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PROIBIDA A REPRODUÇÃO

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LIVRO DO
PROFESSOR

CAPA ANO 1 EM_PROFESSOR.indd 2 30/10/2019 15:17:02


PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Olá,

Você está em um momento muito importante da vida escolar:


a transição do Ensino Fundamental para o Ensino Superior. O
Ensino Médio dá oportunidade para o desenvolvimento de suas
habilidades, particularmente, para a cooperação e colaboração.
Preparamos um material didático robusto, com densidade de
conteúdo e uma grande variedade de atividades, para que você
possa aprimorar as habilidades já desenvolvidas nos anos anteriores.
A organização em disciplinas semestrais foi pensada para permitir
maior autonomia no planejamento pedagógico e na adequação ao
contexto da comunidade escolar.
A cada abertura de unidade, você terá contato com um desafio,
uma situação problema, uma reflexão ou um ponto de apoio para o
estudo do tema proposto. Os textos teóricos são organizados de tal
modo a apresentar o conteúdo da esfera mais ampla para a mais
detalhada. Textos complementares, links de acesso a conteúdos,
mapas, esquemas, gráficos são diagramados para criar fluidez
e agilidade de leitura. Atividades selecionadas especialmente de
vestibulares e do Enem juntam-se às questões, preparadas pelos
autores, para oferecer uma ampla oportunidade de desenvolvimento
da criatividade, do pensamento crítico e de habilidades necessárias
para a vida em sociedade, com foco na formação para a cidadania.
Desejamos que você aprecie este material didático tanto
quanto apreciamos criá-lo.

Equipe Editorial
io
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M
1.º ano – 2.º Semestre

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
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En

Geografia Coordenação de Editoração


Nelson Barbosa (AUTORIA) Eliana Pereira Quaresma
Cibele de Cássia X. Cruz (ANÁLISE CRÍTICA)
Nelson Barbosa (ANÁLISE CRÍTICA) Editoração
Paitra Design

Direção-Geral Revisão Comparativa


Maria Cristina Swiatovski Dyanne Lopes
Direção de Produtos Elisabete Franczak Branco
Gilberto Soares dos Santos
Coordenação de Iconografia
Edição
Sandra Sebastião
Daniele Cardoso
Gislaine Stadler Iconografia
Consultoria Pedagógica Fabio Souza
Maria Cristina Lindstron Mariana Batelli Bento
Vasco Moretto
Wellington Fukuda
Análise de Língua
Juliana Fortunato Ilustrações
Gabrielle Caroccia Jefferson Schnaider

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)


(Mônica Catani M. de Souza , CRB-9/807, PR, Brasil)
B238 Barbosa, Nelson.
Coleção cidadania : ensino médio, 1º ano / Nelson
Barbosa , Matterson Christofer Martins. – 2.ed. – Curitiba :
Opet, 2017.
880 p.
ISBN: 978-85-8010-704-3 (Aluno)
1. Geografia. 2. História. I. Martins, Matterson
Christofer. II. Título

CDU 373

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial,


em quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito da Editora Opet.
EDIÇÃO REFORMULADA 2020

Rua Máximo João Kopp, 167 • CEP 82630-492 • Curitiba-PR


Tel.: (41) 3123-4300 • 0800-41-0034
contato@opet-sefe.com.br • www.editoraopet.com.br
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Coleção Cidadania

Ícones Coleção Cidadania


A Coleção Cidadania apresenta seções que e o Enem

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
organizam o trabalho e o objeto de conhecimento, in- O Enem é uma avaliação de desempenho por
dicadas por ícones gráficos. São eles: competência, que segue um modelo de aferição das
estruturas mentais com as quais construímos con-
tinuamente conhecimentos que, juntamente com a
memória, fazem-nos capazes de compreender as
ATIVIDADES
exigências do mundo em que vivemos. Essa avalia-
ção é estruturada a partir de uma matriz que indica
competências e habilidades básicas próprias do nível
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
a que se destina. Nessa proposta, as competências
são entendidas como ações e operações mentais
utilizadas para estabelecer relações com e entre obje-
PESQUISA
tos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos
conhecer e remetem a um conjunto de saberes deno-
LEITURA E TROCA DE IDEIAS minados habilidades, que representam o saber fazer.
Ou seja, para que você tenha competência em deter-
minada área, é necessário que possua um conjunto de
TRABALHANDO EM GRUPO habilidades.
Para que essas compe-
tências e habilidades sejam COMPETÊNCIA HABILIDADE
INDICAÇÕES CULTURAIS verificadas ao longo do ma- 3 14
terial, você as encontrará
em uma pequena tabela que indica a quais delas o
SAIBA MAIS conteúdo apresentado se refere.

LINK PORTAL OPET VIRTUAL


Matriz de Referência

Ciências humanas e suas tecnologias


GEOGRAFIA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
COMPETÊNCIA DE ÁREA 1 – COMPREENDER OS ELEMENTOS CULTURAIS QUE CONSTITUEM AS IDENTIDADES

H1 – Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

H2 – Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.

H3 – Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.

H4 – Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.

H5 – Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferen-


tes sociedades.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 2 – COMPREENDER AS TRANSFORMAÇÕES DOS ESPAÇOS GEOGRÁFICOS COMO PRODUTO


DAS RELAÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS DE PODER.

H6 – Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

H7 – Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

H8 – Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrenta-
mento de problemas de ordem econômico-social.

H9 – Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala lo-


cal, regional ou mundial.

H10 – Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da cole-
tividade na transformação da realidade histórico-geográfica.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 3 – COMPREENDER A PRODUÇÃO E O PAPEL HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS,


POLÍTICAS E ECONÔMICAS, ASSOCIANDO-AS AOS DIFERENTES GRUPOS, CONFLITOS E MOVIMENTOS SOCIAIS.

H11 – Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.

H12 – Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.

H13 – Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos
de disputa pelo poder.

H14 – Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou
fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.

H15 – Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
COMPETÊNCIA DE ÁREA 4 – ENTENDER AS TRANSFORMAÇÕES TÉCNICAS E TECNOLÓGICAS E SEU IMPACTO NOS
PROCESSOS DE PRODUÇÃO, NO DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E NA VIDA SOCIAL.

H16 – Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida
social.

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H17 – Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da pro-
dução.

H18 – Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações socioespaciais.

H19 – Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apro-
priação dos espaços rural e urbano.

H20 – Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida
social e ao mundo do trabalho.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 5 – UTILIZAR OS CONHECIMENTOS HISTÓRICOS PARA COMPREENDER E VALORIZAR OS


FUNDAMENTOS DA CIDADANIA E DA DEMOCRACIA, FAVORECENDO UMA ATUAÇÃO CONSCIENTE DO INDIVÍDUO NA
SOCIEDADE.

H21 – Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.

H22 – Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas polí-
ticas públicas.

H23 – Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.

H24 – Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.

H25 – Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.

COMPETÊNCIA DE ÁREA 6 – COMPREENDER A SOCIEDADE E A NATUREZA, RECONHECENDO SUAS INTERAÇÕES NO


ESPAÇO EM DIFERENTES CONTEXTOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS.

H26 – Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana
com a paisagem.

H27 – Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração as-
pectos históricos e/ou geográficos.

H28 – Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-
-geográficos.

H29 – Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as
mudanças provocadas pelas ações humanas.

H30 – Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
UNIDADE 5
A DINÂMICA ATMOSFÉRICA
a f ia
gr
Atmosfera terrestre ..............................................2

Geo
Clima e tempo .........................................................6

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Elementos e fatores do clima ..............................9
Pressão atmosférica ........................................... 12
Ventos .................................................................... 14
Massas de ar e frentes ........................................ 20
Fenômenos El Niño e La Niña ............................ 22
Umidade atmosférica ......................................... 23
Principais classificações climáticas .................. 38
Ação antrópica sobre o clima ............................ 45

Sem a atmosfera, a Terra seria tão árida quanto a


Lua. Não haveria oceanos, rios, lagos, plantas, animais,
enfim, a biosfera não existiria. No início da formação
da Terra, a atmosfera era composta essencialmente
por gases como metano, amônia, nitrito, vapor d’água
e dióxido de carbono, resultantes das constantes
erupções e colisões em sua superfície inóspita, além
de outros gases expelidos por rachaduras na crosta
terrestre. Em um segundo momento, surgiram
os primeiros organismos vivos que realizaram a
fotossíntese, absorvendo o gás carbônico da atmosfera
e transformando-o em oxigênio. Atualmente, nitrogênio
e oxigênio, juntos, somam cerca de 99% dos gases
que compõem a atmosfera terrestre. Compreender o
mecanismo da atmosfera e preservá-la são grandes
preocupações, não apenas para ecologistas e
estudiosos, mas para toda a humanidade.
©imagesource/Latinstock
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Atmosfera terrestre
U
Faixas de ma das características impor- – permitir a permanência e o desenvolvi-
transição: entre tantes do planeta Terra é a mento de vida no Planeta.
as camadas da
interdependência de suas partes. A rela-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
atmosfera, há Os gases de maior peso concentram-
regiões fronteiriças ção Terra-atmosfera se define em um -se nas camadas inferiores e os mais leves
que apresentam gigantesco contexto. Todas as alterações ocupam as camadas superiores.
características que possam ocorrer nesse sistema devem
de transição. São Várias camadas foram reconhecidas
elas: a tropopausa, ser analisadas cuidadosamente para se dentro da atmosfera superior, porém, até
a estratopausa, a verificar o possível prejuízo ou não para o agora, não há concordância universal a res-
mesopausa e Planeta em si e, consequentemente, para peito da terminologia e do número delas.
a termopausa. os seus habitantes. A divisão proposta a seguir representa o
A camada de gases que envolve a consenso de boa parte dos estudiosos.
Terra chama-se atmosfera. É indispensável
à vida e também é um sistema protetor do Troposfera
Planeta, servindo como anteparo aos raios
É a faixa inferior, habitada pelo homem.
cósmicos, raios solares e meteoritos.
Tem espessura média de 10 km e é com-
A atmosfera é composta de gases: o posta por gases, com predomínio do
nitrogênio, em uma proporção de 78%, o nitrogênio e do oxigênio. Nessa camada,
oxigênio com 21%, e o restante, 1%, sob a destacam-se os fenômenos meteoro-
forma de outros elementos como argônio, lógicos.
neônio, gás carbônico, vapor de água e Entre a troposfera e a próxima camada,
partículas de poeira. a estratosfera, há uma zona intermediária
denominada tropopausa.
±600 km

Estratosfera
+80 °C Ionosfera Tem uma espessura de aproxima-
damente 50 km. Sua temperatura, a
princípio, é estável e diminui com a
altitude. Verifica-se nessa camada a pre-
80 km
–80 °C sença de ozônio, elemento que filtra os
raios ultravioleta emitidos pelo Sol, noci-
Mesosfera vos ao ser humano.

50 km
0 °C Mesosfera
Nessa camada, inicia-se a chamada
­ tmosfera superior. Seu ar é muito rarefeito
a
Estratosfera e a temperatura diminui com a altitude.
A camada mais fria da atmosfera fica entre
50 km e 80 km de altitude. Sua tempera-
10 km –60 °C Tropopausa tura diminui conforme subimos: parte de
Troposfera –5 °C na divisa com a estratosfera e chega
a –95  °C. É onde ocorrem as estrelas
0 cadentes.
As funções da atmosfera são:
Ionosfera
– absorver e filtrar radiações nocivas;
Nessa camada concentram-se as
– proteger contra meteoritos; radiações solares, responsáveis pela sua
– controlar a temperatura (efeito estufa); ionização, o que permite a reflexão das
2
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

ondas médias e longas das transmissões os átomos de oxigênio, hidrogênio e hélio


terrestres. Apresenta temperaturas muito formam uma atmosfera muito tênue e as
baixas, que vão de –40 °C até –70 °C. Na leis dos gases deixam de ser válidas. A
ionosfera ocorre um fenômeno de intensa exosfera não tem um limite superior exato,
luminiscência, denominado aurora polar. porém torna-se menos densa, progressiva
e de forma rápida, antes que finalmente se
Exosfera

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
confunda com o espaço exterior.
Camada muito rarefeita, com temperatu-
Estende-se em uma altitude entre
ras que ultrapassam 1600 °C. É constituí­da
500 km e 750 km acima da superfície terres-
de 50% de hidrogênio e 50% de hélio.
tre e além dessa altitude. Nessa camada,

LEITURA COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 30
O que é a camada de ozônio? ozônio, nada se compara ao grupo de gases chamado
clorofluorcarbonos, os CFCs.
Em volta da Terra há uma frágil camada de um gás
chamado ozônio (O3  ), que protege animais, plantas e
Como os CFCs destroem a camada
seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.
de ozônio?
Na superfície terrestre, o ozônio contribui para agravar
a poluição do ar das cidades e a chuva ácida. Mas, Depois de liberados no ar, os CFCs (usados
nas alturas da estratosfera (entre 25 km e 30 km acima como propelentes em aerossóis, como isolantes em
da superfície), é um filtro a favor da vida. Sem ele, os equipamentos de refrigeração e para produzir mate-
raios ultravioleta poderiam aniquilar todas as formas de riais plásticos) levam cerca de oito anos para chegar
vida no Planeta. à estratosfera, onde, atingidos pela radiação ultra-
violeta, se desintegram e liberam cloro. Por sua
Na atmosfera, a presença da radiação ultravio-
vez, o cloro reage com o ozônio que, consequente-
leta desencadeia um processo natural que leva à
mente, é transformado em oxigênio (O2). O problema
contínua formação e fragmentação do ozônio, como
é que o oxigênio não é capaz de proteger o pla-
na imagem abaixo.
neta dos raios ultravioleta. Uma única molécula de
Raios ultravioletas
CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio.

Ozônio
A quebra dos gases CFCs é danosa ao processo
Ozônio natural de formação do ozônio. Quando um desses
O3 Molécula Átomo gases (CFCl3) se fragmenta, um átomo de cloro é libe-
de oxigênio de oxigênio rado e reage com o ozônio. O resultado é a formação
de uma molécula de oxigênio e de uma molécula de
O que está acontecendo com a monóxido de cloro. Mais tarde, depois de uma série
camada de ozônio?

Geografia
de reações, um outro átomo de cloro será liberado
Há evidências científicas de que substâncias e voltará novamente a desencadear a destruição
fabricadas pelo homem estão destruindo a camada de do ozônio.
ozônio. Em 1977, cientistas britânicos detectaram pela
primeira vez a existência de um buraco na camada de Quais os problemas causados
ozônio sobre a Antártida. Desde então, têm se acumulado pelos raios ultravioleta?
registros de que a camada está se tornando mais fina em Apesar de a camada de ozônio absorver a maior
várias partes do mundo, especialmente nas regiões próxi- parte da radiação ultravioleta, uma pequena porção
mas do Polo Sul e, recentemente, do Polo Norte. atinge a superfície da Terra. É essa radiação que acaba
Diversas substâncias químicas acabam des- provocando o câncer de pele, que mata milhares de
truindo o ozônio quando reagem com ele. Tais pessoas por ano em todo o mundo. A radiação ultra-
substâncias contribuem também para o aquecimento violeta afeta também o sistema imunológico, minando
do Planeta, conhecido como efeito estufa. A lista a resistência humana a doenças como herpes.
negra dos produtos danosos à camada de ozônio inclui Os seres humanos não são os únicos atingidos
os óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos exaustores pelos raios ultravioleta. Todas as formas de vida, inclu-
dos veículos e o CO2 produzido pela queima de com- sive plantas, podem ser debilitadas. Acredita-se que
bustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Mas, níveis mais altos da radiação podem diminuir a pro-
em termos de efeitos destrutivos sobre a camada de dução agrícola, o que reduziria a oferta de alimentos.
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

A vida marinha também está seriamente ameaçada, vem crescendo e que seus efeitos têm se tornado mais
especialmente o plâncton (plantas e animais microscó- evidentes. Médicos da região têm relatado uma ocor-
picos) que vive na superfície do mar. Esses organismos rência anormal de pessoas com alergias e problemas
minúsculos estão na base da cadeia alimentar marinha de pele e visão.
e absorvem mais da metade das emissões de dióxido O Hemisfério Norte também é atingido: os
de carbono (CO2 ) do Planeta. Estados Unidos, a maior parte da Europa, o norte

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da China e o Japão já perderam 6% da proteção de
O que é exatamente o buraco na ozônio. O Programa das Nações Unidas para o Meio
camada de ozônio? Ambiente (PNUMA) calcula que cada 1% de perda
da camada de ozônio cause 50 mil novos casos de
Uma série de fatores climáticos faz da estratosfera câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira,
sobre a Antártida uma região especialmente suscetível causados por catarata, em todo o mundo.
à destruição do ozônio. Toda primavera, no Hemisfério
WWF Brasil. O que é a camada de ozônio? Disponível em:
Sul, aparece um buraco na camada de ozônio sobre <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_
o continente. Os cientistas observaram que o buraco ambientais/camada_ozonio>. Acesso em: 29 jan. 2015.
© Jose Luis Stephens/Radius Images/Latinstock - Adaptado
Buraco na camada de Ozônio

O3

ozônio

camada de ozônio (O3) a)


let
25 a 30km de altura
ravio
(ult
B
UV
olar
ã os
iaç
rad

absorção da radiação
UVB (ultravioleta)

ATIVIDADES
01. Leia o trecho do texto informativo a seguir e faça o que se pede na questão:
Sem atmosfera, mesmo de dia, o céu pareceria negro. Sobraria apenas o brilho ofuscante do Sol e de outros corpos
celestes. Visto da Terra, o Sol aparece amarelo, mas do espaço ou da Lua ele seria branco, pois lá não há dispersão
da luz. A atmosfera permite a vida na Terra e ainda determina o modo como nós vemos o mundo – embaixo de
seis quadrilhões de toneladas de ar.
Disponível em: <http://www.zenite.nu/>.

Escreva duas características da atmosfera que justifiquem a afirmação destacada no trecho.


4
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

02. Para melhor estudar a atmosfera, os cientistas costumam dividi-la simplificadamente em quatro cama-
das. Observe a ilustração:
Camadas da atmosfera

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Numere as afirmações de acordo com a correspondência entre a localização da camada da atmosfera,
indicada na ilustração, e suas características.
( ) A estratosfera é a camada da atmosfera que apresenta a maior concentração de ozônio.
( ) A ionosfera é a camada que reflete as ondas radiofônicas.
( ) A troposfera é a camada onde ocorrem os fenômenos meteorológicos e com maior concentração
de oxigênio.
( ) A mesosfera apresenta temperaturas muito baixas.

03. O gás ozônio, encontrado em camadas da nossa atmosfera, desempenha um papel fundamental para a
existência da vida em nosso planeta. Nas décadas de 1970 e 1980, foram encontrados pontos de baixa
concentração desse gás na atmosfera. Sobre esse assunto, complete a tabela.
Função da camada de ozônio Medida para conter a destruição da camada de ozônio

Geografia
Escreva dois argumentos que justifiquem a importância da preservação da camada de ozônio.


5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Clima e tempo
T odos os estudos sobre o clima baseiam-se na energia proveniente do Sol, que é
a grande responsável pelo funcionamento do sistema Terra-atmosfera. A energia

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
absorvida pela atmosfera, pelos oceanos e pela crosta terrestre equivale a 64% do total
emitido pelo Sol (47% absorvida pela superfície terrestre e 17% pela atmosfera). A energia
refletida ou irradiada corresponde a 36% (albedo). Dessa forma, a energia solar evapora
a água e aquece e movimenta a atmosfera.

SAIBA MAIS

O que é o albedo?
(...)
O albedo é definido como o índice de reflexão dos raios solares. Quanto maior for a reflexão, menor
será o calor acumulado. Ao atingirem a superfície, os raios solares encontram diferentes materiais como o gelo
ou o asfalto; o gelo é muito claro e por isso reflete a maior parte da energia solar (albedo de 50% a 70% e absorve
50% a 30%), a cidade é muito mais escura e reflete apenas de 14% a 18% (absorve 86% a 82% da energia solar).
Consequentemente a cidade é muito mais quente que as superfícies brancas. Por sua vez, as florestas refletem de
3% a 10% e a água reflete de 2% a 4%.
PAREJO, Luiz Carlos. Clima: influência da latitude, altitude e albedo. Geografia. UOL Educação. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/
disciplinas/geografia/clima-influencia-da-latitude-altitude-e-albedo.htm>. Acesso em: 3 dez. 2014.

Veja os albedos de diferentes superfícies:


5% 8% 20% 30% 45% 90%
marina321/123RF © Ingimage © Radius Image/Latinstock © Radius Image/Latinstock Laurin Rinder/123RF shihina/123RF

Asfalto Terra marrom Campo verde Campo de trigo Deserto de areia Montanha coberta
seco de neve

A variabilidade do albedo pode ser explicada pelo uso do solo ou pela composição das superfícies. Assim, a
neve tem um dos maiores índices de albedo, devido à coloração branca de sua superfície, o que reflete de maneira
eficiente os raios solares incidentes. Já o asfalto tem um dos menores índices de albedo devido à sua coloração.
Isso faz que ambientes urbanos sejam muito desconfortáveis termicamente.
Conclui-se que a ação antrópica influencia os índices de albedo. Como? Assim: retirando a vegetação,
edificando cidades, pavimentando ruas e estradas ou praticando a agricultura. O aquecimento global também
pode influenciar o albedo, já que, com o Planeta mais quente, as camadas de neve estão sendo derretidas, o
que expõe o solo mais escuro, que reflete menos os raios solares e ajuda ainda mais no aquecimento global.
É um ciclo perigoso.

6
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Será que tempo e clima são a mesma coisa? Se observarmos os seguintes exem-
plos, saberemos que não. E por quê não o são?
Certo dia, pela manhã, o céu estava nublado, cinzento e fazia um pouco de frio. À
tarde, porém, no mesmo dia, saiu o sol e ficou muito quente, abafadiço. À noite, choveu
e refrescou... Então comentamos: “Que tempo doido!”. E é isso mesmo: tempo, porque

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
as condições atmosféricas ou meteorológicas (temperatura, umidade, chuva, vento etc.)
em poucas horas se alteraram. O tempo é de curta duração.
Agora, vamos supor que você more em um estado da Região Sul e resolva passar
uma temporada na região amazônica. Conversando com um amigo que veio recente-
mente de Manaus, você ouve dele este comentário: “Ah! você vai estranhar muito o clima
de lá! É bem diferente do clima daqui do Sul. Manaus é uma cidade quente e úmida”.
Seu amigo não está falando de alterações momentâneas das condições atmosféricas
daquela capital, ele está se referindo ao clima, portanto, às características meteorológi-
cas constantes, de longa duração.
O tempo é um conceito que diz respeito aos fenômenos atmosféricos analisados em
dado momento e em um certo lugar, sendo definido para períodos curtos, como algumas
horas ou dias.
Já o clima é modernamente entendido como a sucessão habitual dos tipos de tempo
em um local qualquer da superfície terrestre.
Para se definir o clima de uma região, são necessárias, no mínimo, observações rea-
lizadas em um período não inferior a 30 anos.

Elementos e fatores climáticos


Os elementos que caracterizam o clima são a temperatura, a umidade, a pressão
atmosférica, os ventos, as massas de ar e as precipitações.
Relacionados aos elementos, aparecem os fatores do clima: a vegetação, a latitude,
a altitude, a maritimidade, a continentalidade, as correntes marítimas, as estações do
ano e o relevo. Os fatores do clima atuam sobre os elementos do clima, modificando-os.
De acordo com a ação dos fatores sobre os elementos climáticos, classificam-se os

Geografia
diferentes tipos de climas.

FATORES CLIMÁTICOS

ALTERAM

A ELEMENTOS
– Latitude ATMOSFÉRICOS
– Altitude
DINÂMICA
– Continentalidade
– Maritimidade
– Massas de ar
– Correntes marítimas – Temperatura – Vento
– Umidade – Pressão atmosférica
– Relevo
– Chuva

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

ATIVIDADE
(Unifesp – 2011) O clima corresponde à sequência cíclica das variações das condições atmosféricas,
no decorrer do ano. É essa sequência que nos permite afirmar o tipo climático de alguma região. Por
influência de alguns fatores, o clima não é o mesmo em todo o Planeta.
a) Quais são os elementos que compõem o clima?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) Quais os principais fatores modificadores do clima?

8
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

SAIBA MAIS

Por que a chuva cai em gotas? ©Ingimage

Porque é desse modo que a água se forma no interior das nuvens. Com o calor, a
água deixa a superfície da Terra e passa a se acumular na atmosfera, em forma de vapor.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Conforme ganha altitude, esse vapor se resfria e condensa, formando gotículas de água
com diâmetros da ordem de 1 milésimo de centímetro. Essas gotículas são tão leves que
flutuam como poeira em suspensão – e assim são formadas as nuvens. No interior de
cada uma delas, essas gotinhas começam a se chocar, agregando-se em gotas cada
vez maiores. É preciso cerca de um milhão de gotículas dessas para formar uma gota de
chuva. À medida que elas aumentam de tamanho, vão ficando mais pesadas e deixam de
flutuar – é então que caem, retornando à superfície terrestre em forma de chuva. Quando
a temperatura diminui muito no interior da nuvem, a água ali presente também pode se
congelar, formando pequenas pedras de gelo: o granizo.
POR QUE a chuva cai em gotas? Mundo Estranho. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-a-chuva-cai-em-gotas>. Acesso em: 20 nov. 2014.

Elementos e fatores do
clima
A temperatura corresponde ao estado térmico do ar atmosférico, constituindo um
dos mais importantes elementos climáticos. Sua medição é feita pelos termô-
metros à base de mercúrio (o de máximas) e de álcool (o de mínimas). A escala para
medição de temperatura mais utilizada no mundo é Celsius ou centígrada, que fixa o
ponto de congelamento da água em 0 °C e o ponto de ebulição em 100 °C.
Vários são os fatores responsáveis pelas variações da temperatura, destacando-se
os que seguem.

Latitude
Podemos afirmar que a temperatura é inversamente proporcional à latitude, ou seja,

Geografia
quanto maior for a latitude, menor será a temperatura atmosférica e vice-versa. Isso pode
ser explicado devido à forma esférica da Terra. Nas baixas latitudes, os raios solares inci-
dem perpendicularmente sobre a superfície terrestre, e nas altas latitudes eles incidem Incidência dos
com elevada inclinação. raios solares
Observe na figura a seguir. sobre a Terra.
No Equador:
menor distância
90°
N percorrida pelos
raios solares,
ra
em ão
atu

incidência
da t minuiç
per

perpendicular
Di

(maior
EQUADOR Latitude 0° temperatura);
Sol
nos polos:
Dim peratu

maior distância
tem
inui ra

percorrida pelos
ção

raios solares e
ad

S incidência muito
90°
Atmosfera inclinada (menor
temperatura).
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Altitude Exemplos de variação de temperatura


com a altitude
A temperatura do ar também varia na razão inversa com Média térmica
a altitude. Esse fenômeno decorre do fato de a atmosfera ter- Cidade Altitude
anual (°C)
restre se aquecer de “baixo” para “cima” pela irradiação do Vitória (ES) Nível do mar 32,2
calor. Assim, nas baixas altitudes, os gases atmosféricos se
encontram mais concentrados ou aglomerados, retendo maior Belo Horizonte (MG) 900 m 20,7

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
quantidade de calor que nas altas latitudes, onde eles estão Santos (SP) Nível do mar 22,0
em maior expansão. Podemos entender melhor esse fenô- São Paulo (SP) 700 m 18,0
meno pela observação da figura e das tabelas a seguir. Florianópolis (SC) Nível do mar 20,5
Palmas (PR) 1 080 m 15,2
Campos do Jordão
(15 °C) 1 200 m Temperatura média dos Hemisférios
Norte e Sul (°C)
São Paulo Hemisfério
(18 °C) 700 m Período Hemisfério Sul
Norte
Santos
(22 °C)
Verão 22,4 17,1
0m
Inverno 8,1 9,7
AYOADE, Johnson Olaniyi. Introdução à climatologia para os trópicos.
Rio de Janeiro: Bertrand, 1996. p. 53.

Distribuição das massas líquidas (oceanos e


mares) e sólidas (continentes)
Esse fator é responsável pelas diferenças de amplitude térmica existentes nos climas.
Dá-se o nome de amplitude térmica à diferença entre as temperaturas máximas e míni-
mas registradas em um período. Para se obter a amplitude térmica anual de uma região,
calcula-se a diferença entre a temperatura média do mês mais quente e a do mês mais frio.
As acentuadas diferenças de amplitude térmica que se verificam entre continentes e
oceanos têm como causa principal o diferente comportamento térmico do meio sólido
e do meio líquido, ou seja, os continentes aquecem-se e esfriam-se mais rapidamente
que os oceanos. O resultado é que as variações de temperatura são sempre maiores nos
continentes que nos oceanos.

Correntes marítimas
As correntes marítimas são como “rios” de água salgada que circulam pelos ocea-
nos podem ser quentes ou frias. As correntes quentes originam-se nas baixas latitudes
(Equador) e as frias nas altas latitudes (regiões polares). Sua influência no clima é muito
importante, na medida em que, dependendo de sua temperatura, elas podem amenizar
ou acentuar as condições climáticas. As principais correntes marítimas estão relaciona-
das a seguir.
Correntes frias Correntes quentes
– do Labrador – do Golfo (Gulf Stream)
– da Groenlândia – Norte-Equatorial do Atlântico
– da Califórnia – Sul-Equatorial do Atlântico
– do Peru (Humboldt) – do Brasil
– das Falklands – das Monções
– de Benguela – de Madagascar
– das Kurilas (Oyashio) – do Japão (Kuro Shivo)

10
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

PLANISFÉRIO – CLIMA E CORRENTES MARÍTIMAS

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
0 2 800 km 5 600 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

ATIVIDADE
Leia o trecho do texto e responda ao que se pede.
Armazenando calor
O oceano é um grande acumulador de calor solar. Tem extraordinária capacidade de não apenas armazená-lo, mas
transportá-lo. O oceano armazena no verão um excesso de calor e o restitui no inverno. Os efeitos desse mecanismo
podem ser facilmente observados comparando-se as diferenças de temperatura (amplitudes térmicas) entre o verão
e o inverno em uma ilha quando comparada com uma zona continental (interior de um continente) na mesma latitude.
Nos Açores e em Kansas City, por exemplo, ambas situadas a 40° de latitude norte, as diferenças são de 7 °C e 29 °C
respectivamente.

Geografia
GOULD, J. Correio da Unesco. Rio de Janeiro: FGV, set./out. 1998. p. 27.

A qual fator climático está relacionada a situação apresentada no trecho da reportagem? Justifique.


11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Pressão atmosférica
Q uanto mais denso for o ar, maior será a pressão exercida por ele. Essa pressão
é denominada pressão atmosférica. É no nível do mar que o ar se encontra

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
mais denso e concentrado e onde a pressão atmosférica é maior. Conforme aumenta a
altitude, o ar se torna menos denso (mais rarefeito) e, consequentemente, a pressão que
ele exerce diminui.
O ar se desloca das áreas de alta pressão, nas quais está muito concentrado, para
as áreas de baixa pressão, nas quais sua concentração é menor. Quando esse desloca-
mento de ar – denominado vento – ocorre em grandes blocos, identificamos as massas
de ar, que, por apresentar temperatura e umidade semelhantes, deslocam-se conjunta-
mente na mesma direção. A pressão pode ser de mercúrio ou aneroide, ou ainda pelo
metálico, que é baseado na elasticidade de lâminas metálicas.
O barômetro de mercúrio é o mais utilizado. Medindo-se a pressão ao nível do mar,
verifica-se que esta é igual ao peso de uma coluna de mercúrio de 1 centímetro quadrado
(cm2) de base por 760 milímetros (mm) de altura. Isso significa que, para cada centímetro
quadrado da superfície terrestre, o ar atmosférico está exercendo um peso igual àquele
exercido pela coluna de mercúrio.

EM ELEVADAS ALTITUDES
Aqui, a força da gravidade na
atmosfera é menos intensa, e as
Variação da pressão
moléculas de ar ficam distantes A pressão atmosférica varia principal-
umas das outras. Portanto, quanto
mais o alpinista à direita subir, mente em função de dois fatores:
menor será a pressão atmosférica
sobre ele e mais rarefeito será o ar.

Altitude
À medida que a altitude aumenta, a pres-
MOLÉCULAS DE AR são atmosférica diminui. Isso ocorre porque
as camadas superiores não possuem a
mesma densidade das camadas inferiores,
pois estas concentram um volume maior de
PERTO DA SUPERFÍCIE gases. Até aproximadamente 300 metros
Os gases da atmosfera se
deformam com a força da
(m) de altitude, acontece a queda de 1 mm
gravidade e se concentram,
conforme indica o desenho.
de pressão a cada 10 m ou 11 m de altitude.
Quanto mais próximo estiver do
nível do mar e do centro da Terra,
maior será a pressão atmosférica. Temperatura
À medida que a temperatura aumenta,
a pressão atmosférica diminui. Isso ocorre
porque, com o aumento da tempera-
tura, o ar sofre dilatação e fica mais leve,
originando zonas de baixa pressão atmos-
férica. Com a diminuição da temperatura,
o ar se comprime e fica mais denso, origi-
nando zonas de alta pressão atmosférica.

12
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

ATIVIDADES
01. É a camada da atmosfera mais próxima da superfície terrestre, com uma altitude que varia entre 12 km e
18 km. Nela se concentra cerca de 80% dos gases atmosféricos.
Estamos falando da:
a) troposfera. c) mesosfera. e) biosfera.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) ionosfera. d) estratosfera.

02. Entre os elementos abaixo, assinale aquele que não é um fenômeno atmosférico.
a) Variação de temperatura
b) Índice de umidade
c) Formação de nuvens
d) Derretimento de geleiras
e) Formação de neblinas

03. Leia o trecho da notícia a seguir.


A quarta-feira terá condições de tempo semelhantes às desta terça-feira no Rio Grande do Sul, mas com um
pouco menos de frio. Há possibilidade de cerração ao amanhecer, com visibilidade reduzida em trechos isolados.
Ao longo do dia, deverá ocorrer predomínio de sol.
O frio seguirá atuando pela manhã, com mínimas inferiores a 10 °C em áreas da Serra, Planalto e Campanha.
O risco de formação de geada é restrito a regiões de maior altitude. A tarde terá predomínio de sol e gradativa eleva-
ção da temperatura. O vento soprará fraco da direção Norte/Nordeste propiciando mais aquecimento ao longo do dia.
A noite terá rápido aumento de nuvens nas regiões de fronteira com o Uruguai (...).
Correio do Povo, 4 jun. 2013.

Explique, com base em seus conhecimentos sobre a dinâmica atmosférica, porque o texto afirma que
apenas as regiões de maior altitude apresentam o risco de formação de geada.

Geografia
04. (Enem) A adaptação dos integrantes da seleção brasileira de futebol à altitude de La Paz foi muito
comentada em 1995, por ocasião de um torneio, como pode ser lido no seguinte texto.
A seleção brasileira embarca hoje para La Paz, capital da Bolívia, situada a 3 700 metros de altitude, onde disputará o
torneio Interamérica. A adaptação deverá ocorrer em um prazo de 10 dias, aproximadamente. O organismo humano,
em atitudes elevadas, necessita desse tempo para se adaptar, evitando-se, assim, risco de um colapso circulatório.
Placar, fev. 1995. (Adaptado).

A adaptação da equipe foi necessária principalmente porque a atmosfera de La Paz, quando comparada
à das cidades brasileiras, apresenta:
a) menor pressão e menor concentração de oxigênio.
b) maior pressão e maior quantidade de oxigênio.
c) maior pressão e maior concentração de gás carbônico.
d) menor pressão e maior temperatura.
e) maior pressão e menor temperatura.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

05. (Udesc) A atmosfera possui três camadas: a calor é produzido e se irradia pela atmosfera.
ionosfera, estratosfera e a troposfera. Sobre a Por isso os lugares mais baixos são mais
atmosfera, pode-se afirmar: quentes que aqueles que ficam em altitudes
I. O ozônio encontra-se na estratosfera. mais elevadas.
II. A troposfera é uma camada muito impor- V. Na troposfera os gases que predominam
tante, pois é com ela que os habitantes da são nitrogênio, gás carbônico, oxigênio e
Terra estão permanentemente em contato; é

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
gás natural.
nela que se formam os ventos, as nuvens e a Assinale a alternativa correta.
chuva.
a) Somente as afirmativas I, II, III e IV são
III. O oxigênio existe em menor quantidade nos
verdadeiras.
lugares mais altos. Pode-se, então, dizer que
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
atmosfera não é homogênea.
IV. O ar, ao contrário da terra e da água, não trans- c) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.
forma a energia solar em calor. Por isso os raios d) Somente as afirmativas I, III e V são
solares atravessam a atmosfera sem aquecê- verdadeiras.
-la e incidem sobre a superfície da Terra. Aí o e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Ventos
Formação e tipos atmosférica. Essa é a Primeira Lei da
Circulação Atmosférica, formulada pelo
O deslocamento de massas de ar holandês Christoph Buys-Ballot (1817-
com temperaturas e pressões diferentes -1890): significa que, quando uma área
origina os ventos, que contribuem para possui elevadas temperaturas, o ar dilata-
distribuir a umidade e também manter -se, tornando-se mais leve e apresentando
o equilíbrio térmico do Planeta. O ar se características de baixa pressão. Para
desloca das zonas de alta pressão atmos- essa área, então, convergirá o ar de áreas
férica para as zonas de baixa pressão com alta pressão atmosférica.

Underwolrld Under/123RF

14
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Observe o esquema.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Baixa pressão Alta pressão

Ao se aproximar de uma zona de baixa pressão, o ar começa a adquirir as caracterís-


ticas dela, isto é, passa a se aquecer, tornando-se também mais leve. O processo passa,
então, a apresentar um ciclo de correntes descendentes e correntes ascendentes.
Observe a circulação no globo terrestre.

Polo Norte
Corrente em H
jorro 60°

Direção de
Ventos
Rotação de leste
60°
polares
30°
H H
Ventos de oeste

30°
Ventos alísios 0°


H H
Ventos alísios 30°

Ventos de oeste 30°


60°
H
Ventos de leste
60°
Polo Sul polares

Geografia
Conforme as características e a distribuição geográfica, costuma-se classificar os
ventos em três tipos básicos:

Ventos constantes ou regulares


São ventos que sopram na mesma direção durante o ano todo; os mais conhecidos
são os alísios e os contra-alísios. Os primeiros sopram dos trópicos para o Equador, os
outros voltam dos trópicos para as altas camadas da troposfera.
Esses ventos são deslocados para oeste, devido ao movimento de rotação da Terra.
Quando sofrem desvio para oeste, são denominados alísios de sudeste (Hemisfério Sul)
e alísios de nordeste (Hemisfério Norte).

Ventos periódicos ou continentais


Esses ventos sopram obedecendo uma periodicidade: ora do mar para o continente,
ora do continente para o mar. As brisas e as monções são exemplos característicos de
ventos periódicos.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

As brisas sopram, durante o dia, do oceano para o continente – onde a temperatura é maior (brisas marí-
timas). À noite, quando o continente resfria, inverte-se o sentido: sopram do continente para o mar (brisas
terrestres).
As monções são ventos periódicos que atuam no continente asiático. São subdivididas em:
– monções de inverno, quando têm características frias e secas e sopram da Ásia para o Oceano
Índico;

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
– monções de verão, quando trazem abundantes chuvas para as porções sul e sudeste da Ásia e
sopram do Oceano Índico para a Ásia.

ÁSIA ÁSIA
INVERNO VERÃO

OCEANO OCEANO
ÍNDICO ÍNDICO

0 1 750 3 500 km
0 1 750 3 500 km
Escala aproximada Escala aproximada

Ventos locais
São ventos que abrangem áreas bem mais restritas da atmosfera e fazem parte da chamada circula-
ção terciária. Têm, portanto, influência limitada aos locais específicos onde atuam. Entre os ventos locais,
destacam-se os que seguem.
– Chinook – Sopra nas Montanhas Rochosas, vindo do oeste, e facilita o derretimento da neve na
América do Norte.
– Pampeiro e Minuano – Sopram, respectivamente, nos pampas argentinos e no sul do Brasil, vindos
do sul (região polar). São ventos fortes e bastante frios, que provocam queda de temperatura.
– Mistral – É um vento frio e seco que sopra no vale do Rio Ródano (França) durante o inverno e a
primavera.
– Bora – Sopra no litoral leste do Mar Adriático e é um vento frio e seco.
– Foehn – É um vento violento, quente e bastante seco, que sopra nos vales da Suíça e do Tirol, vindo
do sul.
– Siroco – Sopra do Saara para o sul da Europa durante a primavera. É um vento quente e seco.
– Simum – Vento quente e seco que ocorre principalmente na primavera e no verão. Sopra do sul do
Saara em direção ao norte.
– Harmatã – Sopra do Saara para a África ocidental. É quente e seco.

SAIBA MAIS

Os tipos de vento
O vento pode ser considerado como o ar em movimento. Resulta do deslocamento de massas de ar, derivado dos efeitos das diferen-
ças de pressão atmosférica entre duas regiões distintas e é influenciado por efeitos locais como a orografia e a rugosidade do solo. Essas
diferenças de pressão têm uma origem térmica, estando diretamente relacionadas à radiação solar e aos processos de aquecimento das
massas de ar. Formam-se a partir de influências naturais: continentalidade, maritimidade, latitude, altitude e amplitude térmica. Os diferentes
tipos de ventos geralmente são classificados levando em conta três fatores: a pressão, a temperatura e a velocidade da camada de ar. Vamos
limitar nossa classificação estudando os ventos de acordo com a velocidade.
• Vento: termo genérico que identifica o ar em movimento, independente da velocidade.

16
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

• Brisa: é um vento de pouca intensidade, que geralmente não ultrapassa os 50 km/h.


• Monção: começa no início de junho no sul da Índia. São ventos periódicos, típicos do sul e do sudeste da
Ásia, que no verão sopram do mar para o continente. A monção geralmente termina em setembro, caracteri-
zando-se por forte chuva associada a ventos.
• Ciclone: caracteriza-se por uma tempestade violenta que ocorre em regiões tropicais ou subtropicais, pro-
duzida por grandes massas de ar em alta velocidade de rotação. Evidencia-se quando ventos superam os 50

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
km/h.
• Furacão: vento circular forte, com velocidade igual ou superior a 119 km/h. Os furacões são os ciclones que
surgem no mar do Caribe (oceano Atlântico) ou nos Estados Unidos. Giram no sentido horário (no Hemisfério
Sul) ou anti-horário (no Hemisfério Norte) e medem de 200 km a 400 km de diâmetro. Sua curva se assemelha
a uma parabólica.
• Tufão: é o nome que se dá aos ciclones formados no sul da Ásia e na parte ocidental do oceano Índico, entre
julho e outubro. É o mesmo que furacão, só que na região equatorial do oceano Pacífico. Os tufões surgem
no mar da China e atingem o leste asiático.
• Tornado: é o mais forte dos fenômenos meteorológicos, menor e mais intenso que os demais. Com alto
poder de destruição, seus ventos atingem até 500 km/h. O tornado ocorre geralmente em zonas temperadas
do Hemisfério Norte.
• Vendaval: vento forte com um grande poder de destruição, que chega a atingir até 150 km/h. Ocorre geral-
mente de madrugada e sua duração pode ser de até cinco horas.
• Willy-willy: nome que os ciclones recebem na Austrália e nos demais países do sul da Oceania.
FOLHA ONLINE. Saiba mais sobre tipos de ventos e tempestades. 6 jul. 2005.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u348086.shtml>. Acesso em: 20 nov. 2014. (Adaptado).

ATIVIDADES
01. Assinale as alternativas corretas.
01) Os ventos influenciam na temperatura, levando ar quente ou frio de uma região para outra.
02) Os ventos transportam as nuvens, o que ajuda a distribuir as chuvas em várias regiões.
04) Os ventos dispersam a poluição nas cidades industrializadas.
08) Os ventos são responsáveis pela formação do gelo nos Polos Norte e Sul.
16) Os ventos auxiliam na reprodução das plantas.
Soma ( )

02. Responda.
a) O que é o vento?

Geografia
b) O que é brisa?

c) Qual é o nome do vento extremamente forte? Cite dois exemplos.

17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

03. Escreva o que se pede:


Para que serve cada um dos aparelhos abaixo?
a) O anemômetro:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) O catavento:

c) A biruta:

04. Complete a frase.


O ar se desloca das áreas de
para as áreas de .
UNTALER, Lindomar de Oliveira. Ventos: diferentes tipos. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.
html?aula=23348>. Acesso em: 20 nov. 2014.

COMPETÊNCIA HABILIDADE
LEITURA
6 28

Importância crescente da energia eólica é tema de relatório lançado


pelo Greenpeace
Para entidade, energia do vento pode ser responsável por 10% das
necessidades mundiais de eletricidade até o ano 2020
A energia do vento (eólica) pode garantir 10 por cento das necessidades mundiais de eletricidade até o ano
2020, criar 1,7 milhão de novos empregos e reduzir a emissão global de dióxido de carbono na atmosfera em
mais de 10 bilhões de toneladas. Estes são os principais dados de um novo relatório internacional elaborado pelo
Greenpeace, pela Associação Europeia de Energia Eólica (EWEA) e pelo Fórum pela Energia e Desenvolvimento
lançado (...) em Bruxelas (Bélgica) durante um seminário sobre fontes de energias renováveis. O relatório “Wind
Force 10: A Blueprint to Achieve 10% of the World’s Electricity from Wind Power by 2020” mostra que um total de
1,2 milhão de Megawatts (MW) de energia eólica pode ser instalado ao redor do mundo até 2020, produzindo mais
que o total de energia necessária para alimentar toda a Europa hoje.
“A assinatura do Protocolo de Kyoto sinalizou para a indústria de energia o início do fim do uso de combus-
tíveis fósseis”, diz Corin Millais, da Campanha de Energia Renovável do Greenpeace. “Os governos devem agora
agir para estabelecer um marco legal que inclua prazos para implantação de fontes energéticas renováveis. Não
há desculpa para a passividade porque a energia eólica tem todas as condições de substituir de forma lucrativa as
fontes tradicionais de energia”. Até o ano passado, a força do vento foi a fonte de energia de maior crescimento no
mundo, com uma média de 40,2 de crescimento ao redor do mundo entre 1994-1998 e 10 mil Megawatts de capa-
cidade instalada em mais de 50 países, incluindo o Brasil. Apesar de suprir cerca de 10% nas necessidades de
eletricidade da Dinamarca, por exemplo, a contribuição da energia eólica em todo o mundo permanece abaixo
de seu potencial, com uma média de 0,15%.

18
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

“O Brasil poderia ter uma participação efetiva e estratégica neste mercado porque possui áreas excelentes
para captação de energia do vento, como o Nordeste e a costa norte do Rio de Janeiro”, diz Roberto Kishinami,
Diretor Executivo do Greenpeace Brasil. “Ao invés de o governo pensar em enterrar bilhões de dólares na finaliza-
ção da usina nuclear de Angra II e na construção de Angra III, deveria tomar uma atitude mais inteligente e investir
até dez vezes menos em fontes de energia renováveis e de baixo impacto sobre o meio ambiente, como a eólica”.
FIESCNET. Importância crescente da energia eólica é tema de relatório lançado pelo Greenpeace.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Disponível em: <http://www.fiescnet.com.br/gestaoambiental/noticias/11-eolica.htm>. Acesso em: 20 nov. 2014.

ATIVIDADES
01. O que é energia eólica?

02. Essa forma de energia polui o ambiente? Justifique.

03. Quais são os impactos ambientais causados na obtenção de energia eólica? Cite
dois deles.

Geografia

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Massas de ar e frentes NASA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As porções atmosféricas que apresentam características próprias de temperatura,
pressão e umidade são denominadas massas de ar. Portanto, as massas de ar podem ser
quentes ou frias, de alta ou baixa pressão e secas ou úmidas.
Observe com atenção o mapa a seguir.

MASSAS DE AR
A A A
A
Pc
Pc
Pm
Pm A Pc
Pc
Tm
Tm Tc
Tm Tc Tm
A Tm A Tc Tc A
A Tm

VERGÊNC ROPICAL
C ON IA RT
Z O NA D E I N TE

Tm
Tm Tm Tc
Tm
Tm Tm
A Tc
A
A Tm

Pm
Pm Pm
Pm AA A
AA

SISTEMA FRONTAL – JULHO SISTEMA FRONTAL – JANEIRO


A – alta pressão 0 3 210 km 6 420 km
Tropical marítima – Tm Polar marítima – Pm
Escala aproximada
Tropical continental – Tc Ártica – A
Polar continental – Pc Antártica – AA

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

As principais massas de ar estão relacionadas a seguir.

Equatoriais
Caracterizam-se por temperaturas elevadas e baixas pressões atmosféricas. Estão
localizadas na zona equatorial do Planeta.
20
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Tropicais
Podem ser continentais (secas) ou marítimas (úmidas) e se localizam em latitudes
próximas aos 30° nos dois hemisférios.

Polares
Podem ser continentais e marítimas e caracterizam dois centros de alta pressão: um

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
na região antártica e outro na região ártica.
As áreas de transição entre duas massas de ar são denominadas “frentes”. Podemos
ainda definir uma frente como o limite externo da massa de ar em expansão. Se a massa
de ar for quente, teremos uma frente quente; se for fria, teremos uma frente fria.

Brasil: divisão climática e massas de ar


O território brasileiro sofre a influência de cinco massas de ar com forma-
ção em lugares diferentes. São duas continentais (Equatorial Continental e
Tropical Continental) e três marítimas (Polar Atlântica, Tropical Atlântica e Equatorial
Atlântica). O nome das massas de ar indica o lugar em que elas se formam. Por aí tam-
bém é possível saber se elas serão quentes ou frias, úmidas ou secas. Por exemplo, uma
massa de ar polar tem origem em um dos polos e será, necessariamente, fria. Se ela se
formar sobre o continente (massa continental), terá mais chances de ser seca do que a
massa de ar que se formou sobre o oceano.

Ea

TROPICAL

Ec
EQUATORIAL

SEMIÁRIDO

TROPICAL

TROPICAL DE
ALTITUDE TROPICAL

Geografia
ATLÂNTICO

Tc Ta

SUBTROPICAL

0 500 km 1 000 km
Pa
Escala aproximada

SAIBA MAIS

Para você entender melhor as notícias meteorológicas da mídia, abaixo estão alguns termos bastante utilizados pelos jornalistas.
– Frente fria: forma-se quando o ar frio ocupa o lugar do ar quente.
– Frente quente: quando o ar quente substitui o ar frio de uma região qualquer.
– Frente estacionária: quando há um equilíbrio entre duas massas de ar.
– Frente de dissipação: ocorre quando uma das duas massas de ar começa a se afastar; por exemplo, quando, depois de alguns dias
muito frios, a temperatura começa a subir lentamente, dizemos que a massa de ar frio está se dissipando.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Fenômenos El Niño e La Niña


U m componente do sistema climático da Terra é representado pela interação entre a superfície dos
oceanos e a baixa atmosfera adjacente a ele. Os processos de troca de energia e umidade entre
eles determinam o comportamento do clima. Alterações nesses processos podem afetar o clima regional e

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
global.
O El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico
Equatorial. O nome El Niño é derivado do espanhol e refere-se à presença de águas quentes que todos os
anos aparecem na costa norte do Peru na época de Natal. Os pescadores do Peru e do Equador chamaram
essa presença de águas mais quentes de Corrente de El Niño, em referência ao Niño (Menino) Jesus.
Na atualidade, as anomalias do sistema climático que são mundialmente conhecidas como El Niño
e La Niña representam uma alteração do sistema oceânico-atmosférico no Oceano Pacífico Tropical que
tem consequências no tempo e no clima em todo o Planeta. Nessa definição, considera-se não somente
a presença das águas quentes da Corrente El Niño, mas também as mudanças na atmosfera próxima
à superfície do oceano com o enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na
região equatorial. Com esse aquecimento do oceano e com o enfraquecimento dos ventos, começam a
ser observadas mudanças da circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, que determinam mudan-
ças nos padrões de transporte de umidade, e, portanto, variações na distribuição das chuvas em regiões
tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo, também são observados aumento
ou queda de temperatura.
O La Niña representa um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao El Niño, e que
se caracteriza por um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos
impactos do La Niña tendem a ser opostos aos do El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño
apresenta impactos significativos no tempo e clima devido ao La Niña.

LEITURA

Massas de ar no Brasil mTc é completamente seca, isso porque as outras massas de ar


vêm de ambientes úmidos (a floresta amazônica e os oceanos).
O clima do território brasileiro é caracterizado pela elevada Em razão dessa configuração, o verão no Brasil acaba herdando
variabilidade registrada ao longo de sua extensão. No Norte, temos as características dessas massas, quais sejam: elevada umidade e
um clima equatorial, mais úmido. No Nordeste e em parte do altas temperaturas, tornando o clima quente e chuvoso durante esse
Sudeste, predomina o semiárido, mais seco. No Sul, o clima é o período. Observe o mapa.
subtropical úmido, mais frio. Mas a maior parte do nosso território
caracteriza-se pelo clima tropical, com verões quentes e úmidos e Verão
invernos secos e frios.
Assim, considerando essa variedade, bem como o fato de
o Brasil possuir dimensões continentais, percebe-se que o clima
no País é influenciado por várias massas de ar, que possuem
diferentes dinâmicas e interações que sofrem transformações ao
longo do ano.
É importante perceber que as massas de ar resguardam as
características das regiões de onde elas surgem. Por exemplo: uma
massa originada em uma zona muito fria e úmida será igualmente
fria e úmida.
O Brasil, assim, sofre as variações de cinco massas de ar dife-
rentes: a massa Equatorial continental (mEc), Equatorial atlântica
(mEa), Tropical continental (mTc), Tropical atlântica (mTa) e a Polar
atlântica (mPa).
Durante o verão, as quatro primeiras massas supracitadas vão Durante o verão, as massas de ar quente exercem maior
compor a totalidade da influência climática. Dentre elas, apenas a influência no clima brasileiro.
22
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Durante o inverno, a massa Polar atlântica (mPa) passa a exercer maior influência sobre o espaço brasileiro, restringindo a mEc à
Amazônia, sendo as demais empurradas para fora do País, embora a mEa continue atuando no litoral nordestino e a mTa no litoral sudeste.
Tal dinâmica deixa o inverno mais frio, de forma que as menores temperaturas são registradas na Região Sul e as maiores ao Norte, princi-
palmente em razão da proximidade com a Linha do Equador, conforme podemos notar no mapa.
Inverno

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Durante o inverno, a massa Polar atlântica exerce maior influência, dimi-
nuindo as temperaturas.
Agora que compreendemos como funciona a dinâmica das massas de
ar no Brasil, fica mais fácil entender as explicações meteorológicas que vemos
nos telejornais referentes às mudanças no clima. No entanto, ainda é preciso
lembrar que existem os microclimas, isto é, aquelas variações climáticas que se
alteram por questões mais locais, como a altitude de uma cidade ou o índice de
poluição de sua zona urbana.
PENA, Rodolfo F. Alves. Massas de ar no Brasil. Mundo Educação. Disponível em: <http://www.
mundoeducacao.com/geografia/massas-ar-no-brasil.htm>.
Acesso em: 20 nov. 2014.

Umidade atmosférica
A umidade do ar consiste na quantidade de vapor de água na atmosfera. A pre-
sença do vapor de água na atmosfera é explicada pelo ciclo hidrológico, isto é,
a energia solar e os ventos fazem acontecer a evaporação das superfícies líquidas do
Planeta, levando a água em forma de vapor para o ar.
A umidade do ar pode se apresentar nas formas a seguir.

Geografia

Umidade absoluta
É o resultado de gramas de vapor por metro cúbico de ar úmido. Varia de uma
quantidade mínima até 25 gramas (g), aproximadamente.

Umidade saturada ou no ponto de saturação


Quando ocorre a capacidade máxima da atmosfera em conter vapor d’água.

23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Umidade relativa
É o quociente percentual entre a umidade absoluta e o seu ponto de saturação. É
maior no inverno e em zonas frias.

Precipitações

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As diferentes formas pelas quais o vapor de água, após condensar-se, atinge a
superfície do Planeta denominam-se precipitações.
As principais são:

Neve
É a cristalização da água sob formas variadas e ocorre em áreas onde a temperatura
está suficientemente baixa, o que não permite que esses cristais entrem em processo
de fusão.
Nas regiões frias da Terra, e especialmente nas regiões polares, o acúmulo desses
cristais dá origem às geleiras.

