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1ª Edição
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
M958b
ISBN 978-65-5646-091-8
ISBN Digital 978-65-5646-092-5
1.Segurança alimentar. - Brasil. Centro Universitário Leonardo
Da Vinci.
CDD 612.3
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Introdução à Biossegurança........................................................ 7
CAPÍTULO 2
Gestão e Ensino da Biossegurança........................................... 37
CAPÍTULO 3
Biossegurança Aplicada aos Alimentos.................................... 73
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo à atividade acadêmica de Biossegurança do Curso de Pós-
-Graduação Lato Sensu EAD em Gestão da Qualidade e Segurança dos Ali-
mentos do Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI). Neste livro
abordaremos justamente esse assunto, a Biossegurança, seja no seu espectro
mais amplo, seja aplicada ao contexto do curso de gestão da qualidade e segu-
rança alimentar.
Venha acompanhar conosco este capítulo, que pode acrescentar muito a sua
prática profissional.
C APÍTULO 1
INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Biossegurança, esta é uma palavra impactante, bonita, relevante, muito in-
teressante e, por vezes, misteriosa quando ouvida por pessoas que não estão
habituadas a trabalhar com ela no seu dia a dia.
Sem receio de parecer um texto datado, passamos hoje por um período ex-
tremamente conturbado no que diz respeito à saúde, à política e, principalmente,
no que diz respeito à Biossegurança. 2020 é um ano marcado pela disseminação
mundial do SARS-CoV-2, também chamado de novo coronavírus, e pelas diver-
sas estratégias de controle testadas ao redor do mundo (com suas respectivas
consequências).
Por isso, abordaremos diversos tópicos neste capítulo sobre noções bási-
cas de biossegurança, estrutura física, recursos humanos e materiais, normas e
EPIs, pois a biossegurança não deve estar apenas nos hospitais e clínicas, mas
também na indústria, nos restaurantes, no comércio, nos carros, nas casas, nas
escolas e nas ruas. É preciso que a biossegurança esteja no nosso dia a dia, pois
compreendendo os perigos, os riscos e as consequências, podemos nos proteger
(e proteger o próximo) com muito mais eficácia e sensatez.
2 OBJETIVO DA BIOSSEGURANÇA
Iniciamos este capítulo sob o título “Objetivo da Biossegurança”, que pode-
mos também explicar como sendo relativo a outra pergunta: para que serve a
biossegurança?
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Biossegurança
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
Agora você pode se perguntar qual é o grande contraste a que nos referimos
anteriormente. Ocorre que foi justamente com o advento de diversas doenças no
ambiente urbano que foi possível compreender melhor a transmissibilidade des-
sas doenças, além de também desenvolver normas sanitárias com a preservação
dos alimentos comercializados e das fontes de água para consumo humano.
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Biossegurança
no século XVIII, contra a varíola, por Edward Jenner (1749-1823), que popularizou
o conceito de imunidade e proteção preventiva.
Este outro nome famoso, Pasteur (1822-1895), precisa ser citado, pois foi o
seu trabalho, demonstrando que era possível inibir o crescimento bacteriano com
antissepsia, que instruiu os médicos posteriores a compreender a necessidade de
limpar ferimentos, higienizar as mãos e os instrumentos médicos como modo de
prevenir as infecções de correntes de feridas, lesões e cirurgias. Aos poucos, os
conceitos de microrganismos foram se desenvolvendo, com a diferenciação de
bactérias, fungos e, posteriormente, vírus, para que, no século XX, o diagnóstico
laboratorial dessas doenças se desenvolvesse de forma avassaladora, dando iní-
cio aos protocolos atuais em biossegurança.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
3 COMPONENTES DA
BIOSSEGURANÇA
Agora que você já teve a sua experiência inicial buscando compreender qual
é o objetivo da Biossegurança, agora é hora de olharmos com mais atenção para
os componentes que compõem as ações de biossegurança.
1. Análise de riscos.
2. Uso de equipamentos de segurança.
3. Técnicas e práticas de laboratório.
4. Estrutura física dos ambientes de trabalho.
5. Descarte apropriado de resíduos.
6. Gestão administrativa dos locais de trabalho em saúde.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
FONTE: <https://www.prometalepis.com.br/capuz-balaclava-
-contra-arco-eletrico/>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
FONTE: <http://www.famaz.edu.br/portal/wp-content/uploads/2017/11/Ma-
nual-de-Biosseguran%C3%A7a1.pdf>. Acesso em: 3 set. 2020.
FONTE: <https://www.dentalweb.com.br/protetor-facial-
-dx-500-viseira-dx>. Acesso em: 3 set. 2020.
