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DO PROFESSOR
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ANOS FINAIS
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ARTE
COMPONENTE CURRICULAR:
ART E
MANUAL DIGITAL-INTERATIVO
DO PROFESSOR
ARTE
COMPONENTE CURRICULAR: ARTE
E N S I N O F U N DA M E N TA L ANOS FINAIS
ELIANA POUGY
Doutora em Teoria Política com foco em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP).
Mestra em Educação pela Universidade de São Paulo (USP).
Especialista em Linguagens das Artes pelo Centro Universitário Maria Antonia da Universidade de São
Paulo (Ceuma-USP).
Bacharela em Comunicação Social pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap-SP).
Autora de livros didáticos e paradidáticos de Arte.
ANDRÉ VILELA
Licenciado em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp-SP).
Atuou como coordenador pedagógico de programas públicos de formação em Arte.
Professor de cursos de capacitação e formação de professores de Arte.
Atuou como professor de Arte no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Autor de livros didáticos de Arte.
1ª edição
São Paulo, 2022
Direção executiva: Flávia Bravin
Direção de negócio: Volnei Korzenieski
Gestão editorial: Alice Ribeiro Silvestre
Gestão de planejamento: Eduardo Kruel Rodrigues
Gestão de projeto digital: Tatiany Renó
Gestão de área: Marina Sandron Lupinetti
Coordenação de área: Renato Malkov
Edição: Mirian Senra e Luciana Abud,
Rogério Fernandes Cantelli (digital)
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi, Camila Cunha,
Adriana Souza e Isabela Salustriano
Revisão: Mariana Braga de Milani (ger.), Alexandra Costa da Fonseca,
Ana Paula C. Malfa, Carlos Eduardo Sigrist,
Flavia S. Venezio e Sueli Bossi
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Nilza Shizue Yoshida (edição de arte), Essencial Design (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (ger.),
Cristina Akisino e Silvio Kligin (pesquisa iconográfica),
Emerson de Lima (tratamento de imagens)
Direitos autorais: Fernanda Carvalho (coord.), Emília Yamada,
Erika Ramires e Carolyne Ribeiro
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Erika Ramires e
Tempo Composto Ltda.
Ilustrações: Aidacass, Andrea Ebert, Luiza de Souza e Mariana Coan
Design: Flávia Dutra (proj. gráfico, capa e Manual do Professor)
Ilustração de capa: Paula de Aguiar
Pré-impressão: Alessandro de Oliveira Queiroz,
Débora Fernandes de Menezes, Fernanda de Oliveira,
Pamela Pardini Nicastro e Valmir da Silva Santos
Bibliografia
Outros autores: André Vilela, Ana Carolina Nitto, George
Lucas Nercessian
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5767-524-3 (Livro Digital-Interativo do
Estudante)
ISBN 978-65-5767-525-0 (Manual Digital-Interativo do
Professor)
Impressão e acabamento
II
Apresentação
Olá, professor!
Esta coleção foi escrita com o intuito de auxiliá-lo no processo de ensino-aprendiza-
gem em Arte. Para tanto, tem como base o ensino da Arte por meio de projetos de tra-
balho, que respeitam a faixa etária dos estudantes e as culturas juvenis. Esses projetos
enfocam obras e parte da trajetória de artistas oriundos de vários contextos e propõem
reflexões sobre produções de diferentes linguagens, além de estimular pesquisas e aná-
lises de grupos culturais e propostas de experimentações artísticas que vão resultar em
produções artísticas diversas.
A coleção apresenta, sempre de modo contextualizado, as artes contemporâneas, as
manifestações artísticas tradicionais e as diferentes formas de arte socialmente consti-
tuídas que estão mais próximas de nós. Ao valorizar a singularidade de cada artista e os
aspectos culturais relacionados a sua produção, pretendemos contribuir para incentivar
os estudantes a valorizar a própria cultura e a respeitar as várias culturas com as quais
se relacionam.
Acreditamos que o diálogo entre as culturas juvenis, as artes contemporâneas e as
artes tradicionais (com destaque para as brasileiras) permita que o processo de ensino-
-aprendizagem seja contextualizado e mais significativo. Além de possibilitar o desenvol-
vimento de uma metodologia ativa, que estimula a pesquisa, a reflexão, a crítica, a explo-
ração de materiais e técnicas e que convida à participação e à liberdade de expressão,
fortalecendo o protagonismo dos estudantes.
Sabemos que aprender arte é um direito de todos. As aulas de Arte, por esse viés,
promovem a inclusão e permitem a cada estudante desenvolver uma forma de expressão
pessoal, além de consolidar o respeito pelo próprio trabalho, pelo trabalho dos colegas,
pelo trabalho do professor e pelo trabalho dos artistas. Dessa forma, ao aprender arte,
os estudantes estão desenvolvendo também suas habilidades socioemocionais, que vão
ajudá-los em outros campos do conhecimento e na vida.
Assim, desejamos a você um bom trabalho e muita, mas muita arte no decorrer do
Ensino Fundamental – Anos Finais!
Os autores
III
Sumário
Orientações gerais 5 Arte e operações cognitivas .................................. XXXIV
Arte-educação baseada na cultura visual .......................... V Leitura e escrita nas aulas de Arte .............................. XXXVI
Arte-educação baseada na cultura visual Inferência nos processos de leitura ............................ XXXVI
e a abordagem triangular ........................................................ VI Dica prática: Inferência e diversidade
em sala de aula ....................................................................... XXXVII
Arte-educação baseada na cultura visual
e projeto de trabalho .............................................................. VIII Introdução à pesquisa científica .............................. XXXVIII
Dica prática: Ética da pesquisa científica .................. XXXIX
Projeto de trabalho e metodologias ativas ...................... IX
Arte e pensamento computacional ............................ XXXIX
Dica prática:
Dica prática: Pensamento computacional
Trabalho com grupos de estudantes ....................................... X
e diversidade em sala de aula ................................................. XLI
Roteiro para trabalho em grupo ............................................... XI
6 Avaliação em Arte ....................................................... XLI
2 Arte no Ensino Fundamental – Anos Finais ............... XI
Avaliação formativa ................................................................ XLII
Aprendizado das linguagens artísticas .......................... XIV Dica prática: Fichas de acompanhamento
Artes visuais ...................................................................................... XV do portfólio ................................................................................... XLIV
Distribuição dos projetos pelas unidades ..................... XXIX 9 Referências bibliográficas comentadas ..................... LV
Educação baseada em competências ........................... XXIX
Competências e habilidades da BNCC ............................. XXX Orientações específicas
Competências gerais da Educação Básica ...................... XXX
Competências específicas de Linguagens para o
1 Objetivos e justificativa das propostas didáticas .. LVIII
Ensino Fundamental .................................................................... XXXI
2 Competências e habilidades desenvolvidas
Competências específicas de Arte para o Ensino por volume .................................................................. LVIII
Fundamental ................................................................................ XXXII
Dica prática: Relação entre competências 3 Proposta de planejamento e cronograma ..................LIX
e habilidades ............................................................................. XXXIV Sugestão de estrutura de diário de bordo .................... LXIV
IV
Orientações gerais
Esta coleção é voltada ao Ensino Fundamental – Anos Finais, que corresponde ao período de 6o a
o
9 ano, cujas áreas do conhecimento, estabelecidas em documentos oficiais, como a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), são: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e
Ensino Religioso.
O componente curricular Arte, foco da coleção, faz parte da área de Linguagens, com Língua Por-
tuguesa, Língua Inglesa e Educação Física.
Esta é uma etapa da Educação Básica em que os estudantes vão retomar, ressignificar, aprofundar e
ampliar as aprendizagens desenvolvidas no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, período em que tiveram
a oportunidade de se alfabetizar e construir saberes diversos nas diferentes áreas do conhecimento.
É também nesta etapa que eles vão se preparar para o ingresso no Ensino Médio. Nesse sentido,
os conhecimentos construídos no Ensino Fundamental – Anos Finais servirão de alicerce para que,
nos anos seguintes, possam ser ampliados a fim de possibilitar a construção de um projeto de vida e
consolidar uma participação ativa e criativa na sociedade.
No cotidiano escolar, uma das mudanças que caracterizam o Ensino Fundamental – Anos Iniciais é a
introdução de maior número de componentes curriculares, e, por extensão, de maior número de profes-
sores. Portanto, novos desafios são oferecidos a esses estudantes, que vivem a transição entre infância
e adolescência, marcada por intensas transformações biológicas, psicológicas, sociais e emocionais.
Nesse período da vida, os estudantes, que já estão capacitados a desenvolver raciocínios mais
abstratos, ampliam seu círculo de convivência e formam vínculos sociais e laços afetivos intensos.
Entretanto, como sujeitos em desenvolvimento, imersos em uma cultura globalizada urbana e digital,
os riscos do fracasso escolar e da violência são reais e preocupantes. Daí, a necessidade de pensar
em práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e seus diferentes
modos de inserção social.
De acordo com os documentos oficiais e as teorias pedagógicas contemporâneas, nesta coleção,
entendemos que a etapa do Ensino Fundamental – Anos Finais deve ter como objetivo oferecer ferra-
mentas e condições para que os estudantes possam ter acesso a diferentes conhecimentos e fontes
de informação, com vistas a fortalecer seu protagonismo, desenvolver sua criticidade e ampliar seu
repertório acadêmico e cultural.
Com esse propósito, esta coleção busca mobilizar habilidades e aprofundar conhecimentos (concei-
tos, procedimentos e atitudes) das diferentes linguagens artísticas (artes visuais, música, dança, teatro
e artes integradas) de acordo com a faixa etária de cada ano letivo e as diferentes culturas juvenis.
Assim, ela visa levar os estudantes de 11 a 14 anos a participar de diversas práticas de linguagem
de modo a ampliar o repertório e a capacidade de expressão, tanto artísticas como corporais e lin-
guísticas, dando-lhes voz e oportunidade de expor à comunidade escolar o que pensam e sentem
sobre o mundo a sua volta.
1. Fundamentos teórico-metodológicos
Arte-educação baseada na cultura visual
Esta coleção tem como referencial teórico a Arte-educação baseada na cultura visual, aborda-
gem pedagógica que foi construída no decorrer do século XX com forte influência dos pensamentos
antropológico e pedagógico brasileiros. De acordo com a Arte-educação baseada na cultura visual,
vivemos em um mundo em que as imagens, estáticas ou em movimento, acompanhadas ou não de
sons e música, ou as visualidades, estão por toda parte, criando verdades, sonhos e desejos.
Para Mitchell1 (1942-), um dos teóricos da cultura visual, essa forma de cultura baseada na ima-
gem inclui a relação com todos os sentidos e linguagens. Assim, outras formas de arte além das artes
visuais, como a música, o teatro e a dança, vêm ganhando uma expressão audiovisual muito forte e,
graças ao intenso desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação, irreversível.
Segundo Mirzoeff (1962-), estudar a cultura visual nos leva a compreender a vida contemporânea.
Para ele, compreendê-la seria uma:
[...] tática para estudar a genealogia, a definição e as funções da vida cotidiana pós-moderna a partir da perspectiva
do consumidor, mais que do produtor. [A cultura visual] é um lugar sempre desafiante de interação social e defini-
ção em termos de classe, gênero, identidade sexual e racial.2
1
MITCHELL, William J. T. Qué es la cultura visual. Princenton: Irving Lavin Institute for Advanced Study, 1995.
(Texto traduzido.)
2
MIRZOEFF, Nicholas. Una introducción a la cultura visual. Barcelona: Paidós, 2003. p. 20. (Texto traduzido.)
V
Por isso, de acordo com essa abordagem, a arte e a educação podem auxiliar na compreensão
das diferentes culturas visuais, ou seja, das diversas culturas que organizam e regulam a percepção
visual, as funções da visão e seus usos.
As imagens, para a cultura visual, são entendidas como mediadoras de valores culturais e caracte-
rizadas por trazer metáforas que, por sua vez, surgem da necessidade de construção de significados
tipicamente humanos e sociais. Por isso, uma das finalidades da arte-educação baseada na Cultura
Visual é reconhecer e desconstruir as diferentes metáforas, valorizá-las e, assim, estimular a produ-
ção de novas metáforas.
Um dos mais influentes educadores da cultura visual é o espanhol Fernando Hernández (1952-),
que tem como referências Paulo Freire (1921-1997) e o filósofo estadunidense John Dewey3 (1859-
-1952). Em seu livro Cultura visual, mudança educativa e projetos de trabalho, Hernández afirma que:
[...] a compreensão da cultura visual implica aproximar-se de todas as imagens, de todas as culturas com um olhar
investigativo, capaz de interpretar(-se) e dar respostas ao que acontece no mundo em que vivemos. Vincular a
educação à cultura visual pode ser a conexão para nos religar no caminho para se ensinar tudo aquilo que se pode
aprender nesse cruzamento de saberes que é a arte e conectar o que se ensina e o que se aprende na escola com
o que acontece além dos seus muros.4
Nesse sentido, a arte-educação baseada na cultura visual busca dirigir o olhar dos estudantes
para uma sensibilidade e uma crítica apuradas ao permitir que se sintam capazes de produzir, conhe-
cer e apreciar arte, de conhecer a história das artes e a história de vida dos diferentes artistas. Além
disso, procura também desenvolver sua criatividade, estimulando a expressão autoral.
O livro didático, portanto, é um excelente apoio na educação para a cultura visual, uma vez que
nele são oferecidos textos, imagens, atividades e sugestões de sites, que podem ser usados como
fontes de informação, conhecimento e pesquisa e servir ainda de disparadores de questões nortea-
doras e inspirações para estudantes e professores.
Leitura
da obra de arte
Banco de imagens/Arquivo da editora
Contextualização
Fazer
Produção
Crítica
Estética A abordagem triangular,
de Ana Mae Barbosa.
3
Para Dewey, o conhecimento é construído por consensos que resultam de discussões coletivas, da cooperação e do
autogoverno dos estudantes.
4
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 51.
VI
A Arte-educação baseada na cultura visual, por sua vez, respalda-se nos Estudos Culturais, um cam-
po de estudos interdisciplinares que envolve diversas áreas do saber, como Antropologia, Comunica-
ção Social, Arte, Literatura e Ciências Sociais, entre outras.
Para os Estudos Culturais, cultura é a produção e a troca de significados entre membros de deter-
minados grupos sociais. Esses significados estão presentes nas conversas do dia a dia, nas teorias mais Na tela
elaboradas dos intelectuais, na arte acadêmica, na TV ou nos festejos populares. No entanto, a cultura não
Para ter mais
se restringe a essa multiplicidade de manifestações e produções culturais (entre elas, as artísticas), mas
informações sobre
é também um campo de conflito e negociação para a validação dos significados dados a essas manifes-
interculturalidade,
tações e produções.
leia “Por que debater
Esses conflitos, negociações e validações acontecem tanto no âmbito das linguagens como no das sobre interculturalidade
práticas sociais. Os seres humanos agem, pensam e se expressam de forma a validar (por vezes, até é importante para a
mesmo impor) significados preconcebidos para modos de pensar, agir e desejar. A isso chamamos
Educação?”, de Simone
controle das subjetividades. Esse controle ocorre porque as fontes geradoras de sentido podem partir
Romani e Raimundo
tanto de instâncias individuais como das coletivas, engendradas em jogos de poder e de linguagem.
Rajobac. Revista Espaço
A Arte-educação baseada na cultura visual tem como principal objetivo estimular a consciência Acadêmico, 11 (127),
cultural do indivíduo, começando pelo reconhecimento de sua própria cultura e, gradativamente, 65-70. Disponível em:
ampliando seu repertório. Desse modo, o ensino de Arte pode auxiliar na reorganização da escola https://periodicos.
para se tornar o grande palco do diálogo entre diferentes culturas, ou seja, da interculturalidade.
uem.br/ojs/index.php/
Nesse sentido, para que o processo de ensino-aprendizagem de arte se torne significativo tanto EspacoAcademico/
para estudantes como para professores, as aulas precisam abranger as mais diversas manifesta- article/view/12715.
ções artísticas e culturais, principalmente as manifestações contemporâneas. Além disso, as es- Acesso em: 25 maio 2022.
tratégias de ensino devem ser pautadas pelo diálogo e pelo respeito à faixa etária dos estudantes.
5
MARTINS, Raimundo. Abordagem Triangular e Cultura Visual: possibilidades no ensino da arte complementares ou
excludentes? Boletim Arte na Escola, São Paulo, ed. 76, maio/jun. 2015. Disponível em: http://artenaescola.org.br/
boletim/materia.php?id=75450. Acesso em: 25 maio 2022.
VII
Uma vez que a Arte-educação baseada na cultura visual tem como objetivo desenvolver um olhar
sensível, um pensamento reflexivo e contextualizado e um fazer artístico significativo e criativo,
fruto de ações discentes participativas e críticas, orientamos a produção desta coleção por esses
fundamentos.
A prática investigativa constitui o modo de produção e organização dos conhecimentos em Arte. É no percurso do
fazer artístico que os alunos criam, experimentam, desenvolvem e percebem uma poética pessoal. Os conhecimen-
tos, processos e técnicas produzidos e acumulados ao longo do tempo em Artes visuais, Dança, Música e Teatro
contribuem para a contextualização dos saberes e das práticas artísticas. Eles possibilitam compreender as relações
entre tempos e contextos sociais dos sujeitos na sua interação com a arte e a cultura.6
O projeto de trabalho tem como característica se vincular à exploração de problemas significati-
vos para os discentes ao mesmo tempo que os aproxima dos saberes escolares. Em outras palavras,
é construído com base em questões que são relevantes para os estudantes e que possibilitam o
desenvolvimento das competências e habilidades específicas de Arte. Essas questões tanto podem
partir do interesse dos estudantes como podem ser propostas pelo professor, que, por sua vez, deve
ter em vista a mobilização de habilidades para o desenvolvimento de competências por meio de
objetivos, temas e propostas de atividades preestabelecidos.
A perspectiva de globalização que se adota na escola, e que se reflete nos projetos de trabalho, trata de ensinar o
aluno a aprender, a encontrar o nexo, a estrutura, o problema que vincula à informação e que permite aprender.
Finalidade esta que se pode fazer coincidir com os objetivos finais de cada nível educativo.7
Por isso, em primeiro lugar, é necessário que coordenador, professor e estudantes concordem com
a escolha da questão norteadora do projeto que, no caso das aulas de Arte, pode estar relacionada
a uma inquietação relacionada com algum tópico do campo das artes ou ser uma pergunta técnica,
artística, estética ou ética a respeito do trabalho de um artista ou grupo de artistas.
Essa questão pode estar relacionada também a temas contemporâneos transversais (TCT), que
mobilizam a reflexão e a crítica sobre quem somos hoje. Em um projeto, diferentemente de outras
modalidades organizativas, o professor faz a mediação da escolha do tema, pois é ele quem deve
conduzir o trabalho, em diálogo com o projeto político-pedagógico (PPP) da escola e o universo cul-
tural dos estudantes:
O ponto de partida para a definição de um projeto de trabalho é a escolha do tema. Em cada nível e etapa da esco-
laridade, essa escolha adota características diferentes. Os alunos partem de suas experiências anteriores, da infor-
mação que têm sobre os projetos já realizados ou em processo de elaboração por outras classes. Essa informação
se torna pública num painel situado na entrada da escola (com isso, as famílias também estão cientes). Dessa for-
ma, o tema pode pertencer ao currículo oficial, proceder de uma experiência comum (como os acampamentos),
originar-se de um fato da atualidade, surgir de um problema proposto pela professora ou emergir de uma questão
que ficou pendente em outro projeto.
[...]
O critério de escolha de um tema pela turma não se baseia num “porque gostamos”, e sim em sua relação com os
trabalhos e temas precedentes, porque permite estabelecer novas formas de conexão com a informação e a ela-
boração de hipóteses de trabalho, que guiem a organização da ação. Na etapa inicial, uma função primordial do
docente é mostrar ao grupo ou fazê-lo descobrir as possibilidades do projeto proposto (o que se pode conhecer), Na tela
para superar o sentido de querer conhecer o que já sabem.8
Para saber mais
Definida a questão norteadora, é necessário proceder ao estudo sistematizado e à pesquisa,
da metodologia dos
a fim de buscar respostas para o problema, bem como à organização das informações por parte
projetos de trabalho,
dos estudantes, que, assim, se sentem instigados a descobrir relações entre elas. Para tanto, de-
assista ao vídeo
vem vivenciar situações de simulação de decisões, estabelecer nexos ou inferir novos problemas.
Trabalhando com
O essencial em um projeto não é a localização de respostas, mas a compreensão do significado e projetos. Disponível
da pertinência delas quando aplicadas em vivências diversas, presentes em diferentes modos de em: https://youtu.be/
ensinar e aprender, como aulas expositivas, debates, apresentações, oficinas, trabalhos em grupo dQ7aifxh16Y. Acesso em:
e individuais e visitas culturais, entre tantas outras possibilidades. Nesse sentido, o processo é tão 25 maio 2022.
importante quanto o produto.
6
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. p. 191.
7
HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho. 5. ed. Porto Alegre:
Penso, 2017. p. 66.
8
Idem, ibidem. p. 67.
VIII
Projeto de trabalho e metodologias ativas
Nesta coleção, buscamos organizar as diferentes etapas que estruturam os projetos de trabalho
de modo a incentivar os estudantes a interagir com autonomia, ter autoconfiança, ser protagonista,
expressar-se e, principalmente, aprender a aprender.
A organização de um projeto de trabalho envolve a apresentação de um tema que proponha um
problema a ser solucionado pelos estudantes, as diversas etapas que devem ser seguidas a fim de
chegar às soluções do problema e, finalmente, à elaboração, seguida da divulgação de uma ou mais
produções finais.
As etapas dos projetos que compõem as oito unidades desta coleção são calcadas em metodo-
logias ativas, de modo a levar os estudantes a desenvolver a cooperação necessária ao trabalho em
equipe, a empatia, a criatividade e a habilidade para solucionar problemas por meio de uma nova
organização do espaço e do tempo escolares.
Segundo José Morán9, essas metodologias podem ser pontos de partida para processos mais
avançados de reflexão, integração cognitiva e generalização. Elas buscam inspiração em ativida-
des desafiadoras que solicitam informações pertinentes, oferecem recompensas estimulantes, com-
binam percursos pessoais com participação significativa em grupos, inserem-se em plataformas
adaptativas e valorizam o trabalho individual e em equipe, além de estimular o uso das tecnologias
adequadas.
As metodologias ativas propõem uma nova organização do espaço na escola, que deve oferecer,
por exemplo, computadores com acesso à internet, além de bibliotecas e materiais acessíveis a pes-
soas com deficiência. Entretanto, tais ambientes educativos devem proporcionar sobretudo a pos-
sibilidade de troca e diálogo entre professor e estudantes, subvertendo, assim, o modelo tradicional
e oferecendo salas maiores e mesas adequadas ao trabalho em grupo, a fim de garantir a conexão
direta e a integração.
Espaços adequados
para as aulas de Arte.
9
MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.; TORRES MORALES, O. E. (org.).
Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/Proex, 2015.
IX
O tempo escolar é outro aspecto a ser modificado com as novas práticas, a fim de fugir da orga-
nização por horas-aula de 45 a 50 minutos e perseguir a organização do tempo por horas-relógio,
incluindo as tarefas para casa. Assim, é possível propor atividades interdisciplinares que visam ga-
rantir a apreensão de conceitos, procedimentos, atitudes e valores e a problematização de temas
que estimulam a pesquisa e a transposição do conhecimento para a solução de problemas reais.
Ao combinar projetos de trabalho com diversas metodologias ativas de aprendizado, buscamos
auxiliar os professores de Arte a tornar a experiência escolar mais dinâmica e dialógica e o processo
de aprendizado mais significativo, tanto para os estudantes como para os próprios docentes.
Dica prática
Trabalho com grupos de estudantes
O Ensino Fundamental – Anos Finais exige do professor a capacidade de orientar duplas, trios e
grupos, além da atenção individual dispensada ao corpo discente.
O trabalho em grupo permite que os estudantes se organizem espacialmente de uma forma di-
ferente do que fariam em uma aula expositiva, utilizando mesas de trabalho comuns (por vezes,
com a união de mesas individuais). Esse contexto promove a troca de ideias entre os estudantes,
ou seja, não é uma aula silenciosa.
Daí, a necessidade de criar regras para esse tipo de trabalho, previamente combinadas com os
estudantes. É natural que, no início, a turma fique agitada e que faça mais barulho do que o
habitual, entretanto, depois de algum tempo, o trabalho fluirá e, com a concentração, ocorrerão
momentos silenciosos.
Dada a faixa etária em que estão, os estudantes desse segmento já conseguem compreender a
importância da cooperação para poder realizar um bom trabalho, assim, deve-se dialogar com
eles para que as regras sejam construídas de comum acordo.
Seguem algumas sugestões para mediar a organização dos grupos:
⓿ Cuidar para não fazer barulho ao arrastar cadeiras e mesas.
⓿ Distribuir as tarefas das etapas entre os integrantes do grupo de forma que todos participem.
10
COHEN, E; LOTAN, R. Planejando o trabalho em grupo: estratégias para salas de aula heterogêneas. Porto Alegre: Pen,
2017.
X
exemplo – e por controlar o tempo que os integrantes do grupo dispõem para realizar cada
tarefa. É evidente que ele não poderá obter todos os recursos sozinho, mas vai coordenar e
acompanhar a obtenção deles, além de sua devolução, quando for o caso.
⓿ Repórteres: estudantes responsáveis por tirar dúvidas com o professor sobre o trabalho e por
fazer a apresentação oral em nome do grupo. Esses estudantes vão interagir também com
repórteres de outros grupos, portanto eles serão os porta-vozes do grupo.
⓿ Harmonizador: estudante responsável pelo equilíbrio do grupo. Ele medeia as discussões e
garante que todos os integrantes participem igualmente do trabalho, por exemplo, redistri-
buindo o tempo de exposição, ou seja, sugerindo àqueles que falam mais que cedam espaço
aos que falam menos, entre outras funções de mediação.
Na tela
Mais de um estudante pode assumir um mesmo papel caso o grupo tenha menos de quatro
integrantes. O importante é que os papéis sejam respeitados e que haja alternância deles para Para saber mais do
que todos possam desenvolver diversas habilidades durante o trabalho em grupo. trabalho de Elizabeth
Roteiro para trabalho em grupo11 Cohen e Rachel A.
Lotan, pesquisadoras da
⓿ Antes Universidade de Stanford,
Ajude os estudantes a formar os grupos ou, caso julgue necessário garantir a heterogeneidade, nos Estados Unidos, leia
monte os grupos por eles. Por exemplo, um grupo formado apenas por meninas ou meninos é o artigo “Como todos
pouco diverso em um contexto de sala de aula. podem sair ganhando
Peça a cada estudante que liste suas habilidades, ou seja, que declare aos demais membros do no trabalho em grupo”,
grupo como pode contribuir para o trabalho. Oriente o grupo, por sua vez, a fazer uma lista des- na página do Porvir.
sas habilidades a fim de reconhecer o potencial de cada um de seus integrantes. Disponível em: https://
Apresente aos estudantes as habilidades que o grupo precisa ter para fazer o trabalho. Incenti- porvir.org/como-todos
ve-os a perceber que, juntos, são mais potentes do que cada estudante é individualmente. -podem-sair-ganhando
Distribua os papéis entre os estudantes, cuidando para alterná-los em cada oportunidade e -trabalho-em-grupo/.
para garantir que todos tenham chance de participar. Acesso em: 25 maio 2022.
⓿ Durante
Sempre que um estudante que não for o repórter fizer uma pergunta a você, questione se essa é
uma pergunta do grupo ou se é apenas dele. Se for apenas dele, oriente-o a compartilhar primei-
ro sua dúvida com os membros do grupo e, caso seja do grupo, incentive os estudantes desse
grupo a respeitar os papéis a fim de valorizar suas habilidades. Só depois, responda à pergunta.
Passe de grupo em grupo para observar o trabalho de cada um deles durante algum tempo e, se
for o caso, ofereça ajuda ao facilitador e ao controlador de recursos e tempo com a gestão dos
materiais usados e do tempo.
Avalie a produção do grupo, assim como a participação individual de cada estudante. Dê retor-
nos personalizados para a turma e com evidências do que você percebeu durante o trabalho
para que os estudantes possam evoluir na próxima oportunidade.
Dê oportunidade para que o grupo se autoavalie. Oriente os estudantes a retomar a lista de ha-
bilidades proposta inicialmente a fim de verificar se elas foram desenvolvidas durante o trabalho.
11
O roteiro de planejamento do trabalho em grupo foi construído de acordo com as propostas de Cohen e Lotan.
12
Quando se trata do componente curricular, grafa-se Arte; nos demais casos, arte.
XI
Assim, e de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)13 e a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC)14, entendemos nesta coleção que a arte é um saber passível de ser ensinado e
aprendido, além de constituir um patrimônio histórico e cultural da humanidade.
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
sweeann/Shutterstock
Rubens Chaves/Pulsar Imagens
Como objeto de estudo da área do conhecimento Linguística, Letras e Artes15, a Arte abarca o
fazer e o pensamento artísticos, que se caracterizam um modo particular de dar sentido à vida, pois
esse pensamento e esse fazer se relacionam à experiência estética ou à experiência que vivemos ao
apreciar e produzir beleza.
A beleza, um dos valores que atribuímos às coisas do mundo, tem relação direta com aquilo que
agrada aos sentidos. O que não quer dizer, entretanto, que o belo se resume ao “bonito” ou “correto”.
Muitas vezes, algo que não é considerado bonito nem convencionalmente correto pode despertar
fortes emoções, como medo, asco, raiva, revolta ou tristeza e, em consequência, causar intensas
experiências estéticas.
É importante lembrar que o significado que cada pessoa em cada cultura atribui à beleza varia,
por isso dizemos que esse significado é relativo, mudando de acordo com as experiências vividas pelo
sujeito e os valores culturais do grupo social em que se insere. Assim, a arte pode ser definida também
como uma forma de conhecimento que se manifesta por meio da experiência cultural.
13
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997a.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997b.
14
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018.
15
Conheça mais das áreas do conhecimento no Brasil segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes). Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/avaliacao/
instrumentos/documentos-de-apoio-1/tabela-de-areas-de-conhecimento-avaliacao. Acesso em: 25 maio 2022.
XII
O Nascimento de Vênus, do pintor
Reprodução/Galleria degli Uffizi, Florença, Itália.
italiano Sandro Botticelli (1445-1510),
c. 1482 (óleo sobre tela,
172,5 cm × 278,5 cm). Pinturas
como essa são exemplos da
beleza na tradição ocidental.
Na tela
Para obter mais
informações sobre
arte, assista ao vídeo
Afinal, o que é Arte?
no canal da Univesp.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=pZnuwvpzHhg.
Acesso em: 25 maio
2022.
Merla/Shutterstock
Por isso, compreendemos que é na escola, e por meio da me-
diação do professor16, que os estudantes vão compreender me-
lhor a cultura em que estão inseridos e expandir seus conheci-
mentos no campo da arte, abrindo-se para a produção artística
de outras culturas, de hoje e de outros tempos.
Na escola, os estudantes têm a oportunidade de conhecer,
apreciar e criticar as diversas culturas e manifestações da arte,
dialogando com o “diferente”, e refletindo sobre ele, ao valorizar
a diversidade.
16
Segundo orientações da Federação de Arte/Educadores do Brasil (FAEB),
quem ministra as aulas de Arte no Ensino Fundamental – Anos Finais são
os licenciados em Artes Visuais, Música, Dança e Teatro, a fim de evitar a
polivalência. Jovem ouvindo música.
XIII
Como se orienta na BNCC:
O componente curricular contribui, ainda, para a interação crítica dos alunos com a complexidade do mundo, além
de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes para o exercí-
cio da cidadania. A Arte propicia a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e diferenças
entre elas.
Nesse sentido, as manifestações artísticas não podem ser reduzidas às produções legitimadas pelas instituições
culturais e veiculadas pela mídia, tampouco a prática artística pode ser vista como mera aquisição de códigos e Na tela
técnicas. A aprendizagem de Arte precisa alcançar a experiência e a vivência artísticas como prática social, permi-
tindo que os alunos sejam protagonistas e criadores.17 Para obter mais
informações sobre
Será nas aulas de Arte que os jovens vão ampliar seu conhecimento e aprender acerca das técni-
Arte na BNCC, assista
cas e dos procedimentos construídos socialmente que permitirão que eles se expressem de forma
ao vídeo Artes na
artística. Isso quer dizer que as manifestações e as produções artísticas são, elas mesmas, fruto de
BNCC, realizado pelo
um aprendizado sistematizado, que é um direito dos estudantes brasileiros.
Movimento pela Base.
O grande objetivo das aulas de Arte no Ensino Fundamental – Anos Finais, então, será possibilitar Disponível em: https://
aos estudantes que estão na transição entre a infância e a adolescência experiências estéticas, cul- youtu.be/lNn9tzV1NiY.
turais e afetivas a fim de mobilizar habilidades para desenvolver competências artísticas, ampliar o
Acesso em: 25 maio
repertório acadêmico e cultural, assim como a capacidade de raciocínio abstrato, e promover uma
2022.
cidadania participativa, crítica e criativa. Esse é, portanto, nosso desafio.
17
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. p. 191. Os jovens e as artes.
XIV
Para conhecer a coleção Na tela
Nesta coleção, a sequência didática organizada em cada um dos capítulos que estruturam
Para obter mais
as unidades relaciona-se ao aprendizado de uma linguagem artística, ou unidade temática da
informações sobre
Arte, por meio de atividades inspiradas na abordagem triangular e nas seis dimensões do co-
linguagens da Arte,
nhecimento presentes na BNCC (criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão).
assista ao vídeo
Explicando a BNCC:
Uma vez que as linguagens têm suas especificidades, nos próximos tópicos, apresentaremos as- as linguagens da arte,
pectos próprios do ensino de cada uma delas. produzido por Circularte
Educação. Disponível
Artes visuais
em: https://youtu.be/
Os estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais podem apresentar um valioso repertório
HKFH8v9wt4c. Acesso
visual oriundo do contato com a produção artística tanto de outros jovens como de adultos,
em: 25 maio 2022.
como imagens de TV, cinema e sites, além daquelas expostas em livros, revistas, museus e outros
espaços de divulgação. Ao participar da cultura, eles constroem seus conhecimentos sobre artes
visuais.
Nos adolescentes, a produção em artes visuais é reflexo da capacidade de compreender a si pró-
prio e suas relações com o mundo. Por isso, ao se expressar por meio da linguagem visual – com de-
senho, pintura, colagem, escultura e fotografia, entre outras formas de manifestação –, eles revelam
muito daquilo que sabem e sentem em relação aos objetos, às pessoas, à vida, etc.
Nessa faixa etária, os jovens já têm consciência de si, de sua produção artística e de suas limita-
ções e começam a pôr em dúvida a autoridade dos adultos. Essa é a idade da contemplação, em que
o ser humano vê a si mesmo a fim de se descobrir. O comportamento, o modo de se vestir e pentear
e a escolha de participar ou não do que é considerado “legal” demonstram a pressão que os adoles-
centes sofrem para pertencer a um grupo. Ao mesmo tempo que se dão conta de que são maduros
para algumas coisas, sentem-se imaturos para outras. Por esse motivo, costumam ser muito críticos
em relação a seu produto artístico e podem se sentir inseguros de sua capacidade para a arte.
Além disso, os estudantes dessa faixa etária valorizam o conhecimento sobre o processo que re-
sultou em uma manifestação de arte. Eles costumam ser criativos, apreciam explorar procedimentos
e percebem mudanças no resultado. Nesse sentido, a pressão do grupo pode ser transformada em
algo desafiador. Caso isso aconteça, o grupo será estimulado a criar, a tentar extrapolar seus limites
e a dialogar.
Os jovens têm sentimentos intensos e gostam de compartilhar ideias. Assim, o gosto pessoal e a
crítica devem ser estimulados por meio de conversas, levantamentos de informações e experimenta-
ções. A motivação para o aprendizado da arte vai decorrer da contribuição de cada estudante para
a finalização de um produto, fruto de um projeto.
Por isso, nesta coleção, a proposição de fazeres com as artes visuais, para além de um aprendiza-
do técnico ou com resultados corretos, busca a sensibilidade e a expressão dos estudantes. Assim,
a proposta é desenvolver a expressividade cultivada por meio das técnicas, não a técnica por ela
mesma.
A sensibilização e a expressão são importantes também na leitura que os estudantes fazem das
obras de arte visual. Ao ler uma obra, eles expressam sua experiência, seu conhecimento prévio e seu
repertório cultural. Isso significa que a apreciação pode ser mais ou menos complexa, dependendo
do contato do apreciador com a obra.
Existem diversas pesquisas, incluindo brasileiras, sobre
XV
Para Anamélia Bueno Buoro18, existem sete momentos importantes para a mediação de leitura de
imagem:
⓿ descrição da imagem;
⓿ descoberta de percursos visuais na imagem a fim de perceber toda a estruturação da compo-
sição e possibilitar o afloramento de significações e questões pertinentes, inerentes ao texto
visual;
⓿ percepção das relações entre a obra focalizada e a produção anterior realizada pelo artista
produtor;
⓿ pesquisa, em busca das respostas que surgiram no processo de leitura, a fim de se aproximar
do significado visual da obra;
⓿ comparação ou diálogo entre obras contemporâneas;
⓿ construção de texto verbal com registro do percurso empreendido, que abarque a significação
do texto visual lido;
abordagem do conceito de produção artística como construção de linguagem e trabalho hu-
⓿
mano.
Além dos aspectos formais e temáticos de uma obra de arte visual, a partir de uma perspectiva
crítica19, deve-se buscar perceber o que há de nós mesmos na obra, ou seja, como nós nos reco-
nhecemos nela, o que vemos de nossa vida em sociedade nessa imagem, por que determinadas
representações são recorrentes, que interesses são satisfeitos com essas representações. Assim, será
possível discutir também com os estudantes aspectos presentes nas obras de arte relativos aos jo-
gos de poder, à diversidade e aos temas contemporâneos instigantes que fazem parte da vida deles
e, portanto, lhes interessam.
A fim de trabalhar a leitura das obras de artes visuais apresentadas nesta coleção, propomos
tanto nos Livros do Estudante como neste Manual do Professor – Orientações Gerais:
⓿ questões que buscam desenvolver nos estudantes um olhar crítico e contextualizado;
Na tela
⓿ momentos destinados a conhecer outros trabalhos do artista para que seja possível estabele-
cer relações entre suas obras; Para obter mais
⓿ ampliação de repertório para um diálogo com outras produções artísticas, até mesmo de ou- informações sobre
tras linguagens; artes visuais na escola,
⓿ inserção progressiva de um registro escrito sobre as impressões a respeito da obra; assista ao vídeo
Ubuntu – Sou porque
⓿ incentivo para a investigação da poética do artista e da linguagem construída por ele;
somos, produzido pelo
questionamentos sobre como os estudantes se sentiram e o que pensaram ao apreciar as
⓿
Instituto Arte na Escola.
obras, revelando o que veem de si mesmos e da vida em sociedade na obra analisada.
Disponível em: https://
Com esse trabalho sistemático de experimentação em artes visuais e leitura de imagens, com foco youtu.be/Mfwa5qova1I.
na análise artística e estética, buscamos mobilizar as habilidades listadas na BNCC relacionadas à Acesso em: 26 maio
unidade temática Artes Visuais. As orientações didáticas oferecidas no decorrer dos volumes da co- 2022.
leção demarcam os momentos específicos em que elas serão trabalhadas.
Música
Para a tradição acadêmica, a técnica e a erudição são aspectos considerados essenciais para
uma boa formação musical. Desde meados do século XX, entretanto, outro modo de ensinar
e aprender música vem sendo aceito e valorizado. A fim de ampliar a percepção e a consciên-
cia do indivíduo e contribuir para a superação de preconceitos, posturas individualistas e vi-
sões de mundo dualistas, essa nova prática se apoia em três eixos de trabalho: a apreciação,
a performance e a criação musicais. Para tanto, é preciso cultivar contextos educacionais que
respeitem e estimulem o sentir, o questionar e o criar, além de promover o debate relacionado à
música e ao humano.
O ato de ouvir e apreciar música consiste em receber estímulos sonoros, transformá-los em per-
cepções e, então, inserir essas percepções em nosso contexto mental (psíquico, afetivo e cultural,
entre outros). Essa inserção se dá mediante a estruturação de novas configurações mentais. Nossa
reação à música é, portanto, um ato de (re)criação. Segundo Moraes20, a música atua por meio de
três dimensões: a corpóreo-sensorial, a afetivo-subjetiva e a estético-social. Essas dimensões são
indissociáveis e integram aspectos fisiológicos, psicológicos e socioculturais.
18
BUORO, Anamélia B. O olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. São Paulo:
Cortez, 1996. BUORO, Anamélia B. Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da arte. São Paulo: EDC/Fapesp/
Cortez, 2002.
19
SARDELICH, Maria E. Leitura de imagens, cultura visual e prática educativa. Cadernos de Pesquisa, 36 (128): p. 451-472,
maio/ago. 2006.
20
MORAES, José J. de. O que é música. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
XVI
A dimensão corpóreo-sensorial é epidérmica, está relacionada ao ritmo e é
Dança
A visão dualista que põe corpo e alma como domínios opostos faz com que os educadores consi-
derem, muitas vezes, o trabalho físico apartado do trabalho intelectual. Com isso, relega-se a dança
ao âmbito da “ginástica” ou ao universo da “pura diversão”, como se nada disso pudesse contribuir
para o aprendizado e a formação do cidadão. No entanto, alguns estudiosos da dança e do movi-
mento humano, como Rudolf Laban (1879-1958), Gerda Alexander (1908-1994), Peter Brook (1925-)
e Angel Vianna (1928-), entre outros, entendem a dança como o “pensamento do corpo”, sugerindo
que a visão dualista seja abandonada e que o processo educativo se torne mais holístico e produtivo.
Como afirma Isabel Marques23, é possível pensar dançando e dançar pensando.
Assim, a presença da dança na escola não deve ter como objetivo tão somente um aprimoramen-
to técnico que forme bailarinos como “fazedores de dança”, mas entender o ato de dançar como uma
das maneiras que possibilitam às pessoas conhecer seu corpo e a si mesmas. Nesse sentido, não exis-
tem aqueles que “sabem” dançar e aqueles que “não sabem”: uma vez que o movimento é a base de
todas as ações humanas, a dança é um dos aspectos que compõem a existência de qualquer pessoa.
21
SCHAFER, Murray. Le paysage sonore. Marseille: Wildproject, 2010. SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. 3. ed. São
Paulo: Unesp, 2013.
22
KATER, Carlos. Música Viva e H. J. Koellreutter: movimentos em direção à modernidade. São Paulo: Musa/Atravez, 2001.
23
MARQUES, Isabel. A dança no contexto. São Paulo: Ícone, 1999.
XVII
O corpo, mesmo quando está parado ou em repouso, deve estar em movimento para estar vivo.
Essa é uma das questões centrais para muitos artistas da dança contemporânea, que incluem em
seus trabalhos a importância do movimento dos órgãos internos e dos fluidos corporais.
BearFotos/Shutterstock
O corpo ativo e consciente
A dança é uma forma de o ser humano se expressar por meio do movimento corporal. Entretanto, nas aulas de dança.
é também uma maneira de experienciar o mundo e de interagir com ele e com as pessoas que nele
vivem. Daí o trabalho com dança na escola constituir uma maneira de estreitar o elo entre professo-
res e estudantes. Para tanto, é fundamental reservar momentos para discutir as práticas propostas.
Conhecendo e compreendendo a expressão corporal dos estudantes, o professor pode se aproximar
deles, além de propiciar uma maior integração do grupo.
Com a incorporação da dança às aulas de Arte, exploraram-se as possibilidades de movimento
e as relações entre tais possibilidades e a expressão individual e trabalham-se a relação entre os
diferentes corpos e a relação entre o corpo e o espaço. Além de estimular a coordenação motora, o
equilíbrio e o tônus muscular, esse tipo de trabalho cria possibilidades para o exercício da imagina-
ção, da capacidade lúdica e da socialização.
Na tela
Descobrir maneiras de se movimentar para além daquelas com as quais estamos habituados no
cotidiano constitui a criação estética que permeia a dança, e é justamente essa busca por novas Para obter mais
possibilidades, para além do usual, que permitirá aos jovens que formamos imaginar e dar forma a informações sobre
um mundo diferente, que não seja restrito ao que já está estabelecido. dança na escola, ouça
Na coleção, a fim de sistematizar o ensino de dança, propomos, tanto nos Livros do Estudante o podcast Oficina
como neste Manual do Professor – Orientações Gerais: com conversa: dança
contemporânea, o
⓿ exercícios de consciência corporal;
que a escola tem a
⓿ apreciação de diferentes manifestações de dança;
ver com isso?. Com
⓿ atividades de reconhecimento de elementos da linguagem corporal; Jussara Xavier.
⓿ atividades de criação e de improvisação de movimentos dançados; Disponível em: https://
ampliação gradativa do repertório cultural dos estudantes, com a abordagem da dança em
⓿
open.spotify.com/
suas diferentes formas. episode/3dGquh5SRgw
Buscamos, dessa forma, mobilizar as habilidades listadas na BNCC relacionadas à unidade temá- Ejj5P19yJPM. Acesso em:
tica Dança. As orientações didáticas oferecidas no decorrer dos volumes da coleção demarcam os 26 maio 2022.
momentos específicos em que elas serão trabalhadas.
Teatro
Para Viola Spolin24 (1906-1994), o objetivo do trabalho com a linguagem teatral na escola não é
fazer dos estudantes atores, mas abrir caminho para que cada um deles descubra a si mesmo e re-
conheça a importância da arte em sua vida.
O teatro ajuda o estudante a desenvolver maior domínio do tempo, do corpo e da verbalização
a fim de se tornar mais expressivo. Porém, longe de ser apenas instrutivo, o teatro é sobretudo uma
forma de arte que deve ser explorada por seu caráter estético.
Como arte, o teatro em sala de aula põe os jovens em contato com uma das mais antigas mani-
festações culturais da humanidade, que sempre discutiu as questões essenciais dos seres no mun-
do. Nessa perspectiva, o teatro tem função estética, catártica, questionadora, social e política. Há,
24
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. SPOLIN, Viola. Jogos teatrais: o fichário
de Viola Spolin. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001. SPOLIN, Viola. O jogo teatral no livro do diretor. 2. ed. São Paulo:
Perspectiva, 2013.
XVIII
então, algumas de suas facetas que devem ser explora-
XIX
Além dos exemplos citados, a arte contemporânea, nascida da ruptura com os valores da arte
tradicional ocidental, caracteriza-se quase sempre pela integração das linguagens. Por ter muitas
vertentes e tendências, é muito difícil defini-la de maneira a dar conta dessa variedade. Porém, o que
podemos afirmar acerca das transformações que ocorreram na arte durante o século XX e conti-
nuam a se desenrolar no século XXI é que noções como a beleza, a imitação do real, a obra-prima, o
talento e, principalmente, o papel e o valor da arte passaram a ser amplamente discutidos e revistos.
Assim, a arte tem estado em permanente mudança e muitas das produções artísticas atuais nos
causam sensações diversas, por vezes, antagônicas, como estranhamento, curiosidade e, até mesmo,
rejeição.
Assim, podemos afirmar que a arte contemporânea se caracteriza por:
⓿ questionar o sistema de circulação de arte;
⓿ incorporar as artes das periferias urbanas, além de ocupar as ruas e os espaços públicos;
⓿ mesclar as culturas populares brasileiras e as artes que são fruto do ensino formal;
⓿ valorizar, ver e ouvir quem somos nós.
Além disso, os seguintes elementos estruturam a arte contemporânea: Na tela
⓿ diálogo entre as linguagens artísticas;
Para obter mais
⓿ uso inusitado de materiais e meios, estranhamento que causa no público e ludicidade e integra-
informações sobre arte
ção entre obra e espectador;
contemporânea, assista
uso de tecnologias de comunicação e informação.
⓿
ao webinar O que é
Nesta coleção, de acordo com a BNCC, o ensino das artes integradas é sistematizado com ati- arte contemporânea?.
vidades de apreciação, contextualização e produção. Assim, apresentamos gradativamente os ele-
Disponível em: https://
mentos presentes nessa forma de arte a fim de ampliar o repertório cultural dos estudantes.
youtu.be/xClU8ZSObqs.
Buscamos, dessa forma, mobilizar as habilidades listadas na BNCC relacionadas à unidade te- Acesso em: 26 maio
mática Artes Integradas. As orientações didáticas oferecidas no decorrer dos volumes da coleção 2022.
demarcam os momentos específicos em que elas serão trabalhadas.
Cultura midiática
Segundo levantamento realizado pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) e pelo Centro Regional de
Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação no Brasil (Cetic.br) em 2015, oito em
cada dez crianças e adolescentes com idade entre 9 e 17 anos usam a internet com frequência, o que
representa 23,7 milhões de jovens em todo o país. Para esse grupo, o telefone celular é o principal
dispositivo de acesso (83%), seguido de computadores de mesa, tablets, computadores portáteis
ou consoles para videogames. Por isso, tão importante como saber interpretar e escrever um texto
para que se alcance uma formação cidadã, é fundamental desenvolver um olhar crítico para filtrar as
informações encontradas na rede.
Segundo a Arte-educação baseada na cultura visual, a cultura midiática pode e deve ser proble-
matizada nas aulas de Arte, uma vez que quase tudo o que nos sensibiliza e informa nos dias de hoje
advém das imagens e visualidades veiculadas pelos meios de comunicação e pela publicidade. “Vi-
sualidade”, para os arte-educadores, significa
mais do que visão, um dos sentidos humanos,
As tecnologias de comunicação e
informação no cotidiano escolar.
Sumaré (SP), 2014.
25
MIRZOEFF, Nicholas. Visual culture reader. London: Routledge, 1998. MIRZOEFF, Nicholas. An introduction to visual
culture. London: Routlege, 1999.
XX
Utilizar a linguagem audiovisual em sala de aula apenas como passatempo seria, portanto, des-
considerar seu potencial educativo. Há uma notória preferência dos jovens por essa linguagem. As-
sim, os estudantes podem desenvolver diversas habilidades se instigados a pensar sobre as produ-
ções midiáticas e a produzir audiovisuais, pois são, enfim, telespectadores acostumados a aprender
com a TV e a internet: conhecem outras culturas, absorvem diferentes modos de falar e agir e rece-
bem grande quantidade de informação, entre outras coisas. Tudo isso se dá por meio da representa-
ção imagética e da percepção sonora. Cabe ao educador, portanto, saber usar essas ferramentas de
forma produtiva para criar significados.
O trabalho com a linguagem audiovisual na escola abrange três eixos primordiais: apreciação,
produção e difusão. A apreciação enfoca a leitura crítica de uma obra mediada pelo educador; a
produção, a participação em experimentações audiovisuais com e sem tecnologia; já a difusão dos
trabalhos realizados pelos estudantes implica uma ação política de democratização de acesso aos
meios de comunicação. Nesse sentido, a internet se configura como um dos mais eficientes, além dos
eventos escolares.
Com a presença crescente das tecnologias digitais na vida cotidiana, boa parte dos estudantes
do Ensino Fundamental – Anos Finais costuma utilizar o celular para tirar fotografias e fazer peque- Na tela
nos vídeos. Assim, é muito indicado o uso desse aparelho em trabalhos com a linguagem audiovisual.
Para obter mais
No entanto, é papel da escola fornecer parâmetros, tanto técnicos como éticos, para que as tecno-
informações sobre o
logias sejam empregadas com cuidado e consciência a fim de evitar mau uso.
tema, leia o Guia da
Nesta coleção, o trabalho com a linguagem audiovisual é feito com o objetivo de ampliar o reper-
Educação Midiática,
tório cultural dos estudantes, além de mostrar possibilidades de criação com o uso de tecnologias
produzido pelo Instituto
da informação.
Palavra Aberta.
Ao solicitar aos estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais que usem a tecnologia para criar Disponível em: https://
nas aulas de Arte, visamos construir com eles novos sentidos para esses materiais, que vão além do educamidia.org.br/guia.
entretenimento e podem ser utilizados de modo consciente e crítico. Os jovens, por sua vez, sendo
Acesso em: 26 maio
nativos digitais, podem se sentir mais engajados em propostas de produção que utilizem celular,
2022.
câmera fotográfica, de vídeo ou gravador de áudio, que se aproximam muito de tudo aquilo a que
têm acesso fora da escola.
DisobeyArt/iStockphoto/Getty Images
piciar uma educação integral, baliza-
da pelos direitos humanos e princípios
democráticos, pode se concretizar em
aulas de Arte contextualizadas e ade-
quadas às culturas juvenis e à cultura
e à arte contemporâneas.
XXI
GoodStudio/Shutterstock
Na tela
Para obter mais
informações sobre
culturas juvenis,
assista ao vídeo do
Centro de Mídias da
Educação de São
Paulo. Disponível em:
https://www.youtube.
com/watch?v=H-_
OOm8afdA. Acesso em:
Tribos jovens. 26 maio 2022.
26
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. p. 35-36.
XXII
Nesse cenário, torna-se evidente que o respeito à diversidade está estreitamente relacionado à
saúde mental. O aumento significativo do número de casos de transtornos mentais, principalmente
na infância e adolescência, bem como o crescente relato de episódios de automutilação e tentati-
vas de suicídio entre adolescentes são exemplos claros de quão delicado o momento atual vem se
desenhando.
A escola, depois da família, é a principal responsável pelo aprendizado das regras de convivência
social, desempenhando um papel especialmente importante de conscientizar os estudantes e pro-
mover sua saúde social e mental por meio de atividades e projetos coletivos que envolvam o respeito
à diversidade e, por extensão, o combate ao preconceito, à discriminação e ao bullying.
Uma Arte-educação que valorize a cultura de paz deve propor o uso de processos metodológicos
Na tela
criativos, participativos e de construção coletiva da aprendizagem, a fim de transformar a escola
em um ambiente de sensibilização e vivência, com o objetivo de valorizar as diferenças e, ao mesmo Para obter mais
tempo, enfrentar as desigualdades, mesmo que, muitas vezes, esse enfrentamento provoque situa- informações sobre
ções de conflito. bullying, consulte o tema
Nesse sentido, o conflito é tomado como uma dimensão natural e inevitável da existência hu- no site Convivere Mais.
mana, que, se mediado de modo adequado, pode vir a constituir uma importante experiência de Disponível em: https://
desenvolvimento pessoal. A mediação de conflitos realizada por professores, coordenadores e di- www.conviveremais.com.
retores escolares, além do suporte das redes de proteção de abrangência municipal, estadual, br/?s=bullying. Acesso
nacional e/ou internacional, pode ajudar, assim, na segurança de cada estudante e na segurança em: 28 jun. 2022.
do ambiente escolar.
Dica prática
Mediação de conflitos
Como sabemos, pré-adolescentes e adolescentes podem apresentar nuances de um comporta-
mento peculiar na escola que conturbam as aulas, como conversar, fazer piadas e rir em momen-
tos impróprios, não trazer o material necessário, chegar com atraso à sala e deixar de fazer a
lição de casa, entre outros. Essas ações, que refletem uma atitude de constante enfrentamento,
podem resultar em aulas infrutíferas.
Nas aulas de Arte, em especial, os momentos de experimentação em dança e teatro promovem
encontros bem diferentes da prática escolar cotidiana, pois algumas atividades envolvem, mui-
tas vezes, um trabalho corporal. Isso pode suscitar, por exemplo, atitudes de bullying e resultar
em momentos de confronto.
A fim de auxiliá-lo nessas situações, sugerimos, como estratégia para estimular o diálogo e a
compreensão, a mediação de conflitos, um método alternativo utilizado para prevenção, nego-
ciação e resolução de conflitos, ou seja, para a prática restaurativa aplicada a diferentes campos
da convivência.
A mediação de conflitos é um processo confidencial no qual o mediador, um terceiro neutro
capacitado, facilita a comunicação entre os protagonistas de um conflito a fim de ajudá-los
a encontrar soluções mutuamente aceitáveis e a transformar uma situação adversarial em
colaborativa.
O mediador não decide o que é certo ou errado nem encontra culpados ou inocentes. Ele pro-
cura ajudar os envolvidos na disputa a encontrar juntos um caminho pacífico para resolvê-la.
Uma questão central quando se trata de conflito é compreender a maneira como, nessas si-
tuações, os envolvidos pensam, agem e sentem, em geral de acordo com sua visão de mundo.
Assim, aqueles que acreditam que, no conflito, só existe risco, tendo uma visão negativa dele,
endurecem sua posição, dificultando qualquer tentativa de solução. Por sua vez, aqueles que
acreditam que o conflito é uma dificuldade que pode ser resolvida de alguma forma, conferindo
a ele uma visão mais positiva, têm maior probabilidade de desenvolver recursos para buscar
soluções. Entretanto, o conflito é um processo interacional, ou seja, sempre construído por duas
ou mais partes, que se caracteriza por:
⓿ posição antagônica entre os interesses das partes;
⓿ presença ou ausência de processos agressivos entre as partes;
⓿ disputa como apenas uma etapa do conflito, intercalada com momentos de tristeza e angús-
tia, entre outras atitudes;
⓿ partes antagônicas que acreditam que seus interesses não podem ser satisfeitos simulta-
neamente;
⓿ inflexibilidade das partes.
XXIII
A convivência entre pessoas, grupos e nações foi marcada em todos os tempos por conflitos,
que oferecem maior ou menor risco segundo a maneira positiva ou negativa como são enxerga- Biblioteca
dos. Chegar a uma solução depende sempre dos recursos que as partes envolvidas disponham
para negociar acordos e criar alternativas para a disputa; caso contrário, ela pode levar à ruptu- TORREMORELL, Maria
ra de relacionamentos, impasse nos negócios e guerra entre nações. Carme B. Mediação
A busca de alternativas para resolução dos conflitos envolve práticas que consistem em: de conflitos na escola:
Modelos, estratégias
⓿ legitimar as diferenças;
e práticas. São Paulo:
⓿ buscar opções que atendam de algum modo aos interesses e às necessidades dos envolvidos;
Summus, 2021. Nessa
⓿ possibilitar a colaboração entre as partes; obra extremamente
⓿ favorecer o empoderamento pessoal e o reconhecimento do outro; didática, dividida em
⓿ estimular o diálogo; três partes, abordam-se
os fundamentos da
⓿ criar um contexto favorável para a construção de acordos participativos e duradouros.
mediação de conflitos,
O mediador pode empregar inúmeras técnicas para fazer a mediação de um conflito. Uma delas
seus modelos e
é a técnica restaurativa – círculo de classe/hora do círculo, de Belinda Hopkins27. Segundo essa
âmbitos de aplicação,
técnica, em um conflito escolar, o mediador deve criar um círculo com os envolvidos e iniciar uma
o passo a passo para
conversa com base nestas perguntas:
sua implementação,
⓿ De acordo com seu ponto de vista, o que aconteceu?
seu uso específico na
⓿ O que cada uma das partes envolvidas está sentindo e pensando? comunidade escolar – na
⓿ Entre os envolvidos, quem foi mais afetado ou sofreu algum dano? Educação Infantil, no
⓿ O que é preciso ser feito para que uma boa relação se restabeleça? Ensino Fundamental e
no Ensino Médio – e o
⓿ O que posso fazer para ajudar?
papel do mediador no
⓿ Como dar uma oportunidade aos envolvidos de reparar o dano causado e pôr tudo em ordem? processo. Apresentam-se
⓿ O que se pode aprender com o episódio? ainda exemplos
⓿ Como teria sido possível tratar o ocorrido de outra maneira? bem-sucedidos de
mediação e um plano
⓿ Como você acha que os envolvidos na disputa se sentem? O que pensa do atual estado deles?
detalhado para formar
⓿ Que soluções podem beneficiar cada um dos envolvidos? mediadores no âmbito
⓿ O que você pensou quando ocorreu o episódio? Estava tentando conseguir o quê? educativo.
Houve mudanças em sua vida depois do incidente?
Reprodução/Summus Editorial
⓿
O “perguntar restaurativo”, como é chamada essa prática, leva a uma forma de escuta que
possibilita ao ouvinte entender a história de seu interlocutor e reconhecer seus pensamentos,
sentimentos e necessidades em dado momento. Em síntese, permite refletir sobre o episódio e
suas consequências futuras, promove a expressão de sentimentos, pensamentos, ações, com-
portamentos e necessidades e auxilia na busca de um caminho de conciliação, ou um modo
de fazer com que as coisas fiquem bem. Além disso, permite ao ouvinte permanecer imparcial
perante a situação.
Ao utilizar essa técnica, é esperado das partes que:
⓿ narrem seu lado da história;
⓿ expressem seus sentimentos a fim de buscar compreender melhor o que aconteceu;
⓿ compreendam como isso pode ser evitado no futuro;
⓿ sintam-se compreendidas por todos os envolvidos e reconheçam o dano causado;
⓿ encontrem um modo de continuar juntos e de se sentir melhor em relação a si mesmos e aos
demais.
27
HOPKINS, Belinda. Just Schools: a whole School Approach to Restorative Justice. Londres/Filadélfia: Jessica Kingsley,
2004.
28
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. p. 60.
XXIV
O projeto de vida relaciona-se com o caminho que os jovens escolhem para identificar seus inte-
resses, limites e potenciais, que são influenciados pelo meio em que estão inseridos. Dessa forma, é
possível identificar como esses projetos futuros são influenciados pelas culturas juvenis e trazê-los
para a reflexão individual dos estudantes.
Por isso, é uma missão da escola habilitá-los para gerir a própria vida, capacitando-os a planejar,
eleger metas de aprendizagem e fazer projetos de médio e longo prazo. Algumas características es-
senciais para que isso aconteça são persistência, foco e respeito a compromissos. O professor, então,
deve mostrar a eles que é preciso esforço para alcançar objetivos e superar dificuldades – isso inclui
a busca de apoio na família, na escola e na comunidade. Os estudantes devem compreender ainda
que a autoavaliação é uma habilidade necessária para ajudá-los a ser independente e a melhorar seu
desempenho.
O projeto de vida contempla também uma compreensão a respeito do mundo do trabalho, de
suas possibilidades, dificuldades e tendências. Os estudantes devem ser incentivados a compreen-
der suas habilidades e competências e relacioná-las a possíveis carreiras e caminhos profissionais.
Nesse sentido, abarca ainda o campo das pesquisas científicas e dos estudos acadêmicos, carreira
potencial a todos que cursarem uma graduação.
Na relação entre projeto de vida e experiência escolar, devem-se considerar três dimensões dis-
tintas e interligadas:
⓿ Autoconhecimento (descoberta de aspirações, interesses, potenciais e desafios pessoais), pro-
cesso que se relaciona com o encontro consigo, com ênfase na dimensão pessoal.
⓿ Expansão e exploração (reflexão sobre relações sociais e ampliação de horizontes e possibilida-
des), processo que envolve o encontro com o outro e o mundo, com ênfase na dimensão cidadã.
⓿ Reconhecimento (construção de caminhos para a vida futura), que aborda o encontro com o
futuro e o nós, com ênfase na dimensão de reconhecimento de possíveis vocações.
XXV
4. Ensino de Arte e BNCC
Educação integral e interdisciplinaridade
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo que tem como objetivo
definir um conjunto de aprendizagens mínimas comuns que devem ser desenvolvidas nas etapas da
Educação Básica nas escolas de todo o território brasileiro.
O documento, baseado em princípios éticos, políticos e estéticos estabelecidos pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCN) da Educação Básica, propõe parâmetros para uma educação para a
formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Vextok/Shutterstock
Educação integral
para construir uma
sociedade justa,
democrática e
inclusiva.
A educação integral proposta pela BNCC visa a um desenvolvimento global dos estudantes, reco-
nhecendo que o processo de aprendizado é complexo, não linear e composto das diversas dimensões
da vida (afetiva, cognitiva, estética e ética, entre outras). Nesse sentido, os estudantes são conside-
rados sujeitos desse processo, ou seja, agentes da própria formação, e a educação, por sua vez, deve
abrigar as singularidades de cada um deles, acolhendo as diferentes culturas juvenis.
Nessa perspectiva, mais do que acumular informações, os estudantes devem ser capazes de lidar
com a realidade que os cerca, transitando inclusive pelas diversas plataformas tecnológicas e fazen-
do um uso adequado de suas ferramentas. Portanto, a educação integral traz embutida a possibili-
dade de criar pontes entre os diferentes componentes curriculares e o mundo real, de maneira que
o aprendizado capacite os estudantes para se desenvolver na escola e na vida. Assim, seus variados
contextos de inserção devem ser considerados para que as singularidades pessoais, culturais e re-
gionais sejam respeitadas – o que implica ouvir e considerar toda a comunidade escolar.
Uma educação integral, então, deve levar em conta também o que está para além da escola e
da sala de aula, contemplar diferentes perspectivas e existências, além de oferecer aos estudantes
a possibilidade de vivenciar diferentes linguagens, contextos e ritmos para que sejam capazes de se
desenvolver física, social, intelectual e afetivamente.
Segundo as DCN para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB n. 7, de 2010, e Resolução CNE/CEB
n. 4, de 2010), a interdisciplinaridade é recomendada no trabalho escolar para facilitar o exercício da
transversalidade, ou seja, o modo de organizar o currículo por meio de temas transversais. A articu-
lação dos conhecimentos é um dos objetivos dessa maneira de organizar o currículo, pois permite
romper com a forma rígida de trabalhar separadamente com os saberes escolares.
Nesse sentido, ao realizar um projeto de trabalho, você tem a oportunidade de levar os estudan-
tes a entender que determinado conhecimento não é exclusividade de uma disciplina específica, mas
transita entre diferentes modos de entender e explicar a vida.
XXVI
A Segundo Fernando Hernández29, para realizar projetos interdisciplinares é importante integrar
conhecimentos e desenvolver habilidades de vários componentes curriculares, reconhecendo a curio-
sidade dos estudantes e estimulando as questões que levantam e as possíveis relações que são ca- Na tela
pazes de estabelecer entre os saberes. Portanto, a organização do currículo por projetos de trabalho
Para obter mais
permite que a interdisciplinaridade aconteça entre as linguagens artísticas e entre o componente
informações sobre
Arte e outros componentes curriculares.
o tema, ouça o
Os saberes e procedimentos específicos de cada uma das linguagens artísticas e alguns dos co- podcast O que é
nhecimentos de outras disciplinas do Ensino Fundamental – Anos Finais estão contemplados em
interdisciplinaridade?,
cada uma das unidades da coleção. Acreditamos que essa abertura para a interdisciplinaridade po-
realizado por estudantes
derá despertar no professor o desejo de experimentar e trazer mais conhecimentos de outras disci-
do Programa de
plinas para cada um dos projetos.
Educação Tutorial –
Conexões de Saberes/
Interdisciplinar, da
Para conhecer a coleção
Universidade Federal
Observe a articulação das linguagens e dos componentes curriculares enfocadas na seção Co- Fluminense (UFF).
nexões dos capítulos. Disponível em: https://
cafecompet.wordpress.
Trabalho integrado de linguagens e disciplinas na coleção com/2020/09/21/2o
-episodio-o-que-e
Volume Unidade Unidade temática/linguagem Componente curricular -interdisciplinaridade/.
Acesso em: 29 jun. 2022.
Arte
Teatro: figurino
Língua Portuguesa
1 Artes visuais: escultura
História
Artes integradas: performance
o
6 ano Geografia
Dança: dança contemporânea Arte
2 Música: rock e culturas juvenis Ciências
Artes integradas: objetos relacionais Língua Portuguesa
Arte
Artes visuais: grafite
Geografia
1 Teatro: teatro de rua
História
Artes integradas: audiovisual (cinema)
o
7 ano Matemática
Dança: danças tradicionais brasileiras Arte
2 Música: coral de músicas tradicionais brasileiras Geografia
Artes integradas: festejo tradicional brasileiro História
Dança: danças indígenas brasileiras
Arte
Artes visuais: arte africana contemporânea
1 Educação Física
(ready-made)
Ciências
8o ano Artes integradas: intervenção artística
Teatro: Teatro do Oprimido Arte
2 Música: músicas afro-brasileiras Geografia
Artes integradas: artes circenses História
Música: instrumentos musicais de sucata e luteria Arte
Dança: dança contemporânea e intervenção urbana Língua Portuguesa
1
de dança Geografia
Artes integradas: escultura social Informática
9o ano
Teatro: Teatro do Absurdo Arte
2 Artes visuais: land art Informática
Artes integradas: videoarte Ciências
29
HERNÁNDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho. 5. ed. Porto Alegre:
Penso, 2017.
XXVII
cultural em diálogo permanente tanto com a cultura local como com a cultura do planeta. Portanto,
a escolha das questões norteadoras foi feita com a mesma intenção: começar pelo âmbito local
para chegar ao global.
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), os TCT adequados à problemática atual ajudam
na construção de valores e podem ser trabalhados em qualquer área ou componente curricular do
Ensino Fundamental. Esses temas, que não pertencem a uma área em particular, mas que atravessam
todas elas, são multiculturalismo, cidadania e civismo, saúde, economia, meio ambiente, ciência e
tecnologia, que se desdobram em subtemas, como mostra o esquema.
MEIO AMBIENTE
Educação ambiental
Educação para o consumo
CIÊNCIA E TECNOLOGIA ECONOMIA
Ciência e Tecnologia Trabalho
Educação financeira
Educação fiscal
MULTICULTURALISMO TEMAS
Diversidade cultural CONTEMPORÂNEOS
Educação para a valorização TRANSVERSAIS NA BNCC
do multiculturalismo nas SAÚDE
matrizes históricas e culturais Saúde
brasileiras Educação alimentar e nutricional
CIDADANIA E CIVISMO
Vida familiar e social
Educação para o trânsito
Educação em direitos humanos
Direitos da criança e do adolescente
Processo de envelhecimento, BRASIL. Ministério da Educação. Temas
contemporâneos transversais na BNCC:
respeito e valorização do idoso contexto histórico e pressupostos
pedagógicos. Brasília: MEC, 2019. p. 13.
TCT na coleção
XXVIII
Distribuição dos projetos pelas unidades
As unidades da coleção se iniciam com a Introdução, que tem a função de sensibilizar os estu-
dantes para a questão norteadora e o TCT que as permeiam, e se encerram com o Unindo as pontas,
que visa conectar os saberes estudados nos capítulos de cada uma delas por meio do trabalho com
uma obra de arte integrada, que vai culminar com uma mostra cultural.
Um dos resultados esperados na pedagogia de projetos é o levantamento de novas questões e
problemas com base no que foi vivenciado e aprendido. Afinal, um tema nunca se esgota se for de
fato relevante e fruto de um questionamento significativo. Dessa forma, no encerramento de cada
uma das unidades, os estudantes são convidados a continuar a pesquisa e a criação com base nas
vivências que tiveram no decorrer dos estudos.
Nesse caso, deve-se considerar a necessidade de haver um fio condutor para articular os projetos
e os temas, que, por sua vez, devem se relacionar com o PPP da escola e os currículos do município e
do estado em que a escola se situa. Assim, o trabalho do professor em sala de aula engloba a criação
de índices ou listas para organizar o trabalho e a elaboração de sínteses para a conferência das
descobertas feitas pelos estudantes.
As listas permitem uma previsão de saberes (conceituais e procedimentais) e atividades, bem
como de fontes de informação que auxiliem a iniciar e desenvolver o projeto. Essa seleção de infor-
mação deve ser contrastada com fontes que os estudantes venham a apresentar e conjugada com
saídas culturais e outros eventos para ampliação de repertório. As sínteses, por sua vez, vão reforçar
a consciência do aprender e auxiliar tanto estudantes como professores a verificar o que foi apren-
dido e o que deve ser revisto.
Outro recurso fundamental para o controle do trabalho docente é o diário de bordo ou diário de
campo, instrumento de registro que permite a reflexão docente sobre o trabalho realizado com os
estudantes, além do planejamento de seus próximos passos. Esse registro pode ser feito com a ajuda Na tela
dos estudantes ou não, mas deve ser acessado por todos. Para obter mais
informações sobre o
Educação baseada em competências uso do diário de bordo
Para a elaboração dos volumes da coleção, conforme a orientação da BNCC, buscou-se respaldo nas aulas de Arte,
na educação baseada em competências, que é um processo de ensino-aprendizagem interdiscipli- acesse o artigo “O
nar fundamentado em atividades desafiadoras que possibilitam aos estudantes resolver problemas diário de bordo como
– para tanto, os estudantes devem retomar conhecimentos já construídos ao mesmo tempo que elemento diferenciador
buscam novos conhecimentos. na aprendizagem por
Portanto, nesta coleção, entende-se que uma competência será alcançada por meio da mobili- projeto, experimental e
zação de certas habilidades com o objetivo de resolver demandas complexas da vida cotidiana, do artística”, de Carolina
exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Assim, para que os estudantes alcancem determina- R. M. C. Branco e
da competência, é preciso que desenvolvam antes diversas habilidades, que, por sua vez, podem ser Sofia M. B. Jorge, da
definidas como a articulação de conhecimentos que visam a uma ação, um agir no mundo30. Habi- Universidade de Lisboa.
lidade, por essa via, é uma forma agregada de conhecimento (conceitos, procedimentos, atitudes e Disponível em: https://
valores), que pode ser organizada da seguinte maneira: repositorio.ul.pt/
handle/10451/29211.
⓿ Habilidade cognitiva: permite que os estudantes aprendam a aprender; exercitem sua curio-
Acesso em: 29 jun. 2022.
sidade intelectual; aprendam a investigar causas e elaborar e testar hipóteses; aprendam a
formular e resolver problemas; valorizem e utilizem conhecimentos historicamente construídos;
desenvolvam o senso estético; tenham autonomia para tomar decisões; exercitem a invenção
de soluções; entre outras experiências.
⓿ Habilidade prática: permite que os estudantes apliquem conhecimentos para resolver proble-
mas; sejam proativos para identificar os dados de uma situação e buscar soluções; utilizem tec-
nologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética
nas diversas práticas do cotidiano ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos e resolver problemas; entre outras experiências.
30
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. p. 18.
XXIX
⓿ Habilidade socioemocional: permite que os
ArtVarStudio/Shutterstock
estudantes saibam reconhecer emoções e ge-
rir sua expressão desenvolvendo formas so-
cialmente aceitáveis de comunicá-las; cuidem
de sua saúde física e emocional; reconheçam
as emoções dos outros e tenham capacidade
para lidar com elas e com a pressão do gru-
po; convivam com pessoas e instituições em
um contexto de regras, praticando o respeito
mútuo e a colaboração; exercitem a empatia,
o diálogo, a resolução de conflitos e a coope-
ração; respeitem-se e respeitem o outro; aco-
lham e valorizem a diversidade de indivíduos
e grupos sociais; reconheçam-se como parte
de uma coletividade; atuem com responsabi-
lidade nos contextos das culturas digitais; co-
laborem para a construção de uma sociedade
solidária; entre outras experiências.
Por isso, na educação baseada em competên-
cias, a fim de ser assertivo, o trabalho docente
deve propor atividades voltadas à mobilização de
habilidades para desenvolver competências. Como
afirmam Lino de Macedo e Maria Inês Finni:
Um professor que medeia pode ser diferente de um pro-
fessor que mobiliza. Ele pode mobilizar de muitas formas:
propor exercícios ou tarefas a serem realizados, configu-
rar rodas de conversa sobre determinado tema, fazer re-
flexões ou propor projetos. O aluno, igualmente, pode ser
mobilizado de muitas formas: pelas ações ou motivações
de seu professor, pelo intercâmbio com seus pares, por suas motivações em fazer pesquisas, discutir um ponto de Pode-se mobilizar habilidades
vista, assumir certa atitude ou abraçar dado valor. por meio de estratégias diversas,
como atividades e rodas de
Quem mobiliza organiza uma situação, aceita um desafio, compromete-se com alguma coisa. A mobilização sem-
conversa.
pre acontece com um sujeito, mesmo que seja estimulada por outro. Se vida é movimento, viver é mobilizar-se
para lhe dar sentido, para conhecer e conviver com seus desafios. Daí competência ser, para a BNCC, o mesmo que
conhecimento mobilizado, operado e aplicado em situação, sendo conhecimento compreendido de forma ampla,
ou seja, envolvendo conceitos, procedimentos, valores e atitudes.31
Nesta coleção, as habilidades cognitivas, práticas e socioemocionais relativas ao componente
curricular Arte presentes na BNCC são mobilizadas por meio de atividades variadas, que, além de
propor o estudo contextualizado das práticas artísticas, exigem dos estudantes reflexão, debate,
pesquisa e ação cidadã, tendo em vista o desenvolvimento da argumentação, da ampliação do re-
pertório e do protagonismo social, com base em valores democráticos e atitudes participativas e co-
laborativas. Nesse sentido, considera os estudantes sujeitos do próprio processo de aprendizagem e
agentes de transformação dentro e fora da escola.
31
MACEDO, Lino de; FINNI, Maria Inês. Uma análise do conceito de competências na BNCC. Desafios da Educação, jul. 2018.
Disponível em: https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/analise-de-competencias-na-bncc/. Acesso em: 31 maio 2022.
XXX
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar
de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora
e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar infor-
mações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que
lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício
da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias,
pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioam-
biental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade huma-
na e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o
respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, to-
mando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.32
Segundo a BNCC, as linguagens são dinâmicas, e os conhecimentos humanos, sempre construídos
por formas de linguagem, fruto de ações intersubjetivas geradas em atividades coletivas, nas quais
as ações dos sujeitos são reguladas por outros sujeitos.
Na BNCC, a área de Linguagens no Ensino Fundamental é composta pelos componentes curricula-
res Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e, além dessas, nos Anos Finais, Língua Inglesa.
No decorrer do Ensino Fundamental, os componentes dessa área do conhecimento organizam
as aprendizagens com vistas à ampliação de capacidades expressivas e à compreensão de como se
estruturam as manifestações artísticas, corporais e linguísticas. Nesse sentido, as práticas de lingua-
gem são reconhecidas como produtos culturais que organizam as relações humanas.
Assim, os estudantes do Ensino Fundamental brasileiro devem desenvolver também determina-
das competências específicas de Linguagens.
Na BNCC, propõe-se ainda que o estudo da Arte, considerado um dos componentes de uma área
do conhecimento e entendida como patrimônio histórico e cultural da humanidade, seja centrado
em quatro linguagens: artes visuais, dança, música e teatro; assim como que seja explorada a articu-
lação entre essas linguagens por meio das artes integradas.
32
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018, p. 9-10.
33
Idem, p. 63.