Granizo
Também conhecida como chuva de pedra, é a precipitação sob a forma de gelo.
Ocorre porque fortes correntes convectivas transportam as gotas de água condensa-
das para camadas mais altas e frias, congelando-as. Sendo uma precipitação violenta,
geralmente causa danos, principalmente a plantações.

Chuva
Forma mais comum de precipitação, resultante do contato de uma nuvem saturada
de vapor d’água com uma camada de ar mais frio.
Nesse processo, a temperatura e o vento são elementos importantes que contri-
buem para a ascensão e o deslocamento das nuvens.

Tipo Denominação Causa


Chuvas de convecção Ascensão diurna pelo aquecimento do solo
Ascensão vertical das massas de ar
Chuvas ciclonais Ar em constante movimento ascendente
Chuvas orográficas ou de relevo Encontro com o ar mais frio das zonas de maior altitude
Deslocamento horizontal das nuvens Chuvas litorâneas Diferença de temperatura entre as águas e a terra
Chuvas frontais Encontro de massas de ar de diferentes temperaturas
Chuva de relevo Chuva frontal Chuva convectiva

Ascensão
Vento Sem chuva aqui Ar quente de ar quente
Ar frio
Barlavento Sotavento Ar frio descendente

ANOTAÇÕES

24
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

ATIVIDADES
01. (PUC-Rio – 2013 – Adaptada) Leia o poema e responda ao que se pede.
Poema apanhado pelo tempo
Era para eu fazer um poema ao clima, não tem rima certa,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
com boa métrica, para poemas não serve
com boa rima, nem para fazer poesia,
mas, infelizmente, porque o clima foi apanhado pelo tempo,
não fui a tempo! que também apanhou o poeta,
Este tempo faz calor quando não deve, que fez esta poesia incerta!
chove e faz frio quando não devia, FIGUEIREDO, S. Gondomar (Portugal). Fev. 2011. (Adaptado).

Entendendo-se que a Climatologia é um ramo da Geografia que estuda os climas da


Terra, diferencie tempo atmosférico de clima.

02. Com base nas informações do mapa a seguir, nomeie as massas de ar de número 3,
4 e 5, ressaltando suas condições de umidade.
2
TROPICAL
1

Ec
EQUATORIAL

SEMIÁRIDO
TROPICAL

TROPICAL

Geografia
DE ALTITUDE TROPICAL
ATLÂNTICO

4 3

0 510 1020 km
Escala aproximada SUBTROPICAL

25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

03. Mencione o fator climático retratado na imagem ( ) Chuvas de convecção ocorrem quan-
e explique seu mecanismo. do o ar quente próximo à superfície fica
leve e sobe para as camadas superio-
res da atmosfera, carregando umidade.
Ao atingir altitudes superiores, a tempe-
ratura diminui e o vapor se condensa
em gotículas pequenas que permane-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cem em suspensão. Esse processo se
repete até formar nuvens muito gran-
des, que se precipitam no fim do dia.
( ) A chuva frontal acontece na zona de
contato entre duas massas de ar (fren-
te) de características diferentes (uma
fria e outra quente), onde ocorrem a
condensação do vapor e a precipita-
ção da água.
( ) As chuvas de relevo costumam ser in-
termitentes e finas e muito comuns nas
regiões Nordeste e Sudeste do Brasil,
onde as serras e as chapadas dificul-
tam a penetração, para o interior do
continente, das massas úmidas de ar
provenientes do Oceano Atlântico.
( ) Chuvas de convecção são aquelas
que ocorrem em dias frios, comum no
sul do Brasil.
04. Observe a representação dos tipos de chuva 05. Com base na observação do mapa a seguir, faça
(frontal, convectiva e orográfica). o que se pede.
Tipos de chuva
Ar quente
Ar frio
Condensação

Evapotranspiração Trópico de Câncer

Amazônia Oeste Africano


Equador

1 2 Congo
Sudeste Asiático

Vento Sotavento Trópico de Capricórnio

Barlavento (sem chuva)


Mar (com chuva)

3 0 2 164 4 328 km
Escala aproximada

a) Complete a tabela nomeando os tipos de


Identifique e caracterize o tipo climático da área
chuva indicadas nas imagens pelos números.
hachurada no mapa.
NÚMERO TIPO DE CHUVA
1
2
3

b) Marque (V) para as afirmativas verdadeiras ou


(F) para as falsas nas seguintes informações.
( ) As chuvas orográficas ocorrem em
alguns lugares do Planeta onde bar-
reiras de relevo obrigam as massas de
ar a atingir altitudes superiores, o que
causa queda de temperatura e con-
densação do vapor.
26
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

06. Na figura a seguir está representado um fenôme- 07. Observe o climograma a seguir e faça o que se pede.
no comum em grandes aglomerações urbanas, 400 40º

como a cidade de Londres, na Inglaterra. Observe. 350 35º

300 30º

Temperatura (em º Celsius)


Pluviosidade (em mm)
250 25º

200 20º

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
150 15º

100 10º
Londres Dagenham 50 5º

11,5 0 0º
J F M A M J J A S O N D
10,5 Meses do ano
Rio Tâmisa

8,5
a) A que tipo climático brasileiro esse climogra-
Richmond
Kingston
7,5
ma se refere? Cite duas características do
6,5
clima representado.
5,5
4,5 Área urbana
0 4,81 km 9,62 km
Linhas isotérmicas (ºC)
Escala aproximada

a) Identifique e explique a ocorrência do fenô-


meno representado na figura.

b) Cite duas ações do poder público sobre os b) Qual é a formação vegetal típica (adapta-
espaços urbanos capazes de atenuar esse

Geografia
da) a esse tipo climático? Escreva duas
fenômeno. características.

27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
01. (Mackenzie – 2012) A ilustração representa o fe- b) No Brasil, o fenômeno provoca secas nas re-
nômeno que: giões Nordeste e Norte, além de acentuar as
chuvas no Sudeste e Sul.
c) Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
El Niño provoca o aumento das temperaturas
médias.
d) No Oceano Pacífico, ocorre o aquecimento
das águas na região que compreende a cos-
ta do Peru e da Austrália.

03. (Unicamp – 2010) O El Niño é um fenômeno


atmosférico-oceânico que ocorre no Oceano
Pacífico Tropical e que pode afetar o clima re-
gional e global, porque altera padrões de vento
em nível mundial. Desse modo, afeta regimes
a) pouco altera as condições de circulação de chuva em regiões tropicais e de latitudes mé-
atmosférica, especialmente na zona intertro- dias. Com o auxílio da figura a seguir, responda
pical, sem maiores consequências para os às questões.
níveis de pluviosidade.
Anomalia de temperatura na superfície do
b) ocorre periodicamente, sobretudo nos me- Oceano Pacífico – dezembro de 2009
ses de novembro e dezembro, sendo o
principal fator de normalidade nos regimes
de chuvas da América do Sul.
c) decorre, exclusivamente, do processo de Equador
aquecimento global e explica anormalida-
des como chuvas excessivas no interior do
Nordeste brasileiro. Peru
d) provoca o aquecimento das águas do
Pacífico Sul equatorial, com alterações na
OCEANO PACÍFICO
circulação atmosférica que resultam em Chile

chuvas excessivas na região Sul do Brasil


e estiagem mais acentuada no Sertão 0 0,5 1 1,5 2 3
Graus Celsius

Nordestino.
e) provoca o aquecimento das águas do a) O que acontece com a temperatura das águas
Pacífico Sul equatorial, com alterações na do Oceano Pacífico quando ocorre o El Niño?
circulação atmosférica, que resultam em Qual a razão para esse fenômeno ser denomi-
invernos mais rigorosos nas regiões Sul e nado El Niño?
Sudeste, além de um aumento da pluviosi-
dade no Nordeste brasileiro.

02. (Unimontes – 2012) O El Niño é um fenômeno natural


que ocorre em intervalos de três a cinco anos na região
tropical do Oceano Pacífico e envolve processos de
interação entre a atmosfera e a hidrosfera, afetando a
atuação do clima. Os pesquisadores ainda não sabem
exatamente o que desencadeia o fenômeno, porém já
identificaram vários impactos do mesmo.
ALVES, A.; BOLIGIAN, L. Geografia: espaço e vivência – Volume único.
São Paulo: Atual, 2004.

Constituem impactos causados pelo El Niño,


exceto:
a) Nos períodos de atuação do El Niño, a paisa-
gem é pouco modificada, considerando que
sua abrangência é regional.
28
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

b) Nos anos em que esse fenômeno ocorre, V. apesar de atuar na costa pacífica da América
qual a consequência para a atividade pes- do Sul, esse fenômeno não traz mudanças
queira do Peru? Qual a alteração do tempo climáticas significativas para a região.
no Nordeste brasileiro? Com base no texto, as alternativas verdadeiras são:
a) I, II, III e IV.
b) I, III, IV e V.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) II, IIII, e IV.
d) I, II, e IV.
e) II, IV e V.

05. (Unicamp – 2012) O mapa a seguir indica a


ocorrência de queda de neve na América do Sul.
Observe o mapa e responda às questões.

Área de precipitação de neve


na América do Sul

04. (UFT – 2010) El Niño é um fenômeno oceânico ca-


racterizado pelo aquecimento incomum das águas
superficiais nas porções central e leste do Oceano
Pacífico, nas proximidades da América do Sul, mais Equador

particularmente na costa do Peru. A corrente de águas


quentes que ali circula, em geral, na direção sul no
início do verão, somente recebe o nome de El Niño
quando a anomalia térmica atinge proporções elevadas
(1 °C) ou muito elevadas (de 4 a 6 °C) acima da média
térmica, que é de 23 °C. Esse fenômeno se faz notar
com maior evidência nas costas peruanas, pois as
águas provenientes do fundo oceânico (fenômeno co-
Trópico de
nhecido como ressurgência) e da corrente marinha de Capricórnio
Humboldt são interceptadas por águas quentes oriundas
do norte e oeste. Essa alteração regional assume dimen-
sões continentais e planetárias à medida que provoca
desarranjos de toda a ordem em vários climas da Terra.
MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA, 2007.
0 790 1 580 km
Ainda sobre a influência do fenômeno El Niño na Escala aproximada
dinâmica climática mundial, pode-se afirmar que:

Geografia
Área de ocorrência
I. afetando a dinâmica climática em escala glo- de precipitação
de neve
bal, a ocorrência do fenômeno gera bruscas
alterações climáticas no mundo.
II. influenciando a dinâmica climática em es- a) Que fatores climáticos determinam a distri-
cala global, o fenômeno gera impactos buição geográfica da ocorrência de queda
generalizados sobre as atividades humanas de neve na América do Sul?
causados por inúmeras catástrofes ligadas a
severas secas, inundações e ciclones.
III. mesmo com maior influência nas costas
peruanas, o fenômeno não interfere na dinâ-
mica climática local e regional.
IV. além de atuar na costa pacífica da América
do Sul, o El Niño provoca graves pertur-
bações climáticas (secas anormais ou,
ao contrário, ciclones e chuvas com totais
pluviométricos extremamente elevados em
relação às normais locais e regionais) em
regiões isentas de tais eventos.
29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

b) Quais são as condições momentâneas de estado de tempo necessárias para a


ocorrência de precipitação em forma de neve?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
06. (Unicamp – 2012) Observe o esquema a seguir, que indica a circulação atmosférica
sobre a superfície terrestre, e indique a alternativa correta.

a) Os ventos alísios dirigem-se das áreas tropicais para as equatoriais, em sentido


horário no Hemisfério Norte e anti-horário no Hemisfério Sul, graças à ação da
Força de Coriolis, associada à movimentação da Terra.
b) Os ventos alísios dirigem-se das áreas de alta pressão, características dos
trópicos, em direção às áreas de baixa pressão, próximas ao Equador, movimen-
tando-se em sentido anti-horário no Hemisfério Norte e em sentido horário no
Hemisfério Sul.
c) Os ventos contra-alísios dirigem-se dos trópicos em direção ao Equador, movi-
mentando-se em sentido horário no Hemisfério Norte e anti-horário no Hemisfério
Sul, graças à ação da Força de Coriolis.
d) Os ventos contra-alísios dirigem-se da área tropical em direção aos polos,
provocando quedas bruscas de temperatura e eventualmente queda de neve,
movimentando-se em sentido anti-horário no Hemisfério Sul e em sentido horário
no Hemisfério Norte.
30
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

07. (PUC-Rio – 2011)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Compreende-se hoje que os desertos são domínios morfoclimáticos fundamentais
para o equilíbrio ecológico do Planeta.
a) Explique a tendência às altas amplitudes térmicas diárias nesses ambientes.

b) Justifique como a baixa pluviosidade média nos desertos impede que os seus
solos sejam bem desenvolvidos para a agricultura.

08. (Unioeste – 2011) Sobre o clima mundial, os fatores e os processos que o condicio- Geografia
nam, assinale a alternativa incorreta.
I. A latitude influencia na distribuição espacial das temperaturas. Dessa forma,
quanto maior for a latitude, menores serão as temperaturas.
II. A pressão atmosférica varia em função da altitude e da temperatura. Assim, quanto
maior for a altitude, menor será a pressão atmosférica e quanto mais alta a tempe-
ratura, menor será a pressão.
III. O planeta Terra é aquecido uniformemente, tanto ao longo da sua superfície quan-
to ao longo do tempo (anos), e isso condiciona a circulação atmosférica com a
produção de centros de alta e de baixa pressão, que se alteram continuadamente.
IV. Dependendo das condições locais, a precipitação pode ocorrer na forma de chu-
va, granizo ou neve e está relacionada, principalmente, à umidade atmosférica.
V. A diferença entre as temperaturas máxima e mínima é maior no interior dos continentes
e a continentalidade exerce grande influência sobre essa amplitude térmica.
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

a) Estão incorretas as afirmativas I, III e V. IV. O efeito estufa é um fenômeno natural que
b) Estão incorretas as afirmativas II, IV. mantém o Planeta aquecido nos limites de
c) Estão incorretas as alternativas I, IV e V. temperatura necessários para a manuten-
d) Apenas a afirmativa III está incorreta. ção da vida. Nos últimos dois séculos, vem
e) Todas as afirmativas estão incorretas. aumentando, na camada atmosférica que
recobre a Terra, a concentração de dióxido
09. (Uespi – 2011) Depois de aproximadamente 11 de carbono, do metano, do óxido nitroso e

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
minutos, a energia do Sol chega à Terra. Já que de outros gases. Esse aumento anormal pro-
o Sol é muito maior que a Terra, os raios chegam voca a aceleração do aquecimento global.
praticamente paralelos entre si. Estão corretas:
Essa energia emitida pela estrela, importan- a) I e II, apenas.
tíssima para a compreensão dos fenômenos
b) I, II e III, apenas.
meteorológicos e climáticos, é também denomi-
c) II, III e IV, apenas.
nada de:
a) radiação de ondas longas. d) I, III e IV, apenas.
b) conveção solar. e) I, II, III e IV.
c) advecção solar.
d) radiação de ondas curtas. 11. (Ufac – 2011) Com base na figura, aponte a alter-
e) irradiação turbulenta. nativa correta.
Andes
10. (Mackenzie – 2011) Foi da junção de duas pa-
lavras gregas, Atmós (vapor) e Sphaîra (esfera), 1 2 3
que surgiu o nome dado à estrutura de gás que Massa de Preciptação Massa de
envolve um satélite ou planeta: a atmosfera. Em ar úmido ar seco
tempos de aquecimento global, passou a ser mais Deserto de
estudada, mais valorizada no meio acadêmico, Atacama
pois é nela que diversos fenômenos relaciona- Corrente fria
de Humboldt
dos aos distúrbios climáticos atuais ocorrem. No MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e
nosso planeta, ela é formada por diversas cama- globalização. São Paulo: Scipione, 2007. p. 95. (Adaptado).
das e, em sua porção mais densa, chega a até a) A massa de ar úmido (1), deslocando-se
800 quilômetros de altitude a partir do nível do em direção ao continente, aumenta sua
mar. É tida como irrisória, se considerarmos o temperatura ao passar sobre a corrente de
tamanho do globo terrestre, que mede aproxi- Humboldt, retardando as chuvas.
madamente 12,8 mil quilômetros de diâmetro.
b) A corrente fria de Humboldt, no Hemisfério
A respeito das camadas que compõem a atmos- Sul, causa queda da temperatura nas áreas
fera terrestre, considere as afirmações I, II, III e IV. litorâneas (2). Isso provoca condensação
I. A troposfera é a camada mais baixa da e precipitação. Ao chegar ao continente, a
atmosfera e é nela que os principais fenô- massa de ar se torna seca (3).
menos meteorológicos ocorrem, tais como
c) Quando a massa de ar úmido (1) se desloca
tempestades, chuvas, precipitações de neve
para o continente, resfria-se ao passar sobre
ou granizo e formação de geadas.
a corrente de Humboldt, atrasando o proces-
II. A camada de ozônio (O3) concentra-se na
so de precipitação e chegando ao continente
termosfera. Formada há cerca de 400 mi-
como massa de ar seco (3).
lhões de anos, protege a Terra dos raios
ultravioleta emitidos pelo Sol, nocivos à vida. d) Ao chegar ao continente, as massas de ar
Porém sabemos que, devido à emissão cres- estão quentes e úmidas e originam desertos,
cente de CO2 pelas sociedades modernas, como o de Atacama (Chile) e o da Califórnia
abriram-se buracos enormes nessa camada, (Estados Unidos).
permitindo a entrada de tais raios. e) A corrente do Golfo, por ser quente, im-
III. A mesosfera se estende da estratosfera a pede o congelamento do Mar do Norte e
até aproximadamente 80 quilômetros acima ameniza os rigores climáticos do inverno na
do nível do mar. É a faixa mais fria, porque porção ocidental da Europa. Já a corrente de
nela não há nuvens nem gases capazes de Humboldt causa queda da temperatura em
absorver a energia do Sol. A temperatura áreas litorâneas, diminuindo o processo de
varia de –5 °C a –95 °C. condensação do ar e de chuvas no oceano.
32
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

12. (Ufac – 2011) De acordo com as condições 13. (Ufac – 2011) Observe a imagem a seguir.
atmosféricas, a precipitação pode ocorrer de vá- Á R E A S A N T IC IC L O N A L E C IC L O N A L , D E F IN ID A S
P E L A S IS Ó B A R A S 1 M E D ID A S E M M IL IB A R E S (m b ) 2
rias formas: chuva, neve e granizo. Nas regiões
de clima tropical ocorrem três tipos de chuvas:
1010
frontal, orográfica e convectiva (ou de verão). 1000
990

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1030
1025
1020

Área anticiclonal Área ciclonal

1. Isób aras: são linhas que, num mapa, unem pontos


de igual pressão atmosférica.
2. Milibares (m b) : unidade de medida da pressão
atmosférica.
ADAS, M. Panorama geográfico do Brasil: contradições,
impasses e desafios socioespaciais. São Paulo: Moderna, 1998. p. 332. (Adaptado).
Com auxílio da figura, pode-se concluir que:
a) áreas frias (ou de alta pressão), como as po-
lares e as subtropicais, são dispersoras de
massas de ar e ventos e recebem o nome
A chuva demonstrada na figura é do tipo:
de áreas ciclonais.
a) frontal – Esse tipo de chuva resulta do deslo- b) as áreas quentes ou de baixa pressão atmos-
camento horizontal e eventual choque entre férica, como as equatoriais, são receptoras
massas de ar com diferentes características de massas de ar e ventos que recebem o
de temperatura e pressão. O contato entre nome de áreas ciclonais.
elas forma uma faixa de instabilidade, onde c) o ar aquecido das zonas de baixas latitudes
ocorrem as chuvas. próximas ao Equador se expande, torna-se
b) orográfica – Barreiras no relevo levam as leve e sobe (ascende), criando uma área de
massas de ar a atingir grandes altitudes, o alta pressão ou ciclonal.
que causa queda de temperatura e conden- d) os movimentos do ar (massas de ar e ven-
sação do vapor. As chuvas costumam ser tos) resultam da distribuição homogênea de
localizadas, intermitentes e finas. energia solar nas zonas de baixas, médias e
c) convectiva – Atingindo altitudes elevadas, a altas latitudes.
temperatura aumenta e o vapor se condensa e) a diferença de temperatura do ar atmosféri-
em gotículas que permanecem em suspen- co exerce uma função muito importante na
são. O ar fica mais denso, desce frio e seco formação de áreas de baixa e alta pressão

Geografia
para a superfície e inicia novamente o ciclo atmosférica, porém não interfere no movi-
convectivo. Após a precipitação, o céu fica mento das massas de ar e dos ventos.
claro novamente.
14. (Ufla – 2010) As colunas a seguir apresentam ele-
d) de verão ou convectiva – São causadas pela
mentos climáticos e fatores climáticos. Associe
ascensão ou pela descida lenta (subsidên-
as duas colunas.
cia) do ar. O ar mais próximo da superfície
Coluna I Coluna II
terrestre se aquece e ascende na atmosfera
ao atingir camadas mais frias da troposfera. ( ) Altitude
O vapor d’água se condensa, formam-se I – Elementos climáticos ( ) Pressão atmosférica
( ) Chuvas
nuvens e chove. Geralmente são chuvas tor- II – Fatores climáticos ( ) Correntes marítimas
renciais de curta duração acompanhadas de ( ) Latitude
raios e trovões.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência
e) frontal – Geralmente ocorre em zonas de correta.
contato entre duas massas de ar com carac- a) II – I – I – II – II
terísticas semelhantes. Logo, inicia processo b) I – I – II – I – I
de condensação do vapor e a precipitação c) II – II – I – I – I
da água na forma de chuva. d) I – II – I – II – II
33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

15. (UPE – 2011) A fotografia reproduzida a seguir a) As cidades de Belém e Teresina encontram-
mostra, com muita clareza, um importante fenôme- -se em mesma longitude, portanto não
no investigado pela Geografia Física. Assinale-o. apresentam diferenças significativas nos va-
lores de temperatura durante o ano.
b) Mesmo localizadas na zona intertropical, as
duas cidades analisadas apresentam com-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
portamento diferenciado quanto ao regime
das chuvas, uma vez que a estação climá-
tica do inverno de Teresina é mais seca que
a de Belém.
c) A altitude é um fator determinante nos valo-
res de precipitação; isso explica a redução
da quantidade de chuvas entre os meses de
a) Formação de ciclones tropicais nas Antilhas.
junho a outubro nas duas cidades analisa-
b) Gênese de chuvas frontológicas nas áreas
das, localizadas na região costeira do País.
de exceção.
d) Constata-se no gráfico que a amplitude tér-
c) Formação de precipitações por imposição mica anual para Belém e Teresina é grande
orográfica. em virtude da proximidade ao Equador.
d) Avanço de ciclones extratropicais. e) Na estação climática do verão, tanto para Belém
e) Desenvolvimento de nuvens estratificadas, como para Teresina, observam-se temperaturas
decorrentes de uma ação anticiclônica. mais elevadas e baixo nível de precipitação.
16. (UFPA – 2011) Os gráficos apresentados fo- 17. (UEPB – 2011) Associe os fenômenos climáticos
ram elaborados pelo Instituto Nacional de citados na coluna 1 às suas respectivas caracte-
Meteorologia (INMET) e representam as dife- rísticas descritas na coluna 2.
rentes situações climáticas em duas capitais
brasileiras, Belém (PA) e Teresina (PI). Coluna 1
(I) El Niño
(II) Circulação geral da atmosfera
(III) Monções
(IV) Alísios
(V) Contra-alísios
Precip. Coluna 2
( ) Ventos que se deslocam das áreas de alta
pressão localizadas nos trópicos para as
temp. zonas de baixa pressão do Equador. Tais
ventos são de nordeste no Hemisfério Norte
e de sudeste no Hemisfério Sul; na sua zona
de convergência são responsáveis pelos
maiores índices pluviométricos do Planeta.
( ) Mecanismo global proveniente do aque-
cimento desigual da superfície terrestre
através do qual o calor é distribuído pelo
Planeta e possibilita a formação das gran-
des zonas climáticas.
Precip.
( ) Ventos secos que perderam umidade e se
aqueceram na zona equatorial, de onde
temp. retornam aos trópicos, latitude na qual
contribuem para a formação da maioria
dos grandes desertos do Planeta.
( ) Aquecimento das águas do Pacífico Sul,
Considerando o conhecimento acerca desse de causas ainda não conhecidas, com
assunto e interpretando as informações apresen- consequências globais ao provocar seca
tadas, indique qual das alternativas corresponde em algumas regiões do Planeta e precipi-
à análise correta sobre os gráficos. tações excessivas em outras.
34
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

( )
Ventos sazonais que mudam de direção a) apesar de estarem em latitudes similares,
em função da alternância entre as áreas de Yakutsk apresenta uma amplitude térmica
alta e de baixa pressão atmosférica (conti- muito maior que Hamburgo, pois em Yakutsk
nental e oceânica) e definem uma estação a radiação anual é significativamente maior
seca e outra chuvosa em grandes regiões que em Hamburgo.
tropicais e subtropicais do Planeta. b) a média de temperatura é praticamente

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
constante em Manaus, porque apesar das
A sequência correta da enumeração é: grandes variações de insolação duran-
a) IV, II, V, I, III. d) V, II, IV, I, III. te inverno e verão, a umidade e a Floresta
b) III, II, I, V, IV. e) I, III, II, IV, V. Amazônica permitem a maior conservação
c) II, I, III, V, IV. da energia.
c) Assuan apresenta uma amplitude térmica
18. (Unicamp – 2011) Na figura a seguir podem ser menor que Manaus, pois está situada no de-
observadas médias térmicas mensais de algu- serto do Saara (Egito), onde as temperaturas
mas cidades indicadas no mapa-múndi. Entre durante o dia são muito elevadas, mas, à
as cidades há uma significativa diferença entre noite, sofrem quedas bruscas.
temperaturas máximas e mínimas mensais. É d) apesar de estarem em latitudes similares,
correto afirmar que: Yakutsk apresenta uma amplitude térmica
muito maior que Hamburgo, pois em Yakutsk
o efeito da continentalidade é mais pronun-
ciado que em Hamburgo, onde predomina a
ação da maritimidade.

19. (Unicamp – 2011) Segundo a base de dados inter-


nacional sobre desastres, da Universidade Católica
de Louvain, Bélgica, entre 2000 e 2007, mais de 1,5
milhão de pessoas foram afetadas por algum tipo de
desastre natural no Brasil. Os dados também mostram
que, no mesmo período, ocorreram no País cerca de
36 grandes episódios de desastres naturais, com pre-
juízo econômico estimado em mais de US$ 2,5 bilhões.
MAFFRA, C.Q.T.; MAZZOLA, M. Vulnerabilidade ambiental: desastres naturais ou
fenômenos induzidos?. In: Vulnerabilidade ambiental. Brasília:
Ministério do Meio Ambiente, 2007. p. 10. (Adaptado).

É possível considerar que, no território nacional:


a) os desastres naturais estão associados dire-
tamente a episódios de origem tectônica.

Geografia
b) apenas a ação climática é o fator que jus-
tifica a marcante ocorrência dos desastres
naturais.
c) a concentração das chuvas e os processos
tectônicos associados são responsáveis pe-
los desastres naturais.
d) os desastres estão associados a fenôme-
nos climáticos potencializados pela ação
antrópica.

20. (UFMS – 2010) Uma das possíveis causas para o de-


saparecimento do Airbus A330 da Air France, que saiu
do Rio de Janeiro com destino a Paris, é a condição
climática da região onde o avião teria desaparecido.
Trata-se da zona de convergência intertropical (ZCIT),
onde há formação de muitas áreas de instabilidade,
com raios e tempestades.
O Estado de S. Paulo, 1.º jun. 2009.
35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Sobre as condições climáticas que envolveram esse acidente aéreo, é correto afirmar:
01) As tempestades foram provocadas por chuvas frontais, decorrentes do choque de uma massa de
ar polar de alta intensidade com uma massa de ar equatorial, sob alta pressão atmosférica na zona
intertropical e baixa temperatura do mar, o que permitiu um acúmulo de umidade nas mais altas
altitudes.
02) As condições climáticas adversas foram ocasionadas pelo efeito estufa, que provocou o aquecimento

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
rápido das águas do oceano, associado à convergência dos ventos alísios que formaram nuvens car-
regadas na altura do Equador dissipando-se na altitude do voo do avião.
04) As tempestades formadas foram provocadas por chuvas convectivas, decorrentes da ascensão ver-
tical da massa de ar carregada de umidade que, ao atingirem as mais altas altitudes, se resfriaram,
condensaram e precipitaram, sob forte instabilidade, e foi justamente na altitude de 11 000 m em que
o avião estava, que ele cruzou com essas tempestades.
08) A convergência dos ventos alísios, que diminuíram a pressão do ar na região do acidente, favoreceu
a formação de nuvens carregadas na direção do Equador, comparando-se a um ciclone com fortes
ventos circulares que se formaram sobre as águas quentes do Oceano Atlântico.
16) As tempestades intertropicais foram formadas pelas nuvens cúmulos nimbo; quanto mais altas
são essas nuvens, mais forte é a tempestade (tempestade elétrica), e os ventos podem chegar a até
200 km/h.
Soma ( )

21. (Mackenzie – 2010) Observando o mapa, considere as afirmações I, II e III abaixo.


Planisfério Clima e Correntes Marítimas

I. A corrente de Humboldt, no Hemisfério Sul, é muito fria, ocasionando queda da temperatura nas
áreas litorâneas, o que favorece o fenômeno da ressurgência e a formação do deserto de Atacama.
II. A corrente da Califórnia é quente, o que colabora com as altas temperaturas nas porções litorâneas,
onde aparecem as estepes. É, ainda, responsável também pela formação do deserto da Califórnia.
III. A corrente do Golfo, por ser quente, impede o congelamento do Mar do Norte e ameniza os rigores
climáticos do inverno na porção ocidental da Europa.
Dessa forma:
a) apenas I e II estão corretas.
b) apenas II e III estão corretas.
c) apenas I e III estão corretas.
d) apenas I está correta.
e) apenas II está correta.
36
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

22. (PUC Minas – 2010) O mapa representa a amplitude térmica anual (em °C) global. Sobre a sua leitura,
não se pode afirmar que:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) as amplitudes térmicas são maiores no Hemisfério Norte, porque a concentração de terras nesse
hemisfério as acentua.
b) as amplitudes térmicas são mais baixas no Hemisfério Sul em função da predominância de oceanos,
condicionando maior retenção de energia pela água.
c) as amplitudes térmicas são iguais sobre oceanos e continentes.
d) as amplitudes térmicas não são derivadas diretamente da exposição à insolação.

23. (UEM – 2010) Sobre os fatores e processos que condicionam o clima, assinale o que for correto.
01) O principal fator de diferenciação das zonas climáticas (polar, temperada e tropical) é a variação
longitudinal que condiciona a quantidade de radiação solar recebida pela superfície.
02) Quanto maior é a altitude, o ar se torna mais rarefeito, com uma maior concentração de gases, o que
gera uma diminuição da umidade e um aumento da temperatura.
04) A maior concentração de terras emersas ocorre no Hemisfério Norte o que reduz, de maneira geral,
as oscilações térmicas, comparando-se com o que ocorre no Hemisfério Sul.
08) O planeta Terra não é aquecido uniformemente, tanto ao longo da sua superfície quanto ao longo
do tempo (ano), e isso condiciona a circulação atmosférica com a produção de centros de alta e de
baixa pressão, que se alteram continuadamente.
16) Os principais tipos de chuva são: frontal, orográfica e convecção. A chuva orográfica é produzida
pelo efeito do relevo, que obriga a massa de ar a se elevar, quando barrada por ele. É uma chuva, em
geral, localizada, intermitente e fina.

Geografia
Soma ( )

ANOTAÇÕES

37
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Principais classificações
climáticas
O

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
entendimento e a caracterização do clima de um lugar dependem do estudo e
do comportamento do tempo durante pelo menos 30 anos: das variações da
temperatura e da umidade, do tipo de precipitação (chuvas, neve ou granizo), da suces-
são das estações úmidas e secas, entre outros. Por essa razão, o clima é definido por
Max Sorre como:

“sucessão habitual dos tipos de tempo em determinado local da superfície terrestre”,


enquanto o tempo é apenas o estado da atmosfera.

São inúmeras as classificações climáticas, considerando que são diversos fatores que
influenciam no clima. A seguir é apresentado um estudo relacionando o clima à realidade
em que o Brasil está inserido.
 Jukka Heinovirta/123RF  Maciej Zych/123RF

 jezper/123RF  Daniel DePetro/123RF

38
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

LEITURA

Unidades Climáticas Brasileiras


Considerando a extensão do território brasileiro, que se estende desde aproximados 32° de latitude Sul até 5° de latitude norte, é natural
encontrarmos uma diversidade de tipos climáticos que variam desde climas quentes e secos/úmidos a climas frios e úmidos. Também se

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
faz necessário considerar a variação altimétrica que varia de próximo de 0 metro em grande extensão da planície litorânea a 3 014 metros
(revisto para 2 993,78 m) no Pico da Neblina (AM). Não bastasse a variação latitudinal (norte a sul) e altimétrica alia-se a essa diversidade de
fatores que influenciam os climas do Brasil o efeito da maritimidade/continentalidade pela presença de extensa massa de águas a leste do
continente (Oceano Atlântico).
A exemplo a amplitude térmica média no mês de julho em Salvador (BA) é de 4,8 °C e em Cuiabá (MT) é de 15,2 °C (INMET, 1992). Vale
lembrar que ambas as localidades estão em latitudes próximas. Aliada a esses fatores encontra-se uma dinâmica de circulação atmosférica
onde as massas de ar transportam as características das regiões de origem para outras regiões, a exemplo da massa polar atlântica (mPa)
que, predominante, nos meses do inverno avançam pelo Centro-Sul do Brasil promovendo reduções significativas da temperatura do ar.
As classificações climáticas podem ser efetuadas por meio de índices climáticos ou baseando-se na paisagem natural. O segundo
critério baseia-se no fato de a vegetação ser um integrador dos estímulos do meio ambiente e serviu de base para as primeiras classificações
quando ainda não se tinham registros dos elementos do clima em grande parte do território nacional, principalmente as regiões geográficas
do Centro-Oeste, Norte e parte ocidental do Nordeste.
Qual seria a classificação que melhor integre todos esses fatores e elementos do clima? Para resolver esse embate, optou-se pelo uso
da classificação das unidades climáticas brasileiras proposta pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não afirmando que esta
seja a melhor proposta encontrada na literatura.

Baseado em medidas de chuva e temperatura

Geografia

39
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Baseado na cobertura vegetal original proposta por Wilhem Köppen

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Significado dos símbolos da classificação de Köppen:
Primeira letra – Maiúscula, representa a característica geral do clima de uma região.
• A – Clima quente e úmido
• B – Clima árido ou semiárido
• C – Clima mesotérmico (subtropical e temperado)
Segunda letra – minúscula, representa as particularidades do regime de chuva.
• f – Sempre úmido
• m – Monçônico e predominantemente úmido
• s – Chuvas de inverno
• s’ – Chuvas do outono e inverno
• w – Chuvas de verão
• w’ – Chuvas de verão e outono
Terceira letra – Minúscula, representa a temperatura característica de uma região:
• h – Quente

40
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

• a – Verões quentes
• b – Verões brandos
• Exemplo: clima tipo Cfa – clima mesotérmico, sempre úmido e de verões quentes.
Podemos encontrar nos livros didáticos, em uma linguagem mais adequada ao nível de escolaridade, outros mapas climáticos mais
simplificados, como veremos a seguir.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Geografia

Fonte: Atlas geográfico escolar – Maria Elena Simielli/Mário de Biasi.

41
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Brasil – Clima (classificação de Arthur Strahler)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
As massas de ar que interferem mais diretamente na distribuição do clima brasileiro são a Equatorial continental
(mEc), a Equatorial atlântica (mEa), a Tropical continental (mTc), a Tropical atlântica (mTa) e a Polar atlântica (mPa). De
acordo com a classificação climática de Arthur Strahler, predominam no Brasil cinco grandes climas, a saber:

42
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

• Clima equatorial úmido da convergência dos alísios, que engloba a Amazônia;


• Clima tropical alternadamente úmido e seco, englobando grande parte da área central do País e do litoral do meio-norte;
• Clima tropical semiárido tendendo a ser seco pela irregularidade da ação das massas de ar, englobando o sertão nordestino e o
vale médio do Rio São Francisco;
• Clima litorâneo úmido exposto às massas tropicais marítimas, englobando estreita faixa do litoral leste e nordeste;

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
• Clima subtropical úmido das costas orientais e subtropicais, dominado largamente por massa tropical marítima, englobando a
Região Sul do Brasil.

CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA SEGUNDO THORNTHWAITE


Considera, além da temperatura e da precipitação, os elementos do balanço hídrico:
• DEF – Deficiência Hídrica do Solo
• EXC – Excedente Hídrico do Solo
• ETP – Evapotranspiração Potencial (transferência de água para a atmosfera por evaporação e transpiração)

Geografia
O climograma de Gaussen
Mês seco é considerado aquele em que o total mensal das precipitações é igual ou menor que o dobro da temperatura média, ou seja,
matematicamente expressamos como sendo:
• Mês seco: P = ou < 2xT
• Onde P é a precipitação (mm) e T é a temperatura do ar (ºC).
Exemplo: um mês com temperatura media de 30 °C e chuva de 50 mm é considerado um mês seco.

43
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Sentelhas, 2006. (Adaptado).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
OCEANO
Aw ATLÂNTICO
EQUADOR

Am
Af
Af

Aw
Am
Bsh Am
Aw
Am

Af
Am

Cwa
Cwb

Cfb
Cfb TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO

Cfa

Cfb OCEANO
ATLÂNTICO

GALVANI, Emerson. Laboratório de Climatologia e Biogeografia da USP.


Disponível em: <http://www.geografia.fflch.usp.br/graduacao/apoio/Apoio/Apoio_Emerson/Unidades_Climaticas_Brasileiras.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2014.

44
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Ação antrópica sobre o COMPETÊNCIA HABILIDADE

clima
6 27 - 30

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
E mbora na atualidade se fale muito sobre a interferência humana nos aspectos
naturais do Planeta, desde a Antiguidade o homem sempre causou impactos
sobre o seu habitat.
Nos primórdios da civilização, a atuação humana não foi significante e ocorreu
uma submissão parcial ao meio, ao caçar e colher vegetais. Porém, com alguns proce-
dimentos impróprios, o homem já interferia em algumas cadeias alimentares.
Com a introdução da agricultura, há aproximadamente 10 mil anos a.C., esse impacto
aumentou com práticas agrícolas inadequadas, poluição do ar pela queima de áreas ver-
des, poluição do solo e da água, entre outros.
Dessa forma, gradativamente, as interferências humanas aumentaram e, notada-
mente, esse processo ocorreu em paralelo ao crescimento populacional e à expansão
da sociedade de consumo.
O termo poluição vem do latim poluere e significa “sujar”. As alterações que influem
nos ecossistemas naturais são derivadas da introdução e do uso de substâncias artificiais
e nocivas ao ar atmosférico.
A poluição do ar é um dos problemas mais relevantes nos dias de hoje e tem pro-
vocado sérias modificações no clima, causando um desequilíbrio nas proporções e na
composição do ar atmosférico e anexando a este substâncias estranhas e nocivas, como
o monóxido de carbono, o dióxido de enxofre e os hidrocarbonetos.

LEITURA

Geografia
Fontes de poluição atmosférica Existem ainda as fontes fixas naturais, como maresia e vulcanismo,
que também podem influenciar a composição do ar.
Uma pessoa adulta inspira cerca de 10 mil litros de ar por dia.
Este valor varia em função da atividade física de cada um. Em geral, Fontes móveis – Os veículos automotores, juntamente com os
não é necessário, nem possível, corrigir a composição do ar que se trens, aviões e embarcações marítimas, são as chamadas fontes
respira, sendo esta a principal diferença entre o consumo de ar e o móveis de poluentes atmosféricos. Os veículos se destacam nas
consumo de água. A água passa por um tratamento prévio, o que a cidades como as principais fontes poluidoras e são divididos em:
torna um produto industrial para ser consumido. O ar, ao contrário, leves de passageiro (utilizam principalmente gasolina ou álcool
deve ser consumido exatamente como existe na natureza, in natura. como combustível); leves comerciais (utilizam gás natural veicular
Por este motivo, é muito importante que a sociedade entenda e res- (GNV) ou óleo diesel); e veículos pesados (somente de óleo diesel).
peite as medidas de preservação da qualidade do ar. Os poluentes podem ser divididos, de acordo com sua origem,
O ser humano, ao interagir com o meio ambiente, produz em duas categorias.
resíduos que podem poluir o ar. A poluição atmosférica pode ser – Poluentes primários: aqueles diretamente emitidos pelas fontes.
causada por fontes fixas ou móveis, dependendo dos processos – Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através
que liberam os poluentes no ar. da reação química entre poluentes primários e os constituintes
Fontes fixas – As indústrias são as fontes mais significativas, naturais da atmosfera.
ou de maior potencial poluidor. Também se destacam as usinas
FONTES de poluição ambiental. Instituto Ambiental do Paraná. Disponível em:
termoelétricas, que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, bem <http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=130>.
como os incineradores de resíduos, com elevado potencial poluidor. Acesso em: 21 nov. 2014.

45
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Poluição atmosférica e Efeito estufa


fenômenos climáticos Efeito estufa
A poluição do ar nas grandes cidades A - A radiação solar atravessa a atmosfera. A maior parte da radiação é
absorvida pela superfície terrestre e aquece-a.
é causada principalmente pelo lançamento

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
B - Alguma da radiação solar é refletida pela Terra e pela atmosfera, de
de gases tóxicos e de matérias particuladas volta ao espaço.

C - Parte da radiação infravermelha (calor) é refletida de novo e absorvida


na atmosfera. Os gases lançados pelos pela camada de gases de estufa que envolve o Planeta. O efeito é o
aquecimento da superfície terrestre e da atmosfera.
veículos são os principais poluentes das
áreas urbanas. A situação é agravada
pelas emissões advindas de atividades
industriais e usinas termelétricas. C
B
Algumas cidades estabeleceram nor- A

mas para reduzir a quantidade de veículos ATMO


SFE
RA

em circulação, como o sistema de rodízio.


Parte da frota de veículos não pode circu-
lar em determinado dia da semana, o que
é definido pelo número final de suas pla-
cas. Em outros casos, o acesso às áreas
Os raios da luz solar atravessam a
centrais da cidade é permitido somente
­atmosfera que envolve a Terra e atingem
mediante o pagamento de taxas (cha-
a superfície terrestre, transformando-se
madas de pedágios), como ocorre em
em calor. Cerca de 65% dessa energia fica
Londres, no Reino Unido. A eficácia des-
retida na Terra e 35% é refletida de volta para
sas medidas, contudo, é reduzida. Não o espaço. Essa energia refletida encon-
se deve encarar o rodízio ou a restrição à tra uma barreira na atmosfera, feita por
circulação de veículos em áreas centrais gases especiais que têm a propriedade de
como solução para a poluição atmosfé- absorver calor. A essa retenção parcial
rica, já que tem apenas efeito paliativo. de energia chamamos de efeito estufa.
Trata-se de um fenômeno natural, que
desempenha função decisiva para a vida
em nosso planeta, pois garante uma tem-
peratura média constante e adequada à
vida. Mas o aumento dos gases de efeito
estufa (GEE) na atmosfera faz que essa
retenção de energia seja maior, provo-
cando, portanto, um aumento de calor.
Esses gases são o dióxido de car-
bono (CO2), o metano, o ozônio e o óxido
nitroso, resultantes, principalmente, da
queima de combustíveis fósseis, como o
petróleo e o carvão mineral.

46
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

SAIBA MAIS

A corrente cética
As explicações sobre as causas do aumento da temperatura global não são aceitas em todo o mundo; há
cientistas que questionam seus fundamentos. Eles alegam que a temperatura média da Terra subiu e desceu

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
várias vezes desde sua formação, e isso pode estar ocorrendo novamente neste momento. Ou seja, essa variação
de temperaturas do Planeta supostamente faz parte de um ciclo natural, no qual o clima alterna períodos muito
quentes e eras glaciais.
Além disso, essa corrente cética afirma que, mesmo que exista uma tendência para o aquecimento, ela está
mais ligada aos fatores naturais do que à ação humana. O clima seria mais influenciado pelas glaciações, pelo vul-
canismo e por fenômenos astronômicos. Esses estudiosos também contestam a capacidade científica de prever
com antecedência de décadas como será o clima da Terra.

O buraco na De acordo com um boletim da Orga-


nização Meteorológica Mundial (OMM)
Constantemente nos
perguntamos o porquê
camada de ozônio e do programa de proteção ao meio
de o “buraco” aparecer
em grandes proporções
O ozônio está presente na estratos- ambiente da ONU, esse processo deve sobre a Antártida.
diminuir por causa das medidas que estão Pelo mecanismo dos
fera e serve para filtrar os raios ultravioleta,
ventos, nessa região,
que, com a sua intensidade, são nocivos sendo adotadas e desaparecer até o ano
as correntes deslocam-
ao seres humanos, causando vários tipos de 2050. se em círculo, o que
de doença. Nasa impede que as outras
camadas, com menor
Em 1979, cientistas observaram os
concentração de ozônio,
primeiros indícios de que a concentração circulem livremente.
de ozônio sobre a Antártida estava se tor- Associado a esse
nando rarefeita. Foi descoberto o famoso fato, a Antártida, nos
“buraco na camada de ozônio”. meses compreendidos
entre setembro e
Outros estudos mais aprofundados dezembro, tem grande
perceberam que a causa estava asso- incidência da luz
ciada aos gases CFC (clorofluorcarbonos), solar, o que reforça
utilizados comercialmente em diversos pro- a ação destruidora
do cloro.
dutos como aerossóis, espumas plásticas,
geladeiras, aparelhos de ar-condicionado,
esterilizantes para equipamentos hospita-
lares, entre outros.

Geografia
No fim do século XX, observou-se que
uma área de 40 milhões de quilômetros
quadrados, equivalente a 15% de toda a
superfície do Planeta, havia sido afetada.
Em 1987, um encontro de vários países
foi realizado em Montreal (Canadá), com
a finalidade de debater propostas para Chuva ácida
reduzir o uso de CFCs. Foi denominado
Em regiões urbanizadas e industriali-
Protocolo de Montreal para a proteção da
zadas, a combinação de gás carbônico e
Camada de Ozônio.
água presente na atmosfera produz o ácido
De lá até agora, algumas medidas
foram adotadas e, após a diminuição e carbônico (H2CO2), que, ao se condensar,
a substituição do uso de CFCs em gela- formando as nuvens, se precipita sob a
deiras, aparelhos de ar-condicionado e na forma de chuva ácida. A intensa emissão
fabricação de plásticos e tintas, tem sido de poluentes resultantes dos transportes
observada uma redução na agressão a e de outras fontes de combustão também
essa camada. contribuem para acentuar o fenômeno.
47
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

CHUVA ÁCIDA
OCEANO GLACIAL ÁRTICO Chuva ácida
pH < 4,0
66º32'30" Círculo Polar Ártico (mais ácido)
! Moscou pH 4,0 a 4,5
!
Londres!
45º
pH 4,5 a 5,0
(menos ácido)
!
Nova Iorque

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
!
Pequim ! ! ! Tóquio
!
!
! Poluição do ar
23º27'30" Trópico de Câncer !
! Délhi Cidades com maior
! !
! nível de poluição
OCEANO
!
! ! Manila
PACÍFICO Áreas de risco
0º Equador
!
em potencial
OCEANO
OCEANO OCEANO
!
ÍNDICO
PACÍFICO ATLÂNTICO
23º27'30" Trópico de Capricórnio
! !

Greenwich
45º

66º32'30" Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO


0 2 950 km 5 900 km

180º 135º 90º 45º 0º 45º 90º 135º 180º Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

As chuvas ácidas ocorrem com maior frequência nos países industrializados do


Hemisfério Norte, principalmente no nordeste da América do Norte e na Europa Ocidental,
porém, muitas vezes, provocam problemas além das áreas originais. A Escandinávia,
por exemplo, sofre a influência dos poluentes emitidos pelas indústrias da França, da
Alemanha e do Reino Unido.
A consequência imediata desse processo se dá por sua alta capacidade de corrosão
de metais, pinturas e monumentos históricos. Também se observam outras implicações,
como o desgaste da cera natural que recobre as folhas da vegetação, o que modifica a
formação do húmus e empobrece os solos, promovendo a destruição da flora aquática;
e como o que vem ocorrendo com alguns lagos canadenses em função da acidificação
de suas águas.
©Nino Barbieri/Creative Commons

Destruição de monumentos históricos em decorrência da chuva ácida.


48
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

Inversão térmica
Esse fenômeno pode ocorrer em todo
o Planeta, mas é mais comum em locais Sem inversão Sem a inversão
térmica, a temperatura
onde o solo concentra grande calor durante do ar diminui
Poluentes
o dia e o perde rapidamente à noite, parti- gradativamente com
a altitude, e a fumaça
cularmente durante os meses de inverno.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de fábricas e veículos
Acontece quando há queda de temperatura sobe e se dispersa,

Altitude
pois é mais quente
próximo ao solo, com níveis abaixo de 4 °C, que o próprio ar.
e por esse motivo o ar frio fica impedido de
se elevar, concentrando partículas de polui-
Temperatura
ção, enquanto as camadas superiores ficam
ocupadas com o ar mais quente, que não Com a inversão térmica, a
Com inversão temperatura do ar aumenta
consegue descer. abruptamente na chamada
“camada de inversão”; essa
O fenômeno, conhecido como in- camada “abafa” a fumaça e
Camada de inversão térmica “sufoca” a cidade, causando
versão térmica, provoca problemas respi-
problemas de saúde para os
ratórios, alérgicos e de irritação nos olhos. seus habitantes.
Altitude

Acontece principalmente no fim da madru-


gada. À medida que amanhece, o fenômeno
tende a desaparecer em função do retorno
Temperatura
da circulação normal da atmosfera.

SAIBA MAIS

Ilhas de calor
É o nome que se dá a um fenômeno climático que ocorre principalmente nas cidades com elevado grau de
urbanização. Nessas cidades, a temperatura média costuma ser mais elevada que nas regiões rurais próximas.
Para entendermos melhor esse fenômeno climático, podemos usar como exemplo a cidade de São Paulo,
que é considerada uma ilha de calor. Como a cidade tem grande concentração de asfalto (ruas, avenidas) e
concreto (prédios, casas e outras construções), concentra mais calor, fazendo que a temperatura fique acima da
média dos municípios da região. A umidade relativa do ar também fica baixa nessas áreas.

Serra da Cantareira Área de


18oC a 20oC reserva florestal SÃO PAULO

Bom Retiro No centro de São Paulo, há registro Geografia


de apenas 0,6% de cobertura vegetal
30oC em determinados pontos
Itaquera Itaquera tem pouquíssimas praças
e toda a zona leste tem muita
29oC construção

Rua 25 de Março Além de estar na região central, a 25 de Março


tem alta concentração de pessoas, o que
32oC a 33oC também pode ser causa da temperatura elevada

Morumbi O Morumbi é um dos melhores bairros


da cidade. Com cerca de 40% de
26oC vegetação.

49
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Outros fatores que favorecem o aquecimento da temperatura em São Paulo são: pouca quantidade de verde
(árvores e plantas) e alto índice de poluição atmosférica, que favorece a elevação da temperatura.
A formação e presença de ilhas de calor no mundo são negativas para o meio ambiente, pois favorecem a
intensificação do fenômeno do aquecimento global.
De maneira geral, as ilhas de calor ocorrem nos centros das grandes cidades devido aos seguintes fatores:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
• Elevada capacidade de absorção de calor de superfícies urbanas como o asfalto, paredes de tijolo ou
concreto, telhas de barro e de amianto;
• Falta de áreas revestidas de vegetação, prejudicando o albedo, o poder refletor de determinada superfí-
cie (quanto maior a vegetação, maior é o poder refletor) e logo levando a uma maior absorção de calor;
• Impermeabilização dos solos pelo calçamento e desvio da água por bueiros e galerias, o que reduz o
processo de evaporação, assim não usando o calor, e sim absorvendo;
• Concentração de edifícios, que interfere na circulação dos ventos;
• Poluição atmosférica que retém a radiação do calor, causando o aquecimento da atmosfera (efeito
estufa);
• Utilização de energia pelos veículos de combustão interna, pelas residências e pelas indústrias, aumen-
tando o aquecimento da atmosfera.
Devido a esses fatores, o ar atmosférico na cidade é mais quente que nas áreas que circundam esta cidade.
Por exemplo, em um campo de cultivo que situa-se nas redondezas de uma grande cidade, há absorção de
75% de calor enquanto no centro dessa cidade a absorção de calor chega a significativos 98%! O nome ilha de
calor dá-se pelo fato de uma cidade apresentar em seu centro uma taxa de calor muito alta, enquanto em suas
redondezas a taxa de calor é normal. Ou seja, o poder refletor de calor de suas redondezas é muito maior do que
no centro dessa cidade.

Medidas para evitar a formação das ilhas de calor urbanas:


• Plantio de árvores em grande quantidade nas grandes cidades. Criação de parques e preservação de
áreas verdes.
Medidas para diminuir a poluição do ar:
• Diminuição e controle da emissão de gases poluentes pelos veículos e controle de poluentes emitidos
por indústrias.

O que são ilhas de calor? Dia a dia educação. Secretaria de Educação do Paraná. Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/
modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=244>. Acesso em: 21 nov. 2014.

50
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

LEITURA

Protocolo de Kyoto
Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente esta-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
belecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países
industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em
pleno desenvolvimento.
Diante da efetivação do Protocolo de Kyoto, metas de redução de gases foram implantadas, algo em torno
de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012. O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade
japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na reunião, oitenta e quatro países se dispuseram a
aderir ao protocolo e o assinaram, dessa forma, comprometeram-se a implantar medidas com intuito de diminuir
a emissão de gases.
As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados de
redução para os 38 países que mais emitem gases, o protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases
dos países que compõe a União Europeia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%. Países em
franco desenvolvimento como Brasil, México, Argentina, Índia e, principalmente, China, não receberam metas de
redução, pelo menos momentaneamente.
O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases, mas também incentiva
e estabelece medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos
impacto. Diante das metas estabelecidas, o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, desligou-se em
2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país.

As etapas do Protocolo de Kyoto


Em 1988, ocorreu na cidade canadense de Toronto a primeira reunião com líderes de países e classe
científica para discutir sobre as mudanças climáticas, na reunião foi dito que as mudanças climáticas têm
impacto superado somente por uma guerra nuclear. A partir dessa data foram sucessivos anos com elevadas
temperaturas, jamais atingidas desde que iniciou o registro.
Em 1990, surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), primeiro mecanismo de
caráter científico, tendo como intenção alertar o mundo sobre o aquecimento do planeta, além disso, ficou
constatado que alterações climáticas são principalmente provocadas por CO2 (dióxido de carbono) emitidos
pela queima de combustíveis fósseis.
Em 1992, as discussões foram realizadas na Eco-92, que contou com a participação de mais de 160

Geografia
líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climáticas.
Na reunião, metas para que os países industrializados permanecessem no ano de 2000 com os mesmos
índices de emissão do ano de 1990 foram estabelecidas. Nesse contexto, as discussões levaram à conclusão
de que todos os países, independentemente de seu tamanho, devem ter sua responsabilidade de conserva-
ção e preservação das condições climáticas.
Em 1995, foi divulgado o segundo informe do IPCC declarando que as mudanças climáticas já davam
sinais claros, isso proveniente das ações antrópicas sobre o clima. As declarações atingiram diretamente os
grupos de atividades petrolíferas, que rebateram a classe científica alegando que eles estavam precipitados e
que não havia motivo para maiores preocupações nessa questão.
No ano de 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, essa convenção serviu para firmar o compromisso,
por parte dos países do norte (desenvolvidos), em reduzir a emissão de gases. No entanto, não são concretos
os meios pelos quais serão colocadas em prática as medidas de redução e se realmente todos envolvidos
irão aderir.
Em 2004 ocorreu uma reunião na Argentina que fez aumentar a pressão para que se estabelecessem
metas de redução na emissão de gases por parte dos países em desenvolvimento até 2012.

