperceratose
folicular. Presença de fios grossos em torno da placa.
• Centro das placas – pele atrófica e pálida (diag. diferencial com LED).
• Pull test – com cabelos anágenos (principalmente na periferia da lesão) =
Sinal da doença ativa (geralmente).
Manejo Terapêutico do Líquen Plano Pilar

• CO tópicos (loções e cremes) e intralesionais.


• Imunomoduladores tópicos.
• Quando a doença estiver em atividade – tratamento sistêmico: CO oral,
Hidroxicloroquina, Imunossupressores (Micofenolato de Mofetil), Pioglitanoza
(agonista de PPAR y).

• Omega 3.
• Óleo de linhaça, rico em Omega 3.
• Suplementação de Vitamina D, obedecendo parâmetros séricos.
• Terapias Capilares - a fim de controlar a inflamação local e os sintomas (prurido,
dor, descamação,...), posteriormente estimular a repilação em áreas possíveis
(não fibróticas) e evitar crises.
Hidroxicloroquina

• Avaliação prévia e acompanhamento oftalmológico, risco de retinopatias.


• Geralmente, estabilização da doença em 6 meses.
• Também indicada no Lúpus Eritematoso Discóide (primeira linha) e
Alopecia Fibrosante Frontal.
• Efeitos Colaterais X reações adversas: anorexia, cefaléia, alterações visuais,
dor abdominal, náuseas erupção cutânea, prurido,...
A manutenção da ¨vitamina D¨ em níveis séricos
adequados é de suma importância para o
controle da inflamação.

Níveis séricos?
Suplementação contínua?
Fontes?
Toxicidade?
Home Care no Líquen Plano Pilar

• Manutenção da Microbiota.
• Anti inflamatórios.
• Calmantes.
• Antipruriginosos.

• Cuidados diários e orientações.


Etiopatogenia da Alopecia Fibrosante Frontal

• Variante do Líquen Plano Pilar???


• Hormonal??? (Diminuição de estrogênio/aumento de andrógenos)
• FPS/Dermocosméticos??? → DC Alérgica
• Procedimentos cirúrgicos cosméticos???
• Psicológico??? – Estresse Psicoemocional → inflamação neurogênica.
• Genética??? - Relatos familiares – descritos desde 2008 e estudos de
associação genômica.
• Fatores Ambientais???
Alopecia Fibrosante Frontal
Fisiopatogenia da Alopecia Fibrosante Frontal

• Imunomodulação; (Colapso imunológico antes da resposta inflamatória ou


uma reação extra após a resposta inflamatória).
• Inflamação Neurogênica;
• Regulação genética. (fatores ambientais – gatilho?).

Resposta inflamatória persistente e colapso do privilégio imunológico


levam à destruição das células-tronco do folículo piloso.
Prevalência e Incidência da Alopecia Fibrosante Frontal

• Inicialmente, mulheres menopausadas.


• Atualmente: - mulheres bem mais jovens;
- homens;
- crianças.
Quadro Clínico da Alopecia Fibrosante Frontal

• Recessão da linha frontal e temporoparietal.


Geralmente, recessão simétrica.
Atenção: nuca, costeletas, região atrás das orelhas e barba (22%, AAD).
• Perda de pelos em sobrancelhas (madarose), no corpo e cílios (pior
prognóstico).
• Pode ter prurido e/ou ardor.
• Pápulas faciais.
• Alterações texturais e manchas na pele, fronte.
(brilhante, atrófica e pálida)
• Veias da área frontal mais aparentes (afinamento da pele).
Alopecia Fibrosante Frontal
Alopecia Fibrosante Frontal

I – Linear.
II – Difuso (zigue-zague).
III – Pseudofranja ( melhor prognóstico).
FADP

• Variante da Alopecia Androgenética???


• Misto de Alopecia Cicatricial e Não Cicatricial??

FADP
(Alopecia Fibrosante em Padrão de Distribuição).