XXXI
Em síntese, o componente Arte no Ensino Fundamental articula manifestações culturais de tempos e espaços diver-
sos, incluindo o entorno artístico dos alunos e as produções artísticas e culturais que lhes são contemporâneas. Do
ponto de vista histórico, social e político, propicia a eles o entendimento dos costumes e dos valores constituintes
das culturas, manifestados em seus processos e produtos artísticos, o que contribui para sua formação integral.34
Além disso, de acordo com a BNCC, a abordagem das linguagens artísticas deve articular as se-
guintes dimensões do conhecimento: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. Portanto,
em cada capítulo da coleção, há seções que têm como foco trabalhar essas dimensões a fim de criar
uma sequência didática que permita o desenvolvimento de determinadas competências específicas
de Arte.
Unidades Objetos do
Habilidades
temáticas conhecimento
(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em
obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de
modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginá-
rio, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
Contextos e práticas
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais
(cinema, animações, vídeos, etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos, etc.), cenográficas, coreo-
gráficas, musicais, etc.
(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala,
Elementos de linguagem
Artes visuais dimensão, espaço, movimento, etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.
(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadri-
Materialidades
nhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance, etc.).
(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de
modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alterna-
Processo de criação tivos e digitais.
(EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de
criação nas suas produções visuais.
(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, esta-
Sistemas da linguagem
belecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.
34
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB,2018, p. 194-195.
35
Idem, p. 196.
36
Idem.
XXXII
Unidades Objetos do
Habilidades
temáticas conhecimento
(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhe-
Contextos e práticas
cendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.
(EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criti-
camente, o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.
Elementos da linguagem
(EF69AR11) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos
que, combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.
Dança (EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a
construção de vocabulários e repertórios próprios.
(EF69AR13) Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes es-
téticas e culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.
Processos de criação
(EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora, etc.) e espa-
ços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.
(EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos,
problematizando estereótipos e preconceitos.
(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos
de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política,
histórica, econômica, estética e ética.
(EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música
Contextos e práticas e do conhecimento musical.
(EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros que contribuí-
ram para o desenvolvimento de formas e gêneros musicais.
(EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo
a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical.
(EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo,
Música Elementos da linguagem etc.), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de compo-
sição/criação, execução e apreciação musicais.
(EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e aprecia-
Materialidades ção musical, reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.
(EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de registro musical (notação musical tradicional, partituras
Notação e registro musical criativas e procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e
audiovisual.
(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando
Processos de criação vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando
ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.
(EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, in-
vestigando os modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro.
Contextos e práticas (EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a
aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.
(EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, ade-
Elementos da linguagem reços, cenário, iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.
(EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo
Teatro
com o teatro contemporâneo.
(EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artís-
tico coletivo e colaborativo.
Processos de criação (EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvi-
sação teatral e no jogo cênico.
(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos
(música, imagens, objetos, etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sono-
plastia e considerando a relação com o espectador.
(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica,
Contextos e práticas
econômica, estética e ética.
Processos de criação (EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
Matrizes estéticas e (EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas
Artes culturais eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design, etc.).
integradas
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a
Patrimônio cultural brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção
de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.
(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, regis-
Arte e tecnologia
trar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.
XXXIII
Dica prática
Relação entre competências e habilidades
Para demonstrar a diferença de trabalhar com as competências gerais, as específicas de área,
as específicas do componente e as habilidades da BNCC, é importante compreender como elas
se inter-relacionam.
Como foi dito, para que as competências sejam desenvolvidas, os estudantes devem mobilizar
determinadas habilidades. Com o objetivo de deixar clara essa relação, podemos decompor os
textos de cada uma das competências gerais, específicas de área, específicas do componente e
habilidades em trechos menores a fim de examinar suas palavras-chave, que indicam como uma
ou mais de uma das dez competências gerais dialogam com as competências específicas de área
e do componente e com as habilidades.
Observe, na sequência, um exemplo dessa decomposição com base na Unidade 2, do 6º ano
(feita por meio de trechos sublinhados nos descritivos das competências e habilidades), para
auxiliar na compreensão dessa ideia.
Competência geral 1: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, conti-
nuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
Competência de área Linguagens 2: Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem
(artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para con-
tinuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar
para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
Competência de Arte 1: Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produ-
ções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades
tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reco-
nhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contex-
tos e dialogar com as diversidades.
Unidade temática Música
(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da mú-
sica em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às di-
ferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
Unidade temática Dança
(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e ence-
nação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos
brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.37
O “cascateamento” realizado visou demonstrar que, ao trabalhar com competências (gerais e es-
pecíficas) e habilidades, não se pretende atender separadamente cada uma delas, mas fazer um
trabalho articulado que alicerce a proposta em prol do desenvolvimento integral do estudante.
37
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018.
38
Idem, p. 9.
XXXIV
Em uma educação dialógica, que valoriza a argu-
Dica prática
Como orientar o debate
Um aspecto relevante para o processo de ensino-aprendizagem no Ensino Básico é levar os estu-
dantes a desenvolver a habilidade de debater entre si a fim de chegar a consensos e conclusões
parciais. Os debates, ou discussões mediadas, são essenciais para uma educação crítica, e quem
deve fazer essa mediação é o professor.
Antes de um debate, o professor deve apresentar o tema, ou o problema a ser debatido pela
turma, a fim de orientar a busca de subsídios, como textos, filmes e imagens, entre outros, que
vão sustentar a argumentação. Após a apresentação, pode criar duas hipóteses de resolução do
problema para que os estudantes as defendam. Para visualização e ênfase, sugere-se o registro
do problema e das hipóteses na lousa.
É essencial esclarecer para os estudantes os parâmetros éticos que vão guiar o julgamento do
mediador, como os valores democráticos, os direitos humanos e o respeito à diversidade, por
exemplo.
Além disso, é preciso estipular as regras do debate, incluindo tempo de preparação e de exposi-
ção de cada debatedor, além da quantidade de réplicas e tréplicas, quando os contra-argumen-
tos serão apresentados.
Deve-se ressaltar para os estudantes que a fala dos debatedores não pode ser interrompida e
que cabe ao professor-mediador manter a ordem no debate, de forma que sejam garantidos o
direito à fala e a integridade dela a cada participante.
Encerradas as réplicas e tréplicas, o professor pode convidar os estudantes que não debateram
a questionar os debatedores, que, desse modo, terão oportunidade para refletir sobre a própria
argumentação e os pontos expostos pelo opositor.
O debate estará concluído quando todos os participantes tiverem exposto seus argumentos e
estiver estabelecido um panorama geral da diversidade de olhares trazida para aquele diálogo.
É preciso ficar evidente para os estudantes que nenhum deles será preterido nesse processo
e que todos terão espaço para se posicionar, desde que não se reproduzam discursos de ódio
nem sejam utilizados enunciados antiéticos, violentos ou, em alguma medida, problemáticos e
desrespeitosos. Nesse sentido, a mediação dos professores será especialmente fundamental.
XXXV
Leitura e escrita nas aulas de Arte
Os estudantes vão se valer da leitura e da escrita de textos verbais nas aulas de Arte em diver-
sas situações, como na busca de informações durante as pesquisas, para seguir as orientações
nas etapas das atividades e na escrita de textos críticos e criativos, entre muitas outras situações
relevantes.
É por esse motivo que, nesta coleção, sugerimos a leitura e a exploração de diferentes gêneros
discursivos (textuais), que visam principalmente a uma análise voltada ao uso e à compreensão de
que tudo que é produzido no ato de enunciação é discurso, produto da enunciação.
Assim, nos volumes da coleção há diversos enunciados (discursos), que fazem parte da sequência
didática, tanto para ser lidos e analisados como para ser produzidos e divulgados pelos estudantes.
Sugerimos que, durante a leitura, além do tema, o professor explore o contexto de produção, o es-
tilo e os aspectos formais de cada enunciado (discurso), destacando inclusive os campos de atuação
a que o texto lido pertence.
Segundo Isabel Solé39, diferentes estratégias contribuem para que a leitura de textos verbais re-
sulte proveitosa. Assim, antes, durante e depois da leitura, pode-se buscar, entre outras estratégias:
⓿ antecipar o que será lido, com questões como: “Do que será que se trata esse texto?”; “Que
tipo de informação será que vamos encontrar nele?”; “Com base em que podemos levantar tais
hipóteses?”;
⓿ chamar a atenção para componentes do texto, como títulos, subtítulos, enumerações e pala-
vras-chave;
⓿ abordar o tema do texto para mobilizar os conhecimentos prévios dos estudantes;
⓿ orientar diferentes modos de ler, como leituras individuais silenciosas, leituras compartilhadas
em pequenos grupos e leituras coletivas, com toda a turma;
⓿ refletir sobre aspectos do texto lido, como a relevância do tema, o sentido da mensagem e as
diferentes acepções propostas para sua interpretação;
⓿ orientar uma discussão sobre o texto lido e, por fim, propor a produção de um resumo que con-
tenha as ideias principais veiculadas por ele.
Assim, a fim de desenvolver o nível inferencial dos estudantes, é necessário que, além de pro-
mover o aprendizado das diferentes línguas e linguagens e dos valores necessários à convivência
democrática, o professor busque ampliar o repertório discursivo e cultural desses estudantes, pois,
quanto maior o repertório, mais capazes de articular conhecimentos prévios e informações textuais
e discursivas eles serão.
Nesse sentido, o discurso é compreendido como algo que só se constrói por meio de uma coauto-
ria entre autor e leitor, ou entre emissor e receptor.
39
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 2008.
XXXVI
A compreensão da linguagem é então um verdadeiro jogo entre aquilo que está explícito no texto (que é em parte
percebido, em parte previsto) e entre aquilo que o leitor insere no texto por conta própria, a partir de inferências
que faz, baseado no seu conhecimento do mundo.40
Nos volumes da coleção, os estudantes são instados a todo momento a se envolver com gêneros
discursivos diversificados. Essa participação ativa é requisitada por meio de atividades de debate,
reflexão e pesquisa, entre tantas outras. Segundo Dell’Isola:
Quando o sujeito-leitor se deixa interagir com o texto, completando-lhe as lacunas com sua própria história, tro-
cando experiências um com o outro, um novo texto surge, uma nova produção se dá, e a verdadeira leitura aconte-
ce. O texto permite uma multiplicidade tamanha de leituras quantos múltiplos forem seus leitores já que cada um
gera inferências segundo seu conhecimento de mundo. Conhecimento de mundo engloba componentes emocio-
nais, socioculturais, políticos e econômicos e isso, ou vem sendo desprezado pela escola, ou pior, vem sendo “pu-
nido” pelo sistema, através da figura do professor que não permite a viagem pelo texto.41
Para ampliar o repertório cultural dos estudantes e estimular suas múltiplas formas de expressão
e interpretação, apresentam-se a eles nesta coleção textos oriundos de culturas diferentes, além de
uma grande variedade de gêneros discursivos (visuais, sonoros, textuais, corporais).
Dica prática
Inferência e diversidade em sala de aula
Para que os estudantes possam desenvolver a ⓿ Resumir o texto;
habilidade de inferir, é preciso que, antes, outras ⓿ Fichar o texto;
habilidades tenham sido mobilizadas, como:
⓿ Comparar o que se leu com outras obras do
⓿ Dominar as regras do sistema alfabético
autor ou de outros autores;
para ler e escrever;
⓿ Fazer paráfrases, ou seja, escrever um texto
⓿ Associar adequadamente letras e sons;
com base no texto lido para torná-lo mais com-
⓿ Ler palavras com vários tipos de estrutura preensível ou apresentar um novo enfoque.
silábica;
Além disso, é necessário propor atividades que
⓿ Reconhecer a finalidade do texto com o levem os estudantes a desenvolver o compor-
apoio das características gráficas; tamento leitor, que está relacionado com pro-
⓿ Reconhecer o tema/assunto de gêneros tex- cedimentos, como:
tuais diversos; ⓿ Procurar regularmente materiais de leitura;
⓿ Ler palavras de diferentes tamanhos e pa- ⓿ Zelar por diferentes materiais de leitura;
drões silábicos; ⓿ Frequentar bibliotecas;
⓿ Ler frases com sintaxe simples e complexa;
⓿ Contrastar informações provenientes de di-
⓿ Ler textos com autonomia, localizando infor- ferentes fontes sobre um tema de interesse;
mações e reconhecendo o tema/assunto ou
⓿ Acompanhar um autor preferido;
a finalidade com base na leitura;
⓿ Comentar com outros o que está lendo;
⓿ Ter o domínio do sistema de escrita e a com-
preensão do princípio alfabético. ⓿ Compartilhar a leitura, socializando critérios
de escolha e apreciação estética de leituras;
Nesse sentido, é preciso realizar avaliações
diagnósticas com a turma antes de propor ati- ⓿ Comentar ou recomendar o que leu, inclusive
vidades mais complexas. lendo trechos de textos que gostou para os
O professor de Língua Portuguesa é o mais colegas;
indicado para auxiliar o professor de Arte no ⓿ Confrontar sua interpretação de um livro ou
trabalho de desenvolvimento da habilidade de uma notícia com a de outros leitores;
fazer interferências com aqueles estudantes ⓿ Atrever-se a ler textos difíceis, entre outros.
que ainda apresentam dificuldade com essa
habilidade. Por fim, há atividades que podem e devem ser
Para tanto, deve-se realizar com frequência promovidas por todos os docentes da área de
atividades em que procedimentos de leitu- Linguagens, como:
ra, como os listados na continuação, sejam ⓿ Rodas de leitura de livros, canções, imagens,
desenvolvidos: manifestações da cultura corporal do movi-
⓿ Antecipar o conteúdo do texto com base em mento;
imagens e outros elementos visuais; ⓿ Curadoria de gêneros discursivos feita pelos
⓿ Reler para verificar o que compreendeu; estudantes;
⓿ Marcar palavras-chave; ⓿ Produções discursivas feitas pelos estudantes;
⓿ Grifar trechos do texto; ⓿ Trabalhos em grupo.
40
FULGÊNCIO, L.; LIBERATO, Y. Como facilitar a leitura. São Paulo: Contexto, 2003. p. 28.
41
DELL’ISOLA, R. L. P. A avaliação da leitura de textos no ensino de língua portuguesa. In: DELL’ISOLA, R. L. P.; MENDES, E.
A. M. (org.). Reflexões sobre a língua portuguesa: ensino e pesquisa. Campinas: Pontes, 1997. p. 56.
XXXVII
Introdução à pesquisa científica
Como se dá em qualquer área do saber, os estudos acadêmicos sobre Arte produzem pesquisas
que se manifestam em artigos, dissertações e teses, que partem de premissas consideradas ver-
dadeiras que são comprovadas cientificamente em situações controladas. Esse processo recebe o
nome de método científico, que se caracteriza por determinados procedimentos e regras que resul-
tam em teses consideradas comprovadas e verdadeiras.
Um dos principais procedimentos científicos é a criação de hipóteses sobre um assunto (ou pro-
blema) a ser pesquisado (ou a criação de possíveis soluções que vão orientar o caminho da pesquisa).
A partir delas, é possível chegar a conclusões parciais que, juntas, auxiliam na construção da tese.
Uma tese, portanto, difere de uma falácia (ou afirmação baseada em premissas não verdadeiras ou
em um método de comprovação não científico).
O Ensino Básico pode ser também um espaço para que os jovens façam inferências baseadas em
deduções e procedimentos baseados em métodos científicos, ou seja, ele pode ser um espaço da
pesquisa para os estudantes.
A iniciação científica no Ensino Fundamental – Anos Finais tem como objetivo fortalecer proces-
sos que disseminem conhecimentos científicos a fim de desenvolver atitudes, habilidades e valores
necessários à educação científica e tecnológica. Dessa forma, nesta coleção, pretende-se possibilitar
aos estudantes um processo de autodescoberta sobre suas habilidades de pesquisa.
Essa abordagem colabora para desenvolver o pensamento crítico e científico, ampliando a visão
de mundo e, consequentemente, garantindo maior segurança e liberdade de escolha em sua jornada
pessoal e profissional – o que pode vir a contribuir para o prosseguimento dos estudos e para maior
assertividade na escolha da carreira.
7o ano
Por que alguém participa de um festejo tradi-
2 Entrevista
cional brasileiro?
8o ano
Por que ensinar práticas circenses para as
2 Construção e uso de questionários
novas gerações?
9o ano
Quem pesquisa sobre videoarte nas redes
2 Análise de mídias sociais
sociais?
A etapa de divulgação, conclusiva do trabalho de pesquisa científica, pode variar entre produ-
ções individuais e em grupo, usando tecnologias digitais de comunicação e informação ou não.
Nesta coleção, as produções, fruto das pesquisas realizadas, buscam desenvolver a argumenta-
ção e o diálogo, por meio do compartilhamento dos resultados de pesquisa, que podem se dar
tanto pelo debate de ideias como pela produção discursiva.
XXXVIII
Dica prática
Ética da pesquisa científica
No trabalho de iniciação à pesquisa científica no Ensino Fundamental – Anos Finais, é necessário
orientar os estudantes em relação à ética de pesquisa, deixando claro como se deve proceder
durante as entrevistas ou situações observadas.
Eles precisam ter consciência de que posturas corretas, como pedir a permissão dos entrevista-
dos para a divulgação das entrevistas ou solicitar sua autorização para uso de imagem, trazem
credibilidade para uma pesquisa científica.
Outro ponto importante a enfatizar com a turma é a realização de pesquisas de fato autorais, e
não meras cópias da internet.
Por fim, é especialmente importante chamar a atenção dos jovens para a distinção entre uma
conduta aceitável e uma conduta inaceitável, especialmente quando seres humanos e animais
estão envolvidos em um estudo.
Além dos aspectos já assinalados, oriente os estudantes sobre o que devem fazer ou não fazer
em uma pesquisa com base em mais algumas sugestões sobre:
O que fazer
⓿ Realizar um bom registro de todas as etapas da pesquisa, relatando os dados da forma mais
cuidadosa possível.
⓿ Respeitar a propriedade intelectual, a privacidade e a confidencialidade, e atribuir o devido
crédito por qualquer contribuição recebida de outro pesquisador.
⓿ Valorizar o avanço da ciência e o compartilhamento de seus conhecimentos dentro da comu-
nidade.
O que não fazer
⓿ Falsificar, manipular ou deturpar dados.
⓿ Usar dados de pesquisa externos, publicados ou não, sem permissão.
⓿ Apoiar práticas irresponsáveis de publicação.
Converse com a turma antes das pesquisas, durante e depois delas sobre esses parâmetros e,
também com base neles, avalie os resultados obtidos.
A escola pode ajudar ainda nessas atividades, fornecendo modelos de autorização de uso de
imagem ou mediando o contato com grupos de potenciais entrevistados.
XXXIX
Observe o esquema de decomposição do jogo e alguns algoritmos usados em sua programação.
INÍCIO
Mostrar o
tabuleiro
Obter o movimento
do computador
Obter o movimento
do jogador
Verificar se o
computador venceu
Verificar se o
jogador venceu
Verificar se
ocorreu empate
Verificar se
ocorreu empate
Perguntar se o jogador
deseja jogar novamente
FIM
3 #include<iostream>
4 #include<stdlib.h>
5 #include<stdio.h>
6 #include<stdlib.h>
7 #include<conio.c>
8
9 using namespace std;
10
11 #define DIM 3
12
13 char matriz[DIM][DIM]
14 int i,j;
15 char p1,p2;
16 int ganhou=false;
17 int jogada=0, turno=1;
18 int certo=false, fim=false;
19 int v1=0, v2=0;
XL
Para conhecer a coleção
O pensamento computacional é desenvolvido em diversos momentos nos volumes da coleção,
em especial no que se refere à decomposição e ao reconhecimento de padrões. Isso se dá, por
exemplo, quando se solicita aos estudantes que refaçam os passos realizados nas atividades ou
que escrevam relatórios para o portfólio.
Dica prática
Pensamento computacional e diversidade em sala de aula
A fim respeitar os diferentes modos de aprendizagem de seus estudantes em relação ao pensa-
mento computacional, é essencial reforçar antes o trabalho “desplugado”, ou seja, sem o uso de
tecnologias digitais. Nesse sentido, é possível propor atividades de:
1. Decomposição de uma ação/situação, em que podemos usar perguntas como:
⓿ Quais são suas causas?
⓿ Quais são seus efeitos em determinado contexto?
⓿ Qual é seu objetivo?
2. Reconhecimento de padrões, para o qual podemos usar perguntas como:
⓿ Que regras carrega?
⓿ Que procedimentos se repetem ou são constantes?
⓿ Que procedimentos são imprescindíveis?
⓿ Quais deles são dispensáveis?
3. Abstração, para a qual podemos empregar preguntas como:
⓿ Que etapas são cruciais para criar uma solução para essa ação/situação?
⓿ Como é possível adaptá-las para um programa de computador?
Para exercitar a decomposição de ações, o reconhecimento de padrões e a abstração, os es-
tudantes podem utilizar tanto a linguagem verbal, em suas formas oral e escrita, como outras
formas de linguagem.
Sugerimos que, para esses exercícios, as situações e ações escolhidas sejam corriqueiras e sim-
ples, como escovar os dentes, vestir uma blusa e tentar encontrar trajetórias entre diferentes
pontos em um tabuleiro.
Ao exercitar essa forma de pensar, que pode e deve ser desenvolvida nas aulas de todos os
componentes curriculares da área de Linguagens, e ao aprender sobre algoritmos nas aulas de
Matemática, os estudantes serão capazes de desenvolver essa forma de pensamento, especial-
mente útil no contexto em que vivemos.
6. Avaliação em Arte
A avaliação do desempenho dos estudantes deve estar integrada à formação global e não ficar
restrita a uma mera prova no enceramento de uma sequência didática ou de um projeto de trabalho.
A melhor avaliação é aquela que se faz continuamente, em todas as etapas do projeto, considerando
que, para cada etapa, devem ser identificados os objetivos e os instrumentos de avaliação mais ade-
quados. Os resultados obtidos vão auxiliar tanto o professor, no planejamento de atividades futuras,
como os estudantes, no reconhecimento de seus avanços e dificuldades.
A avaliação é um processo de autorregulação do ensino-aprendizagem. Assim, quanto mais con-
tínua ela for (isto é, quanto maior for a frequência com que o professor observa o desempenho e o
desenvolvimento dos estudantes), maiores serão as oportunidades de colher dados para avaliar o
trabalho educativo desenvolvido e de imprimir novos rumos a ele, quando for o caso. Avaliar o pro-
cesso de ensino-aprendizagem significa avaliar o que se ensina e o que se aprende. Então, essa é uma
via de mão dupla que ajuda a manter a rota.
Vale lembrar que os instrumentos avaliativos nas diversas modalidades devem contemplar não
apenas a aquisição dos conceitos, mas também das habilidades que se esperam que os estudantes
mobilizem durante a aprendizagem.
É preciso considerar ainda que as avaliações realizadas devem ser comentadas e registradas e que
a análise dos processos de avaliação deve ser feita conjuntamente por estudantes e professor. Essa
análise possibilita a síntese tanto dos temas desenvolvidos como do processo de ensino-aprendiza-
gem, além de fomentar nos estudantes atitudes de responsabilidade diante dos colegas, da escola e
do processo de construção do conhecimento.
XLI
Sendo assim, os estudantes podem ser avaliados pelo que produzem a cada aula e em cada mo-
mento da aula, por meio da observação de diferentes aspectos:
⓿ interesse demonstrado pelos assuntos abordados;
⓿ escuta atenta às falas do professor e dos colegas;
⓿ compreensão das explicações das atividades;
⓿ apreensão das ideias mais importantes de um texto;
⓿ capacidade de relacionar um novo conhecimento com o anterior;
⓿ interesse em saber o significado de palavras desconhecidas;
⓿ participação na troca de ideias;
⓿ curiosidade e entusiasmo por aprender coisas novas;
⓿ capacidade de se expressar com clareza;
⓿ capacidade de fazer resumos;
⓿ cooperação com os colegas;
⓿civilidade no tratamento com os colegas e com toda a comunidade escolar.
Na tela
Para fazer uma avaliação contínua, conforme se disse anteriormente, é preciso que o professor Para obter mais
crie uma rotina de registro de comportamentos, atitudes e comentários dos estudantes, especial- informações sobre o
mente no que se refere a sua relação com os diversos saberes e seu envolvimento nas atividades valor do portfólio nas
propostas, fazendo uma espécie de diário de bordo. Esse diário pode ser um caderno ou um registro aulas de Arte, consulte
digital em que se relate tudo o que acontece durante as aulas e no qual se possa arquivar fotografias
Portfólio: conceito e
e vídeos realizados pela turma.
construção, material
Outro ponto fundamental na avaliação é o portfólio de cada estudante, ao qual se deve recorrer em PDF elaborado
com frequência para verificar seu desenvolvimento individual. Esse é um instrumento híbrido, que se por uma equipe do
constitui fisicamente de uma pasta ou caixa em que são arquivados (em geral, em ordem cronoló- Instituto de Formação
gica) os registros dos trabalhos realizados durante o ano letivo, como desenhos, fotografias, textos
de Educadores da
escritos, etc., além de algum meio de armazenamento digital que possa armazenar produções com
Universidade de
esse formato. Vale ressaltar que mobilizar recursos tecnológicos como forma de registro é uma das
Uberaba (Uniube).
competências específicas de Arte na BNCC.
Disponível em: https://
Nesse processo, devemos ter em mente que o questionamento constante dá aos estudantes uniube.br/biblioteca/
oportunidade de aprofundar suas respostas. Podemos propor, por exemplo, que apliquem conheci- novo/udi/rondon/
mentos, produzam desenhos e textos, interpretem problemas, analisem situações e utilizem informa-
arquivos/portfolio_
ções, conceitos, procedimentos e atitudes. Dessa forma, a própria avaliação se tornará uma situação
biblioteca_uniube.pdf.
de ensino-aprendizagem – do mesmo modo que toda situação de ensino-aprendizagem pode ser
Acesso em: 2 jun. 2022.
avaliada.
Avaliação formativa
A avaliação formativa42 se caracteriza por possibilitar ao professor recolher e organizar índices,
informações e dados que podem ser usados em propostas e estratégias de ensino para apoiar os
processos de aprendizagem. Diferentemente das avaliações somativas, que buscam aferir os conhe-
cimentos ao final de cada etapa de estudos por meio de testes e provas, uma avaliação formativa
permite que o professor acompanhe o processo de aprendizagem dos estudantes e, com isso, possa
identificar quando será necessário intervir e/ou ajustar as propostas de ensino.
Os instrumentos e recursos disponíveis para a realização da avaliação formativa são variados.
Entre outros, enfatizamos, por exemplo, avaliações diagnósticas, questionários, trabalhos em grupo,
atividades práticas, pesquisas, divulgação de conhecimentos, apresentações, entrevistas, pautas de
observação, grades de avaliação, feedbacks e avaliações de resultado. Essa diversificação permite
ao professor observar e avaliar o desenvolvimento de competências em inúmeros contextos e situa-
ções, propiciando uma visão mais abrangente do processo de ensino-aprendizagem.
42
LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2015.
XLII
wavebreakmedia/Shutterstock
Roda de conversa para avaliar o aprendizado.
A avaliação formativa pressupõe ainda a inserção e a participação dos estudantes nesse pro-
cesso, de maneira que possam identificar as aprendizagens e os saberes que estão construindo, o
modo como estão aprendendo e o que podem fazer para se aprimorar. Ao se compartilhar e discutir
os objetivos de aprendizagem com os estudantes, cria-se a possibilidade para que identifiquem as
metas coletivas e estabeleçam metas individuais e, dessa forma, se engajem mais fortemente nas
propostas de ensino.
Portanto, a avaliação formativa não proporciona apenas uma avaliação da aprendizagem. Para além
da verificação, ela é uma avaliação para a aprendizagem, ou seja, uma avaliação que visa ao aprimora-
mento da aprendizagem e busca elevar o aproveitamento dos estudantes, calcada na ideia de que eles
aprendem mais e melhor quando compreendem os objetivos e as expectativas de aprendizagem, como
se situam em relação a esses objetivos e como e por que precisam se empenhar para alcançá-los.
Com o intuito de orientar a condução de processos de avaliação formativa consistentes durante o
trabalho com os projetos de cada volume da coleção, são oferecidos diferentes instrumentos, como
pautas de observação, registros, retomada do portfólio dos estudantes, atividades e produções.
Essa organização foi pensada a fim de garantir a distribuição dos instrumentos avaliativos no de-
correr dos bimestres ou trimestres. Além disso, a diversidade oferecida permite que se lance mão de
diferentes estratégias avaliativas para que estudantes com diferentes relações com os saberes sejam
contemplados (observe-se ainda que os processos de remediação podem ser utilizados nesse sentido).
O objetivo desta proposta é viabilizar um processo de avaliação formativa que esteja de fato a
serviço das aprendizagens dos estudantes, e não se tornar meramente um vetor para a composição
burocrática de notas.
Nesse sentido, é fundamental considerar que todo o elenco de propostas apresentadas visa ao
desenvolvimento das competências pretendidas para a aprendizagem dos estudantes. A aquisição
das competências pressupõe o aprender a aprender e o saber fazer, mobilizando e integrando temas
e habilidades.
Aprender envolve conceitos, procedimentos e atitudes. Os saberes conceituais referem-se a teo-
rias, fatos, situações, nomes, acontecimentos e fenômenos, que, quando assimilados, passam a fazer
parte do conhecimento do estudante – fazem parte do “aprender a conhecer”. Os saberes procedi-
mentais referem-se a ações e modos de pôr em prática os conhecimentos adquiridos – são o “saber
fazer”. Os saberes atitudinais referem-se a valores que facilitam o convívio com os outros e estão
baseados em respeito, compreensão e solidariedade – fazem parte do “saber ser”. Assim, esses sa-
beres devem ser trabalhados simultaneamente para garantir um efetivo processo de aprendizagem.
Embora a aquisição dos saberes, bem como o desenvolvimento de competências, seja um pro-
cesso individual, ela pode ser facilitada pelo trabalho em grupo, ou seja, na relação colaborativa
estabelecida com os colegas e com o professor.
XLIII
Dica prática Na tela
Fichas de acompanhamento do portfólio
A avaliação, como vimos, é um recurso fundamental, não apenas para definir a aprovação ou a Para aprimorar a
retenção dos estudantes, mas sobretudo para acompanhar sua aprendizagem em um projeto de avaliação no cotidiano
trabalho. Além disso, por meio de uma avaliação constante, o professor pode reavaliar periodica- escolar, consulte o Guia
mente suas estratégias de ensino. Por isso, os instrumentos avaliativos não devem ser acionados da ação avaliativa:
somente no final do percurso, como se a aprendizagem fosse um produto que se pode medir estratégias de avaliação
com um gabarito, mas a avaliação deve ser formativa e constante. diagnóstica e formativa
Como vimos, o portfólio é um instrumento de registro. Então, ao selecionar os trabalhos que para uso durante as
farão parte dele, professores e estudantes devem fazer uma avaliação crítica e cuidadosa dos aulas, do Movimento
objetivos estabelecidos e dos propósitos de cada atividade. Assim, oferecemos na sequência su- pela Base, elaborado em
gestões de fichas de acompanhamento do portfólio dos estudantes para auxiliar nesse processo. parceria com o Centro
Essas fichas, que se relacionam com competências apresentadas na BNCC, foram criadas com o de Políticas Públicas e
intuito de auxiliar o professor no acompanhamento do portfólio, sugerindo aspectos que podem Avaliação da Educação
ser avaliados e o que pode guiar essa avaliação. Cada docente, no entanto, deve levar em con- da Universidade Federal
sideração sua prática pedagógica e a realidade de sua sala de aula para escolher as fichas mais de Juiz de Fora
adequadas para sua turma, definir como usá-las e verificar a necessidade de adaptação delas ou
(CAEd-UFJF), a Frente
criação de outras fichas que contemplem aspectos diferentes dos que estão sendo apresentados.
Consed/Undime de
Faz-se necessário ressaltar que o exame do portfólio com base nas fichas vai oferecer um recorte
Avaliação e a Fundação
do desenvolvimento do estudante em dado momento. Nesse sentido, é crucial retomar fichas
Lemann. Disponível em:
feitas anteriormente para construir um histórico do desenvolvimento dos estudantes (em que se
https://tedit.net/sS9tTB.
destaquem a evolução e as dificuldades de cada um deles), que vai guiar os temas e as habilida-
des a serem trabalhados, reforçados ou remediados. Acesso em: 2 jun. 2022.
Indicador pretendido
Capacidade do estudante de se perceber, se colocar, produzir e estabelecer relação de autonomia
com seu processo de aprendizagem.
Perguntas orientadoras
⓿ Quanto o estudante se apropria da produção dele?
⓿ Que significado a produção do estudante tem para ele?
⓿ O estudante busca construir essa marca pessoal ou quer apenas repetir fórmulas prontas?
Indicadores de realização
1. O estudante precisa ser estimulado para se envolver nas atividades e não aponta para a cons-
trução de um percurso pessoal. Com dificuldade de estabelecer pontes entre sua individualidade
e o coletivo, não consegue compartilhar as descobertas e dificuldades provenientes do processo.
2. O estudante se engaja em algumas empreitadas (produção, pesquisa, troca de ideias e expe-
riências) durante o processo. Seu trabalho apresenta características próprias resultantes de suas
descobertas, mesmo que não tenha consciência disso.
3. O estudante tem consciência do que constitui o fator autoral na linguagem artística em que está
trabalhando. A partir disso, reconhece seu processo criativo e se sente representado por seu trabalho.
4. O estudante tem consciência da importância de ser o autor/protagonista de seu processo de
aprendizagem. A partir disso, interage com o grupo, cria e compartilha suas experiências de ma-
neira crítica, colaborativa e dialógica. Reconhece sua pesquisa artística como fator necessário
(indispensável e integrado) para a interação com seu contexto sociocultural.
Indicador pretendido
Interesse do estudante pela busca de referências para produção e desenvolvimento de estraté-
gias de pesquisa e reflexão acerca da produção artística.
Perguntas orientadoras
⓿ O estudante se sente estimulado a buscar referências artísticas além das que trouxe consigo?
⓿ Na linguagem em foco, o estudante está revendo conceitos preestabelecidos?
XLIV
⓿ O estudante está relativizando o conceito que tem de gosto? Ele entende que o gosto pode ser
alterado?
Indicadores de realização
1. O estudante não reconhece como a aquisição de novas referências artístico-culturais podem
contribuir para suas concepções sociais e visão de mundo. Chega a apresentar preconceitos em
relação a diferentes manifestações artísticas e culturais, ou seja, está orientado por referências
externas, que aceita sem elaborar (sem critérios).
2. O estudante manifesta interesse pelos temas e pela diversidade cultural que é apresentada nas
atividades, mas não se engaja na construção de sua pesquisa de ampliação de repertório. Não
legitima a escola como um espaço de troca e criação de repertório.
3. O estudante reconhece, identifica e estabelece que seu repertório cultural pode ser ampliado
de diversas maneiras e alimentado pelos conhecimentos que constrói por meio das linguagens
artísticas. Compreende que a diversidade de seu repertório subsidia sua produção artística.
4. Ao se relacionar com o gosto e as referências do outro, o estudante aceita indicações dos cole-
gas e contribui também para a ampliação de repertório deles, realiza pesquisas pessoais fora da
escola e cita e compartilha suas fontes de pesquisa.
Indicador pretendido
Compreensão, reconhecimento e envolvimento nas atividades e grau de iniciativa e participação
na rotina estabelecida para o grupo.
Perguntas orientadoras
⓿ Que papel o estudante exerce no grupo de que participa?
⓿ Como o estudante manifesta o significado da aula de Arte em sua vida? Ele fala sobre isso?
Indicadores de realização
1. O estudante não está implicado na atividade proposta (ele não sabe quais são seus objetivos).
Não reconhece vários dos elementos da rotina estabelecida para o grupo e não participa dessas
atividades, ou participa pouco.
2. Quando chamado a participar, o estudante se envolve com as propostas. Sua colaboração se
dá porque reconhece que está inserido em um contexto de aprendizagem e assume o papel de
responder aos estímulos que recebe para se integrar.
3. O estudante participa ativamente das rotinas de trabalho de seu grupo. Identifica e expressa
sua relação com a aula de Arte e, nesse contexto, conhece seu papel no grupo e tem consciência
de sua responsabilidade sobre a própria formação.
4. O estudante se compromete com a rotina das atividades por reconhecer o papel que elas de-
sempenham em sua formação integral. Por identificar a aula de Arte como um espaço coletivo,
trabalha buscando envolver pessoas com laços familiares e de amizade.
Indicador pretendido
Iniciativa e disposição em compartilhar, isto é, sabe falar sobre os conhecimentos construídos
acerca das linguagens artísticas, além de saber ouvir (escuta ativa), ciente da importância da
contribuição individual nos processos coletivos de pesquisa e criação.
Perguntas orientadoras
⓿ De que forma o estudante participa de situações coletivas, como discussões acerca dos temas
XLV
Indicadores de realização
1. O estudante não participa das situações coletivas de troca e discussão, ou, quando o faz, é
apenas para apontar os próprios processos. Não reconhece ou não identifica relações entre seu
processo e o dos colegas. Não manifesta interesse em falar de seu processo e compartilhá-lo,
tampouco demonstra curiosidade em relação ao trabalho dos colegas.
2. O estudante se envolve e participa das situações coletivas de troca e discussão. Estabelece re-
lações de companheirismo com os demais aprendizes, mas, em parte de seu processo, é possível
identificar poucas conexões com os processos dos colegas e os interesses coletivos do grupo.
3. O estudante participa ativamente das situações coletivas de troca e discussão. Sabe falar de seu
processo e escuta os colegas com atenção. É um indivíduo que zela pelos interesses coletivos do grupo.
4. O estudante tem consciência da importância da construção coletiva de conhecimentos e busca
criar situações de integração de processos com os colegas, inclusive com aprendizes de outras
atividades e projetos. Em muitas situações, exerce papel de liderança e é propositor de situações
de troca de experiências e de coletividade.
Indicador pretendido
Grau de domínio dos procedimentos técnicos, materiais, suportes, meio de produção e expressão
na linguagem artística.
Perguntas orientadoras
⓿ Em que grau o estudante se apropria e sabe usar (domina) os procedimentos que são ensinados
e como os incorpora em suas produções individuais?
⓿ Como o estudante relaciona seu aprendizado técnico com o que ele quer fazer?
⓿ As escolhas são diversificadas?
⓿ Considera alternativas técnicas e poéticas?
⓿ O estudante se disponibiliza a aprender novas técnicas e procedimentos?
Indicadores de realização
1. O estudante precisa de ajuda técnica, produz apenas sob orientação e/ou acompanhamento
total do educador.
2. O estudante apresenta facilidade em trabalhar com meios e suportes, mas precisa ainda de
alguma orientação.
3. O estudante consegue se apropriar dos procedimentos, meios e materiais propostos e traba-
lhar com eles sem necessidade de supervisão ou de acompanhamento direto.
4. O estudante explora e pesquisa os materiais e suportes a partir da apropriação que faz dos
procedimentos desenvolvidos na atividade.
Indicador pretendido
Curiosidade pela produção artístico-cultural em sua relação com o contexto social, identificação
do próprio repertório e de como incorpora essas referências em sua pesquisa pessoal.
Perguntas orientadoras
⓿ De que forma a ampliação do repertório se reflete na produção do estudante?
⓿ O estudante tem uma postura investigativa que o leva a ampliar suas possibilidades de produ-
ção?
⓿ O estudante aceita o que é apresentado nas atividades?
⓿ O estudante tem interesse em outras linguagens artísticas e busca trazer aspectos delas para
o trabalho dele?
⓿ O estudante elabora um discurso sobre a própria produção que revela seu percurso investigati-
XLVI
Ficha 7 – Participação e envolvimento
Indicador pretendido
Envolvimento e resposta do estudante às atividades propostas, atenção às atividades individuais
e em grupo e dedicação à própria produção.
Perguntas orientadoras
⓿ O estudante aceita os desafios ou o que é apresentado como atividade?
⓿ O estudante se dispersa?
Indicadores de realização
1. O estudante costuma demonstrar desvios de atenção e precisa recorrentemente ser chamado
de volta a participar da atividade. Não parece ter consciência de suas expectativas em relação às
aulas de Arte.
2. O estudante mantém a atenção nas propostas de atividade e se compromete com os objetivos
e temas que são compartilhados de modo explícito pelo educador.
3. O estudante tem metas próprias em relação a seu aprendizado artístico-cultural, demonstra
atenção e dedicação a seu processo de aprendizagem e participa ativamente das propostas
de trabalho, contribuindo para a configuração de um trabalho de grupo baseado na troca de
experiências.
4. No decorrer do processo, o estudante amplia seus objetivos e constrói novas metas para sua for-
mação artístico-cultural, estabelecendo planos para alcançá-los. Além de ampliar suas perspectivas
e campos de pesquisa e contribuir na elaboração de novas propostas de trabalho para o grupo.
A sondagem diagnóstica não se limita à primeira seção do Livro do Estudante, pois, no decorrer
do volume, outros questionamentos são propostos para que os estudantes mobilizem e revelem
conhecimentos prévios para interpretar situações-problema. Um dos objetivos dessa estratégia é
levar os estudantes a perceber a limitação desses conhecimentos e necessidade de ampliá-los. Com
base nesses diagnósticos, colhidos sistematicamente, poderá ser feito o planejamento das etapas
seguintes do trabalho.
Durante o desenvolvimento dos temas trabalhados nas unidades, outras atividades avaliativas
do processo podem ser exploradas pelo professor, como rodas de conversa, jogos de palavras e pro-
dução de desenhos, colagens e textos, entre outras. A cada avaliação é importante que fique claro,
tanto para o professor como para os estudantes, quais são os objetivos em relação aos saberes
conceituais, procedimentais e atitudinais que serão avaliados.
O uso dessas avaliações não exclui a aplicação de avaliações somativas, por exemplo, na realiza-
ção das produções que encerram as unidades, ou da avaliação de resultado, que encerra o volume.
Propostas estas que serão realizadas para finalizar etapas determinadas (respectivamente o fim dos
projetos de trabalho e o fim do ano letivo) e que vão permitir visualizar os resultados alcançados ao
término do desenvolvimento de um tema ou de um conjunto ordenado de habilidades e objetivos.
XLVII
Observe estas sugestões para a construção de avaliações de resultado em conjunto com a turma:
⓿ Pedir aos estudantes que façam coletivamente o levantamento de temas que poderão fazer
parte da avaliação de resultado. Essa estratégia ajudará o professor a perceber o que eles já
sabem. Temas não apontados pelos estudantes são provavelmente aqueles que não dominam.
⓿ Solicitar aos grupos que elaborem questões que possam vir a fazer parte da avaliação de re-
sultado e, depois, trocar as questões entre os grupos para discutir suas soluções. Para validar
essa estratégia, é recomendável utilizar ao menos uma das questões ao elaborar a avaliação.
⓿ Dar aos estudantes a oportunidade de revisar os temas estudados antes da aplicação da ava-
liação de resultado – essa revisão deve ser feita em dia distinto da data da avaliação. Assim, os
estudantes vão buscar, com o apoio do professor, sanar suas dúvidas e isso vai auxiliá-los no
desenvolvimento da aprendizagem.
⓿ Após a correção da avaliação de resultado, selecionar uma atividade que tenha gerado mais
dúvidas durante a correção e pedir aos estudantes que, em grupo, a decomponham avaliando
cada um de seus elementos. No caso de uma atividade que contenha várias proposições para
a escolha da alternativa correta, é recomendável que os estudantes reconheçam o que está
errado nas demais e corrijam cada uma delas.
Autoavaliação
A autoavaliação implica considerar, com atenção e cuidado, tanto a capacidade dos estudantes
de mobilizar as habilidades que compõem a aprendizagem como sua postura durante a realização
das atividades e nas relações interpessoais, como a cooperação, o envolvimento e a participação
no grupo, para que se ampliem as futuras conquistas dentro do processo de ensino-aprendizagem.
É essencial que esse procedimento crítico seja realizado periodicamente para que os estudantes
possam refletir sobre suas percepções e seus sentimentos em relação ao processo e constatar sua
evolução em relação aos diferentes saberes propostos e trabalhados.
O papel do professor, nesse aspecto, é promover momentos em que a autoavaliação se faça pre-
sente no cotidiano. Para isso, é importante estabelecer critérios e usar instrumentos adequados a
fim de colher frutos que possam guiar as estratégias e o planejamento, considerando os objetivos
pretendidos e as diferentes situações pedagógicas vivenciadas (avaliação de redação ou discussão,
de trabalho individual ou coletivo, de um bimestre ou do ano inteiro, entre outras). O procedimento
mais recomendado para medir os avanços e as dificuldades dos estudantes é a observação sistemá-
tica, acompanhada de anotações e conversas. Dessa forma, será possível traçar ainda as estratégias
para remediação de eventuais defasagens que sejam detectadas.
Além do tópico Autoavaliação: hora de retomar o portfólio, oferecido no Fio da meada, no encer-
ramento de cada unidade do Livro do Estudante, o professor pode se valer de uma ficha para que
esse autoexame seja promovido de modo ágil em qualquer etapa da aprendizagem.
Dica prática
Como fazer uma ficha de autoavaliação
Uma ficha de autoavaliação pode ser um instrumento simples e produtivo para ajudar os estu-
dantes nessa atividade.
No exemplo que oferecemos, os estudantes podem responder apenas “sim” ou “não” e, quando
for o caso, justificar sua resposta escrevendo um texto curto.
Ele pode ser modificado pelo professor, com o acréscimo ou a exclusão de itens, conforme as
particularidades de cada turma, ou mesmo de cada estudante, considerando também as obser-
vações e anotações realizadas nas diferentes trajetórias de aprendizagem.
Ficha de autoavaliação
1. Apresento minhas opiniões para os colegas e o professor?
2. Respeito a opinião dos colegas e os turnos de fala nas discussões coletivas?
3. Faço perguntas sobre os assuntos em estudo?
4. Ajudo os colegas em suas dificuldades?
5. Participo com interesse dos trabalhos em grupo?
6. Sou organizado com os materiais que utilizo nas atividades?
7. Entrego as tarefas nas datas solicitadas?
8. Consigo ler os textos e responder às questões sem ajuda?
9. O que mais gostei de estudar até agora?
10. O que menos gostei de estudar?
11. Preciso de ajuda em algum tema ou procedimento? Que tipo de ajuda e em que tema ou
procedimento?
12. O que aprendi ao realizar as atividades propostas?
13. O que devo fazer para melhorar?
XLVIII
Remediação e diversidade em sala de aula
“Dificuldades de aprendizagem” é uma expressão genérica que abarca um grupo diversificado de
problemas que alteram as possibilidades de aprendizagem de uma pessoa e podem ser influenciados
por fatores relacionados à escola, à família ou ao próprio aprendiz. Assim, torna-se essencial iden-
tificar sua origem a fim de planejar medidas para remediá-las, minimizando-as ou extinguindo-as43.
A construção da postura dos estudantes é um trabalho constante nos processos de ensino-
-aprendizagem. Esse processo envolve sua relação com o conhecimento (produção, engajamento
e trajetória intelectual) e com a organização escolar, além de sua interação com os colegas e o
professor. Esses aspectos são fundamentais para que os estudantes se apropriem do projeto pe-
dagógico no qual estão inseridos e assumam o protagonismo de seus processos de aprendizagem.
O modo como se desenvolvem e se aprimoram em relação a eles, portanto, deve ser objeto cons-
tante de avaliação.
Na grade de avaliação oferecida na sequência, estão organizados alguns critérios de observação
para que o professor avalie a participação e as estratégias de execução dos estudantes nas diferen-
tes tarefas e atividades propostas na coleção a fim de aprimorar o engajamento, a organização e
a autogestão dos integrantes da turma para garantir seu pleno aproveitamento dos processos de
ensino-aprendizagem.
A grade de avaliação traz, portanto, indicadores das condições que os estudantes têm e constro-
em para si mesmos para que aprendam. Sendo assim, é importante que a avaliação seja contínua
e transversal, aplicando-se às mais variadas situações didáticas presentes nas diversas etapas de
cada projeto de trabalho proposto.
Os critérios apresentados na grade dizem respeito ao desenvolvimento individual dos estudantes
quanto a sua postura como aprendizes e a sua relação com o conhecimento. Portanto, partindo de
um princípio formativo, esses critérios devem ser observados e avaliados pelo professor no decorrer
do projeto, com o objetivo de apoiar suas decisões em relação aos ajustes do percurso para auxiliar
os estudantes nos aspectos em que apresentarem necessidade de remediação das aprendizagens.
Nesse sentido, pesquisas, experimentações, produções autorais individuais e coletivas, discussões
em grupo e apreciação de textos e imagens, entre outras estratégias, podem mobilizar de um a to-
dos os critérios apresentados e servir como práticas de remediação.
43
ALMEIDA, Roselaine P. et al. Prevenção e remediação das dificuldades de aprendizagem: adaptação do modelo de
resposta à intervenção em uma amostra brasileira. Revista Brasileira de Educação [on-line], jul.-set. 2016, v. 21, n. 66, p.
611-630. Disponível em: https://tedit.net/MgQHX1. Acesso em: 4 jun. 2022.
XLIX
Critérios de Necessidade Sugestões de caminhos Bom aproveitamento Domínio dos processos de
participação de melhoria para remediar das atividades aprendizagem e alto grau de
nas atividades para assumir na construção de autonomia na construção das
o processo de aprendizagens com aprendizagens
aprendizagem autonomia para
com autonomia desenvolvê-las
Compreensão da Não compreende qual Retomar o que foi realizado em Reconhece a relevância de rea- Reconhece e sabe verbalizar como algu-
atividade e de seus será o resultado espe- cada atividade. lizar as atividades práticas, mas mas ou muitas atividades se relacionam
objetivos rado da atividade. Orientar o estudante para identifi- pode não conseguir verbalizar com o que está sendo estudado no capí-
Não reconhece como car dificuldades que consegue su- com clareza como elas se relacio- tulo ou na unidade.
as atividades práticas perar no decorrer do trabalho. nam com os estudos do capítulo Algumas vezes, consegue antecipar ou le-
se relacionam com o Explicar ao estudante o que ele vai ou com o tema da unidade. vantar hipóteses sobre o que pode apren-
que está sendo estu- aprender em cada atividade, ou que Consegue apontar as aprendiza- der em cada atividade.
dado. habilidades vai mobilizar. gens de algumas ou de muitas Identifica e algumas vezes classifica as
Não identifica ou não Enfatizar a relação de cada etapa atividades por meio de coloca- evidências de suas aprendizagens nas
sabe explicar o que do estudo com a questão norteado- ções como “aprendi a construir”, produções e no portfólio.
aprendeu ao realizar as ra da unidade. “aprendi a fazer”, “aprendi a dese- Consegue expressar algumas de suas
atividades. Realizar as rodas de conversa, ativi- nhar”, “aprendi a tocar”, “aprendi aprendizagens nas atividades de forma
dades de avaliação e autoavaliação a mexer”, etc., mas ainda não conceitual: “aprendi que estes elementos
ao final de cada atividade. generaliza ou conceitua essas da linguagem musical/visual/teatral/da
Recorrer ao portfólio para que o es- aprendizagens. dança podem ser usados para…”, “aprendi
tudante compare suas produções que podemos fazer música/artes visuais/
no decorrer do processo e identifi- teatro/dança com…”, “aprendi que para
que evoluções e pontos a desenvol- me expressar por meio das artes visuais/
ver. música/teatro/dança eu…”, etc.
Trabalho em grupo Em todas as atividades Participar da formação dos grupos Apresenta familiaridade e acei- Participa ativamente da formação dos
ou na maioria delas, en- quando necessário, garantindo he- tação dos processos de seleção grupos, por vezes exercendo liderança po-
contra dificuldade para terogeneidade e promovendo a in- dos integrantes dos grupos. Po- sitiva nesses processos.
participar ativamente tegração de todos. rém, por vezes, pode precisar de Demonstra compreender a necessidade
delas em grupo. Evitar situações de escolha de inte- orientação para escolher ou in- de heterogeneidade e acolhe colegas que
Não participa do pla- grantes para formar os grupos nas gressar em um grupo. apresentam dificuldades com o trabalho
nejamento e da orga- quais alguns estudantes possam Participa com interesse do pla- coletivo ou com as habilidades exigidas
nização das tarefas do ser deixados por último. Para tanto, nejamento e da organização do na atividade.
grupo. utilizar estratégias como sorteios, trabalho. Exerce liderança positiva ou atua esti-
Raramente ou nunca pareamento por números da cha- Compreende as etapas, a divisão mulando os colegas na organização do
exerce papel ativo ou mada, iniciais do nome, etc. de tarefas e a criação do produto, trabalho, dos espaços e dos materiais na
participa das tomadas Com os estudantes, levantar dife- mas não define estratégias nem atividade.
de decisão nos grupos rentes critérios para avaliar a par- colabora com ideias.
dos quais participa. ticipação dos integrantes do grupo. Reconhece a necessidade do tra-
Não se coloca devida- Explorar diferentes formas de distri- balho colaborativo e, na maioria
mente no grupo, por buição de tarefas e papéis nos gru- das vezes, busca participar ativa-
não querer, não saber pos, garantindo que determinados mente dele.
como ou não conseguir. estudantes não repitam sempre as Em algumas situações pode não
mesmas funções e não fiquem es- saber como conduzir o trabalho
tigmatizados nesses papéis. em grupo, ou se portar diante
dele, demandando orientação.
Dica prática
Práticas de remediação
É importante ter em mente que diferentes tipos de conhecimento podem demandar estratégias
diferentes.
1. Saberes procedimentais relacionados às atividades práticas de exploração dos elementos da
linguagem
⓿ Para a revisão, nesse caso, organize uma retomada das atividades nas quais esses elementos
são abordados. Antes de iniciar as atividades, consulte os indicadores de realização específicos
de cada uma delas no Manual do Professor – Orientações Específicas e explique aos estudan-
tes o que é esperado deles, esclarecendo que devem mobilizar o que aprenderam para atingir
tais expectativas.
L
⓿ Depois de realizada cada atividade, organize rodas de conversa, nas quais os estudantes pos-
sam explicar individualmente como se organizaram e procederam e que aprendizagens mobili-
zaram para atingir os objetivos combinados.
2. Saberes conceituais que são abordados nas seções do capítulo
⓿ Nesse segundo caso, organize grupos de revisão seguindo os mesmos critérios do item ante-
rior. Identifique em que seção do Livro do Estudante foram trabalhados os indicadores que
precisam ser revisados. Em roda de conversa, proponha a cada integrante dos grupos que con-
te o que aprendeu com os estudos da seção e solicite aos grupos que sistematizem os relatos
em uma lista de tópicos.
⓿ Peça a cada integrante do grupo que aponte os temas ou procedimentos dessa lista com os quais
teve dificuldade e/ou aqueles que não havia sequer identificado nas atividades e leituras da seção.
⓿ Proponha, então, que os demais estudantes expliquem sua compreensão dos itens apontados.
Em seguida, cada integrante dos grupos pode organizar uma lista de três a cinco palavras que
sintetize os pontos considerados mais importantes nesse aprendizado.
⓿ Observe que, no caso dos indicadores relacionados a conhecimento e reflexão sobre a obra do
artista ou grupo estudado, você poderá propor também a retomada das atividades propostas.
3. Saberes atitudinais
⓿ Nesse outro caso, uma roda de conversa sempre resulta mais uma em uma boa prática. En-
tretanto, caso seja necessário, dialogue individualmente com os estudantes que apresentem
comportamento inadequado e oriente sobre como devem se portar no ateliê, no estúdio ou
no palco.
⓿ Além disso, a indicação de livros, filmes e vídeos que trabalhem com valores podem ser de
grande ajuda para melhorar o comportamento desses estudantes. Usar técnicas de mediação
de conflito é outro recurso possível, recomendável especialmente em casos de desrespeito aos
Direitos Humanos ou bullying.
⓿ Procure organizar os estudantes em grupos de acordo com os indicadores nos quais apresen-
taram necessidade de revisão. A esses grupos, integre também estudantes que alcançaram as
aprendizagens pretendidas nos respectivos indicadores de modo que possam apoiar o desen-
volvimento dos colegas.
7. Organização da coleção
Por meio da coleção, no decorrer do Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudantes entrarão
em contato com obras de arte de diferentes linguagens, tempos e culturas, vivenciando experimen-
tações que lhes permitirão trilhar um percurso criador e autoral.
O estudo das linguagens artísticas nos quatro volumes da coleção vai proporcionar uma progres-
são de aprendizagens de modo a promover novas descobertas para a construção de conhecimentos
e se tornar cada vez mais instigante.
Assim, para cada ano letivo, são propostos dois projetos de trabalho, que permitem a apre-
ciação de obras de arte por meio de atividades, pesquisas e produções desafiadoras, sempre em
crescente complexidade. Segundo Fernando Hernández, em um projeto de trabalho é preciso que
a curiosidade e o interesse dos estudantes sejam mobilizados, caso contrário, o aprendizado não
acontece. Dessa maneira, a coleção está de acordo com a BNCC também no que diz respeito à pro-
gressão das aprendizagens:
A progressão das aprendizagens não está proposta de forma linear, rígida ou cumulativa com relação a cada lin-
guagem ou objeto de conhecimento, mas propõe um movimento no qual cada nova experiência se relaciona com
as anteriores e as posteriores na aprendizagem de Arte.44
Com esse trabalho, a coleção busca desenvolver as habilidades e competências específicas da
área de Arte do Ensino Fundamental – Anos Finais.
Estrutura do volume
Para cumprir a proposta de trabalhar com projetos, os volumes contam com duas unidades temá-
ticas, que se configuram como projetos de trabalho, sendo que cada um deles deve ser desenvolvido
em um semestre letivo.
As duas unidades/projetos vão apresentar durante um ano letivo as quatro linguagens artísticas
do componente curricular, além de diferentes linguagens integradas.
44
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. p. 195.
LI
Os projetos partem de questões para nortear o estudo e provocar o interesse dos estudantes,
levando-os a refletir sobre TCT aliados a manifestações de artes integradas, ou artes híbridas, que
exploram as relações e as articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, como definidas
na BNCC:
Ainda que, na BNCC, as linguagens artísticas das Artes visuais, da Dança, da Música e do Teatro sejam consideradas
em suas especificidades, as experiências e vivências dos sujeitos em sua relação com a Arte não acontecem de for-
ma compartimentada ou estanque. Assim, é importante que o componente curricular Arte leve em conta o diálogo
entre essas linguagens, além de possibilitar o contato e a reflexão acerca das formas estéticas híbridas, tais como
as artes circenses, o cinema e a performance.
Atividades que facilitem um trânsito criativo, fluido e desfragmentado entre as linguagens artísticas podem cons-
truir uma rede de interlocução, inclusive com outros componentes curriculares. Temas, assuntos ou habilidades
afins de diferentes componentes podem compor projetos nos quais saberes se integrem, gerando experiências de
aprendizagem amplas e complexas.45
Essa organização reflete ainda o entendimento de que, quanto mais os estudantes puderem re-
lacionar o trabalho dos artistas que vão conhecendo a seu contexto e à própria produção artística,
mais capazes serão de produzir arte.
Observe a síntese da estrutura de cada volume da coleção no quadro:
Estrutura
Volume
Ponto de partida (proposta de avaliação diagnóstica)
Unidade 1 (projeto 1) Introdução
Capítulo 1
Capítulo 2
Unindo as pontas
Unidade 2 (projeto 2) Introdução
Capítulo 3
Capítulo 4
Unindo as pontas
Ponto de chegada (proposta de avaliação de resultado)
Referências bibliográficas comentadas
Abertura de unidade
As unidades dos volumes são compostas, portanto, de uma Introdução, dois capítulos e um en-
cerramento, chamado Unindo as pontas.
A abertura da unidade propõe o estudo do tema que vai se desenrolar no semestre de forma refle-
xiva, contextualizada e dialógica, apresentando o projeto aos estudantes por meio da questão nortea-
dora, de uma imagem relacionada às linguagens que serão estudadas e alguns questionamentos per-
tinentes. Oferece, assim, oportunidade para desvelar o que a turma sabe sobre o tema e as linguagens
que serão estudados, além de ter como objetivo despertar interesse e curiosidade para a proposta.
Na sequência, apresenta-se a Introdução, que oferece atividades práticas e reflexivas com o ob-
jetivo de provocar o diálogo com os estudantes, em duas seções:
⓿ Experimentação: que introduz experimentações nas linguagens artísticas que serão abordadas
na unidade, articuladas ao tema norteador.
⓿ Reflexão: que traz obras que dialogam com a questão norteadora para que os estudantes
iniciem suas reflexões sobre o tema e comecem a compreender as relações que ele estabelece
com as linguagens artísticas.
Capítulos
Os dois capítulos de cada unidade abordam de forma aprofundada duas das quatro linguagens
artísticas que fazem parte do componente curricular Arte. Essa abordagem propicia a coleta de
informações e propõe vivências que serão convertidas em fontes de pesquisa para refletir sobre a
questão norteadora do projeto.
Cada capítulo traz uma sequência didática relacionada ao aprendizado de uma linguagem ar-
tística principal em diálogo com outras linguagens. Isso se dá por meio de atividades inspiradas na
abordagem triangular, que abarcam as dimensões do conhecimento criação, crítica, estesia, expres-
são, fruição e reflexão.
45
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. p. 194.
LII
Ainda que a abordagem triangular seja voltada para o ensino das artes visuais e não oriente uma
ordem ou sequência didática específica de organização dos vértices do triângulo, esta coleção se
apropria dessa proposta para o ensino de todas as linguagens.
As atividades do capítulo estão organizadas de modo que os estudantes aprendam arte e suas
linguagens de forma contextualizada e repleta de sentido e garantem o desenvolvimento das habi-
lidades e competências previstas na BNCC, além de permitir que o professor flexibilize o trabalho,
agregando outros procedimentos e saberes que considerar relevantes e que estejam de acordo com
o projeto político pedagógico (PPP) da escola.
O capítulo se inicia com uma obra de arte cuidadosamente escolhida para que os estudantes
possam refletir e passar a construir respostas para a questão norteadora do projeto. É a partir dessa
obra que os saberes específicos da área de Arte são apresentados à turma.
Com base na apreciação e na contextualização da obra em seções especializadas, o capítulo
oferece outra seção com conceitos estéticos, elementos da linguagem ou saberes artísticos e expe-
rimentações que promovem a vivência necessária para que os estudantes construam seu percurso
criador e desenvolvam um olhar sensível e crítico para apreciar a obra em estudo.
Unindo as pontas
Tendo a finalidade de encerrar o projeto de trabalho do semestre, a parte Unindo as pontas se
situa após os dois capítulos da unidade e tem como objetivo apresentar de forma aprofundada o
estudo de obras de artes integradas, que é acompanhado de uma sequência de atividades para a
realização da produção final do projeto.
Além de propor uma retomada inicial dos estudos realizados nos capítulos, essa parte é compos-
ta de três seções:
⓿ Mais perto: apresenta uma obra ou manifestação de arte híbrida ou integrada, além de infor-
mações sobre o contexto em que foi produzida e sobre o artista ou o grupo que a criou.
⓿ Puxando outros fios: traz uma proposta de iniciação à pesquisa científica, propondo uma me-
todologia de pesquisa específica que pode auxiliar no entendimento da questão estudada ou
mesmo auxiliar na produção de arte da próxima seção.
⓿ Entrelaçando as artes: proposta de criação e produção artística descrita em etapas que resulta
na produção final do projeto para concluir o trabalho do semestre. A ideia é que, por meio dessa
produção, levando em conta tudo o que foi estudado nos capítulos, os estudantes ofereçam
uma resposta possível à pergunta norteadora da unidade.
Seções
Conheça na sequência as seções apresentadas em cada capítulo ou parte da unidade e suas res-
pectivas funções.
⓿ 1. A arte de [artista]: situada após a abertura do capítulo, propõe um contato inicial com a obra
ou manifestação artística em foco. Contém a subseção Primeiras impressões de [obra], que
levanta questões para guiar a leitura inicial das imagens que foram apresentadas.
⓿ 2. Mais perto de [obra]: traz informações sobre a obra ou manifestação artística apresentada
no capítulo, como contexto de produção, materiais e intencionalidade do artista, entre outros
aspectos que auxiliam os estudantes a criar outros sentidos para a leitura inicial e confirmar as
hipóteses levantadas sobre ela.
⓿ 3. Por dentro de [linguagem]: oferece elementos e conhecimentos específicos das linguagens
artísticas em diálogo com a obra ou a manifestação artística estudada.
⓿ 4. Mais perto de [artista]: reúne informações sobre o artista ou o grupo autoral criador da obra
estudada, oferecendo subsídios para que os estudantes ampliem o repertório artístico e esta-
beleçam novas relações entre a produção artística e a poética do artista ou grupo. Essa seção
traz a subseção Outras obras de [artista], que apresenta outros trabalhos do artista ou grupo
com o objetivo de fornecer um panorama de suas obras a fim de que os estudantes possam
analisar criticamente o conjunto das produções.
⓿ História da arte: tem como objetivo oferecer dados históricos que ajudam na contextualização
da obra ou manifestação artística estudada no capítulo a fim de que os estudantes ampliem o
repertório artístico e estabeleçam novas relações da obra ou manifestação com seu contexto
de produção.
⓿ Conexões: essa seção, em que se destaca a interdisciplinaridade, estabelece a relação entre
Arte e outros componentes curriculares e/ou entre diferentes linguagens.
⓿ Fazendo arte: finaliza o capítulo e traz uma proposta prática estruturada em etapas, que es-
timula os estudantes a utilizar os conhecimentos e procedimentos artísticos estudados para
desenvolver uma criação artística de forma autoral e colaborativa, que vai subsidiar a produção
final do projeto.
LIII
Conheça também a seção especial Fio da meada, que encerra o trabalho com cada um dos capí-
tulos ou partes da unidade e seus componentes com as respectivas propostas de trabalho:
⓿ O que vimos: oferece aos estudantes uma síntese do que foi estudado no capítulo/na parte da
unidade.
⓿ Autoavaliação: é hora de retomar o portfólio: traz orientações para que os estudantes reflitam
sobre suas aprendizagens e façam uma autoavaliação dos estudos do capítulo/da parte da
unidade, que deve ser registrada por escrito a fim de ser guardada no portfólio.
⓿ O que vem por aí, que finaliza o capítulo, e Outros fios, quando finaliza as partes da unidade:
apresentam os tópicos que serão estudados na sequência ou propõem o desenvolvimento de
outros percursos para além do volume.
Boxes
Tanto nas partes inicial e final da unidade como em seus capítulos, vão aparecer de forma recor-
rente alguns boxes que propõem atividades ou aprofundamento dos estudos e outros que oferecem
informações complementares. Conheça-os:
⓿ Experimente e compartilhe: propõe experimentações artísticas individuais e coletivas com
base nos elementos da linguagem estudados.
⓿ Critique e compartilhe: propõe uma reflexão sobre o trabalho do artista ou grupo com a
intenção de estabelecer relações entre as obras estudadas. Nesse tipo de atividade, os es-
tudantes são incentivados a compartilhar suas opiniões com os colegas sempre por meio de
algum gênero discursivo preestabelecido a fim de desenvolver um raciocínio crítico e compa-
rativo em Arte.
⓿ Pesquise e compartilhe: propõe o levantamento de informações sobre artistas, obras e outros
aspectos relacionados à temática estudada a fim de que os estudantes possam ampliar conhe-
cimentos e construir novas relações com o que aprenderam durante os estudos.
⓿ Criando laços: apresenta uma atividade prática que propõe e favorece a interdisciplinaridade.
⓿ Palavra de artista: apresenta depoimentos de artistas sobre seu trabalho para que os estudan-
tes possam refletir acerca dos processos de criação e ampliar o repertório a fim de desenvolver
uma poética própria.
⓿ Saiba mais: oferece informações sobre assuntos abordados no capítulo ou unidade, ou relacio-
nados, para ampliar os conhecimentos dos estudantes em Arte.
⓿ Na tela: sugere sites, filmes e vídeos relacionados aos temas abordados, que podem ser explo-
rados pelos estudantes individualmente ou sob orientação do professor.
⓿ Biblioteca: sugere leituras que permitem aos estudantes o aprofundamento no tema estudado.
⓿ Visitação: traz sugestões de visita física ou virtual a lugares ou eventos em que ocorrem mani-
festações artísticas.
São oferecidos ainda, no decorrer de todo o volume, alguns verbetes que buscam auxiliar os
estudantes:
⓿ a definir conceitos artísticos que surgem no texto, cujo esclarecimento é essencial para a com-
preensão do tema estudado;
⓿ a esclarecer termos utilizados no decorrer do texto e que podem ser desconhecidos.
8. Transcrição de áudio
Locutor 1: Quando ele fala que os alunos, que eles são de culturas diferentes, traz muito essa
questão da voz ativa do aluno, né? Porque na metodologia de projetos, o aluno tem voz e tudo se
desenvolve a partir das experiências e das coisas que são trazidas pelos alunos. E quando a gente
abre essa oportunidade para os alunos, de eles falarem, a gente descentraliza a questão da fonte da
informação, porque quando é sempre o professor trazendo, o professor passa a ser a única fonte do
conhecimento de todos. E quando a gente abre isso para os alunos falarem, a gente amplia muito a
fonte e a gente consegue ver também como que se dá na vida do aluno, né? Quando o Hernández
fala de como trazer os assuntos para a sala de aula, os alunos vão debatendo, eles vão conversando
entre eles, ele transgride o limite da disciplina, porque o aluno, ele não fica restrito só à disciplina de
matemática, ou só à disciplina de português, ele traz formações diversas sobre o tema.
Locutor 2: Cabe a gente mencionar então que, quando a gente trabalha com interdisciplinaridade
e projetos, existe também uma confusão de que para se realizar projetos tem que ser inter[disci-
plinar], e para ser inter[disciplinar] tem que ser só com projetos, e nem sempre. Não são propostas
integradas. Elas podem ser realizadas de maneira integrada, conjuntamente, mas elas não são de-
pendentes. Acho que esse é o ponto. Para executar a interdisciplinaridade, você não precisa ser só
por projetos, e as pessoas vinculam isso com muita frequência.
LIV
9. Referências bibliográficas comentadas
PARSONS, M. Compreender a arte. Lisboa: Presença, 1992.
ARTE VISUAL E AUDIOVISUAL
No livro, o autor apresenta suas ideias sobre a apreensão es-
BARBERO, J. M. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e tática em uma hipótese que tem como base a noção de está-
hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009.
gios de desenvolvimento, respaldada pelos estudos de Piaget e
O autor trata da comunicação na América Latina em diferentes Kohlberg.
períodos do século XX. Segundo ele, a análise da mídia deve levar
em conta não apenas a intenção de quem envia as mensagens, READ, H. A educação pela arte. 2. ed. São Paulo: WMF Martins
mas sua recepção, que nunca é simplesmente passiva e consu- Fontes, 2013.
midora.
Obra que retoma as ideias de Platão sobre a arte ser a base
da educação com o objetivo de formular uma teoria que abar-
BARBOSA, A. M.; CUNHA, F. P. da (org.). Abordagem triangular no
ensino das artes e culturas visuais. São Paulo: Cortez, 2010. que todos os modos de expressão (artística, musical, literária,
etc.) de maneira contextualizada: uma educação pautada nos
Nesse livro, reúnem-se pesquisas, relatos de experiências e de-
sentidos sobre os quais se baseiam a consciência e o raciocínio
bates sobre a abordagem triangular no ensino de Arte e em
humano.
outras áreas do conhecimento.
RICHTER, I. M. Interculturalidade e estética do cotidiano no ensino
BUORO, A. B. O olhar em construção: uma experiência de ensino e
das artes visuais. Campinas: Mercado de Letras, 2003.
aprendizagem da Arte na escola. São Paulo: Cortez, 1996.
No livro, apresenta-se uma visão do ensino de artes visuais na
Esse livro relata experiências do ensino de Arte nas escolas no
escola com base no multiculturalismo e na estética feminina co-
trabalho com leitura de imagens.
tidiana, discutindo tendências sobre a educação intercultural.
CANTON, K. Temas da arte contemporânea. São Paulo: Martins
Fontes, 2009 (Coleção Temas da Arte Contemporânea) SODRÉ, M. Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação
linear e em rede. Petrópolis: Vozes, 2009.
A autora apresenta temas do mundo contemporâneo cujos re-
flexos podem ser sentidos na arte de nossos dias. Além de teoria, No livro, aborda-se o fato de a mídia ser parte constituinte de
são apresentadas entrevistas com diversos artistas brasileiros. uma nova forma de vida ou de uma nova subjetividade, consti-
tuindo mais do que um equipamento ou tecnologia que transmi-
CAUQUELIN, A. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: te ideologia.
Martins Fontes, 2005. (Coleção Todas as Artes)
Nessa obra, é mapeada a transformação dos mecanismos da CULTURA
arte a partir do começo do século XX. Dos ready-mades às séries,
dos salões às galerias, da sociedade de consumo à sociedade de BERGAMASCHI, M. A. (org.). Povos indígenas e educação. Porto
comunicação, da obra ao espaço da arte, a autora apresenta Alegre: Mediação, 2008.
uma análise dos desdobramentos no Pós-modernismo. No livro, apresentam-se e discutem-se temas atuais sobre a
vida e a cultura de povos indígenas e sobre suas experiências
DERDYK, E. Formas de pensar o desenho: desenvolvimento do
de organização da educação escolar em algumas regiões do
grafismo infantil. São Paulo: Panda Educação, 2020.
Brasil, do ponto de vista do respeito e dos projetos de vida des-
A autora faz uma reflexão sobre a linguagem gráfica das crian- ses povos.
ças e enfatiza que a vivência prática é fundamental para a com-
preensão do universo gráfico, assim como dos significados BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2010.
contidos no ato de desenhar delas.
Nesse livro, o autor questiona a ideia de uma narrativa nacional
homogênea. Em vez disso, propõe que as narrativas nacionais,
DEWEY, J. A arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes,
2010. (Coleção Todas as Artes) não somente no âmbito pós-colonial, mas em geral, considerem
a hibridez dos discursos que fazem parte dessas narrativas.
Nessa obra, reúnem-se resultados de uma série de palestras que
trataram da estrutura da arte e de sua relação com o público.
BURKE, P. Hibridismo cultural. São Leopoldo: Unisinos, 2008.
DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Nessa obra, o autor aborda a ideia de que, assim como uma cul-
Fontes, 2015. tura pode ser transmitida de uma população a outra, pode ser
modificada pelas particularidades locais e acabar voltando ao
Nesse livro, os elementos e as características da linguagem vi-
ponto de origem, influenciando a cultura de que saiu por causa
sual são fundamentados e explicados com o objetivo de ensinar
dos novos atributos adquiridos.
a ver e a ler dados visuais presentes em imagens, obras de arte e
objetos, entre outros.
CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da
FELDMAN, E. B. Becoming Human Through Art: Aesthetic Experience modernidade. São Paulo: Unesp, 2013.
in the School. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 1970. Nesse livro, o autor apresenta suas reflexões sobre o fenômeno
Na obra, o autor identifica os diferentes tipos de olhar que po- da hibridação cultural nos países latino-americanos, buscando
dem ser suscitados pelo leitor que desenvolveu a crítica de arte. compreender o intenso diálogo entre as culturas erudita, po-
pular e de massa e sua representação no cenário mundial. Para
MACHADO, A. Arte e mídia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. empreender a análise, lança mão de uma abordagem interdisci-
O livro explora o conceito de artemídia, que ultrapassa a noção plinar e intercultural.
de uso de aparatos tecnológicos na produção artística, buscan-
do refletir como mídia e arte se combinam, contaminam e distin- EAGLETON, T. A ideia de cultura. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2011.
guem em diferentes criações virtuais, semivirtuais, colaborati- A obra traz um estudo sobre os significados da cultura investi-
vas ou não, e em diversos outros contextos. gando as origens dos diferentes sentidos dados ao termo.
LV
EFLAND, A. D.; Freedman, K.; Stuhr, P. La educación en el arte BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base.
posmoderno. Barcelona: Paidós, 2003. Brasília: MEC/SEB, 2018.
Um estudo sobre modernidade, multiculturalismo e teoria cultu- Nesse documento, definem-se as competências e habilidades es-
ral que demonstra que a filosofia pós-moderna tem influenciado senciais a serem trabalhadas em escolas públicas e privadas do
a educação, em especial nas áreas de Ciências Humanas e Arte. território brasileiro que ofertam a Educação Básica.
ESCOSTEGUY, A. C. D. “Estudos Culturais: uma introdução”. In: Silva, BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica.
T. T. O que é, afinal, estudos culturais?. Belo Horizonte: Autêntica, Brasília: MEC/SEB, 2013.
2006. Nesse documento, propõem-se as diretrizes que regem a Edu-
Nesse artigo, apresentam-se os fundamentos teóricos do movi- cação Básica brasileira com o objetivo de assegurar que saberes
mento britânico denominado estudos culturais. fundamentais sejam garantidos a todos os estudantes.
KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia BRASIL. PNA: Política Nacional de Alfabetização. Brasília: MEC/
das Letras, 2019. SEALF, 2019.
Nessa obra, o autor apresenta alguns aspectos das cosmologias Documento que apresenta a Política Nacional de Alfabetização
indígenas, colocando em questão a separação entre o ser huma- (PNA), que se baseia em um conjunto de evidências de como as
no e a natureza, premissa presente na origem do desastre socio- pessoas aprendem a ler e escrever, trazendo essa questão para
ambiental que caracteriza nossa era. o centro do debate político.
OGOT, B. A. (ed.). História geral da África V: África do século XVI BRASIL. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto
ao XVIII. São Paulo: Cortez, 2011. (Coleção História geral da África) histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: MEC/SEB, 2019.
Publicada em oito volumes, a coleção é um marco no processo Por meio de propostas, esse documento explica a importância
de reconhecimento do patrimônio cultural da África, uma vez da implementação dos temas transversais contemporâneos
que permite compreender o desenvolvimento histórico dos po- (TCT) nas escolas em um trabalho conjunto com a BNCC.
vos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de
uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro COHEN, E. G.; LOTAN, R. A. Planejando o trabalho em grupo:
do continente. estratégias para salas de aula heterogêneas. 3. ed. São Paulo:
Penso, 2017.
Na obra, apresenta-se uma fundamentação teórica que sus-
DANÇA tenta a importância do trabalho em grupo como ferramenta
BOLSANELLO, D. P. (org.). Em pleno corpo: educação somática, para uma educação para a equidade, além de propostas práti-
movimento e saúde. Curitiba: Juruá, 2010. cas para planejar e implementar o trabalho em grupo em sala
de aula.