51
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

Mikhail Olykaynen/123RF

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O ano que marcou o início efetivo do Protocolo de Kyoto foi 2005, vigorando a partir do mês de fevereiro.
Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, cresceu a possibilidade do carbono se tornar moeda de troca.
O mercado de créditos de carbono pode aumentar muito, pois países que assinaram o Protocolo podem
comprar e vender créditos de carbono.
Na verdade, o comércio de carbono já existe há algum tempo, a bolsa de Chicago, por exemplo, já nego-
ciava os créditos de carbono ao valor de 1,8 dólares por tonelada, já os programas com consentimento do
Protocolo de Kyoto conseguem comercializar carbono com valores de 5 a 6 dólares a tonelada.
FREITAS, Eduardo de. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/protocolo-kyoto.htm>. Acesso em: 22 jan. 2015.

ATIVIDADES
01. (UEPG) A camada da atmosfera terrestre mais próxima da superfície, onde ocorrem os fenômenos mete-
orológicos, é conhecida como:
a) estratosfera.
b) termosfera.
c) magnetosfera.
d) ionosfera.
e) troposfera.

02. Assinale o que for correto sobre a atmosfera que envolve a Terra marcando (V) nas afirmativas verdadei-
ras ou (F) nas falsas.
( ) À medida que atingimos maiores altitudes do relevo, as qualidades do ar que respiramos vão se alte-
rando: o oxigênio, por exemplo, passa a ocorrer em menor proporção, a pressão do ar é mais baixa
e a temperatura diminui.
( ) A distribuição de energia solar varia de acordo com a latitude e a altitude. Em altas latitudes e bai-
xas altitudes, a quantidade de calor é maior, enquanto em baixas latitudes e altitudes mais elevadas
a temperatura é menor.
( ) As principais correntes de circulação atmosférica da Terra criam-se pelo deslocamento do ar das
zonas de alta pressão para as zonas de baixa pressão.
( ) As massas de ar são partes da atmosfera que possuem características particulares com referência
à pressão, à temperatura e à umidade.
( ) A maior quantidade de ozônio na atmosfera encontra-se na camada denominada troposfera.
52
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

03. (Acafe) Observe atentamente a figura e conside- 05. (PUCPR) Na atmosfera primitiva, faltava oxigênio
re as proposições. livre. A vida vegetal adicionou oxigênio à atmos-
fera e transferiu dióxido de carbono às rochas e
às águas oceânicas e continentais. A composi-
ção atual do ar atmosférico permanece estável
pelo mesmo mecanismo.
Sobre a nossa atmosfera, a alternativa incorreta é:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) a maior parte dos fenômenos climáticos ocorre
no nível mais alto da troposfera.
b) compõe-se de 78% de nitrogênio, 21% de oxi-
gênio e 1% de vapor d’água, gás carbônico,
I. Os ventos que aparecem na figura são as poluição e gases raros.
chamadas brisas marinhas. c) na atmosfera, ocorrem fenômenos meteoroló-
gicos.
II. A existência dos ventos, como os da figura,
d) a ionosfera é uma zona de cinturões ionizados
está relacionada à desigual distribuição da
que refletem ondas de rádio de volta para a
temperatura entre o mar e a terra, que pro-
Terra.
porciona diferenças de pressão.
e) o oxigênio praticamente desaparece aproxima-
III. A seta direcionada para a terra indica que a damente a 80 km de altitude.
alta pressão (AP) está no mar, que é local
mais quente que a terra. 06. (Enem) As figuras a seguir representam a va-
IV. Durante a noite, este tipo de vento perma- riação anual de temperatura e a quantidade de
nece com o mesmo sentido, pois não há chuvas mensais em dado lugar, sendo chama-
mudanças de pressões entre o mar e a terra. das de climogramas.
Assinale a opção que representa as alternativas
corretas.
a) I, II,III e IV
b) I, II e III
c) II, III e IV
d) I e II
e) I e III

04. (Enem) A adaptação dos integrantes da seleção


brasileira de futebol à altitude de La Paz foi muito
comentada em 1995, por ocasião de um torneio,
como pode ser lido no texto abaixo. Nesse tipo de gráfico, as temperaturas são re-
A seleção brasileira embarca hoje para La Paz, capi- presentadas pelas linhas e as chuvas, pelas

Geografia
tal da Bolívia, situada a 3 700 metros de altitude, onde colunas.
disputará o torneio Interamérica. A adaptação deverá Leia e analise.
ocorrer em um prazo de 10 dias, aproximadamente. O
A distribuição das chuvas no decorrer do ano,
organismo humano, em altitudes elevadas, necessita
desse tempo para se adaptar, evitando-se, assim, risco conforme mostrado nos gráficos, é um parâme-
de um colapso circulatório. tro importante na caracterização de um clima.

Placar, fev. 1995. (Adaptado).


A esse respeito, podemos dizer que a afirmativa:
a) está errada, pois o que importa é o total plu-
viométrico anual.
A adaptação da equipe foi necessária principal-
mente porque a atmosfera de La Paz, quando b) está certa, pois, juntamente com o total
comparada à das cidades brasileiras, apresenta: pluviométrico anual, são importantes as va-
a) menor pressão e menor concentração de riáveis das condições de umidade.
oxigênio. c) está errada, pois a distribuição das chuvas
b) maior pressão e maior quantidade de oxigênio. não tem nenhuma relação com a temperatura.
c) maior pressão e maior concentração de gás d) está certa, pois é o que vai definir as esta-
carbônico. ções climáticas.
d) menor pressão e maior temperatura. e) está certa, pois este é o parâmetro que defi-
e) maior pressão e menor temperatura. ne o clima de uma dada área.
53
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

07. (Enem) Um líquido, num frasco aberto, entra em


ebulição a partir do momento em que sua pres-
são de vapor se iguala à pressão atmosférica.
Assinale a opção correta, considerando a tabela,
o gráfico e os dados apresentados, sobre as se-
guintes regiões.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Natal (RN) Nível do mar
Campos do Jordão (SP) Altitude 1 628 m
Pico da Neblina (RR) Altitude 3 014 m

A temperatura de ebulição será:


a) maior em Campos do Jordão. 11. Aponte as influências que os ventos alísios e
b) menor em Natal. contra-alísios exercem sobre os climas.
c) menor no Pico da Neblina.

d) igual em Campos do Jordão e Natal.
e) não dependerá da altitude.

08. (UEPG – Adaptada) Os ventos constantes que


sopram, durante o ano todo, dos trópicos para
o Equador, onde sofrem aquecimento, for-
mando correntes convectivas ascendentes na
zona de convergência intertropical (CIT), são
denominados:
a) monções de inverno e de verão.
b) ventos polares.
c) brisas marítimas e terrestres.
d) alísios de sudeste e de nordeste.

e) ventos variáveis.
12. (PUCPR – Adaptada) Marque as alternativas que
09. (Cesgranrio – Adaptada) Apesar de o vapor
contêm os dois principais fatores geográficos res-
d’água representar apenas cerca de 1% da
massa atmosférica, sua importância para o ponsáveis por menores amplitudes térmicas.
tempo é muito grande. Sobre a importância do 01) Vegetação
vapor d’água, só não podemos afirmar correta- 02) Regime pluvial
mente que: 04) Natureza dos solos
a) quando associado à grande presença de 08) Altitude
partículas poluentes, contribui para o au-
mento das precipitações. 16) Correntes marítimas
b) interfere no conforto do homem (ar muito 32) Latitude
seco, ar muito úmido etc.). Soma ( )
c) ao absorver as radiações do Sol e da Terra,
desempenha o papel de regulador térmico. 13. (Acafe) Com relação ao clima, a alternativa ver-
d) sua quantidade na atmosfera determina a pos- dadeira é:
sibilidade de ocorrerem ou não precipitações. a) A altitude não interfere no clima das áreas
e) sua presença determina o tipo de chuva de equatoriais.
uma região, que pode ser frontal, orográfica b) A amplitude térmica é maior nas áreas próxi-
ou convectiva. mas ao mar.
10. (UFPR – Adaptada) Considerando a atuação das c) Quanto mais próximo do oceano e das gran-
massas de ar, pesquise o porquê de a Região des porções de água, maior será a umidade
Sul do Brasil ter o clima classificado como sub- relativa do ar.
tropical úmido. d) As correntes marítimas não exercem a me-
nor influência sobre o clima.

e) A continentalidade permite uma maior regu-
laridade térmica.
54
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

14. (Uerj) O que mais há na Terra é paisagem. (...) Não faltam c) Difusão do uso de energia solar e eólica.
cores a esta paisagem. (...) Tem épocas do ano em que o d) Redução da prática de queimadas e incenti-
chão é verde, outras amarelo, e depois castanho ou negro. vo de reflorestamento.
SARAMAGO, José. Levantado do chão. Lisboa: Caminho, 1979. e) Redução do consumo de carvão e petróleo.
O tipo climático que, por sua bem definida suces-
18. (UEPG – Adaptada) A elevada quantidade de
são das quatro estações do ano, provavelmente

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
poeira e fuligem no ar das grandes cidades pode
inspirou o autor, denomina-se:
funcionar como um filtro ao impedir que parte da
a) polar.
radiação solar atinja a superfície.
b) equatorial.
Em consequência, o ar se aquece menos, po-
c) temperado.
dendo, inclusive, ficar mais frio que o ar das
d) tropical úmido.
camadas que estão em cima. Esse fenômeno,
15. (Enem) Um dos problemas ambientais decor- que também pode ter outras causas, é conhe-
rentes da industrialização é a poluição atmos- cido como:
férica. Chaminés altas lançam ao ar, entre a) perturbação da camada de ozônio.
outros materiais, o dióxido de enxofre (SO2) b) friagem.
que pode ser transportado por muitos quilô- c) efeito estufa.
metros em poucos dias. Dessa forma, podem d) chuva ácida.
ocorrer precipitações ácidas em regiões distan- e) inversão térmica.
tes, causando vários danos ao meio ambiente
(chuva ácida). Um dos danos ao meio ambien- 19. (Vunesp) As chamadas chuvas ácidas, tão co-
te diz respeito à corrosão de certos materiais. muns nas proximidades de Cubatão, são um
Considere as seguintes obras. dos exemplos de como as sociedades huma-
I. Monumento Itamarati – Brasília (mármore). nas podem interferir na natureza, modificando-a.
II. Esculturas do Aleijadinho – MG (pedra-sa- Do ponto de vista da ação antrópica, essas chu-
bão, contém carbonato de cálcio). vas são causadas por:
III. Grades de ferro ou alumínio de edifícios. a) encontro de massas de ar continentais e
A ação da chuva ácida pode acontecer em: equatoriais úmidas.
a) I, apenas. b) frente tropical que provoca a ação dos ven-
b) I e II, apenas. tos alísios.
c) I e III, apenas. c) processos erosivos, presentes na Serra do
d) II e III, apenas. Mar, que provocam grandes deslizamentos
e) I, II e III. nas encostas íngremes.
d) emissão no ar de gases por veículos auto-
16. (PUCRS) O mundo inteiro está sob influência motores; gases, poeiras e outros poluentes

Geografia
de um fenômeno climático que desestrutura, industriais.
principalmente, o setor primário da economia e e) poluição hídrica dos mananciais, que ficam
abala o modo de vida das pessoas mais caren- desprotegidos por contínuo desmatamento.
tes, principalmente.
Esse fenômeno é conhecido como: 20. (Cefet-PR) Em determinadas épocas do ano,
a) El Niño. ocorre a entrada de massas de ar seco. Não exis-
tindo ventos de intensidade razoável e estando,
b) chuvas de verão.
à noite, o céu sem nuvens, uma forte radiação do
c) furacões.
solo torna as camadas de ar na superfície mais
d) geadas. frias que as superiores. Tal fato inviabiliza as cor-
e) friagem. rentes de convecção, que em regiões poluídas
impedem a dispersão dos poluentes. Tal fenô-
17. (UFMG) Todas as alternativas contêm medidas
meno é conhecido por:
corretas para se evitar a intensificação do efeito
estufa, exceto: a) depressão barométrica.
a) Aumento do uso de combustíveis de origem b) microclima.
vegetal. c) efeito estufa.
b) Aumento na eficiência da geração de ener- d) inversão térmica.
gia elétrica. e) poluição.
55
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

21. (Enem) Suponha que você tenha lido em um jornal que na cidade de São Paulo foi atingido um péssimo
nível de qualidade do ar. Uma pessoa que estivesse nessa área poderia:
a) não apresentar nenhum sintoma. d) ficar inconsciente.
b) ter sua capacidade visual alterada. e) morrer.
c) apresentar fraqueza muscular e tontura.

22. Explique o porquê de as zonas temperadas registrarem amplitudes térmicas anuais superiores às da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
zona intertropical.

23. (UFPI) A dinâmica atmosférica sobre o espaço


brasileiro está representada no esboço gráfico a
seguir, tendo as letras A, B e C como símbolos in-
dicativos das posições e trajetórias das principais
massas de ar que atuam no Brasil. Essas massas
são denominadas, respectivamente:
a) polar atlântica, polar pacífica e equatorial
continental.
b) tropical atlântica, equatorial continental e tro-
pical continental.
c) equatorial continental, polar atlântica e polar
ártica.
d) equatorial continental, tropical atlântica e po- 0 690 km 1 380 km

lar atlântica. Escala aproximada

e) polar atlântica, tropical atlântica e polar


continental.

24. (Falm) Existem diferenças entre clima e tempo. O clima é o conjunto de condições meteorológicas de
uma região em determinado período. Já o tempo é a combinação passageira dos elementos do clima.
Leia as descrições climáticas abaixo e assinale T para tempo e C para clima.
( ) A frente fria se afasta, mas parte de sua instabilidade ainda permanece sobre o centro-leste do Paraná.
Nuvens carregadas provocam chuva desde cedo nessas regiões. Os demais setores paranaenses
terão um dia de sol entre muitas nuvens, com pancadas de chuva, principalmente à tarde.
( ) Nublado, alguns períodos de melhoria e chuva a qualquer hora do dia.
( ) Temperado, com verão ameno, chuvas uniformemente distribuídas, sem estação seca, e a tempe-
ratura média do mês mais quente não chega a 22 °C. Precipitação de 1 100 a 2 000 mm. Geadas
severas e frequentes, num período médio de ocorrência de dez a 25 dias anualmente.
( ) Com sol forte e poucas nuvens. O ar seco que predomina no Estado ainda desfavorece a formação
de áreas de instabilidade. Faz calor à tarde.
( ) Está inserida na região de clima temperado de categoria subquente, com temperatura média osci-
lando entre 18 °C e 15 °C no inverno e entre 26 °C e 24 °C no verão. A temperatura média anual é de
24,4 °C. No inverno, a passagem da frente fria é sucedida por ondas de frio das massas polares,
que baixam consideravelmente as temperaturas. O mesmo efeito no verão tem ação amenizadora.

a) T, T, C, T, C b) C, C, T, C, T c) C, T, C, T, C d) T, T, T, T, C e) C, C, C, T, T
56
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

25. (Ufac) Observe os climogramas abaixo e marque com (V) as sentenças verdadeiras e com (F) as falsas
e, em seguida, assinale a alternativa correta.
Gráfico I Gráfico II Gráfico III
Precipitações Temperatura Precipitações Temperatura Precipitações Temperatura
(mm) (°C) (mm) (°C) (mm) (°C)
1000 50 1000 50 1000 50
LEGENDA
900 45 900 45 900 45

800 40 800 40 800 40

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
700 35 700 35 700 35

600 30 600 30 600 30 Temperatura


500 25 500 25 500 25

400 20 400 20 400 20

300 15 300 15 300 15

200 10 200 10 200 10

100 5 100 5 100 5 Precipitação


0 0 0 0 0 0
J F M A M J J A B O N O J F M A M J J A B O N O J F M A M J J A B O N O

( ) O gráfico I é típico de uma região com invernos moderados e chuvas irregulares durante o ano.
( ) Os gráficos II e III representam regiões do Hemisfério Sul.
( ) A curva que representa as variações da temperatura ao longo do ano no gráfico III é típica de uma
região temperada do Hemisfério Norte.
( ) Os gráficos I e II, de acordo com Köppen, descrevem regiões que podem ser classificadas como
Am, caracterizando áreas de umidade elevada o ano todo.
( ) O gráfico II é típico de uma região temperada com amplitude térmica anual elevada.
Assinale a alternativa que contém a sequência de respostas corretas.
a) V – F – V – V – F
b) F – V – F – V – V
c) F – F – V – F – F
d) V – F – F – F – V
e) F – V – V – F – V

26. (UEL) Sobre o El Niño é correto afirmar que:


a) é um grande causador de tsunami, juntamente com os ciclones no continente asiático.
b) é causado pelo resfriamento das águas do Pacífico.
c) é causado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Atlântico norte e sul.
d) é causado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico central e oriental.
e) é causador de tsunami e ciclones extratropicais.

Geografia
27. (PUCPR) O espaço urbano é resultado de intensiva interferência social no meio. Modifica-se o solo,
as formas do relevo, o padrão de drenagem e a qualidade das águas fluviais e, ainda, há mudanças
significativas no clima. Nas metrópoles e polos industriais, essas mudanças no clima são ainda mais
perceptíveis.
Relacione as colunas abaixo, associando os fenômenos climáticos urbanos com as suas devidas
explicações.
(I) Chuva ácida
(II) Ilha de calor
(III) Inversão térmica
(IV) Smog fotoquímico
( ) Comum no inverno, quando uma camada de ar frio se situa muito embaixo na atmosfera, bem pró-
ximo à superfície, retendo e concentrando os poluentes sobre a área urbana, agravando a poluição
atmosférica.
( ) Redoma climática sobre a cidade, que faz com que as temperaturas nas áreas centrais e de maior
circulação de veículos, além das áreas industriais, sejam maiores do que nas áreas mais arboriza-
das e de menor concentração demográfica.
57
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

( ) Paira como um nevoeiro constante sobre ruas e avenidas e da rarefação ou ausência


as cidades, especialmente quando estas de vegetação tende a gerar as “ilhas de calor”.
estão cercadas por áreas de relevo mais
II. Em geral, a expansão nos grandes centros
elevadas, como Los Angeles, Santiago e
São Paulo, causando irritação na vista e in- urbanos brasileiros tem sido realizada em
tensificando os problemas respiratórios de terrenos ambientalmente estáveis e com bai-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
suas populações. xa vulnerabilidade à ocupação.
( ) Ocorre com mais frequência em áreas III. Comumente, as áreas de risco à ocupação
de extração e industrialização de carvão
correspondem aos fundos de vales, topos
e outros combustíveis fósseis, cujo pro-
de morros e vertentes íngremes.
cesso libera enxofre para a atmosfera,
concentrando-a com compostos sulfu- IV. Parques, áreas verdes e matas ciliares con-
rosos, modificando a qualidade da preci- tribuem para a melhoria do clima urbano,
pitação pluvial. amenizando os gradientes térmicos.
( ) Esse fenômeno se dá de forma mais inten-
Está correto o que se afirma em:
sa porque a cidade, sobretudo a sua área
central, é uma verdadeira fonte de calor, a) I, II, III e IV.
devido ao grande consumo de combustí- b) I, III e IV apenas.
veis fósseis em aquecedores, automóveis c) II e III apenas.
e indústrias, de modo que as isotermas
d) I, II e IV apenas.
apresentam valores maiores na medida
em que se aproximam das áreas mais 30. (UFRJ – 2010)
centrais.
As “ilhas de calor”
A relação correta é:
As imagens de satélite constituem hoje um instrumento
a) III – II – IV – I – II.
essencial ao conhecimento das mudanças ambientais
b) II – IV – III – I – III.
que ocorrem na superfície da Terra.
c) II – III – IV – III – I.
As figuras a seguir são da cidade de Atlanta (EUA) e
d) I – II – III – III – IV.
foram feitas pela NASA em 2000.
e) IV – III – II – II – I.

28. (Unpel – 2012) Nosso planeta vem sofrendo


mudanças climáticas há muito tempo. Um fenô-
meno ocorre sobre áreas urbanas e consiste na
presença de temperaturas a superfícies relativa-
mente maiores que as encontradas nas regiões
fora da cidade (áreas rurais). Alterações da umi-
dade do ar, da precipitação e do vento também
estão associadas à presença desse fenômeno.
Ele é claramente antrópico.
O fenômeno climático descrito anteriormente
refere-se:
a) às ilhas de calor.
b) à inversão térmica.
c) ao efeito estufa.
d) ao El niño.
e) às chuvas ácidas.

29. (Uece – 2012) Considere as seguintes afirma-


ções que tratam do ambiente em grandes centros
urbanos.
I. O aumento da temperatura em face do aden-
samento de construções, do asfaltamento de
58
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

A partir da observação das figuras, aponte dois d) os efeitos da poluição atmosférica interferem
fatores responsáveis pela formação de “ilhas de diretamente nos ecossistemas agrícolas,
calor” em áreas urbanas. atraindo a fauna para as cidades.
e) entre os principais fatores responsáveis pela
poluição atmosférica, estão os poluentes
lançados pelas chaminés das fábricas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
32. (Uepa – 2011) O processo de industrialização
e urbanização, nas grandes aglomerações ur-
banas, tem contribuído para o aumento de
problemas e impactos ambientais. A respeito
desses impactos, é correto afirmar que:
a) a grande extensão de asfaltos e cimentos em
áreas urbanas, além de reter o calor, regula-
riza as temperaturas e minimiza a formação
de ilhas de calor.
b) a poluição de resíduos industriais e esgotos,
nos mananciais hídricos, pouco influencia na
qualidade e na quantidade de água para o
consumo humano.
c) a presença da poluição atmosférica gera-
da pelas indústrias e veículos motorizados
é responsável por inúmeros problemas de
saúde como alergias, doenças respiratórias,
entre outros.
d) o aumento da liberação de gás carbôni-
co por indústrias, veículos e agropecuária
31. (Uneal – 2011) Observe a imagem para respon- é responsável pelo desaparecimento do
der à questão. fenômeno natural conhecido como efeito
estufa.
e) a preservação das geleiras e conse-
quentes reduções do nível do mar têm
contribuído para o aumento de furacões,
inundações e secas em cidades litorâneas
industrializadas.

33. (Fuvest – 2010)

A leitura da imagem e os conhecimentos sobre Geografia


os problemas ambientais nos centros urbanos
revelam que:
a) os transportes coletivos são os grandes res-
ponsáveis pela poluição atmosférica dos
grandes centros urbanos, emitindo monóxi-
do de carbono.
b) as grandes aglomerações humanas produ-
zem toneladas de subprodutos, que, não Em algumas cidades, pode-se observar no horizonte,
sendo reciclados, vão se acumulando na em certos dias, a olho nu, uma camada de cor marrom.
atmosfera. Essa condição afeta a saúde, principalmente, de crian-
ças e de idosos, provocando, entre outras, doenças
c) a poluição do ar é resultado da destruição da
respiratórias e cardiovasculares.
fauna e causa graves problemas de saúde a
Disponível em: <http://tempoagora.uol.com.br/noticias>.
milhões de pessoas. Acesso em: 20 jun. 2009. (Adaptado).
59
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

As figuras e o texto acima referem-se a um processo de formação de um fenômeno


climático que ocorre, por exemplo, na cidade de São Paulo. Trata-se de:
a) ilha de calor, caracterizada pelo aumento de temperaturas na periferia da cidade.
b) zona de convergência intertropical, que provoca o aumento da pressão atmosfé-
rica na área urbana.
c) chuva convectiva, caracterizada pela formação de nuvens de poluentes que pro-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
vocam danos ambientais.
d) inversão térmica, que provoca concentração de poluentes na baixa camada da
atmosfera.
e) ventos alísios de sudeste, que provocam o súbito aumento da umidade relativa
do ar.

34. (Unicamp) A poluição nos grandes centros urbanos, como Curitiba, pode causar determinadas
doenças como rinite, alergias, asma, problemas de pele e cabelo. Pessoas sensíveis às partícu-
las em suspensão no ar podem desenvolver tais doenças ao respirar o ar poluído dos grandes
centros. Durante todo o ano essas doenças podem acontecer, mas é no inverno que ficam mais
acentuadas.
Jornal do Estado, Curitiba, 1.º jun. 2009. (Adaptado).

Durante o inverno, em Curitiba, é comum a ação da Massa Polar Atlântica, que facilita
a ocorrência de problemas respiratórios, pois:
a) aumenta a umidade relativa do ar e promove a inversão térmica, o que provoca a
concentração de poluentes nas partes altas da cidade.
b) aumenta a umidade relativa do ar e promove a inversão térmica, o que provoca a
concentração de poluentes próximo da superfície do solo.
c) reduz a umidade relativa do ar e promove um maior aquecimento da parte central
da cidade, se comparado à periferia, o que concentra os poluentes.
d) reduz a umidade relativa do ar e promove a inversão térmica, o que provoca a
concentração de poluentes próximos da superfície do solo.

35. (UFPA – 2010) O clima das cidades tem recebido atenção nos fóruns de discussão
sobre meio ambiente. Quanto ao clima urbano, que apresenta característica peculiar
decorrente das atividades da sociedade moderna, é correto afirmar:
I. A inversão térmica é um fenômeno que ocorre quando a camada de ar mais fria
se situa sob o ar mais quente, ou seja, é mais próxima do solo. Nas grandes
cidades, essa situação favorece a concentração de poluentes porque o ar frio
funciona como um tampão que impede a dissipação da poluição atmosférica.

II. O fenômeno da ilha de calor, que é muito comum em cidades com elevado grau
de urbanização e substituição de áreas verdes pelas construções, promove eleva-
ção da temperatura.
III. A concentração de poluentes nas grandes cidades adensa a massa de
micropartículas em suspensão e esta estimula o processo de condensação, pro-
porcionando um ressecamento da atmosfera. Dessa maneira, as precipitações
nas áreas urbanas costumam registrar índices menores que os do seu entorno.
Está(ão) correta(s) a(s) seguinte(s) afirmativa(s):
a) I, II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II e III.
e) apenas I.
60
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

36. (FGV-SP – 2011) A Lei do Clima, uma lei ambiental municipal de São Paulo recente-
mente aprovada, previa, entre outras ações, que, a cada ano, 10% da frota de ônibus
passassem a utilizar biocombustíveis (etanol ou biodiesel) em substituição aos movi-
dos a combustíveis fósseis. No entanto, os novos ônibus adquiridos pela Prefeitura,
desde então, continuam sendo movidos a diesel, (Folha de S.Paulo, 16/06/2010, p.
C1), o que afeta o meio ambiente e a sociedade de diferentes formas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Assinale a alternativa que não descreve uma consequência da queima de combustíveis
fósseis.
a) Chuva ácida
b) Efeito estufa
c) Poluição atmosférica
d) Doenças respiratórias
e) Inversão térmica

37. (UFRN – 2011) No dia 19 de junho de 2010, a cidade do Rio de Janeiro amanheceu
sob a influência de um forte nevoeiro, que dificultava a visibilidade, interferindo no
ritmo das atividades urbanas. O ar quente permaneceu acima da camada de ar frio,
que ficou retida nas proximidades da superfície, favorecendo a concentração de
poluentes. O que foi vivenciado nessa cidade é um fenômeno climático que pode
ocorrer em qualquer época do ano, sendo mais comum no inverno. Nessa época,
as chuvas são mais raras, dificultando, ainda mais, a dispersão dos poluentes,
o que causa um problema ambiental. O fenômeno climático descrito no texto é
conhecido como:
a) efeito estufa.
b) ilhas de calor.
c) inversão térmica.
d) chuva ácida.

38. (UEPB – 2011) Estabeleça a correlação entre as características dos conceitos esta-
belecidos na coluna I.
(I) Ilha de calor
(II) Inversão térmica
(III) Chuva ácida
(IV) Zona de convergência intertropical

Geografia
( ) É um fenômeno meteorológico que provoca grandes danos à saúde da popu-
lação urbana, em decorrência dos poluentes que ficam retidos nas camadas
baixas da atmosfera.
( ) É um dos mais importantes sistemas meteorológicos que atuam nos trópicos.
Ela é parte integrante da circulação geral da atmosfera.
( ) Corresponde ao aumento da produção de calor na área urbana. É resultante da vege-
tação escassa, do excesso de concreto e asfalto.
( ) Produzida por gotas de água carregadas de ácidos, resultantes dos resíduos
poluentes depositados na atmosfera pelas indústrias, automóveis etc. Esses
resíduos entram em reação química com água formando o ácido sulfúrico, os
quais se precipitam em forma de chuva.
A alternativa que apresenta a sequência correta é:
a) II – IV – I – III.
b) IV – II – I – III.
c) I – III – II – IV.
d) IV – I – II – III.
e) III – I – II – IV.
61
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

39. (UFPR – 2010)

Nesta terça-feira (15/09/09), áreas de instabilidade que se deslocam pelo norte da Argentina devem
chegar ao Brasil a partir da tarde e voltam a provocar pancadas de chuva no oeste e norte do RS, no centro-
-oeste de SC, no oeste do PR e no sul de MS, onde tem-se uma massa de ar quente e úmida.

O texto acima refere-se à previsão do tempo para o dia 15/09/09, realizada pelo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais.
Levando em consideração os dados apresentados, assinale a alternativa correta.
a) A Frente Polar Atlântica, principal área de instabilidade da América do Sul meri-
dional, é responsável pelas chuvas previstas no texto.
b) As áreas de instabilidade são geradas por nuvens de desenvolvimento vertical,
por isso a previsão de pancadas de chuva.
c) As pancadas de chuva são típicas dos climas úmidos, muito bem representados
pelas regiões mencionadas no texto.
d) O deslocamento da massa de ar tropical em direção a leste é que gera as áreas
de instabilidade mencionadas no texto.
e) A massa de ar quente e úmida que se encontra sobre o estado do Mato Grosso do
Sul corresponde à massa tropical continental, geradora de chuvas em pancadas.

40. (UFPR – 2011) A urbanização é um processo que apresentou considerável intensifi-


cação com o advento da revolução industrial. Desde então, as cidades passaram a
concentrar cada vez mais pessoas, atividades e mercadorias, produzindo importantes
alterações na natureza local. O clima urbano atesta um aspecto dessas alterações, fato
evidenciado de maneira clara na poluição do ar das grandes cidades.
Quanto à poluição do ar nas grandes cidades, é incorreto afirmar:
a) A poluição atmosférica urbana pode ser tanto de origem natural quanto decorren-
te das atividades humanas.
b) A ocorrência de chuvas ácidas nas cidades está relacionada, principalmente, à
concentração de poluentes na atmosfera local.
c) A poluição atmosférica é composta por gases e material particulado e, quando
intensa e associada a nevoeiro, dá origem ao smog.
d) Na estação de inverno, quando o ar torna-se mais pesado devido às baixas tem-
peraturas, a atmosfera tende a concentrar poluentes.
e) A concentração e dispersão de poluentes na atmosfera, ao longo do ano, se
mantém constante, pois os gases e os materiais particulados são imunes às
condições térmicas do ar.

41. (UFPR – 2012) O estudo dos climas compõe um importante capítulo da ciência, e
seu conhecimento é de suma importância para a organização e desenvolvimento das
sociedades humanas. Os climas da Terra expressam, devido às suas diferenças,
aspectos geográficos particulares.
Nesse sentido, é correto afirmar:
a) Os elementos do clima (temperatura, umidade e pressão atmosférica) apresen-
tam diferenciações espaciais devido à influência dos fatores geográficos (latitude,
longitude, altitude e maritimidade).
b) Os climas da Terra são definidos tanto por fatores astronômicos quanto por
fatores estáticos, como as mudanças climáticas globais, dentro das quais se
sobressaem eventos catastróficos, como tsunami.
c) A circulação atmosférica da Terra é definida pela atuação das massas de ar, cuja
dinâmica é controlada pela atuação do El Niño e do La Niña, eventos que resul-
tam, respectivamente, do menor e do maior fluxo de calor nas águas do Oceano
Pacífico.
62
A dinâmica atmosférica ENSINO MÉDIO UNIDADE 5

d) A diferenciação geográfica dos climas da Terra decorre da interação entre os


elementos e fatores geográficos do clima, tanto estáticos quanto dinâmicos. As
mudanças climáticas globais indicam alterações nos climas do Planeta, em es-
cala secular (temporal) e global (geográfica), embora seja no âmbito das áreas
urbano-industriais que os efeitos das atividades humanas sobre o clima sejam
mais perceptíveis.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) Os climas do Brasil apresentam, em sua totalidade, aspectos flagrantes de
tropicalidade, expressos nas elevadas amplitudes térmicas diárias e sazo-
nais, notadamente na porção mais ao norte do País. Nessa região – Domínio
Amazônico –, na qual são registrados os mais fortes contrastes térmicos e plu-
viométricos do território nacional, a exuberância da floresta e o expressivo caudal
dos rios atestam essa característica climática.

42. (UFPR – 2013) Considere as figuras a seguir:

Com base nas figuras, assinale a alternativa correta.


a) A figura 1 representa o climograma de uma cidade do hemisfério austral.
b) Na figura 1, o solstício de inverno ocorre em junho.
c) A área representada na figura 2 possui verões com temperatura amena.
d) Na figura 2, os maiores volumes pluviométricos ocorrem no verão.
e) O climograma da figura 1 representa um clima subtropical controlado por massas

Geografia
de ar tropicais.

INDICAÇÕES CULTURAIS

Livro
BRIDI, Sônia. Diário do clima. Efeitos do aquecimento global: um relato em cinco continentes. Rio de Janeiro: Globo, 2012.

Site
Previsão do tempo <http://www.cptec.inpe.br/>

Filmes
O DIA depois de amanhã. Direção de Roland Emmerich. Estados Unidos: Twentieth Century Fox Film Corporation, 2004. (124
min.), son., color. 35 mm. Legendado.
UMA VERDADE inconveniente. Direção de Davis Guggenheim. Estados Unidos: Lawrence Bender Productions, 2006. (100 min.),
son., color. Legendado.
WALL-E. Direção de Andrew Stanton. Estados Unidos: Pixar Animation Studios, 2008. (98 min.), son., color. 35 mm. Legendado.
63
ENSINO MÉDIO UNIDADE 5 A dinâmica atmosférica

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

64
UNIDADE 6
PAISAGENS CLIMATOBOTÂNICAS

a f ia DA TERRA
gr
Geo
Tipos de formações vegetais ...............................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Principais formações vegetais .............................3
Degradação das formações vegetais .................7

Como é que se pode comprar ou vender o céu,


o calor da terra? Essa ideia nos parece estranha.
Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da
água, como é possível comprá-los? Cada pedaço
desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo
brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia
das praias, a penumbra da floresta densa, cada
clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória
e experiência de meu povo. A seiva que percorre o
corpo das árvores carrega consigo as lembranças
do homem vermelho. (...) O que ocorrer com a terra
recairá sobre os filhos da terra.
O homem não tramou o tecido da vida; ele é
simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao
tecido, fará a si mesmo.
Carta do chefe Seattle dirigida ao presidente
norte-americano, Franklin Pierce, em 1854.

Imagesource/Latinstock
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

Tipos de formações
vegetais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A grande diversidade climática do
planeta Terra é um dos fatores
responsáveis pelos diferentes tipos de
• Quanto ao teor de umidade – higrófi-
las (vegetais de ambientes climáticos
úmidos); hidrófilas (vegetais que vivem
solo e pela ocorrência de formações vege- imersos na água, como a vitória-régia);
tacionais distintas. A cobertura vegetal é o tropófilas (espécies que convivem bem
resultado de grandes conjuntos naturais com duas estações diversas: uma
de plantas que se adaptaram aos solos e seca e outra bastante úmida); xeró-
climas, estabelecendo com esses elemen- filas (são as espécies adaptadas a
tos uma relação de interdependência. ambientes secos, com baixos índices
Os vegetais vêm, desde o seu sur- pluviométricos, exemplo bem conhe-
gimento no Planeta, adaptando-se aos cido é o cacto); halófilas (são vegetais
sucessivos ambientes geológicos e, ao típicos de ambientes salinizados, com
mesmo tempo, evoluindo e culminando a presença de água saloba, como, por
nas espécies que hoje conhecemos. exemplo, os manguezais).
Denominamos biomas os ecossis- • Quanto ao tipo de folha – latifoliadas
temas naturais terrestres. As diversas (são espécies de folhas largas, que se
paisagens vegetais ou domínios fitogeo- desenvolvem em ambientes quentes e
gráficos encontrados no planeta iden- úmidos); aciculifoliadas (espécies que
tificam as áreas de abrangência dos têm folhas pontiagudas em forma de
biomas. Suas fronteiras, porém, não são agulha, como as coníferas – por exem-
especificamente delimitadas porque são plo, os pinheiros).
consideradas áreas de transição de um • Quanto à sazonalidade (permanência)
tipo de vegetação para outro. das folhas – perenes (são as espé-
As formações vegetais costumam ser cies que não perdem todas as suas
classificadas segundo os seguintes critérios: folhas de uma só vez e se apresentam
• Quanto ao porte – arbóreas (vegetais sempre verdes durante todo o ano);
de grande porte); arbustivas (vegetais caducas ou caducifólias (são as espé-
sublenhosos que apresentam médio cies que perdem todas as suas folhas
porte); herbáceas (vegetais do tipo durante um período do ano, geral-
rasteiro). mente no inverno).

ammit/123RF

2
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Principais formações
vegetais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O bserve nos mapas a distribuição climática e botânica no Planeta.

PLANISFÉRIO
PLANISFÉRIO –– CLIMA
CLIMA
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
66º32'30" Círculo Polar Ártico

45º

23º27'30" Trópico de Câncer

OCEANO
PACÍFICO

0º Equador

OCEANO OCEANO OCEANO


PACÍFICO ATLÂNTICO ÍNDICO
23º27'30" Trópico de Capricórnio
Greenwich

45º

66º32'30" Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

180º 135º 90º 45º 0º 45º 90º 135º 180º

Climas quentes Climas frios Climas temperados Climas de altitude


Equatorial Frio Mediterrâneo Frio de montanha 0 3 130 km 6 260 km
Tropical úmido Polar Temperado
Semiárido Subtropical Escala aproximada
Desértico

PLANISFÉRIO VEGETAÇÃO
PLANISFÉRIO – VEGETAÇÃO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
66º32'30" Círculo Polar Ártico

Geografia
45º

23º27'30" Trópico de Câncer

OCEANO
PACÍFICO

0º Equador

OCEANO OCEANO OCEANO


PACÍFICO ATLÂNTICO ÍNDICO
23º27'30" Trópico de Capricórnio
Greenwich

45º

66º32'30" Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

180º 135º 90º 45º 0º 45º 90º 135º 180º

Floresta pluvial tropical Estepes e pradarias


Floresta pluvial subtropical Tundra
0 3 130 km 6 260 km
Floresta temperada Savana
Floresta de coníferas Formações semiáridas Escala aproximada
Floresta mediterrânea Deserto
Alta montanha Deserto gelado

Fonte dos mapas: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

LEITURA

Tipos de vegetação do Brasil ambientais que causam empobrecimento do solo, dificultando mais
ainda o desenvolvimento dessa região.
O Brasil possui uma rica diversidade de vegetação:
Cerrado: típica do Planalto Central brasileiro e de clima tropical
nela se destacam oito tipos principais.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
semiúmido, é a segunda maior formação vegetal do Brasil. Apesar
Isso se deve à sua grande extensão territorial e
diversidade climática de sua paisagem ser composta por árvores baixas e retorcidas, é a
vegetação com maior biodiversidade do Planeta. Somente nos últi-
O tipo de vegetação de determinada região irá depender, pri-
mos anos é que os ambientalistas vêm se preocupando com esse
mordialmente, do seu tipo de clima. Entretanto, essa regra aplica-se
ecossistema, que sofre vários danos ambientais causados pela
somente a vegetações naturais ou nativas, pois a formação vegetal
plantação de soja e cana-de-açúcar e pela pecuária.
é o primeiro elemento da paisagem que o homem modifica e, por-
tanto, está em constante transformação. Pantanal: localizada no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,
é considerada uma vegetação de transição, isto é, uma forma-
O Brasil, por ter dimensões territoriais continentais, abriga oito
tipos principais de vegetação natural. São eles: ção vegetal heterogênea composta por diferentes ecossistemas.
Em determinadas épocas do ano, algumas porções de área são
Floresta Amazônica: de clima equatorial e conhecida como
alagadas pelas cheias dos rios e é somente nas estiagens que a
Amazônia Legal, abriga milhões de espécies animais e vegetais,
vegetação se desenvolve.
sendo de vital importância ao equilíbrio ambiental do Planeta. Ela
é classificada como uma formação florestal latifoliada, pois suas Campos sulinos: também conhecidos como “pampas” e
folhas são largas e agrupam-se densamente, geralmente atingindo característicos de clima subtropical, apresentam vegetação rasteira
grandes alturas. com a predominância de capins e gramíneas.
Mata Atlântica: caracterizada como uma floresta latifoliada Mata de Araucária: com a predominância de pinheiros e
tropical e de clima tropical úmido, foi a vegetação que mais sofreu localizada no estado do Paraná, é uma vegetação típica de clima
devastação no Brasil, restando apenas 7% de sua cobertura origi- subtropical. Sua cobertura original é quase inexistente em razão da
nal. Era uma vegetação que se estendia do Rio Grande do Norte intensa exploração de madeira para fabricação de móveis.
ao Rio Grande do Sul, mas que foi intensamente degradada pelos Mangues: é um tipo de vegetação de formação litorânea,
portugueses para extração de madeira e plantio de cana-de-açúcar. caracterizado principalmente por abranger diversas vegetações,
Caatinga: é uma vegetação típica de clima semiárido, loca- ocorrendo em áreas baixas e, logo, sujeito à ação das marés.
lizada no Nordeste brasileiro. Possui plantas espinhosas e pobres RODRIGUES, Régis. Tipos de vegetação. Brasil Escola. Disponível em: <http://
em nutrientes. Nos últimos anos, vem sofrendo diversas agressões www.brasilescola.com/brasil/os-tipos-vegetacao.htm>. Acesso em: 4 dez. 2014.

Formações florestais Peupleloup / Creative Commons

Caracterizam-se pelo predomínio de


árvores e são classificadas de acordo
com o clima onde se desenvolvem. São os
biomas dos ecossistemas boreais, tempe-
rados e tropicais.

Floresta boreal de coníferas


ou taiga
Ocorre principalmente em altas latitu-
des do Hemisfério Norte. É uma floresta Taiga
relativamente homogênea em espécies
vegetais e pouco densa. Seus vegetais são Floresta temperada
aciculifoliados e perenes. Crescem rapida- Ocorre nas médias latitudes, com esta-
mente, o que possibilita a extração para o ções do ano bem definidas e precipitações
fabrico de papel e celulose, principalmente abundantes e bem distribuídas. Apresenta
na Rússia, no Canadá e na Península uma associação de espécies, geralmente
Escandinava. Suas altas copas projetam abertas, permitindo o desenvolvimento de
um excelente sombreamento, o que não estratos arbustivos e herbáceos. Suas
permite o desenvolvimento de estratos de folhas são caducas. Originalmente aparecia
arbustos nas camadas inferiores. em grandes extensões da Europa Centro-
4
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

-Ocidental, da China e da América do Norte,


mas, com a utilização de práticas agrícolas
Formações arbustivas
agressivas e a crescente urbanização, tais Savanas ou cerrados
áreas estão reduzidas. A floresta temperada A vegetação arbustiva de médio
hoje ainda aparece em faixas pequenas na porte, intercalada por gramíneas e tufos
América do Sul e na Austrália. de bosques isolados, típica das zonas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Rafael/ Creative Commons continentais da África, onde acontece a
alternância entre estação chuvosa e seca,
é denominada savana tropical.
Também é encontrada no Brasil cen-
tral com a denominação de cerrado, na
Venezuela com o nome de Llanos, e em
menor proporção, na Índia, onde recebe o
nome de jângal.
As áreas desse tipo de vegetação abri-
gam grande diversidade, que, atualmente,
disputa espaço com atividades ligadas
Floresta temperada à pecuária e mais recentemente com a
expansão da agricultura nessas regiões.
Floresta tropical Meia Ponte Fazenda/ Creative Commons

Formação heterogênea, latifoliada e


higrófila. É característica de climas tropi-
cais e equatoriais. Aparece na América
do Sul, na América Central, no sudeste da
Ásia e em trechos da África.
Esse tipo de vegetação tem sofrido a
exploração desenfreada por possuir espé-
cies denominadas madeiras de lei (duras
e resistentes), muito procuradas para a
construção civil e fabricação de móveis de Cerrado
luxo, como é o caso do mogno, do ipê, do
cedro, do jacarandá e da peroba. Vegetação desértica
Um subtipo dessa floresta é a mata de e semidesértica

Geografia
galeria ou ciliar, vegetação que acompanha Os desertos são domínios caracteri-
os cursos de rios, protegendo uma intensa zados por precipitações muito baixas e
variedade de vida animal e também prote- amplitudes térmicas diárias bem acentu-
gendo suas margens dos assoreamentos. adas. Em função disso, sua vegetação é
Ângelo Antônio Leithold/ Creative Commons rala, descontínua e de vida curta. Durante o
período muito seco, os vegetais, na maio-
ria xerófitos, permanecem em estágio de
latência e reaparecem quando surge um
período um pouco umidificado. Seus prin-
cipais representantes são as cactáceas.
Somente em locais ímpares, os oásis, a
vegetação apresenta melhor aspecto.
A vegetação desértica e semidesértica
recebe denominações diferentes nas várias
partes do mundo: bush e scrub na Austrália,
punas nos Andes, chaparral no México e
Floresta tropical
nos Estados Unidos, chaco no Paraguai
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

e maquis na região do Mediterrâneo. No Apresentam grande diversidade e sua ori-


Brasil ocorre uma vegetação semidesér- gem ainda é incerta. Pode estar associada
tica, a caatinga, no semiárido nordestino, a solos arenosos rasos ou a temperaturas
vale do médio Jequitinhonha e norte de baixas em áreas de altitudes elevadas,
Minas Gerais. Caracteriza-se por plantas ou ainda a áreas sujeitas a inundações
adaptadas à semiaridez. Seus principais periódicas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
representantes são o mandacaru, o xique- Luis Argerich/ Creative Commons

-xique e o facheiro.
Tomas Castelazo/ Creative Commons

Campos
Recebem nomes diversos conforme
Vegetação desértica a região em que se apresentam: pam-

Formações campestres
pas na Argentina, no sul do Brasil e no
Uruguai; pradarias, nos Estados Unidos e
São formações herbáceas ou ras- no Canadá; estepes, na Rússia, na África
teiras que podem ser contínuas ou não. e na Europa.

SAIBA MAIS

Secas ameaçam árvores Na pior das hipóteses, ele é interrompido e a árvore


morre – como em uma embolia, na qual um coágulo
Em consequência das mudanças climáticas, as
obstrui uma veia e, com isso, a circulação normal do
árvores podem secar ou até morrer no mundo inteiro –
sangue. Dependendo da espécie, as árvores desen-
tanto em locais úmidos como secos. É o que concluiu
volvem esses bloqueios mais rapidamente em terrenos
uma equipe internacional de pesquisadores com base
úmidos e mais lentamente em áreas secas. Os pesqui-
em um estudo de três anos envolvendo 226 espécies.
sadores afirmam que estiagens prolongadas poderiam
As condições climáticas alteradas interromperam
o delicado sistema de transporte de água dentro da ter efeitos drásticos, fazendo com que, em vez de
árvore: se, devido à seca, ela gastar mais água do absorverem gás carbônico da atmosfera, as florestas
que consegue absorver, a pressão em seu sistema tropicais passassem a ser fontes dele.
hídrico cai e surgem cavidades que bloqueiam o fluxo. SECAS ameaçam árvores. Geo, São Paulo, n. 49, p. 13, 2011.

Outras formações Valerio Pillar/ Creative Commons

Vegetação litorânea
Formação complexa onde aparece a vegetação
de mangues, dunas e praias. É uma vegetação ras-
teira, em geral, com predominância de arbustos e
algumas árvores. Quando o mar invade a praia, surge
uma vegetação arbustiva halófila (adaptada à pre-
sença de sal) e pneumatófila (com raízes expostas).
Os manguezais são considerados “berçários”
da vida fluviomarinha porque acumulam uma grande
quantidade de material em decomposição, que con-
centra atividade microbiana, suporte de uma cadeia
6 alimentar que aí se desenvolve. Vegetação litorânea
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Domínio público
Tundra
Vegetação das regiões pola-
res, predomina no Hemisfério
Norte (Canadá, Europa seten­ trio-
nal e Rússia). Caracteriza-se por

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ser rasteira, tipo herbácea, e se
desenvolve, em média, durante três
meses, quando acontece o degelo
do verão. Suas espécies são os
musgos e os liquens.
Tundra

Degradação das
formações vegetais
As formações vegetais mais amea-
çadas são aquelas que se situam
em locais disputados pelas populações, em
demonstram o aumento da temperatura glo-
bal), o desmatamento interfere na diminuição
do número de espécies vegetais que pode-
virtude de atividades econômicas bastante riam estar absorvendo carbono e filtrando
rentáveis que aí podem ser desenvolvidas. os gases causadores do efeito estufa.
O crescimento econômico e popula- Não podemos deixar de citar também
cional aumenta a demanda por madeira e a importância da vegetação na conserva-
carvão, além de buscar novas áreas agro- ção dos solos, auxiliando na fertilidade e
pastoris que sustentem a produção de evitando a erosão.
alimentos. Portanto, o problema da destruição
Por causa disso, o desmatamento das formações vegetais assusta. O que
é, atualmente, um dos principais proble- fazer para, ao mesmo tempo, não deter o
mas que o meio ambiente enfrenta. Áreas desenvolvimento e conservar a natureza?
agredidas pelo processo das queimadas Com a Revolução Industrial, iniciou-se
são comuns em florestas, principalmente o processo de maior interferência humana
nas tropicais, localizadas em países em sobre os recursos naturais do Planeta. De

Geografia
desenvolvimento como o Brasil. Esse lá para cá, o grande contraste é a utiliza-
ecossistema é considerado o mais rico em ção dos recursos entre os países ricos e os
espécies e sua destruição coloca em risco pobres.
o seu grande potencial de biodiversidade. Existem, porém, entidades no mundo
Relatórios oriundos do Dia Mundial do preocupadas com o futuro do Planeta,
Meio Ambiente provam que o aumento das que buscam alterar o modelo consumista
interferências humanas sobre a cobertura mundial, substituindo-o por outro, mais
vegetal é e ainda será mais acentuado à sustentável ecologicamente.
medida que se intensificar o crescimento Esses movimentos têm, como principal
demográfico populacional. objetivo, minimizar os impactos ambientais
Segundo dados da World Wild Fund no Planeta para garantir o futuro das próxi-
for Nature (WWF) estima-se que apenas mas gerações.
3,6 bilhões de hectares dos domínios Portanto, o chamado desenvolvimento
continentais ainda estejam recobertos por sustentável é aquele que busca atender às
formações nativas. necessidades do presente sem comprome-
Além de contribuir para as mudan- ter a possibilidade de as gerações futuras
ças climáticas atuais (diversas pesquisas atenderem às próprias necessidades.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra
Tomasz Trybus, Alexei Novikov/123RF, Emblema Unesco/Domínio público, Rcandre/C.Commons
Duas espécies da Nesse processo, as organizações
flora brasileira não governamentais (ONGs) têm um
usadas como papel fundamental. São muitas delas que
remédio por índios
con- clamam a sociedade civil para a
da Amazônia
– o cunani e a
conscientização e a luta pela preservação
tipir – foram dos ecossistemas da Terra.
patenteadas nos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
São exemplos de ONGs: Greenpeace,
Estados Unidos e WWF, Conselho da Terra, SOS – Mata
na Inglaterra pelo
Atlântica, entre outras.
pesquisador inglês
Conrad Gorinsky. Finalmente, não podemos nos esque-
A substância cer do princípio n. 1 da RIO-92:
retirada do cunani
Os seres humanos estão no centro das
tem o poder de
“anestesiar” os preocupações com o desenvolvimento sustentável. Eles são destinados a uma vida saudável e
peixes, facilitando produtiva, em harmonia com a natureza.
a pesca. Já
o tipir é um
anticoncepcional LEITURA
usado pelas índias.
Gorinsky teria se
aproveitado da
Educação para o desenvolvimento sustentável no Brasil
Brasil: desenvolvimento sustentável em números
confiança que tinha A educação para o desenvol- Brasil: desenvolvimento sustentável em números
conquistado entre vimento sustentável permite
alguns índios da
a todo ser humano adquirir 12% da quantidade de água doce
Amazônia.
conhecimento, habilidades, 30% superficial do mundo. (ANA, 2007)

70% do país ainda está coberto com


atitudes e valores neces- 70% vegetação original. (MMA, 2011)
12%
sários para formar um Cerca de 30% das florestas tropicais rema-
90% nescentes no mundo (SFB/MMA,
futuro sustentável. A 2010)

escala e a diversidade de 95% Cerca de 90% da geração de


eletricidade e 45% do total da
seus recursos naturais fazem do Brasil Mais de demanda energética brasileira são
atendidas por fontes renováveis de
um país de importância-chave em termos 97% energia. (MME, 2011)

da preservação ambiental e do desenvolvi- 95% dos carros novos vendidos são


flex fuel (gasolina e etanol).
mento sustentável. (Anfavea, 2011)

Mais de 97% das latas de alumínio


(...) recicladas. (ABAL, 2010)

A educação para o futuro sustentá-


vel significa incluir questões-chave sobre o
desenvolvimento sustentável no ensino e na aprendizagem, por exemplo, mudança climática,
redução de riscos de desastres, biodiversidade, redução da pobreza e consumo sustentável.
Também requer métodos participativos de ensino e aprendizagem para motivar e empoderar
alunos a mudar seus comportamentos e tomar atitude em favor do desenvolvimento sustentável.
A Educação para o Desenvolvimento sustentável promove competências como pensamento crí-
tico, reflexão sobre cenários futuros e tomadas de decisão de forma colaborativa.
Isso requer mudanças profundas no modo que a educação é frequentemente praticada
hoje. Esse esforço educacional irá incentivar mudanças de comportamento que virão a gerar um
futuro mais sustentável em termos da integridade ambiental, da viabilidade econômica e de uma
sociedade justa para as gerações presentes e futuras. Isso representa uma nova visão da edu-
cação capaz de ajudar pessoas de todas as idades a entender melhor o mundo em que vivem,
tratando da complexidade e do inter-relacionamento de problemas tais como pobreza, consumo
predatório, degradação ambiental, deterioração urbana, saúde, conflitos e violação dos direitos
humanos, que hoje ameaçam nosso futuro.
A Unesco desempenha papel primordial na promoção da Década Internacional da Educação
para o Desenvolvimento Sustentável no País. A preservação do patrimônio ameaçado só será possí-
vel com a compreensão e a responsabilidade compartilhada de diferentes gerações. É fundamental
seguir apoiando o aperfeiçoamento das políticas nacionais em ambos os temas, pois elas têm perfil
transversal, com reflexos em várias áreas da vida nacional. O impacto das políticas públicas imple-
mentadas pode gerar efeitos de escala planetária, e é importante conscientizar e sensibilizar o público
sobre as implicações desses esforços de preservação.
EDUCAÇÃO para o desenvolvimento sustentável no Brasil. Unesco. Disponível em:
<http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/natural-sciences/education-for-sustainable-development/>. Acesso em: 21 nov. 2014.
8
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

ATIVIDADES
01. (UFMG) Leia o trecho a seguir. c) vegetação do tipo mesotérmico, com pou-
O clima rude, com verão extremamente curto, de cas espécies arbóreas, como os carvalhos.
apenas um a três meses, durante o qual deve se de- d) vegetação de vida efêmera, constituída basi-
senvolver todo o ciclo biológico, é responsável pela camente de musgos e líquens.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
seleção de espécies resistentes a essas condições; e) vegetação constituída por florestas bastan-
assim predominam poucas, geralmente aciculiformes, te uniformes, formadas frequentemente por
formando florestas homogêneas. pinheiros.
O tipo vegetacional a que se refere o texto an-
04. (Fatec) Essa formação é encontrada em regiões
terior é:
com temperaturas médias anuais em torno de
a) estepes.
25 °C e pluviosidade acima de 2000 mm anu-
b) pradarias. ais. O desenvolvimento da indústria madeireira
c) savanas. e da construção de móveis tem contribuído para
d) tundras. a extinção de várias de suas espécies, como o
e) coníferas. ébano, o mogno e o cedro.
O texto refere-se à:
02. (Enem) Apesar da riqueza das florestas tropicais, elas
a) formação complexa de clima mediterrâneo.
estão geralmente baseadas em solos inférteis e im-
produtivos. Grande parte dos nutrientes é armazenada
b) formação xerófila típica de clima semiárido.
nas folhas que caem sobre o solo, não no solo pro- c) floresta boreal de clima temperado oceânico.
priamente dito. Quando esse ambiente é intensamente d) floresta latifoliada de clima equatorial.
modificado pelo ser humano, a vegetação desapare- e) vegetação de estepes e pradarias de clima
ce, o ciclo dos nutrientes é alterado e a terra se torna continental temperado.
rapidamente infértil.
05. (Fuvest) A legenda correta para os números 1 e
CORSON, Walter H. Manual global de ecologia, 1993.
2 é, respectivamente:
No texto anterior, pode parecer uma contradição
a existência de florestas tropicais exuberantes
sobre solos pobres. No entanto, esse fato é ex-
plicado pela:
a) profundidade do solo, pois, embora pobre,
sua espessura garante a disponibilidade de
nutrientes para a sustentação dos vegetais
da região.
b) boa iluminação das regiões tropicais, uma

Geografia
vez que a duração regular do dia e da noite
garante os ciclos dos nutrientes nas folhas
dos vegetais da região.
a) florestas equatoriais e florestas tropicais.
c) existência de grande diversidade animal,
b) savanas e vegetação mediterrânea.
com número expressivo de populações que,
com seus dejetos, fertilizam o solo. c) estepes e desertos.
d) capacidade de produção abundante de oxi- d) florestas temperadas e taigas.
gênio pelas plantas das florestas tropicais, e) tundras e desertos.
consideradas os “pulmões” do mundo.
06. (UCS) A formação vegetal que se desenvolve
e) rápida reciclagem dos nutrientes, poten-
nas altas latitudes do Hemisfério Norte, de onde
cializada pelo calor e pela umidade das
é extraída a maior parte da madeira do Canadá,
florestas tropicais, o que favorece a vida dos
da Suécia, da Noruega, da Finlândia e da Rússia,
decompositores.
denomina-se:
03. (UFJF) A tundra é caracterizada como: a) tundra.
a) vegetação de caráter xeromorfo, onde se b) taiga.
destacam as cactáceas. c) savanas.
b) vegetação rasteira (ervas e gramíneas) de d) estepes.
excelente valor para a pecuária. e) cerrado.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

07. (UEL – Adaptada) Considerados berçários da vida fluviomarinha, a vegetação de


mangues aparece no Brasil:
a) ao longo das falésias e costões litorâneos, muito encontrados nas regiões
Nordeste e Sudeste.
b) nas áreas de maiores amplitudes de marés, como nos estados do Maranhão e do
Rio Grande do Sul.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) nas áreas litorâneas, onde as águas do mar apresentam menor salinidade e tem-
peraturas mais baixas.
d) em locais arenosos e secos, em todo o litoral do País, que estejam a salvo das
inundações de água salgada.
e) nas reentrâncias do litoral e junto à foz dos rios, periodicamente invadidos pelas
águas oceânicas.