FONTE: <https://maxepi.com.br/?product=protetor-auricular-3m-
-1100-atenuacao-de-16db>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Biossegurança
4. Avental: o avental, que também pode ser conhecido como jaleco ou guarda-
-pó em determinadas regiões, é utilizado no dia a dia do profissional como
forma de proteger as suas vestes usuais, ao mesmo tempo em que identifi-
ca o indivíduo. Dependendo da atividade profissional ele pode ter alterações
em suas características, porém, em um laboratório é preciso que o avental
tenha mangas longas, comprimento abaixo do joelho, botões de pressão e
elástico nas mangas. Os botões de pressão são úteis para a retirada rápida
e fácil do avental em caso de emergência, e o elástico nas mangas para evi-
tar acidentes com as mangas. Ao contrário de outros EPIs, o avental precisa
de recomendações extras, como a de que a sua utilização deve ser exclu-
siva para o local de trabalho, pois muitos são os casos de profissionais que
saem para a rua e inclusive para estabelecimentos de alimentação utilizan-
do o mesmo avental que utilizaram no trabalho, gerando um risco desneces-
sário. Já o avental para procedimentos não invasivos é destinado para situ-
ações em que o profissional sabidamente entrará em contato com fluidos
orgânicos (coleta de sangue, aplicação de vacinas, exames clínicos, entre
outros). O avental de tecido não estéril deve, obrigatoriamente, ter mangas
longas e comprimento abaixo dos joelhos. Também existe o avental descar-
tável não estéril, o qual também tem mangas longas e comprimento abaixo
do joelho, entretanto, esse tipo de jaleco é utilizado durante procedimentos
de isolamento e é descartado logo após o uso.
FONTE: <https://www.dentalpartner.com.br/jaleco-sobretd-mg-longa-
-c-punho-gabardine-fem-m.html>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
FONTE: <https://www.cheeselab.com.br/acessorios/descartaveis/jaleco-des-
cartavel-manga-longa-10-unidades-00087>. Acesso em: 3 set. 2020.
5. Gorro: também conhecido como touca, o gorro precisa ser utilizado para
evitar a queda de cabelo no ambiente de trabalho, pois o trabalhador em
questão pode estar trabalhando com amostras ou produtos cuja contami-
nação por cabelo (ou caspas e demais detritos capilares) pode interferir
na qualidade da análise, contaminando a amostra analisada (como no
caso de exames genéticos, por exemplo) ou contaminar produtos (como
no caso da indústria alimentícia). Para que o gorro tenha seu uso ade-
quado, é preciso que ele recubra todo o cabelo e as orelhas do indivíduo.
FONTE: <https://www.arican.com.br/touca-tnt-sanfonada-descarta-
vel-branca-c-100-unidades.html>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Biossegurança
FONTE: <https://www.misstetica.com/descartaveis/luvas-la-
tex-com-po-com-anvisa>. Acesso em: 3 set. 2020.
FONTE: <https://www.misstetica.com/descartaveis/luvas-de-vi-
nil-com-po-com-anvisa>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
Também podem ser utilizadas luvas de borracha por profissionais que atu-
am em serviços de limpeza e descontaminação, da mesma maneira utilizam-se
luvas de fibra de vidro com polietileno reversível para se proteger contra materiais
cortantes, luvas de nylon térmicas para o manuseio de materiais em temperatu-
ras muito baixas, como no caso de profissionais que utilizam o freezer (-80 °C)
e nitrogênio líquido (-195 °C). Por outro lado, utilizam-se as luvas térmicas de
kevlar para temperaturas até 250 °C. Quando utilizadas em procedimentos que
envolvam amostras biológicas, pacientes ou substâncias tóxicas, principalmente,
o profissional deve atentar-se para que ao retirar as luvas, a sua pele nunca entre
em contato com o lado externo da luva.
FONTE: <https://medlimp.com.br/produto/luva-borracha-
-amarela-comum-slim/>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Biossegurança
FONTE: <http://riomedica.blogspot.com/2012/10/calcado-ideal-
-para-ambientes-de.html>. Acesso em: 3 set. 2020.
FONTE: <https://www.santaapolonia.com.br/produtos/sapatilha-pro-
pe-50-pares-dejamaro-2570500>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
FONTE: <https://www.sayro.com.br/mascara-respirador-semi-
facial-descartavel-pff1>. Acesso em: 3 set. 2020.
FONTE: <https://www.leroymerlin.com.br/mascara-respirador-pff-
-2-com-valvula-10un_1566916261>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Biossegurança
FONTE: <http://www.proteshop.com.br/respirador-pff-
-3-com-valvula>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
FONTE: <https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-716605405-chuveiro-
-de-seguranca-de-parede-_JM?quantity=1>. Acesso em: 3 set. 2020.