Na obra, apresentam-se diversos métodos e técnicas que desau-
torizam a concepção cartesiana, responsável pela conhecida ci- CONDEMARÍN, M.; MEDINA, A. Avaliação autêntica: um meio para
são entre corpo e mente. Os artigos presentes na publicação são melhorar as competências em linguagem e comunicação. Porto
tratados cientificamente e se revestem de intenção pedagógica. Alegre: Artmed, 2005.
Nessa obra, propõe-se um novo modo de avaliar as aprendiza-
MARQUES, I. A dança no contexto: uma proposta para a educação
gens dos estudantes e apresentam-se as características e as ba-
contemporânea. 1996. Tese (Doutorado). USP, 1996.
ses teóricas que fomentam uma avaliação autêntica.
Em sua tese, a autora analisa o ensino de dança nas escolas e
propõe mudanças em seu formato de maneira que seja cada vez DEWEY, J. Democracia e educação: introdução à filosofia da
mais incorporada aos estudos no cotidiano. educação. 3. ed. Trad. Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. São
Paulo: Nacional, 1959.
MARQUES, I. Ensino de dança hoje: textos e contextos. São Paulo:
Na obra, apresentam-se os principais aspectos do pensamento
Cortez, 2018.
do filósofo John Dewey sobre educação democrática.
No livro, propõem-se reflexões sobre o histórico do ensino de
dança e defende-se uma proposta atual para a abordagem des- FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa.
sa linguagem artística. 18. ed. Campinas: Papirus, 2016.
Um estudo sobre a interdisciplinaridade que aborda a história
RENGEL, L. P. Dicionário Laban. 2001. Dissertação (Mestrado em
desse conceito, o surgimento e a consolidação de um grupo de
Artes). Unicamp, 2001. Disponível em: https://estudiofiorire.com/
pesquisas sobre interdisciplinaridade e um apanhado de investi-
wp-content/uploads/2022/02/Dicionario-Laban-Lenira-Rengel.
gações realizadas na área.
pdf. Acesso em: 23 abr. 2022.
Dissertação em que a autora sistematiza os principais conceitos FULGÊNCIO, L.; LIBERATO, Y. É possível facilitar a leitura: um guia
labanianos, apresentando-os de forma objetiva e clara. (O tra- para escrever claro. São Paulo: Contexto, 2007.
balho, pioneiro em língua portuguesa, também foi publicado em No livro, descrevem-se os passos que permitem aos leitores al-
livro pela Annablume, em 2003.) cançar a interpretação do texto, as informações de que neces-
sitam para compreender integralmente uma mensagem e como
EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA funciona a memória durante o processo de leitura.
BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de aula invertida: uma metodologia HERNÁNDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de
ativa de aprendizagem. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. São trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Paulo: LTC, 2016. Relatos de experiências que buscam mudar as ideias sobre o
Livro que auxilia o docente a estimular a autonomia e a motiva- componente curricular Arte, mostrando como é possível expan-
ção dos estudantes ao apresentar os princípios da metodologia dir os conhecimentos dos estudantes do Ensino Fundamental ao
da aula invertida, assim como suas aplicações. Médio sobre a cultura visual.
LVI
HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por MORAES, J. J de. O que é música. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. No livro, o autor traça um panorama sobre a música, contando
Porto Alegre: Penso, 2017. sua história e seus efeitos sobre a linguagem.
No livro, apresentam-se as ideias e práticas dos autores sobre a
organização do currículo com base em projetos. SCHAFER, M. O ouvido pensante. 3. ed. São Paulo: Unesp, 2013.
Na obra, desenvolve-se a ideia de paisagem sonora e propõe-se
MACEDO, L. de; FINI, M. I. “Uma análise do conceito de competências que os estudos musicais sejam realizados por todas as pessoas.
na BNCC”. Desafios da Educação, 11 jul. 2018. Disponível em: https://
desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/analise-de-competencias-na TINHORÃO, J. R. Pequena história da música popular segundo seus
-bncc/. Acesso em: 22 mar. 2022. gêneros. São Paulo: Editora 34, 2013.
O artigo aborda o conceito de competências e habilidades e seu Na obra, abordam-se os diferentes gêneros musicais presentes
trabalho na Base Nacional Comum Curricular. na cultura brasileira, trazendo um estudo sintético das origens
de nossos movimentos musicais, desde a modinha e o lundu
OLIVEIRA, J. B. A e. ABC do alfabetizador. Brasília: Instituto Alfa e (século XVII) até a lambada, nos anos 1990, percorrendo refe-
Beto, 2008. rências sobre maxixe, choro, frevo, sertanejo, bossa nova, entre
No livro, são oferecidas informações teóricas e práticas sobre outros.
todos os componentes essenciais do processo de alfabetização.
Alinhado com a ciência cognitiva da leitura e com as principais WISNIK, J. M. O som e o sentido: uma outra história das músicas.
e mais robustas evidências sobre alfabetização, cada capítulo São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
apresenta ao leitor novos conceitos, reforça conhecimentos pré- Nessa obra, o autor apresenta a história da música com base em
vios e propõe exercícios práticos. dois elementos básicos: o recurso à experiência acústica concre-
ta e a comparação com as outras estruturas produtoras de sen-
SOUZA, Z. R. de; BIELLA, J. Currículo baseado em competências. tido (a língua, o mito, a sociedade).
Natal: Sesi, 2010. Disponível em: http://lagarto.ufs.br/uploads/
co nte nt _ at t a c h /p at h / 1 1 3 3 8 /c u r r i c u l o _ b a s e a d o _ e m _
competencias_0.pdf. Acesso em: 22 mar. 2022. TEATRO
Nesse curso, elabora-se o conceito de currículo escolar baseado BOAL, A. Jogos para atores e não atores. São Paulo: Sesc São
em competências, traçando um panorama histórico desde seu Paulo/Cosac Naif, 2015.
surgimento e suas diretrizes até a sua aplicação.
Nesse livro, o autor aprofunda e exemplifica, por meio de uma
ZABALZA, M. A. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e série de exercícios, os princípios já definidos em Teatro do
desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004. Oprimido, em que o espectador é levado a interagir com os ato-
res no palco.
Na obra, apresentam-se exemplos práticos sobre o uso e a im-
portância dos diários para a pesquisa e a formação profissional KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013.
do professor.
Na obra, apresenta-se uma proposta de ensino de teatro com
base nas ideias de Spolin, Piaget e Languer, permitindo aos pro-
MÚSICA fessores reinventar suas práticas.
BEHLAU, M.; MADAZIO, G. Voz: tudo o que você queria saber sobre SPOLIN, V. Jogos teatrais: o fichário de Viola Spolin. 2. ed. São
fala e canto: perguntas e respostas. São Paulo: Thieme Revinter, 2015. Paulo: Perspectiva, 2001.
No livro, são oferecidas informações a respeito do uso da voz no Na obra, é oferecida uma seleção dos jogos teatrais de Viola
canto e dicas de práticas que promovem a saúde vocal de canto- Spolin em forma de fichas para auxiliar o trabalho em sala de
res. Sugerimos a leitura para aprofundar seu conhecimento nas aula.
práticas de canto coral.
STANISLAVSKI, C. A criação de um papel. Rio de Janeiro: Civilização
CAGE, J. De segunda a um ano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2013. Brasileira, 2004.
No livro, o autor trata de política, música, poesia e arte. A dispo- Este livro do ator, produtor e diretor russo é o terceiro volume de
sição visual dos textos chama a atenção do leitor. uma trilogia — completada pelos títulos A preparação do ator
e A construção da personagem — fundamental para todos que
KATER, C. H. J. Koellreutter: Música Viva e movimentos em direção se interessam pelo teatro, sejam simples espectadores ou profis-
à modernidade. São Paulo: Musa/Atravez, 2001. sionais da arte cênica.
No livro, faz-se um estudo detalhado de conceitos e princípios
do grupo Música Viva, um movimento que exerceu grande in-
fluência na música brasileira.
LVII
Orientações específicas
1. Objetivos e justificativa das propostas
O volume de 6o ano tem como eixo condutor a relação que a identidade, individual e coletiva,
estabelece com a arte. A escolha dessa temática se justifica porque os estudantes, nesse período,
estão construindo sua identidade em meio a grandes transformações biológicas, psicológicas e so-
ciais. Nesse sentido, a arte pode ser uma forma de expressão potente, que permite elaborar emoções
e reflexões em obras autorais.
Por meio dos projetos de trabalho propostos, os estudantes vão conhecer artistas e obras que
questionam a adolescência, o modo como a memória ajuda a formar a identidade e permite a ex-
pressão, a maneira como nos relacionamos com os familiares e o significado de ser jovem no mundo
contemporâneo a fim de refletir sobre essa relação.
LVIII
Competências e habilidades desenvolvidas no volume de 6o ano
Bimestre Linha Competências Competências Competências Componentes Unidades Objetos do conhecimento Habilidades
metodológica gerais específicas de específicas de da coleção temáticas de Arte
Linguagens Arte
Projeto de trabalho 1; 2; 5; 6; 8; 10 2; 6 1; 4; 5; 6; 7; 8 Introdução Artes integradas Contextos e práticas EF69AR31
Questão (à Unidade 2) Dança • Elementos da linguagem EF69AR10
problematizadora: • Processos de criação EF69AR11
A arte pode EF69AR12
expressar nossas Música Contextos e práticas EF69AR16
relações? EF69AR19
Artes visuais Contextos e práticas EF69AR01
3o
Capítulo 3 Dança • Contextos e práticas EF69AR09
• Elementos da linguagem EF69AR10
• Processos de criação EF69AR11
EF69AR12
EF69AR13
EF69AR14
EF69AR15
Artes integradas Contextos e práticas EF69AR31
Capítulo 4 Música • Contextos e práticas EF69AR16
• Elementos da linguagem EF69AR17
• Materialidades EF69AR18
• Notação e registro musical EF69AR19
• Processos de criação EF69AR20
EF69AR21
EF69AR22
EF69AR23
Artes integradas • Contextos e práticas EF69AR31
4o • Arte e tecnologia EF69AR35
Unindo as Artes visuais • Contextos e práticas EF69AR01
pontas • Elementos da linguagem EF69AR02
(encerramento • Materialidades EF69AR04
da Unidade 2) • Processos de criação EF69AR05
EF69AR06
EF69AR07
Artes • Contextos e práticas EF69AR31
integradas • Processos de criação EF69AR32
• Arte e tecnologias EF69AR35
LIX
Plano de desenvolvimento do volume de 6o ano
Bimestre Linha metodológica Temas contemporâneos transversais Unidades temáticas Assuntos abordados
Projeto de trabalho • TCT cidadania e civismo: vida familiar • Artes integradas • Arte e identidade
Questão problematizadora: e social; direitos da criança e do adoles- • Teatro • Jogos teatrais
A arte pode expressar quem cente
somos? • TCT economia: trabalho
Teatro • Teatro e adolescência
• Profissões artísticas: diretor teatral; ator
1o • Catarse
• Adolescência; tribos urbanas; grupos sociais; singula-
ridades
• Elementos do teatro: personagem e figurino; espaço
cênico e cenografia; iluminação; trilha sonora; ação
teatral; texto dramático
• História do figurino no teatro ocidental
Artes • Tecelagem e memória
visuais • Afetividade
• Amarrações; trançados; costuras
• Galeria de arte
• Pontos; linhas; texturas
• Espaço: obras bidimensionais e tridimensionais
• Materiais: tecido (tecelagem); renda; bordado
• História do tecido e da tecelagem
2o
• Artes visuais • Arte e padrões de beleza
• Artes integradas • Performance
• Teatro • Desfile de moda
• Moda
• Designer de moda
• Diversidade
Projeto de trabalho • TCT cidadania e civismo: vida familiar e • Artes integradas • Arte e relações humanas
Questão problematizadora: social; direitos da criança e do adoles- • Dança • Instalação
A arte pode expressar nos- cente • Música
sas relações? • TCT saúde: saúde • Artes visuais
Dança • Dança e relações humanas cotidianas
3o • Corpo, comunicação, diversidade, criatividade
• Consciência corporal
• Fatores do movimento corporal: fluência, espaço, tem-
po e peso
• História da dança: da dança cênica à dança relacional
• Contato-improvisação
4o
LX
Plano de desenvolvimento do volume de 6o ano
Objetivos
• Relacionar os aspectos da vida cotidiana à arte em suas diversas dimensões e refletir sobre o papel da arte em seu contexto.
• Explorar figurinos e adereços como elementos envolvidos nos acontecimentos cênicos.
• Experimentar compor improvisações relacionadas ao tema da identidade.
• Analisar a peça teatral Adolescer, investigando modos de produção para ampliar repertório sobre teatro.
• Apreciar imagens do espetáculo e práticas do teatro contemporâneo, contextualizando-o no tempo e no espaço, com vistas a aprimorar a capacidade de aprecia-
ção estética.
• Explorar figurino, espaço cênico, cenário, iluminação e trilha sonora, elementos da composição cênica, para ampliar o repertório sobre a linguagem teatral.
• Participar de práticas investigativas e experimentações com a linguagem teatral para problematizar limites e desafios do trabalho colaborativo, bem como desen-
volver a percepção dos processos de criação teatral.
• Relacionar o teatro, de forma contextualizada, às diversas dimensões da vida para refletir sobre a arte como forma de expressão de ideias no decorrer do tempo.
• Criar apresentação cênica com base em reflexões e experimentações propostas a partir da questão norteadora da unidade em diálogo com o repertório e os
conhecimentos construídos durante o projeto.
• Analisar os objetos de Sonia Gomes para ampliar o repertório sobre os materiais que os artistas utilizam em artes visuais.
• Apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, por meio da apresentação contextualizada de obras de arte e produções de
artesãos, com o objetivo de ampliar a experiência estética e o repertório relacionado às práticas artísticas e seus contextos.
• Experimentar processos relacionados à tecelagem e às obras de Sonia Gomes, feitas com tecido e outros materiais, aproximando, dessa forma, o que foi aprendido
na experimentação às práticas poéticas da artista.
• Apreciar e compreender o trabalho dos artesãos a fim de reconhecer e diferenciar as categorias de artista e artesão, entre outros, no sistema das artes visuais.
• Diferenciar as categorias das artes visuais, reconhecendo as relações entre os profissionais dessa linguagem.
• Valorizar o patrimônio cultural do local de vivência para que se possa reconhecer que as práticas artísticas são diversas, além de ampliar o repertório e as referên-
cias culturais.
• Criar um trabalho com base na retomada dos estudos do capítulo e na reflexão sobre o tema da identidade de modo coletivo, usando os materiais e procedimen-
tos artísticos estudados.
• Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida por meio de uma reflexão sobre as imagens propostas e o tema da identidade.
• Analisar a modalidade da performance artística, reconhecendo-a como uma manifestação híbrida, com base nas relações processuais entre diferentes linguagens,
de modo a ampliar o repertório artístico e as possibilidades de criação.
• Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar e registrar práticas e repertórios artísticos, exercitando a ética e a respon-
sabilidade.
• Observar, pesquisar e sistematizar informações acerca de diferentes aspectos e manifestações da moda na contemporaneidade, refletindo acerca de seu papel
social e cultural, assim como sobre suas relações com o comportamento juvenil.
• Desenvolver o trabalho coletivo e colaborativo a partir da questão norteadora da Unidade 1, “A arte pode expressar quem somos?”, para explorar e desenvolver
temas relacionados a vivências e experiências.
• Integrar elementos e recursos de diferentes linguagens artísticas, especialmente as artes visuais e o teatro, estudados na Unidade 1, para criação e apresentação
de performance, compreendendo o caráter híbrido dessa modalidade artística.
• Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social para que os estudantes compreendam as muitas motivações dos artistas na criação de
seus trabalhos.
• Analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança – no caso, a dança contemporânea da Caleidos Cia. de Dança, uma companhia
brasileira – para ampliar o repertório e tornar-se capaz de reconhecer as diversas manifestações de dança de diferentes épocas.
• Reconhecer os elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado para, em seguida, analisá-los criticamente no decorrer do bimestre.
• Compartilhar e discutir experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos.
• Explorar, por meio de imagens, os elementos constitutivos do movimento cotidiano para compreender como esses movimentos se tornam movimentos dançados.
• Analisar os fatores do movimento que, quando combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.
• Investigar o movimento e o improviso como partes integrantes da criação coletiva em dança, possibilitando a ampliação e a diversificação de referências e do
repertório nessa linguagem.
• Analisar criticamente, por meio da apreciação musical da canção “Máscara”, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação de forma a
relacionar as práticas musicais às diferentes dimensões da vida.
• Explorar e analisar criticamente meios e equipamentos culturais de circulação da música, como é o caso de singles e videoclipes, para ampliar o conhecimento em
relação aos sistemas de circulação dessa linguagem.
• Analisar um estilo musical, como o rock, contextualizando-o no tempo e no espaço, de modo a oferecer subsídios para a apreciação estética musical e a análise
crítica da obra.
• Analisar e explorar o timbre, a duração, a intensidade e a altura, por meio tanto de áudio como de texto, além da pulsação, da melodia, da textura musical, do
ritmo e do andamento, também por meio de texto e áudio, de modo a ampliar o repertório dos estudantes sobre esses elementos da linguagem da música.
• Explorar e analisar fontes e materiais sonoros presentes na sala de aula, buscando reconhecer suas características e as diferenças entre eles.
• Explorar, por meio da experimentação, o registro musical criativo, com a intenção de introduzir esse conhecimento e essa prática entre os estudantes.
• Explorar e criar formas de mobilizar os diferentes elementos da linguagem musical em experimentações e composições coletivas.
• Elaborar processos e estratégias de registro de ideias, composições e orientações de execução musical a partir de referências convencionais e experimentais de
notação musical.
• Explorar fontes sonoras e elementos da linguagem musical para criar uma composição, na qual sejam utilizados sons diversos, como os do corpo e o de instru-
mentos sonoros, expressando-se e trabalhando de maneira coletiva e colaborativa para exercitar a prática artística em música.
• Apreciar e analisar a arte de Lygia Clark, levantando hipóteses sobre sua poética para exercitar o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.
• Analisar a materialidade das obras de Lygia Clark para compreender as proposições da artista e verificar as possibilidades de criação em artes visuais.
• Utilizar tecnologias de informação e comunicação como ferramentas de pesquisa e levantamento de dados, utilizando sempre referências confiáveis e fazendo a
análise e verificação de suas fontes, e como suporte para publicação das próprias produções, fazendo isso de forma ética em relação às imagens e às informações
divulgadas.
• Elaborar, planejar e executar uma produção artística de maneira a aprimorar os processos de criação em artes visuais, com base na reflexão sobre as obras de Lygia
Clark e em seus interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e
digitais, a fim de ampliar os conhecimentos sobre as práticas artísticas.
• Estabelecer, na criação da produção final do projeto, um diálogo com os princípios conceituais de Lygia Clark e suas proposições temáticas.
LXI
Plano de desenvolvimento do volume de 6o ano
Bimestre Sugestão de cronograma Estratégias pedagógicas Parâmetros de avaliação
Ponto de partida Ponto de partida: 1 hora-aula Aplicação de avaliação diagnóstica • Respostas corretas
1 hora-aula • Participação em atividades
• Participação em grupo
Introdução • Experimentação: 1 hora-aula • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
(à Unidade 1) • Reflexão: 1 hora-aula • Jogos teatrais • Participação em grupo
2 horas-aula • Roda de conversa • Interpretação de texto
• Registro no portfólio • Escrita
• Produção artística
• Registro no portfólio
1o Capítulo 1 • A arte de [artista]: 1 hora-aula • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
13 horas-aula • Mais perto de [obra]: 1 hora-aula • Estudo de obra e trajetória do artista • Participação em grupo
• Por dentro de [linguagem]: 4 horas-aula • Jogos teatrais • Interpretação de texto
• Mais perto de [artista] e História da arte: • Estudo da história da arte • Escrita
2 horas-aula • Pesquisa • Produção artística
• Conexões: 1 hora-aula • Roda de conversa • Registro no portfólio
• Fazendo arte e Fio da meada: 4 horas-aula • Leitura/escrita
• Leitura dramática
• Encenação de peça teatral
• Registro no portfólio
Capítulo 2 • A arte de [artista]: 1 hora-aula • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
11 horas-aula • Mais perto de [obra]: 1 hora-aula • Estudo de obra e trajetória do artista • Participação em grupo
• Por dentro de [linguagem]: 3 horas-aula • Experimentação em artes visuais • Interpretação de texto
• Mais perto de [artista] e História da arte: • Estudo da história da arte • Escrita
2 horas-aula • Pesquisa • Produção artística
• Conexões: 1 hora-aula • Roda de conversa • Registro no portfólio
• Fazendo arte e Fio da meada: 3 horas-aula • Leitura/escrita
• Criação de obra bidimensional ou tridi-
mensional usando costuras e amarrações
2o • Registro no portfólio
Unindo as pontas • Retomada da unidade e Mais perto: 1 ho- • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
(encerramento da ra-aula • Estudo de obra e trajetória do artista • Participação em grupo
Unidade 1) • Puxando outros fios: 1 hora-aula • Pesquisa • Interpretação de texto
5 horas-aula • Entrelaçando as artes e Fio da meada: • Roda de conversa • Escrita
3 horas-aula • Leitura/escrita • Produção artística
• Desenho de moda • Registro no portfólio
• Criação de performance
• Registro no portfólio
Introdução • Experimentação: 1 hora-aula • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
(à Unidade 2) • Reflexão: 1 hora-aula • Exercício de consciência corporal • Participação em grupo
2 horas-aula • Jogos musicais • Interpretação de texto
• Leitura/escrita • Escrita
• Roda de conversa • Produção artística
• Registro no portfólio • Registro no portfólio
Capítulo 3 • A arte de [artista]: 1 hora-aula • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
3o 14 horas-aula • Mais perto de [obra]: 1 hora-aula • Estudo de obra e trajetória do artista • Participação em grupo
• Por dentro de [linguagem]: 4 horas-aula • Exercício de consciência corporal • Interpretação de texto
• Mais perto de [artista] e História da arte: • Estudo da história da arte • Escrita
2 horas-aula • Pesquisa • Produção artística
• Conexões: 2 horas-aula • Roda de conversa • Registro no portfólio
• Fazendo arte e Fio da meada: 4 horas-aula • Leitura/escrita
• Criação de espetáculo de dança relacional
• Registro no portfólio
Capítulo 4 • A arte de [artista]: 1 hora-aula • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
10 horas-aula • Mais perto de [obra]: 1 hora-aula • Estudo de obra e trajetória do artista • Participação em grupo
• Por dentro de [linguagem]: 2 horas-aula • Jogos musicais • Interpretação de texto
• Mais perto de [artista] e História da arte: • Estudo da história da arte • Escrita
2 horas-aula • Pesquisa • Produção artística
• Conexões: 1 hora-aula • Roda de conversa • Registro no portfólio
• Fazendo arte e Hora de retomar o portfó- • Leitura/escrita
lio: 3 horas-aula • Roteiro de videoclipe
• Composição de canção
• Registro no portfólio
4o Unindo as pontas • Retomada da unidade e Mais perto: 1 ho- • Apreciação de obra de arte • Participação em atividades práticas
(encerramento da ra-aula • Estudo de obra e trajetória do artista • Participação em grupo
Unidade 2) • Puxando outros fios: 3 horas-aula • Pesquisa • Interpretação de texto
5 horas-aula • Entrelaçando as artes e Fio da meada: • Roda de conversa • Escrita
1 hora-aula • Leitura/escrita • Produção artística
• Registro no portfólio • Registro no portfólio
• Criação de proposição
Ponto de chegada Ponto de chegada: 1 hora-aula Aplicação de avaliação de resultado • Respostas corretas
1 hora-aula • Participação em atividades
• Participação em grupo
LXII
Divisão de aulas para o trimestre e semestre
Trimestre Semestre Sugestão de cronograma
Ponto de partida Ponto de partida:
1 hora-aula 1 hora-aula
Introdução (à Unidade 1) • Experimentação:
2 horas-aula 1 hora-aula
• Reflexão:
1 hora-aula
Capítulo 1 • A arte de [artista]:
13 horas-aula 1 hora-aula
• Mais perto de [obra]:
1 hora-aula
• Por dentro de [linguagem]:
1o 4 horas-aula
• Mais perto de [artista] e História da arte:
2 horas-aula
• Conexões:
1 hora-aula
• Fazendo arte e Fio da meada:
4 horas-aula
1o
Capítulo 2 • A arte de [artista]:
11 horas-aula 1 hora-aula
• Mais perto de [obra]:
1 hora-aula
• Por dentro de [linguagem]:
3 horas-aula
• Mais perto de [artista] e História da arte:
2 horas-aula
• Conexões:
1 hora-aula
• Fazendo arte e Fio da meada:
3 horas-aula
Unindo as pontas • Retomada da unidade e Mais perto:
(encerramento da Unidade 1) 1 hora-aula
5 horas-aula • Puxando outros fios:
1 hora-aula
• Entrelaçando as artes e Fio da meada:
3 horas-aula
2o Introdução (à Unidade 2) • Experimentação:
2 horas-aula 1 hora-aula
• Reflexão:
1 hora-aula
Capítulo 3 • A arte de [artista]:
14 horas-aula 1 hora-aula
• Mais perto de [obra]:
1 hora-aula
• Por dentro de [linguagem]:
4 horas-aula
• Mais perto de [artista] e História da arte:
2 horas-aula
• Conexões:
2 horas-aula
• Fazendo arte e Fio da meada:
4 horas-aula
Capítulo 4 • A arte de [artista]:
o 10 horas-aula 1 hora-aula
2
• Mais perto de [obra]:
1 hora-aula
• Por dentro de [linguagem]:
2 horas-aula
• Mais perto de [artista] e História da arte:
2 horas-aula
3o • Conexões:
1 hora-aula
• Fazendo arte e Hora de retomar o portfólio:
3 horas-aula
Unindo as pontas • Retomada da unidade e Mais perto:
(encerramento da Unidade 2) 1 hora-aula
5 horas-aula • Puxando outros fios:
3 horas-aula
• Entrelaçando as artes e Fio da meada:
1 hora-aula
Ponto de chegada Ponto de chegada:
1 hora-aula 1 hora-aula
LXIII
Sugestão de estrutura de diário de bordo
O diário de bordo é um instrumento útil para o controle do planejamento. Por isso, deve trazer
registros detalhados e precisos de cada atividade desenvolvida durante um projeto de trabalho.
Para tanto, é preciso anotar data e hora (do início e do fim) da tarefa e o local em ocorreu a ativi-
dade, além de fazer uma descrição de tudo o que aconteceu durante o andamento dela.
Esse registro pode conter uma avaliação, ou seja, uma reflexão sobre o modo como transcorreu
o encontro com os estudantes, o efeito dele no processo de trabalho, as consequências futuras, etc.
Se, por exemplo, a atividade for uma consulta à biblioteca, você pode registrar o local, o dia, a
hora, o livro (ou outro material) consultado, o resultado da pesquisa e a forma de registro; e finalizar
a entrada no diário com uma reflexão crítica sobre o balanço da tarefa.
Segue sugestão de estrutura para cada entrada do diário:
Turma / Data
Nome da atividade
Tempo da atividade
Recursos utilizados
Lembre-se de que um registro de atividade não requer que ela seja bem-sucedida, pois deve ser
usado como instrumento de autocrítica e de avaliação do processo de ensino-aprendizagem, incluin-
do também reflexões sobre o contexto da escola e sobre o perfil da turma com a qual você interage.
Assim, o diário de bordo pode e deve ser compartilhado com os estudantes, principalmente em
momentos de autoavaliação. Nesse sentido, ele pode se transformar em uma página de blog ou site
pessoal, cujo endereço fique disponível para os estudantes.
LXIV
ARTE
COMPONENTE CURRICULAR: ARTE
E N S I N O F U N DA M E N TA L ANOS FINAIS
ELIANA POUGY
Doutora em Teoria Política com foco em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP).
Mestra em Educação pela Universidade de São Paulo (USP).
Especialista em Linguagens das Artes pelo Centro Universitário Maria Antonia da Universidade de São
Paulo (Ceuma-USP).
Bacharela em Comunicação Social pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap-SP).
Autora de livros didáticos e paradidáticos de Arte.
ANDRÉ VILELA
Licenciado em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp-SP).
Atuou como coordenador pedagógico de programas públicos de formação em Arte.
Professor de cursos de capacitação e formação de professores de Arte.
Atuou como professor de Arte no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Autor de livros didáticos de Arte.
1ª edição
São Paulo, 2022
Bibliografia
Outros autores: André Vilela, Ana Carolina Nitto, George
Lucas Nercessian
Suplementado pelo manual do professor
ISBN 978-65-5767-524-3 (Livro Digital-Interativo do
Estudante)
ISBN 978-65-5767-525-0 (Manual Digital-Interativo do
Professor)
Angélica
Angélica Ilacqua - CRB-8/7057
Ilacqua CRB-8/7057
2022
Código da obra CL 720908
CAE 802228 (AL) / 802229 (PR)
.
1a edição
1a impressão
De acordo com a BNCC.
Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens
presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões
de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que,
eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão,
são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.
Impressão e acabamento
2
Apresentação
3
Sumário
Ponto de partida ..................................................... 8 1
Arte e identidade ...................................... 18
Unidade 1
1 A arte da Cia. Déjà-vu de Teatro ............ 19
A arte pode expressar Primeiras impressões de Adolescer .......... 19
quem somos? ................................................. 12 2 Mais perto de Adolescer ........................... 20
Introdução ......................................................... 14 3 Por dentro do teatro ..................................24
Quem? Os personagens! ............................24
Experimentação .................................................... 14 Onde? No espaço cênico! .......................... 28
O que as roupas e os acessórios podem O quê? A ação teatral! ................................34
expressar? ......................................................... 14
4 Mais perto da Cia. Déjà-vu de Teatro ...36
Que animal você seria? O que ele pode Outras obras da Cia.
dizer sobre você? ............................................ 15 Déjà-vu de Teatro .........................................36
Reflexão .................................................................... 16 História da arte ................................................. 38
Quem é você? .................................................. 16 O figurino no teatro ocidental ..................38
Fio da meada ................................................ 17
Conexões ............................................................. 42
Arte e Língua Portuguesa ......................... 42
Ponto de p artida
Fazendo arte ...................................................... 44
Nas primeiras páginas do livro, você
encontra atividades para verificar seu Fio da meada ................................................47
conhecimento sobre temas estudados
em Arte nos anos anteriores. Aproveite
esse momento para identificar os
aspectos com os quais tem dificuldade
e tirar as dúvidas com o professor.
Un i dades
Este livro se divide em Unidade 1 e Unidade 2, sendo
d queue
cada uma delas corresponde a um projeto de trabalho
e traz expressa em seu título a questão que vai nortear
esse percurso. Logo em seguida, uma Introdu•‹o propõe
atividades práticas e reflexivas para despertar seu interesse
para os saberes que serão desenvolvidos nos capítulos.
4
2 Conexões ................................................................... 72
Arte e Geografia .......................................... 72
Arte e memória ..............................................48
Fazendo arte ............................................................ 74
1 A arte de Sonia Gomes ............................ 49 Fio da meada ................................................ 77
Primeiras impressões de
Tecendo aManhã I ...................................... 49
Unindo as pontas .........................................78
A arte pode expressar quem somos? ...... 78
2 Mais perto de Tecendo aManh‹ I ...........50
Mais perto ................................................................ 80
3 Por dentro das artes visuais ...................54
Pontos, linhas e texturas ............................54 A arte de Jum Nakao ................................. 80
Espaço ............................................................54 Puxando outros fios ............................................ 86
Materiais ........................................................56 A moda no Brasil ......................................... 86
C apít ulo s Bi b l i ot e c a
A obra oferece dois capítulos por unidade. Na t e l a
Indicação de leitura
As seções de cada um deles apresentam para ampliar o Sugestão de sites,
com destaque uma obra de arte ou conhecimento. filmes, vídeos e outros
manifestação artística e abordam uma recursos disponíveis em
das linguagens artísticas – artes visuais, dispositivos digitais.
dança, música e teatro. Nelas, você vai
conhecer de forma aprofundada a obra e
o artista ou grupo que a produziu, além 00
de ser convidado a participar de diversas
Atividade Atividade Atividade Áudio Portfólio
atividades de apreciação, pesquisa, crítica oral em dupla em grupo
e experimentação em arte.
5
Unidade 2 3
A arte pode expressar nossas Arte e vida em comum ...........................100
relações? .......................................................... 94 1 A arte da Caleidos Cia. de Dança ....... 101
Primeiras impressões
Introdução ........................................................ 96 de Ares familiares ...................................... 101
Experimentação ................................................... 96 2 Mais perto de Ares familiares ...............102
O que os movimentos de cada um podem 3 Por dentro da dança ............................... 106
representar? E se eles Corpo e comunicação .............................. 106
forem reunidos? .......................................... 96
Diversidade corporal e criatividade ...... 106
Que músicas e canções sua família ouve?
Consciência corporal ................................ 109
Elas expressam algo sobre a relação de
vocês? .............................................................. 97 4 Mais perto da Caleidos Cia. de
Dança ........................................................... 114
Reflexão .................................................................... 98
Outras obras da Caleidos
Qual é o lugar da arte nas relações que
Cia. de Dança ............................................... 115
estabeleço com as pessoas? ..................... 98
Fio da meada ............................................... 99 História da arte .................................................... 118
Da dança cênica à dança relacional ...... 118
Conexões .................................................................122
Arte e Ciências ............................................122
Fazendo arte ..........................................................124
Fio da meada ..............................................129
História d a arte
As informações apresentadas nessa
seção vão ajudá-lo a entender o
contexto de produção e recepção
da obra ou manifestação artística
Co nexõ e s
apresentada no capítulo. Nessa seção, um diálogo se
estabelece entre a arte e outros
componentes curriculares,
assim como entre as diferentes
linguagens artísticas.
6
4 Fazendo arte ..........................................................156
Fio da meada ..............................................159
Arte e atitude ................................................130
Unindo as pontas .......................................160
1 A arte de Pitty ........................................... 131
A arte pode expressar nossas
Primeiras impressões de “Máscara” ....... 131
relações? ..................................................... 160
2 Mais perto de “Máscara” .......................132 Mais perto ...............................................................162
3 Por dentro da música ..............................136 A arte de Lygia Clark .................................162
Som, silêncio e ruído ..................................136
Parâmetros sonoros ..................................138
Puxando outros fios ........................................... 170
A recepção das obras de arte ................. 170
Som e música ..............................................139
Notação musical .........................................142 Entrelaçando as artes ........................................ 172
Proposição ................................................... 172
4 Mais perto de Pitty ................................. 144
Outras obras de Pitty ................................145 Fio da meada .............................................. 175
Puxa n do o u t ro s
f io s
Seção de iniciação à
pesquisa científica, que
propõe uma investigação
passo a passo relacionada
à obra ou manifestação de
arte integrada abordada
no encerramento.
7
As atividades propostas nesta seção
visam à realização de uma avaliação
diagnóstica. Essa avaliação é uma eta-
pa fundamental do processo de ensi-
Ponto de partida
no-aprendizagem, visto que permite o
desenvolvimento e a condução de pro- No decorrer deste ano, você vai conhecer diversos artistas e suas produções, vai aprender sobre as di-
cessos de avaliação formativa no decor-
ferentes linguagens (as artes visuais, a dança, a música e o teatro) e vai compreender também como essas
rer de todo o ano. É com base no re-
linguagens podem se integrar em produções e manifestações artísticas.
conhecimento das condições em que
Para iniciar a jornada de aprendizagens, que tal identificar e organizar os conhecimentos que você tem
cada estudante inicia e realiza os estu-
sobre arte e suas diferentes linguagens?
dos propostos que você poderá identifi-
car, ao construir os saberes pretendidos 1 Identifique os elementos figurino, espaço cênico e personagens da linguagem teatral, relacionando-
para o ano, lacunas e potencialidades. -os às afirmações correspondentes.
A partir desse diagnóstico, será possível a) Para criá-los, atores e atrizes usam expressões do rosto, modificações da voz e movimentos corporais.
saber que aspectos poderão ser desen- personagens
b) Este recurso tem um papel essencial no teatro, pois a utilização de roupas e adereços ajuda a carac-
volvidos plenamente e em que temas e terizar os personagens. figurino
atividades os estudantes precisarão do
c) É o local em que a encenação de um espetáculo acontece, como o palco de teatro, um prédio deso-
apoio docente e dos próprios colegas.
cupado ou até mesmo espaços públicos, como praças e ruas. espaço cênico
Ao propor a atividade diagnóstica é
preciso pensar em estratégias para 2 A imagem a seguir mostra uma cena de Adolescer, da Cia. Déjà-vu de Teatro, que você vai estudar no
identificar possíveis dificuldades dos Capítulo 1 deste livro. Observe-a e responda às questões que estão na continuação.
estudantes em relação ao trabalho com
8
3 Nesta atividade, você vai experimentar trabalhar com um dos elementos básicos do desenho: a linha. claros para todos antes de preencher as
Então, faça no caderno o desenho correspondente a cada uma das linhas listadas a seguir. Depois,
lacunas das sentenças.
sugira mais um tipo de linha e faça também o desenho dela. A Atividade 5 propõe uma sistema-
tização de experiências anteriores em
⓿ Linha reta
artes visuais em relação a materiais e
⓿ Linha curva procedimentos já utilizados pelos estu-
⓿ Linha espiral dantes. Conhecer o repertório da turma
⓿ Linha sinuosa
permite a antecipação dos desafios que
podem surgir durante as experimenta-
⓿ Linha quebrada
ções propostas. A atividade deverá pro-
4 Nas artes visuais, as obras podem ser bidimensionais ou tridimensionais. Você sabe identificar a dife- mover um levantamento das experiên-
rença entre esses dois conceitos? Transcreva as afirmações a seguir para o caderno e as complete cias prévias dos estudantes com foco
usando as palavras “bidimensional” ou “tridimensional” de modo a deixá-las verdadeiras. na identificação dos materiais com os
a) Uma obra de arte bidimensional é realizada em um suporte plano. quais já trabalharam e dos procedi-
b) Uma obra de arte tridimensional , além de altura e largura, tem profundidade.
mentos, recursos e instrumentos que
podem lançar mão para manipular es-
c) Quando apreciamos uma pintura, ficamos de frente para ela e observamos sua superfície, porque
ses materiais. Identificar a familiarida-
ela é bidimensional .
de deles em relação aos materiais uti-
d) Uma escultura é um trabalho artístico tridimensional , pois tem volume e podemos observá- lizados nas diversas linguagens permite
-la de frente, de lado, por cima, por baixo, por trás. antever possibilidades de trabalho que
5 Nesta atividade, você vai recordar suas experiências com os diferentes materiais utilizados nas aulas podem ser desenvolvidas a partir des-
de arte. Para isso, faça duas colunas no caderno. Na coluna da esquerda, liste os materiais que já uti- se conhecimento, além de oferecer pis-
lizou em suas experiências com artes visuais – pode ser papel, tinta, caneta colorida, pincel e sucata, tas sobre a linguagem artística preferi-
entre tantos outros. Na da direita, descreva o que é possível fazer com cada um deles – você pode
da dos estudantes.
descrever como usá-los ou o tipo de trabalho que pode ser realizado com eles, como recortar e colar, A Atividade 6 mobiliza as habilida-
fazer escultura, fazer brinquedo, desenhar, espalhar a tinta, etc.
des e experiências dos estudantes rela-
tivas à consciência corporal e à expres-
6 Os gestos, as expressões faciais, a maneira de se mover e até a velocidade ao se locomover podem sividade dos gestos e movimentos por
ser usados como forma de expressão. Especialmente na dança, esses elementos são usados para meio de uma brincadeira que faz parte
criar obras que mexem com a sensibilidade do público, provocando diferentes reações. Então, use de seu universo. Com esse jogo, é pos-
o corpo para expressar ideias e sentimentos. Para isso, comece montando um trio; depois, um inte- sível observar como trabalham com os
grante do trio por vez deve escolher uma das palavras a seguir, sem revelar aos outros qual é a movimentos do corpo e interagem com
escolhida; em seguida, vai representá-la, por meio de mímica, para que os colegas do trio tentem os colegas e o espaço. De forma geral,
descobrir qual é a palavra. a questão os leva a explorar a expres-
sividade de gestos, expressões faciais e
movimentos e proporciona ao professor
TRISTEZA FOME ALEGRIA a possibilidade de levantar os movimen-
tos que eles reconhecem que podem
ser feitos pelo corpo, como correr, pular,
CANSAÇO CURIOSIDADE MEDO girar, esticar, abaixar, subir e rodar, en-
tre outros. A realização da atividade se-
rá um indicativo para avaliar como cada
PRESSA SONO FRIO um deles decodifica, decompõe e repre-
senta graficamente os movimentos cor-
porais, sua maneira de execução e co-
CORAGEM SURPRESA SAUDADE mo o corpo atua nas práticas corporais.
No fim da atividade, pergunte aos es-
tudantes como foi a experiência de fa-
ENERGIA CALOR RAIVA zer a mímica e assistir aos colegas rea-
lizando a deles. Peça que elaborem e
compartilhem suas impressões sobre as
9 facilidades e dificuldades de se expres-
sar sem palavras, usando apenas movi-
mentos, gestos e expressões faciais.
A Atividade 3 propicia que o professor observe conheci- na simplicidade de cada um deles como podem ser mobili- Aproveite para conversar com a tur-
mentos conceituais e procedimentais dos estudantes acer- zados na elaboração de composições mais complexas. No ma sobre os conceitos de movimentos
ca da linha, um dos elementos básicos do desenho, assim Capítulo 2, eles são apresentados isoladamente com o obje- expressivos – utilizados na dança e no
como o ponto e a textura. Esses elementos, trabalhados no tivo de levar a turma a identificar o papel que desempenham teatro com o objetivo definido de criar
na gramática visual, tanto na arte como em outros campos coreografias e formas de expressão cor-
Capítulo 2, são fundamentais para a compreensão de co-
poral em ações e produções artísticas –
mo funcionam os recursos da linguagem visual na elabo- de atuação nos quais a linguagem visual está presente co-
e movimentos funcionais – realizados
ração de trabalhos complexos. Explorá-los é uma forma de mo forma de comunicação e interação social.
no dia a dia e que cumprem funções de-
alfabetizar visualmente os estudantes, tanto para instrumen- A Atividade 4 busca identificar se os estudantes reconhe- terminadas como trabalhar, praticar es-
talizá-los a ler e interpretar as produções visuais como pa- cem os conceitos de bidimensionalidade e tridimensionali- portes, fazer a higiene pessoal, realizar
ra capacitá-los a explorar essa linguagem na elaboração dos dade. Leia com eles a consigna da atividade e discuta a di- tarefas domésticas e brincar. Essa con-
próprios discursos e composições, apropriando-se dela co- ferença entre bidimensional (elemento de duas dimensões: versa poderá ajudá-los a refletir sobre a
mo legítima forma de expressão de suas ideias e seus sen- comprimento e largura) e tridimensional (elemento que, além atividade e sobre como movimentos fun-
timentos. É importante que os estudantes realizem diversas de largura e comprimento, tem profundidade), pedindo que cionais podem ser usados de forma ex-
atividades para explorar esses elementos e que reconheçam apresentem exemplos, de maneira que os conceitos fiquem pressiva, como na mímica.
9
A Atividade 7 tem como objetivo
7 A imagem a seguir mostra uma cena do espetáculo Ares familiares, da Caleidos Cia. de Dança, que você
que os estudantes elaborem hipóteses
vai estudar no Capítulo 3. Observe-a e responda às questões que estão na continuação.
acerca da produção de um espetáculo
de dança com base na apreciação da
Refat/Shutterstock
rinos para construir as próprias narrati-
vas acerca da cena.
Durante a conversa ressalte a im-
portância do figurino para a construção
da narrativa de um espetáculo a fim de
estimular os estudantes a refletir so-
bre a função do figurino nas artes cêni-
cas. Observe se eles têm conhecimen-
to prévio de que esse elemento serve Flauta. Contrabaixo acústico.
para caracterizar os personagens, aju-
dando assim em sua identificação pelo Para ouvir o som que eles produzem, procure na internet por vídeos de instrumentistas que toquem
público. Espera-se que reconheçam na esses instrumentos. Depois, responda às perguntas:
imagem que o figurino remete a trajes ⓿ Qual desses instrumentos tem o som mais grave? contrabaixo acústico
comuns do dia a dia.
⓿ Qual deles tem o som mais agudo? flauta
Como suporte do Item a da Ativida-
de 8, apresente aos estudantes vídeos
ou áudios para demonstrar o som da 10
flauta doce e do contrabaixo ou, então,
oriente-os a pesquisar na internet pa- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ra descobrir por si mesmos, assim co-
mo se aconselha na consigna, pois é
essencial que ouçam o som desses ins-
trumentos para responder às perguntas.
O objetivo da atividade é aferir se os
estudantes estão familiarizados com os
conceitos de grave e agudo e se os re-
conhecem na escuta musical.
10
b) Escolha a seguir a palavra certa para completar a afirmação que está na continuação: além do entretenimento. Assim, ao ava-
liar as respostas, é importante buscar
indícios de como os estudantes conce-
ALTURA INTENSIDADE TONALIDADE
bem o papel da música no contexto so-
cial e de como associam diferentes gê-
DURAÇÃO CARACTERÍSTICA
neros musicais aos contextos em que
se apresentam.
A Atividade 10 permite ao profes-
A intensidade dos sons pode variar bastante. Existem sons fracos, muito fracos, fortes e mui-
sor fazer um levantamento de repertório,
to fortes. Alguns podem ser tão fracos que mal podemos ouvi-los mesmo de muito perto; outros, como o
preferências e expectativas dos estudan-
do trovão, são tão fortes que podem ser ouvidos a quilômetros de distância.
tes nas diferentes linguagens artísticas.
c) Escreva no caderno o nome de três instrumentos musicais que você conhece e, ao lado de cada um Com base em seus registros será pos-
deles, faça uma descrição do tipo de som que o instrumento produz. Para ajudá-lo, você pode usar sível mapear as linguagens, os materiais
palavras que estão a seguir. e os procedimentos com os quais estão
familiarizados, assim como identificar as
AGUDO GRAVE LONGO CURTO FORTE linguagens e temas menos explorados
ou não trabalhados durante os anos ini-
ciais do Ensino Fundamental.
FRACO DELICADO PESADO CLARO ESCURO Se necessário, explique que o termo
“artes integradas” se refere a criações
que integram elementos, procedimen-
BRILHANTE AVELUDADO SUAVE ESTRIDENTE EXÓTICO
tos e materiais de diferentes lingua-
gens artísticas, como performances,
LEVE RÍTMICO PERCUSSÃO CORDA TECLAS
intervenções, instalações e produções
audiovisuais.
A questão “O que preciso prati-
SOPRO ELÉTRICO car mais?” pode ajudar o professor a
identificar as principais dificuldades
e dúvidas dos estudantes em relação
9 Com o questionamento a seguir, você vai refletir sobre o que leva os artistas a produzir música e como
às linguagens artísticas, o que consti-
nós, o público, ouvimos essas músicas.
tui um importante diagnóstico dos te-
a) Você gosta de ouvir música? Quais são suas canções prediletas? De que tipo de música mais gosta?
mas, materiais e procedimentos que
b) Você acha que o tipo de música que uma pessoa ouve pode dizer algo sobre sua personalidade, suas precisarão ser trabalhados com mais
origens ou sua história de vida? Por quê? atenção. Conhecer as dificuldades de
c) A música pode influenciar as pessoas em sua forma de conceber o mundo, a sociedade e os próprios cada estudante é fundamental para o
sentimentos? Você consegue dar um exemplo de música que influencie as pessoas em algum desses processo de avaliação formativa, uma
aspectos? Se você escolheu uma canção, ou seja, uma música acompanhada de uma letra, compar- vez que revela o tamanho do desa-
tilhe com os colegas de que trata a letra dessa canção. Repostas pessoais. fio necessário para o desenvolvimen-
10 Nos anos anteriores, você teve experiências com os materiais das artes visuais, as práticas corporais to de cada um deles no processo de
da dança, os jogos teatrais ou a contação de histórias e as sonoridades da música? Pense em suas
ensino-aprendizagem.
vivências com as linguagens das artes visuais, do teatro, da dança, da música e das artes integradas Com base nas respostas dos estu-
e, no caderno, construa um quadro para descrever cada uma delas, procurando responder às pergun- dantes à pergunta “O que gostaria de
tas que estão na continuação. Se necessário, converse antes com seus colegas e o professor sobre os aprender sobre arte?” é possível deter-
aprendizados pelos quais passou para, depois, registrar sua reflexão a respeito deles. minar as unidades e/ou os capítulos do
volume que vão atender às diferentes
⓿ O que mais gosto nas aulas de Arte? expectativas, o que vai auxiliar o pro-
⓿ O que preciso praticar mais? fessor tanto no planejamento das ativi-
⓿ O que gostaria de aprender sobre arte?
dades como na avaliação do desempe-
nho e da participação dos estudantes
em cada uma delas.
11
É importante lembrar que toda ava-
liação deve estar integrada à forma-
ção global. A melhor avaliação é aque-
Como suporte do Item b da Atividade 8, para enrique- fizerem será possível avaliar quanto conseguem distinguir, la que é contínua em todas as etapas
cer a conversa sobre a variação da intensidade, apresente identificar e reconhecer as propriedades e qualidades so- de desenvolvimento de um tema. Pa-
outros exemplos de sons fortes e fracos. O objetivo dessa noras e se associam corretamente cada uma delas ao ins- ra cada etapa devem ser identificados
questão é permitir ao professor identificar se os estudan- trumento escolhido. Além disso, será possível aferir se co- e trabalhados os objetivos e os instru-
tes conhecem a propriedade de intensidade dos sons e de nhecem a classificação dos instrumentos musicais em de mentos de avaliação mais adequados.
que forma classificam sons fortes e fracos. Aproveite para percussão, cordas, teclas, de sopro ou elétricos. Os resultados obtidos, além de cons-
discutir o significado dos demais conceitos que compõem O Capítulo 4 trata, entre outros temas, de como a com- tituir parâmetros para o planejamento
o banco de palavras, que serão estudados no Capítulo 4. posição e a produção musical, assim como o repertório e do professor, vão ajudar o estudante
O Item c da Atividade 8 visa apoiar o professor no diag- as preferências musicais, podem constituir formas de ex- a reconhecer suas dificuldades e seus
nóstico do conhecimento dos estudantes sobre os instru- pressão da identidade e de nossas relações interpessoais avanços no decorrer do processo.
mentos musicais e os parâmetros e propriedades sonoras. e sociais. O objetivo do questionamento da Atividade 9,
Por meio dele, será possível fazer um levantamento do re- então, é introduzir a discussão sobre essa ideia a fim de
pertório deles acerca da diversidade de instrumentos musi- que o professor possa identificar as concepções dos estu-
cais que conhecem. Com base nas descrições dos sons que dantes acerca da música como forma de expressão, para
11
A arte pode
BNCC na unidade
Competências gerais
⓿ Trabalho com a CG 2: no encerra-
expressar
balho com metodologia de pesquisa
e sistematização de informações so-
bre a inserção da arte e da cultura no
contexto sociocultural, os estudantes
quem somos?
vão mobilizar práticas próprias das
ciências (investigação, reflexão, ima-
ginação e criatividade), para investi-
gar o objeto de pesquisa proposto.
⓿ Trabalho com a CG 3: oportunidade
suas práticas integradas, destacando as articulações e ⓿ Trabalho coma CEA 7: com base na investigação e nas
Competências específicas de Arte
⓿ Trabalho com a CEA 1: a curadoria de possibilidades de integração e criação por meio de dis- reflexões relacionadas à questão norteadora A arte pode
obras e manifestações artísticas apre- tintas linguagens artísticas e seus elementos constitutivos. expressar quem somos?, os estudantes são convidados
sentadas como objetos de estudo, ⓿ Trabalho com a CEA 3: com base em algumas manifes- a planejar, produzir e apresentar, exercendo sua autoria,
que se propõe ao reconhecimento da tações artísticas, propõem-se aos estudantes a identifi- produções artísticas que expressam seus pontos de vista
arte como um fenômeno cultural, his- cação de matrizes estéticas e culturais do Brasil e a cons- sobre questões associadas à constituição da identidade.
⓿ Trabalho com a CEA 8: as produções que encerram os
tórico e social, oferece aos estudantes trução de hipóteses acerca de como a arte se relaciona
grande diversidade visando à repre- com as diferentes heranças culturais, dando voz a elas. capítulos e a unidade mobilizam os estudantes a exer-
sentatividade de diferentes culturas. ⓿ Trabalho com CEA 6: a análise sobre os modos de pro- cer autoria a partir de pesquisas e reflexões críticas por
⓿ Trabalho com a CEA 2: o conjunto dução e de circulação de arte na sociedade, a apre- meio do trabalho coletivo e colaborativo com as lingua-
dos diversos trabalhos, produções e ciação, o estudo das obras e manifestações artísticas gens artísticas.
manifestações artísticas apresenta- citadas na unidade e a evolução do conhecimento rela- Para ler o texto das competências e das habilidades da
dos nesta unidade permite aos es- cionado aos contextos e práticas da arte incentivam os BNCC, consulte o material disponível em: http://basena-
tudantes reconhecer diferentes re- estudantes a refletir sobre os vínculos estabelecidos en- cionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_
lações entre as linguagens da arte e tre a arte e os diferentes contextos nos quais ela se dá. versaofinal_site.pdf. Acesso em: 25 maio 2022.
12
⓿ Descrever e analisar características das
linguagens teatral e das artes visuais e
relacioná-las às referências temáticas
dos artistas.
⓿ Comunicar impressões, críticas e refle-
BNCC na unidade
Nesta dupla de páginas de abertu-
ra de unidade, os objetivos de aprendi-
zagem são relacionar aspectos da vida
cotidiana à arte, em suas diversas di-
mensões, e refletir sobre o papel dela
em seu contexto a fim de garantir a mo-
bilização da habilidade EF69AR31 no
trabalho com a unidade temática Artes
1
gunte a eles que relações podem ser
estabelecidas entre esses elementos.
Em seguida, promova uma conversa
sobre as perguntas apresentadas, cujas
respostas são pessoais.
13
Crie um ambiente em que os estudan-
tes fiquem à vontade para responder às
questões, deixando-os livres para falar
Cada unidade dos volumes desta coleção traz uma pro- ⓿ Capítulo 2: estudo de elementos das artes visuais com sobre como se sentem, como se defi-
posta de projeto de trabalho prevista para ser realizada base na apreciação de obras artísticas feitas de vestuá- nem, seus gostos pessoais, etc. A tercei-
durante um semestre. O projeto visa à construção de co- rio usado ou doado a fim de explorar as relações entre ra pergunta tem como objetivo fazer com
nhecimentos artísticos e estéticos no aprendizado em Arte. expressão, tradição, identidade e memória. que os estudantes formulem hipóteses
O projeto apresentado na Unidade 1 contempla: ⓿ Produção final: criação e realização de apresentação sobre as relações entre arte e identida-
⓿ Questão norteadora: A arte pode expressar quem somos?
performática de vestuário relacionada à questão nortea- de, as quais serão confirmadas ou refor-
⓿ Temas contemporâneos transversais (TCT): Cidadania
dora do projeto da unidade. muladas no decorrer dos estudos.
e Civismo – Vida Familiar e Social; Direitos da Crian- Esse diálogo é um recurso para que
ça e do Adolescente. Outros TCT que permeiam o traba- Expectativas de aprendizagem da unidade os estudantes comecem a perceber
lho da unidade serão indicados pontualmente, quando ⓿ Compreender como o teatro e as artes visuais podem levar à que as escolhas estéticas são culturais
ocorrerem, no início da seção. reflexão sobre a construção da identidade. e estão ligadas ao grupo ao qual per-
⓿ Capítulo 1: estudo de elementos da linguagem teatral ⓿ Conhecer elementos constitutivos do teatro e das artes visuais. tencem e que são formas de expressão
com base na apreciação de um espetáculo que aborda ⓿ Apreciar espetáculo de teatro e obras de artes visuais relacio- de uma identidade que eles começam
as culturas juvenis. nados à temática da identidade. a construir na adolescência.
13
BNCC na unidade
Nesta seção Experimentação, os ob-
Introdu•‹o
jetivos de aprendizagem são:
Experimentação
⓿ explorar figurinos e adereços como
A dimensão do conhecimento traba- 2 Forme dupla com um colega e escolha algumas das roupas e acessórios trazidos por ele, que fará o
lhada é: Reflexão. mesmo com o que você trouxe. Lembre-se de ter cuidado ao manusear as peças do colega.
As experimentações propostas nesta 3 Depois de escolhidas as peças do vestuário, a dupla deverá criar personagens que tenham caracte-
Introdução são importantes para mobi- rísticas sugeridas pelas peças e apresentá-los para a turma.
lizar os estudantes e estimulá-los antes 4 Após cada apresentação, troque de dupla, até que você tenha se apresentado com pelo menos
de partir para os estudos subsequen- cinco colegas.
tes. As atividades podem ser feitas na
ordem que você achar mais adequada. Para encerrar a experiência, converse com os colegas e o professor sobre as seguintes questões.
As conversas que finalizam cada ex- ⓿ Qual foi a maior dificuldade que você sentiu durante a realização da atividade?
perimentação são momentos de refle-
xão sobre o trabalho realizado e o de-
⓿ 0s colegas apresentaram algum personagem parecido com você? Por quê?
sempenho de cada estudante. Além de ⓿ É possível dizer como uma pessoa é só de observar as roupas e os acessórios que ela usa?
Respostas pessoais.
ser uma forma de autoavaliação, forne-
ce dados para que você acompanhe o
desenvolvimento das aprendizagens da
turma.
É importante que esteja familiariza-
do com alguns pressupostos do traba-
lho da autora e diretora de teatro esta-
dunidense Viola Spolin (1906-1994),
apresentados brevemente no texto
complementar “Viola Spolin: alguns
pressupostos”.
Com antecedência, solicite aos es-
tudantes que tragam de casa peças de
roupa e/ou acessórios. Antes de iniciar
a atividade O que as roupas e os aces-
sórios podem expressar?, peça que
leiam as orientações da proposta e es-
clareça eventuais dúvidas. Incentive-os
Luiza de Souza/Arquivo da editora
a definir as características que desejam
representar; por exemplo, um cachecol 14
pode sugerir um personagem com frio;
óculos escuros podem sugerir alguém Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
em um dia de sol. compreendam como são vistos pelo outro; essas informa-
O objetivo dessa primeira experimen- ções podem ser usadas para aprofundar reflexões sobre a
tação é que a turma comece a perceber própria identidade.
que o vestuário pode indicar o que sen-
timos fisicamente e que é possível que
os elementos que o compõem deem in-
dícios da imagem que desejamos trans-
mitir aos outros.
Ao se apropriar de peças dos cole-
gas, os estudantes podem representar
características que identificam no cole-
ga de dupla. Caso isso aconteça, fique
atento para que ocorra de forma respei-
tosa. Essa é uma boa maneira para que
14
Talento: A ideia de talento não
Que animal você seria? O que ele pode dizer sobre você? deve ser considerada em uma si-
tuação de jogo. O talento significa
1 Com os colegas, afaste mesas e cadeiras da sala, deixando um espaço livre. apenas maior capacidade para de-
2 Escolha um animal que tenha a ver com sua personalidade. Para isso, pense em características desse terminada experiência; já potencial
é algo que todos têm.
animal, por exemplo: o modo como ele se move, como ele se comporta, seus hábitos, etc.
Apresentação: O problema do jogo
3 Uma vez escolhido o animal, ande normalmente pela sala, com as carteiras afastadas. Não comente
deve ser apresentado de forma
com os colegas o animal que escolheu. simples para que os estudantes en-
4 Ao comando do professor, comece a se transformar no animal. Para isso, experimente diferentes pos- contrem soluções. Não determine
turas e movimentos do corpo. Você pode, por exemplo, começar abaixado e, depois, ir se levantando, como deve ser o desenvolvimento
como se fizesse uma transformação gradativa. Use sua imaginação! do jogo esperando apenas que eles
o cumpram. Caso não entendam a
proposta, forneça esclarecimentos
sobre o foco da ação.
Foco: “É a bola do jogo”, o ponto que
vai motivar a ação dos estudantes na
busca por soluções para o problema.
Instrução: Serve para que os estu-
dantes se mantenham no foco do
jogo. O professor pode fornecer mais
Luiza de Souza/Arquivo da editora
15
BNCC na unidade Reflexão
Nesta seção Reflexão, os objetivos
de aprendizagem são:
⓿ analisar as fotografias de Libby Oliver, Quem é você?
relacionando-a a aspectos sociais, Já parou para pensar em quem você é? Com base nas experimentações an-
culturais, econômicos, políticos e es- teriores, você pôde perceber que muitos fatores podem nos ajudar a entender
téticos que permeiam o dia a dia, quem somos. O modo como se veste, se movimenta, gesticula, fala, dança, se
para ampliar o repertório e atuar de
comporta, etc. diz muito sobre sua identidade.
forma crítica na sociedade, a fim de
O que é, porém, a identidade de uma pessoa? Muito mais que uma foto e
garantir a mobilização da habilidade
EF69AR31 integrada à unidade te- um número no RG, a identidade é algo construído no decorrer da vida, por meio
mática Artes Integradas articulada do contato com familiares, amigos e outras pessoas, das experiências vividas,
ao objeto de conhecimento Contex- do que pensamos, das culturas em que estamos inseridos e daquilo de que
tos e Práticas; gostamos, entre muitos outros aspectos. No entanto, durante a vida, vamos
⓿ analisar as relações processuais en- mudando e fazendo escolhas que transformam nosso jeito de ser.
tre a fotografia e a linguagem teatral Por isso, é comum ter dúvidas sobre quem realmente somos ou sobre nosso
para explorar o diálogo entre essas propósito. Essas dúvidas fazem parte da nossa existência e não têm uma respos-
linguagens e refletir sobre os proces- ta única, tanto que a identidade é um assunto abordado por diversos artistas.
sos de criação artística a fim de ga- ⓿ Você conhece alguma música ou espetáculo de teatro ou dança que tra-
rantir a mobilização da habilidade
te de identidade?
EF69AR32 integrada à unidade te-
mática Artes Integradas articulada ⓿ No lugar em que mora, há construções, costumes ou manifestações
ao objeto de conhecimento Proces- artísticas com os quais se identifica e que mostrem um pouco quem
sos de Criação. você é? Respostas pessoais.
A dimensão do conhecimento traba-
Fotografias da série
lhada é: Reflexão. Soft Shells [Conchas
suaves], de Libby
Partindo da pergunta Quem é vo- Oliver, iniciada em
cê?, a seção Reflexão tem como obje- 2017 (impressões
digitais sobre papel,
tivo continuar as reflexões sobre o mo- 109,2 cm × 198,1 cm
do como a arte pode ajudar a expressar cada uma delas).
a identidade. Para isso, inicie a leitu-
ra do texto em voz alta e, no primeiro
parágrafo, promova uma conversa com
base na questão “Já parou para pensar
em quem você é?”. Incentive os estu-
dantes a pensar nos aspectos que for-
mam a identidade deles e a comparti-
lhar suas impressões.
Continue a leitura do texto e expli-
16
Observe um dos registros dessa série e conver- em atividades de apreciação e rodas
17
ambiente e incentive os estudantes a refletir sobre atitudes ou nenhum conhecimento prévio ou interesse relacionado
como reciclar, reformar e doar roupas e calçados que não à questão norteadora, de maneira a não conseguir formu-
são mais usados. lar hipóteses acerca do tema. Procure identificar também
As experimentações propostas na Introdução buscam se há estudantes que não participam ou apresentam difi-
sensibilizar os estudantes para os estudos que serão rea- culdade para participar do jogo teatral proposto. Tal dificul-
lizados no decorrer da unidade. Além disso, a apreciação de dade pode se dar por desconhecer os procedimentos mo-
imagens e as discussões coletivas podem constituir momen- bilizados ou não se sentir à vontade com eles. Nesse caso,
tos de avaliação diagnóstica, durante os quais será possível adiante os temas que serão trabalhados. Forme grupos nos
aferir, pela participação dos estudantes, quão familiariza- quais os estudantes tenham apoio de colegas que domi-
dos estão com os temas e as linguagens artísticas aborda- nam as habilidades mobilizadas. Ajude-os a encontrar fun-
dos. Assim, é possível conceber previamente algumas estra- ção nos grupos a fim de que se sintam recompensados e
tégias no planejamento do trabalho a ser realizado em cada ressalte a necessidade de fazer as atividades de revisão.
capítulo. Observe se há estudantes com dificuldade para Supervisione a organização do portfólio ou estabeleça uma
compreender a estrutura de projeto, apresentando pouco dupla de apoio com esse papel. Incentive a participação
17
BNCC no capítulo
Na abertura do capítulo, os objeti-
1
vos de aprendizagem são reconhecer
e apreciar espetáculo de um grupo de
Arte e identidade
teatro brasileiro, investigando seus mo-
dos de criação e produção, para ampliar
repertório sobre conhecimentos especí-
ficos da linguagem, a fim de garantir a
18
1 A arte da
Com relação ao Item 2, espera-se
que eles relacionem o nome da peça
19
BNCC no capítulo 2 Mais perto de Adolescer
Nesta seção 2. Mais perto de Adoles-
cer, os objetivos de aprendizagem são:
⓿ reconhecer e apreciar o trabalho da
O espetáculo Adolescer trata de uma época da vida que você está viven-
Diretor teatral é o
do ou prestes a viver: a adolescência. A peça, que estreou na cidade de Porto
Cia. Déjà-vu de Teatro, investigando profissional responsável por
modos de criação, produção, circu- Alegre, no Rio Grande do Sul, em 2002, surgiu do desejo da diretora teatral da supervisionar a montagem
lação e organização da atuação, pa- Cia. Déjà-vu, a catarinense Vanja Ca Michel (1959-), de criar um espetáculo que de uma peça de teatro.
ra ampliar o repertório sobre as pos- abordasse situações e comportamentos considerados típicos desse período de
sibilidades de criação, a fim de ga- transição da infância para a vida adulta.
rantir a mobilização da habilidade
EF69AR24 no trabalho com a uni-
vivências e referências podem influen- fase da adolescência. Com base nas respostas, registre sua
ciar na compreensão – e as múltiplas avaliação, observando: “1. Se os estudantes demonstram
interpretações fazem parte do exercício ter refletido sobre esse período da vida”; “2. Se nunca re-
de conhecer e apreciar arte. fletiram sobre isso”; “3. Se não demonstram interesse por
Aproveite a leitura das informações essa reflexão”. Com esse registro, é possível começar a tra-
desta seção sobre o processo de cria- çar um perfil dos estudantes a fim de aprimorar sua práti-
ção do espetáculo Adolescer para fo- ca pedagógica.
mentar um debate sobre a criação de
textos dramáticos a partir das experiên-
cias dos sujeitos.
As questões propostas nesta página
do Livro do Estudante têm como obje-
tivo fazer uma avaliação diagnóstica do
entendimento dos estudantes sobre a
20
O elenco da peça também é formado principalmente por adolescentes. Para que os estudantes possam res-
Elenco é o grupo de atores
Vários dos atores que atuam no espetáculo são selecionados entre os partici-
ponder às perguntas apresentadas nes-
que participa de um
pantes de uma oficina de formação em teatro promovida anualmente por Vanja espetáculo teatral, de um
ta página, promova um ambiente em
Ca Michel. Durante as aulas e vivências, os atores dão ideias à diretora sobre programa de TV, de um que se sintam confortáveis para falar
filme, etc. sobre as próprias vivências. Estimule-os
temas, personagens e histórias que gostariam de ver na peça – além de, muitas
vezes, fornecer alguns itens do próprio vestuário para ajudar a dar vida aos
a levantar questões pertinentes ao coti-
personagens.
diano, valorizando relatos, alegrias, an-
gústias, desafios e medos. Registre os
pontos descritos por eles. Esse registro
21
21
Leia o texto do boxe Voc• sabia?
com os estudantes e, se necessário, re- Voc• sabia? Funesto: relativo
à morte.
force as explicações acerca da catarse. O filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) criou o conceito de catarse a fim de
É importante que compreendam que as explicar o que acontece conosco quando assistimos a uma peça teatral, em especial
manifestações artísticas podem causar as tragédias, um gênero que trata de personagens heroicos e que sempre termina
de forma funesta, ou, mais recentemente, os dramas, gênero que trata de conflitos
diversas reações. Estimule-os a falar so- que acontecem na vida real. Quando nos sensibilizamos com os personagens de
bre um filme, novela, série ou espetácu- uma tragédia ou drama, muitas vezes conseguimos entender e conciliar os próprios
lo de que tenham gostado ou não e a sentimentos e, assim, ficamos purificados ou renovados. Isso já aconteceu com você
explicar que sensação essa experiência assistindo a alguma encenação, como uma peça ou uma telenovela?
causou neles; se, por acaso, se identi-
ficaram com os personagens ou com o
Com um tom bem-humorado, o espetáculo Adolescer brinca com a ideia de
enredo e por que isso aconteceu.
“tribos urbanas”, ou seja, de grupos de pessoas que se relacionam com base em
A ideia de criar a peça Adolescer foi
interesses comuns, como gostos musicais e modos de vestir. Observe alguns
inspirada nas telenovelas adolescentes,
exemplos nas imagens a seguir.
que abordam assuntos do cotidiano
dos jovens. Atualmente, parte conside-
rável da população brasileira assiste às Evandro Leal/Cia. Déjà-vu
22
Atividade complementar
Para conduzir a reflexão sobre as questões apresentadas comportamento, os gostos e as particularidades de cada um
nesta página, você pode pedir aos estudantes que façam deles. É essencial que possam perceber que o figurino é um
uma breve pesquisa na internet para entender o conceito dos elementos que ajudam a caracterizar os personagens.
de tribos. Com base nessa pesquisa, eles poderão deter- Retome os registros feitos em atividades anteriores pa-
minar com mais precisão a que tribo urbana os persona- ra verificar o desenvolvimento da aprendizagem. Com base
gens se referem. neles, você poderá reforçar, revisar ou sistematizar os co-
Avalie, no entanto, se eles pautam seus argumen- nhecimentos acerca desse importante elemento da ence-
tos pelo figurino das personagens, que dá pistas sobre o nação teatral.
23
BNCC no capítulo 3 Por dentro do teatro
Nesta seção 3. Por dentro do tea-
tro, os objetivos de aprendizagem são: Um espetáculo teatral é construído geralmente em torno de três elemen-
⓿ reconhecer e apreciar, na estéti- tos principais, que podem ser expressos pelas perguntas “Quem?”, “O quê?” e
ca de Adolescer, modos de criação “Onde?”. Vamos conhecer mais de perto esses elementos?
e produção para compreender os
processos de atuação, a fim de ga-
rantir a mobilização da habilidade
Quem? Os personagens!
Improviso, no teatro,
EF69AR24 no trabalho com a uni- Nos espetáculos teatrais, os personagens podem ser criados por um autor e é uma atuação espontânea,
dade temática Teatro articulada ao interpretados pelos atores ou inventados pelos próprios atores, quando atuam sem preparo prévio, na qual
objeto de conhecimento Contextos os atores se valem de
de improviso. Alguns se baseiam em seres reais, como pessoas e bichos; outros
memórias, experiências
e Práticas; são fantasiosos, como monstros e sereias. vividas, do que ouviram falar
⓿ identificar e analisar variados estilos
Todo personagem, porém, tem um conjunto de características próprias de- e de muita imaginação para
cênicos, bem como aprimorar a ca- finidas por seu criador: aparência, personalidade, vestuário, modo de falar e de criar a cena.
pacidade de apreciação da estética andar, etc.
teatral, a fim de garantir a mobiliza-
ção da habilidade EF69AR25 no tra-
truções corporais e vocais de manei- A criação de um personagem é um processo que envolve pesquisas e expe-
ra imaginativa para promover a com- rimentações, que podem ser individuais ou coletivas (feitas em conjunto pelo
preensão da improvisação e do jogo diretor e o restante do elenco). Caracterização, no teatro, é
cênico, a fim de garantir a mobiliza- a técnica que, por meio de
A fim de dar vida a um personagem, os atores se valem especialmente de re-
ção da habilidade EF69AR29 no tra- recursos materiais, confere
cursos como expressões do rosto, modulações da voz e movimentos corporais. aos atores características
balho com a unidade temática Tea-
Além disso, com a utilização de uma técnica chamada caracterização, podem que os ajudarão a compor
tro articulada ao objeto de conheci- seus personagens.
mento Processos de Criação; sofrer modificações corporais por meio de maquiagem, roupas e adereços.
⓿ participar da improvisação cênica
24
Para conhecer as principais características de um personagem, o artista que físico. Observe, ainda, o nível de entro-
vai representá-lo deve se perguntar sobre sua aparência, onde ele vive, qual é
samento entre os estudantes durante a
atividade e opine de que forma podem
sua origem, o que ele deseja, quais são seus principais sentimentos, etc. Res-
se apoiar mutuamente em um exercí-
ponder a esse questionamento tem o objetivo de conferir lógica ao persona-
cio cênico. Pela postura e pela manei-
gem para evitar contradições.
ra como se relacionam com os colegas
durante a atividade, verifique se há es-
tudantes que auxiliam os colegas, fa-
zendo-os se sentir seguros, sendo em-
Experimente e compartilhe páticos e receptivos, ou se alguém
demonstra dificuldade em se relacio-
nar durante situações colaborativas.
Como os outros modificam quem voc• Ž?
Essas análises vão ajudá-lo a fazer
Agora que você já sabe como os personagens ganham vida no teatro, que tal participar de um
ajustes nas atividades futuras. É possí-
jogo para verificar possibilidades de mudar o corpo? vel, por exemplo, promover a reorgani-
1 Afaste mesas e cadeiras da sala deixando um espaço livre. zação de grupos, de modo a juntar estu-
2 Forme dupla com um colega. Cada dupla deve se espalhar pela sala. dantes mais colaborativos e empáticos
3 Escolha com a sua dupla quem terá a função de escultor e quem terá a função de estátua. a outros com dificuldade de trabalhar
em grupo. Procure diagnosticar os tipos
4 O escultor vai pensar em diferentes maneiras de atividade que deixam os estudan-
25
Para trabalhar com o tópico O figuri-
no, reforce que a maquiagem e o figu- O figurino
rino utilizados na caracterização de per- No espetáculo Adolescer, os atores usaram diferentes roupas e adereços
sonagens são ferramentas essenciais relacionados ao universo dos adolescentes para dar vida aos personagens. Esse
para as artes cênicas. Em muitas pe- vestuário específico que os atores usam nas apresentações compõe o que se Figurino, no teatro,
ças teatrais, figurinistas e maquiado- chama de figurino. é o conjunto dos trajes
res buscam inspiração para suas cria- usados pelos personagens
ções na tradicional comedia dell’arte Volte a observar as imagens de cenas do espetáculo apresentadas até aqui em cena.
italiana, no circo e em espetáculos e dialogue com os colegas e o professor sobre a seguinte questão:
mambembes, como se estudará mais ⓿ As roupas e os adereços usados no espetáculo ajudaram a caracterizar
adiante neste capítulo. os personagens? Por quê? Respostas pessoais.
Incentive os estudantes a observar
O profissional responsável pela criação dos trajes de cena de um espetáculo
mais uma vez as imagens do espetáculo
é o figurinista. No teatro, cada figurinista pode trabalhar de um modo diferente,
Adolescer apresentadas no capítulo até
mas seu processo de criação precisa dialogar com o trabalho dos demais pro-
aqui, dessa vez com a intenção de notar Customização: palavra
fissionais envolvidos no espetáculo, como os atores e o diretor.
como as expressões faciais e os gestos criada para adaptação
A seguir, veja o que a figurinista brasileira Wanda Sgarbi diz sobre ou personalização de um
dos atores se relacionam com o figuri-
customização de roupas para criar trajes de cena. objeto já existente.
no que estão usando. Procure levá-los
a perceber como o figurino faz parte da
caracterização dos personagens.
Palavra de artista
Depois de ler o boxe Palavra de ar-
Reprodução/Manga Cenográfica
tista com os estudantes, destaque que Você acha um suporte como uma saia, um blazer, uma blu-
a figurinista Wanda Sgarbi vê em uma sa… a partir do trabalho do figurino aquilo pode virar qualquer
peça de vestuário pronta um suporte coisa. É um trabalho sobre a textura, a cor, o tecido, babados para
para sua criação. Evidencie o comentá- transformar cada peça. Você pode mudar tons, rasgar, acres-
rio que ela faz sobre a customização de centar rendas.
SGARBI, Wanda. Sobre o bate-papo com Wanda Sgarbi feita no Ateliê. Memória feita
roupas na elaboração do figurino e as A figurinista
à mão; Diário do Ateliê Aberto, nov. 2013. Disponível em: http://memoriafeitaamao.
Wanda Sgarbi,
inúmeras possibilidades de materiais blogspot.com.br/2013/11/sobre-o-bate-papo-com-wanda-sgarbi-no.html.
em foto de
Acesso em: 20 set. 2021.
que podem ser usados nesse trabalho. 2009.
Enfatize novamente como o figurino po-
de ajudar a caracterizar os personagens
e construir sua identidade e que, para Pesquise e compartilhe
isso, é preciso muita pesquisa e diálo-
go com os envolvidos na encenação. Se O figurino no teatro
achar oportuno, além das imagens de Faça uma pesquisa para conhecer mais sobre a montagem do figurino de acordo com as orien-
Adolescer, busque referências de figuri- tações que estão a seguir.
no em outros espetáculos teatrais para
1 Forme um grupo com três colegas e levante informações sobre o processo de criação de figurinos
ilustrar a conversa.
em sites, revistas e livros especializados no assunto.
Para a atividade de pesquisa propos-
2 Busque sobre as etapas dessa criação e anote-as, descrevendo o que o figurinista deve fazer em
ta nesta página, oriente os estudantes a
cada uma delas.
realizar buscas em fontes digitais con-
3 Reúna os dados, as imagens e os textos coletados.
fiáveis e a fazer a triagem desses sites
por meio de uma verificação das infor- 4 Com os colegas, escreva um relatório com os principais pontos da pesquisa; depois, revise-o,
mações encontradas neles e do respal- verificando se todos os pontos foram mencionados e se a conclusão da pesquisa faz sentido.
do que eles têm. Oriente-os, por exem-
plo, a buscar informações que sejam Para concluir
compartilhadas por universidades, cen-
Compartilhe o relatório com a turma e, depois, guarde uma cópia dele no portfólio.
tros especializados em teatro ou jornais
de grande circulação, pois essas insti-
tuições podem ser consideradas mais
26
confiáveis.