Alopecia Cicatricial com características da Alopecia Androgenética e do
Líquen Plano Pilar.
FADP

• Estudos sugerem que a FADP é uma variante do grupo das Alopecias


Cicatriciais Linfocíticas.

• Pode representar uma resposta inflamatória exagerada aos folículos


capilares danificados, desencadeada pela Alopecia Androgenética.

• Diagnóstico diferencial: Alopecia Androgenética + Dermatite Seborreica.


• Atenção: Transplantes Capilares.

• Pode coexistir ou se sobrepor à AFF.


Manejo Terapêutico da Alopecia Fibrosante Frontal

• CO tópico (loções e cremes) , intralesional (sobrancelhas).


• Anti inflamatórios tópicos (extrato de chá verde,...).
• Hidroxicloroquina.
• Finasterida e Dutasterida (DHT???) – antiandrógenos.
• MTX, Doxiciclina,...???
• Minoxidil Oral – repilação em áreas passíveis?

• Suplementação de Vitamina D.
• Omega 3 ???
Manejo Terapêutico da Alopecia Fibrosante Frontal

• Terapias capilares - visando diminuir quadro inflamatório, possíveis


sintomas e repilação nas áreas passíveis.
• Avaliar acompanhamento psicológico.
• Acompanhamento nutricional – Alimentação anti-inflamatória.
• Orientações do Hair Care e hábitos de vida.
Transplante Capilar na Alopecia Fibrosante Frontal

• Em casos selecionados.

• Após, geralmente, 6 meses a 1 ano (2 anos) de inatividade da doença


(ausência de sinais e sintomas da inflamação), comprovada por
anatomopatológico.

• Expectativa do paciente.
• Expectativa de sobrevivência dos enxertos.
Transplante Capilar na Alopecia Fibrosante Frontal

• Pacientes devem ser mantidos em tratamento após o transplante, mesmo


que não sejam visíveis os sinais clínicos de atividade da doença.

• Qual o por quê? Impacto Cosmético X Impacto Psicológico.

• Avaliação Criteriosa X Compromisso e Conscientização do paciente.


Alopecia Fibrosante Frontal
Home Care na Alopecia Fibrosante Frontal

• Manutenção da Microbiota.
• Anti inflamatórios.
• Calmantes.

• Orientações e cuidados diários.


Pseudopelada de Brocq

• Alguns consideram variante do líquen plano, outros como estágio final de


outras doenças cicatriciais.
• Doença distinta, estudos de expressão gênica demonstram.

• Quadro Clínico: - geralmente, placas múltiplas de alopecia, discretas e


pequenas, que se estendem, formando uma ¨trilha¨ - ¨Foot prints in the
snow¨- pegadas de neve. Podem coalescer.
- Áreas de alopecia lisas, brilhantes, atróficas, de contornos imprecisos,
pouco ou nenhum eritema.
- Geralmente assintomáticas.
- Vértice e áreas parietais mais afetadas, geralmente.
Manejo Terapêutico da Pseudopelada de Brocq

• CO tópicos.
• Hidroxicloroquina, Dapsona, Pioglitazona.
• Suplementação de Vitamina D.
• Terapias Capilares - a fim de controlar a inflamação local e possíveis
sintomas, posteriormente estimular a repilação em áreas possíveis (não
fibróticas) e evitar crises ou evolução da doença.
Alopecia Cicatricial Centrífuga Central

• ¨Alopecia do pente quente¨, ¨Sd. Da Degeneração Folicular em mulheres Negras¨.

• Etiologia: multifatorial.
- Predisposição genética (Dç Autossomica Dominante???, relação com
androgenicidade???) – pesquisa associaaaaaaaaaaaatação no gene PADI3.
- Agentes suspeitos: agentes químicos (alisamentos), Calor, Tração (tranças,
apliques,...), que predispõem folículos anormais a lesões.
Tais folículos estariam sujeitos a uma degradação prematura da bainha radicular,
permitindo que agentes químicos e microorganismos entrem na estrutura folicular
causando danos irreversíveis que levam à alopecia cicatricial.