FIGURA 18 – LAVA-OLHOS
FONTE: <https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/seguranca/patavo-suprimentos/
produtos/seguranca-e-protecao/lava-olhos-de-emergencia>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Biossegurança
dos. Estas cabines são divididas em diferentes classes, utilizadas de acordo com
o nível de Biossegurança necessário em cada contexto.
FONTE: <http://www.unitechbrasil.com/produtos/b-equipamentos/capela-de-fluxo-laminar-
-e-pcr/capela-de-seguranca-biologica-class-ii-tipo-a2-detail.html>. Acesso em: 3 set. 2020.
FIGURA 20 – SPRINKLES
FONTE: <http://www.skop.com.br/2018/05/07/sprinklers-de-res-
posta-rapida-para-risco-leve/>. Acesso em: 3 set. 2020.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
4 DEFINIÇÕES SOBRE A
BIOSSEGURANÇA
Uma vez que já abordamos neste capítulo uma introdução ao universo da
Biossegurança, assim como os seus conceitos básicos e os principais equipa-
mentos, é preciso agora finalizar consolidando algumas definições muito impor-
tantes. Dessa forma, abordaremos principalmente as Classes de Risco Biológico,
os Primeiros Socorros e os Conselhos de Biossegurança.
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Biossegurança
4.1.1 NB-1
O nível de biossegurança 1 é um nível mais baixo e que requer cuidados
mais flexíveis com relação à contaminação dos profissionais que trabalham neste
ambiente, onde serão utilizados agentes biológicos caracterizados como sendo
de Classe de Risco 1, por isso é indicado o uso de Equipamentos de Proteção
Individual, como avental (ou jaleco), luvas, óculos de proteção e calçado fechado.
4.1.2 NB-2
Com relação ao nível de biossegurança 2, obviamente, serão aplicadas me-
didas protetivas referentes a agentes biológicos de Classe de Risco 2. Não há
mudanças com relação aos equipamentos de proteção individual (EPIs) em com-
paração ao nível de biossegurança 1, pois necessita-se da utilização de avental
(jaleco), óculos de proteção, luvas, sapato fechado e, sendo a única diferença
em termos de EPIs, a máscara de proteção. No entanto, a principal diferença é a
necessidade de alguns equipamentos de proteção coletiva (EPCs), como capelas
de segurança biológica de classe II (ou cabines de segurança biológica de classe
II) e lava-olhos.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
4.1.3 NB-3
De forma ainda mais exigente existe o nível de biossegurança 3, em que o
profissional estará exposto a agentes biológicos de Classe de Risco 3 em seu
local de trabalho, ou até exposto a quantidades muito elevadas de agentes bio-
lógicos de classe 2. Em um ambiente assim as normas de biossegurança devem
ser seguidas com alto rigor para que os procedimentos sejam realizados com pre-
cisão e correção.
4.1.4 NB-4
Por fim, o nível de biossegurança 4 é o nível máximo de biossegurança, no
qual se trabalha com agentes biológicos de classe de risco IV, e por isso todos os
cuidados devem ser extremos, desde a manutenção dos equipamentos, vigília so-
bre as normas e procedimentos de segurança até o próprio projeto do local devem
ser cuidadosamente preparados para evitar qualquer tipo de acidente.
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Biossegurança
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
Atividades de Estudo:
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Biossegurança
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Caro acadêmico, essa foi uma introdução a respeito de alguns conceitos re-
lacionados à Biossegurança de modo geral, que como conceito não é nada novo
ou moderno. Data de muito tempo atrás, e traçou um longo caminho até conseguir
chegar ao ponto em que nos encontramos atualmente, com protocolos e comis-
sões que visam proteger à vida e à sociedade como um todo.
Ainda referente aos EPIs, uma questão muito abordada no ambiente hos-
pitalar e em faculdades que possuem cursos da área da saúde, principalmente,
é a utilização do avental (ou jaleco). Na medida em que este equipamento foi se
tornando praticamente um uniforme que caracteriza determinada categoria pro-
fissional, ele foi perdendo a essência de equipamento de proteção e passando a
ser considerado por muitos como mero uniforme de trabalho. Este tipo de posi-
cionamento acaba levando esses profissionais, sem que racionalizem a respeito,
a adentrar estabelecimentos de alimentação usando o mesmo avental utilizado
minutos antes para atender pacientes, manipular amostras biológicas, ou mesmo
levando estes profissionais a utilizar este equipamento na rua, levando contami-
nantes para dentro do seu local de trabalho.