Verifique se os estudantes com-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
preenderam a proposta da pesquisa
e, se necessário, reforce que o objeti- esqueça de colocar em seu registro observações sobre os
vo é levantar informações sobre como grupos que foram mais autônomos na pesquisa e aqueles
os figurinos são criados. Peça-lhes que, que necessitam ainda de sua ajuda. Com esses dados em
primeiro, reúnam todos os documentos mãos, é possível trabalhar a habilidade de pesquisa com
que consideraram pertinentes e, em se- os estudantes de forma mais eficaz.
guida, estudem esses documentos para
compor um relatório.
Com base no relatório que entrega-
rem, avalie a atividade, verificando se
responderam adequadamente à princi-
pal questão e se conseguiram compre-
ender o processo de criação de um fi-
gurino. Registre suas conclusões a fim
de retomá-las mais adiante. Não se
26
Na criação de figurinos, o trabalho de costura é muito importante para que Croqui é um esboço de Atividade complementar
os trajes produzidos cheguem a um resultado satisfatório. Para orientar essa desenho feito com poucos
produção, os figurinistas costumam fazer croquis. Veja a seguir alguns exem- traços. CRIAÇÃO DE FIGURINOS
plos de croqui. Os estudantes viram nesta seção que o fi-
gurinista é o profissional responsável pela
Scala, Florence/Museu de Arte Moderna (MoMA), Nova Iorque.
para o personagem.
Para que os estudantes realizem a ativida-
de, é essencial que pesquisem e apreciem
as mais diversas referências. Estimule-os a
visitar sites que tratem de figurinos, moda,
vestimentas típicas, trajes de diferentes
culturas e de outras épocas.
27
27
Antes de ler o texto da subseção
Onde? No espa•o c•nico!, pergunte Onde? No espaço cênico!
aos estudantes onde eles acham que O figurino e a caracterização dos personagens devem estar em harmonia
os espetáculos teatrais podem ocorrer. com outros elementos que compõem um espetáculo teatral. O espaço cênico é
Aceite todos os tipos de resposta, mas um deles. Para compreender essa ideia, observe as imagens a seguir.
peça-lhes que apresentem argumentos.
Em seguida, ainda sem ler o texto, pro-
O espetáculo Adolescer
é apresentado em
palco de teatros. Porto
Alegre (RS), 2021.
28
28
Ao tratar do tópico O cen‡rio, pro-
O cen‡rio cure levar outras imagens de cenários
A definição do espaço cênico está diretamente relacionada à escolha do diversos para apresentar aos estudan-
Cenário é o conjunto dos
cenário de um espetáculo. O cenário ocupa o espaço cênico e pode ser forma- materiais e efeitos que tes, desde os muito elaborados até os
do por móveis e objetos de cena que ajudam o público a situar a encenação no formam o espaço cênico e mais simples, bem como cenários de
serve para criar a peças teatrais tanto antigas como con-
tempo e em um lugar.
atmosfera adequada para temporâneas. Ao mostrar as imagens
Na peça Adolescer, o ce-
Cena do espetáculo Adolescer, da Cia. Déjà-vu de Teatro, Porto Alegre (RS), 2021.
29
29
Ao tratar do trabalho do cenógrafo, Já na cena mostrada a seguir, o ambiente do quarto de uma personagem
comente com os estudantes que esse adolescente é construído com o uso de almofadas e bichos de pelúcia.
ofício tem sido cada vez mais valoriza-
do e explique que seu campo de atua-
Desenho de cenário de
Tomás Santa Rosa Júnior
para sala de jantar,
atos I, II e III da peça
Rua Alegre 12, de Marques
Rebelo, 1937 (aquarela
e nanquim sobre papel,
26,5 cm × 36 cm).
30
30
A atividade deste boxe tem como ob-
jetivo trabalhar o espaço cênico e as
Experimente e compartilhe
interações que nele ocorrem entre os
estudantes. Para proceder a uma ava-
Qual é seu espaço pessoal? Como as pessoas intervêm nele? liação de processo, observe a seguir o
No teatro, os atores precisam saber muito bem como se movimentar no espaço cênico em relação que eles devem realizar para desen-
tanto ao cenário como a outros atores com quem contracenam. No dia a dia também precisamos volver as habilidades trabalhadas e
pensar em nossos movimentos em relação aos espaços em que estamos e às pessoas com quem o os respectivos indicadores de realiza-
compartilhamos. A seguir, você vai experimentar diferentes formas de ocupar o espaço. ção, que correspondem a: “1. Não atin-
giu o esperado”; “2. Realizou a ativida-
de satisfatoriamente”; e “3. Superou as
expectativas”.
⓿ Ocupar o espaço cênico de manei-
ra uniforme:
1. Não compreendeu a proposta e
ficou muito próximo dos colegas.
2. Posicionou-se de maneira adequa-
Para concluir
Converse com os colegas e o professor sobre as seguintes questões e registre os pontos prin-
cipais da discussão para guardar no portfólio.
⓿ Você e seus colegas conseguiram se movimentar de maneira a manter o espaço da sala de
31
Na atividade proposta no boxe Experimente e comparti- relacionadas aos elementos da linguagem cênica, é preci-
lhe, os estudantes vão vivenciar a movimentação em um es- so oferecer condições para que desenvolvam competências
paço coletivo para, com base nessa experiência, perceber a mais complexas – sejam as específicas de Arte, sejam as de
importância de se movimentar no espaço cênico. Linguagens, sejam as competências gerais da Educação Bá-
Leia com a turma as orientações da atividade e escla- sica. Por essa razão, deve-se observar todos os aspectos das
reça possíveis dúvidas sobre como proceder durante a relações dos estudantes com as atividades cênicas, focan-
do não apenas questões técnicas – como interpretação, en-
experimentação.
tonação da voz, uso do corpo, desenvoltura corporal, etc. –,
Para encerrar a atividade, promova uma roda de con- como também elementos do teatro ligados a competên-
versa e enfatize os pontos relacionados ao teatro, como a cias mais gerais e à relação dos estudantes com seu entor-
maneira como os atores se movimentam em espaços cê- no. Por exemplo, a prática do teatro mobiliza a predisposi-
nicos diferentes. ção para a organização em grupo, o trabalho colaborativo,
Ao conduzir atividades corporais e cênicas com os es- a empatia, a oratória, a habilidade de se expressar em pú-
tudantes, além de atuar na mobilização das habilidades blico e o uso da imaginação.
31
No tópico A iluminação e a trilha
sonora, ao conversar com a turma so- A iluminação e a trilha sonora
bre iluminação, comente que, além de Os figurinos e os cenários de uma peça teatral mantêm uma estreita relação Iluminação, nos espetáculos
criar efeitos e realçar objetos em cena, teatrais, é a arte de iluminar
com a iluminação e a trilha sonora. Esses elementos são criados de maneira in-
esse recurso pode delimitar o espaço as cenas para contribuir com
terligada e de forma colaborativa pelos profissionais envolvidos na produção do a encenação.
da encenação, produzindo um ambien- espetáculo, já que vão fazer parte de uma mesma história e ajudar a contá-la. Trilha sonora, nos
te específico, enfatizar as expressões do A iluminação, além de tornar o espetáculo visível para a plateia, pode criar espetáculos teatrais, é o
ator e estabelecer diálogos visuais. conjunto dos elementos
efeitos e realçar elementos cênicos específicos. O responsável pela iluminação
sonoros que compõem a
de um espetáculo teatral é o iluminador. É ele quem planeja de que maneira os encenação.
pontos luminosos ou os conjuntos de luzes serão direcionados em cada cena,
definindo as cores e as intensidades que serão utilizadas, de acordo com os
Biblioteca sentidos que deseja criar no espaço cênico.
CHAVES, Marcos Machado. No espetáculo Adolescer, em vez de iluminar tudo de maneira uniforme, a
A trilha sonora teatral em pauta: iluminação incide diretamente sobre os atores. Assim como o cenário, nessa
experiências de criadores de peça, a luz dá destaque aos personagens, como é possível observar nas ima-
trilha sonora em Porto Alegre. gens a seguir.
Dissertação de mestrado.
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2011. Nessa Visitação
Evandro Leal/Cia. Déjà-vu
32
Atividade complementar
ENTREVISTA COM PROFISSIONAIS DO TEATRO ⓿ Como é planejado e montado o cenário de uma peça?
Caso haja um grupo de teatro na cidade, organize uma visita ⓿ Como é seu processo de construção? Quanto tempo leva?
com os estudantes para entrevistar pessoas das áreas de figu- ⓿ Quais são os materiais utilizados e as especificações técnicas?
perto o trabalho desses profissionais, como pensam, concebem, ⓿ Quais são os equipamentos utilizados pelo iluminador?
planejam e executam a montagem de um espetáculo. ⓿ Quais são os equipamentos utilizados pelo sonoplasta?
Oriente os estudantes a preparar com antecedência as questões
⓿ Qual é o trabalho de pesquisa realizado pelos figurinistas e
que gostariam de levantar. O objetivo é compreender como fun-
cionam a montagem de uma peça e as artes cênicas em geral. maquiadores?
⓿ Como é feita a manutenção do palco? Quem cuida disso?
Dessa forma, vão se aproximar da realidade das companhias de
teatro e da produção teatral. Depois de realizada a entrevista, faça uma roda de conversa com
Estas questões poderão guiar a entrevista: a turma para discutir os resultados.
32
⓿ Reproduzir uma paisagem sonora
A música e os efeitos sonoros também fazem parte da narrativa de uma
peça de teatro. Eles compõem a trilha sonora de um espetáculo, que é respon-
com sons do corpo, ruídos, melodias:
sabilidade do sonoplasta. Juntas, a iluminação e a trilha sonora ajudam a criar 1. Não conseguiu articular ideias
a atmosfera desejada em cada cena. A luz e o som envolvem os espectadores e para reproduzir a paisagem sono-
contribuem para transmitir emoções, como medo, tristeza, alegria, raiva, além ra desejada.
de chamar a atenção do público para determinados aspectos das cenas. 2. Reproduziu a paisagem sonora
Em Adolescer, a trilha sonora é composta de vários tipos de música, como usando apenas uma fonte sonora.
rock, funk e pop, e busca incluir canções que fazem parte do cotidiano de di- 3. Conseguiu articular ideias para re-
versos adolescentes. produzir a paisagem sonora usan-
do diferentes fontes.
⓿ Improvisar uma cena de acordo com
Experimente e compartilhe os sons criados pelo colega:
1. Não conseguiu explorar gestos, mo-
Quais são os sons dos lugares que você frequenta? vimentos e voz para improvisar a
Eles identificam você? cena.
Em Adolescer, as músicas contribuem inclusive para a identificação dos personagens, já que vá- 2. Improvisou a cena usando o corpo
rias tribos urbanas são marcadas também por gostos musicais específicos. Será que há outros sons e a voz.
que ajudam a identificar as pessoas? A experimentação a seguir vai ajudá-lo a pensar sobre isso! 3. Fez a improvisação articulando
1 Um estudante iniciará a experimentação, reproduzindo para a turma um som característico de um gestos, movimentos, voz e sono-
local que ele frequente em seu cotidiano. Ele não vai revelar que local é esse, mas apenas reproduzir ridades criadas.
o som por meio de ruídos, melodias, sons do corpo, entre outras possibilidades.
2 Caberá à turma identificar esse som e a situação em que ele ocorre no cotidiano do estudante
que o reproduziu.
3 Assim que alguém identificar o som e o lugar, assumi-
rá a cena, realizando a ação que imagina estar relacio-
nada àquele som.
4 Após a cena, o mesmo estudante vai propor outro
som, agora do próprio cotidiano, de modo a mudar a
Para concluir
Converse com os colegas e o professor sobre as seguintes questões e registre os pontos
principais do bate-papo para guardar no portfólio.
⓿ Qual foi a maior dificuldade para descobrir as situações em que os sons apareciam? Para
descobri-las, você partiu de algum conhecimento prévio sobre o dia a dia de seus colegas?
⓿ Quando um colega entrava para participar da cena de outro colega, o que mudava para
quem estava em cena e para quem a assistia? Respostas pessoais.
33
Convide os estudantes a participar da atividade propos- cotidiano. Ressalte que, no desenrolar da experimentação,
ta no boxe Experimente e compartilhe, a fim de que per- é importante que todos fiquem atentos, ajudem os colegas
cebam na prática que os sons ajudam a identificar situa- e não se sobreponham à participação do outro.
ções e pessoas. Por fim, promova a conversa sobre as questões indica-
Leia com a turma as orientações do Livro do Estudante das no tópico Para concluir e permita que a turma traga
e esclareça possíveis dúvidas sobre como realizar a expe-
novas reflexões.
rimentação. Dê exemplos de sonoridades do cotidiano que
podem ser usadas, como o som de um ônibus e do tráfego A atividade tem como objetivo trabalhar a trilha sonora e
na rua para indicar que estão esperando a condução, can- a improvisação cênica. Para proceder a uma avaliação de
tarolar uma canção para mostrar que estão ouvindo músi- processo, observe na sequência o que os estudantes de-
ca no quarto ou imitar sons da natureza para sugerir que vem fazer para desenvolver as habilidades trabalhadas e os
estão em um parque ou na praia. respectivos indicadores de realização, que correspondem a:
Proponha que um dos estudantes se voluntarie para “1. Não atingiu o esperado”; “2. Realizou a atividade satis-
ser o primeiro a reproduzir um som característico de seu fatoriamente”; e “3. Superou as expectativas”.
33
Antes de iniciar a leitura da subse-
ção O quê? A ação teatral!, verifique o O quê? A ação teatral!
que os estudantes já sabem a respei- Além dos personagens e do espaço cênico, outro elemento muito importan-
to do tema e se conhecem o vocabulá- Ação teatral é o nome que
te no teatro é a ação teatral.
rio específico do teatro relacionado a se dá aos acontecimentos
Em um espetáculo, os acontecimentos constituem a ação teatral. A ação da narrativa.
esse conceito.
pode ser composta de diversas cenas, marcadas pelo cenário ou pelos perso-
Retome o que foi visto sobre os ele- nagens que estão atuando, por exemplo; assim, muitas vezes, percebemos que
mentos do teatro até o momento – per- uma cena terminou e que outra cena está começando quando o cenário muda
sonagem, figurino, espaço cênico, cená- ou quando um personagem entra ou sai do espaço cênico. Em geral, as cenas
rio, iluminação e trilha sonora – e peça são criadas previamente por escrito, mas, algumas vezes, podem nascer tam-
a um voluntário que leia o texto. Auxi- bém de improvisos.
lie os estudantes no entendimento do
conceito.
O texto teatral
Em seguida, em relação ao item
Os textos teatrais são escritos para serem encenados. Esses textos, chama- Narrador é aquele que
O texto teatral, enfatize que o texto
dos também de peças teatrais, são organizados geralmente em partes denomi- narra ou conta uma
dramático é parte importante do tea- história. Alguns
tro, mas que, em alguns casos, os atores nadas atos. Cada ato gira em torno de um mesmo tema e é composto de uma
espetáculos de teatro têm
improvisam as falas e as encenações. série de cenas. um narrador, que vai
Verifique se reconhecem as rubricas no Além de trazer as falas dos personagens e, às vezes, as do narrador, os textos contando a história
teatrais contêm rubricas, ou seja, informações sobre a estrutura externa da peça conforme ela é encenada
trecho do Auto da Compadecida. Mais pelos atores. Em outros
adiante, na seção Conexões, os estu- (divisão em atos ou cenas), indicações sobre o cenário, a iluminação e o figurino,
espetáculos, há apenas a
dantes vão retomar esse conteúdo, re- além de indicações sobre a movimentação, as atitudes, os gestos e a entonação encenação dos atores.
lacionando-o com o componente Lín- dos personagens em cena.
gua Portuguesa. Aqui, o objetivo é que Veja, a seguir, exemplos de falas e rubricas, nos caracteres em negrito e entre Tradicionalmente,
conheçam o texto teatral e entendam parênteses, em trecho do texto do Auto da Compadecida, peça do dramaturgo, dramaturgo é o nome dado
ao profissional de teatro
para que servem as indicações. ensaísta, professor e poeta paraibano Ariano Suassuna (1927-2014), escrita em
que escreve peças para
1955, e perceba como a ação e a emoção dos atores são planejadas intencio- serem encenadas.
nalmente pelo autor.
Auto da Compadecida
Ato 1
[…]
Palhaço: O distinto público imagine à sua direita uma igreja, da qual o centro
do palco será o pátio. A saída para a rua é à sua esquerda.
(Essa fala dará ideia da cena, se adotar uma encenação mais simplificada,
e pode ser conservada mesmo que se monte um cenário mais rico.) O resto
é com os atores. Aqui pode-se tocar uma música alegre e o Palhaço sai dan-
çando. Uma pequena pausa e entram Chicó e João Grilo.)
[…]
João Grilo (ajoelhando-se, em tom lamentoso): Lembra-te de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Chicó. Chicó, Jesus vai contigo e tu vais com Jesus. Lembra-te de
Nosso Senhor Jesus Cristo, Chicó.
Chicó: Que latomia é essa para o meu lado? Você quer me agourar? Latomia: ladainha,
João Grilo (erguendo-se): Ah, e você está vivo? lamentação; conversa
fiada.
Chicó: Estou, que é que você está pensando? Não é besta não?
João Grilo: Você disse que hora de chamar padre era a hora da morte, começou
a gritar por Padre João, eu só podia pensar que estava lhe dando a agonia.
34
34
Chicó (depois de estender-lhe o punho fechado): Padre João! os respectivos indicadores de realiza-
João Grilo: Padre João! Padre João! ção, que correspondem a: “1. Não atin-
Padre (aparecendo na igreja): Que há? Que gritaria é essa? giu o esperado”; “2. Realizou a ativida-
(Fala afetadamente com aquela pronúncia e aquele estilo que Leon Bloy cha- de satisfatoriamente”; e “3. Superou as
mava “sacerdotais”.) expectativas”.
Chicó: Mandaram avisar para o senhor não sair, porque vem uma pessoa aqui ⓿ Planejar e executar a ação:
trazer um cachorro que está se ultimando para o senhor benzer.
1. Não conseguiu compreender a pro-
Padre: Para eu benzer?
posta da atividade e, no grupo, não
Chicó: Sim.
contribuiu com ideias sobre como
Padre (com desprezo): Um cachorro?
Chicó: Sim.
usar o corpo e a voz para represen-
Padre: Que maluquice! Que besteira!
tar o que gosta de fazer, ouvir, etc.
[…] 2. Participou da construção cênica do
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. Rio de Janeiro: Agir, 2005. p. 24, 29, 30. grupo, dando ideias de como usar
o corpo e a voz.
3. Participou da construção coletiva,
Experimente e compartilhe dando ideias sobre como usar o
corpo e a voz para realizar a ação
e deu feedback aos colegas sobre
Que ações podem expressar algo sobre você e seus colegas? como melhorar a ação deles.
Agora que você já conheceu um pouco melhor os elementos que compõem a arte do teatro, va- ⓿ Improvisar uma ação:
mos experimentar um jogo teatral em que você e um colega vão planejar e encenar uma ação.
1. Não conseguiu interagir com os co-
1 Forme um grupo com quatro colegas. Juntos, escolham alguém do grupo para começar. legas do grupo na hora de improvi-
2 Os demais integrantes vão escolher em conjunto uma ação sobre o que gos- sar e, por isso, não gesticulou nem
tam de fazer, as músicas que gostam de ouvir, etc, e manter em segre-
Para concluir
Converse com os colegas e o professor sobre o jogo e as cenas criadas. A seguir, estão
algumas questões que podem iniciar o bate-papo. Na sequência, registre os pontos
principais da discussão para guardar no portfólio.
⓿ Que ação realizada por seu grupo você achou mais interessante? Por quê?
35
Na atividade proposta no boxe Experimente e comparti- que não sabe de que ação se trata, deve entrar em cena e
lhe, deixe os estudantes livres para se organizar em grupos improvisar na tentativa de se conectar à ação escolhida pe-
e escolher entre si quem vai começar o improviso. Verifique los colegas até adivinhar qual é.
se entenderam a proposta e reforce que, uma vez que os Assim que esse estudante adivinhar, deve propor um des-
quatro integrantes tenham decidido a ação que vão reali- fecho, improvisando uma situação para que os demais ten-
zar, não podem comentar com o colega que vai improvisar. tem propor uma continuação para ela, sem que a cena per-
Se necessário, exemplifique a atividade. Caso os estu- ca o sentido. No exemplo dado, o estudante poderia mostrar
dantes tenham pensado em uma ação que expresse, por aos colegas que eles precisam ir embora porque o parque
exemplo, uma pesquisa de campo em um parque, eles de- vai fechar. Para isso, pode usar gestos que indiquem a ho-
vem agir como se estivessem de acordo com essa ideia: um ra do dia, etc.
estudante pode atuar como se estivesse olhando as plantas A atividade proposta nesta página deve reforçar os ele-
e os pássaros, outro pode anotar dados em uma pranche- mentos do teatro e a improvisação cênica. Para uma avalia-
ta, um terceiro pode explorar o lugar com binóculo, etc. Se- ção de processo, observe na sequência o que os estudantes
ja qual for a encenação, o quinto membro do grupo, aquele devem fazer para desenvolver as habilidades trabalhadas e
35
BNCC no capítulo 4 Mais perto da
Cia. Déjà-vu de Teatro
Nesta seção 4. Mais perto da Cia.
Déjà-vu de Teatro, os objetivos de
aprendizagem são:
⓿ reconhecer e apreciar trabalhos da A Cia. Déjà-vu de Teatro é dirigida pela atriz, diretora, produtora cultural e professora Vanja Ca Michel.
Cia. Déjà-vu de Teatro, investigando Quando criou Adolescer, em 2002, ela já contava com uma longa vivência com jovens, pois dava aulas de
seus modos de criação e produção, a teatro a crianças e adolescentes havia mais de uma década, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
fim de garantir a mobilização da ha- No decorrer do tempo, Vanja desenvolveu uma escuta sensível para os problemas de seus estudantes, a
bilidade EF69AR24 no trabalho com fim de compreender suas alegrias e descobertas. Percebendo que quase não havia peças de teatro voltadas
a unidade temática Teatro articulada para adolescentes, decidiu criar um espetáculo para esse público. Assim surgia Adolescer, que logo na primei-
ao objeto de conhecimento Contex- ra temporada fez muito sucesso entre os jovens. Nesses mais de vinte anos de apresentações, a peça já foi
tos e Práticas; vista por cerca de 2 milhões de espectadores.
⓿ identificar e analisar o teatro con-
Depois desse sucesso, Vanja Ca Michel organizou com sua companhia de teatro outros espetáculos
temporâneo de forma contextualiza- para o público infantil e adulto. Passou também a se dedicar a atividades de formação de atores, dirigindo
da, de modo a aprimorar a capacida-
oficinas de teatro para adolescentes.
de de apreciação estética e ampliar
o repertório em relação à linguagem,
a fim de garantir a mobilização da
habilidade EF69AR25 no trabalho
Palavra de artista
Tiago Trindade/
Teatro Adolescer
com a unidade temática Teatro arti-
culada ao objeto de conhecimento Se você assistir a duas temporadas diferentes, em um curto
Contextos e Práticas; período de tempo, verá que a peça terá uma nova leitura sobre
⓿ identificar e reconhecer diferentes os adolescentes da atualidade. Ela absorve todas as novida-
elementos que constituem um acon- des como músicas, memes, linguagem da internet, ídolos… e Vanja Ca Michel
tecimento cênico para analisar a poé- na mesma velocidade [...]. Adolescer é uma homenagem aos durante oficina
no Theatro São
tica da Cia. Déjà-vu de Teatro, a fim adolescentes e um alerta aos adultos sobre os cuidados e o Pedro. Porto
de garantir a mobilização da habili- acolhimento que essa etapa da vida enseja. Alegre (RS), 2017.
dade EF69AR26 no trabalho com a CA MICHEL, Vanja. Adolescer volta em cartaz em abril em Porto Alegre.
unidade temática Teatro articulada No palco, mar. 2016. Disponível em: https://www.jornalnopalco.com.br/2016/03/24/
adolescer-volta-em-cartaz-em-abril-em-porto-alegre/. Acesso em: 27 abr. 2022.
ao objeto de conhecimento Elemen-
tos da Linguagem.
As dimensões do conhecimento tra-
balhadas são: Crítica e Reflexão. Outras obras da Cia. Déjà-vu de Teatro
Ao tratar da seção 4. Mais perto da Pipocas de papiro, de 2012, é um espetáculo sobre a adolescência no antigo Egito. A peça tem um texto
Cia. Déjà-vu de Teatro, explique aos cômico e inclui músicas e danças. O autor do texto é o dramaturgo Ricardo Mack Filgueiras, já falecido, e a
estudantes que, em espetáculos co- primeira montagem da peça aconteceu na década de 1970.
mo Adolescer, o diretor de teatro é o Mais de trinta anos depois da primeira monta-
36
Outro espetáculo da companhia é Happy days, de material que está sendo analisado.
37
Em relação à atividade do boxe Critique e compar- personagens?”; “O que podemos perceber sobre os per-
tilhe, ao propor aos estudantes a elaboração de textos sonagens ao observar os figurinos?”.
críticos, é preciso orientá-los para que embasem suas Você pode propor que a turma converse acerca da rele-
observações e análises. Proponha que busquem vídeos vância da peça e de seus temas e avalie a quem se dirige
dos espetáculos analisados no capítulo e avaliem os ele- a produção. Por exemplo: “De que temas tratam as peças
mentos da produção teatral estudados considerando as da companhia?”; “Para quem esses temas parecem ser
seguintes reflexões: “Como são os cenários dessas pe- mais significativos?”. Um dos aspectos a ser analisado é
ças?”; “De que maneira os cenários representam os es- em que medida as peças se relacionam com questões da
paços nos quais se passam as histórias?”; “É possível vida dos jovens e como eles podem se sentir ao assistir aos
perceber como os cenários foram construídos e com que espetáculos. A partir dessas discussões, os estudantes po-
materiais?”; “Como deve ter sido o trabalho dos cenógra- dem elaborar critérios para avaliar tecnicamente o traba-
fos?”; “Como os cenários contribuem para a ambientação lho realizado.
das histórias encenadas?”; “Como são os figurinos das pe- Esclareça para os estudantes que um texto crítico é um
ças?”; “Os figurinos contribuem para a caracterização dos texto de cunho pessoal que expõe uma opinião sobre o
37
BNCC no capítulo
Nesta seção História da arte, os ob-
História da arte
jetivos de aprendizagem são:
⓿ reconhecer e apreciar artistas e gru-
O figurino no teatro ocidental
pos de teatro de diferentes épocas
A preocupação com as vestimentas e os adereços usados nas encenações A cultura ocidental é uma
e lugares, investigando seus mo-
esteve presente desde as primeiras manifestações teatrais da arte do Ocidente. tradição que teve origem no
dos de criação, produção, divulga- continente europeu e
ção, circulação e organização pa- Na Grécia antiga, no século VI a.C., quando surgiram os primeiros espetácu-
exerceu influência em
ra ampliar o repertório, a fim de ga- los da cultura ocidental nos moldes como conhecemos hoje, os atores usavam muitas partes do mundo.
rantir a mobilização da habilidade máscaras para caracterizar os personagens. Elas eram feitas de materiais como Ela, no entanto, não se
EF69AR24 no trabalho com a uni- linho, madeira ou terracota, uma espécie de argila cozida. O formato dos olhos, formou apenas de
dade temática Teatro articulada ao o contorno da boca, o cabelo e outros detalhes da máscara indicavam carac- elementos que surgiram na
Europa, mas assimilou
objeto de conhecimento Contextos terísticas como a idade, a classe social, o gênero e a etnia do personagem que
traços culturais de povos de
e Práticas; era representado por ela. diversas partes do mundo.
⓿ explorar o figurino na composição
Um exemplo são os
dos acontecimentos cênicos para muçulmanos do norte da
ampliar os estudos, a análise e a re- África, que ocuparam
flexão sobre a criação, a fim de ga- regiões do sul europeu por
quase sete séculos, do
Em relação ao teatro medieval, men- exercia o poder político, e passaram a ser apresentadas coletados para estabelecer conclusões preliminares a res-
cione que, nele, havia outros gêneros também em palácios. peito de uma pesquisa. Por isso, verifique se o relatório
profanos além do teatro mambembe. Os trajes de cena das farsas caracterizavam persona- dos estudantes apresenta a curadoria dos pontos mais
Nas cidades, surgiram também as far- gens da época: o advogado usava beca e peruca ou bar- importantes.
sas, que eram peças de crítica social e rete; o bobo da corte, um chapéu de guizos; os frequenta-
política. Esse gênero era popular prin- dores dos palácios, ou cortesãos, eram caracterizados com
cipalmente na França, no século XIV. roupas pomposas e luxuosas.
Criadas por artesãos, comerciantes, es- Para nortear a pesquisa proposta, oriente os estudan-
tudantes e advogados, as farsas eram tes a buscar informações em páginas de instituições e or-
apresentadas em universidades e em ganizações especializadas no assunto. Auxilie-os a filtrar
salas públicas. Inicialmente, por con- e a registrar os dados mais relevantes para a realização
ter críticas políticas, seus atores po- do relatório, lembrando que esse é um gênero discursi-
diam até ser presos; no entanto, elas vo que participa de diversos campos de atuação social e
acabaram conquistando a nobreza, que que, em geral, consiste em uma forma de apresentar dados
38
Saiba mais sobre o teatro medieval
Pesquise e compartilhe no excerto a seguir. Se possível, leia o
livro na íntegra e compartilhe as infor-
A tragédia e a comédia na Grécia antiga mações com a turma.
O teatro ocidental teve sua origem no século VI a.C., na Grécia, com os rituais em homenagem ao
deus Dionísio. Nesses rituais, também chamados de ditirambos, que ocorriam durante a primavera, os
participantes formavam o coro, entoando cânticos e dançando por dias seguidos. Com o passar do Texto complementar
tempo, surgiram os organizadores de ditirambos, ou os “diretores de coro”. A partir de então, começa- TEATRO DE FORMAS ANIMADAS:
ram a surgir textos escritos especialmente para teatro. MÁSCARAS, BONECOS, OBJETOS
1 Forme um grupo de até três integrantes para pesquisar sobre os principais gêneros teatrais da
Apesar das influências dos mimos e
Grécia antiga: a tragédia e a comédia.
das farsas, o teatro secular da Ida-
2 Pesquise o tema em sites, livros, revistas e jornais. Entreviste também pessoas que tenham infor- de Média se caracterizou por uma
mações relevantes e curiosidades sobre o assunto. constante preocupação moral e re-
3 Durante a pesquisa e as entrevistas, o grupo deve reunir textos, orais e escritos, imagens e gráfi- ligiosa. Se nos perguntarmos como
cos que demonstrem os dados coletados. que de um teatro popular grego e
4 Ainda com seu grupo, faça um relatório dos principais pontos da pesquisa e revise-o verificando romano surgiu um período tão in-
se todos os pontos essenciais foram mencionados e se a conclusão faz sentido. tenso de dramas religiosos, respon-
deríamos que isso se deu não só
pelo fim da civilização grega e ro-
Para concluir mana, como principalmente pelo
surgimento do cristianismo. Apa-
Compartilhe o relatório com a turma e guarde uma cópia dele no portfólio.
rentemente os mimos gregos e as
farsas romanas desapareceram, mas
só aparentemente. Na realidade,
Na Idade Média europeia, as máscaras eram usadas em algumas manifes-
o tema religioso da Idade Média e
tações do teatro profano, ou seja, do teatro não religioso. Esse teatro às vezes Bufão é o artista cômico
que se apresentava em suas mensagens morais não foram
contrariava a Igreja católica, que era muito influente na época. os que mais força deram ao teatro
lugares públicos e em
O teatro religioso acontecia nas igrejas e, em geral, encenava passagens da palácios da nobreza. medieval, nem os que garantiram
Bíblia. Os trajes dos atores eram aqueles que se imaginava que seriam parecidos Menestrel é o declamador, por tanto tempo sua existência.
com os da época bíblica que encenavam. artista que recitava ou
cantava versos, às vezes Um dos elementos que manteve
No teatro profano, no decorrer de toda a Idade Média, dançarinos, acrobatas,
acompanhado de um vivo o teatro medieval foi a parti-
malabaristas, bufões, menestréis e mímicos reuniam-se para se apresentarem instrumento musical. cipação do povo em seus dramas,
em praças, mercados e portas de igrejas. Esses artistas, com o tempo, for- a inclusão de tradições seculares,
maram grupos mambembes, de arte itinerante, que percorriam as cida- as críticas e as brincadeiras do ho-
des para apresentar suas encenações. mem comum. Só assim se explica
Lebrecht Music Arts/
Bridgeman Images/Easypics
Brasil/Acervo Charmet
da Biblioteca de Artes
Decorativas, Paris, Fran•a.
Os atores providenciavam os próprios trajes de cena e não ti- a mudança de clima desse teatro
nham a preocupação de criar um figurino em conjunto. A no- para a commedia dell’arte. Pois se
ção de grupo de teatro como a entendemos hoje não exis- não fossem as jocosas e profanas
tia então. descontrações do teatro popular,
No século XV, surgiu outra forma de teatro itinerante: a como explicar a rápida populari-
commedia dell’arte, que quer dizer, “comédia de arte”. Nasci- dade de protagonistas como Arle-
da na Itália, era realizada por grupos de artistas que viaja-
quins, Pantaleões e Innamoratas,
Doutor Baloardo, depois de Jonas, São Josés, Marias
vam por toda a Europa para apresentar seus espetáculos
personagem da e Madalenas?
em praças públicas. Esse gênero conquistou o gosto po- commedia dell’arte
que representa um AMARAL, Ana Maria. Teatro de
pular e perdurou por mais de dois séculos.
médico charlatão. formas animadas: máscaras,
A commedia dell’arte tinha personagens fixos, com fi- O desenho do bonecos, objetos.
gurino fixo, e os atores se especializavam na representação figurino foi feito São Paulo: Edusp, 2011. p. 107.
pelo francês Maurice
de cada um deles. O figurino de alguns dos personagens in- Sand (1823-1889) e
cluía máscaras. publicado em 1860.
39
39
O excerto a seguir trata do conceito Por meio de seus personagens, a commedia
40
40
Assim, o figurino se tornou um elemento cada vez mais variado, baseado em Para nortear a atividade do boxe
pesquisas históricas e no estilo dos figurinistas. Um exemplo é o figurino de épo-
Pesquise e compartilhe, oriente os es-
ca, que caracteriza personagens de outros tempos e lugares; outro exemplo é o
tudantes a consultar outras fontes além
figurino que mescla referências, como a pesquisa histórica e a moda; e, como vi-
da internet, como as bibliotecas. Caso
mos anteriormente, existe ainda a possibilidade de o figurino ser feito com base
a escola não tenha biblioteca, organize
em roupas do cotidiano, com o uso de peças dos próprios atores.
uma visita à mais próxima. Será uma
boa oportunidade para que tenham
contato com os livros e entendam co-
41
41
BNCC no capítulo
Nesta seção Conexões, os objetivos
Conexões
de aprendizagem são:
⓿ compor improvisações e aconteci-
ra
ito
a unidade temática Artes Integra-
ed
Personagens: Fran (menina); Beta (menina); Nati (menina); Ju (menina); Jo
da
vo
das articulada ao objeto de conheci-
ui
(menina); Débi (menina pré-adolescente); Fran (irmã da Jo)
rq
A
s/
as
mento Contextos e Práticas.
c
Peças do cenário: pufe, almofadão ou tapete.
da
Ai
As dimensões do conhecimento tra- As músicas usadas são os hits da época. As meninas podem usar adereços
balhadas são: Expressão e Reflexão. com tendências da época. Em 2018, a tendência eram unicórnios, sereias,
alienígenas. Pode-se adaptar conforme a época e a proposta da
Promova a leitura compartilhada do montagem. Sugere-se o uso de pijamas mais infantis, pois as
texto que consta na seção Conexões. personagens desta cena têm idade entre 10 e 13 anos.
Comente com os estudantes as carac- Música: “New Rules”, Dua Lipa — Coreografia.
terísticas do texto dramático e estabe- Seis meninas de pijama dançam enquanto trocam de cenário.
leça relações interdisciplinares entre (As meninas usam pijamas, pantufas, meias e muitos adereços fofi-
Arte e Língua Portuguesa, mostrando a nhos usados em festa do pijama. Bichos de pelúcia, cobertores,
estrutura do texto, a forma como ele é travesseiros, revistas, nécessaire, pôster de ídolos, tudo
organizado, em que local são inseridas entra em cena junto.)
as rubricas, o tipo de informação que o Som: Toque de campainha.
texto contém, etc. Pai (em off, grita): Déboraaa!!! Já pra casa!!!
Converse com a turma sobre a pro- Débi (chateada, resmunga): Gurias, o meu pai chegou,
dução textual voltada para o teatro. eu tenho que ir. Tchau. Beijo.
Algumas perguntas que podem iniciar Todas: Beijoooo.
as reflexões são: “Como deve ser um Beta (reclama): Ai, gurias, o pai da Débi nunca deixa ela
texto teatral?”; “Quais são os principais dormir fora de casa…
elementos do texto teatral?”; “Que di- Jo: E isso que eles moram (aponta para o teto) aqui em cima.
ferenças vocês percebem entre o texto Débi (volta e grita): Guriaaaas, o meu pai deixô eu
teatral e outros gêneros?”. ficá!
Todas (gritos e pulos de felicidade).
Beta (encerra a comemoração): Tá, deu, chega!
(Gurias se ajeitando no almofadão gigante que está no
chão. […])
Beta (comemora): Aii… que sonho, a primeira festa do pijama
das BFFs!
Débi (????): Que que é, Bífí?
42
42
Ju: Bi-éF-éF é best friends forever. Melhores amigas para sempre, tendeu? Ajude os estudantes a se organizar
Jo (com celular na mão, grita): Gurias, olha só a música que tá dando
para realizar a leitura dramática pro-
agora na rádio…
posta na atividade do boxe Criando
Música: “There’s nothing holdin me back”, Shawn Mendes. laços. Leia com eles as instruções e
Todas (gritos!!!!!). esclareça possíveis dúvidas.
(Jogam os travesseiros para cima. Pulam, cantam juntas. Cena de No texto proposto, os personagens
tietagem.) são femininos. Trata-se de uma ótima
Beta (grita): Shawn Mendes EU TE AMOOOOO!!!! (dramática) — Ai, meu co- oportunidade para trabalhar questões
raShawn! Eu AMO ele! de gênero e corpo de forma empática,
(Caem deitadas no almofadão.) respeitosa e crítica.
Débi: Então, adivinha a música que eu vou colocá um dia na minha festa de ã5?!!! Oriente-os a pensar na entonação de
Todas (gargalhadas): Falta muito… né, Débi???!!! voz que vão usar, assim como nos gestos,
Débi (meio chateada, chacoalha os ombros): Ih daí… vamo imaginá… Já sei, considerando as informações que cons-
vamos fazer um teatro! O teatro da festa de ã5 da Débi, que sou eu! E eu vou
tam das rubricas. Acompanhe alguns en-
entrar de surpresa!
saios e fique atento ao apoio que possa
(Enquanto Débi fala, as gurias montam o cenário do teatro da festa de 15
dar, caso ache oportuno, especialmen-
da Débi. Ju puxa o almofadão perto da rotunda. Roberta ajeita o pufe. Nati
te no sentido de problematizar estereó-
e Jo levam o cobertor e esticam, formando um biombo.)
[…]
tipos e preconceitos.
MICHEL, Vanja Ca. Cena 13: Festa do pijama. Adolescer. 2018.
Rotunda: cortina que
Para haver uma parceria interdis-
Como você pôde observar, para escrever um texto teatral é preciso seguir algu- cobre o fundo do ciplinar, converse com o professor de
palco; pano de fundo. Língua Portuguesa sobre a possibili-
mas regras. A ação e a emoção dos atores são planejadas e expressas intencional-
mente no texto pelo autor para, depois, ser coordenadas pelo diretor com base nele. dade de realizar um trabalho de apre-
sentação e análise das características
e marcas estilísticas do texto teatral e
Criando laços de analisar a dramaturgia como gênero
discursivo. Pode ser interessante plane-
Leitura teatral jar com ele essa análise textual do tre-
Depois de analisar a estrutura de um texto teatral, você fará com seus cho da peça apresentado na atividade.
colegas uma leitura dramática. A atividade proposta no boxe tem co-
1 Forme um grupo de sete integrantes. Cada estudante interpretará um mo objetivo relacionar a linguagem do
dos personagens indicados na cena “Festa do pijama”, do espetáculo teatro e o componente Língua Portu-
Adolescer. guesa por meio de uma proposta de lei-
2 Releia o texto e discuta com os colegas de grupo como farão a leitura: tura dramática. Para proceder à avalia-
como distribuir os personagens, que estratégias serão adotadas, qual é o ção de processo, observe na sequência
tempo necessário para a leitura, etc. Não é preciso decorar o texto. Com o o que os estudantes devem fazer para
livro em mãos é possível fazer a leitura e acompanhar a leitura dos colegas.
desenvolver as habilidades trabalhadas
e os respectivos indicadores de realiza-
3 O grupo deve fazer alguns ensaios rápidos e, quando estiver prepa-
ção, que correspondem a: “1. Não atin-
rado, apresentar-se para o restante da turma. Lembre-se de que uma
giu o esperado”, “2. Realizou a ativida-
leitura dramática requer atenção com a entonação e a fala.
de satisfatoriamente”; e “3. Superou as
expectativas”.
Para concluir ⓿ Ler com fluência e atenção:
Converse com os colegas e o professor sobre os seguintes aspectos da vivên- 1. Não reconheceu as palavras e não
cia e, depois, guarde uma cópia dos pontos altos da discussão no portfólio. conseguiu ler com fluência.
⓿ Como foi a experiência de ler dramaticamente um texto teatral?
2. Leu o texto de forma fluente.
⓿ Que semelhanças e diferenças você pode perceber entre as estratégias
3. Leu o texto com fluência, atenção
adotadas pelos grupos que se apresentaram? Alguma delas trouxe mais Ilustrações: Aidacass/
emoção ao texto? Respostas pessoais. Arquivo da editora e expressividade.
⓿ Explorar diferentes tipos de entonação:
1. Ao realizar a leitura, não mudou a
43
entonação para os diferentes tre-
chos lidos.
2. Articulou texto e entonação duran-
te a leitura.
3. Realizou a leitura criando diferen-
tes entonações e vozes para dra-
matizar o trecho.
43
BNCC no capítulo
Nesta seção Fazendo arte, os objeti-
vos de aprendizagem são:
Fazendo arte
⓿ retomar e mobilizar, de maneira Neste capítulo, conhecemos um pouco das obras da Cia. Déjà-vu de Teatro e sua diretora, Vanja Ca
consciente, diferentes saberes e ex- Michel. Exploramos o espetáculo Adolescer e vimos como a linguagem teatral pode trazer algumas ques-
periências sobre os elementos da lin- tões relacionadas à identidade, seja por meio dos temas, seja por meio da caracterização de persona-
guagem teatral envolvidos no aconte- gens. Agora, que tal pôr em prática o que você explorou no capítulo e criar uma cena teatral sobre um
cimento cênico – figurinos, adereços, tema relacionado à identidade e à adolescência?
cenário, iluminação e sonoplastia –
em uma criação coletiva e autoral, a Etapa 1
fim de garantir a mobilização da ha-
bilidade EF69AR26 no trabalho com Criação do grupo teatral e divisão de tarefas
a unidade temática Teatro articulada
1 Forme um grupo com nove colegas. Esse será seu grupo de teatro, que vai trabalhar de forma
ao objeto de conhecimento Elemen-
colaborativa.
tos da Linguagem;
⓿ explorar formas de dramaturgia e es-
2 Como em todo grupo de teatro, as funções precisam ser divididas. Reveja quais são os profissionais
envolvidos na criação e montagem de uma peça de teatro e as tarefas de cada um:
paços cênicos no teatro, em diálogo
com as culturas juvenis e com o tea- ⓿ Diretor: vai pensar na montagem da cena e na interpretação dos atores. Para que o diretor organize
tro contemporâneo, para exercitar seu trabalho e planeje a realização da cena é preciso que todo o grupo discuta suas ideias, preten-
processos de criação na linguagem sões e sugestões. O diretor deve observar tudo o que acontece e conversar frequentemente com
e a percepção de uma prática poé- todos os membros do grupo para que a cena fique coerente e seja um reflexo da criação coletiva.
tica, a fim de garantir a mobilização ⓿ Atores: todos podem atuar na cena, mesmo os que já desempenham outra função no grupo, mas
da habilidade EF69AR27 no traba-
é importante que se sintam à vontade para isso. Converse com os colegas de grupo a respeito das
lho com a unidade temática Teatro
personagens da cena e escolha com eles o personagem que cada um gostaria de representar. Para
articulada ao objeto de conhecimen-
to Processos de Criação; a escolha de elenco, é interessante que sejam feitos testes com mais de um ator para cada persona-
⓿ participar da organização, elabo- gem, a fim de que o grupo todo – especialmente o diretor – decida quem se adapta melhor ao papel.
ração e produção coletiva de uma ⓿ Figurinistas: uma ou mais pessoas do grupo podem cuidar da escolha e produção dos trajes e ade-
criação cênica autoral, experimen- reços da peça. Uma boa dica é pesquisar para ver o que combina com o tema escolhido para, depois,
tando e investigando diferentes pa- mostrar as ideias a todos e pedir que analisem as roupas que têm em casa e que poderiam ajudar a
péis e tarefas, de maneira a refletir compor o visual da peça.
sobre o processo colaborativo, a fim
⓿ Cenógrafos: uma ou mais pessoas do grupo podem se encarregar de criar e confeccionar os cená-
de garantir a mobilização da habili-
dade EF69AR28 no trabalho com a rios com base na análise do espaço cênico e nas necessidades da encenação.
unidade temática Teatro articulada ⓿ Iluminadores: uma ou mais pessoas do grupo podem criar a iluminação depois de discutir sobre o
ao objeto de conhecimento Proces- local em que será colocada. Se houver luz natural, qual seria o melhor posicionamento dos atores
sos de Criação; para utilizá-la no horário em que a cena será feita? Será preciso iluminação artificial?
⓿ participar de experimentações ges-
⓿ Sonoplastas: uma ou mais pessoas do grupo podem escolher as músicas e os efeitos sonoros que
tuais e cênicas como parte integrante
estarão presentes na cena e planejar o modo de executá-los.
do processo criativo de um aconteci-
mento cênico, a fim de garantir a mo-
Evandro Leal/Cia. DŽjˆ-vu
44
Na Etapa 2, peça a cada grupo
Etapa 2
que se organize em roda para deba-
ter temas que considera importantes
Escolha do tema da cena na adolescência e que gostaria de ver
1 O grupo de teatro deve criar uma cena que trate de algum tema que seja importante para seus in- encenados.
tegrantes e que busque afirmar sua identidade. Durante a Etapa 3, auxilie-os na es-
2 Para decidir que aspecto da adolescência será abordado na cena, discuta com os colegas do grupo crita do texto dramático, retomando o
temas que acham interessantes e faça uma lista deles. Em seguida, converse com eles sobre quais que foi visto sobre a estrutura do gê-
desses temas dizem mais respeito ao dia a dia da turma e compartilhe no grupo as experiências rela- nero, as informações que ele contém,
cionadas a eles que já teve. etc. Para a produção de texto, se achar
3 Depois, o grupo pode se subdividir e distribuir os temas da pesquisa, que poderá ser feita na inter- pertinente, você pode trabalhar em co-
net, em revistas, jornais ou livros. Procure observar de que modo o tema é tratado nas fontes con- laboração com o professor de Língua
sultadas e se essa abordagem está de acordo com a visão do grupo. Portuguesa.
4 Com base nas pesquisas feitas e nos relatos pessoais, o grupo vai definir um tema para criar a cena Para aprimorar os encaminhamen-
teatral em torno dele. tos, converse com os estudantes sobre
a importância do trabalho do ator pa-
ra a linguagem e a expressão teatral.
Atividade complementar
Etapa 3 CONTANDO HISTÓRIAS
Como forma de aquecimento para a ativi-
Criação da cena e redação do texto teatral
dade de experimentação que encerra este
1 Escolhido o tema, o grupo vai criar a cena teatral em torno dele. Lembre-se de que, em uma cena de Capítulo 1, proponha que, em duplas, os
teatro, os personagens devem viver uma ação em algum lugar. Por isso, ao criar a cena, o grupo deve estudantes pratiquem um jogo teatral de
responder às perguntas: “Quem?”, “Como?”, “Quando?”, “Onde?” e “Por quê?”.
improvisação.
1. Oriente os estudantes a se sentar frente
2 Para criar a cena, discuta com os demais integrantes do grupo como abordar o tema escolhido. Re- a frente.
tome os relatos pessoais que foram feitos sobre esse tema e os dados colhidos nas pesquisas. 2. Simultaneamente, cada estudante deve
3 Imagine as situações, as ações e os diálogos que vão compor a cena. contar uma história diferente para o cole-
4 Depois, o grupo deve começar a escrita do texto teatral da cena. Para tanto, retome as característi- ga. Os dois devem contar sua história sem
cas do texto de teatro na seção Conex›es.
interrupções, tentando tirar a concentração
do outro.
3. O primeiro que se atrapalhar ou parar de
45 contar a história perde o jogo.
45
Os estudantes podem precisar de al-
gumas aulas para os ensaios. Acompa-
Etapa 4
nhe essas atividades e retome os temas Produção da cena
e os exercícios do capítulo, como estra-
tégia para que se desenvolvam na prá- 1 Criação e montagem de cenários, figurinos, escolha de objetos de cena e trilha sonora: o grupo
tica cênica. pode definir um prazo para providenciar a montagem dos cenários e do figurino, escolher a trilha
Durante a Etapa 6, oriente a roda de sonora e resolver outros detalhes da encenação.
conversa da turma propondo as ques- 2 Ensaios: o ensaio, ou a repetição das cenas, é essencial a qualquer espetáculo. Nesse momento,
tões apresentadas no Livro do Estudan- você e os colegas também podem encenar sem texto, usando apenas a expressão corporal, a fim de
te. Peça a cada grupo que comente um acentuar a representação dos sentimentos e das emoções.
pouco sobre sua experiência e abra es-
paço para todas as opiniões. Proponha
também aos estudantes que avaliem o
que foi feito pelos outros grupos com o
intuito de verificar se puderam identificar
a temática trabalhada, se observaram a
46
⓿ Os estudantes tratam de temas de
Etapa 7
relevância em seu contexto, apro-
Registro priando-se dessas questões e re-
fletindo sobre elas em sua criação
No dia do evento, procure registrar a encenação e a reação do público diante da cena. Para isso, o gru- teatral?
po pode usar uma câmera digital ou um celular com câmera. Depois, sob a orientação do professor, basta
Em seguida, leia as questões com
transferir o material para um repositório digital a fim de divulgar e/ou arquivar a experiência no portfólio.
a turma e proponha a cada grupo que
as discuta separadamente, sempre se
Etapa 8 apoiando nas anotações realizadas e
no portfólio.
Retomada
Após as conversas, peça a um ou
Em uma folha à parte, redija um relatório organizado em tópicos, descrevendo cada etapa vivenciada dois integrantes de cada grupo que
nesta atividade. Depois, arquive o texto no portfólio. compartilhem as reflexões com a tur-
ma. Nesse processo, sistematize as
contribuições na lousa e peça aos es-
tudantes que anotem os principais pon-
Fio da meada tos. Em seguida, auxilie-os na elabora-
ção dos textos individuais, que devem
O que vimos ser arquivados no portfólio.
Neste capítulo, muitos aspectos sobre o teatro foram discutidos por meio da pergunta A arte pode expressar Retome com os estudantes a lista
quem somos?. Durante os estudos, entre outras coisas, vimos que: de tópicos de estudos apresentada na
⓿ o teatro é uma manifestação artística que mexe com as emoções e pode nos levar a uma reflexão sobre
quem somos;
Introdução da unidade, bem como os
⓿ os personagens de uma peça podem ser reconhecidos pelo figurino que utilizam; possíveis pontos levantados. Oriente-
⓿ o espaço cênico é um importante elemento do teatro e o cenário nos ajuda a reconhecer ou a criar a época e -os para que acrescentem a essa lis-
o local onde se passa a ação teatral; ta os tópicos indicados no Livro do
⓿ a trilha sonora e a iluminação auxiliam na composição da atmosfera desejada pelo diretor da peçaá além de
Estudante e pergunte-lhes se imagi-
nos ajudar a entender o enredo do espetáculo;
⓿ as máscaras fazem parte da história do teatro e ajudamá como o figurinoá a caracterizar os personagens; nam outros itens que podem ser in-
⓿ a arte do teatro pode expressar identidadesá e as ações dos personagens podem provocar certa identifica- seridos depois da leitura desta seção.
ção no públicoà Registre o desempenho da turma,
Autoavaliação: é hora de retomar o portfólio tanto no decorrer do capítulo como
A proposta agora é que retome seu portfólio e relembre o que produziu até aqui. Depois, elabore um texto escrito na atividade final, segundo os critérios
que sintetize o que aprendeu no capítulo. Para isso, reflita sobre as seguintes questões: mencionados. Essas anotações são im-
1. O que aprendeu sobre o modo como o teatro pode representar identidades por meio da caracterização de portantes para que você possa propor
personagens? atividades complementares para bus-
2. Você ficou satisfeito com sua produção artística no fim do capítulo? Por quê? car sanar possíveis defasagens.
3. Quais foram suas maiores dificuldades no decorrer da criação e da realização da cena teatral? Ela expressou
algum aspecto de sua identidade?
⓿ continuar a refletir sobre o tema da identidade e algumas de suas relações com a arte;
⓿ estudar elementos da linguagem visual e aspectos da história da arte relacionados às obrasá aos artistas e
47
Para trabalhar com o Fio da meada, organize os estu- ⓿ Os estudantes utilizam elementos constitutivos da lingua-
dantes em grupos de até seis integrantes e peça que leiam gem teatral em suas produções, improvisações e compo-
os tópicos listados. Oriente-os para que registrem em pa- sições de maneira consciente?
pel Kraft os temas, as atividades e os trabalhos realizados ⓿ Os estudantes avaliam o uso das propriedades cênicas
que se relacionam com cada um dos tópicos. Sugira que em suas produções, reconhecendo suas estratégias de
folheiem o capítulo, associando as seções a cada uma das composição?
aprendizagens listadas. ⓿ Os estudantes comparam e avaliam os resultados de
Como forma de acompanhar as aprendizagens, retome suas pesquisas e experimentações teatrais na busca de
com a turma as habilidades trabalhadas e os conhecimentos soluções para expressar ideias e sentimentos?
estudados no Capítulo 1, analisando o portfólio e a partici- ⓿ Os estudantes valorizam o papel do teatro e dos re-
pação em sala com base nos seguintes critérios observáveis: cursos da linguagem cênica como forma de expressão
⓿ Os estudantes reconhecem e distinguem os elementos dos questionamentos e valores relacionados às cultu-
fundamentais da linguagem teatral que foram estudados? ras juvenis?
47
BNCC no capítulo
Na abertura do Capítulo 2, o objeti-
2
vo de aprendizagem é apreciar a obra NÃO ESCREVA NO LIVRO.
Arte e memória
cia com diferentes contextos e práticas
artístico-visuais, a fim de garantir a mo-
bilização da habilidade EF69AR01 no
trabalho com a unidade temática Artes
Visuais articulada ao objeto de conhe-
cimento Contextos e Práticas.
Sonia Gomes/Cortesia da Artista e Mendes Wood DM São Paulo, Nova York e Bruxelas.
A dimensão do conhecimento traba-
lhada é: Fruição.
48
1 A arte de
tomar nota das respostas, a fim de re-
tomá-las em outros momentos para
49
BNCC no capítulo 2 Mais perto
de Tecendo aManh‹ I
Na seção 2. Mais perto de Tecen-
do aManhã I, os objetivos de aprendi-
zagem são: As galerias são espaços
⓿ apreciar e analisar características da Tecendo aManhã I é parte de uma série de trabalhos de Sonia Gomes que
destinados à exposição
arte contemporânea por meio dos tra- foram exibidos na exposição individual Linhas em tramas, realizada pela artista e à comercialização de
balhos da artista brasileira Sonia em uma galeria da cidade de São Paulo, entre abril e agosto de 2016. obras de arte.
Gomes, refletindo sobre seu contexto
de produção e sua prática, para culti-
Gui Gomes/Cortesia da Artista e Mendes Wood DM São Paulo, Nova York e Bruxelas.
var a percepção, o imaginário e a ca-
pacidade de simbolizar e ampliar o re-
pertório imagético, a fim de garantir a
mobilização da habilidade EF69AR01
no trabalho com a unidade temática
Artes Visuais articulada ao objeto de
conhecimento Contextos e Práticas;
⓿ analisar os objetos criados pela ar-
50
De posse das informações sobre os
materiais usados nas obras, solicite aos
Sonia Gomes/Cortesia da Artista e Mendes Wood DM São Paulo, Nova York e Bruxelas.
estudantes que observem a imagem de
Tecendo aManh‹ II e respondam às
questões apresentadas no Livro do
Estudante. Para orientar essa ativida-
de, você pode organizar a turma em
pequenos grupos e pedir aos estudan-
tes que compartilhem suas impressões
com os colegas de grupo e as relacio-
nem com as descobertas feitas até o
momento, criando outras camadas de
leitura para os trabalhos da artista.
Solicite-lhes que tomem nota dos co-
mentários dos colegas durante a con-
versa a fim de, em seguida, selecionar
um representante do grupo para com-
partilhar o que foi debatido com o res-
tante da turma.
Durante a atividade, observe se os
estudantes citaram a escolha de ma-
teriais e de procedimentos feita pela
artista, relacionando-a aos temas que
evoca em suas obras, como a identida-
de e a memória. Tome nota das respos-
tas durante a discussão e, por fim, peça
aos estudantes que respondam indivi-
dualmente às questões em uma folha
avulsa, para que possam retomá-las
Tecendo aManh‹ II, em outros momentos com o objetivo de
de Sonia Gomes, 2016
(costura, amarrações, avaliar o desenvolvimento no decorrer
tecidos e rendas variados, do trabalho com o capítulo.
148 cm × 54 cm × 14 cm).
51
51
Comente com os estudantes a impor- Para dar a sensação de leveza a essa série de trabalhos, a artista optou por
tância de observar as estratégias esco- exibi-los pendurados no teto do espaço de exposição, suspensos por fios transpa-
lhidas pela artista na exposição das pe- rentes. Assim, com a ação do vento, as obras pareciam flutuar. Além disso, o pú-
ças. Ao estudar uma obra, é fundamental blico conseguia circular em torno das peças, apreciando-as de diferentes ângulos.
que compreendam também as questões
Segundo a artista, sua produção busca sempre o afeto. Por isso, ela se pre-
envolvidas em sua circulação. Para esti-
ocupa com a história e o passado dos materiais que utiliza, que, por vezes, são
mular essa reflexão, faça perguntas co-
doados a ela, por outras, encontrados ao acaso.
mo: “De que maneira as obras de Sonia
Gomes foram exibidas?”; “O que vocês
Gabriel Cabral/Folhapress
acharam dessa forma de montar a expo-
sição?”; “Por que a artista queria que as
obras fossem penduradas?”; “Que efei-
tos ela pretendia conseguir?”.
Peça aos estudantes que voltem à
imagem da exposição e se imaginem cir-
culando por ela. Pergunte como fariam
para apreciar as obras, se observariam
as peças de frente, se andariam ao redor
delas, se olhariam de longe o conjunto to-
do, etc. Essas indagações, além de esta-
belecer nexos com temas e habilidades
dos anos iniciais do Ensino Fundamen-
tal, têm como objetivo levar os estudan-
tes a relacionar os procedimentos artísti-
cos com os diferentes estilos visuais.
Ajude-os a pensar na sensação de le-
veza obtida com a exibição das obras
colocadas no teto, pois, se tivessem si-
do colocadas em paredes, como qua-
dros, aparentariam estar mais presas.
Ao ficar suspensas por fios transparen-
tes no teto, parecem flutuar e podem Sonia Gomes trabalhando
As criações de Sonia remetem também a sua identidade e ao local em que em seu ateliê na obra
balançar com o vento, demonstrando a
ela nasceu. Isso porque as técnicas, as cores e os materiais escolhidos dialogam Maria dos Anjos, feita de
leveza do material. Além disso, desta- um vestido de casamento
que a grande variedade de ângulos de com a origem afro-brasileira da artista e com sua cidade natal, Caetanópolis,
de seda pura que foi
observação que a forma escolhida pa- em Minas Gerais, importante centro da indústria têxtil do Brasil. doado à artista pela
noiva 60 anos depois da
ra exibir as obras permite. realização da cerimônia.
Durante a leitura do texto, esclare- São Paulo (SP), 2017.
52
Voc• sabia?
Biblioteca
Um dos significados do título da série de obras Tecendo aManh‹ faz referência ao
nome de “Tecendo a manhã”, poema do pernambucano João Cabral de Melo Neto RISSO, Mercedes S. O tecido
(1920-1999). Leia o poema a seguir e, depois, discuta-o com os colegas e o professor,
sintático Tecendo a manhã. ALFA:
compartilhando suas impressões.
Revista de Linguística,
Tecendo a manh‹ v. 32, p. 95-100, 1988. Disponível
em: https://periodicos.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
fclar.unesp.br/alfa/article/
ele precisará sempre de outros galos. viewFile/3802/3510. Acesso em:
De um que apanhe esse grito que ele 23 jun. 2022. O artigo apresenta
e o lance a outro; de um outro galo uma análise do poema de João
que apanhe o grito de um galo antes Cabral de Melo Neto do ponto de
e o lance a outro; e de outros galos vista sintático, que pode contribuir
para a exploração do texto com os
que com muitos outros galos se cruzem
estudantes.
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos. Em relação à atividade proposta no
boxe Você sabia?, solicite aos estudan-
E se encorpando em tela, entre todos, tes que, a princípio, leiam o poema de
se erguendo tenda, onde entrem todos, forma silenciosa. Depois, promova a lei-
se entretendendo para todos, no toldo tura em voz alta com a turma, que, além
(a manhã) que plana livre de armação. de permitir a reflexão coletiva, oferece
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
a oportunidade para que os estudantes
com deficiência visual sejam incluídos
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
na atividade.
NETO, João Cabral de Melo. Educação pela pedra. No poema, parte-se da crença po-
São Paulo: Alfaguara, 2008. pular de que os galos, com seu canto,
anunciam a manhã. A imagem propos-
ta pelo poeta pode ser relacionada à vi-
da, de modo mais geral, e ao próprio fa-
zer poético, que se constrói no processo
itora
da ed
53
BNCC no capítulo 3 Por dentro das
artes visuais
Na seção 3. Por dentro das artes vi-
suais, os objetivos de aprendizagem são:
⓿ apreciar e analisar formas distintas
Você viu que as obras da artista Sonia Gomes são criadas com materiais diversos e expostas de um jeito
das artes visuais tradicionais e con-
especial. Isso porque, para criar suas obras, os artistas articulam elementos específicos da linguagem das
temporâneas por meio da apresenta-
artes visuais a fim de transmitir suas ideias e intenções. Vamos conhecer alguns desses elementos?
ção contextualizada de obras de ar-
te e produções de artesãos, com o
objetivo de ampliar a experiência es- Pontos, linhas e texturas
tética e o repertório relacionado às O ponto é o elemento mais simples da linguagem visual. Quando batemos com a ponta do lápis no papel,
práticas artísticas e seus contextos, a
estamos fazendo um registro, uma marca, um ponto. Esse tipo de registro pode ser feito com materiais dife-
fim de garantir a mobilização da ha-
rentes e em suportes diferentes.
bilidade EF69AR01 no trabalho com
Outro elemento que compõe a linguagem visual são as linhas. As linhas podem variar de direção, tamanho,
a unidade temática Artes Visuais
articulada ao objeto de conhecimen- espessura e cor. Veja a seguir alguns tipos de linha.
to Contextos e Práticas;
detchana wangkheeree/Shutterstock
peerasak kamngoen/Shutterstock
taweesak11/Shutterstock
rimentação; vivenciar processos rela-
cionados à tecelagem e às obras de
Sonia Gomes, feitas com tecido e
outros materiais, aproximando, des-
sa forma, o que foi aprendido nas
práticas poéticas da artista; analisar
as rendas tradicionais brasileiras, co-
mo formas de expressão artística, e Papel amassado. Pedra de mármore polido. Madeira polida e Tecido.
conhecer procedimentos que se as- envernizada.
semelham a essas produções, como
forma de ampliar o repertório para Espaço
as possibilidades de criação em ar-
O espaço é outro elemento importante nas artes visuais, pois é nele que se organizam as formas per-
tes visuais, experimentar e, por con-
ceptíveis aos olhos e ao tato. Os artistas podem explorar o espaço de diferentes maneiras, seja por meio do
sequência, analisar diferentes for-
mas de expressão artística, como o que é ocupado pela obra de arte, seja por meio do que existe em torno dela. A depender de como ocupam
bordado, ampliando o repertório so- o espaço, as obras de arte podem ser classificadas como bidimensionais ou tridimensionais.
bre as possibilidades de criação em
artes visuais; a fim de garantir a mo- 54
bilização da habilidade EF69AR05
no trabalho com a unidade temáti- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ca Artes Visuais articulada ao obje- formas, que outros elementos vocês conhecem?”. Depois,
Na seção 3. Por dentro das artes visuais, com base na leia o texto com eles e verifique se todos entenderam o
to de conhecimento Materialidades;
⓿ apreciar e compreender o trabalho
apreciação e na análise da obra de Sonia Gomes, propõe- que é textura.
-se uma discussão a respeito de conceitos artísticos e ele-
dos artesãos, a fim de reconhecer Para que os estudantes com deficiência visual percebam
e diferenciar as categorias de artis- mentos da linguagem visual, intercalada com experimenta-
os diferentes tipos de linha, há duas opções: a primeira é
tas, artesãos, entre outros, no siste- ções. Durante a leitura do texto e a observação das imagens,
pegar uma placa de isopor e, com um lápis, desenhar as li-
ma das artes visuais, a fim de ga- permita que os estudantes se manifestem livremente.
nhas mencionadas no texto pressionando a ponta na placa
rantir a mobilização da habilidade Para trabalhar a subseção Pontos, linhas e texturas, re- para criar sulcos em baixo relevo; a segunda é recortar pe-
EF69AR08 no trabalho com a uni- tome os saberes sobre os elementos das artes visuais – es- daços de barbante e colá-los sobre um papelão, desenhan-
dade temática Artes Visuais articu- pecificamente, ponto, linha e textura – estudados nos Anos do em alto relevo os tipos de linhas mencionados no texto.
lada ao objeto de conhecimento Sis- Iniciais do Ensino Fundamental, relacionados com o que
temas da Linguagem. será apresentado aqui. Questione os estudantes sobre o
As dimensões do conhecimento que se lembram e incentive-os a fazer o exercício de recor-
trabalhadas são: Estesia, Criação e dar, propondo perguntas como: “Quando fazemos um de-
Expressão. senho, que elementos usamos?”; “Além de pontos, linhas e
54
As obras de arte bidimensionais são realizadas em suportes planos, que, como o nome diz, têm apenas porque, no espaço tridimensional, além
duas dimensões: altura e largura. Quando apreciamos uma pintura, por exemplo, costumamos ficar de fren-
da largura e da altura, percebemos ain-
te para ela e observar sua superfície.
da a profundidade dos objetos.
Já as obras de arte tridimensionais, além de altura e largura, têm profundidade. Isso quer dizer que elas
têm volume e ocupam lugar no espaço. É por isso que, quando apreciamos uma escultura, por exemplo,
podemos observá-la de frente, dos lados, por cima, por baixo, por trás. Texto complementar
ESPAÇO BIDIMENSIONAL E
TRIDIMENSIONAL
55
Ao trabalhar com a subseção Mate-
riais, explique aos estudantes que exis- Materiais
te uma infinidade deles que podem ser Sonia Gomes utiliza materiais que nem sempre são comuns em obras de
utilizados na produção de obras de ar- arte, já que, por muito tempo, os artistas privilegiaram materiais mais duráveis,
te, sejam aqueles encontrados na na- como a tinta óleo, o mármore e o bronze.
tureza, sejam aqueles criados pelo ser Perecível: aquilo que
A partir do século XX, no entanto, alguns artistas passaram a desafiar as
humano. A pesquisa, a exploração e a não dura muito
convenções sobre o que poderia ou não ser aceito em arte, abrindo espaço para
produção de materiais são importan- tempo, que pode
o uso de objetos do cotidiano e de elementos até então pouco valorizados na estragar ou apodrecer.
tes procedimentos no trabalho dos ar-
produção de suas obras.
tistas visuais. Tear: aparelho usado
Ao optar por materiais perecíveis, como tecidos, rendas e bordados, na pro- para a produção de
Ao abordar o tópico O tecido, per- dução de seus trabalhos, Sonia Gomes transforma esses elementos do cotidia- tecido, em geral feito
gunte aos estudantes se eles já para- no e cria significados diferentes e originais para eles. de madeira.
ram para observar a presença desse
Longitudinal:
material no cotidiano. Os tecidos são
O tecido colocado no sentido
utilizados não apenas em roupas, mas do comprimento.
também em uma infinidade de obje- Um tecido é, basicamente, o resultado do entrelaçamento de fios ou fibras.
Urdidura: conjunto de
tos, como cortinas, toalhas, lençóis, en- Hoje existem muitos processos mecânicos e automatizados para fabricar teci- fios dispostos no tear
tre vários outros utensílios do dia a dia. dos, mas a forma mais tradicional de produzi-los é manualmente, com a ajuda paralelamente a seu
de um tear. Esse trabalho manual é feito por artesãos, que, muitas vezes, além comprimento, por
A função original do tecido é cobrir
entre os quais passam
e proteger alguém ou alguma coisa. As de produzir o tecido, criam peças que podem ser encontradas tanto em comér-
os fios da trama.
roupas podem proteger contra as intem- cios locais como em galerias, museus e outros espaços de divulgação de arte.
Trama: conjunto dos
péries, por exemplo, como uma espécie Para criar a estrutura do tecido, um conjunto de fios do mesmo tamanho é
fios passados no
de segunda pele, enquanto capas e re- preso e esticado longitudinalmente no tear, formando a chamada urdidura. sentido transversal do
vestimentos protegem móveis e obje- Depois, outro conjunto de fios, chamado de trama, é entrelaçado no sentido tear, entre os fios da
tos. Os tecidos podem, ainda, transmi- transversal da urdidura, em um movimento que dá origem ao tecido. Observe urdidura.
56
Os fios usados para tecer são feitos de fibras que podem ser naturais (de Aproveite o momento para proble-
origem vegetal, animal ou mineral), artificiais ou sintéticas.
matizar o fato de o bordado, ainda ho-
Um exemplo de fibra natural de origem vegetal é o algodão, bastante utili-
je, ter se tornado uma tarefa doméstica
zado na produção de roupas. Já as fibras naturais de origem animal podem vir
atribuída, geralmente, às mulheres. Pro-
da secreção glandular de alguns insetos, como é o caso da seda, produzida do
ponha questões para que os estudan-
casulo do bicho-da-seda, ou do pelo de animais, como a lã retirada das ovelhas.
tes reflitam sobre a construção dos pa-
As fibras naturais minerais, por sua vez, podem vir de matérias-primas como o
péis sociais do homem e da mulher no
decorrer do tempo e verifique se eles
carbono e o amianto, este último proibido em muitos países por causar com-
acham que mulheres e homens sem-
provadamente diversas doenças em quem o manuseia.
pre tiveram a oportunidade de exercer
as mesmas profissões.
Luciola Zvarick/Pulsar Imagens
Visitação
Na região em
que você vive
há pessoas que
trabalham com
tecidos ou com
tecelagem? Se
houver, procure
visitar seu ateliê
com o professor e
os colegas.
57
57
No boxe Experimente e compartilhe,
são propostas duas atividades relacio-
Experimente e compartilhe
nadas à tecelagem. É aconselhável que
esse tipo de procedimento seja realiza-
do em uma sala especialmente prepa- Vamos tecer com papel?
rada para ser usada como ateliê das au- Para entender melhor como a urdidura e a trama dão origem ao tecido, que tal experimentar
las de Arte. Ela deve dispor de mesas, tecer com papel? Você vai precisar de folhas de cartolina ou de papel-cartão de cores diferen-
cadeiras, lousa e estantes em que os tes, régua, lápis preto, tesoura com pontas arredondadas e cola bastão.
materiais artísticos estejam acessíveis
para os estudantes, além de pia com 1 Escolha uma cor de papel para começar. Ela será a “trama” de seu “tecido”. Posicione a folha
sabonete neutro e toalhas de papel. na vertical e, com o auxílio de régua e lápis, marque tiras de 3 cm de largura. Depois, use a
Caso a escola não tenha um local es- tesoura para recortá-las.
pecífico para ser usado como ateliê, jun- 2 Em seguida, escolha outra cor de papel para fazer a “urdidura”. Dessa vez, posicione a folha
te as carteiras na sala de aula e forme na horizontal. Com régua e lápis, marque uma borda de 3 cm no topo do papel, também na
mesas grandes. Oriente os estudantes a horizontal. Depois, marque tiras de 3 cm de largura e recorte-as até a borda demarcada,
forrar as mesas com jornal, folha de pa- criando uma espécie de franja.
pel Kraft ou plástico para evitar sujeira.
Durante as aulas de Arte, os estu-
dantes devem aprender que o material
precisa estar organizado sobre a me-
sa para evitar perder tempo com idas e
vindas e que é preciso deixar a sala em
ordem ao final da atividade a fim de evi-
tar acidentes e garantir que a próxima
turma possa trabalhar adequadamente.
Procure desenvolver com eles atitu-
des que favoreçam o trabalho nas aulas
de Arte, como respeito, organização e
paciência para ouvir e esperar a vez de
falar. Nesse processo, você deve atuar 3 Para criar seu tecido de papel, posicione a urdidura sobre a mesa, com as franjas voltadas para
como mediador, organizando o espaço
você. Então, comece a tecer as tiras da trama, uma de cada vez. Para isso, escolha uma das
e estimulando a cooperação e o traba-
laterais do papel e passe a tira da trama por cima de uma tira da urdidura, depois por baixo da
lho da turma.
próxima tira, e assim sucessivamente, até chegar à lateral oposta. Finalize colando as pontas
Na primeira experimentação, Vamos das tiras para que o “tecido” não se desfaça. Se necessário, use a tesoura para dar acabamento.
tecer com papel?, os estudantes de-
vem ser cuidadosos ao manusear as ti-
ras no trançado com papel, pois elas
podem se rasgar durante o processo.
Antes de iniciar os trançados pro-
o da editora
priamente ditos, sugira que façam pe-
quenas experimentações sobre a me-
58
As mesmas orientações dadas para
a primeira experimentação valem pa-
ra o trabalho com a segunda atividade,
Agora, vamos tecer Agora vamos tecer com papelão e lã,
com papel‹o e l‹? mas, nesse caso, oriente os estudantes
Para tecer com papelão e lã você vai precisar
a prestar atenção especial à espessura
de papelão, tesoura com pontas arredondadas,
dos fios, que, em alguns casos, pode di-
fita adesiva e fios de lã de diversas cores.
ficultar o trabalho. É aconselhável tam-
bém que realizem testes usando dife-
rentes tipos de fio e linha.
1 Para começar, recorte um quadrado de
Ao término de cada atividade, po-
papelão na medida 15 cm × 15 cm. Ele será
de-se organizar uma exposição na sala
a base do seu tear. para que todos conheçam e apreciem
2 Depois, enrole um fio de lã comprido no os trabalhos produzidos. Nesse caso, re-
pedaço de papelão para formar a urdidu- flita com os estudantes sobre a melhor
ra. Comece fixando a ponta do fio de lã forma de dispor as criações no espa-
no verso do pedaço de papelão com fita ço disponível. Após a exposição, a tur-
adesiva. Em seguida, dê cinco voltas, dei- ma deve fazer uma roda de conversa
xando um espaço de cerca de 2,5 cm entre para discutir os materiais e as técnicas
cada fio da urdidura. Use a fita adesiva
empregadas para a realização do traba-
para fixar a outra ponta do fio no verso
lho, além de comentar sobre as dificul-
dades encontradas, como se sugere no
do papelão.
tópico Para concluir.
3 Com a urdidura pronta, comece a tecer. Cor- A atividade apresentada nesta dupla
te fios de lã coloridos com cerca de 25 cm de páginas tem como objetivo promover
de comprimento cada um. Passe um fio a experimentação com a tecelagem, a
por vez pela urdidura, primeiro por baixo e fim de que os estudantes compreendam
depois por cima, alternando dessa forma como a urdidura e a trama dão origem
até o final. Em seguida, amarre as pontas ao tecido. Para uma avaliação de pro-
dos fios, de dois em dois, com um nó. cesso, observe, na sequência, o que eles
4 Para encerrar, retire a fita adesiva do verso
devem fazer para desenvolver as habili-
dades trabalhadas e os respectivos in-
do papelão e dê um nó na ponta dos fios,
ra
dicadores de realização, que corres-
Jr/Aquivo da edito
amarrando-a ao fio da urdidura imedia-
pondem a: “1. Não atingiu o esperado”;
tamente ao lado de cada ponta. Depois,
“2. Realizou a atividade satisfatoriamen-
com cuidado, puxe o papelão e sua peça
te”; e “3. Superou as expectativas”.
Imagens: Sérgio Dotta
estará pronta.
⓿ Configurar o trabalho de acordo com
as orientações para a tecelagem:
1. Não intercalou as tiras e as franjas
da urdidura em sua produção ou
Para concluir não compreendeu como isso deve-
ria ter sido feito.
Reflita sobre as questões a seguir, converse com os colegas e o professor 2. Trabalhou de acordo com as orien-
sobre suas impressões e, depois, arquive suas produções, o tecido de papel
tações das atividades, configuran-
e o de lã, no portfólio.
⓿ Com que material você achou mais fácil tecer? Por quê?
do uma trama com a utilização dos
⓿ Teve alguma dificuldade no decorrer das experimentações? Qual? Como
instrumentos indicados.
ela foi resolvida? Respostas pessoais. 3. Compreendeu como trabalhar com
a tecelagem e explorou outros ins-
trumentos, materiais e objetos para
obter diferentes efeitos.
59
⓿ Utilizar de forma correta os mate-
riais indicados para confecção da
tecelagem:
1. Não conseguiu confeccionar as tra-
mas sem ajuda.
2. Precisou de ajuda para confeccio-
nar a trama, mas compreendeu o
processo para chegar a esse fim e
solicitou auxílio de forma adequa-
da para tecer os materiais.