08. (UFRGS – 2010) Observe a figura a seguir, usada em recentes manifestações


ambientalistas.

Disponível em: <www.NaniHumor.blogspot.com>.

Essa imagem expressa uma crítica:


a) ao aumento de exportação de carne e madeira para a China.
b) à transformação de florestas em pastagens.
c) aos investimentos norte-americanos na megassivilcultura no Brasil.
d) ao binômio criação de gado e florestas cultivadas.
e) às restrições impostas pela fome na África.

09. (Unesp – 2010) O pau-brasil foi a primeira matéria tintorial vinda da América a ser comerciali-
zada na Europa (...) A exploração do pau-brasil é reconhecida como o primeiro ciclo econômico
da história do Brasil. (...) Foi explorado pelas maiores potências comerciais de então (portu-
gueses, franceses, holandeses e ingleses, entre outros). (...) Em 1501, dom Manuel declarou
o pau-brasil monopólio da Coroa portuguesa. (...) Embora tenha sido oficialmente designado
como espécie em perigo de extinção, o pau-brasil continua sendo alvo de comércio ilegal e
também avança incessantemente o desmatamento de seu habitat natural. (...) A redução da
área original é o fator que mais coloca em risco a sobrevivência do pau-brasil, implacavelmente
devastada ao longo dos últimos 500 anos.
BUENO, Eduardo. Pau-Brasil, 2002. (Adaptado).

O habitat natural do pau-brasil é o bioma:


a) Amazônico. d) Caatinga.
b) Cerrado. e) Pantanal.
c) Mata Atlântica.

10. (UFSJ)
Geopolítica da Amazônia
A floresta só deixará de ser destruída se tiver valor econômico para competir com a madeira, com a
pecuária e com a soja. Mesmo com os grandes avanços na sua proteção, a questão de manter a
capacidade sustentável da floresta ainda não foi solucionada. Florestas e terras são bens públicos
e, por isso, são trunfos que estão sob o poder do Estado, que tem autoridade para dispor deles,
segundo o interesse da nação. (Bertha K. Becker)
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php>. Acesso em: 15 jul. 2008.
10
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

Assinale a alternativa que apresenta a proposta correta para o desenvolvimento da


Região Amazônica em bases mais sustentáveis.
a) Desenvolvimento de políticas para a integração do índio à população local, di-
minuindo assim o tamanho das reservas e garantindo a soberania do nosso
território.
b) Incentivos à pesquisa e à utilização da biodiversidade e do conhecimento –

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
fruto da diversidade cultural dos povos da floresta para o desenvolvimento da
biotecnologia.
c) Erradicação da pecuária e da agricultura da região, evitando, assim, o desmata-
mento de novas áreas para a formação de pastagens e cultivos.
d) Criação de uma nova legislação ambiental, visto que as leis em vigor no Brasil
são pouco rígidas, o que incentiva o desmatamento.

11. (UFBA/UFRB)

Tundra

LUCCI, E. A.; BRANCO, A. L.; MENDONÇA, C. Território e sociedade no


mundo globalizado: geografia geral e do Brasil: Ensino Médio.

Taiga São Paulo: Saraiva, 2009. p. 527.
A diversidade de paisagens vegetais do Planeta está diretamente relacionada com
os tipos de clima, de relevo e de solo onde elas se situam. A influência do clima é,
sem dúvida, a mais relevante, havendo uma associação entre a paisagem vegetal e o
ambiente climático característico, principalmente no que diz respeito à temperatura e
à umidade. Com base nessas informações e na observação das ilustrações, localize
e caracterize as paisagens vegetais da tundra e da taiga.

Geografia

11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

12. (Ufam) A vegetação da paisagem polar é formada por:


a) vegetação herbácea e árvores.
b) cactáceas e pequenos arbustos.
c) pequenos arbustos, musgos e líquens.
d) arbustos, árvores e ervas.
e) ervas e cactáceas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
13. (Ufla) Uma definição bastante simples e aceita para o termo ecossistema é a de
que se trata de uma estrutura espacial, na qual elementos combinam-se entre si de
diferentes maneiras, e qualquer modificação neles implica na alteração do conjunto
como um todo.
Tendo por base a informação acima, assinale a alternativa que não se enquadra
como efeito de um desmatamento.
a) Sua ocorrência modifica o ciclo hidrológico, o que diminui a quantidade de chuva e
altera o clima local.
b) Outro efeito possível está no deslocamento de animais e insetos para outros locais
que, muitas vezes, não oferecem as condições de habitat necessárias.
c) Um fenômeno pouco conhecido é a acidificação e destruição dos solos, que
ocorre em função da neblina que atua como “veículo” de poluentes próprios de
centros urbanos.
d) A lixiviação do solo ocorre com a perda da cobertura vegetal, o que gera perda
de fertilidade do solo, erosão e assoreamento de rios e lagos, o que gera, por sua
vez, inundações.

14. (Fuvest) Mandacaru, xique-xique e facheiro são algumas das espécies vegetais que
aparecem:
a) no cerrado.
b) na caatinga.
c) no manguezal.
d) na floresta tropical.

15. (Fuvest) O primeiro e segundo produtores de borracha natural são, respectivamente:


a) Ceilão e Malásia.
b) Indonésia e Birmânia.
c) Malásia e Indonésia.
d) Malásia e Tailândia.
e) Malásia e Brasil.

16. (Fuvest) A Cia. Ford racionalizou o plantio da seringueira no Brasil. Para isso, fundou
Fordlândia e Belterra. Atualmente, essas áreas não mais pertencem à Ford. Tal tenta-
tiva foi desenvolvida no baixo rio:
a) Tocantins.
b) Araguaia.
c) Amazonas.
d) Xingu.
e) Tapajós.

17. (Fuvest) O Brasil dominou o mercado mundial de borracha natural no período com-
preendido pelos anos:
a) 1860 a 1912.
b) 1900 a 1940.
c) 1910 a 1950.
d) 1870 a 1930.
e) 1890 a 1950.
12
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

18. (PUC-SP) O maior produtor mundial de borracha sintética é:


a) Rússia.
b) Canadá.
c) Inglaterra.
d) França.
e) EUA.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
19. (UFPel) Apesar de ser reconhecido como um país tropical, o Brasil apresenta uma
variedade climática que comporta outros tipos. Observe os climogramas seguintes.

Sobre os tipos climáticos brasileiros, é correto afirmar que:


a) Belo Horizonte é um exemplo de clima Tropical Atlântico, que vai do Rio Grande
do Norte até o Paraná. As chuvas, nesse clima, variam de acordo com a latitude

Geografia
da localidade, sendo mais comuns as chuvas no inverno nordestino.
b) Curitiba possui clima Tropical de Altitude, das áreas com mais de 800 metros de
altitude, que se manifesta em verões quentes e chuvosos e invernos frios e secos.
c) Goiânia apresenta clima Tropical, com estações bastante destacadas pela dife-
rença de pluviosidade, verão chuvoso e inverno seco.
d) o clima em João Pessoa é do tipo semiárido, que se caracteriza pela pouca varia-
ção de chuva durante o ano e um frio mais intenso no inverno.
e) Manaus exemplifica o clima equatorial, que possui uma amplitude térmica acentuada
e um regime de chuvas regular durante todo o ano.

20. (Ufla) A relação entre a massa de ar atuante no Brasil e suas características está cor-
reta na alternativa:
a) Tropical Atlântica (fria/seca) – Atua com mais intensidade nas regiões Sul e Sudeste.
Provoca chuvas de inverno no litoral do Nordeste e quedas de temperatura na
Amazônia.
b) Equatorial Continental (quente/úmida) – Atua na Amazônia Ocidental e nas demais
regiões do Brasil (no verão) provocando chuvas.
13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

c) Tropical Continental (quente/úmida) – Atua c) um Ciclone Intertropical.


principalmente no litoral das regiões Norte d) uma Onda de Oeste.
e Nordeste, formando os ventos alísios de e) uma Chuva Orográfica.
nordeste.
d) Equatorial Atlântica (quente/seca) – Atua no 23. (Uespi) O Brasil, em face de sua enorme dimen-
litoral são e da influência de outros fatores estáticos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e dinâmicos, possui uma grande variedade de
21. (Uespi) A figura a seguir está representando um
tipos climáticos. Assinale o tipo climático que do-
importante fenômeno climático. Assinale-o.
mina na região Sul do País.
a) Frio Oceânico
b) Tropical de Altitude
c) Subtropical
d) Temperado Continental
e) Subequatorial

24. (Furg) O Clima subtropical úmido, no Sul do


Alísios País, é caracterizado por invernos relativamente
rigorosos, com a ocorrência esporádica de pre-
cipitação de neve em determinadas áreas.
a) A formação de ciclones extratropicais. Assinale a alternativa que apresenta os fatores
b) A gênese das chuvas frontais. climáticos que influenciam a precipitação de
c) A origem da Zona de Convergência neve em determinadas áreas do Sul do País.
Intertropical. a) Latitude, altitude e massa de ar
d) A dispersão de uma frente fria. b) Altitude, maritimidade e continentalidade
e) A formação de chuvas orogênicas. c) Latitude, altitude e maritimidade
d) Maritimidade, relevo e massas de ar
22. (Ufal) Observe atentamente a imagem a seguir.
e) Depressões, altitude e massas de ar

25. (IFPA) A respeito dos principais fenômenos climá-


ticos recorrentes nas cidades, é correto afirmar:
a) Friagem é o fenômeno natural mais frequente
nos meses de verão, em períodos de pene-
tração de massas de ar frio, acontecendo
em escala local por apenas algumas horas.
b) Efeito estufa é um fenômeno natural e fun-
damental para a vida, que consiste na
retenção de calor irradiado pela superfície ter-
restre, contribuindo para o equilíbrio térmico
do Planeta.
c) Inversão térmica é um fenômeno climático
ocasionado por elevadas temperaturas, prin-
cipalmente nas áreas centrais das cidades,
onde existem poucas áreas verdes.
d) El Niño é o fenômeno climático resultan-
te de alteração antropogênica, tais como
verticalização, redução de áreas verdes,
impermeabilização do solo, ocasionando a
elevação da temperatura.
e) La Niña é o fenômeno natural mais frequen-
te nos meses de verão, em períodos de
A seta, incidindo sobre o território brasileiro, indica: penetração de massas de ar quente, aconte-
a) uma Frente Fria. cendo em escala local por apenas algumas
b) uma Zona de Convergência Intertropical. semanas.
14
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

26. (Unifei) O clima corresponde ao comportamento do tempo atmosférico durante


um longo período. Com relação ao clima, analise as afirmativas e assinale a opção
correta.
I. São fatores climáticos a latitude, a altitude, as massas de ar, a continentalidade.
II. Ilhas de calor são um fenômeno climático típico de grandes aglomerações
urbanas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
III. A ação diferenciada das massas de ar ao longo do ano é um dos fatores que
explicam a variação do comportamento do tempo.
IV. A inversão térmica é um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte
do Planeta e geralmente acontece no final da madrugada e no início da manhã,
principalmente nos meses de inverno.
a) Apenas I e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I, II e III estão corretas.
d) Todas estão corretas.

27. (Unifei) Pode-se afirmar que o clima corresponde ao comportamento do tempo


atmosférico, ao longo do ano, num determinado lugar da Terra. O clima tem compor-
tamento diversificado, que é caracterizado pela combinação de diferentes fatores.
Com relação aos fatores climáticos, assinale a alternativa incorreta.
a) A latitude é o mais evidente fator climático, e quanto mais se afastar do Equador,
menores serão as temperaturas.
b) As massas de ar influem diretamente nas condições climáticas.
c) As massas de ar podem ser frias ou quentes, secas ou úmidas, e, ao se desloca-
rem, interagem umas com as outras, trocando e distribuindo calor pela terra.
d) Em maiores altitudes, o ar se torna mais rarefeito, ou seja, há mais concentração
de gases e umidade, o que aumenta a retenção de calor.

28. (UFSJ) Observe o mapa abaixo.

Geografia

A partir da análise do mapa, é correto afirmar que:


a) a frente fria desloca-se pelo território brasileiro influenciada pelas diferenças de
pressão atmosférica.
b) a alta pressão atmosférica sobre a Região Sudeste favorece o avanço da massa
de ar em direção ao estado de Minas Gerais.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

c) as elevadas altitudes do relevo na Região Centro-Oeste orientam o desloca-


mento da frente fria em direção ao sudoeste da Amazônia.
d) a porção central da Argentina e o Oceano Atlântico são regiões ciclonais que
atraem a frente fria.

29. (UEMG)

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Aquecimento Global
É o fenômeno responsável pelo aumento na temperatura da atmosfera terrestre e
dos oceanos, nas últimas décadas. Os poluentes do ar se acumulam na atmosfera,
formando uma capa cada vez mais grossa, que “segura” o calor do sol, causando o
aquecimento do Planeta.
Assinale a alternativa que não apresenta uma consequência do aquecimento global.
a) Derretimento das geleiras, nos extremos da Terra.
b) Desflorestamento e queimadas das áreas de matas.
c) Secas severas, que causam maior escassez de água.
d) Aumento do nível do mar, causando inundações costeiras.

30. (Uece – 2012) Considere as afirmações a seguir no que se referem ao contexto


geoecológico da Terra.
I. A floresta das regiões temperadas tem um padrão fisionômico muito homogê-
neo: é pobre em diversidade vegetal, sendo encontrada em latitudes médias, de
35° a 45°.
II. A floresta das regiões tropicais é associada a climas quentes e úmidos: é rica em
diversidade vegetal, sendo encontrada em latitudes baixas, de 0° a 20°.
III. A floresta secundária, em qualquer região da Terra, resulta de sucessão ecoló-
gica, tendo o recrescimento das plantas após a supressão total ou parcial da
vegetação primária.
IV. A floresta subtropical tem associações arbóreas pouco diversificadas, muito
homogêneas e com grande variedade florística, sendo encontrada em altas
latitudes, de 60° a 80°.
É verdadeiro o que se afirma em:
a) II, III e IV apenas.
b) I, II, e III apenas.
c) I e IV apenas.
d) I, II, III e IV.

31. (UPE – 2012) No mapa-múndi a seguir, existem umas áreas escuras que vêm sendo
objeto de estudo para importantes setores da Geografia atual. Tais áreas correspon-
dem às(aos):

OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO PACÍFICO

OCEANO
PACÍFICO
EQUADOR

OCEANO
ÍNDICO

OCEANO
ATLÂNTICO

0 5 725 km 11 450 km

Escala aproximada

a) zonas de forte instabilidade política e de conflitos étnicos.


b) florestas latifoliadas tropicais e equatoriais.
16
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

c) espaços geográficos de grande estabilidade tectônica.


d) faixas de dobramentos modernos fortemente erodidos.
e) espaços agrários de cultivo da soja e do arroz.

32. (UFBA – 2012 – Adaptada) A ocorrência de um mesmo bioma em continentes distin-


tos é determinada principalmente pelas condições de latitude, de temperatura e de
precipitação.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre os biomas terrestres, identifique os
biomas indicados por:
I.
II.
III.

33. (FGV-SP – 2012) Assinale a alternativa que associa corretamente um tipo climático ao
tipo de vegetação zonal que a ele corresponde.
a) Clima Equatorial/Vegetação esclerófila (chaparral, maqui).
b) Clima Tropical/Savanas.
c) Clima Mediterrâneo/Florestas temperadas caducifólias.
d) Clima Temperado/Florestas pluviais tropicais.
e) Clima subtropical árido/Estepes.

34. (Unesp – 2012) Leia com atenção:

Geografia
O dia 25 de abril é considerado o Dia Mundial de Combate à Malária. Neste ano, a ONU fez um
apelo para que a doença, uma das mais antigas a atingir a humanidade, seja erradicada até
2015. Em todo o mundo, cerca de 800 mil pessoas morrem por ano em decorrência da doença,
em especial na África. No Brasil, a partir do início da década de 1990, a malária se estabilizou em
cerca de 500 mil casos por ano – a maciça maioria na Amazônia Legal –, experimentando uma
queda para pouco mais de 300 mil em 2008 e 2009.
GIRARDI, Giovana. Unesp Ciência, ano 2, n. 20, jun. 2011. (Adaptado).

Áreas com transmissão de malária

0 5 345 km 10 690 km Áreas com risco limitado de transmissão de malária


Áreas sem transmissão de malária
Escala aproximada

Disponível em: <www.medicinanet.com.br>. (Adaptado).


17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

A partir da leitura do texto e da observação do III. A diminuição de índices de precipitação at-


mapa, pode-se afirmar que a maior incidência mosférica na região de Pequim e o avanço
de casos de malária ocorre em regiões com o de terras cobertas por areia são indícios de
domínio do clima: um processo de desertificação.
a) desértico. IV. A grande região desértica asiática, da qual
b) mediterrâneo. faz parte o deserto de Gobi, liga-se à ma-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) subtropical. crorregião formada pelos desertos do Saara
e da Arábia.
d) temperado. TEMPESTADE DE AREIA
e) equatorial. VISIBILIDADE
> 10 km áreas não
1 - 10 km afetadas

35. (Unicamp – 2012) O mapa a seguir mostra a dis- 0,5 - 1km


<0,5 km
linha do
litoral PRECIPITAÇÃO ATMOS
NA REGIÃO DE PEQ
tribuição global do fluxo de carbono. As regiões média nos períodos (mm)
MONGÓLIA
indicadas pelos números I, II e III são, respectiva- 500

mente, regiões de alta, média e baixa absorção 480

de carbono. 460
Pequim
CHINA 440
OCEANO
TEMPESTADE DE AREIA PACÍFICO
420
0 198 km
VISIBILIDADE
Escala aproximada 400
> 10 km áreas não 1970 - 1972 1981 - 1991
1 - 10 km afetadas
0,5 - 1km linha do
litoral PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA
<0,5 km
NA REGIÃO DE PEQUIM
média nos períodos (mm)
MONGÓLIA
500

480

460
Pequim
CHINA 440
OCEANO
BEER et al. Science, n. 329, p. 834-838, 2010. PACÍFICO
420
0 198 km
Considerando-se as referidas regiões, pode-se
Escala aproximada 400
1970 - 1972 1981 - 1991 1999 - 2008
afirmar que os respectivos tipos de vegetação
predominante são:
a) I – Floresta Tropical; II – Savana; III – Tundra e
Taiga.
b) I – Floresta Amazônica; II – Plantações; III –
Floresta Temperada.
c) I – Floresta Tropical; II – Deserto; III – Floresta
Temperada.
d) I – Floresta Temperada; II – Savana; III –
Tundra e Taiga.

36. (Fuvest – 2012) Considere as afirmativas, o


mapa, o gráfico e a imagem das casas semisso-
terradas, na China, para responder à questão. Science & Vie, Climat, 2009.
I. Tempestades de areia que têm atingido
Pequim nos últimos anos relacionam-se a Está correto o que se afirma em:
ventos que sopram do deserto de Gobi em a) I e II, apenas.
direção a essa cidade. b) II e III, apenas.
II. A baixa pressão atmosférica predominante c) I, III e IV, apenas.
sobre o deserto de Gobi é responsável pela d) II, III e IV, apenas.
formação de ventos fortes nessa região. e) I, II, III e IV.

18
Paisagens climatobotânicas da Terra ENSINO MÉDIO UNIDADE 6

INDICAÇÕES CULTURAIS
Filmes
ILHA das flores. Direção de Jorge Furtado. Brasil: Casa de Cinema de Porto Alegre, 1989. (13 min.), son., color. 35 mm.
NA NATUREZA selvagem. Direção de Sean Penn. Estados Unidos: Paramount Vantage, 2007. (148 min.), son., color. 35 mm.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Legendado.
AVATAR. Direção de James Cameron. Estados Unidos: Twentieth Century Fox Films Corporation, 2009. (162 min.), son., color.
Legendado.
HOME – Nosso planeta. Direção de Yann Arthus-Bertrand. França: Elzévir Films, 2009. (120 min.), son., color. 35 mm. Legendado.

ANOTAÇÕES

Geografia

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 6 Paisagens climatobotânicas da Terra

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

20
UNIDADE 7
HIDROSFERA
a f ia
gr
Introdução ao estudo da hidrosfera ...................2

Geo

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Águas continentais .................................................6
Águas oceânicas ................................................... 18
Água: a escassez da abundância ....................... 27

Acredita-se que a vida surgiu no planeta Terra


há mais ou menos 4,5 bilhões de anos. Desde
então, a biosfera modifica o ambiente para uma
melhor adaptação. Em função das condições de
temperatura e pressão que passaram a ocorrer
na Terra, houve um acúmulo de água em sua
superfície, nos estados líquido e sólido, o que deu
origem ao ciclo hidrológico.
Os continentes representam a litosfera; a
água existente na Terra forma a hidrosfera; cada
um dos polos (Ártico e Antártico) e os cumes das
montanhas mais altas apresentam uma cobertura
de gelo e neve denominada criosfera; a massa de ar
que cobre a Terra é chamada de atmosfera; e a vida
existente no planeta forma a biosfera.
© Radius Images/Radius Images/Latinstock
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Introdução ao estudo da
hidrosfera
A

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Terra pode ser considerada o “planeta água”, pois as águas cobrem cerca de três
quartos da superfície terrestre. A extensa camada líquida é formada principalmente
pelos oceanos, mas envolve também os mares, os rios, os lagos, as geleiras etc. Todos esses
elementos, em conjunto, formam o que denominamos ­hidrosfera. Há, entretanto, grande
desigualdade no percentual de águas doces e salgadas do Planeta. A água salgada, que
se encontra nos oceanos e nos mares, representa 97,5% das massas ­líquidas existentes na
Terra, e a água ­doce ­ocupa apenas os 2,6% restantes, dos quais quase 2% estão retidos nas
calotas polares e nas geleiras das altas montanhas. Apenas 0,001% de toda a água doce se
encontra na atmosfera, nos rios, nos lagos e na biosfera (plantas e animais).

LEITURA

Civilizações do Crescente Fértil Acervo Editora

Mar
A região do Planeta onde surgiram as primeiras Cáspio
civilizações é chamada de Crescente Fértil, que englo- Rio Tigre
bava a Mesopotâmia (que hoje corresponde ao Iraque, Rio Eufrates
ao Kuwait, ao nordeste da Síria e a partes da Turquia Mar Mediterrâneo
e do Irã), a faixa de terra junto ao Mar Mediterrâneo e Crescente
o nordeste da África. Ficou conhecida por esse nome Fértil
porque seu traçado forma um semicírculo que lembra Rio Nilo
a Lua no quarto crescente, e também pela presença Golfo
de grandes rios, cujos vales apresentavam solos fér- Pérsico
teis propícios para a prática da agricultura.
Mar
Vermelho

A água, substância essencial aos seres vivos, tem impor-


Distribuição mundial da água
tância histórica. Diversos povos antigos se instalaram e
desenvolveram suas civilizações ao longo de importantes rios
que forneciam água para o abastecimento das populações e
para inúmeras outras atividades, como transporte e irrigação de
áreas agrícolas. Esse é o caso da Mesopotâmia (rios Eufrates
e Tigre), do Egito (Rio Nilo), da China (rios Azul e Amarelo) etc.
97,5% Atualmente, a questão da água doce ­ disponível torna-se
cada vez mais preocupante, em virtude não apenas do cresci-
mento populacional, que é ­ainda mais significativo nos países
subdesenvolvidos, mas, principalmente, em razão do desperdí-
cio e da poluição que ocorre de forma irresponsável, sobretudo
2,15% nas últimas décadas.
O Brasil se destaca por possuir a maior reserva de água doce
0,625% do mundo, com 12% das reservas superficiais do Planeta. Muitos
0,001% 0,009%
países, no entanto, principalmente aqueles onde predominam
climas desérticos e semiáridos, enfrentam grandes dificulda-
Oceanos e mares des. Na África Setentrional, por exemplo, as perspectivas são
pessimistas, pois 14 países encontram-se em difícil situação em
Calotas glaciais Lagos e rios
relação às reservas de água e outros 11 passarão a fazer parte
Águas subterrâneas Atmosfera
dessa lista até o ano de 2025.
2
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Na Ásia Ocidental (ou Oriente Médio), a escassez de água doce é foco de interesses
internacionais e de conflitos. Isso vem ocorrendo na Bacia dos rios Tigre e Eufrates, onde
a disputa ocorre entre Turquia, Iraque e Síria; e na Bacia do Rio Jordão, que é foco de
tensões entre Líbano, Síria, Israel e Jordânia. Há soluções técnicas, tais como construção
de barragens, dessalinização da água do mar, captação de água da neve para condução
por meio de aquedutos até as regiões secas. Todas essas medidas, no entanto, são des-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
pendiosas, tanto em termos econômicos quanto no aspecto ambiental.
Acervo Editora

8%
ÁGUA POTÁVEL USO DOMÉSTICO
2,5%

22%
INDÚSTRIA

O volume total 70%


de água na Terra IRRIGAÇÃO
é de cerca de
1 400 milhões de
km3. O volume
de recursos de
água doce é 0,3%
de cerca de 35 ÁGUA LIMPA
milhões de km3, LAGOS E RIOS
ou cerca de 2,5%
do volume total.

ÁGUA SALGADA 30%


70% SUBTERRÂNEAS
97,5% GELO, NEVE E COBERTURA
DE REGIÕES MONTANHOSAS

Da água potável existente no Planeta, muito pouco está


acessível e desse pouco a maior parte é utilizada de forma irracional.

Deve-se ressaltar ainda que, além da escassez natural, a falta de água potável é
resultado principalmente da poluição, que se intensificou a partir dos processos de
industrialização e urbanização mundiais. Desde então, os suprimentos de águas super-
ficiais e subterrâneas em todo o mundo têm sido poluídos com despejo de detritos,
esgotos, produtos químicos utilizados na agricultura, dejetos industriais etc. A isso tudo
somam-se, ainda, o desvio de águas para a agricultura e a sua utilização para geração

Geografia
de energia.

LEITURA COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 27

O planeta água e sua 1,1 bilhão de pessoas carecem de acesso à água


escassez hídrica potável. Cotidianamente, milhões de pessoas pobres,
especialmente mulheres, gastam um tempo enorme
A ONU (Organização das Nações Unidas) ins- à sua procura. A falta de saneamento básico atinge
tituiu 2013 como o ano internacional da água. Nada cerca de 2,5 bilhões de seres humanos e quase 2
mais justo, já que especialistas apontam a escassez milhões de crianças morrem anualmente por infecções
do “ouro azul” como um dos principais problemas transmitidas pelo consumo de água de má qualidade.
ambientais a serem enfrentados pela humanidade ao São números aterradores, que captam os contornos de
longo do século XXI. A falta de água figura, juntamente um massacre silencioso.
com o aquecimento global, no topo da lista de priorida-
Diante desse quadro dramático, a ONU se enga-
des ambientais das Nações Unidas.
jou em reduzir pela metade o número de pessoas que
Não foi a primeira vez – e, certamente, não será não têm acesso a serviços vitais como água potável
a última – que a ONU declarará um ano dedicado à e saneamento básico. Os Objetivos do Milênio para o
escassez de água no mundo. Atualmente, pelo menos Desenvolvimento, compromisso formalizado no ano
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

2000 por mais de 190 países-membros da organiza- Ocidental gira ao redor de 70 a 90 metros cúbicos.
ção, infelizmente não serão atingidos até 2015, o prazo Na África Subsaariana, dependendo da região, entre
estabelecido para seu cumprimento. 5 e 30 metros cúbicos. Contudo, a expansão do con-
De uma forma geral, expressivo número de países sumo reflete, principalmente, a ampliação das áreas
parecem ignorar que um melhor acesso ao precioso cultivadas com irrigação e, no caso dos países ricos,
líquido protegeria a vida de milhões de habitantes, o aumento do uso industrial. Além disso, nas últimas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
especialmente das áreas rurais, que hoje sofrem com cinco décadas, a poluição dos mananciais reduziu dra-
a desnutrição e estão cada vez mais ameaçados pela maticamente as reservas hídricas.
escassez hídrica. Procurando reverter essa situação, o Atualmente, pelo menos metade das terras
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento emersas já enfrentam problemas de penúria em água
(Pnud) exortou a todos os países que pusessem a água – o chamado estresse hídrico. No Oriente Médio e em
no topo de suas prioridades. áreas da Ásia Central, Índia e China, o estresse hídrico
À primeira vista, é um paradoxo discutir a escas- decorre das limitações físicas das reservas superficiais
sez de água num planeta que tem cerca de 75% de sua e subterrâneas de água em relação às necessidades
superfície recoberta por massas líquidas. Contudo, a da população. Na Líbia, projetos de irrigação extensiva
água doce representa apenas 2,5% desse total, cons- em terras áridas, baseados em poços artesianos, estão
tituído predominantemente por águas oceânicas. Mais secando os aquíferos. No Egito, a irrigação depende
ainda: só uma minúscula parcela – cerca de 1% – da das águas do rio Nilo e entra em conflito com as deman-
água doce presente nos rios, lagos, aquíferos e atmos- das domésticas e industriais. Nos Estados Unidos, o
fera é acessível ao consumo humano. O restante do vasto aquífero Ogallala, no estado de Nebraska, pode
imenso “estoque” está imobilizado nas geleiras, calotas secar completamente em poucas décadas.
polares e lençóis subterrâneos profundos. A escassez de água resulta da combinação, por
A água potável é um recurso finito, que se reparte vezes perversa, de aspectos naturais, demográficos,
muito desigualmente pela superfície do Planeta. Por socioeconômicos e até culturais. Os estoques de água
seu ciclo natural, a água é um recurso renovável, mas potável hoje disponíveis para uso humano dariam para
suas reservas não são ilimitadas. Se o consumo conti- sustentar bem mais indivíduos que os mais de 7 bilhões
nuar crescendo como nas últimas décadas, todas as das pessoas que vivem hoje no Planeta. Contudo, o
águas superficiais estarão comprometidas em 2100. “ouro azul” não está distribuído de forma equânime
pelas regiões do mundo. Apenas nove entre os quase
Ao longo do último século, a população mun-
200 países que compõem a comunidade internacional
dial triplicou, enquanto o consumo global de água foi
concentram cerca de 60% dos recursos hídricos da
multiplicado por sete. A quantidade de água consu-
Terra. Muitos dos demais enfrentam o fenômeno que já
mida nas residências é um significativo indicador do
se propõe denominar como “pobreza de água”.
nível de vida das populações. Nos Estados Unidos e
Disponível em: <http://www.clubemundo.com.br/pages/Integra.
no Canadá, o uso anual per capita em áreas residen-
aspx?materia=1187>. Acesso em: 27 fev. 2015.
ciais varia entre 200 e 300 metros cúbicos e na Europa

ANOTAÇÕES

4
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

ATIVIDADES
01. (Advise) A biosfera é o meio em que a vida se desenvolve em uma combinação dos elementos da:
a) biosfera, litosfera e hidrosfera.
b) atmosfera, litosfera e biosfera.
c) atmosfera hidrosfera e biosfera.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) atmosfera, litosfera e hidrosfera.
e) biosfera, atmosfera e hidrosfera.

02. (UTFPR) Um garoto, durante o primeiro dia de suas férias, viajou com os seus pais, de avião, para uma
belíssima praia brasileira. Nesse mesmo dia, praticaram mergulho e, ao anoitecer, caminharam em uma
trilha ecológica bastante conhecida na cidade onde estavam hospedados.
Pode-se afirmar que nesse mesmo dia esse garoto passeou, respectivamente, por partes da:
a) hidrosfera, atmosfera e litosfera.
b) atmosfera, litosfera e hidrosfera.
c) litosfera, atmosfera e hidrosfera.
d) litosfera, hidrosfera e atmosfera.
e) atmosfera, hidrosfera e litosfera.

03. (Udesc) A atmosfera possui três camadas: a ionosfera, a estratosfera e a troposfera. Sobre a atmosfera,
pode-se afirmar:
I. O ozônio encontra-se na estratosfera.
II. A troposfera é uma camada muito importante, pois é com ela que os habitantes da Terra estão perma-
nentemente em contato; é nela que se formam os ventos, as nuvens e a chuva.
III. O oxigênio existe em menor quantidade nos lugares mais altos. Pode-se, então, dizer que a atmosfe-
ra não é homogênea.
IV. O ar, ao contrário da terra e da água, não transforma a energia solar em calor. Por isso os raios solares
atravessam a atmosfera sem aquecê-la e incidem sobre a superfície da Terra. Aí o calor é produzido
e se irradia pela atmosfera. Por isso os lugares mais baixos são mais quentes que aqueles que ficam
em altitudes mais elevadas.
V. Na troposfera os gases que predominam são nitrogênio, gás carbônico, oxigênio e gás natural.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.

Geografia
d) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

04. (Udesc) Sobre a hidrosfera, pode-se afirmar:


I. No planeta Terra a água é encontrada naturalmente nos três estados: líquida, sólida e gasosa.
II. A água do mar só é salgada porque, após a solidificação da litosfera, e com o estabelecimento
do ciclo da água, a ação do intemperismo desagregou e decompôs as rochas, dando origem
a sais minerais. Estes eram levados para os mares e oceanos por diversos agentes erosivos.
Assim, os mares e oceanos foram-se tornando salinos.
III. As águas se concentram mais no Hemisfério Sul do que no Hemisfério Norte.
IV. As marés são movimentos de lenta subida e descida das águas dos oceanos e mares; podem ser
observadas no decorrer de um dia e são provocadas pela força de atração da Lua e do Sol.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa IV é verdadeira.
d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Águas continentais
Rios
C hamamos de rios os cursos de águas naturais que escorrem pelas depressões

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
ou partes mais baixas do relevo e deságuam em outro rio, em um lago ou no
oceano. Podem originar-se das águas de chuvas, de lençóis subterrâneos e do derreti-
mento de neves ou de geleiras.
O tipo de água que alimenta um rio define o regime deste. Se o volume de água
depende da quantidade de chuva, o regime é pluvial; se depende do derretimento da
neve ou do gelo, é nival ou glacial, respectivamente. Há rios de regime misto, isto é, que
são ao mesmo tempo alimentados pelas duas formas.
A quantidade de água que um rio despeja em um ponto e em determinado tempo
denomina-se débito fluvial, descarga ou vazão (medida em metros cúbicos por segundo),
que varia ao longo do curso em função da alimentação feita pela água da chuva, pelos
afluentes, pela infiltração e pela evaporação.
Os pontos mais altos do relevo (entre dois rios) são denominados divisores de águas.
Ao final deles ocorrem as vertentes, ou seja, uma rede de captura para onde converge
toda a água que é drenada, na qual é formada a bacia hidrográfica, composta por um rio
principal, seus afluentes e seus subafluentes.
Se a drenagem é direcionada para o oceano, denomina-se drenagem e ­ xorreica. Se,
ao contrário, a água fica retida no continente, em lagos, por exemplo, recebe o nome de
drenagem endorreica.
Para estudarmos melhor a ­hidrografia, eis alguns conceitos que devemos conhecer.
– Nascente ou cabeceira: local onde o rio nasce.
– Leito: trecho ou canal por onde es­coam as águas.
– Margens: partes laterais, direita e esquerda, observadas a partir da nascente para a
foz, demarcadoras do leito.
– Foz ou desembocadura: ponto de descarga das águas fluviais. Pode ser em estuá-
rio ou em delta.
– Estuário: forma de desaguadouro de um rio no oceano, caracterizado por uma boca
única ou um único canal, geralmente batido por correntes marinhas e correntes de
marés, que impedem a acumulação de detritos.
Marcos Vergueiro/Secom-MT

6
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

– Meandro: série de curvas acentuadas no tra­


çado de um rio.
– Vale fluvial: extensão entre um divisor de águas
e outro.
Observe o perfil de um vale fluvial.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
1. Divisor de águas
2. Vertentes
3. Margens
– Delta: tipo de foz correspondente a um depósito 4. Leito
aluvial que avança como um leque na direção 5. Talvegue
6. Vale
do oceano. Essa deposição exige determina-
das condições, como ausência de correntes – Vertentes: diz-se de águas que descem pelas
marinhas, fundo raso, abundância de detritos encostas de um morro e do declive de montanha
etc. A denominação delta vem da forma da foz (encosta, tomba), ou seja, superfície em declive
do Rio Nilo (Egito), que lembra a quarta letra do por onde corre ou pode correr água ou as late-
alfabeto grego. rais de um vale fluvial, que abrangem desde a
margem até o divisor de água.
– Talvegue: linha que liga, em sentido longitudinal,
os pontos mais profundos do rio.

Importância dos rios


A importância dos rios está intimamente corre-
lacionada à sobrevivência populacional e à melhor
qualidade de vida de grande parte da população
mundial. Sua preservação é o aspecto em que o
– Centros dispersores de águas: correspondem ser humano mais deve investir, pois são inúmeras as

Geografia
às áreas elevadas do relevo (montanhas, planal- riquezas que esse meio natural nos oferece. Vejamos
tos, chapadas), de onde procedem os recursos alguns a seguir.
fluviais que vão drenar determinado território. – Abastecimento urbano: as águas e os manan-
– Afluente: rio que desemboca no rio principal. ciais tratados com o devido cuidado são
– Curso: canal de escoamento que se estende da essenciais para o abastecimento e o funciona-
mento dos centros urbanos. A água não tratada e
nascente até a foz.
o desmatamento de vertentes provocam uma série
O curso de um rio pode ser dividido em três de desequilíbrios na saúde das pessoas e, em
partes: curso superior, próximo à nascente e onde muitos casos, são responsáveis pelo alto índice
predomina o processo de erosão; curso médio, de mortalidade infantil em determinadas regiões.
onde predomina o transporte fluvial e o trabalho de
– Irrigação: os locais onde a água pode ser far-
modelamento das vertentes; e curso inferior, onde
tamente utilizada para a irrigação dos solos têm
predomina o processo de sedimentação.
mais chances de apresentar um desenvolvi-
– Montante: é a parte do rio em direção à nascente, mento maior no setor agrícola. Em contrapartida,
a partir de determinado ponto. os espaços com deficiência de água sofrem limi-
– Jusante: é a parte do rio em direção à foz, a par- tações que, consequentemente, irão refletir-se na
tir de determinado ponto. queda da produção.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

– Vias de transporte: desde os primórdios da civi- – Siderurgia: as águas de rios são utilizadas na
lização, os rios são utilizados no transporte de refrigeração de máquinas utilizadas para a fabri-
mercadorias e de pessoas. Atualmente, com o cação de produtos incandescentes, saídos dos
incremento do comércio e da indústria, essas altos-fornos da indústria siderúrgica.
vias naturais de escoamento de produtos devem
ser muito aproveitadas pelo seu baixo custo e – Solos que margeiam os rios: o Rio Nilo fertiliza
as terras de suas margens durante as cheias e

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
pela grande capacidade de carga.
contribui para o desenvolvimento do povo egíp-
– Fonte alimentar: a população em geral, prin-
cipalmente a ribeirinha, pode usufruir da cio desde a Antiguidade. Em inúmeras outras
pesca, que é excelente e rica alternativa para a partes do Globo, pequenos e grandes rios são
alimentação. fundamentais para os povos que se instalam em
– Hidreletricidade: os rios, principalmente os de pla- suas proximidades, devido ao importante papel
nalto, constituem formidável fonte de geração de que desempenham em abastecimento, trans-
energia elétrica. porte e irrigação de áreas agrícolas.

Bacias hidrográficas
A expressão “bacia hidrográfica” compreende o conjunto de terras drenadas pelas
águas de um rio principal, seus afluentes e seus subafluentes.

8
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Em todos os continentes, podemos ­ xtenso dessa vertente, com cerca de 4 200


e
identificar importantes bacias fluviais cujos km, engrossado pelas águas do Lago dos
rios têm grande influência na vida das Escravos. Em razão de sua localização em
populações e nas formas de organização altas latitudes, os rios da vertente ártica
do espaço. Eles são aproveitados para congelam durante longo período do ano, o
transporte, geração de energia elétrica, irri- que dificulta a navegação.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
gação de terras etc. Vejamos a seguir os
principais rios do mundo e as característi- 2. Vertente do Atlântico Norte
cas básicas de suas bacias fluviais.
Compreende os rios que têm como
Principais bacias centro dispersor de águas os Montes
hidrográficas do mundo Apalaches, além do Rio São Lourenço e do
sistema lacustre formado pelos Grandes
Lagos (Superior, Michigan, Huron, Eriê e
América do Norte
Ontário). Os rios são de pequena exten-
Os rios da América do Norte pertencem são, mas bem aproveitados (Hudson,
a quatro vertentes hidrográficas. Vejamos Delaware, Potomac, entre outros).
cada uma delas a seguir.
O Rio São Lourenço
AMÉRICA DO NORTE – HIDROGRAFIA é considerado como
a “porta de entrada”
para o Canadá e para o
interior dos EUA, além
de ser conhecido como
o grande escoadouro
da região dos Grandes
Lagos em direção ao
L. Athabasca Oceano Atlântico. O
Vale do São Lourenço
e a região dos Grandes
Lagos são áreas
economicamente muito
ricas, que abrigam
as principais cidades
canadenses (Toronto,
Quebec e Montreal) e

Geografia
importantes cidades
industriais dos Estados
Unidos (Detroit, Búfalo
e Chicago).

3. Vertente do Pacífico
Norte
Acima de 3 000 m
1 500 a 3 000 m 0 705 km 1 410 km
A porção oeste das
400 a 1 500 m Escala aproximada Montanhas Rochosas,
0 a 400 m
a Cadeia da Costa e a
Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).
Cadeia das Cascatas
são os grandes dispersores de águas da
1. Vertente ártica vertente do Pacífico na América do Norte.
É formada por rios que nascem na Os rios de maior destaque nessa vertente
porção leste das Montanhas Rochosas e são o Rio Yukon, no Canadá, com cerca
no Planalto do Labrador, cujas águas cor- de 3 200 quilômetros (km) de extensão,
rem para o Oceano Glacial Ártico e para a que corre em direção ao Alaska e congela
Baía de Hudson. O Rio Mackenzie é o mais durante o inverno; o Rio Colúmbia, que
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

desce das Montanhas Rochosas até o Oceano Pacífico; o Rio Sacramento, que corre
entre a Cadeia da Costa e a Serra Nevada e é engrossado pelo Rio São Joaquim; além
do famoso Rio Colorado, que, ao longo de seu curso (cerca de 2 300 km), construiu o
Grand Canyon, um profundo vale entalhado em rochas sedimentares, onde se pode
estudar o passado geológico da região.

4. Vertente do Golfo do México

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
É constituída pelos rios que banham as grandes planícies centrais dos Estados ­Unidos
e que nascem nas Montanhas Rochosas e nos Montes Apalaches. O rio de maior destaque
nessa vertente é o Mississipi (com mais de 3 700 km), que recebe diversos afluentes de
grande aproveitamento econômico (Missouri, Arkansas, Vermelho, Ohio, Tenessee etc.). O
Mississipi é um rio de planície que permite a navegação em quase todo o seu curso. Os
problemas apresentados por sua bacia foram corrigidos por meio da construção de várias
barragens e da implantação de um serviço de dragagem.

SAIBA MAIS

Grand Canyon
Chensiyuan/Creative Commons
O Grand Canyon está localizado nos
Estados Unidos e mede entre 6 km e 29 km
de largura e alcança profundidades de 1 600
metros (m). Seu vale foi moldado pelo Rio
Colorado durante milhares de anos à medida
que suas águas percorriam o leito e o apro-
fundavam ao longo de 446 km. Cerca de 2
bilhões de anos da história geológica da Terra
foram expostos pelo rio, à medida que ele e
seus afluentes foram mostrando camada após
camada de sedimentos.
Foi visto pela primeira vez por um euro-
peu em 1540, o espanhol Garcia Lopez de
Cardenas, e a primeira expedição científica
ao desfiladeiro foi dirigida pelo Major John Wesley Powell, no fim da década de 1870. Powell referiu-se às
rochas sedimentares expostas no desfiladeiro como “páginas de um belo livro de histórias”. No entanto, a área
era já ocupada por nativos americanos que estabeleciam povoados ao longo do desfiladeiro, como os hopi.
Considerado uma das sete maravilhas naturais do mundo, é um ponto turístico visitado por milhares de turistas
anualmente, o que gera receita para as cidades e as populações ribeirinhas ao desfiladeiro.

Rio Mississipi
Observe o delta do Rio Mississipi e sua nascente.
©NASA Goddard Space Flight Center Christine Karim/Creative Commons

10
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

América do Sul
A hidrografia sul-americana é extremamente rica e conta com algumas das maiores e
mais importantes bacias fluviais do mundo. Seus inúmeros rios têm como centros disper-
sores de águas a Cordilheira dos Andes, o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro e
pertencem a duas vertentes (pacífica e atlântica).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
AMÉRICA DO SUL – HIDROGRAFIA
0 a 400 m

400 a 2 000 m

2 000 a 4 000 m
dalena

Acima de 4 000 m
R. Mag

ñón
R. Mara

Geografia
0 390 km 780 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

1. Vertente do Pacífico Sul


Tem rios de pequena extensão, que descem dos Andes até o Pacífico. Alguns deles
são utilizados para a pequena navegação e a irrigação de terras em áreas desérticas.
Destacam-se os rios Majes e Santa (no Peru); Guayas, Babahoyo e Daule (no
Equador); e Bío-Bío e Loa (no Chile).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
2. Vertente do Atlântico na América do Sul
É constituída pelas maiores e principais bacias fluviais da América do Sul. São elas:
a Bacia do Rio Magdalena, na Colômbia (utilizada para a navegação e a irrigação de ter-
ras); a Bacia do Rio ­Orenoco, na ­Venezuela; as bacias que atravessam terras brasileiras
(Amazônica, Sanfranciscana, Platina, do ­Tocantins e as bacias secundárias); e as bacias
que atravessam terras argentinas (rios Colorado, Chubut, entre outros).

Europa
A Europa tem uma rica rede hidrográfica, cujos rios são bastante utilizados para
navegação, produção de energia elétrica e irrigação de terras agrícolas.

EUROPA – HIDROGRAFIA

R.
Vís
tul R. Pripyat
a
R. D
nie
pre
0 420 km 840 km
R.

Escala aproximada
Ga
ro
na

Estreito de
Gibraltar

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

Destacam-se os seguintes rios:


– Volga: é o mais extenso rio europeu, com 3 700 km de extensão. Nasce no Planalto
de ­Valdaí e deságua em delta no Mar Cáspio. Típico rio de planície, o Volga constitui
a principal via de navegação fluvial da Rússia e sua bacia também é aproveitada para
irrigação e geração de energia hidrelétrica.

12
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

– Danúbio: com 2 800 km de extensão, nasce na Alemanha e deságua no Mar Negro.


É conhecido como “o rio mais internacional da Europa”, pois atravessa diversos paí-
ses e banha quatro capitais europeias (Viena, Bratislava, Budapeste e Belgrado).
– Reno: nasce nos Alpes Suíços e deságua no Mar do Norte, em ­Roterdã (Holanda).
Embora seja de pequena extensão (1 300 km), o Reno é o rio mais navegado da
Europa, destacando-se como via de escoamento de diversos produtos (cereais, car-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
vão mineral, produtos industriais) entre grandes cidades e regiões industriais e entre
estas e o Porto de Roterdã.

Ásia
Na Ásia, a rede hidrográfica é extensa e muito diversificada. É formada por rios pere-
nes, temporários, muito extensos, pouco extensos, de padrão endorreico e exorreico, os
quais em algumas épocas do ano podem se congelar. Rios perenes
nunca secam e têm
Seus principais rios são: grande volume
– Ob, Ienissei e Lena: são rios muito extensos (com mais de 4 500 km), que proce- de água em seus
leitos.
dem das elevadas áreas do sul da Rússia, atravessam grandes extensões de terras
Rios temporários
baixas da Sibéria, onde sofrem congelamento durante o rigoroso inverno, e desá-
secam no período
guam no ­Oceano Glacial Ártico. Possuem elevado potencial hidrelétrico e longos das estiagens ou de
trechos navegáveis. escassez de chuvas.

RÚSSIA ASIÁTICA – HIDROGRAFIA

Geografia
0 740 km 1 480 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

– Yangtzé (Azul), Huang Ho (Amarelo) e Sinkiang (Pérolas): esses são os três


principais rios chineses. Eles nascem no Planalto do Tibete, atravessam ini-
cialmente trechos muito acidentados e encachoeirados e, em seguida, ­ áreas
planálticas e extensas planícies aluvionais, desaguando em delta no Oceano Pacífico.
As planícies de ­aluviões são férteis, muito importantes para a agricultura e formam ver-
dadeiros “formigueiros humanos”. Próximo ao curso inferior desses rios, encontram-se
também importantes cidades, como ­Xangai, Nanquim e Cantão.

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

CHINA – HIDROGRAFIA

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
tzé
ang
R. Y

R. Sink
iang 0 740 km 1 480 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

– Mekong: nasce no interior da China (Planalto do Tibete) e termina no ­Vietnã, onde


forma um amplo delta próximo a Ho Chi Minh (antiga Saigon). Possui elevado poten-
cial hidrelétrico em seu alto e médio curso. No baixo curso, apresenta áreas férteis,
densamente povoadas e com grande produção de arroz.
– Indo, Ganges e Bramaputra: são os três grandes rios da Península Indiana. Nascem
na Cordilheira do Himalaia e deságuam no Oceano Índico. Todos têm extensão supe-
rior a 2 700 km. O Indo atravessa o Paquistão de norte a sul e banha uma extensa
planície bastante povoada e cultivada.

ÁSIA DE MONÇÕES – HIDROGRAFIA

tra
mapu
R. Bra

0 410 km 820 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

O Ganges, rio sagrado da Índia, atravessa uma planície muito povoada e de grande
produção agrícola (arroz, juta, cana-de-açúcar) e deságua no Golfo de Bengala (em
Bangladesh), ­formando com o Bramaputra o maior delta do mundo, em área superpovo-
ada do sul da Ásia.
14
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

SAIBA MAIS

Rio Ganges Pradeep211/Creative Commons

O Ganges tem valor espiritual para aqueles


que seguem o hinduísmo, pois acreditam que ao

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
se banharem em suas águas serão purificados de
todos os pecados. Para a população que vive em
suas margens, o Ganges tem importância funda-
mental, pois é dele que são retirados a água e os
alimentos que consome. Nos períodos de chuvas,
as enchentes do rio atingem uma área de mais de
150 km e, com isso, proporcionam uma ótima ferti-
lização de suas margens, as quais são ideais para
o plantio de trigo, arroz, algodão, açúcares e outros
gêneros agrícolas.

– Eufrates, Tigre e Jordão: são os três principais rios do Oriente Médio. O Eufrates
e o Tigre nascem nos elevados planaltos da Turquia, atravessam a Planície da
Mesopotâmia (Crescente Fértil) e deságuam no Golfo ­Pérsico, onde formam o estu-
ário de Chattal-Arab. O Jordão é proveniente do sul do Líbano e deságua no Mar
Morto.

ORIENTE MÉDIO – HIDROGRAFIA


Acima de 3 000 m
1 500 a 3 000 m
400 a 1 500 m
0 a 400 m

Geografia
0 405 km 810 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

África
Embora extenso, o continente africano apresenta uma hidrografia pobre em relação
aos demais continentes do Globo.
Esse fato é explicável em função das grandes extensões dominadas por climas secos
na África.
Há, entretanto, alguns grandes rios que se destacam.
– Nilo: durante muito tempo considerado o rio mais extenso do mundo, o Nilo percorre
6 670 km desde sua nascente, no Lago Vitória, até sua foz no Mar Mediterrâneo,
onde forma um dos maiores deltas do Globo. Em seu percurso, em direção ao norte
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

da ­África, atravessa três


ÁFRICA – HIDROGRAFIA
países (Uganda, S ­ udão e
Egito) que, por essa razão,
são conhecidos como
“países nilóticos”.
A importância do Nilo é

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
muito grande desde a
Antiguidade, o que jus-
tifica a célebre frase de
Heródoto: “O Egito é uma
dádiva do Nilo”. O limo

R. Ubangui
fértil que o rio deposita em L. Alberto

suas margens e a irrigação


das terras áridas permi-

R. Cassai
tem o desenvolvimento da
agricultura. Atualmente, o
Nilo conta com grandes
represas (a principal é a
de Assuã) que possibi-
litam a regularização de
suas águas e a geração de
energia elétrica.
0 a 400 m
– Congo: com uma extensão 400 a 1 500 m 0 860 km 1 720 km

de 4 600 km, o Rio Congo 1 500 a 3 000 m Escala aproximada


Acima de 3 000 m
(ou Zaire) é o segundo
maior rio da África e o pri- Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).
meiro em volume de água. Nasce na região sul da República Democrática do Congo
e deságua no Oceano Atlântico. Situado em região tipicamente equatorial, com
clima quente e úmido e florestas densas, o Congo atravessa duas vezes a Linha do
Equador. Ao longo de seu curso, o rio alterna trechos planos e encachoeirados, razão
pela qual apresenta trechos navegáveis e também grande potencial hidrelétrico.
– Níger: é o terceiro mais extenso rio da África, com 4 200 km de e ­ xtensão. Nasce
na vertente interna do maciço de Fouta Djallon, na Guiné, e deságua em delta no
Oceano Atlântico, após atravessar savanas e desertos. Próximo à sua foz, desenvol-
vem-se culturas tropicais (banana, cacau e oleaginosas) e extração de petróleo.
– Zambeze: nasce no Planalto de Bié (Angola) e dirige-se para leste, indo desaguar no
Canal de Moçambique (Oceano Índico). Atravessa terras da Zâmbia, do Zimbábue
e de Moçambique e é o rio mais extenso da África Meridional, com 2 580 km. No
Zambeze encontram-se as famosas Cataratas de Vitória (entre Zâmbia e Zimbábue).