• Acometimento em mulheres, afrodescendentes, faixa etária entre 25 e 65 anos.


Quadro Clínico da ACCC

• Geralmente 4 alterações – quebra capilar (tricorrexe nodosa) + alopecia


de tração + alopecia cicatricial centrífuga central precoce + dermatite
seborreica.
• Geralmente inicia no vértice ou centro da região parietal e lentamente
expande-se centrifugamente.
• Couro cabeludo liso e brilhante.
• Afinamento capilar na linha demarcatória do couro cabeludo (tração).
Alteração de densidade e espessura.
• Fragilidade capilar e quebra de cabelos ao exame de tração.
• Muitas vezes, assintomática - prurido (Dermatite Seborreica).
Manejo Terapêutico da ACCC

• CO tópicos (cremes e loções), intralesionais.


• Anti inflamatórios tópicos e orais.
• Minoxidil oral???
• Minoxidil tópico.
• Fatores de crescimento tópicos.

• Produtos de recuperação da fibra podem ser indicados.


• Terapia Capilar: visando controlar o quadro inflamatório e possíveis sintomas.
Recuperação da fibra capilar. Estimular repilação em áreas passíveis.
• Orientações: diminuir/interromper o uso de químicas capilares, diminuir uso de
chapinhas, secadores em temperaturas elevadas, evitar tração capilar. Apliques,
alongamentos e próteses – avaliar.
Manejo Terapêutico da ACCC
Home Care da ACCC

• Manutenção da Microbiota.
• Anti inflamatórios.
• Antipruriginosos.
• Cuidados com a fibra capilar.

• Orientações e cuidados diários.


Etiopatogenia da Foliculite Descalvante

• Corresponde de 10,7 a 11,2% das Alopecias Cicatriciais Primárias.


• Geralmente em homens, jovens a meia idade, afrodescendentes.
• Curso crônico, de início insidioso.
• Caracterizada por inflamação grave e recorrente, com participação de
agentes infecciosos e que resulta em alopecia cicatricial.

Inflamação e destruição folicular.


Infecção bacteriana – S. aureus.
Quadro Clínico da Foliculite Descalvante

• Pápulas eritematosas foliculares; Geralmente pruriginosas, dolorosas e com


sensação de queimação.
• Pústulas que se rompem formando ulcerações e crostas sanguinolentas;
Novas pústulas vão se formando na periferia, formando placas com
crescimento centrífugo e com tendência a cicatrização central, de aspecto
atrófico.
• Tufos foliculares = fusão folicular, principalmente na periferia das placas de
alopecia.
Quadro Clínico da Foliculite Descalvante
Manejo Terapêutico da Foliculite Descalvante

• Antibióticos tópicos e orais (resistência antibiótica).


• CO orais, tópicos e intralesionais .
• Isotretinoína Oral -¨Roacutan¨.
Análago da vitamina A; Queda de Cabelos???
Ação: - Diminuição da coesão e hiperproliferação anormal dos ceratinócitos.
- Diminuição da atividade das glândulas sebáceas e reduz o tamanho das
mesmas, demonstrado histologicamente.
Foliculites de difícil controle.
Cuidados: - gestação durante e após o uso.
- Procedimentos durante e após o uso.
- Exames laboratoriais, antes e durante o uso
- Efeitos adversos – avaliar.
Manejo Terapêutico da Foliculite Descalvante

• Dapsona- ação antimicrobiana, anti inflamatória e papel importante no


metabolismo dos polimorfonucleares.
• Zinco (quelato) – propriedade anti inflamatória. Diminui as recidivas.
• Suplementação de Vitamina D.
• Anti inflamatórios tópicos e orais - Omega 3, Extrato de Chá Verde,...
• Outras opções terapêuticas: epilação (laser Nd-Yag), terapia fotodinâmica,
técnicas de radioterapia (em estudos, para casos resistentes), técnicas
cirúrgicas,...
• Terapias Capilares: terapias que visam o controle da inflamação local, a
acalmia dos sintomas, controle de microorganismos locais, assepsia e
homeostase do couro cabeludo.
Orientações na Foliculite Descalvante