3. Manipulou os materiais e confeccio-
nou a trama sem precisar de ajuda.
Solicitou a presença e os cuidados
de um adulto para utilizar a tesou-
ra, mas demonstrou saber todos os
procedimentos envolvidos nessa
operação.
59
No tópico A renda, busca-se retra-
tar a produção de renda no Brasil co- A renda
mo forma de diálogo com a cultura e A renda é um tipo de tecido fino e delicado que se caracteriza pelos dese-
a identidade nacionais. Verifique se os nhos formados por sua trama mais aberta, cheia de pequenos furos. Tradicio-
estudantes têm alguma vivência com nalmente, as rendas são produzidas de forma manual, com diversas técnicas e
esse tipo de produção e deixe que fa- diferentes ferramentas.
lem livremente sobre o que conhecem. A renda nhanduti, por exemplo, criada pelos indígenas guaranis do Paraguai,
Promova a leitura compartilhada do é produzida com linha e agulha de costura, a partir de um pequeno tear circular.
texto e das imagens com os estudantes, Seu nome vem da palavra guarani –anduti, que significa “teia de aranha”, em
destacando pontos como a importân- referência aos desenhos formados pelo entrelaçamento dos fios.
cia da renda como forma de produção
artesanal e cultural no Brasil. Pergunte-
Reprodução/Nhanduti de Atibaia
-lhes se há peças de renda em sua ca-
sa (toalhas de mesa, por exemplo) e se
sabem quem as fez ou de onde vieram.
Se achar interessante, solicite que tra-
gam algumas dessas peças para a sa-
la de aula e, em pequenos grupos, pro-
curem identificar os tipos de renda que
as compõem.
Atividade complementar
60
60
Zé Paiva/Pulsar Imagen
Além das agulhas, outra ferramenta usada para Outra forma de explorar as rendas
fazer renda são os bilros. Típica de Florianópolis, em
apresentadas como referência para
Santa Catarina, mas presente em outras regiões lito-
a criação dos trabalhos é sugerir aos
râneas brasileiras, a renda de bilros também é con-
estudantes que façam desenhos de
feccionada sobre uma almofada, o rebolo. Sobre ele é
obser vação das imagens. Depois, po-
posicionado o desenho, feito em um cartão chamado
dem analisar os detalhes das texturas
pique, que é demarcado por furos. Para produzir a
e passar os desenhos para as folhas
que vão recortar a fim de criar as ren-
renda, começa-se usando alfinetes para prender os
das de papel.
fios de linha na almofada; depois eles são movidos
com a ajuda dos bilros para formar o desenho da ren-
A atividade proposta nesta página
da. Essa movimentação é bastante rápida e produz
tem como objetivo promover a experi-
um som muito característico.
mentação com as formas da renda a fim
de que os estudantes compreendam co-
mo podem criar desenhos a partir de es-
Bilro: peça composta de pesos de madeira usada
para fazer a renda de mesmo nome.
paços vazios. Veja, a seguir, o que eles
Confecção de renda de bilros em Florianópolis (SC), 2019.
devem fazer para desenvolver as habili-
dades trabalhadas e os respectivos in-
Experimente e compartilhe dicadores de realização, que corres-
pondem a: “1. Não atingiu o esperado”;
“2. Realizou a atividade satisfatoriamen-
Agora, vamos recriar as formas da renda em papel? te”; e “3. Superou as expectativas”.
ra ⓿ Configurar o trabalho de acordo com
As rendas são conhecidas por desenhos formados pelos espaços Sérgio Do
tta Jr/Aq
uivo da ed
ito
Imagnes:
abertos na trama. Vamos explorar essa característica criando
as orientações para criar a renda em
papel:
formas parecidas com as de uma renda? Para isso, você vai
precisar de uma folha de papel sulfite, lápis preto, um molde
1. Não criou um padrão para o de-
senho em sua produção ou não
redondo com cerca de 20 cm de diâmetro (pode ser um prato
compreendeu como isso deve ser
ou uma tampa) e tesoura com pontas arredondadas.
feito com o material utilizado.
1 Para começar, com a ajuda do molde redondo, trace um 2. Trabalhou de acordo com as orien-
círculo na folha de papel sulfite e, depois, recorte-o. tações da atividade, configurando
um desenho padronizado a par-
2 Em seguida, dobre o círculo de papel ao meio. Depois, do-
tir das partes recortadas do papel
bre ao meio de novo e mais uma vez, até chegar a um
com os instrumentos indicados.
formato parecido com o de um triângulo.
3. Compreendeu como trabalhar com
3 Agora, com a tesoura, recorte pequenas formas nas la- a renda em papel e ainda elabo-
terais do triângulo. Lembre-se de que o desenho será rou previamente um esboço do
formado pelos cortes que você fizer no papel. desenho para obter o resultado
desejado.
4 Quando terminar, desdobre o papel e observe o re- ⓿ Utilizar de forma correta os mate-
sultado. Os recortes formaram desenhos parecidos
riais indicados para confecção da
com os de uma renda? tecelagem:
1. Não conseguiu fazer as dobras no
Para concluir círculo de papel sem ajuda.
2. Precisou de alguma ajuda para
Converse com os colegas e o professor sobre as seguintes questões. Na sequência, guarde a renda em
papel que você produziu no portfólio.
elaborar o desenho da renda,
⓿ Qual foi sua maior dificuldade durante a atividade? Por quê? mas compreendeu o processo para
⓿ Os desenhos formados pelos recortes ficaram como você havia imaginado inicialmente? chegar a esse fim e solicitou auxílio
Respostas pessoais. de forma correta a um adulto.
3. Manipulou os materiais e confec-
61 cionou a renda sem precisar de
ajuda.
61
Antes de ler o texto do tópico O bor-
dado com os estudantes, peça-lhes O bordado
que observem as imagens e descrevam O bordado é um tipo de decoração em tecido feito com agulha e linha, à
o que veem, comentando o tipo de ma- mão ou à máquina. A técnica surgiu durante a Antiguidade, entre povos como os
terial que reconhecem, como é usado, babilônios e os egípcios, com o objetivo de ornamentar vestimentas. Posterior-
quais são os produtos criados com es- mente, durante a Idade Média, tornou-se bastante popular na Europa.
se material, etc. No bordado manual, costuma-se usar um bastidor para esticar o tecido; de- Bastidor: espécie de
Depois, promova a leitura do texto, pois, risca-se a imagem que será bordada e usam-se linha e agulha para criar moldura de madeira ou
das imagens e das legendas e dê tem- plástico usada para
os pontos que vão contornar e preencher o desenho. Existem muitos pontos de
deixar o tecido esticado.
po para que notem, por meio da obser- bordado, e a escolha daqueles que vão ser usados em cada parte do trabalho
vação desses elementos, a diferença pode alterar bastante o resultado.
entre bordar à mão e bordar à máqui- Os fios usados para bordar podem ser os mais variados: de algodão, de seda,
na. Explique também que mesmo o bor- de linho, de ráfia, de ouro, de prata; ou ainda de fibras sintéticas, como o náilon,
dado à máquina requer, em geral, que o acrílico e o celofane. Além dos fios, no bordado podem-se usar lantejoulas,
alguém manuseie o equipamento pa- canutilhos, pérolas, pedras preciosas, contas de vidro ou de madeira, sementes,
ra que os desenhos sejam formados conchas, entre muitos outros elementos.
corretamente.
Comente que a costura faz parte das
R_Boe/Shutterstock
Bordado com fio de ouro realizado em uma embalagem Bordado à máquina.
japonesa para presente, 1840-1870.
62
62
Na experimentação proposta no
boxe Experimente e compartilhe, ao
Experimente e compartilhe
realizar uma atividade de desenho com
uma linha de costura ou bordado no su-
Que tal criar bordado em bandeja de isopor? porte plano, os estudantes estão pas-
A proposta agora é que você experimente a técnica do bordado de
sando de trabalhos bidimensionais pa-
uma forma diferente. Para isso, você vai precisar de uma bandeja de iso-
ra tridimensionais, já que vão produzir,
agora, um relevo.
por limpa, no formato que preferir, lápis preto, linha de bordado em cores
variadas e tesoura com pontas arredondadas.
Levando isso em conta, estimule-os
a explorar as várias possibilidades de
1 Com o lápis, faça furos no fundo da bandeja, formando um desenho. trabalhar com a linha física. Sugira, por
Pode ser uma forma geométrica, por exemplo. exemplo, que entrelacem e amarrem os
2 Depois, usando linha de bordado na cor que preferir, alinhave o de- fios, acumulem pequenos pedaços de
senho com as mãos. Para isso, passe a linha em um furo de cada vez, linha em algumas partes da bandeja de
primeiro por cima, depois por baixo, e assim sucessivamente. isopor, façam o desenho inteiro usando
apenas uma linha, etc.
3 Quando terminar de alinhavar, lembre-se de dar um nó na ponta da
A atividade tem como objetivo promo-
linha para arrematar e use a tesoura para cortar o excesso.
ver a experimentação com o bordado.
4 Se quiser, utilize mais de uma cor de linha no seu bordado. Para uma avaliação de processo, obser-
ve, na sequência, o que os estudantes
devem fazer para desenvolver as habili-
dades trabalhadas e os respectivos in-
dicadores de realização, que corres-
pondem a: “1. Não atingiu o esperado”;
da editora
63
BNCC no capítulo 4 Mais perto de Sonia Gomes
Na seção 4. Mais perto de Sonia
Gomes, os objetivos de aprendizagem Sonia Gomes passou o início da infância sob os cuidados da avó materna,
são: que era costureira, parteira e benzedeira. Após a morte da mãe, quando tinha 4
⓿ apreciar e analisar a produção de
anos, passou a viver com a família do pai.
Sonia Gomes em artes visuais, con- Ainda na adolescência, desconstruía suas roupas para dar a elas um toque
textualizando o trabalho contempo-
pessoal, já que não gostava de usar peças compradas prontas. Aos poucos,
râneo da artista por meio do estu-
suas intervenções foram ficando cada vez maiores, mas ela não considerava
do de sua história e dos elementos
e processos de criação que envol- arte aquilo que produzia. Quando adulta, trabalhou como professora e for-
vem suas produções, em diálogo mou-se em Direito. Depois de um tempo, passou a fazer bolsas e colares com
com as referências às culturas bra- materiais achados e doados, mas as lojas que procurava não se interessavam
sileiras, para ampliar a experiência em vender as peças produzidas por ela.
com diferentes contextos de produ-
ção e práticas artístico-visuais, a fim
Gabriel Cabral/Folhapress
porada nos Estados Unidos e ouvir
Gomes, ao estudar a biografia, a tra-
comentários de especialistas sobre
jetória e a poética de Sonia Gomes, os
seu trabalho que Sonia Gomes come-
estudantes terão oportunidade de es-
çou a entender e a apropriar-se me-
tabelecer relações entre as característi-
lhor daquilo que já produzia de forma
cas que identificaram na obra Tecendo
intuitiva. De volta ao Brasil, começou
aManhã I e o conjunto de obras da ar-
a participar de diversas exposições
tista, a fim de compreender de que mo-
coletivas e individuais. Embora sem-
do o trabalho estudado no capítulo se
pre tenha se interessado por arte,
relaciona à sua formação e à sua pro-
Sonia só expôs seus trabalhos pela
dução de maneira geral.
primeira vez aos 46 anos.
Inicie a leitura do texto retomando o
que foi apreciado e discutido em rela-
ção à obra Tecendo aManhã I. Recorde Sonia Gomes costura uma de
os materiais e as técnicas utilizadas pe- suas obras em seu ateliê, na
cidade de São Paulo (SP), 2017.
la artista, os múltiplos sentidos do título
e suas relações com a pergunta norte-
adora da unidade, A arte pode expres- 64
sar quem somos?.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Questione os estudantes sobre as in-
formações apresentadas a respeito da Enfatize que ela sempre explorou os materiais e procedi- Sonia Gomes está fazendo referência à própria história?
família da artista e sua história. Cha- mentos de corte e costura de forma inusitada e experimen- Por quê?”.
me a atenção para o fato de que a avó tal, não se restringindo a técnicas convencionais. Aprovei-
da artista era costureira e pergunte se te esse dado para discutir com a turma a ideia de que,
eles acham que isso pode ter influen- além do tema ou do conteúdo das obras, a materialidade
ciado, de alguma maneira, em sua pro- das produções artísticas também pode expressar algo so-
dução; e se a obra dela reflete parte bre quem as produz.
de sua história, relembrando alguns as- Conduza a discussão por meio de questionamentos co-
pectos vistos no capítulo sobre as cria- mo: “Qual é a relação da artista Sonia Gomes com os ma-
ções da artista. teriais e o procedimento de corte e costura, como os teci-
Ao prosseguir com a leitura, desta- dos que ela utiliza em Tecendo aManhã I?”; “Conhecendo
que o interesse da artista, desde jo- um pouco da história da artista, vocês acham que esses
vem, pela costura e as experiências que materiais têm valor afetivo para ela?”; “Ao escolher esses
ela realizava com as próprias roupas. materiais para realizar seus trabalhos, vocês acham que
64
Em 2012, Sonia Gomes foi indicada pela primeira vez ao Prêmio PIPA,
Atividade complementar
que premia artistas visuais brasileiros contemporâneos que têm se desta- Na tela
cado por seu trabalho. Em 2015, foi a única brasileira a participar da mostra
Para conhecer mais
PESQUISA
principal da 56a Bienal de Veneza, uma das mais importantes exposições Sonia Gomes, suas Para ampliar o trabalho com a seção, suge-
periódicas de arte do mundo. obras e sua relação rimos propor aos estudantes uma pesquisa
Com curadoria do nigeriano Okwui Enwezor (1963-2019), o tema dessa com a memória, leia sobre o curador nigeriano Okwui Enwezor.
o artigo “As mãos de Organize a turma em grupos de três ou
edição da Bienal foi “Todos os futuros do mundo”, cujo objetivo era levar o
ouro de Sonia Gomes: quatro estudantes. Depois, combine com
público a refletir sobre os diferentes problemas que afligem nossa sociedade. costura e memória”.
eles o tempo que terão para realizar a
No link, também é
busca e a coleta das informações e a data
possível assistir a
65
65
Antes de ler o texto da subseção
Outras obras de Sonia Gomes com os Outras obras de Sonia Gomes
estudantes, peça-lhes que observem as Na obra Memória, de 2004, exibida na exposição Risco do tempo, a artista
imagens apresentadas nesta página e utiliza técnicas semelhantes às de Tecendo aManhã I, II e III. O ponto de partida
na seguinte e descrevam o que veem, são roupas usadas, que foram amarradas, torcidas e costuradas a pedaços de
destacando os materiais que reconhe-
tecido e renda e a fragmentos de diversos materiais, em uma composição que
cem, o modo como as obras estão ex-
lembra um varal de roupas.
postas, como elas podem ser aprecia-
das, se reconhecem pontos, linhas e
texturas, e o que mais considerarem in-
66
Atividade complementar
IDENTIDADE E MEMÓRIA
Aproveite a oportunidade para propor uma atividade sobre tecidos africanos que aborde as relações entre vestuário, identidade e
memória.
Uma sugestão é conversar com os estudantes sobre os tecidos kente, tradicionais dos povos Ashanti. No site do Geledés – Instituto
da Mulher Negra, há imagens desse tipo de tecido e um pouco de sua história. Disponível em: https://www.geledes.org.br/kente
-os-tecidos-dos-reis-africanos/. Acesso em: 19 jun. 2022.
Depois de mostrar alguns exemplos de tecidos kente aos estudantes e contar sobre sua origem, peça que prestem atenção a detalhes,
como texturas, padrões decorativos e cores. Proponha questões para estimular a apreciação: “Que cores são usadas nesses tecidos?”;
“Elas combinam ou contrastam?”; “Vocês acham que são cores fortes ou leves? Por quê?”; “Vocês já viram tecidos parecidos? Onde?”;
“O que vocês acham das roupas e dos trajes confeccionados com os tecidos kente?”; “São parecidos com as roupas que usamos?”;
“Quais as diferenças?”; “Há trajes parecidos na cultura brasileira?”; “Em caso positivo, em que contextos e situações são usados?”.
Durante a roda de conversa, aproveite para chamar a atenção dos estudantes para a influência da arte têxtil africana em trajes usados
ainda hoje em folguedos e festas típicas brasileiras, como o reisado, a congada, entre outros.
66
Em Oratório, de 2012, a base esco- Para a realização da atividade pro-
lhida pela artista é uma antiga gaiola.
posta no boxe Critique e compartilhe,
Na tela
Explorando aplicações de pedaços de te-
oriente os estudantes sobre o podcast
Visite a página (gênero discursivo oral, que participa
Sonia Gomes/Cortesia da Artista e Mendes Wood DM São Paulo, Nova York e Bruxelas.
cido torcidos, linhas, fios, uma cúpula de
da galeria que do campo jornalístico-midiático), que
vidro e flores artificiais, Sonia criou uma representa Sonia
obra de arte tridimensional que também Gomes para saber
é como um programa de rádio, feito
foi pendurada por fios transparentes no mais sobre o trabalho e divulgado, porém, com tecnologias
da artista. Disponível digitais.
espaço de exposição.
em: https://
De maneira geral, o podcast propõe
mendeswooddm.
com/pt. Acesso em:
um diálogo sobre temas diversos, mas
21 abr. 2022. também permite monólogos, e pode
ser produzido em linguagem formal ou
informal.
Oratório, de Sonia Gomes, As falas podem ser acompanhadas
2012 (amarrações, tecidos, de recursos de áudio, como trilhas so-
rendas e fragmentos diversos
sobre gaiola de arame,
noras de fundo, vinhetas, canções, tre-
250 cm × 33 cm × 26 cm). chos de áudios extraídos de outras fon-
tes, etc.
O conjunto de podcasts disponível
Critique e compartilhe digitalmente é chamado “podosfera”.
Recomende aos estudantes que, an-
Podcast sobre Sonia Gomes tes de produzir seus podcasts, circu-
Agora que você conheceu algumas obras de Sonia Gomes e um pouco de sua trajetória, compar- lem pela podosfera e encontrem exem-
tilhe impressões acerca do trabalho da artista com os colegas e o professor por meio de um podcast plos com temas ou formatos diversos
que você vai gravar com um colega com base nas orientações a seguir. que possam pautar o trabalho.
1 Para começar, reflita sobre as motivações da artista e os materiais e técnicas utilizados por ela. Os estudantes podem utilizar um gra-
A seguir, estão algumas questões que podem ajudar nessa reflexão. vador digital ou mesmo o celular para
⓿ Os temas abordados por Sonia Gomes são relevantes para você? Explique. gravar o podcast e softwares livres de
⓿ As obras da artista o levaram a refletir sobre algum aspecto de sua vida? Qual? edição de som, sem nenhum tipo de
⓿ Os materiais e as técnicas usados pela artista são significativos para você? Por quê? custo, para, ao final, editá-lo.
2 Em seguida, faça uma pesquisa sobre a artista e seu trabalho com o objetivo de complementar Durante a elaboração do roteiro e da
os temas estudados até então e trazer novas informações para enriquecer seu podcast. gravação do podcast, acompanhe o tra-
3 Com o resultado da pesquisa em mãos, elabore, com seu colega, um roteiro para a locução do balho das duplas, auxiliando no que for
podcast, organizado em três momentos: biografia e formação da artista; principais trabalhos necessário. Estimule a turma a compar-
expostos; e o que a crítica especializada comenta sobre seu trabalho. tilhar o podcast com colegas de outras
4 O roteiro deve ser dividido em duas partes de modo que cada integrante da dupla faça a locu-
turmas, amigos e familiares.
ção de uma delas. Sempre que os estudantes forem ela-
borar textos críticos sobre os artistas e
5 Ensaie sua fala, cuidando do timbre e da altura da voz, da dicção e da velocidade da fala durante
obras estudados, é fundamental lembrá-
a locução.
-los de apresentar argumentos que sus-
6 Grave o podcast com seu colega em um local silencioso. tentem suas observações e análises.
Para concluir
Texto complementar
Compartilhe o podcast por meio de uma mídia digital ou rede social a ser definida pela turma toda.
Ouça o podcast das outras duplas. Você pode curtir, comentar e compartilhar os mais interessantes O TRABALHO DE SONIA GOMES
com seus familiares e amigos de fora da escola. Depois, registre os principais pontos comentados para
Sonia Gomes trabalha com a produ-
guardar no portfólio.
ção de esculturas e instalações con-
cebidas a partir de numerosos ma-
teriais de distintas histórias – como
67
roupas e mobiliários – e das possí-
veis combinações espirituais entre
tais elementos. Suas composições
se iniciam por meio de práticas
espontâneas e desinteressadas de
desconstrução e remontagem de
artefatos cotidianos que cruzam
seu caminho, formando corpos
num processo conduzido por uma
rara intuição, capaz de vivificar e
propor novos sentidos para o que
está no mundo.
MENDES Wood DM. Sonia
Gomes. Mendes Wood DM.
Disponível em: https://
mendeswooddm.com/pt/artist/
sonia-gomes. Acesso em:
26 jun. 2022.
67
BNCC no capítulo
Na seção História da arte, os objeti-
História da arte
vos de aprendizagem são:
⓿ analisar formas distintas das artes vi- Os tecidos e a tecelagem
suais por meio da apresentação de Os tecidos fazem parte da história da humanidade. São usados no vestuá-
imagens de outras épocas, lugares e
rio e na criação de objetos para nosso conforto e para decoração, entre outras
culturas, para ampliar a experiência
finalidades. Evidências arqueológicas mostram que a tecelagem é uma das
estética e o conhecimento histórico,
com o intuito de estabelecer novas técnicas mais antigas desenvolvidas pela humanidade e tem acompanhado a
relações e suscitar outras inferências história das diversas sociedades em diferentes épocas e culturas.
diante de obras de arte visual, a fim Pesquisas recentes mostram que a humanidade conhece a tecelagem des-
de garantir a mobilização da habili- de o Paleolítico, o período mais antigo da Pré-História. Provavelmente, as
dade EF69AR01 no trabalho com a primeiras roupas produzidas pelos seres humanos pré-históricos foram feitas
unidade temática Artes Visuais arti- da união de peles de animais com o auxílio de fios e fibras vegetais. Acredita-se
culada ao objeto de conhecimento que a técnica da tecelagem tenha surgido com a tessitura de redes, que eram
Contextos e Práticas;
utilizadas inicialmente para caçar e fazer armadilhas, e também de cestas, usa-
⓿ analisar diferentes estilos visuais de
das para transporte e armazenagem.
modo contextualizado no tempo e no
espaço para garantir a mobilização
otoarena
AS IMAGENS NÃO ESTÃO
da habilidade EF69AR02 no traba- REPRESENTADAS EM PROPORÇÃO.
Historic Collection/Alamy/F
lho com a unidade temática Artes Vi-
suais articulada ao objeto de conhe-
Natural History Museum, Viena/
Cedido pelo Museu de História Natural de Viena, Áustria.
Historic Collection/Alamy/Fotoarena
que partir das experiências dos estu-
dantes e, se julgar necessário, retome
algumas das discussões realizadas no
Capítulo 1.
68
68
Após o desenvolvimento do tear manual, os povos da Antiguidade passa-
Talvez a condição de serem clássi-
cos resulte de um consenso cultu-
ram a produzir os mais diferentes tipos de tecido. Há cerca de 4 mil anos a.C.,
ral e universal.
no antigo Egito, a fibra mais popular era o linho, produzida a partir de uma
planta da família das lináceas. No mesmo período, na Mesopotâmia, os teci- Através de seus significados, perma-
dos de lã eram mais comuns, pois a criação de carneiros e ovelhas era carac- necem nas escolhas individuais e
terística dos povos que habitavam aquela região.
coletivas, ainda que sejam reinven-
tados. Todos os desenhos e as ima-
De Agostini Picture Library/Bridgeman Images/Easypix Brasil/
Museu do Papiro, Cairo, Egito.
69
Promova a leitura do boxe Você sa- Com o surgimento da indústria têxtil, os tecidos e as roupas passaram a ser
bia? e pergunte aos estudantes se já ti- produzidos em larga escala. Em vez de produzir manualmente para consumo
veram notícias da exploração de traba- próprio, homens, mulheres e até crianças foram trabalhar em fábricas de teci-
lhadores na indústria têxtil brasileira ou dos, iniciando um ciclo de exploração de mão de obra que ainda é muito comum
de outros países. Permita que discor-
nesse setor.
ram livremente sobre as informações a
que tiveram acesso e aproveite os co-
70
A chamada “moda rápida” (ou fast fashion) tem fabricado roupas em um
tempo extremamente curto e por um custo cada vez mais baixo, quase sem-
pre explorando as pessoas que as produzem e comprometendo os recursos
Biblioteca
naturais do planeta. Além disso, de modo geral, as roupas estão mais padro- MENDES, Francisca D. Educação
nizadas e têm perdido sua identidade local. de moda para o futuro:
Diante dessa situação, é de suma importância buscarmos saber de onde desenvolvimento sustentável nas
vêm nossas roupas e em que condições elas são produzidas. dimensões social, econômica,
ambiental, cultural e geográfica.
Voc• sabia? São Paulo: EACH/USP, 2017.
Disponível em: http://www.
Com o crescimento da indústria da moda, outros problemas surgiram, co- livrosabertos.sibi.usp.br/
71
BNCC no capítulo
Na seção Conexões, os objetivos de
Conexões
aprendizagem são:
⓿ diferenciar as categorias do trabalho
72
Ajude os estudantes a encontrar po-
Voc• sabia? tenciais entrevistados para a realização
da atividade proposta no boxe Criando
A mulher tecelã foi tema de muitos mitos, contos e lendas nas mais diferentes culturas no decorrer do tempo.
laços. Para isso, auxilie-os a pesquisar
Na mitologia grega, por exemplo, existem as Moiras, divindades a quem se atribuía a responsabilidade por tecer o
destino humano. A respeito delas, leia o trecho a seguir. cooperativas ou associações de produ-
As três Moiras eram filhas de Zeus e Têmis ou, segundo outra genealogia, filhas da Noite, pertencen-
tores de trabalhos artesanais e a entrar
do, assim, à primeira geração divina, a das forças elementares do mundo. Para cada um dos mortais,
em contato com elas, se possível.
elas regulavam a duração da vida, desde o nascimento até a morte: Cloto (“Fiandeira”) fiava o fio do A entrevista também pode ser reali-
destino, Láquesis (“A que distribui ao acaso”) enrolava o fio, e Átropos (“Inflexível”) cortava-o, quando zada com algum conhecido que realize
a vida correspondente acabava. um trabalho considerado tradicional ou
STHEPHANIDES, Menelaos. Prometeu, os homens e outros mitos. Tradução de Marylene Pinto Michael. São Paulo: Odysseus, 2016. característico da região.
Oriente os estudantes a conduzir a
As três Moiras
tecendo o entrevista, que pode ser feita pessoal-
destino humano, mente, por telefone ou por meio digital,
Para concluir
A turma deve elaborar, em conjunto, um mapa ou um guia das associações ou cooperativas pesquisadas.
Depois de pronto, esse material pode circular na escola e na comunidade, ajudando a divulgar o trabalho
realizado pelos artesãos da região. Não se esqueça de guardar uma cópia desse material no portfólio.
73
Biblioteca
SOUSA, Luana P. de; GUEDES, Dyeggo R. A
desigual divisão sexual do trabalho: um olhar
sobre a última década. Estudos Avançados,
São Paulo, v. 30, n. 87, p. 123-139, ago. 2016.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/
PPDVW47HsgMgGQQCgYYfWgp/?lang=pt. Acesso
em: 23 jun. 2022. Com base na Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2004 e 2014, o
artigo analisa a divisão sexual do trabalho no território
brasileiro e em suas diferentes regiões.
73
BNCC no capítulo
Na seção Fazendo arte, os objetivos
de aprendizagem são:
Fazendo arte
⓿ mobilizar no planejamento, na elabo-
Neste capítulo, conhecemos um pouco da vida e da obra de Sonia Gomes,
ração e na execução da produção os uma artista que usa materiais carregados de histórias e memórias para criar sua
diversos elementos da linguagem vi-
arte. Também aprendemos sobre a história da tecelagem e vimos como tecidos,
sual estudados no capítulo para con-
rendas e bordados se relacionam a práticas e a técnicas tradicionais.
figurar o processo de maneira cons-
ciente, a fim de garantir o desenvol- Agora, inspirados por essas referências, que tal criar arte usando pedaços de
vimento da habilidade EF69AR04 tecido, esse material que faz parte de nossa vida e que pode carregar nossas
no trabalho com a unidade temáti- memórias? A proposta é que você produza com seus colegas uma obra bidimen-
ca Artes Visuais articulada ao obje- sional ou tridimensional que expresse algo sobre quem vocês são. Para isso, leia
to de conhecimento Elementos da as orientações a seguir.
Linguagem;
⓿ coletar, selecionar, organizar e mani-
Etapa 1
pular diferentes materiais das artes
visuais para a confecção do traba- Levantamento de ideias
lho, a fim de garantir a mobilização 1 Para começar, reúna-se com três colegas. Com eles, você vai discutir ideias
da habilidade EF69AR05 no traba- para a obra que será produzida com base na seguinte reflexão: A obra cria-
lho com a unidade temática Artes Vi- da pelo grupo será bidimensional ou tridimensional? Por quê? Que senti-
suais articulada ao objeto de conhe- mentos e sensações vocês gostariam de expressar na obra? O que gos-
cimento Materialidades; tariam que a obra expressasse sobre vocês? Que referências do capítulo
⓿ criar um trabalho com base na reto-
serão usadas para criá-la?
mada dos estudos do capítulo e na
2 Depois de fazer esse levantamento de ideias, escolha com o grupo os
reflexão sobre o tema da identidade,
materiais mais adequados para concretizar a proposta. Lembre-se de
de modo coletivo, usando os mate-
que o principal material da produção deve ser o tecido. Procure definir
riais e procedimentos artísticos estu-
os critérios de escolha dos tecidos que serão utilizados na obra. Uma su-
dados até o momento, a fim de ga-
rantir a mobilização da habilidade gestão é escolher aqueles que tenham alguma relação com as histórias
EF69AR06 no trabalho com a uni- e memórias de vocês. Por exemplo, se na região em que moram houver
dade temática Artes Visuais articu- a produção de algum tipo de tecido característico ou tradicional, pode
lada ao objeto de conhecimento Pro- ser interessante incluí-lo na composição. Se o grupo desejar, pode utilizar
cessos de Criação; também alguma roupa que já tenha sido usada e que seja significativa
⓿ dialogar a respeito de princípios con- para seus membros. Outro critério possível é pautar as escolhas pelas ca-
racterísticas dos tecidos: há tecidos grossos, finos, delicados, transparen-
ceituais para a elaboração do tra-
balho e, após a exposição, discutir tes, estampados, bordados, etc. Ao criar a obra, o grupo pode explorar as
suas proposições temáticas e seus particularidades de cada tecido para expressar sentimentos. Veja alguns
processos de criação a fim de ga- exemplos a seguir.
rantir a mobilização da habilidade
Morozova Oxana/Shutterstock
Elena Masiutkina/Shutterstock
74
helena0105/Shutterstock
Reprodução/Arquivo da editora
O linho tem uma textura áspera. Tecidos estampados como a chita têm cores vivas.
coloritmail/Shutterstock
liyavihola/Shutterstock
Tecidos bordados costumam ser bastante trabalhados e O crochê, feito à mão, pode remeter ao trabalho manual em
podem incluir outros materiais, como lantejoulas. geral ou ao estilo de quem o fez.
Mr_Mrs_Marcha/Shutterstock
Hanna Begayeva/Shutterstock
75
75
Na Etapa 2, peça aos estudantes Etapa 2
que elaborem um plano da obra com
as especificações das técnicas, dos te- Planejamento da obra
cidos e de outros materiais necessários 1 Depois de definidos a ideia geral da obra e os materiais que serão usados em sua produção, planeje
para a produção. Solicite também que com os colegas de grupo como será o processo de elaboração. Nessa produção, é possível se basear
façam um levantamento de onde e co- em algumas das técnicas experimentadas no decorrer do capítulo, como tecer usando tiras de tecido.
mo encontrar esses materiais e que se 2 Se o grupo achar produtivo, pode fazer um esboço da obra, definindo os detalhes antecipadamente.
organizem para providenciar cada item. Outra opção é experimentar diferentes composições com os tecidos. Converse com seus colegas para
Esclareça que esse plano será a base decidir que processo de criação funciona melhor para o grupo.
para a confecção da obra, que ocorre-
rá posteriormente. Etapa 3
Para produzir as obras, na Etapa 3, Elaboração da obra
será necessário lançar mão de diversos 1 Na data combinada com o professor, os integrantes do grupo devem levar para a escola os tecidos
procedimentos, dependendo dos tipos e outros materiais necessários para a realização da obra.
de material selecionados.
2 Sob a orientação do professor, o grupo vai organizar a área de trabalho e dispor os materiais que serão
Providencie materiais e instrumentos utilizados sobre uma mesa.
de apoio que sejam úteis para a cola-
3 Para construir a obra, vale cortar, dobrar, torcer ou costurar os tecidos, além de trabalhar com di-
gem e a construção, como cola, tesoura,
mensões variadas: criar diversas peças pequenas ou uma grande, por exemplo. Outro recurso que
barbante, linha, grampeador, fita adesi- pode ser utilizado é colar e costurar bordados e outros trabalhos na peça.
va, retalhos de tecido, retalhos de papéis
4 Inspirado na arte de Sonia Gomes, reflita com os colegas de grupo sobre como a obra pode ser
variados, etc., e auxilie os estudantes no
apresentada: fixa em um pedestal? Pendurada na parede? Presa no teto?
manuseio de materiais cortantes.
Durante o planejamento da exposi- Etapa 4
ção das obras, na Etapa 4, oriente a Exposição
turma na escolha do espaço mais ade-
quado para exibi-las. 1 Com os colegas e o professor, escolha uma data para a exposição e planeje o evento, definindo dia
e lugar para expor os trabalhos.
Retome as imagens da exposição
2 O grupo pode convidar os familiares e a comunidade escolar para visitar a exposição. Assim, deve
de Sonia Gomes para inspirar os gru-
elaborar convites e cartazes para divulgar o evento.
pos a discutir as estratégias e os proce-
dimentos que utilizarão para expor os 3 Antes da exposição, o grupo deve se organizar para preparar o espaço e dispor as obras no local
próprios trabalhos. Para auxiliar nesse escolhido, de acordo com o que foi planejado.
planejamento, proponha questões co- 4 Depois que o espaço da exposição for organizado, fotografe a obra de seu grupo e também as dos
mo: “Qual é o melhor ângulo para ob- colegas.
servar o trabalho?”; “Como ele pode ser Etapa 5
disposto no espaço?”; “Que materiais
e ferramentas serão necessários para Registro
exibi-lo?”. No dia do evento, procure registrar a visão geral do espaço da exposição e a reação do público diante das
Verifique, finalmente, se os estudan- obras. Para isso, use uma câmera digital ou um celular com câmera. Depois, sob a orientação do professor,
tes dominam todos os procedimentos transfira o material para um repositório digital a fim de divulgar a experiência, além de arquivá-la no portfólio.
para organizar a exposição. Pode ser ne-
Etapa 6
cessária a utilização de martelos e pre-
gos, por exemplo. Nesse caso, é funda- Troca de ideias
mental que você supervisione os grupos Após a exposição, forme uma roda com o professor e os colegas e converse sobre as seguintes questões:
durante a realização das tarefas que ⓿ Como foi o processo de criação do grupo?
demandam a utilização desse tipo de ⓿ Você acha que o tema da identidade está presente no trabalho? De que modo?
ferramenta.
⓿ Durante a exposição, como foi a reação das pessoas? O trabalho conseguiu passar a mensagem
Na Etapa 5, para o registro da ex-
do grupo?
posição, você pode auxiliar a turma
verificando se a escola tem câmeras
fotográficas disponíveis ou se os estu- 76
dantes podem utilizar câmeras de tele-
fones celulares. Enfatize para a turma Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
que mais importante do que a qualida-
de dos equipamentos é a reflexão sobre sobre o processo de criação dos próprios trabalhos e a ana-
a forma mais adequada de realizar os lisar também os trabalhos de outros colegas, sempre de for-
registros, valorizando os principais as- ma respeitosa e construtiva. Por meio dessa troca, eles po-
pectos das obras e a interação do pú- dem revisitar seus trabalhos e aprimorar suas ideias e seus
blico com elas. processos criativos em artes visuais.
Assim, comente, por exemplo, que,
nos registros, é necessário que se ve-
ja o espaço em que as obras estão ex-
postas e sua disposição nele. Também é
necessário produzir registros individuais
de cada uma das obras produzidas.
Durante a conversa proposta na Eta-
pa 6, estimule os estudantes a dialogar
76
Durante esse processo, sistemati-
Etapa 7
ze as contribuições de todos na lousa
Retomada e peça aos estudantes que anotem os
principais pontos no caderno. Em se-
Em uma folha à parte, redija um relatório organizado em tópicos, descrevendo cada etapa que foi guida, auxilie-os na elaboração dos tex-
vivenciada nessa atividade, e arquive-o no portfólio. tos individuais, que devem ser arquiva-
dos no portfólio.
Como forma de acompanhar as
aprendizagens dos estudantes, retome
com a turma as habilidades trabalha-
Fio da meada das e os temas do capítulo, analisando
tanto o portfólio como a participação
O que vimos
em sala com base nos seguintes crité-
No Capítulo 2, continuamos a desenvolver nosso projeto para refletir sobre como a arte pode ser um recurso de
rios observáveis:
expressão de nossa identidade, nossa história e nossas memórias. Sempre tendo em vista a questão A arte pode
⓿ Os estudantes reconhecem e dis-
expressar quem somos?, estudamos que:
⓿ por meio da arte, os artistas podem expressar o que sentem e pensam sobre a memória e a construção da
tinguem os elementos constitutivos
identidade; da linguagem visual (ponto, linha
⓿ artistas visuais, como Sonia Gomes, podem usar materiais diversos para transmitir sentimentos, causar
e forma) nas apreciações de obras
sensações e provocar reflexões; de arte?
⓿ Os estudantes usam os elementos
⓿ por meio da arte, os artistas conseguem ressignificar suas histórias e memórias, expressando parte de sua
identidade; constitutivos das artes visuais em
⓿ muitos artistas visuais utilizam materiais reaproveitados, como roupas e tecidos usados, criando um novo suas produções, mobilizando reper-
significado para eles; tório variado de recursos de compo-
⓿ a tecelagem é uma arte antiga, que surgiu na Pré-História.
sição visual de forma autoral?
Autoavaliação: é hora de retomar o portfólio ⓿ Os estudantes avaliam o uso dos
Para relembrar tudo o que foi estudado, volte aos registros e às produções que você arquivou no portfólio. Em elementos constitutivos das artes
seguida, elabore um resumo de suas aprendizagens. Para isso, reflita sobre as seguintes questões: visuais, reconhecendo suas estraté-
1. Depois do que vimos neste capítulo, o que você aprendeu sobre arte e memória?
gias de composição?
⓿ Os estudantes comparam e avaliam
2. O que aprendeu a respeito das artes visuais?
os resultados de suas pesquisas e
3. Como as artes visuais podem ser usadas para expressar opiniões, sentimentos e emoções?
experimentações com os elemen-
4. Você ficou satisfeito com suas produções artísticas? Como os estudos da unidade contribuíram para aprimo-
tos constitutivos das artes visuais, na
rá-las? Alguma das suas produções chamou mais a sua atenção? Por quê?
busca de soluções para expressar
5. Quais foram suas maiores dificuldades no decorrer do trabalho com o capítulo? Por quê? Como conseguiu
suas ideias e sentimentos?
superá-las?
⓿ Os estudantes compreendem e va-
77
BNCC na unidade
Na abertura do Unindo as pontas, os
objetivos de aprendizagem são:
Unindo as pontas
⓿ retomar as obras estudadas nos Ca-
Sonia Gomes/Cortesia da Artista e Mendes Wood DM São Paulo, Nova York e Bruxelas.
a poesia de Paulo Leminsky buscan-
78
Há, por outro lado, artistas que preferem escrever sobre esse tema, como
horizontes e proporcionar novas possi-
é o caso do paranaense Paulo Leminski (1944-1989). Leia a seguir um de seus
bilidades e oportunidades na vida.
poemas e, depois, responda às questões que estão na continuação. Nesse momento, aproveite para
questioná-los sobre como a arte pode
incenso fosse mœsica nos “levar além”. Pergunte de que forma
ou em que sentido o contato com obras
isso de querer
ser exatamente aquilo
de arte pode nos levar além. Aprovei-
que a gente é
te para retomar as atividades realiza-
ainda vai
das ao longo da unidade, destacando
nos levar além o contato dos estudantes com novas
LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: ideias e reflexões e a ampliação de seu
Companhia das Letras, 2013. p. 228. repertório.
Ao iniciar a apreciação da primeira
Que reflexões o poema provoca em você?
⓿
imagem da performance de Jum Nakao,
⓿ Como você entende a expressão “nos levar além” no contexto do poema? estabeleça conexões com os estudos
Respostas pessoais. dos Capítulos 1 e 2: é possível, por
“Ser exatamente aquilo que a gente é” é um processo constante de cons-
exemplo, relacionar a passarela ao
trução. É por isso que conseguimos perceber, por exemplo, as mudanças que
palco, a performance à encenação de
ocorrem em nosso corpo na passagem da infância para a vida adulta e como
teatro, a moda à produção de figurinos
nossas ideias se transformam com o tempo.
e à tecelagem?
Essa construção constante está presente também na vida de muitos artistas,
Tenha em mente que a poética desse
que se questionam e se reinventam, fazendo da arte o reflexo de quem eles são.
artista será uma referência, um ponto
Observe a imagem a seguir e converse com os colegas e o professor sobre de partida para que os estudantes de-
as questões que vêm logo depois. senvolvam as próprias produções, rela-
cionando-as, principalmente, ao portfó-
lio e às aprendizagens que construíram
Fernando Louza/Acervo de Jum Nakao
no decorrer da unidade.
Para promover essa conversa, orga-
nize a turma em roda e peça aos estu-
dantes que, depois de observar a ima-
gem, troquem as primeiras impressões
sobre ela antes responder às questões
apresentadas no Livro do Estudante.
Se achar que são necessários direcio-
namentos, auxilie-os lançando algumas
perguntas, como: “Que situação é es-
sa?”; “Vocês já viram algo assim ao vivo,
na televisão ou na internet?”; “Que re-
lação essa imagem tem com o que vi-
mos até aqui sobre arte?”.
Por fim, leia as questões propostas
A costura do invisível, no Livro do Estudante e promova um
de Jum Nakao, 2004.
debate sobre elas, sem cobrar, no en-
tanto, respostas corretas, pois o obje-
⓿ O que você vê?
tivo da atividade é que os estudantes
⓿ Como a pessoa da foto está vestida? Em que lugar ela está? levantem hipóteses sobre as imagens
⓿ Você pode estabelecer relações entre a forma como a pessoa está vesti- e estabeleçam relações com o que foi
da e as discussões que tivemos até agora? Quais? Respostas pessoais. discutido até o momento. É essencial
que se sintam motivados a descobrir se
as hipóteses que levantaram se confir-
79
mam ou não.
Em seguida, promova com os estudantes a leitura em voz e da afirmação da identidade e pensar como expressar
alta do poema “incenso fosse música”, de Paulo Leminski. isso por meio da arte.
Deixe que o interpretem livremente e exponham suas refle- Aproveite para conversar com os estudantes sobre o ver-
xões. Depois, chame a atenção para os três primeiros ver- so “nos levar além”. Para que respondam à questão sobre
sos: “isso de querer / ser exatamente aquilo / que a gente esse verso proponha outras indagações como: “O que vo-
é”. Estimule a reflexão acerca das ideias que o poema pode cês acham que significa o ‘além’ nesse verso?”; “Como ser
despertar: “O que será que é querer ser exatamente aqui- exatamente aquilo que a gente é pode nos levar ‘além’?”;
lo que a gente é? Alguém já pensou sobre isso?”; “O que é “O poema estaria se referindo literalmente a ir a um lugar
preciso fazer para ser exatamente quem somos?”; “Qual mais longe?”; “Quando as pessoas dizem, por exemplo, ‘ir
é a importância de ser aquilo que a gente é?”; “Como vocês além na vida’, do que estão falando?”. Em relação à última
acham que as obras que apreciamos e as conversas que pergunta, os estudantes podem mencionar, por exemplo,
tivemos no decorrer da unidade se relacionam com a ideia “ir além” no sentido de “crescer na vida”, “desenvolver-se”,
de ser exatamente aquilo que a gente é?”. Com base nessa “ser mais”. No contexto do poema, “nos levar além” pode
discussão, é possível destacar a importância da construção indicar que buscar a própria identidade pode ampliar os
79
BNCC na unidade Mais perto
Na seção Mais perto, os objetivos de
aprendizagem são:
⓿ conhecer o trabalho do estilista e do
A arte de Jum Nakao
designer e compreendê-lo como ca- A fotografia que você viu na página anterior mostra parte da performance
tegoria profissional do sistema das O designer é o profissional
chamada A costura do invisível, criada pelo designer paulistano Jum Nakao e
responsável por criar o
artes, para garantir a mobilização realizada em junho de 2004, durante a São Paulo Fashion Week, um evento de design, ou o desenho, de
da habilidade EF69AR08 no traba- moda que ocorre todos os anos na capital paulista. projetos gráficos,
lho com a unidade temática Artes Vi- A performance é um tipo de manifestação que explora e combina elementos artísticos, têxteis, de
suais articulada ao objeto de conhe- moda, etc., isto é, ele
de uma ou mais linguagens artísticas – como o audiovisual, o teatro, a música,
cimento Sistemas da Linguagem; desenvolve projetos que
⓿ relacionar as práticas artísticas às
a literatura, a dança e as artes visuais. podem ser fabricados em
Em geral, ela segue um roteiro, de modo que pode ser realizada em outros série e que atendem aos
diferentes dimensões da vida, por
momentos ou locais, mas, a cada apresentação, pode gerar experiências úni- critérios do mercado em
meio de uma reflexão sobre as ima- relação à disponibilidade de
gens da seção e o tema da identida- cas tanto para o público como para os próprios artistas envolvidos na ação.
materiais e aos aspectos da
de a fim de asseverar o trabalho da Observe a seguir mais uma imagem dessa performance e preste atenção nos comunicação visual.
habilidade EF69AR31 associado à detalhes.
unidade temática Artes Integradas
vinculada ao objeto de conhecimen- Fernando Louza/Acervo de Jum Nakao
to Contextos e Práticas;
⓿ analisar a modalidade da perfor-
80
A moda, em linhas gerais, é composta de tendências socialmente aceitas e
muitas vezes passageiras, que influenciam em determinadas épocas o uso e o Texto complementar
consumo de roupas, acessórios, maquiagens e cortes de cabelo. Trata-se de um PERFORMANCE: UM FENÔMENO DE
fenômeno cultural, social e econômico, pois é ditada por inspirações variadas, ARTE-CORPO-COMUNICAÇÃO
como o figurino de um filme de sucesso, a escassez ou a abundância de uma A performance surge, portanto,
matéria-prima industrial, entre outros fatores. Para apresentar e difundir essas como uma manifestação artística
tendências, a indústria da moda organiza diversos eventos no mundo todo. em que o corpo é utilizado como
um instrumento de comunicação e
No Brasil, um dos principais eventos do calendário da moda é a São Paulo
arte que se apropria de objetos, si-
Fashion Week, que acontece, desde 1996, para divulgar as coleções de roupas e
tuações e lugares — quase sempre
acessórios para primavera-verão e outono-inverno. Em 2004, Jum Nakao par- naturalizados e socialmente acei-
ticipou do evento e, durante a apresentação de sua coleção, os espectadores tos — para dar-lhes outros usos e
perceberam algo curioso nas roupas criadas pelo artista. Observe a seguir mais significações e propor mudanças
uma imagem e tente adivinhar do que elas eram feitas. nas formas de percepção do que
está estabelecido.
Fernando Louza/Acervo de Jum Nakao
Biblioteca
CHRISTO, Deborah C. Estrutura
Mais uma das peças exibidas
e funcionamento do campo de
na performance A costura
do invisível, de Jum Nakao, produção de objetos do vestuário
realizada durante a São Paulo no Brasil. 2013. Tese (Doutorado)
Fashion Week, em 2004. — Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro,
81 Departamento de Artes e Design,
2013. p. 23-24. Disponível em:
www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/
biblioteca/php/mostrateses.
php?open=1&arqtese=
0912511_2013_Indice.html.
Acesso em: 17 jun. 2022. Para
saber um pouco mais do conceito
de moda, leia o texto na íntegra e
compartilhe as informações com
os estudantes.
81
Peça a um voluntário que inicie a lei- Durante a performance, as modelos, que usavam perucas parecidas com o
tura desta dupla de páginas pausada- cabelo de bonecos de brinquedo, desfilaram com roupas brancas, cheias de
mente e verifique se os estudantes con- detalhes e padrões de recortes que formavam rendas delicadas, inspiradas na
firmaram as hipóteses que levantaram moda europeia do fim do século XIX.
sobre o material usado na elaboração No entanto, essas peças não eram feitas de tecido, e sim de papel e foram Gramatura: peso do
das roupas. Depois questione: “Como papel, em gramas (g),
confeccionadas com meia tonelada de papel vegetal de diversas gramaturas e
será vestir uma roupa de papel?”; “Se- em relação a uma folha
espessuras – essa característica foi importante para o trabalho artístico, pois o de 1 metro quadrado.
rá que uma roupa assim pode durar?”.
papel vegetal apresenta transparência e se aproxima da ideia do invisível. Espessura: grossura.
Ao propor a observação das imagens
de Nakao, comente que é comum que
82
Para introduzir o boxe Voc• sabia?,
Voc• sabia? solicite aos estudantes que se orga-
nizem em roda e oriente-os a obser-
Você já reparou que nos desfiles de moda a maior parte dos modelos tem cor-
pos parecidos e, em geral, muito magros? Isso acontece porque, em nossa socie-
var a imagem e a compará-la com a
dade, criou-se a ideia de que o corpo alto e magro é sinônimo de beleza. Dessa performance de Jum Nakao, perguntan-
forma, começou a se estabelecer um padrão comercial de beleza difundido no do: “Como as modelos estão posiciona-
mundo associado a um único tipo de corpo. das?”; “Elas estão expressando algum
Imagens de pessoas com essa aparência são comuns em revistas, jornais, TV e sentimento? Qual?”; “As modelos são
internet, o que estimula a busca do corpo “perfeito”. Para alcançar esse objetivo,
frequentemente são inventadas dietas que prometem um emagrecimento mila- O estilista é o profissional todas parecidas ou têm características
groso, além de procedimentos cirúrgicos e estéticos, que podem gerar complica- responsável por criar estilos diferentes?”; “Vocês já viram um des-
ções para a saúde. de roupas e acessórios. file assim antes?”; “Como geralmente
Faz parte de seu trabalho
No entanto, alguns estilistas têm se dedicado a abarcar a diversidade, mudan- são os desfiles de moda?”. Deixe que
criar e desenvolver peças,
do seus valores e questionando esse e outros padrões. Para isso, escolhem mode- os estudantes falem livremente e, de-
elaborar coleções de acordo
los com diferentes tipos de corpo, etnia, cabelo, etc. para desfilar nas passarelas
com as tendências da moda pois, promova a leitura do texto.
dos mais aclamados eventos de moda do mundo.
e planejar a apresentação Em seguida, proponha um debate
das peças em um desfile.
sobre padrões de beleza e suas con-
83
83
Antes de ler o texto desta dupla de No encerramento da performance criada por Jum Nakao – em geral, um mo-
páginas com os estudantes, peça a eles mento dos desfiles em que estilistas e modelos costumam retornar à passarela
que observem as imagens e pergunte: para agradecer às pessoas presentes e se despedir –, as modelos rasgaram as
“O que as modelos parecem fazer?”. roupas de papel, surpreendendo a plateia. Observe a seguir alguns registros
Depois, solicite que leiam o texto silen- do momento da destruição das roupas e reflita sobre a pergunta que está na
ciosamente e que pensem em respos- continuação.
tas possíveis para a questão levantada
nele. Ainda que, em seguida, se escla-
Texto complementar
MODA É ATITUDE E
COMPORTAMENTO
Mestre em Engenharia e publici-
tário de formação, Marco Antônio
Andreoni é professor de design
têxtil e de estamparia da FAAP, com
mais de vinte anos no mercado de Modelos rasgando os vestidos ao final da performance de
moda. [...] Jum Nakao, realizada durante a São Paulo Fashion Week,
em 2004.
Você incentiva os alunos a “fazer à
mão”. Por quê?
⓿ Em sua opinião, qual é o significado dessa ação de rasgar as roupas no
Eu aposto no fazer manual. As gera-
fim do desfile? Resposta pessoal.
ções que estão chegando hoje na fa-
culdade são gerações digitais, então Ao planejar e realizar essa performance, Jum Nakao expôs uma crítica à pa-
a experimentação física é um pou- dronização da aparência e ao sistema de consumo incentivado pela indústria
co distante e, no ensino de moda, o da moda, que não costuma valorizar os processos de produção e criação de
aluno precisa tocar o tecido, sentir a roupas e acessórios nem se preocupar com a origem da matéria-prima utilizada
textura, desenvolver os sentidos para em sua confecção.
perceber o material. Não é possível
desenvolver um design adequado
84
sem ter esse contato. Senão, o aluno
vai ficar muito distante entre o proje-
to e o objeto realizado. Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Eu costumo propor em sala de aula cando aparente pela necessidade de ser autor ou de
que o aluno faça experiências, que adquirir algo que tem uma história, um DNA, uma
crie o seu modo de fazer. Só após energia mais própria em comparação a um produ-
a experimentação desenvolvemos to industrializado. Fazer empresta sempre a força de
os conceitos. O aluno pode perso- quem faz para aquilo que é feito e que nos dias de
nalizar a sua peça, ou seja, colocar hoje se contrapõe às coisas prontas. O modelo de pro-
a mão em algo para reconstruir e dução em escala hoje é perverso com a natureza. Não
modificá-lo. Quanto mais se modi- existem recursos suficientes para dar conta de uma
fica, mais se torna seu e esta forma indústria que promove um consumo exacerbado. [...]
é muito mais enriquecedora no de- “Fazer à mão” é uma atitude de baixo impacto.
senvolvimento do conhecimento. FAAP MODA. “Moda é atitude e comportamento”.
“Fazer à mão” é uma tendência? Estadão, 24 jan. 2018. Disponível em: https:\\emais.
estadao.com.br\blogs\faap-moda\moda-e-atitude
Acredito que não seja uma tendên- -e-comportamento\. Acesso em: 17 jun. 2022.
cia e sim uma postura que vem fi-
84
O estranhamento e o incômodo causados pela performance provocaram re- Durante a leitura do boxe Palavra de
flexões nos espectadores e repercutiram para o público em geral por meio da
artista, ajude a turma a perceber que
imprensa, que registrou e divulgou detalhes do desfile.
o artista está tratando como “invisível” o
“novo pensamento” que propõe em sua
crítica, cuja “costura” foi feita por meio
da performance realizada.
Palavra de artista
Karime Xavier/Folhapress
Precisamos desnudar a nossa alma para revelar a ca-
pacidade de sermos leves, sonhar com indizíveis, impossí-
veis, inexplicáveis, indefiníveis. E associar o traço visível à
coisa invisível, criando volumes, texturas, cores, palavras,
desenhos, aberturas e caminhos para um novo pensa- Jum Nakao.
mento. Esta é a costura no invisível. Foto de 2014.
NAKAO, Jum. A costura do invisível. Rio de Janeiro/São Paulo:
Editora Senac Nacional/Senac-SP, 2005. p. 19.
Biblioteca
ulo
c São Pa
85
85
BNCC na unidade
Nesta seção Puxando outros fios, os
objetivos de aprendizagem são:
Puxando outros fios Prática de
pesquisa
86
b) Roupas: pessoais, comentários significativos dos
colegas. Um roteiro inicial para organi-
⓿ Tecidos: leves, pesados, rústicos, transparentes, etc.
zar as informações do relatório propos-
⓿ Cortes: decotadas, com pouco decote, com mangas, sem mangas, etc. to na atividade pode ser: quem fez, o
⓿ Comprimentos: curtos, compridos, assimétricos, etc. que fez, por que fez, como fez, quando
⓿ Cores: suaves, fortes, harmoniosas, contrastantes, etc. fez e onde fez.
⓿ Estampas: xadrez, listradas, florais, de animais, etc.
c) Acessórios:
⓿ Sapatos: altos, baixos, pesados, leves, delicados, coloridos, etc.
⓿ Bolsas: pequenas, grandes, coloridas, etc.
d) Maquiagem:
⓿ Forte, delicada, marcada, inexistente, inspirada em filmes, etc.
e) Cabelo:
⓿ Comprido, curto, colorido, liso, crespo, preso, solto, etc.
2 Tome notas durante a observação, pois elas serão utilizadas para escrever um relat—rio, conforme
as orientações que estão a seguir.
Etapa 3
Construção do relatório
1 Faça com os colegas um registro em forma de relatório das principais características observadas
pelos integrantes do grupo.
2 O relatório deve ser feito em tópicos, que nomeiem as características das tendências, e ilustrado
com desenhos ou fotografias que expressem esses estilos.
3 Outra forma de ilustrar o relatório é fazer uma playlist com vídeos do desfile do estilista, da tendência
ou do desfile estudado. Caso o grupo opte por produzi-la, deve colocar o link de acesso no relatório.
4 Depois de organizar a lista de estilos, o grupo deve concluir o relatório fazendo um resumo das
informações que o compõem e encontrando uma frase expressiva que possa representar o que se
concluiu a partir da observação.
Etapa 4
Divulgação da pesquisa
1 Organize uma apresentação oral com os colegas de grupo para compartilhar o resultado da pes-
quisa com a turma.
2 Para acompanhá-la, crie cartazes com as imagens pesquisadas ou use o computador para elaborar
uma exposição digital, com slides, à qual o grupo poderá acrescentar recursos de áudio e vídeo, se de-
sejar, e até links, se for possível contar com a conexão com a internet no momento da apresentação.
3 Todos os integrantes do grupo devem participar da apresentação, revezando-se para expor trechos
dela. Além disso, o grupo deve estar aberto aos questionamentos dos colegas.
4 Compartilhe o relatório elaborado pelo grupo no blog ou nas redes sociais da escola. Caso se tenha
optado por fazer uma playlist dos desfiles do estilista, ela pode ser compartilhada também.
87
suscitadas. Recomende aos estudantes que revezem entre pesquisa, etc. Para que os estudantes escrevam um rela-
si a função de porta-voz do grupo. tório, é preciso que descrevam em frases curtas e objetivas
Organizados em grupos, oriente os estudantes a ler o tex- o que realizaram e enumerem todas as etapas de seu tra-
to sobre a Etapa 2, Observação e tomada de notas, e discu- balho, listando dados sobre a pesquisa que podem conter
tir as orientações e indicações de pesquisa. Depois, conver- aspectos multimodais, ou seja, referências a gráficos, tabe-
se sobre as orientações coletivamente, dando espaço para las, figuras, fotografias, entre outras. Recomende aos estu-
diferentes ideias e sugestões dos estudantes a respeito de dantes a inserção de indicações para as outras linguagens
outras fontes nas quais poderão coletar os dados para a que forem citadas, como enumeração de figuras, legendas
pesquisa. Cuide para que eles se organizem para registrar de fotografias, referências bibliográficas adequadas, etc.
os dados colhidos em suas pesquisas. Caso o relatório seja digital, pode ser acompanhado de
A Etapa 3 prevê a construção de um relatório. O relató- hiperlinks, gifs, vídeos, etc.
rio é próprio do campo das práticas de estudo e pesqui- Oriente os estudantes para que pensem sobre o que de-
sa e, de maneira geral, tem por objetivo recolher, organizar sejam efetivamente em seus relatórios: os principais pon-
e sistematizar relatos consistentes de uma prática, evento, tos abordados, a síntese da discussão, suas conclusões
87
BNCC na unidade
Na seção Entrelaçando as artes, os
objetivos de aprendizagem são:
Entrelaçando as artes
⓿ mobilizar conhecimentos e experiên-
88
Para que eles criem seus croquis,
sugira que realizem pesquisas e organi-
zem referências. Você pode propor que
busquem por diferentes tipos de pro-
Comece pela cabeça.
dução de figurinos e de moda, desde
referências mais relacionadas à moda
do dia a dia ou das ruas até a alta-
-costura, pesquisando, por exemplo, fi-
gurinos realistas e figurinos de peças
mais fantasiosas, ou que explorem de
maneira poética a caracterização dos
personagens.
Os estudantes devem pesquisar refe-
O tronco tem a altura de rências de moda e figurino para poder
três cabeças. realizar seus projetos. Se possível, leve-
-os ao laboratório de Informática Edu-
cativa para fazer as pesquisas necessá-
rias. Outra possibilidade é disponibilizar
revistas de moda para que pesquisem
a criação contemporânea e discutam
Da virilha aos joelhos ideias.
são duas cabeças.
Durante a elaboração dos croquis, é
essencial que a turma pense na inten-
cionalidade da produção, nos significa-
dos que estão atribuindo a sua perfor-
mance e no papel das peças de roupa
Dos joelhos aos tornozelos E, finalmente, meia nesse contexto.
são mais duas cabeças. cabeça para os pés.
Sugira que, ao criar os croquis, os es-
tudantes já tenham em mente os ma-
A altura do corpo, do topo da cabeça aos pés, teriais que poderão usar. Oriente-os a
é de oito cabeças e meia. verificar se têm peças de roupas ou pe-
daços de tecido que possam ser usados
para este fim ou se conhecem alguém
que possa doá-los.
Atividade complementar
Ilustrações: Banco de imagens/Arquivo da editora
DESENHO DE OBSERVAÇÃO DO
CORPO HUMANO
Antes da elaboração dos croquis, você
pode propor aos estudantes alguns exercí-
cios de desenho de observação do corpo
humano.
Comente com eles que, para que um esti-
lista desenhe peças de roupa interessan-
tes, é fundamental que ele conheça as
Os braços têm três formas e o desenho do corpo.
cabeças e meia de Organize os estudantes em duplas e oriente
altura, dos ombros à
Os ombros têm duas cabeças de largura. ponta dos dedos. que posem para que o colega faça o dese-
nho, um de cada vez.
Nessa tarefa, reforce que eles devem pres-
89 tar atenção especialmente nas roupas,
no caimento dos tecidos e nas poses dos
colegas.
Os estudantes devem começar o desenho
estruturando as linhas para determinar o ta-
manho de cada parte do corpo e marcando
as articulações com círculos ou pontos.
Solicite que busquem identificar uma
forma simples para iniciar o desenho do
tronco.
No início da observação, os modelos devem
fazer poses simples, de preferência virados
de frente para o colega que estiver dese-
nhando.
No decorrer da atividade, a dupla pode ex-
plorar outras posições.
89
b) Entretanto, no desenho de moda, os estilistas costumam brincar com as proporções, aumentando a
altura do tronco ou das pernas, ou alargando os quadris, por exemplo. Observe os exemplos a seguir.
2 Após decidir a estrutura corporal, deve-se desenhar o caimento dos tecidos, dando movimento às rou-
pas, como representado a seguir. Como você desenharia um tecido mais mole ou um tecido mais encor-
pado, por exemplo?
Exemplos de representação
de caimento de diferentes
peças de roupa em
desenhos com recorte da
cintura até os pés.
90
90
Biblioteca
GLUSBERG, Jorge. A arte
da performance. São Paulo:
Perspectiva, 2013. No livro,
Exemplos de
representação de
caimento de diferentes
peças de roupa em
desenhos de corpo inteiro.
3 É recomendável finalizar o desenho colorindo-o. Se necessário, pode-se também colar pedaços dos
materiais que se pretende usar na confecção de cada uma das peças representadas no croqui.
4 Praticar é muito importante. Por isso, repita o exercício de elaboração de croquis tantas vezes quantas
achar necessário, seguindo as orientações descritas. Procure criar croquis que representem as roupas
que estiver usando. Verifique se, apenas com a observação do desenho, é possível entender o tecido
e o caimento das peças e faça as alterações necessárias até chegar a um resultado satisfatório.
Etapa 3
Elaboração de croqui
Depois de praticar o desenho de croquis, deve-se partir para a elaboração do croqui do modelo que será
usado na performance. Para isso, o grupo deve providenciar os seguintes materiais: papel sulfite, régua, fita
métrica, lápis preto, lápis de cor, apontador e borracha.
1 Seguindo as orientações da Etapa 2, crie com seu grupo o croqui para as peças idealizadas na Etapa 1.
2 O grupo deve acrescentar também os acessórios necessários, de acordo com a proposta combinada
entre seus integrantes.
91
91
Os estudantes devem antecipar os
Etapa 4
materiais necessários para a produção
e se organizar para providenciá-los. Confecção das peças
As oportunidades que eles têm de Agora, o grupo vai confeccionar as roupas e os acessórios esboçados nos croquis. Não será preciso cos-
realizar as próprias criações, com to- turar as peças. Pode-se customizar roupas velhas ou utilizá-las como suporte para compor as peças dese-
ques autorais, são sempre propícias nhadas, revestindo-as com os diversos materiais escolhidos, como papel kraft, retalhos de papel colorido,
para que retomem o que foi estuda- caixas de diversos tamanhos, botões, garrafas de plástico, roupas velhas, etc. Para trabalhar com esses ma-
do e reelaborem suas aprendizagens e teriais, o grupo vai precisar de tesoura com pontas arredondadas, fita adesiva e cola branca.
seus conhecimentos de maneira a mo-
1 Reúna com o grupo os materiais necessários de acordo com o que foi planejado na Etapa 1.
bilizá-los nessas produções.
Aproveite a etapa de criação das pe- 2 Em seguida, devem ser definidas as responsabilidades de cada integrante do grupo no processo de
ças para pedir que consultem suas ano- confecção das roupas e dos acessórios planejados.
tações, os registros no portfólio e os sa- 3 Procure seguir o croqui elaborado e lembre-se de que o modelo do grupo precisa fazer a prova das
beres desenvolvidos na unidade que se peças para que os demais integrantes do grupo possam verificar se o caimento está adequado.
relacionam ao tema. Para a concep-
4 Para customizar roupas velhas, prepare os elementos pensados para a composição utilizando os materiais
ção de uma performance em grupo,
necessários. Depois, prenda-os nas peças com cola ou fita adesiva. Se optar por utilizar roupas velhas como
são indispensáveis a reflexão e a cria-
um suporte para uma intervenção maior, explore os materiais disponíveis para revesti-las – como se cons-
ção coletivas. Oriente os grupos para
truísse uma “capa” para envolver as roupas –, produzindo peças completamente novas.
que pesquisem a abordagem pensada
para a questão e reflitam sobre como 5 Por fim, o grupo deve fazer os ajustes necessários e finalizar as peças que serão exibidas na performance.
vão tratá-la, mas deixe-os livres para
que exercitem a criação artística. De- Etapa 5
vem se preocupar em criar uma propo-
Planejamento da performance
sição capaz de provocar reflexões nos
espectadores. 1 Com as peças prontas, pense com seus colegas em outros recursos que podem ser necessários para a
As criações não demandarão ativida- apresentação da performance, como efeitos de luz, trilha sonora e elementos cenográficos. Lembre-se
des de corte e costura. O que está pro- de que a escolha da luz, da trilha sonora e de elementos cenográficos ajuda a contar a história, ou seja,
posto na atividade é que a turma tra- pode ajudar a transmitir a mensagem que o grupo quer passar.
balhe, inicialmente, com o desenho de 2 Com os colegas, elabore um roteiro que detalhe como o desfile deve ocorrer para que todos os inte-
moda (croqui), que é, também, onde grantes do grupo possam segui-lo, especialmente o modelo que vai usar as peças confeccionadas.
começa o trabalho do estilista. O foco,
3 Defina em grupo como o modelo poderá ajudar a expressar o que foi idealizado inicialmente. Gestos, mo-
portanto, não está nos procedimentos
vimentos e expressões corporais podem definir a performance. Acrescente esses detalhes ao roteiro.
de costura, mas na pesquisa e na re-
flexão sobre as relações entre moda e 4 O roteiro deve ser revisado a fim de verificar possíveis problemas e, se for o caso, ajustado para dar
identidade, de modo que seja elabora- origem à versão final, que deverá ser estudada com atenção por todos os membros do grupo antes da
da uma performance que expresse as apresentação.
ideias da turma.
Converse com os grupos sobre as Etapa 6
relações entre as peças confecciona- Apresentação
das e o planejamento da performance.
Além de dar atenção às orientações for- 1 Depois de planejada a performance, o grupo vai combinar com o professor e os demais colegas de
necidas no Livro do Estudante, solici- turma uma data e um local para a apresentação das performances, assim como a ordem em que cada
te que observem as peças confeccio- grupo fará sua apresentação.
nadas e proponha um questionamento 2 Para tornar o evento mais divertido, convide para prestigiá-lo familiares, professores e demais membros da
para conduzir a reflexão “Como as co- comunidade escolar.
res, as formas e os adereços dos figu-
rinos influenciam na apreciação de um 3 Durante a apresentação dos colegas, procure perceber de que forma responderam à pergunta A arte
espetáculo artístico?”; “A interpretação pode expressar quem somos? e se usaram materiais e procedimentos vistos no decorrer da unidade.
corporal envolvidos na realização da Sempre que a produção artística envolver performance, trabalhado, cujas etapas de produção constituem uma
performance, como os gestos, os mo- dança, teatro, etc., instrua os estudantes a fazer registros metodologia para resolver o problema. Assim, o relatório
vimentos, a iluminação e a sonoplastia. por meio de anotações, fotografias, vídeos e/ou gravações deve apresentar as pesquisas, as discussões sobre a te-
Ajude os grupos a registrar em seus ro- de áudio das etapas realizadas, desde a discussão de mática do trabalho e as experimentações artísticas reali-
teiros os detalhes da apresentação que ideias até a apresentação. zadas no decorrer do processo, identificando como cada
envolvem esses elementos. Depois das apresentações, planeje um momento para uma delas se relaciona à produção final. O objetivo é que,
Para realizar as performances, os a reflexão sobre as produções. Proponha que discutam as a partir da análise de cada parte do processo de produ-
grupos devem retomar o roteiro e ana- questões da Etapa 8 e deixe que falem sobre as vivências ção, seja elaborada uma síntese do trabalho.
lisar as necessidades de espaço, ma- que tiveram durante o estudo da unidade. Para a avaliação de resultado, observe de que maneira
teriais, tempo, além das intenções de A Etapa 9 da atividade visa estimular o desenvolvi- os estudantes utilizam e mobilizam, de maneira consciente,
interação com o público. Peça que di- mento do pensamento computacional, propondo a reto- elementos de diferentes linguagens artísticas em suas pro-
vidam as tarefas e organizem um cro- mada e a sistematização das etapas anteriores em um duções. Procure avaliar se eles: “1. Se envolvem satisfato-
nograma, a fim de exercitar o trabalho relatório. Nesse contexto, por apresentar um desafio, a riamente nas experimentações”; “2. Não mobilizam os ele-
colaborativo. proposta de produção é definida como um problema a ser mentos estudados; ou “3. Exploram muito pouco”; e quais
92
Ao tratar das experiências de cria-
Etapa 7
ção, produção e apresentação da
Registro performance, incentive os estudantes a
refletir sobre os processos e os recursos
Durante a execução das etapas, tire fotos e faça filmagens das produções. No dia do evento, um mem-
de integração entre as linguagens. Aju-
bro do grupo pode ser escolhido como responsável pelo registro da performance e da reação do público
de-os a perceber que, ao integrar ele-
espectador. Para isso, pode-se utilizar uma câmera digital ou um celular com câmera.
mentos de diferentes linguagens artísti-
cas em uma produção, temos mais do
Etapa 8
que a soma de seus recursos, mas a
Troca de ideias criação de novos recursos expressivos.
Forme uma roda com os colegas de turma e o professor para conversar sobre a experiência que tiveram Organize a turma em pequenos gru-
com a produção. Comece o bate-papo procurando responder às questões a seguir: pos para discutir as questões propostas
no Livro do Estudante antes de elabo-
⓿ De que forma os grupos responderam à pergunta da unidade?
rar suas reflexões individuais, estimu-
⓿ Seu grupo chegou a alguma conclusão sobre essa pergunta? Respostas pessoais. lando-os a rever temas e a comparar vi-
sões e hipóteses.
Etapa 9 É importante que você observe o de-
Retomada senvolvimento dos estudantes, tendo
em vista uma avaliação processual e le-
Em uma folha à parte, redija um relatório organizado em tópicos, descrevendo cada etapa que foi viven-
vando em conta os temas tratados em
ciada na atividade, e arquive-o no portfólio.
toda a Unidade 1 e a mobilização da tur-
ma para a realização da produção final.
Fio da meada Para isso, retome os critérios observáveis
apresentados em cada capítulo e pro-
O que vimos cure responder às seguintes perguntas:
Durante os estudos da unidade, vimos que a arte podem dizer muito sobre nós e nossa identidade. Por meio do ⓿ Que saberes e procedimentos especí-
teatro, das artes visuais e da performance, podemos revelar escolhas, gostos, preferências, opiniões, visões de mun-
do e refletir sobre eles. Para encerrar nosso projeto, estudamos que:
ficos das linguagens artísticas aborda-
⓿ a arte pode ajudar a refletir sobre a identidade;
das nos capítulos foram mobilizados
⓿ tanto a identidade como o fazer artístico estão em constante construção; para a pesquisa e a produção do tra-
⓿ a performance é uma manifestação artística que combina elementos de várias linguagens artísticas; balho proposto no encerramento da
⓿ o planejamento é muito importante para a realização de uma performance; unidade?
⓿ os materiais utilizados em uma obra de arte seguem a intenção do artista e não precisam ser, necessaria-
⓿ Os estudantes mobilizaram seu re-
mente, caros ou duráveis;
⓿ por meio de suas obras, os artistas podem expor críticas a diversos temas e conscientizar o público em rela- pertório em relação aos temas apre-
ção a eles; sentados no encerramento para con-
⓿ a moda e a arte são expressões que podem dialogar e ter objetivos semelhantes. ceber seus trabalhos?
Autoavaliação: é hora de retomar o portfólio ⓿ Os estudantes expressaram sua vi-
Como forma de finalizar o trabalho com a unidade, elabore um registro escrito de tudo o que você aprendeu e
são sobre as relações entre a expres-
guarde-o no portfólio. Para isso, reflita sobre as questões a seguir:
são artística e a reflexão sobre a for-
1. Depois do que vimos na unidade, de que forma a arte pode dizer algo sobre você? E de que forma você pode
expressar opiniões, sentimentos e emoções por meio da arte?
mação da identidade em sua pro-
2. O que você aprendeu a respeito da performance? Qual é a importância das diferentes linguagens artísticas
dução final? Essa visão explicita um
nessa forma de arte? diálogo entre as próprias experiên-
3. Você ficou satisfeito com o resultado da produção final de seu grupo? Como os estudos da unidade contribuí- cias e os saberes estudados?
ram para aprimorar a proposta de vocês? Por quê? ⓿ Ao comentar e discutir suas ideias e
4. Quais foram suas maiores dificuldades durante o projeto? Como tentou superá-las? propostas para a produção final, os
Outros fios estudantes mobilizaram os temas es-
Com certeza, existem muitas outras formas de expressar as relações entre arte e identidade. Aqui, você percorreu tudados, relacionando-os à pergunta
um dos caminhos possíveis. Agora, que tal explorar caminhos diferentes e fazer novas descobertas refletindo sobre norteadora da unidade?
outras questões? Será que a arte pode expressar as nossas relações com as pessoas?
A proposta de produção final apre-
sentada é apenas uma possibilidade
93 para construir uma manifestação artís-
tica que contemple os temas e as lin-
guagens trabalhadas no percurso. No-
vas ideias devem ser incentivadas, de
deles precisam de orientação para reconhecer e colocar em decorrer da unidade. Assim, será possível compor uma vi-
modo que se possa contemplar da me-
prática os elementos estudados. É fundamental que este- são consistente e abrangente do percurso dos estudantes,
lhor forma possível as demandas levan-
jam disponíveis para as experimentações propostas – bus- considerando que eles podem estabelecer diferentes rela-
tadas pela turma a partir da questão
cando explorar a expressividade por meio da integração das ções e ter diferentes aptidões em relação a cada uma das
norteadora.
linguagens e colaborando na interação com os colegas –, linguagens artísticas exploradas nos capítulos.
que compreendam os objetivos da proposta e se empe- O portfólio é um elemento indispensável na avaliação.
nhem na realização das apresentações. As produções e os registros constantes que foram arma-
Para avaliar a aprendizagem dos estudantes à luz das zenados nele devem ser analisados com base nos critérios
competências e habilidades cujo desenvolvimento é visado apresentados nas grades de avaliação.
neste projeto, é essencial recuperar todo o processo de ava- Para orientar o trabalho com o Fio da meada, retome com
liação formativa. Desse modo, haverá possibilidade de iden- a turma a lista de itens de estudos que vêm sendo apresen-
tificar o ponto de partida dos estudantes, as aprendizagens tados no Livro do Estudante, bem como os itens levantados
desenvolvidas por eles e quanto se aproximaram dos obje- pelos estudantes, para que avaliem se foram integralmen-
tivos propostos. Para tanto, reúna os registros realizados no te concretizados e reflitam sobre eventuais aprimoramentos.
93
A arte pode
BNCC na unidade
Competências gerais
⓿ Trabalho com a CG 1: por meio do
expressar
estudo das produções de diferentes
artistas, destacando suas relações
com realidades, épocas e contextos
socioculturais distintos a fim de pro-
mover a reflexão sobre o papel da
nossas
arte para a construção de uma socie-
dade justa, democrática e inclusiva.
⓿ Trabalho com a CG 2: no encerra-
relações?
de metodologia de pesquisa e siste-
matização de informações sobre a in-
serção da arte e da cultura no contex-
to sociocultural.
⓿ Trabalho com a CG 5: por meio de
trução de uma sociedade mais jus- unidade exploram a ludicidade, a percepção, a expressi- reflexões relacionadas à questão norteadora, propõem-se
ta e inclusiva. vidade e a imaginação e promovem situações didáticas o planejamento, a produção e a apresentação autorais de
⓿ Trabalho com a CEL 6: em propos- em que se propõe o desafio da reflexão sobre as rela- produções artísticas que expressam pontos de vista sobre
tas de pesquisa e de publicação de ções com o contexto escolar e a comunidade. questões associadas à constituição da identidade.