Lagos
Podemos definir lagos como depressões topográficas de tamanhos e formas varia-
das, preenchidas por água doce ou salgada. As formações lacustres são importantes
para navegação, pesca, extração de sais e atividades ligadas ao turismo e aos esportes.
Os lagos podem ser classificados, quanto à sua origem, em várias categorias.
– Tectônicos de isolamento epirogené­tico (Cáspio e Aral).
– Depressões orogenéticas (Niassa e Tanganica).
– Vulcânicos (Crater, no Oregon – EUA).
– Glaciários (Grande Urso, Atabasca e Grandes Lagos, na América do Norte).

16
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Os maiores lagos do mundo


Lago Localização Área (em km2)
Cáspio Rússia – Irã 371 000
Superior EUA – Canadá 82 414
Vitória Tanzânia – Uganda – Quênia 69 485

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Aral Cazaquistão – Uzbequistão 17 160
Huron EUA – Canadá 59 596
Michigan EUA 58 016
Baikal Rússia 31 500
Tanganyica Tanzânia 32 893

O Brasil é um país pobre em lagos. Os principais lagos brasileiros são os de barragem,


resultantes do fechamento de antigos golfos ou baías por cordões arenosos (restingas).
O sistema lacustre do Rio Grande do Sul é o mais expressivo do Brasil, em que se
destacam as lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira.

Principais lagoas brasileiras


Lago/Lagoa Área (em km2) Localização
Patos 10 144 RS
Mirim 3 749 RS
Mangueira 800 RS
Feia 170 RJ
Araruama 210 RJ
Itapeva 120 RS
Manguaba 57 AL
Saquarema 36 RJ
Mundaú 23 AL
Jequiá 20 AL

Geografia
ANOTAÇÕES

17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Águas oceânicas
O ceanos e mares exercem grande influência na biosfera. Do ponto de vista
ambiental, contribuem na composição e no equilíbrio climático, uma vez que
os oceanos abrigam seres que são responsáveis pela produção de grande parte do

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
oxigênio do Planeta e retêm calor em períodos maiores que os continentes, capacidade
denominada maritimidade.

Oceanos
Correspondem a uma vasta extensão de água salgada que cobre quase três quartos
da superfície da Terra. Cada uma das divisões maiores do oceano constitui-se em áreas
geográficas isoladas em regiões diferentes, divididas pelos continentes e grandes arqui-
pélagos em cinco grandes oceanos.

Oceano Atlântico
O Oceano Atlântico, por causa de sua loca-
lização – alonga-se no sentido norte-sul entre a
América, a África e a Europa –, é o mais impor-
tante economicamente, pois por ele transitam
navios de todos os tipos, que interligam os gran-
des centros comerciais e industriais do mundo.
É o oceano de maior e mais intenso volume de
tráfego marítimo.
Sua forma lembra um grande “S” e já era
conhecido pelos povos da Antiguidade, como
fenícios, ­
vikings, romanos, cartagineses e
normandos.
No seu extremo norte, o Atlântico estabelece a ligação com o Oceano Glacial Ártico
por meio do Mar da Noruega e de outros estreitos; ao sul, confunde-se com o Oceano
Glacial Antártico; a sudeste, tem ligação com o Oceano Índico; e, a sudoeste, liga-se com
o Oceano Pacífico por meio do Estreito de Magalhães.
O relevo do Atlântico apresenta uma cordilheira submarina – a Dorsal Mesoatlântica
ou Crista Média Oceânica – que se prolonga desde a Islândia até a Ilha Bouvet, na
Antártida. Sua profundidade máxima é a fossa de Porto Rico – nas Antilhas – com 8 340
metros (dados do Oceanário de Lisboa – Expo 98).
Dos recortes do seu litoral e de algumas ilhas, formam-se mares fechados, com
­aracterísticas próprias, mas que ­
c dependem do oceano. Os principais são Mar
Mediterrâneo, Mar das Antilhas, Mar Báltico, Mar
do Norte, Mar da Irlanda e Mar Negro.

Oceano Pacífico
As águas do Pacífico estendem-se entre as
Américas, a Ásia e a Austrália. Segundo consta,
esse oceano foi visto pela primeira vez no século
XVI, por Vasco Nuñes de Balboa, navegador
espanhol que se deparou com as águas ao atra-
vessar o istmo do Panamá.
Cobrindo mais de um terço da superfície ter-
restre, é o maior dos oceanos. Apresenta uma
18
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

grande cordilheira submarina: a Dorsal do Pacífico Oriental, que vai do Golfo da Califórnia
até a Antártida. Sua maior profundidade é a fossa das Marianas, com 11 022 m, o que lhe
dá o recorde de maior média de profundidade. Junto a outras fossas profundas, que vão
do Alasca até o sul da Índia, estendem-se cordões de ilhas vulcânicas. Nessa área, é
comum a ocorrência de intensos maremotos.
O Oceano Pacífico une-se ao Índico pelo Estreito de Malaca e das Ilhas Sonda; ao

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sul, estende-se até as águas do Oceano Glacial Antártico.

SAIBA MAIS

Viagem ao fundo do mar


Confira a seguir qual é a maior profundidade do oceano e
até onde o homem já ousou – e conseguiu – descer
O ponto mais fundo do oceano é a fossa das Ilhas Marianas, localizada no oceano Pacífico, cerca de 2,5 mil
quilômetros a leste das Filipinas. É uma espécie de vale submarino e está, na parte mais profunda, 11 033 metros
abaixo da superfície do mar. Para se ter uma ideia, isso equivale a cerca de sete vezes o tamanho do Grand
Canyon, nos Estados Unidos.
Já o recorde de profundidade em mergulho foi obtido por Jacques Piccard, oceanógrafo suíço, e Donald
Walsh, tenente da Marinha americana, a bordo de um batiscafo (pequeno submarino muito mais resistente à pres-
são). A dupla empreendeu a audaciosa viagem ao fundo do mar com o batiscafo Triestl, que desceu 35,8 mil pés
(cerca de 10,9 mil metros), no dia 23 de janeiro de 1960, em uma das fossas das Marianas chamada Challenger
Deep.

Geografia
TERRA DE EXTREMOS
Compare a montanha mais alta do
Planeta com o maior buraco no
fundo do mar

A fossa das Ilhas Marianas, no


Oceano Pacífico, tem espetaculares
11 033 metros de profundidade.
Já o Monte Everest, na Cordilheira
do Himalaia, tem 8 844 metros
de altura. Ou seja, o colosso de
pedra ainda precisaria crescer
2 189 metros para caber dentro da
fossa das Ilhas Marianas. Por fim,
caso algum aventureiro queira ir do
ponto mais alto ao mais profundo
do planeta, terá de percorrer nada
menos que 19 877 metros.

Viagem ao fundo do mar. Guia do Estudante. Geografia Vestibular +Enem. São Paulo: Abril, 2011, p. 51

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Oceano Índico
É o menor dos oceanos e por muito tempo foi conhe-
cido como Mar das Índias. Ao norte, está limitado com
a Ásia; a oeste, limita-se com a África; e a leste, com a
Austrália e o arquipélago de ­Sonda. Ao sul, confunde-
-se com o Oceano Glacial Antártico.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Apresenta, na parte mediana, a Dorsal Central ou
Indiana, que vai desde a Índia até as Ilhas Mascarenhas,
e sua fossa mais profunda é a fossa de Sonda ou de
Java, com 7 450 m.
Sua região oriental é muito profunda e, em média, é todo
mais profundo que o Oceano Atlântico e menos que o Oceano Pacífico. Ao leste, limita-
-se com os planaltos submarinos que embasam a Austrália, a Tasmânia, a Nova Guiné e
o Arquipélago de Sonda. Por estar situado entre os Trópicos de ­Câncer e Capricórnio, é
o mais tropical dos oceanos.

Oceanos Glacial Ártico e Antártico


Esses oceanos nada mais são que o prolongamento dos três oceanos principais.
Levam essas denominações em virtude de sua proximidade com as regiões Ártica e
Antártica do Globo.
O Oceano Glacial Ártico é o mais conhecido, pois já era navegado desde o século XV
pelos europeus. Banha os continentes asiático, americano e europeu.
O Oceano Glacial Antártico tem difícil delimitação. Circunda as terras do Polo Sul e se
caracteriza pela presença de ­icebergs, banquisas e diversas ilhas.

© NASA Goddard Space Flight Center.

20
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Mares
© NASA Goddard Space Flight Center

Os mares são porções de água


s­algada que estão situados em áreas
costeiras ou no interior dos continentes.
Possuem características físico-químicas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
próprias, como a temperatura e a salini-
dade, e são bastante influenciados pelas
condições ecológicas dos continentes.
Os tipos de mares seguem uma
classificação que varia de acordo com
a ligação que eles estabelecem com o
oceano ou outros mares. Segundo esse
critério, vamos distinguir três tipos.

Mares fechados ou isolados


São grandes lagos salgados que não
apresentam nenhuma comunicação com
Mar Cáspio
os oceanos. São fortemente influenciados
pelas condições vizinhas; o Mar Morto é um exemplo típico. Nele, a evaporação é muito
acentuada por se ­situar em região desértica entre Israel e a Jordânia e ser fechado.
Outros exemplos são o Mar Cáspio e o Mar de Aral, ambos na Rússia.

SAIBA MAIS

Catástrofe no Mar de Aral


NASA
Ele tinha uma área equivalente à dos
estados do Rio de Janeiro e de Alagoas juntos.
Por séculos, foi um oásis no meio do deserto.
Mas agora o Mar de Aral, entre o Cazaquistão
e o Uzbequistão, está morrendo. Simboliza o
que poderá acontecer com os outros manan-
ciais do Planeta se o ritmo do uso irracional
continuar como nos dias de hoje. Apesar do

Geografia
nome, o Aral é um grande lago que se tornou
salgado. Antes da década de 1960, tinha 62
mil quilômetros quadrados de extensão. Hoje,
já perdeu dois terços da sua área de superfície.
Em toda a bacia do Aral, existem mais de
5 mil lagos, a maior parte na região dos rios
Amu Daria e Sir Daria. Sua morte foi prevista
há quase 50 anos, quando o então governo 1989 2008
soviético desviou dois rios que o alimentavam,
para irrigar plantios de algodão. Os agrotóxicos poluíram 15% das águas, também castigadas pelos efeitos das
barragens de 45 usinas hidrelétricas. A floresta que cercava suas margens praticamente acabou. Cerca de 80%
das espécies de animais desapareceram.
Com a erosão e a retirada exagerada de água, o Aral recebe anualmente 60 milhões de toneladas de sal car-
regadas pelos rios, matando peixes e, por consequência, a indústria pesqueira que sustentava a economia local. O
sal e os pesticidas agrícolas se infiltraram no solo, contaminaram lençóis freáticos, tornaram impossível a lavoura e
elevaram a níveis epidêmicos doenças como o câncer. O Aral pode desaparecer se nada for feito para modernizar
os sistemas de irrigação e adotar práticas ambientais menos agressivas.
Catástrofe no mar de Aral. Guia do Estudante. Atualidades e Vestibular. São Paulo: Abril, 2011. p. 45.

21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Mares costeiros ou abertos


Têm abertura para o oceano ou outros mares. Estão subdivididos em mares golfos,
quando se apresentam abertos de um lado e fechados de outro, como o Mar de Hudson,
e mares manchas, quando têm uma ou mais ­saídas para o oceano, como o Mar do Norte.
Outros exemplos são os mares do Caribe, Arábico, de Okhotsk, do Japão e o Golfo de

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Bengala.

MAR COSTEIRO OU ABERTO

0 227 km 454 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

Mares continentais ou interiores


Partes de oceanos que são cercadas por ilhas ou terras são chamadas de “mar”.
Oceanos, apesar de poderem ser referidos como mares, são áreas extensas de água
salgada, desobstruídos por continente, e mar pode ser qualquer corpo de água salgada
e geralmente se refere a um corpo de água salgada rodeado por terra.
Os mares se diferem dos oceanos quanto à dimensão e à localização geográfica. Os
oceanos cobrem grandes extensões e envolvem todas as massas continentais; os mares
são considerados parte dos oceanos e ocupam áreas mais reduzidas e com menores
profundidades.

MAR CONTINENTAL OU INTERIOR

0 310 km 620 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

22
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Um mar é uma extensão de água salgada conectada com um oceano. Além de


apresentarem menores profundidades que os oceanos, os mares apresentam também
uma maior variação de salinidade, temperatura e transparência das águas. Os cinco
maiores mares são Mar da China do Sul, Mar do Caribe, Mar Mediterrâneo, Mar de
Bering e Golfo do México.
Estão ligados ao oceano ou a outros mares por meio de aberturas denominadas

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
estreitos ou canais e se apresentam, quase totalmente, envolvidos por ­terra. São eles:
Mar Mediterrâneo, que se comunica com o Atlântico por meio do Estreito de Gibraltar; Mar
Negro, que se comunica com o Mar de Mármara por meio do Estreito de Bósforo; Mar
de Mármara, que se comunica com o Mar Egeu por meio do Estreito de Dardanelos;
Mar Vermelho, que se comunica com o Oceano Índico por meio do Estreito de Bab-el-
-Mandeb; e Mar Adriático, que se comunica com o Mar Jônico pelo Canal de Otranto.

Movimentos da água dos mares e oceanos


As águas oceânicas movimentam-se de acordo com três tipos principais de movi-
mento: ondas ou vagas, marés e correntes marítimas.

Ondas ou vagas
São movimentos superficiais provocados pela ação do vento, por objetos lan­çados
às águas, por embarcações ou por tremores de terra.
São classificadas em:
– Oscilatórias: movimentos circulares quase imperceptíveis, que podem ser compro-
vados lançando-se às águas um objeto flutuante. Nesse tipo, a massa líquida não se
desloca.
– Transladativas: são aquelas em que há deslocamento da massa líquida em direção
ao litoral. São as chamadas ondas de arrebentação ou surfe, que fazem com que as
águas se desloquem para a frente. Ao encontrarem obstáculos de relevo submarino,
formam-se os vagalhões.
– Vagas de fundo, tsunami ou raz de maré: são as que se originam de movimentos
sísmicos ou de vulcões submarinos.

SAIBA MAIS

Geografia
Ondas de destruição
Saiba o que é e como ocorre um tsunami ou “maré da morte”
Grande maré de terremoto: esse é o significado da palavra tsunami em japonês. Os tsunami são ondas
gigantescas, com mais de 30 metros de altura, provocadas por perturbações nas profundezas do mar, como aba-
los sísmicos (maremotos), erupções vulcânicas ou deslizamentos no fundo oceânico (veja a seguir). Os tremores
provocados por fenômenos geológicos como esses fazem que uma série de ondulações se propague por grandes
distâncias na superfície do oceano. Essas ondas são inicialmente bastante longas e baixas, não mais que ínfimo
0,3 metro a 0,6 metro. A tripulação de um barco que passar sobre elas é capaz de nem percebê-las – e sua energia
pode diminuir até desaparecer, ao percorrerem milhares de quilômetros. Entretanto, a coisa se complica quando
elas se aproximam da costa, onde a profundidade diminui e surge atrito com o fundo do oceano.
O resultado é que as ondas passam a ser comprimidas em um espaço cada vez menor, o que as obriga a
subir. Os tsunami, então, formam uma coluna descomunal, sugando o mar da costa a ponto de deixar parte do
solo oceânico descoberto. É o último aviso. Minutos depois, eles chegam, em geral catastroficamente. Uma das
piores marés do gênero, ocorrida em 2004, no Oceano Índico, matou mais de 230 mil pessoas em pelo menos 11
países, sobretudo na Indonésia.
23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

ATAQUE DO VAGALHÃO ASSASSINO TUDO COMEÇA NO FUNDO DO MAR


Diferenças nas encostas do litoral podem suavizar ou aumentar o impacto Ondas gigantes são provocadas por três
tipos de fenômeno

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Um declive menos acentuado na beira-mar faz as ondas perderem força, atenuando o tsunami. Erupções vulcânicas injetam Terremotos submarinos
toneladas de lava no chão deslocam a crosta oceânica,
oceânico, provocando ondas empurrando a massa de água
devastadoras. para cima.

Uma imensa bolha


de gás se forma
no fundo do solo
oceânico, surtindo
o mesmo efeito
de uma explosão
Uma maior profundidade na encosta joga as ondas para cima, amplificando sua potência. descomunal.

Mundo Estranho, ed. 01, ago. 2001.

Marés
São movimentos periódicos de ­subida e descida das águas oceânicas, com incidên-
cia diária e em um mesmo local. Acredita-se serem causadas pela atração do Sol e da
Lua sobre as massas líquidas de nosso planeta.
No alinhamento da Lua com a Terra (na conjunção – lua nova – ou na oposição – lua
cheia) ocorre maior atração e se originam as marés de águas vivas ou sigízias. Quando
os astros estão em quadratura (luas crescente e minguante), ocorrem as marés de águas
mortas, que são mais fracas.
Observe na figura a seguir a posição da Lua.

Maré de conjunção Maré de oposição Maré de quadratura

24
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

SAIBA MAIS

A indomável energia das marés intensidade dos ventos, baseia-se na observação do aspecto da
superfície marinha.
(...)
Uma vez formadas, as ondas viajam pelo alto-mar até encon-
Ondas de vento

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
trar as águas comparativamente mais rasas, próximas à terra. Nesse
Todo surfista sonha com a onda perfeita, aquela que vem que- encontro, a base das ondas começa a sofrer certa resistência. Isso
brando progressivamente, de uma extremidade a outra, permitindo faz aumentar sua altura. À medida que o fundo se torna mais raso,
as mais ousadas evoluções sobre a prancha. Como os célebres a crista da onda, que não está sujeita a essa resistência, tende a
“tubos” de Jeffrey’s Bay, na África do Sul, onde é possível ficar até prosseguir com maior velocidade. E a onda quebra. Se o fundo do
mar é rochoso, como no Havaí, as ondas alcançam grande altura;
dois minutos descendo a mesma onda. Perfeitas, ou imperfeitas, as
já na areia, a energia é absorvida, do que resultam ondas menores.
ondas se formam a partir da ação dos ventos sobre a superfície do
A INDOMÁVEL energia das marés. Superinteressante, São Paulo, n. 15, dez.
mar. Existe uma correlação bem definida entre a velocidade do vento 1998. Disponível em:<super.abril.com.br/ecologia/indomavel-energia-mares-438829.
e o tamanho das ondas. Tanto que a escala Beaufort, que mede a shtml>. Acesso em: 27 fev. 2015. (Adaptado).

Correntes marítimas climáticas das regiões por onde passam.


Um exemplo evidente é a Corrente do
São deslocamentos das águas oceâ­ Golfo ou Gulf Stream, que, por ser quente,
nicas como se fossem verdadeiros rios ameniza o rigoroso inverno da Noruega.
dentro do próprio mar; contudo, suas carac- A contribuição das correntes marítimas,
terísticas são diferenciadas. As diferenças entretanto, é muito mais valiosa, pois elas
de temperatura e de densidade entre as também transportam e disseminam espé-
águas do mar e as da corrente são dois dos cies vegetais e animais.
fatores que fazem que não ocorra a mistura
A região do Equador é um centro dis-
delas. Outras causas são o movimento de persor de correntes quentes, e a região dos
rotação da Terra e os ventos dominantes. polos dispersa correntes frias. Exemplos
As correntes marítimas percorrem lon- de correntes quentes: do Brasil, do Sul
gos caminhos conservando as caracte- Equatorial, do Norte Equatorial e do Japão
rísticas próprias e interferem em lugares ou Kuro-Sivo. Exemplos de correntes frias:
longínquos, modificando as condições Falklands, Humboldt e Labrador.

PRINCIPAIS CORRENTES MARÍTIMAS

Geografia

0 2 225 km 4 450 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Relevo submarino
A partir da costa dos continentes
existe uma região que se prolonga da
praia até, aproximadamente, 200 m a
300 m em suave declive: essa região
é denominada plataforma continental e

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
sua largura é variável ao longo dos con-
tinentes. Formada por deposição de
sedimentos advindos do continente, é
a primeira porção do relevo submarino
e apresenta importante área pesqueira
com ocorrência de combustíveis fósseis (petróleo).
A continuidade da plataforma é uma escarpa pronunciada. É o segundo degrau do
relevo submarino, denominado talude continental. Estende-se normalmente da borda
da plataforma até, aproximadamente, mil metros de profundidade. As fossas marinhas
são depressões que surgem abaixo do talude e que resultam do encontro das placas
tectônicas.
A região pelágica se estende dos mil metros aos 5 mil metros, é o relevo submarino
propriamente dito, e nela encontramos montanhas, depressões e planícies. Nessa região
aparecem as ilhas oceânicas.
A zona seguinte, além dos 5 mil metros, é denominada região abissal e seu fundo
é composto por depósitos de argila vermelha oriundos de precipitações químicas
associados com matéria orgânica.

SAIBA MAIS

Arquitetura submarina
DORSAL MESOATLÂNTICA
Escondido sob o cobertor das águas marinhas, o solo oceânico apresenta
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
um rico relevo de montanhas, planaltos e fossas profundíssimas. Como essas 66º32'30" Círculo Polar Ártico

formas não estão expostas à erosão de agentes externos, como o vento e as


AMÉRICA
chuvas, os perfis são mais contrastantes e escarpados. Podemos destacar três DO NORTE
EUROPA
porções desse relevo submerso: plataforma continental, cordilheiras submarinas 45º

e fossas oceânicas.
Plataforma continental é o nome que recebem as terras submersas que
23º27'30" Trópico de Câncer
se prolongam das terras emersas, como uma orla em torno dos continentes.
Topograficamente, ela é uma superfície quase plana, formada pelo acúmulo
ÁFRICA
de sedimentos de origem continental. Vai até os 200 metros de profundidade,
que também é o limite da penetração da luz solar e, consequentemente, da 0º Equador

existência de fitoplâncton e de animais que se alimentam dele. Abaixo dessa


AMÉRICA
profundidade, a fauna é adaptada para escuridão, menores temperaturas e alta DO SUL OCEANO ATLÂNTICO

pressão. 23º27'30" Trópico de Capricórnio

A Dorsal Meso-Atlântica (veja a imagem ao lado) é um exemplo de cor-


Greenwich

dilheira submarina: com mais de 10 mil quilômetros de comprimento, ela se


estende por todo o Oceano Atlântico, da Antártica à Islândia. Sua formação se 45º

deve ao afastamento das placas tectônicas, que permitiram que o magma che-
gasse à superfície. Em alguns pontos, os picos se elevam acima do nível do 45º 0º

mar e formam ilhas, como é o caso do arquipélago de Fernando de Noronha, Dorsal Mesoatlântica
0 1 270 km 2 540 km

no Brasil. Escala aproximada

As fossas oceânicas ou fossas abissais são os gigantescos abismos sub-


A cordilheira Dorsal Mesoatlântica (faixa vermelha ao centro)
marinos: cavidades muito profundas formadas quando uma placa tectônica é cruza o solo do oceano Atlântico de cima a baixo.
forçada para debaixo de outra, em uma colisão entre placas. O ponto mais pro- Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).
fundo da Terra é a Fossa das Marianas, que fica a 11 033 metros de profundidade, no oceano Pacífico.
Guia do Estudante, 2011 – Geografia Vestibular +Enem. Arquitetura submarina. São Paulo: Abril, 2011. p. 43.

26
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Água: a escassez da
abundância
COMPETÊNCIA HABILIDADE

6 27

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A origem da água na Terra
A água da Terra distribui-se por três reservatórios principais – os oceanos, os conti-
nentes e a atmosfera –, entre os quais existe uma circulação perpétua: o ciclo da água ou
hidrológico. O movimento da água no ciclo hidrológico tem origem na atração gravítica e
é mantido pela energia radiante solar.
Pode definir-se ciclo hidrológico como a sequência fechada de fenômenos pelos
quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera, na fase de vapor, e regressa nas
fases líquida e sólida.
Nos oceanos, a evaporação é maior que nos continentes, os quais, por sua vez, rece-
bem maior quantidade de chuvas. Mas a água acumulada nos continentes volta para o
mar, principalmente por meio dos rios, o que equilibra novamente o ciclo.
Acervo Editora

CICLO HIDROLÓGICO
Transporte
(vapor de água)

Precipitação Precipitação Precipitação


(chuva) (chuva) (chuva)

Evaporação
(vapor d’água) Evaporação

Geografia
Evaporação
(vapor d’água)
(vapor d’água)
Escoamento
superficial
Rio ou lago
Infiltração
Aquífero Oceano
Fluxo de água
Reservatório subterrânea
de água
subterrânea Camada de Oceanos
rochas ou
impermeáveis Mares

A água que se precipita nos continentes pode tomar vários destinos. Uma parte é
devolvida diretamente à atmosfera, por evaporação; a outra origina o escoamento à
superfície do terreno. Esse escoamento superficial se concentra em sulcos e sua reu-
nião dá lugar aos cursos de água. A parte restante infiltra-se, isto é, penetra no solo,
subdividindo-se em uma parcela que se acumula na sua parte superior e pode voltar
à atmosfera por evapotranspiração. Já a outra caminha em profundidade até atingir os
lençóis aquíferos e constituir o escoamento subterrâneo.
27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

SAIBA MAIS

Aquífero Guarani: riqueza subterrânea


Um dos maiores reservatórios de água doce do mundo – e
a principal reserva subterrânea da América do Sul –, o Aquífero

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Guarani ocupa uma área de 1,19 milhão de quilômetros qua-
drados, que se estende pelo subsolo do Mato Grosso, do Mato
Grosso do Sul, de Goiás, de Minas Gerais, de São Paulo e de
Santa Catarina e por partes do território do Uruguai, do Paraguai
e da Argentina. Ele funciona como uma esponja gigante feita
de arenito – um tipo de rocha porosa e absorvente –, confinado
sob centenas de metros de rochas impermeáveis. Essa esponja
“chupa” as águas da superfície por meio das áreas de recarga.
O Aquífero Guarani é um importante manancial para con-
sumo humano. O abastecimento de algumas cidades do interior
paulista, como Ribeirão Preto, depende dessa reserva. Entretanto,
o aquífero vem sofrendo contaminação por agrotóxicos e pelo
vinhoto, o resíduo da produção do álcool com cana-de-açúcar.
Essas e outras substâncias infiltram-se no solo com a água das
chuvas. A escavação de poços sem precaução também pode Fontes: Embrapa e Ministério do Meio Ambiente
contaminar as águas subterrâneas.
Guia do Estudante: Geografia + Enem, ed. 03, 2011.

A disponibilidade de água no Planeta


Três quartos da superfície do Planeta são recobertos pelo elemento água. No entanto,
a maior parte é água salgada, imprópria para o consumo.
Acervo Editora

Como funciona a água


Doce

3%
Oceanos
Congelada

97%
77%
Água
subterrânea
22%
Lagos, rios
e riachos

1%

Apenas 3% apresentam-se sob a forma de água doce e, desse percentual, somente


uma parcela pequena está acessível ao uso humano. Além de ser importante para a
sobrevivência como alimento, usamos grandes quantidades dela no suprimento de
necessidades de higiene, na irrigação, nas indústrias, entre tantos outros variados usos.
A água é essencial também no equilíbrio climático, porque é o elemento regulador
básico na absorção e na irradiação de energia para o Planeta. Não podemos esquecer
o seu papel como agente de construção e destruição do relevo, provocando impactos
ambientais quando acontecem desequilíbrios no processo normal do ciclo hidrológico.
28
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Segundo o relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (Fnuap), utiliza-
mos 54% das fontes de água doce disponíveis para atender ao atual consumo mundial.
Se o ritmo permanecer, em 2025 chegaremos a consumir 70%.
Acervo Editora

Quem utiliza a água e para que fins?

Os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália utilizam mais água


per capita que a maioria das outras nações juntas. À exceção da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Europa e da América do Norte, a água gasta pela maioria dos
1 280
países serve para o cultivo de produtos agrícolas.

Agricultura Indústria Uso doméstico


(per capita em metros cúbicos)

694
578 535

311
186

América Oceania Europa Ásia América África


do Norte do Sul

“Estresse hídrico” é a expressão utilizada para definir a situação de alguns países


que dispõem de somente 1,7 mil metro cúbico de água por pessoa por ano. Os paí-
ses com índices menores já enfrentam problemas sérios de escassez, o que afetou
1,7 bilhão de pessoas em 2000.
Em função disso, o trabalho de conscientizar a humanidade sobre a importância da
conservação da água é questão prioritária de muitos governos e organizações, para os
quais esse precioso bem natural deve ser preservado.

A questão do abastecimento de água no século XXI


Antigamente, as cidades e as vilas serviam-se de rios límpidos para o abastecimento
da população e para a irrigação de cultivos. Hoje, é muito difícil encontrar rios e córregos
em excelente estado de conservação. Assim, é bastante complexo e caro o processo
de tornar a água potável ou trazê-la dos mananciais para a necessária utilização pela
população.
Sabemos que a pecuária e a agricultura são os grandes consumidores, utilizando
dois terços da água disponível no mundo. A agricultura intensiva utiliza um grande
volume para a irrigação. A pecuá­ria, em função do aumento de consumo da carne, tem
utilizado grande quantidade de água desde a criação dos animais até o abate.

Geografia
U.S. Geological Survey - Creative Commons 2.0 Nathan Nelson - Creative Commons 2.0

No Brasil, 30% da população não têm acesso à água potável e, segundo dados da
ONU, 1,4 bilhão de pessoas no mundo já estão vivendo sem ter acesso à água potá-
vel. Segundo estatísticas do mesmo órgão, em 2025, dois em cada três habitantes do
29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Planeta estarão privados de água potável e, consequentemente, expostos a doenças


graves oriundas da péssima qualidade da água que vierem a utilizar.
O lançamento de resíduos industriais e de esgotos, sem o devido tratamento, contri-
bui para a contaminação tanto das águas superficiais como dos lençóis freáticos.
Outro fator preponderante é o desmatamento, que contribui para diminuir a retenção
das águas no solo gerando desertificação e esvaziamento dos lençóis subterrâneos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
LEITURA

Líquido precioso da China e da Índia. A irrigação na agricultura, que representa uma


ampla fatia da demanda por recursos hídricos nesses países, é o
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou
primeiro setor afetado, o que reduz a capacidade de produção de
do fluxo de energia para a vida ou a ação de agentes ou
alimentos per capita.
fenômenos que podem causar alterações nesses processos
Mas quais são os fatores que influem na escassez de água? De
Crescimento demográfico, alterações climáticas e urbanização
acordo com a ONU, do total de 1,39 bilhão de quilômetros cúbicos
estão entre os fatores que ampliam a escassez de água,
de água da Terra, menos de 1% é potável e de fácil acesso.
transformada em mercadoria cara demais para
a população mais pobre A crise de água não é uma questão de escassez natural, mas
resultado da ação humana. Há bilhões de anos, o ciclo hidrológico
O uso da água aumentou em escala duas vezes superior ao
renova a água do Planeta em quantidade mais que suficiente para
crescimento da população registrado no século XX e, embora não
exista nenhuma escassez global de água, tem crescido o número garantir a vida. O crescimento demográfico, as alterações climáticas
de regiões do Planeta que vivem em estado de privação crônica e a rápida urbanização do Planeta estão entre os fatores que mais
desse recurso (veja no gráfico abaixo). Em 2025, segundo previsões pressionam seu ciclo: consumimos água mais rápido que a capaci-
do Water for Life, painel sobre o tema mantido pela Organização das dade da natureza de repô-la. Veja no mapa abaixo como é grande
Nações Unidas (ONU), 1,8 milhão de pessoas viverão em países a disparidade entre a proporção da população e o volume de água
com absoluta escassez de água, e dois terços da população mun- doce em alguns continentes, como a Ásia ou a Europa.
dial estarão sob carência desse líquido tão precioso. Cerca de 1,4 bilhão de pessoas vivem perto de rios cuja utili-
Não é preciso esperar até 2025 para presenciar casos em que zação ultrapassa a capacidade de reposição dos mananciais. Os
a falta de recursos hídricos compromete o desenvolvimento de um sintomas do uso excessivo dos recursos hídricos são claros: rios
país. As nações da África Subsaariana sofrem de aguda escassez estão secando, fontes subterrâneas vêm se esgotando e ecossiste-
de água, assim como México, Paquistão, África do Sul e regiões mas aquáticos são degradados.

Fonte: FAO 2006 Fonte: Unesco, World Water Assesment Programme, 2003.

Direito fundamental
O acesso à água é uma necessidade humana básica e, portanto, um direito fundamental do homem. No entanto, a escassez faz que ela
se transforme em bem econômico. Hoje, a mais de 1 bilhão de pessoas é negado o direito à água tratada e 2,6 bilhões vivem sem acesso
a saneamento (veja nos gráficos ao lado). Para as populações mais pobres do Planeta, sem serviços de abastecimento e saneamento, a
água é uma mercadoria muito cara.
30
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

A cada ano, cerca de 1,8 milhão de crianças morrem em decorrência de diarreia e de outras doenças provocadas por uso de água não
tratada ou falta de saneamento. Ou seja, a água suja é a segunda maior causadora de morte de crianças no mundo neste início do século XXI.
A mudança climática em curso no Planeta também aponta para a necessidade de ação urgente, com a redução global da emissão de
carbono. O aquecimento global é uma realidade a ser considerada, de acordo com relatórios da ONU, em relação à diminuição dos recursos
hídricos de forma ainda mais severa em áreas que já estão em escassez.
Crescimento populacional, urbanização, desenvolvimento industrial e necessidades da agricultura prometem intensificar ainda mais a

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
demanda e a competição por esse recurso finito. A ONU identifica 273 aquíferos e 163 bacias hidrográficas transnacionais, que abrangem
145 países, onde vivem mais de 40% da população mundial. Muitos desses lugares registram guerras e revoltas armadas motivadas pela
escassez de água. Há 39 países em vários continentes que recebem grande parcela de recursos hídricos de fora de suas fronteiras (veja no
mapa ao lado alguns dos conflitos entre países provocados pelo uso de grandes fontes).
A falta de instrumentos legais adequados para arbitrar essas questões torna esses conflitos ainda mais complexos, conforme avaliação
da ONU. Para resolver essas e outras questões relativas ao tema, a organização propõe a discussão internacional sobre a utilização pacífica
de recursos comuns entre nações e o gerenciamento conjunto de recursos hídricos no nível local e internacional.

Fonte: Unicef, 2006.

Fonte: Unicef, 2006.

Guia do Estudante: o novo Enem, ed. 05, 2011.

Geografia
ATIVIDADES

01. (Fuvest) O Rio São Francisco, no Brasil, e o Rio Nilo, na África, apesar de suas diferenças de extensão,
traçado e paisagens percorridas, oferecem algumas sugestivas analogias geográficas. Isso ocorre por-
que apresentam:
a) trechos terminais em forma de estuários, situados em regiões intertropicais secas, e nascentes em
áreas equatoriais úmidas.
b) trechos terminais fertilíssimos, em forma de grandes deltas intensivamente cultivados, situados em
oceanos abertos.
c) médios e baixos cursos em zonas desérticas que se beneficiam com a regularidade de suas
cheias, obtidas graças aos grandes represamentos realizados nos altos cursos.
d) longos cursos permanentes de direção sul-norte, cortando zonas de climas quentes muito contras-
tantes, inclusive secos, alimentados por cabeceiras situadas em áreas úmidas.
e) cursos típicos de planaltos com climas tropicais de estações alternadas, só atingindo cotas abaixo
de 200 m em trechos bem próximos da foz.
31
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

02. (Enem) A construção de grandes projetos hidro- Quais são as frases corretas?
elétricos também deve ser analisada do ponto a) Apenas I e II.
de vista do regime das águas e do seu ciclo na b) Apenas I, II e III.
região. Em relação ao ciclo da água, pode-se ar- c) Apenas I, II e V.
gumentar que a construção de grandes represas: d) Apenas II, III e IV.
a) não causa impactos na região, uma vez que e) Apenas III, IV e V.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a quantidade total de água na Terra perma-
nece constante. 05. (Enem) O Sol participa do ciclo da água, pois,
b) não causa impactos na região, uma vez que a além de aquecer a superfície da Terra dando ori-
água que alimenta a represa prossegue depois gem aos ventos, provoca a evaporação da água
rio abaixo com a mesma vazão e velocidade. dos rios, lagos e mares. O vapor da água, ao se
resfriar, condensa em minúsculas gotinhas, que
c) aumenta a velocidade dos rios, acelerando o
se agrupam formando as nuvens, neblinas ou
ciclo da água na região.
névoas úmidas. As nuvens podem ser levadas
d) aumenta a evaporação na região da represa, pelos ventos de uma região para outra.
acompanhada também por um aumento lo-
cal da umidade relativa do ar. Com a condensação e, em seguida, a chuva, a
água volta à superfície da Terra, caindo sobre o
e) diminui a quantidade de água disponível
solo, rios, lagos e mares.
para a realização do ciclo da água.
Parte dessa água evapora, retornando à at-
03. (Enem) Em nosso planeta a quantidade de água mosfera, outra parte escoa superficialmente ou
está estimada em 1,36 · 106 trilhões de tonela- infiltra-se no solo, indo alimentar rios e lagos.
das. Desse total, calcula-se que cerca de 95% Esse processo é o chamado ciclo da água.
são de água salgada e, dos 5% restantes, quase Considere, então, as seguintes afirmativas.
a metade está retida nos polos e geleiras. I. A evaporação é maior nos continentes, uma
O uso da água do mar para obtenção de água vez que o aquecimento ali é maior do que
potável ainda não é realidade em larga escala. nos oceanos.
Isso porque, entre outras razões: II. A vegetação participa do ciclo hidrológico
a) o custo dos processos tecnológicos de des- por meio da transpiração.
salinização é muito alto. III. O ciclo hidrológico condiciona processos
b) não se sabe como separar adequadamente que ocorrem na litosfera, na atmosfera e na
os sais nela dissolvidos. biosfera.
c) comprometeria muito a vida aquática dos IV. A energia gravitacional movimenta a água
oceanos. dentro do seu ciclo.
d) a água do mar possui materiais irremovíveis. V. O ciclo hidrológico é passível de sofrer in-
e) a água salgada do mar tem temperatura de terferência humana, podendo apresentar
ebulição alta. desequilíbrios.
a) Somente a afirmativa III está correta.
04. (UFPR – Adaptada) Sobre a disponibilidade de b) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
água, analise as seguintes frases. c) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas.
I. A escassez de água em diversos países é d) Somente as afirmativas II, III, IV e V estão
condicionada por fenômenos naturais e in- corretas.
tensificada pelo mau uso do solo. e) Todas as afirmativas estão corretas.
II. Uma das medidas para conservar os recur-
sos hídricos é a proteção de mananciais. 06. (Unirio – Adaptada) Os conflitos em torno da uti-
III. A escassez de água no mundo resulta de lização das águas da bacia do Rio Jordão e da
ações políticas inadequadas e à medida que bacia dos rios Tigre e Eufrates reforçam a pre-
tais ações forem corrigidas não haverá falta visão de alguns que afirmam que, no Oriente
desse importante recurso natural em nenhu- Médio, as futuras disputas não estarão centradas
ma região da Terra. no petróleo, mas na água, valorizando-a como
IV. Devido ao seu baixo potencial hídrico, o elemento estratégico. A preocupação em torno
continente onde ocorre a maior escassez de da água enquanto recurso se justifica, pois:
água potável é a América do Sul. I. a água potável, além de não se repartir igual-
V. Na atualidade, devido às mudanças cli- mente pela superfície terrestre, é um recurso
máticas mundiais, a água subterrânea é a que apresenta um ciclo natural renovável,
principal fonte de água potável no Brasil. mas exibe reservas limitadas.
32
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

II. além do aumento do seu consumo devido ao d) é a porção intermediária do leito do rio.
crescimento populacional e das superfícies e) é o local onde o rio desemboca.
agrícolas irrigadas, intensifica-se a poluição
dos mananciais, o que compromete as re- 09. (UFPR) A alternativa que identifica um dos maiores
servas hídricas do Planeta. poluentes dos oceanos e mares, atualmente, é:
III. o crescimento das populações e das cida- a) o gás carbônico.
b) o mercúrio.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
des são alguns dos fatores responsáveis
pelo aumento acentuado do consumo de c) o petróleo.
água no mundo. d) o metano.
É(são) correta(s) a(s) afirmativa(s): e) os pesticidas.
a) I apenas. 10. (PUC-Rio) Em 1997, foi instituída a Política
b) II apenas. Nacional de Recursos Hídricos. Em sua imple-
c) I e II apenas. mentação, ela considera, como unidade terri-
d) II e III apenas. torial, para avaliar e monitorar a quantidade de
e) I, II e III. água disponível, “a área de captação da água
precipitada, demarcada por divisores topográfi-
07. O século XXI assiste a um grande desafio em re- cos, na qual toda a água captada converge para
lação à questão da água no Planeta. Observe o um único ponto de saída”.
gráfico de distribuição da água e as afirmações A unidade territorial a que o texto se refere é:
a seguir.
a) o fluxo basal.
b) o bacia hidrográfica.
c) o regime fluvial.
d) a rede hidrográfica.
e) o balanço hídrico.

11. (Fempar) É a primeira porção do relevo subma-


rino e o prolongamento do continente sobre o
mar. É atualmente importante área de pesquisa,
principalmente de combustíveis e também área
I. A maior parte da água doce do Planeta en- pesqueira. Estamos nos ­referindo:
contra-se nas geleiras. a) ao talude continental.
II. O uso doméstico é onde se tem o maior b) à plataforma continental.
consumo mundial da água, seguido da
agricultura. c) à região pelágica.
III. A água doce encontra-se distribuída irregu- d) à região abissal.
larmente pelo Planeta. e) às fossas submarinas.

Geografia
IV. De toda a água do Planeta, apenas 50% é
doce. 12. Sobre o relevo e a hidrografia da porção orien-
V. Brasil, Rússia e Canadá são países privile- tal da América Anglo-Saxônica, assinale a
giados quanto às reservas hídricas. alternativa correta.
Estão corretas: a) O relevo da região caracteriza-se pela ocor-
a) I, II e III. rência de dobramentos modernos, com forte
b) I, II e V. ocorrência vulcânica.
c) I, III e V. b) A hidrografia é caracterizada pela presença
d) II, III e V. de extensos cursos fluviais, em sua maior
e) III e IV. parte navegáveis.
c) Entre os rios presentes na região destaca-se o
08. (UEPG) Com relação aos aspectos físicos dos
Hudson, que banha a cidade de Nova Iorque.
rios, é correto afirmar que talvegue:
a) é a parte do rio, em direção à foz, a partir de d) A Planície do Labrador, de origem glacial, é
um determinado ponto. drenada pelo Rio São Lourenço.
b) é a parte mais profunda do leito do rio. e) Os Grandes Lagos são de origem vulcânica,
c) é o volume de água que passa pela secção e situam-se, em sua totalidade, nos Estados
transversal de um determinado ponto do rio. Unidos.
33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

13. A respeito da hidrografia norte-americana é in- delta no território da Holanda. Em território ale-
correto afirmar que: mão, passa por importantes cidades industriais,
a) os rios da América do Norte pertencem a qua- sendo considerado o rio mais navegado do con-
tro vertentes fluviais: Ártica, do ­Atlântico Norte, tinente europeu. O texto refere-se ao Rio:
do Pacífico Norte e do Golfo do México. a) Danúbio.
b) o rio São Lourenço, conhecido como “es- b) Reno.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
coadouro das águas dos Grandes Lagos”, c) Volga.
constitui a artéria fluvial mais navegada do d) Elba.
continente. e) Tejo.
c) a maior bacia fluvial norte-americana é a
16. Relacione os rios africanos com suas respecti-
do Rio Mississipi, que percorre as planícies
vas características, apresentadas a seguir.
centrais dos EUA e desemboca no Golfo do
Rios
México.
A – Níger
d) o Rio Colorado, famoso por ter esculpido
B – Congo
o Grand Canyon, pertence à vertente do
C – Nilo
P
­ acífico Norte.
D – Zambeze
e) o mais extenso rio da vertente Ártica é o
Características
Colúmbia, cujas águas são alimentadas pelo
I. Com a construção de barragens, como a de
Lago dos Escravos.
Assuã, suas cheias encontram-se controla-
14. Para responder à questão a seguir, observe o das, o que possibilitou considerável expansão
da agricultura ao longo do seu curso.
mapa com os mais importantes rios europeus.
II. É o rio mais importante da África Meridional,
onde se situam as Cataratas de Vitória e im-
portantes hidrelétricas como a de Cabora
Bassa, em Moçambique.
Assinale a alternativa que contenha os rios africa-
nos que apresentam a correspondência correta.
a) A e C
b) B e D
c) A e B
d) C e D
e) A e D

17. Os extensos rios siberianos nascem nas ter-


680 km
ras elevadas do sul da Rússia e correm para o
Oceano Glacial Ártico, congelando durante o ri-
Sobre os rios indicados no mapa com os núme- goroso inverno da Sibéria. Os três maiores rios
ros I, II e III, pode-se dizer que: dessa região são:
a) Obi, Ienissei e Lena.
a) o de número I é o Tâmisa, que banha a área
b) Obi, Lena e Volga.
mais montanhosa da Grã-Bretanha.
c) Don, Dnieper e Dniester.
b) o de número II é o Sena, um dos rios mais
d) Volga, Don e Vístula.
importantes dos Países-Baixos.
e) Volga, Balkash e Baikal.
c) o de número III é o Danúbio, que nasce nos
Alpes e banha terras da Polônia, da Ucrânia 18. A respeito da hidrografia asiática é incorreto
e da Letônia. a
­ firmar que:
d) o de número I é o Tâmisa, o rio mais importan- a) em virtude da predominância de climas
te da Bacia de Londres, na Grã-Bretanha. semiáridos e desérticos, o Oriente Médio
e) o de número III é o Danúbio, que banha várias apresenta poucos rios de destaque, dentre
capitais da Europa, caso de Paris e ­Berlim. eles o Jordão, o Eufrates e o Tigre.
b) os rios chineses Huang Ho (Amarelo) e­
15. Nasce nos Alpes suíços e dirige-se para o nor- Yangtzé (Azul) atravessam uma planí­cie den-
te, atravessando a Alemanha e desaguando em samente povoada e ­intensamente cultivada.
34
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

c) na Ásia Meridional, os rios Indo e Ganges 22. Escreva a sua opinião a respeito da importância
têm grande significado para as populações do estudo dos oceanos e dos mares.
locais, sendo o Ganges o rio sagrado para
os hindus.
d) na planície do Rio Mekong, o mais extenso
da península indiana, pratica-se a agricultura
intensiva de arroz, juta e cana-de-açúcar.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) o Lago Baikal, situado na Rússia, é o mais
profundo do Globo.

19. Em relação às formações lacustres, apenas não


podemos afirmar que:
a) os lagos constituem depressões da crosta
terrestre, de origem e extensões variadas.
b) os Grandes Lagos, situados na fronteira en-
tre Canadá e Estados Unidos, são de origem
vulcânica; datando do período quaternário.
c) o lago Tanganica, localizado na região do
“Rift Valley” (África Oriental), foi formado por 23. Como a pecuária e a agricultura contribuem
processos tectônicos. atualmente para o aumento do consumo de
­
d) o Brasil é um país rico em rios, mas pobre água no mundo?
em lagos.
e) as mais extensas formações lacustres do
Brasil estão relacionadas às costas de restin-
gas, como é o caso da Lagoa dos Patos (RS).

20. A respeito dos oceanos e do relevo submarino,


podemos afirmar que:
a) o Atlântico, mais extenso dos oceanos, é
também o mais importante do ponto de vista
comercial.
b) no Oceano Índico encontram-se as fossas
submarinas mais profundas do Planeta,
podendo ultrapassar a cota batimétrica dos
10 mil metros.
c) o Índico é considerado o mais tropical entre
os oceanos.
d) o talude continental liga a plataforma dos
continentes com as regiões abissais, nas 24. O que são marés?

Geografia
quais a ausência de luz e a elevada pressão
limitam a existência da fauna oceânica.
e) as dorsais oceânicas são exclusivas do
Atlântico, podendo emergir em vários pontos
formando ilhas e arquipélagos em alto-mar.

21. Comente a respeito de uma região onde a dis-


puta pela água poderá provocar sérios conflitos
entre os povos.

35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

25. Explique as várias formas de influência das cor- 28. (Uerj – 2010) Chama-se água virtual o volume
rentes marítimas nas atividades humanas. total de água gasto na obtenção de um determi-
nado bem. Essa denominação deve-se ao fato
de, ao final do processo produtivo, a maior parte
da água utilizada não estar contida efetivamente
no produto confeccionado.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Média de água virtual em alguns produtos
Produto (por unidade) Quantidade (litros)
Fatia de pão 40
Maçã 70
Copo de leite 200
Camisa de algodão 2 000
Par de sapatos (couro bovino) 8 000
Adaptado de http://www.waterfootprint.org
26. (UFRGS – 2010) Assinale a alternativa que pre-
Considere que os países desenvolvidos apre-
enche corretamente as lacunas do enunciado a
sentam elevado consumo de água virtual por
seguir, na ordem em que aparecem.
habitante.
A urbanização promove alterações no ciclo hidro-
Indique dois fatores que explicam esse nível de
lógico, por reduzir a infiltração no solo. O volume consumo, justificando cada um deles.
de água que deixa de infiltrar permanece na su-
perfície, o escoamento superficial. As
vazões máximas Com a redução da
infiltração, o nível do lençol freático.
a) aumentando – aumentam – diminui
b) aumentando – aumentam – aumenta
c) diminuindo – diminuem – diminui
d) diminuindo – aumentam – diminui
e) aumentando – diminuem – aumenta

27. (UFC – 2010) A água constitui um elemento fun-


damental para o desenvolvimento da vida no
nosso planeta. Com relação a esse elemento,
assinale a alternativa correta.
a) A água do Planeta está sendo comprome-
tida pela poluição doméstica, industrial e
agrícola, e pelos desequilíbrios ambientais
resultantes dos desmatamentos e do uso in-
devido do solo.
b) Desvios de água para projetos de irriga- 29. (PUC-Rio – 2010)
ção, construção de hidrelétricas, consumo
excessivo, desmatamento e poluição têm
contribuído para a redução de conflitos entre
usuários.
c) A água tem sido utilizada para a geração de
energia elétrica assegurando a sustentabili-
dade do meio ambiente local.
d) O Brasil possui pouca quantidade de água
superficial e subterrânea devido às suas ca-
racterísticas geológicas dominantes.
e) A diminuição da chuva no Brasil tem sido o
maior problema ligado à falta de água para
abastecer as cidades.
36
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Um rio é a corrente líquida da concentração Com base nos conhecimentos sobre o tema e o
do lençol de água num vale. As sinuosidades auxílio do gráfico, podemos afirmar:
descritas por ele, formando, por vezes, amplos I. A distribuição desigual dos recursos hídri-
semicírculos em zonas de terrenos planos ou em cos é apenas uma face da problemática
outros cujo vale se acha profundamente escava- escassez de água potável no mundo; o de-
do são chamadas de: sequilíbrio entre sua oferta e demanda passa

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a) cursos. d) estuários. também pela poluição dos grandes manan-
b) bordas. e) meandros. ciais e pelas possibilidades das populações
c) margens. pobres terem acesso à água tratada.
II. A América do Sul, que sozinha detém quase
30. (Uneal) Além do mau uso, a demanda por um terço da água doce do Planeta, configu-
esse recurso tem sido cada vez maior, devido ra-se como área estratégica. Mas também
ao crescimento populacional e à ampliação de enfrenta problema com a ambiguidade entre
atividades econômicas. Quanto à renovação o desperdício e a escassez de abastecimen-
desse importante recurso, não há compro- to de água potável entre as camadas de
vações sobre o seu aumento, pelo contrário, suas populações.
sua escassez em algumas regiões do mun- III. Os recursos hídricos estão equitativamente
do já é uma realidade. Portanto, apesar de bem distribuídos por todos os continentes
renovável, muitos povos sofrem com a sua e dentro deles a carência de acesso a esse
diminuição e futuramente terão sua sobrevi- bem renovável se dá não por escassez,
vência ameaçada. mas simplesmente por questões políticas,
A afirmação revela a preocupação com a tais como no nordeste brasileiro e no Saara,
escassez: onde o subsolo guarda grandes reservas de
a) do petróleo. água doce que poderiam abastecer as po-
b) da vegetação. pulações e desenvolver a agricultura irrigada
c) da água. sem problema.
d) do carvão mineral. IV. As estatísticas da distribuição da água pelo
Planeta por si não revelam toda a realidade de
e) de alimentos.
acesso, ou não, das populações a esse líqui-
31. (UEPB – 2011) Observe o gráfico da distribuição do, tal como ocorre com a Ásia, que, embora
da água doce na superfície do Planeta. detenha um dos maiores percentuais da água
doce do Planeta, também detém a maior po-
Austrália e pulação, parte vivendo em pobreza absoluta e
Europa; 8% Oceania; 5%
alguns povos em áreas de escassez, onde o
África; 11% acesso à água é causa de conflitos.