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Capítulo 1 INTRODUÇÃO À BIOSSEGURANÇA
REFERÊNCIAS
BRASIL. Manual de Primeiros Socorros. Núcleo de Biossegurança. Rio de
Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), 2003. Disponível em: http://www.
fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.
pdf. Acesso em: 3 set. 2020.
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Biossegurança
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C APÍTULO 2
GESTÃO E ENSINO DA
BIOSSEGURANÇA
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O Capítulo 2 desta disciplina aborda a gestão e o ensino da biossegurança,
em que você verá mais informações relacionadas à biossegurança aplicadas ao
ambiente de trabalho, relacionando a biossegurança com a segurança do pro-
fissional que atua diretamente, dos seus funcionários e até do meio ambiente.
Considerando que uma boa educação de base é fundamental para que sejamos
capazes de ensinar novos conceitos, novas técnicas e novos protocolos, veremos
neste capítulo a importância de abordar estes temas desde cedo, para que se
possam somar a este profissional um bom processo de capacitações. Dessa for-
ma, este profissional possuirá uma bagagem teórico-prática que lhe permitirá im-
plementar e até inovar na questão da biossegurança, agregando valor ao serviço
e à empresa onde ele atua.
Portanto, fique atento que este capítulo trará muitas informações úteis para o
decorrer do seu curso e para a sua formação profissional.
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Biossegurança
2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
SOBRE A BIOSSEGURANÇA
Trataremos agora a biossegurança sob um aspecto muito interessante, e cla-
ro, fundamental para o sucesso da aplicação das suas regras: a educação. Neste
momento você está cursando um curso de pós-graduação relacionado à área de
alimentos, mas certamente deve ter tido contato com atividades relacionadas à
biossegurança durante a faculdade também. Nestas atividades acadêmicas são
trabalhados todos os conceitos aplicados à biossegurança, assim como, eventu-
almente, são testados esses conhecimentos através de atividades práticas.
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
FONTE: O autor
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
Quando nos referimos a uma formação mais orgânica, significa que a for-
mação técnica é fundamental para atividades que exijam ações concretas, que
demandem que o indivíduo saiba fazer e produzir algo, assim como significa que,
ao indivíduo, não pode ser ensinado apenas atividades focadas no trabalho, pois
como ser humano, é preciso que ele tenha acesso a regiões do saber que não o
limitem como indivíduo, permitindo que ele alcance um crescimento pessoal e não
apenas profissional.
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
Certo grau de contato com microrganismos na infância pode evitar (ou redu-
zir a chance) de um indivíduo desenvolver alergias devido à modulação da res-
posta imune, assim como infecções parasitárias leves já foram estudadas como
modo de tratar alergias. A imunidade de mucosa e a sua microbiota não apenas
atuam na maturação do sistema imune, como trabalham em conjunto para manter
a integridade da mucosa intestinal e evitar infecções danosas ao tecido. Na ver-
dade, em quase todos os tecidos esta relação ocorre e mantém a integridade do
nosso organismo como um todo (HAJISHENGALLIS et al., 2019).
O excesso de limpeza é danoso para o ser humano, pois tira do nosso orga-
nismo as condições para que ele seja capaz de se defender e inclusive de apren-
der a se defender. Crianças criadas em ambientes extremamente limpos e livres
de bactérias tendem a ter maior dificuldade para que o sistema imune se desen-
volva adequadamente, assim como quando um indivíduo lava as mãos excessi-
vas vezes com sabão (ou passa álcool gel excessivas vezes) tende a retirar da
pele compostos bioquímicos que ajudam a impedir a instalação de microrganis-
mos patogênicos.
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Biossegurança
minante, uma máscara diferente deve ser utilizada, algumas são efetivas contra
poeira, outras contra gases, podendo até serem efetivas contra microrganismos.
Conforme Costa e Costa (2019), que cita o relatório Jacques Delors (DE-
LORS, 1999) e Martory e Crozet (1998), apresentamos o quadro a seguir com as
seguintes competências fundamentais para o ensino da Biossegurança.
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
3 INDICADORES RELEVANTES DA
BIOSSEGURANÇA
Quando abordamos a questão de indicadores relacionados a qualquer área é
fundamental nos perguntarmos:
• Qual o contexto?
• O que queremos analisar?
• Qual o nosso objetivo com essa análise?
Essas perguntas são muito importantes para que sejamos capazes de cons-
truir variáveis (ou indicadores) que sejam relevantes ao contexto que deve ser
analisado. Indicadores de biossegurança em um laboratório de virologia são dife-
rentes de indicadores de biossegurança de um laboratório de farmacognosia, que
são diferentes dos indicadores de biossegurança de uma cozinha de restaurante.