94
tação social, as culturas juvenis e
as interculturalidades nessa lingua-
gem. Abordagem de parâmetros so-
noros, elementos da música e nota-
ção musical.
⓿ Produção final: experimentação ba-
BNCC na unidade
Na dupla de abertura de unidade, o
objetivo de aprendizagem é relacionar
as práticas artísticas às diferentes di-
mensões da vida social, para que se-
jam compreendidas as motivações dos
da editora
2
da ao objeto de conhecimento Contex-
tos e Práticas.
As dimensões do conhecimento tra-
balhadas são: Fruição e Reflexão.
95 Na Unidade 2, os estudantes vão
apreciar, analisar e experimentar a arte
e seus aspectos relacionais em diver-
⓿ sas esferas. Inicie o trabalho com a lei-
Trabalho com a CEA 8: as produções que encerram os Cada unidade traz uma proposta de projeto de traba-
capítulos e a unidade mobilizam o exercício da autoria a tura da imagem, incentivando relações
lho prevista para ser realizada em um semestre. O projeto
partir de pesquisas e reflexões críticas por meio do traba- entre ela e as experiências cotidianas.
busca estabelecer um diálogo entre os interesses dos es-
lho coletivo e colaborativo com as linguagens artísticas. tudantes e o desenvolvimento de competências e habili- Ao discutir as questões, aproxime-
⓿ Tema contemporâneo transversal (TCT): Cidadania e Ci-
dades tendo em vista o aprimoramento de conhecimentos -as do universo dos estudantes, per-
vismo (Vida Familiar e Social). As obras e manifestações artísticos e estéticos no aprendizado em Arte. guntando se apreciam as manifesta-
artísticas da unidade abordam as relações humanas e ções artísticas com alguém e como é
O projeto apresentado na Unidade 2 contempla: essa interação.
pessoais. Com base na questão norteadora, propõem-se ⓿ Questão norteadora: A arte pode expressar nossas relações?
a apreciação das produções, a reflexão sobre como a ar- Com base nas respostas, comente
⓿ Capítulo 3: apreciação e análise de um espetáculo de
te representa tais relações e a exploração de suas formas que, no decorrer da vida, nos relacio-
de expressão por meio das linguagens artísticas. dança contemporânea que aborda relações interpesso- namos com muitas pessoas e que es-
Para ler o texto das competências e das habilidades da ais no âmbito familiar. Abordagem dos elementos consti- se tema é muito presente tanto em nos-
BNCC na íntegra, consulte o PDF disponível em: http:// tutivos do movimento corporal e da dança. sa vida como na dos artistas. Registre a
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_ ⓿ Capítulo 4: apreciação e análise da obra de Pitty com síntese da conversa para propor ideias
110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 25 maio 2022. foco nas relações da música com a crítica, a contes- adequadas à realidade dos estudantes.
95
BNCC na unidade
Nesta seção Experimentação, os
Introdu•‹o
objetivos de aprendizagem são:
Experimentação
⓿ investigar e experimentar procedi-
ca na vida social e familiar, e assim se levantar? Você boceja e se espreguiça? Todos os integrantes do
garantir a mobilização da habilidade grupo fazem esses movimentos do mesmo jeito?
EF69AR16 no trabalho com a uni- ⓿ De que forma costuma se sentar no sofá? E no
dade temática Música articulada ao chão? Você cruza as pernas? Apoia a cabeça nas
96
⓿ Selecionar movimentos e ações reali-
4 O grupo deve apresentar os movimentos de acordo com a ordem definida.
zados em seu dia a dia e analisá-los:
Cada estudante deve fazer o movimento até o fim e, em seguida, outro cole-
1. Não participou das conversas so-
ga se apresenta.
bre as ações cotidianas.
5 Essa sequência deve ser apresentada pelo menos três vezes até que os de- 2. Descreveu ações e movimentos
mais colegas de turma possam entender os movimentos que o grupo está que realizou e reconheceu as des-
fazendo. crições dos colegas.
3. Apresentou interesse na reflexão
No fim da atividade, converse com os colegas e o professor sobre a expe- sobre como são executados os mo-
rimentação, tomando como ponto de partida os seguintes questionamentos. vimentos, buscando associá-los a
⓿ Que movimentos foram mais fáceis de demonstrar e quais deles foram diferentes aspectos, como humor,
mais difíceis? Por quê?
pressa, calma e intencionalidade,
envolvidos na realização de movi-
⓿ Por que alguns movimentos são feitos com pressa e outros, lentamente? mentos cotidianos.
Ou com mais ou menos força? O que determina as características dos ⓿ Executar a sequência de movimentos
no portfólio a fim de que sejam retomadas no Capítulo 3. da estudante vivencia e valoriza o papel da música em seu 1. Não conseguiu entoar a melodia;
Para realizar a experimentação Que músicas e canções contexto familiar e social. Para encerrar, faça a mediação não participou ativamente da apre-
sua família ouve? Elas expressam algo sobre a relação das discussões. Se achar oportuno, pergunte: “Foi fácil ou sentação com o grupo.
de vocês?, peça aos estudantes que leiam as orientações difícil para o grupo escolher uma música ou canção entre 2. Reproduziu a melodia e o ritmo
e esclareça eventuais dúvidas. as apresentadas?”; “Como fizeram essa escolha?”; “Hou- da canção escolhida, identificou
Com antecedência, solicite que tragam de casa a músi- ve mais divergências ou concordâncias? Por que isso acon- a pulsação da música, estabele-
ca ou a canção escolhida. Oriente-os a prestar atenção nas teceu?”. Peça que registrem no portfólio suas respostas. ceu parceria e colaboração com
os colegas na apresentação.
músicas que as pessoas de seu convívio escutam e a con- Para efetivar a avaliação de processo da primeira ativi-
3. Apresentou repertório de recursos
versar com elas sobre aquelas que julgam ser as preferidas. dade da seção, observe o que os estudantes devem fazer expressivos da linguagem musical ao
Oriente a organização dos grupos de acordo com as afi- para desenvolver as habilidades e os respectivos indicado- cantar, com diferentes entonações
nidades musicais. Com os grupos reunidos, acompanhe as res de realização, que correspondem a: “1. Não atingiu o de voz, alternância de intensidade e
conversas e incentive o compartilhamento de suas experiên- esperado”; “2. Realizou a atividade satisfatoriamente”; e exploração de variações rítmicas ao
cias antes da apresentação da música ou canção escolhida. “3. Superou as expectativas”. bater palmas ou pés.
97
BNCC na unidade Reflexão
Na seção Reflexão, os objetivos de
aprendizagem são:
⓿ apreciar e analisar distintas formas Qual é o lugar da arte nas relações
de artes visuais, relacionando-as à que estabeleço com as pessoas?
questão norteadora da unidade: A
arte pode expressar nossas rela- A vida é permeada por diferentes tipos de relação. Geralmente, estabelece-
ções?. Dessa forma, os estudantes mos os primeiros vínculos com os familiares e as pessoas que cuidam de nós.
podem ampliar o repertório em ar- À medida que crescemos, nossos relacionamentos se estendem para todas as
tes visuais e cultivar o imaginário e pessoas com quem convivemos , como os colegas e os professores, os vizinhos
a capacidade de simbolizar, de mo- e os amigos que fazemos.
do a assegurar o desenvolvimento Às vezes, as pessoas com quem nos relacionamos têm muito em comum co-
da habilidade EF69AR01 vinculada nosco: o temperamento, o tipo de humor, o gosto musical, a forma de se vestir.
à unidade temática Artes Visuais as- Outras vezes, nos relacionamos com pessoas bem diferentes de nós, o que não
sociada ao objeto de conhecimento impede o surgimento de laços afetivos.
Contextos e Práticas;
Nem sempre, no entanto, nossas relações são saudáveis e fontes de alegria.
⓿ refletir sobre o papel da arte em con-
Problemas de relacionamento com familiares, amigos e outras pessoas de nos-
textos comunitários a partir do tex-
so convívio são muito comuns, o que pode gerar tristeza e sofrimento.
to apresentado e da análise da letra
Converse um pouco sobre isso com os colegas e o professor.
da música, discutindo assim a ques-
tão norteadora, a fim de buscar de- ⓿ Você acha fácil se relacionar com os outros? Por quê?
senvolver a habilidade EF69AR31 as- ⓿ Alguma vez já parou para pensar sobre os vários aspectos envolvidos em
sociada à unidade temática Artes seus relacionamentos?
Integradas vinculada ao objeto de
conhecimento Contextos e Práticas. ⓿ Como acha que a arte pode nos fazer refletir sobre nossas relações?
Respostas pessoais.
As dimensões do conhecimento tra- As relações interpessoais são fontes de inspiração para muitos artistas, que
balhadas são: Fruição e Reflexão. criam obras que tanto tratam da beleza dos relacionamentos como questio-
nam as relações dos dias de hoje.
Para trabalhar com o tema Qual é
Observe, por exemplo, a obra Amanhã é a questão, do artista argentino
o lugar da arte nas relações que es-
Rirkrit Tiravanija (1961-).
tabeleço com as pessoas?, organi-
ze os estudantes em grupos de cinco
Mañana es la cuestión
Michel Zabé/Omar Luis Olguín, 2012./
Cortesia do artista e da galeria kurimanzutto, Cidade do México, MX.
98
Michel Zabé/Omar Luis Olguín, 2012./Cortesia do artista e da galeria
Mañana es la cuestión, de utilização nos estudos em Arte. Como
Rirkrit Tiravanija, instalação na os estudantes já realizaram um projeto
Cidade do México, México, 2012.
no primeiro semestre, peça que comen-
tem de que forma utilizaram suas ano-
kurimanzutto, Cidade do México, México.
99
possível aferir em que medida os estudantes estão familia- Nesses casos, adiante os temas que serão trabalhados e
rizados com os temas e as linguagens artísticas da unida- forme grupos de trabalho nos quais os estudantes tenham
de e, dessa forma, antecipar estratégias no planejamen- apoio de colegas que dominam as habilidades envolvidas.
to do trabalho a ser realizado em cada capítulo. Observe Além disso, ajude-os a encontrar, dentro dos grupos, fun-
se há estudantes que não compreendem ou têm dificulda- ções com as quais se sintam recompensados, ressalte a
de em compreender a estrutura de projeto, apresentando necessidade de fazer as atividades de revisão e incentive
pouco ou nenhum conhecimento ou interesse em relação à a participação de todos nas rodas de conversa. Por fim, su-
questão norteadora da unidade, de modo a não conseguir pervisione a organização do portfólio e indique fontes e ma-
formular hipóteses nem reflexões acerca do tema. Procure teriais de pesquisa simples e objetivos, para que conheçam
identificar se há estudantes que não participam ou apre- melhor o tema da unidade.
sentam dificuldade para participar da atividade de seleção Para dar início ao trabalho com o Fio da meada, peça
de repertório musical proposta. Tal dificuldade pode ocor- aos estudantes que retomem o que foi discutido nas expe-
rer por desconhecer ou não se sentir à vontade com os pro- rimentações e leituras realizadas. Assim, cria-se importante
cedimentos mobilizados. oportunidade de valorização do portfólio e discussão de sua
99
BNCC no capítulo
Na abertura do Capítulo 3, o objetivo
3
de aprendizagem é compartilhar expe-
riências pessoais e coletivas em dança
100
1 A arte da
nós fazemos no cotidiano. Se achar
conveniente, pergunte a eles: “Em que
tras relações.
Determine um tempo para que os
grupos debatam as questões e, ao final,
promova uma atividade de sistematiza-
ção na qual um estudante de cada gru-
po pode escolher uma das questões e
comentar o que foi discutido no grupo
sobre ela. Dessa forma, cada integran-
te da turma pode verificar se as leituras
dos colegas foram semelhantes ou dife-
1. Embora a resposta seja rentes, acrescentando pontos que não
pessoal, espera-se que os
Primeiras impressões de Ares familiares estudantes percebam que
se trata de um espetáculo,
foram observados antes e que podem
enriquecer a discussão.
identificando os movimentos
Após observar as imagens, responda às questões a seguir e depois compar- como expressivos. As questões apresentadas no Livro
tilhe suas respostas com os colegas e o professor. 2. Embora a resposta do Estudante têm como objetivo avaliar
seja pessoal, estimule
1 Como você descreveria os movimentos dos dançarinos nessas cenas do os estudantes a buscar os conhecimentos prévios dos estudan-
estabelecer relações
espetáculo? entre os movimentos tes relacionados aos conceitos e proce-
apresentados nas imagens e dimentos da dança que serão vistos no
2 Você reconhece algum desses movimentos? Eles se parecem com movi- os movimentos que realizam
cotidianamente. capítulo: espetáculos realizados com
mentos que você faz no dia a dia? Quais?
3. Embora a resposta seja base em movimentos cotidianos, corpo
3 O que você acha que significa o título do espetáculo, Ares familiares? pessoal, espera-se que os e comunicação e fatores do movimen-
estudantes identifiquem
4 Que sensações essas cenas provocam em você? Respostas pessoais. que o espetáculo trata de to. Com base nas respostas, registre sua
relações familiares ou da
vida familiar. avaliação diagnóstica, anotando: “1. Se
101
os estudantes já têm conhecimento sa-
tisfatório sobre a composição de um
espetáculo de dança”; “2. Se conse-
guem identificar e diferenciar tipos de
BNCC no capítulo rantir a mobilização da habilidade EF69AR10 no traba- movimento (leves, pesados, lentos, rá-
lho com a unidade temática Dança articulada ao objeto pidos, etc.)”; “3. Se reconhecem o uso
Na seção 1. A arte da Caleidos Cia. de Dança, os obje- de conhecimento Elementos da Linguagem; de movimentos cotidianos em espe-
tivos de aprendizagem são: ⓿ compartilhar e discutir experiências pessoais e coletivas
táculos de dança”. Com esse registro,
⓿ analisar diferentes formas de expressão, representação em dança vivenciadas em diversos contextos, a fim de você poderá identificar os pontos que
e encenação da dança, no caso, a dança contemporâ- garantir a mobilização da habilidade EF69AR15 no tra-
precisam de atenção e revisão no de-
nea da Caleidos Cia. de Dança, para ampliar o reper- balho com a unidade temática Dança articulada ao ob-
correr do capítulo, a fim de sistematizar
tório e ser capaz de reconhecer as diversas manifesta- jeto de conhecimento Processos de Criação.
ções da dança, a fim de garantir a mobilização da habi- as aprendizagens e aprimorar sua práti-
A dimensão do conhecimento trabalhada é: Fruição.
lidade EF69AR09 no trabalho com a unidade temática ca pedagógica.
Dança articulada ao objeto de conhecimento Contex- Para começar o trabalho com a seção 1. A arte da Ca-
tos e Práticas; leidos Cia. de Dança, mantenha os estudantes em peque-
⓿ reconhecer os elementos constitutivos do movimento co- nos grupos e oriente-os a observar novamente as imagens,
tidiano e do movimento dançado para, em seguida, ana- assim como a ler as legendas e os textos. É interessante
lisá-los criticamente no decorrer do capítulo, a fim de ga- que percebam nas fotos alguns dos movimentos que todos
101
BNCC no capítulo 2 Mais perto de
Ares familiares
Na seção 2. Mais perto de Ares fa-
miliares, os objetivos de aprendizagem
são:
⓿ realizar pesquisa e análise da dança O espetáculo Ares familiares, dirigido por Isabel Marques e Fábio Brazil, que
contemporânea, com base no traba- estreou em 2009, é uma criação da Caleidos Cia. de Dança, de São Paulo. De-
lho da Caleidos Cia. de Dança, reco- pois de observar diversas cenas do espetáculo e refletir sobre seu título, você
nhecendo e apreciando suas compo- faz alguma ideia do que ele trata?
sições para compreender as motiva- Observe mais uma imagem, dessa vez do cartaz de Ares familiares.
ções do grupo e sua poética, a fim
de garantir a mobilização da habili-
percebam que as fotos que compõem você pode estabelecer relações com o costume atual de
o cartaz retratam situações formais guardar fotos em celulares ou mesmo de postá-las em re-
(como casamentos) e informais (como des sociais.
confraternizações em família). Traga novamente o tema para o contexto familiar e dis-
É interessante notar se os estudantes cuta com a turma sobre o que contêm os álbuns de famí-
reconhecem as situações e a postura lia: fotografias de momentos importantes e significativos,
das pessoas. Pergunte-lhes se já viven- como casamentos, batizados, festas de aniversário, viagens
ciaram situações como essas e como se de férias, etc.
expressaram corporalmente nelas. Essa conversa vai criar condições significativas para
Ao conversar com os estudantes so- a leitura dos próximos parágrafos do texto do Livro do
bre a ideia de álbuns de fotografia a Estudante.
fim de discutir com eles o motivo pelo
qual guardamos fotos e de que maneira
nos relacionamos com essas memórias,
102
Em Ares familiares, situações cotidianas das famílias são recriadas na lin- Prossiga com a leitura do texto que
guagem da dança: a pose para fotografias, como aquelas que você observou
explica a motivação do grupo para a
no cartaz do espetáculo, as refeições, as trocas de carinho entre as pessoas, as
criação do espetáculo e passe a anali-
brincadeiras e os momentos de discussão. Observe algumas imagens do espe-
sar a primeira imagem apresentada na
táculo e tente reconhecer nelas alguma dessas situações.
página. Verifique se por meio dela os
estudantes reconhecem alguma situa-
ção familiar mencionada no texto. Para
103
Durante a roda de conversa propos-
ta no boxe Pesquise e compartilhe, ob-
Pesquise e compartilhe
serve se os estudantes articulam suas
ideias de forma coerente e coesa e se
utilizam argumentos pautados em fatos O que é família?
dos quais já têm conhecimento, e não 1 Existem diversos tipos de família. Então, com um colega, faça uma
apenas em opiniões pessoais. É impor- breve pesquisa sobre o conceito de família.
tante avaliar o repertório deles sobre o 2 Após a pesquisa, reflita sobre as seguintes questões:
assunto e mediar a conversa para evi-
⓿ De acordo com sua pesquisa, o que é família?
tar preconceitos e estereótipos sobre
o tema. Para auxiliar na condução da ⓿ Para você, família precisa ter necessariamente laços biológicos?
conversa, consulte o tópico Mediação Por quê?
de conflitos, no Manual do Professor ⓿ O que, então, caracteriza uma família?
– Orientações Gerais. Registre as con-
clusões dos estudantes durante a roda
de conversa a fim de que, em outros Para concluir
momentos do capítulo, você possa re-
Compartilhe com os colegas e o professor sua pesquisa e suas refle-
tomá-las para aprofundar ou sistema-
xões. Aproveite esse momento para analisar e discutir os diversos pon-
tizar as aprendizagens sobre o assunto. tos de vista, apresentando suas opiniões de modo respeitoso e bus-
Para dar sequência à leitura do texto cando consensos construtivos. Por fim, faça um resumo dos principais
do Livro do Estudante, comente que o pontos da conversa e arquive-o no portfólio.
espetáculo trabalha as relações não só
por meio da temática, mas também por
meio do processo de criação do gru-
po, que, durante a apresentação, convi- A sequência de movimentos dos dançarinos forma o que chamamos, na
da o público a participar da dança jun- dança, de coreografia. No espetáculo Ares familiares, para sugerir ao público a
tamente com os bailarinos, tornando o sensação de aconchego em família, os artistas convidam as pessoas da plateia
espetáculo interativo. a participar das cenas, recriando-as e tornando esse espetáculo uma obra de
arte interativa.
Pergunte, então, aos estudantes se
eles já viram um espetáculo interativo e Essa é uma das características da companhia Caleidos, que, por onde pas- Cena do espetáculo
incentive-os a compartilhar suas expe- sa, busca estabelecer relações entre a dança e o contexto do público ou das Ares familiares, da
Caleidos Cia. de Dança,
riências. Em seguida, promova as per- comunidades em que se apresenta. Assim, temas afetivos, culturais e sociais
em que a plateia
guntas apresentadas na página 105 e aproximam os espectadores das obras da companhia. interage com os
Veja nas imagens a seguir como isso acontece. dançarinos, São Paulo
deixe que eles falem livremente se gos- (SP), 2009.
tariam de participar desse espetáculo
104
104
Na tela
Fabio Brazil/Caleidos Cia. de Dança
105
BNCC no capítulo 3 Por dentro da dança
Na seção 3. Por dentro da dança, os
objetivos de aprendizagem são: Para criar ou dançar uma coreografia é preciso conhecer o corpo e seus movimentos. Nesta seção, você
⓿ analisar diferentes formas de expres- vai estudar alguns aspectos do corpo humano e elementos dos movimentos corporais.
são, representação e encenação da
dança, combinadas com a análise
dos fatores do movimento, de forma
Corpo e comunicação
a construir repertório para o reconhe- Você já parou para pensar que apenas com movimentos e gestos, ou seja, com a linguagem corporal,
cimento e a apreciação de composi- podemos expressar ideias e sentimentos? Observe as imagens para responder à questão a seguir.
ções de dança diversas, de grupos e
artistas brasileiros e estrangeiros, a
fim de garantir a mobilização da ha-
bilidade EF69AR09 no trabalho com
a unidade temática Dança articula-
da ao objeto de conhecimento Con-
textos e Práticas;
⓿ explorar os elementos constitutivos
pathdoc/Shutterstock
à diversidade corporal e às diferen-
ças entre os movimentos feitos indi-
vidualmente pelas pessoas para que
os estudantes possam, aos poucos,
construir a noção de que na dança
sashahaltam/Shutterstock
106
Voc• sabia?
Além da deficiência motora, que pode influenciar na realização de
alguns movimentos corporais, existem outros tipos de deficiência, como
a visual, a auditiva, a mental e a intelectual. No Brasil, segundo o Censo
demográfico 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Pesquise e compartilhe
1 Para isso, pesquise na internet artigos, reportagens, notícias e vídeos que tratem do assunto e
colha o maior número de informações possível. Para direcionar a pesquisa, busque responder às
seguintes questões:
⓿ Todo mundo pode dançar?
⓿ Como são aceitas as pessoas com deficiência no mundo da dança? E as pessoas gordas?
⓿ Homens que dançam sofrem preconceito?
2 Tome notas dos principais pontos apresentados pelos textos e vídeos pesquisados.
3 Colete imagens e depoimentos para enriquecer e exemplificar esses pontos. Você vai utilizá-los
como fonte para sua argumentação durante o debate a fim de trazer outros pontos de vista para
ampliar a discussão.
4 Em círculo, discuta com os colegas e o professor as questões que guiaram a pesquisa. Lembre-se
de que, para construir argumentos bem elaborados, você deve apresentar dados e informações,
usar exemplos que comprovem suas ideias, recorrer a citações de especialistas no assunto e apre-
sentar causas e consequências relacionadas ao tema do debate.
5 Aproveite esse momento para analisar os pontos de vista divergentes, sempre de modo respeitoso
e buscando consensos construtivos.
6 Caso considere produtivo para construir a conclusão, negocie seu ponto de vista com os colegas
aceitando parcial ou totalmente um ponto de vista contrário ao seu e utilize-o para completar ou
reformular seu argumento.
Para concluir
Registre a conclusão do debate em um resumo (se houver possibilidade, você pode também gravar em
vídeo ou áudio) e guarde uma cópia dele no portfólio.
107
movimento?”; “Pessoas de diferentes idades se movimen- seu repertório e nas pesquisas realizadas, que podem for-
tam de modo diferente? Como?”. necer subsídios para a construção dos argumentos.
Após essa conversa, promova a leitura do texto do Livro Registre as conclusões dos estudantes durante o debate
do Estudante e incentive a turma a explicar o que entendeu no diário de bordo, a fim de que possa retomá-las em ou-
sobre ele e a manifestar suas opiniões. É importante que tros momentos do capítulo para aprofundar ou sistemati-
desde cedo os estudantes compreendam a diversidade de zar as aprendizagens.
corpos existentes para que possam valorizá-la e perceber
que todo mundo tem limitações com o corpo, daí a impor-
tância de desenvolver a consciência corporal.
Durante o debate proposto no boxe Pesquise e compar-
tilhe, observe se os estudantes articulam as ideias de forma
coerente e coesa e se utilizam argumentos pautados em fa-
tos e dados dos quais têm conhecimento, e não apenas em
opiniões pessoais. Verifique também se eles se pautam em
107
Antes de começar a atividade da se-
ção Experimente e compartilhe, orga-
Experimente e compartilhe
nize o espaço para sua realização. Caso
faça a experimentação em sala de aula,
peça aos estudantes que afastem me- Que tal observar os colegas se movimentando?
sas e cadeiras, deixando um espaço va- Para perceber melhor como os movimentos de cada pessoa são únicos, você vai fazer uma expe-
zio no meio da sala. Se a atividade for rimentação com os colegas.
realizada na quadra ou no pátio, peça- 1 Forme dupla com um colega. Cada dupla vai precisar de uma bola ou de uma bexiga grande.
-lhes que retirem do caminho os obje-
tos que possam atrapalhar o andamen- 2 Coloque a bola ou a bexiga entre você e o colega, segurando-a com alguma parte do corpo para
to dela. que não caia.
Deixe que os estudantes escolham 3 Ao comando do professor, a dupla deve se movimentar, sem deixar a bola cair. Comece com mo-
o colega de dupla com quem vão co- vimentos delicados e suaves.
meçar a experimentação. Se achar ne- 4 O professor dará instruções para que você e o colega acelerem ou desacelerem os movimentos.
cessário, demonstre a atividade, fazen-
5 Depois, a turma toda será dividida em dois grandes grupos. Enquanto um grupo de duplas faz o
do alguns movimentos com o auxílio de
exercício com a bola, o outro fica como plateia.
um voluntário. Se possível, escolha tre-
chos de músicas para acompanhar os 6 Ao comando do professor, os grupos devem trocar de função, e as duplas que eram plateia pas-
movimentos cujo andamento seja de sam a fazer o exercício com a bola, enquanto as duplas que faziam o exercício com a bola passam
acordo com os comandos da atividade: a formar a plateia.
andamento mais rápido para movimen-
tos acelerados e mais lento para movi-
mentos vagarosos.
Administre o tempo da experimenta-
ção para que, primeiro, todos os estu-
dantes façam simultaneamente os mo-
de corporal e expressão. É fundamental ⓿ Os movimentos de seu colega de dupla eram muito diferentes dos seus? Você teve de com-
que percebam na prática que, mesmo binar com ele os movimentos para não deixar a bola cair?
combinando movimentos com o objeti- ⓿ Enquanto era plateia, o que reparou nos movimentos dos colegas? O que havia de parecido
vo de não deixar o objeto cair no chão, e o que havia de diferente nesses movimentos?
cada indivíduo se movimenta de uma ⓿ Em que direções os colegas se movimentaram? As duplas tendiam a ficar em um mesmo
espaço ou andavam por toda a sala? Por que será que isso aconteceu?
forma diferente.
Respostas pessoais.
A atividade proposta nesta pági-
na deve reforçar o reconhecimento e
108
o exercício da consciência corporal e
da interação física entre os estudantes.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
Para uma avaliação de processo, ob-
serve o que eles devem fazer para de- 2. Conseguiu controlar os movimentos na interação com
senvolver as habilidades trabalhadas e o colega sem deixar a bola ou a bexiga cair.
os respectivos indicadores de realiza- 3. Reconheceu o próprio corpo e o do colega e explorou
ção, que correspondem a: “1. Não atin- movimentos de forma a não deixar a bola ou a bexiga
giu o esperado”; “2. Realizou a ativida- cair.
de satisfatoriamente”; e “3. Superou as ⓿ Reconhecer diferentes tipos de movimento:
expectativas”. 1. Não reconheceu como os estudantes se movimentam
⓿ Ter consciência dos próprios movi- de forma diferente e não diferenciou os próprios mo-
mentos: vimentos dos movimentos dos colegas.
1. Não se movimentou muito ou não 2. Identificou semelhanças e diferenças entre os movi-
conseguiu interagir corporalmente mentos dos colegas e os próprios.
com o colega de forma a não dei- 3. Conseguiu identificar e explicar as diferenças dos mo-
xar a bola ou a bexiga cair. vimentos dos colegas em relação aos próprios.
108
Ao ler o texto da subseção Cons-
Consciência corporal ciência corporal com a turma, procu-
A consciência corporal nos permite conhecer as possibilidades e as limi-
re sistematizar o que é ter consciência
tações do próprio corpo. Tendo essa consciência, podemos nos cuidar mais e
do próprio corpo. Para isso, proponha
melhorar nossas relações com os outros, além de explorar nossa criatividade
algumas questões, como: “Você presta
sempre atenção às partes de seu cor-
quando nos expressamos corporalmente.
po?”; “Como você se move?”; “Como
Há muitas coisas que podemos descobrir sobre nosso corpo. Por exemplo,
é sua postura?”; “Quando você sente
você sabia que o corpo humano produz e gasta energia o tempo todo? Mes-
dor, por exemplo, concentra-se mais na
mo quando estamos parados, nosso corpo está em funcionamento, pois diver-
parte dolorida? Nesse caso, você ‘sen-
sos órgãos continuam trabalhando, como o coração, que faz o sangue circular
te mais’ essa parte do que as outras?”;
da cabeça aos pés e vice-versa, e os pulmões, que trabalham para realizar a
“Em que momentos você presta mais
respiração. Para mantê-los em funcionamento, temos um gasto considerável
atenção ao próprio corpo do que o nor-
de energia.
mal?”; “Quando pratica uma ativida-
A seguir, vamos estudar alguns aspectos do corpo humano, pois, quanto mais
de física, você fica mais consciente de
pudermos entender seu funcionamento, maior será nossa consciência corporal.
seus movimentos? Por quê?”.
Aproveite o momento para retomar
Suporte e embalagem conhecimentos relacionados ao corpo
Você já se deu conta de que o suporte do corpo humano é o esqueleto? estudados nos anos iniciais do Ensino
É por causa dos ossos e das articulações que podemos nos manter em pé e Fundamental, tanto em Arte como em
realizar os mais diversos movimentos, como erguer os braços, correr, agachar, Ciências, estabelecendo nexos entre os
dançar ou estalar os dedos. conhecimentos anteriores e os apre-
Se o suporte do corpo é o esqueleto, sentados agora. Para isso, você pode
podemos dizer que sua embalagem é a perguntar aos estudantes sobre as par-
pele. É ela que o delimita, separando-o de tes do corpo, sobre o esqueleto, a pele
tudo o que está a sua volta. e outros sistemas do corpo humano,
Você sabia que a pele é o maior além de como eles acham que conhe-
órgão do corpo humano? É por cer o corpo pode ajudar na dança.
meio dela que sentimos a textura Explore com os estudantes a ima-
de tudo o que nos cerca, inclusive a gem do esqueleto (de frente e de cos-
pele de outras pessoas. tas) apresentada no tópico Suporte e
embalagem, para que eles possam as-
sociar os movimentos que fazemos aos
ossos e às articulações. Verifique o que
se lembram a respeito do sentido do
tato e peça que mencionem o que po-
demos sentir por meio dele.
Biblioteca
n/Shutterstock
109
Ao tratar do funcionamento do cor-
po, no tópico Movimentos voluntá- Movimentos voluntários e involuntários
rios e involuntários, é preciso fazer um Biblioteca
Entre a pele e o esqueleto temos, entre outros elementos,
diagnóstico dos conhecimentos prévios os músculos, que são responsáveis pelos movimentos volun- O livro da dança, de
demonstrados pelos estudantes a res- tários e involuntários. Inês Bogéa (São Paulo:
peito do tema em Ciências. Chamamos de voluntários os movimentos Companhia das Letri-
A atividade de consciência corporal nhas, 2002).
que conseguimos realizar proposi-
proposta no boxe Experimente e com- talmente, como caminhar, abraçar O livro traz informa-
partilhe foi elaborada com base nos ções sobre passos de
alguém, virar a página de um livro,
dança, coreógrafos, com-
estudos realizados pelo pesquisador e entre muitos outros. Já os movi- panhias de dança e os
coreógrafo Rudolf Laban (1879-1958), mentos involuntários são aque- diversos dançarinos do
cujos resultados têm sido amplamen- les que são realizados indepen- Brasil e do mundo.
te usados para o desenvolvimento da dentemente de nossa vontade,
Photobank Gallery/Shutterstock
Os músculos esque-
gia. (Uma série de espetáculos da Ca- léticos realizam os movi-
leidos Cia. de Dança, aliás, intitulou-se mentos voluntários e, associados
Coreológicas, como se verá adiante no aos nossos ossos, nos permitem ir
Livro do Estudante.) de um lugar para outro e realizar
Em suas pesquisas, Laban perce- os movimentos que queremos.
beu que, quando nos movimentamos,
todas as partes do corpo, por menores
que sejam, se movimentam também. Sistema muscular. (Figura sem escala. Cores fantasia.)
Por isso, o movimento de uma parte do
corpo deve ser entendido em relação
ao todo, pois uma parte do corpo estará Experimente e compartilhe
sempre afetando e sendo afetada pelas
demais, em relação harmoniosa ou não. Vamos exercitar a consciência corporal?
Procure perceber essas afirmações Experimente agora o funcionamento de suas articulações e suas relações com o movimento.
de Laban no próprio corpo. Realize mo-
vimentos com pés, mãos e cabeça; gire 1 Deite-se no chão, com a barriga para cima e os braços e as pernas esticados e relaxados.
pulsos, tornozelos e pescoço, um de 2 Procure relaxar, tentando não contrair as partes do corpo.
cada vez. Ao fazer os movimentos, sin- 3 Sinta os dedos dos pés, os tornozelos, os joelhos, os quadris, os dedos das mãos, os punhos, os
ta os músculos e tendões e tente des- cotovelos, os ombros, o pescoço e a coluna.
cobrir até onde vai o empuxo. Essa é
uma forma simples de entender como 4 De olhos fechados, permaneça em silêncio e mantenha-se atento aos comandos do professor.
o coreógrafo pensava os movimentos da 5 A cada comando, o professor indicará a articulação que você deverá movimentar.
dança para, posteriormente, levar aos 6 Faça um registro em forma de desenho, que mostre as articulações que foram movimentadas
estudantes.
durante o exercício.
Sugerimos que conduza as ativida-
des lendo os comandos de modo pau-
sado e tranquilo. Quanto mais calma Para concluir
você transmitir, mais os estudantes con-
Reflita sobre que articulações permitem movimentos circulares e quais delas permitem dobrar
seguem o relaxamento necessário para
e esticar partes do corpo. Converse com os colegas e o professor sobre as conclusões a que
fazer os exercícios. você chegou e guarde um registro dela no portfólio.
Pode ser interessante que dois ou
três voluntários demonstrem o exercício
antes que a turma experimente. Confi- 110
ra previamente também se restam dúvi-
das sobre como realizar os movimentos
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
propostos, pois uma interrupção na ati-
A atividade deve reforçar o exercício da consciência cor- ⓿ Explorar diferentes tipos de movimento:
vidade poderá quebrar a concentração.
Essa é uma atividade de autoconhe- poral dos estudantes. Para uma avaliação de processo, 1. Realizou movimentos repetitivos e pareceu não identi-
cimento e desenvolvimento da cons- obser ve na sequência o que devem fazer para desenvolver ficar as variações possíveis.
ciência corporal. Caso existam em sua as habilidades trabalhadas e os respectivos indicadores de 2. Procurou explorar um movimento diferente a cada so-
turma estudantes com mobilidade re- realização, que correspondem a: “1. Não atingiu o espera- licitação na atividade.
duzida, destaque que cada um pode do”; “2. Realizou a atividade satisfatoriamente”; e “3. Su- 3. Realizou mais de um movimento com cada uma de
procurar suas próprias formas de sentir perou as expectativas”. suas articulações.
⓿ Reconhecer as próprias articulações:
o corpo do jeito que ele é. Pode ser tam-
bém um momento importante para dar 1. Não respondeu ao comando, pois não reconheceu as
voz aos deficientes visuais, chamando articulações que movimentam as partes do corpo.
a atenção da turma para as descrições 2. Movimentou algumas articulações quando solicitado
desses estudantes sobre como perce- na atividade.
bem o próprio corpo e sua relação com 3. A cada solicitação, explorou uma articulação diferente
o entorno. com a intenção de usar todas as articulações do corpo.
110
Sobre o tópico Fatores do movimen-
Fatores do movimento corporal to corporal, considere que, além das
Entre os movimentos voluntários estão os movimentos expressivos. Por meio deles, uma pessoa pode oito ações básicas para o desenvolvi-
expressar corporalmente aquilo que percebe, sente e pensa. mento dos movimentos mencionadas,
Para correr, levantar, andar, pular ou chutar, realizamos diversos outros movimentos sutis e variados Laban definiu também as proprieda-
que, juntos, geram o que o coreógrafo Rudolf Laban (1879-1958) chamou de ações corporais. Segundo ele, des, ou atribuições, que os movimen-
há oito ações básicas para desenvolver o movimento: torcer, pressionar, chicotear, socar, flutuar, deslizar, tos podem ter, chamando-as de fatores
pontuar (apontar) e sacudir. do movimento.
Quando realizamos movimentos, acabamos dando ênfase a certas qualidades, chamadas por Laban de Em relação à direção, os movimen-
fatores do movimento, que são: fluência, espaço, peso e tempo. A seguir, vamos ver como essas qualidades tos podem ser para o alto ou para bai-
interferem nos movimentos. xo, para a esquerda ou para a direita,
além das diagonais – em outras pala-
Fluência vras, os movimentos ocupam um espa-
Chamamos de fluência a continuidade e a descontinuidade de um movimento, que pode se expressar de ço. Em relação à força e à velocidade,
duas formas: livremente, como uma folha ao vento, e de um modo contido ou retraído, como um robô. Obser- eles podem ser realizados com mais ou
ve as imagens a seguir e procure perceber como seriam essas duas formas de expressão do movimento. menos força – ou peso – e com mais ou
menos velocidade – ou tempo.
À passagem de um movimento a
Ollie Millington/Redferns/Getty Images
111
Ao trabalhar com os estudantes o fa-
Peso
Kyodo/AP Photo/Imageplus
tor peso, peça que descrevam um mo-
vimento pesado e um leve, dando mais O movimento pode ser pesado, para baixo, como
exemplos para que possam ampliar o os passos de um elefante, ou pode ser leve e deli-
repertório. Depois, estimule-os a obser- cado, como os passos de uma formiga. Observe as
var as imagens e a considerar as dife- imagens e procure perceber movimentos pesados e
renças que conseguem imaginar entre movimentos leves.
os movimentos dos dançarinos em re-
lação ao fator peso.
Os movimentos da dança kabuki são muito leves.
Explore o fator tempo pedindo aos Na foto, apresentação de kabuki no Teatro Mei
estudantes que descrevam como imagi- Lanfang, em Pequim, na China, 2015.
nam os movimentos das pessoas regis-
trados nas imagens. Depois, peça que
112
112
os estudantes comentem livremente as
Experimente e compartilhe vivências que tiveram com os elemen-
tos da dança. Ajude-os a resolver as
Vamos exercitar os fatores do movimento? dúvidas e verifique suas dificuldades.
Com base nisso, você pode propor uma
Agora que você já aprendeu sobre os fatores do movimento, que tal experimentá-los ao som de
nova rodada da experimentação, reto-
uma música?
mando com eles o que foi estudado
1 Com todos os colegas, organize o espaço para a atividade. Afaste mesas e cadeiras na sala, crian- anteriormente.
do um espaço livre. Se a atividade for realizada no pátio ou na quadra, certifique-se de que não O objetivo da atividade é levar os es-
há objetos que possam impedir os movimentos da turma. tudantes a experimentar os fatores do
2 Escolha, com a turma toda, algumas músicas preferidas e informe ao professor. Lembre-se de que movimento para reforçá-los na aprendi-
elas devem ter andamentos variados. zagem desse tema. Para uma avaliação
de processo, observe o que eles devem
3 O professor vai tocar as músicas escolhidas, e, quando isso acontecer, comece andando livremen-
fazer para desenvolver as habilidades
te pelo espaço e preste muita atenção aos comandos que ele vai dar.
trabalhadas e os respectivos indicado-
4 Quando o professor bater palmas uma vez, você deve fazer movimentos contidos e movimentos res de realização, que correspondem a:
livres, variando de um para o outro para exercitar a fluência. “1. Não atingiu o esperado”; “2. Rea-
5 Quando o professor bater palmas duas vezes, você deve fazer movimentos focados, ou direciona- lizou a atividade satisfatoriamente”; e
dos, e movimentos multifocados, flexíveis. Lembre-se do que foi estudado e experimente as duas “3. Superou as expectativas”.
formas de se expressar. ⓿ Identificar os fatores do movimento e
6 Quando o professor bater palmas três vezes, faça movimentos pesados e movimentos leves, alter- se movimentar de acordo com eles:
nando de um para outro. 1. Não identificou os fatores do movi-
mento ao comando do professor e
7 Quando o professor bater palmas quatro vezes, movimente-se de maneira rápida e de maneira
não conseguiu mudar os movimen-
lenta, variando esses tipos de movimento conforme quiser.
tos quando foi solicitado.
8 Por último, depois de experimentar os quatro fatores do movimento, dance fazendo uso deles 2. Identificou os fatores do movimen-
como quiser, inclusive interagindo com os colegas. to e se movimentou de acordo com
os comandos dados.
3. A cada solicitação, explorou os fa-
Luiza de Souza/Arquivo da editora
113
Na atividade do boxe Experimente e compartilhe, con- observar se entenderam do que se trata cada um deles.
tinue estimulando a autonomia dos estudantes, deixando Comece dando os comandos de maneira espaçada. Depois,
que eles se organizem e arrumem o espaço em que será você pode diminuir o tempo entre um comando e outro. Por
feita a experimentação. fim, deixe que a turma faça movimentos combinando os fa-
Prepare antecipadamente para a atividade algum dispo- tores como quiser.
sitivo eletrônico para tocar as músicas e deixe que os estu- A atividade propõe o deslocamento pelo espaço e a explo-
dantes escolham, com base na preferência da maioria, as ração de movimentos relacionados à execução de uma mú-
que eles querem dançar. Você pode levar sugestões varia- sica. No caso de estudantes com mobilidade reduzida, defi-
das para que escolham entre elas. ciência visual ou auditiva, proponha aos demais estudantes
Leia a atividade com os estudantes e verifique se têm dú- que formem duplas ou trios com eles, ajudando no deslo-
vidas antes de propor a realização. Se possível, exemplifi- camento pela sala ou, no caso de deficientes auditivos, avi-
que uma vez para que possam compreendê-la. sando com um toque quando a música para ou recomeça.
Durante a experimentação, dê tempo para que os es- No final da atividade, organize a roda de conversa para
tudantes experimentem cada um dos fatores e procure realizar a proposta do tópico Para concluir e deixe que
113
BNCC no capítulo 4 Mais perto da
Caleidos Cia. de Dan•a
Na seção 4. Mais perto da Caleidos
Cia. de Dança, os objetivos de apren-
dizagem são:
⓿ analisar diferentes formas de expres- A Caleidos Cia. de Dança nasceu em 1996 e é fruto e do trabalho de um gru-
são, representação e encenação da po de pesquisa sobre dança da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
dança por meio dos espetáculos da em São Paulo, coordenado pela coreógrafa, professora e pesquisadora de Dan-
Caleidos Cia. de Dança com o objeti- ça Isabel Marques.
vo de reconhecer e apreciar diferen- Em 1998, a Caleidos tornou-se um grupo de dança autônomo, com sede na
tes composições, de artistas tanto cidade de São Paulo, sob a direção de Isabel Marques.
brasileiros como estrangeiros, a fim
de garantir a mobilização da habili-
114
Na subseção Outras obras da Ca-
Outras obras da Caleidos Cia. de Dan•a leidos Cia. de Dança, a apreciação e
Como vimos, uma das características dos espetáculos da Caleidos Cia. de
a análise de outros espetáculos do gru-
Dança é a interação com o público. Por isso, a companhia chama esses espetá-
po apresentados nesse momento têm
culos de interativos.
como objetivo fornecer subsídios aos es-
tudantes para realizar o exercício de crí-
No espetáculo Coreológicas ludus, de 2009, espectadores de todas as faixas
tica proposto no fim da seção e continu-
etárias, muitas vezes famílias inteiras, realizam proposições de dança sob a for-
ar a desenvolver habilidades de dança.
ma de jogos com os dançarinos da Caleidos. Leia a seguir o que disse a diretora
Isabel Marques sobre o espetáculo e depois observe duas cenas dele.
Para começar a apreciação e a aná-
lise dos espetáculos, solicite aos estu-
dantes que observem as imagens de
Coreológicas ludus e levantem hipóte-
Palavra de artista ses acerca do que as pessoas estão fa-
zendo e do que acham que trata esse
Em geral, nossos trabalhos não têm uma faixa etária determinada. Para espetáculo. Depois, leia o texto do Livro
nós é mais interessante quando a família inteira está junta no palco dan- do Estudante com eles para que confir-
çando. Então, não se trata de uma arte “para” a criança, mas, sim, de uma mem ou não as hipóteses levantadas. É
arte “com” a criança, que inclui a criança junto com o pai, ou
interessante que notem a interação das
com a avó, ou com o irmão mais velho.
pessoas nas imagens, que parecem es-
MARQUES, Isabel. Entrevista para o site Dança Brasil. Disponível em: http://www.
dancabrasil.com.br/coreol%C3%B3gicas-ludus. Acesso em: 27 abr. 2022. tar participando de uma brincadeira ou
de um jogo.
Aproveite para retomar a interativi-
dade que caracteriza os espetáculos
Fabio Brazil/Caleidos Cia. de Dança
115
115
Com base na imagem do espetáculo No espetáculo interativo Mapas ur-
oferecida nesta página, apresente ou-
116
Para iniciar a atividade do boxe Cri-
Critique e compartilhe tique e compartilhe, oriente a turma a
NÃO ESCREVA NO LIVRO. Na tela
formar uma roda para discutir as ques-
Visite a página do tões apresentadas no Item 1. Solicite
Apreciação do trabalho da Caleidos Cia. de Dança Instituto Caleidos aos estudantes que retomem as fotos
na internet e
Você conheceu o trabalho da Caleidos Cia. de Dança e um pouco de dos espetáculos da companhia apre-
saiba mais sobre
sua história. Agora, vai sistematizar suas ideias a respeito desse grupo de o trabalho da sentados no capítulo e aquelas que fo-
dança e compartilhá-las com a turma. Para isso, escreva um texto crítico companhia de ram coletadas durante a pesquisa fei-
a respeito da obra da companhia. dança. Disponível ta na atividade anterior, bem como as
em: https://www.
1 Para começar, reflita sobre as seguintes questões: informações a respeito de sua criação.
institutocaleidos.
⓿ Os temas abordados pela Caleidos Cia. de Dança são inspirados com/caleidos%20 Nesse momento, além de retomar a
cia-de-danca.html. reflexão acerca das temáticas dos es-
em situações cotidianas. Você achou esses temas importantes?
Acesso em: 26 abr. petáculos, você pode recuperar comen-
Eles têm relação com sua vida? 2022.
tários da conversa sobre como a arte,
⓿ Como são os cenários, figurinos, iluminações e espaços pensados
especialmente a dança, por meio de
pela companhia para a realização dos espetáculos? seus recursos de linguagem (repertó-
⓿ A Caleidos cria espetáculos para todas as faixas etárias e possibili- rio de movimentos e expressão corpo-
ta que famílias inteiras participem deles. Você acha isso interessan- ral), pode abordar, dar forma e nos fa-
te? Por quê? zer refletir sobre questões do entorno e
⓿ Você gostaria de participar de um espetáculo de dança interativo? de nossas vivências.
Por quê? Auxilie os estudantes nas dúvidas
que tiverem a respeito do texto. Se for
2 Depois de refletir, procure identificar os aspectos que fizeram você
necessário, recorde textos já produzidos
gostar ou não das obras. Organize-os em duas colunas, uma para
por eles durante as aulas de Arte nes-
cada categoria.
te ano letivo, pedindo-lhes que voltem
3 Em seguida, tendo em vista a reflexão feita e a lista elaborada, decida ao portfólio para resgatá-los. Depois de
que ponto de vista você defenderá em seu texto e elabore argumen- prontos, cada um deles deve comparti-
tos que expliquem por que gostou ou não das obras. lhar os textos críticos com um colega a
fim de aprimorar a escrita a partir das
4 Crie a primeira versão do texto e compartilhe-a com um colega. Ouça as
sugestões dadas.
sugestões que ele tem a fazer sobre o texto e dê suas opiniões também.
Para a apresentação, alerte os estu-
5 Considerando as sugestões do colega, revise o texto fazendo os ajus- dantes para que escolham previamen-
tes necessários e elabore a versão final. te trechos do texto para a leitura e es-
6 Não se esqueça de criar um título adequado para o texto, que ante- timule-os a tecer novas argumentações
cipe para o leitor seu ponto de vista sobre o trabalho da companhia,
com base no que ouvirem dos colegas.
conforme quiser. Durante a realização da crítica, para
uma avaliação de processo, verifique
se os estudantes conseguem articular
Para concluir ideias e usar argumentos para defen-
dê-las. Ao final, leia os textos criados e
Na data combinada com o professor, compartilhe com a turma suas verifique se conseguiram construir a ar-
impressões sobre o trabalho da Caleidos Cia. de Dança em uma roda de gumentação, pautando-se nos seguin-
conversa. Para se preparar, selecione trechos do seu texto que possam
tes critérios:
ser lidos para o professor e os colegas durante a apresentação. Depois,
guarde o texto no portfólio. 1. Não consegue apresentar as ideias
de forma clara nem argumentar so-
bre elas.
2. Consegue explicar por que gos-
tou ou não do trabalho da Calei-
dos Cia. de Dança por meio de
117
argumentos.
3. Consegue articular as ideias de for-
ma clara, explicando por que gos-
tou ou não do trabalho da com-
panhia com base no que foi visto
e usando o que conheceu para
argumentar.
117
BNCC no capítulo
Na seção História da arte, os objeti-
História da arte
vos de aprendizagem são:
⓿ pesquisar e analisar diferentes for-
Da dança cênica à dança relacional
mas de expressão, representação
e encenação da dança ao estudar Na cultura ocidental, a dança faz parte das artes c•nicas, ou seja, das artes
um recorte histórico que faz um bre- que são encenadas em palcos e outros espaços, como as praças ou mesmo as
ve paralelo entre a dança cênica e a ruas. Isso significa que a dança é um espetáculo em que a plateia tem o papel
dança relacional, sempre de maneira de espectador.
concatenada com a dança contem- A dança cênica surgiu na Itália, no período conhecido como Renascimento,
porânea abordada no capítulo, para, que teve início nas primeiras décadas do século XV e vigorou por mais dois
dessa forma, apreciar diferentes for-
séculos na Europa. Nessa época, a cidade de Florença era um grande centro
mas de dança, tanto de grupos brasi- Praça da República, em
cultural e financeiro e era governada por uma família de nobres, os Médici, que Florença, Itália, 2019.
leiros como estrangeiros, de diferen- A cidade de Florença foi o
tes épocas, a fim de garantir a mo- financiavam as produções artísticas.
berço do Renascimento.
bilização da habilidade EF69AR09
no trabalho com a unidade temáti-
H-AB/Alamy/ Fotoarena
ca Dança articulada ao objeto de co-
nhecimento Contextos e Práticas;
⓿ explorar elementos constitutivos do
to com produções de diferentes épo- cênica, que será mobilizado na produção artística da tur- artes cênicas. Os estudantes poderão identificar, por exem-
cas, os estudantes vão perceber e refle- ma no encerramento do capítulo, e um percurso históri- plo, o teatro e a performance, já estudados, bem como o
tir acerca dos aspectos envolvidos nos co que investiga alguns dos contextos de origem do que se circo e a ópera. Veja se reconhecem o que pode haver em
processos de criação em dança. entende por dança contemporânea. Assim, sistematizam- comum entre essas artes retomando elementos vistos no
Apesar de não estar implicados nos -se aspectos da dança que os estudantes já viram nas se- teatro, como figurino, cenário, espaço cênico e trabalho dra-
próprios processos de criação, os estu- ções anteriores. matúrgico. Peça que identifiquem esses elementos nos es-
dantes entram em contato com sabe- Ao realizar a leitura do texto do Livro do Estudante com petáculos da Caleidos Cia. de Dança. Na atividade de cria-
res que dialogarão com as pesquisas e a turma, proponha a reflexão acerca do significado da ex- ção artística proposta no final do capítulo, os estudantes
os processos que serão instaurados em pressão “dança cênica”. Comece pela investigação das pró- mobilizarão esses conhecimentos.
suas produções com características au- prias palavras, questionando, por exemplo, o que quer dizer Em relação ao balé clássico, um tema que deve ser abor-
torais, tanto no final do capítulo como “cênico”, para associar o termo à ideia de apresentação, de dado são os preconceitos criados em torno dessa forma de
no encerramento da unidade. espetáculo, de acordo com a definição dada no Livro do Es- dança. Retome os estudos feitos na subseção Fatores do
O recorte aqui apresentado pro- tudante. Pergunte à turma, então, quais são as linguagens movimento corporal e comente com a turma que a fluidez
põe um enfoque da dança como arte artísticas que se costuma considerar como integrantes das dos movimentos do balé clássico, a partir de certo momento
118
O balé clássico teve seu início na corte dos reis franceses no século XVII.
Em 1661, o rei Luís XIV criou a Academia Real de Dança, para padronizar as
regras de ensino de dança na França. Nessa época, os balés tinham temas mi-
Biblioteca
tológicos ou históricos e frequentemente enalteciam a figura do rei. O próprio ABREU, Fernanda F. Reflexões
Luís XIV se apresentou muitas vezes em espetáculos para a corte. sobre gênero no balé clássico.
Nesse contexto o balé passou a ser referência de elegância e refinamento, Ártemis, v. 23, n. 1, jun.-jul.
ditando até a postura corporal das pessoas. Isso se manteve até o fim do 2017, p. 149-155. Disponível
século XIX. em: https://periodicos.ufpb.
br/index.php/artemis/article/
view/35795/18184. Acesso
Música/Alamy/ Fotoarena
em: 24 jun. 2022. Nesse artigo,
a professora e pesquisadora
Fernanda F. Abreu mostra que,
até o século XVIII, as estrelas
do balé clássico eram homens
e que essa forma de dança
passou a ser considerada prática
artística feminina no Ocidente a
partir do século XIX. Ela discute
também diferentes visões sobre
o balé clássico, desde as que
o consideram um opressor das
Bailarinos da Ópera
Nacional de Kiev durante mulheres às que, ao contrário,
apresentação do balé julgam que o balé clássico,
O lago dos cisnes, um por meio da performance das
dos espetáculos mais
conhecidos do balé
bailarinas, possibilita-lhes certo
clássico, em Iubin, agenciamento do espetáculo.
Polônia, 2019. Nesses embates entram em causa
as ideias de roteiro (libreto) X
A arte da dança, porém, não se resume a um espetáculo para ser apreciado performance (a atuação das
pelo público. Ela tem um caráter participativo e relacional. Em quase todas as
bailarinas).
culturas, as pessoas dançam em diversas situações sociais, como festas, con-
fraternizações e rituais, para se relacionar umas com as outras.
Atividade complementar
Sergio Ranalli/Pulsar Imagens
LEITURA DE IMAGENS
Para realizar a leitura das imagens desta
página, divida a turma em dois grupos: um
deles deve fazer a leitura da imagem do
balé e outro, a leitura da imagem do ritual
indígena. Solicite aos grupos que analisem
os componentes das imagens: onde as pes-
soas estão, como é o figurino que usam,
como devem ser os movimentos que reali-
zam, se há uso de objetos na cena mostra-
da, entre outros detalhes que considerarem
importantes. Por fim, peça que imaginem
como seria assistir à apresentação analisa-
Dança tapanawanã do
da. Feito esse exercício, oriente os grupos a
povo Kalapalo, aldeia Aiha, compartilhar suas ideias entre si.
Parque Indígena do Xingu,
Querência (MT), 2018.
119
119
Nesta página e na próxima, os sa-
No início do século XX, bailarinos e coreógrafos, dedicados a estudar o movi- Gravidade: uma das
beres estudados na seção 3. Por den-
mento humano e a questionar as regras do balé clássico, passaram a pôr em xe- forças da natureza,
tro da dan•a são retomados, além do
que o fato de esse tipo de dança negar a força da gravidade e encarar os bailari- responsável pelo peso
tema do capítulo e da questão nortea- dos corpos e por nos
nos como ginastas ou acrobatas, deixando a expressividade em segundo plano.
dora da unidade, e tudo isso é articula- manter unidos ao
Entre esses pesquisadores, destacou-se o coreógrafo Rudolf Laban (1879-
do a algumas características da dança planeta Terra.
-1958), que estudou os movimentos das pessoas, de outros seres vivos e até das
contemporânea aqui discutidas. Uma
estrelas e dos planetas e percebeu que os mo-
delas é que a dança contemporânea
vimentos são constituídos invariavelmente dos
diversifica os movimentos levados aos
linguagem da arte que tem no corpo Jaques-Dalcroze (1865-1950), a dança foi se mo-
Rudolf Laban e dançarinos durante ensaio do Balé da Ópera
seu principal instrumento de trabalho e dificando, o que deu origem à dança moderna. de Berlim, na Alemanha, 1930.
5 Com base nesse registro visual, compartilhe o que aprendeu durante a pesquisa com os colegas
e o professor.
Para concluir
Faça um relatório dos principais pontos discutidos e guarde-o no portfólio, juntamente
com uma cópia de sua apresentação.
120
120
Nas décadas de 1960 e 1970, surgiu a dança contemporânea, que, de um de seleção criterioso, ou seja, é preciso
modo mais radical que a dança moderna, rompeu com o espaço do palco, al-
fazer uma curadoria, selecionando e co-
cançando ruas e praças.
mentando cada escolha.
Quando os estudantes fazem
Apresentação de dança coral
playlists de vídeos ou áudios, organi-
Reprodução/Cortesia Museu da Dança
3 Preste atenção às fontes pesquisadas. É muito importante que elas sejam confiáveis. Se possível,
comece pelo site oficial do artista ou da companhia de dança.
Para concluir
Compartilhe sua playlist com a turma. Durante a apresentação, o grupo vai se valer dos
dados coletados para explicar o trabalho do artista ou grupo escolhido. Depois, guarde
uma cópia dela no portfólio.
121
Para a atividade do boxe Pesquise e compartilhe, con- espetáculos e os movimentos que são realizados, entre ou-
tinue estimulando a autonomia dos estudantes. Peça-lhes tros aspectos que julgar interessantes.
que se organizem em trios e leiam as orientações. No momento da pesquisa, aproveite para verificar se os
Se possível, organize-se de modo que a atividade seja estudantes utilizam os conhecimentos construídos até aqui
feita em parceria com o professor de Informática Educati- para a realização da análise e da apreciação das obras pes-
va, a fim de que os estudantes utilizem o laboratório para quisadas e se usam também o vocabulário que foi apresen-
tado. Essa é uma boa maneira de acompanhar o desenvolvi-
realizar as pesquisas.
mento deles em relação à linguagem da dança.
Peça aos estudantes que pesquisem grupos de dança
A playlist é um gênero discursivo multimodal contempo-
brasileiros que trabalhem com a ideia de interação entre
râneo em que se colocam em sequência textual, geralmente
artistas e público, como a Cia. Balangandança e a Quasar automática, músicas ou vídeos selecionados. Essa forma de
Cia. de Dança, entre outras companhias. organizar implica saber manejar a internet em face de uma
Oriente a turma a investigar os processos de criação dos quantidade enorme de conteúdo produzido em larga esca-
grupos de dança, as principais temáticas abordadas nos la. Essa prática de leitura, portanto, demanda um trabalho
121
BNCC no capítulo
Na seção Conexões, os objetivos de
Conexões
aprendizagem são:
⓿ analisar diferentes formas de expres-
suas partes são tópicos de interesse em relação à musculatura, às atividades físicas e à saúde. acham que é uma dança contato-improvisação?”; “Vocês
para os teóricos da dança, coreógrafos Caso esses temas já tenham sido abordados, peça aos es- acreditam que para dançar é necessário ser um bailari-
e dançarinos. As relações que se esta- tudantes que elaborem uma síntese do que já estudaram no profissional ou qualquer pessoa pode dançar?”; “Que
belecem são muito interessantes para sobre o corpo humano. Caso contrário, verifique a possibili- cuidados precisamos ter com quem dançamos?”. Permi-
ambas as áreas. Por isso, apresente a dade de o professor de Ciências apresentar aos estudantes ta que levantem hipóteses com base nas imagens ofereci-
seção para os professores de Ciências considerações sobre a estrutura do corpo humano e como das na seção e, depois, promova a leitura do texto de for-
da escola, de modo a identificar que es- este reage às atividades físicas, além das contribuições de- ma compartilhada.
tudos ou projetos se interceptam entre las para a saúde. Se houver possibilidade, peça a esse pro-
os componentes nessa proposta. fessor que participe da aula em que essa seção será traba-
Procure estabelecer esse diálogo lhada ou que prepare uma apresentação que poderá ser
com o professor de Ciências verificando, utilizada por você em aula.
primeiro, em que momento serão traba- Aproveite para retomar assuntos já estudados no capí-
lhados temas e habilidades relaciona- tulo sobre as ações corporais e os fatores do movimen-
dos ao corpo humano, especialmente to. Pergunte aos estudantes, por exemplo: “Como vocês
122
O contato-improvisação é uma forma de dança em que os dançarinos im- Solicite aos estudantes que organi-
Na tela zem o local da atividade proposta no
provisam movimentos, em duplas, a partir do contato entre seus corpos, es-
tabelecendo uma comunicação corporal espontânea. Os dançarinos usam os Assista ao vídeo boxe Criando laços, afastando mesas
apoios do corpo e a transferência de peso (peso e contrapeso), entre outros
Poéticas do corpo – e cadeiras, caso seja realizada em sala
contato-improvisação, de aula, e verificando objetos que pos-
fatores do movimento, para se movimentar e se deslocar no espaço. da TV Ufop
sam atrapalhar seu desenvolvimento,
Eles usam seus corpos não apenas como um só bloco, com total consci- (Universidade Federal
de Ouro Preto), no qual
caso seja feita na quadra esportiva ou
ência do movimento, mas também se articulam de forma sucessiva e inde-
dançarinos explicam no pátio. Depois, deixe-os livres para
pendente, fazendo da dança uma verdadeira parceria. Para tanto, precisam
essa modalidade da escolher de forma autônoma os parcei-
estar sempre com uma parte do corpo em contato com uma parte do corpo dança e a executam. ros com quem vão trabalhar.
do parceiro e confiar um no outro: é uma dança que requer total aceitação e Disponível em: https://
www.youtube.com/ Leve para a escola algumas músicas
abertura para o outro.
watch?v=GpanMNKttfk. pré-selecionadas a fim de que a turma
Acesso em: 27 abr. 2022. escolha uma ou duas para dançar.
Mauricio Zumaran/Grupo Contemporâneo de Dança Livre
123
BNCC no capítulo
Na seção Fazendo arte, os objetivos
de aprendizagem são:
Fazendo arte
⓿ investigar o movimento e o improvi-
Neste capítulo você conheceu o trabalho da Caleidos Cia. de Dança e sua proposta de criar espetácu-
so como partes integrantes da cria-
ção coletiva em dança, possibilitan- los em que o público participa ativamente do espaço cênico. Você explorou o aspecto relacional da arte
do a ampliação e a diversificação de em outras obras da arte contemporânea e percebeu que esse jeito de fazer arte pode transformar as
referências e de repertório na lingua- relações entre as pessoas e ajudar a refletir sobre elas. Os espetáculos em que o público é convidado a
gem, a fim de garantir a mobilização
participar em geral têm como tema questões importantes do contexto afetivo, cultural, social e político
da habilidade EF69AR12 no traba-
lho com a unidade temática Dança desse público.
articulada ao objeto de conhecimen- Agora, você vai pôr em prática todos esses conhecimentos na criação e no planejamento de um espe-
to Processos de Criação; táculo de dança. Para isso, leia as orientações das etapas.
⓿ investigar diferentes práticas de dan-
124
⓿ Dançarinos: todos podem dançar, mesmo os que desempenham outra função no grupo. O impor-
associado às vivências/descargas
emocionais, e o sentimento cog-
tante é que que se sintam à vontade para isso. Converse com os colegas a respeito das propostas
nitivo (do inglês cognitive feeling),
levantadas pelo grupo e considere quais delas você gostaria de interpretar. Para a escolha de elenco,
com o qual a dança, enquanto for-
é interessante que cada dançarino explore suas tendências de movimento para que se sinta à vonta-
ma de conhecimento e disciplina
de na realização da dança. Esse caminho permite que todos aprofundem a experiência. escolar, estaria mais engajada. Ou
seja, muito mais do que “autoex-
www.educadores.diaadia.
pr.gov.br/arquivos/File/2010/
artigos_teses/2010/Arte/artigos/
danca_escola.pdf.
Acesso em: 24 jun. 2022.
A designer de roupas
canadense Liz Vandal
(1965-) ajusta figurino
de dançarina para
apresentação do
espetáculo Alice no
país das maravilhas, do
grupo estadunidense
Washington Ballet, em
Washington D.C., Estados
Unidos, 2012.
125
125
Na Etapa 2, oriente os estudantes ⓿ Cenógrafo: pessoa responsável por criar e confeccionar os cenários, ou seja, conceber e produzir os
a escolher um tema inspirado nas pro- espaços cênicos do espetáculo.
postas da Caleidos Cia. de Dança ou
em outros grupos apreciados duran-
126
Etapa 3
Criação da coreografia
1 Como vimos, a coreografia é a sequência dos movimentos que formam uma dança. É ela que determi-
na o que será interpretado e de que maneira, onde cada dançarino deve estar no espaço cênico e em
que momentos será feito cada movimento.
2 Com os colegas, pense em uma sequência de movimentos que possa representar o tema escolhido
pelo grupo.
3 O grupo pode também escolher improvisar alguns movimentos na hora da apresentação. Se optar por
isso, deve definir aspectos como o tempo e o espaço que serão destinados à improvisação. Organizar
esses elementos é importante para garantir o resultado que o grupo deseja.
5 Conceba também um modo de envolver o público no espetáculo, planejando em que momento isso
vai acontecer, como será feito o convite para que os espectadores participem e em que sequência de
movimentos eles vão participar.
6 Faça algum tipo de registro da coreografia criada para que todos do grupo possam consultá-lo a qual-
quer momento. Pode-se anotar por escrito ou desenhar em uma folha à parte as movimentações e as
posições de cada integrante do grupo, e é possível fazer também o registro em vídeo.
Luiza de Souza/Arquivo da editora
Etapa 4
Produção do espetáculo
1 Para se preparar para a apresentação, o grupo deve definir um prazo para providenciar a monta-
gem dos cenários e do figurino, escolher a trilha sonora e resolver detalhes da encenação.
127
Na tabela, os movimentos não estão descritos detalhadamente; sua execução depende alguns podem se repetir. Em seguida, cada dupla entrega a tabela que criou para a outra
da interpretação do dançarino. dupla, a fim de que executem os movimentos. Peça que estudem a tabela, combinem
A transição de uma composição é inicialmente mais leve e contida, indo até uma si- como farão os movimentos indicados, ensaiem e apresentem para os colegas de grupo.
tuação mais expansiva e acelerada para, depois, retornar ao estado original, em uma Depois, proponha questões para reflexão sobre a atividade. Pergunte, por exemplo, como
mudança de oito movimentos. foi a realização da sequência, como cada dupla interpretou e escolheu os movimentos,
Copie a tabela na lousa e apresente-a aos estudantes, questionando como cada um de-
como a outra dupla interpretou a sequência, se saiu como esperavam ou o que ficou
les executaria essa sequência. Em seguida, peça a alguns voluntários que experimentem
formas e interpretações da sequência e que os colegas observem. diferente do que planejaram, etc.
Então, solicite aos estudantes que formem grupos de quatro integrantes e que, depois, se Ajude a turma a entender a lógica da construção de sequências de movimentos nas tabe-
dividam em duas duplas de trabalho. Cada dupla vai elaborar uma tabela de transição de las para elaborar a atividade. A tabela é um recurso para registrar tipos, variações de mo-
movimentos, como a apresentada. Oriente a turma a pensar nas mudanças de um movi- vimentos e suas relações com os outros elementos da dança. O objetivo desse recurso é
mento para outro. Os estudantes não precisam usar sempre todos os oito movimentos, identificar esses elementos e pensar a respeito de como se pode definir uma coreografia.
127
Permita que cada grupo ensaie pelo ⓿ O grupo deve combinar códigos para indicar o início e o fim da apresentação e manter-se conectado
menos três vezes a coreografia. Plane- pelo olhar.
je com os estudantes como será feito o
⓿ Se no planejamento da estrutura coreográfica o grupo não concebeu todos os movimentos da dan-
registro da apresentação, para que seja
ça, não há problema. Basta executar as ideias que já foram pensadas e continuar a desenvolver a
inserido no portfólio.
coreografia com base no improviso.
Combine com a turma também o dia
da apresentação da coreografia e, se ⓿ Durante os ensaios, fazendo movimentos diferentes, o grupo poderá acrescentar boas composições
possível, convide para o evento os fa- que não haviam sido previstas.
miliares e toda a comunidade escolar.
Finalizadas as apresentações, con- Etapa 5
verse com os estudantes sobre o uso Apresentação
dos movimentos e, depois, convide-os
Com os colegas e sob a orientação do professor, escolha uma data para a apresentação e planeje o
a falar de suas dificuldades, se gosta-
evento. Se for possível, convide os familiares e a comunidade escolar para prestigiar a apresentação.
ram da experiência, o que deu certo, o
que não deu, etc. Em seguida, reúna a
turma para criar um texto coletivo, re-
gistrando na lousa o que vivenciaram.
Peça a cada estudante que transcreva
o texto da lousa para uma folha à parte
e que a arquive no portfólio.
A atividade tem como objetivo promo-
ver o exercício dos elementos da lingua-
gem da dança na construção de uma co-
reografia. Para uma avaliação de processo,
observe o que os estudantes devem fazer
nesta atividade para desenvolver as habi-
Luiza de Souza/Arquivo da editora
⓿
⓿ Você pôde perceber na prática que todos podem dançar respeitando os limites do próprio corpo?
Planejar e escolher o tema da coreo-
grafia: Como foi essa experiência? Respostas pessoais.
128
consciente, ampliando e mobilizan-
Etapa 8 do o repertório corporal?
⓿ Os estudantes analisam e refletem
Retomada
sobre o uso dos elementos da dan-
Em uma folha à parte, redija um relatório organizado em tópicos, que descreva cada etapa vivenciada ça em suas produções, reconhecen-
na atividade, e arquive-o no portfólio. do as estratégias de construção e ex-
ploração do movimento e suas pro-
priedades?
⓿ Os estudantes comparam e ava-
Fio da meada liam os resultados de suas pesqui-
sas e experimentações com formas
O que vimos
distintas de manifestação da dança,
Neste capítulo, por meio da questão A arte pode expressar nossas relações?, pudemos conhecer elementos da
na busca de soluções para expressar
dança e perceber como a arte traz à discussão nossas relações com as outras pessoas, os lugares e a própria arte.
suas ideias e sentimentos?
Os trabalhos da Caleidos Cia. de Dança e de outros grupos e artistas que foram apresentados tratam de temas do
⓿ Os estudantes identificam relações
cotidiano, das relações e nos levam a refletir sobre uma arte participativa. Nesse percurso, vimos que:
entre o movimento dançado e os mo-
⓿ os movimentos corporais podem expressar atitudes, pensamentos e emoções; vimentos das atividades cotidianas,
⓿ a consciência corporal permite nos conhecer melhor e é importante para desenvolver a expressão artística; percebendo como podem ser incor-
⓿ todo corpo é único e todas as pessoas podem dançar, independentemente de idade, altura, peso ou outros porados em suas experimentações e
fatores; criações?
⓿ a dança é uma arte em que o corpo é o meio de expressão; ⓿ Os estudantes estabelecem relações
⓿ existem quatro fatores do movimento – fluência, espaço, peso e tempo –, e eles ajudam a nos expressar cor- entre os diversos tipos de movimen-
poralmente; to e suas propriedades e os temas
⓿ as sequências de movimentos criadas pelos dançarinos se chamam coreografias; e ideias que desejam expressar em
⓿ as características dos movimentos de uma coreografia influenciam na interpretação que os espectadores suas criações coreográficas?
fazem dela. Na sequência, promova uma conver-
Autoavaliação: é hora de retomar o portfólio sa coletiva sobre as questões apresen-
Agora, chegou o momento de rever os registros arquivados no portfólio para refletir sobre seu processo de apren- tadas no tópico Autoavaliação: é hora
dizagem até aqui. Depois disso, produza um registro escrito sintetizando o que estudou. Para tanto, comece respon-
de retomar o portfólio, para que os es-
dendo às questões a seguir:
tudantes possam falar sobre seu de-
sempenho durante o estudo. Ajude-os
1. Depois do que estudou neste capítulo, seu conhecimento sobre as artes corporais mudou? nessa reflexão sobre os novos conheci-
2. Você ficou satisfeito com a sua produção artística? mentos adquiridos e a produção reali-
zada até o momento. Nesse momento,
3. Você considera que sua produção artística expressa sua personalidade, suas opiniões, seus sentimentos e suas
o portfólio torna-se um importante ins-
emoções?
trumento de análise metacognitiva.
4. Depois deste capítulo, de que forma você acha que a arte pode expressar nossas relações? Depois de compartilhadas as im-
O que vem por aí pressões, oriente a turma a fazer um
Continuando nosso projeto, no Capítulo 4, estudaremos como outra linguagem artística, a música, pode nos aju-
resumo dos principais pontos levanta-
dar a continuar refletindo sobre nossas relações. Para isso, nós vamos:
dos em uma folha à parte, com nome e
⓿ apreciar músicas e canções;
data. Esse texto também deve ser guar-
⓿ conhecer a vida e a obra de artistas;
dado no portfólio.
⓿ estudar elementos da linguagem musical; Por fim, faça a leitura coletiva dos
⓿ conhecer um pouco mais da história da música;
itens listados no tópico O que vem por
⓿ experimentar jogos musicais;
aí e pergunte aos estudantes se imagi-
⓿ participar da criação de um espetáculo de música;
nam outros itens possíveis provenientes
⓿ refletir sobre aquilo que a arte pode expressar sobre nossa relação com os outros.
da leitura dessa seção para que tam-
bém se somem à lista.
Para concretizar os estudos listados,
129 procure promover outras atividades, por
exemplo, fazendo visitas culturais e téc-
nicas, convidando profissionais para vi-
A Etapa 8 visa estimular os estudantes no desenvolvi- Para a realização da proposta do Fio da meada, leia com sitar a escola e para conversar com os
mento do pensamento computacional, propondo a reto- os estudantes a síntese dos conceitos trabalhados no capí- estudantes, entre outras possibilidades.
mada e a sistematização das etapas anteriores da ativi- tulo e esclareça possíveis dúvidas. Durante essa leitura, vá
dade em um relatório. Nesse contexto, por apresentar um estabelecendo relações entre os tópicos e a questão nor-
desafio, a proposta de produção é definida como um pro- teadora da unidade. Sistematize os principais aspectos na
blema a ser trabalhado pelos estudantes, cujas etapas de lousa e peça a todos que anotem.
produção constituem uma metodologia para resolver o pro- Como forma de acompanhar as aprendizagens da turma,
blema. Assim, o relatório deve apresentar as pesquisas, as retome as habilidades trabalhadas e os temas do capítulo,
discussões sobre a temática do trabalho e as experimenta- analisando o portfólio e a participação em sala com base
ções artísticas realizadas no decorrer do processo, identifi- nos seguintes critérios observáveis:
cando como cada uma delas se relaciona à produção final. ⓿ Os estudantes reconhecem e distinguem os elementos da
O objetivo é que, a partir de uma análise de cada parte do dança e da expressão corporal estudados nas apreciações?
processo de produção, os estudantes elaborem uma sínte- ⓿ Os estudantes experimentam e utilizam elementos
129
BNCC no capítulo
Na abertura de capítulo, os objetivos
4
de aprendizagem são:
Arte e
⓿ refletir e discutir com os colega sobre
atitude
ção “Máscara”, de Pitty, formulando
e compartilhando hipóteses e inter-
pretações sobre ela, de forma a re-
lacionar as práticas musicais às dife-
rentes dimensões da vida, a fim de
mobilizar a habilidade EF69AR16
no trabalho com a unidade temáti-
ca Música articulada ao objeto de
conhecimento Contextos e Práticas;
⓿ entrar em contato com o trabalho da
Para trabalhar com o Capítulo 4, de- Para come•ar Ribeirão Preto (SP), 2018.
dicado à linguagem da música, leia es- 1. Você tem o hábito de ouvir música? De que tratam as canções de que mais gosta?
tas orientações, que acompanham as 2. Que canções você conhece que tratam das relações entre as pessoas?
páginas do Livro do Estudante, com 3. Já foi a um show de música? Como foi essa experiência? Respostas pessoais.
antecedência e providencie as canções Você já reparou que vivemos cercados por som? Os sons das diferentes pai-
e os exemplos de som sugeridos, bus- sagens, da voz das pessoas com quem convivemos, das músicas que ouvimos
cando-os na versão digital da obra ou quando estamos sozinhos ou com outras pessoas são alguns dos que ouvimos
na internet, pois eles são essenciais pa- todos os dias. Muitos artistas transformam sons em arte, criando canções que
ra o estudo do capítulo e o entendimen- nos divertem, emocionam e despertam nossa imaginação. Neste capítulo, va-
to dos conceitos aqui apresentados.
mos aprender sobre os sons e verificar como a música pode nos levar a refletir
No Capítulo 4, iniciamos o estudo da sobre nós mesmos e nossa relação com os outros.
linguagem musical com a obra da canto-
ra e compositora Pitty, tendo como ponto
130
de partida uma canção de seu repertório
que dialoga com a questão norteadora
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
da unidade, A arte pode expressar nos-
sas relações? No decorrer do capítulo, que trate das relações entre as pessoas e se costumam estão presentes no cotidiano, a aprofundar seus conheci-
amplia-se a discussão para o rock co- ouvir música sozinhos ou acompanhados de outras pes- mentos sobre a linguagem musical.
mo gênero musical que tem forte ligação soas. Questione se já assistiram a shows ao vivo ou pela mí- Se a maioria dos estudantes nunca tiver assistido a um
com as culturas juvenis, analisando seu dia e se reconhecem que a televisão, por exemplo, veicula show ou a um espetáculo musical, seria interessante ten-
potencial de crítica e contestação social. sons o tempo todo, desde trilhas sonoras, jingles, falas das tar organizar, no decorrer do ano letivo, uma ou mais visitas
Inicie o trabalho reunindo os estu- pessoas até programas de apresentações musicais. culturais com esse objetivo.
dantes em grupos para que analisem O objetivo dessas questões é propiciar aos estudantes o
a imagem desta página e leiam o texto compartilhamento de suas experiências e concepções acer-
de abertura. Depois, oriente-os a discu- ca dos temas que serão abordados no capítulo e ao profes-
tir as questões propostas no boxe Para sor a realização de um diagnóstico inicial do repertório da
começar. Permita que se expressem li- turma, a partir do qual poderá escolher e modificar os per-
vremente sobre suas vivências com a cursos de ensino-aprendizagem.
música, o tipo de música de que mais Essas questões podem também instigar os estudantes,
gostam, se conhecem alguma música ao reconhecer as variadas formas sob as quais os sons
130
1 A arte de Pitty
vem norteando a unidade: A arte pode
expressar nossas relações?