Geografia
Estão corretas apenas as proposições
Ásia; 35% a) I, II e III.
América do Norte;
15% b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
América do Sul; e) II e III.
26%

ANOTAÇÕES

37
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
01. (Enem – 2012) O uso da água aumenta de acor- e) Interromper o fornecimento de água para a
do com as necessidades da população no mundo. lavoura e para o consumo humano, a fim de
Porém, diferentemente do que se possa imaginar, o que a água seja transferida para outros rios.
aumento do consumo de água superou em duas ve-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
zes o crescimento populacional durante o século XX. 03. (Enem) Segundo uma organização mundial de
estudos ambientais, em 2025, duas de cada três
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2009.
pessoas viverão situações de carência de água,
Uma estratégia socioespacial que pode con- caso não haja mudanças no padrão atual de
tribuir para alterar a lógica de uso da água consumo do produto.
apresentada no texto é a:
Uma alternativa adequada e viável para prevenir
a) ampliação de sistemas de reutilização hídrica. a escassez, considerando-se a disponibilidade
b) expansão da irrigação por aspersão das global, seria:
lavouras. a) desenvolver processos de reutilização da
c) intensificação do controle do desmatamento água.
de florestas. b) explorar leitos de água subterrânea.
d) adoção de técnicas tradicionais de produção. c) ampliar a oferta de água, captando-a em ou-
e) criação de incentivos fiscais para o cultivo de tros rios.
produtos orgânicos. d) captar águas pluviais.
e) importar água doce de outros estados.
02. (Enem) O artigo 1.º, da Lei Federal n. 9 433/1997
(Lei das Águas) estabelece, entre outros, os se- 04. (Enem) O sol participa do ciclo da água, pois
guintes fundamentos. além de aquecer a superfície da Terra dando ori-
I. A água é um bem de domínio público. gem aos ventos, provoca a evaporação da água
dos rios, lagos e mares. O vapor da água, ao se
II. A água é um recurso natural limitado, dotado
de valor econômico. resfriar, condensa em minúsculas gotinhas, que
se agrupam formando as nuvens, neblinas ou né-
III. Em situações de escassez, os usos priori-
voas úmidas. As nuvens podem ser levadas pelos
tários dos recursos hídricos são o consumo
ventos de uma região para outra. Com a conden-
humano e a dessedentação de animais.
sação e, em seguida, a chuva, a água volta à
IV. A gestão dos recursos hídricos deve sempre superfície da Terra, caindo sobre o solo, rios, lagos
proporcionar o uso múltiplo das águas. e mares. Parte dessa água evapora retornando à
Considere que um rio nasça em uma fazenda atmosfera, outra parte escoa superficialmente ou
cuja única atividade produtiva seja a lavoura ir- infiltra-se no solo, indo alimentar rios e lagos. Esse
rigada de milho e que a companhia de águas processo é chamado de ciclo da água.
do município em que se encontra a fazenda
Considere, então, as seguintes afirmativas:
colete água desse rio para abastecer a cidade.
I. A evaporação é maior nos continentes, uma
Considere, ainda, que, durante uma estiagem,
vez que o aquecimento ali é maior do que
o volume de água do rio tenha chegado ao
nos oceanos.
nível crítico, tornando-se insuficiente para ga-
II. A vegetação participa do ciclo hidrológico
rantir o consumo humano e a atividade agrícola
mencionada. por meio da transpiração.
III. O ciclo hidrológico condiciona processos
Nessa situação, qual das medidas abaixo estaria que ocorrem na litosfera, na atmosfera e na
de acordo com o artigo 1.º da Lei das Águas? biosfera.
a) Manter a irrigação da lavoura, pois a água do IV. A energia gravitacional movimenta a água
rio pertence ao dono da fazenda. dentro do seu ciclo.
b) Interromper a irrigação da lavoura, para se V. O ciclo hidrológico é passível de sofrer in-
garantir o abastecimento de água para con- terferência humana, podendo apresentar
sumo humano. desequilíbrios.
c) Manter o fornecimento de água apenas para a) Somente a afirmativa III está correta.
aqueles que pagam mais, já que a água é b) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
bem dotada de valor econômico. c) Somente as afirmativas I, II e V estão corretas.
d) Manter o fornecimento de água tanto para a d) Somente as afirmativas II, III, IV e V estão
lavoura quanto para o consumo humano, até corretas.
o esgotamento do rio. e) Todas as afirmativas estão corretas.
38
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

05. (Mackenzie – 2012) b) como o efeito de maré alta contribui para o


Os aquíferos mais ameaçados do planeta processo de inundação.
A revista Nature publicou um estudo preocupante
sobre os aquíferos. Segundo o estudo, nós estamos
explorando a água subterrânea em uma velocidade
muito maior do que a capacidade desses aquíferos se
recuperarem.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Os números do estudo indicam que, para acompanhar
o ritmo de exploração, os aquíferos precisariam ter
área três vezes maior.
O estudo estima que, atualmente, pelo menos 1,7
bilhão de pessoas depende de aquíferos e águas sub-
terrâneas que estão ameaçados.
CALIXTO, Bruno. Disponível em: <http://colunas.revistaepoca.globo.com/ 07. (IFMG – 2013) O nível de vazão do Rio Itapecuru
planeta/2012/08/12/os-aquiferos-mais-ameacados-do-planeta/>.
Acesso em: 1.º set. 2012. (Adaptado).
preocupa os técnicos da Agência Nacional de Águas.
Quem depende do rio para sobreviver teme que ele
I. A “Pegada Hídrica” de um país representa o seque ainda mais. Grandes árvores caídas às margens
volume total de água utilizado globalmente do rio são o sinal do desastre ecológico. Sem raízes
para produzir os bens e serviços consumi- para segurar a areia ela escorre para o leito do rio. De
dos pelos seus habitantes. acordo com dados coletados por técnicos da Agência
II. Entre as áreas que apresentam altos índices Nacional de Águas, o nível de vazão do Rio está doze
de escassez hídrica estão Oriente Médio, metros cúbicos abaixo do aceitável. A Secretaria do
Índia e África. No Oriente Médio, o volume Meio Ambiente informou que realiza um trabalho edu-
de água utilizado em irrigação no deserto tri- cativo nas escolas e que a extração da areia é feita por
plicou, e os aquíferos da região podem se meio de dragas que ameniza o problema no rio.
esgotar em menos de 50 anos. Disponível em: <http://g1.globo.com/ma/maranhão>. Acesso em: 15 nov. 2012.
(Adaptado).
III. O Brasil e a Rússia representam áreas do
planeta com baixa pressão hídrica. O fenômeno relatado acima pode provocar no
Rio Itapecuru:
Tendo por base o tema central do texto e seus
conhecimentos, analise as afirmações acima. a) enchentes.
b) morte de peixes por substâncias tóxicas na
Assinale a alternativa correta.
água.
a) Apenas I está correta.
c) aumento de ácido sulfúrico nas águas.
b) Apenas II está correta.
d) aumento de monóxido de carbono nas
c) Apenas III está correta.
águas.
d) Apenas I e II estão corretas.
e) I, II e III estão corretas. 08. (Fuvest – 2013) Grandes lagos artificiais de bar-
ragens, como o Nasser, no Rio Nilo, o Three

Geografia
06. (Ufes – 2013) Inundações são processos natu- Gorges, na China, e o de Itaipu, no Brasil, resul-
rais. Em âmbito mundial, tem-se verificado, nas tantes do represamento de rios, estão entre as
últimas décadas, um aumento das ocorrências obras de engenharia espalhadas pelo mundo,
de inundações devido às ações antrópicas. com importantes efeitos socioambientais.
Somadas à ação antrópica, as inundações po-
Acerca dos efeitos socioambientais de grandes
dem ser agravadas pela posição geográfica.
lagos de barragens, considere as afirmações
Considerando o processo de inundação, elabore
abaixo.
um texto em que você explique:
I. Enquanto no passado grandes lagos de bar-
a) como a ação antrópica sobre a rede pluvial
ragem restringiam-se a áreas de planície,
influi para a inundação;
atualmente, graças a progressos tecnológi-
cos, situam-se, invariavelmente, em regiões
planálticas, com significativos desníveis to-
pográficos.
II. A abertura das comportas que represam as
águas dos lagos de barragens impede a
ocorrência de processos de sedimentação,
assim como provoca grandes enchentes a
montante.
39
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

III. Frequentes desalojamentos de pessoas para 10. (UPE – 2013) A água é uma condição básica
a implantação de lagos de barragens leva- para a vida no planeta Terra. Mantém a biodiver-
ram ao surgimento, no Brasil, do Movimento sidade e impulsiona os ciclos biogeoquímicos,
dos Atingidos por Barragens – MAB. por exemplo. Como tem, também, importância
IV. Por se constituírem como extensos e, mui- para a economia dos continentes, ela precisa
tas vezes, profundos reservatórios de água, ser melhor gerenciada. Sobre os problemas re-
grandes lagos de barragens provocam alte- ferentes aos recursos hídricos em escala global,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
rações microclimáticas nas suas proximida- analise os itens a seguir.
des. I. Esses problemas podem ser muito bem
Está correto o que se afirma em: sintetizados no conjunto de situações que
a) I e II, apenas. resultam do crescimento populacional, da
b) I, II e III, apenas. intensa urbanização e da contaminação de
c) II, III e IV, apenas. recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
d) III e IV, apenas. II. O aumento da população e a urbanização
provocam uma intensa pressão de usos
e) I, II, III e IV.
múltiplos dos recursos hídricos e impactos
09. (UFGD – 2013) Observe o mapa a seguir. na qualidade da água.
III. A infraestrutura de baixa qualidade ou in-
completa ocasiona distribuição ineficiente
da água tratada e perdas de boa parte dela.
IV. É necessário ampliar, em escala global, a
mobilização pública no processo de decisão
e desenvolver a capacidade de informação
eficiente para melhorar a educação relacio-
nada à água.
V. Todos os processos relativos à água estão
inter-relacionados, são de natureza comple-
xa, dinâmicos e demandam conhecimento
multidisciplinar.
Estão corretos:
a) apenas I e IV.
b) apenas II e V.
c) apenas I, II e III.
d) apenas II, IV e V.
e) I, II, III, IV e V.

11. (IFNMG – 2013) Com relação à drenagem de ba-


cias hidrográficas, marque a alternativa incorreta.
a) Drenagem exorreica: quando o rio deságua
em um oceano.
AZEVEDO, Eglom; GOMES, Roberto R. Geografia Dinâmica 3: As Américas. Tatuí:
Casa Publicadora Brasileira, 1996. p. 13. (Adaptado). b) Drenagem endorreica: quando o rio desá-
As indicações no mapa referem-se às seguintes gua em um lago ou mar interno.
correntes marítimas, assim torna-se correto aqui- c) Drenagem arreica: quando o rio deságua em
lo que se afirma em: outro rio.
a) I: Humboldt; II: Golfo; III: Guianas; IV: Falkland; d) Drenagem criptorreica: quando um rio tem
e V: Sul-equatorial Atlântica. drenagem subterrânea.
b) I: Peru; II: Labrador; III: Guianas; IV: Patagônia;
12. A questão da escassez de água é um dos te-
e V: Sul-equatorial Atlântica.
mas ambientais globais da atualidade. O Índice de
c) I: Peru; II: Leste Americana; III: Caribe; IV: Dependência de Água (IDA) permite análises geográ-
Falkland; e V: Sul-equatorial Atlântica. ficas e geopolíticas interessantes. O IDA mensura a
d) I: Patagônia; II: Golfo; III: Caribe; IV: Falkland; proporção de água renovável, fundamentalmente de
e V: Brasil. origem fluvial, oriunda de fora de determinado país. No
e) I: Humboldt; II: Golfo; III: Guianas; IV: Patagônia; fundo, oferece um número para a dependência de re-
e V: Brasil. cursos hídricos controlados por países vizinhos.
40
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

O IDA do Brasil desmente a apreciação do senso co- Chuva também é água do mar lavada no céu imagem
mum, segundo a qual não temos maiores dificuldades ANTUNES, A.; MONTE, M.; BROWN, C. Água também é mar. In: Memórias, crônicas
e declarações de amor. EMI, 2000.
hídricas. Nosso IDA é de 34%, o que quer dizer que
cerca de um terço das águas fluviais do país têm ori- Esse trecho faz menção ao ciclo hidrológico,
gem fora do território nacional. sendo a chuva apresentada como “água do mar
Mundo, agosto de 2012. (Adaptado). lavada”. Com a tecnologia dos tempos atuais, a
água do mar pode ser tratada em grande escala

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A partir da leitura do texto e de conhecimentos
geográficos, é correto afirmar que há menor de- a ponto de tornar-se potável.
pendência hídrica: Com relação à possibilidade de dessalinização,
a) na Hungria. assinale a alternativa correta.
b) na Holanda. a) A principal consequência do processo de
c) no Japão. dessalinização de águas é a salinização de
d) no Egito. solos produtivos.
e) no Paraguai. b) A salinidade é menos elevada em águas
mais quentes, fator que favorece a dessalini-
13. (PUCRS – 2013) Observe a identificação numéri- zação no Oriente Médio.
ca das principais correntes oceânicas no mapa, c) Devido à grande disponibilidade hídrica em
e o enunciado. todo o território, é desnecessário ao Brasil
recorrer ao processo de dessalinização.
d) O processo de dessalinização tem por obje-
tivo principal a retirada de vírus e bactérias
das águas por meio de técnicas específicas.
e) O processo de dessalinização pode ser reali-
zado em águas do mar e também em águas
continentais salobras.

15. (Unisc – 2013) Observe a figura abaixo, que re-


presenta a paisagem de um rio.

As correntes oceânicas, do ponto de vista geográ-


fico, são os movimentos mais importantes que as
águas do mar apresentam. Essas grandes mas-
sas de água salgada correm na superfície dos
oceanos, seguindo cursos irregulares. Além de
serem fonte de alimentos necessários à vida ma-

Geografia
rinha, também influem no clima de determinados
locais, como, por exemplo, a corrente de nú-
mero , denominada Corrente ,
a qual, por ser quente, é responsável por um
inverno mais ameno nas ilhas e na
Grã-Bretanha.
Os números representados, de 1 a 7, corres-
a) 1, do Labrador, da Groenlândia pondem, respectivamente, à alternativa com as
b) 2, do Golfo, da Irlanda. seguintes partes de um rio:
c) 3, das Guianas, das Malvinas a) 1– Margem Direita; 2– Jusante; 3– Nascente;
d) 4, de Benguela, de Chipre 4– Foz em estuário; 5– Margem Esquerda;
e) 5, da Califórnia, dos Açores 6– Montante; 7– Leito.
b) 1– Leito; 2– Montante; 3– Jusante; 4–
14. (UEL – 2013) Leia o texto a seguir. Nascente; 5– Margem Esquerda; 6– Margem
Água também é mar Direita; 7– Foz em delta.
E aqui na praia também é margem. c) 1– Jusante; 2– Leito; 3– Montante; 4– Margem
Já que não é urgente, aguente e sente, aguarde o Direita; 5– Foz em estuário; 6– Nascente; 7–
temporal Margem Esquerda.
41
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

d) 1– Montante; 2– Foz em delta; 3– Nascente; 18. (Fuvest – 2013) Observe a imagem e leia o texto.
4– Margem Esquerda; 5– Jusante; 6– Leito;
7– Margem Direita.
e) 1– Margem Direita; 2– Foz em estuário; 3–
Jusante; 4– Margem Esquerda; 5– Nascente;
6– Margem Direita; 7– Leito.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
16. (UEL – 2013) As inovações tecnológicas possibi-
litam a modificação do espaço geográfico, como
é o caso do projeto de transposição do Rio São
Francisco.
Sobre essa transposição, atribua V (verdadeiro)
ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) Objetiva solucionar problemas ambientais Disponível em: <arvoresdesaopaulo.wordpress.com/2009/12/09>.
Acesso em: junho de 2012.
do semiárido nordestino.
Por muitos anos, as várzeas paulistanas foram uma
( ) Objetiva aumentar a navegabilidade do Rio
espécie de quintal geral dos bairros encarapitados
São Francisco, com a construção de no-
nas colinas. Serviram de pastos para os animais das
vas hidrovias.
antigas carroças que povoaram as ruas da cidade.
( ) É necessária porque o semiárido nordesti-
Serviram de terreno baldio para o esporte dos humil-
no é desprovido de lençóis subterrâneos.
des, tendo assistido a uma proliferação incrível de
( ) Pretende sanar a deficiência hídrica de re-
campos de futebol. Durante as cheias, tais campos
giões do semiárido, transferindo água para
improvisados ficam com o nível das águas até o meio
o abastecimento de açudes e rios menores.
das traves de gol.
( ) Retoma as primeiras preocupações com a
seca do semiárido nordestino, que remon- Aziz Ab’Saber, 1956.

tam ao período de Dom Pedro II. Considere a imagem e a citação do geógra-


Assinale a alternativa que contém, de cima para fo Aziz Ab’Saber na análise das afirmações a
baixo, a sequência correta. seguir:
a) V, V, F, F, V
I. O processo de verticalização e a imperme-
b) V, F, F, V, V
abilização dos solos nas proximidades das
c) F, V, V, F, F
vias marginais ao rio Tietê aumentam a sua
d) F, V, F, V, V
susceptibilidade a enchentes.
e) F, F, V, V, F
II. A retificação de um trecho urbano do rio Tietê
17. (UCPel – 2013) Entende-se como bacia hidrográ- e a construção de marginais sobre a várzea
fica o conjunto de terras drenadas pelas águas do rio potencializaram o problema das en-
de um rio principal e seus afluentes. Embora chentes na região.
o Brasil apresente problemas de escassez de
III. A extinção da Mata Atlântica na região da
água no Nordeste, reúne as maiores bacias hi-
drográficas do Planeta. nascente do rio Tietê, no passado, contribui,
Analise a seguinte afirmativa. até hoje, para agravar o problema com en-
chentes nas vias marginais.
A maior bacia hidrográfica do mundo apresen-
ta extenso percurso navegável e drena áreas IV. A várzea do rio Tietê é um ambiente susceptível
do Brasil e de outros países sul-americanos, à inundação, pois constitui espaço de ocupa-
apresentando, também, um grande potencial ção natural do rio durante períodos de cheias.
hidrelétrico ainda muito fracamente aproveitado.
Está correto o que se afirma em:
O texto da afirmativa se refere à Bacia:
a) I, II e III, apenas.
a) Platina.
b) I, II e IV, apenas.
b) do Tocantins-Araguaia.
c) Amazônica. c) I, III e IV, apenas.
d) do São Francisco. d) II, III e IV, apenas.
e) do Orinoco. e) I, II, III e IV.
42
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

19. (Fuvest – 2013) Observe o mapa. a) O Rio Negro apresenta águas escurecidas,
diferentemente de outros rios da região, que
apresentam cores claras. Por que este rio
apresenta cores escuras?

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) O que explica a grande quantidade de ilhas
no canal do rio? Por que parte dessas ilhas é
coberta de floresta?

Ministério do Meio Ambiente, 2009. (Adaptado).


Considere as afirmações sobre o Sistema
Aquífero Guarani.
I. Trata-se de um corpo hídrico subterrâ-
neo e transfronteiriço que abrange parte
da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do
Uruguai.
II. Representa o mais importante aquífero da 21. (IFSuldeMinas – 2013) Observe a imagem e o
porção meridional do continente sul-ameri- texto.
cano e está associado às rochas cristalinas
do Pré-Cambriano.
III. A grande incidência de poços que se obser-
va na região A é explicada por sua menor
profundidade e intensa atividade econômica
nessa região.
IV. A baixa incidência de poços na região indi-
cada pela letra B deve-se à existência, aí,
de uma área de cerrado com predomínio de
planaltos.
Está correto o que se afirma em:

Geografia
a) I, II e III, apenas. d) II e IV, apenas.
b) I e III, apenas. e) I, II, III e IV.
c) II, III e IV, apenas.

20. (Unicamp – 2013) A imagem abaixo mostra


o Arquipélago de Anavilhanas, no Rio Negro,
Estado do Amazonas. Observe a imagem e res- www.geografiaparatodos.com.br
ponda às questões. Bacia Hidrográfica, também conhecida como bacia
de drenagem, consiste numa porção da superfície
terrestre drenada por um rio principal, seus afluentes
e subafluentes. O Brasil, em virtude da sua grande
extensão territorial, apresenta 12 grandes bacias hi-
drográficas, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Nacional
de Recursos Hídricos (CNRH), que são os órgãos na-
cionais responsáveis pelo planejamento ambiental e o
uso racional da água. Essas bacias de drenagem são
delimitadas pela topografia do terreno.
Disponível em: <http://www.geografiaparatodos.com.br/index.
Google Earth. Acesso em: 25 set. 2012. php?pag=mapastematicos>. Acesso em: 13 out. 2012.
43
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Com base nas informações obtidas no mapa e 23. (FGV-SP – 2013) Considere o texto.
no texto, analise as proposições a seguir que A extensão da bacia hidrográfica favoreceu penetra-
apresentam características das principais bacias ções muito grandes e é provável que a colonização
hidrográficas brasileiras. portuguesa que rompeu a linha de Tordesilhas pôde
I. A Bacia Hidrográfica Amazônica, que pos- penetrar pelo rio principal impedindo a penetração dos
sui 7 milhões de quilômetros quadrados, é colonizadores espanhóis que vinham pelo norte, sudo-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
considerada a maior bacia hidrográfica do este etc. Paradoxalmente, a drenagem foi fundamental
mundo. No Brasil, ela compreende uma área como alongado eixo de penetração dos portugueses
de 3 870 000 km2, estando presente nos es- e isto resultou em grandes conflitos com os habitantes
tados do Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, indígenas regionais, o que representou uma história
Rondônia, Mato Grosso e Pará. bastante trágica.
II. A Bacia Hidrográfica do São Francisco, Disponível em: <www.iea.usp.br/iea/boletim/entrevistaazizabsaber.pdf>.
que tem aproximadamente 2  640 quilôme-
O texto refere-se à bacia:
tros quadrados, tem como principal rio o
a) Amazônica.
Tocantis-Araguaia, e como principal afluente
o Rio São Francisco, que nasce na Serra da b) do Paraguai.
Canastra (MG) e percorre os estados da Bahia, c) do Uruguai.
Pernambuco, Alagoas e Sergipe e, por isso, é d) do Paraná.
conhecido como Rio da Integração Nacional. e) do Tocantins-Araguaia.
III. A Bacia Hidrográfica do Paraná é a principal
24. (IFBA – 2013) O grande “planeta água” está passan-
porção da bacia Platina (compreende os pa-
do sede. É incrível imaginar que atualmente dezenas
íses da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e
de milhões de pessoas vivam com menos de cinco
Uruguai). Apresenta rios de planalto e enca-
litros de água por dia em um planeta que possui 70%
choeirados, características elementares para
de sua superfície coberta por água. É certo que a
a construção de usinas hidrelétricas: Furnas,
“hidrosfera aproveitável” é suficiente para o abasteci-
Água Vermelha, São Simão, Capivari, Itaipu
mento de água de toda a população da Terra, mas ela
entre outras.
é irregularmente distribuída. A água como substância
Está(ão) correta(s): está presente em toda parte, mas como recurso hídri-
a) I e II. co, entendido como um bem econômico e que pode
b) somente a I. ser aproveitado pelo ser humano dentro de custos fi-
c) somente a II. nanceiros razoáveis, é mais escasso.
d) I e III. TEIXEIRA, Wilson (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 2008.
22. (FGV-SP – 2013) Estes rios fazem parte da paisa-
No contexto geopolítico da água, o Brasil se
gem e do dia a dia do homem do Nordeste, servindo
destaca mundialmente pela sua riqueza hídrica
como fonte de água, áreas de recreação, cultivo de
tanto na superfície como no subsolo. Assim, no
vegetais e criação de animais. O sertanejo apresenta
que se refere às características da hidrografia
estratégias de sobrevivência durante os períodos de
brasileira, pode-se considerar como aspecto
estiagem, que são resultado direto de suas percep-
predominante:
ções sobre as variações no fluxo de água desses rios.
I. o regime pluvial, com exceção do Rio
Estes ambientes fazem parte da cultura do sertanejo
Amazonas que também possui o regime gla-
sendo citados em sua produção artística por grandes
cial pelo derretimento das geleiras andinas.
escritores como Euclides da Cunha, João Cabral de
II. a drenagem endorreica, com intensa de-
Melo Neto, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.
vastação da mata ciliar e assoreamento nos
Disponível em: <www.ecodebate.com.br/2012/09/03/reducao-de-apps-compromete-
rios-e-biomas-brasileiros-entrevista-com-o-biologo-elvio-sergio-medeiros>. leitos fluviais.
III. a foz em delta, na qual as águas deságuam
O texto faz referência a dois elementos naturais
diretamente no mar do Atlântico Sul com for-
de grande importância na Região Nordeste. São
mação de ilhas sedimentares.
eles os rios:
IV. elevado potencial hidrelétrico, com o pre-
a) efêmeros e a paisagem de colinas.
domínio de rios de planalto em áreas de
b) cársticos e a paisagem de chapadas. elevado índice pluviométrico.
c) intermitentes e a paisagem de caatingas. V. os rios principais perenes, sendo mantidas
d) de talvegue e a paisagem de cerrados. constantes as vazões hídricas dos afluentes
e) temporários e a paisagem de terras baixas. e subafluentes nas bacias hidrográficas.
44
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Estão corretas as alternativas: V. A evapotranspiração é o processo que garante


a) I e II. d) I e IV. o retorno da água precipitada para a atmosfe-
b) II e III. e) IV e V. ra a partir da insolação e da vegetação, sendo
c) III e V. mais intenso em regiões semiáridas de clima
quente e seco, como a Caatinga, pela intensa
25. (IFBA – 2013) A água é um elemento vital para radiação solar na superfície.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
a evolução e dinâmica geológica. De forma cí- Estão corretas as alternativas:
clica, percorre as diversas camadas terrestres
a) I e II.
(atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera), apre-
sentando-se nos diversos estados físicos da b) II e IV.
matéria (sólido, líquido e gasoso), modelando a c) I, II e III.
superfície terrestre e, também, garantindo a ma- d) I, II e IV.
nutenção da vida na Terra. e) III, IV e V.
O Ciclo Hidrológico
26. (Uema – 2013) A rede fluvial, também denomi-
nada de rede hidrográfica ou rede de drenagem,
é composta por todos os rios de uma bacia hi-
drográfica, hierarquicamente interligada. Ela
subsidia grande parte da legislação territorial e
ambiental, resultado de suas características de
sistema identificado e individualizado, quando
considerados os fluxos superficiais de águas,
conforme o mapa abaixo representa.

TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra.


São Paulo: Oficina de Textos, 2000.

Considerando a dinâmica da água no ciclo hi-


drológico, é correto afirmar que:
I. a formação do ciclo hidrológico decorreu do
resfriamento gradual da Terra a partir do qual
o vapor da água começou em parte a se
condensar e a se acumular nas depressões
superficiais, dando origem a água líquida na
crosta terrestre.

Geografia
II. o lençol freático é o limite superior das zonas
saturadas de águas subterrâneas que quan-
do atinge a superfície terrestre se constitui nas
nascentes fluviais. Nas regiões tropicais, em TUNDISI, J.; TUNDISI, T. N.; ROCHA, O. Ecossistemas
de águas interiores In: Águas Doces no Brasil. 2. ed.
períodos de estiagem, o lençol freático garan- São Paulo: Escritura, 2002.
te o abastecimento hídrico dos cursos fluviais. O texto aponta a importância da bacia hidrográ-
III. O Aquífero Guarani, localizado na Bacia fica e o mapa cartografa as 5 (cinco) principais
Platina, é o reservatório de água subterrânea bacias do Continente Sul Americano, dominado
que apresenta a maior extensão superficial por grandes rios. A partir dessas informações, as
e o maior volume hídrico do mundo, sendo bacias que se localizam e interagem na floresta
a sua gestão hídrica controlada pelo Estado tropical úmida, no cerrado e nas regiões semiári-
brasileiro. das do Brasil são as seguintes:
IV. Quando o vapor de água transforma-se di-
a) Amazônica, do Prata e Orinoco.
retamente em cristais de gelo na atmosfera,
b) Orinoco, do Prata e Magdalena.
a precipitação ocorre sob a forma de neve
ou granizo, responsável pela geração e ma- c) do Uruguai, do Prata e Magdalena.
nutenção das geleiras nas calotas polares e d) Amazônica, do Prata e do rio São Francisco.
nos cumes de montanhas. e) do rio São Francisco, Magdalena e Uruguai.
45
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

27. (Uenp – 2013) Leia o trecho da letra da música: A análise dessas informações permite afirmar
“De Teresina a São Luís” (Luiz Gonzaga). que caso se efetive o risco apresentado pelo
Peguei o trem em Teresina mapa, os aquíferos serão impactados na(no):
Pra São Luís do Maranhão Atravessei o Parnaíba a) equalização do percentual de poluição das
Ai, ai que dor no coração. águas dos aquíferos.
O trem danou-se naquelas brenhas b) deslocamento dos pontos de abastecimento

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Soltando brasa, comendo lenha do complexo.
Comendo lenha e soltando brasa c) comprometimento da recarga hídrica dos
Tanto queima como atrasa sistemas.
Tanto queima como atrasa. d) infecção genética dos canais fluviais
Bom dia Caxias
adjacentes.
Terra morena de Gonçalves Dias e) alteração química nociva do lençol de água.
Dona Sinhá avisa pra seu Dá
29. (Udesc – 2013) A definição de desenvolvimento
Que eu tô muito avexado sustentável mais usualmente utilizada é a que
Dessa vez não vou ficar... procura atender às necessidades atuais sem
Com base na letra da música acima, assinale a comprometer a capacidade das gerações futu-
alternativa correta. ras. Isso significa optar pelo consumo de bens
a) A área geográfica descrita no trecho da produzidos com tecnologia e materiais menos
música corresponde à zona da mata e do ofensivos ao meio ambiente, utilização racional
agreste piauiense e maranhense. dos bens de consumo, evitando-se o desperdí-
b) As principais cidades situadas ao longo do cio e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar
ramal ferroviário Teresina – São Luis são para que os eventuais resíduos não provoquem
Caxias, Balsas, Carolina, Imperatriz e São degradação ao meio ambiente. Principalmente:
Raimundo Nonato. ações no sentido de rever padrões insustentá-
c) O trecho da música refere-se à área do veis de consumo e minorar as desigualdades
sertão nordestino, de clima semiárido, que
sociais. O Brasil está em uma posição privilegia-
abrange a região dominada pelas carnau-
da para enfrentar os enormes desafios que se
beiras e pelos babaçuais.
acumulam. Abriga elementos fundamentais para
d) A área geográfica descrita no trecho da músi-
o desenvolvimento: parte significativa da biodi-
ca corresponde à área do agreste piauiense e
maranhense, com destaque para a vegetação versidade e da água doce existente no Planeta;
dos cocais e das matas tropicais de altitude. grande extensão de terras cultiváveis.
e) A área geográfica descrita no trecho da mú- De acordo com esta definição, o desenvolvimen-
sica corresponde às áreas drenadas pelas to sustentável pressupõe:
bacias dos rios Parnaíba e Itapecuru. a) traçar um novo modelo de desenvolvimento
econômico para nossa sociedade com o uso
28. (Cefet-MG – 2013)
racional dos recursos naturais disponíveis e
indisponíveis.
b) a redução do consumo das reservas naturais
com a consequente estagnação do desen-
volvimento econômico e tecnológico.
c) a preservação do equilíbrio global e do valor
das reservas de capital natural, o que não
justifica a desaceleração do desenvolvimen-
to econômico e político de uma sociedade.
d) a distribuição homogênea das reservas na-
turais entre as nações e as regiões em nível
global e regional.
e) definir os critérios e instrumentos de ava-
liação do custo-benefício e os efeitos
socioeconômicos e os valores reais do con-
CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2009. sumo e da preservação.
46
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

30. (UFC – 2010) A água constitui um elemento fundamental para o desenvolvimento da


vida no nosso planeta. Com relação a esse elemento, assinale a alternativa correta.
a) A água do Planeta está sendo comprometida pela poluição doméstica, industrial
e agrícola, e pelos desequilíbrios ambientais resultantes dos desmatamentos e
do uso indevido do solo.
b) Desvios de água para projetos de irrigação, construção de hidrelétricas, consumo
excessivo, desmatamento e poluição têm contribuído para a redução de conflitos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
entre usuários.
c) A água tem sido utilizada para a geração de energia elétrica assegurando a sus-
tentabilidade do meio ambiente local.
d) O Brasil possui pouca quantidade de água superficial e subterrânea devido às
suas características geológicas dominantes.
e) A diminuição da chuva no Brasil tem sido o maior problema ligado à falta de água
para abastecer as cidades.

31. (Uerj – 2012) Acesso das populações à rede de água potável (2002)

Percentual de acesso
menos de 50
de 50 a 75
de 76 a 90
de 91 a 100
sem dados

Disponível em: <http://energiaverdepr.ning.com>. (Adaptado).

O acesso das populações à água potável é um dos indicativos do nível de desenvol-


vimento e das condições de vida das sociedades no mundo contemporâneo.
A associação adequada entre o espaço geográfico e dois fatores que influenciam o
percentual de acesso de sua população à água potável está indicada em:
a) Austrália – alta renda per capita/regularidade do regime de chuvas.
b) África Central – elevada mortalidade/insuficiência da bacia hidrográfica.

Geografia
c) América do Norte – política de inclusão social/erradicação de agentes poluentes.
d) Europa Ocidental – estabilidade demográfica/qualidade dos sistemas de
saneamento.

32. (PUC-SP – 2012) Leia com atenção.

Fonte: Segundo o Relatório sobre o desenvolvimento humano 2006, PNUD.


Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil. Atlas do Meio Ambiente. São Paulo: Instituto Pólis, 2008. p. 81.
47
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

Considerando as cidades mencionadas, o gráfico permite concluir que:


a) a água é mais barata nas três cidades localizadas em países mais desenvolvidos porque elas situam-
-se em áreas de menor escassez hídrica.
b) há grandes diferenças do custo da água para as populações comparando-se o fornecedor público
com o privado, devido à natureza distinta de objetivos dos dois setores.
c) nas cidades mais ricas, a água custa menos porque ela provém de sistemas de abastecimento, cuja
estrutura e administração não exigem muitos recursos financeiros.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
d) nas cidades mais pobres, a inexistência de sistemas coletivos públicos obriga o consumo de água
de empresas privadas que, apesar de mais caro, ao menos oferece qualidade melhor.
e) nas cidades mais pobres, a privatização dos serviços públicos encareceu o preço da água assim
como de outros serviços essenciais, algo que não aconteceu nas cidades mais ricas.

33. (Fuvest – 2012) Anualmente, as principais bacias hidrográficas do mundo fazem ingressar nos oceanos
dezenas de bilhões de toneladas de partículas sólidas removidas das áreas continentais, resultantes do
trabalho erosivo das águas correntes superficiais. Observe o mapa.

A bacia hidrográfica Ganges-Brahmaputra, se comparada à do Amazonas, produz 3,4 vezes mais sedi-
mentos por unidade de área, tendo, aproximadamente, um quarto da área de drenagem e 18% da vazão
média da bacia hidrográfica amazônica.
Comparando-se os dados acima apresentados, a posição geográfica e o uso do solo nessas áreas,
identifique um fator responsável pela:
a) quantidade relativamente baixa da produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia
hidrográfica amazônica. Explique.

b) elevada produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia hidrográfica Ganges-
Brahmaputra. Explique.

48
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

34. (FGV-SP – 2012 – Adaptada) Observe atentamente o mapa para responder às questões.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fonte: Panorama Global da Biodiversidade 3. Brasília, Secretaria de Biodiversidade e Floresta, 2010, p. 60.
Disponível em: <http://www.cbd.int/doc/publications/gbo/gbo3-final-pt.pdf>.

a) O que são “zonas mortas marinhas”?

b) Quais os fatores responsáveis pela sua formação?

35. (FGV-SP – 2012) Leia atentamente o texto a seguir.

Geografia
As Nações Unidas estimam que, até 2025, dois terços da população mundial sofrerão escassez, moderada ou seve-
ra, de água. Essa situação tem sido interpretada como resultante da falta física de água doce para o atendimento da
demanda das populações da Terra. Entretanto, no plano geral, há água suficiente no mundo (...) para satisfazer as ne-
cessidades de todos. De fato, este cenário de escassez significa que, no ano 2025, apenas um terço da humanidade
deverá dispor de dinheiro suficiente para pagar o serviço de abastecimento d’água decente, isto é, com regularidade
de fornecimento e qualidade garantida da água.
REBOUÇAS, Aldo. O ambiente brasileiro: 500 anos de exploração.
In: RIBEIRO, Wagner Costa (Org.). Patrimônio Ambiental Brasileiro. São Paulo: Edusp, 2003. p. 206.

Considerando os argumentos do texto, é correto afirmar que:


a) a “crise da água” resulta do elevado crescimento da população dos países mais pobres.
b) a “crise da água” não pode ser enfrentada com as tecnologias disponíveis, por isso tende a se
aprofundar.
c) no cenário projetado pela ONU, a escassez de água tenderá a se agravar devido à continuidade do
processo de urbanização.
d) fatores sociais e econômicos desempenham um papel importante no problema da escassez de
água.
e) a água é um recurso natural renovável, portanto, a escassez resulta apenas da distribuição desigual
desse recurso pela superfície da Terra.
49
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

36. (Unesp – 2012) O Brasil tem a metade de seus c) há um acordo entre os países que circulam
municípios com esgotamento sanitário (52,2%). o Ártico – Rússia, Canadá, Estados Unidos,
Dos 14,5 milhões m3 coletados diariamente, são China e Inglaterra – para explorar os recur-
tratados 5,1 milhões m3. sos marinhos.
d) com o degelo do Ártico, a navegação e a ex-
P‚ƒ‚„…‚  †‡ˆ‰ƒ‚, ƒ‚ ˆ‚„…‚ 
‚Š†Š‚ Š‹‚ (%) – 2000 ploração de minérios não serão beneficiadas
G
e o meio ambiente não sofrerá impacto.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
R Coleta e
Sem coleta Só coleta e) a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar
trata
possibilita a todas as nações costeiras terem
Norte 92,9 3,5 3,6
direitos econômicos iguais sobre o Ártico.
Nordeste 57,1 29,6 13,3
Sudeste 7,1 59,8 33,1 38. (Unifor – 2012) O Governo Federal brasileiro
Sul 61,1 17,2 21,7 executa, sob responsabilidade do Ministério da
Centro-Oeste 82,1 5,6 12,3 Integração Nacional, o “Projeto de Integração
Brasil 47,8 32,0 20,2 do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas
IBGE. Adaptado.
do Nordeste Setentrional”. Esse projeto objetiva
a transposição de parte das águas do Rio São
A partir da análise da tabela e de seus conheci- Francisco por meio da construção de dois canais
mentos, pode-se afirmar que:
com 700 quilômetros de extensão total, os quais via-
a) a região com menor porcentagem de muni- bilizarão o aumento da oferta de recursos hídricos
cípios que só coletam esgoto é a Norte e a em áreas semiáridas dos estados de Pernambuco,
com maior é a Sudeste.
Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Sobre o as-
b) as regiões com maior e menor porcentagens sunto, assinale a alternativa correta.
de municípios que só coletam esgoto são,
a) A realidade hídrica, principalmente nos as-
respectivamente, a Sul e a Centro-Oeste.
pectos atinentes à oferta e uso das águas, é
c) a pior porcentagem de municípios sem co-
tema que, historicamente, não tem integrado
leta de esgoto é a da região Sudeste, que
o debate sobre o semiárido nordestino.
supera os dados da região Centro-Oeste.
b) A transposição das águas do Rio São
d) a tabela expressa porcentagens de esgota-
Francisco não é vista como solução para
mento sanitário excelentes, que se refletem
resolver o problema do abastecimento das
na boa qualidade de nossas águas.
cidades e mitigar a sede dos nordestinos.
e) as regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, to-
c) O São Francisco é um rio inteiramente locali-
talizam valores maiores nas porcentagens
zado no Nordeste semiárido, com nascente no
de municípios que só coletam esgoto, quan-
estado da Bahia e foz no litoral de Pernambuco.
do comparadas à região Sudeste.
d) A escassez de água no Nordeste brasileiro
37. (Unesp – 2012) Leia. pode ser atribuída a características geoam-
bientais específicas dessa região e, também,
O Ártico está na mídia
de falhas na gestão dos recursos hídricos
Notícias da região do Ártico levantam dados sobre a
corrida ao petróleo em suas águas. Nações reclamam por parte do poder público.
parte das riquezas sob o fundo do Oceano Glacial e) As chuvas na Região Nordeste são bem
Ártico, enquanto o aquecimento global expõe áreas distribuídas no tempo, graças a fenômenos
antes cobertas por gelo, pois a extensão do gelo marí- climáticos, tais como o El Niño que favorece
timo no Ártico diminuiu por volta de 14% desde os anos a ocorrência de frentes frias causadoras de
1970. A mídia destacou que os russos instalaram sua chuvas.
bandeira em turfa submarina e que a guarda costeira
americana mapeou o mar de Bering. 39. (PUC-SP – 2012) O processo de degradação do rio
GAMBLE, Jessa. Scientific American Brasil. ed. n. 4, 2009. / DOW, Kirstin; Tietê por poluição industrial e esgoto tem origem no
DOWNING, Thomas E. O Atlas da Mudança Climática, 2007. (Adaptados).
processo de industrialização e de expansão urbana
Sobre o assunto tratado no trecho do texto, po- desordenada ocorrido nas décadas de 1940 a 1970.
de-se afirmar que: Para piorar, em 1955 o governo interligou a rede de
a) os direitos aos recursos localizados no esgotos e os dejetos de toda a indústria passaram a
assoalho submarino são definidos com a co- terminar no Tietê (...). [Hoje] o maior vilão do Tietê no
locação de bandeiras, como no período de trecho da Grande São Paulo é o esgoto doméstico e o
colonização das fronteiras. lixo que a população joga nas ruas e no rio. Além disso,
b) as regras que possibilitam reivindicar os a limpeza urbana de São Paulo não é suficiente, o que
recursos dos leitos submarinos vêm da faz o lixo ir parar no Tietê.
Convenção da ONU sobre o Direito do Mar. Projeto Tietê: 20 anos. O Estado de S. Paulo. 22 set. 2011, p. H5.
50
Hidrosfera ENSINO MÉDIO UNIDADE 7

Sobre a condição de rios em áreas urbanas (e b) destaque duas características naturais do


do rio Tietê na cidade de São Paulo), é correto Nordeste brasileiro, que podem ser aprovei-
afirmar que: tadas para geração de energia alternativa e
a) rios que percorrem grandes cidades acabam limpa;
inevitavelmente mortos (sem oxigênio), pois
a poluição é inerente às práticas urbanas.
b) quanto maior a dimensão das cidades, maior

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
o teor de elementos poluentes nos rios, pois
em áreas urbanas menores os rios e córre-
gos não são poluídos. c) indique duas características ambientais da
c) pode-se chegar a melhores condições dos Bacia Hidrográfica do Paraná.
rios em áreas urbanas, assim como do Tietê
em São Paulo, mas isso depende de várias
ações no conjunto da área urbana.
d) a expansão urbana (ordenada ou desor-
denada), se excessiva, resulta em rios que
passam a compor o sistema de saneamen-
to, em especial, o esgotamento doméstico. 41. (Unicamp – 2012) A Política Estadual de Recursos
e) em grandes cidades, como São Paulo, é Hídricos, a partir de 1991, determina, para o es-
indispensável que os rios componham o sis- tado de São Paulo, a Bacia Hidrográfica como
tema de saneamento e de drenagem, pois unidade físico-territorial de planejamento, tendo
sem isso a cidade não funcionaria. os Comitês de Bacias como os órgãos gestores.
Considerando esta afirmação, responda:
40. (UFBA – 2012) O Brasil, por sua grandeza territorial,
a) O que é uma bacia hidrográfica? Que ele-
possui uma diversidade geográfica e climática signifi-
mentos topográficos compõem uma bacia?
cativa. A latitude, o relevo, as bacias hidrográficas, as
características do solo, entre outros fatores, criam uma
série de possibilidades, entre outras coisas, para o pla-
nejamento energético da matriz brasileira.
Sendo bem exploradas, essas características singula-
res podem fazer do Brasil um país independente das
energias fósseis a longo prazo. Através do investimento b) Aponte dois tipos de conflitos de uso da
tecnológico e em infraestrutura, é possível utilizarmos água numa unidade de bacia hidrográfica.
fontes renováveis como a biomassa (etanol e bio-
diesel), eólica, solar e hidrelétrica. (...) Finalmente, a
natureza oferece as condições ou cria as dificuldades
que, na verdade, podem ser oportunidades para o
crescimento e desenvolvimento do país.

Geografia
WALTZ, 2010, p. 31.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a 42. (FEI – 2012) Sobre algumas das características
matriz energética brasileira, uma das mais equili- das bacias hidrográficas da América do Sul assi-
bradas entre as grandes nações: nale a alternativa incorreta.
a) justifique a recente expansão hidrelétrica da a) O rio Tietê integra a bacia do Paraná e tam-
Região Norte e cite dois exemplos do atual bém a bacia Platina.
aproveitamento da Bacia Amazônica; b) Os rios Paraguai e Paraná são os principais
cursos d’água da chamada bacia da Prata, a
segunda maior da América do Sul.
c) O rio Tietê é afluente do rio Paraná. Parte do
trajeto destes dois rios é navegável devido à
existência da hidrovia Tietê-Paraná.
d) O rio Tietê faz parte da bacia do Paraná e
deságua no oceano Atlântico, na latitude do
litoral paulista.
e) Parte da energia consumida no Brasil é de
origem binacional, ou seja, é produzida a
partir de um rio que faz fronteira do Brasil
com um país vizinho.
51
ENSINO MÉDIO UNIDADE 7 Hidrosfera

43. (UFRN – 2012) A ação intensiva do ser humano a) Suponha que, na área rural em que se lo-
sobre o meio, em virtude da ocupação do solo, caliza o rio mostrado na figura 1, ocorreram
tanto no espaço urbano quanto no rural, altera as chuvas intensas. Justifique por que o rio,
condições ambientais originais. Observe as figu- nessa área, apresenta menor predisposição
ras a seguir, que ressaltam a hidrografia como para transbordar.
um elemento marcante da paisagem.
Figura 1 – Rio em área rural

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) Mencione e explique um problema socioam-
biental provocado pelo transbordamento de
rios em áreas urbanas.
Disponível em:<http://ihaa.com.br/>. Acesso em: 20 jun. 2011.

Figura 2 – Rio em área urbana

Disponível em: <http://gaianet.wordpress.com/2009/06/26/alteraes-


climticas-ambientais-e-sanitrias>.

INDICAÇÕES CULTURAIS

Filmes
CHINATOWN. Direção de Roman Polanski. Estados Unidos: Paramount Pictures, 1974. (130 min.), son., color. 35 mm. Legendado.
Trama policial em que um detetive particular desvenda uma jogada comercial de desvio de águas por grupos poderosos.
O JARRO. Direção de Ebrahim Forouzesh. Irã: The Institute for the Intellectual Development of Children & Young Adults, 1992.
(86 min.), son., color. Legendado. O jarro de uma escola situada em pleno deserto iraniano trinca, o que obriga os alunos a fa-
zerem uma longa caminhada diária até um riacho, para se refrescar e matar a sede. A questão mobiliza a população da aldeia.

52
UNIDADE 8
DEMOGRAFIA:

a f ia A DINÂMICA DA POPULAÇÃO
gr
Geo
Conceitos demográficos fundamentais .............2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Distribuição geográfica da população mundial ...5
Crescimento das populações ...............................7
Estrutura populacional ....................................... 11
Movimentos das populações ............................ 17

Atualmente, a população mundial já ultrapassa


7 bilhões de pessoas, e a estimativa é que em breve
sejamos 9 bilhões de pessoas espalhadas pelo
Planeta. É inegável que se trata de um contingente
bastante numeroso de pessoas que necessitam
de abrigo, alimentos, água, entre muitas outras
coisas. Isso influencia o planejamento do uso dos
recursos naturais e obriga os países a organizarem
o crescimento populacional do Planeta para as
próximas décadas.

Miguel Correia - Creative Commons 2.0


ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

Conceitos demográficos
fundamentais

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
P or que estudar a população?
Os diferentes aspectos demo-
A Conferência Internacional sobre
População e Desenvolvimento, realizada
gráficos e sua análise nos permitem o em 1994 na cidade do Cairo, no Egito, ela-
conhecimento da realidade quantitativa e borou um planejamento, adotado por 180
qualitativa de uma população e, por meio países, no qual se indicam medidas para
disso, oferecem a possibilidade de tra- que o número de habitantes não u
­ ltrapasse
çarmos estratégias para atingir metas de a casa dos 7,9 bilhões em 2050.
desenvolvimento e melhoria da sociedade
O grande crescimento da população
em que vivemos.
nos países subdesenvolvidos, na ­segunda
O organismo da Organização das
metade do século XX, alertou para a rela-
Nações unidas (ONU) intitulado Fundo das
ção entre o crescimento populacional e
Nações Unidas para a População divulgou
previsões em 1995 de que a população a pobreza. A população mundial chegou
mundial poderá chegar a 11,9 bilhões em a 6 bilhões em 1999. Com o aumento da
2050, sem que o Planeta tenha suporte população, a disponibilidade de recursos
para tal. E isso se tornará realidade caso naturais diminui e a qualidade de vida fica
não se tomem, desde já, medidas cabíveis. ameaçada.

LEITURA

Demografia crescimento populacional. O crescimento acelerado ou desacele-


rado das populações é algo constantemente debatido e teorizado
A Demografia é uma importante área do conhecimento,
por especialistas e teóricos dessas áreas do saber. Precisar com
pois amplia os saberes sobre as populações
detalhes o funcionamento desse fator é importante para o planeja-
humanas e suas características.
mento de políticas públicas e ações sociais.
A demografia é a área do conhecimento que se preocupa em
O principal órgão brasileiro de pesquisa sobre a população
estudar o comportamento, as transformações e a dinâmica geral da
é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Esse
população, utilizando-se principalmente de elementos estatísticos e
organismo realiza a cada dez anos o Censo Demográfico, uma
pesquisas qualitativas. Esse ramo do saber em muito se aproxima
importante e abrangente forma de quantificar estatisticamente os
à Geografia da População, que, da mesma forma, também se pre-
mais diversos dados e informações, envolvendo desde a renda e a
ocupa com as dinâmicas populacionais, enfatizando as questões
saúde da população até a sua preferência religiosa.
sociais relacionadas ao espaço geográfico.
Estão disponíveis, na presente seção, textos que envolvem
A população é definida como o número de pessoas que habita
os diversos temas e conceitos demográficos, estes relacionados
um determinado território ou região. Dessa forma, os seus ciclos
não tão somente à Geografia da População, mas a diversas áreas
de crescimento, seu nível médio de renda, sua distribuição, entre
do conhecimento, como a sociologia e a economia. Esperamos
outros fatores, são de fundamental importância para a compreensão
oportunizar um espaço de leitura e discussão sobre os temas con-
do funcionamento dos diversos aspectos do espaço social.
cernentes às dinâmicas populacionais.
Um dos elementos demográficos mais estudados pela
PENA, Rodolfo Alves. Demografia. Disponível em: <http://www.brasilescola.
Geografia da População e pela Demografia é o índice de com/geografia/demografia.htm>. Acesso em: 27 fev. 2015.

População absoluta e densidade demográfica


Entende-se por população absoluta (PA) o número total de habitantes de um país
ou região. Levam-se em consideração, para se chegar a um total, os dados estatísticos
levantados por instituições que trabalham com dados demográficos. No Brasil, o órgão
oficial é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
2
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

A densidade demográfica (DD) ou população relativa é a média de habitantes que


se fixam, em determinado país ou região, por quilômetro quadrado (km2). Para se obter
essa média, divide-se a população absoluta pela área. ­Exemplificando: o Brasil possui,
segundo o censo de 2010, 190,7 milhões de habitantes e uma área de 8 547 403 km2, o
que nos dá uma densidade demográfica de 22,4 habitantes/km2.

País populoso – País povoado – Superpovoamento

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O conceito de país populoso está intimamente ligado à população absoluta de um
país, ou seja, ao número total de habitantes. Observe a tabela.

PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO (EM MILHÕES DE HABITANTES)

País População

1. China 1 345 750 973

2. Índia 1 198 003 272

3. Estados Unidos 314 658 780

4. Indonésia 229 964 723

5. Brasil 190 755 799

6. Paquistão 180 808 096

7. Bangladesh 162 220 762

8. Nigéria 154 728 892

9. Rússia 140 873 647

10. Japão 127 156 225


Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/paises-mais-populosos-mundo.htm>. Acesso em: 27 fev. 2015.

Embora não exista um parâmetro fixo para se classificar um país como popu­loso,
adota-se como padrão a população acima de 100 milhões de habitantes.
Um país é considerado povoado quando o resultado da densidade demográfica

Geografia
aponta para um número alto de ­ocupação em relação à área. Quando um país, uma
área ou uma região possui elevada densidade demográfica, dizemos que é densamente
povoado; se possui baixa densidade demográfica é fracamente povoado.
Vejamos alguns exemplos.
– Países densamente povoados (habitantes/km²) – Mônaco (18 915), Singapura
(7 713), Vaticano (2 273), segundo dados do Banco Mundial, 2013.
– Países fracamente povoados (habitantes/km²) – Canadá (3,87), Islândia (3,22),
Mongólia (1,83), Líbia (3,52), Mauritânia (3,77), Namíbia (2,8), segundo dados do
Banco Mundial, 2013.
– Regiões densamente povoadas – delta do Rio Ganges, leste da China, nordeste
dos EUA, oeste da Europa.
– Regiões fracamente povoadas – Amazônia, norte da Rússia (Sibéria), interior da
Austrália, deserto do Saara, regiões polares.
Devemos atentar para o fato de que países populosos não se constituem, necessa-
riamente, em países densamente povoados. É o caso da Rússia e do Brasil que, embora
possuam uma população absoluta elevada, possuem área territorial grande e, portanto,
3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

não são densamente povoados. Em contrapartida, países não populosos podem ser
densamente povoados, como a Holanda (Países Baixos). Alguns países podem, ainda,
ser classificados como populosos e povoados, como é o caso da Índia e do Japão.
Outros países, ao contrário, classificam-se como pouco populosos e escassamente povo-
ados. É o caso do Canadá e da Austrália.
O termo superpovoamento é outro conceito muito utilizado que não implica apenas o

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
resultado numérico entre população absoluta e área. Relaciona-se com a análise do nível
de desenvolvimento socioeconômico e tecnológico que o país oferece aos habitantes. A
Bélgica e o Japão, embora densamente povoados, não apresentam superpovoamento
porque suas populações têm qualidade de vida e bem-estar social. No entanto, a Índia,
além de possuir área densamente povoada, apresenta um superpovoamento, pois a popu-
lação não apresenta qualidade de vida satisfatória. O mesmo se aplica ao Brasil, ­apesar de
sua baixa densidade demográfica (23,97 habitantes/km²).

SAIBA MAIS

Curiosidade geográfica
O relógio apresenta estatísticas diversas atualizadas a cada momento, baseadas em dados reais
e em algumas estimativas feitas a partir da distribuição histórica dos dados. Pode-se acessar dados como a
população mundial e a taxa de crescimento (os dois primeiros) por ano (YR), mês (MTH), semana (WK), dia
(DAY) e atualmente (NOW). Basta clicar nos botões do relógio. Acesse o site <http://www.poodwaddle.com/
clocks2pw.htm>.

ANOTAÇÕES

4
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Distribuição geográfica
da população mundial

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Fatores determinantes da distribuição
populacional
Basta observar um mapa-múndi que represente as densidades demográficas de
cada continente para perceber que a população mundial encontra-se irregularmente
distribuída pelo espaço disponível, havendo áreas de grandes e médias concentrações
demográficas, ao lado de enormes vazios populacionais.

DENSIDADE DEMOGRÁFICA POR PAÍSES – 2010

Densidade
Densidade
demográfica
demográfica
(hab./km)
(hab./km)
menos
menos
de 5de 5

de 5de
a 15
5 a 15
de 15
dea15
45a 45

de 45
dea45
120
a 120

de 120
de 120
a 270
a 270

maismais
de 270
de 270

semsem
dados
dados

0 1 600 km 3 200 km

Escala aproximada

Fonte: World population prospects: the 2010 revision. New York: United Nations, Dept. of Economic and Social Affairs, Population Division, 2011.
Adaptado: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

Contudo, além de identificar as diferentes áreas de concentração populacional no


Globo, é necessário compreender o porquê da desigual repartição populacional. De fato,

Geografia
a distribuição da população pode ser explicada pela conjugação de diversos fatores,
capazes de favorecer ou restringir a ocupação humana na superfície terrestre. Passemos
a analisá-los a seguir.

Fatores físicos ou naturais


Abrangem principalmente o clima, o solo e o relevo, que podem criar áreas favoráveis
à ocupação humana (denominadas ecúmenas) e áreas desfavoráveis à concentração
populacional (conhecidas como anecúmenas). Sendo assim, a população tende a se
concentrar em áreas de climas favoráveis (regiões de climas subtropicais, temperados e
planaltos tropicais), nas planícies (que concentram mais da metade da população mun-
dial), nos vales e deltas fluviais, em áreas de solos férteis etc.
Por outro lado, é possível encontrar vazios populacionais nas regiões polares, nos
desertos, nas elevadas altitudes das grandes cadeias de montanhas e nas florestas
equatoriais.
Sabemos que os fatores físicos atuam em conjunto, porém certos fatores são predo-
minantes em determinadas áreas, como é o caso da temperatura nas calotas polares e
da aridez climática nos desertos.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

Fatores históricos
De maneira geral, podemos afirmar que as áreas de povoamento mais antigo são
mais densamente habitadas que as de ocupação humana mais recente.
Isso se confirma quando observamos as grandes concentrações populacionais exis-
tentes no extremo oriente asiático (leste da China, Japão e península coreana), na Ásia

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
das Monções (sul e ­sudeste asiáticos) e na Europa Centro-Ocidental.
Há, no entanto, exceções a essa regra. Um bom exemplo é o do Nordeste brasileiro
que, apesar de ser a região de povoamento mais antiga do Brasil, foi suplantada pela
Região Sudeste, que se tornou a mais industrializada e desenvolvida do País.

Fatores econômicos
Incluem as atividades distribuídas nos setores primário, secundário e terciário da eco-
nomia, cuja influência pode acarretar maior ou menor concentração populacional.
Dessa forma, as áreas de agricultura extensiva mecanizada e de pecuária extensiva,
que requerem pequena quantidade de trabalho por área, apresentam baixas densida-
des demográficas. Servem de exemplos as pradarias canadenses e norte-americanas, o
pampa argentino e a campanha gaúcha.
Ao contrário, as áreas de agricultura antiga e intensiva (geralmente de povoamento
antigo) e que apresentam elevada relação trabalho X área costumam possuir altas densi-
dades populacionais. É o caso da planície chinesa e do sudeste asiático.
As atividades industriais e de pres­tação de serviços, por sua própria natu­reza e dinâ-
mica, concentram grandes contingentes populacionais, como ocorre no nordeste dos
Estados Unidos, na Europa Ocidental, no Arquipélago Japonês, no eixo São Paulo-Rio
de Janeiro, ente outros.