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Biossegurança
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
até 180 dia após o início das atividades. Por outro lado, Resíduos de Serviços em
Saúde que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico podem ser en-
caminhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveita-
mento energético, logística reversa, ou até para disposição final ambientalmente
adequada (BRASIL, 2018).
D Resíduos Domésticos _
Resíduos
E Biológico
Perfurocortantes
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Biossegurança
Classificação Resíduo
A1 - Culturas de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos;
meios de cultura e instrumentos relacionados.
- Resíduos de vacinação com vacina atenuada.
- Resíduos de atendimento a indivíduos ou animais, com possibilidade de
contaminação biológica.
- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes.
A2 Cadáveres, peças, vísceras ou resíduos derivados de animais suspeitos de
serem portadores ou submetidos à inoculação de microrganismos de relevância
epidemiológica, tendo risco de disseminação.
A3 Membros humanos e cadáveres de bebês com peso menor que 500 gramas
ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20
semanas que não tenham tido requisição por familiares.
A4 Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.
A5 Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos e materiais perfurocortantes oriundos do
atendimento de seres humanos e/ou animais com suspeita de contaminação
por príons.
FONTE: Adaptado de Brasil (2004)
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
Membros humanos e bebês que não apenas não possuem mais sinais vitais,
mas que também pesam menos que 500 gramas ou que possuem altura menor
que 25 centímetros (ou então idade gestacional menor que 20 semanas), que
não tenham tido requisição por familiares, devem ser encaminhados para sepul-
tamento em cemitério, ou para incineração ou cremação. Se forem encaminhados
para incineração, devem ser acondicionados em saco vermelho, sendo substi-
tuídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos uma vez a cada
24 horas, sempre devidamente identificados (TEIXEIRA; VALLE, 2010; COSTA;
COSTA, 2019).
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Biossegurança
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/StartBIS.htm. Sendo
possível também buscar informações diretamente nos sites do Minis-
tério da Saúde, do Ministério do Meio Ambiente e da Anvisa.
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
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Biossegurança
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
4 GESTÃO AMBIENTAL
A Gestão Ambiental precisa ser multidisciplinar e multiprofissional, pois de-
pende de diversos tipos de profissionais (podemos listar aqui além do Gestor
Ambiental e do Engenheiro Ambiental e do Biólogo, também Biomédicos, Enge-
nheiros Químicos, entre outros) para que seja implantada. Existe um movimento
de conscientização ambiental crescente no mundo, que levou muitas empresas a
buscarem a ISO, seja por preocupação ambiental legítima, seja para utilizar como
estratégia de marketing, porém é preciso frisar que estratégias globais de cons-
cientização ambiental não são efetivas na prática, por desconsiderarem constru-
ções culturais de cada região e seus interesses políticos, sem esquecer do pró-
prio interesse político nos movimentos ambientais.
Scruton (2017) faz um alerta muito interessante, tão racional que pode cau-
sar estranheza em alguns leitores. Segundo o autor, a questão ambiental torna-se
muito complexa justamente porque ela parece muito distante do cidadão comum
e diante disso dois grupos acabam por receber muita voz tanto na mídia oficial
como na mídia independente: os alarmistas (com um discurso apocalíptico que
apavora as pessoas) e os céticos (céticos contra qualquer campanha alarmista).
O resultando disso acaba sendo um aumento do quadro de ansiedade das pesso-
as comuns, que não fazem parte do debate público.
Além disso, Scruton (2017) alerta que a história nos ensina que a solução
para as questões ambientais de grande escala passa longe dos burocratas, pois
perdem eficiência e responsabilidade. Muitas vezes as soluções que as regula-
mentações governamentais buscam resolver causam efeitos colaterais que pio-
ram a situação que buscavam solucionar. Conforme o filósofo, a nossa compreen-
são é moldada por necessidades locais e não por incertezas globais.
Por outro lado, outro grupo defendia que o aquecimento global não existia,
justamente porque as premissas mais catastróficas não tinham muita conexão
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Biossegurança
Uma vez que a biossegurança está relacionada com a proteção à vida (seja
da população em geral, seja de profissionais), os procedimentos de assepsia e
descontaminação realizados na biossegurança visam à prevenção de infecções e
contaminações. Como observamos no item anterior, diferentes classes de empre-
sas e organizações devem estar constantemente atentas à biossegurança.