Verifique se a turma conhece algo do
Na página anterior, você viu uma foto da cantora e compositora baiana rock como gênero musical e os valores
Priscilla Novaes Leone (1977-), mais conhecida como Pitty. Você a conhece? Pela e comportamentos relacionados a ele e
imagem, consegue imaginar a música que ela está cantando? se é capaz de estabelecer relações entre
Observe mais uma imagem da artista durante uma apresentação e ouça a imagem observada e esse tipo de mú-
com os colegas e o professor a canção “Máscara”, que pode ser encontrada sica. Constate se fazem alguma conexão
facilmente na internet. entre as imagens e o universo dos ado-
lescentes e jovens em geral. Essa con-
versa, que pode trazer à tona a históri-
131
BNCC no capítulo 2 Mais perto de “Máscara”
Na seção 2. Mais perto de “Másca-
ra”, os objetivos de aprendizagem são: Entre outros assuntos, “Máscara” trata da importância de a pessoa ser ela
⓿ analisar criticamente, por meio da mesma, independentemente do julgamento dos outros.
apreciação musical da canção “Más- Ouça novamente a canção e acompanhe a letra, que está a seguir. Depois,
cara”, usos e funções da música em converse com os colegas e o professor sobre suas impressões.
seus diversos contextos de produção
e circulação, estabelecendo relações Máscara
com o que se pretende discutir na
Diga
unidade e com as dimensões da vida
social, cultural, estética e ética, e as- Quem você é, me diga
sim assegurar a mobilização da ha- Me fale sobre a sua estrada
bilidade EF69AR16 no trabalho com Me conte sobre a sua vida
a unidade temática Música articula-
da ao objeto de conhecimento Con- Tira
textos e Práticas; A máscara que cobre o seu rosto
⓿ explorar e analisar criticamente Se mostre e eu descubro se eu gosto
meios e equipamentos culturais de Do seu verdadeiro jeito de ser
circulação da música, como é o caso
dos singles e dos videoclipes, para Ninguém merece ser só mais um bonitinho
ampliar o conhecimento dos estu-
Nem transparecer... consciente, inconsequente
dantes em relação aos sistemas de
circulação dessa linguagem, e assim Sem se preocupar em ser adulto ou criança
assegurar a mobilização da habilida-
de EF69AR17 no trabalho com a uni- O importante é ser você
dade temática Música articulada ao Mesmo que seja estranho, seja você
objeto de conhecimento Contextos Mesmo que seja bizarro, bizarro, bizarro
e Práticas; Mesmo que seja estranho, seja você
⓿ relacionar a prática artística musical e
Mesmo que seja
o videoclipe às diferentes dimensões
da vida para que os estudantes am-
pliem o repertório em relação às pro-
duções musicais e audiovisuais, a fim
de garantir a mobilização da habilida-
de EF69AR31 no trabalho com a uni-
dade temática Artes Integradas ar-
ticulada ao objeto de conhecimento
Contextos e Práticas.
As dimensões do conhecimento são:
Fruição e Reflexão. Tira
A máscara que cobre o seu rosto
Nesta seção 2. Mais perto de “Más-
Se mostre e eu descubro se eu gosto
cara”, antes de propor novamente a
Do seu verdadeiro jeito de ser
escuta aos estudantes, leia a letra da
canção e converse com eles sobre os Ninguém merece ser só mais um bonitinho
possíveis significados que ela traz. Apro- Nem transparecer... consciente, inconsequente
veite o momento para tirar dúvidas a Sem se preocupar em ser adulto ou criança
respeito de palavras que eles podem
desconhecer primeiro pedindo que
tentem inferir o significado delas pelo
contexto e, posteriormente, propondo a
consulta a um dicionário, se for o caso.
132
Depois da primeira leitura da letra, leia
o primeiro parágrafo desta página, que Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
traz uma breve interpretação da canção,
e reproduza novamente o áudio da can- Em seguida, solicite aos estudantes que se organizem em Converse com os estudantes novamente sobre a letra
ção para que os estudantes a escutem, roda e aprofunde a discussão sobre a letra da canção, per- da canção e as imagens da cantora, mencionando ainda
agora acompanhando a letra. Reprodu- guntando, por exemplo: “Depois de ler a letra da canção, de outros artistas do rock que eles conhecem, a fim de que
za ainda uma vez mais e peça aos estu- que mais vocês acham que ela trata? Que trechos podem associem a letra, que traz um teor de contestação social,
dantes que tentem acompanhá-la can- comprovar o argumento de vocês?”; “Vocês se identificam a modos muito próprios de se comportar e de se vestir
tando. Durante a escuta, além da letra, com essa letra? Por quê?”; “Acham que existem situações dos artistas que se dedicam a esse gênero e de pessoas
procure despertar a atenção da turma em que usamos ‘máscaras’ para não mostrar o que realmen- que gostam de rock. É interessante que eles relacionem
para outras características da música. te somos? Por quê?”; “Acham que as pessoas costumam também o modo de se comportar e de se vestir a uma crí-
Para isso, faça perguntas como: “Vocês nos julgar pelo que somos? Por quê?”; “Que relações vocês tica às regras e convenções sociais que possam expres-
conseguem identificar algum instrumen- conseguem estabelecer entre a letra da canção e a questão sar preconceitos.
to musical sendo tocado?”; “A música norteadora A arte pode expressar nossas relações?. Deixe Explore o boxe Você sabia? e incentive os estudantes a
tem refrão?”; “É uma canção rápida ou que os estudantes comentem o que perceberam da letra da interpretar os possíveis significados da estrofe de “Másca-
lenta?”; “Que termos vocês usariam pa- canção e que estabeleçam relações com suas vivências pa- ra” que é cantada em língua inglesa com mais perguntas,
ra caracterizar essa canção?”. ra apreciar e analisar a música apresentada. como: “Do que a cantora pode estar cansada ou farta?”;
132
O importante é ser você
Mesmo que seja estranho, seja você
Mesmo que seja bizarro, bizarro, bizarro
Mesmo que seja estranho, seja você
Mesmo que seja
MÁSCARA. Intérprete: Pitty. Compositora: Pitty. In: ADMIRÁVEL chip novo. Intérprete: Pitty.
São Paulo: Deckdisc, 2003. 1 CD, faixa 3.
Voc• sabia?
Como você deve ter observado, a letra da canção tem uma estrofe escrita em inglês. Nela, a frase “I had enough
of it, but I don’t care ” é repetida algumas vezes. Ela pode ser traduzida como “Eu estou farta disso, mas não me
importo”. Você consegue imaginar o significado que a frase tem no contexto da letra?
133
133
Promova a leitura do primeiro pará- “Máscara” é uma canção que aborda o descontentamento com as normas
grafo do texto desta página e, em segui- de comportamento e de aparência impostas por determinados grupos da socie-
da, proponha as questões para debate. dade. Esse é um assunto com o qual muitas pessoas se identificam, já que nem
Deixe que os estudantes falem sobre as sempre nosso relacionamento com os outros é marcado pelo acolhimento e pela
situações pelas quais já passaram, ex- valorização das diferenças. Ao contrário, muitas vezes deparamos com atitudes
pressando como se sentiram, e que for- de preconceito e exclusão em relação ao que os outros são ou expressam.
mulem hipóteses que possam ajudar a Pense sobre estas questões e converse com os colegas e o professor.
evitar e a combater situações e atitu-
⓿ Você já sofreu algum tipo de preconceito ou presenciou uma pessoa
des preconceituosas. É importante que
passando por uma situação como essa? Como se sentiu?
eles notem que essa discussão foi tra-
zida à tona pela canção apresentada e ⓿ Em sua opinião, o que podemos fazer para evitar essas situações?
que a arte é capaz de nos levar a refletir ⓿ Você considera que a arte pode ajudar a refletir sobre essas questões?
sobre esse tema, contribuindo, assim, Por quê? Respostas pessoais.
para a construção de uma opinião críti- Na letra da canção, Pitty defende que devemos dar mais valor às histórias
ca sobre preconceito e exclusão de mo- de vida e aos verdadeiros jeitos de ser das pessoas do que às máscaras criadas
do a nos fazer agir de forma empática para seguir padrões de comportamento social. A letra é animada e empolgante,
em busca de uma sociedade mais jus- e na música são usados instrumentos muito comuns nas bandas de rock: bate-
ta e igualitária. ria, baixo elétrico e guitarra elétrica.
Ao tratar das normas sociais às quais
costumamos estar submetidos, comen-
Diego Barezi/Acervo do fotógrafo
134
Diversas músicas do álbum Admirável chip novo foram gravadas originalmen- Single é o nome de um Aprecie as imagens do videoclipe
te como singles, e “Máscara” foi a primeira a ser divulgada por Pitty. Na época formato de lançamento em apresentadas nesta página com os estu-
que as músicas são dantes e proponha as questões para que
do lançamento, a canção ganhou um videoclipe, dirigido por Maurício Eça.
divulgadas individualmente,
No vídeo, cenas de Pitty se apresentando com sua banda em um cenário que
eles possam associá-las à letra e à me-
sem compor um álbum. Hoje
lembra um velho teatro são alternadas com imagens de pessoas expostas em em dia, a internet tem sido
lodia da canção. Com relação à primeira
jaulas, como “raridades”, sendo avaliadas por três homens de terno. Ao final do um dos principais meios de pergunta, espera-se que eles percebam
divulgação de singles. a predominância de tons escuros de ver-
clipe, descobrimos que o líder dos juízes é cego, o que nos leva a questionar a
validade de julgar algo ou alguém como “bizarro” apenas pela aparência.
melho e verde. Peça que compartilhem
Assim como muitas outras canções de rock, “Máscara” tem uma letra que
suas impressões sobre que sentidos o
uso dessas cores pode construir nas ce-
questiona os padrões e as convenções sociais. Desde que surgiu, na década de
nas do videoclipe. Uma possibilidade é
1950, esse gênero musical tem sido associado a atitudes questionadoras e à
que o uso dessas cores cria uma atmos-
rebeldia.
fera sombria, de estranhamento, que se
Observe a seguir algumas cenas do videoclipe.
relaciona à temática da letra da canção.
Ao dar sequência à conversa, faça per-
Maurício Eça/CINEMACENTRO
135
BNCC no capítulo 3 Por dentro da música
Na seção 3. Por dentro da música,
os objetivos de aprendizagem são:
⓿ analisar e apreciar diferentes estilos
Som, silêncio e ruído
musicais, como rock, valsa e mar- Preste atenção ao seu redor. O que você ouve? Resposta pessoal.
cha, de acordo com sua estética, pa- Estamos cercados de diferentes sons, o tempo todo. Se você parar para ou-
ra aprimorar a capacidade de apre- vir com atenção, provavelmente vai escutar alguma voz, um veículo, o latido de
ciação dos estudantes e ampliar suas um cão e muitos outros sons, mesmo que distantes.
possibilidades de experimentação e Alguns sons são criados por fenômenos da natureza, como o vento e a chu-
criação musical, a fim de garantir a
va. Outros são produzidos pela ação humana, seja por meio do próprio corpo,
mobilização da habilidade EF69AR19
seja por instrumentos musicais, seja pelo uso de máquinas.
no trabalho com a unidade temática
Música articulada ao objeto de co- ⓿ Observe as imagens a seguir. Que sons você imagina que podem ser
nhecimento Contextos e Práticas; ouvidos em cada um dos ambientes retratados? Resposta pessoal.
⓿ analisar e explorar o timbre, a dura-
136
por toda parte e que é possível produzir
Experimente e compartilhe sons com diferentes materiais.
Como forma de ampliação, propo-
É possível ouvir o silêncio? nha aos estudantes que classifiquem
Nesta atividade, você vai refletir sobre a ideia de silêncio absoluto. Para isso, vai precisar de uma
os sons encontrados. Pergunte: “Que
folha de papel sulfite.
material gerou esse som?”; “Ele po-
de acontecer sem a intervenção de al-
1 Seguindo a orientação do professor, sente-se no chão formando uma roda com os colegas.
guém?”; “A turma conseguiu encontrar
2 O professor vai escolher um estudante para começar a atividade. Ele deverá passar a folha de
todos os sons da sala de aula?”; “Que
papel sulfite para o colega que estiver sentado a sua direita, tentando não fazer nenhum som.
ações geraram os sons encontrados?
Durante toda a rodada, a turma deve ficar em silêncio, apenas passando a folha de mão em mão.
Raspar os objetos, percuti-los, assoprá-
3 A atividade deve continuar até que a folha de papel sulfite passe por todos da roda. Pode ser ne- -los?”, “O que diferencia um som inte-
cessária mais de uma tentativa. ressante de um som desinteressante?”.
A atividade deve reforçar o conceito
Para concluir de paisagem sonora por meio da inves-
Converse com os colegas e o professor sobre as conclusões a que chegaram e guarde um registro
tigação de sonoridades e silêncio. Em
do bate-papo no portfólio. relação à avaliação de processo, ob-
⓿ Foi possível “ouvir” o silêncio? Por quê? serve o que os estudantes devem re-
⓿ Algum ruído externo à atividade a tornou mais difícil? Qual? Respostas pessoais. alizar para desenvolver as habilidades
trabalhadas e os respectivos indicado-
res de realização, que correspondem a:
“1. Não atingiu o esperado”; “2. Rea-
lizou a atividade satisfatoriamente”; e
“3. Superou as expectativas”.
⓿ Ser silencioso nos momentos em que
137
Promova a leitura dos primeiros pa-
rágrafos da subseção Parâmetros so- Parâmetros sonoros
noros e explique aos estudantes que o Você deve ter percebido a dificuldade de ouvir o silêncio absoluto. Isso acontece porque as partículas da
silêncio absoluto não existe. natureza estão em constante movimento e, quando se movimentam, dentro ou fora de nosso corpo, esse
Pergunte a eles se algum som lhes movimento produz vibrações. Assim, podemos dizer que estamos o tempo todo sujeitos aos sons.
traz a recordação de um lugar ou uma O som é a percepção dessas vibrações e, para percebê-las, usamos o sentido da audição. É por meio dele
situação e deixe que eles comentem. que ouvimos sons que remetem a sentimentos, objetos, sabores, cheiros, lugares, pessoas, situações, etc.
O timbre é uma propriedade do som Os sons são caracterizados pelos parâmetros sonoros, que vamos estudar a seguir.
que parece, à primeira vista, difícil de
definir, sendo por isso considerado um Timbre
parâmetro sonoro mais complexo, mas
O primeiro parâmetro que vamos conhecer é o timbre, chamado de a “cor” do som. Dizemos isso porque
que na prática é facilmente percebi-
ele é a identidade sonora, ou seja, é o que permite distinguir um som de outro. É o timbre que diferencia o
do. É por meio do timbre que identifi-
som do piano do som do violão e o latido de um cão do miado de um gato, por exemplo.
camos a fonte de um som: uma pes-
01 Ouça com os colegas e o professor alguns exemplos de sons com timbres diferentes.
soa, um instrumento musical, etc. Uma
mesma fonte pode produzir sons com Duração
diferentes timbres. Por exemplo: cordas
de náilon de um violão, se tangidas por Outro parâmetro usado para caracterizar o som é a duração, que corresponde ao tempo em que um
palhetas de plástico ou pelas unhas da som permanece soando, que pode ser longo ou curto. No caso de uma campainha, podemos tocá-la ra-
mão, resultam em notas que podem ser pidamente ou pressionar o botão por bastante tempo de maneira que o som “aconteça” por mais tempo.
as mesmas (sons de mesma frequên- 02 Ouça com os colegas e o professor alguns exemplos de sons com durações diferentes.
cia), mas que têm timbres diferentes.
Após introduzir o conceito, apresen- Intensidade
te aos estudantes exemplos de sons O terceiro parâmetro empregado para qualificar os sons é a intensidade. Ela determina a força do som,
com timbres diferentes (miado de ga- que pode ser mais forte ou mais fraco. Geralmente, a intensidade é chamada de volume.
to e latido de cachorro; diálogo entre 03 Ouça com os colegas e o professor alguns exemplos de sons com intensidades diferentes.
duas pessoas; som de violão e som de
piano), que podem ser encontrados na
Experimente e compartilhe
versão digital da obra ou na internet;
e proponha à turma que identifique a
fonte de cada som. Estimule, em segui- Que tal produzir sons com diferentes durações e intensidades?
da, que comentem outros timbres, co- 1 Fique de pé e forme um semicírculo com todos os colegas da sala.
mo o som de um tamborim, o som de 2 Um estudante será escolhido para ser o regente e deverá ficar à frente do grupo.
um pandeiro, entre outros. 3 O regente vai fazer sinais, e quem estiver na roda deve produzir sons de acordo com esses sinais.
A duração é uma característica do Quando ele abrir os braços, produza um som longo; quando os fechar, produza um som curto. Da
som que costuma ser facilmente identi- mesma forma, caso ele levante as mãos, produza um som forte e, se as abaixar, produza um fraco.
ficável, principalmente se compararmos 4 Combine com os colegas de produzir os mesmos sons. Por exemplo, bata palmas para produzir um som
um som a outro. Assim, quando estiver curto e cante a sílaba “lá” de forma demorada para produzir um som longo. Para sons fracos, bata as
tratando dessa característica, apresente
mãos nas coxas de forma fraca e, para produzir sons fortes, bata de modo mais forte.
aos estudantes exemplos de sons curtos
5 Seguindo a orientação do professor, reveze com os colegas no papel de regente.
(como o de um martelo batendo em um
prego ou o de chute em uma bola de fu-
tebol) e longos (como o do sino de uma Para concluir
igreja e o do ronco do motor de um carro
Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir e guarde um registro da discussão
em movimento), que podem ser encon- no portfólio.
trados na internet. Você pode utilizar ain- ⓿ Que mudanças ocorreram com o som quando o regente abriu e fechou os braços?
da os exemplos dados na versão digi- ⓿ E que mudanças ocorreram quando ele levantou ou abaixou os braços?
tal da obra (motor de um automóvel em ⓿ Por que isso acontece? Elabore uma explicação considerando a duração e a intensidade do som.
movimento para o som longo e o tique- Respostas pessoais.
-taque do relógio para o som curto). Em
138
seguida, incentive-os a falar sobre outros
sons que podem ser longos ou curtos.
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
A intensidade é a característica so-
nora que determina a amplitude ou o converse com os estudantes sobre outros sons que identi- sons e, em seguida, dar os comandos relacionados à intensi-
volume de um som. Pode ser compreen- ficam como fraco ou forte. É possível que eles confundam dade. No caso dos sons curtos, é importante que eles sejam
dida pela relação entre sons fortes e a intensidade com a altura do som, que será abordada na repetidos diversas vezes.
fracos. Depois de ler o texto com os es- sequência, mas as experimentações que vão realizar ajuda- Durante a conversa sobre a atividade, espera-se que per-
tudantes, apresente-lhes exemplos de rão a distinguir esses dois parâmetros. cebam a variação na duração e na intensidade do som. No
sons fortes, como o de um trovão ou Para a atividade proposta no boxe Experimente e compar- exemplo da atividade, as palmas equivalem a sons curtos, e
o de um grito, e fracos, como o de um tilhe desta página, solicite aos estudantes que se organizem o canto da sílaba “lá” de forma demorada representa o som
sussurro ou o de passos na areia, que em semicírculo e que um voluntário comece como o regen- longo. Repita a atividade algumas vezes, trocando o regen-
podem ser encontrados na internet (na te. Você pode usar os sinais sugeridos no Livro do Estudan- te, para que a turma possa notar essas variações.
versão digital da obra, você encontra- te ou inventar outros. Da mesma forma, você pode combinar Quanto à avaliação de processo, observe o que os estu-
rá uma comparação entre o toque do com os estudantes outros modos de produzir os sons, usan- dantes devem realizar para desenvolver as habilidades traba-
telefone reproduzido com intensidade do diferentes partes do corpo e a voz. O importante é que lhadas e os respectivos indicadores de realização, que cor-
forte e o toque do telefone reproduzi- eles se concentrem e tentem fazer os mesmos sons ao sinal respondem a: “1. Não atingiu o esperado”; “2. Realizou a
do com intensidade fraca). Em seguida, do regente. O regente deve orientar primeiro a duração dos atividade satisfatoriamente”; e “3. Superou as expectativas”.
138
produzir um som grave) e apertada con-
Altura tra o braço do instrumento (para produzir
O último parâmetro que vamos conhecer é a altura. Essa é a qualidade do um som agudo), exemplo que poderá ser
som que permite distinguir um som grave (ou baixo) de um som agudo (ou encontrado na versão digital da obra. Se
alto). Em um instrumento musical, podemos produzir sons com diferentes altu- necessário, execute os exemplos mais de
ras. Vamos usar o violão como exemplo. Observe a imagem desse instrumento. uma vez até que os estudantes se fami-
liarizem com esse parâmetro.
Boca
Converse também com a turma sobre
Rastilho Cavalete
a voz humana. Nela, geralmente, pode-
mos perceber esse parâmetro por meio
Violão (cerca de 100 cm de altura × 37 cm da diferença entre as vozes adultas mas-
de largura × 10 cm de profundidade).
culina e feminina: a masculina costuma
acontecer em uma faixa de frequência
Pestana mais grave do que a feminina. É impor-
ChristianChan/Shutterstock
tante observar com a turma, no entan-
to, que vozes masculinas também podem
ser agudas e vozes femininas podem
ocorrer nas frequências dos sons graves.
Casas
Trastes Tarraxas Nesta subseção Som e música, após
a discussão dos parâmetros sonoros, ini-
Mão cia-se o estudo dos elementos da músi-
Corpo Braço ca, relacionando-os aos parâmetros.
Pergunte se alguém da turma sabe o
O braço do violão é dividido em pequenas casas, delimitadas por trastes, que
que significa a pulsação na música. Per-
são divisórias de metal. Se tocar qualquer corda do violão sem apertá-la contra
mita que os estudantes compartilhem
o braço, ouvirá o som mais grave que ela é capaz de produzir. Se apertar a corda
seus conhecimentos prévios ou hipóte-
contra o braço, vai diminuindo o tamanho dela, o que faz com que o som fique
ses e, em seguida, apresente o conceito
para a turma. Pergunte também se eles
mais agudo.
sabem o que é uma melodia. Deixe que
04 Ouça com os colegas e o professor exemplos de sons com diferentes alturas.
eles levantem hipóteses e fiquem à von-
tade para falar sobre o que conhecem.
Som e música Em seguida, cante emitindo apenas uma
sílaba (por exemplo a sílaba “LÁ”) uma
Pulsação
melodia que possa ser reconhecida pe-
Você já perdeu a noção do tempo ouvindo música? Isso acontece porque a los estudantes, como a do “Parabéns a
música tem um tempo próprio, que é organizado em pulsos de mesma duração, você” (ou então use o exemplo ofereci-
chamados de pulsação, e que se repetem durante sua execução. Quando ouvi- do na versão digital da obra) e depois
mos uma música e batemos os pés no chão para acompanhá-la, por exemplo, pergunte: “Vocês conseguiram reconhe-
estamos reproduzindo a pulsação que sentimos. cer a canção?”; “Que canção é essa?”;
“Por que será que conseguimos reconhe-
Melodia cer a canção mesmo sem ouvir sua le-
tra cantada?”. Dê tempo para que os es-
Muitas vezes, também acompanhamos uma canção cantarolando “hum,
tudantes respondam a essas questões
hum, hum...” ou “lá, lá, lá...” . Ao fazer isso, estamos executando sua melodia.
e promova a leitura do texto. Após es-
A melodia é o movimento do som em diferentes alturas e durações. Para per-
se estudo, comente que a melodia que
ceber isso, cantarole uma canção conhecida substituindo a letra pelos exemplos
ouviram é da canção “Parabéns a você”.
dados no parágrafo anterior. Observe que, mesmo sem palavras, identificamos
facilmente a canção. Isso acontece porque reconhecemos a melodia.
05 Ouça com os colegas e o professor uma melodia muito conhecida.
139
Reconhecer o uso dos parâmetros do som durante a em hertz (ciclo de ondas por segundo). O ouvido humano
atividade: capta cerca de 20 Hz a 20 000 Hz.
1. Não respondeu aos comandos do regente para as va- Para estudantes com deficiência auditiva, descreva as pro-
riações de duração e intensidade. priedades do som por meio da visão e do tato. A intensidade
pode ser representada pela força do toque. Já a duração, por
2. Reconheceu os comandos do regente e respondeu a
meio do desenho de linhas longas e curtas. No momento da
eles por meio dos sons produzidos.
atividade, os estudantes com deficiência auditiva podem pro-
3. Realizou a atividade de acordo com as orientações, per- curar expressar graficamente e com gestos as orientações do
cebeu as variações de duração e intensidade e propôs maestro. Explore o exemplo do violão apresentado no Livro do
a utilização de sonoridades diversas para a realização Estudante e a relação entre o tamanho das cordas e a altura
da atividade. do som. Em seguida, apresente aos estudantes exemplos de
Chamamos de altura a característica sonora que se refere sons com diferentes alturas, como o som grave do bumbo e o
à frequência do som (ou da onda sonora, já que um som po- som agudo da flauta, que podem ser encontrados na internet,
de ser complexo, formado por diversas ondas), que é medida ou o som da mesma corda do violão sendo tocada solta (para
139
Antes de propor a escuta de um exem-
plo de textura, solicite aos estudantes Textura musical
que observem a imagem apresentada e Já a textura musical pode ser definida como a combinação e a organização de
que falem sobre o que veem nela. Per- diferentes sons que se sobrepõem em uma mesma música. Podemos pensar em
gunte a eles: “O que essas pessoas es- textura quando ouvimos uma orquestra, em que diversos instrumentos executam
tão fazendo?”; “Vocês já viram alguma uma obra musical, ou um coral, em que várias vozes cantam juntas a mesma canção.
apresentação parecida? Como foi? Se Ouça com os colegas e o professor a canção “Baianá”, do grupo Barbatu-
não viram, como imaginam que ela é?”. ques, que faz parte do álbum O seguinte Ž esse (MCD, 2005), que você pode
Depois, exponha o conceito de tex- encontrar na internet, e tente perceber a combinação e a organização dos sons.
tura musical aos estudantes e propo-
nha a escuta da canção “Baianá”, dos
Barbatuques, que você pode encontrar
Rogério Viveira/Barbatuques
na internet. Reproduza a canção mais
de uma vez para que eles possam apre-
ciá-la e pergunte: “Que sons vocês ou-
vem?”; “Vocês acham que há mais de
uma pessoa cantando? Por quê?”; “Vo-
cês ouvem som de algum instrumento
musical também? Qual?”. Deixe que os
Apresentação do grupo
estudantes falem sobre suas impres- Barbatuques, São Paulo
sões e depois comente sobre o grupo (SP), 2015. O grupo explora
as inúmeras possibilidades
Barbatuques, que faz músicas usando de extrair sons do corpo
os sons do corpo e da voz. Se possível, para produzir música.
assista ao videoclipe Baian‡, que é fa-
cilmente encontrado na internet, para
que a turma possa ver como é feita a Ritmo
música. O ritmo, por sua vez, está relacionado à variação da duração de sons e de
Converse com os estudantes sobre o silêncios em uma sequência de sons, entre outros aspectos. A música, como a
conceito de ritmo na música, relaciona- arte dos sons, se vale dessas variações para produzir sensações ou despertar
do à forma como os sons e as pausas sentimentos.
(silêncios) acontecem e se repetem du- O ritmo, porém, não está presente apenas na música, mas em todas as se-
rante determinado tempo. Observe que quências de sons que existem. O dia a dia é repleto dos mais diferentes ritmos.
se prestarmos atenção nas batidas de Podemos perceber ritmos regulares, como o tique-taque do relógio e os bati-
um tamborim no samba, por exemplo, mentos do coração, e irregulares, como as gotas da chuva que caem nas plan-
perceberemos que ele não é tocado tas do jardim.
de qualquer jeito. Os toques no tam- Ouça novamente a música “Baianá” e perceba como os músicos que a exe-
borim obedecem a um padrão de to- cutam utilizam a percussão corporal para criar diferentes ritmos e sonoridades,
ques e de interrupções (de sons e pau- que funcionam como acompanhamento do canto. Ao ouvir a canção, preste
sas). Pergunte à turma: “Será que esse atenção aos sons: palmas, estalos de dedo e batidas de pés, entre outros sons
padrão se repete?”. Você pode propor do corpo, são utilizados pelos artistas e se relacionam com a melodia.
imitar as batidas de um tamborim com
a voz, ou batendo palmas, e demons- Andamento
trar que assim se executa um ritmo mu-
As músicas também podem ter diferentes velocidades, ou seja, ser mais rá-
sical de um dos instrumentos caracte-
pidas ou mais lentas. A velocidade de uma música é chamada de andamento
rísticos do samba.
e está relacionada à pulsação. Quanto mais rápida a pulsação, mais rápida é a
Depois, faça a leitura do conceito
música; quanto mais lenta é a pulsação, mais lenta é a música.
com os estudantes e esclareça even-
06 Ouça com os colegas e o professor exemplos de músicas com andamentos
tuais dúvidas que eles possam ter so-
lentos e rápidos.
bre o assunto. Em seguida, peça a um
voluntário que leia o texto e fique aten-
to para dúvidas que possam surgir. De- 140
pois, promova a escuta de músicas com
diferentes andamentos, que você pode Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
encontrar na versão digital da obra ou
buscar na internet, e pergunte: “Vocês
conseguiram perceber a diferença en-
tre os andamentos?”.
140
Apresente aos estudantes o conceito
Compasso e tempo de compasso. É importante que a tur-
As pulsações podem ser agrupadas de muitas formas, como a cada dois, ma entenda essa organização dos tem-
três ou quatro tempos. Esses agrupamentos, chamados de compassos, comu-
pos musicais.
mente se repetem durante toda a música e são organizados em tempos fortes e Explore a imagem da pulsação do
fracos, o que não significa que nos tempos fortes só se possa tocar sons fortes, rock com os estudantes e tente re-
mas que a música se organiza em relação a esses tempos.
produzi-la por meio de palmas, acom-
panhando os tempos fortes e fracos.
Agora, vamos conhecer os agrupamentos de tempo presentes em alguns
Depois, promova a escuta do rock “So-
gêneros musicais?
nífera ilha”, dos Titãs, que você encon-
tra na internet, para que eles conhe-
Rock çam mais uma música desse gênero
O rock se caracteriza por uma pulsação organizada e ampliem o repertório musical. Você
a cada quatro tempos, sendo o primeiro tempo forte, o pode sugerir também que a turma fa-
segundo fraco, o terceiro meio forte e o quarto fraco. ça a marcação dos tempos com pas-
Na maioria dos casos, isso se repete durante a música sos, sem sair do lugar, destacando o pri-
toda. Observe esta imagem e, batendo palmas, tente meiro tempo.
reproduzir essa pulsação. Em seguida, promova a leitura da
Agora, ouça com os colegas e o professor o rock imagem da pulsação da valsa e tente
“Sonífera ilha”, do grupo brasileiro Titãs (Titãs, Warner
executá-la com os estudantes baten-
Music Brasil, 1984), que você pode encontrar na inter-
do palmas ou da forma que quiser. En-
tão, promova a escuta da canção “Valsa
net, e compartilhe suas impressões com eles.
da saudade”, composta por Chiquinha
Gonzaga e interpretada por Clara Sver-
Valsa ner, que pode encontrar na internet, e
A valsa tem uma pulsação organizada a cada três incentive a turma a comparar essa mú-
tempos, sendo o primeiro tempo forte seguido de dois sica com a dos Titãs perguntando: “Em
tempos fracos. Observe esta imagem e tente reprodu- que essas músicas se diferenciam?”;
zir essa pulsação batendo palmas. “Qual delas tem o andamento mais rá-
Agora, ouça a valsa “Saudade”, composta por Fran- pido? E qual delas tem o andamento
cisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935), mais conhe-
mais lento?”.
cida como Chiquinha Gonzaga, e interpretada por Cla- Explore a imagem da pulsação de
ra Sverner (1936-) (Chiquinha Gonzaga por Clara Sver- uma marcha e, da mesma forma, ten-
ner, Azul Records, 2003), que você pode encontrar na
te reproduzir essa pulsação com os es-
tudantes. Em seguida, promova a escu-
internet, e compartilhe suas ideias com os colegas e o
ta da marchinha “Bandeira branca”, de
professor.
Max Nunes e Laércio Alves, encontrada
facilmente na internet. Depois, incen-
Marcha
Imagens: Suryara Bernardi/Arquivo da editora
141
Antes de propor a atividade do boxe
Experimente e compartilhe, cujo obje-
Experimente e compartilhe
tivo é promover uma escuta que seja
traduzida em movimentos para reforçar
os conceitos de pulsação e compasso, Vamos explorar alguns ritmos musicais?
realize a apreciação de uma obra mu- Antes de realizar a atividade, ouça novamente com os colegas os exemplos de ritmos sugeridos
sical com toda a turma, de preferência para o trabalho com os elementos da música. Depois, leia as orientações.
instrumental, de modo a oferecer mais 1 Comece afastando mesas e carteiras a fim de criar um espaço livre no centro da sala de aula.
subsídios. A obra escolhida poderá ser 2 O professor vai reproduzir outra vez as composições “Sonífera ilha”, do grupo Titãs; “Saudade”,
de um gênero diferente dos já estuda- escrita por Chiquinha Gonzaga; e “Bandeira branca”, composta por Max Nunes e Laércio Alves.
dos, como o jazz, por exemplo. 3 Ao ouvir as músicas, ande pelo espaço da sala de modo que os seus passos acompanhem cada
Reproduza a música uma primeira pulsação. Ao sinal do professor, tente sincronizar seus passos apenas com os tempos fortes dos
vez e peça aos estudantes que pres- pulsos. Depois, faça o mesmo com outros tempos.
tem atenção na execução, procurando 4 Em um segundo momento, sente-se no chão em roda com os colegas. O professor vai solicitar um
identificar todos os elementos da lin- voluntário para começar e entregar a ele um molho de chaves ou uma caixa de palitos de dente,
guagem musical que puderem: timbre por exemplo. O importante é que seja um objeto pequeno que caiba em uma mão e faça barulho
(instrumentação), intensidade, melodia quando manipulado.
(qual instrumento está fazendo), com-
5 Quando o professor reproduzir as canções mais uma vez, o objeto deverá ser passado de mão em
passo, pulsação, ritmo e textura. Solici-
mão nos tempos das músicas.
te que façam seus comentários com ba-
se nesses aspectos. 6 Assim como na caminhada pela sala, ao sinal do professor, experimente passar o objeto para os
outros colegas apenas nos tempos fortes e, depois, apenas nos tempos fracos.
Depois dessa primeira audição, pro-
ponha uma segunda, agora mediada por
você, fazendo todas as pausas que jul- Para concluir
gar necessárias, identificando na obra os
Converse com os colegas e o professor. Depois, faça um registro dos pontos altos da discussão e guarde
elementos constitutivos da música, co-
no portfólio.
mentando-os com a turma e esclarecen- ⓿ Ao caminhar, você percebeu que cada música sugeriu um modo diferente de andar? Por quê?
do suas dúvidas. No fim, faça uma ro- ⓿ Foi mais fácil sentir os diferentes ritmos enquanto caminhava pela sala ou enquanto o objeto era
da de discussão, para que os estudantes passado de mão em mão? Por quê? Respostas pessoais.
conversem sobre as audições.
Depois desse aquecimento, reali-
ze a experimentação da atividade pro- Notação musical
posta, promovendo novamente a escuta Como vimos, é possível registrar os sons usando elementos como as onoma- Onomatopeia: palavra
do rock “Sonífera ilha”, da valsa “Sau- topeias. Na música, existe uma linguagem de registro escrito do som conhecida que busca reproduzir de
dade” e da marcha “Bandeira branca”. forma aproximada, por
como notação musical. Você já viu uma partitura? Observe um exemplo a seguir.
meio dos recursos da
No fim da experimentação, discuta com
língua, o som produzido
a turma as questões propostas para re- por um objeto ou ser.
Reprodução/Arquivo da editora
Em relação à avaliação de processo, 3. Realizou a atividade de acordo com as instruções e in- sonoro. O estudo desse tópico está dividido entre os anos
observe a seguir o que os estudantes de- teragiu com outros elementos musicais, traduzindo-os do Ensino Fundamental – Anos Finais por sua complexida-
vem fazer para desenvolver as habilida- em movimentos corporais. de e profundidade. Ao abordá-lo, certifique-se de consultar
des trabalhadas e os respectivos indica- ⓿ Sincronizar o som do objeto que está sendo passado de os demais volumes da coleção e permita que os estudan-
dores de realização, que correspondem a: mão em mão com a pulsação da música: tes que têm familiaridade com o assunto compartilhem su-
“1. Não atingiu o esperado”; “2. Realizou 1. Não sincronizou o movimento do objeto com a pulsa- as experiências com os colegas.
a atividade satisfatoriamente”; e “3. Su- ção da música.
perou as expectativas”. 2. Movimentou o objeto em sincronia com o tempo da
⓿ Movimentar-se pelo espaço de acor-
música.
do com a pulsação da música: 3. Sincronizou a sonoridade do objeto com a pulsação
1. Não sincronizou os passos com a e produziu os sons de modo que interagiram com a
pulsação da música. música reproduzida.
2. Caminhou em sincronia com a pul- No tópico Nota•‹o musical, espera-se que os estudan-
sação de todas as músicas. tes sejam apresentados à ideia do registro de um discurso
142
Nas partituras, os compositores podem indicar, entre outros aspectos, os parâmetros do som para que O objetivo da atividade proposta no
as composições sejam reproduzidas por outras pessoas. Essa linguagem é muito específica e vem sendo
boxe Experimente e compartilhe, que
padronizada no decorrer do tempo.
incentiva o exercício da escrita musi-
No entanto, a partir do início do século XX, os compositores passaram a criar registros gráficos dos sons
cal de maneira criativa, é começar a
presentes em suas composições de uma maneira muito própria, o que chamamos de partituras criativas.
abordar a notação musical. Para tan-
Esse tipo de registro gráfico não se propõe a indicar com precisão os ritmos ou as melodias, mas a sugerir
to proporcione uma nova audição dos
sonoridades por meio de imagens.
exemplos sonoros dados anteriormen-
te durante o estudo de timbre aos es-
tudantes. É importante que tentem tra-
Reprodução/John Cage Trust
143
BNCC no capítulo 4 Mais perto de Pitty
Na seção 4. Mais perto de Pitty, os
objetivos de aprendizagem são: Nascida em Salvador, na Bahia, Pitty passou a infância em Porto Seguro.
⓿ analisar criticamente, por meio da Como seu pai era músico, desde cedo ela teve contato com produções de músi-
apreciação musical da canção de cos e grupos como Raul Seixas (1945-1989), The Beatles, Elvis Presley (1935-1977)
Pitty, usos e funções de sua música e Lou Reed (1942-2013). Durante a adolescência, Pitty ouvia com seus amigos
em seus contextos de produção e cir- bandas de rock como Nirvana, Faith No More e Metallica.
culação, relacionando seus trabalhos Quando escreveu a letra de “Máscara”, por volta de 2001, Pitty tinha 24 anos.
às diferentes dimensões da vida, pa- Na época, a artista ainda fazia parte da banda Inkoma, da qual foi integrante
ra ampliar o repertório sobre as práti-
entre 1995 e 2001, quando iniciou sua carreira como vocalista. Antes disso, entre
cas musicais, a fim de garantir a mo-
1997 e 1999, ela já havia sido baterista da banda Shes.
bilização da habilidade EF69AR16
no trabalho com a unidade temática
Pitty/Arquivo pessoal
Música articulada ao objeto de co-
nhecimento Contextos e Práticas;
⓿ explorar e analisar criticamente ou-
144
Otavio Sousa/Deckdisck
Foi em 2003, com o lançamento de Admirável chip novo, que Pitty se tornou
conhecida nacionalmente. O álbum foi um grande sucesso de vendas e, no ano
seguinte, recebeu uma indicação para o prêmio Grammy Latino na categoria de
Melhor Álbum de Rock Brasileiro.
Desde o início da carreira, a artista conquistou o público jovem com suas
músicas e sua atitude. O fato de compor e de cantar o próprio repertório e de Visitação
tocar guitarra nos shows logo fez com que ela se destacasse no cenário do rock
Em sua cidade
brasileiro, que é dominado por homens. existem bandas
⓿ Que outros artistas brasileiros de rock você conhece? E estrangeiros? de rock? Procure
descobrir quando
Entre esses artistas há mais ou menos mulheres do que homens? Por que
elas se apresentarão
será que isso acontece? para conhecer o
⓿ Você acha que, por meio de suas músicas, Pitty está contribuindo tam- trabalho de uma
delas!
bém para mudar esse cenário? Por quê? Respostas pessoais.
Palavra de artista
É anacrônico [o disco com esse nome] porque tem músicas antigas
e novas e uma atualidade de sonoridade. [...] E também refere-se ao
momento que vivemos, ao fato de estarmos, no século XXI, nos de-
parando com problemas antigos, com questões da humanidade que
nunca foram resolvidas.
Entrevista de Pitty sobre o disco Anacrônico. Folha de S.Paulo, 8 ago. 2005. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm0808200509.htm. Acesso em: 17 nov. 2021.
145
pesquisar outros artistas que ganharam esse prêmio. Apro- homens – e que tipos de problemas costumam ser compar-
veite o momento e peça-lhes que pesquisem artistas mu- tilhados por todos na convivência em sociedade. Aceite as
lheres do rock e façam uma breve estatística comparati- hipóteses levantadas, mas peça que apresentem argumen-
va entre artistas homens e artistas mulheres nesse meio. tos que as embasem.
Promova a leitura do primeiro parágrafo da subseção Depois, discuta as questões propostas no Livro do Es-
Outras obras de Pitty, que trata dos processos de cria- tudante. Complemente perguntando por que há mais ho-
ção da artista. Ao ler o boxe Palavra de artista, verifique mens do que de mulheres no cenário do rock e permita que
o que os estudantes pensam sobre as temáticas que a ar- debatam o assunto. Durante a conversa, provoque-os com
tista lista como importantes para o seu trabalho. Pergunte, mais questões para que possam associar essa ausência ao
por exemplo, o que eles entendem por “inconsciente cole- preconceito de gênero.
tivo” – segundo Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquia-
tra e psicoterapeuta suíço, parte do inconsciente que con-
tém ideias inatas ou a tendência a organizar a experiência
vivida em padrões predeterminados, comuns a todos os
145
Promova a leitura da letra da canção Busque na internet a canção “Anacrônico”, ouça e acompanhe lendo a letra.
“Anacrônico” com os estudantes, antes de
ouvi-la. Depois, reproduza uma primeira Anacr™nico
vez a canção, que pode ser encontrada É claro que somos as mesmas pessoas
na internet e deve ter sido providenciada Mas pare e perceba como o seu dia a dia mudou
com antecedência, para que os estudan-
Mudaram os horários, hábitos, lugares
tes possam apreciá-la. Reproduza nova-
mente, dessa segunda vez pedindo a eles Inclusive as pessoas ao redor
Outro ciclo em diferentes fases
que acompanhem com a letra.
São outros rostos, outras vozes Vivendo de outra forma,
Após a escuta musical, discuta as
Interagindo e modificando você Com outros interesses,
questões lançadas no Livro do Estu-
dante e verifique os sentidos que a E aí surgem novos valores, Outras ambições mais fortes,
turma atribui à letra. Aceite todas as Vindos de outras vontades, Somadas com as anteriores
respostas e peça aos estudantes que Alguns caindo por terra, Mudança de prioridades,
baseiem suas opiniões em trechos da Pra outros poderem crescer Mudança de direção
letra. Pergunte, por exemplo, se essa Alguns ainda caem por terra,
canção também trata de nossas rela- Caem 1, 2, 3, caem 4,
Pra outros poderem crescer
ções e de que forma podemos relacio- A terra girando não se pode parar [repete]
ná-la à questão norteadora da unida- Caem 1, 2, 3, caem 4,
de. Espera-se que os estudantes notem Outras situações
A terra girando não se pode parar [4 vezes]
que a letra trata das mudanças pelas Em outras circunstâncias,
quais passamos no decorrer da vida, de Entre uma e outra, às vezes
ANACRÔNICO. Intérprete: Pitty. Compositores:
Pitty e Graco. In: ANACRÔNICO. Intérprete:
acordo com pessoas, lugares e situa- Pitty. São Paulo: Deckdisc, 2005. 1 CD, faixa 2.
Se veem os mesmos defeitos,
ções com os quais nos relacionamos.
Todas aquelas marcas
Ao analisar as obras de Pitty, se pos-
Do jeito de cada um
sível, reproduza o single “Na pele” a fim
Divulgação/Deckdisc
de que os estudantes percebam as di- Alguns ainda caem por terra,
ferenças estilísticas desse trabalho em Pra outros poderem crescer
relação aos do início da carreira da ar- Caem 1, 2, 3, caem 4,
tista, como é o caso da canção “Másca-
A terra girando não se pode parar [repete]
ra”. O videoclipe da canção pode ser fa-
cilmente encontrado na internet.
Incentive os estudantes a comparar
as diferentes capas dos trabalhos da ar-
tista reproduzidas nesta dupla de pági-
nas perguntando: “O que elas têm em
comum e o que elas têm de diferente?”; Capa do álbum
Anacrônico, lançado
“O que vocês acham das cores usadas em 2005.
nas capas? E das formas?”; “Existe al-
guma cor ou forma predominante? Por
que será que isso acontece?”. É interes-
sante que os estudantes observem que Na tela
todas as capas trazem o nome da artista
e usam a cor preta de maneira expressi- Para conhecer mais
sobre a trajetória de
va. As cores que predominam são escu- Agora, converse com os colegas e o professor sobre suas impressões. Pitty, acesse o site da
ras e fortes, e podem remeter a sensa- artista. Disponível em:
⓿ De que trata a letra da música?
ções de revolta, tristeza, etc. As formas https://www.pitty.com.
são pontiagudas, e o grafismo escuro, ⓿ O que sentiu ao ouvi-la? Por quê? br/. Acesso em: 27 abr.
2022.
marcado por traços livres e manchas, re- ⓿ Que relações pode estabelecer entre “Anacrônico” e “Máscara”?
metendo ao universo do punk rock. Respostas pessoais.
146
Em 2009, Pitty lançou seu terceiro disco de estúdio, chamado Chiaroscuro. O Pop é um termo usado para Seria desejável que a sala de informá-
nome faz referência a uma técnica de pintura desenvolvida durante o renascimen- qualificar aquilo que tica da escola estivesse disponível nos
apresenta elementos de um dias de pesquisa e apresentação.
to italiano, no século XV, que destaca o contraste entre luz e sombra. De acordo
gosto popular urbano e
com Pitty, esse título foi escolhido porque o trabalho apresenta muita dualidade ocidental da segunda
Oriente os estudantes a confeccionar
nas letras e contrastes na sonoridade, mostrando um lado mais pop da artista. metade do século XX, e que cartazes que contenham esquemas das
Em 2014, a artista lançou Setevidas, um disco de músicas inéditas que explo- se originou do gênero informações pesquisadas para facilitar
musical surgido nos Estados a visualização. Para incorporar exemplos
ram o simbolismo em torno do número 7.
Unidos na década de 1950,
Mais recentemente, a cantora tem feito novas parcerias com artistas que sonoros à apresentação, peça-lhes que
caracterizado pela circulação
têm estilos e trajetórias bem diferentes dos dela. No ano de 2017, por exemplo, massiva e por instrumentos
tenham os links ou as gravações à mão
Pitty lançou um single em parceria com Elza Soares (1937-2022) chamado “Na com amplificação elétricaç durante a apresentação. Reforce a impor-
pele”. Composta por Pitty em 2014, a letra trata dos caminhos da vida e do im-
tância do uso do handout para orientar
pacto do tempo.
uma apresentação, lembrando que esse
suporte de apoio deve conter os pontos
principais da pesquisa, a bibliografia e al-
Divulgação/Deckdisc
Divulgação/Deckdisc
Divulgação/Polysom
gumas questões para reflexão.
Para escrever o relatório, solicite à tur-
ma que use frases curtas e objetivas, enu-
mere as etapas do trabalho, listando os
dados, que podem conter elementos mul-
timodais, como gráficos, tabelas, figuras,
fotos, entre outros. Oriente-os também
sobre a importância de criar legendas pa-
Capa do álbum Chiaroscuro, Capa do álbum Setevidas, Capa do single “Na pele”,
ra as imagens incluídas na apresentação,
lançado em 2009. lançado em 2014. lançado em 2017. numerando as figuras e citando as refe-
rências bibliográficas quando necessário.
Caso seja um relatório digital, pode con-
ter hiperlinks, GIF, vídeos, etc.
Pesquise e compartilhe
Observe a seguir o que os estudantes
Sobre a obra de Pitty devem realizar para desenvolver as ha-
Agora que você conheceu alguns trabalhos de Pitty, compartilhe com a turma suas impressões
bilidades trabalhadas e os respectivos
indicadores de realização, que corres-
sobre a obra da artista por meio de uma apresentação oral. Para isso, leia as orientações.
pondem a: “1. Não atingiu o esperado”;
1 Forme um grupo com quatro colegas e discuta os temas abordados nas letras das canções de Pitty “2. Realizou a atividade satisfatoriamen-
estudadas até agora. Se quiser, amplie com outras, que podem ser encontradas na internet. te”; e “3. Superou as expectativas”.
2 Reflita com os colegas de grupo a respeito de como a artista combina o tema das canções com as ⓿ Participar do momento de apresen-
sonoridades do canto e dos instrumentos musicais utilizados. tação da pesquisa:
3 Utilize livros, jornais e sites para pesquisar sobre outros grupos musicais que tratam dos mesmos 1. Não falou durante a apresentação
temas que Pitty e observe de que maneira utilizam os sons instrumentais e vocais. Verifique tam- e não demonstrou ter participado
bém quais são as semelhanças e diferenças com as composições da artista. da elaboração da pesquisa.
4 Durante a coleta dos dados, registre as informações mais relevantes no caderno e, depois, em uma 2. Apresentou as informações coleta-
folha à parte, elabore um texto com as conclusões do grupo.
das e os pontos que mais chama-
ram a atenção do grupo.
3. Comunicou as descobertas da pes-
Para concluir quisa de maneira clara e articula-
da, auxiliando os colegas de grupo
Compartilhe com a turma as informações reunidas durante a pesquisa e as conclusões formuladas pelo
grupo no texto final. Lembre-se de ter à mão as ideias principais de sua apresentação organizadas em
na apresentação.
tópicos para servir como roteiro. Depois, arquive o texto e a lista de tópicos no portfólio. ⓿ Relacionar as informações pesquisa-
das com os conhecimentos estuda-
dos até então:
147 1. Não fez nenhuma menção a conhe-
cimentos estudados previamente.
2. Mencionou conhecimentos estuda-
Para realizar a atividade proposta no boxe Pesquise e Durante o período de pesquisas, certifique-se de que te- dos previamente, como os elementos
compartilhe, estimule os estudantes a pensar em critérios nham disponíveis equipamentos com acesso à internet e, do som, informações sobre a canto-
para analisar o trabalho da cantora Pitty. Essa atividade vi- se possível, acesso a fones de ouvido a fim de que todos ra, pulsação musical, entre outros.
sa aprofundar os conhecimentos dos estudantes em rela- os grupos possam trabalhar simultaneamente sem atrapa- 3. Articulou as informações coletadas
ção à artista que está sendo estudada e articular os conhe- lhar os colegas. durante a pesquisa com conheci-
cimentos musicais adquiridos até aqui. Peça que retomem É importante observar se todos participam da elaboração mentos estudados previamente e
as discussões que foram feitas a respeito da letra da can- do trabalho. É recomendável que explorem maneiras de divi- acrescentou conceitos que ainda
ção “Máscara”, o que foi estudado sobre a trajetória da ar- dir as funções dentro do grupo, garantindo que não haja so- não tinham sido abordados pela
tista e como ela construiu seu trabalho. brecarga ou tempo ocioso para nenhum integrante. Em bus- turma, enriquecendo o momento
Organize a turma para a apresentação da pesquisa. Orien- ca de uma elaboração conjunta, oriente a turma a reunir as da apresentação.
te os estudantes a planejar suas falas com apoio de recur- opiniões de todos os integrantes do grupo para definir o que
sos visuais e a preparar o texto que vão expor. Uma apresen- vai constar na apresentação oral.
tação com recursos visuais pode ser feita com o uso de um Para a realização das apresentações, combine com a turma
projetor multimídia e um computador. dia(s) específico(s) a fim de que se organizem previamente.
147
BNCC no capítulo
Na seção História da arte, os objeti-
História da arte
vos de aprendizagem são:
⓿ analisar as produções dos artistas
De onde vem o rock
apresentados por meio da apreciação
A história do rock tem uma forte influência da cul-
Granger/Fotoarena
musical a fim de compreender os usos
e as funções da música em seus con- tura afro-americana. Tudo começou com a chegada
textos de produção e circulação, apri- dos africanos escravizados aos Estados Unidos, prin-
morando a capacidade de aprecia- cipalmente no sul, durante o século XVII. Na tenta-
ção estética, de modo a asseverar a tiva de aliviar as longas e extenuantes jornadas de
mobilização da habilidade EF69AR16 trabalho nas plantações de algodão, milho e tabaco,
no trabalho com a unidade temática eles entoavam canções chamadas de work songs, ou
Música articulada ao objeto de co- cantos de trabalho.
nhecimento Contextos e Práticas;
Como o uso de instrumentos de percussão pelos
⓿ explorar e analisar diferentes meios e
africanos escravizados não era permitido, a mar-
equipamentos de circulação de músi-
cação do ritmo era feita principalmente pelo canto,
cas e do conhecimento musical, como
os festivais de rock, e assim assegurar acompanhado pela batida pesada e regular das enxa-
o exercício da habilidade EF69AR17 das. Muitas vezes, os africanos utilizavam esses can-
no trabalho com a unidade temática tos para entoar protestos sutis contra a escravidão, o
Música associada ao objeto de co- que fazia deles uma forma de resistência. Africanos escravizados
trabalhando em
nhecimento Contextos e Práticas; Da fusão dos cantos de trabalho com a música religiosa surgiu o blues. plantação de algodão
⓿ reconhecer o papel de músicos es-
Esse gênero musical, cantado inicialmente por comunidades de escravizados no Tennessee, sul
trangeiros que contribuíram para o dos Estados Unidos.
que haviam sido libertados, logo se tornou popular nos Estados Unidos e teve
Século XIX.
desenvolvimento do rock, a fim de grande influência na música ocidental. A partir do blues, nasceram estilos mu-
ampliar o repertório em relação a sicais marcantes, como o jazz, a música country e o rock and roll.
esse gênero e à música em geral, e
assim garantir a mobilização da ha-
Reflexão e Crítica.
148
Na seção História da arte, estudare-
mos um recorte da história do rock, mú-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
sica de origem estadunidense que ab-
sorveu tradições musicais africanas e As informações da seção também permitem abordar di- do rock eram brancos ou negros e por que julgam que isso
disseminou-se mundialmente, exercen- versas temáticas, tais como: aconteceu. Você pode trazer a questão para o contexto con-
do influência nos modos de pensar e de ⓿ A importância de diversas tradições musicais africanas temporâneo e brasileiro: “Quantas das bandas mais famo-
agir, principalmente dos jovens. A forte para a formação de gêneros musicais hoje internaciona- sas da atualidade no Brasil, sejam de rock ou não, são com-
característica de crítica social do gêne- lizados, como o rock. postas de pessoas negras? Que fatores podem influenciar
ro, bem como o simbolismo que tem ⓿ Culturas musicais como expressões socialmente contes- essa questão?”.
nas culturas e nas sociabilidades juve- tatórias e questionadoras. Depois da leitura do texto, escute com a turma as canções
nis enquanto expressão musical que faz ⓿ Relações entre etnias e dominação cultural. “Rock around the clock”, de Bill Haley, e “Blue suede shoes”,
parte de um conjunto de ideias e atitu- Ao discutir as raízes africanas do rock, se possível, apre- de Elvis Presley (que podem ser encontradas na internet), e
des de um grupo e também como par- sente aos estudantes gravações de músicas representati- promova uma conversa sobre ambas. Pergunte aos estudan-
te da cultura mundial hoje globalizada, vas do blues, spiritual e worksongs. Estimule a reflexão e tes, por exemplo: “O que vocês acharam das músicas? Por
permite uma estreita articulação com a o debate sobre qual é o papel dos negros na construção quê?”; “Elas se parecem com as músicas de rock que ouvi-
questão norteadora da unidade: A arte das sonoridades musicais contemporâneas. A partir das in- mos neste capítulo ou com outras que vocês conhecem?
pode expressar nossas relações? formações aqui presentes, pergunte se os primeiros ídolos Por quê?”; “O que vocês sentiram ao ouvir essas músicas?”.
148
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), alguns artistas, influenciados Incentive os estudantes a falar so-
pela batida do blues, começaram a acrescentar a esse ritmo o som de guitarras Chuck Berry, compositor,
bre suas impressões utilizando o reper-
elétricas, baixos e baterias. Nascia, assim, o rock and roll, um ritmo com batida de cantor e guitarrista tório de elementos da linguagem musi-
estadunidense, em foto cal que construíram até aqui.
percussão agitada, constante e que convida as pessoas a dançar. de 1972.
O rock and roll popularizou-se na década de 1950 com os cantores esta- Como forma de ampliar o repertó-
rio dos estudantes sobre o rock e suas
149
O tópico Frutos do rock and roll per-
mite voltar a aproximar os conhecimen- Frutos do rock and roll
tos estudados ao contexto dos estudan- Você já ouviu falar do festival de Woodstock? Em 1969, esse evento musical
tes. Por ser o rock um gênero musical reuniu meio milhão de pessoas dos quatro cantos do mundo, na cidade rural
de grande apelo juvenil, é possível que
de Bethel, em Nova York, nos Estados Unidos. O festival durou três dias e ce-
a turma, embora bem jovem, já tenha
lebrou “a paz e o amor”, com muito rock and roll.
uma bagagem cultural considerável so-
O festival tornou-se um marco da cultura hippie, um movimento criado
bre o assunto.
por jovens que se opunham a qualquer forma de poder: eles contestavam as
Esse é um bom momento para pro-
guerras e a sociedade de consumo, vestiam-se com roupas coloridas e não
curar romper com a definição de papéis
convencionais, criavam suas próprias gírias, viviam em comunidades, prega-
solidificados no espaço escolar de “es-
vam o amor à natureza, a liberdade e a paz.
tudante receptor de conhecimentos” e
“professor transmissor”. Assim, disponi-
Atividade complementar Com o tempo, o termo rock and roll foi sendo abreviado
e tornou-se simplesmente rock, nomeando um gênero musi-
CAPA DE CD cal com muitos subgêneros: heavy metal, rock progressivo,
Com base nas experiências e nos gostos mu- grunge, punk rock, indie rock, entre outros. Esses subgêneros
sicais relatados, proponha aos estudantes diferenciam-se, entre outros aspectos, pela velocidade do
que criem a capa de um álbum. Antes, pro-
andamento, pelos instrumentos musicais utilizados e pelas
mova a audição de músicas citadas para que
todos apreciem. Você pode selecionar ainda temáticas das letras das canções, além do estilo de vestir dos
músicas ou trechos de músicas dos mais artistas e seu público.
variados períodos e estilos do rock nacional Os grupos de rock geralmente são formados por um vocalis-
para inspirar a turma na criação das capas. ta, um ou dois guitarristas, um baixista e um baterista. Às vezes,
Nesse caso, você pode perguntar: “Como fazem também parte do grupo tecladistas e instrumentistas
soam esses diferentes estilos de rock nacio- de sopro. Em alguns casos, há outros instrumentos de cordas,
nal?”; “O que esses estilos e músicas têm
como violinos ou violoncelos. Mais recentemente, têm sido in-
de parecido? E o que têm de diferente?”.
Por fim, solicite que façam a capa de um corporados equipamentos e instrumentos eletrônicos que pro-
álbum de um dos artistas mencionados. porcionam novas sonoridades. Cartaz do festival de Woodstock, de 1969.
Nesse momento, retome com eles as capas
de discos apresentadas no capítulo para 150
que tenham mais referências. No entanto,
considere levar outros exemplos para a sala
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
de aula, a fim de aumentar o repertório dos
estudantes. 15 centímetros de lado, pois esse é o formato padrão de uma ⓿ Peça que determinem o layout da capa: por exemplo, o nome
Discuta, então, com eles os elementos que capa ou encarte de disco. Será preciso providenciar também da banda ficará em cima e no meio da folha ou embaixo e
percebem em uma capa de disco. para a atividade lápis de cor, tinta guache, jornais e revistas para no canto direito? Como será o logotipo da banda? Essa capa
Eles podem citar, por exemplo: nome da colagens e papéis coloridos, de acordo com o que for decidido expressará o que interpretaram da obra da banda escolhida e
banda; título do álbum; logotipo da banda com os estudantes. da música de trabalho.
(o logotipo é a forma característica e única Oriente, então, os estudantes no passo a passo: Prontas as capas, organize com a turma uma exposição delas,
seguida de uma apreciação coletiva e um debate sobre a exposi-
de um nome ser representado); layout (o ⓿ Primeiramente, vão escolher a banda de rock. Deverão escolher
ção. Você pode partir das seguintes questões:
layout é o modo como os elementos da também a canção de trabalho do disco. Para planejar a capa, de-
⓿ Alguns colegas escolheram a mesma banda ou música?
imagem da capa de um disco ou de outro verão prestar atenção na letra dessa música, na melodia, nos tim-
Ou não?
produto de design gráfico são distribuídos); bres e em todos os elementos que conseguirem identificar nela.
⓿ Se escolheram, os resultados ficaram muito diferentes? Por
entre outros. Deverão prestar atenção também no modo como os músicos da
Para a atividade, providencie folhas de banda cantam e tocam seus instrumentos musicais. Lembre-os de que será que isso aconteceu?
papel canson cortadas em quadrados de que o rock é também atitude. Por fim, as capas devem ser incluídas no portfólio dos estudantes.
150
O visual dos roqueiros é bem particular e costuma ser fa- A atividade do boxe Pesquise e com-
partilhe contribui para aprofundar co-
151
BNCC no capítulo
Na seção Conexões, os objetivos de
Conexões
aprendizagem são:
⓿ analisar e apreciar com os estudan-
Everett Collection/Fotoarena
zação da habilidade EF69AR19 no
trabalho com a unidade temática
Música vinculada ao objeto de co-
nhecimento Contextos e Práticas;
⓿ relacionar o videoclipe às diferentes
Reflexão e Expressão.
152
O videoclipe é um meio eficaz pa-
ra que os estudantes percebam e re-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
flitam sobre as condições de produção
e de circulação da música. Nesta se- gostem, pergunte o porquê e quais são seus videoclipes Ao promover a leitura do texto, pergunte aos estudantes se
ção Conexões, pode-se retomar o que preferidos. Incentive-os a falar sobre suas preferências e, eles conhecem os artistas mencionados na seção, como Car-
já foi abordado sobre a cantora Pitty e se possível, pesquise na internet alguns videoclipes men- mem Miranda, e peça que compartilhem seus conhecimentos
seus discos, a história do rock e, ca- cionados para assistir com a turma. Antes de ler com eles com os colegas. Você pode contextualizá-los, explicando que
so tenha sido possível realizar a ativida- o texto apresentado nesta seção Conexões comente que Carmem Miranda foi uma cantora, atriz e dançarina luso-bra-
de complementar sobre capas de dis- existem videoclipes dos mais variados tipos: com apresen- sileira que fez muito sucesso tanto no Brasil como no exterior.
cos, o que se tratou sobre a identidade tações ao vivo, encenações, histórias e até com animações Carinhosamente apelidada de “Pequena Notável”, a artista lo-
visual dos artistas nesse contexto e a e efeitos especiais. go passou da música para o cinema e para as grandes peças
concepção de suas obras como produ- Solicite que analisem de que forma os videoclipes po- produzidas pela Broadway. Ao todo, ela participou de seis fil-
tos comerciais. dem comunicar e o que eles comunicam: o que contam mes brasileiros e de catorze filmes estadunidenses.
Converse com os estudantes sobre sobre os artistas, como se relacionam com as letras e te- Conforme forem apresentados os videoclipes, se possível
como eles acessam e apreciam video- máticas das canções. Pergunte também com o que os es- veja-os com os estudantes, para que estes possam consta-
clipes. Pergunte, por exemplo, se eles tudantes se identificam nesses videoclipes e que tipos de tar a diversidade de videoclipes que existem e como é a re-
gostam de assistir a videoclipes. Caso comportamentos, atitudes e valores aparecem neles. lação deles com os gêneros musicais. Estimule-os a discutir
152
Pelo forte impacto e curta duração, o videoclipe é um gênero que se adap-
ta a diferentes meios e suportes contemporâneos, como a TV, a internet, os Texto complementar
celulares e os tablets. Atualmente, a maioria dos artistas utiliza sites de com- BREVE HISTÓRIA DO VIDEOCLIPE
partilhamento para divulgar seus videoclipes, e os lançamentos de novas pro-
O primeiro videoclipe exibido no
duções costumam ser acompanhados por milhares de pessoas ao redor do
Brasil foi América do Sul. Ele foi ao
mundo. Uma facilidade maior para gravar, editar e distribuir tem tornado cada ar no programa Fantástico, da Rede
vez mais comum a produção e o compartilhamento de videoclipes alternati- Globo, em 1975. A música é inter-
vos, elaborados por fãs. pretada por Ney Matogrosso, com a
De maneira geral, a linguagem dos videoclipes é caracterizada por ce- direção de Nilton Travesso. [...]
nas rápidas, que apresentam várias imagens por segundo. Muitas vezes, eles
Na cidade de Recife (PE), os pri-
ilustram a canção de forma harmoniosa e complementar. Outras, de forma meiros esboços de videoclipe apa-
contrastante, como se contassem uma história paralela à letra da canção. receram ainda em 1975. A banda
Às vezes, são também abstratos, sem uma narrativa ou lógica claras. Muitos Ave Sangria gravou uma espécie
artistas produzem seus videoclipes com base em cenas de shows ou de apre- de vídeo-performance da música
sentações especiais. “Geórgia, a carniceira” para o pro-
O estilo clipping, termo do inglês que surgiu com os videoclipes e significa grama Fantástico, da Rede Globo.
“colagem”, influenciou as produções cinematográficas, videográficas e tele- Mas o material nunca foi exibido.
visivas de forma radical: as narrativas tornaram-se mais rápidas, com muitos Em 1973, o cantor e compositor Al-
cortes, e passaram a explorar recursos como os efeitos especiais. Essa mistura
ceu Valença fez A Noite do Espan-
talho, um filme-clipe dirigido por
e influência entre as linguagens continua até hoje. Muitos cineastas, por exem-
Sérgio Ricardo, em Nova Jerusalém
plo, já dirigiram videoclipes, e o inverso também acontece com frequência.
(PE). [...] As experiências em Reci-
Alguns videoclipes tornaram-se muito famosos e estão entre os mais vis-
fe podem ser consideradas como
tos no mundo. Você conhece algum videoclipe famoso na atualidade? Como primórdios do videoclipe no Bra-
ele é? Vamos conhecer alguns deles? sil, ainda que não tenham sido vei-
culadas no circuito de exibição de
Bohemian Rhapsody, da banda de rock Queen massa.
Lançado em 1975, esse é um dos primeiros videoclipes produzidos com o Nos anos 80, o modo de consumo
objetivo de divulgar o disco de uma banda. Ele foi exibido diversas vezes no
de música é transformado pelo vi-
deocassete e pelo videoclipe. [...] A
programa Top of the Pops, da rede BBC inglesa, e isso fez com que o disco da Cena do videoclipe
Bohemian Rhapsody, da estreia da MTV (Music Television),
banda vendesse mais.
banda Queen, de 1975. canal dedicado a exibir exclusiva-
mente videoclipes, foi no ano de
Reprodu•‹o/EMI
153
Comente com os estudantes que o
videoclipe Thriller, de Michael Jackson, Thriller, de Michael Jackson
tem cerca de 14 minutos e teve como Lançado em 1983, o videoclipe da faixa que dá título ao álbum de mesmo
ponto de partida uma ideia do pró- nome é considerado um clássico no gênero. Para criar e dirigir o videoclipe, o
prio artista: mostrar metaforicamente a cantor Michael Jackson (1958-2009) contratou o cineasta John Landis (1950-),
transformação de uma pessoa da infân- que, além de escrever um roteiro bastante original contando uma história de
cia para a adolescência. A transforma- terror, utilizou efeitos especiais até então vistos apenas no cinema.
ção pela qual o personagem passa no
vídeo representa as mudanças no corpo
Reprodução/Epic Records
e no comportamento de quem vive essa
fase. O videoclipe fez tanto sucesso que
até hoje a coreografia apresentada ne-
le é retomada por muitas pessoas como
forma de homenagear o artista.
Biblioteca
BARROS, Bruna Fernandes;
BONA, Rafael José. A influência
das artes no videoclipe Vogue Cena do videoclipe
(1990) da cantora Madonna. Thriller, de Michael
In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS Jackson, de 1983.
DA COMUNICAÇÃO DA REGIÃO
SUL, 13., Chapecó, 2012.
Anais [...]. Cuiabá: Chapecó, Vogue, de Madonna (1958-)
2012. Disponível em http://
Dirigido pelo cineasta David Fincher (1962-), o videoclipe da cantora Madonna
www.intercom.org.br/papers/
(1958-) foi filmado em preto e branco e é inspirado nos filmes da chamada era
regionais/sul2012/resumos/
R30-0419-1.pdf. Acesso em: de ouro do cinema de Hollywood, entre 1920 e 1960, que lançou produções que
14 jun. 2022. No artigo, é possível ficaram muito famosas no mundo inteiro, entre elas alguns musicais.
saber mais sobre o videoclipe
Vogue, de Madonna, e suas
Reprodução/Sire Records
influências artísticas.
Atividade complementar
PESQUISA
Ao trabalhar com a seção Conexões deste
capítulo, você pode pedir aos estudantes
que pesquisem videoclipes de seus artistas
preferidos e observem como essas produ-
ções se utilizam de uma composição mu-
sical para criar uma narrativa audiovisual.
Durante esse tipo de atividade, é funda-
mental que os estudantes procurem com-
parar os videoclipes com séries e filmes
a que costumam assistir, observando que
Cena do videoclipe Vogue,
recursos são utilizados para unir a música de Madonna, de 1990.
às imagens, se os vídeos são interpretados
pelos músicos ou por atores, se são utili-
zadas animações, entre outros elementos.
154
154
Para a atividade proposta no boxe
Hyperballad, de Bjšrk Criando laços, peça aos estudantes
Nesse videoclipe, lançado em 1995, a cantora islandesa Björk (1965-) é que escolham uma música ou canção
uma personagem de jogo de computador. O enredo explora as relações en- e pensem em um conceito para criar um
tre cidade e natureza e entre tecnologia e corpo humano. videoclipe para ela. Essa atividade pro-
move o exercício de elaboração de nar-
rativas que utilizem imagens e uma mú-
155
BNCC no capítulo
Na seção Fazendo arte, os objetivos
de aprendizagem são:
Fazendo arte
⓿ explorar e criar utilizando diferen-
Neste capítulo, conhecemos o trabalho e a trajetória de Pitty, uma artista brasileira que tem influencia-
tes elementos da linguagem mu-
sical em experimentações e com- do o cenário do rock nacional desde seu álbum de estreia. Aprendemos também sobre a história do rock
posições coletivas, para garantir o e vimos como esse e outros gêneros musicais podem influenciar nosso modo de nos relacionar com os
exercício da EF69AR20 no trabalho outros, já que podem ser associados a formas de expressão, posturas e comportamentos.
da unidade temática Música arti- Agora, você vai convidar alguns colegas para formar uma banda e compor uma canção, que depois
culada ao objeto de conhecimento fará parte de uma apresentação coletiva da turma. Para isso, leia a seguir as orientações das etapas.
Elementos da Linguagem;
⓿ pesquisar, analisar e experimentar
Etapa 1
diferentes fontes sonoras em expe-
rimentações e composições musi- Montagem da banda
cais coletivas, e desse modo asse- 1 Junte-se a quatro colegas para formar a banda. Componha com eles uma canção que deve ser acom-
gurar a mobilização da habilidade panhada por sons do corpo. É importante lembrar que os músicos ensaiam bastante antes de subir no
EF69AR21 no trabalho da unidade palco; portanto, o primeiro passo será explorar a musicalidade da banda para que a letra da canção e
temática Música articulada ao obje- a música tenham “a cara” do grupo.
to de conhecimento Materialidades;
⓿ elaborar processos e estratégias de 2 Para começar, a turma toda participará de dois exercícios de percussão corporal que envolvem com-
registro de ideias, composições e posição e improvisação. Essas atividades têm como objetivo alimentar ideias musicais que o grupo
orientações de execução musical a poderá explorar posteriormente.
partir de referências convencionais Exercício 1
e experimentais de notação musical,
07 ⓿ Posicionada em uma grande roda no centro da sala de aula, toda a turma vai realizar um ritmo de
para garantir a mobilização da habi-
percussão corporal de quatro tempos. Ele será o refrão, pois vai se repetir diversas vezes. O refrão
lidade EF69AR22 no trabalho com a
unidade temática Música articulada será sempre intercalado por quatro tempos de improviso que serão realizados por um estudante de
ao objeto de conhecimento Notação cada vez. Isso se repete até que toda a turma tenha a chance de improvisar. Para ajudar com o ritmo
e Registro Musical; de percussão, o professor vai proporcionar a audição de um exemplo.
⓿ explorar fontes sonoras e os elemen- ⓿ Para realizar o refrão, é preciso dividir os quatro tempos contando-os da seguinte maneira: “1 e 2 e
tos da linguagem musical para criar, 3 e 4 e”. Isso quer dizer que cada tempo será dividido em duas partes: a primeira correspondente ao
coletivamente, uma composição uti- número contado e a segunda, ao “e”.
lizando sons diversos, como os do ⓿ No primeiro tempo, cada estudante deve bater com as duas mãos nas coxas ao contar o número 1 e
corpo ou de instrumentos sonoros,
estalar os dedos ao pronunciar a letra “e”. No segundo tempo, deve bater palmas ao contar o núme-
expressando-se e trabalhando de
ro 2 e não fazer nenhum som durante o “e”. No terceiro tempo, deve bater novamente com as duas
maneira coletiva e colaborativa, para
exercitar a prática artística em músi- mãos nas coxas ao contar o número 3 e estalar os dedos ao pronunciar a letra “e”. Por fim, no quarto
ca e garantir a mobilização da habi- tempo, deve bater palmas quando contar o número 4 e fazer silêncio no último “e”.
lidade EF69AR23 no trabalho com a ⓿ Durante o improviso, pode-se usar os mesmos recursos sonoros do refrão, isto é, bater com as mãos
unidade temática Música articulada nas coxas, bater palmas e estalar os dedos. É bom lembrar que há quatro tempos para usar esses
ao objeto de conhecimento Proces- sons da maneira que se quiser.
sos de Criação. ⓿ Seguindo as orientações do professor, a turma deve repetir o exercício várias vezes, já que a impro-
As dimensões do conhecimento são: visação musical requer treino. Depois de realizar alguns improvisos, é hora de experimentar criar no-
Criação e Expressão. vos refrãos e usar outros sons do corpo: bater com os pés no chão, bater no peito, batucar na boca,
Nesta seção Fazendo arte, os estu- vibrar os lábios, cantar um som, entre outras possibilidades.
dantes terão a oportunidade de experi- Exercício 2
mentar um processo de criação em mú- ⓿ Para realizar o segundo exercício, sente-se no chão formando uma roda com os colegas da turma.
sica, passando por experimentações, ⓿ Usando mais uma vez a percussão corporal, um estudante vai criar um ritmo simples, que seja fácil
práticas de composição, arranjo e apre-
de repetir por muito tempo.
sentação. A atividade proposta na seção
articula diversos elementos estudados
durante o capítulo. 156
Neste momento, é essencial retomar
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
os estudos do capítulo, especialmente os
conhecimentos da seção 3. Por dentro Conceitos como pulso e compasso serão ainda aprofun-
da música. Oriente os estudantes a revi- dados em outros volumes da coleção, mas, neste momento,
sitar suas anotações e o portfólio. Este é os estudantes já devem ser capazes de criar uma composi-
o momento de discutir se ainda restaram ção em que esses elementos estejam presentes.
dúvidas sobre os elementos constitutivos Caso tenham dificuldade em realizar o refrão, faça a con-
da música vistos até aqui e de realizar tagem dos tempos e acrescente os sons um a um: primeiro a
uma conversa coletiva para dirimi-las. batida nas coxas do tempo 1, depois essa batida e os estalos,
Os exercícios de composição e im- e assim por diante, até que todos consigam realizar o refrão.
provisação que envolvem percussão Se possível, apresente aos estudantes vídeos do grupo
corporal propostos na Etapa 1 já co- Barbatuques, que, como se viu, se dedica a criar compo-
locam em prática os conceitos vistos e sições musicais por meio de percussão corporal. Dispo-
podem constituir um momento de con- nível em: https://www.youtube.com/channel/UCWiT9kFZix
solidar os conhecimentos construídos WURbrDUFE7DRw. Acesso em: 14 jun. 2021.
sobre os elementos da música.