Distribuição geográfica da população


Como já foi visto anteriormente, a distribuição da população por continentes mostra
contrastes bastante acentuados. A Ásia possui 2,24 bilhões de habitantes (quase metade
da humanidade) e nela se encontram a China e a Índia, os dois países mais populosos
da atualidade. A Oceania, por outro lado, é o continente menos populoso, possuindo
apenas 32 milhões de habitantes. As regiões mais densamente povoadas do Globo são
o nordeste dos EUA, a Europa Ocidental e o sudeste asiático. Observe a tabela a seguir
que mostra aspectos da população mundial por grandes regiões geográficas.

Distribuição da população mundial por grandes regiões geográficas em 2025

Fonte: ONU (2012).


6
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Crescimento das
populações

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
O crescimento natural da população e suas fases
O crescimento da população está ligado diretamente a dois fatores: o crescimento
natural ou vegetativo, que é a diferença entre as taxas de nascimentos e de óbitos; e a
taxa de migração, na qual se considera a entrada e a saída de pessoas em um país.
Os especialistas, depois de analisar, comparar e tirar conclusões a respeito de dados
demográficos, acreditam, atualmente, em um declínio nas taxas de crescimento da popu-
lação. Essa conclusão é baseada no que se denomina fases de crescimento ou transição
demográfica.
Primeira fase ou fase do c ­ rescimento lento. Os historiadores calculam que, desde
o ano 1 da Era Cristã até aproximadamente o fim do século XVIII, as taxas de natalidade
e de mortalidade se equilibravam, isto é, ambas eram altas, o que provocou um baixo
crescimento demográfico no período. A expectativa de vida, ou duração média da vida
em anos, era baixa em função de guerras, epidemias e precariedade das condições
médico-sanitárias. Lentamente, esses elementos foram sendo corrigidos ou extintos e os
países mais desenvolvidos superaram esses problemas.
Segunda fase ou fase do crescimento r­ápido. Em 1850, a população do Planeta
era estimada em 1 bilhão de habitantes, porque as taxas de natalidade eram elevadas
e as de mortalidade apresentavam-se baixas. Os países denominados desenvolvidos
velhos (Europa industrializada) atingiram rapidamente essa fase e os desenvolvidos
novos (EUA, Japão e Rússia) seguiram-se aos primeiros. Nesses países, a fase atingiu
o ápice por volta da primeira me­tade do século XX, porém observa-se que a natalidade
permaneceu alta durante quase todo o século XIX, o que ocasionou o grande cresci-
mento populacional da Europa no período. Nos países emergentes, surgiu com força a
partir da segunda metade do século XX. Tal acontecimento deve-se, em grande parte,
às conquistas da Revolução Industrial, que propiciou a melhoria de condições médico-
-sanitárias e alimentares.
A partir da Segunda Guerra Mundial, surgiu um fenômeno que acelerou, ainda mais, o
crescimento populacional: o Baby Boom, resultado do considerável número de casamen-

Geografia
tos no pós-guerra. Os países subdesenvolvidos apresentaram, nessa fase, um declínio
nas taxas de mortalidade e um aumento considerável nas taxas de natalidade, o que se
denominou explosão demográfica.
Terceira fase ou fase de baixíssimo crescimento ou estagnação. É caracteri­zada
por um baixo crescimento da população mundial, notadamente nos países desenvolvi-
dos que apresentam taxas inferiores a 1%, ou mesmo taxas negativas. Essa evolução
lenta é considerada normal e deve-se, sobretudo, ao envelhecimento da população des-
ses países, que apresentam baixas taxas de natalidade e altas taxas de mortalidade.
De qualquer modo, nos próximos anos, os responsáveis pelo crescimento mundial
serão os países emergentes. Atualmente, os países mais pobres da África, da América
Latina e da Ásia ainda estão na segunda fase, apresentando grande crescimento demo-
gráfico. Em contrapartida, em alguns países emergentes, como o Brasil, há uma tendência
de se limitar o número de nascimentos.
Considerando-se o exposto, o relatório da Conferência Internacional sobre População
e Desenvolvimento, que aponta para uma população aproximada de 9,7 bilhões em 2050
(se ocorrer a prática efetiva do plano de melhoria educacional proposto), não pode ser
considerado utópico.
7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
FERREIRA, Graça M. L. In: Atlas geográfico, espaço mundial. São Paulo: Moderna.

TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO MUNDO

0 2 500 km 5 000 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

8
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Taxas de natalidade em consideração a entrada (imigração) e


a saída (emigração) das pessoas em um
e mortalidade país ou região. Observe a fórmula:
A taxa de natalidade de uma região é
CT = CV + IMIG – EMIG
obtida por meio da seguinte fórmula:
Número de Onde:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
TN (‰) nascimentos CT = crescimento total
= · 1 000
(zero por mil) População CV = crescimento vegetativo
total IMIG = número de imigrantes
Exemplo prático EMIG = número de emigrantes
Em determinada cidade, nasceram 2 mil
crianças em determinado ano. A popu-
lação dessa cidade, no mesmo ano, era Teorias demográficas
de 50 mil habitantes. Qual foi a taxa de Em função das grandes alterações de-
natalidade? mográficas mundiais verificadas ao longo
Calculando: da história da humanidade, surgiram teo-
2 000 rias demográficas para tentar explicá-las,
TN = · 1 000 = 40‰
50 000 bem como suas causas e suas consequ-
Resposta: nasceram 40 crianças ências. O conhecimento delas é impor-
a cada mil habitantes. tante para melhor compreensão desse
processo. Há três teorias demográficas.
A taxa de mortalidade é obtida por
Estudiosos sempre se preocuparam
meio da seguinte fórmula:
com a questão do crescimento popula-
Número cional. O economista e sacerdote inglês
TM (‰) de óbitos
= · 1 000 ­Thomas Robert Malthus (1766-1834) publi-
(zero por mil) População cou, em 1798, uma teoria demográfica
total que ficou mundialmente conhecida com o
Exemplo prático nome de Teo­ria malthusiana ou malthusia-
Em determinada cidade, o número nismo. Preo­cupado com os problemas que
de óbitos foi de 420 pessoas em determi- o seu país enfrentava durante a Revolução
nado ano. A população dessa cidade, no Industrial, principalmente os relacionados
mesmo ano, era de 30 mil habitantes. Qual à fome, formulou a teoria em uma obra
foi a taxa de mortalidade? intitulada Um ensaio sobre o princípio da

Geografia
Calculando: população.
420 Seus princípios sustentavam-se na rela-
TM = · 1 000 = 14‰
30 000 ção entre o crescimento da população e os
meios de subsistência e, resumidamente,
Resposta: morreram 14 pessoas
a cada mil habitantes. sua teoria apresentava dois postulados.

Com os cálculos das taxas de natali- 1. Caso não aconteçam guerras, epide-
dade e mortalidade, podemos obter as mias e catástrofes, a população se-
taxas de crescimento vegetativo ou natural guirá uma tendência de crescimento
(CV), com a seguinte fórmula: CV = TN – semelhante a uma progressão geomé-
– TM, isto é, o crescimento vegetativo é trica (2, 4, 8, 16, ...), duplicando a cada
igual ao saldo entre as taxas de natalidade 25 anos.
e mortalidade. 2. A produção de alimentos, em suas me-
Observa-se que o crescimento vege- lhores fases, só crescerá segundo uma
tativo não traduz o crescimento real de progressão aritmética (1, 2, 3, 4, ...),
uma população. Para a obtenção do exato considerando-se um limite máximo,
crescimento demográfico, devemos levar que seria a extensão dos continentes.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

Malthus propunha, com base em seus princípios religiosos, a sujeição moral, ou seja,
que as pessoas só procriassem se tivessem terras cultiváveis em área suficiente para
alimentar os filhos. Sugeria, também, casamentos tardios em que a idade da mulher já
estivesse interferindo em sua faixa de fecundidade.
A teoria malthusiana, caracterizada como antinatalista e conservadora, não se con-
cretizou. O crescimento geométrico da população não ocorreu e a produção de alimentos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cresceu amparada pelo desenvolvimento tecnológico.
Atualmente, sabemos que o problema da fome não está apenas vinculado ao crescimen-
to da população, mas à má distribuição da renda e dos gêneros alimentícios.
No fim da Segunda Guerra Mundial, na Conferência de Paz realizada em São
Francisco, na Califórnia, discutiu-se a diminuição das desigualdades entre os povos (paí-
ses desenvolvidos e emergentes) e novamente a fome surgiu como tema: como enfrentar
a questão da miséria nos países emergentes?
Surgiu, nas discussões, outra teoria demográfica, denominada neomalthusiana ou
alarmista, defendida por países desenvolvidos para se eximirem da culpa em relação à
miséria no mundo.
Suas bases são as seguintes.
– A situação de fome no mundo emergente tem como única causa o acelerado cresci-
mento populacional.
– Países com grande número de jovens e crianças têm necessidade de investimentos
vultosos em saúde e educação, que seriam desviados daqueles destinados à produ-
ção agrícola.
– Se ocorressem esses investimentos, a tecnologia agrícola atual teria produção sufi-
ciente e condições de sobra para suprir a fome das pessoas.
– Deve-se implementar programas oficiais de controle da natalidade, utilizando-se os
métodos mais variados, desde a pílula anticoncepcional distribuída gratuitamente até
a esterilização de mulheres e homens.
Em resposta à teoria neomalthusiana, surgiu uma teoria mais recente, denomina-
da Teoria Reformista ou marxista, que rebate, afirmando que “A numerosa população
de jovens não é a causa, e sim a consequência do subdesenvolvimento”. Defende
a necessidade de reformas de base na estrutura socioeconômica das sociedades
subdesenvolvidas para, consequentemente, elevar o padrão de vida e o índice de
escolaridade, o que provocará uma conscientização das pessoas no sentido de im-
plementar um planejamento familiar adequado ao próprio padrão de vida.

ANOTAÇÕES

10
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Estrutura populacional
O conhecimento da estrutura da
população é de fundamental

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
importância para que governantes pos-
sam traçar, de forma mais adequada, o
planejamento socioeconômico de determi-
nado país. Por meio do estudo da estrutura
populacional, é possível conhecer aspec-
tos como a composição etária e sexual da
população e a disponibilidade de força de
A base dessas pirâmides representa
trabalho, a fim de saber qual é a necessi-
dade de se criar novos empregos, novas a população jovem; a parte intermediária
vagas nas escolas, mais hospitais e habi- representa a população adulta e o vér-
tações, entre outros. tice da pirâmide representa os idosos. A
população masculina é representada à

Estrutura etária esquerda e a feminina, à direita.


Os países são classificados segundo a
Análise de pirâmides etárias faixa etária predominante das populações.
A composição etária de uma popula- – Países jovens: apresentam um ele-
ção é definida por três faixas de idade: vado crescimento vegetativo. Em sua
– jovens; maioria são os países emergentes.
– adultos ou maduros; Sua pirâmide apresenta base larga e
vértice estreito, que caracteriza a baixa
– velhos, idosos ou terceira idade.
expectativa de vida. Observe a pirâ-
Atualmente, essa classificação varia
mide da Tanzânia.
e apresenta algumas diferenças em rela-
ção aos intervalos de idade definidos
para cada faixa, observando-se a relação
entre a idade biológica e aquela em que
o indivíduo passa a exercer uma profis-

Geografia
são. É o que se pode notar nos seguintes
exemplos:

CLASSIFICAÇÕES
FAIXA
ETÁRIA
A B C

de 0 ano de 0 ano de 0 ano


Jovens
até 14 anos até 19 anos até 14 anos

de 15 anos de 20 anos de 15 anos


Adultos
até 59 anos até 59 anos até 64 anos

de 60 anos de 60 anos de 65 anos – Países adultos: apresentam base


Idosos
e mais e mais e mais
reduzida e parte intermediária larga.
A composição etária das populações Tal fato ocorre porque o crescimento
pode ser indicada por pirâmides gráficas vegetativo decresceu e os índices
denominadas pirâmides etárias. Observe gerais de jovens são baixos. Observe
o gráfico. a pirâmide da França.
11
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

em algumas áreas, principalmente nas de imigração,


há uma maior concentração de homens; se, entre-
tanto, analisarmos a população com referência às
taxas de natalidade, observaremos que a população
feminina é ligeiramente inferior à masculina.

Estrutura ocupacional da

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
população
Todas as pessoas que se dedicam a um trabalho
remunerado fazem parte da população economi-
camente ativa ou PEA de um país. Na população
economicamente ativa, incluem-se os desemprega-
dos à procura de um emprego. Para se fazer uma
distinção daquelas que estão realmente trabalhando,
Os grupos de adultos e idosos têm maior cresci- usamos o termo população ocupada.
mento devido à redução da mortalidade ocasionada A população economicamente inativa ou PEI é
pela melhor qualidade de vida e consequente alta na composta por aposentados, inválidos, estudantes
expectativa de vida. Esse tipo demográfico é encon- que não trabalham, crianças e donas de casa, pois
trado nos países da Europa Ocidental. não recebem remuneração.
– Países em transição demográfica: são aque-
A população ativa de um país está intimamente
les com base e vértice estreitos, que apresentam
relacionada às atividades setoriais, que são classifi-
diminuição do crescimento vegetativo e aumento
cadas em três.
na expectativa de vida. O Brasil pode se encaixar
nesse tipo. 1. Setor primário, que está relacionado às ativida-
des da terra: agricultura, pecuária e extrativismo.
Observe a pirâmide abaixo.
2. Setor secundário, que está relacionado às
atividades industriais: indústria de transforma-
ção, indústria da construção civil e indústria da
mineração.
3. Setor terciário, que está relacionado à presta-
ção de serviços, ou seja, comércio, transportes,
bancos e serviços oferecidos por profissionais
liberais como médicos, arquitetos, dentistas,
professores, funcionários públicos e outros.
Existem autores que ainda incluem o setor qua-
ternário, que seria aquele ligado à pesquisa de ponta:
biotecnologia, pesquisas aeroespaciais, robótica.
Muitos países subdesenvolvidos têm sua eco-
nomia centrada na produção agropecuária e,
portanto, apresentam um número expressivo da

Estrutura da população por população ativa trabalhando no setor primário.


Alguns apresentam um processo de industrializa-
sexo ção tardia, associado à mecanização do campo,
Há, no Planeta, um relativo equilíbrio entre as que gerou recente urbanização e provocou uma
populações masculina e feminina. Quando se analisa concentração de população economicamente ativa
a população adulta feminina, ocorre uma margem no setor terciário.
ligeiramente maior porque a expectativa de vida dela Já os países desenvolvidos concentram a maio-
é superior à expectativa de vida da população mas- ria de suas populações nos setores secundário e
culina. Dizemos que é uma diferença relativa, porque terciário, ou em ambos.
12
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

O trabalho feminino
Mirem-se no exemplo daquelas Quando fustigadas não choram, se
mulheres de Atenas ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Quando amadas se perfumam, se
Cadenas
banham em leite, se arrumam

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
BUARQUE, Chico; BOAL, Augusto. In: Chico Buarque – letra e
Suas Melenas música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 144.

Embora se constituam em grande força econômica para os países, as mulheres não


usufruem das mesmas condições de trabalho que são oferecidas aos homens. O trabalho
feminino, seja em questões salariais, seja de liderança, ainda está longe, nesse contexto,
de equiparar-se ao valor dado ao trabalho masculino. Essa desigualdade reflete-se na
renda familiar, pois cada vez mais os salários gerados pela mão de obra feminina são
imprescindíveis no sustento de um lar.
Esse quadro tende a ser melhor nas economias desenvolvidas, como na Inglaterra,
na França, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália, em que as pressões exercidas
pelos movimentos feministas e pela sociedade em geral tendem a resgatar o equilíbrio
ao destinar às mulheres cargos de maior importância e salários compatíveis com o seu
desempenho. Entre as regiões de maior desigualdade estão a África e a Ásia. É comum
que essas disparidades aconteçam sobretudo nas classes sociais baixas, nas quais o
acúmulo das funções de trabalhadora e dona de casa prejudica ainda mais o desempe-
nho feminino.
Analise o gráfico sobre o trabalho feminino.

Geografia

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

TRABALHANDO EM GRUPO
Vamos debater sobre o assunto?
Formem grupos e discutam em sala de aula a respeito da igualdade entre os sexos
no que se refere ao trabalho. Abordem a questão do assédio sexual, a ocupação de
cargos elevados no governo dos países, os estereótipos que prejudicam o trabalho fe-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
minino, o duplo encargo feminino como trabalhadora e dona de casa e outros. Anotem
as conclusões, verificando a posição da maioria na classe e destaquem os melhores
argumentos. Divulguem o resultado para as outras turmas da escola.

COMPETÊNCIA HABILIDADE
SAIBA MAIS
5 22

A mulher e o mercado de trabalho Ainda nos dias de hoje é recorrente a concen-


tração de ocupações das mulheres no mercado de
São diversas as desigualdades existentes na
trabalho, sendo que 80% delas são professoras,
sociedade brasileira. Uma das mais evidentes refere-
cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas ou tra-
-se às relações de gênero, menos relacionada à
balham em serviços de saúde. Mas o contingente das
questão econômica e mais ao ponto de vista cultural
mulheres trabalhadoras mais importantes está concen-
e social, constituindo, a partir daí, as representações
trado no serviço doméstico remunerado; no geral, são
sociais sobre a participação da mulher dentro de espa-
mulheres negras, com baixo nível de escolaridade e
ços variados, seja na família, na escola, igreja, nos
com os menores rendimentos na sociedade brasileira.
movimentos sociais, enfim, na vida em sociedade.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos de Análise de Dados, do governo do Estado de São
um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego
que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher feminino na Região Metropolitana de São Paulo,
no campo do trabalho, fato este explicado pela combi- observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5%
nação de fatores econômicos, culturais e sociais. para as mulheres e de 10,1% para os homens, aumen-
Em razão do avanço e crescimento da indus- tando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente.
trialização no Brasil, ocorreram a transformação da Isso significa que na RMSP [Região Metropolitana de
estrutura produtiva, o contínuo processo de urbaniza- São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres
ção e a redução das taxas de fecundidade nas famílias, que integravam a População Economicamente Ativa,
proporcionando a inclusão das mulheres no mercado encontrava-se na condição de desempregada.”
de trabalho. O total das mulheres no trabalho precário e infor-
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por mal é de 61%, sendo 13% superior à presença dos
Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007, homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71%
a população brasileira chega a quase 190 milhões superior à dos homens brancos e 23% delas são
de brasileiros, com a estimativa de 51% de mulheres. empregadas domésticas. Necessariamente, a análise
Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População da situação da presença feminina no mundo do tra-
Economicamente Ativa) brasileira, em 2001, tinha uma balho passa por uma revisão das funções sociais da
média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a esco- mulher, pela crítica ao entendimento convencional do
laridade média das mulheres era de 7,3 anos e a dos que seja o trabalho e as formas de mensuração deste,
homens de 6,3 anos. que são efetivadas no mercado.

Uma constatação recorrente é a de que, inde- O trabalho não remunerado da mulher, espe-
pendente do gênero, a pessoa com maior nível de cialmente o realizado no âmbito familiar, não é
escolaridade tem mais chances e oportunidades de contabilizado por nosso sistema estatístico e não pos-
sui valorização social – nem pelas próprias mulheres
inclusão no mercado de trabalho. Conforme estudos
– embora contribuam significativamente com a renda
recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que
familiar e venha crescendo. O que se conclui com os
a mulher tem tido uma inserção maior no mercado
estudos sobre a situação da mulher no mercado de tra-
de trabalho. Constata-se, também, uma significativa
balho é que ocorre uma dificuldade em separar a vida
melhora entre as diferenças salariais quando compa-
familiar da vida laboral ou vida pública da vida privada,
radas ao sexo masculino. Contudo, ainda não foram
mesmo em se tratando da participação no mercado de
superadas as recorrentes dificuldades encontradas
trabalho, na população economicamente ativa.
pelas trabalhadoras no acesso a cargos de chefia e
CAMARGO, Orson. A mulher e o mercado de trabalho.
de equiparação salarial com homens que ocupam os Disponível em: <http://www.brasilescola.com/sociologia/a-
mesmos cargos/ocupações. mulher-mercado-trabalho.htm>. Acesso em: 27 fev. 2015.
14
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

O trabalho infantil COMPETÊNCIA HABILIDADE

Nos países emergentes e com população de famílias numerosas, é muito comum 5 24


que o trabalho infantil seja um dos componentes da renda familiar. Crianças e adolescen-
tes que deveriam seguir as etapas naturais do desenvolvimento e crescimento, veem-se
sujeitos a abandonar os seus estudos e a se encaminhar para atividades especifica-
mente destinadas a adultos e pelas quais recebem remuneração mínima ou nenhuma.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Dados levantados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que cuida
de crianças e adolescentes, demonstram que, muitas vezes, a jornada de trabalho infantil
é superior a 40 horas semanais, em condições consideradas insalubres e sem o neces-
sário respaldo assistencial e médico, o que provoca sérias consequên­cias na formação
física e mental desses indivíduos.
Outro órgão, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), tenta resolver essa dura
realidade apontando caminhos que, se não puderem abolir completamente a prática do
trabalho infantil, pelo menos garantam o tempo necessário para que as crianças possam
frequentar uma escola e ter uma remuneração adequada. Segundo os últimos dados
dessa organização, existem no mundo em torno de 250 milhões de crianças, entre 5 anos
e 14 anos, que trabalham em condições indignas, privadas dos direitos elementares de
cidadania.

Mapa do Trabalho Infantil


Número estimado de crianças exploradas nas piores formas de trabalho em 2000
Gráficos mostram a divisão regional do trabalho infantil
Trabalho forçado
ou escravo
5,7 milhões

Prostituição e
pornografia
1,8 milhão

Atividades
ilícitas
0,6 milhão
Conflitos
Tráfico* armados
1,2 milhão 0,3 milhão

Geografia
* Promovido dentro e através das fronteiras nacionais por meio de
força, coerção ou decepção – nas situações que envolvem
exploração econômica e sexual
Economias Economias Ásia/ África América Latina/
desenvolvidas em transição Pácifico Caribe
Fonte: Organização Internacional do Trabalho

No Brasil, a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbem


o trabalho infantil. Infelizmente, entre as leis e a realidade, existem milhões de crianças e
adolescentes que não estudam porque são submetidos ao trabalho em condições desu-
manas. A mão de obra infantil é explorada principalmente nas carvoarias, no plantio e na
colheita da cana-de-açúcar e nas propriedades rurais familiares.
A erradicação do trabalho infantil tem sido alvo das políticas sociais do governo bra-
sileiro, que tem promovido ações integradas para garantir à criança e ao adolescente o
direito à vida e ao desenvolvimento pleno e total.
15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

Raio X do trabalho infantil


O que é trabalho infantil?
Caracteriza-se quando há atividades de sobrecarga e que acarretam em responsabilidades não compatíveis com a idade da criança,
além da dependência da função exercida para a família ou para a própria criança.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
• 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando, no Brasil.
• Somente no Paraná são cerca de 300 mil crianças trabalhadoras; na Região Sul, quase 830 mil.
• No País, a taxa de ocupação nesta faixa etária caiu de 11,5%, em 2006, para 10,8% em 2007.
• Em 1995, o nível de ocupação entre 5 e 17 anos era de 18,7%.

• O rendimento mensal médio é de R$ 246, mas quase a metade (44,9%) das crianças e adolescentes não ganha nada.

• 30,5% tem jornada de trabalho semanal de 40 horas ou mais.


• Na faixa etária entre 5 e 13 anos, 60,7% fazem atividades no setor agrícola.
• No Paraná, de 2006 para 2007 houve aumento do trabalho infantil. Na faixa etária entre 10 e 14 anos, o índice saltou de 10,2%
para 12%.
• A média nacional para este público é de 10,1% de ocupação.
O que diz a legislação brasileira?
• O trabalho é proibido para crianças e adolescentes até os 14 anos.
• Entre os 14 e 16 anos, o jovem só pode trabalhar na condição de aprendiz, seguindo a Lei Federal 10 097 e com foco
pedagógico.
• Entre os 16 e 18 anos, o adolescente não pode exercer 94 diferentes tipos de atividades, listadas no Decreto 6 481, assinado
em junhos de 2008 ano pelo presidente Lula.
• A partir dos 18 anos, as condições são iguais para qualquer trabalho adulto, conforme a atividade exercida.

Disponível em: <http://www.parana-online.com.br/media/uploads/2008/setembro/28-09-08/trabalhoinfantil280908.jpg>. Acesso em: 27 fev. 2015. (Adaptado).

O Governo Federal tem feito campanhas nacionais para coibir o uso da mão de obra infantil. Contudo, os
índices no Brasil como um todo são alarmantes.

Índice de Desenvolvimento Humano


O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador referencial para o estudo das condições e da
qualidade de vida da população mundial. Foi desenvolvido na década de 1990 pelo Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que calcula e divulga esse índice em uma escala que varia de 0 a 1.
Quanto mais próximo de 1 estiver o indicador do país, melhor ele estará em nível de desenvolvimento.
Para analisar o IDH de cada país, são levados em consideração três aspectos.
1. O PIB per capita: o Produto Interno Bruto (PIB) é um dos indicadores, porém não pode ser considerado
isoladamente, pois não retrata fielmente a realidade de muitos países. Vários países do Golfo Pérsico, por
exemplo, possuem alto PIB per capita, mas esse indicador está concentrado nas mãos de uma minoria,
enquanto a maioria da população possui baixo poder aquisitivo. Além disso, o PIB per capita nos fornece
um dado utópico, pois é obtido dividindo-se o seu valor total pelo número de habitantes, como se a
riqueza do país fosse distribuída de forma homogênea para toda a população.
2. A expectativa ou a esperança de vida ao nascer: esse indicador revela as condições de vida das
populações. Se o país oferece boas condições médico-sanitárias e alimentação em quantidade e de
qualidade saudável, a mortalidade infantil decresce e a esperança de vida cresce.
3. A taxa de alfabetização entre adultos: esse índice aponta a taxa de escolarização do país, situando-o
entre aqueles que possuem baixo nível educacional, na maioria os emergentes, e os que possuem altas
taxas de escolaridade, como o Japão.
Segundo dados do Pnud, relativos ao ano de 2010, dos 162 países analisados, o Brasil foi classificado
16 em 73.º lugar, atrás de países como a Albânia (64.º) e o Irã (70.º).
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Movimentos das
populações

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Causas das migrações – Étnico-raciais: correspondem aos con-
flitos entre etnias diferentes, cujo caso
Os deslocamentos das populações pe- mais ilustrativo é o da Iugoslávia (1999).
lo espaço geográfico ocorrem desde a Pré-
– Religiosos: envolvem conflitos de
-História e permanecem até hoje, influindo
ordem religiosa, como a perseguição
de forma importante nos contingentes po-
pulacionais de diversos países. Os princi- de judeus no século XX.
pais fatores que explicam os movimentos – Econômicos: constituem os fatores
migratórios podem ser assim resumidos: mais importantes na atualidade, pois
– Naturais: são normalmente provoca- as migrações são motivadas pela
dos por catástrofes naturais, como procura de trabalho e de melhores
terremotos, erupções vulcânicas, lon- condições de vida. Podemos citar,
gos períodos de secas ou grandes como exemplos, as migrações de
enchentes. nordestinos para o Centro-Sul do
– Políticos: estão relacionados a perse- Brasil, os movimentos demográficos
guições políticas (caso dos curdos), das populações do Leste Europeu
guerras civis (alguns países africanos em direção aos países da Europa
e asiáticos), questões de fronteiras e Ocidental, as migrações de mexica-
surgimento de novos países (Israel e nos para os estados meridionais dos
antiga Iugoslávia). Estados Unidos etc.

Geografia

© Sciences Po

17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

ATIVIDADES
01. (Enem – 2012) A letra dessa canção reflete elementos identitá-
Composição da população residente urbana por sexo, rios que representam a:
segundo os grupos de idade – Brasil – 1991/2010 a) valorização das características naturais do
Sertão nordestino.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
b) denúncia da precariedade social provocada
pela seca.
c) experiência de deslocamento vivenciada
pelo migrante.
d) profunda desigualdade social entre as regi-
ões brasileiras.
e) discriminação dos nordestinos nos grandes
centros urbanos.

03. (Enem – 2011)


Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010. Sobradinho
O homem chega, já desfaz a natureza
Composição da população residente rural por sexo, Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
segundo os grupos de idade – Brasil – 1991/2010 O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato
que dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977.
(Adaptado).

O trecho da música faz referência a uma impor-


tante obra na região do Rio São Francisco. Uma
consequência socioespacial dessa construção foi:
a) a migração forçada da população ribeirinha.
b) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
c) a preservação da memória histórica da região.
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010 BRASIL.
d) a ampliação das áreas de clima árido.
A interpretação e a correlação das figuras sobre e) a redução das áreas de agricultura irrigada.
a dinâmica demográfica brasileira demonstram
um(a): ANOTAÇÕES
a) menor proporção de fecundidade na área
urbana.
b) menor proporção de homens na área rural.
c) aumento da proporção de fecundidade na
área rural.
d) queda da longevidade na área rural.
e) queda do número de idosos na área urbana.

02. (Enem – 2012) Leia a letra da canção.


Minha vida é andar
Por esse país
Pra ver se um dia
Descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei
GONZAGA, L.; CORDOVIL, H. A vida de viajante, 1953. Disponível em:
<www.recife.pe.gov.br>. Acesso em: 20 fev. 2012. (Fragmento).
18
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Migrações e organização do espaço mundial


O processo migratório influi na organização e na distribuição dos espaços popu-
lacionais, isto é, caracteriza regiões de atração ou repulsão e influi no adensamento
populacional em determinadas regiões e suas implicações sociais, econômicas e
políticas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Países considerados de forte imigração (entrada de pessoas em um país ou região)
ou de emigração (saída de pessoas de um país ou região) refletem, atual­mente, situa-
ções novas no contexto do deslocamento de pessoas. Vejamos:
– Um novo tipo de racismo está surgindo nos países que atraem os imigrantes para o
seu território pelas boas condições de vida que apresentam. São exemplos: os turcos
na Alemanha, os latino-americanos nos Estados ­Unidos, os indianos e africanos na
França e os asiáticos na Austrália. Pelo volume considerável dessas migrações, sob
o enfoque das populações locais, esses migrantes são considerados “concorrentes”
dos nativos, que os marginalizam, pois temem a perda da “identidade nacional”
que possuem. Aqueles grupos, pela condição inicial de pobreza e marginalização,
passam a ocupar determinadas áreas das cidades formando verdadeiros guetos.
São considerados, então, os únicos responsáveis (como bodes expiatórios) pelos
problemas sociais que surgem: roubos, delin­quência juvenil, prostituição e tráfico de
drogas. Atualmente multiplicam-se, principalmente na Europa, os movimentos racis-
tas e neonazistas que perseguem imigrantes (xenofobia) e que pleiteiam a expulsão
deles e o seu retorno ao país de origem.
– A mão de obra barata e muitas vezes até qualificada torna-se objeto da exploração
capitalista porque a pessoa está ilegal dentro do país e atua no trabalho informal e no
subemprego.
– O fenômeno do envio de moeda forte para o país de origem, caso peculiar dos imi-
grantes brasileiros no Japão, influi na economia de ambos os países: tanto no de
saída como no de entrada.
– As migrações forçadas de refugiados aceitos por países que os acolhem e que os
protegem de perseguições de enfoques variados: étnicas, políticas, religiosas, guer-
ras, entre outros. No ano de 2 000 havia aproximadamente 27 milhões de refugiados
no mundo.
– A fuga de cérebros, ou seja, cientistas e pesquisadores que se sentem desvalo-

Geografia
rizados e sem incentivo salarial e de pesquisa em seus países se deslocam para
regiões mais desenvolvidas e altamente compensadoras, sob o aspecto intelectual
ou econômico.

INDICAÇÕES CULTURAIS
Filme
UM SKINHEAD no divã. Direção de Suzanne Osten. Suécia: Götafilm, 1993. (83 min.), son., color.
Legendado. O filme aborda a expansão do neonazismo na Europa. Promova um debate com os colegas
para discutir os processos migratórios e a ideia do novo racismo e de suas consequências.
SURPLUS. Direção de Erik Gandini. Suécia: Atmo Media Network, 2003. (54 min.), son., color. Legendado.
O filme foi premiado como a melhor obra do 6.º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental. Em
uma crítica ao consumismo, mostra como um quinto da população mundial consome quatro quintos
dos recursos naturais do Planeta e produz 86% do desperdício.

19
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

Classificação dos movimentos migratórios


Podemos classificar as migrações quanto ao seu tempo de duração e também
quanto ao espaço de deslocamento das populações.
De acordo com o tempo de duração, as migrações podem ser de dois tipos.
– Migrações definitivas – São aquelas em que o migrante não retorna mais ao local

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de origem, estabelecendo-se de forma permanente no país ou região que escolheu.
É o caso dos imigrantes europeus (alemães, italianos, eslavos etc.) que se estabele-
ceram definitivamente no Brasil.
– Migrações temporárias – São os chamados movimentos de “vai e vem”, que abrangem
migrações diárias, peregrinações religiosas e migrações sazonais. Servem de exemplos
os movimentos pendulares, a visitação a lugares sagrados (como Meca e Jerusalém) e
as migrações em busca de trabalhos que dependem das estações do ano.
Conforme o espaço de deslocamento das pessoas, as migrações podem ser exter-
nas ou internacionais e internas ou nacionais.

Migrações externas
Historicamente, os deslocamentos populacionais sempre ocorreram. Nos séculos XVI
e XVII, com os processos de colonização, ocorreram migrações impulsionadas pela
expansão colonialista e pelo comércio de escravos.
As populações que adentram um país ou região são denominadas imigrantes, e as
populações que abandonam um país ou região são denominadas emigrantes.
A partir dos séculos XVIII e XIX e em meados do século XX, intensificou-se a migração
externa, isto é, a saída ou entrada de populações em países. Nesse período, o movi-
mento aconteceu sobre­tudo da Ásia e da Europa, considerados continentes de repulsão
populacional, para a América e a Ocea­nia, regiões de atração populacional. As causas
eram as mais variadas: epidemias, fome, guerras, perseguições políticas e religiosas.
Movimento de grandes proporções, atingiu milhões de europeus e asiáticos que se diri-
giram para variadas partes do mundo.
Atualmente, a Europa modificou sua condição de área de repulsão para área de atra-
ção populacional, motivada pela prosperidade e pelas melhores condições estruturais
apresentadas, notadamente com a criação da União Europeia (UE).
Os Estados Unidos e o Japão são países bastante procurados pelas atuais correntes
migratórias, que vão em busca da qualidade de vida oferecida aos habitantes.

Pressão migratória
Colonizada pelas potências europeias, a África é miserável e vegeta em uma crise
econômica e humana, sem perspectivas. Assim, grandes massas de migrantes partem
para a Europa atrás de oportunidades de trabalho e de condições melhores de vida.
Observa-se no mundo que os países mais afetados por migrações externas são os
emergentes ou aqueles afetados por guerrilhas étnicas e religiosas.
No continente norte-americano, ­Estados Unidos e Canadá atraem milhares de migran-
tes de países com difíceis condições de vida. Já a América do Sul abriga, sobretudo,
refugiados de caráter político, que fugiram dos conflitos das décadas de 1970 e 1980,
ocorridos principalmente na América Central.
No continente africano, os deslocamentos acontecem pelas inúmeras guerras e
pelos conflitos étnicos e fronteiriços. A ­Costa do Marfim é um exemplo, pois 30% de sua
população é formada por imigrantes. Habitantes de Togo e Gana têm se dirigido aos
países petrolíferos da região, como Nigéria e Camarões.
O continente europeu, que apresenta um processo de envelhecimento das popu-
lações, leva os governos da União Europeia a receber imigrantes em razão do rápido
crescimento econômico pelo qual vem passando.
20
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

O governo irlandês, por exemplo, estuda um projeto para admitir 200 mil pessoas
economicamente ativas, e a França pensa em liberar um visto único para trabalhadores
jovens, válido por dez anos.
A Ásia é o continente de maior movimento migratório entre os países da região e
também de outros continentes. O Sudeste Asiático é área de atração de imigrantes, prin-
cipalmente dos países recém-industrializados como Coreia do Sul, Tailândia e Cingapura.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
REFUGIADOS
Número de
Continente País Motivos
refugiados
Afeganistão 2 634 000 Guerra civil envolvendo grupos étnicos e religiosos.
Ásia Iraque 591 000 Iraquianos e curdos foragidos.
Azerbaijão 329 000 Guerra com a Armênia pelo território de Nagorno-Karabakh.
Burundi 500 000 Guerra entre as etnias hutu e tutsi.
Somália 481 000 Guerra entre clãs de uma mesma etnia.
Conflitos étnicos e guerra civil entre o governo e
Serra Leoa 411 000
África os guerrilheiros da Frente Revolucionária Unida (FRU).
Guerra Civil envolvendo etnias e religiões diferentes
Sudão 374 000
(muçulmanos e cristãos).
Guerra de independência, disputa de áreas
Eritreia 345 000
fronteiriças e territórios.
Conflitos étnicos a partir da desagregação da Iugoslávia, que havia
Bósnia-Herzegovina 472 000 incorporado diversas etnias: eslovenos (católicos), sérvios (ortodoxos),
Europa croatas (católicos) e bósnios (muçulmanos).
Croácia 335 000 Guerra civil pela independência, gerada por conflitos étnicos.
UNHCR/ACNUR

Migrações internas
São os deslocamentos realizados dentro de um mesmo país. Quando acontecem
dentro de uma mesma região, recebem a denominação de intrarregionais. Quando o
deslocamento acontece de uma região para outra, são denominadas inter-regionais. As
migrações internas abrangem os seguintes tipos de movimentos.
– Nomadismo – É o movimento de povos que se deslocam frequentemente de um
local para outro, em busca de alimentos, pastagens etc., não possuindo residência

Geografia
fixa. Esse tipo de movimento é observado no Deserto do Saara e na região centro-
-ocidental da Ásia.
– Êxodo rural – É o deslocamento de pessoas da zona rural para a zona urbana.
Atualmente é um dos importantes tipos de migração interna e normalmente tem cará-
ter definitivo, motivado pela mecanização do campo e as péssimas condições de vida
a que o trabalhador rural tem sido submetido, principalmente nos países emergentes.
– Migrações sazonais ou transumância – Estão vinculadas normalmente às épocas
de colheita e, geralmente, provocam o retorno do trabalhador à área de origem
após determinado período. Na África, trabalhadores deslocam-se da região sul do
Saara para áreas mais úmidas nas épocas da colheita do cacau. Na Europa, os
pastores costumam se deslocar das planícies para as montanhas, levando o reba-
nho, durante o verão e vice-versa. No Brasil, nordestinos do Agreste deslocam-se,
durante a estiagem, para a Zona da Mata, em busca de trabalho na colheita da
cana-de-açúcar.
– Migrações diárias ou pendulares – São os deslocamentos típicos de grandes
centros urbanos. Trabalhadores que moram na periferia das grandes cidades deslo-
cam-se para o trabalho diário e retornam ao lar no fim do dia.
21
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

LEITURA

Multidões em trânsito
Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos
populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Milhões de pessoas que deixam as nações pobres em busca de melhores condições de
vida enfrentam duras políticas de imigração nos eua ou em países da união europeia
Vivemos em uma época de grandes ondas de migração internacional. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o
número de imigrantes dobrou nas últimas três décadas e superou o patamar de 190 milhões em 2005, o que equivale a 3% da população
mundial (veja abaixo o mapa com os maiores fluxos migratórios da atualidade).
Hoje, milhões de pessoas deixam as nações pobres em busca de melhores condições de vida, e isso leva os países ricos, como os
integrantes da União Europeia e os EUA, a endurecer a política de imigração ou até a construir barreiras físicas que impeçam a entrada ilegal.
É o caso de um muro de 12 quilômetros erguido na cidade norte-americana de San Diego, na fronteira com o México, ou da nova legislação
adotada pelos países integrantes da União Europeia para expulsar imigrantes ilegais.
Chamada diretiva de retorno, a nova lei estabelece a prisão dos estrangeiros que estejam em situação ilegal por um período de até 18
meses, além da extradição automática e da proibição de retornar ao continente europeu por cinco anos.
MIGRANTES VÃO PARA O PRIMEIRO MUNDO

Crescimento vertiginoso
Os fluxos migratórios ocorrem a partir de áreas nas quais a população aumenta rapidamente em direção a regiões onde o crescimento
demográfico é mais lento. Por isso, o fluxo das migrações internacionais muda de tempos em tempos. Na década de 1930, quando o domí-
nio do mundo pela Europa atingiu o auge, os europeus correspondiam a 35% da população do Planeta e já se encontravam espalhados
pelas colônias em vários continentes – África, Américas, Ásia e Oceania. Mas nem sempre os europeus deixaram sua terra natal no papel
de colonizadores. No período anterior à Primeira Guerra Mundial – entre 1899 e 1913 –, quando se registrou a maior migração em massa
da história até então, quase 15 milhões de pessoas, europeus em sua maioria, desembarcaram nos Estados Unidos em busca de trabalho.
A escalada da imigração na história recente é um fenômeno sem paralelo por causa do rápido crescimento populacional e do aumento
na expectativa de vida. O Planeta está cada vez mais cheio de gente. No início do século XX, a população do mundo era de 1,6 bilhão de
pessoas. No fim, já éramos 6,1 bilhões, quase quatro vezes mais. E continuamos crescendo, a uma taxa de 1,2% – cerca de 77 milhões de
indivíduos nascem a cada ano. Ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade cai. Se no início dos anos 1900 a média da expectativa de vida no
mundo estava em torno dos 30 anos, atualmente passa dos 60.
O crescimento populacional concentra-se principalmente nas nações menos desenvolvidas: em 1950, para cada habitante do bloco de
países desenvolvidos, havia dois no mundo em desenvolvimento. Hoje, para cada nascimento em nações ricas surgem quatro em nações
pobres (veja abaixo quais são os países que registram as maiores diásporas). De acordo com projeções da ONU, até 2050 essa relação
será de 1 para 7. Apenas seis países são responsáveis pela metade do crescimento demográfico da Terra: Índia, China, Paquistão, Nigéria,
Bangladesh e Indonésia. Essa concentração cria enorme pressão migratória sobre as nações mais desenvolvidas.

22
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

Refugiados e deslocados
Amplos movimentos migratórios são às vezes induzidos por guerras ou convulsões políticas. A ONU criou uma definição e um nome
para os 24,5 milhões de pessoas desgarradas que circulam pelo Planeta (os dados são de 2006), mas que não são imigrantes nem refugia-
dos em busca de asilo. São internally displaced persons (IDP), ou pessoas deslocadas internamente.
A expressão é usada para designar grupos que foram forçados a abandonar a própria casa em consequência de conflitos armados,
violações dos direitos humanos ou desastres (naturais ou fabricados pelo homem), mas que não tenham saído do país. Aqueles que cruzam

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
fronteiras para escapar de lutas são chamados de refugiados, de acordo com convenção internacional. Esses representam 7,1% do total de
imigrantes no mundo, ou 13,5 milhões de pessoas.
OS TRÊS PAÍSES QUE MAIS RECEBEM IMIGRANTES PAÍSES ONDE OCORREM AS MAIORES DIÁSPORAS

Multidões em Trânsito. Guia do Estudante. O novo Enem. São Paulo: Abril, 2009, p. 60-61.

ATIVIDADES
01. Podemos considerar como consequência da explosão demográfica nos países do Terceiro Mundo:
01) o surgimento de um exército industrial de reserva (desemprego).
02) o rápido aumento da população ­absoluta.
04) o subemprego, as atividades paralelas, a hipertrofia no setor terciário.
08) a redução do nível de bem-estar social.

Geografia
Soma ( )

02. Assinale a incorreta.


a) A idade precoce dos casamentos no Terceiro Mundo é um dos fatores que explicam suas elevadas
taxas de natalidade.
b) O custo de formação do indivíduo é um conceito importante para explicar as taxas de mortalidade
dos países subdesenvolvidos.
c) O regime alimentar deficiente é um dos elementos explicativos das altas taxas de mortalidade dos
países subdesenvolvidos.
d) Tanto os índices de natalidade como os de mortalidade estão declinando no Terceiro Mundo.
e) A urbanização de uma população acarreta uma diminuição nas taxas de natalidade.

03. Os defensores de uma política de controle da natalidade, que normalmente argumentam que uma popu-
lação estacionária é mais favorável ao desenvolvimento econômico, costumam ser denominados:
a) malthusianos. d) marxistas.
b) neomalthusianos. e) racionalistas.
c) progressistas.
23
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

04. (Unesp) A desigual distribuição dos homens sobre a superfície da Terra pode ser
melhor explicada, principalmente, devido:
a) ao clima ser muito variado.
b) às condições históricas e às formas de povoamento.
c) aos incentivos econômicos que atraíram populações para certos lugares.
d) aos diversos fatores que se conjugam diferentemente no espaço, favorecendo ou

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
restringindo a ação do homem.
e) às condições ecológicas, notadamente orográficas, que impediram o desenvolvi-
mento econômico.

05. (PUC Minas) Observe atentamente a situação a ­seguir.

País A

TN = 1% TM = 0,5%

País B

=
n.º de hab.
TN = 4% TM = 1% em milhão

Analisando os quadros demográficos dados, assinale a opção incorreta.


a) O país A caracteriza-se por reduzidas taxas de natalidade e mortalidade.
b) O país B caracteriza-se por apresentar significativo crescimento demográfico.
c) A e B representam reflexos da revolução médico-sanitária, que reduziu os índices
de mortalidade.
d) O quadro A é típico dos países mais desenvolvidos e com controle demográfico.
e) O quadro B é exclusivo dos países emergentes e tem perspectiva de explosão
demográfica.

06. (UFSM) Muito avô para pouco neto. Até 2050, o mundo terá, pela primeira vez na História, mais
velhos do que jovens.
Superinteressante, n.º 4, p. 43.

A maior expectativa de vida da população mundial é uma decorrência do:


I. bem-estar social, representado por melhores condições de vida, saúde, higiene
e saneamento básico.
II. crescimento vegetativo negativo em países subdesenvolvidos, o que leva o gover-
no dessas nações a incentivar os nascimentos, a fim de evitar a necessidade de
mão de obra estrangeira.
24
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

III. declínio da mortalidade e da natalidade, com aumento da faixa etária superior a


60 anos e diminuição relativa da faixa etária jovem, ou seja, pessoas com menos
de 20 anos de idade.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) apenas III.
d) apenas I e III.
e) I, II e III.

07. (Cesgranrio) Vivemos num mundo sem fronteiras, dizem alguns. Contudo, na fronteira
entre o México e os Estados Unidos ocorrem fatos que desmentem a afirmativa ante-
rior. Como exemplo daqueles fatos é correto citar o(a):
a) ausência de vias de circulação moderna entre os dois países.
b) dificuldade de acesso terrestre de norte-americanos ao México.
c) redução das exportações do norte do México para os Estados Unidos.
d) restrição da entrada de trabalhadores mexicanos nos Estados Unidos.
e) embargo econômico dos Estados Unidos à produção agrícola do México.

08. (Uerj) Leia com atenção.


Iracema voou
Iracema voou
Para a América
Leva roupa de lã
E ainda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava o chão numa casa de chá

Tem saído ao luar


Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole prá polícia

Geografia
Se puder, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita.
Uns dias afoita
Me liga a cobrar
– É Iracema da América
Chico Buarque

A explicação adequada para a emigração de brasileiros, como a de Iracema, referida


na letra da canção, é a:
a) política de imigração do governo americano, que facilita a absorção no mercado
de ­trabalho.
b) falta de perspectiva no mercado de trabalho, que motiva a procura de alternativas
no ­exterior.
c) estrutura de concentração da terra, que promove a expulsão de trabalhadores
nordes­tinos.
d) desqualificação para o trabalho, que esti­mula a busca por ocupações compatí-
veis com as condições de origem.
25
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

09. (FGV) Considere as afirmações a seguir para assinalar a alternativa correta.


I. Os refugiados e demais migrantes que pedem auxílio ao Alto Comissariado das
Nações Unidas para Refugiados (Acnur) concentram-se nos países subdesenvol­
vidos, especialmente da Ásia e África, onde ocorrem conflitos resultantes de
instabilidade política, grandes desigualdades sociais e de questões étnicas e
religiosas.
II. A transferência de profissional compe­tente, operada por empresas ­transnacionais,

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
para dar suporte à implantação de novas tecnologias e de novos procedimentos
de trabalho entre suas filiais, é um exemplo de “migração de cérebros”, que pode
ocorrer de um país desenvolvido para um emergente.
III. Os hispano-americanos que residem nos Estados Unidos, os trabalhadores de
origem magrebiana que imigraram em ­massa para a Alemanha e o elevado
número de turcos e de seus filhos, inclusive os já nascidos na França, sofrem a
crueldade dos movimentos xenófobos exis­tentes nesses países.
Sobre o processo migratório atual, apenas:
a) I está correta.
b) II está correta.
c) III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) I e III estão corretas.

10. (Mackenzie) A análise da pirâmide de ­idades permite afirmar que:

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad: Síntese de indicadores 1995. Rio de Janeiro, 1996.

a) a taxa de natalidade sofreu redução.


b) a expectativa de vida é semelhante à dos ­europeus.
c) a expectativa de vida das mulheres é inferior à dos homens.
d) nascem mais meninas que meninos.
e) a taxa de natalidade está aumentando.

11. (UFRGS) Com relação a um movimento migratório estrangeiro, considere as afirma-


ções abaixo.
I. Juntamente com o crescimento vegetativo de um país, o total de imigrantes é
responsável pelo seu crescimento demográfico.
II. Um fluxo migratório sempre resulta em melhorias econômicas.
III. O Brasil é um exemplo de país onde predomina intenso fluxo migratório.
Quais são as corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) I, II e III
26
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

12. Explique o porquê de as taxas demográficas rurais serem mais altas que as urbanas.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
13. (Fuvest) As figuras abaixo representam, de forma muito simplificada, duas pirâmides
de idade. Mostre, resumidamente, os principais aspectos de cada uma e a que tipo
de países ­poderiam corresponder.

Geografia

14. Como obtemos a população relativa de um país ou região?

27
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

15. Diferencie país populoso de país povoado e dê exemplos.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
16. Explique resumidamente as premissas em que se apoiou Thomas R. Malthus ao ela-
borar a sua teoria demográfica.

17. Por que as causas econômicas são, ­atualmente, as principais quando se trata de
explicar os ­movimentos migratórios?

28
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

18. Assinale a alternativa que apresenta três dos países mais populosos da atualidade.
a) China, Índia e Estados Unidos
b) China, Índia e Canadá
c) China, Índia e Austrália
d) Brasil, China e Canadá

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e) Austrália, Brasil e Canadá

19. (Mackenzie – Adaptada) Analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a opção


correta.
I. Metade dos países que lideram a lista dos mais populosos do mundo está situa-
da na Ásia.
II. A maior parte das populações desses países vive em áreas rurais.
III. Os vales dos grandes rios apresentam altíssimas densidades demográficas.
Assinale:
a) se I, II e III forem verdadeiras.
b) se apenas I e III forem verdadeiras.
c) se apenas I for verdadeira.
d) se apenas I e II forem verdadeiras.
e) se apenas II e III forem verdadeiras.

20. (UEL) Considere as seguintes afirmativas ­sobre a ocupação humana nas diferentes
formas do relevo terrestre.
I. Nas regiões planálticas do interior dos continentes, concentram-se os maiores
contingentes populacionais do Globo.
II. Inúmeros países que apresentam problemas de espaço reduzido, como o Japão
e os Países Baixos, têm realizado custosas obras de engenharia para conquistar
áreas litorâneas.
III. Quando a pressão demográfica e a necessidade de terras agrícolas são muito
grandes, inúmeras áreas montanhosas são ocupadas por meio do terraceamen-
to das encostas.
IV. As regiões vulcânicas, em virtude do perigo e da pobreza de seus solos, são

Geografia
natural­mente repulsivas à presença humana.
Estão corretas somente:
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

21. Constituem exemplos de países ao mesmo tempo populosos e densamente povoa-


dos, os seguintes:
a) Brasil e Japão.
b) Brasil e China.
c) Japão e China.
d) Brasil e Índia.
e) Japão e Bangladesh.
29
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

22. (UEMG – 2012)


Em outubro seremos 7 bilhões de
habitantes no Planeta Terra
Até outubro deste ano [2011], provavelmente em alguma cidade indiana ou chinesa, nascerá o bebê que fará a popu-
lação atingir a marca de 7 bilhões de habitantes. A ONU estima que seremos 10 bilhões até o fim do século, quando,
finalmente, a população vai começar a diminuir (...).

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A questão, que está representada no gráfico abaixo, sempre afligiu a humanidade, pelo menos desde que o reverendo
britânico, Thomas Malthus (1766-1834) previu, em 1798, um desfecho catastrófico para o aumento rápido da popula-
ção mundial (...).

Folha de S.Paulo, 1.º ago. 2011, Cad. Ilustríssima. (Adaptado).

A análise dos dados no gráfico e no texto acima, aliada a seus conhecimentos, permite afirmar correta-
mente que:
a) a chamada teoria Malthusiana afirmava que os recursos naturais cresceriam a uma velocidade supe-
rior à população, resultando num quadro de fome em massa, no final do século passado.
b) a produção mundial de alimentos per capita foi inferior a 70%, no período de 1951 a 1995, quando o
crescimento da população mundial foi alarmante.
c) o aquecimento global, a educação e o controle de natalidade estão entre os fatores apontados por
demógrafos para assegurar a qualidade de vida no Planeta.
d) o problema não está na incapacidade de produzir comida em escala global para alimentar a popula-
ção, e sim na distribuição dos recursos econômicos.

23. (IFMG) Leia o trecho a seguir.


O conceito de transição demográfica foi introduzi-
do por Frank Notestein, em 1929, e é a contestação
factual da lógica malthusiana. Foi elaborada a partir
da interpretação das transformações demográficas
sofridas pelos países que participaram da Revolução
Industrial nos séculos 18 e 19, até os dias atuais. A
partir da análise destas mudanças demográficas foi
estabelecido um padrão que, segundo alguns de-
mógrafos, pode ser aplicado aos demais países do
mundo, embora em momentos históricos e contextos
econômicos diferentes.
MENDONÇA, Cláudio. Demografia: transição demográfica e crescimento populacional. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/
demografia-transicao-demografica-e-crescimento-populacional.htm> Acesso em: 20 nov. 2012.

Com base nos dados do trecho e do gráfico, o Brasil se encontra:


a) na 1.ª Fase da Transição Demográfica.
b) entre a 2.ª e a 3.ª Fases da Transição Demográfica.
c) na 2.ª Fase da Transição Demográfica.
d) na 3.ª Fase da Transição Demográfica.
30
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

24. (FGV-SP – 2013) Observe atentamente o gráfico a seguir.

Gráfico 2 - Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente,


por situação do domicílio - Brasil - 1950/2010
%
6 ,0
5,15 5,22
5 ,0
4,44

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
4 ,0

2,99
2,89 2,97
3 ,0
2,48 2,47
1,93
2 ,0 1,64
1,55
1,55
1,17
1 ,0
0,57

0 ,0
1950/1960 (1) 1960/1970 1970/1980 1 1980/1991 1 1991/2000 2000/2010 (2)

-0,62 -0,65
-1, 0
-0,67
-1,31
-2, 0

Brasil Urbana Rural


IBGE: Censo Demográfico 2010 Características da população e dos domicílios. Resultados do universo.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_da_populacao/
resultados_do_universo.pdf>.

Com base nele e em seus conhecimentos, responda:


a) Desde a década de 1970, a população rural brasileira está diminuindo em termos relativos. Procure
explicar esse fenômeno.

b) O ritmo de crescimento da população urbana vem diminuindo significativamente desde a década de


1960. Procure explicar esse fenômeno.

Geografia

c) O processo de urbanização da sociedade brasileira ainda estava em curso entre 2000 e 2010?
Justifique sua resposta.