• Cuidados com higiene local – produtos antissépticos e


que não causem irritabilidade local.
• Cabelos curtos.
• Evitar ocluir/abafar o couro cabeludo por longos
períodos (bonés, capacetes, chapéus,...)
• Evitar o manuseio, coçadura – evitando ferimentos,
contaminações e propagação da doença.
• Trocar roupas de cama (fronhas) diariamente, quando a
secreções.
• Não há cura. Há um controle da atividade da doença,
com consequente melhora da qualidade de vida.
Home Care na Foliculite Descalvante

• Manutenção da Microbiota.
• Anti bacteriano.
• Anti inflamatórios.
• Calmantes.
• Antipruriginosos.

• Cuidados diários e orientações.


Foliculite Queloidiana

• Acne Queloidiana; Sicose de Nuca


• Processo inflamatório folicular e perifolicular, que desenvolve intensa
fibrose de aspecto queloidiano.
• Maior incidência em homens jovens (16 a 31 anos), afrodescendentes.

• Geralmente, secundária à rutura folicular com inflamação importante e


reação granulomatosa por conta da eliminação de sebo e fragmentos
capilares na derme.
Etiopatogenia da Foliculite Queloidiana

• Ausência de identidade própria, depende de fatores desencadeantes ou


agravantes para ocorrer.
• Raspagem ou corte muito rente dos cabelos.
• Traumas repetitivos: colarinho, capacete,...
• Coçadura – levando a um quadro de neurodermite ou líquen plano crônico.
• Doença auto-imune???
• Infecção bacteriana – S. aureus.
• Aumento de testosterona???
• Medicamentos: Cicloposrina, Difenildantoína, Carbamazepina???
Quadro Clínico da Foliculite Queloidiana

• Pústulas foliculares, com prurido.


• Pápulas lisas e eritematosas, que se coalescem
e formam nódulos ou placas queloidianas.
• Politriquia.
• Cicatriz hipertrófica→ lesões queloidianas
isoladas e confluentes → alopecia cicatricial.
• Acometimento na região occipital e nuca.
Manejo Terapêutico da Foliculite Queloidiana

• CO tópicos e intralesionais – fases iniciais.


• Anti inflamatórios orais e tópicos.
• Antibióticos orais e tópicos, se infecção.
• Retinódes tópicos???
• Técnicas cirúrgicas: Remoção cirúrgica da cicatriz.

• Terapias Capilares: visando conter a inflamação local, sintomas e garantir a


assepsia e homeostase do couro cabeludo.
Home Care na Foliculite Queloidiana

• Anti inflamatórios.
• Antipruriginosos.
• Manutenção da microbiota.

• Orientações para cuidados diários.


Etiopatogenia da Celulite Abscedante

• Primeira descrição em 1903, Spitzer – Doença de Dermatitis Follicularis et


Perifollicularis Conglobata.
• Celulite Dissecante, Foliculite Dissecante do Couro Cabeludo, Folliculitis et
Perifolliculitis Capitis Abscedens et Suffodiens, por Hoffman (do latim suffodio –
cavar profundamente).

• Representa 1 a 2% das Alopecias Cicatriciais Primárias.


• Homens, jovens (18 a 40 anos).
• Ocorre de forma isolada ou associada a outas condições, Tétrade da Obstrução
Folicular: acrescida da Acne Conglobata, Hidradenite Supurativa e Cisto
Pilonidal. → Mesma patogênese e achados histopatológicos.
Etiopatogenia da Celulite Abscedante

• Desconhecida
• Hiperceratose folicular, iniciada pela obstrução e dilatação do folículo
piloso.
• Infecção bacteriana é secundária ao processo inflamatório.
• S. aureus, S. epidermitis, S. albus

• Curso crônico e progressivo, com períodos de exarcebação e remissão.