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
A “família” ISO 14000 é a norma utilizada pelas empresas para buscar uma
certificação ambiental. Dentro dela encontramos a NBR ISO 14001, e nela encon-
traremos itens muito importantes para qualquer sistema de gestão ambiental, pois
lá estarão compreendidos temas fundamentais como:
Hernandez (2009) defende que devem-se criar soluções com relação à in-
sustentabilidade do desenvolvimento econômico em vigor, que é resultado de um
desenvolvimento desordenado e da industrialização irresponsável. Scruton (2017)
relembra que embora este processo de degradação ambiental ocorra de modo
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Biossegurança
diverso no mundo inteiro, ele foi muito mais intenso e perverso contra o meio
ambiente no regime soviético (na antiga União Soviética) e na China dos séculos
XX e XXI, devido à coletivização forçada, industrialização caótica, projetos panta-
gruélicos de remanejamento populacional e mudanças drásticas no curso de rios
e paisagens.
Conforme Kolling e Lago (2020), empresas que adotaram a ISO 14000 ten-
deram a alcançar benefícios organizacionais, gerando mudanças positivas para a
sua operação. Entre as mudanças positivas é possível destacar o desenvolvimen-
to de tecnologias para a preservação ambiental, para a produção e reciclagem,
impactando também nos fornecedores, o que tornaria a cadeia produtiva mais
verde. Além disso, como já vimos anteriormente, a aplicação desses preceitos
ambientais também tende a melhorar a imagem corporativa, o que por si já pode
melhorar o desempenho da empresa frente aos seus concorrentes, o que não nos
deixa esquecer de mencionar que a redução do uso de matéria-prima, a melhoria
da eficiência do processo, a redução da geração de rejeitos e de custos de dispo-
sição e a melhoria do gerenciamento de resíduos também podem ajudar a melho-
rar esse desempenho, principalmente quando há a possibilidade de reutilizá-los
(obedecendo aos preceitos da biossegurança, claro).
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
FONTE: <https://www.santaapolonia.com.br/produtos/coletor-perfu-
rocortante-descarpack-963400>. Acesso em: 3 set. 2020.
Já com relação à coleta dos resíduos e seu transporte interno, deve-se ter
o cuidado para que não ocorra a mistura de resíduos e recipientes, de modo que
deve ser feita com a separação adequada e dentro do planejamento, que exista
um planejamento para que esteja à disposição recipientes, funcionários, veículos
e EPIs suficientes para atender ao volume de resíduos produzido e que os símbo-
los de segurança estejam de acordo com os resíduos que estão sendo transpor-
tados.
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Biossegurança
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
Atividades de Estudo:
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Biossegurança
d) Todas as anteriores.
e) Nenhuma das anteriores.
Proibição (________________)
Aviso (_______________)
Obrigação (_______________)
Perigo (________________)
Salvamento (______________)
Equipamento de Combate a Incêndio (_____________)
Situação de Segurança (_________________)
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Como foi dito no início desse capítulo, a educação é fundamental em todos
os seus contextos para que a biossegurança seja bem aplicada. Como vimos an-
teriormente, a maioria dos cursos de graduação não oferece o devido espaço e
nem dá a devida importância para a área da biossegurança. Quando afirmamos
isso não nos referimos ao processo em si, em que todos devem seguir as normas,
já que todas as instituições de ensino possuem as suas, mas sim ao ensino em si.
Por ser uma série de protocolos e regras de segurança, muitas vezes não é dado
o espaço necessário para que ocorram evoluções consistentes dentro da bios-
segurança no decorrer da grade curricular dos cursos técnicos e de graduação,
assim como também não é dada a devida atenção nos grupos de pesquisa para
estudar a biossegurança.
REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA, L. A.; SILVA, M. C. A.; NISHIJIMA, T. Educação ambiental e os
sistemas de gestão ambiental no desafio do desenvolvimento sustentável.
Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 5, n. 5,
p. 734-740, 2012.
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Biossegurança
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Capítulo 2 GESTÃO E ENSINO DA BIOSSEGURANÇA
71
Biossegurança
72
C APÍTULO 3
BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS
ALIMENTOS
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Nos capítulos anteriores, abordamos aspectos gerais da biossegurança, po-
rém agora abordaremos tópicos relacionados diretamente aos alimentos, a sua
qualidade e segurança
2 PADRÕES NORMATIVOS
Como foi possível perceber ao longo desta atividade acadêmica, a biossegu-
rança é um ponto crucial para todo profissional, seja ele da área da saúde, seja de
qualquer outra área que demande algum tipo de cuidado com a saúde e a segu-
rança dos seus clientes e dos profissionais que ali trabalham.
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Biossegurança
Uma vez que estamos abordando o tema dos pesticidas (ou agrotóxicos,
defensivos, entre outros), é importante explicarmos um pouco a prática da sua
utilização no agronegócio brasileiro. O termo agrotóxicos foi oficializado no Brasil
através da Lei Federal nº 7.802, de 11 de julho de 1989, sancionada pelo então
76
Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
Presidente José Sarney. Conforme essa lei, agentes químicos são utilizados nos
setores de produção, no armazenamento e beneficiamento dos produtos agríco-
las, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros
ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finali-
dade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-la da ação
danosa de seres vivos considerados nocivos (BRASIL, 1989).