31
70 70
60 60
50 50
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população
40 40
30
25. (FGV-SP – 2013) A partir de levantamentos demográficos, o órgão da ONU que estuda a população ela-
30
20 20
borou as pirâmides etárias que representam
10 modelos de estrutura demográfica
10 dos continentes.
Observe as pirâmides I, II e III, referentes
0
ao ano
5% de 2010,
0 apresentadas
5% a seguir.
0
5% 0 5%

I II III
% 100
% 100 % 100

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
90
90 90
80
80 80
70
70 70
60
60 60
50
50 50
40 40 40

30 30 30

20 20 20

10 10 10
0 0 0
5% 0 5% 5% 0 5% 5% 0 5%

Disponível em: <http://esa.un.org/wpp/population-pyramids/population-pyramids_percentage.htm>.


II III
Considerando a dinâmica demográfica
% 100 predominante em cada continente, pode-se afirmar que a
% 100
pirâmide:
90
90
80
a)
80
I é representativa da explosão demográfica
70 observada nas décadas de 1960/1980 na América Latina.
70
b)
60 II é característica da Ásia, onde o crescimento demográfico é garantido pelos imigrantes.
60
50
c)
50
II é típica da Europa, que reduziu a40natalidade a partir das últimas décadas do século XX.
40
d)
30 III é característica da África, onde 30
a transição demográfica encontra-se nas fases iniciais.
20
e) III é típica da Oceania, onde os grupos humanos apresentam elevada taxa de fecundidade.
20
10 10
0 0
26. (FGV-SP5%
– 2013)
0
Em 5%setembro de 2012 foi5%divulgada
0
pelo
5%
IBGE a Pnad (Pesquisa Nacional por
Amostras de Domicílios)
III referente ao ano de 2011. Um dos dados revelados mostra a diminuição da
taxa de fecundidade total para níveis abaixo da reposição, 1,7 filho/mulher. Este fato apresenta várias
% 100
90
implicações,
80
dentre as quais:
a)
70 o aumento das diferenças socioeconômicas regionais.
60
b) a redução do movimento migratório a partir da década de 2030.
50
c)
40 a imediata estabilização da população economicamente ativa.

d)
30
a redução das diferenças entre as faixas etárias.
20
e)
10 a desaceleração do ritmo de crescimento da população.
0
5% 0 5%
27. (ESPM – 2013) O gráfico a seguir está retratando a(o):

a) taxa de analfabetismo.
b) taxa de fertilidade.
c) IDH.
d) envelhecimento.
e) concentração de renda.
32
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

28. (UEA – 2012) Analise as pirâmides etárias. c) O número de idosos ultrapassará o de jo-
1980 homens
idade
(em anos) mulheres
vens até 2020.

70 ou +
d) A estrutura etária da população pouco tem
idosos 65-69
60-64
mudado ao longo dos anos.
55-59
45-49 e) A população masculina predomina em rela-
40-44

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
adultos 35-39 ção à feminina.
30-34
25-29

29. (UCB – 2013) IBGE: cresce esperança de vida no Brasil


20-24
15-19
jovens 10-14
5-9
0-4
Em 2010, a esperança de vida ao nascer, no Brasil, era de
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
73,48 anos (73 anos, 5 meses e 24 dias), um incremento
milhões de habitantes
de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) em relação a 2009, e de
1990 homens
idade
(em anos) mulheres 3,03 anos (3 anos e 10 dias) sobre o indicador de 2000.

70 ou +
A esperança de vida ao nascer, para os homens, era de
idosos 65-69
60-64
69,73 anos e, para as mulheres, de 77,32 anos, uma dife-
55-59
45-49 rença de 7,59 anos (7 anos, 7 meses e 2 dias).
40-44
adultos 35-39
30-34
A taxa de mortalidade infantil para o Brasil, em 2010, foi
estimada em 21,64 por mil nascidos vivos, indicando
25-29
20-24
15-19
jovens 10-14 redução de 28,03% ao longo da década.
5-9
0-4
Disponível em: <www.ipece.ce.gov.br>. (Adaptado).
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
milhões de habitantes
A respeito dos índices apresentados no texto e
2000 idade suas implicações, julgue os itens a seguir, assina-
homens (em anos) mulheres
lando (V) para os verdadeiros e (F) para os falsos.
70 ou +
idosos 65-69
60-64
( ) Existem explicações variadas para a maior
55-59
45-49
expectativa de vida das mulheres em re-
adultos
40-44
35-39 lação à dos homens, mas, de uma forma
30-34
25-29 geral, essa situação é comum em quase
20-24
15-19 todos os países do Globo.
jovens 10-14
5-9
0-4
( ) O aumento da expectativa de vida, assim
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6
milhões de habitantes
8 10
como a redução da mortalidade infantil, re-
fletem avanços na melhoria da qualidade
2020* de vida do País na última década.

Geografia
idade
homens (em anos) mulheres
70 ou + ( ) Os resultados apresentados pelo IBGE
idosos 65-69
60-64 permitem inferir que a redução na taxa
55-59
45-49 de mortalidade infantil ocorreu de forma
40-44
adultos 35-39
30-34
sempre constante e linear nas diferentes
25-29
20-24 Unidades da Federação.
15-19
jovens 10-14 ( ) A redução da mortalidade infantil tem re-
5-9
0-4 lação direta com a participação crescen-
10 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8 10
milhões de habitantes te da mulher nos diferentes setores da
* expectativa economia.
Disponível em: <www.revistaescola.abril.com.br>. (Adaptado).
( ) Maior expectativa de vida significa aumento
Assinale a alternativa correta. da população idosa no País. Esse aumen-
a) A população brasileira está se tornando cada to, por sua vez, exige políticas públicas e
vez mais jovem. privadas para atender às necessidades
b) A população brasileira está envelhecendo ao diversificadas dessa parcela da população
longo dos anos. brasileira.
33
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

30. (Uerj – 2013) A proporção entre a população e País (...). Os Censos 1950 e 1960 reincorporaram o
a superfície territorial é um dos elementos que grupo pardo à categorização de cor, como unidade de
definem a relação entre sociedade e espaço. coleta e análise, sendo os primeiros levantamentos que
Observe os dados informados abaixo. orientaram explicitamente nas suas instruções de preen-
chimento a respeitar a resposta da pessoa recenseada,
População absoluta Superfície constituindo a primeira referência explícita ao princípio
País
(habitantes em 2008) (km2)
de autodeclaração. No Censo 1970, mais uma vez a

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
China 1 313 000 000 9 572 900 variável foi excluída da pesquisa, sendo que a partir do
França 61 000 000 543 965 Censo 1980 o quesito voltou a ser pesquisado, desta vez
no questionário da amostra. Em 1991, foi acrescentada a
Holanda 16 300 000 41 528
categoria indígena às já mencionadas, após um século
Argentina 38 700 000 2 780 403 de ausência desta identificação, passando a pergunta
SIMIELLI, Maria Elena. a ser denominada como de “raça ou cor” e, no Censo
Geoatlas. São Paulo: Ática, 2009. 2000, de “cor ou raça”. Em 2010, último censo realizado,
De acordo com a tabela, o país mais povoado é a: repetiram-se as mesmas categorias de classificação da
a) China. pergunta, que voltou ao questionário básico aplicado à
totalidade da população, sendo que, pela primeira vez,
b) França.
as pessoas identificadas como indígenas foram indaga-
c) Holanda.
das a respeito de sua etnia e língua falada.
d) Argentina.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/
caracteristicas_raciais/>.
31. (UFSJ – 2013) Observe a imagem a seguir.
De acordo com o texto e com as características
de formação étnica da população brasileira, as-
sinale a alternativa correta.
a) A população brasileira, a despeito de sua
composição étnica de origens variadas,
apresenta histórica homogeneidade de ca-
racterísticas, tais como a cor da pele. Esse
fato torna discutível a inclusão dos termos
“pardos” e “indígenas”, restritos às caracte-
rísticas físicas e não culturais desses grupos.
b) O recenseamento da população segundo a
cor da pele é importante para o estabeleci-
Essa imagem ilustrou a capa de uma revista que
mento de políticas públicas de correção de
trazia como manchete o envelhecimento da po-
pulação mundial. desigualdades. Contudo, a heterogeneidade
da população é um fato de difícil medição,
Sobre esse envelhecimento, é incorreto afirmar
que: a exemplo da histórica dificuldade da de-
a) em países asiáticos, como Japão e China, finição de alguns termos como “pardos” e
resulta em uma pirâmide etária com uma “indígenas”.
base larga e um ápice estreito. c) A população brasileira é um exemplo de
b) é dinâmico e se estabelece em etapas su- “democracia racial”, em que todos os gru-
cessivas, o que é conhecido como “transição pos classificados pelo IBGE, segundo a cor
demográfica”. da pele, apresentam equilíbrio nos dados
c) é um fenômeno que predomina em escala de escolaridade, expectativa de vida e ren-
mundial, sendo mais frequente nos países dimentos. A retirada dos termos “pardos” e
mais desenvolvidos. “indígenas” comprova essa tese.
d) o continente que apresenta a maior taxa de d) No Brasil, o princípio da “autodeclaração”
idosos em relação à população total é o con-
confere amplos poderes ao Estado para
tinente europeu.
determinar a classificação da população
32. (Mackenzie – 2013) Leia o texto para responder de acordo com a cor da pele. Desse modo,
a questão. os recenseadores aplicam a metodologia
A seguir, nos Censos de 1900 e 1920, as informações correta, cientificamente aceita e sem dis-
sobre cor ou raça não foram coletadas e, em 1910 e torções, como historicamente podemos
1930, não foram realizadas operações censitárias no comprovar.
34
Demografia: a dinâmica da população ENSINO MÉDIO UNIDADE 8

e) A homogeneidade da população de controle de natalidade, como


brasileira segundo a cor da pele distribuição de anticoncepcionais
pode ser modificada pela mudan- e esterilização em massa, méto-
ça dos critérios do IBGE para os dos aplicados em alguns países
diferentes recenseamentos. Desse subdesenvolvidos.
modo, a afirmação de que o Brasil V. A teoria reformista é a teoria demo-

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
é heterogêneo deriva muito mais gráfica que se contrapõe à visão
das mudanças nos critérios de re- neomalthusiana; acredita-se que o
censeamento do que propriamente crescimento demográfico acelera a
das características da população. degradação ambiental, causando
danos sérios à natureza. O contro-
33. O pastor anglicano Thomas Robert le do crescimento da população é,
Malthus, em sua obra Um ensaio sobre nesse sentido, uma forma de pre-
o princípio da população, expôs sua te- servar o meio ambiente.
oria demográfica. A respeito da teoria
É correto o que se afirma apenas em:
malthusiana e outras teorias que a con-
trapõem, analise as afirmações abaixo. a) I, III e V.
I. A teoria realizada por Malthus b) II, III e IV.
concluía que o crescimento da c) I, II, III e V.
população ocorreria em uma pro- d) I, II, IV e V.
gressão aritmética, enquanto a e) II, III e V.
produção de alimentos, em uma
progressão geométrica. 34. (Unicentro – 2013) Considerando um
II. Para Malthus, as perspectivas período evolutivo de 1950 ao ano 2000,
para o futuro da humanidade eram assinale a alternativa correta sobre o
sombrias. Ele defendia que em de- ritmo de crescimento da população
terminado momento a produção de brasileira e a pirâmide etária.
alimentos seria insuficiente conside- a) As taxas de natalidade e de morta-
rando-se o crescimento acelerado lidade declinaram, nesse período.
da população. b) As taxas de mortalidade
III. Malthus era radical em sua teoria. declinaram, mas as taxas de fecun-
Ele propunha a sujeição moral, didade cresceram, principalmente,
em que os mais pobres deveriam na Região Sul.
limitar-se a determinado número c) As taxas de natalidade, de mortali-
de filhos, por meio da abstenção dade e de fecundidade cresceram.

Geografia
sexual, e que só fosse permitida a d) Apesar das taxas de natalidade
procriação àqueles que tivessem haverem declinado, a base da pi-
condições financeiras para alimen- râmide etária tendeu a se ampliar,
tar a prole. nesse período.
IV. Após a II Guerra Mundial, novas te- e) A pirâmide etária brasileira ainda
orias demográficas surgiram, entre apresenta as faixas de população
elas destaca-se a neomalthusiana, entre zero e nove anos como as
que pregava que a fome, a pobreza mais amplas, isto é, com maior
e a miséria eram originadas de uma representação percentual de po-
população numerosa. Essa teoria pulação, uma vez que as taxas de
incentivou rigorosos programas natalidade são crescentes.

35
ENSINO MÉDIO UNIDADE 8 Demografia: a dinâmica da população

ANOTAÇÕES

PROIBIDA A REPRODUÇÃO

36
UNIDADE 9
UM MUNDO URBANO
a f ia
gr
Geo
Cidades......................................................................2

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha
reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me
atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro
nas montanhas do meu país. No curso sinuoso dos
sentidos, nas nuvens do céu. No corpo da mulher
preferida. De curvas é feito todo o Universo.
Oscar Niemeyer, Sobre o Copan, prédio construído em 1951 no
centro de São Paulo.

Jon Bor/123RF
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

Cidades
COMPETÊNCIA HABILIDADE Q uando profissionais ou estudiosos nos apresentam a conceituação de cidade,
embasada apenas no aspecto físico, encontramos definições diversas, pois

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
cada qual enfoca ângulos que parecem mais relevantes. Assim, sob o conceito dos ur-
6 26
banistas, ela é o espaço onde o crescimento populacional (em termos percentuais) da
área é superior ao crescimento populacional do país.
Entretanto, sob o enfoque de geógrafos, como Milton Santos, é “uma forma particular
de organização do espaço, uma paisagem e, por outro lado, preside as relações de um
espaço maior, em seu d ­ erredor, que é uma zona de influência”.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o critério quantitativo ou demo-
gráfico. Segundo esse órgão, as áreas com 20 mil habitantes ou mais são consideradas
cidades.
Em linhas gerais, podemos dizer que, desde a Antiguidade, toda vez que o homem ini-
ciava um pro­cesso de estabilidade e relações sociais em determinado lugar, já ocorria um
processo de formação de cidade.
As conceituações são diversas e cada país determina critérios próprios e práticos,
condizentes com a sua realidade. O importante é que a população da área, que é con-
siderada atualmente como cidade, não se dedique às atividades primárias, e sim às
secundárias e terciárias. No Brasil, predomina o critério político-administrativo, que con-
sidera como cidade toda sede de um município.
A urbanização refere-se ao processo que resulta, principalmente, da transferência da
população do meio rural (campo) para o meio urbano (cidade), que se concretiza quando o
percentual da população urbana do país supera a rural. Como a urbanização moderna está
intimamente relacionada à industrialização e ao desenvolvimento do capita­lismo, verifica-
-se que os países capitalistas desenvolvidos (os mais industrializados) são, também, os
mais urba­nizados do mundo. Na maioria desses países, a população urbana ultrapassa a
marca dos 70%, e alguns ­deles já atingiram o limite máximo (caso da Bélgica, com 97% de
população urbana), portanto, a migração campo-cidade já cessou. O crescimento urbano,
no entanto, ainda ocorre, ou seja, ainda p
­ odemos verificar o crescimento físico das cidades
(edificações) e sua expansão no aspecto populacional.

Agostini e Quid. Atlante Geográfico Metódico. 1999.


2
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

Origem e classificação das cidades


Em 8000 a.C., na cidade de Jericó, localizada no vale do rio Jordão, já residiam apro-
ximadamente 3 mil pessoas. Ur, a capital dos sumérios, chegou a ter uma população em
torno de 30 mil habitantes. Várias outras cidades desenvolveram-se às margens de rios,
como o Nilo, o Indo, o Amarelo, pois esse elemento geográfico facilitava a vida dos povos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
que ali habitavam.
Inicialmente, elas surgiram espontaneamente em função do trabalho agrícola.
Posteriormente, na Grécia, por volta do século VIII a.C., temos notícia das primeiras cida-
des-estados onde se concentravam atividades mais complexas como o artesanato, o
comércio, as atividades religiosas e a administração central, sendo que esta se constituía
no centro do poder e controlava a vida dos cidadãos.
Roma representou o apogeu das cidades do mundo antigo, pois foi centro de um
gigantesco império que, na época, já delineava aspectos urbanísticos: estradas e obras
de engenharia como muros de arrimo e pontes.
Com a Revolução Industrial, a partir de meados do século XVIII, aconteceram
grandiosas transformações nas cidades, porque a presença das fábricas modificou com-
pletamente o espaço e a vida dos moradores, inclusive com apropriação predatória do
espaço urbano, dadas as condições de insalubridade que apresentavam e também a
especulação imobiliária já presente.
Podemos deduzir que o ­surgimento das cidades está relacionado a diversos fatores
e elas são classificadas da seguinte forma.
– Quanto ao sítio: é o local topográfico onde a cidade se assentou – uma colina (São
Paulo e Atenas); uma montanha (Campos do Jordão); um vale (Itajaí); uma planície
(Paris); um planalto (Curitiba e Madri).
– Quanto à situação: é a posição que a cidade ocupa se considerados os
fatores geográficos próximos – cidade fluvial (Brisbane); cidade marí-
tima (Rio de Janeiro); cidade de entroncamento ferroviário
(Chicago).

Ruínas do Império Romano

Geografia
Sanja Gjenero/Creative Commons

3
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

– Quanto à função: é a atividade principal que a cidade exerce – cidade portuária


(Santos); cidade turística (Orlando, Campos do Jordão); cidade industrial (São Paulo,
Volta Redonda); cidade administrativa (Brasília e Washington); cidade religiosa
(Santiago de Compostela, Aparecida do Norte); cidade histórica (Lisboa, Ouro Preto);
cidade financeira (Zurique, Hong Kong).
– Quanto à origem: podem ser espontâneas ou planejadas. São espontâneas quando

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
surgem naturalmente, oriundas de pequeno núcleo populacional agrupado; a esse
grupo pertence a maioria das cidades. São planejadas quando obedecem planos
urbanísticos previamente elaborados: Brasília, Maringá, Palmas, Teresina, Madri,
Washington, entre outras.

SAIBA MAIS

Lugar...
O lugar é a base da reprodução da vida e pode ser analisado pela tríade habitante-identidade-lugar. A cidade,
por exemplo, produz-se e revela-se no plano da vida e do indivíduo. Esse plano é aquele do local. As relações que
os indivíduos mantêm com os espaços habitados se exprimem todos os dias nos modos do uso, nas condições
mais banais, no secundário, no acidental. É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através
do corpo.
Como o homem percebe o mundo? É através do corpo, de sentidos que constrói e se apropria do espaço
e do mundo. O lugar é a porção do espaço apropriável para a vida – apropriada através do corpo – dos sentidos,
dos passos dos moradores, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos afirmar que não seria jamais
a metrópole ou mesmo a cidade lato sensu a menos que seja a pequena vila ou cidade – vivida/conhecida/reco-
nhecida em todos os cantos.

ATIVIDADE
Tendo como referência o lugar onde você vive, organize uma relação dos locais que fazem parte dos seus
afazeres cotidianos, incluindo os dois que você considera mais significativos.

4
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

LEITURA

Ranking 2013: as 10 megacidades de de grandes multinacionais ligadas ao petróleo, o que levou uma
maior crescimento no mundo grande parcela da população rural a migrar para a cidade em
busca de melhores oportunidades. Hoje em dia, em Lagos habi-
Em 2050, sete de cada dez pessoas viverão em cidades, tam 12 milhões e 90 mil pessoas, o que significa que nos últimos

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
segundo estimativas das Nações Unidas. Como já é visível, a maior dez anos a cidade cresceu 48,2%.
parte da população mundial se estabeleceu em áreas urbanas,
4. Pequim, China. O crescimento econômico mantido e os
salientando que certas regiões protagonizaram um crescimento
baixos índices de desemprego resultaram no fato de que a cada
demográfico explosivo nos últimos anos. Frente a isso, a consul-
ano cerca de 600 mil pessoas se mudem para a cidade. Com este
tora norte-americana Demographia determinou quais são as dez
panorama, surgiram problemas externos, como poluição, con-
cidades – com 10 milhões de habitantes ou mais – de crescimento
gestionamentos como consequência do aumento do número de
mais rápido nos últimos anos. automóveis e uma limitação de recursos. Portanto seu prefeito,
Utilizando oito fontes entre as que se destacam dados de Wang Anshun, declarou que “nos esforçaremos para controlar
censos nacionais, medições anteriores realizadas pelas Nações a escala de Pequim através de medidas econômicas, legais e
Unidas e imagens de satélites que permitem estimar a popula- administrativas”. Acrescentou ainda que “a cidade não pode se
ção de certos locais, Demographia mediu o crescimento de 875 expandir de maneira descontrolada”.
cidades com 500 mil habitantes ou mais, segundo sua população, 5. Bangkok, Tailândia. Um relatório do Banco Asiático
superfície e densidade populacional. de Desenvolvimento (BAD) mostra que, diante do aumento da
Cabe mencionar que a grande maioria das dez cidades que população na capital tailandesa, é necessário criar estratégias de
lideram a lista se localiza em países em desenvolvimento. Porém, desenvolvimento sustentável para enfrentar a poluição existente
isso não quer dizer que se tornarão futuramente megacidades – na cidade. Além disso, esta iniciativa deve se concretizar já que,
compreendidas como zonas urbanas com mais de 10 milhões de nos próximos dez anos, 21 das 37 cidades mais povoadas do
habitantes. A seguir, o ranking. mundo estarão na Ásia. Apesar da cidade se localizar na costa e
esteja, por isso, vulnerável a inundações, o perigo latente parece
Dez cidades que mais crescem no mundo
não desencantar os habitantes que a cada ano se instalam no
1. Carachi, Paquistão. Acolhendo exatamente 20 milhões local.
e 877 mil habitantes, segundo Demographia, esta cidade asiática
6. Daca, Bangladesh. Apesar de Daca ser uma cidade com
aumentou sua população desde sua independência do Reino Unido
altos índices de delinquência e pobreza, poluição e congestiona-
em 1947. Após isto, conseguiu se posicionar como um novo polo
mento, os habitantes das zonas rurais se mudam para encontrar
industrial e econômico para o país. Tanta foi a atração que este fato
trabalho em uma das muitas fábricas têxteis. A proliferação dessas
gerou sobre os habitantes de cidades vizinhas que sua população indústrias, somada a uma mão de obra barata, deram a Daca o
protagonizou um crescimento de 80,5% nos últimos dez anos, de reconhecimento internacional como o segundo exportador têx-
modo que o governo teve que planejar novas obras de infraestru- til a nível mundial, atrás da China. Entretanto, esta indústria foi
tura que ajudassem a melhorar a qualidade de vida dos habitantes. duramente criticada pelas condições de trabalho e pela falta de
Uma das mais representativas é o trem Karachi Circular Railway que segurança a que os trabalhadores são submetidos.
consiste em reativar uma antiga linha férrea que data de 1964 e que
7. Cantão e Foshan, China. Localizadas a sudoeste do país

Geografia
parou de funcionar em 1999. Com isso, 38 km seriam conectados
e separadas entre si por apenas 20 km, estas cidades serviram
ao trem em uma data indeterminada, já que a Unidade de Transporte
como alternativa às empresas de investimento estrangeiras que
Urbano de Carachi espera que esteja pronta em 2017, enquanto
consideraram o preço da mão de obra em Hong Kong elevado.
a Agência de Cooperação Internacional Japonesa, que financiará
Além disso, como o governo chinês realizou em 1990 uma série
parte do projeto, propõe que funcione apenas em 2022.
de reformas tributárias, Cantão e Foshan assistiram não só seu
2. Shenzhen, China. Reconhecida em 1980 como uma “zona desenvolvimento econômico, mas também um claro aumento de
de economia especial” onde é possível desenvolver um sistema sua população que, segundo os dados de Demographia, chega aos
econômico de livre mercado, seu atrativo levou um grande número 17 milhões e 681 mil habitantes. Esta última cifra é reflexo do cresci-
de empresas a se instalar na cidade. Diante disso, Shenzhen pas- mento em 43% que se deu na última década.
sou de uma enseada de pescadores a um lugar mais diversificado 8. Xangai, China. Nos anos [19]50 foi realizado um plano de
marcado pelo crescimento econômico. Apesar de ser uma das descentralização que consistiu em que Xangai incluísse em seu
cidades com menor número de habitantes dentro das dez que tecido urbano várias cidades-satélite e que as habitações dos tra-
lideram a lista (cerca de 12 milhões), Shenzhen experimentou um balhadores se localizassem próximas aos locais de trabalho. Com
crescimento populacional de 56,1% na última década. essa última medida, a população se movimentou até Xangai, supe-
3. Lagos, Nigéria. O crescimento demográfico urbano que rando as expectativas dos especialistas e produzindo uma alta
ocorreu na Nigéria se concentrou principalmente em Lagos, o densidade populacional no centro da cidade. Atualmente, nesta
principal centro econômico do país e um dos mais importantes cidade cosmopolita da China vivem mais de 21 milhões de pes-
do continente. Seu protagonismo se viu fortalecido pela instalação soas, um aumento de 40% nos últimos dez anos.
5
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

9. Deli, India. Os primeiros indícios de crescimento urbano como rodovias, centros comerciais e moradias que obstruem
explosivo em Deli remontam a 1947, quando o país se libertou os percursos naturais e drenagem dos rios.
do Reino Unido. Após este episódio as migrações aumentaram Diante dos resultados obtidos, uma das surpresas do ranking
notoriamente e acabou por levar os indianos a condições de é ausência de cidades norte-americanas e europeias entre as de
superlotação. De acordo com os resultados de Demographia, em maior crescimento, o que se contradiz com algumas das expecta-
Deli habitam 22 milhões e 826 mil pessoas que levaram a cidade a tivas da consultoria.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
protagonizar um crescimento demográfico de 39,2%.
A partir dos dados obtidos, New Geography conclui que “o
10. Jacarta, Indonésia. A poluição e um sistema proble- crescimento mais acelerado se dá nos países que ainda contam
mático de transporte público são elementos cotidianos com os com grandes zonas rurais interiores e com populações relati-
quais devem lidar os 26 milhões e 746 mil habitantes que residem vamente jovens. Estes lugares majoritariamente pobres – por
em Jakarta, que na última década representaram um crescimento exemplo, Daca e Bangkok – continuarão crescendo pelo menos
demográfico de 34,6%. Se somarmos a isso que entre dezembro até que suas populações comecem a ver os resultados da dimi-
e fevereiro a cidade deve enfrentar inundações, resultado de um nuição das taxas de natalidade”.
crescimento urbano excessivo, percebe-se que o aumento da
Por sua vez, o Instituto Global McKinsey, através de sua
população não foi contido e nem bem gerenciado. Nas palavras
aplicação “Urbano Mundial” que examina como os níveis popu-
de Hongioo Hahm, especialista em infraestruturas do Banco
lacionais e outros fatores vão mudar nas cidades em 2025, 440
Mundial (BM) na Indonésia, “caso não sejam sanadas (as inun-
grandes cidades das estudadas representam a metade do cresci-
dações), um terço da cidade estará sob a água em 2050, uma
mento econômico do Planeta para a mesma data.
catástrofe que afetará milhões de pessoas”. Esta declaração
GAETE, Constanza Martínez.Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-
tem relação direta com o crescimento econômico da cidade 118549/ranking-2013-as-10-megacidades-de-maior-crescimento-no-mundo>.
que levou as autoridades a conduzir grandes obras públicas Publicado em: 8 jun. 2013. Acesso em: 27 fev. 2015. (Adaptado).

Analise os dados a seguir, que estudiosos levantaram sobre a expansão urbana mundial.
– Em 1800, cerca de 8% da população mundial estava concentrada em cidades.
– Em 1900, esse percentual aumentou para 15%.
– Em meados do século XX, atingiu 29%.
– No fim do mesmo século, ultrapassou 45%.
– Na primeira década do século XXI, os
dados apontaram para um percentual em
torno de 55% vivendo nas cidades.
A esse fenômeno denominamos
urbanização.
O tipo de urbanização varia de país para
país. Nos países desenvolvidos, sofreu um
processo lento e gradual de implantação, isto
é, ocorreu com a ­absorção da mão de obra
rural e ao mesmo tempo forneceu máquinas ao
campo para compensar a falta desse serviço.
Nesses países, o processo de urbanização
foi mais ­intenso do século XIX até meados do
século XX.
Já nos emergentes, ocorreu um processo
rápido, desordenado e sem a infraestrutura
necessária para que as cidades absorves-
sem toda a mão de obra advinda do campo
e, também, sem o suprimento necessário de
máquinas para compensar o deslocamento da
mão de obra em direção à cidade.
Mesmo nas cidades mais desenvolvidas
dos paí­ses emergentes, a urbanização cresce
em ritmo mais acelerado que a oferta de em-
pregos, o que acaba gerando subemprego, (UNFPA/ONU)

6
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

submoradia, violência urbana e marginalização da população ociosa. Infelizmente a ex-


pansão urbana nos países em desenvolvimento torna-se cada vez maior e sem controle.
­Estima-se que, com um crescimento de 3,5% ao ano, atinjam em 2015 um crescimento
populacional de 52%, o que fará aumentar o desordenado crescimento das cidades des-
ses países.

As noções de rede urbana e hierarquia urbana

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Podemos definir rede urbana como um sistema interligado de cidades por meio de
transportes e comunicações. As cidades que formam uma rede urbana estabelecem
entre si relações de interdependência, como cidades pequenas e médias que fornecem
suprimento agrícola a cidades de médio porte e a metrópoles. Estas, por sua vez, além
de captar os recursos agrícolas, vendem-lhes serviços. Ocorre, portanto, uma relação
de hierarquização da cidade maior, que influi política, cultural e economicamente nas
cidades menores e no meio rural.
Dois elementos são necessários para a existência de uma rede urbana: a urbaniza-
ção acompanhada de industrialização.
Porém, não podemos deixar de observar que a urbanização não vem, necessariamente,
acompanhada da industrialização. Quanto mais complexa, mais urbanizada e industriali-
zada for a região, maior e mais densa será a sua rede urbana e, portanto, maiores serão
os fluxos que interligam as cidades. Países pouco urbanizados e industrializados possuem
redes desarticuladas e incompletas.
A hierarquização urbana se processava, antigamente, com relações de depen­dência
da cidade menor para a maior. Assim, a vila tinha uma dependência da cidade local mais
próxima; esta dependia do centro regional; este dependia da metrópole regional, que,
por sua vez, era subor­dinada à metrópole nacional.
Atualmente, com o rápido avanço tecnológico, a facilidade na obtenção de energia e
a modernização dos transportes e das comunicações, a hierarquia urbana é mais dinâ-
mica e, assim, a relação da cidade menor, que antes era subordinada ao centro urbano
mais próximo, pode se dar direto com a metrópole.
Uma família, por exemplo, de uma zona ou vila rural da região de São Paulo, pode
estar mais diretamente ligada à capital (São Paulo) por meio de telefone, computador, fax
ou mesmo com a utilização de variados tipos de transporte rápido, do que uma família
que reside em uma favela da própria cidade de São Paulo e não tem acesso a esses bens
e serviços.

Geografia
M

7
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

Aglomerações urbanas
A enorme expansão urbana que ocorre hoje, tanto nos países desenvolvidos como
nos emergentes industrializados, gerou gigantescas aglomerações de cidades, algumas
delas de tal forma interligadas que acabam por constituir áreas de contínua urbanização.
As aglomerações urbanas podem ser assim caracterizadas:

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
– Metrópole: a metrópole corresponde à cidade principal de um país ou região e
recebe, por isso, a denominação de “cidade mãe”. Ela possui os melhores equipa-
mentos urbanos regionais ou nacionais (indústrias, comércio, sistema de transporte,
hospitais, universidades etc.), que permitem polarizar extensas áreas. As cidades de
Nova Iorque, Tóquio, São Paulo e Rio de Janeiro são alguns exemplos de metrópoles
nacionais, e Seattle (EUA), Lyon (França) e Belo Horizonte constituem exemplos de
metrópoles regionais.
– Região metropolitana: é o conjunto de áreas (municípios, no caso do Brasil), que se
encontram geograficamente ligadas e integradas, do ponto de vista socioeconômico,
a uma metrópole. O Brasil conta, atualmente, com diversas regiões metropolitanas.
– Conurbação: é o termo utilizado para caracterizar a superposição ou o encontro de
duas ou mais cidades próximas, em virtude de seu crescimento horizontal. As conur-
bações podem abranger cidades do mesmo tamanho ou de tamanhos diferentes.
São alguns exemplos a região do ABC paulista e a de Nova Iorque.
– Megalópole: termo inicialmente utilizado pelo geógrafo norte-americano Jean
Gottman, refere-se à conurbação de várias metrópoles, formando uma extensa e
gigantesca área urbanizada contínua. A maior concentração de megalópoles do
mundo está no território dos Estados Unidos, incluindo a megalópole Atlântica ou
da região nordeste do país, que se estende desde Boston até Washington, tendo
como centro a metrópole de Nova Iorque (BosWash); a região que vai de Chicago
a Pittsburgh, abrangendo a cidade de Detroit (ChiPitts) e a costa sudoeste entre
São Francisco e San ­Diego, abrangendo Los Angeles (SanSan). Podemos também
encontrar megalópoles no Japão (área que inclui Tóquio, ­Yokohama, Osaka, Quioto
etc.), na Inglaterra (Londres, Manchester, Birmingham etc.) e na região renana da
Alemanha (Estugarda, Dusseldorf, Dortmund etc.).

A MEGALÓPOLE BRASILEIRA EM FORMAÇÃO

0 98 km 196 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

8
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

A MEGALÓPOLE ESTADUNIDENSE
Thomas Jaehnel - Creative Commons 2.0

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
0 90 km 180 km

Escala aproximada

Maior aglomeração urbana dos Estados Unidos, a cidade de


Nova Iorque é um centro de decisões econômicas e políticas
que afetam todo o Planeta.
Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

A MEGALÓPOLE JAPONESA

Ivva - Creative Commons 2.0

Geografia
Tóquio, capital do Japão, moderno e importante centro industrial e financeiro, é uma das
cidades mais populosas do mundo.

0 266 km 532 km

Escala aproximada

Fonte: ATLAS Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. (Adaptado).

Problemas ambientais urbanos


A urbanização acentuou os problemas ambientais existentes nas cidades, principal-
mente nas cidades dos países emergentes.
Esses problemas sempre existiram e o escritor Victor Hugo em seu livro Os ­miseráveis
já apontava as desigualdades sociais em plena Paris do século XIX: “Morrer é quase
nada; o horrível é não viver!”.
As mudanças ocorridas nas grandes cidades, principalmente com o seu crescimento
acelerado no século passado, acentuaram os problemas ambientais, que, por sua vez,
são provocados pelo processo de má distribuição de renda e pelas diferenças econômi-
cas discrepantes entre ­países desenvolvidos e emergentes.
9
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

O Banco Mundial divulgou, no fim do século XX, um relatório no qual aponta que
1,2 bilhão de pessoas vivem com menos de 1 dólar por dia e 2,8 bilhões de pessoas
vivem com apenas 2 dólares por dia.
Os países pobres têm perdas, devido ao acesso desigual ao capital, de aproximada-
mente 500 bilhões de reais, isto é, dez vezes mais do que recebem em ajuda dos países
desenvolvidos. Consequentemente, nos espaços urbanos das cidades, não há maneiras

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
de resolver os problemas básicos de sobrevivência: alimentação, moradia, desemprego,
poluição, saneamento básico, acesso à água potável, entre outros.
Nessas aglomerações urbanas, os fenômenos ambientais decorrentes desse pro-
cesso são inúmeros. Vejamos alguns.
– Acumulação do lixo: as áreas urbanas geram toneladas de lixo diariamente. Nos
países emergentes, grande parte desse lixo não é recolhido ou é colocado em locais
inadequados, o que possibilita o contato com a população de baixa renda, que busca
efetuar uma seleção dos objetos ou restos de comida que ainda possam ser aprovei-
tados para a sobrevivência. Esse processo estimula a proliferação de doenças entre
as pessoas.
– Enchentes urbanas: a população menos favorecida de uma grande cidade normal-
mente procura fixar moradias em locais impróprios, como beiras de rios e córregos ou
topo de montanhas. Tais áreas não apresentam infraestrutura adequada para supor-
tar um volume grande de moradias e o processo vai, aos poucos, compactando e
impermeabilizando os solos. Desse modo, acontece uma diminuição no processo
normal de infiltração da água da chuva no solo, ocorrendo lixiviação (lavagem da
camada superficial do solo) e, consequentemente, inundações e desmoronamentos.
As cidades ainda contribuem para aumentar esse problema por meio das imperme-
abilizações do solo (pavimentação). Quando os rios poluídos por detritos, que neles
são lançados indevidamente, sofrem assoreamento urbano, isto é, a deposição de
dejetos nos leitos, ocorre a diminuição da profundidade do canal fluvial e acontecem
os t­ ransbordamentos.
– Ilhas de calor: são grandes variações térmicas (até 7 °C) que acontecem entre as
áreas centrais das cidades e as regiões rurais ou periféricas. A área central concen-
tra altas temperaturas, que são ocasionadas pelo uso em larga escala de materiais
concentradores de calor, como o asfalto (que substitui a cobertura natural do solo),
o concreto, o vidro e a combustão dos ­automóveis. Esses materiais absorvem, con-
centram e irradiam a energia por um período maior que o normal e assim formam-se,
no centro das grandes cidades, as chamadas “ilhas de calor”.
– Carência de áreas verdes: as grandes cidades dos países emergentes, em decor-
rência da implantação desordenada de moradias e também da falta de planejamentos
urbanos adequados, não possuem áreas verdes suficientes para o volume de habi-
tantes que ali se concentram.
De acordo com estudos da ONU, sabe-se que, para ofertar uma boa qualidade de
vida aos seus moradores, as cidades devem apresentar um mínimo de 16 m2 de área
verde por habitante, o que não ocorre em grande parte delas. A falta de vegetação
em parques, áreas florestadas ou reservas, espaços de recreação e lazer, contribui
para o agravamento da poluição atmosférica. A vegetação é responsável pela reno-
vação do ar atmosférico por meio do processo da fotossíntese, além de contribuir
para o equilíbrio climático.
– A poluição sonora: a partir de 1970, com a disseminação da tecnologia e com o
acesso cada vez mais facilitado ao consumo de produtos eletrônicos sonoros alia-
dos aos sons produzidos pelos ruídos oriundos de fábricas e de escapamentos de
veículos, a poluição sonora aumentou consideravelmente nas cidades e se constitui
em grave problema ambiental de nossa época. Para medir essa poluição, utiliza-se
10
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

o decibel dB – medida de avaliação da capacidade auditiva humana – que vai de


uma escala de 0 dB (ausência de som) até 140 dB, que é o limite máximo que o
aparelho auditivo humano suporta. O ser humano que trabalha sem equipamentos
e precauções necessárias para diminuir a poluição sonora, ou está constantemente
submetido a altos níveis de decibéis, pode apresentar sérias consequências relacio-
nadas à saúde: estresse, baixo rendimento profissional, perda gradativa de audição

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
e alterações no sistema nervoso central e circulatório.

SAIBA MAIS

O futuro do Planeta e das pessoas está diretamente ligado ao desenvolvimento das cidades. Com essa visão,
o Sistema FIEP criou o Programa Cidades Inovadoras, um movimento que apoia o surgimento e a multiplicação de
novos atores sociais, articulados em rede e em busca de mais sustentabilidade, equilíbrio social e maior harmonia
entre o homem e o meio ambiente.
Acesse o site <http://www.cidadesinovadoras.org.br> e descubra o que está sendo discutido sobre as
principais cidades do mundo.

ATIVIDADES
01. Leia o texto seguinte. e) Mesmo quando surgida espontaneamente
A intensidade e o raio de ação dos centros urba- e aos poucos, uma rede de circulação en-
nos variam de acordo com uma série de fatores, tre cidades é um sistema organizado que
dependendo, essencialmente, da capacidade de ­mantém as atividades e a vida da região
servida pela rede.
concentração de atividades terciárias e das vias de
transportes disponíveis. 03. Analise as alternativas abaixo e assinale o fator
A alternativa que melhor expressa o tema que não pode ser considerado um problema am-
p
­ rincipal do texto é: biental urbano.
a) organização de rede viária. a) Presença de áreas verdes.
b) Grande quantidade de dióxido de carbono
b) zona de influência urbana.
na atmosfera.
c) urbanismo. c) Presença de “lixões” a céu aberto nas perife-
d) infraestrutura urbana. rias urbanas.
d) Presença abusiva de CO2 emitido por
02. Das afirmativas a seguir só uma não é verdadei-

Geografia
indústrias.
ra. Assinale-a: e) Presença de ilhas de calor.
a) As cidades são a forma consumada do
04. (PUC Minas – Adaptada) Sobre a problemática
povoamento urbano e seus habitantes ocu-
ambiental nas regiões urbanizadas, é correto
pam-se de outras atividades que não sejam afirmar, exceto:
as do trabalho do campo. a) O impacto do homem sobre a natureza
b) As cidades exercem influência em toda uma insere-se em uma rede de rivalidades de in-
área ao redor, e essa influência é propor­ teresses, lutas econômicas e políticas.
cional à sua importância. b) A percepção de que a natureza não é infi-
c) Quando um aglomerado rural chega a ter nita se deve às evidências da degradação
­grande número de casas de residência, dei- ambiental.
c) A Revolução Industrial é um marco funda­
xa de ser um povoado e passa a ser uma
mental na história da degradação ambiental.
cidade.
d) A crise ambiental é restrita a áreas densa-
d) Nem todas as capitais regionais têm o mente urbanizadas e industrializadas.
­mesmo grau de influência econômica, mas e) A preocupação conservacionista surgiu com
todas elas controlam o comércio e os servi- a intensificação da degradação ambiental no
ços de outras cidades. século atual.
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ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

05. Podemos assinalar como cidade religiosa e financeira, respectivamente:


a) Campos do Jordão e São Paulo.
b) Washington e Orlando.
c) Aparecida do Norte e Lisboa.
d) Santiago de Compostela e Zurique.
e) Ouro Preto e Hong Kong.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
06. (UFGD) Analise a tabela a seguir, que apresenta as maiores concentrações urbanas
em 1970 e uma projeção desta situação para 2015.
Maiores concentrações urbanas, 1970 e 2015
População (em milhões)
1970 2015
1. Tókio, Japão 16,5 1. Mumbai (Bombaim), Índia 28,2
2. Nova Iorque, Estados Unidos 16,2 2. Tókio, Japão 26,4
3. Xangai, China 11,2 3. Lagos, Nigéria 23,2
4. Osaka, Japão 9,4 4. Daca, Bangladesh 23,0
5. Cidade do México, México 9,1 5. São Paulo, Brasil 20,4
6. Londres, Inglaterra 8,6 6. Karachi, Paquistão 19,8
7. Paris, França 8,5 7. Cidade do México, México 19,2
8. Buenos Aires, Argentina 8,4 8. Nova Deli, Índia 17,8
9. Los Angeles, Estados 8,4 9. Nova Iorque, Estados Unidos 17,4
Unidos
10. Pequim, China 8,1 10. Jacarta, Indonésia 17,3
Fonte: Martin B. Brockerhoff, An Urbanizing World. (Population Reference Bureau,
Washington, DC, 2000) apud Decol (2006)
a) Em 2015, as maiores concentrações urbanas estarão localizadas, em sua maio-
ria, em países ricos que apresentam altos índices de desenvolvimento social e
humano.
b) Em 1970, as maiores concentrações urbanas localizavam-se em países periféri-
cos, ao contrário do que indica a projeção para 2015.
c) Em 2015, as maiores concentrações urbanas estarão localizadas em países pe-
riféricos da África e da Ásia, o que poderá agravar problemas com habitação,
transportes e saneamento básico nessas áreas.
d) Comparando os dados de 1970 com a projeção para 2015, verifica-se o acelera-
do crescimento do número de concentrações urbanas nos países periféricos, o
que indica a melhoria das condições de vida dessas populações.
e) Em 2015, as maiores concentrações urbanas estarão localizadas em países cen-
trais ou do norte, seguindo uma tendência que já se apresentava desde os anos
1970.

07. (FGV – Adaptada) A respeito da urbanização no mundo como um todo, considere as


seguintes ocorrências.
I. A urbanização só se dá a partir da industrialização de cada país.
II. Em economia capitalista é comum o fenômeno da metropolização (grandes
cidades).
III. Com o acúmulo de população nas grandes cidades, muitas vezes ocorre carên-
cia habitacional.
Assinale se:
a) I, II e III são verdadeiras.
b) I e II são verdadeiras.
c) II e III são verdadeiras.
d) Apenas II é verdadeira.
e) Apenas I é verdadeira.

08. (UFBA) ... trata-se de um fenômeno típico das grandes cidades brasileiras. A grande quan-
tidade de concreto e asfalto absorve mais calor do que as áreas cobertas pela vegetação. O
resultado é o aumento da temperatura em certas áreas da cidade.
O texto faz referência:
a) ao efeito estufa.
b) às chuvas ácidas.
12
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

c) às ilhas de calor.
d) à convergência dos ventos quentes.
e) à sucessão de massas de ar.

09. (Fuvest) Explique e analise as principais tendências do processo de urbanização do


mundo contemporâneo.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
10. (Unesp – Adaptada) Podemos considerar a cidade de São Paulo uma metrópole? Por
quê?

11. A poluição sonora pode ser considerada um indicativo de problema ambiental urbano?
Justifique.

Geografia

12. Uma cidade pode ter mais de uma função? Por quê?

13
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

13. Leia com atenção a letra da canção.


Sampa
Caetano Veloso

Alguma coisa acontece no meu coração


Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Da dura poesia concreta de tuas esquinas (...)
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João (...)
E foste um difícil começo,
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas e campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
(...)
Faça uma análise dos trechos da música “Sampa”, de Caetano Veloso, e com
base no texto problematize o cotidiano das grandes cidades ressaltando os tre-
chos que apontam a falta de infraestrutura, a poluição ambiental e a pobreza.
Compare com a sua cidade e elabore um relatório apontando outros problemas
encontrados e não citados na música.

14
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

14. O que se entende por processo de conurbação? Exemplifique.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
15. Diferencie o processo de urbanização dos países capitalistas desenvolvidos e dos
subdesenvolvidos industrializados.

16. O que é necessário para que determinada aglomeração urbana seja classificada
como metrópole?

17. Cite os principais problemas das metrópoles nos países subdesenvolvidos.

Geografia

18. Quais são as áreas metropolitanas da Região Centro-Sul do Brasil?

15
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

19. Sobre a urbanização dos países subdesenvolvidos e suas consequências, ­pode-se


afirmar que:
a) a estrutura fundiária é o principal fator responsável pela lenta industrialização
desses países.
b) nos países subdesenvolvidos não existe “macrocefalia” urbana porque o proces-
so de urbanização é lento.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
c) a economia informal é inexistente, apesar do crescimento da população urbana e
da ­baixa qualificação da mão de obra.
d) a população ativa dos países subdesenvol­vidos só é absorvida pelo setor secun-
dário e, em função disso, surge o desemprego nas grandes cidades.
e) o fenômeno da metropolização, entre outros fatores, é resultante da incapacida-
de da zona rural de absorver a mão de obra disponível.

20. A respeito das aglomerações urbanas mundiais, todas as afirmativas abaixo estão
corretas, exceto:
a) As metrópoles exercem polarização sobre as áreas vizinhas, e sua capacidade
de influên­cia pode se fazer sentir em todo um país (metrópole nacional).
b) As megalópoles resultam da conurbação de duas ou mais metrópoles, consti-
tuindo gigantescas áreas de urbanização contínua.
c) A maior megalópole do mundo localiza-se na região nordeste dos Estados
Unidos, estendendo-se desde Boston até Washington.
d) A cidade de Nova Iorque pertence à megalópole de ChiPitts.
e) No Brasil, o eixo São Paulo-Rio de Janeiro pode ser considerado como uma
megaló­pole em processo de formação.

21. São cidades brasileiras situadas em sítio urbano de planalto, as seguintes:


a) Brasília, Goiânia e Curitiba.
b) Brasília, São Paulo e Salvador.
c) Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
d) Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza.
e) Belo Horizonte, Manaus e Fortaleza.

22. A cidade de Detroit (EUA) possui como função urbana principal:


a) o turismo.
b) a atividade industrial.
c) a atividade comercial.
d) a função administrativa.
e) a função religiosa.

23. (Enem – 2011) O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da modificação das
condições iniciais do clima pelo processo de urbanização, caracterizado pela modificação do
solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui todas as atividades humanas inerentes à sua vida
na cidade.
BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo: Edusp, 2005.

O texto exemplifica uma importante alteração socioambiental, comum aos centros


urbanos. A maximização desse fenômeno ocorre:
a) pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados.
b) pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos.
c) pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios.
d) pelo processo de impermeabilização do solo nas áreas centrais das cidades.
e) pela construção de vias expressas e gerenciamento de tráfego terrestre.
16
Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

24. (Enem – 2011) O professor Paulo Saldiva pedala 6 km em 22 minutos de casa para o traba-
lho, todos os dias. Nunca foi atingido por um carro. Mesmo assim, é vítima diária do trânsito de
São Paulo: a cada minuto sobre a bicicleta, seus pulmões são envenenados com 3,3 micro-
gramas de poluição particulada – poeira, fumaça, fuligem, partículas de metal em suspensão,
sulfatos, nitratos, carbono, compostos orgânicos e outras substâncias nocivas.
ESCOBAR, H. Sem ar. O Estado de S. Paulo. Ago. 2008.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO
A população de uma metrópole brasileira que vive nas mesmas condições socioam-
bientais das do professor citado no texto apresentará uma tendência de:
a) ampliação da taxa de fecundidade.
b) diminuição da expectativa de vida.
c) elevação do crescimento vegetativo.
d) aumento na participação relativa de idosos.
e) redução na proporção de jovens na sociedade.

25. (UFMG) Analise este trecho de música, em que se retratam condições socioambientais
das grandes cidades brasileiras.
A Cidade
A cidade se apresenta centro das ambições
Para mendigos ou ricos e outras armações
Coletivos, automóveis, motos e metrôs
Trabalhadores, patrões, policiais e camelôs
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
Chico Science, A Cidade.

A partir dessa análise, é incorreto afirmar que, nesse trecho de música, o autor:
a) considera a exclusão social como uma característica marcante das sociedades
urbanas, que tem aumentado à medida que se intensifica a concentração de
renda.
b) denuncia a pequena mobilidade econômica das classes sociais, decorrente da
intensificação da divisão do trabalho que acompanha o processo de urbanização.
c) exalta o modo de vida urbano ao alegar que, nas cidades, a posse de bens
duráveis – como automóveis e motocicletas – é traço característico de seus
habitantes.
d) inclui o contingente populacional urbano inserido no mercado de trabalho infor-
mal, comumente ligado à expansão do subemprego e do desemprego estrutural.

Geografia
26. (UFG) A polarização que os centros urbanos exercem uns sobre os outros determina
a hierarquia urbana, em escala nacional. Nessa perspectiva, a concepção de metró-
pole regional abrange:
a) extensas regiões, com influências que ultrapassam o limite estadual.
b) cidades menores e vilas dentro de um limite determinado pelo centro regional.
c) distritos, povoados, comunidades rurais e áreas vizinhas, no limite municipal.
d) todo o território nacional, direcionando a vida econômica e social.
e) centros regionais menores, com raio de ação inferior à esfera estadual.

27. (PUCPR) Há poucos anos, foi estabelecida uma série de novas regiões metropolita-
nas no território brasileiro, estendendo para mais de 20 a sua quantidade. No Paraná,
a novidade fica por conta das duas regiões metropolitanas do interior do estado,
Londrina e Maringá, pois até então a única região metropolitana paranaense era a de
Curitiba. Londrina e Maringá são atualmente as sedes de regiões metropolitanas em
virtude de:
a) representarem polos regionais de referência no norte do estado, sendo que já se
constata o fenômeno da conurbação tanto na região de Londrina como também
em torno de Maringá.
17
ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

b) ambas são atualmente “cidades milionárias”, ou seja, as populações dos mu-


nicípios de Londrina e de Maringá já ultrapassaram a quantia de 1 milhão de
habitantes.
c) essas cidades desbancaram Curitiba em importância demográfica, industrial e
de diversidades de serviços.
d) ambas terem largado totalmente sua economia de origem agrícola, recebendo

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recursos exclusivamente dos setores industriais e do comércio e serviços.
e) representarem o principal eixo industrial do Estado e concentrarem as maiores
populações do Estado em torno de seus municípios.

28. (PUC-Rio)
Brasil - Evolução da População 1940 - 2000

Assinale a alternativa correta, tendo como referência o gráfico acima.


a) A maior concentração demográfica da população brasileira em áreas rurais, no
período de 1940 a 1980, foi resultado da predominância das atividades agroex-
portadoras na geração da riqueza nacional.
b) O expressivo crescimento populacional entre 1970 e 2000 foi consequência direta
dos programas de incentivo à natalidade, promovidos pelos governos militares, e
direcionados, especialmente, para as populações urbanas de baixa renda.
c) Entre 1940 e 2000, a inexistência de variação da população rural decorreu das
migrações internas e, principalmente, da decadência e estagnação das lavouras
de cana-de-açúcar, café e soja.
d) A crescente concentração da população brasileira em áreas urbanas, a partir de
1970, esteve associada, entre outros aspectos, à ampliação dos setores indus-
triais e de serviços e à atração exercida pelas cidades.
e) O decréscimo da população rural brasileira, entre 1970 e 2000, a níveis muito
inferiores aos observados para 1940, relacionou-se à ampliação da atividade in-
dustrial e à extinção de direitos trabalhistas para o homem do campo.

29. (FGV-SP) Observe as tabelas sobre as regiões metropolitanas paulistas.


REGIÕES METROPOLITANAS POPULAÇÃO RESIDENTE
PAULISTAS
1996 2000 Taxa de Crescimento
(em %)

SÃO PAULO 16 583 234 17 878 703 1,90


CAMPINAS 2 094 596 2 338 148 2,79
BAIXADA SANTISTA 1 309 263 1 476 820 3,06
FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.

NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E DE EMPREGOS NO SETOR


INDUSTRIAL
PARTICIPAÇÃO DAS REGIÕES METROPOLITANAS
EM RELAÇÃO AO ESTADO DE SÃO PAULO (em %)
ESTABELECIMENTOS EMPREGOS
1990 2000 1990 2000
RM SÃO PAULO 48,6 43,9 56,1 53,0
RM CAMPINAS 6,7 7,5 6,1 7,2
RM BAIXADA SANTISTA 2,0 2,4 1,5 1,8
FONTE: EMPLASA. Disponível em www. emplasa.sp.gov.br/ Acessado em 11/07/2006.

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Um mundo urbano ENSINO MÉDIO UNIDADE 9

a) Os dados das tabelas expressam um fenômeno de ordem geográfica. Qual é


esse fenômeno? Explique a causa principal para a sua ocorrência.

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b) A cidade de São Paulo, em termos mundiais, é classificada como megacidade e
cidade global. Defina e diferencie esses conceitos, relacionando-os com o con-
texto em que foram criados.

Geografia

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ENSINO MÉDIO UNIDADE 9 Um mundo urbano

INDICAÇÕES CULTURAIS
Filmes
BLADE Runner, o caçador de androides. Direção de Ridley Scott. Estados Unidos: Ladd Company, 1982. (117 min.), son., color.
35 mm. Legendado. Por volta do ano 2000, restam no Planeta poucos habitantes humanos, que vivem em gigantescos edifícios

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arruinados. Os novos habitantes são réplicas humanas criadas pela engenharia genética, dotados de excepcional inteligência
e força física.
ELYSIUM. Direção de Neill Blomkamp. Estados Unidos: TriStar Pictures, 2013. (109 min.), son., color. 35 mm. Legendado. O
mundo dividido entre ricos e pobres é o tema dessa ficção científica. Em 2159, o mundo é dividido em duas classes. De um
lado, um mundo novo, riquíssimo, a estação espacial Elysium, de outro o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e
em grande decadência.
METRÓPOLIS. Direção de Fritz Lang. Alemanha: Universum Film, 1927. (153 min.), son., p&b. 35 mm. Legendado. Em 2026, a
população mundial se divide em duas classes: os operários que habitam o subsolo de Metrópolis e a elite que os controla por
meio de máquinas.

ANOTAÇÕES

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CAPA ANO 1 EM_PROFESSOR.indd 9 30/10/2019 15:17:07

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