Quadro Clínico da Celulite Abscedante

• Pápulas, pústulas que se confluem → nódulos flutuantes, abscessos,


fístulas, cistos dolorosos formando anastomoses (canais de drenagem com
secreção purulenta), crostas e placas de alopecia (cabelos se desprendem
com facilidade).
• Aspecto cerebriforme.
• Politriquia.
• Cicatrizes hipertróficas e queloidianas.

• Complicações: CEC
Comprometimento estético grave – nodulações e retrações
Quadro Clínico da Celulite Abscedante
Manejo Terapêutico da Celulite Abscedante

• Antibióticos orais e tópicos.


• CO oral, tópicos e intralesional.
• Anti inflamatórios tópicos e orais.
• Zinco (quelato).
• Isotretinoína oral.
• Imunobiológicos – Adalimumabe, Infliximabe.
• Procedimentos cirúrgicos: drenagem cirúrgica e ressecção das áreas afetadas –
em casos graves.
• Epilação a laser.
• Terapias Capilares: visando o controle da inflamação, sintomas, assepsia e
homeostase do couro cabeludo.
Home Care na Celulite Abscedante

• Manutenção da Microbiota.
• Anti bacteriano.
• Anti inflamatórios.
• Calmantes.

• Cuidados diários e orientações


Lúpus Eritematoso Cutâneo

• O Lúpus Eritematoso é uma doença autoimune, com ampla expressão


clínica, que varia desde a doença cutânea limitada a doença sistêmica, de
leve a grave.

• O Lúpus Eritematoso Cutâneo - doença cutânea exclusiva ou compõe uma


das múltiplas manifestações do Lúpus eritematoso Sistêmico (LES).
• Lesões cutâneas estão presentes em 70 a 80% dos casos de LES, em algum
momento de sua evolução. E podem ser a manifestação inicial da doença
(25%).
Lúpus Eritematoso Cutâneo

• De acordo com as características clínicas, histopatológicas, alterações


laboratoriais e duração, as lesões cutâneas do LE são divididas em:
- LECA
- LECS
- LECC – o Lúpus Eritematoso Discóide é o mais comum.

• Fatores ambientais, genéticos e imunológicos participam da patogênese


das lesões cutâneas.
Lúpus Eritematoso Discóide

• É uma alopecia cicatricial secundária, uma


manifestação cutânea de uma doença auto-
imune; A unidade pilo-sebácea não é o alvo do
ataque auto-imune.
• Alopecia em placas, inicialmente assintomática e
depois eritematosa e pruriginosa.
• Lesão coberta por crostas. Com a evolução:
eritema, descamação, atrofia epidérmica,
discromia (hipocromia central e hipercromia na
periferia).
Lúpus Eritematoso Discóide

• Anatomopatológico: - Dermatite linfocítica de interface.


- Degeneração vacuolar na junção dermoepidérmica (camada basal).
- Espessamento da camada basal.
- Infiltrado linfocítico perivascular e perianexial, com predomínio de linfócitos e
plasmócitos).

• Imunofluorescência Direta: é positiva em 70% dos casos, com deposição linear


granulomatosa de IGG e C3 na junção dermoepidérmica.
(em lesão não tratada e com 2 a 3 meses de duração).

• FAN e Exame de Urina são importantes.


Manejo Terapêutico do Lúpus Eritematoso Discóide

• CO oral, tópicos, intralesional.


• Hidroxicloroquina (Primeira linha).
• Isotretinoína, Talidomida, Metrotexate,...

• Manutenção da Vitamina D em níveis ótimos.


• Omega 3.
• Terapias Capilares: visando conter a inflamação e gerar acalmia para o
couro cabeludo. Posteriormente, induzir a repilação (em áreas não
fibróticas) e a manutenção do controle da doença.
Home Care do Lúpus Eritematoso Discóide

• Anti inflamatório.
• Calmante.
• Manutenção da microbiota.