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Biossegurança
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
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Biossegurança
gócio brasileiro extremamente produtivo, porém este mesmo clima que auxilia na
produção de alimentos também é muito propício para o surgimento e crescimento
de pragas que podem dizimar lavouras inteiras.
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
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Biossegurança
Com base nas Figuras 3 e 4, podemos perceber que a posição brasileira não
alterou ao longo da década 2010-2020. Conforme a matéria da Gazeta do Povo,
o EIQ (quociente de impacto ambiental) seria o índice ideal para medir o uso ade-
quado dos pesticidas, ou agroquímicos, pois considera os riscos associados ao
uso destes agentes em diversas situações e contextos, como o mecanismo de
ação na planta, a persistência no solo, os níveis de toxicidade e o risco de conta-
minação (seja humana, ambiental ou dos próprios alimentos) (TOSI, 2017).
Outra fonte muito rica e interessante sobre esse tema é o texto Agrotóxicos
no Brasil: padrões de uso, política da regulação e prevenção da captura regula-
tória, publicado por Rodrigo F. de Moraes através do IPEA (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), em 2019, referente ao uso de defensivos agrícolas (outro
nome utilizado para se referir aos pesticidas) no Brasil. Esse texto traz à luz uma
questão pouco debatida: considerando que os defensivos são fundamentais para
o agronegócio e ao mesmo tempo podem ser nocivos à saúde e ao meio ambien-
te conforme o seu uso, sendo assim regulados pelo estado, por que cada país
tem regulações diferentes? O que motiva essas diferenças?
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
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Biossegurança
Dentro desse contexto, embora não exista um padrão normativo único, exis-
tem conjuntos de padrões normativos com finalidades diversas. Você já observou
no capítulo anterior o quanto o sistema ISO é importante na questão da garantia
da qualidade dos serviços e produção, e na questão das normas relacionadas à
gestão da segurança dos alimentos, desta forma, é a ISO 22000 a certificação
que auxilia as empresas na garantia da gestão de segurança de alimentos em
alto nível, pois se baseia em padrões internacionais, servindo como garantia da
qualidade e da sanidade do produto produzido por determinada empresa.
Código Título
ISO 9000 Normas de Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade – diretrizes para
seleção e uso.
ISO 9001 Sistemas da Qualidade – modelo para garantia da qualidade em projetos/
desenvolvimento, produção instalação e assistência.
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
A série ISO 9000:1987 passou por diferentes revisões até chegar no modelo
atual, atualizado pela última vez em 2009, e a ISO 9001 é uma das normas téc-
nicas mais aplicadas no mundo e o Brasil ocupa a décima segunda colocação
neste ranking de certificações. Essa popular norma visa definir requisitos para um
sistema de qualidade, de modo que a empresa seja capaz de oferecer produtos e
serviços que atendam às necessidades de seus clientes.
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Biossegurança
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
A ISO 22000 foi alinhada com a ISO 9000 dentro de um consenso interna-
cional, que visou sistematizar a segurança dos alimentos permitindo a todos os
tipos de organizações, dentro da cadeia produtiva, implementarem um sistema de
gestão da segurança dos alimentos.
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Biossegurança
3 MATÉRIAS-PRIMAS DE ORIGEM
ANIMAL (MPOA)
Entre os animais que participam da cadeia produtiva alimentar, podemos
destacar os bovinos, os suínos e as aves. Estes animais representam uma par-
cela expressiva dos alimentos consumidos pelos seres humanos, tanto no Brasil
como no mundo, e uma série de medidas deve ser tomada para que estes produ-
tos cheguem ao consumidor final com qualidade e segurança.
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
Cor e pH
• A cor pode variar muito e, obviamente, depende da espécie animal, do sexo do animal, da idade
dele no momento do abate, como foi criado, tipo do músculo e possíveis processos patológicos.
• Vermelho-cereja brilhante pode ser relacionado com o bovino adulto.
• Cor rosada pode ser relacionada com a carne de vitela.
• Vermelho-tijolo tem relação com carne de cordeiro e cabras.
• Já o vermelho-acinzentado está relacionado com suínos.
• Rosa pálido e esbranquiçado é relacionado com aves.
• Se existe alguma alteração bioquímica na carne, ela será refletida em alterações no seu
pH, que deve estar entre 5,2 e 5,8.