156
Na Etapa 2, para a criação da le-
⓿ O colega que estiver ao lado do primeiro estudante a criar o ritmo deve propor outro que combine
tra, os estudantes poderão considerar
com o primeiro e que será repetido também por bastante tempo.
todas as reflexões que fizeram no capí-
⓿ O mesmo procedimento deve ser repetido até que todos da roda estejam tocando juntos os ritmos
tulo em torno da questão norteadora da
criados. Quando isso acontecer, o estudante que criou o primeiro ritmo para de tocar e os demais co-
unidade. Poderão ainda se inspirar em
legas devem fazer o mesmo sucessivamente, um por um, até que todos estejam em silêncio.
suas vivências cotidianas ou em outros
⓿ Depois de repetir o exercício algumas vezes, a turma vai tentar realizá-lo mais uma vez usando ape- temas de interesse.
nas sons feitos com a boca. Outra possibilidade é chamar um voluntário para ser o regente. Quando O processo de criação do acompa-
toda a turma estiver tocando junta o ritmo criado, o regente deve entrar no meio da roda e apontar nhamento, a ser realizado na Etapa 3,
os colegas que devem ficar em silêncio. pode ser mais proveitoso se os estu-
dantes conseguirem gravar suas tenta-
Etapa 2 tivas para depois ouvi-las e avaliar os
Composição da letra resultados. As gravações podem ser fei-
1 Depois de praticar percussão corporal com a turma, reúna-se com os colegas de grupo para começar tas com um gravador ou com um tele-
a pensar na letra da canção. fone celular. Elas ajudarão no registro e
na retomada do processo de trabalho.
2 Assim como Pitty, o grupo pode escrever a letra inspirando-se nas relações que tem, com base em ano-
tações pessoais ou em outros temas que sejam significativos. Oriente os estudantes a registrar
a versão final da letra em uma folha
3 Para escrever a letra, opte por uma estrutura livre ou por seguir um padrão de rimas. A canção pode ou
de papel sulfite e, durante a elabora-
não ter refrão. Rascunhe algumas versões até chegar ao melhor formato para o grupo.
ção do acompanhamento, fazer mar-
4 No começo, o grupo pode escrever o que vier à mente, sem se preocupar com a estrutura da letra. Em cações que ajudem a organizar o tra-
um segundo momento, deve organizar aquilo que foi produzido para chegar a uma primeira versão da balho. Eles podem anotar, por exemplo,
letra. Alguns critérios podem ser usados para ordenar as ideias, como criar uma narrativa, fazer uma sons de percussão corporal ou de ins-
descrição, propor uma ação ou suscitar uma reflexão. trumentos que serão usados em cada
5 Com os colegas, reescreva a letra algumas vezes até chegar a uma versão que agrade a todos os mem- parte, quem vai cantar e quem vai fazer
bros do grupo. o acompanhamento, etc. Se houver ins-
trumentos musicais disponíveis na es-
Etapa 3 cola, eles poderão ser utilizados.
Criação do acompanhamento e da melodia
1 Depois de definida a letra, o grupo vai criar um acompanhamento para a canção, usando percussão
corporal. Para isso, lembre-se de que ele deve ajudar o grupo a cantar a canção. Não se esqueça de
usar aquilo que foi praticado nas atividades de improviso e de composição. Caso algum integrante do
grupo toque um instrumento, ele poderá usá-lo.
2 Comece a criar o acompanhamento escolhendo a organização do pulso, que pode ser marcado a cada 2,
3 ou 4 tempos. Para decidir qual usar, faça com os colegas alguns testes. Enquanto um ou dois integran-
tes do grupo marcam o tempo estalando os dedos e contando, os demais tentam encaixar a letra da
música nas diferentes pulsações. Durante os testes, procure experimentar melodias que combinem com
a letra da música. Não se esqueça de que a melodia tem também um ritmo.
3 Assim que a organização do pulso e da melodia da canção estiver definida, deve-se
usar o mesmo procedimento para estabelecer o acompanhamento. O grupo deve
se dividir novamente de maneira que dois integrantes cantem enquanto os outros
experimentam diferentes tipos de acompanhamento para a melodia. É impor-
tante lembrar que o acompanhamento não pode sobressair ao canto, para
que os ouvintes compreendam a letra. O acompanhamento pode ser feito
com padrões rítmicos que se repetem durante determinados trechos
ora
rências determinados.
uza
So
de
iza
157
Lu
Atividade complementar
PERCUSSÃO CORPORAL ⓿ Eles podem começar a bater os pés com muita leveza, ⓿ Peça a eles que experimentem bater as mãos na barriga
Para complementar o trabalho da Etapa 1, retome as expe- sempre tentando fazê-lo de modo ritmado. Você pode e no peito, sempre de modo ritmado, começando de
rimentações feitas no capítulo perguntando aos estudantes: criar uma batida e pedir que todos a acompanhem. maneira fraca e aumentando a força gradativamente.
⓿ Os estudantes devem seguir batendo os pés, e aumen- ⓿ Sugira que experimentem encolher e estufar a barriga
“Que sons podemos fazer com partes do corpo?”; “Que sons
podemos fazer com as mãos?”; “Que sons podemos fazer tar gradativamente a força das batidas, sempre man- para ver se os sons mudam. Os estudantes podem per-
com os pés?”; “Que sons podemos fazer com a boca?”. tendo um ritmo. cutir seguidamente a barriga e depois o peito ou revezar
Inicie então as experimentações com os diversos sons que No fim de exercício, converse com eles sobre as seguintes e criar combinações.
o corpo pode produzir. questões: “O som do pé esfregando é diferente do som que ⓿ Oriente-os, então, a combinar esses sons com os sons
⓿ Peça que comecem batendo os pés no chão, a fim de se obtém ao batê-lo?”; “Como é cada um desses sons?”; dos pés que experimentaram anteriormente.
testar diferentes intensidades. “Conseguimos criar ritmos com esses movimentos?”; “Como A seguir, você poderá orientá-los a explorar sons feitos com
⓿ Depois, peça que esfreguem os pés no chão e prestem são esses ritmos?”. a boca ou outras partes do corpo, sempre finalizando o
atenção nos sons que esse movimento produz. Em seguida, Agora os estudantes iniciarão experimentações com as exercício com uma conversa sobre as possibilidades sono-
oriente-os a tentar fazer esse movimento de forma ritmada. mãos. ras das experimentações.
157
Na Etapa 4, de ensaios, é importan-
te organizar momentos em que os gru- Etapa 4
pos possam apresentar seus trabalhos Ensaios
uns para os outros antes da apresenta-
1 Depois de criar a letra, o acompanhamento e a melodia da canção, ensaie com os colegas de grupo. O
ção final. Nesse momento, incentive-os
ensaio é importante para a preparação de qualquer espetáculo musical. Nesse momento, os músicos
a trocar ideias e a fazer sugestões para
se preparam para a apresentação repetindo a performance até que ela esteja bem treinada e que to-
as produções dos colegas.
dos consigam executá-la com confiança.
Depois da apresentação do evento,
na Etapa 8, organize a conversa com 2 Durante os ensaios, lembre-se de que existem funções diferentes dentro de uma banda. Assim, alguns
a turma para que compartilhem o que integrantes do grupo podem cantar a letra e outros podem fazer o acompanhamento.
mais gostaram ao criar e apresentar 3 Se possível, procure registrar em áudio ou em vídeo os ensaios, a fim de analisar o desempenho do grupo.
uma composição própria. Incentive-os
a contar as soluções encontradas pa-
ra os problemas que surgiram, o que foi Etapa 5
mais fácil e o que foi mais difícil. Planejamento da apresentação
A Etapa 9 da atividade visa estimular
1 Quando o período de ensaios tiver terminado, o grupo deve planejar com os colegas de turma a apre-
os estudantes no desenvolvimento do
sentação de todas as bandas.
pensamento computacional, propon-
do a retomada e a sistematização das 2 Converse com o professor sobre a data, o horário e o local da apresentação. Depois, a turma deve se
etapas anteriores em um relatório. Nes- dividir para organizar os detalhes. Alguns estudantes podem se responsabilizar pela montagem do
te contexto, por apresentar um desafio, palco, outros pela decoração e montagem de cenários, etc.
a proposta de produção é definida co-
3 Os membros de cada banda devem decidir o figurino que será utilizado na apresentação e os objetos
mo um problema a ser trabalhado pe-
que serão usados para decorar o palco, se necessário.
los estudantes, cujas etapas de produ-
ção constituem uma metodologia para
resolver este problema. Assim, o rela- Etapa 6
tório deve apresentar as pesquisas, as Apresentação
discussões sobre a temática do traba-
lho e as experimentações artísticas rea- 1 Depois que os detalhes da apresentação estiverem decididos, a turma deve convidar os colegas da
lizadas no decorrer do processo, identi- escola, os professores, os familiares e a comunidade escolar para assistir ao espetáculo. Podem-se
ficando como cada uma se relaciona à elaborar cartazes e convites para divulgar o evento.
produção final. O objetivo é que, a partir 2 Sob a orientação do professor, a turma vai definir a ordem de apresentação das bandas e escolher os
de uma análise de cada parte do pro- responsáveis pela organização do palco antes e depois de cada exibição.
cesso de produção, os estudantes ela-
3 No dia do evento, lembre-se de chegar ao local da apresentação com antecedência para ter tempo de
borem uma síntese deste trabalho.
se preparar. Bom espetáculo!
Essas discussões serão importan-
tes para que realizem um processo de
autoavaliação e estabeleçam suas pró-
prias metas em relação ao aprendizado
158
(improvisações e composições) de
Etapa 7 maneira consciente?
Registro ⓿ Os estudantes avaliam o uso dos pa-
⓿ criar uma produção final com base no que você estudou na unidade.
culturais e técnicas, convidando profis-
sionais para visitar a escola a fim de
conversar com os estudantes, entre ou-
159 tras possibilidades.
⓿ Preparei-me para os ensaios e sabia como seria minha uma das aprendizagens listadas. Essa estratégia é reco-
participação? mendável para que os estudantes retomem o percurso do
⓿ Colaborei para que o planejamento da apresentação capítulo e identifiquem de que maneira cada tópico de es-
fosse realizado? tudo foi desenvolvido.
⓿ A apresentação do grupo ocorreu de acordo com as ex- Como forma de acompanhar as aprendizagens, retome
pectativas? as habilidades trabalhadas e os conhecimentos estudados
Para trabalhar com o item O que vimos, de Fio da mea- no capítulo com a turma, analisando o portfólio e a partici-
da, organize grupos de até seis integrantes e peça aos es- pação em sala a partir dos seguintes critérios observáveis:
⓿ Os estudantes reconhecem e distinguem os elementos
tudantes que leiam os tópicos listados. Em seguida, orien-
te-os para que registrem em uma cartolina os temas, as característicos da linguagem musical estudados nas es-
atividades e os trabalhos realizados que se relacionam com cutas, nas atividades e nas apreciações?
cada um dos tópicos. Sugira que folheiem o livro, relacio- ⓿ Os estudantes utilizam elementos constitutivos da lin-
nando as seções dos capítulos e seus conteúdos a cada guagem musical em suas experimentações e produções
159
BNCC na unidade
Na abertura do Unindo as pontas, os
objetivos de aprendizagem são:
Unindo as pontas
⓿ apreciar e analisar a arte de Lygia
160
Quando nos perguntamos sobre nossa relação com os outros, estamos nos
referindo a nossas relações interpessoais e a nossos encontros com as outras
pessoas. Atualmente, esses encontros têm sido cada vez mais mediados pelas
novas tecnologias. Para perceber isso, basta pensar no tempo que passamos
conectados às redes sociais, por exemplo. Quem não passa muito mais tempo
no mundo virtual do que na vida real?
Seja isso positivo ou negativo, não dá para negar que as tecnologias digitais
de informação e de comunicação vêm alterando o modo como nos relaciona-
mos com os outros. Se, por um lado, elas nos possibilitam a comunicação quase
instantânea com quem está distante, até mesmo em outras cidades ou países,
por outro, elas podem acabar nos afastando de quem está perto, já que os con-
tatos presenciais se tornam menos frequentes: não nos encontramos, não nos
olhamos, nem nos tocamos como antes.
Foi pensando nesse distanciamento das sensações e de nossa relação com
o próprio corpo e com o corpo das outras pessoas que, já na década de 1960,
muito antes do surgimento e da popularização de várias das tecnologias que
Chamamos de
fazem parte de nossa vida hoje, a artista brasileira Lygia Clark (1920-1988) co- híbrido aquilo que
meçou a criar manifestações artísticas híbridas que questionam as relações é composto de elementos
interpessoais. diferentes. No caso da arte,
de diferentes linguagens
Para começar a conhecer esse trabalho, observe a imagem a seguir, que
artísticas.
mostra a obra Diálogo de óculos, criada por Lygia Clark, em 1968.
Cedida por Associação Cultural "O Mundo de Lygia Clark"/Coleção particular
Diálogo de óculos, de
Agora, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir: Lygia Clark, 1968.
⓿ O que você vê na imagem? O que as pessoas estão fazendo?
⓿ Como se sentiria usando esse objeto?
⓿ Como acha que as pessoas da imagem estão se sentindo?
⓿ O que elas podem estar vendo? Respostas pessoais.
161
161
BNCC na unidade
Na seção Mais perto, os objetivos de
aprendizagem são:
Mais perto
⓿ conhecer e analisar a obra e a tra-
162
Esses e outros trabalhos de Lygia Clark tornaram-se um marco na história da
arte do século XX. A característica que mais distingue sua obra foi a busca pela
interatividade com o público. Conforme se afastava dos suportes tradicionais
das artes visuais, como as telas, mais a artista se aprofundava nas experiências
que envolviam esse conceito de participação.
No decorrer de sua trajetória, Lygia Clark passou a classificar seus trabalhos
como antiarte.
⓿ Você já tinha ouvido esse termo? O que acha que ele significa? Respostas pessoais.
Para entender o que é antiarte, vamos conhecer um pouco mais da vida e da
obra dessa artista.
Lygia Clark posa ao lado da obra Unidades (n. 1 Ð n. 7), em 1959. O trabalho foi produzido na fase
da artista que vai de 1955 a 1958.
163
163
Favoreça a apreciação das imagens Cada vez mais, as obras de Lygia queriam “ganhar espaço” e, assim, em 1959,
desta dupla de páginas e da próxima nasceram os Casulos. Feitas de metal, as obras dessa fase já buscavam a tridi-
dupla, com perguntas como: “Que tipos mensionalidade, mas ainda eram fixadas nas paredes.
de trabalho são esses?”; “Como pode-
mos classificá-los: pinturas, esculturas,
Biblioteca
CLARK, Lygia. Os bichos. Portal Lygia Clark. Disponível
em: https://portal.lygiaclark.org.br/obras/55661/
obras-literarias. Acesso em: 24 jun. 2022.
Apresentamos a sugestão de um texto de Lygia Clark
sobre a série Bichos. Se achar produtivo, acesse o link
e leia esse texto para os estudantes a fim de que eles
possam ampliar o repertório dos processos de criação
da artista.
164
Com essa série, Lygia Clark ganhou o prêmio de melhor escultura nacional Pioneiro: precursor;
durante a VI Bienal de São Paulo, em 1961, e tornou-se uma das pioneiras dessa que anuncia algo
forma de arte que previa a participação do público. novo, que se antecipa
a algo ou a alguém.
Ainda na década de 1960, depois das experimentações com materiais duros
e frios, como a madeira das telas e o metal das esculturas, Lygia passou a pes-
quisar matérias-primas diferentes, como a borracha. Foi com esse material que
ela criou Obra mole, em 1964. Observe uma imagem dessa obra.
Obra mole, de
Lygia Clark, 1964.
165
165
Comece o trabalho com esta pági- Ao recortar a fita e chegar ao fim do recorte, os participantes precisavam
na e a seguinte solicitando aos estu- escolher se continuavam recortando pela direita ou pela esquerda. Com essa
dantes que observem a imagem de Ca- proposta, a artista inaugurava uma nova fase em sua criação, em que o corpo
minhando antes de ler o texto do Livro passou a ser o foco de seu interesse, uma vez que a arte se dá pela atuação.
do Estudante e que reflitam sobre
ela. Você pode incentivá-los propondo
Atividade complementar
CAMINHANDO COM
LYGIA CLARK
É interessante que os estudantes possam
vivenciar a proposta da artista em Ca- Caminhando, de
minhando. Por isso, sugerimos que você Lygia Clark, 1964.
assista com eles ao vídeo Caminhando –
1964/2012. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=3sP-uT5DQLM.
Acesso em: 24 jun. 2022. Voc• sabia?
Em seguida, promova uma atividade de re-
criação dessa proposta. Para isso, leve an- A fita de Moebius recebeu esse nome após ter sido
estudada, em 1858, pelo matemático alemão August
tecipadamente para a aula tiras de papel
Ferdinand Möbius (1790-1868). Sua principal proprie-
sulfite de mais ou menos 7 cm de largura
dade é que nela não existe lado de dentro ou de fora.
por 60 cm de comprimento e peça aos Por isso, uma de suas aplicações é em equipamentos
estudantes que levem cola e tesoura com mecânicos que utilizam fitas ou correias, pois diminui
pontas arredondadas. o desgaste desses componentes.
Oriente-os a colar as extremidades da Essa imagem simbólica aparece também em tra-
fita de forma torcida, criando uma argola, balhos de outros artistas. Um exemplo é a obra Uni-
166
166
Com os Objetos relacionais, Lygia Clark passou a propor experiências mais Incentive os estudantes a explorar as
amplas para o público, com o estímulo a outros sentidos, como o tato. Para a imagens apresentadas e a refletir sobre
artista, a arte deveria ser feita em parceria com o público, por isso ela preferia as seguintes questões: “Como é a par-
chamar os artistas de propositores e as obras de arte de proposições. ticipação do público nessas obras?”;
Para Lygia e outros artistas da época, mais do que arte, o que importava era a
“Qual é a importância dos espectadores
antiarte. A antiarte era defendida por um grupo que queria promover uma “guerri-
para a realização das ideias da artista?”.
lha artística”, isto é, uma luta que não usava a violência, mas, sim, a arte, para pro-
Esse exercício de leitura do conjunto da
mover mudanças no meio artístico e na sociedade. Nessa “guerrilha” um dos ob-
obra de Lygia Clark permite que os estu-
jetivos do artista (ou antiartista) era levar a arte para todos, nos mais diferentes
dantes compreendam sua trajetória e o
lugares e momentos, propondo uma forma nova de relacionamento com a arte.
desenvolvimento de sua poética.
Conheça a seguir alguns objetos relacionais criados por Lygia Clark nesse A partir das obras de Lygia Clark, você
contexto. pode discutir com os estudantes as re-
lações entre artistas e sociedade. Reto-
me com eles a ideia de antiarte e pro-
cure perceber como ela se expressa nas
Fotos: Cedidas por Associação Cultural "O Mundo de Lygia Clark"/Coleção particular
Luvas sensoriais, de Lygia
obras dessa artista, como certa dissolu-
Clark, 1967. Dentro de cada ção das fronteiras entre arte e vida. Veja
luva havia uma textura também o texto complementar apresen-
diferente, que podia ser
sentida por meio do tato. tado a seguir sobre o termo “guerrilha
artística”.
Texto complementar
CONTRA A ARTE AFLUENTE: O
CORPO É O MOTOR DA OBRA
O artista, hoje, é uma espécie de
guerrilheiro. A arte, uma forma de
emboscada. Atuando imprevista-
mente, onde e quando é menos es-
perado, de maneira inusitada (pois
tudo pode transformar-se, hoje,
em arma ou instrumento de guer-
ra ou de arte) o artista cria um es-
tado permanente de tensão, uma
Máscaras sensoriais,
de Lygia Clark, 1967. expectativa constante. Tudo pode
Assim como nas transformar-se em arte, mesmo o
luvas, dentro de cada mais banal evento cotidiano. Ví-
máscara havia uma
textura diferente. tima constante da guerrilha artís-
tica, o espectador vê-se obrigado
a aguçar e ativar seus sentidos (o
olho, o ouvido, o tato, o olfato, ago-
ra também mobilizados pelos artis-
tas plásticos), sobretudo, necessita
tomar iniciativas. A tarefa do artis-
ta-guerrilheiro é criar para o espec-
Respire comigo, de Lygia Clark, tador (que pode ser qualquer um
1966. O objeto é um tubo que Pedra e ar, de Lygia e não apenas aquele que frequen-
produz um barulho semelhante Clark, 1966. Esse objeto
ao da respiração e que podemos propõe uma experiência ta exposições) situações nebulosas,
perceber por meio da audição. com peso e leveza. incomuns, indefinidas, provocan-
do nele, mais que o estranhamen-
to ou a repulsa, o medo. E só diante
167 do medo, quando todos os sentidos
são mobilizados, há iniciativa, isto é,
criação.
MORAIS, Frederico. Contra a arte
afluente: o corpo é o motor da
obra. Revista de Cultura, Vozes,
Petrópolis, ano 64, v. LXIV, n. 1, p.
45-59, jan./fev. 1970.
167
Antes de ler o texto do boxe Você sa-
bia? com os estudantes, peça-lhes que
voltem a observar a imagem da obra Pe- Palavra de artista
dra e ar, de Lygia Clark (apresentada na
página anterior), e estimule-os a falar Se a pessoa, depois de fazer essa série de coisas que eu dou, se ela
sobre a obra, com perguntas do tipo: consegue viver de uma maneira mais livre, […] se expressar melhor,
“O que vocês veem?”; “De que mate- amar melhor, comer melhor, isso no fundo me interessa muito mais
riais é feita essa obra?”; “O que acham como resultado do que a própria coisa em si que eu proponho a vocês.
que sentiriam ao tocá-la?”; “Por que se- CLARK, Lygia. Lygia Clark, artista brasileira, ganha Doodle do Google em aniversário.
Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2015/10/lygia-clark-artista-brasileira-
rá que ela tem esse nome?”. Permita ganha-doodle-do-google-em-aniversario.ghtml. Acesso em: 17 nov. 2021.
que compartilhem livremente suas opi-
niões e, em seguida, peça a um volun-
tário que leia o texto do boxe (ajude-os
a ler a letra da canção e sua tradução).
Aproveite a interdisciplinaridade pro- Voc• sabia?
posta e verifique a possibilidade de pro- O músico, produtor e escritor brasileiro Caetano Veloso (1942-) conheceu a obra de Lygia Clark em Paris, em 1971,
mover um trabalho em conjunto com o quando vivenciou as proposições da artista. Como fruto dessa experiência, criou uma canção em homenagem à
professor de Língua Inglesa. Enquanto obra Pedra e ar. Leia a letra a seguir.
Se possível, promova a escuta da But if you hold a stone, hold it in your hand [Mas, se você segurar uma pedra, mantenha-a em sua mão]
canção. Disponível em: https://www. If you feel the weight, you’ll never be late [Se você sentir o peso, você nunca vai se atrasar]
youtube.com/watch?v=cgLHREYgqqw.
To understand [Para entender]
Acesso em: 24 jun. 2022.
If you hold a stone [Se você segurar uma pedra], marinheiro só
Em seguida, retome os saberes so-
bre os elementos constitutivos da músi- Hold it in your hand [Mantenha-a em sua mão], marinheiro só
ca que foram vistos no Capítulo 4 des- If you feel the weight [Se você sentir o peso], marinheiro só
te volume. You’ll never be late [Você nunca vai se atrasar], marinheiro só
Depois da apreciação e da análise
To understand… [Para entender…]
da música, converse com os estudantes
168
Sobre a artista
Lygia Clark nasceu em Belo Horizonte, em 1920. A artista iniciou sua carreira Na tela
aos 26 anos, no Rio de Janeiro. Aos 30, foi estudar na França e, quando retornou
à capital fluminense, dois anos depois, foi uma das fundadoras do Grupo Frente. Arquivo para uma obra-
Em 1959, participou da Primeira Exposição Nacional de Arte Neoconcreta, no -acontecimento. Direção de Suely
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), juntamente com artistas
Rolnik. Brasil, 2011, 76 min.
Para conhecer mais a obra de
como Lygia Pape (1927-2004), Amílcar de Castro (1920-2002), Sérgio de Camargo
Lygia Clark e sua influência para
(1930-1990) e Ferreira Gullar (1930-2016), entre outros.
a produção contemporânea, em
Entre os anos de 1960 e 1964 criou a série Bichos, com a qual buscava a partici- especial para “If you hold a stone”,
pação do público, e começou a criar seus objetos relacionais. Entre seus trabalhos de Caetano Veloso, sugerimos que
destacam-se: Nostalgia do corpo (1968), A casa é o corpo: labirinto (1968) e Baba assista a esse documentário, que
antropológica (1973). traz uma entrevista com o artista.
Entre 1970 e 1975, morou em Paris, onde lecionou no curso de Comunicação ges-
tual na Faculdade de Artes Plásticas St. Charles da Universidade Sorbonne. Nesse
período, desenvolveu diversas experiências com seus estudantes, usando objetos Terapêutico: que tem
relacionais. De volta ao Rio de Janeiro, dedicou-se ao estudo das possibilidades propriedades medicinais,
terapêuticas desses objetos. curativas.
Sua obra teve reconhecimento internacional, com exibições em diversas capi-
tais do mundo. Lygia Clark faleceu em 1988, no Rio de Janeiro, aos 67 anos.
Reprodução/Cedida por Associação Cultural “O Mundo de Lygia Clark”
Na tela
Visite o site de
Lygia Clark para
saber mais de seu
trabalho. Disponível
em: https://portal.
lygiaclark.org.br/.
Acesso em: 27 abr.
2022.
Lygia Clark.
169
169
BNCC na unidade
Na seção Puxando outros fios, os
objetivos de aprendizagem são:
Puxando outros fios Prática de
pesquisa
acordo com o desenvolvimento de ativi- trajetórias escolares, consolidando a prática da pesquisa e Depois, recolha as anotações e reserve-as para comparar
dades de investigação individuais e em análise. Entre outros aspectos, a escolha do objeto de pes- com registros realizados ao final do trabalho.
grupo, seguindo etapas bem estrutura- quisa e reflexão proposto nesse processo busca aproximar Discuta coletivamente com os estudantes as anotações
das do método científico: definição de os estudantes de questões referentes às linguagens e suas feitas. Na lousa, desenhe uma tabela com duas colunas.
problemas de pesquisa, contextualiza- intersecções com as diversas esferas da vida social e cul- Na primeira, liste os itens apresentados por eles como par-
ção, justificativa, seleção e aprofunda- tural, apresentando pontos de interesse para ampliar o re- te do fazer científico; por exemplo, áreas de interesse da
mento em uma metodologia científica pertório sobre a arte. ciência pode ser um item. Na segunda coluna, anote as
específica, técnicas de revisão a análi- Propomos interlocução com os professores de Ciências hipóteses trazidas pelos estudantes na atividade diagnós-
se e sistematização de resultados, con- Humanas e da Natureza para garantir o acesso ao método tica. Peça aos estudantes que copiem a tabela coletiva e
clusões e redação final. científico em mais de uma disciplina. crie uma versão maior, em cartolina, para afixar na sala
As metodologias de pesquisa e seus O trabalho para a compreensão do que é uma pesqui- de aula.
procedimentos são mobilizadas de for- sa científica pode ser iniciado com uma avaliação diagnós- Sugerimos que, em grupos, os estudantes sejam convida-
ma introdutória para os estudantes tica. Organize os estudantes em grupos e peça que listem dos a refletir e responder à questão proposta para a pesqui-
nessa seção de modo a aprimorar suas tudo o que sabem sobre ciência e o trabalho de cientistas. sa “Como as pessoas interpretam as obras de Lygia Clark?”.
170
estimular a construção de hipóteses so-
Etapa 2
bre por que as pessoas reagem de dife-
Análise das respostas rentes maneiras às obras e a posterior
verificação delas com base nas infor-
1 Com os colegas de grupo, registre as respostas dos entrevistados. mações capturadas durante o proces-
so científico. Desse modo, os estudan-
2 Na sequência, escreva um resumo dessas respostas.
tes praticam a análise crítica e reflexiva
3 Finalmente, faça a revisão do texto elaborado. dos resultados de sua revisão de da-
4 Para compartilhar o resumo, cada grupo deverá eleger um porta-voz, que vai apresentar as principais dos e informações e constroem cone-
ideias contidas nele para a turma. xões com seu material de pesquisa de
maneira contextualizada e com foco
5 Enquanto cada porta-voz se apresenta, o professor deve fazer um registro dos pontos principais na lousa. na distinção entre as diversas opiniões
6 Todos os estudantes devem transcrever cada um dos registros apontados na lousa e arquivá-los no manifestadas pelos entrevistados.
portfólio. Na roda de conversa, estimule os
estudantes a compartilhar os procedi-
Etapa 3 mentos que utilizaram para tirar conclu-
sões a partir de informações. Oriente-
Roda de conversa -os a selecionar e apresentar algumas
questões da entrevista e discutir as res-
1 Com base nos resumos de entrevistas, converse com os colegas de turma e o professor sobre a im-
postas dadas a cada uma delas com a
portância do aprendizado em arte, refletindo especialmente sobre a arte contemporânea. Utilize a
turma. Durante esse exercício, observe
questão a seguir para direcionar essa conversa: se eles conseguem estabelecer a distin-
⓿ Após a pesquisa e a apresentação, que importância você atribui ao contato das pessoas com a arte ção entre as diversas opiniões manifes-
contemporânea? tadas sobre a obra de Lygia Clark, além
2 Aproveite o momento para analisar os diversos pontos de vista, apresentando suas opiniões de modo
da importância da organização e da sis-
respeitoso e buscando consensos construtivos.
tematização dos dados e das informa-
ções para o fazer científico.
3 Durante a conversa, respeite os turnos de fala e ouça atentamente as opiniões e os argumentos dos colegas.
4 Por fim, faça um registro dos principais pontos suscitados durante o bate-papo e arquive-o no portfólio.
Etapa 4
Divulgação da pesquisa
Getty Images/iStockphoto
ampliar a atividade, grave um
vídeo ou áudio ou registre por
escrito a conclusão do grupo
sobre a pesquisa realizada.
Essa conclusão deverá trazer
todos os tópicos que foram
debatidos com a turma.
Roda de conversa.
171
Para subsidiar as discussões, retome com os estudantes A proposta é que os estudantes façam o planejamento e
suas impressões sobre o trabalho de Lygia Clark por meio a produção da implementação de uma pesquisa com base
dos registros da apreciação e da discussão realizadas na na metodologia de entrevistas e sistematização dos dados.
seção anterior. Procure destacar as impressões de estra- Para tanto, devem identificar e preparar as atividades cen-
nhamento que os estudantes tenham manifestado para trais na seleção, elaboração e utilização de instrumentos de
que elaborem hipóteses sobre como as pessoas reagem coleta de dados como parte da atividade de pesquisa cien-
ao trabalho da artista. Circule entre os grupos e apoie as tífica, que são: elaboração das perguntas da entrevista, es-
discussões. Depois, peça a um estudante de cada grupo colha dos entrevistados, análise das respostas e registro de
que compartilhe as principais observações discutidas. suas conclusões.
Nesta seção, o objetivo é apresentar processualmente Na análise das respostas, o objetivo principal é identifi-
aos estudantes as etapas dos estudos de recepção como car e discutir quais são as impressões diversas em relação
metodologia científica. Assim, comece por organizá-los em à obra de Lygia Clark e estimular os estudantes a relacio-
quintetos a fim de ler e discutir as perguntas propostas no nar essas impressões aos perfis, idades, repertórios, vivên-
Livro do Estudante para a realização das entrevistas. cias e referências dos entrevistados. Além disso, é possível
171
BNCC na unidade
Na seção Entrelaçando as artes, os
objetivos de aprendizagem são:
Entrelaçando as artes
⓿ elaborar, planejar e executar uma
final do projeto, um diálogo com os ⓿ Material necessário: 3 a 4 folhas de papel-cartão na cor que preferir, lápis grafite, borracha, régua,
princípios conceituais de Lygia Clark tesoura com pontas arredondadas, furador e barbante.
e suas proposições temáticas, a fim ⓿ Como fazer: com o auxílio da régua, desenhe triângulos de tamanhos iguais nas folhas de papel-car-
de garantir a mobilização da habili-
tão. Depois, recorte-os. Com o furador, faça dois furos nos lados dos triângulos que você quer que
dade EF69AR07 no trabalho com a
fiquem unidos. Em seguida, una as formas com o barbante.
unidade temática Artes Visuais arti-
culada ao objeto de conhecimento
Processos de Criação; Pedra e ar
⓿ analisar e explorar, em um projeto co- ⓿ Material necessário: sacos plásticos transparentes e pedras arredondadas.
letivo temático e autoral, relações pro- ⓿ Como fazer: coloque as pedras dentro dos sacos plásticos. Depois, encha-os de ar e amarre-os.
cessuais e materiais entre linguagens
artísticas por meio da criação de uma Luvas sensoriais
proposição, a fim de garantir a mobi-
lização da habilidade EF69AR32 no
⓿ Material necessário: luvas de limpeza de tamanho grande, cola branca e materiais de texturas
trabalho com a unidade temática Ar- variadas.
tes Integradas articulada ao objeto de ⓿ Como fazer: vire as luvas do avesso e cole os materiais de texturas variadas na parte interna delas.
conhecimento Processos de Criação. Lembre-se de que quem vai vesti-las sentirá as texturas, então não utilize materiais cortantes ou que
As dimensões do conhecimento tra- possam machucar. Depois que a cola secar, desvire as luvas.
balhadas são: Criação e Expressão.
2 Quando os trabalhos estiverem prontos, mostre-os aos colegas e deixe que eles os manipulem.
Na Unidade 2, realizamos leitu- 3 Depois, em roda, converse com a turma sobre o que vivenciaram tanto na produção como na
ras e análises de produções artísticas manipulação dos objetos.
que proporcionaram a reflexão acerca
de como a arte pode ser um elemen-
Etapa 2
to agregador e mediador das relações
entre os indivíduos e de como ela po- Levantamento de ideias sobre a proposição
de articular reflexões sobre essas rela-
Nesta etapa, reflita sobre o que quer expressar com sua proposição e sobre como pode fazer isso. Em
ções ou mesmo constituir ela própria
uma folha de papel sulfite, anote livremente suas reflexões sobre a pergunta norteadora da unidade e
espaços interativos e relacionais. Todas
possíveis respostas para ela. Se preferir, realize essa etapa em dupla ou em pequenos grupos para que seja
essas reflexões são fundamentais, nes-
ta seção Entrelaçando as artes, para possível trocar ideias com os colegas.
que os estudantes elaborem suas pro-
posições artísticas como produção final 172
do projeto da unidade.
Para tanto, mais uma vez é impor- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
tante que os estudantes retomem o Nesse momento, portanto, ao iniciar a produção final, é consciência corporal. Para que os estudantes pensem acer-
portfólio e as anotações realizadas no importante que o professor destaque novamente a impor- ca de suas produções e das significações que podem assu-
percurso para rever e considerar a in- tância do portfólio para a realização do projeto. mir – tanto a respeito das reproduções das obras de Lygia
tegração entre as atividades propos- Clark que fizeram como no que se refere às obras que cria-
Durante a Etapa 1, acompanhe o processo de trabalho
tas e as aprendizagens construídas. A rão na continuação –, promova uma discussão sobre co-
dos estudantes na recriação das obras de Lygia Clark, cir-
utilização do portfólio é fundamental
culando pela sala entre os grupos e elucidando as dúvidas. mo a arte, mesmo por meio de objetos simples, pode pro-
para que tenham consciência de suas
Antecipadamente, planeje com a classe como serão provi- por a discussão e a reflexão acerca de muitos conceitos,
aprendizagens e descobertas e para
que reconheçam esses aspectos refle- denciados os materiais utilizados. ideias e sentimentos.
tidos em suas produções, além de se Nessa atividade prática, é importante que todos partici- Converse também com a turma sobre a importância do
compreender como pesquisadores e pem. Com os objetos prontos, proponha que experimentem corpo na manipulação e interação com os objetos. Desta-
produtores de arte no contexto esco- maneiras de manipulá-los, explorando, nesse processo, os que que nos relacionamos com o mundo a partir de nos-
lar, construindo, assim, aprendizagens movimentos corporais expressivos. Os movimentos poderão so corpo e de nossos movimentos. É o movimento corporal
significativas e se apropriando das lin- ser feitos em diversos lugares dentro e fora da escola. É im- que nos proporciona a comunicação, o trabalho, a apren-
guagens artísticas. portante que as ações sejam realizadas com o máximo de dizagem, sentir o mundo e ser percebido e sentido por ele.
172
Etapa 3
Planejamento da proposição
Etapa 4
Produção da proposição
1 Na data combinada com o professor, leve para a escola os materiais necessários para a produção de
sua proposição. Dependendo do objeto a ser produzido, você pode precisar de tiras de papel, sacos
plásticos, pedaços de borracha, materiais de texturas variadas, como lixas, algodão, pedaços de tecido,
tubos de plástico e objetos para produzir sons, entre outros. A turma pode se organizar para conseguir
os materiais de forma colaborativa, contando com a ajuda de familiares e membros da comunidade.
2 Disponha os materiais que serão usados na produção sobre uma mesa grande na sala de aula. Separe
também os materiais de uso comum, como lápis grafite, cola branca, régua, tesoura com pontas arre-
dondadas, etc.
Luiza de Souza/Arquivo da editora
3 Ao criar sua proposição, recorra ao esboço e às anotações produzidas nas etapas anteriores. Se prefe-
rir, vá dando forma a sua criação enquanto experimenta alguns materiais livremente.
4 Conte com a ajuda dos colegas para testar sua proposição. Peça a eles que vistam ou manipulem o
objeto criado para que você avalie se a interação do público com a obra está acontecendo da forma
como havia sido planejada.
5 Se necessário, após os testes, faça ajustes e modificações no objeto.
173
173
Para realizar as proposições, na Eta-
pa 5, é necessário que os estudantes Etapa 5
retomem seus roteiros e analisem as Proposição
necessidades de espaço, materiais e
tempo, assim como as intenções de in- 1 Quando os objetos estiverem prontos, combine com os colegas e o professor uma data para apresen-
teração com o público. Assim, oriente- tar as proposições ao público. É importante definir o local em que a ação será realizada e de que modo
-os na organização de um cronograma. os objetos serão dispostos para favorecer a interação dos participantes.
Sempre que considerar necessário, 2 Se possível, a turma deve elaborar cartazes e convites para chamar os familiares, os colegas da escola,
peça aos estudantes que retomem o os professores e os demais integrantes da comunidade escolar para participar.
portfólio para que possam pensar a res-
3 A turma pode elaborar também pequenos textos de apoio para afixar em cartazes no espaço escolhido
peito das próprias produções e consi-
para o evento, explicando ao público o objetivo do trabalho.
derar o que podem aprimorar e o que
tem dado certo. Eles podem comparar
Para tanto, reúna todos os regis- ⓿ A reação do público a sua proposição foi como esperava? Por quê?
tros realizados durante o trabalho com ⓿ Em seu trabalho, você explorou materiais que aguçam os sentidos, como texturas e sons?
a unidade. Dessa forma, será possível ⓿ Depois dessa proposição, você acredita que a arte pode expressar nossas relações e nos fazer refle-
ter uma visão consistente e abrangente tir sobre elas? Por quê? Respostas pessoais.
dos percursos realizados, considerando
que os estudantes podem estabelecer
174
diferentes relações e ter diferentes ap-
tidões em relação a cada uma das lin-
Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
guagens exploradas nos capítulos des-
ta unidade. O portfólio é um elemento nesse encerramento, em diálogo com seu repertório, para a e negociam opiniões e pontos de vista sobre o trabalho, se
indispensável na avaliação da turma. As elaboração da produção final. elaboram e apresentam argumentos claros e objetivos nes-
produções e os registros ali deposita- É fundamental que os estudantes estejam disponíveis sas situações.
dos no decorrer do estudo devem ser para as experimentações propostas, buscando explorar a Por fim, o aspecto mais importante a ser observado pelo
analisados com base nos critérios apre- expressividade por meio da integração das linguagens e co- professor na elaboração da produção final da unidade é o
sentados no decorrer dos capítulos. laborando na interação com os colegas, como também que exercício de autoria dos estudantes e a construção de sua
Nessa etapa, é importante observar compreendam os objetivos da proposta e se empenhem na autonomia. Nesse sentido, eles devem se apropriar da pro-
de que maneira os estudantes utilizam realização das apresentações. posta, atribuindo sentido a sua realização e apresentação
elementos das diferentes linguagens ar- Procure avaliar em que grau os estudantes se envolvem no contexto da vida e da comunidade escolar.
tísticas em suas produções, retomando na elaboração da proposição, como se posicionam perante A Etapa 8 da atividade visa estimular os estudantes no
e recuperando, de maneira conscien- o grupo, de que forma contribuem tanto com ideias para a desenvolvimento do pensamento computacional, propon-
te, atividades e estudos realizados nos elaboração da proposição como para organizar o trabalho do a retomada e a sistematização das etapas anteriores
dois capítulos que compõem a unidade, coletivo e os encaminhamentos necessários. É fundamen- em um relatório. Nesse contexto, por apresentar um desa-
e como mobilizam essas aprendizagens tal observar também como se relacionam com os colegas fio, a proposta de produção é definida como um problema
174
a anotar ideias que surgirem a partir da
Etapa 8
conversa com os colegas.
Retomada É importante destacar que, nos tex-
tos individuais, os estudantes não preci-
Em uma folha à parte, redija um relatório organizado em tópicos, registrando cada etapa vivenciada na
sam necessariamente incorporar a visão
atividade, e arquive-o no portfólio.
dos colegas, mas perceber que conversar
com eles e ouvir opiniões diferentes po-
dem ajudá-los a ter mais clareza sobre
Fio da meada o que pretendem registrar. Após as dis-
cussões, peça aos estudantes que retor-
O que vimos nem a seus lugares e trabalhem na pro-
No decorrer desta unidade, por meio da dança, da música e das artes híbridas, dução individual.
vimos como a arte pode nos fazer refletir sobre nossas relações com os outros, seja Ao final da unidade, é fundamental
quando produzimos, seja quando apreciamos uma obra. Neste encerramento do observar o desenvolvimento dos estu-
projeto, estudamos que:
dantes em relação às habilidades tra-
⓿ as novas tecnologias têm alterado a maneira como nos relacionamos com as
balhadas. Além disso, especialmente
pessoas de nosso convívio;
durante a realização da produção final
⓿ a arte pode nos fazer refletir sobre nossa relação com o próprio corpo e com o
corpo de outras pessoas;
do projeto, é necessário que o profes-
⓿ as obras de arte podem sair do espaço bidimensional e ganhar tridimensiona-
sor obtenha indícios de como os estu-
lidade, como os objetos criados por Lygia Clark; dantes estão se desenvolvendo em re-
⓿ a arte pode nos fazer repensar a relação entre artista, público e a própria arte; lação à construção das competências.
⓿ em sua obra, Lygia Clark mudou o papel do público e o transformou em propo- Nossa sugestão é trabalhar com crité-
sitor ou cocriador de suas obras de arte; rios observáveis, levantando indícios do
⓿ em vez de ser apenas apreciadas, as obras de arte podem ser proposições que
desenvolvimento das aprendizagens ao
exigem a participação e a interação do público.
observar e registrar a conduta da turma
Autoavaliação: é hora de retomar o portfólio durante os trabalhos. Em relação aos co-
Para refletir sobre seu processo de aprendizagem no decorrer da unidade, retome nhecimentos específicos das linguagens
o portfólio e reveja o que foi produzido durante o percurso. Depois, elabore um re- artísticas abordadas nos dois capítu-
gistro que sintetize sua trajetória até aqui. Para isso, use as questões a seguir como los da unidade, retome os observáveis
ponto de partida.
e as indicações de avaliação apresen-
1. Depois do que aprendemos nesta unidade, de que formas você acha que a arte tados nos respectivos capítulos. Em rela-
pode expressar nossas relações com os outros? ção à realização da produção final, pro-
2. O que você aprendeu sobre as proposições? Que linguagens artísticas podem ser cure responder a estas questões:
relacionadas nessa forma de arte? ⓿ Que saberes e procedimentos especí-
3. Você ficou satisfeito com a produção artística realizada nesse fechamento? ficos das linguagens artísticas aborda-
Como os estudos da unidade contribuíram para aprimorá-la? Por quê? das nos dois capítulos são mobiliza-
4 Quais foram suas maiores dificuldades durante o projeto? O que você procurou
dos para a pesquisa e a produção do
fazer para superá-las? trabalho proposto no encerramento?
⓿ Os estudantes utilizam o próprio re-
Outros fios
pertório relacionado com os saberes
Nesta unidade, vimos algumas maneiras de a arte expressar nossas relações com
as pessoas, explorando principalmente as linguagens da dança e da música. No de-
apresentados neste encerramento pa-
correr do projeto, percorremos apenas um dos caminhos possíveis para tentar res- ra conceber seus trabalhos?
ponder à pergunta norteadora da unidade. Ainda que o percurso proposto termine ⓿ Os estudantes expressam sua visão
aqui, não deixe de continuar a pensar sobre o tema e a pesquisar outras obras e das expressões artísticas e a reflexão
artistas ligados a ele. sobre as relações interpessoais em
suas propostas de produção final?
Essa visão explicita um diálogo entre
suas experiências e os saberes estu-
dados?
175 ⓿ Ao comentar e discutir ideias e pro-
175
Estas atividades visam à realização
de uma avaliação de resultado do que
foi estudado no volume a fim de auxiliar
o professor na identificação de experi-
Ponto de chegada
NÃO ESCREVA NO LIVRO.
ências, aprendizagens e conhecimentos
construídos e conquistados pelos estu- Agora que o ano letivo terminou, é hora de avaliar o que aprendeu. Retome o portfólio para recordar as
dantes durante o ano.
produções e os registros que você fez e, com base neles, realizar as atividades propostas a seguir.
Sabe-se que a avaliação de desempe-
nho deve se referir à formação global dos 1 Reveja uma parte do que estudou sobre teatro no Capítulo 1, leia as afirmações a seguir e transcreva para
estudantes. Assim, a melhor avaliação é o caderno aquelas que estão corretas:
aquela que é realizada em todas as eta- a) No teatro, personagens podem ser reais ou fictícios e são interpretados pelos atores.
pas do desenvolvimento de um tema.
b) Os personagens vivem as ações das histórias.
Os resultados obtidos nesse tipo de
avaliação vão auxiliar tanto o professor, c) O espaço cênico é sempre o palco de um teatro.
no planejamento de aulas futuras, co- d) O cenário é um conjunto de objetos e adereços que ajuda a caracterizar o espaço cênico e a ambien-
mo os estudantes, no reconhecimento tar a história contada.
de dificuldades e avanços no decorrer
e) A ação teatral só acontece quando muda o cenário. As afirmações corretas são a, b e d.
do processo.
Com base no conhecimento das con- 2 Escreva um texto teatral usando a estrutura que aprendeu no Capítulo 1. Para isso, leia as orientações
dições em que os estudantes iniciam o a seguir:
ano e de como o finalizam, o professor a) Pense em um tema sobre o qual gostaria de tratar e pesquise sobre ele na internet para escolher
poderá identificar conquistas e poten-
uma forma de abordá-lo. Tenha em mente que o tema será o mote de uma peça de teatro.
cialidades desenvolvidas durante o tra-
balho, aspectos que necessitam se de- b) Depois de escolher o tema, construa os pontos principais da história que você vai contar, respon-
senvolver mais plenamente e temas e dendo às seguintes perguntas:
atividades que precisam ainda de apoio. ⓿ Quem são os personagens da história?
Dito de maneira simples: se o es-
tudante A entra no projeto com algu-
⓿ Onde ela se passa?
ma desenvoltura em boa parte das ha- ⓿ Quando ela se passa?
bilidades pretendidas e o estudante B, ⓿ Há um narrador na história?
com praticamente nenhuma desenvol-
tura, mas ambos chegam ao final do ⓿ Como é o figurino, o cenário, a iluminação e a trilha sonora?
percurso em pé de igualdade em rela- ⓿ O que acontece na história?
ção às expectativas de aprendizagem,
c) Lembre-se de que o texto teatral circula no campo artístico-literário com o intuito de servir de ro-
é importante que se reconheça que o
estudante B superou mais desafios do teiro para uma encenação. Então, ele deve apresentar as falas das personagens e as rubricas, que
que o estudante A, tendo inclusive um trazem informações sobre a divisão das cenas, o cenário, a iluminação e a movimentação dos per-
rendimento maior. Essa constatação sonagens, entre outros elementos da encenação.
não deve necessariamente se refletir
d) No caderno, crie a primeira versão do texto e revise-a, fazendo as alterações necessárias. Troque
na nota desses estudantes. No entanto,
o texto com um colega, que vai avaliar se o que você escreveu contém os elementos principais do
esse estudante B pode ter um feedback
de seu desenvolvimento, além dos de- teatro (“Quem?”; “Onde?”; “O quê?”). Ao avaliar o texto do colega, sugira melhorias e faça elogios
mais instrumentos de avaliação forma- sempre que possível.
tiva (registros, produções, apresenta- e) Após a revisão, passe o texto a limpo em uma folha à parte e não se esqueça de criar um título ade-
ções e portfólio) de que vai dispor para
quado para ele, que antecipe para o leitor o que esperar de uma encenação desse texto.
medir essa evolução.
f) Compartilhe o texto final com os colegas e o professor fazendo uma leitura dramática.
Por essa razão, a função desta ava-
liação é identificar as aprendizagens e g) Após a apresentação, revise mais uma vez o texto, incorporando ideias pertinentes surgidas durante
ampliar o repertório dos estudantes. a leitura e guarde o registro no portfólio.
Somadas a ela, pode-se utilizar as ati-
vidades do Livro do Estudante e as gra- 176
des e pautas de observação disponíveis
ao longo do Manual do Professor pa- Reprodução do Livro do Estudante em tamanho reduzido.
ra identificar e reconhecer o desenvol-
vimento de cada estudante em relação longo do ano. Para tanto, retome com a turma as atividades teatral que tratasse desse tema. Finalizada a criação do tex-
aos objetivos de aprendizagem. e avaliações realizadas, o contexto em que se deram e de to, organize os estudantes em duplas a fim de que um re-
que maneira os feedbacks os auxiliaram na construção pes- vise o texto do outro.
Antes da avaliação final, certifique-
-se de que os estudantes que apre- soal de aprendizagens e nos percursos artísticos. Quanto à avaliação de processo, observe o que os estu-
sentaram defasagens em relação às Mesmo uma avaliação realizada no fim do processo de- dantes devem fazer na atividade para desenvolver as habi-
aprendizagens trabalhadas tenham ti- ve ser formativa e caracterizar-se por promover a consciên- lidades trabalhadas e os respectivos indicadores de reali-
do a oportunidade de realizar ativida- cia dos estudantes acerca da apropriação que fizeram dos zação, que correspondem a: “1. Não atingiu o esperado”;
des de remediação em diferentes eta- objetivos da aprendizagem, da capacidade de prever e pla- “2. Realizou a atividade satisfatoriamente”; e “3. Superou
pas do ano. nejar adequadamente as operações necessárias para rea- as expectativas”.
Ao aplicar esta avaliação de resulta- lizar determinada tarefa e dos critérios de avaliação. Regis- ⓿ Pesquisar um tema para criar um texto teatral:
do, converse com os estudantes para tre os resultados desta avaliação e repasse-os ao professor 1. Não realizou a pesquisa nem se interessou em escolher
que compreendam que, por meio dela, que vai trabalhar com a turma no próximo ano. um tema para a criação do texto teatral.
todos poderão identificar as aprendiza- Na Atividade 2, oriente os estudantes a pesquisar temas 2. Realizou a pesquisa e concebeu uma maneira de abor-
gens mais significativas construídas ao de que gostam e a pensar em como seria um espetáculo dar o tema.
176
e preparar os argumentos para susten-
3 Para retomar os estudos do Capítulo 2, reveja agora uma parte do que estudou sobre artes visuais. Para
tar sua análise. Os estudantes deverão
isso, leia as afirmações a seguir e transcreva para o caderno a(s) incorreta(s) depois de corrigida(s):
escrever uma primeira versão, prestan-
a) A artista Sonia Gomes se preocupa com a história e o passado dos materiais que utiliza em suas do atenção na escolha do tom, formal
obras, buscando remetê-los a sua identidade e ao local em que nasceu. ou informal, e nos aspectos estilísticos.
b) Tradicionalmente, obras de arte podem ser classificadas como bi ou tridimensionais. No entanto, Para a avaliação de processo, ob-
hoje em dia, essa classificação se tornou menos rígida, e obras como colagens podem ser conside- serve o que os estudantes devem fa-
radas bi ou tridimensionais, a depender dos materiais utilizados em sua produção. zer para desenvolver as habilidades tra-
c) A tecelagem é uma prática recente, de origem europeia e que sofreu poucas transformações no balhadas e os respectivos indicadores
decorrer do tempo. A afirmação incorreta é c. de realização, que correspondem a:
“1. Não atingiu o esperado”; “2. Rea-
4 Escreva uma resenha crítica sobre o trabalho de Sonia Gomes. Para isso, você pode retomar as infor-
lizou a atividade satisfatoriamente”; e
mações sobre a artista no Capítulo 2 e/ou revisitar suas anotações. Depois, siga as instruções:
“3. Superou as expectativas”.
a) Volte a analisar as obras de Sonia Gomes que foram estudadas e procure identificar os aspectos ⓿ Retomar e analisar as obras de Sonia
que fizeram você gostar delas ou não, depois, organize-os em uma lista com duas colunas, uma para
Gomes:
cada categoria.
1. Não revisitou as informações estu-
b) Em seguida, tendo em vista a reflexão feita e a lista elaborada, decida o ponto de vista que você dadas no Capítulo 2.
vai defender em seu texto e elabore argumentos que expliquem por que gostou das obras ou não. 2. Retomou as informações estuda-
Então, redija o texto no caderno e, em seguida, revise-o. das no Capítulo 2 e criou relações
c) Considere que a resenha crítica costuma circular nos campos jornalístico-midiático e artístico-literário entre as obras de Sonia Gomes.
com o intuito de apresentar as partes de determinada obra, assim como a opinião crítica de seu autor. 3. Complementou os estudos do Ca-
d) Após a primeira revisão, faça as alterações necessárias e peça a um colega que realize a segunda pítulo 2, pesquisando outras obras
revisão. Nela, ele vai considerar se a crítica está bem fundamentada e a redação, fluida. Ao avaliar o da artista e se informando sobre
texto do colega, sempre que possível, sugira melhorias e faça elogios. seu trabalho.
⓿ Estruturar o texto por meio de argu-
e) Passe o texto a limpo em uma folha à parte. Não se esqueça de criar um título adequado para ele a
mentos:
fim de antecipar para o leitor seu ponto de vista sobre o trabalho da artista.
1. Elaborou um texto descritivo dos
f) Compartilhe o texto final com os colegas e o professor em uma roda de conversa.
aspectos formais de uma obra.
g) Depois do bate-papo, revise sua resenha novamente, incorporando ideias pertinentes suscitadas 2. Elaborou um texto fundamentado
durante a discussão, e guarde o registro no portfólio. em argumentos, fatos e dados.
5 Esta atividade se refere à linguagem da dança, estudada no Capítulo 3. Para realizá-la, construa um 3. Em seu texto, debateu com outros
quadro em uma folha à parte; na coluna da esquerda, você vai colocar o nome dos fatores do movi- pontos de vistas, citando textos de
mento corporal (espaço, tempo, peso e fluência); na da direita, vai definir esses fatores dando exem- autores especializados.
plos de movimento. Por fim, guarde o registro no portfólio. Para os estudantes que não atingiram
o esperado da aprendizagem na Ativida-
6 No Capítulo 3, você conheceu espetáculos de dança e aprendeu a diferença entre dança moderna e
de 4, solicite que pesquisem resenhas
dança contemporânea. Em uma folha à parte, defina o que caracteriza esses dois tipos de dança. Depois, críticas sobre algum trabalho de Sonia
guarde o registro no portfólio. Gomes e selecionem uma delas para fa-
7 Esta atividade se refere aos estudos realizados sobre música no Capítulo 4. Entre as afirmações a zer um fichamento. Esclareça que esse
seguir, duas estão incorretas; retome os conhecimentos estudados e identifique-as, transcrevendo-as gênero textual é muito utilizado no cam-
para o caderno e, depois, corrigindo-as: po de estudos e pesquisa. Para fazer o
a) As paisagens sonoras são compostas de sons produzidos pela natureza.
fichamento, oriente-os a registrar, no to-
po da ficha utilizada para esse fim, a re-
b) Os sons têm quatro parâmetros que podem ser percebidos pelo ouvido humano: timbre, duração,
ferência do documento lido e, abaixo,
intensidade e altura.
as informações relevantes do texto da
c) A altura de determinado som se refere ao volume dele, ou seja, se ele soa forte ou fraco. maneira mais sintética possível.
d) A velocidade na qual uma música é reproduzida é chamada de andamento. Na Atividade 5, espera-se que os es-
e) Os compassos de uma música são agrupamentos de pulsações e podem ser divididos a cada dois, tudantes construam a tabela no caderno
três, quatro tempos, etc. As afirmações incorretas são a e c. e definam e exemplifiquem os seguintes
fatores: espaço (que pode ser direciona-
177 do, como um carro em movimento, ou fle-
xível, como uma pedra rolando de uma
montanha), tempo (relacionado à rapi-
dez ou à lentidão dos movimentos, como
3. Realizou a pesquisa e complementou os estudos. 3. Realizou a leitura dramática para explorar as particu-
⓿
um passarinho batendo as asas ou uma
Estruturar o texto teatral: laridades de cada personagem e ação. tartaruga), fluência (associada à con-
1. Elaborou uma narrativa, mas não pensou no encadea- Para os estudantes que não atingiram o esperado quan- tinuidade ou à descontinuidade de um
mento das ações nem detalhou os personagens e o to à aprendizagem na Atividade 2, solicite que assistam a movimento) e peso (vinculado à leveza,
espaço cênico. uma cena curta do espetáculo Adolescer e que escrevam o como os passos de uma formiga, ou den-
2. Elaborou um texto teatral usando personagens e as texto teatral dessa cena, inserindo os personagens que par- sidade, como o andar do elefante).
ações, além de descrever o espaço cênico. ticipam dela e as ações que nela acontecem. Na Atividade 6, espera-se que os es-
3. Elaborou texto com detalhamento dos personagens, Sempre que os estudantes forem elaborar textos críticos tudantes mencionem que as principais
das ações e do espaço cênico, além de fazer uso das sobre os artistas e obras estudados, como ocorre na Ativida- características da dança moderna são
rubricas, que esclarecem as ideias para a encenação. de 4, é importante lembrá-los de apresentar argumentos que o improviso e a expressividade. A dan-
⓿ Realizar leitura dramática:
sustentem suas observações e análises. Antes de fazer a re- ça contemporânea, por sua vez, rompeu
1. Não leu o texto teatral de modo dramatizado. senha crítica, sugira que elaborem um resumo das obras ana- ainda mais com a tradição da dança,
2. Realizou a leitura dramática, enfatizando mudanças de lisadas, pois, a partir dele, poderão estruturar seu ponto de levando os espetáculos para ruas, pra-
personagem, cenas, etc. vista sobre as obras em uma sentença – a tese da resenha – ças e outros locais públicos.
177
Na Atividade 8, espera-se que os es-
8 O Cap’tulo 4 apresentou discussões a respeito do rock, abordando questões de sua estética e história,
tudantes realizem uma descrição do gê-
além da influência que ele exerce sobre as pessoas. Escolha um gênero musical de sua preferência e, em
nero musical escolhido, incluindo infor-
uma folha à parte, elabore um texto para descrevê-lo, mencionando os discursos que ele produz e justifi-
mações como o local em que surgiu, e
cando por que você se identifica com ele. Guarde o registro no portfólio.
mencionem bandas ou artistas repre-
sentantes desse gênero e o tipo de ins- 9 No percurso de aprendizagem deste ano, você participou de dois projetos de criação de artes integra-
trumentação utilizada, dentre outras in- das, realizando a pesquisa, o planejamento, a elaboração, a produção e a apresentação para expressar
formações que julgarem necessárias. suas ideias e reflexões sobre as seguintes questões:
É importante que o texto elaborado ⓿ A arte pode expressar quem somos?
pelos estudantes descreva que tipo de
temática costuma ser abordada pe-
178
178
Na Unidade 1, você e os colegas produziram e apresentaram uma performance que misturou diferentes procedimentos adotados em cada um
linguagens artísticas e uniu conhecimentos sobre figurino, expressão, linhas, texturas e outros elemen-
desses momentos.
tos do teatro e das artes visuais como produção final do projeto. Na Unidade 2, inspirados pela obra A grade de autoavaliação propos-
e pela trajetória de Lygia Clark, você e os colegas criaram e apresentaram uma proposição artística a
ta na Atividade 10 tem como objeti-
vo levar os estudantes a identificar, ao
partir das reflexões propostas.
final da trajetória proposta no volume,
Produções desse tipo são consideradas artes integradas porque nelas podem ser mobilizados e combi-
sua relação com os elementos consti-
nados elementos, materiais e procedimentos das linguagens artes visuais, dança, música e teatro. Pen-
tutivos, os procedimentos de trabalho,
sando nisso, responda às questões a seguir no caderno para avaliar o que você aprendeu ao trabalhar
os materiais e os recursos das diferen-
com as artes integradas durante o ano: tes linguagens artísticas que tiveram a
a) Ao produzir a performance inspirada pelo trabalho de Jun Nakao para encerrar o projeto da Unidade 1, oportunidade de explorar durante o ano
os integrantes do grupo de que você fazia parte combinaram elementos e materiais de que lingua- letivo. Dessa forma, busca-se apoiá-los
gens artísticas? Resposta pessoal. na retomada e na sistematização dos
percursos que traçaram como pesqui-
b) Como você descreveria o funcionamento do mercado da moda no contexto social? Resposta pessoal.
sadores, criadores, produtores e auto-
c) Descreva em um texto escrito o processo de elaboração, produção e apresentação da proposição res nas diferentes linguagens. O portfó-
artística que seu grupo realizou para encerrar o projeto da Unidade 2. Para isso, procure responder às lio será fundamental para a formulação
seguintes perguntas: das respostas e observações no preen-
chimento da grade. Portanto, oriente
⓿ Todos os integrantes do grupo colaboraram com ideias?
os estudantes a usar os registros que
⓿ Como foram tomadas as decisões coletivas para a realização do trabalho? constam no portfólio como subsídio.
⓿ Como foi a realização da proposição?
10 Agora, por fim, reflita sobre as atividades, experimentações e produções das quais você participou
durante o ano, respondendo à pergunta: Como você fez arte neste ano? Para isso, considere as ex-
periências que teve com materiais das artes visuais, práticas corporais da dança, jogos e textos
teatrais, sonoridades da música e artes integradas e reflita sobre elas. Consulte o livro e o portfólio
para refrescar a memória; depois, construa no caderno uma tabela para registrar sua experiência
com cada uma das linguagens artísticas (teatro, artes visuais, dança e música) de acordo com os
seguintes itens:
179
No Item a, da Atividade 9, é esperado que os estudantes No Item c, da Atividade 9, é esperado que os estudantes
façam uma descrição de seu processo criativo, descreven- escrevam uma descrição de seu processo criativo, apontan-
do os materiais e os procedimentos de trabalho utilizados. do os materiais e os procedimentos utilizados para realizar o
No Item b, da Atividade 9, os estudantes devem formular trabalho. É importante também que retomem o percurso de
uma resposta com base nas informações apresentadas no criação coletiva da obra nesse texto, reconhecendo a pró-
Livro do Estudante: “A moda, em linhas gerais, é composta pria postura e a dos colegas durante essa criação.
de tendências socialmente aceitas e muitas vezes passagei- Para realizar essa atividade, os estudantes devem ter
ras, que influenciam o uso e o consumo de roupas, acessó- compreendido o que é uma produção de artes integradas e
rios, maquiagens e cortes de cabelo. Trata-se de um fenôme- refletir acerca das linguagens que utilizaram nas duas pro-
no cultural, social e econômico, pois é ditada por inspirações duções. Seu principal objetivo é dar oportunidade para que
variadas, como o figurino de um filme de sucesso, a escas- recuperem os processos criativos desenvolvidos em suas
sez ou a abundância de uma matéria-prima industrial, entre propostas. Ela é segmentada em itens relacionados a cada
outros fatores. Para apresentar e difundir essas tendências, a uma das unidades (Itens a e b para a Unidade 1 e Item c
indústria da moda organiza diversos eventos no mundo todo”. para a Unidade 2) para orientar os estudantes a retomar os
179
Lista de áudios oferecidos no volume
Locução: Ou agudo, como quando tocamos uma corda do
01 Podcast: Exemplos de timbre violão apertando-a contra o braço do instrumento.
(Unidade 2, Capítulo 4, p. 138) Som: agudo; corda do violão tocada sendo apertada contra
Tempo: 0 min 56 s o braço do instrumento.
Locução: Cada som possui um timbre muito característico. Locução: Que outros sons você classificaria como graves e
Ouça como o miado de um gato, por exemplo, é bem dife- agudos?
rente do latido de um cachorro.
Som: miado de gato e latido de cachorro. 05 Podcast: Exemplo de melodia
Locução: É o timbre que muitas vezes nos permite reconhe- (Unidade 2, Capítulo 4, p. 139)
cer as pessoas só de ouvir a voz delas. Ouça exemplos de
Tempo: 0 min 25 s
duas vozes e perceba como elas são diferentes.
Locução: Ouça a melodia de uma canção que faz parte da
Som: diálogo entre menina e menino. vida de todos nós!
Locução: O som do piano também é bem diferente do som Canção murmurada: apenas a melodia, sem que as pala-
do violão. Ouça exemplos dos sons desses instrumentos vras de “Parabéns a você” sejam pronunciadas.
musicais.
Som: piano e violão.
06 Podcast: Exemplos de andamento
Locução: Que outros sons possuem diferentes timbres?
(Unidade 2, Capítulo 4, p. 140)
Tempo: 0 min 41 s
02 Podcast: Exemplos de duração Locução: Uma mesma música pode ter um andamento
(Unidade 2, Capítulo 4, p. 138) lento.
Tempo: 0 min 43 s Canção: “Parabéns a você” cantada com andamento lento.
Locução: Um som pode ser longo, como o do motor de um Locução: Ou rápido.
automóvel em movimento. Canção: “Parabéns a você” cantada com andamento rápido.
Som: longo; automóvel em movimento. Locução: Agora é a sua vez de dar exemplos de canções
Locução: Ou curto, como o tique-taque incessante do com andamento lento e rápido.
relógio.
Som: curto; tique-taque do relógio. 07 Podcast: Exemplo de ritmo de percussão corporal
Locução: Que outros sons você classificaria como longos ou (Unidade 2, Capítulo 4, p. 156)
curtos?
Tempo: 0 min 26 s
Locução: Ouça a exemplificação do ritmo de percussão cor-
03 Podcast: Exemplos de intensidade poral que você e os colegas deverão usar na atividade.
(Unidade 2, Capítulo 4, p. 138) Voz: Um e dois e três e quatro e...
Tempo: 0 min 20 s Voz ao mesmo tempo de batida com as duas mãos na coxa:
Locução: Um som pode ser intenso, como o de um telefone Um...
tocando bem alto. Voz ao mesmo tempo de um estalo de dedos: E...
Som: intenso; campainha do telefone tocando alto. Voz ao mesmo tempo de uma batida de palmas: Dois...
Locução: Ou fraco, como um telefone tocando mais baixo. Voz: E...
Som: fraco; campainha do telefone tocando baixo. Voz ao mesmo tempo de batida com as duas mãos na coxa:
Locução: Agora é a sua vez de dar exemplos de sons inten- Três...
sos e fracos. Voz ao mesmo tempo de um estalo de dedos: E...
Voz ao mesmo tempo de uma batida de palmas: Quatro.
04 Podcast: Exemplos de altura Pausa
(Unidade 2, Capítulo 4, p. 139) Batida com as duas mãos na coxa
Tempo: 0 min 27 s Estalo de dedos
Locução: O som do violão pode ser grave, como quando Batida de palma
tocamos qualquer corda do violão sem apertá-la contra o Pausa
braço do instrumento. Batida com as duas mãos na coxa
Som: grave; corda do violão tocada sem ser apertada con- Estalo de dedos
tra o braço do instrumento. Batida de palma
180
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Referências bibliográficas comentadas
Educação e Pedagogia
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Documento em que se propõem as diretrizes que regem a Educação Básica brasileira
com o objetivo de assegurar que saberes fundamentais sejam garantidos a todos os
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Por meio de propostas, no documento se explica a importância da implementação dos
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Obra em que se propõe um novo modo de avaliar as aprendizagens dos estudantes e se
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Obra em que se apresentam exemplos práticos sobre o uso e a importância dos diários
para a pesquisa e a formação profissional do professor.
Cultura
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Obra em que se busca apresentar e discutir temas importantes e atuais sobre a vida e
a cultura dos indígenas e as experiências de organização da educação escolar indígena
em algumas regiões do Brasil, cujo teor é o respeito às culturas e aos projetos de vida
desses povos.
BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
Obra em que se questiona a ideia de uma narrativa nacional homogênea. Em vez de uma
articulação homogênea, “holística”, da nação, o autor propõe que as narrativas nacio-
nais, não apenas no âmbito pós-colonial, mas também em geral, considerem a hibridez
dos discursos que fazem parte dessas narrativas.
BURKE, P. Hibridismo cultural. São Leopoldo: Editora da Unisinos, 2008.
Obra em que se aborda a ideia de que, assim como uma cultura pode ser transmitida de
uma população a outra, ela pode ser também modificada pelas particularidades locais
e acabar voltando ao ponto de partida, influenciando a cultura da qual se originou em
virtude de novos atributos adquiridos.
CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São
Paulo: Editora da Unesp, 2011.
Obra em que se apresentam reflexões sobre o fenômeno da hibridação cultural nos
países latino-americanos, buscando compreender o intenso diálogo entre as culturas
erudita, popular e de massa e sua inserção no cenário mundial. Para empreender a análi-
se, o autor lança mão de uma abordagem interdisciplinar e intercultural.
EAGLETON, T. A ideia de cultura. 2. ed. São Paulo: Editora da Unesp, 2011.
Obra em que se faz um estudo sobre os significados da cultura, investigando as origens
dos diferentes sentidos dados ao termo.
EFLAND, A. D.; Freedman, K.; Stuhr, P. La educación en el arte posmoderno. Barcelona:
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Estudo sobre modernidade, multiculturalismo e teoria cultural em que se busca demons-
trar que a filosofia pós-moderna tem influenciado a educação, em especial nas áreas de
Ciências Humanas e Arte.
ESCOSTEGUY, A. C. D. Estudos Culturais: uma introdução. In: Silva, T. T. O que é, afinal,
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Artigo em que se apresentam os fundamentos teóricos do movimento britânico deno-
minado Estudos Culturais.
KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Obra em que se apresentam características das cosmologias indígenas, que coloca em
questão a separação entre o ser humano e a natureza, premissa presente na origem do
desastre socioambiental que caracteriza nossa era.
OGOT, B. A. (Ed.). História geral da África: África do século XVI ao XVIII. São Paulo: Cortez,
2011. v. 5.
Publicada em oito volumes, a coleção é um marco no processo de reconhecimento do
patrimônio cultural da África e permite compreender o desenvolvimento histórico dos
povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica,
diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. Esse volume trata da história da
África do século XVI ao XVIII.
182
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Obra em que se relatam experiências no ensino de Arte nas escolas com o trabalho de
leitura de imagens em sala de aula.
CANTON, K. Temas da arte contemporânea. São Paulo: Martins Fontes, 2009 (Coleção
Temas da Arte Contemporânea).
Obra em que se apresentam temas ligados ao mundo contemporâneo, cujos reflexos
podem ser sentidos na arte de nossos dias. Além da teoria, são apresentadas entrevistas
feitas com diversos artistas brasileiros.
CAUQUELIN, A. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
(Todas as Artes).
Obra em que se mapeia a transformação dos mecanismos da arte a partir do começo do
século XX. Dos ready-mades às séries, dos salões às galerias, da sociedade de consumo à
sociedade de comunicação, da obra ao espaço da arte, a autora apresenta uma análise
dos desdobramentos no pós-modernismo.
DERDIK, E. Formas de pensar o desenho. 5. ed. Porto Alegre: Zouk, 2015.
Obra em que se faz uma reflexão sobre a linguagem gráfica das crianças e se enfatiza
que a vivência prática é fundamental para a compreensão do universo gráfico, assim
como dos significados contidos no ato de desenhar.
DEWEY, J. A arte como experiência. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2010.
Obra em que se reúnem escritos para palestras desse autor que discutiram a estrutura
da arte e sua relação com o público.
DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
Obra em que se fundamentam e se explicam os elementos e as características da lingua-
gem visual com o objetivo de ensinar a ver e a ler dados visuais em imagens, obras de
arte e objetos, entre outros.
FELDMAN, E. B. Becoming Human through Art. Engle-wood Cilffs, NJ: Prentice-Hall, 1970.
Obra em que se identificam os diferentes tipos de olhar do leitor que desenvolveu a crí-
tica de arte.
MACHADO, A. Arte e mídia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
Obra em que se explora o conceito de artemídia, que ultrapassa a noção de uso de apa-
ratos tecnológicos na produção artística, buscando refletir como mídia e arte se combi-
nam, se contaminam e se distinguem em diferentes criações virtuais, semivirtuais, cola-
borativas ou não, e em diversos outros contextos.
PARSONS, M. Compreender a arte. Lisboa: Presença, 1992.
Obra em que se apresentam as ideias desse autor sobre a apreensão estática em uma
hipótese que tem como base a noção de estágios de desenvolvimento respaldada pelos
estudos de Piaget e Kohlberg.
READ, H. A educação pela arte. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
Obra em que se retomam as ideias de Platão sobre a arte ser a base da educação com
o objetivo de formular uma teoria que abarque todos os modos de expressão (artística,
musical, literária, etc.) de maneira contextualizada: uma educação pautada nos sentidos
sobre os quais se baseiam a consciência e o raciocínio humano.
RICHTER, I. M. Interculturalidade e estética do cotidiano no ensino das artes visuais.
Campinas: Mercado de Letras, 2003.
Obra em que se apresenta uma visão do ensino de artes visuais na escola com base no
multiculturalismo e na estética feminina cotidiana, discutindo tendências sobre a edu-
cação intercultural.
SODRÉ, M. Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede.
Petrópolis: Vozes, 2009.
Obra em que se aborda o fato de a mídia ser parte constituinte de uma nova forma de
vida, ou de uma nova subjetividade, sendo mais do que um equipamento ou tecnologia
que transmite ideologia.
Mœsica
BEHLAU, M.; MADAZIO, G. Voz: tudo o que você precisa saber sobre fala e canto – perguntas
e respostas. São Paulo: Thieme Revinter, 2015.
Obra em que se oferecem informações a respeito do uso da voz no canto e dicas de
práticas que promovem a saúde vocal de cantores. Leitura sugerida para aprofundar o
conhecimento nas práticas de canto coral.
CAGE, J. De segunda a um ano. São Paulo: Cobogó, 2013.
Obra em que o autor trata de política, música, poesia e arte, cuja disposição visual dos
textos chama a atenção do leitor.
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KATER, C. Música viva e H. J. Koellreutter: movimentos em direção à modernidade. São
Paulo: Musa/Atravez, 2001.
Estudo detalhado de conceitos e princípios do grupo Música Viva, um movimento que
exerceu grande influência na música brasileira.
MORAES, J. J. O que é música. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991.
Obra em que se traça um panorama da música, contando sua história e seus efeitos
sobre a linguagem.
SCHAFER, M. O ouvido pensante. 3. ed. São Paulo: Editora da Unesp, 2013.
Obra em que se desenvolve a ideia de paisagem sonora e se propõe que os estudos
musicais sejam realizados por todas as pessoas.
TINHORÃO, J. R. Pequena história da música popular segundo seus gêneros. São Paulo:
Editora 34, 2013.
Obra em que se abordam os diferentes gêneros musicais presentes na cultura brasileira,
trazendo um estudo sintético das origens de nossos movimentos musicais, desde a mo-
dinha e o lundu (século XVII) até a lambada (década de 1990), percorrendo referências
sobre maxixe, choro, frevo, sertanejo e bossa nova, entre outros.
WISNIK, J. M. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia
das Letras, 2017.
Obra voltada tanto para amadores como profissionais em que se apresenta a história da
música a partir de dois elementos básicos: o recurso à experiência acústica concreta e a
comparação com outras estruturas produtoras de sentido (a língua, o mito, a sociedade).
Teatro
BOAL, A. Jogos para atores e não atores. São Paulo: Edições Sesc/Editora Cosac Naif, 2015.
Obra em que se aprofundam e exemplificam, por meio de uma série de exercícios, os
princípios já definidos no Teatro do oprimido, em que o espectador era levado a interagir
com os atores no palco.
KOUDELA, I. Jogos teatrais. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013.
Obra em que se apresenta uma proposta de ensino de teatro com base nas ideias de
Spolin, Piaget e Languer, que permite aos professores reinventar suas práticas.
SPOLIN, V. Jogos teatrais: o fichário de Viola Spolin. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2001.
Obra em que se apresenta uma seleção dos jogos teatrais de Viola Spolin em forma de
fichas para auxiliar o trabalho em sala de aula.
STANISLAVSKI, C. A criação de um papel. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. v. 3.
Terceiro volume de uma trilogia — completada pelos títulos A preparação do ator e
A construção da personagem — fundamental para todos que se interessam pelo teatro,
sejam simples espectadores, sejam profissionais das artes cênicas.
Dan•a
BOLSANELLO, D. P. (org.). Em pleno corpo: educação somática, movimento e saúde. Curitiba:
Juruá, 2010.
Obra em que se apresentam diversos métodos e técnicas que desautorizam a concepção
cartesiana, responsável pela conhecida cisão entre corpo e mente. Os artigos dessa
publicação são tratados cientificamente e se revestem de intenção pedagógica.
MARQUES, I. A dança no contexto: uma proposta para a educação contemporânea. 1996.
Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, 1996.
Tese em que se analisa o ensino de dança nas escolas e se propõem mudanças em seu
formato de maneira que a dança seja cada vez mais incorporada aos estudos no coti-
diano.
MARQUES, I. Ensino de dança hoje: textos e contextos. São Paulo: Cortez, 2018.
Obra em que se propõem reflexões sobre o histórico do ensino de dança e se defende
uma proposta mais atual para a abordagem dessa linguagem artística.
RENGEL, L. P. Dicionário Laban. 2001. 146 p. Dissertação (Mestrado em Artes). Unicamp,
2001. Disponível em: https://estudiofiorire.com/wp-content/uploads/2022/02/Dicionario-
Laban-Lenira-Rengel.pdf. Acesso em: 23 abr. 2022.
Dissertação de mestrado em que se sistematizam os principais conceitos labanianos,
apresentados de forma objetiva e clara. O trabalho, pioneiro em língua portuguesa, foi
publicado também em livro pela Annablume, em 2003.
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