• Atenção aos procedimentos e cuidados diários.


Alopecias Tracionais

• As alopecias tracionais podem ser reversíveis ou irreversíveis, logo não


cicatriciais que podem evoluir a cicatriciais.
Alopecias Tracionais

• Agudas: quando os cabelos são ¨arrancados¨ abruptamente; Alopecia


Traumática - Tricotilomania, brigas, queimaduras, acidentes ( Norte do
país é comum acidentes com motor de barco... quando o couro cabeludo
também é ¨arrancado¨- escalpelamento).

• Crônicas: quando os cabelos são submetidos a tração constante e


prolongada (coques, ¨rabos de cavalo¨, apliques, alongamentos,...).
- Inicialmente pode causar um eflúvio telógeno, sem alterações clínicas.
- Maior incidência em mulheres negras, incidência aumentando.
Tricotilomania

• Desordem comportamental caracterizada pelo impulso de arrancar os


¨cabelos¨ , ocasionando áreas de alopecia.
• Definida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,
como um transtorno obsessivo – compulsivo ou relacionado.
• Couro cabeludo, sobrancelhas, cílios, região pubiana e outras áreas
corporais.
• Em adultos – 4 mulheres:1 homem.
• Prevalência estimada 0,5 a 2% da população.
• Etipatogenia: interação de diferentes fatores – genética, psicológicos,
sociais e neurobiológicos.
Tricotilomania

• Padrão difuso ou de formato bizarro de alopecia.


• Hastes capilares de comprimentos variáveis (diferentes pontos de fratura).

• Muitas vezes, associada a outros transtornos como: ansiedade, depressão,


transtornos alimentares,... e a hábitos de cutucara a pele e roer unhas.
• Mais de 20% também sofre de Tricofagia. Criando tricobezoares ou bolas de
pelo, podendo ocasionar a complicações gastrointestinais e até a ¨Síndrome
de Rapunzel¨.
Tricotilomania

• Atuação do psicólogo e do psiquiatra é de suma importância.


Tricotilomania

Tratamento dos sinais e sintomas associados – prurido, oleosidade, dor,


inflamação, seborréia,... e quando há reversibilidade do quadro (repilação).

• CO tópicos (cremes, loções, intralesionais).


• Minoxidil oral???
• Minoxidil tópico.
• Fatores de crescimento.
• Nutricosméticos.
Tricotilomania

• Terapias capilares: visando garantir a saúde do couro cabeludo e dos fios,


bem como a sua recuperação e integridade. Estímulo de repilação, em
áreas passíveis.

• Orientações ao paciente: importantíssimo


- Retirar possíveis alongamentos, apliques,... (Tração).
- Não prender os cabelos com tração.
- Higienização correta.
- Atenção aos procedimentos químicos.
- Manuseio adequado dos fios.
Home Care das Alopecias Tracionais

• Manutenção da Microbiota.
• Tonificação.
• Anti inflamatório.
• Melhora qualidade da fibra.

• Cuidados diários e orientações.


Nutricosméticos

• Micronutrientes desempenham importante papel no desenvolvimento do


folículo piloso (renovação celular) e na função das células imunológicas.

• Os nutracêuticos tem papel na manutenção da saúde (mantém níveis


saudáveis). Pela Anvisa não podem ser considerados para repor
deficiências ou tratar doenças.

• Os nutracêuticos disponíveis no mercado brasileiro estão obrigatoriamente


dentro da regulamentação da IDR (ingestão diária recomendada).
• Quando há deficiências as doses
necessárias para correção são
bem mais altas, sendo
encontradas em medicamentos,
ao quais podem ser
administrados via oral,
intramuscular ou intravenosa.
Referências Bibliográficas

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characteristicsandmethodsto evaluatehair physicalandmechanicalproperties. Brazilian Journal ofPharmaceuticalScience
Instagram: @drathalitarodrigues
@jmrenaissance

Email: dermathalita@hotmail.com
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