• Caso ocorra a situação da carne estar com pH acima de 5,8 ou abaixo de 5,2, a prolifera-
ção de microrganismos será potencializada.
• Um pH acima de 6,4 já indica o início do processo de decomposição do produto.
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Biossegurança
Temperatura
• Junto ao pH e à analise da cor está a temperatura como fator determinante para a manutenção
da qualidade da carne.
• Temperaturas altas favorecem a proliferação de microrganismos, acabando com a qualidade da
carne que será ou está sendo comercializada.
• A temperatura deve estar entre 0 oC e 4 oC, chegando ao limite máximo de 7 oC.
• Caso a carne esteja armazenada em temperatura superior a 7 oC, ela deverá ser descartada.
Embalagens e higiene
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
A carne escura, firme e seca (dark, firm and dry – DFD) costuma ter um pH
mais elevado (pH maior que 6), sendo mais susceptível à contaminação bacteria-
na. Este tipo de carne tem ligação com situações de estresse crônico, de modo
que não foi um problema relacionado com o abate (ou não apenas o abate). Já a
carne pálida, mole e exsudativa (pale, soft and exsudative – PSE) tem baixa ca-
pacidade de retenção de água, pH mais baixo que o normal e alta concentração
de exsudato. Neste caso, o problema está relacionado com o estresse pré-abate,
como o transporte ou o jejum.
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Biossegurança
Uma vez que estamos abordando o assunto relativo às aves, podemos abor-
dar um pouco a respeito dos ovos, afinal, é também um alimento de origem ani-
mal. Em geral, como padrão de qualidade, os ovos devem ser uniformes, ínte-
gros, limpos, com casca lisa, possuir gema translúcida, sem contaminação, clara,
consistente e transparente.
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
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Biossegurança
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
4.1.1 Princípio 1
Listar todos os perigos potenciais associados a cada etapa, conduzir a aná-
lise de perigos e estabelecer as medidas de controle dos perigos identificados
Todos os perigos que tenham chance de ocorrer em cada etapa devem ser
listados, sempre com o máximo de informação possível, como a probabilidade
desse perigo ocorrer, a gravidade deste perigo, a avaliação quantitativa deste pe-
rigo, a avaliação qualitativa deste perigo, o potencial de multiplicação e/ou sobre-
vivência dos microrganismos relacionados, a produção ou persistência de toxinas,
os agentes químicos ou físicos no alimento.
4.1.2 Princípio 2
Determinação dos pontos críticos de controle (PCC)
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Biossegurança
Caso exista um ponto crítico, um controle deve ser aplicado para garantir a se-
gurança do processo, porém, caso o ponto crítico seja em uma etapa em que não
é possível adicionar uma medida de controle, o produto deve ser modificado nesta
etapa para que seja possível aplicar a medida de controle adequada para a situação.
4.1.3 Princípio 3
Estabelecimento de limites críticos para cada PCC
Validação e especificação de limites críticos para cada PCC (se possível for).
4.1.4 Princípio 4
Estabelecimento de um sistema de monitoramento para cada PCC
4.1.5 Princípio 5
Estabelecimento de ações para casos de desvio
Para cada caso de desvio, em cada PCC, devem ser executadas ações que
assegurem o retorno do PCC ao controle.
4.1.6 Princípio 6
Estabelecimento de procedimentos de verificação
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
4.1.7 Princípio 7
Estabelecimento de documentação e da conservação de registros
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Biossegurança
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
Atividades de Estudo:
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Biossegurança
Código Título
Resposta: Sistemas da Qualidade – modelo para garantia da qualidade em
produção e instalação.
Resposta: Sistemas da Qualidade – modelo para garantia da qualidade em
projetos/desenvolvimento, produção, instalação e assistência.
Resposta: Normas de Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade –
diretrizes para seleção e uso.
Resposta: Gestão da Qualidade e Elementos do Sistema de Qualidade –
diretrizes.
Resposta: Sistemas da Qualidade – modelo para garantia da qualidade em
inspeções e ensaios finais.
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Capítulo 3 BIOSSEGURANÇA APLICADA AOS ALIMENTOS
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Caro acadêmico, este foi um panorama geral dos sistemas de segurança dos
alimentos, suas normas e protocolos.
REFERÊNCIAS
ABNT. Segurança de alimentos. c2020. Disponível em: http://www.abnt.org.br/
imprensa/releases/5266-seguranca-de-alimentos. Acesso em: 3 set. 2020.
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Biossegurança
MELO, L. Brasil usa 500 mil toneladas de agrotóxicos por ano, mas
quantidade pode ser reduzida, dizem especialistas. 2019. Disponível em:
https://glo.bo/3iDRG6p. Acesso em: 13 jul. 2020.
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